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É um entardecer quente e tenso, a escuridão vai des-cendo sobre os campos e o velho casario. O céu ganha a cor de zinco, e o horizonte surge pintado a tons de negro, pincelado de quando em vez pelo brilho colorido de palhe-tas de ouro cintilante, como se os deuses lá no Alto quises-sem esculpir uma obra de arte em � ligrana e escrever um poema à negritude, sobre o esplendor de uma tela africana.

Ouvem-se, a espaços, estrondos violentos provoca-dos pela natureza em ebulição, o que faz prever a queda de chuva em abundância, estando à vista uma das mui-tas trovoadas com que nos presenteia o primaveril mês de Maio. As pessoas regressam dos campos, vindo recolher-se nas suas casas e, até as pequenas aves num chilrear cons-tante, procuram abrigo e protecção sob os beirais, ou no frondoso arvoredo, procurando proteger-se de pequenos chumbos de granizo que não raramente as maltrata, quais caçadores furtivos enviados pela mãe natureza.

São bem visíveis os clarões dos primeiros relâmpagos,

MEMÓRIAS QUE FAZEM HISTÓRIA

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- Vou à Portela dar a notícia ao meu João. Vai apressada, e ainda longe, começa a chamar:- Ó João!... João!... ‘Ó João!...- Ó mulher, não me assustes, parece que vens a fugir dos

ladrões. O que é?- Olha esta carta!...- É igual às outras… o que é que tem?…- O que está lá escrito, homem de Deus.- Não sei, não me disseste, e eu não sou bruxo!...- Então ouve!... A tia Júlia lê devagar, o tio João, surpreso, vai abanan-

do a cabeça sorrindo e começa a entender a tal viagem à inauguração do Hotel.

- Então foi isso, Júlia?- Foi, dentro do ramo de � ores ia uma carta…Por instantes olharam-se os olhos marejados de lágri-

mas, e como há muito não acontecia, deram um abraço do tamanho do mundo.

Na madrugada do dia marcado, a tia Júlia e o tio João tomam o bem conhecido caminho de Fátima, tantas vezes percorrido, e que nunca lhes pareceu tão longo, tal era a ansiedade pela chegada ao destino.

Vão pedindo informações e não sem algumas di� cul-dades conseguem atingir o local indicado. Com desagra-dável e inesperada surpresa, são recebidos por um homem alto, má cara, ombros largos, vestido de negro, tal como a cor das suas enormes sobrancelhas, fazendo lembrar um “coruja” em dia de velório, e que bruscamente e sem uma palavra os tentou afastar, não dando qualquer atenção à

A TIA JÚLIA

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“DO REAL NASCE A POESIA,POR ISSO DÓI E EMOCIONA”

Com as letras brincando,as palavras vão surgindoe as frases saem rimando.

É o Poeta � ngindo!...

É esse o seu segredo:Pôr as palavras em verso,

Expressar mágoas e medosE os temas mais diversos.

Vai � ngindo que não senteas mágoas que vai expressando.

Usa palavras, brincando.Por isso, dizem que mente.

Histórias, memórias,palavras escritas em versos

sobre os temas mais complexos.

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O REGRESSO ÀS AULAS

A tarde cai sobre a cidade. Os raios solares, qual Arco Iris de mil cores, � ltram-se livremente entre a ramagem das frondosas árvores, ora despojadas de grande parte das suas folhas, emprestando aos nossos bonitos jardins uma rara e tranquilizante beleza. É o Outono em todo o seu es-plendor.

A temperatura amena que se faz sentir e a vontade de rever “velhos” e conhecer novos amigos, leva-nos a sair do aconchego das nossas casas, para alegremente enfrentar-mos o primeiro dia de aulas na nossa escola, a UNIVERSI-DADE SÉNIOR DE TOMAR, onde no Outono das nossas vidas, procuramos beleza e tranquilidade para os nossos dias.

Aqui, aprendemos, ensinamos, cantamos, brincamos, viajamos, convivemos, somos solidários, contrariamos o relógio biológico do tempo, caminhamos no sentido opos-to aos seus ponteiros. Somos teimosamente saudáveis no corpo e na mente, e passados alguns meses de vivência e

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