Livro 3:A Pedagogia de Projetos

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A pedagogia de projetos e a brincadeira no contexto da educação infantil

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Organizadoras:

Ailana ArraisGabrielle Brum

Gelcinete LopesNatália Belchior

Valéria Coelho Viviane Barros

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ApresentaçãoTrabalhar com projetos não é fácil, mas também não é uma tarefa impossível. O trabalho por

projetos possibilita a abordagem de diversos tipos de conhecimento e tem como ponto de partida o interesse dos alunos.

Este livro tem como foco a pedagogia de projetos no contexto da educação infantil, oferecendo exemplos para subsidiar o trabalho do educador, além de mostrar através de entrevista, como uma escola de educação infantil do município de Niterói tem realizado este trabalho, e que mudanças a pedagogia de projetos trouxe para a escola, os educadores e seus alunos. Também será apresentado um resumo sobre a importância das brincadeiras nesse fase e alguns exemplos que podem ser inseridos pelo professor no contexto educativo.

“Pipas, peões, bolas, balões, skates e patinsVovó, vovô, mamãe, papai, família

É fácil imaginar uma aventuraDentro de uma selva escuraCom perigos e armadilhas

Viagens para encontrar minas de ouroPiratas e um tesouro enterrado numa ilha

Imagens, games, bate-papos no computadorO tempo é cada vez mais apressado

E mesmo com todo esse imenso interativo amorO mundo da criança é abençoado

O mundo da criança é abençoado”.Mundo da criança (Toquinho)

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Sumário

1 Pedagogia de projetos, 9

2 Entrevista, 13

3 Escola da Ponte, 21

4 A importância da brincadeira para as crianças, 27

5 Com a mão na massa, 31

6 Para saber mais, 32

7 Bibliografia, 33

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Capítulo 1

Pedagogia de projetos

Os Projetos de trabalho contribuem para uma resignificação dos espaços de

aprendizagem de tal forma que eles se voltem para a formação de sujeitos ativos,

reflexivos, atuantes e participantes (HERNANDEZ, 1998).

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Pedagogia de projetos

A discussão sobre pedagogia de projetos surge no início do século XX, com John Dewey que postulava que a educação é um processo de vida e que a escola deve representar a vida presente. Trabalhar com projetos possibilita aprender um sentido novo; pois os projetos de trabalho geram situações de aprendizagem reais e diversificadas, além de permitir que os alunos, ao decidirem, opinarem e debaterem construam sua autonomia, formando-se como sujeitos culturais.

Trabalhar com projetos é ser convidado a mudar, e mais, é transgredir com toda uma concepção de trabalho, e mais amplamente, com a educação como um todo, com uma sociedade e com o processo de formação das crianças. Falar em projetos não é falar em uma metodologia, em um “como fazer”, pronto e dado, mas sim em uma alternativa que vai sendo construída, que permite formar o ser em uma esfera de totalidade. Deixa-se de ser passivo, aquele que tudo recebe pronto e acabado, e passa-se a ser autor, construtor do processo.

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O projeto ajuda a formar o ser, a buscar, pesquisar e possibilita a vontade e a liberdade do querer saber. Nele, a dúvida, o questionamento deixa de ser um ponto negativo pertencente ao campo do não-saber e passa a ser um dos principais motores para que o desenvolvimento e o aprendizado se desenvolvam. Parte-se do que sabemos e do que desejamos saber, de nossas perguntas, ou seja, os problemas ou temáticas podem surgir de um aluno em particular, de um grupo de alunos, da turma, do professor ou da própria conjuntura. O que se faz necessário garantir é que esse problema passe a ser de todos.

O trabalho com projetos nos permite romper com o modelo tradicional que diz trabalhar com a totalidade e com uma interdisciplinaridade quando, na verdade, apenas disfarça-se o modelo existente. Com os projetos de trabalho há uma possibilidade de “evitar” que os alunos entrem em contato com os conteúdos disciplinares, a partir de conceitos abstratos e de modo teórico; nessa mudança de perspectiva, os conteúdos deixam de ter um fim em si mesmos e passam a ser meios para ampliar a formação dos alunos e sua interação com a realidade de forma crítica e dinâmica. Os conteúdos disciplinares passam a ganhar significados diversos, a partir das experiências sociais dos alunos, envolvidos nos projetos.

Assim, vemos que os projetos de trabalho não se inserem apenas numa proposta de renovação de atividades, tornando estas mais criativas, e sim numa mudança de postura, o que exige um repensar sobre a prática, e portanto, uma quebra de paradigma. A Pedagogia de projetos é um caminho para transformar a escola em um espaço aberto à construção de aprendizagens significativas para todos que dele participam. Por meio de ambientes de aprendizagem colaborativa, auxiliará bastante na construção de conhecimentos, habilidades e valores dos alunos de hoje.

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COMO SURGEM OS PROJETOS DE TRABALHO?

Existem posições diferenciadas em relação ao surgimento de um projeto. Alguns educadores se posicionam a favor de projetos elaborados de acordo com o interesse total dosalunos. Outros, porém, concordam com o pressuposto de que o próprio professor pode indicar os temas e iniciar os projetos levando em conta os seus objetivos pedagógicos.

A lógica desse trabalho é que haja um envolvimento de toda a turma. Mesmo surgindo do interesse dos alunos, sempre há o risco de a temática não conseguir estimular todos os integrantes do grupo e desenvolver-se desfavoravelmente. Essa é a questão. Então, mesmo que o projeto nasça de uma intenção do professor ou de um aluno, o importante é promover uma problemática que seduza os pequenos.

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CARACTERÍSTICAS DE UM PROJETO

Um ponto forte quando se trabalha com projetos é o posicionamento do aluno no processo de aprendizagem. Ele deixa de ser um mero receptor, como em uma pedagogia tradicional, e passa a construir os conhecimentos juntamente com seus colegas e seu professor. Este, por sinal, tem ganhos significativos em matéria de saberes: aprende na problematização, na procura e nas discussões promovidas pela turma.

Outro fator é relativo ao aspecto cultural e individual dos educandos. É impossível desconsiderar que cada um deles tem uma história de vida, modos de viver e experiências culturais distintas. Nesse contexto, a homogeneização da turma com conhecimentos já estruturados e vistos como neutros não faz parte dessa pedagogia. É preciso pensar os conteúdos inserindo-lhes no contexto sócio-histórico.

Abrantes (1995) aponta características fundamentais para o trabalho com projetos:- Um projeto é uma atividade intencional: o envolvimento dos alunos é uma característica-chave do trabalho de

projetos, o que pressupõe um objetivo que dá unidade e sentido às várias atividades, bem como um produto final que pode assumir formas muito variadas, mas procura responder ao objetivo inicial e reflete o trabalho realizado.

- Num projeto, a responsabilidade e autonomia dos alunos são essenciais: os alunos são co-responsáveis pelo trabalho e pelas escolhas ao longo do seu desenvolvimento. Em geral, fazem-no em equipe, motivo pelo qual a cooperação está também quase sempre associada ao trabalho.

-A autenticidade é uma característica fundamental de um projeto: o problema a resolver é relevante e tem um caráter real para os alunos. Não se trata de mera reprodução de conteúdos prontos. Além disso, não é independente do contexto sociocultural, e os alunos procuram construir respostas pessoais e originais.

-Um projeto envolve complexidade e resolução de problemas: o objetivo central do projeto constitui um problema ou uma fonte geradora de problemas que exige uma atividade para sua resolução.

-Um projeto percorre várias fases: escolha do objetivo central, formulação dos problemas, planejamento, execução, avaliação, e divulgação dos trabalhos.

De acordo com essas características, o projeto constitui-se em um instrumento educativo que dá outro sentido à aprendizagem: com situações diversificadas, o educando decide, opina debate e constrói sua autonomia, formando, assim, o sujeito cultural e ativo.

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Etapas de um projeto

Quando pensamos em realizar um projeto, devemos pensar também nas etapas que o mesmo terá. Existem trêsetapas imprescindíveis para o desenvolvimento de um projeto, que são: problematização, desenvolvimento e síntese.

Problematização

A problematização é o início do projeto. Nessa etapa os alunos vão expor suas idéias, dúvidas, anseios além de revelar seus conhecimentos prévios sobre a temática. Nesta fase é necessário que o professor fique atento às expressões dos alunos, pois elas serão de grade valia para o desenvolvimento do projeto, já que as hipóteses levantadas pelos alunos é que possibilitarão a intervenção pedagógica.

Desenvolvimento

Este momento é ideal para organizar grupos de trabalho para pesquisar sobre o tema em questão, pois esta segunda etapa é a fase onde se inicia a criação de estratégias com o objetivo de responder às questões levantadas na etapa anterior.

No desenvolvimento é importante que os alunos comecem a encontrar ocasiões onde eles necessitem comparar pontos de vista, rever suas hipóteses, colocar-se novas questões, etc. Desta forma os alunos confrontarão suas idéias com as novas hipóteses levantadas e poderão estabelecer relações entre elas.

Síntese

Em todo esse processo de realização do projeto, os alunos verão suas convicções iniciais sendo superadas e outras mais complexas sendo construídas. Com isso, os alunos adquirem novos conhecimentos que vão servir de conhecimento prévio para outras situações de aprendizagem.

Embora tenhamos destacado três etapas do desenvolvimento de um projeto, vale ressaltar que os projetos são processos contínuos e não podem ser reduzidos a uma lista de objetivos e etapas. Os projetos de trabalho refletem uma concepção de conhecimento como produção coletiva, fazendo com que a experiência vivida e

a produção cultural sistematizada se entrelacem, dando o significado às aprendizagens construídas.

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O trabalho por projetos propicia um grande envolvimento dos alunos, pois na maioria das vezes são eles os indicadores dos temas.

O professor deve estar sensível aos interesses dos alunos, valorizando os conhecimentos prévios, e apresentando-os a novos conhecimentos. Através dos projetos os alunos desenvolvem a autonomia e são impulsionados a novas descobertas.

Uma das principais questões trabalhadas nos projetos é o interesse do aluno, e quando se trata de um assunto de relevância para eles a participação e o desempenho são nítidos.

È indispensável que haja um envolvimento de todos os agentes da escola: alunos, professor, pais e outros. O projeto é um caminho a ser trilhado em conjunto, as respostas não estão prontas, exige uma busca para as indagações geradas.

“Se o professor não sabe nada sobre o que o aluno pensa a respeito do conteúdo que quer que ele aprenda,

o ensino que oferece não tem”com o que dialogar”. Restará a ele atuar como numa brincadeira de cabra-cega

, tateando e fazendo sua parte, na esperança de que o outro faça a parte dele: aprenda”

(Telma Weisz,2000)

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Capítulo 2

Entrevista

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“O trabalho com projetos acrescenta muito porque é um trabalho mais significativo para a criança, porque quando você desenvolve um projeto, a linha que você estabelece parte do conhecimento prévio deles, daquilo que eles sabem sobre determinado assunto que pode ser surgido na sala ou não. Ou pode ser uma sugestão dada pela professora de acordo com algum interesse que ela observou, alguma necessidade que ela pôde observar. O projeto dá um retorno maior porque a criança está sempre interagindo. O conhecimento não vem de cima para baixo, a criança vai buscar também esse conhecimento se for uma coisa, um tema significativo para o aluno. Ele vai pesquisar e trazer um retorno, e você tenta, você estabelece alguns procedimentos na hora de desenvolver o projeto, mas a medida que ele vai sendo desenvolvido outras coisas vão surgindo, então é uma gama de informações ao mesmo tempo. O projeto possibilita isso, essa gama de informação, amplia nossa visão, desenvolve o espírito de pesquisa na criança e no professor também. Os alunos trazem questões muito interessantes, então eu acho que sua participação é muito mais ativa dentro de um trabalho com projeto. Não adianta só estudar, é preciso acreditar. Quem não consegue não fica, porque aqui agente não para. Trabalhar com projeto não é ficar sentada dando massinha o tempo todo pro aluno brincar”

(Profª Sandra – UMEI Portugal Pequeno).

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“O projeto traz essa riqueza, possibilita esse respeito à diversidade, cada um tem a possibilidade de falar e sugerir, porque eles sugerem e criticam o tempo todo, então acho que o projeto não é uma coisa amarrada, ele dá liberdade pra caminhar esses ricos conteúdos, até porque a educação infantil é voltada pra isso, eles são trabalhados de uma forma significativa, então assim o projeto fica muito mais rico. Quando você trabalha com projetos vê que a criança sente muito mais prazer porque ela participa mais... Eles não faltam e esse é o maior termômetro. Estão sempre alegres, são muito participativos, buscam informações e tem autonomia”.

(Coord. Rosário – UMEI Portugal Pequeno).

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“O trabalho com projetos...Eu acho que é o ideal para se trabalhar com criança. Eu acho que é através da troca que a gente trabalha com criança, você não chega e joga tudo em cima dela. Com certeza ela não aprende nada quando a gente faz assim, em uma via de mão única, professor-aluno. O projeto possibilita essa troca, essa aproximação. Você conhece mais o aluno, você sabe, acaba aprendendo, o que ele pensa, mesmo com os pequenos”.

(Profª Juliana – Creche UFF).

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“Eu tenho como definição a seguinte: é um trabalho muito rico que tem a participação do professor, a participação dos alunos, a participação dos pais, da família, interagindo com a comunidade quando a gente faz essa

aula-passeio, numa padaria, numa madeireira... então acho que eu defino como um trabalho enriquecedor e construtivo, né? Que a gente tem a base ali, o que a criança sabe sobre determinado conteúdo e o que elas

querem aprender, e a gente finaliza essas descobertas que elas fizeram sobre o conteúdo estudado”.

(Coord. Luciana – Creche-escola Edificar).

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Capítulo 3

Escola da ponte

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Escola da ponte: um referencial em matéria de trabalho com projetos

A Escola da Ponte é uma instituição pública, localizada em Portugal, que foi fundada na década de 1970. Possui uma filosofia de educação voltada pra a inclusão e objetiva trabalhar com as diferenças individuais dos alunos, portanto, sua metodologia de trabalho segue essa lógica de respeito às particularidades de cada um.

A escola não possui turmas divididas, nem salas de aulas determinadas. Utilizam-se espaços abertos e ambientes diversificados. O trabalho acontece com agrupamentos heterogêneos de alunos, já que não possui divisão por idade, e os orientadores educativos, promotores da educação, encarregam-se de todos os alunos, não havendo um professor por turma como no modelo de escola convencional.

A organização se dá por meio de núcleos (Iniciação; Consolidação e Aprofundamento) e os orientadores atuam em certas dimensões: Artística; Identitária; Linguística; Lógico-matemática; Naturalista.

Como instrumentos pedagógicos, são realizados debates, caixinhas de textos inventados, caixinhas dos segredos, “eu já sei”, “eu preciso de ajuda”, grupos de responsabilidade, assembléia de escola, grupo de ajuda, professor tutor, etc.

A característica marcante da escola é pensar a interdisciplinaridade e o envolvimento dos alunos em diferentes contextos sócio-educativos, sendo utilizadas situações formais e informais na busca por uma identificação com a realidade. A utilização dos projetos, nesse contexto, é ideal.

Os pais, também tidos como encarregados da educação, têm presença na instituição, formando uma associação e contribuem na avaliação dos projetos.

"Contei sobre a escola com que sempre sonhei, sem imaginar que pudesse existir. Mas existia, em Portugal...Quando a vi, fiquei alegre e repeti, para ela, o que Fernando Pessoa havia dito para uma mulher amada: 'Quando te vi, amei-te já muito antes...' " (Rubem Alves)

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Veja também um vídeo com José Pacheco no cd deste livro.

Atualmente, a escola possui cerca de 175 alunos, de uma faixa etária de 5 a 16 anos, contando também com estudantes mais velhos; e 29 orientadores educativos.

A experiência da escola pode ser uma contribuição para os educadores brasileiros na medida em que serve de exemplo como um projeto bem elaborado de método educativo. Mais detalhes podem ser obtidos no site oficial da escola: http://www.eb1-ponte-n1.rcts.pt/. Vale a pena se aprofundar no assunto. Os pais, também tidos como encarregados da educação, têm presença na instituição, formando uma associação e contribuem na avaliação dos projetos.

Atualmente, a escola possui cerca de 175 alunos, de uma faixa etária de 5 a 16 anos, contando também com estudantes mais velhos; e 29 orientadores educativos.

A experiência da escola pode ser uma contribuição para os educadores brasileiros na medida em que serve de exemplo como um projeto bem elaborado de método educativo. Mais detalhes podem ser obtidos no site oficial da escola: http://www.eb1-ponte-n1.rcts.pt/. Vale a pena se aprofundar no assunto.

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Capítulo 3

A importância da brincadeira para as crianças

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A importância da brincadeira para as crianças

As brincadeiras servem como instrumentos de estruturação do indivíduo. Elas não trabalham apenas uma capacidade, e sim várias como: percepção motora, equilíbrio, orientação espacial, memória, imitação e imaginação. Ao brincar, as crianças exploram e refletem sobre a realidade e a cultura na qual estão inseridas, interiorizando-as e, ao mesmo tempo, questionando a regras e papéis sociais. O brincar potencializa o desenvolvimento da criança, além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento da concentração e da atenção.

O ato de brincar é importante e necessário na vida da criança e esse momento pode ser aproveitado com atividades ricas para o desenvolvimento, como as cantigas de roda, em que a criança trabalha o equilíbrio e desenvolve também outras competências ao repetir as ordens emitidas nas letras das músicas.

A brincadeira tem importância fundamental para o desenvolvimento infantil na medida em que a criança pode transformar e produzir novos significados. É possível observar que que na brincdeira de faz-de-conta a criança rompe com a relação de subordinação ao objeto, atribuindo-lhe um novo significado, o que expressa seu caráter ativo, no curso de seu próprio desenvolvimento.

Para Vygotsky (1998), a criação de situações imaginárias na brincadeira surge da tensão entre o indivíduo e a sociedade e a brincadeira libera a criança das ligações da realidade imediata, dando-lhe oportunidade para controlar uma situação existente. As crianças usam objetos para representar coisas diferentes do que realmente são, um objeto simples que para um adulto pode não ter a mínima importância, para a criança pode ter diversas representações e significações. Elas dão outros sentidos aos objetos e jogos, seja a partir de sua própria ação ou imaginação, seja na trama de relações que estabelece com os amigos com os quais produz novos sentidos e os compartilha.

A brincadeira não significa apenas recreação, ela é a forma mais completa que acriança tem de comunicar-se consigo mesma e com o mundo. Ao brincar é possível perceber que as crianças exploram as diferentes linguagens que a brincadeira possibilita (musical, corporal, gestual e escrita), fazendo com que desenvolvam a sua criatividade e imaginação.

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Agora vamos ver algumas dicas de brincadeiras:

Roda: Todas as crianças ficam em círculo de mãos

dadas, cantando cantigas antigas e rodando. Em seguida, elas repetem os gestos sugeridos pela canção. Sugestão de músicas: Atirei o Pau no Gato, Ciranda-Cirandinha, A Canoa Virou, Eu Entrei na Roda, Pirulito que Bate Bate, Sambalelê, Se Esta Rua Fosse Minha, Eu Sou Pobre, Pobre.

Pula corda:Duas crianças rodam a corda, enquanto

uma terceira pula. Enquanto isso, a garotada canta: “um dia um homem bateu na minha porta e disse assim: senhora, senhora põe a mão no chão; senhora, senhora pule de um pé só; senhora, senhora dê uma rodadinha, e vá pro meio da rua”. A criança que está pulando deve fazer gestos em referência à música até sair da corda sem errar.Fonte: google images

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Amarelinha:As crianças desenham no chão quadradinhos seguidos com os números de

1 a 7, sendo que o 3 e 4 e 6 e 7 devem ficar um ao lado do outro, como um retângulo dividido em duas partes. O primeiro participante deve jogar a pedrinha na casa 1 e, em seguida, pular com um pé só na casa 2, sem tocar na 1. O jogador deve seguir pulando, sendo que nas casas 3 e 4 e 6 e 7 pode pisar com um pé em cada espaço ao mesmo tempo. Ao chegar no céu (6 e 7), oparticipante vira e volta pulando até chegar na casa 2, quando se abaixa e pega a pedra. Em seguida, ele joga a pedra no quadrado 2 e segue pulando, sempre sem pisar na casa que está com a pedra. Ganha quem completar o caminho até a casa 7 sem desequilibrar, sem pisar na linha, fora do quadrado ou jogar a pedra fora do espaço certo. Se errar, é a vez do outro.Benefícios: desenvolvimento do raciocínio, coordenação motora, atenção, equilíbrio, noção de espaço e tempo, conhecimento dos números e habilidade para lidar com regras e limites.

Escravos de Jó:Duas crianças cantam a cantiga “escravos de Jó, jogavam caxangá, tira, põe, deixa ficar, guerreiros com

guerreiros fazem zigue, zigue, zá”. Enquanto isso,vão seguindo, cada uma com uma pedrinha na mão, o que diz a música.Benefícios: A brincadeira tem o objetivo de desenvolver a coordenação viso-motora, atenção, a concentração, o ritmo e a expressão vocal.

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Cabra-cega:Uma criança é escolhida para ser a cabra-cega.

Ela terá os olhos vendados com um lenço ou com a camisa e depois será rodada (o local da brincadeira não deve ter obstáculos perigosos, como pontas e batentes). Em seguida, as crianças devem falar: “Cabra-cega, de onde você veio?”. A cabra-cega responde: “vim lá do moinho”, Todos dizem: “O que você trouxe?”. A cabra-cega responde: “um saco de farinha”. Todos: “Me dá um pouquinho?”. Cabra-cega: “não”. Em seguida, todas as crianças devem se espalhar pelo espaço, enquanto a cabra-cega tenta pegar alguém. Quando conseguir, a cabra-cega deve acertar o nome de quem pegou. Se acertar, a criança presa será a cabra-cega, caso contrário continua a mesma criança do início. A parte da historinha é importante para orientar a criança que é a cabra-cega de onde está cada criança do grupo, trabalhando com a percepção de espaço e audição.

Benefícios: desenvolvimento da coordenação motora, atenção e sentido de localização, percepção e discriminação tátil e auditiva.

Chicotinho queimado:Faz-se uma roda em seguida define quem vai

ser o jogador que vai colocar o chicotinhoqueimado. O escolhido corre em volta da roda cantando o seguinte refrão: “ Chicotinhoqueimado é muito bom, quem olhar pra trás leva chicotada um beliscão. Chicotinho está na mão? Eu acho que é sabão! Chicotinho está no pé? Eu acho que é chulé! Chicotinho está na cabeça? Eu acho que é piolho! Chicotinho pode correr? Pode!” Todos os jogadores devem se manter olhando para frente, o chicotinho queimado deve ser colocado sutilmente atrás de um jogador, se estiver atento ele perceberá e correrá atrás do jogador que colocou o chicotinho queimado, caso não consiga pegá-lo, o jogador ocupará na roda o seu lugar e ele o do jogador, assim a brincadeira recomeça.Benefícios: A atividade trabalha a coordenação motora, colaborando para o desenvolvimento da atenção e para a redução do tempo de reação.

Fonte: google images

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Com a mão na massaUma dica para você professor é trabalhar com a “hora das notícias”.

Acontece da seguinte maneira:

Em uma segunda –feira, arrume a sala de maneira circular e peça que os alunos contem o que aconteceu no fim de semana.

O professor deve estimular para que os alunos relatem os fatos ocorridos. Através da conversa o mesmo tem a possibilidade de

perceber o que chama atenção dos alunos, podendo, posteriormente, desenvolver uma tarefa de acordo com o

interesse deles através de um projeto. Objetivos:

► Desenvolver a interação; ►Trabalhar a comunicação.

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Page 26: Livro 3:A Pedagogia de Projetos

Para saber maisTransgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho, Fernando Hernandez, 152

págs, Editora Artmed, R$ 44.

Este livro é um convite à transgressão das amarras que impedem o indivíduo de pensar por si mesmo, de construir uma nova relação educativa baseada na colaboração em sala de aula, na escola e com a comunidade. Um convite a soltar a imaginação, a paixão e o risco para explorar novos caminhos que permitam que as escolas deixem de ser formadas por compartimentos fechados, horários fragmentados, arquipélagos de docentes e passe a converter-se numa comunidade de aprendizagem, onde a paixão pelo conhecimento seja a divisa, e a educação de melhores cidadãos horizonte ao qual se dirigir.

-A organização do currículo por projetos de trabalho, Fernando Hernandez / Montsserrat Ventura, 195 págs, Editora Artmed, R$ 46.

A organização do currículo por projetos de trabalho, 5 a edição, reflete a experiência de organizar o currículo a partir de projetos, bem

como apresenta as reflexões e o interesse de um grupo de professores para tornar comunicável o sentido de sua própria prática.

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Page 27: Livro 3:A Pedagogia de Projetos

Bibliografia

• ABRANTES, P. Trabalho de projetos e aprendizagem da matemática. In: Avaliação e Educação. Matemática, RJ:MEM/USU – GEPEM, 1995

• COLINVAUX, D. “Projetos” ou o trabalho por projetos ou pedagogia de projetos. IN: Cadernos Creche UFF: textos de formação e prática.

• CORSINO,P. Educação Infantil: cotidiano e práticas. Autores Associados, 2009. Texto 7 (p. 105-116)

• HERNANDEZ, F. e VENTURA, M. Os projetos de trabalho: uma forma de organizar os conhecimentos escolares. In: HERNANDEZ, F. e VENTURA, M. A organização do currículo por projetos de trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. p.71-84.

Site: • http://www.eb1-ponte-n1.rcts.pt/.

– OBS: Os vídeos que estão no cd deste livro foram retirados de www.youtube.com

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Page 28: Livro 3:A Pedagogia de Projetos

A coleção Universo Infantil é uma obra que traz para você, educador, uma fonte inspiradora para desenvolver aspectos pedagógicos desejados. Nele você pode encontrar um vasto material que tanto pode auxiliá-lo na construção de um objetivo pedagógico

orientado, como na escolha de outras atividades livres.Tem como objetivo instrumentalizar o educador como ferramenta de assessoramento e

apoio técnico, para seu planejamento, desenvolvimento e avaliação no processo de ensino-aprendizagem. Para atingir esse objetivo, incluímos a definição dos objetivos específicos, sugestões de atividades extras, subsídio teórico, indicações bibliográficas, além da caixa

multimídia, para ser trabalhado em cada conteúdo. Tendo em vista os tempos da grande velocidade das inovações tecnológicas e do

mesmo intenso renascimento cultural, o indivíduo é a unidade básica de mudança. É ele quem administra a tecnologia do mundo de complexidades em que as relações são

fundamentais para os bons resultados. O desenvolvimento pleno da pessoa para a vida passa por sua capacidade de lidar com seus sentimentos e elaborar suas experiências em

busca de competência individual e em equipe.Somos todos educadores e estamos sempre aprendendo a adquirir novas habilidades.

Assim através dessa leitura coloca-se em prática a intenção de facilitar o cotidiano do educador, através desse assessoramento técnico.

www.colecaouniversoinfantil.blogspot.com

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