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1/5 III ENCONTRO CIENTÍFICO E SIMPÓSIO DE EDUCAÇÃO UNISALESIANO Educação e Pesquisa: a produção do conhecimento e a formação de pesquisadores Lins, 17 – 21 de outubro de 2011 LITERATURA DE CORDEL E ALFABETIZAÇÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS RESUMO O presente relato refere-se ao trabalho que realizei como professora em uma sala de Educação de Jovens e Adultos, durante o ano letivo de 2005. Entre os diversos gêneros textuais, escolhi a literatura de cordel para levar para a sala de aula e realizei todo um trabalho de leitura, produção de textos, análise e reflexão sobre a língua, falando sobre diversas temáticas, envolvendo as várias áreas de conhecimento. Os alunos, ainda em processo de alfabetização, descobriram que poderiam colocar no papel suas vivências, suas histórias, que podiam relatar em versos e rimas seus sonhos, suas vidas, seu mundo. Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Alfabetização; Literatura de Cordel. INTRODUÇÃO Nas salas de Educação de Jovens e Adultos - 1º Segmento, nos deparamos, na grande maioria das vezes, com uma clientela formada por jovens e adultos não alfabetizados ou com baixo nível de alfabetização, porém com algum nível de letramento, advindo de suas experiências de vida, de sua vivência em uma sociedade letrada. São alunos possuidores de uma linguagem própria, de conhecimentos e experiências que refletem sua realidade social, de diferentes culturas e saberes. “Ensinar a escrever textos torna-se uma tarefa muito difícil fora do convívio com textos verdadeiros, com leitores e escritores verdadeiros e com situações de comunicação que os tornem necessários. Fora da escola escrevem-se textos dirigidos a interlocutores de fato. Todo texto pertence a um determinado gênero, com uma forma própria, que se pode aprender. Quando entram na escola, os textos que circulam socialmente cumprem um papel modelizador, servindo como fonte de referência, repertório textual, suporte da atividade intertextual. A diversidade textual que existe fora da escola pode e deve estar a serviço da expansão do conhecimento letrado do aluno.” (BRASIL, 1997, vol. 2, p. 34) No trabalho com alfabetização, o educador pode levar para a sala de aula a diversidade textual existente em nossa sociedade e desenvolver uma prática pedagógica a partir de textos que circulam socialmente. O trabalho com gêneros textuais permite que se faça a relação entre as diferentes áreas do conhecimento, sendo a atividade contextualizada e significativa para o aluno, o que contribui para o aprendizado e a aplicação da escrita e da leitura. A fala de um aluno, um

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Educação e Pesquisa: a produção do conhecimento e a formação de pesquisadores

Lins, 17 – 21 de outubro de 2011

LITERATURA DE CORDEL E ALFABETIZAÇÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

RESUMO O presente relato refere-se ao trabalho que realizei como professora em uma sala de Educação de Jovens e Adultos, durante o ano letivo de 2005. Entre os diversos gêneros textuais, escolhi a literatura de cordel para levar para a sala de aula e realizei todo um trabalho de leitura, produção de textos, análise e reflexão sobre a língua, falando sobre diversas temáticas, envolvendo as várias áreas de conhecimento. Os alunos, ainda em processo de alfabetização, descobriram que poderiam colocar no papel suas vivências, suas histórias, que podiam relatar em versos e rimas seus sonhos, suas vidas, seu mundo.

Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Alfabetização; Literatura de Cordel.

INTRODUÇÃO

Nas salas de Educação de Jovens e Adultos - 1º Segmento, nos deparamos, na grande maioria das vezes, com uma clientela formada por jovens e adultos não alfabetizados ou com baixo nível de alfabetização, porém com algum nível de letramento, advindo de suas experiências de vida, de sua vivência em uma sociedade letrada. São alunos possuidores de uma linguagem própria, de conhecimentos e experiências que refletem sua realidade social, de diferentes culturas e saberes.

“Ensinar a escrever textos torna-se uma tarefa muito difícil fora do convívio com textos verdadeiros, com leitores e escritores verdadeiros e com situações de comunicação que os tornem necessários. Fora da escola escrevem-se textos dirigidos a interlocutores de fato. Todo texto pertence a um determinado gênero, com uma forma própria, que se pode aprender. Quando entram na escola, os textos que circulam socialmente cumprem um papel modelizador, servindo como fonte de referência, repertório textual, suporte da atividade intertextual. A diversidade textual que existe fora da escola pode e deve estar a serviço da expansão do conhecimento letrado do aluno.” (BRASIL, 1997, vol. 2, p. 34)

No trabalho com alfabetização, o educador pode levar para a sala de aula a diversidade textual existente em nossa sociedade e desenvolver uma prática pedagógica a partir de textos que circulam socialmente. O trabalho com gêneros textuais permite que se faça a relação entre as diferentes áreas do conhecimento, sendo a atividade contextualizada e significativa para o aluno, o que contribui para o aprendizado e a aplicação da escrita e da leitura. A fala de um aluno, um

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acontecimento narrado, um fato vivido pelo grupo, pode ser transformado em texto escrito e esse processo favorece a alfabetização e o letramento. Segundo SCHNEUWLY e DOLZ (2004, p. 75), “Do ponto de vista do uso e da aprendizagem, o gênero pode, assim, ser considerado um megainstrumento que favorece um suporte para a atividade nas situações de comunicação, e uma referência para os aprendizes”. Cabe à escola garantir o acesso desses alunos à maior diversidade possível de textos, proporcionando a habilidade de lidar com os mesmos no cotidiano e cabe ao educador, conhecer a sua turma e selecionar os gêneros mais adequados aos interesses e necessidades do grupo. No ano de 2005, atuando como professora do Curso de EJA (C.E.J.A.), no Centro de Educação Popular “Paulo Freire”, da Secretaria Municipal de Educação de Lins/ SP, escolhi a literatura de cordel como um dos instrumentos pedagógicos a serem utilizados nas turmas de alfabetização. A grande maioria dos alunos era de origem nordestina. Em nossas conversas, falavam muito sobre a terra natal, os hábitos, os costumes, relembravam as festas, enfim, referiam-se sempre às suas origens, suas raízes. A literatura de cordel era algo já conhecido de alguns alunos, algo próximo de sua realidade, já fazia parte de seu contexto de vida.

“A poesia é a forma literária em que a beleza da linguagem é mais intensamente evidenciada. Sua configuração é diferente da prosa: normalmente há versos, estrofes e mais espaços em branco. É um texto para ser lido em voz alta, por causa de sua sonoridade. Poesias são excelentes textos para mostrar aos alunos a força da linguagem figurada, a beleza dos sons e do ritmo das palavras. Na poesia, há jogos de significados que se abrem a diferentes interpretações, provocam diferentes associações e emoções.” (RIBEIRO, 1999, p. 77)

O cordel é um tipo de poesia popular, originalmente oral, mas que depois, passou a ser impressa em folhetos rústicos. Os poemas são ilustrados com xilogravuras, o mesmo estilo de gravura usado para compor as capas. São escritos de forma rimada, sendo mais comuns estrofes formadas por seis, oito ou dez versos. Produção típica do Nordeste brasileiro, costumava ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Hoje, já se faz presente em outras regiões do Brasil e é comercializada em feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos cordelistas. Seus temas são bem variados e falam de acontecimentos do cotidiano, fatos históricos, lendas, mitos, problemas sociais, religião e outros. Qualquer assunto ou acontecimento pode ser transformado em literatura de cordel.

“... incorporar os saberes de origem popular ao conhecimento acadêmico é uma necessidade cada vez mais premente, na medida em que, contemporaneamente, há uma estreita relação entre a valoração da experiência de vida de cada indivíduo com o processo ensino-aprendizagem e a democratização do saber. Ainda mais se tomarmos como referência a cultura brasileira e sua multiplicidade de manifestações artísticas e culturais”. (SILVA, 2008, p.41)

Assim, é possível desenvolver um trabalho interdisciplinar e transdisciplinar, escrevendo sobre diversos temas, unindo a Língua Portuguesa às outras áreas do conhecimento. Os alunos têm a possibilidade de desenvolver habilidades como a observação, e enquanto observadores do mundo, do meio social em que vivem, transformar essas observações em versos e rimas.

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Lins, 17 – 21 de outubro de 2011

METODOLOGIA

A grande maioria dos alunos eram de origem nordestina. Em nossas conversas, falavam muito sobre a terra natal, os hábitos, os costumes, relembravam as festas, enfim, referiam-se sempre às suas origens, suas raízes.

“... incorporar os saberes de origem popular ao conhecimento acadêmico é uma necessidade cada vez mais premente, na medida em que, contemporaneamente, há uma estreita relação entre a valoração da experiência de vida de cada indivíduo com o processo ensino-aprendizagem e a democratização do saber. Ainda mais se tomarmos como referência a cultura brasileira e sua multiplicidade de manifestações artísticas e culturais”. (SILVA, 2008, p.41)

A literatura de cordel era algo já conhecido de alguns alunos, algo próximo de sua realidade, já fazia parte de seu contexto de vida. Durante todo o meu trabalho docente, fez parte da rotina pedagógica a leitura diária feita pelo professor. A cada dia era levado para a sala de aula um texto diferente que era lido para os alunos: notícia de jornal, metáforas, lendas, fábulas, poesias, piadas, adivinhas, reportagens, folheto informativo e muitos outros. Entre estes, estava também a literatura de cordel. Eu levava os folhetos de cordel, lia para os alunos e mostrava como era esse tipo de literatura. Entre um cordel e outro, eu fui comentando com eles sobre o trabalho realizado por mim e por outros alunos em anos anteriores. Os cordeis lidos eram produções dos ex-alunos e também de cordelistas brasileiros famosos. Esse trabalho de apresentação do cordel aos alunos foi realizado durante os meses de março e abril. Depois de várias leituras, de entrar em contato com diversos folhetos de cordel, a vontade de propor aos alunos que tentássemos escrever nossos próprios cordeis era grande. Porém, era necessário encontrar o momento certo, uma forte motivação. No final do mês de abril, dentre as comemorações pelo aniversário da cidade, todos os alunos do C.E.J.A. foram convidados a se aventurar e participar de um passeio pela Trilha Ecológica do Barbosinha, um projeto de preservação histórico e ambiental do município de Lins. O passeio aconteceu num sábado pela manhã. Os alunos que participaram ficaram maravilhados, se divertiram, aprenderam e retornaram extasiados. Na segunda-feira, ao chegarmos para a aula, o assunto predominante não poderia ser outro. Os alunos só falavam do passeio, riam dos fatos engraçados, relembravam cada momento e brincavam com os que não participaram, dizendo o quanto eles haviam perdido. Na terça-feira, o fato se repetiu. Os alunos continuaram a falar do passeio. A todo momento lembravam de algo e comentavam. Pronto! Havia chegado a hora certa de propor a escrita de um cordel.

“Por ser um texto que pode dizer muito em poucas palavras, em que os sons das palavras são um fato marcante, a poesia é um texto excelente para ser trabalhado com alunos em processo de alfabetização. A linguagem poética está presente na literatura popular, nos versos, nos cordéis e nas letras das canções; é bastante familiar aos alunos, oferecendo uma boa ponte entre a cultura oral e a escrita.” (RIBEIRO, 1999, p.78)

A primeira reação foi de susto. Mas, depois de muita conversa, acabaram concordando em fazer uma produção coletiva, tendo a professora como escriba.

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Levei algumas fotos do passeio para todos verem e ajudar os alunos que não participaram (que foram poucos) a terem uma ideia de como é a trilha. Relembrei alguns conceitos já vistos durante as leituras nos meses de março e abril, como estrofes, versos e rimas. Optamos por trabalhar com as Quadras, estrofes compostas por quatro versos e cujas rimas seguem a estrutura ABAB, ou seja, o segundo verso sempre deveria rimar com o último. Assim, escolhemos o título do cordel: “Trilha Ecológica do Barbosinha”. Para escrever a primeira estrofe levamos bastante tempo, as ideias não vinham à mente, os alunos ainda estavam receosos. Fui conversando, pedindo que lembrassem o início do passeio, como tudo começou e por esses fatos começaríamos o nosso cordel. Um falava um verso, outro tentava melhorar, outro dava mais um palpite, até que escrevemos os primeiros versos. Os alunos demonstraram ter gostado da experiência e perceberam que tudo o que estavam contando oralmente poderia também ser contado por escrito, em forma de cordel. Todos puderam contribuir formulando os versos, sugerindo rimas, repensando e reformulando os versos para passar a mensagem da melhor forma possível. Assim, ao mesmo tempo em que produzíamos os textos, fazíamos análise linguística, pensando em como se escreve determinada palavra, que letras deveríamos usar para outra, onde colocar pontuação e qual o tipo mais adequado e muitas outras questões metalinguísticas. A escrita do primeiro cordel foi uma tarefa difícil para o grupo, porém prazerosa. Todos se orgulharam do texto pronto, ficaram com uma cópia e constantemente algum aluno se referia a ele durante as aulas. Isso me deu a certeza de que deveria persistir na proposta e instigá-los a se arriscarem na escrita de novos cordeis. Continuando com a metodologia de produção coletiva, tendo a professora como escriba, a escrita de mais cordeis e suas temáticas permitiram a realização de um trabalho interdisciplinar e transdisciplinar.

“... alfabetização é mais que o simples domínio mecânico de técnicas para escrever e ler. Com efeito, ela é o domínio dessas técnicas em termos conscientes. É entender o que se lê e escrever o que se entende (...) Implica uma autoformação da qual pode resultar uma postura atuante do homem sobre seu contexto. Por isso a alfabetização não pode se fazer de cima para baixo, nem de fora para dentro, como uma doação ou uma exposição, mas de dentro para fora do próprio analfabeto, apenas ajustado pelo educador. Isto faz com que o papel do educador seja fundamentalmente dialogar com o analfabeto sobre situações concretas, oferecendo-lhe os meios com os quais possa se alfabetizar.” (FREIRE, 1979, p.72)

Assim sendo, utilizamos os mesmos procedimentos da primeira experiência e, partindo de acontecimentos e/ou assuntos marcantes para o grupo, significativos, escrevemos os demais cordeis ao longo do ano. Dialogando sobre esses fatos, pensamos nos títulos, nos versos, nas rimas, fizemos análise e reflexão sobre a língua e escrevemos mais cinco cordeis: “Festa Junina do C.E.J.A.”, “Mãe Natureza”, “A sala de aula do Jardim Primavera”, “Lins de hoje” e “Cordel do C.E.J.A. do Jardim Primavera”.

RESULTADOS E DISCUSSÕES Não sei se posso ousar chamá-los de cordeis autênticos, afinal não era nossa intenção nos tornarmos cordelistas profissionais. Apenas nos atrevemos e nos

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arriscamos nesta arte literária buscando a ampliação das competências leitora e escritora. Mas, são os “nossos cordeis”. E os seis cordeis produzidos pelos alunos acabaram formando um livreto com o título “Literatura de Cordel”. Os livretos já prontos foram expostos na FESTEJA – Festa e Exposição Sociocultural e Tecnologias da EJA, realizada na escola no final do ano, e distribuídos aos alunos e visitantes. A literatura de cordel trouxe uma grande contribuição para o progresso dos alunos, no processo ensino aprendizagem, no desenvolvimento da criticidade, da observação e da capacidade de análise da própria realidade concreta, levando-os a fazer uma leitura do mundo, inclusive aqueles que ainda não faziam a leitura da palavra. No fazer pedagógico, fomos aprendendo juntos, tomando consciência juntos, da realidade, do gosto pelo escrever, das vivências e experiências, da riqueza existente na cultura popular e da imensa contribuição que esta pode oferecer à Educação de Jovens e Adultos.

REFERÊNCIAS ALMEIDA, Geraldo Peçanha de. A produção de textos nas séries iniciais: desenvolvendo as competências da escrita. 3.ed. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2007. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. Brasília: Ministério da Educação e do Desporto, 1997. Vol. 2. FREIRE, Paulo. Educação de Adultos: algumas reflexões. In: GADOTTI, Moacir. ROMÃO, José E. (orgs.). Educação de Jovens e Adultos: teoria, prática e proposta. 6.ed. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2003. _______. Educação e mudança. trad. Moacir Gadotti e Lilian Lopes Martin. 21.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. _______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 3.ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. RIBEIRO, Vera Maria Masagão (coord.). Educação para jovens e adultos: ensino fundamental: proposta curricular - 1º segmento. São Paulo: Ação Educativa: Brasília: MEC, 1999. SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim et al. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004. SILVA, René Marc da Costa. Cultura Popular e Educação – Salto para o futuro. Brasília: MEC, 2008. HTTP:// pt.wikipedia.org/wiki/literatura_de_cordel. HTTP://www.ablc.com.br