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PRÉ-VESTIBULAR LIVRO DO PROFESSOR LITERATURA Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

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PRÉ-VESTIBULARLIVRO DO PROFESSOR

LITERATURA

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© 2006-2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

Produção Projeto e Desenvolvimento Pedagógico

Disciplinas Autores

Língua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales Márcio F. Santiago Calixto Rita de Fátima BezerraLiteratura Fábio D’Ávila Danton Pedro dos SantosMatemática Feres Fares Haroldo Costa Silva Filho Jayme Andrade Neto Renato Caldas Madeira Rodrigo Piracicaba CostaFísica Cleber Ribeiro Marco Antonio Noronha Vitor M. SaquetteQuímica Edson Costa P. da Cruz Fernanda BarbosaBiologia Fernando Pimentel Hélio Apostolo Rogério FernandesHistória Jefferson dos Santos da Silva Marcelo Piccinini Rafael F. de Menezes Rogério de Sousa Gonçalves Vanessa SilvaGeografia DuarteA.R.Vieira Enilson F. Venâncio Felipe Silveira de Souza Fernando Mousquer

I229 IESDE Brasil S.A. / Pré-vestibular / IESDE Brasil S.A. — Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2008. [Livro do Professor]

360 p.

ISBN: 978-85-387-0573-4

1. Pré-vestibular. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título.

CDD 370.71

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Parnasianismo e simbolismo

brasileiro

O Parnasianismo é o Realismo na poesia, con-tudo, há uma diferença essencial entre essas duas estéticas. Enquanto os prosadores realistas preocu-pavam-se em criticar a sociedade na qual estavam inseridos, os parnasianos se mantinham à parte das questões sociais. O objetivo era simplesmente a perfeição formal e temática.

A perfeição formal estava relacionada à constru-ção exata, milimétrica da forma poética e a objetivi-dade temática era a busca da demonstração de uma poesia emocionalmente equilibrada, negando toda e qualquer forma de sentimentalismo. Percebe-se, então, que o Parnasianismo, por ser uma estética artística vinculada ao Realismo, também nega o Romantismo.

O Parnasianismo começa no Brasil em 1882 e tem como principais nomes Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac.

Por que “Parnasianismo”?O nome Parnasianismo utilizado no Brasil surgiu

devido ao fato de nossos poetas terem se inspirado nas poesias da coletânea francesa Parnasse Contem-porain, composta por poemas de alguns poetas como Leconte de Lisle, Téophile Gautier e Banville.

Parnaso é um monte que está situado na Gré-cia, mais especificamente em Delfos (Grécia central, ao norte da região do Peloponeso e à noroeste de Atenas). Lá se encontravam as Musas Délficas, que dançavam e cantavam acompanhadas por Apolo, o seu líder. Tais musas moravam geralmente próximas a riachos e fontes. Seus pais eram Zeus e Mnemosine ou Urano e Gaia.

Características

Arte pela arteA literatura parnasiana não se preocupava com

as questões sociais do contexto em que se inseria. Buscava-se somente a perfeição da forma a ser elaborada. Almejava-se a imitação perfeita do objeto tratado, por esse motivo vemos nas poesias parna-sianas um excesso descritivista na intenção de criar um objeto literário nítido.

EsteticismoPor esse termo entende-se culto da forma. Tal

característica revela-se na aplicação rígida de alguns recursos estilísticos:

Rima rica

Consiste em estabelecer rimas entre termos de classes gramaticais diferentes, (um verbo rimando com um adjetivo, um substantivo com um advérbio, um substantivo com um adjetivo) como nos termos destacados neste trecho de um poema de Alberto de Oliveira:

Quando a valsa acabou, veio à janela, (subs-tantivo)

Sentou-se. O leque abriu. Sorria e arfava

Eu, viração da noite, a essa hora entrava

E estaquei, vendo-a decotada e bela. (ad-jetivo)

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Metrificação

Todos os poemas parnasianos possuem uma métrica definida, pois era uma das maneiras de se atingir a tão visada perfeição. Muitos desses poemas foram escritos em verso alexandrino (doze sílabas poéticas) e em versos decassílabos. Leia este trecho de “A cavalgada”, de Raimundo Correia, e observe que todos os versos possuem o mesmo número de sílabas: dez.

São / fi /dal /gos / que / vol /tam / da / ca /ça /da;

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Vêm / a /le /gres ,/ vêm / rin /do, / vêm / can /tan /do,

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

E as / trom /pas / a / so /ar / vão / a /gi /tan /do

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

O / re / man / so / da / noi / te em / bal / sa / ma / da...

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Soneto e chave de ouro

O soneto foi a forma poética mais produtiva no Parnasianismo. Ele é formado por dois quartetos e dois tercetos. Sendo o último verso, geralmente, uma chave-de-ouro, que é o final de efeito, no qual se revela a mensagem plena da poesia, a sua síntese. Veja este soneto de Olavo Bilac:

Música Brasileira

Tens, às vezes, o fogo soberano

Do amor: encerras na cadência, acesa

Em requebros e encanto de impureza,

Todo o feitiço do pecado humano.

Mas, sobre essa volúpia, erra a tristeza

Dos desertos, das matas e do oceano:

Bárbara poracé, banzo africano,

E soluços de trova portuguesa.

És samba e jongo, xiba e fado, cujos

Acordes são desejos e orfandades

De selvagens, cativos e marujos:

E em nostalgias e paixões consistes,

Lasciva dor, beijo de três saudades,

Flor amorosa de três raças tristes.

RacionalismoPara conseguir atingir a objetividade, a clare-

za, a imparcialidade e a impassibilidade, o poeta parnasiano constrói sua poesia através da razão. Dessa forma, busca-se transmitir ao leitor, harmonia e equilíbrio na forma e no tema.

Cultura greco-latinaA cultura greco-latina é recuperada no Parna-

sianismo em dois aspectos. O primeiro é quanto à utilização de temas recorrentes à cultura clássica, à sua mitologia; e o segundo refere-se aos preceitos de harmonia e equilíbrio herdados dessa cultura.

UniversalismoO poeta parnasiano busca atingir valores es-

téticos e morais que alcancem o perene, o eterno, o absoluto. Como os prosadores realistas, também buscavam a criação da obra atemporal.

Desvinculação da crítica socialNa arte parnasiana, a poesia está liberta de

qualquer finalidade utilitária. O poema possui seu valor em si mesmo, em sua perfeição formal e temá-tica, e não no seu assunto. Não há vínculos com as questões sociais da época. Os poetas parnasianos mantêm sua poesia à parte do contexto ao qual estão inseridos. Em vista disso, teremos diversas poesias em que se descreve um determinado objeto ou uma determinada cena.

Parnasianismo no BrasilO Parnasianismo começa no Brasil no ano de

1882, com a publicação de Fanfarras, de Teófilo Dias.

Os poetas parnasianos afastaram-se totalmente dos problemas existentes no Brasil. Fecharam seus olhos para todos os aspectos negativos de seu país. Acabaram tentando imitar o estilo de vida das gran-des metrópoles europeias, como Paris, vivendo em um contexto artificial que buscava reproduzir a Belle Époque europeia, uma vida de luxos.

No Parnasianismo, o que se vê é a tentativa de criar um mundo à parte do contexto em que surge. Nega-se a pobreza, a sujeira, a miséria de um povo num país subdesenvolvido.

Tal estética e sua ideologia irão perdurar até 1922, quando temos uma virada na Literatura Brasi-leira: A Semana de Arte Moderna.

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Autores e obrasOs principais escritores do Parnasianismo são

Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac. Eles formam a chamada Tríade Parnasiana.

Alberto de OliveiraAntônio Mariano Alberto de Oliveira nasceu

em Palmital de Saquarema (RJ) no ano de 1857. Formou-se em Farmácia em 1883. Ao longo de sua vida exerceu funções públicas como a de diretor geral da Instrução. Em 1897 torna-se o fundador da cadeira número oito da Academia Brasileira de Letras. Falece em 1937.

Suas principais obras são Meridionais (1884) e Versos e Rimas (1895).

Características e temas

Alberto de Oliveira é dos escritores parnasianos o que mais rigidamente seguiu os preceitos da estética vigente. Sua obra se caracteriza por um total descom-promisso com a realidade.

Seus poemas centram-se em reproduzir objetos de arte e a natureza, em alguns temos também a descrição da figura feminina. Leia Vaso Chinês.

Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,

Casualmente, uma vez, de um perfumado

Contador sobre o mármor luzidio,

Entre um leque e o começo de um bordado.

Fino artista chinês, enamorado,

Nele pusera o coração doentio

Em rubras flores de um sutil lavrado,

Na tinta ardente de um calor sombrio.

Mas, talvez por contraste à desventura,

Quem o sabe?... de um velho mandarim

Também lá estava a singular figura.

Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a,

Sentia um não sei quê com aquele chim

De olhos cortados à feição de amêndoa.

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lico.

Percebe-se em sua obra uma concepção estética daquilo a ser retratado. Outra obra desse “parnasia-no ortodoxo”:

O Muro

É um velho paredão, todo gretado,

Roto e negro, a que o tempo uma oferenda

Deixou num cacto em flor ensanguentado

E num pouco de musgo em cada fenda.

Serve muito de encerro a uma vivenda;

Protegê-la e guardá-la é seu cuidado;

Talvez consigo esta missão compreenda,

Sempre em seu posto, firme e alevantado.

Horas mortas, a lua o véu desata,

E em cheio brilha; a solidão se estrela

Toda de um vago cintilar de prata;

E o velho muro, alta a parede nua,

Olha em redor, espreita a sombra, e vela,

Entre os beijos e lágrimas da lua.

Raimundo CorreiaRaimundo da Mota

Azevedo Correia nasceu na costa litorânea do Ma-ranhão, a bordo de um barco no ano de 1859. Es-tudou Direito em São Paulo, tornando-se bacharel em 1882. Na década de 1890, dedicou-se à vida diplomá-tica. Foi um dos fundadores da ABL (cadeira n.° 5). Fa-

lece em Paris, no ano de 1911.

Suas principais obras são: Sinfonias (1883) e Aleluias (1891).

Características e temas

Além dos temas convencionais como a des-crição de objetos e sua perfeição formal, a cultura clássica e a descrição da natureza temos um traço característico na poesia de Raimundo Correia: a po-esia filosófica ou meditativa.

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Mal Secreto

Se a cólera que espuma, a dor que mora

N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,

Tudo o que punge, tudo o que devora

O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse, o espírito que chora,

Ver através da máscara da face,

Quanta gente, talvez, que inveja agora

Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigo

Guarda um atroz, recôndito inimigo,

Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez existe,

Cuja ventura única consiste

Em parecer aos outros venturosa!

No poema visto, encontramos versos que ex-pressam melancolia e tristeza frente à vida. O poeta toma uma postura existencial de desilusão de perda dos sonhos.

As pombas

Vai-se a primeira pomba despertada...

Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas

De pombas vão-se dos pombais, apenas

Raia, sanguínea e fresca, a madrugada...

E à tarde quando a rígida nortada

Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,

Ruflando as asas, sacudindo as penas,

Voltam todas em bando e revoada...

Também dos corações onde abotoam,

Os sonhos, céleres voam,

Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam,

Fogem. Mas aos pombais as pombas voltam,

E eles aos corações não voltam mais...

Alguns críticos revelaram a fortíssima influência de alguns escritores franceses na obra de Raimun-do Correia como Gautier e Metastásio. O poema “As Pombas” é quase uma transcrição do poema “Mademoiselle de Maupin”, deste último. Porém, isso não diminui a incrível força lírica dos versos do parnasiano.

Olavo BilacOlavo Brás Martins dos

Guimarães Bilac, nasceu no ano de 1865, na cidade do Rio de Janeiro. Estudou Medicina, porém interrom-peu tal curso e matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, também não concluindo. Dedicou-se à vida jornalística e exerceu funções em cargos públicos

como inspetor escolar do Distrito Federal. Apoiava veementemente o serviço militar obrigatório. Foi eleito o “Príncipe dos Poetas Parnasianos”. Faleceu em 1918.

Suas principais obras são: Poesias (1888) e Tarde (1919).

Características e temas

A obra de Olavo Bilac surge quando o Parnasia-nismo já está fixado como estética artística predo-minante no meio social. Sua obra vem confirmar os preceitos parnasianos: a busca da perfeição formal, a utilização de decassílabos e alexandrinos, a temá-tica greco-latina. Além disso, temos a preocupação constante em aplicar em seus poemas a “chave de ouro”. O poema “Profissão de Fé” é a definição pre-cisa do seu ideal poético e consequentemente a do Parnasianismo. Leia alguns trechos deste poema.

Profissão de Fé

(...)

Invejo o ourives quando escrevo:

Imito o amor

Com que ele, em ouro, o alto relevo

Faz de uma flor.

Imito-o. E, pois, nem de Carrara

A pedra firo:

O alvo cristal, a pedra rara,

O ônix prefiro

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Por isso, corre, por servir-me,

Sobre o papel

A pena, como em prata firme

Corre o cinzel.

(...)

Torce, aprimora, alteia, lima

A frase; e, enfim,

No verso de ouro engasta a rima,

Como um rubim.

Quero a estrofe cristalina,

Dobrada ao jeito

Do ourives, saia da oficina

Sem um defeito.

(...)

Assim procedo. Minha pena

Segue esta norma,

Por te servir, Deusa serena,

Serena Forma!

(...)

O que diferencia e destaca Bilac dos demais for-madores da tríade parnasiana é que foge da impassi-bilidade tão almejada por esta corrente. Suas poesias apresentam um lirismo sentimental e versam sobre o amor, de duas formas: o amor sensual e o amor espiritual. Neste o que se observa é a idealização amorosa e naquele o amor permeado pelo erotismo. Leia o poema XIII de Via Láctea, relacionado ao amor espiritualizado.

Via Láctea – Poema XIII

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo

Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,

Que, para ouvi-las, muita vez desperto

E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto

A via láctea, como pálio aberto,

Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,

Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo!

Que conversas com ela? Que sentido

Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê-las!

Pois só quem ama pode ter ouvido

Capaz de ouvir e entender estrelas.”

Tem-se ainda em sua obra a poesia meditativa, encontrada principalmente nas obras Alma Inquieta e Viagens e a poesia nacionalista. No poema épico O Caçador de Esmeraldas, o poeta exalta a figura do bandeirante Fernão Dias Paes Leme e no livro Tarde se observam descrições que buscam exaltar a terra brasileira. Leia um trecho de O Caçador de Esmeraldas.

Foi em março, ao findar das chuvas, quase à entrada

Do outono, quando a terra, em sede requei-mada,

Bebera longamente as águas da estação,

– Que, em bandeira, buscando esmeraldas e prata,

À frente dos peões filhos da rude mata,

Fernão Dias Paes Leme entrou pelo sertão.

SimbolismoO Simbolismo nasce na Europa, mais especifi-

camente na França, no ano de 1886 com o Manifesto Simbolista, de Jean Moréas, publicado no jornal Le Figaro, como uma oposição ao pensamento lógico-racional originário das teorias cientificistas da metade do século XIX. O que se observa é uma recusa “à con-cepção técnico-analítica do mundo” (Alfredo Bosi).

O simbolista, desconfortável no contexto cul-tural no qual está inserido, descrente das possibili-dades de se apreender a realidade a partir de uma análise objetiva dos fatos – pressuposto positivista –, irá buscar uma outra forma de expressão da realida-de: a introspecção. Esse novo artista não vê sentido na realidade em si mesma, mas no que a sua intuição afirma sobre ela. Para conseguir manifestar estas in-tuições, utilizar-se-á de símbolos originais criados a partir de sua mais profunda e obscura subjetividade: o subconsciente e o inconsciente. Fará uma poesia antiintelectual, não racionalizada na qual construirá imagens e não mais conceitos.

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A partir dessa poesia hermética, destrói-se a poética tradicional. O Simbolismo será o “caminho de abertura” para as estéticas vanguardistas que surgirão no início do século vinte, como o Expressio-nismo e o Surrealismo.

Contexto históricoVemos, no final do século XIX, o decréscimo

da influência das doutrinas racionalistas até então vigentes. O progresso industrial segue a todo vapor comandado pela alta burguesia, que aumenta cada vez mais o seu poder econômico e sua influência política.

Com o progresso industrial tardio de alguns países europeus como Alemanha (unificada em 1870) e Itália (unificada em 1871), a luta por mercados con-sumidores e produtores de matérias-primas cresce, tendo como consequência uma desenfreada disputa por regiões da África: é o neocolonialismo. Voltam-se os olhos também para alguns países asiáticos.

Tais conflitos tornam o fim do século XIX extre-mamente tenso. O começo de desentendimentos en-tre os países europeus acabará servindo de prenúncio para algo muito pior: a Primeira Guerra Mundial.

O Realismo já não é mais capaz de explicar a complexidade desse contexto que vem se constituin-do. Não é mais possível entender a realidade fazendo uma simples análise do objeto (algo exterior), deve-se voltar os olhos ao sujeito E é exatamente isso que o escritor simbolista faz: volta-se a si, fecha os olhos para o mundo para conseguir enxergar o seu âmago, o seu universo interior, a única fonte de respostas para os dramas que o ser humano passa; é o apogeu do símbolo.

Símbolo O símbolo para o escritor simbolista servia como

um meio de traduzir o seu subconsciente e, até mes-mo, o seu inconsciente. Encontra-se aí a justificativa da utilização de imagens como símbolos, pois, para expressar a sua mais íntima subjetividade, faz-se necessário a aplicação de algo que diga mais do que um simples conceito.

Conceitos são percepções objetivas desenvolvi-das a partir de um raciocínio lógico. Já os símbolos são tentativas de exemplificar, através de relações que não seguem uma lógica racionalizada, os sen-timentos e intuições de quem os cria. Portanto, um símbolo fala mais do que um conceito pelo fato de não definir algo exato, preciso, mas, sim, de sugerir sensações e percepções acerca de algo que jamais pode ser definido em conceitos exatos: a emoção (o inconsciente, o subconsciente, as sensações).

Dessa forma, a interpretação de um poema simbolista nunca é única ou objetiva, na medida em que nos fala sobre algo que não tem limites bem estabelecidos. Pode-se dizer que por esse motivo – a extrema subjetividade das poesias – o Simbolismo é a corrente literária do século XIX que mais se aproxima da música (a mais subjetiva das artes).

Características

“Inimiga do ensinamento, da declamação, da falsa sensibilidade, da descrição objetiva, a poesia simbolista procura vestir a Ideia de uma forma sensível.”

(Jean Moréas, em seu manifesto simbolista)

O Simbolismo também pode ser definido como uma estética literária desvinculada de um fim social. A preocupação do poeta centra-se em manifestar suas sensações através de símbolos, não havendo um compromisso utilitário em sua poesia (entenda-se compromisso utilitário como engajamento). O que se evidencia é, como no Parnasianismo, a “arte pela arte”, com a seguinte diferença: enquanto os parna-sianos buscavam a perfeição da forma, os simbolistas buscavam a essência das coisas.

Subjetividade profundaO escritor simbolista mergulha no seu subcons-

ciente e no seu inconsciente para desenvolver suas impressões, expressar sua visão de mundo. Esse subjetivismo não é o mesmo que encontramos no Romantismo, voltado à vida interior mais superficial, expressa a partir do sentimentalismo. A subjetivida-de na poesia simbolista é muito mais profunda, revela o mundo da ilogicidade e do delírio.

“Indefiníveis músicas supremas,

Harmonias da Cor e do Perfume...

Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,

Réquiem do Sol que Dor da Luz resume...”

SugestãoReinventando a linguagem, o artista amplifica

a significação das palavras, atribuindo-lhes novos sentidos. Não há poesia simbolista que passe uma mensagem diretamente, todas são transmitidas a partir da sugestão. No Simbolismo, insinua-se, nunca se é direto ou claro. Há um hermetismo in-

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tencional na significação por parte do artista, que prefere, com essa forma de linguagem, deixar sua obra aberta a mais do que uma interpretação; é o fim do descritivismo parnasiano. Não foi por acaso que o poeta simbolista francês Mallarmé disse:

“Descrever um objeto é suprimir três quar-tos da fruição de um poema, que é feito da felicidade de adivinhar pouco a pouco. Sugerir, eis o sonho.”

MusicalidadeNo Simbolismo construíram-se poemas preocu-

pados com a sonoridade e a musicalidade (atingidas através da aliteração – repetição de fonemas). Visava-se, assim, atingir um maior grau de subjetividade e mistério. A musicalidade servia para potencializar a sugestão da poesia. Paul Verlaine, poeta simbolista, afirmava:

“De la musique avant tout chose.”= “Músi-ca antes de qualquer coisa”

“Vozes veladas, veludosas vozes,

Volúpias dos violões,vozes veladas,

Vagam nos velhos vótices velozes

Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”

Cruz e Sousa

Sublimação e correspodênciasHá uma ânsia por pureza espiritual por parte do

simbolista. Ele busca a todo custo o mundo essen-cial das coisas, livres da materialidade (densa). Tal objetivo só é plenamente alcançado quando a alma se desvencilha do corpo, ou seja, quando a morte chega. Objetos de cor branca e a própria cor branca são usados como símbolos dessa espiritualidade tão ansiada. O simbolista também se utiliza do recurso da sinestesia em seus poemas, estabelecendo cor-respondência entre os diferentes sentidos (olfato com paladar, visão com audição etc.) e construindo correlações inusitadas como a que se pode ler neste trecho:

“Para as Estrelas de cristais gelados

As ânsias e os desejos vão subindo,

Galgando azuis e siderais noivados

De nuvens brancas a amplidão vestindo...”

O Simbolismo no BrasilO Simbolismo, no Brasil, tem seu início em 1893

com a publicação dos livros Missal e Broquéis, de Cruz e Souza, sendo o primeiro de poemas escritos em prosa, e o segundo em versos.

É importante salientar que o Simbolismo foi uma corrente literária que se desenvolveu fora dos grandes centros urbanos do século XIX, localizando-se principalmente nas capitais da Região Sul e em Minas Gerais. Nessa mesma época, nos dois princi-pais centros urbanos e culturais do nosso país – Rio de Janeiro e São Paulo – era o Parnasianismo que estava em alta. Logo, percebe-se que a corrente parnasiana e a corrente simbolista acontecem para-lelamente; entretanto, o Simbolismo surge dez anos depois do aparecimento do Parnasianismo. Ambas têm seu fim com a Semana de Arte Moderna, em 1922. Lembre-se de que o Realismo e o Naturalismo também aconteciam paralelamente às estéticas parnasiana e simbolista.

Os dois principais escritores do Simbolismo no Brasil são Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens.

Autores e obras

Cruz e SousaJoão da Cruz e Souza nas-

ceu em Desterro (atual Florianó-polis), em 1861. Filho de escravos, vem a ter sua família alforriada e é adotado pelo seu “dono”, o marechal Guilherme Xavier de Sousa, que lhe dá o sobrenome e propicia-lhe os estudos. Vai embora de Santa Catarina em

1883, onde havia dirigido o jornal abolicionista Tri-buna Popular. Em 1893, devido ao preconceito racial sofrido muda-se para o Rio de Janeiro, onde se casa com Gavita Rosa Gonçalves. Todos os seus filhos morrem prematuramente e sua mulher enlouquece. Em 1898 morre solitário em Sítio, Minas Gerais, viti-mado pela tuberculose.

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Suas obras principais foram: Broquéis (1893), Missal (1893), Faróis (1900), Últimos Sonetos (1905).

Características e temas

Cruz e Sousa “renova a expressão poética em língua portuguesa” a partir e uma “linguagem revo-lucionária” (Alfredo Bosi).

Sua obra caracteriza-se pela presença da angús-tia e pelo sofrimento humano. O que se observa é a busca de uma “transfiguração”, como o próprio poe-ta fala, entendendo-a como um processo psicológico de sublimação, de busca da essência, de abandono da matéria, de espiritualização. Essa tendência na sua poesia se deve ao fato de ter sofrido imensamente na sua vida, fazendo com que procurasse, assim, algo de bom fora de sua biografia de derrotas. O poeta vence pela arte.

O ser que é ser e jamais vascila

Nas guerras imortais entra sem susto

Leva consigo este brasão augusto

Do grande amor, da grande fé tranquila.

Os abismos carnais da triste argila

Ele os vence sem ânsia e sem custo

Fica sereno, num sorriso justo,

Enquanto tudo em derredor oscila

Ondas interiores de grandeza

Dão esta glória em frente à Natureza

Esse esplendor, todo esse largo eflúvio

O ser que é ser transforma tudo em flores

E para ironizar as próprias dores

Canta por entre as águas do Dilúvio.

Percebe-se também a angústia sexual, que também é sublimada, tornando-se uma idealização platônica (segundo o crítico Alfredo Bosi). Leia o poema “Lésbia”:

Outras características fundamentais da poesia de Cruz e Sousa são a musicalidade, atingida através da aliteração e repetição intencional de palavras; a obsessão pelo branco, relacionada a ideia de pure-za e espiritualidade; a utilização de palavras raras e palavras com inicial maiúscula, buscando o valor absoluto e universal que a palavra passa; e a sines-tesia. Encontramos todos esse aspectos no poema “Antífona”, uma espécie de poética do Simbolismo.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Nesse lábio mordente e convulsivo,

Ri, ri, risadas de expressão violenta

O Amor, trágico e triste, e passa, lenta,

A morte, o espasmo gélido, aflitivo...

Lésbia nervosa, fascinante e doente,

Cruel e demoníaca serpente

Das flamejantes atrações do gozo.

Ó Formas alvas, brancas, Formas claras

De luares , de neves, de neblinas!...

Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...

Incensos dos turíbulos das aras...

Formas do Amor, constelarmente puras,

De Virgens e de Santas vaporosas...

Brilhos errantes, mádidas frescuras

E dolências de lírios e de rosas...

Indefiníveis músicas supremas,

Harmonias da Cor e do Perfume...

Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,

Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...

Visões, salmos e cânticos serenos,

Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes...

Dormências de volúpicos venenos

Sutis e suaves, mórbidos, radiantes...

Infinitos espíritos dispersos,

Inefáveis, edênicos, aéreos,

Fecundai o Mistério destes versos

Com a chama ideal de todos os mistérios.

Do sonho as mais azuis diafaneidades

Que fuljam, que na Estrofe se levantem

E as emoções, todas as castidades

Da alma do Verso, pelos versos cantem.

Que o pólen de ouro dos mais finos astros

Fecunde e inflame a rima clara e ardente...

Que brilhe a correção dos alabastros

Sonoramente, luminosamente.

Forças originais, essência, graça

De carnes de mulher, delicadezas...

Todo esse eflúvio que por ondas passa

Do Éter nas róseas e áureas correntezas...

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Alphonsus de GuimaraensAfonso Henriques da

Costa Guimarães nasceu em Ouro Preto, no ano de 1870. Em 1888, morreu prematuramente sua noiva Constança, que foi tema permanente de sua obra. Estudou Direito em São Paulo, voltando depois de formado a Mariana, Minas Gerais, para exercer o cargo de juiz. Casou-se em 1897, tornou-se pai de

14 filhos. Faleceu em 1921.

Suas principais obras são: Septenário das Dores de Nossa Senhora (1899), Dona Mística (1899), Kyriale (1902) e Pauvre Lyre (1921).

Características e temas

A obra de Alphonsus de Guimaraens tem como tema único a morte da amada. Desse tema-base sur-girão outras temáticas como o misticismo religioso (voltado à liturgia católica) e o amor transcendente e espiritualizado, como uma fuga ao seu sofrimento. A morte, em seus poemas, apresenta-se como uma forma de sublimação numa tentativa de aproximar-se de sua amada, tratada de forma idealizada – “plato-nismo místico”.

Dom

ínio

púb

lico.

Cristais diluídos de clarões alacres,

Desejos, vibrações, ânsias, alentos,

Fulvas victórias, triunfamentos acres,

Os mais estranhos estremecimentos...

Flores negras do tédio e flores vagas

De amores vãos, tantálicos, doentios...

Fundas vermelhidões de velhas chagas

Em sangue, abertas, escorrendo em rios...

Tudo! Vivo e nervosos e quente e forte,

Nos turbilhões quiméricos do Sonho,

Passe, cantando, ante o perfil medonho

E o tropel cabalístico da Morte...

Temos ainda o importante poema “Litania dos Pobres”, uma poesia de denúncia social, que faz com que o Simbolismo não seja uma arte totalmente des-vinculada da questão social. Leia alguns trechos:

Os miseráveis, os rotos

São as flores dos esgotos.

São espectros implacáveis

os rotos, os miseráveis.

São prantos negros de furnas

Caladas, mudas, soturnas.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

As sombras das sombras mortas,

Cegos a tatear nas portas.

Procurando o céu, aflitos

e varando o céu de gritos.

Faróis à noite apagados

Por ventos desesperados.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Bandeiras rotas, sem nome,

Das barricadas da fome.

Bandeiras estraçalhadas

Das sangrentas barricadas.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Ó pobres! o vosso bando

É tremendo, é formidando!

Ele já marcha crescendo,

O vosso bando tremendo...

Hão de chorar por ela os cinamomos

Murchando as flores ao tombar do dia

Dos laranjais hão de cair os pomos

Lembrando-se daquela que os colhia.

As estrelas dirão: - “Ai, nada somos,

Pois ela se morreu silente e fria...”

E pondo os olhos nela como pomos,

Hão de chorar a irmã que lhes sorria.

A lua que lhe foi mãe carinhosa

Que a viu nascer e amar, há de envolvê-la

Entre lírios e pétalas de rosa.

Os meus sonhos de amor serão defuntos

E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,

Pensando em mim: - “Por que não vieram juntos?”

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Seus poemas revelam uma atmosfera noturna, lunar. O sofrimento é um aspecto característico de sua obra. O crítico Alfredo Bosi define Alphonsus como um poeta “fluido e depressivo”. Observa-se também a figura de Nossa Senhora, no livro Septe-nário das Dores de Nossa Senhora.

Utilizou-se muito da redondilha e do soneto decassílabo, seus versos possuem grande poder de sugestão devido à forte musicalidade presente.

Vamos ler alguns de seus principais poemas.

O astro glorioso segue a eterna estrada.

Uma áurea seta lhe cintila em cada

Refulgente raio de luz.

A catedral ebúrnea do meu sonho,

Onde os meus olhos tão cansados ponho,

Recebe a bênção de Jesus.

E o sino clama em lúgubres responsos:

“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”

Por entre lírios e lilases desce

A tarde esquiva: amargurada prece

Põe-se a lua a rezar.

A catedral ebúrnea do meu sonho

Aparece na paz do céu tristonho

Toda branca de luar.

E o sino chora em lúgubres responsos:

“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”

O céu é todo trevas: o vento uiva.

Do relâmpago a cabeleira ruiva

Vem açoitar o rosto meu.

A catedral ebúrnea do meu sonho

Afunda-se no caos do céu medonho

Como um astro que já morreu.

E o sino geme em lúgubres responsos:

“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”

Ismália

Quando Ismália enlouqueceu,

Pôs-se na torre a sonhar...

Viu uma lua no céu,

Viu uma lua no mar.

No sonho em que se perdeu

Banhou-se toda em luar...

Queria subir ao céu,

Queria descer ao mar...

E, no desvario seu

Na torre pôs-se a cantar...

Estava perto do céu,

Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu

As asas para voar...

Queria a lua do céu,

Queria a lua do mar...

Nesse poema elegíaco temos a lembrança da amada morta (Constança), na figura de Ismália.

A Catedral

Entre brumas ao longe surge a aurora,

O hialino orvalho aos poucos se evapora,

Agoniza o arrebol.

A catedral ebúrnea do meu sonho

Aparece na paz do céu risonho

Toda branca de sol.

E o sino canta em lúgubres responsos:

“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”

Pode-se observar nesse poema uma das ca-racterísticas principais da poesia de Alphonsus: a musicalidade. Além da repetição de fonemas, o poeta utiliza a repetição de frases, dando o efeito do som de sinos no refrão “Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”

(UFMS) Rimas ricas, métrica rigorosa, trabalho artesanal 1. com a linguagem, vocabulário requintado – eis algumas das características da poesia:

cultivada por Casimiro de Abreu.a)

em que se afirmou Oswald de Andrade.b)

contra a qual se voltou Olavo Bilac.c)

vinculada à estética do Realismo.d)

centrada nos temas bucólicos.e)

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Solução: ` D

O Parnasianismo no Brasil é a poesia do Realismo, po-rém há uma importante diferença entre os realistas e os parnasianos. Enquanto aqueles criavam a obra artística a fim de estabelecer uma determinada crítica à sociedade com o fim de reformá-la, estes fechavam seus olhos para o mundo e criavam uma arte desvinculada das questões sociais da época. Lembre-se que tanto Realismo como Parnasianismo acontecem no mesmo período histórico.

(Elite) Conforme visto neste módulo, os parnasianos 2. tiveram forte influência da cultura clássica em suas poesias.

Leia e responda.

A Grécia em seu período arcaico foi palco de grandes transformações. Uma delas foi a passagem do mythos ao logos: em outras palavras, da forma de pensar baseada nos mitos ao pensamento racional (logos). Por muito tempo, vários estudiosos atribuíram o advento do pensamento filosófico, independente das explicações religiosas (mitológicas) ao milagre grego. Isto é, o que ocorrera entre os gregos seria algo tão único que não haveria uma explicação para o seu surgimento. Porém, esta proposição de milagre é contestada por muitos historiadores. Acredita-se hoje que o advento da filosofia está calcado nas condições históricas vividas pelos gregos do período arcaico.

Com base no que foi comentado anteriormente, responda:

Quais as transformações ocorridas no período arcaico foram responsáveis pelo surgimento do pensamento racional?

Solução: `

A escrita, desenvolvimento do comércio (fazendo com que os valores aristocráticos declinassem em favor de novos hábitos de camadas em ascensão, os comercian-tes), a codificação das leis juntamente com a formação da cidade-Estado (em conjunto, desenvolvem a noção de indivíduo enquanto homem, com a autonomia de seu destino, agora este não estar mais dependente dos deu-ses); com isso, a discussão sobre as coisas é incentivada, dando margem ao desenvolvimento da filosofia.

(Covest) Assinale:3.

“Infinitos espíritos diversos,

Inefáveis, edênicos, aéreos,

Fecundai o Mistério destes versos

Com a chama ideal de todos os mistérios.”

Pelas características que apresenta é um texto sim-I. bolista.

Opõe-se ao Naturalismo e ao Parnasianismo, valori-II. zando uma realidade subjetiva, metafísica, espiritual.

Possui em comum com o Parnasianismo o apuro III. formal.

se apenas a informação I for correta.a)

se apenas a II for correta. b)

se apenas a I e a II forem corretasc)

se apenas a II e a III forem corretas.d)

se todas estiverem corretas. e)

Solução: ` E

A afirmativa I está correta pelo fato de o trecho apresentar características típicas de um poema simbolista como a aliteração, que proporciona o efeito de musicalidade. A afirmativa II também está correta, pois temos um cará-ter místico-espiritual no poema, as palavras “infinitos”, “inefáveis”, “aéreos”, “Mistérios” escrito com letra maiús-cula (sinal de algo absoluto) confirmam tal caráter. Este aspecto espiritual vai de encontro aos valores pregados pelas estéticas naturalista e parnasiana.

(Elite) Cite o nome de dois importantes pintores e de 4. um importante músico simbolista/impressionista. Faça um breve comentário sobre suas obras.

Solução: `

No campo da pintura, dois nomes encontram-se no mais alto nível da pintura simbolista, desenvolvida na transição do século XIX para o século XX, são eles: Paul Gaughin e Odilon Redon.

Paul Gaughin (1848-1903) caracteriza-se por pintar seus quadros sem a preocupação com a perspectiva. Outro traço da obra de Gaughin é o contorno em cor preta que faz nas suas figuras.

O Carteiro, de Gaughin.

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Odilon Redon (1840-1916) começou produzindo qua-dros em preto e branco, vindo somente depois aderir às cores. Possui um repertório inusitado de figuras como insetos, plantas com cabeças humanas e estranhas criaturas.

Olhos Fechados, de Redon.

Dom

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lico.

Na música, um nome que merece destaque é o do fran-cês Claude Debussy (1862–1918), que inovou no campo da harmonia e da estrutura musicais, aproximando-se dos ideais de arte almejados pelos escritores simbolistas.

(UEL) Em seus poemas mais representativos, os poetas 1. parnasianos cultivavam:

a simplicidade da natureza, a musicalidade das pa-a) lavras doces e a confissão dos sentimentos.

o vocabulário raro, a metrificação impecável e as b) rimas preciosas.

o jogo de antíteses, a angústia da divisão psicológi-c) ca e o tema da vida efêmera.

o verso livre, a rima apenas ocasional e os temas d) diretamente ligados ao cotidiano.

a retórica da indignação e do protesto, a participa-e) ção política e os temas sociais.

(Fesp) A designação “arte pela arte” aplica-se a que 2. tipo de tendência?

Conceptista.a)

Cultista.b)

Parnasiana.c)

Romântica.d)

Modernista.e)

(CUFSA-SP) Poemas como “Anoitecer” e “A Cavalgada”, 3. de Raimundo Correia, ou “Vaso Chinês” e “Vaso Grego”, de Alberto de Oliveira, exemplificam uma feição típica do Parnasianismo. É ela:

descritivismo.a)

pendor filosofante.b)

a preocupação com temas particulares e indivi-c) duais.

a valorização da Antiguidade greco-latina.d)

a expressão indireta do autor.e)

(UM-SP) Assinale a alternativa que não se aplica à 4. estética parnasiana.

Predomínio da forma sobre o conteúdo.a)

Tentativa de superar o sentimento romântico.b)

Constante presença da temática da morte.c)

Correta linguagem, fundamentada nos princípios d) dos clássicos.

Predileção pelos gêneros fixos, valorizando o sone-e) to.

(PUC-Rio) É incorreto afirmar que no Parnasianismo:5.

a natureza é apresentada objetivamente.a)

a disposição dos elementos naturais (árvores, es-b) trelas, céu, rios) é importante por obedecer a uma ordenação lógica.

valorização dos elementos naturais torna-se mais c) importante que a valorização da forma do poema.

a natureza despe-se da exagerada carga emocional d) com que foi explorada em outros períodos literá-rios.

as inúmeras descrições da natureza são feitas e) dentro do mito da objetividade absoluta, porém os melhores textos estão permeados de conotações subjetivas.

(UFRGS) “É na convergência de ideais antirromânti-6. cos, como a objetividade no trato dos temas e o culto da forma, que se situa a poética do Parnasianismo. O nome da escola vinha de Paris e remontava a antologias publicadas [...] sob o título de Parnasse Contemporain, que incluíam poemas de Gautier, Banville e Lecomte de Lisle. Seus traços de relevo: o gosto da descrição nítida, concepções tradicionalistas sobre metro, ritmo e rima e, no fundo, o ideal de impessoalidade que partilhavam com os realistas do tempo.”

Alfredo Bosi

Com base no texto acima, referente ao Parnasianismo brasileiro, são feitas as seguintes inferências.

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Parnasianismo opôs-se a princípios românticos I. como a subjetividade e a relativa liberdade do ver-so.

Tendo seu nome calcado num termo criado na II. França, o Parnasianismo brasileiro seguiu um cami-nho estético próprio, independente e original.

Parnasianismo e Realismo são correntes literárias III. com ideais e princípios estéticos totalmente dife-renciados.

Quais estão corretas?

Apenas I.a)

Apenas II.b)

Apenas I e II.c)

Apenas II e III.d)

I, II e III.e)

(FMTM/FCC) “Admitida esta necessidade, não admi-7. tamos confusões entre os que se resignam ao poetar espontâneo e os que ambicionam ao sacerdócio do poeta artístico. Não tragam os aprendizes para a oficina da joalheria um material indigno, vocação errada, inca-pacidade, pechisbeque e miçangas, em vez de ouro e pérolas, preguiça em vez de paciência, negligência em vez de vontade e gosto.”

O excerto acima representa um fragmento do programa estético do:

Arcadismo.a)

Nomantismo.b)

Parnasianismo.c)

Simbolismo.d)

Modernismo.e)

(UFRJ) Todos os itens apresentam características do 8. Parnasianismo, exceto:

prevalência de formas fixas de composição poéti-a) ca.

anseio de liberdade criadora.b)

preocupação com a perfeição formal.c)

gosto pela precisão descritiva.d)

ideal de objetividade no tratamento dos temas.e)

(Osec-SP)9.

“Sonhei que me esperavas. E, sonhando,

Saí, ansioso por te ver: Corria...

E tudo ao ver-me tão depressa andando,

Soube logo o lugar para onde eu ia.”

O autor desse quarteto foi poeta de grande cultura, e sua obra manifesta patente dualidade romântico-parnasiana. O poeta

é contemporâneo de Gonçalves Dias.a)

nasceu sob o domínio português.b)

chama-se Olavo Bilac.c)

morreu em meados do século XIX.d)

(PUCRS)10.

“Esta de áureos relevos, trabalhadaDe divas mãos, brilhante copa, um dia,Já de aos deuses servir como cansada,Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.”A poesia que se concentra na reprodução de objetos decorativos, como exemplifica a estrofe de Alberto de Oliveira, assinala a tônica da:

espiritualização da vida.a)

visão do real.b)

arte pela arte.c)

moral das coisas.d)

nota do intimismo.e)

Cantiga OutonalOutono. As árvores pensando...Tristezas mórbidas no mar...O vento passa, brando, brando...E sinto medo, susto, quandoEscuto o vento assim passar...

Cecília Meireles

(Unirio) Apesar de modernista, a autora apresenta 11. tendências de outro movimento literário, evidentes no texto. Que movimento é esse?

(Unirio) Retire do texto uma passagem que justifique 12. a sua resposta anterior e, a seguir, cite a característica que ela apresenta.

(Vunesp) Assinale a alternativa em que se caracteriza a 13. estética simbolista.

Culto do contraste, que opõe elementos como a) amor e sofrimento, vida e morte, razão e fé, numa tentativa de conciliar pólos antagônicos.

Busca do equilíbrio e da simplicidade dos modelos b) greco-romanos, por meio, sobretudo, de uma lin-guagem simples, porém nobre.

Culto do sentimento nativista, que faz do homem c) primitivo e sua civilização um símbolo de indepen-dência espiritual, política, social e literária.

Exploração de ecos, assonância, aliterações, numa d) tentativa de valorizar a sonoridade da linguagem, aproximando-a da música.

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Preocupação com a perfeição formal, sobretudo e) com o vocabulário carregado de termos científicos, o que revela a objetividade do poeta.

(UFV) Assinale a alternativa em que todas as caracte-14. rísticas de estilo são do Simbolismo.

Impassibilidade, vida descrita objetivamente, ecle-a) tismo.

Hermetismo intencional, alquimia verbal, musicali-b) dade.

Pavor da forma, expressões ousadas, fidelidade nas c) observações.

Atmosfera de imprecisão, realismo cru, religiosida-d) de.

Complexidade, ressurreição dos valores humanos, e) materialismo pornográfico.

(PUC) A crítica constata nas metáforas simbolistas de 15. Cruz e Sousa a obsessão pela cor

branca.a)

negra.b)

rubra.c)

roxa.d)

azul.e)

(UFSCar-SP) A ênfase na seleção de vocabulário poéti-16. co, com o objetivo de transferir ao poema o máximo de correspondência sensorial, é uma característica do

Romantismo, sobretudo na obra de Castro Alves.a)

Barroco, principalmente em Gregório de Matos.b)

Simbolismo, representado pelas obras de Cruz e c) Sousa e Alphonsus de Guimaraens.

Parnasianismo, representado pela obra de Alberto d) de Oliveira.

Pré-Modernismo, principalmente em Jorge de e) Lima.

(FMU/FIAM-SP) O poeta simbolista tem outra visão da 17. natureza e do mundo. Para ele, o que importa é

a impassibilidade, o rigor formal, a busca da per-a) feição.

a valorização dos gosto burguês, o nacionalismo, b) a tradição.

a realidade social, o combate ao idealismo, o racio-c) nalismo.

o elemento pitoresco, o final inesperado, a carica-d) tura.

a analogia profunda entre a realidade aparente e a e) realidade oculta das coisas, a sugestão, a musica-lidade.

(UFPA) Na última década do século XIX surge, no Brasil, 18. a manifestação de um estilo de época, que é o

Parnasianismo, que reagiu violentamente contra o a) estilo então vigente: o Simbolismo.

Romantismo, que se ajustou perfeitamente à alma b) do brasileiro, cujos anseios de liberdade política e literária passou a exprimir.

Impressionismo, que pregava a volta à rigidez for-c) mal dos clássicos.

Arcadismo, que pregava seu ideal de felicidade de-d) corrente da vida em contato com a natureza.

Simbolismo, que encontrou uma oposição hostil e) por parte dos parnasianos, a ponto de quase pas-sar despercebido.

(UFSCar) Aponte a alternativa correta.19.

Em Cruz e Sousa, a forma guarda o apuro parna-a) siano.

A poesia de Cruz e Sousa é predominantemente b) otimista e superficial.

Em Cruz e Sousa, encontramos poesia desleixada, c) sem apuro formal.

O Simbolismo tem seu início em 1893, com a pu-d) blicação de duas obras de Alphonsus de Guima-raens.

Cruz e Sousa, devido à sua forte espiritualidade, e) nunca abordou a angústia sexual.

(UEL) Assinale a alternativa que contém apenas carac-20. terísticas da estética simbolista.

Temática social; hermetismo; valorização dos tons a) fortes; materialismo; antítese.

Temática intimista; ocultismo; valorização dos tons b) fortes; espiritualidade; sinestesia.

Temática intimista; hermetismo; valorização do c) branco e da transparência; espiritualidade; sines-tesia.

Temática bucólica; hermetismo; valorização do d) branco e da transparência; espiritualidade; antíte-se.

Temática bucólica; ocultismo; valorização das tona-e) lidades verdes; materialismo; sinestesia.

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(FEI-SP) São características do Parnasianismo, do qual 1. Olavo Bilac é legítimo representante:

predomínio da razão, individualismo.a)

determinismo biológico, retorno à Idade Média.b)

culto da forma, arte pela arte.c)

objetividade, sentimentalismo exagerado.d)

n.d.a. e)

(UFF) Considere estes versos de Raimundo Correia:2.

“Se se pudesse, o espírito que chora,

Ver através da máscara da face:

Quanta gente, talvez, que inveja agora

Nos causa, então piedade nos causasse!”

Assinale a alternativa que exprime a oposição fundamental desses versos:

corpo a) versus espírito.

essência do ser b) versus aparência.

gente feliz c) versus gente infeliz.

piedade d) versus falsidade.

dor e) versus falsidade.

(UERJ) Alberto de Oliveira é considerado o mais caracte-3. rístico poeta parnasiano, pois suas obras evidenciam:

erudição linguística, descrição subjetiva e alusão à a) mitologia greco-latina.

culto à forma, descritivismo e retorno aos motivos b) clássicos.

preciosismo linguístico, recuperação dos moldes c) clássicos e devaneio sentimentalista.

lirismo comedido, sentimento nacionalista e apuro d) vocabular.

descrição pormenorizada, ruptura com os motivos e) clássicos e busca da palavra exata.

(UFES) O ideal parnasiano do culto da “arte pela arte” 4. significa que o objetivo do poeta é criar obras que expressem

um conteúdo social, de interesse universal.a)

a noção de progresso da sua época.b)

uma mensagem educativa, de natureza moral.c)

uma lição de cunho religioso.d)

belo, criado pelo perfeito uso dos recursos estilís-e) ticos.

(FMABC-SP) Assinale a alternativa que caracteriza o 5. Parnasianismo:

Subjetivismo, imaginação e sentimentalismo.a)

“Sob o manto diáfano da fantasia, a nudez crua da b) verdade.”

Impassibilidade, perfeição formal, rimas raras, sele-c) ção vocabular.

Registro de impressões, emoções e sentimentos d) despertados no espírito do poeta.

(FCC-SP) Os poetas representativos da escola parna-6. siana defendiam:

o engajamento político nas causas históricas da a) época, fazendo delas matéria para uma poesia in-flamada e eloquente.

a ideia de que a livre inspiração é a garantia maior b) de que o poema corresponda à expressão direta das emoções mais profundas.

a simplicidade da arte primitiva, razão pela qual c) buscavam os temas bucólicos e uma linguagem próxima da fala rústica dos camponeses.

o abandono das formas fixas, criando, portanto, as d) condições para o posterior surgimento dos poemas em verso livre do Modernismo.

a disciplina do artista e o trabalho artesanal com a e) linguagem, de modo a resultar uma obra adequada aos padrões de uma estética clássica.

(UFRGS) Leia o soneto abaixo, “A um Poeta”, de Olavo 7. Bilac.

“Longe do estéril turbilhão da rua,

Beneditino* escreve! No aconchego

Do claustro, na paciência e no sossego,

Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego

Do esforço; e a trama viva se construa

De tal modo, que a imagem fique nua,

Rica mas sóbria, como um templo grego.

Não se mostre na fábrica o suplício

Do mestre. E, natural, o efeito agrade,

Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da Verdade,

Arte pura, inimiga do artifício,

É a força e a graça na simplicidade.

* beneditino: religioso conhecido por sua dedicação ao trabalho.

É correto afirmar que, em “A um Poeta”, o autor sugere ao poeta

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evitar que a obra demonstre o esforço que foi em-a) pregado na sua elaboração.

abandonar os apelos do mundo para se dedicar a b) atividades manuais.

evitar que a obra esconda haver sido planejada c) como um edifício.

abandonar o movimento da rua para se dedicar ao d) ócio, que deflagra a inspiração.

evitar que o esforço excessivo torne a obra sóbria a e) ponto de parecer um templo grego.

(PUC-Rio) A respeito de “Via Láctea”, de Olavo Bilac, 8. é lícito dizer:

que contém poemas os quais o autor compara o a) trabalho do poeta com o lavor do ourives.

que há uma profunda influência da b) Ilíada, mas tam-bém da Odisseia, ainda que em pequena escala.

que é uma coletânea de poemas, cujo tema é o c) amor sensual, vazado em versos de ritmos neo-clássicos, em que se observa, muitas vezes, uma estruturação intencional com vistas à chave de ouro do soneto.

que é uma coletânea a qual o principal tema é o d) céu noturno.

n.d.a.e)

(UFRGS) Assinale a alternativa que preenche correta-9. mente as lacunas.

A obra de Olavo Bilac é marcada pela exploração da temática ................. pelo verso .................. e pelo virtuosismo ............... nas ..............

greco-romana clássica, livre, musical, variações de a) ritmo.

greco-romana clássica, metrificado, plástico, des-b) crições.

urbana, metrificado, plástico, descrições.c)

urbana, livre, musical, variações de ritmo.d)

greco-romana clássica, metrificado, musical, varia-e) ções de ritmo.

(Fuvest)10.

“Quero que a estrofe cristalina,

Dobrada ao jeito

Do ourives, saia da oficina

Sem um defeito.”

A concepção de poema como peça de ourivesaria, como objeto estético harmonioso e perfeito, expressa nos versos acima, é característica fundamental do

Romantismo.a)

Movimento Antropofágico.b)

Trovadorismo.c)

Arcadismo.d)

Parnasianismo.e)

Leia este poema de Olavo Bilac e diga, quanto à temática, 11. à qual poema da corrente romântica ele se assemelha. Justifique sua resposta.

Última PáginaPrimavera. Um sorriso aberto em tudo. Os ramos

Numa palpitação de flores e de ninhos.

Doirava o Sol de outubro a areia dos caminhos

(lembras-te, Rosa?) e ao Sol de outubro nos amamos.

Verão. (Lembras-te Dulce) À beira-mar, sozinhos,

Tentou-nos o pecado: olhaste-me... e pecamos;

E o outono desfolhava os roseirais vizinhos,

Ó Laura, a vez primeira em que nos abraçamos...

Veio o inverno. Porém, sentada em meus joelhos,

Nua, presos aos meus lábios os teus lábios vermelhos,

(Lembras-te, Branca?) ardia a tua carne em flor...

Carne, que queres mais? Coração, que mais queres?

Passam as estações e passam as mulheres...

E eu tenho amado tanto! e não conheço o Amor!

(Unirio - adap.)12.

Busca de palavras límpidas e castas,

Novas e raras de clarões ruidosos,

Dentre as ondas mais pródigas mais vastas

Dos sentimentos mais maravilhosos.

Cruz e Sousa

Assinale a afirmativa improcedente com relação ao texto.

Refere-se ao fazer poético.a)

Expressa sentimentos mais profundos.b)

Apresenta elementos sensoriais relativos a som e c) cor.

Apresenta musicalidade marcada pelos esquemas d) rítmico e rímico.

Há equilíbrio na utilização de metáforas.e)

(Fuvest)13.

Só, incessante, um som de flauta chora,

Viúva, grácil, na escuridão tranquila,

– Perdida voz que de entre as mais se exila,

– Festões de som dissimulando a hora.”

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Os versos anteriores são marcados pela presença _________ e pela predominância de imagens auditivas, o que nos sugere a sua inclusão na estética _________.

Assinale a alternativa que completa os espaços.

Da comparação, romântica.a)

Da aliteração, simbolista.b)

Do paralelismo, trovadoresca.c)

Da antítese, barroca.d)

Do polissíndeto, modernista.e)

(Unirio) “Conta-se que, diariamente, na hora de ador-14. mecer, Saint-Pol-Roux mandava colocar sobre a porta de sua mansão de Camaret um aviso onde se lia: O POETA TRABALHA.”

(Fragmento Manifesto do Surrealismo)

Que outro estilo literário valorizou também a concepção encontrada no texto?

(PUC-Rio) Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens 15. são poetas identificados com um movimento artístico cujas características são

o jogo de contrastes, o tema da fugacidade da vida a) e fortes inversões sintáticas.

a busca da transcendência, a preponderância do b) símbolo entre as figuras e o cultivo de um vocabu-lário ligado às sensações.

a espontaneidade coloquial, os temas do cotidiano c) e o verso livre.

o perfeccionismo formalista, a recuperação dos ide-d) ais clássicos e o vocabulário precioso.

o jogo dos sentimentos exacerbados, o alargamen-e) to da subjetividade e a ênfase na adjetivação.

(Mackenzie)16.

“Ah! plangentes violões dormentes, mornos,

Soluços ao luar, choros ao vento...

Tristes perfis, os mais vagos contornos,

Bocas murmurejantes de lamento.

.......................................................................................

Sutis palpitações à luz da Lua.

Anseio dos momentos mais saudosos,

Quando lá choram na deserta rua

As cordas vivas dos violões chorosos.

Quando os sons dos violões vão soluçando,

Quando os sons dos violões nas cordas gemem,

E vão dilacerando e deliciando,

Rasgando as almas que nas sombras tremem.

.......................................................................................

Vozes veladas, veludosas vozes,

Volúpias dos violões, vozes veladas,

Vagam nos velhos vórtices velozes

Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”

As estrofes anteriores, claramente representativas do_____ , não apresentam _____ .

Assinale a alternativa que completa corretamente as duas lacunas anteriores.

Romantismo, sinestesia.a)

Simbolismo, aliterações e assonâncias.b)

Romantismo, musicalidade.c)

Parnasianismo, metáforas e metonímias.d)

Simbolismo, versos brancos e livres.e)

(FEI-SP) Escolha a alternativa que preencha corre-17. tamente, na ordem apresentada, as lacunas da frase seguinte.

“O Simbolismo se opõe ao ....., aproximando-se do ....., no que diz respeito à presença do subjetivismo e da emoção, segundo se observa, por exemplo, em ....., célebre autor de Broquéis.”

Realismo, Romantismo, Cruz e Sousa.a)

Naturalismo, Modernismo, Gonçalves Dias.b)

Arcadismo, Romantismo, Castro Alves.c)

Romantismo, Barroco, Manuel Bandeira.d)

Naturalismo, Modernismo, Olavo Bilac.e)

(Mackenzie) Assinale a alternativa em que aparece um 18. trecho do Simbolismo brasileiro.

Vejo através da janela de meu trema)

os domingos das cidadezinhas,

com meninas e moças,

e caixeiros e caixeiros engomados que vêm olhar

os passageiros empoeirados dos vagões. [...]

E não há melhor respostab)

que o espetáculo da vida:

vê-la desfiar seu fio,

que também se chama vida,

ver a fábrica que ela mesma,

teimosamente se fabrica, [...]

Ai! Se eu te visse no calor da sestac)

A mão tremente no calor das tuas,

Amarrotado o teu vestido branco,

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Soltos cabelos nas espáduas nuas! [...]

Ai! Se eu te visse, Madalena pura,

Sobre o veludo reclinada a meio

Olhos cerrados na volúpia doce,

Os braços frouxos - palpitante o seio!

Eu amo os gregos tipos de escultura:d)

Pagãs nuas no mármore entalhadas;

Não essas produções que a estufa escura

Das normas cria, tortas e enfezadas.

Brancuras imortais da Lua Nova,e)

frios de nostalgia e sonolência...

Sonhos brancos da Lua e viva essência

dos fantasmas noctívagos da Cova.

(Mackenzie) Subjetivismo, valorização do inconsciente e 19. do subconsciente, busca do vago, do diáfano, musicali-dade, sugestão são características da poesia:

romântica.a)

barroca.b)

árcade.c)

simbolista.d)

parnasiana.e)

(FGV) Opondo-se à razão, predominante na poesia liga-20. da ao realismo, os poetas passam a repudiar esse vínculo e se voltam para a esfera do sonho, para o despertar das forças inconscientes que “a Arte deveria suscitar magi-camente”. Donde as atmosferas difusas, a predominância das cores e dos sons, a busca da correspondência dos sentidos. De que movimento literário se trata?

Surrealismo.a)

Romantismo.b)

Modernismo.c)

Futurismo.d)

Simbolismo.e)

Cite o nome de dois importantes pintores e de um 21. importante músico simbolista/impressionista. Faça um breve comentário sobre suas obras.

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B14.

A15.

C16.

E17.

E18.

A19.

C20.

C1.

B2.

B3.

E4.

C5.

E6.

A7.

C8.

B1.

C2.

A3.

C4.

C5.

A6.

C7.

B8.

C9.

C10.

Simbolismo.11.

Passagem: Resposta pessoal do aluno.12.

Característica: O esquema rímico e o esquema rítmico traduzem a musicalidade; a presença de elementos sensoriais; a presença de palavras etc.

D13.

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B9.

E10.

Esse poema assemelha-se quanto à temática com o 11. poema “Boa Noite”, de Castro Alves. Tem como caracte-rística semelhante o “donjuanismo”. O poeta tem relações com várias mulheres. Em Castro Alves as mulheres são personagens conhecidas da literatura universal e em Olavo Bilac temos uma mulher a cada estação do ano. Veja um trecho do poema de Castro Alves.

Boa noite, Maria! Eu vou-me embora,

A lua nas janelas bate em cheio,

Boa noite , Maria! É tarde... é tarde...

Não me apertes assim contra teu seio.

[...]

É noite, pois! Durmamos, Julieta!

Recende a alcova ao trescalar das flores.

Fechemos sobre nós estas cortinas...

São as asas dos arcanjos dos amores.

[...]

E12.

B13.

Romantismo ou Simbolismo, ou Modernismo.14.

B15.

B16.

A17.

E18.

D19.

E20.

No campo da pintura, dois nomes encontram-se no mais 21. alto nível da pintura simbolista, desenvolvida na transição do século XIX para o século XX, são eles: Paul Gaughin e Odilon Redon.

Paul Gaughin (1848-1903) caracteriza-se por pintar seus quadros sem a preocupação com a perspectiva. Outro traço da obra de Gaughin é o contorno em cor preta que faz nas suas figuras.

Dom

ínio

púb

lico.

O Carteiro, de Gaughin.

Odilon Redon (1840-1916) começou produzindo qua-22. dros em preto e branco, vindo somente depois aderir às cores. Possui um repertório inusitado de figuras como insetos, plantas com cabeças humanas e estranhas criaturas.

Dom

ínio

púb

lico.

Olhos Fechados, de Redon.

Na música, um nome que merece destaque é o do francês Claude Debussy (1862-1918), que inovou no campo da harmonia e da estrutura musicais, aproximando-se dos ideais de arte almejados pelos escritores simbolistas.

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