CURSO DE DIREITO PENAL - 4 · 7 SUMÁRIO Notas do autor ..... 35 O livro e sua atualização .....
Livro de 35 anos da ABLA
-
Upload
eduardo-graboski -
Category
Documents
-
view
238 -
download
4
description
Transcript of Livro de 35 anos da ABLA
Presidente do Conselho Nacional da ABLAPaulo Gaba Jr.
multiplicando
U m grupo de empresários acreditou que juntos fariam mais e melhor, trabalhou e uniu esforços, teve seguidores
e, graças a eles, conseguimos formar uma entidade respeitada, reconhecida e principalmente DE TODOS!
35 anos não são 35 dias, e muito esforço, tempo, dinheiro e saúde foram investidos para não apenas
erguer, mas sobretudo manter em pé nossa associação.
O matemático americano John Nash pregava que a soma de esforços gerava multiplicação de resultados. Os
fundadores da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA) acreditaram nisso, e hoje colhemos os
frutos dessa união de pessoas de bem, comprometidas e que realmente acreditavam que um setor melhor e mais
forte traria resultados positivos a suas empresas também.
Este livro é uma homenagem a todos que participaram da formação da NOSSA ABLA, e espero que façam uma
viagem nesta história bonita, verídica e da qual são personagens.
E se é certo que a vida começa aos 40, devemos estar preparados para nossa maturidade setorial plena muito em breve!
Boa leitura!
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS LOCADORAS DE AUTOMÓVEIS
prefácio
Em 1977, o mundo era outro, mas já se alugavam carros. Os modelos utilizados para locação foram se
modernizando, ficando mais econômicos, confortáveis, elétricos e conectados, com maior autonomia,
mais seguros e de várias marcas, globais e “made in Mercosul”.
O comportamento do consumidor, em um mundo digital e globalizado, que confirma suas reservas via dispositivos
móveis e com interface nos sistemas operacionais das locadoras, agilizou o atendimento de um setor que se popularizou.
O país do futebol vai sediar novamente uma Copa, e nosso fantástico povo vai receber também uma Olimpíada. Após
anos de estagnação econômica e muito esforço social, existe horizonte de crescimento econômico sustentado e constante.
35 anos e 500 mil carros mais tarde, mais de 2 mil empresas se modernizam, e a ABLA qualifica profissionais para
atuar em um país onde tudo está acontecendo.
E como nem sempre foi assim, decidimos contar a história de nossa associação através do tempo, mostrando a atuação
dos principais clientes das montadoras como agentes dessas mudanças no cenário turístico, político e econômico.
A locação de carros esteve presente em praticamente todos os fatos relevantes da história recente do Brasil. Durante
o “milagre econômico” e na redemocratização do Brasil , todas as construtoras alugaram carros para suas obras.
No impeachment de Collor, que faz 20 anos, ou no enterro de Tancredo Neves, muitos alugaram carros. Agora,
na era do pré-sal, quantas empresas do setor petrolífero não alugam veículos de nossas empresas? E em um setor
turístico que se desenvolve rápido, quantas operadoras de turismo não locam nossos carros para seus clientes
desfrutarem suas férias?
O visionário Henry Ford disse que o automóvel traria desenvolvimento ao Brasil, e acertou. Vou agora arriscar
dizer que o aluguel desses automóveis é que trará a distribuição dessa riqueza por toda nossa federação. E mais
uma vez o sucesso virá para os que perseverarem, porque alugar carros requer, mais que tudo, muita fé.
Paulo Gaba Jr.São Paulo/2012
ABLA | 35 anos
6
De símbolo de status a motor da economia nacional
7
ABLA | 35 anos
8
De símbolo de status a motor da economia nacional
9
O ano era 1891. O lugar, pouco glamouroso: o Porto de Santos, onde atracou o navio Portugal, recém-chegado da Europa. Foi ali, em meio aos estivadores e a uns poucos representantes
da aristocracia da época, que o jovem Alberto Santos Dumont, então com 18 anos, viu desembarcar um automóvel Peugeot, com motor Daimler a gasolina, comprado por 1.200 francos pela família, quando ainda residiam na França. A novidade chamou a atenção não só dos moradores da pacata cidade de Santos, mas também de quem, tempos mais tarde, circulava pelo centro de São Paulo, mais precisamente pela Rua Direita. Esse era o destino preferido, em suas voltas pela cidade, do engenheiro Henrique Dumont, milionário produtor de café da região de Ribeirão Preto, São Paulo, pai do jovem Alberto.
De símbolo de status
da economia nacional
a motor
ABLA | 35 anos
10
CURI
OSID
ADES
ANTIGUIDADE
O veículo Benz, ano 1913, utilizado por Rui Barbosa, é considerado o carro mais antigo da empresa Mercedes-Benz existente no Brasil. O veículo está exposto na casa de Rui Barbosa, transformada em museu, no bairro do Botafogo, no Rio de Janeiro.
1913
“FENEMÊS” NA ESTRADA
A Fábrica Nacional de Motores – FNM, criada por Getúlio Vargas, em 1938, para produzir motores de avião, passa a montar o caminhão D-9500, da italiana Alfa Romeo. Os “Fenemês” caíram no gosto popular e fi zeram
história, algumas
folclóricas.
1951
1953 LÁ VEM A
KOMBI
Com capital de CR$ 60 milhões e 12 funcionários, é fundada na Rua do Manifesto, no bairro paulistano do Ipiranga, a fábrica da Volkswagen. Ali, a companhia deu início à montagem da Kombi e do Sedan 1.200.
1950 UM CLÁSSICO
A Volkswagen importa o primeiro Fusca para testar sua aceitação no Brasil. Com motor 1.200 e alavanca de câmbio no painel com três marchas, o carro foi comprado pelo paulistano Rodolfo Maerz, por CR$ 59,7 mil, mais CR$ 1.493 em selos.
no gosto popular e fi zeram
história, algumas
da Volkswagen. Ali, a companhia deu início à montagem da Kombi e do Sedan 1.200.
Distante 440 quilômetros da capital paulista, a cidade do Rio de Janeiro também
conheceu o barulho dos automóveis cedo, por volta de 1895. Um dos primeiros ilustres
proprietários da novidade foi o jornalista José do Patrocínio, que circulava pelas
estreitas ruas cariocas a bordo de um modelo francês, movido a vapor, com fornalha,
caldeira e chaminé. Diz a lenda que, em uma tarde, Olavo Bilac, que aprendia com
Patrocínio a difícil arte de dirigir, perdeu a direção e se chocou contra uma árvore, na
Estrada Velha da Tijuca, inutilizando o veículo. Patrocínio fi cou desolado; Bilac, ao
contrário, gabava-se de ser o precursor dos desastres de automóvel no Brasil.
Na mesma época, o estudante de engenharia Fernando Guerra Duval provocava
inveja entre os moços da época ao cruzar a cidade com seu Decauville, com motor a
gasolina, dois cilindros. Na falta de combustível, Guerra Duval ia às farmácias e comprava
benzina. O carro era aberto, sem capota e com escapamento livre, o que provocava muito
barulho. O carro andou também em Petrópolis, para onde foi em uma prancha da estrada
de ferro, pois não havia estrada ligando a cidade imperial ao Rio de Janeiro.
Se os carros da família Dumont e do jornalista Patrocínio causaram espanto em São
Paulo e Rio de Janeiro, o autêntico “Clement”, com motor Penhard & Levassor, fabricado
em 1895, importado por José Henrique Lonat, não provocou menos comentários na
Salvador nos idos de 1900.
De símbolo de status a motor da economia nacional
11
1960
19641959 NA VITRINE
É inaugurado, no Pavilhão de Exposições do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, o I Salão do Automóvel, ainda hoje uma das principais vitrines do setor. No decorrer de seis décadas, o salão foi palco de lançamentos de modelos que fi zeram a cabeça dos jovens e que, ainda, circulam pelas ruas em mãos de colecionadores, a exemplo do Simca Chambord, Dodge Charger, Karmann-Ghia, Corcel GT, Ford Maverick, Puma GT, Fuscão
1.600, além do Ford Landau, do Passat e da Caravan.
PAIXÃO NACIONAL
Em 3 de janeiro de 1959, o presidente Juscelino Kubitschek assiste ao lançamento do primeiro Fusca Made in Brazil. Para marcar a data, JK passeia pela fábrica de São Bernardo do Campo a bordo de um sedã conversível. O Fusca é reconhecidamente o primeiro automóvel de baixo custo do país, o preferido de milhões de brasileiros por muitos anos. O primeiro Fusca comercializado tinha 95% de nacionalização e foi vendido ao paulistano Eduardo Andrea Matarazzo, por CR$ 471,5 mil, pela concessionária Marcas Famosas.
SUPERESPORTIVO
A história do Puma começou em 1964, em Matão, interior de São Paulo, quando o empresário Rino Malzoni resolveu criar um carro esportivo. Em 1965, apresentou o protótipo GT Malzoni. Em 1967, o modelo rebatizado de Puma entra em produção. Entre 1971 e 1984, foram lançados os modelos GTS (conversível) e o GTE (cupê). O carro deixou de ser
fabricado em 1993.1.600, além do Ford Landau, do
Passat e da Caravan.
Chambord, Dodge Charger, Karmann-Ghia, Corcel GT, Ford Maverick, Puma GT, Fuscão
1.600, além do Ford Landau, do Passat e da Caravan.
1964
GTS (conversível) e o GTE (cupê). O carro deixou de ser fabricado em 1993.fabricado em 1993.fabricado em 1993.
Mas foi mesmo em São Paulo que os automóveis se multiplicaram. Doze anos depois
do desembarque do primeiro automóvel em solo brasileiro, a cidade já contava com seis
carros. Um ano depois, em 1904, já eram 84 registrados na Inspetoria de Veículos por
fi guras ilustres da sociedade paulista, como Antonio Prado Junior, Ermelino Matarazzo,
Ramos de Azevedo, José Martinelli e Menotti Falchi, dono da Fábrica de Chocolates
Falchi, portador da primeira carteira de motorista nacional, expedida no mesmo ano.
Foi, também, em 1904, que a próspera Manaus, capital da borracha, viu circular
por suas ruas um modelo francês, da marca Renault, tipo Double-phaeton. O dono
era o engenheiro Antonio de Lavandeyra, diretor-presidente local da Manaus Harbour
Limited, a companhia inglesa que construía o porto fl utuante da capital do Amazonas.
Bem distante dali, Minas Gerais via nascer sua primeira estrada rodoviária, entre
os municípios de Caeté e Sabará. O empresário João Pinheiro comprou um carro
e fez a estrada para transportar a produção da Cerâmica Nacional de Caeté para
Sabará, em uma distância de 20 quilômetros, percorridos em quatro horas, a uma
média de 5 km/h. A paixão pelos automóveis era comum entre os jovens abastados
da época, a ponto de, em 26 de junho de 1908, a cidade abrigar a primeira corrida
automobilística realizada no Brasil. No Parque Antarctica, uma verdadeira multidão,
capaz de desembolsar 2.000 réis pelo ingresso, aplaudiu o grande vencedor do rali,
ABLA | 35 anos
12
UM LUXO SÓ
A Ford lança o Galaxie 500, carro de luxo com motor V8, que se tornou, por muito tempo, o transporte ofi cial das noivas a caminho da igreja. No fi m desse mesmo ano, sai da linha de produção o último DKW Vemag.
1967
NOVIDADES PODEROSAS
A Ford coloca no mercado o Corcel 4 Portas e o Galaxie LTD, enquanto a GM lança o Opala, seu primeiro carro de passageiros fabricado no Brasil. A Toyota, por sua vez, apresenta o Bandeirante, com produção 100% nacional.
1968
1970 NO EMBALO
DO TRI-CAMPEONATO
Enquanto o Brasil festeja
o tricampeonato de futebol no México, a Volkswagen produz seu carro de número 1 milhão em território nacional e lança o Fuscão 1.600. Foi com o clássico Fusca, fabricado pela montadora, que o então prefeito Paulo Maluf presenteou a seleção brasileira, iniciativa que, mais tarde, custou-lhe muitas justificativas. O político foi processado por gastar o dinheiro público.
UM LUXO SÓ
A Ford lança o Galaxie 500, carro de
apresenta o Bandeirante, com produção 100% nacional.
HENRY FORD
UMA GRANDE NAÇãoO automóvel está destinado a fazer do brasil
o paulistano Sylvio Penteado. Com um Fiat de 40 cv, ele cumpriu o
trajeto de 70 quilômetros em 1 hora e 30 minutos. Nesse mesmo ano, o
conde francês Lesdain realiza a pioneira travessia Rio-São Paulo – 700
quilômetros de estradas tortuosas, que ele percorreu em 33 dias, em um
carro Brasier, de 16 cv. As aventuras não pararam por aí. Antonio Prado
Junior organizou pouco tempo depois uma caravana de “bandeirantes
sobre rodas de borracha”, com destino a Santos, no litoral paulista, pelo
perigoso Caminho do Mar. A brincadeira durou 36 horas.
O movimento de automóveis pelas ruas da capital paulista no início
do século XX não chamava a atenção apenas dos usuários, mas também
dos grandes fabricantes. De olho no mercado cada vez mais crescente,
a Ford decide, em 1919, trazer a empresa para o Brasil, com o aval do
próprio Henry Ford:
- O automóvel está destinado a fazer do Brasil uma grande nação.
Disposta a crescer com o país, a montadora instalou o escritório e a
sua primeira linha de montagem na Rua Florêncio de Abreu, no centro
da cidade de São Paulo. Ali passou a produzir o Modelo T, o famoso Ford
Bigode, cujas peças eram importadas do exterior em caixas de madeira.
Os imponentes fordinhos circulavam pelas ruas de uma São Paulo que
começava a se verticalizar. A própria legislação municipal passou a obrigar
que novas construções instaladas nas ruas Xavier de Toledo, Sete de Abril,
Conselheiro Crispiniano e Vinte e Quatro de Maio tivessem, no mínimo,
De símbolo de status a motor da economia nacional
13
1974 REFRIGERAÇÃO A ÁGUA
Chega às revendedoras Volkswagen o Passat, primeiro carro brasileiro refrigerado a água e com tração dianteira. Nesse mesmo ano, Percival Lafer inicia a produção em série do MP Lafer, ao lado da fábrica de móveis da família, em São Paulo. Foram fabricados 4.300 unidades do modelo durante 16 anos.
1974 MOVIDO A ENERGIA
O primeiro carro elétrico brasileiro foi o Itaipu, fabricado pela Gurgel. Tinha apenas dois lugares e precisava de aproximadamente 10 horas para recarregar completamente suas baterias, que pesavam 320 quilos, dando uma autonomia de 60 a 80 quilômetros. Equipado com motor elétrico de 120 volts, 3.000 watts e potência de 4,2 cv.
1973 SOTAQUE MINEIRO
A Fiat formaliza junto ao governo de Minas Gerais a construção de uma fábrica e defi ne o modelo Fiat 127 como base para produzir seu primeiro carro no país. Com motor mais potente e suspensão reforçada, o modelo dá origem ao Fiat 147.
Equipado com motor elétrico de 120 volts, 3.000 watts e potência de 4,2 cv.
10 andares. Com uma população de 240 mil habitantes, a cidade conheceu
os primeiros auto-ônibus, como uma alternativa aos bondes.
Em 1925, foi a vez de a General Motors se instalar por aqui, com a
inauguração de uma fábrica no bairro paulistano do Ipiranga, de onde,
dois anos depois, saiu o primeiro Chevrolet que circulou pela cidade. Em
1929, a GM iniciou a construção de mais uma unidade fabril, desta vez no
município de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, onde está até hoje.
Com as montadoras investindo na produção e as vendas aumentando
sensivelmente, São Paulo começa a sofrer as consequências do progresso.
As ruas estreitas já não absorviam com facilidade o trânsito de veículos e
bondes. Entre 1920 e 1939, só no estado de São Paulo, o número de carros
de passeio saltou de 5.596 para 43.657, uma frota sufi ciente para provocar
reclamações da população em relação ao barulho estridente das buzinas,
do ronco dos motores e do trânsito que já se formava nas principais ruas e
avenidas da cidade.
Em 1930, Prestes Maia, ainda como secretário de Obras da cidade de
São Paulo, e mais tarde como prefeito, deu início ao seu Plano de Avenidas,
que previa a remodelação do sistema viário de grandes avenidas do centro:
a Av. Anhangabaú (atual Av. Prestes Maia) e a Av. Itororó (a conhecida
Av. 23 de Maio). A década, indiscutivelmente, mudou a geografi a da
cidade. Em 1938, foi inaugurado o túnel Nove de Julho, com 460 metros
de extensão, construído na avenida do mesmo nome, projetado pelo
engenheiro italiano Domingos Marchetti, para unir o centro da cidade
aos bairros.
Mas, se a cidade crescia em direção aos bairros, era mesmo no
centro que aconteciam as principais manifestações populares. Em 1935,
jovens da sociedade paulistana, entre elas Cordélia de Salles Penteado
de Brito, Maria Salles Penteado Teixeira, Purifi cação Rabelo da Silva e
ABLA | 35 anos
14
FRUTO DE UM SONHO
O primeiro Miura, com motor 1.600 cilindradas, surgiu em 1975, resultado do sonho dos empresários Aldo Besson e Itelmar Gobbi, diretores da empresa Aldo Auto Capas, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Nos 17 anos seguintes, foram mais de 6.000 unidades com importantes inovações. Além do design, o Miura contava com computador de bordo, freios ABS, trio elétrico e injeção eletrônica. A produção foi encerrada em 1991.
1975
ANISTIA POLÍTICA
O general João Baptista de Figueiredo promulga a anistia política pelo regime militar. O fi m da década seria marcado pela campanha do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, com greves lideradas pelo seu, então, presidente Luiz Inácio “Lula” da Silva. O movimento se espalha a outros setores. Cerca de 3,2 milhões de trabalhadores entram em greve.
1979
GREVES
O setor produz mais de 1 milhão de veículos, em um ano marcado por ondas de greves dos metalúrgicos do ABC, sede das principais fabricantes do setor. As paralisações atingiram tanto as montadoras quanto o segmento de autopeças.1
978
1981 MAIOR SEGURANÇA
Nesse ano, a Ford lança o Del Rey, o primeiro carro médio brasileiro e pioneiro na oferta de travas e vidros elétricos. Em 1982 chega ao mercado o utilitário Pampa e, em 1983, o Ford Escort, primeiro carro com motor transversal da montadora no Brasil.
Luiz Inácio “Lula” da Silva. O movimento se espalha a outros setores. Cerca de 3,2 milhões de trabalhadores
1981
ao mercado o utilitário Pampa e, em 1983, o Ford Escort, primeiro carro com motor transversal da montadora no Brasil.
Wanda Arouche, esbanjavam animação em um Chevrolet 1933, um táxi
de aluguel com placas A11-334, fantasiadas de soldados Flit, em alusão
a um personagem da propaganda do inseticida em bomba spray Flit.
Era terça-feira gorda do Carnaval de 1935 e ninguém sonhava perder o
Corso na Avenida São João.
Se as décadas de 1920 e 1930 foram de grande crescimento para
a indústria do automóvel no país, os anos 1940 foram responsáveis
pelo envelhecimento da frota. Com o início da II Guerra Mundial, as
importações tornaram-se impraticáveis. Como as fábricas montavam
seus carros aqui, mas não produziam as peças, os automóveis outrora
muito cobiçados foram, aos poucos, tornando-se ultrapassados.
Enquanto a frota envelhecia, a cidade continuava a ganhar novos
contornos, com a conclusão da Ponte das Bandeiras sobre o Rio Tietê,
no eixo da futura Av. Tiradentes, que custou à prefeitura 4.500 contos de
réis e facilitou o ir e vir de quem morava na Zona Norte da cidade. Bem
longe dali, era inaugurada, em 1947, a Via Anchieta, com 67 quilômetros,
ligando a cidade de São Paulo ao município de Santos, com capacidade
prevista para comportar de 16 mil a 18 mil veículos por dia.
Percorrer a estrada recém-inaugurada para um almoço na Ponta da
Praia, em Santos, faz parte da memória do paulistano Américo Lopes
Simões, de 79 anos.
- Viajamos em seis automóveis Ford novinhos. Embora a velocidade
fosse baixa, descer a Serra do Mar naquela época era uma aventura de
dar frio na barriga.
Arquivo da família Penteado
De símbolo de status a motor da economia nacional
151986 SÓ
ESTRANGEIROS
Sem novidades e impactadas pelas incertezas da economia, os membros da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) não participaram da 14ª edição do Salão do Automóvel, que mostrou apenas veículos importados, fora de série e modifi cados.
1984 PIONEIRISMO
A Fiat lança o Uno, modelo que se desdobrou em várias versões e que entrou para a história como pioneiro no segmento de “carros populares” uma década mais tarde.
1985 MERCADO ABERTO
O presidente Fernando Collor de Mello dá início à abertura das importações, forçando a competitividade da indústria nacional, até então protegida por reservas de mercado. Nasce a Autolatina, que se tornou a maior indústria automotiva do país, com 47 mil empregados e investimentos de US$ 2,5 bilhões.
1993 POPULARIZAÇÃO
É criado o Programa do Carro Popular, com motor 1.0 e preço equivalente a US$ 7,2 mil. O primeiro modelo lançado pela Ford foi o Escort Hobby, com fi la de espera nas concessionárias para compra.
47 mil empregados e investimentos de US$ 2,5 bilhões.
Simões lembra, ainda, que tirar carteira de motorista no início dos
anos 1950 exigia mais do que habilidade, pedia uma boa dose de sorte.
- O exame era feito na ladeira da Rua Silva Pinto, no centro da
cidade, em um Ford Perfect, com motor 4 cilindros. No banco, ao lado
do motorista, sentava-se um examinador de físico avantajado e, no
banco de trás, outro do mesmo porte. A ordem era parar o carro na
ladeira e dar a saída sem amassar uma caixa de fósforos, colocada a
poucos centímetros do pneu traseiro. Para ajudar, o carro não tinha
potência alguma vazio, que dirá cheio.
Foi com a chegada de Juscelino Kubitschek à Presidência da
República, em janeiro de 1956, que o setor começou a respirar novos
ares. JK, como o presidente era chamado, deu o impulso necessário à
implantação da indústria automobilística nacional. Em 16 de junho de
1956, ele assinou o Decreto nº 39.412, que criou o Grupo Executivo
da Indústria Automobilística (Geia), exatos 29 dias após a fundação
da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
(Anfavea). A data é considerada o marco ofi cial do nascimento da
indústria automobilística no Brasil.
ABLA | 35 anos
16
Em 5 de setembro do mesmo ano, sai da linha de montagem da fábrica Máquinas
Agrícolas Romi, instalada em Santa Bárbara do Oeste, no interior de São Paulo, a Romi-
Isetta, primeiro carro de passageiros com 70% de índice de nacionalização. Dois meses
depois, é apresentada a perua DKW-Vemag, de duas portas e 60% de componentes
nacionais. O lançamento foi em alto estilo, no Rio de Janeiro, com festa de gala no Hotel
Copacabana Palace e presença do Presidente da República. Estava dada a largada para o
fortalecimento de uma nova indústria no país.
No fi m dos anos 1960, o Brasil somava 65.755.000 habitantes e comemorava a
produção de 2 milhões de carros no país. Com isso, os congestionamentos tornavam-
se cada vez mais evidentes. Os bondes, que até então eram usados para transporte
público, em 1968 foram desativados, multiplicando-se os ônibus e os automóveis. O
sistema viário de Prestes Maia, ideal para uma população de 1 a 2 milhões de pessoas,
tornou-se impraticável para uma metrópole de 5 a 6 milhões de habitantes. A solução
encontrada foi construir as marginais dos rios Tietê e Pinheiros, que, como o esperado,
desafogaram em parte o obsoleto sistema viário paulista.
As duas décadas seguintes, anos 1970 e 1980, foram marcadas por uma forte
retração econômica, que culminou com a redução da fabricação de veículos e uma
leva de demissões da indústria automobilística. Enquanto Roberto Carlos estrelava
DKW OU COPACABANA PALACE
PARA NÃO DEIXAR NINGUÉM A PÉ
Em setembro desse ano é lançado no país o serviço de carro reserva (replacement), que, em 1996, já representava 15% do faturamento de algumas empresas locadoras. Dois anos antes, nos Estados Unidos, foram movimentados
US$ 3,7 bilhões com esse tipo de serviço.
1995 EXPANSÃO
Das 11 mil locadoras em operação no Brasil, 680 integravam uma das 14 redes de franquias do setor, das quais 575 eram administradas por franqueados, um aumento de 30% em relação ao ano anterior. O setor de locação cresceu 15% ao ano, entre 1993 e 1995, embalado, principalmente, pelo processo de terceirização de frotas.
1996
1996 CARRO DE PASSEIO
A Toyota inaugura sua fábrica em Indaiatuba, interior de São Paulo, a primeira planta de automóveis de passeio, em uma área de 23 mil m². Entre 1996 e 1998, foram investidos US$ 150 milhões na produção de 15 mil unidades/ano. O Projeto Corolla foi considerado um dos mais audaciosos da montadora no país.
Dois anos antes, nos Estados Unidos, foram movimentados
US$ 3,7 bilhões com esse tipo de serviço.
De símbolo de status a motor da economia nacional
17
nas telas dos cinemas o fi lme Roberto Carlos a 300 km por Hora, pilotando um
Dodge Charger 1971, a cidade ganhava um dos seus projetos mais polêmicos,
a via elevada Presidente Costa e Silva, mais conhecida como Minhocão. Oito
anos mais tarde, o ex-campeão mundial de Fórmula I, Jackie Stewart, rodou por
São Paulo pilotando um Fusquinha da Telesp, o primeiro carro convertido para
o uso de álcool como combustível.
Os anos 1980 registraram uma forte instabilidade econômica e política do
país. Em 1986, a Volkswagen decide descontinuar a produção do Fusca, que
virou objeto de desejo dos colecionadores. No mesmo período, a montadora
intensifica suas exportações, principalmente do Passat, que até hoje é visto
nas ruas do Iraque. Cerca de 170 mil carros foram exportados para o país,
entre 1983 e 1988. Conhecidos por lá como Brazili, os veículos traziam no
vidro os dizeres “Made in Brazil”.
Com uma frota de 18,3 milhões de veículos em 1990, a indústria
automobilística foi surpreendida, em 1993, com a retomada da produção do
Fusca, a pedido do presidente da República. Em 23 de agosto daquele ano,
Itamar Franco reinaugurou a linha do Fusca, na fábrica da Anchieta, da
Volkswagen, a bordo de um conversível azul-claro, repetindo a clássica cena
2004 TECNOLOGIA TRIFLEX
A General Motors colocou à disposição dos consumidores a tecnologia do carro trifl ex, ou seja, veículos equipados com motores que podem funcionar a álcool, gasolina ou gás natural veicular. O primeiro a rodar com a novidade foi o Astra Sedan, desenvolvido em parceria com a Bosch, Powertrain e Rodogás.
2006 PARA NÃO PERDER
O RUMO
Depois de oito anos de proibição, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) regulamentou o uso de equipamentos que geram imagens no painel dos carros, como telas de DVD ou aparelhos que orientam os motoristas com mapas, os chamados GPS (Sistema de Posicionamento Global). A medida autorizava o uso das telas pelos passageiros da frente e motoristas, desde que possuíssem sistemas que as tornassem inoperantes caso o carro estivesse em movimento.
2005 EM PROL DO
MEIO AMBIENTE
É instituído na cidade de São Paulo o rodízio municipal de veículos, com horário restrito de circulação de carros de acordo com o fi nal das placas. A medida vigora até hoje.
ABLA | 35 anos
18
ITAMAR NO FUSCAFOLHA PRESS
De símbolo de status a motor da economia nacional
19
De símbolo de status a motor da economia nacional
19
de Juscelino Kubitschek, em 1959, durante a inauguração da mesma
fábrica. Foi nessa década, também, que os brasileiros fizeram fila na
porta das concessionárias à espera do carro popular.
Do popular aos primeiros modelos estrangeiros de luxo se
passaram quase dez anos. Na primeira década dos anos 2000,
instalaram fábricas por aqui, entre outras, as montadoras Renault,
Honda, PSA Peugeot Citroën, Nissan e Mitsubishi. Mas foi a
Volkswagen que, em 2003, lançou no Brasil os carros com tecnologia
total flex, que, dois anos depois, já superavam em vendas os modelos
a gasolina.
Hoje, 121 anos depois do desembarque do primeiro automóvel no
Brasil, a indústria automobilística nacional é a quarta maior produtora
de carros do mundo, perdendo apenas para China, Estados Unidos e
Japão. Em 2011, foram 3.406.150 unidades fabricadas, contra 3.381.728
no ano anterior. A frota em circulação pelas ruas alcançou 34,6 milhões
de veículos, sendo 27,4 milhões de automóveis. E, assim como no
início da industrialização, São Paulo abriga 34,7% do total de carros,
somando índices de congestionamento cada vez mais elevados.
QUARTO LUGAR
O Brasil tornou-se o quarto maior produtor mundial de automóveis, com 3 milhões de veículos, porém é o único membro do grupo de países emergentes, BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a não possuir uma montadora genuinamente nacional.
2007
2006 NADA DE ESCURINHO
Nesse ano, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) passou a exigir que o uso de insulfi lme no vidro dos carros fosse fi scalizado com maior rigor, a partir de aparelhos que medem o índice de transparência do vidro. A legislação determina 75% de visibilidade no para-brisa, 70% nos vidros laterais dianteiros e 50% em todos os vidros traseiros. O índice de visibilidade deve constar em marcação visível do lado de fora do vidro.
QUATRO É DEMAIS
Chega ao mercado nacional o Veloster, da Hyundai, primeiro carro a rodar com apenas três portas e não com as quatro convencionais.
2011
ABLA | 35 anos
20
Tudo começou na região central de São Paulo
21
Ao assumir a Presidência da República, em 1956, o mineiro Juscelino Kubitschek pôs em prática o Plano de Metas, 50 anos de progresso em 5 anos de realizações, que na década
seguinte, em conjunto com as obras já realizadas por Getúlio Vargas, deram origem ao chamado “milagre econômico”. Foram investimentos em todos os setores da economia, principalmente em infraestrutura. Como consequência, a paisagem urbana de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo foi, aos poucos, ganhando novos contornos, com a construção de grandes edifícios e de casas de arquitetura menos opulenta e mais funcional.
Tudo começou na
de são pauloregião central
de são paulo
ABLA | 35 anos
22
Nas ruas, o movimento de automóveis crescia a olhos vistos. Os
veículos Fusca, Dauphine, DKW, Aero-Willys, Simca e Romi-Isetta
foram os primeiros a circular pelas rodovias que se multiplicavam
em todas as direções. Consolidava-se, assim, a sociedade urbano-
industrial brasileira, sustentada por uma política desenvolvimentista
e um novo estilo de vida difundido pelas revistas, pelo cinema, pelo
rádio e pela televisão, introduzida no país em 1950.
Nessa época, aos 30 anos de idade, o comerciante Adalberto Camargo,
nascido em Araraquara, no interior de São Paulo, já ganhava dinheiro
com a revenda de automóveis usados na região central da capital paulista.
Adalberto chegou à cidade em 1939, aos 16 anos, sem profi ssão defi nida.
Trabalhou como marceneiro, atendente de armazém, vendedor de lingerie
e auxiliar de tabelião, até entrar no ramo de automóveis. Começou lavando
carros para observar como funcionava o negócio de carros usados e, com
o dinheiro acumulado, montou a própria revenda.
Empreendedor perspicaz, Adalberto decidiu gastar suas economias
com uma viagem aos Estados Unidos. O que para a maioria dos
concorrentes soou como um desperdício do dinheiro em lazer, para ele
LADO A LADO COM OS AVIÕES
A primeira locadora de automóveis instalou-se dentro de um aeroporto, em 1932, em Chicago. Além da proximidade com os viajantes, oferecia o sistema fl y-drive, combinando o uso do carro alugado com uma viagem de avião.
1932
FINANCIAMENTO A LONGO PRAZO
Nessa década, aparecem as primeiras empresas de leasing mercantil, com as quais foi possível alavancar o desenvolvimento das locadoras de veículos, com fi nanciamentos a longo prazo.1
970
1950 ALUGUEL
DE CARROS NO PÓS-GUERRA
Na década de 1950, o mercado europeu se recupera da II Guerra Mundial, e a locação de automóveis tem grande impulso. No Brasil, na região central de São Paulo, alguns empresários de revendas de carros usados começam a alugar seus veículos como atividade complementar.
alavancar o desenvolvimento das locadoras de veículos, com fi nanciamentos a longo prazo.1
970
Tudo começou na região central de São Paulo
23
1975
1981PROÁLCOOL
O Programa Nacional de Álcool (Proálcool) teve início em 14 de janeiro de 1975 durante o governo do general Ernesto Geisel, com o objetivo de incentivar a produção de álcool de qualquer insumo, por meio da oferta de matérias-primas e aumento da produção agrícola. O governo investiu no programa US$ 7 bilhões até 1989, em subsídios e pesquisas. A Petrobras arcou com a responsabilidade da compra de toda a produção, transporte, armazenamento, distribuição e mistura do álcool à gasolina. O Brasil foi o país que mais se destacou na busca do álcool como combustível renovável. Em 1979, o governo e a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) assinaram protocolo exigindo que os fabricantes de automóveis buscassem novas tecnologias para produção em série de veículos a álcool hidratado. O preço do litro do álcool foi fi xado em 64,5% do preço da gasolina. Também foi reduzido o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros movidos a álcool. O projeto entrou em colapso nos anos 1990 e a produção praticamente zerou no início dos anos 2000. Em março de 2003, contudo, as montadoras iniciaram a fabricação de motores fl ex movidos a etanol hidratado, gasolina ou a qualquer mistura desses combustíveis.
FLY AND DRIVE
O ano trouxe uma inovação para os brasileiros. A Varig-Cruzeiro em parceria com a Volkswagen inaugurou um novo serviço de aluguel de automóveis nos aeroportos de Belém, Curitiba e Porto Alegre. O sistema, do tipo fl y and drive, permitia que o passageiro fi zesse a reserva prévia do carro, em qualquer agente de turismo ou nas lojas da Varig-Cruzeiro, junto com a reserva da passagem. O veículo estaria disponível no aeroporto indicado.
signifi cava mergulhar em um novo tipo de negócio, ainda desconhecido
no Brasil: a locação de automóveis. E Adalberto não poderia ter
escolhido destino melhor. O hábito de alugar carros era bem antigo
entre os consumidores americanos, datava do início do século XX.
O primeiro registro de aluguel de veículos que se tem notícia na
América data de 1916, quando Joe Saunders, de Omaha, no Nebraska,
Estados Unidos, alugou um Ford T por US$ 0,10 a milha. Quatro
anos depois, ele já operava em 21 estados americanos. Foi, contudo,
Walter L. Jacobs, o responsável, em setembro de 1918, pela abertura
do primeiro negócio de locação de automóveis, em Chicago. Com 12
carros modelo Ford T, que ele mesmo pintou e consertou, expandiu
suas operações rapidamente. Em cinco anos, sua receita anual chegou
a US$ 1 milhão.
Em 1923, Jacobs vendeu seus negócios ao austríaco John Hertz,
presidente da empresa de táxi Yellow Cab, continuando como executivo do
grupo. Nessa data, a empresa passou a chamar Hertz Drive-Ur-Self System
e adotou a sua tradicional cor amarela. Três anos depois, foi adquirida
pela General Motors e apresentou uma das ideias mais importantes
1982 UM MONSTRO CHAMADO INFLAÇÃO
Desde o ano anterior, o PIB do Brasil revelou queda média de 1,6%, e em 1982 instala-se no país o que os economistas passaram a chamar de estagfl ação, união de estagnação da economia com infl ação. Dois anos depois, o índice infl acionário chega a 223,8%, saltando para 1.764% em 1989, e em abril de 1990 sobe para 6.584%.
ABLA | 35 anos
24
1989 O PLANO VERÃO
Lançado em 15 de janeiro, o novo plano pretende segurar a inflação com o controle do déficit público, a privatização das estatais, novo congelamento de preços e a desindexação da economia. É o fim da URP e o início do cruzado novo e do dólar turismo.
do merchandising da locação de veículos – uma espécie de cartão de
crédito chamado National Credential.
Embora a literatura aponte Saunders como o pioneiro no universo
da locação de automóveis no mundo, o serviço já era colocado em
prática desde 1912, na Bavária. Nesse ano, em uma pequena garagem,
localizada no centro de Munique, Martin Sixt fundou a Martin Sixt
Autofahrten, serviço de aluguel de carros que operava com apenas três
veículos: um Deutz Laundaulet de Luxe e dois Daimlers. Paralelamente,
Martin oferecia às celebridades da época os serviços de locação de
Limousines para circular pela Europa. Em 1914, com o início da
I Guerra Mundial, todos os carros foram confi scados para o serviço
militar e o empreendedor perdeu sua principal fonte de trabalho.
O confl ito se arrastou por mais tempo do que o esperado e, mesmo
diante da desolação do pós-guerra, a esposa de Martin decidiu abrir
uma cafeteria que, mais tarde, foi vendida e deu origem à nova locadora
da família, a Sixt Autofahrten. O negócio foi mais uma vez interrompido
com o início da II Guerra Mundial. O que Martin não sabia é que seu
fi lho, Hans, contrariando a ordem dos ofi ciais, havia escondido três
O PLANO BRESSER
O ministro Luiz Carlos Bresser Pereira lança o Plano Bresser, que manteve o congelamento de preços, salários e aluguéis. As tarifas públicas aumentam e o gatilho salarial é extinto. O consumidor conhece a Unidade de Reposição de Preços (URP).
1987
1986 O PLANO CRUZADO
O presidente José Sarney anuncia o Plano Cruzado, com corte de três zeros da moeda, que passa de cruzeiro para cruzado; os preços e salários são congelados, a correção monetária é extinta e o governo cria o seguro-desemprego e o gatilho salarial – reajuste automático de salários toda vez que a infl ação atingisse determinado nível. Foi decretada a moratória e a suspensão do pagamento da dívida externa.
NOVA CONSTITUIÇÃO
Foi promulgada em 5 de outubro de 1988 pelo presidente da Câmara, Ulysses Guimarães a nova Constituição do Brasil. Segundo o próprio Ulysses, a Carta Magma fi cou conhecida como a Constituição Cidadã, em alusão às suas diversas conquistas nos campos da liberdade individual e dos direitos de natureza social e política.1
988
Tudo começou na região central de São Paulo
25
1990 O PLANO COLLOR
O presidente Fernando Collor de Mello, para quem os carros brasileiros mais pareciam carroças, anuncia um choque econômico radical. No dia de sua posse, confi sca 80% dos depósitos bancários e aplicações fi nanceiras, adota o cruzeiro como moeda, congela os preços, acaba com a indexação, privatiza estatais, fecha órgãos públicos e dá início à abertura da economia à competição internacional. Em sua curta gestão foi criada, também, a Câmara Setorial da Indústria Automobilística, reunindo representantes de montadoras, autopeças, componentes, revendas, trabalhadores e representantes dos governos federal e estaduais.
automóveis em um estábulo. Foram exatamente esses veículos que
ajudaram a família a reavivar o negócio no pós-guerra. No fi m da
década de 1940, eles operavam com mais de 1.700 Export Taxis, pagos
em dólares pelos soldados americanos. Sem contar o serviço de aluguel
de Limousines a estrelas como Greta Garbo e Marlene Dietrich.
Foi com o propósito de mergulhar nesse universo, e conhecer
mais a fundo como funcionava o negócio, que o brasileiro Adalberto
Camargo rumou para os Estados Unidos, em 1958. Lá, ele teve a
certeza de que estava diante de um ramo promissor no Brasil, afi nal, o
momento era favorável com o crescimento das atividades econômicas
e a necessidade de novos meios de transporte.
De volta a São Paulo, o empresário inaugurou, em 1959, a Auto-
Drive Indústria e Comércio, inspirada na experiência americana,
considerada a primeira empresa criada exclusivamente com a
fi nalidade de alugar automóveis no Brasil. O negócio foi possível graças
à associação de Adalberto com empresários de outros setores em busca
de fi nanciamento. Em pouco tempo, ele somou a maior frota de carros
particulares do país, com 100 Volkswagen sedãs. A partir da locadora,
1990 DEFESA DO CONSUMIDOR
Foi instituído por meio da Lei Federal nº 8078, de 11 de setembro de 1990, o Código de Defesa do Consumidor (CDC), que estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social. Uma das principais conquistas do CDC foi permitir que os abusos de empresas fossem vistos como um prejuízo coletivo. Até então, os problemas eram tratados como questão individual. Em seus 20 anos de existência, o código mudou a visão do consumidor e das empresas como observa José Geraldo Brito Filomeno, ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo e um dos criadores do código. “No início, o CDC foi visto como um perigo à ordem econômica, mas hoje é aplaudido. Até porque, com a globalização da economia, o código tem sido encarado como indutor da qualidade dos produtos postos no mercado nacional e internacional.” Como todos os demais segmentos, o de locação de automóveis teve de passar por um processo de adequação às novas exigências, que trouxe um novo marco às relações de consumo.
ABLA | 35 anos
26
LIGADO NA TOMADA
Em março de 1996, no lugar de comercializar seu novo carro elétrico, o EVI, a General Motors norte-americana optou por alugá-lo a fi m de divulgar o lançamento. O aluguel mensal foi fi xado entre US$ 450 e US$ 600. Se fosse comercializado, o veículo custaria US$ 35 mil.
O PLANO REAL
O novo plano promove a décima mudança da moeda com a adoção do real, fi xa a taxa de câmbio na paridade de R$ 1,00 para US$ 1,00, acelera as privatizações, eleva os juros, facilita as importações, prevê o controle dos gastos públicos, mantém o processo de abertura econômica e busca medidas de apoio à modernização das empresas.1
994
1996
1991 VIVA A NOIVA
No início da década de 1990, foi criado em São Paulo o Marriage Service para transporte de noivas no dia do casamento. O objetivo era atender a um público diferenciado e exigente, além de oferecer uma opção original de presente para os noivos. Inicialmente, eram 60 veículos, entre os modelos Ford Landau, Opala Diplomata e SL-380 e SL-500. O aluguel de um Landau, por exemplo, saía pelo preço de CR$ 17.900,00 em US$ por um período de quatro horas.
fundou e comandou outros empreendimentos, como a Mecanova S.A, a Afro-America
Importação e Exportação e a Táxi Amarelinho, uma das pioneiras no ramo no Brasil,
responsável pela consagração do uso do Fusca como carro de aluguel.
Na esteira da Auto-Drive, outras revendas de carros começaram a entrar no ramo de
locação, embora as difi culdades se multiplicassem na época. A concorrência predatória
e o desgaste dos veículos com as péssimas estradas eram os maiores desafi os.
Mais uma vez, tomando por base a experiência americana, o perfi l do segmento de
aluguel de carros mudou no Brasil. Em meados dos anos 1960, a locação de automóveis
deixou de ser exclusivamente transitória e efêmera para incluir, também, contratos feitos
para atender as frotas das empresas, surgindo o aluguel de longos períodos. Nos anos
1970, foram criadas as empresas de leasing fi nanceiro, com as quais foi possível alavancar o
desenvolvimento das locadoras de veículos, já que as operações de fi nanciamento ganharam
prazos maiores. No fi m da década, surge o carro a álcool, que imediatamente se tornou
presente em larga escala na frota das locadoras de todo o país.
Assim como acontecera em outros países, as redes internacionais começaram a se
interessar pelo mercado brasileiro de locação e a se instalar por aqui, enquanto as empresas
nacionais passaram a formar redes, utilizando o sistema de franquia. Com isso, a locação de
veículos ganhou novo fôlego e as pequenas empresas se multiplicaram na área.
Tudo começou na região central de São Paulo
27
1997 NOVO CÓDIGO
DE TRÂNSITO
O novo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) foi criado em 1997, mas só entrou em vigor no dia 22 de janeiro de 1998. Em 2009, sofreu alterações signifi cativas em 53 artigos e ganhou mais 15, envolvendo pontos como o uso de celular, o teste do bafômetro e a licença provisória de um ano para jovens motoristas.
1996 SONHO
DE CINEMA
No Brasil, o setor de locação assiste ao crescimento da demanda por Limousines, alugadas a R$ 150 a hora.
Com o setor já consolidado e em busca de representatividade junto ao governo
e às montadoras, tornou-se essencial a criação de uma associação que defendesse
os interesses das empresas da área, profi ssionalizasse a atividade e a divulgasse
junto à sociedade. Nascia, então, em 30 de março de 1977, a Associação Brasileira
das Empresas de Auto-Veículos, mais tarde denominada Associação Brasileira das
Empresas Locadoras de Automóveis (ABLA).
A década seguinte foi marcada pela implantação de vários planos econômicos,
por altas taxas de infl ação e mudanças políticas e sociais. Apesar da chamada “década
perdida”, o setor de locação ganhou musculatura, cresceu, rumou para o interior e
chegou aos anos 1990 com muitos desafi os e novas oportunidades. A abertura da
economia, a criação do Código de Defesa do Consumidor, o estímulo à produção
de carros populares e a estabilidade da moeda levaram à expansão dos negócios e ao
crescimento do número de empresas especializadas no ramo. A abertura trouxe para
o setor a possibilidade de diversifi car a frota com carros importados, para agradar o
consumidor que passou a exigir maior qualidade.
A explosão dos cartões de crédito, principalmente após o Plano Real, também foi
positiva para o setor ao ampliar a base de potenciais consumidores. O momento exigia
a adaptação da administração dos negócios à nova ordem econômica, sem infl ação. 1999 NOVA FASE
DO REAL
São adotadas a livre fl utuação do câmbio e a redução das taxas de juros domésticas. Nesse mesmo ano, o setor via surgir uma nova oportunidade de negócios: o aluguel de utilitários para frotas de empresas e, também, para pessoas físicas.
2004 A FORÇA
DOS NICHOS
Cresce a procura por serviços de locação segmentada, como aluguel de carros blindados, automáticos, adaptados para defi cientes físicos, automóveis especiais para casamentos, veículos off-roads não só por parte das empresas, como também de executivos e profi ssionais liberais, além de carros sob medida para pessoas especiais.
$
$
$
$
ABLA | 35 anos
28
Tudo começou na região central de São Paulo
29
2009 ECOFROTAS
Começam a operar em Londres as primeiras “locadoras verdes”, especializadas no aluguel de ecocarros, automóveis movidos a biocombustível, biodiesel ou células de hidrogênio, ou, até mesmo, híbridos, com motores elétrico e convencional.
RESPONSABILIDADE SOCIAL
O setor de locação de veículos gera emprego e renda para a sociedade, além de ser um dos grandes pagadores de tributos diretos e indiretos para todas as esferas do governo. Em 2011, as empresas criaram 277.943 empregos diretos e indiretos, 5% a mais do que no ano anterior.
CAR SHARING
São Paulo torna-se a milésima cidade no mundo a oferecer o sistema de car sharing, um processo que começou na Suíça, na década de 1980, e se espalhou pelo mundo. Na prática, o carro alugado aguarda pelo cliente, que o reservou pela internet, em um estacionamento 24 horas. Para retirá-lo, basta encostar um smart card em uma espécie de código de barras. As chaves estão no porta-luvas e a ignição só é liberada após o cliente responder ao check list no computador de bordo. O bilhete do estacionamento pago também fi ca no porta-luvas. O carro deve ser deixado no mesmo local e no horário estabelecido.
2009
2011
2010 GRINGO AO VOLANTE
Foi publicada em março de 2010, no Diário Ofi cial da União, a Resolução 345 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que permite que o estrangeiro que desejar, ou necessitar, alugar um carro no Brasil não tenha de apresentar obrigatoriamente a tradução juramentada de sua carteira original de habilitação. Basta apresentar a carteira original, dentro do prazo de validade e, um documento de identifi cação, que pode ser o passaporte.
Mas, ao contrário do que se previa, a estabilidade dos preços não se
verifi cou nos automóveis. Os modelos populares saltaram de R$
7,3 mil em 1994 para cerca de R$ 13 mil em 1999. Enquanto isso, a
concorrência entre as locadoras aumentou, o que, aliado ao ganho de
produtividade e redução de custos, resultou na queda dos preços da
diária, ao redor de 30%.
Os anos 2000 revelaram mudanças signifi cativas no perfi l da economia
mundial, principalmente na última década. Os países integrantes do
BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – agora estão no foco
do crescimento, e o Brasil, sobretudo, está no centro das atenções globais.
O setor de aluguel de veículos não passou imune a essas mudanças,
como bem lembra Paulo Gaba Jr., presidente do Conselho Nacional da
Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA).
- Há 20 anos, nosso maior desafi o era combater a guerra dos preços.
Eu escutava incansavelmente críticas a outras empresas que praticavam
concorrência predatória de tarifas. O valor era formado pela oferta da
concorrência, sem nenhum outro critério. A infl ação mascarava resulta-
dos, e o foco estava no preço.
Nos dois últimos anos, porém, o setor teve seus melhores resultados,
com recuperação dos preços. Em 2011, o faturamento do segmento alcançou
a cifra de R$ 5,6 bilhões, um incremento de 11% em relação a 2010. Só no
ano passado, a participação das locadoras na compra e venda de automóveis
chegou a 8,7%, consolidando o segmento como o principal cliente das 23
montadoras instaladas no país. Apesar do contexto internacional, o ano foi
bastante positivo, com um crescimento e faturamento acima da média de
muitos outros segmentos da economia. Desempenho comemorado pelo
presidente do Conselho Nacional da ABLA.
- De 2010 para 2011, a frota cresceu 7,51%, somando 445.470 veículos.
O número de locadoras também aumentou, saltando de 2.008 para 2.083,
em uma demonstração clara de que o conceito de aluguel de carros está
cada vez mais presente na vida dos brasileiros.
A terceirização de frotas continua a responder por 55% dos
negócios, como ocorreu na última década. Entretanto, a realização no
país da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016 deverá mudar
esse panorama, propiciando o crescimento da participação do turismo
de negócios e de lazer.
Diário Ofi cial da , a Resolução 345 do Conselho Nacional de Trânsito
(Contran), que permite que o estrangeiro que desejar, ou necessitar, alugar um carro no Brasil não tenha de apresentar obrigatoriamente a tradução juramentada de sua carteira original de habilitação. Basta apresentar a carteira original, dentro do prazo de validade e, um documento de identifi cação, que pode ser o passaporte.
ABLA | 35 anos
30
Setor aposta na união para ganhar força
31
A história da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA) teve início em 1977, quando alguns empresários, entre eles Marco Antonio Ghiberti e Alberto Moraes Barros Filho,
que representavam uma das maiores empresas internacionais da área no Brasil, decidiram reunir um grupo de proprietários de locadoras para criar uma entidade para o segmento, que começava a ganhar porte. O objetivo era promover a profi ssionalização do setor, divulgar a atividade e permitir a troca de experiências entre as poucas empresas da época.
setor aposta
para ganhar forçana união
ABLA | 35 anos
32
MISSÃO
Depois de dois dias de reuniões, 11 empresários aceitaram a
empreitada, representando os estados de São Paulo, Rio de Janeiro,
Rio Grande do Sul e Bahia. O primeiro presidente foi Josef Kurc,
que cedeu o próprio escritório, na região central da capital paulista,
para sediar a nova associação. A primeira sede ofi cial da ABLA
fi cava na Praça Roosevelt, onde a entidade permaneceu até 1992,
quando passou para um escritório na Vila Olímpia. Em 1999,
mudou-se para a sede própria, na Zona Sul da capital paulista.
Dois anos depois da sua fundação, a ABLA já contava com
40 empresas. Em 1987, quando comemorou seu 10º aniversário,
a entidade registrava uma centena de associadas. Duas décadas
depois, em 1997, nada menos do que 550 locadoras ligadas à
entidade respondiam por 85% do mercado. Ao completar
35 anos, a associação representa e defende os interesses das
locadoras em todo o país, que respondem por 8,7% das vendas
do setor e faturaram R$ 5,67 bilhões em 2011.
Registrada como Associação Brasileira das Empresas de
Auto-Veículos, a ABLA ganhou novo nome em 31 de outubro de
1996, passando a se chamar Associação Brasileira das Locadoras
de Automóveis. Nessa época, já adotava um modelo participativo
profi ssional e autossustentável, baseado em parcerias, que, além
de trazer benefícios às locadoras, também criava
recursos para a entidade. Entre elas, o do
Cadastro Nacional de Veículos
Roubados (CNVR),
INTEGRAR e representar as associadas, promovendo ao
desenvolvimento e a divulgação da atividade de locação, visando
o fortalecimento do setor.
“No momento em que os fabricantes adotarem as locadoras como parceiras
- e não apenas como canal de vendas -, o setor tenderá a crescer muito.
A ABLA trabalha para isso”
JOÃO CLAUDIO BOURGPRESIDENTE EXECUTIVO
“A ABLA trabalhou para profissionalizar o setor
e levar cada locadora a entender as reais necessidades de cada um
dos seus clientes”
JORGE LUIZ MACHADOGERENTE ADMINISTRATIVO
ELES AJUDARAM A CONSTRUIR A NOSSA HISTÓRIA
“A ABLA possibilitou aos empresários do setor ter
maior firmeza e tranquilidade na tomada das decisões”
ALBERTO FARIACONSELHEIRO NACIONAL
Setor aposta na união para ganhar força
33
por meio do qual as locadoras associadas recebem auxílio na
averiguação de veículos eventualmente desaparecidos; e a Serasa
(centralização dos serviços dos bancos), com redução nos
preços das consultas e de montadoras, que passaram a oferecer
descontos na renovação da frota.
Desde 1998, a estrutura administrativa é descentralizada, com
representatividade em todo o território nacional, por intermédio
dos seus 28 diretores regionais e seus respectivos adjuntos, que
executam um importante trabalho de aproximação dos associados
e da comunidade às ações da entidade, além de garantir maior
agilidade na tomada de decisões. Disposta a desenvolver no
empresariado a consciência de que o segmento de locação de
automóveis é dinâmico e exige aperfeiçoamento tecnológico
constante, a ABLA, no decorrer de mais de três décadas,
acompanhou de perto as questões que envolvem o setor no Brasil,
tais como o Código de Trânsito Brasileiro, impostos incidentes,
planos econômicos e os relacionamentos com os poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário, além da integração cada vez
maior das locadoras de automóveis com a infraestrutura turística
do país. Entre 1995 e 1999, a associação abraçou o Projeto Frota
Verde, que transformaria toda a frota das locadoras em carros
movidos a álcool, com redução de impostos.
Uma das mais importantes ações da entidade foi obter junto
à Infraero mudança nas regras de licitação, para que as locadoras
pudessem abrir lojas nos aeroportos. A liberação, juntamente com
o surgimento do leasing, possibilitou às locadoras a compra de
um volume maior de carros e foi de grande importância para o
crescimento do setor no país ainda no fi m da década de 1970. A
década de 1980 trouxe difi culdades às locadoras, como a instituição
do empréstimo compulsório na aquisição de veículos e combustíveis,
o Plano Cruzado I, que estabeleceu o congelamento de preços, e o
Cruzado II, que elevou em 80% os preços dos veículos e em 20%
“Um dos grandes marcos da ABLA foi a abertura do escritório regional em Brasília, que inseriu
o setor no cenário político nacional”
CÉLIO FONSECADIRETOR REGIONAL – RORAIMA
“Tenho saudades dos tempos em que o maior
desafio era popularizar a cultura da locação no país e
profissionalizar o setor”
CARLOS ROBERTO FAUSTINOMEMBRO DA ABLA
ABLA | 35 anos
34
Setor aposta na união para ganhar força
35
ABLA | 35 anos
36 ÉTICA: A conduta ética das empresas atuantes no setor
de locação de veículos, em seus relacionamentos internos e
externos, possibilita à ABLA sua melhor representatividade. A
atuação da entidade deverá ser condizente com essa postura.
IGUALDADE: Todas as empresas associadas devem
receber o mesmo tratamento, independentemente de seu
porte ou localização geográfica. É assim que a ABLA considera
suas associadas.
LIVRE CONCORRÊNCIA: A ABLA é a favor do livre
mercado. Não existindo reservas no setor de aluguel de carros,
todas as empresas devem ter liberdade para concorrer, de forma
ética, em um ambiente de competição.
VALORIZAÇÃO DAS ASSOCIADAS: A ABLA está
determinada a atender às necessidades e reivindicações das
empresas sob sua representação. A busca de profissionalismo
e o estabelecimento do reconhecimento do setor em todas as
esferas são atitudes que fortalecem a entidade e suas associadas.
ZELO PELA IMAGEM: A imagem do setor é formada
pela atitude isolada de cada uma de suas empresas e pelo seu
conjunto representado pela ABLA. Cabe a cada associada
zelar pela boa imagem de sua empresa e da entidade que a
representa. Cabe à ABLA defender suas associadas e trabalhar
a boa imagem do setor.
A ABLA trabalha duro para que as pequenas empresas não fechem e se tornem cada vez mais competitivas
SAULO FRÓESCONSELHEIRO GESTOR
OS PRINCÍPIOS
Setor aposta na união para ganhar força
37
o custo das peças e acessórios. Todas essas medidas levaram
a ABLA a mobilizar-se em defesa do setor, buscando isentar
as locadoras do compulsório e discutindo amplamente com
as associadas as formas de adaptar-se à realidade econômica
e administrar as dificuldades sem transferi-las aos clientes.
O relacionamento com o governo e com parceiros do setor
privado sempre fez parte da conduta da ABLA. Nos anos 1990, a
associação mobilizou-se mais uma vez em defesa de seus membros
para enfrentar um novo desafi o: a difi culdade para comprar veículos,
em razão do ágio que sucedeu as medidas econômicas do governo
Collor. Buscando uma solução para o problema, a entidade levou à
então ministra da Indústria, Comércio e Turismo, Dorothéa Werneck,
as reivindicações das locadoras. A iniciativa propiciou o convite da
ministra para que a associação representasse os consumidores na
Câmara Setorial criada para discutir a indústria automobilística. As
discussões resultaram no incentivo, por parte do governo, à produção
do carro popular, em 1993. Atualmente, esses modelos são os mais
utilizados pelas locadoras e respondem por 64% da demanda.
Para facilitar o dia a dia das centenas de locadoras, a
associação criou tabelas de conversão dos valores dos aluguéis
na transição do cruzeiro para cruzados novos e, mais adiante,
ajudou seus associados a entender as URVs. Com o objetivo
de elevar os níveis de profi ssionalização do setor em todo o
país, foram criados cursos, seminários, congressos e discussões
temáticas de interesse da classe. Paralelamente, um grupo de
assessores nas áreas jurídica, econômica, empresarial, comercial,
securitária e de comunicação passou a apoiar os associados
em tempo integral. No decorrer de mais de três décadas, a
contestação da Súmula 492 do Supremo Tribunal Federal, que
prevê a responsabilidade civil das locadoras por danos causados
a terceiros por clientes, no uso do carro alugado, foi um dos
assuntos mais discutidos pelo Conselho Jurídico.
“A ABLA, com seu trabalho de formiguinha, ajudou as regiões mais distantes do país a adotar a cultura do aluguel de carros”
ANTONIO DA SILVADIRETOR REGIONAL – ACRE/RONDÔNIA
“Uma vara quebra com facilidade, mas um feixe de varas não quebra. Precisamos estar unidos em torno da ABLA, porque ninguém faz nada sozinho”
FELIX PETERCONSELHEIRO FISCAL – RIO GRANDE DO SUL
“A ABLA posicionou o setor de locação no mapa econômico e político do Brasil”
LUIZ CABRALEX-DIRETOR SUPERINTENDENTE
“Com a ajuda da ABLA, as locadoras se tornaram parceiras das montadoras e, atualmente, acabam interferindo nas mudanças de alguns modelos lançados”
JOADES DE SOUZACONSELHEIRO FISCAL – GOIÁS
ABLA | 35 anos
38
O mercado de locação no Nordeste começou a se solidificar quando o governo passou a enxergar a terceirização de frotas como algo salutar, as empresas nacionais e internacionais decidiram optar por esse serviço e o turismo se profissionalizou. A ABLA teve importante papel nessa transformação
“Eu sempre tive disposição para encarar os desafios e tentar
resolver tudo sozinha. Mas, sem dúvida, o trabalho na ABLA ajudou
a aprimorar essa disposição e a lidar com pessoas”
VANDA ALVES MARTINSDEDICOU-SE A ENTIDADE POR 11 ANOS
“A passagem pela ABLA me proporcionou um crescimento
profissional e pessoal. Só tenho boas lembranças”
ELIANE RODRIGUESDEDICOU-SE A ENTIDADE POR 10 ANOS
“A minha passagem pela ABLA foi muito positiva. De lá, eu levei
para a vida a lição de que o maior patrimônio de um profissional
é sua credibilidade”
APARECIDA PARLATO DE LIMADEDICOU-SE A ENTIDADE POR 13 ANOS
“A ABLA trouxe estrutura gerencial e profissionalização
para o setor, além de representação política e comercial”
ALVANI MANOEL LAURINDOMEMBRO ABLA
Com base nos princípios da ética, igualdade, livre concorrência,
valorização da associada e zelo pela imagem do setor, a ABLA
desenvolveu em 1993, e reeditou em 1997, um Código de Ética para
nortear as atuações das locadoras associadas. A postura foi decisiva
para a imagem de seriedade e respeito que a atividade alcançou
no país. Contribuiu, também, para o fortalecimento do setor, a
implantação do Programa Nacional de Capacitação e Qualificação
ABLA, conhecido como PQA, que desde 2007 aplicou mais de 6 mil
capacitações em cursos ministrados a distância ou presenciais, por
meio de palestras, seminários e minicursos.
No começo da segunda década dos anos 2000, a ABLA reforça seu
papel para orientar os empreendedores para que o ramo continue sendo
visto como promissor e profissional. Em 2011, a entidade deu início a
um trabalho de identificação do potencial de um novo negócio para as
locadoras de veículos de todo o país – a locação de veículos pesados,
ônibus e caminhões. A nova modalidade poderá impulsionar ainda
mais o mercado de terceirização de frota, que já corresponde a 55% do
faturamento do setor. A tendência já é realidade nos Estados Unidos, na
Austrália e em alguns países da Europa, como Alemanha, França e Itália.
NILDO PEDROSACONSELHEIRO NACIONAL
Setor aposta na união para ganhar força
39
A associação trouxe maior profissionalismo à atividade e ajudou o segmento a ser mais
OS OBJETIVOSCONGREGAR as empresas locadoras de automóveis
que operam ou venham a operar no país, promovendo o
aperfeiçoamento do setor.
DESENVOLVER e estimular em seus associados o
espírito associativo, a franca e efetiva colaboração e exigir
o cumprimento do Código de Ética da associação.
DEFENDER os direitos inerentes a seus associados bem
como sua representação em juízo ou fora dele, na forma e nos
casos em que a Assembleia Geral autorizar.
REALIZAR estudos, pesquisas, e elaborar projetos
destinados ao aperfeiçoamento das condições de trabalho
dos associados e da categoria.
REPRESENTAR o setor junto à sociedade e às
autoridades, defendendo os princípios da livre iniciativa, da leal
concorrência e da liberdade da atividade econômica.
MANTER intercâmbio com sindicatos, associações e
outras entidades nacionais e estrangeiras ligadas direta ou
indiretamente à locação de veículos.
SERVIR como órgão de consultoria, informação e
assessoria em assuntos ligados ao setor de locação de veículos.
ATUAR na condição de Juízo Arbitral com a finalidade
de dirimir litígios entre as empresas locadoras de veículos,
sejam elas associadas ou não.
BUSCAR a realização de convênio com entidades
públicas e particulares que exerçam atividades de interesse
do setor de locação de automóveis.
PAULO ROBERTO DO VAL NEMER VICE-PRESIDENTE
respeitado e ouvido pelo governo
ABLA | 35 anos
40
ABLA | 35 anos
40
A terceirização de frotas vira realidade
41
O ano era 1939 e o empresário americano Zollie Frank, conhecido por sua revenda de veículos, percebeu que poderia ampliar seus negócios se, no lugar de vender um
ou dois automóveis para seus clientes empresários, alugasse os carros usados por suas equipes de vendas. O primeiro a aceitar a proposta foi o Petrolagar, grande laboratório farmacêutico dos Estados Unidos. A Whells, empresa de locação aberta por Frank, foi pioneira na terceirização de frotas nos Estados Unidos e no mundo.
a terceirização
vira realidade
de frotas
ABLA | 35 anos
42
CURIOSIDADES1993 - ECONOMIA NA PONTA DO LÁPIS Os carros da frota própria da prefeitura do Rio de Janeiro
gastam o dobro do combustível consumido pelos veículos
alugados. Em média, são US$ 0,70 por quilômetro rodado
contra US$ 0,34. Essa foi a conclusão do estudo encomendado
pela prefeitura que levou o governo municipal a usar cada vez
mais carros alugados. Nessa época, a Guarda Municipal, por
exemplo, contava com seis Kombis locadas.
1997 - OLHO NO ALUGUELDados da empresa RHS Licitações revelam que, entre
1996 e 1997, as licitações para aluguel de carros cresceu de
2,06% para 4,21%. Das 122.375 licitações públicas realizadas
naquele ano, 3.150 foram de locação de veículos. De acordo
com o levantamento, os estados que mais realizaram
licitações no setor de transporte foram São Paulo (919), Rio
de Janeiro (409), Minas Gerais (372), Rio Grande do Sul
(341) e Bahia (136).
2002 - RUMO AO CENTRO-OESTE A Companhia de Saneamento Básico do Distrito Federal
(Caesb) substitui sua frota própria por veículos terceirizados,
sendo uma das primeiras a adotar o novo sistema para redução
de custos no setor.
2007 - A SERVIÇO DA SEGURANÇANo fim de 2007, as polícias dos estados de Minas Gerais,
Rio de Janeiro e Goiás, além da Guarda Metropolitana de
São Paulo, já estavam aparelhadas, ou em vias de serem
equipadas, com viaturas terceirizadas. Em Goiás, a Secretaria
de Segurança Pública do estado contava com 800 viaturas.
O primeiro contrato foi firmado em junho de 2007, e os
veículos alugados passaram a atuar nas operações móveis das
polícias Militar, Civil e técnica-científica. Em Minas Gerais,
a terceirização aumentou de 60% para 97% a disponibilidade
de viaturas para uso da corporação.
A terceirização de frotas vira realidade
43
No Brasil, entretanto, a atividade só se consolidou entre 1980 e 1990,
quando os contratos passaram de transitórios a de longo prazo. Primeiro
aderiram às novas condições as empreiteiras e construtoras, depois as
empresas de serviço, segurança e distribuição. Não é errado dizer que
a terceirização de frotas começava a despontar como o mais promissor
segmento do mercado para as locadoras, já que 20% das empresas
brasileiras que operavam com frotas acima de 50 veículos decidiram
terceirizar seus departamentos de transportes.
Pesquisa realizada pela Manager Assessoria em Recursos Humanos,
no segundo semestre de 1992, indicava que a maior parte das empresas
brasileiras já havia passado para terceiros, pelo menos uma de suas
atividades consideradas não essenciais. Em 90% dos negócios, o serviço
de refeição industrial já foi, estava sendo ou seria terceirizado; mais de
50% das empresas já faziam o mesmo com o trabalho de limpeza; 41%
operavam com parceiros na área de transporte de funcionários e 30%
estavam em vias de adotar a terceirização da frota de veículos.
O fim da década de 1990 foi de grande importância para a redução do
preço da locação de frotas e disseminação do serviço. Com a globalização,
as grandes empresas internacionais, especializadas em terceirização de
frotas, começaram a estudar o mercado brasileiro até que, em 1998,
começou a funcionar por aqui a primeira locadora especializada em
aluguel de frotas a longo prazo para o segmento empresarial. “Ao
implantarem filiais no Brasil, as multinacionais contribuíram para a
disseminação da cultura da terceirização de frotas como instrumento
de redução de custos, inclusive em termos fiscais e tributários”, lembra
Alberto de Camargo Vidigal, ex-presidente da ABLA. Na esfera pública, a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em vigor desde 4 de maio de 2000,
contribuiu para a solidificação do aluguel de carros para o setor. Isso
porque os estados passaram a concentrar esforços em suas atividades-
fim, como saúde, educação, segurança e infraestrutura, deixando a
atividade-meio a cargo de empresas especializadas.
Ano a ano, as empresas nacionais foram assimilando o novo conceito
até que, em 2006, a terceirização de frotas passou a ser o principal negócio
das locadoras brasileiras e virou prática também das pequenas empresas.
De acordo com o Instituto de Certificação, Empresabilidade e Adequação
da Terceirização (ICEAT), a locação de automóveis figurava em 11º lugar
entre as atividades mais terceirizadas pelas empresas. Atualmente, figura
entre os três serviços mais adotados. Em 2011, a terceirização de veículos
respondeu por 55% dos negócios do segmento, tendo na indústria e no
setor de serviços 70% de seus clientes. O número de veículos alugados
gira em torno de 200 mil unidades, com possibilidades de crescimento
exponencial de até 20 vezes nos próximos anos, considerando-se que
existem 6 milhões de veículos licenciados em nome de pessoas jurídicas.
Apenas na renovação da frota para contratos de terceirização, o setor
investe anualmente algo em torno de R$ 6 bilhões.
Estima-se que a economia alcançada com a adoção de uma frota
terceirizada no lugar de veículos próprios gire em torno de 25% a 30% por
ano, período em que vigora a maioria dos contratos. Entre as vantagens
apontadas pelos usuários figuram maior agilidade e flexibilidade no
processo de ampliação ou diminuição de carros usados, transformação
de custos fixos em variáveis, dimensionamento da frota pelo mínimo e
não pela média prevista.
ABLA | 35 anos
44
ABLA | 35 anos
44
Em busca da efi ciência e da qualidade
45
O cliente não aluga mais um carro. Ele aluga o carro de uma empresa, que, se satisfi zer a sua necessidade e encantá-lo, fará com que ele a divulgue para todo o mercado. Na teoria,
a nova forma de trabalhar parece simples, mas na prática exige uma mudança completa do modo de tocar os negócios. Foi diante do novo comportamento, divulgado pelos especialistas, que o então presidente do Conselho Nacional à época, José Adriano Donzelli, identifi cou um dos alicerces da chamada era da competência, fez com que a ABLA desse início, em 2007, ao Programa Nacional de Qualifi cação e Capacitação do Setor de Locação de Veículos (PQA), em parceria com o Ministério do Turismo.
em busca da
e da qualidadeeficiência
ABLA | 35 anos
46
A iniciativa surgiu da necessidade de
acompanhamento e atualização das mudanças no setor
de turismo, relacionadas ao advento do Brasil como
destino internacional, à modernização e ao aumento da
competitividade nos serviços. O projeto aplicou a partir de
2009, cinco cursos totalmente gratuitos, que englobavam
os temas: Qualidade no Atendimento Operacional,
Qualidade em vendas, Competências Gerais (histórico
da locação, diversidade cultural, ética e cidadania,
responsabilidade civil das locadoras, Código de Defesa
do Consumidor, sustentabilidade e associativismo),
Gestão em Mercado e Marketing (análise do mercado
consumidor, marca, comunicação integrada, estratégias
de determinação de preço, relacionamento com o
cliente e marketing verde), Gestão em Administração
e Finanças (sociedades empresariais, contabilidade e
administração fi nanceira, estrutura de capital, formação
de preços e avaliação econômica de investimentos na
empresa) e Gestão Empresarial com Ênfase em Gestão
de Frotas (gestão de frotas, previsão e controle de custos
operacionais, manutenção e renovação de frotas).
Desde sua criação, o PQA capacitou mais de 6
mil profi ssionais, por meio de cursos ministrados a
distância, seminários, palestras presenciais e quatro
teleconferências. Com o programa — desenvolvido
em parceria com a Universidade Federal de Santa
Catarina, responsável pela elaboração dos conteúdos das
disciplinas — pequenos e médios empresários ganharam
maior preparo para a gestão de suas locadoras em um
universo cada vez mais competitivo e suas equipes, um
nível de capacitação compatível com a nova realidade
turística do mercado brasileiro.
Em busca da efi ciência e da qualidade
47
ETAPAS DO PROCESSODIVULGAÇÃO: Realização de encontros de mobilização e
articulação, em locais estratégicos, envolvendo gestores,
empreendedores e trabalhadores no segmento de locação.
Elaboração e distribuição de folhetos, cartazes, adesivos e
outros instrumentos de divulgação.
PESQUISA: Realização da pesquisa nacional, apuração e
aplicação de seus resultados.
FORMAÇÃO: Nas áreas estratégicas, fi nanceira e
fi scal/contábil.
ELABORAÇÃO DE NORMAS: Mapeamento de
competências, normas brasileiras em comissões de estudos.
DESENVOLVIMENTO E FORMATAÇÃO DO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO: Programas e treinamentos
desenvolvidos e realizados de acordo com NBR.
INSTRUTORES – REDE ABLA: Formação de
instrutores master.
CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE PROFISSIONAL: Desenvolvimento de processo de avaliação diagnóstica
e certifi cação; avaliação de profi ssionais e avaliação
para certifi cação.
CURSO DE GESTÃO DE ENTIDADES ASSOCIATIVAS/COOPERATIVISMO: Formação e treinamento de
gestores de acordo com os cursos desenvolvidos.
CERTIFICAÇÃO DE EMPRESAS (PROJETO-PILOTO): Empresas certifi cadas pelo modelo de avaliação
desenvolvido e validado.
CAPACITAÇÃO DE PARCEIROS: Produção de
material didático informativo.
ABLA | 35 anos
48
Com os olhos voltados para o futuro
49
N ovas concepções de produtos e processos, tecnologias inovadoras, aumento da competição e sobra de capacidade instalada nos tradicionais países fabricantes de automóveis têm provocado
profundas transformações no cenário automotivo internacional, tanto nos mercados consumidores quanto nos produtores. A grande mudança, contudo, está diretamente ligada ao redirecionamento de investimentos para países emergentes que lideram, e deverão liderar na próxima década, o crescimento da demanda de consumo mundial. O Brasil está entre eles, ao lado de Rússia, Índia, China e África do Sul. Até 2020, a produção nacional alcançará uma média de 6 milhões de veículos ao ano, conforme destaca Cledorvino Belini, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea):
com os olhos
para o futurovoltados
ABLA | 35 anos
50
A economia brasileira está mudando para melhor. A redução das taxas de juros e a queda do IPI estão
FRED CARVALHO
transformando o Brasil em um país de primeiro mundo
- Sustenta essas expectativas o baixo índice de
motorização do país, com um veículo para cada 6,4
habitantes, diante de 1 por 1 nos Estados Unidos, 1 por
1,2 na Europa e 1 por 4 na Argentina. A frota circulante
em 2012, de cerca de 32 milhões de veículos, tem muito
espaço para crescer.
Até 2015, as montadoras deverão investir mais US$ 22
bilhões em capacidade de produção, produtos e processos,
tecnologia e inovação. Uma quantia considerável, se
comparada ao volume aplicado no período compreendido
entre 1980 e 2011, cerca de US$ 80 bilhões, representando
23% do PIB industrial e 5% do PIB nacional.
Principais parceiras da indústria automobilística,
respondendo por 8,7% das vendas do setor, as locadoras
têm grandes oportunidades de crescimento nos próximos
anos, não só como alternativa para o transporte público
deficiente, mas também como opção cada vez mais eficaz
para os serviços de terceirização de frotas, destaca Fred
Carvalho, diretor da Autodata, empresa de comunicação
especializada no setor automotivo:
- A economia brasileira está mudando para
melhor. A redução das taxas de juros e a queda do IPI
estão transformando o Brasil em um país de Primeiro
Mundo. Está mais fácil comprar carros tanto por parte
Com os olhos voltados para o futuro
51
Paulo Gaba Jr., presidente da ABLA. A preocupação
com o meio ambiente tende a crescer continuamente
não só em relação à escolha dos combustíveis das
frotas como também na forma de pensar e conduzir o
negócio da locação, com índices de desperdício cada
vez mais baixos, instalações ecologicamente corretas e
preocupação com os impactos provocados pelo setor na
vida da sociedade.
Embora as fusões e aquisições devam ainda acontecer
em um futuro próximo, no Brasil as expectativas para a
próxima década são bem diferentes. Tendo em vista que a
boa administração do negócio de aluguel de carros exige
uma gestão presente e intensa, a ABLA acredita muito no
crescimento dos empreendedores locais e regionais, tanto
com marcas próprias quanto na qualidade de franqueados
de redes de locação. As locadoras regionais crescem, em
média, o dobro das unidades dos grandes centros, tanto
em frota quanto em clientes e faturamento, por causa da
popularização da atividade em todas as regiões do país.
Para o setor crescer ainda mais em um futuro próximo, a
parceria dos bancos e das montadoras será fundamental.
O futuro da ABLA, na visão de seus dirigentes, está
diretamente ligado ao futuro do mercado de locação,
como diz o vice-presidente Paulo Roberto do Val Nemer:
- É nossa função sensibilizar o governo para as
necessidades do setor, principalmente sobre o peso da
carga tributária, que absorve 50% do faturamento
quando analisados em cadeia, ou seja, dos insumos aos
veículos, mão de obra e combustível. Em contrapartida, o
investimento em renovação de frotas nos próximos quatro
anos chegará a R$ 60 bilhões, valor bastante significativo
e digno de melhores condições tributárias.
do consumidor final quanto pelas locadoras. Com isso, as empresas de aluguel podem
oferecer serviços a preços mais convidativos. Assim, alugar um carro pode ser cada vez
mais interessante do que comprá-lo.
O crescimento do setor também passa pela adoção de condutas ecológicas e
socialmente corretas, como o uso de carros cada vez menos poluentes. “Eu não sei
como será o futuro dos carros que alugaremos, mas existe uma tendência muito
grande para a circulação de carros elétricos e para políticas ligadas ao verde”, afirma
ABLA | 35 anos
52
Com os olhos voltados para o futuro
53
FROTA DO FUTURO PARA OS PRÓXIMOS CINCO ANOS
A Ford Motors anunciou que lançará cinco modelos de carro
elétrico e híbrido nos próximos cinco anos. A estratégia
faz parte da política de redução de consumo e emissão de
gases poluentes, adotada como uma das principais metas da
empresa para a próxima década.
MOVIDO A AR COMPRIMIDO Fruto de um acordo de licenciamento de tecnologia da Motor
Development International (MDI), de Luxemburgo, a indiana
Tata Motors deverá produzir nos próximos anos o Mini Cat, o
primeiro carro movido a ar comprimido. A novidade está em
sua segunda fase de projeto, que detalhará as tecnologias e os
processos industriais necessários para a fabricação do veículo
em escala. O carro terá velocidade máxima entre 80 e 105 km/h,
autonomia entre 130 e 300 quilômetros, dependendo do número
de tanques de ar instalados. A licença da Tata para a utilização dos
motores de ar comprimido, em 2012, era restrita apenas à Índia.
CONCEITO FUTURISTA
Com um empurrãozinho dos chineses, a Volkswagen promete
colocar nas ruas dois novos conceitos de veículo: o Hover Car
e o Music Car. O primeiro é inofensivo ao meio ambiente,
pois não emite nenhum tipo de resíduo, não possui pneus
e flutua graças a uma rede eletromagnética localizada sob
o carro. Já o Music Car possui design externo que muda
de acordo com a música que o motorista escuta. O efeito é
resultado de diodos de luz.
EM BREVE No Brasil, as frotas contarão com tecnologias como novos
sistemas e componentes periféricos para os motores flex; novo
sistema de partida a frio, que dispensa o reservatório extra de
gasolina; redução do tamanho, peso e número de cilindros
de motores compactos; adoção de pneus de baixo atrito com
o solo; turbocompressor e itens de segurança como airbags,
sistema de freios ABS e controle de estabilidade.
ABLA | 35 anos
54
Tecnologia garante agilidade à locação
55
O setor brasileiro de Tecnologia da Informação (TI) movimentou mais de R$ 74 bilhões em 2011, sendo 80% representados pelo mercado corporativo (R$ 59,3 bilhões) e 20% pelo
doméstico (R$ 14,7 bilhões), de acordo com a Associação Brasileira dos Distribuidores de Tecnologia da Informação. Segundo o levantamento, os investimentos em TI vêm crescendo na casa dos 10% ao ano, o que representa o dobro da média mundial. Só para o segmento de locação são investidos cerca de US$ 15 bilhões por ano.
Tecnologia garante
à locaçãoagilidade
ABLA | 35 anos
56
Para as locadoras de automóveis, a TI garante cada vez mais
agilidade no atendimento e controle de gestão da empresa. Com a
terceirização da frota representando grande parte da fatia do negócio,
as locadoras aceleram a tomada de decisões e reduzem seus esforços.
A atenção dos empreendedores se volta exclusivamente para o negócio,
isso porque a tecnologia oferece às empresas de aluguel de carros uma
série de funcionalidades que passam por sistemas de gestão de locação,
busca de mão de obra, rastreamento de frota, controle de manutenção,
venda e reserva on-line, além de controle de locações, multas, avarias,
manutenção e licenciamento. É um sistema integrado que assegura, via
internet, conhecimento integral das operações.
Mas nem sempre foi assim. Durante anos, toda a administração do
negócio foi feita a mão, com pilhas e pilhas de papéis arquivados. Foi
apenas em 1987 que a ABLA adquiriu seu primeiro microcomputador
– um modelo Itautec. A preocupação com a informatização do setor,
contudo, era tão grande que levou a entidade a criar, em meados da
década de 1990, uma comissão responsável pelo desenvolvimento de
aplicativos básicos para aluguel de carros.
Antes de realizar um levantamento dos softwares disponíveis
para o setor, a associação decidiu fazer um inventário sobre os
equipamentos adotados nas locadoras. A pesquisa, realizada no
primeiro semestre de 1996, revelou que 92,45% das empresas
contavam com computadores, sendo 71,43% máquinas 486; 54,8% de
8 MB, consideradas ótimos hardwares para a época. O levantamento
destacou, ainda, que 77,55% das locadoras tinham fax modem, sendo
63,16% de velocidade padrão – 14.400. Entre as empresas, 69,39%
possuíam algum software de gerenciamento, utilizado principalmente
na área operacional (79,41%), administrativa (76,4%), financeira
(75%) e comercial (57,35%).
Três anos depois, o então gerente de desenvolvimento de mercado
da IBM do Brasil, Mauro D’Angelo, afirmava que algumas empresas de
software e hardware estavam se unindo para criar soluções específicas para
cada mercado. No caso da locação, já eram comercializados programas
de software para abertura e fechamento de contratos, administração de
frotas e relatórios de gestão. Eram programas independentes, chamados
de pacotes, que resolviam os problemas de cada setor da empresa.
Naquele ano, já era possível, por exemplo, ter toda a vida do veículo
registrada pelo sistema: quando o carro deu entrada na locadora,
a quilometragem, manutenção preventiva e corretiva, número de
acidentes, multas e quantas vezes o veículo foi alugado.
Em meados dos anos 1990, a internet transformou-se em uma
nova mídia para que as locadoras divulgassem seus negócios, suas
marcas e suas promoções. Além do valor da reserva, os clientes
podiam consultar informações sobre terceirização de frotas e
aquisição de veículos, por exemplo. Em 1997, a ABLA mais uma
vez saiu na dianteira e colocou no ar seu site (www.abla.com.br),
disposta a atingir dois perfis de público: as locadoras de veículos e o
consumidor final do serviço. Entre os temas abordados, destaque para
a história do aluguel de carros no Brasil, a fundação da associação e o
desenvolvimento do setor desde o início da entidade, além do perfil
do mercado de locação no país. Como incentivo à informatização, as
locadoras associadas receberam um desconto de até 25% sobre o valor
de implantação e treinamento, envolvendo abertura de contrato,
controle de operação, manutenção da frota, de operações financeiras
e estatísticas. O abatimento do custo era proporcional ao número de
veículos disponíveis para aluguel. Para a implantação do sistema era
necessário que a locadora tivesse, no mínimo, um computador 486
com 8 megas de memória e uma impressora.
O início dos anos 2000 foi marcado pelo avanço da internet
no setor de aluguel de automóveis. Foi, também, a data do
desenvolvimento do primeiro software para simulação de Formação
de Preços de Aluguel de Automóveis, que facilitou a rotina das
locadoras, principalmente as de pequeno porte instaladas em
municípios remotos do país. O software foi reeditado em 2004 e
Tecnologia garante agilidade à locação
57
2003 - TUDO PELO COMPUTADORNesse ano foram criados, a pedido da ABLA, dois softwares
para o setor: o Programa de Terceirização de Frotas, um
simulador que permitia comparações entre as modalidades de
leasing, compra à vista e locação. Já o Programa Informatize
sua Locadora, distribuído gratuitamente aos associados,
ajudou as locadoras a aperfeiçoar a organização e o controle
da frota, bem como cadastrar os clientes nas categorias de
pessoa física e pessoa jurídica.
1996 - RESERVAS ON-LINEAs grandes redes de locadoras do mundo puseram seus
sites no ar, permitindo que o consumidor fizesse reserva on-
line do veículo a ser alugado.
2001 - NAVEGANDO PELA REDEA internet ganha espaço no setor de aluguel de automóveis,
facilitando o intercâmbio entre as empresas locadoras, seus
clientes e fornecedores. Nessa época, a internet não era,
ainda, responsável pela transformação dos negócios no setor,
o que viria a acontecer mais tarde, quando, para permanecer
no mercado, as locadoras necessariamente deveriam estar
presentes na rede mundial de computadores.
em 2012, por demanda dos próprios usuários. Porém, foi apenas em
2003, quando a ABLA lançou o próprio portal — um canal para o
consumidor ter acesso aos benefícios do “aluguel para todos”, parte
integrante do Plano Nacional de Turismo, além de informações sobre
locadoras instaladas em qualquer cidade do país e onde encontrar
aluguéis diferenciados, como carros blindados e adaptados —, que as
associadas passaram a incorporar a tecnologia como parte do negócio.
CURIOSIDADES
ABLA | 35 anos
Pá e picareta nas mãos, 100 mil homens entraram na fl oresta Amazônica nos anos 1980 para cavar um buraco equivalente à área de dois estádios do Maracanã. Na busca
do sonho dourado de Serra Pelada, eles acabaram retirando da terra uma riqueza de US$ 1 bilhão, deixando para trás histórias de vida que viraram lendas do garimpo. Com baixo grau de instrução, documentos duvidosos, sem conta no banco nem cartão de crédito, o garimpeiro usava como moeda de troca a pedra e a pepita. Não foi uma, mas centenas de vezes que eles depositaram sobre o balcão do varejo local dezenas de diamantes ou sacolas de papel cheias de dinheiro, fruto da troca do ouro descoberto. Nas poucas locadoras de veículos em operação na região, a conduta não era diferente.
para contar
Muita
história
58
Sem portar documentos confiáveis nem cartão de crédito, o garimpeiro deixou como garantia um chifre de boi cheio de pedras de diamante e saiu pilotando o carro de aluguel
Vestindo apenas um short e um par de chinelos de borracha, um
conhecido garimpeiro chegou à locadora para alugar um carro. O
destino era fazer bonito no ‘brega’, também conhecido como casa da
luz vermelha. Sem portar documentos confiáveis nem um valor em
cheque exigido como caução, ele deixou como garantia um chifre de
boi cheio de pequenas pedras de brilho exuberante. A garantia preciosa
valia muito mais do que o veículo locado e permaneceu dentro de um
armário de madeira até o regresso do dono, que saiu pilotando o carro
de aluguel. A história se repetia em todas as capitais da Amazônia e em
muitas cidades do Centro-Oeste. Outro, feliz da vida porque havia sido
“tratado como gente” pela moça da locadora, acabou por dar-lhe de
presente um anel de puro diamante.
E, ao contrário do que se imagina, não eram apenas os garimpeiros
que tinham as próprias moedas de troca, os fazendeiros também. Muitos
eram semianalfabetos, não possuíam conta em banco, mas exibiam
no pasto mais de 20 mil cabeças de gado. Locavam quantos carros
desejassem, sempre na confiança. Não dava nem para pedir um boi em
troca, porque as fazendas ficavam a centenas de quilômetros de distância
e, muitas vezes, só podiam ser acessadas de barco ou pequenos aviões.
Como em muitos segmentos de prestação de serviços, a locação
de automóveis tem de primar pela discrição. Assim, os olhos não
enxergam e os ouvidos não escutam. Entre uma risada e outra, os donos
de locadoras revelam que muitos romances começaram e acabaram
nos bancos de suas frotas. Afirmam que, com os objetos esquecidos
dentro dos carros — alguns impublicáveis —, daria para abrir um
grande bazar. No início era regra confirmar os dados do locador em um
telefone fixo, que podia ser do trabalho ou da residência. Telefonema
dado, problema comprado. Nem sempre a dona patroa sabia da viagem
do marido. Hoje, como tudo funciona via telefone celular, ficou menos
arriscado para ambos os lados.
Muita história para contar
59
Há, contudo, passagens menos comprometedoras, mas não menos
surpreendentes, a exemplo do casal apaixonado de Boa Vista, que
decidiu prolongar o aluguel por conta própria e não devolveu o carro
para a locadora. Depois de a Polícia Rodoviária fechar as principais
saídas da cidade e o caso ir parar na delegacia, o casal foi encontrado
na residência do rapaz, no “maior love”, conforme relatou o advogado
contratado pela locadora. Bem longe de Roraima, na capital de Santa
Catarina, a história se repetiu, porém com um desfecho bem diferente.
Não havia nada que fi zesse o cliente devolver o carro alugado. O
dono da locadora, que já havia solicitado repetidas vezes a devolução
do automóvel, sem sucesso, decidiu fazer justiça com as próprias mãos.
Pegou a chave reserva e furtou o próprio carro, deixando-o em uma
rua qualquer de Florianópolis. O cliente fez o boletim de ocorrência e
a polícia encontrou o automóvel, devolvendo-o à locadora. O aprendiz
de vigarista está até hoje aguardando o retorno do carro furtado.
Se a clientela deixa rastro e alimenta boatos e divertidas passagens,
os próprios empresários do setor têm muito o que revelar de suas
próprias experiências. Uma das principais locadoras de Salvador, na
Bahia, por exemplo, nasceu depois de seu dono ter abandonado o
funcionalismo público, uma fazenda com 800 bodes e ser fi sgado por
um anúncio de revista. Isso mesmo, a propaganda questionava: “O
que rende mais: um coelho ou uma Kombi? Para ter um coelho, você
precisa de dois. Para você ter uma frota, só precisa de uma Kombi”.
Resultado: a Kombi, comprada de segunda mão, deu origem a uma
frota que, em 2011, somava 250 veículos. Considerada um carro de
estimação, um verdadeiro pé de coelho, a Kombi foi furtada em um
fi m de semana. Depois de 15 dias, seu dono avistou-a estacionada em
um shopping center e chamou a polícia, que prendeu o ladrão e o levou
para a delegacia. Depois de apanhar e dormir no xadrez, o rapaz pediu
apenas uma gentileza: recolher da Kombi a placa — fria, é claro —, o
extintor de incêndio e os bancos que ele havia reformado.
ABLA | 35 anos
Muita história para contar
Casos de roubo sempre garantem boas risadas depois que tudo
se resolve. Certa vez, o dono de uma locadora do Nordeste teve um
dos Gols de sua frota furtado. Depois de fazer uma batida minuciosa
em toda a cidade, encontrou o veículo. Na madrugada, com a ajuda
de um funcionário, ambos armados com um revólver na cintura, ele
montou guarda a fim de recuperar o carro. Nada feito. Horas mais tarde,
entretanto, o funcionário ligou dizendo que havia ocorrido um pequeno
acidente. Quando foi urinar, ele, sem querer, deu um tiro no próprio pé.
O patrão, porém, não precisava se preocupar. Ele já havia ido ao pronto-
socorro e prestado conta na delegacia sobre o porte da arma. No fim das
contas, a locadora assumiu um prejuízo duplo: ficou sem o carro e sem o
funcionário, que foi afastado do trabalho por um bom tempo.
Atrás de uma caminhonete novinha, outro dono de locadora rumou
para a Bolívia. Fez as vezes de detetive e conseguiu localizar a quadrilha
especializada em roubar carros de aluguel na fronteira com o Brasil.
Qual não foi sua surpresa, quando constatou que um dos chefes do
bando era nada menos do que o dono do cartório da pequena cidade
boliviana, uma das pessoas mais influentes da região e com quem gente
de juízo não se arriscaria a comprar briga. “Antes perder a caminhonete
do que a vida”, afirmou resignado.
Já em Rio Branco, a capital do Acre, a recuperação de um carro
alugado das mãos de um jovem bêbado e inconsequente poderia ter
acabado em tragédia. Avisado que o motorista fazia cavalos-de-pau
com o carro da locadora, o empresário correu para o local. Assim que o
mocinho parou a exibição, ele abordou-o junto à porta e sacou a chave
da ignição. Mesmo esbravejando muito, o inconsequente motorista
aceitou descer do carro. De volta ao pátio da locadora, qual não foi
o susto do funcionário que fazia a limpeza do veículo ao encontrar
debaixo do banco um trabucão novinho. Nada menos do que um
revólver calibre 38 carregado, pronto para ser usado.
As confusões que povoam o dia a dia das locadoras são inúmeras.
Escolher a melhor é tarefa difícil. Algumas são capazes de provocar
uma “saia justa” até mesmo entre países. Certa feita, uma comitiva da
Argélia em visita ao Brasil solicitou os serviços de uma locadora para
transportar seus integrantes até um dos mais badalados hotéis da capital
paulista, o Maksoud Plaza. O motorista, temeroso por não reconhecer
os ‘inconfundíveis’ visitantes, pediu ao chefe que lhe descrevesse
os trajes dos passageiros e o local exato onde os três seriam pegos.
Roupas típicas coloridas, chapeuzinho na cabeça e o porte típico dos
homens africanos, recomendou o chefe, lembrando que o trio estaria
parado diante de uma floricultura. E lá sei foi o motorista. Na volta,
certo de que a tarefa tinha sido realizada com sucesso, ele ligou para
a chefia confirmando o transporte dos argelinos. O que o chefe não
poderia imaginar é que o motorista, por uma dessas coincidências que
ninguém é capaz de explicar, havia transportado os indivíduos errados.
No saguão do hotel estrelado estavam três africanos atordoados, sem
saber o que estavam fazendo ali. Na frente da floricultura, sob o sol
e havia horas, permaneciam os três membros da comitiva, sem que
ninguém lhes desse nenhuma satisfação.
Sem o envolvimento de clientes estrangeiros, mas não menos
divertido, foi o caso da troca de apenas uma letra na solicitação
de transporte por parte do atendente da locadora. O telefone tocou
bem cedo e do outro lado da linha o cliente solicitava um veículo
que pudesse transportar rena. O dono da locadora achou estranho,
mas o endereço de destino era próximo ao zoológico, e nada mais
justo que o animal fosse levado à nova casa com dignidade. Com
medo de que a Kombi novinha fosse avariada pelo animal indócil,
ele removeu os bancos da perua e comprou cordas novas. Instruiu o
funcionário a dirigir com cuidado, sempre acariciando o animal para
que ele ficasse mais tranquilo e não desse coices dentro da Kombi.
Quando chegou ao endereço de retirada do bicho, o funcionário
caiu na gargalhada. O pedido nem de longe lembrava qualquer tipo
de animal. Eram fardos e mais fardos de henas, ou seja, de tintura
natural para colorir os cabelos.
Muita história para contar
61
ABLA | 35 anos
62
Presidentes | Josef Kurc
63
depois da criação da ABLA, o setor passou a ser visto com mais respeito e profissionalismo
Empresário no setor desde meados dos anos 1960, Josef Kurc lembra que aluguel de carros naquela época era sinônimo de algo caro e desnecessário para o mercado corporativo. O
setor crescia com as locações diárias. Cada empresário “se virava” como dava para dar credibilidade ao empreendimento, negociar descontos com as montadoras e administrar a questão das multas. Foi quando um grupo de empresários se reuniu para criar uma associação que representasse os interesses do setor.
JOSEF KURCGESTÃO 1977-1980
ABLA | 35 anos
64
ABLA | 35 anos
64
ABLA | 35 anos
Presidentes | Josef Kurc
65- Nossos encontros eram no bairro da Consolação, próximo a um dos
restaurantes mais tradicionais da capital paulista, o Baiúca. Fui eleito
o primeiro presidente da ABLA com a responsabilidade de defender os
direitos das locadoras, criar ferramentas que ajudassem as empresas a
se desenvolver internamente, além de buscar soluções para problemas
comuns, como a falta de conhecimento técnico de relacionamento com o
governo e com as montadoras.
Os primeiros anos à frente da ABLA foram difíceis, com altas taxas
de juros cobradas pelos bancos, inadimplência e falta de união entre
as locadoras. Aos poucos, os empresários foram percebendo que ao
unir forças ganhavam não só o respeito do mercado, do governo e dos
consumidores, como também eram mais fortes para transformar em
realidade suas reivindicações. A associação, que nasceu com 11 locadoras,
dois anos mais tarde já contava com 40 associadas. “Depois da criação da
ABLA, o setor passou a ser visto com mais respeito e profi ssionalismo.”
Quando deixou a presidência, Kurc integrou o Conselho da entidade por
vários anos, tendo deixado o setor de locação em 1994.
ANOS
70 BOM PARA ALUGAR
O clássico Fusca, da Volkswagen, era considerado o veículo ideal para o perfi l de locadores mais comuns no Brasil daquela década – fazendeiros que preferiam veículos alugados para enfrentar as estradas ruins de suas propriedades e turistas que se aventuravam pelos caminhos esburacados, devolvendo os carros extremamente danifi cados.
ANOS
70 DIVERSIFICAÇÃO DA FROTA
Além do Fusca, novos carros começaram a ser alugados, entre eles Gordini, Dauphine e DKW, esse último em menor escala por causa da necessidade de se adicionar óleo no combustível de seu motor de dois tempos, tarefa nem sempre realizada pelos usuários. Os Aero Willys e o Itamaraty também ganharam espaço nas frotas como veículos de luxo.
Presidentes | Josef Kurc
ABLA | 35 anos
66
Presidentes | Alberto Moraes Barros Filho
67
De ferrenhos concorrentes a companheiros de profissão
Publicitário de formação, Alberto Moraes Barros Filho nasceu em 1927 e apenas em meados da década de 1970 decidiu enveredar pelo mundo do empreendedorismo, um caminho
que o levou a ser um dos criadores da ABLA e, mais tarde, presidente da entidade por dois mandatos, entre os anos de 1981 e 1987.
ALBERTO MORAES BARROS FILHOGESTÃO 1981/1983 E 1986/1987
ABLA | 35 anos
68- Em meados de 1976, eu fui procurado pelo advogado Marco
Antonio Ghiberti com a ideia de criar a associação. Abracei a proposta
ao lado de outros 10 empresários e, em 1977, constituímos oficialmente
a ABLA. A criação da entidade surgiu da necessidade de transformar
ferrenhos concorrentes em companheiros de profissão. Eram tempos
difíceis. Para não perder dinheiro com a apropriação indébita dos
carros, pintávamos as peças mais fáceis de serem removidas.
Até 1990, ele esteve ligado diretamente ao negócio de locação de
automóveis. Em 1992, abriu a A. M. Barros Consultoria e Serviços, com
ênfase em locação de veículos e formatação de franquias.
Foi em 1982, contudo, que Alberto enfrentou um dos maiores
desafios de seu período à frente da ABLA, o que ele chamou de
“piratas do mercado”. Ele se referia à abertura pelas revendedoras
de departamentos voltados para a locação de carros. Em entrevista
concedida na época, o presidente dizia: “No geral, essas revendedoras
não pagam impostos como as locadoras, têm maior poder de
NOVIDADES NO PÁTIO
1981
-198
3
Apesar da instabilidade econômica e da alta da inflação, as
locadoras brasileiras ganharam novas opções para suas frotas, como
o Ford Del Rey, o primeiro carro médio brasileiro e pioneiro a
instalar travas e vidros elétricos; o Ford Escort; o utilitário Saveiro, da
Volkswagen; e o Santana, que levou a montadora a entrar no segmento
de carros de luxo.
QUEM NÃO SE COMUNICA...
1982O primeiro veículo criado com a finalidade de estabelecer
uma comunicação eficaz com os associados, parceiros, governo
e imprensa foi o ABLA Notícias. A primeira edição circulou em
setembro de 1982, com periodicidade trimestral.
OLHA O JORNAL!
1985A ABLA contabiliza 162 filiadas, entre redes nacionais e
independentes, 68,75% mais do que em 1985. Nesse mesmo ano,
o leasing é considerado um bom negócio para as locadoras, que,
na época, somaram 35 mil veículos adquiridos por meio desse
tipo de financiamento.
NASCE O CARRO POPULAR
1984
Foi nesse ano que a Fiat lançou o Fiat Uno, o pioneiro no
segmento de carros populares no país. A partir de, então, os
modelos econômicos são os preferidos dos brasileiros na hora de
alugar um carro. No fim dos anos 1990, respondiam por 65,1%
do volume de locações. Em 2007, representavam nada menos do
que 72,0% e, em 2011, 64,0%.
ABLA | 35 anos
Presidentes | Alberto Moraes Barros Filho
69barganha na compra e venda de automóveis, os custos de manutenção
dos carros são pequenos, em razão das oficinas locais, não têm
pessoal especializado, treinando seus próprios funcionários para o
atendimento ao público, gozam de benefícios do ICM e, com todas
essas vantagens, oferecem uma concorrência desigual e desleal”. E
finaliza em tom incisivo: “Eu gostaria de perguntar a eles como se
sentiriam caso as montadoras de veículos resolvessem vender os
próprios automóveis sem as revendedoras?”.
Quase cinco anos depois, ao terminar o seu segundo mandato à
frente da presidência da ABLA, Alberto dizia estar orgulhoso de ter
enfrentado muitos desafios e de seu principal feito: “Conseguimos
conquistar a confiabilidade do usuário e do público em geral.
Atualmente, é muito comum um cliente, antes de fazer negócio com
qualquer locadora, entrar em contato com a ABLA para saber se a
empresa é associada. Isso significa uma garantia para o usuário e é
motivo de orgulho para nós”.
POLÍTICA ECONÔMICA
1987
As locadoras foram surpreendidas com a criação do Empréstimo
Compulsório sobre Comercialização de Veículos e Combustíveis, o
que provocou a eliminação do capital de giro das empresas de aluguel.
Além disso, houve um excepcional “turnover” de mão de obra, o que
elevou em 50% o custo da folha de pagamento, a fim de manter e
treinar os novos funcionários. Por fim, o Plano Cruzado II elevou em
80% o custo dos veículos e em 20% o preço das peças e dos acessórios.
CRESCIMENTO REAL
1987 A ABLA contabiliza 162 filiadas, entre redes nacionais e
independentes, 68,75% mais do que em 1985. Nesse mesmo ano, o
leasing é considerado um bom negócio para as locadoras, que, na
época, somaram 35 mil veículos adquiridos por meio desse tipo
de financiamento.
Presidentes | Alberto Moraes Barros Filho
1986
FORÇA LATINO-AMERICANANo congresso da Cotal, realizado no Recife, em Pernambuco,
a ABLA, junto com presidentes de várias associações de locadoras
de países latino-americanos, decide lançar o embrião da Federação
Latino-Americana das Associações de Locadoras de Auto-Veículos.
ABLA | 35 anos
70
Presidentes | Vitório D’Amico
71
O mercado de locação entrou para o sistema de franchising, com a abertura da primeira franquia no ano de 1984
F oi no fim da gestão de Vitório D’Amico que a ABLA criou um novo informe, agora denominado Jornal da ABLA. O veículo de comunicação foi editado a cada dois meses, até o fim de 1987.
Um ano antes, o setor havia assistido a um novo marco na expansão do serviço de aluguel de carros no país. A locação entrava para o sistema de franchising, com a inauguração da primeira unidade franqueada em meados de 1984.
VITÓRIO D’AMICOGESTÃO 1984-1985
ABLA | 35 anos
72
Presidentes | Udo Stellfeld
73
A respeitabilidade conquistada pelas locadoras por meio da ABLA garantiu a liberação de preços para o setor durante a vigência do Plano Verão, no início de 1989
UDO STELLFELDGESTÃO 1988-1989 E 1990-1991
F amiliarizado com o universo automotivo desde 1966, quando ingressou na Volkswagen, Udo Stellfeld fez carreira na montadora, onde atuou por mais de duas décadas, até chegar ao mercado de
locação. Em 1988, foi eleito presidente da ABLA pela primeira vez, quando deu início ao processo de interiorização da entidade. Foi um dos principais responsáveis pela criação das Diretorias Regionais, o que fez da associação uma entidade nacional.
ABLA | 35 anos
74Quando Stellfeld assumiu seu segundo mandato, em 1990, as
locadoras respondiam por 8% da produção da indústria nacional de
automóveis e movimentavam US$ 600 milhões, bem abaixo dos
US$ 20 bilhões registrados pela indústria de aluguel de carros nos
Estados Unidos. Acostumado a alugar carro em suas viagens ao exterior,
sobretudo em Miami, o consumidor brasileiro reclamava dos altos preços
praticados pelas locadoras no Brasil, quando comparados aos adotados
nos Estados Unidos. Mais do que reclamar, muitos proclamavam o não
uso do serviço para provocar a queda nos preços. Como justificativa
para tamanha diferença, os representantes do setor apontavam o tempo
de maturação da atividade nos dois países, as diferenças de preço na
compra dos veículos, os altos custos financeiros enfrentados no Brasil e
as despesas com mão de obra.
Em entrevista dada na época, Stellfeld observava que, diante do impacto
dos planos de estabilização econômica, as empresas do setor revisaram suas
políticas operacionais, enxugaram seus custos e diminuíram o efetivo de
VITRINE
1988Acontece a I Convenção e Salão Nacional das Empresas
Locadoras de Auto-Veículos (Conauto), nos dias 8 e 9 de março, em São Paulo. No mesmo ano, a ABLA encomenda a primeira pesquisa sobre o setor, com o objetivo de conhecer o perfil e a origem de seus consumidores.
CHEGAM OS RUSSOS
1990
Representantes da montadora russa Lada apresentaram sua linha de veículos à ABLA, a situação de suas revendas e as garantias de serviços ofertados. A entidade, por sua vez, solicitou aos recém-chegados ao mercado brasileiro um estudo sobre a possibilidade de renovação da frota do setor, quantidades de carros disponíveis, condições especiais de compra, de preço de revenda e garantia de recompra. Apesar do avanço das negociações, a montadora não vingou no território brasileiro.
NOTÍCIAS DO SETOR
1988Do começo de 1988 até dezembro de 1992, a entidade
teve como veículo de comunicação o Informativo ABLA, um boletim editado em preto e branco, com tamanho variado, dependendo do volume de informações a ser transmitidas. Nesse período, as novidades ainda eram enviadas e recebidas via telex.
QUAL É O MELHOR CAMINHO?19
90A falta de sinalização nas estradas e cidades brasileiras,
aliada às péssimas condições das vias, transformou-se em fator de intimidação da locação de veículos por parte dos turistas que, muitas vezes, acabavam optando por outras alternativas de transporte. Para suprir essa deficiência, as locadoras passaram a fornecer, por conta própria, mapas detalhados aos turistas.
ABLA | 35 anos
Presidentes | Udo Stellfeld
75pessoal empregado, na tentativa de praticar preços mais competitivos e se
manter na ativa. “Para fazer caixa e honrar os compromissos financeiros,
muitas locadoras passaram a vender automóveis, um processo pernicioso de
descapitalização e enfraquecimento das empresas, com sérias consequências
previsíveis a médio e longo prazo.”
Os desafios não paravam por aí. Um dos principais problemas
do setor na época eram os roubos, furtos e apropriações indébitas
dos veículos, além do alto índice de inadimplência, que deixavam
vários rombos nos caixas das locadoras. Foi um dos períodos em que
a união do setor, por meio da associação, fez-se mais necessária. “A
respeitabilidade conquistada pelas locadoras por intermédio da ABLA
garantiu a liberação de preços para o setor durante a vigência do Plano
Verão, no início de 1989”, costumava comentar Stellfeld.
No ano seguinte, pela primeira vez, a ABLA participa da posse de
um presidente da República, um reconhecimento público das novas
autoridades à entidade que completava pouco mais de dez anos.
DE OLHO NOS IMPORTADOS
1990
Na maioria das 500 locadoras em atividade no país, a vida útil das frotas saltou de 12 para 14 meses, em decorrência da política econômica adotada nos últimos anos da década de 1980. Por isso, o setor passou a observar com mais atenção o segmento de carros importados. Com preços mais atraentes, a compra esbarrava, porém, em um obstáculo decisivo: a falta de financiamento, uma vez que a Receita Federal proibia a criação de consórcios para carros importados. Além disso, não havia linhas de crédito específicas ou leasing disponível, o que determinava que todas as transações fossem feitas à vista.
CRUZADOS NOVOS OU CRUZEIROS?
Com a implantação do Plano Collor, a ABLA criou uma cartilha para auxiliar suas associadas na cobrança de contratos de locação. Por 60 dias, foram recebidos em cruzados novos, embora a nova moeda fosse o cruzeiro. A moeda também foi preservada nos pagamentos de leasing nos 180 dias seguintes ao plano.
1990
FALTAM CARROS
1991
Os principais jornais do país, entre eles Gazeta Mercantil e DCI, relatavam o atraso de entrega dos carros pelas montadoras. Com 250 locadoras associadas, em 150 cidades e mais de 400 pontos em cidades e aeroportos, o setor de locação registrava uma defasagem de 30 mil veículos, o que restringia o potencial de expansão. Os veículos, aguardados pelas locadoras, seriam destinados a reposição e ampliação das frotas. Para compensar o atraso, uma das maiores redes de aluguel de carros do país investiu Cr$ 300 milhões na aquisição de 150 veículos da marca Lada, nos modelos Niva, Samara e Laika. Nessa época, da frota de 60 mil carros disponíveis para locação no país, apenas 400 eram importados.
Presidentes | Udo Stellfeld
ABLA | 35 anos
76
Presidentes | Francisco da Silva
77
Nosso maior orgulho foi ter elaborado o Código de Ética da ABLA
FRANCISCO DA SILVAGESTÃO 1992-1993
Quando Francisco José da Silva assumiu a presidência da ABLA, o setor contava com 900 empresas em operação, 300 delas associadas à entidade. Um percentual de adesão considerado
bastante satisfatório, a ponto de a associação realizar a II Convenção e Salão Nacional das Empresas Locadoras de Auto-Veículos (Conauto), em agosto de 1992, em São Paulo, e lançar o Guia Oficial das Empresas de Aluguel de Auto-Veículos, com 250 empresas participantes, com 600 pontos de locação espalhados pelo país.
ABLA | 35 anos
78Se por um lado a entidade investia no conhecimento mais profundo
do setor, por outro enfrentava grandes dificuldades para resolver questões
práticas, como parcelamento do pagamento do IPVA, prorrogação dos
prazos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto
sobre Circulação de Mercadoria (ICM). Naquele ano, as altas taxas de
juros e a inflação foram os grandes fantasmas do setor, em um dos piores
anos do segmento. A retração atingiu quase 25%, e o volume de aluguel
diário, antes a grande força da locação, passou a responder por apenas
20% dos negócios, como lembrou Silva em entrevista na época.
- Foram dois anos de economia recessiva, com a entrada de novos
concorrentes na atividade, o que provocou uma acirrada guerra de
preços e levou o setor a enfrentar muitas dificuldades. Nessa fase,
muitas pequenas, e até grandes locadoras, fecharam as portas. Os que
permaneceram na ativa viram a lucratividade despencar, tendo de
trabalhar praticamente de graça.
Silva era o porta-voz do setor na ampliação da produção nacional de
carros básicos por parte das montadoras, sendo esse um fator fundamental
para a sobrevivência do setor, que tinha nos populares 100% da demanda
1992
POSIÇÃO ESTRATÉGICAA convite da então secretária da Economia, Dorothéa Werneck, a ABLA passou a integrar a Câmara Setorial da Indústria Automobilística, criada com a proposta de auxiliar o governo na solução de problemas do setor e na formação de políticas específicas para o segmento. Em sua primeira apresentação na Câmara, a diretoria da ABLA revelou a realidade do cenário nacional do mercado de locação: 30% de capacidade ociosa, carga tributária elevada, ausência de uma política financeira adequada ao setor, baixa produtividade e atraso na adoção de novas tecnologias.
1992
GASTOS COM VIAGENSA American Express realizou o “Estudo sobre despesas com viagens e representação”, envolvendo 480 empresas. O levantamento mostrou que os gastos na área são de US$ 3 bilhões por ano, 5% desse total refere-se às despesas com locação de automóveis, sendo 18% pagos com cartão empresarial. O estudo constatou, também, que 25% das empresas têm regras definidas para a locação de veículos, principalmente as companhias de grande porte, que adotam como critérios de escolha das locadoras o custo (52%), a qualidade dos serviços (40%) e a localização (16%).
1992
RAIO X DE PESOO consultor Carlos Roberto Azzoni, professor associado do Departamento de Economia da FEA/USP concluiu, a pedido da ABLA, o “Estudo setorial-locação de veículos”.
ABLA | 35 anos
Presidentes | Francisco da Silva
79
Presidentes | Francisco da Silva
1993
CONSELHO EXPERIENTEDurante a realização do I Fórum e Salão da Indústria de Aluguel de Automóveis, Charles Parker, publisher da revista Auto Rental News, o principal veículo da área nos Estados Unidos, afirmou que, naquela data, o setor de locação no Brasil revelava um cenário semelhante ao vivido pelo mercado americano 30 anos atrás. “O caminho para crescer está na adoção do conceito de Centrais de Transporte, que aproxima locadoras, montadoras e revendedoras.”
1993
ALUGUE UMA BOA IDEIA. ALUGUE UM CARRO.Pela primeira vez, desde a sua fundação, a ABLA investiu US$ 2 milhões em uma campanha de publicidade, de âmbito nacional, com 12 meses de duração, criada pela MPM Lintas, com o slogan: “Alugue uma boa ideia. Alugue um Carro.” O objetivo era chamar a atenção e ampliar o nível de conhecimento dos consumidores das classes A/B a respeito das facilidades e vantagens da locação.
DESEMBARQUEAs locadoras reclamavam muito do alto custo para a manutenção de suas estruturas nos aeroportos nacionais. Em Cumbica, Congonhas, Santos Dumont e Galeão pagava-se um aluguel de Cr$ 300 mil, corrigidos pelo IGPM + 5% do faturamento local. Nos estacionamentos, a vaga por carro custava cerca de US$ 100.
1993
de aluguel. “Ou a indústria nos atende, ou vamos partir para a importação.
Essa é a saída para muitos problemas da área automobilística no Brasil.”
Outro desafio da ABLA naquele período era a diminuição dos roubos,
que afetavam diretamente as empresas e o custo da locação. A preocupação
aumentava diante da criação do Mercosul, que deixava as fronteiras com
os países vizinhos, sobretudo com o Paraguai, mais vulneráveis.
“Em um cenário econômico difícil, nosso grande orgulho foi ter
elaborado o Código de Ética da ABLA, o que deu ao setor ainda mais
respeito e profissionalismo”, afirmou Silva, ao passar a presidência da
entidade a seu sucessor.
O manual de bom comportamento ético foi aprovado pelo Conselho
Nacional da entidade em 19 de novembro de 1992, sendo registrado no
II Cartório de Ofícios e Registros de Pessoas Jurídicas da Comarca da
Capital do Estado de São Paulo, sob o número 39.236, em 7 de janeiro
de 1993. Na ocasião, o presidente Silva lembrou, ainda, o aumento
das parcerias e, consequentemente, o estreitamento das relações com
as operadoras de cartões de crédito, montadoras de automóveis e
instituições financeiras.
ABLA | 35 anos
80
ABLA | 35 anos
80
ABLA | 35 anos
Presidentes | Francisco da Silva
81
Presidentes | Francisco da Silva
TREINAMENTOA entidade promoveu cursos de gerenciamento de frotas e cálculo de preços para locadoras, com o objetivo de melhorar a qualidade e a efi cácia das empresas.
1993
1993
CASO DE POLÍCIAO problema dos roubos de carros de aluguel se agravava em todas as regiões. No Rio de Janeiro, por exemplo, eram roubados anualmente 14% dos veículos da frota, com taxa de recuperação de apenas 3% dos carros, que eram encontrados completamente depenados. Em São Paulo, 2% da frota era roubada, com 40% de índice de recuperação, e, em Belém do Pará, 2,5% dos carros eram objeto de roubos e 60% deles resgatados, mas em péssimas condições. Para diminuir os incidentes, a ABLA criou um folheto de orientação aos motoristas para que não trafegassem em ruas nem em avenidas pouco movimentadas e mal iluminadas, acionassem os dispositivos de segurança e só solicitassem informações à equipe da locadora, à polícia, aos estabelecimentos comerciais ou postos de gasolina bem iluminados.
ABLA | 35 anos
82
Presidentes | Nicolau Rezé
83
Acreditar e trabalhar pela ABLA é investir no nosso próprio negócio
uando assumiu a presidência, Nicolau Rezé encontrou o setor de locação envolto em um cenário desafi ador: falta de veículos populares, prática do ágio, fechamento do leasing e,
principalmente difi culdades de renovação da frota. Para enfrentar essa realidade, a associação promoveu um estreitamento das relações das locadoras com as montadoras, que passaram a enxergar o setor como vitrine de seus produtos, e com os agentes de viagens, para expandir a atuação na área de turismo. Paralelamente, investiu em cursos de vendas para as associadas.
NICOLAU REZÉGESTÃO 1994-1995
ABLA | 35 anos
84
“LOUCAÇÃO”
1994Em cerimônia realizada no dia 16 de maio, na Galeria
Nara Roester, em São Paulo, foram premiados os vencedores nas categorias Ponto de Vendas, Rede e Flagrante, da Campanha “Loucação”, promovida pela ABLA, Credicard e Autolatina - Divisão Volkswagen.
OS MAIS VISADOS
1994Em 1994, os roubos de carros aumentaram 25% em
relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com a Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo. Os carros mais visados eram Gol, Kombi e Fiat Uno, exatamente os veículos utilizados pelo mercado de locação.
INVASÃO TECNOLÓGICA
1995
Durante o II Fórum Nacional do Setor de Aluguel de Automóveis, Ottoni Fernandes Júnior, diretor do Invest News, boletim eletrônico, alertava o setor para uma invasão importante e irreversível: a dos microcomputadores. “Em 1994, nos Estados Unidos foram vendidos mais micros do que aparelhos de TV. Cerca de 26% dos norte-americanos têm microcomputadores e 9,6% pretendem comprar o equipamento nos próximos seis meses; 3,9% dos norte-americanos já assinam serviços de informação eletrônica e 6% pretendem fazê-lo em um semestre”, afirmava em sua apresentação.
- Os desafios foram grandes, mas os resultados foram positivos.
Lutamos pela reabertura das operações de leasing quando, pela
primeira vez, o setor de locação de automóveis foi reconhecido
oficialmente e, portanto, ganhou mais respeito. Uma prova do
trabalho de bastidores que desenvolvemos.
Foi no biênio 1994/1995 que a associação ganhou um Conselho
Jurídico, formado por advogados das associadas que passaram a
trabalhar em prol do setor. Como bem lembra Rezé, pela primeira vez
ABLA | 35 anos
Presidentes | Nicolau Rezé
85
MERCADO NORTE-AMERICANO
1995
Na metade da década de 1990, a frota para locação nos Estados Unidos era de 1,4 milhão de veículos, enquanto no Brasil não passava de 80 mil carros. Em visita ao país, Stephen Guy, presidente da American Car Rental Association (Acra), salientou que o mercado norte-americano contava com 2 mil locadoras, que, por causa da alta concorrência, cobravam entre US$ 30 e US$ 40 a diária, com quilometragem livre. No Brasil, a locação de um carro popular não saía por menos de US$ 70.
DINHEIRO DE PLÁSTICO
1995 O faturamento do mercado de cartões de crédito em 1995
foi de R$ 22 bilhões no Brasil, com um total de 300 milhões operações pagas com o dinheiro de plástico. As locadoras contribuíram com nada menos do que R$ 300 milhões.
POLÍTICAS ECONÔMICAS X IMPORTADOSNaquele ano, Emílio Julianelli, presidente da Associação
Brasileira de Empresas Importadoras de Veículos Auto-Motores (Abeiva), dizia que a presença de importados no setor de locação de veículos nunca atingiu patamares significativos no Brasil em decorrência da política econômica do país. “A participação poderia ser bem maior na frota, caso o governo não promovesse tantas mudanças nas regras de importação de carros. Em cinco anos, o setor investiu US$ 3 bilhões no país, gerou 25 mil empregos diretos e instalou 741 concessionárias.”
1995
o setor de locação pôde encontrar um denominador comum entre o
que é juridicamente correto e o que é comercialmente viável para a
operação das locadoras.
Rezé deixou o setor de locação há vários anos. Partiu para o mercado
financeiro, vivendo entre os Estados Unidos e o Brasil, sem, contudo,
deixar de acompanhar, mesmo que de longe, as mudanças no segmento
de aluguel de veículos.
Presidentes | Nicolau Rezé
ABLA | 35 anos
86
Presidentes | Antonio Claudio Resende
87
As locadoras podem contribuir para a promoção da indústria automobilística
ANTONIO CLAUDIO RESENDEGESTÃO 1996-1997
A estabilidade da moeda e a abertura do mercado colocaram o Brasil na rota dos investimentos estrangeiros, provocando mudanças profundas na forma de conduzir os negócios. As
empresas nacionais foram obrigadas a se reestruturar rapidamente para acompanhar a globalização. Não havia mais espaço para a miopia empresarial nem para amadores. Foi nesse contexto que Antonio Claudio Resende assumiu a presidência da ABLA, com o desafio de dar ênfase à profissionalização do setor e apontar caminhos para que as locadoras somassem mais serviços às suas operações com preços cada vez mais enxutos.
ABLA | 35 anos
88
VIA FAX
1996
Quando o computador ainda não fazia parte da realidade da maioria das empresas integrantes do setor, as informações eram distribuídas por fax. Assim nasceu o Via Fax, uma comunicação rápida e eventual recebida pelas associadas. Uma vez ao mês, as locadoras conferiam as novidades, também, no Boletim ABLA impresso.
CONVÊNIO COM A SERASA
1996
Graças ao convênio com a Serasa (Centralização dos Serviços dos Bancos), as associadas da ABLA passaram a realizar consultas cadastrais de pessoas físicas e jurídicas 24 horas por dia, com preços especiais. Por meio deste convênio, as locadoras tiveram acesso, também, ao Sistema ABLA de Lista de Alerta (Sala), com informações de ocorrências de roubo, furto ou apropriação indébita, exclusivo do setor.
QUADRILHA ATACA LOCADORAS
1996
O comunicado distribuído às associadas dizia: “Temos notícia de que uma quadrilha está furtando carros de locadoras. Os bandidos alugam os carros em nome de diversas empresas tradicionais, inclusive agências de viagens. A quadrilha utiliza autorizações falsas para retirar os veículos no próprio balcão da locadora sem deixar suspeitas”. Diante desse quadro, a ABLA alertava as locadoras sobre a necessidade de confirmação das reservas com as empresas solicitantes, além de consultar a Serasa, onde os casos de roubos eram cadastrados no Sistema ABLA de Lista de Alerta (Sala).
ABLA | 35 anos
- Quando assumi a ABLA, apenas 300 empresas eram associadas, e
o principal foco da entidade era representar o setor de aluguel junto ao
governo, na defesa dos interesses das locadoras. Trabalhamos duro em torno
da Súmula 492, que previa a responsabilidade civil e solidária da locadora
por danos causados a terceiros pelos clientes no uso do carro locado. Além
disso, criamos uma comissão de associados para trabalhar ao lado do
governo nos estudos da criação da “frota verde”, com o objetivo de incentivar
o uso do álcool como combustível.
Paralelamente às mudanças de gestão das locadoras, o setor lutava
para que o consumidor brasileiro adquirisse o hábito de organizar todo
o seu programa de viagem. Ou seja, fazer uma única reserva com o
agente de viagem, que inclua passagem, hospedagem e aluguel de carro,
Presidentes | Antonio Claudio Resende
89
1996
NOVA IDENTIDADEA ABLA passou a chamar-se Associação Brasileira das
Locadoras de Automóveis em substituição à Associação Brasileira das Empresas Locadoras de Auto-Veículos. Acompanhando a mudança da razão social veio, também, a modernização do logotipo.
1997
A VEZ DA CPMFVista pela ABLA como um retrocesso na modernização
da economia do país, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) produziu um aumento de custos na cadeia produtiva, de acordo com a associação. As locadoras de veículos, que até então vinham mantendo seus preços estáveis, apesar do aumento dos custos, como os preços dos carros populares, ficaram atentas ao novo tributo.
1996
PROFISSIONALIZAÇÃO
A partir da análise das necessidades do mercado, a ABLA selecionou 10 cursos a serem ministrados às locadoras associadas, com duração de 15 a 20 horas – Atendimento ao cliente, Técnicas de vendas, Matemática financeira, Desenvolvimento e relações interpessoais, Desenvolvimento de equipes, Praticando a Qualidade, Estratégia e marketing ao seu alcance, Locadoras: como vender o negócio eficazmente, Aumentando a produtividade da locadora por meio das pessoas, Gerenciamento de frota e formação de preços para locação de veículos. As aulas foram ministradas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campo Grande, Goiânia, Vitória, Brasília, Manaus, Fortaleza, Recife, Salvador, Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba.
como acontecia no exterior. Também buscava afinar cada vez mais a
parceria com as montadoras, defendendo a tese de que as locadoras
serviam (e ainda servem) de test drive para os fabricantes de veículos.
Resende, em meio a uma negociação e outra, costumava lembrar de uma
história ocorrida no início da década de 1980, nos Estados Unidos: uma
montadora desistiu de fabricar um prestigiado modelo. Antes de encerrar
a produção, porém, a fábrica destinou várias unidades a uma locadora
com preço promocional. A locadora também praticou um preço especial
na locação do veículo. O sucesso foi tão grande a ponto de a produção ser
retomada, permanecendo por muitos anos. E concluía:
- É um exemplo clássico que serve para mostrar com clareza como as
locadoras podem contribuir para a promoção da indústria automobilística.
Presidentes | Antonio Claudio Resende
ABLA | 35 anos
90
ABLA | 35 anos
90
ABLA | 35 anos
Presidentes | Antonio Claudio Resende
91
CAMPANHA TURÍSTICA
1997 “Viva o seu país. É o seu Brasil brasileiro.” Esse foi o
slogan da campanha lançada pela Embratur com o objetivo de incentivar o turismo no Brasil, que contou com a participação da ABLA. As associadas ofereceram 50% de desconto na diária mais quilômetro rodado ou 20% nas diárias.
FÓRUM E SALÃO
1997
“A Conquista do Futuro” foi o tema central do III Fórum e I Salão Nacional da Indústria do Aluguel de Automóveis, abertos pelo governador Mário Covas, que reuniu cerca de 300 participantes. Na ocasião, Covas ressaltou que o setor tem um passado signifi cativo na história de São Paulo e do país pela qualidade e confi abilidade dos serviços que presta à população.
1997
APROXIMAÇÃO COM AS MONTADORAS
Neste ano, o setor comemorou a queda da resistência das montadoras em negociar diretamente com as locadoras, primeiramente com a assinatura do convênio com a General Motors e, em seguida, com a Ford e a Volkswagen.
Presidentes | Antonio Claudio Resende
ABLA | 35 anos
92
Presidentes | José Zuquim
93
Saímos de uma sede alugada para uma própria, paga à vista
JOSÉ ZU UIMGESTÃO 1998-2001
Aos 60 anos, 27 deles no mercado de locação, José Zuquim Militerno comandou a ABLA por quatro anos, em um período de grandes desafios econômicos. Em 1999, quando
todos os contratos foram indexados ao dólar, muitas empresas fecharam as portas por não suportar o baque.
ABLA | 35 anos
94
- Nosso maior desafio, na época, foi negociar com os bancos, pondo as
cartas na mesa com clareza e mostrando o que era possível pagar e como
faríamos para fechar a conta.
Ao negociar em bloco, as locadoras perceberam que era importante
contar com uma representante de respeito, o que elevou o número
de locadoras afiliadas à entidade. Mais sólido, o setor assistiu nesse
período à instalação da sede própria da entidade, em agosto de 1999,
e ao fortalecimento das parcerias com as montadoras, que passaram a
oferecer descontos significativos para a renovação das frotas.
FESTA É SINÔNIMO DE LUCRO
1998
A 43ª edição da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, no interior de São Paulo, movimentou em 1998 cerca de R$ 150 milhões e atraiu 1 milhão de pessoas. Por causa do grande número de visitantes, as locadoras da região registraram aumento de pelo menos 30% no volume de locações. Outros eventos importantes para o setor são: Oktoberfest, Festival de Cinema de Gramado, Fórmula 1, Carnaval e Festas Juninas no Nordeste.
QUEDA DE IMPOSTO
1998
A redução do IPI adotada pelo governo como estímulo às vendas de automóveis teve um impacto positivo no mercado de locação. As locadoras deram início à renovação de suas frotas. A GM negociou 15% mais pedidos, a Volkswagen cerca de 10% e a Ford em torno de 50%. Com a queda do IPI, o preço do Corsa Wind caiu de R$ 12.645,00 para R$ 12.019,00.
PESO DO IPVA
O pagamento do IPVA era, na época, um dos itens que mais oneravam os caixas das locadoras. Por isso, as diretorias regionais da ABLA trabalhavam firme para reduzir os custos das empresas do setor em cada região. No Paraná, por exemplo, onde a alíquota era de 2% e o pagamento, feito de acordo com o final da placa, sofreu queda de 50% para veículos das locadoras ou para contratos de leasing. Em Minas Gerais, a alíquota foi reduzida para 2% e o pagamento do imposto, parcelado, enquanto no Rio Grande do Sul, a quitação podia ser feita em até seis vezes.
1998
ABLA | 35 anos
Presidentes | José Zuquim
95
SURGE A CIA
Em junho de 1998, a ABLA lançou um novo serviço a seus associados, a CIA-Cooperação Informal. O canal oferecia informações que serviam de apoio às locadoras em situação de emergência como, endereços de oficinas e seus respectivos preços, telefones de despachantes e de empresas de guincho.
1998
MOVIDO A GÁS
1998
Neste ano, a ABLA avaliou o uso do carro a gás como uma alternativa para as 212 locadoras afiliadas e afetadas diretamente com a adoção do rodízio de veículos em São Paulo. Isso porque os automóveis movidos a gás natural eram excluídos da medida que suspendia a circulação de carros em determinados horários no centro expandido da capital paulista. Levantamento feito pela entidade na época revelava que o prejuízo conjunto das locadoras chegava a R$ 10,8 milhões por mês, com a paralisação de 42,9% da frota de 24 mil carros.
1998
CAMPANHA NACIONAL445 locadoras participaram da campanha de incentivo ao turismo interno na baixa temporada, tendo como tema: “Viva seu país. Onde você chega, está em casa”. As reservas efetuadas com 10 dias de antecedência, com duração mínima de três dias, tinham 20% de desconto sobre as tarifas de diária de quilômetros rodados, ou de 50% apenas sobre o valor da diária.
“Saltamos de 300 sócios para 1,2 mil associados e de uma sede
alugada para uma própria, paga à vista”. Paralelamente, foram
surgindo os sindicatos locais (Sindlocs), que se transformaram em
representantes legais da categoria em suas regiões e ajudaram o setor a
trabalhar como um bloco único em todo o Brasil.
- O grande marco do período foi o crescimento do aluguel de frotas
para empresas, que começaram a se conscientizar que não deveriam
gastar energia com administração de carros, o que alavancou o
crescimento do setor de locação.
Presidentes | José Zuquim
ABLA | 35 anos
96
ABLA | 35 anos
2000BOAS MANEIRAS
2000PARCERIA INTERNACIONALA presidência da ABLA assinou um Protocolo de Cooperação entre a entidade brasileira e a Associação Portuguesa das Locadoras de Automóveis, visando ao intercâmbio nas diversas áreas ligadas direta ou indiretamente ao setor de locação – questões tecnológicas, operacionais, comerciais e de formação profi ssional.
Falar a mesma linguagem. Esta foi a proposta da entidade ao criar, em junho desse ano, o Manual de Atendimento à Imprensa.
1999
TECNOLOGIA SOB MEDIDA
“Preço Certo ABLA”. Assim foi batizado o curso, e, assim, foi denominado um soft ware criado sob medida para os associados, com o objetivo de facilitar a composição de custos e formação de preços. A distribuição foi gratuita.
1999
NO UNIVERSO DO TURISMO
Pela primeira vez, a ABLA participou do Congresso da Associação Brasileira dos Agentes de Viagem Abav, em Curitiba, no estado do Paraná. Nesse mesmo ano, a entidade foi declarada como órgão delegado da Embratur, sendo esse o caminho para que a ABLA fortalesse a necessidade de participação exclusiva das locadoras em licitações para aluguel de veículos.
1999
PRÊMIO
A entidade criou o Prêmio ABLA Destaque Regional do Semestre, a fi m de valorizar as ações de suas diretorias regionais. Entre os dias 24 e 26 de novembro do mesmo ano, foram realizados, em São Paulo, o IV Fórum e o II Salão Regional da Indústria de Aluguel de Automóveis.
1999
CNVR
Com o objetivo de oferecer às associadas, de forma gratuita, a inclusão de seus veículos eventualmente roubados para pesquisa em todo o território nacional, a ABLA fi rmou parceria com o Cadastro Nacional de Veículos Roubados (CNVR).
Presidentes | José Zuquim
97
Presidentes | José Zuquim
97
Presidentes | José Zuquim
ABLA | 35 anos
98
Presidentes | Alberto Vidigal
99
O governo Lula foi positivo para o setor de turismo como um todo e para o de aluguel de carros também
ALBERTO VIDIGALGESTÃO 2002-2005
U m ano depois de assumir a presidência, Alberto Vidigal, hoje com 55 anos, defendia o Programa Aluguel para Todos, um instrumento que disponibilizaria a diversas camadas da
população o acesso aos serviços prestados pelas empresas do setor. O objetivo era atender aos usuários tradicionais, assim como a cadeia produtiva do turismo, passando pela indústria hoteleira, companhias aéreas, agências de viagem, indústria automobilística, entidades de classe e organismos oficiais. “Para isso, encontramos na internet a aliada ideal para viabilizarmos essa democratização de dados, informações e serviços, com a dimensão e a agilidade necessárias. O Brasil já conta com 7,5 milhões de internautas, e o crescimento de usuários está próximo de 3% ao mês”, afirmava Vidigal na época.
ABLA | 35 anos
100
Paralelamente, a diretoria da ABLA, sob o comando de Vidigal,
trabalhou no estreitamento da relação do setor com as montadoras, que
ainda insistiam em colocar nos pátios de aluguel apenas veículos lançados
seis meses antes. Aos poucos, contudo, a cultura foi mudando e, como
já acontecia nos Estados Unidos, as locadoras passaram a respeitar o
mesmo tempo das concessionárias. O Gol 2003, por exemplo, teve uma
apresentação de lançamento especial para o setor de aluguel de carros.
HARMONIA ENTRE VIZINHOS
2002A ABLA juntamente com a Abav, hotéis, companhias
aéreas, emissoras de cartão de crédito e seus pares argentinos criaram a Câmara Permanente de Turismo Brasil-Argentina, uma espécie de fórum responsável por prevenir quaisquer emergências no fluxo de negócios entre os países.
DIAS AZUIS
2002
Esse era o nome do programa criado pelo Ministério do Esporte e Turismo em parceria com a Embratur, com o objetivo de oferecer aos consumidores de produtos e serviços turísticos o melhor aproveitamento, em decorrência de um acordo de cooperação entre todos os elos da cadeia turística. A ABLA apoiou a iniciativa. As locadoras que aderiram ao programa ofereciam descontos de 20% sobre a tarifa de diária e quilômetros rodados, ou 50% sobre a diária. Os descontos exigiam um mínimo de três diárias e reservas com 10 dias de antecedência, pagamento à vista ou no cartão e garantia de no show no valor de uma diária.
RETRAÇÃO MUNDIAL
2002
O setor de locação de veículos no mundo teve uma queda de 1,6% em 2002 com relação a 2001, registrando cifras da ordem de US$ 18,4 bilhões. De acordo com o relatório do Euromonitor International, o segmento tem enfrentado grandes dificuldades em razão dos efeitos da recessão global desencadeada pelo atentado de 11 de setembro de 2001. As locadoras reduziram suas frotas entre 20% e 25% durante 2002, para compensar as mudanças de cenário. No Brasil, ao contrário, o setor cresceu 19,58% no mesmo período, somando um faturamento de R$ 2,26 bilhões.
ABLA | 35 anos
Presidentes | Alberto Vidigal
101
Presidentes | Alberto Vidigal
- Não foi só o respeito das montadoras que conseguimos conquistar,
mas também desfrutamos o incentivo dado ao segmento de turismo com a
criação do Ministério do Turismo. O governo Lula foi positivo para o setor
do turismo como um todo e também para o de aluguel de carros, porque
aproximou nosso segmento de todo o trade.
NA COMPANHIA DE LULA
Pela primeira vez, a diretoria da ABLA acompanhou um presidente da República em visita ao exterior. A associação fez parte da missão empresarial que viajou à China com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em maio daquele ano. Na época, a ABLA reunia empresas que, juntas, faturavam US$ 780 milhões.
2004
2004
NA ARGENTINA
As associadas da ABLA participaram da Feira Internacional do Turismo, que aconteceu de 27 a 30 de novembro de 2004, em Buenos Aires, na Argentina.
2003
PARCERIA
A ABLA e a Volkswagem fecharam acordo para realizar o lançamento do Polo sedã na Rede de Concessionárias para as locadoras associadas.
2002 COMEMORAÇÃO
A ABLA completou 25 anos de história com show do cantor Jorge Ben Jor.
2003 RAIO X DO SETOR
Lançamento do primeiro anuário ABLA divulgando os números do setor de locação de veículos.
RUMO AO ORIENTE
2005 Representantes da ABLA participaram da Missão
Empresarial Brasil-Coréia do Sul e Japão, entre os dias 23 e 28 de maio de 2005.
ABLA | 35 anos
102
ABLA | 35 anos
PARTICIPAÇÃO ATIVA
A fi m de divulgar a cultura da locação, a ABLA participou das principais feiras de turismo do país, além de apoiar encontros, palestras do setor e fi rmar parceria com o ICCABAV para inclusão de cursos de locação de automóveis para agentes de viagens. Paralelamente, a entidade formalizou acordo com a Abav para divulgação dos números do segmento na revista Turismo em Números, de circulação nacional.
2005
O SETOR EM DADOS
Acompanhar de perto a evolução do setor. Com esse objetivo foram implantados a revista Locação da ABLA, o ABLA News, o informativo eletrônico ABLA Express e a III edição do Anuário ABLA.
2005
NA PISTA
O autódromo de Interlagos, em São Paulo é fechado para realização do Salão & Fórum ABLA. 20
05
Presidentes | Alberto Vidigal
103
Presidentes | Alberto Vidigal
ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL20
05 A Tríade Auditores e o escritório Freire Advogados fi rmaram parceria com a ABLA para realizar clínicas tributárias aos associados, envolvendo os temas Imposto de Renda Pessoa Jurídica, PIS, Cofi ns e outros impostos que causam dúvidas aos empresários do setor.
MARCA BRASIL
2005
Criada para representar a imagem do turismo brasileiro no exterior, a Marca Brasil foi utilizada por diferentes segmentos e empresas como símbolo de produtos e serviços tipicamente brasileiros. A ABLA aderiu ofi cialmente à iniciativa, tornando-se uma das primeiras entidades a demonstrar interesse em usar e divulgar a Marca Brasil entre suas associadas.
ABLA | 35 anos
104
Presidentes | Adriano Donzelli
105JOSÉ ADRIANO DONZELLI
GESTÃO 2006-2009
No ramo da locação de automóveis, ter carros novos à disposição dos clientes é uma necessidade, não uma escolha
C om larga experiência no ramo, José Adriano Donzelli assumiu a presidência da ABLA disposto a investir na qualificação dos serviços prestados, iniciando a estruturação do que, mais
tarde, veio a ser o Programa Nacional de Capacitação e Qualificação ABLA (PQA), que já preparou mais de 6 mil profissionais. Naquela época, o cliente de carro alugado já tinha consciência de que, ao dirigir cuidadosamente o automóvel, ele não apenas estava conservando o bem da locadora, mas, também, cuidando da própria segurança e de terceiros que circulam nas ruas e avenidas.
ABLA | 35 anos
106
Ciente de que o comportamento do consumidor não era mais
o mesmo e de que a economia globalizada penalizaria quem não
apresentasse serviços de qualidade e muito profissionalismo, Donzelli
lembrava constantemente a todos os associados que, “no ramo da
locação de automóveis, ter carros novos à disposição dos clientes é uma
necessidade, não uma escolha”.
POLIGLOTA
2006O novo site da ABLA foi apresentado nas versões
português, inglês e espanhol. O anuário 2006 também ganhou versão eletrônica. O objetivo era fazer do site não apenas um canal de divulgação do setor e das realizações da entidade, mas também um instrumento de interação e de trabalho.
FORÇA REGIONAL
2006
Foi incentivada a parceria com o Sindloc, visto pela gestão nacional da ABLA como uma continuidade da associação nos diversos estados. “Apesar de terem vida própria, os sindicatos precisam estar alinhados com os pensamentos da ABLA para fortalecer a representatividade do setor”, reforçava o presidente Adriano Donzelli.
2006
VAI BRASIL
Em abril, a ABLA aderiu ao Projeto Vai Brasil, lançado oficialmente durante o Salão de Turismo-Roteiros do Brasil, realizado em São Paulo. O projeto visava a aumentar a comercialização de produtos turísticos nos períodos de baixa estação em diversos destinos nacionais.
2006
CAUSA SOCIAL
A ABLA abraça a Campanha Nacional de Enfrentamento e Prevenção à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no Turismo, lançada pelo Programa Turismo Sustentável e Infância, com a distribuição de 22 mil saquinhos de lixo com motivos da campanha, além da disponibilização de uma cartilha confeccionada pela Universidade de Brasília.
EXPOSIÇÃO20
06Entre os dias 20 e 22 de junho, a ABLA participou do Lacime 2006 – Exposição de Turismo de Incentivo, Eventos e Negócios da América Latina e Caribe.
ABLA | 35 anos
Presidentes | Adriano Donzelli
107
- Foi um tempo de consolidação da ABLA como um dos principais
players do turismo nacional, com o reconhecimento e o respeito
das entidades congêneres. Nosso alinhamento com a Confederação
Nacional de Transporte e o reconhecimento por parte da sua direção
sobre a importância do setor de locação foram de extrema importância
para todo o segmento.
Presidentes | Adriano Donzelli
PARTICIPAÇÃO EXPRESSIVA
2007 De acordo com o estudo “Indicadores econômicos das
viagens corporativas”, em 2007, as viagens de negócios representavam 17% do volume de transações das locadoras, um percentual três vezes superior ao registrado no ano anterior.
DE OLHO NA PLACA
2007
A ABLA posicionou-se contra a operação “De olho na placa”, realizada em São Paulo, que exigia o pagamento do IPVA no estado, mesmo que o carro fosse de outro domicílio de origem, o que provocou recordes de engarrafamento no trânsito, constrangendo motoristas e turistas. Na ocasião, Otto Steiner, da assessoria jurídica da entidade, afirmou: “Não há nada na lei que impeça a continuidade do uso de veículos locados normalmente, pois são licenciados e regularizados com todas as taxas e impostos pagos em dia”.
INAUGURAÇÃO DO ESCRITÓRIO DE BRASÍLIA
2008 Com a inauguração de seu escritório em Brasília, em
2008, a ABLA reforça sua presença no centro administrativo do país e fortalece o empresariado para os desafios da locação de veículos. O escritório fica no edifício-sede da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).
2008 PROFISSIONALIZAÇÃO
A ABLA iniciou as primeiras ações do Programa Nacional de Capacitação e Qualificação ABLA (PQA).
ABLA | 35 anos
108
ABLA | 35 anos
NOVOS CONSELHOS
2008
Para o biênio 2008-2009, foi criado o cargo do presidente executivo. O Conselho Nacional consolidou o Conselho Gestor que engloba 12 conselheiros titulares e 12 suplentes, e têm como responsabilidades a deliberação sobre prioridades executivas, plano de trabalho, metas, orçamento fi nanceiro e aplicações patrimoniais. Formou-se também o Conselho Fiscal, por sua vez, com 6 titulares e 6 suplentes, e têm como função a análise de prestação de contas, emissão de opinião sobre orçamentos, situação fi nanceira e patrimonial da associação.
2009
CAPACITAÇÃO
Entre os meses de fevereiro e março deste ano, o Programa Nacional de Capacitação e Qualificação ABLA (PQA) deu início à realização dos seminários regionais presenciais para a coleta de diversas informações para o projeto e fomentou o Diagnóstico das Ocupações e Mapeamento das Competências Profissionais do Setor Brasileiro de Locação de Automóveis. O programa, realizado em parceria com o Ministério do Turismo, visava a aperfeiçoar o setor de locação de automóveis.
2009
PRÊMIO PARA ESTUDANTES
Com o objetivo de integrar a universidade com o setor de locação de veículos, a ABLA realizou, durante o IX Fórum e Salão da Indústria do Aluguel de Automóveis, a edição do Prêmio ABLA 2009 para Estudantes de Nível Superior.
Presidentes | Adriano Donzelli
109
Presidentes | Adriano Donzelli
109
Presidentes | Adriano Donzelli
ABLA | 35 anos
110
Presidentes | Paulo Gaba Jr.
111PAULO GABA JR.
GESTÃO 2010-2013
2010 foi o melhor dos últimos 20 anos para o setor, e o investimento no capital humano foi fundamental para esse resultado
O mais jovem presidente empossado da ABLA, o empresário Paulo Gaba Jr. não é um novato na área. Pelo contrário, está no setor há muito tempo e acompanhou de perto
a evolução da profissionalização do segmento de locação e o importante papel exercido por seus antecessores no comando da entidade. Entrou no ramo em 1989 e na ABLA em 1993 e assumiu a presidência em 2010.
ABLA | 35 anos
112
- Uma das grandes vitórias da ABLA foi, sem dúvida, a mudança
da regulamentação da habilitação de estrangeiros. Depois de muita luta,
em 2010 o Conselho Nacional de Trânsito publicou uma resolução que
permite que o estrangeiro que desejar alugar um carro no Brasil não
tenha de obrigatoriamente apresentar a tradução juramentada de sua
carteira original de habilitação.
ABLA | 35 anos
2010
INTEGRAÇÃO DE PESO
Durante a realização da 13ª Assembleia Ordinária da Câmara Interamericana de Transportes (CIT), em Medelin, na Colômbia, a ABLA passou a fazer parte da CIT, considerada o principal fórum de discussão sobre o desenvolvimento dos transportes no continente americano.
2010
NASCE A FENALOC
Com o objetivo de preencher uma lacuna de representação legal no setor, foi criada, em março de 2010, a Federação Nacional das Empresas Locadoras de Veículos Automotores (Fenaloc), única entidade sindical que representa a indústria de locação de veículos nacional, com dirigentes regionais eleitos em todo o território nacional.
2011
PQA
Nesse ano, a entidade retomou as atividades do Programa de Qualificação ABLA - PQA, com as teleconferências Eixo de Qualidade e Eixo de Gestão Empresarial. O programa beneficiou mais de 3 mil profissionais nas áreas de atendimento e gestão. A ABLA deu início aos treinamentos a distância, com o apoio da Universidade Federal de Santa Catarina. O programa ganhou peso ainda maior com a ajuda da Rádio ABLA, que foi ao ar em 2010, com canal aberto por dois anos.
Presidentes | Paulo Gaba Jr.
113
O presidente destacou, ainda, que 2010 foi o melhor dos últimos 20
anos para o setor, e o investimento no capital humano foi fundamental
para esse resultado. Foi a partir da melhoria da qualidade dos serviços
prestados que a ABLA ganhou ainda mais respeito e credibilidade. Mais
do que isso, ganhou força e importância na cadeia produtiva, a ponto de
ter voz ativa e fazer parte do Conselho de Serviços do Plano Brasil Maior.
2011
NOVA SEDE EM BRASÍLIA
A ABLA e a Federação Nacional das Empresas Locadoras de Veículos Automotores (Fenaloc) inauguraram sua nova sede em Brasília. O escritório ocupa uma área de 200 metros quadrados no prédio da Confederação Nacional do Transporte (CNT), com salas e equipamentos para proporcionar maior interatividade nas reuniões. O complexo administrativo recebeu o nome de Erozalto Nascimento, em homenagem póstuma ao membro do Conselho Nacional eleito no biênio 2010/2011.
2011
DIRETO DA BOLÍVIA
Levantamento realizado pela ABLA revelou que pelo menos mil carros de cerca de 1,2 mil associadas encontram-se na Bolívia. Por isso, a entidade lançou um programa de recuperação dos veículos furtados. O principal destino é San Mathias, cidade com 10 mil habitantes que faz fronteira com o estado de Mato Grosso.
2011
IPI
Entrou em vigor, em setembro desse ano, o decreto presidencial nº 7.567, que regulamenta as mudanças na cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados de fora do Mercosul e do México.
2011
BOM DESEMPENHO
O faturamento do setor atingiu R$ 5,11 bilhões, um crescimento de 17% em relação a 2010. A ABLA passou a congregar 2008 locadoras em todo o país, e a frota superou, pela primeira vez, os 400 mil veículos, crescendo 14%.
Presidentes | Paulo Gaba Jr.
ABLA | 35 anos
114
ABLA | 35 anos
2012
PLANO BRASIL MAIOR
“Inovar para competir. Competir para crescer”. Esse é o lema do Plano Brasil Maior, lançado em abril de 2012, em Brasília, com 19 conselhos de competitividade. Formados por 600 representantes do governo federal, empresários e trabalhadores, os conselhos têm por objetivo discutir temas setoriais e a organização de agendas estratégicas. Uma das cadeiras foi ocupada por Paulo Gaba Jr., então presidente da ABLA. Durante o lançamento do novo plano, Gaba observou que a criação desses conselhos só agregou valor à cadeia produtiva, fomentando a profi ssionalização da cadeia produtiva do país. “A presença da ABLA no lançamento de um programa desse porte reforçou a representatividade que o setor conquistou no decorrer dos anos.”
2012
NO PARANÁ
Desde maio, todas as locadoras da capital paranaense têm de contar com um percentual de carros com câmbio automático, destinados a pessoas portadoras de necessidades especiais. Para frotas de até 200 carros, o percentual de automáticos deve ser de 10%; entre 201 e 500 automóveis, a cota passa a ser de 5%, e, acima de 501 carros, 2% devem seguir a exigência.
ABLA | 35 anos
Presidentes | Paulo Gaba Jr.
115
Presidentes | Paulo Gaba Jr.
115
Presidentes | Paulo Gaba Jr.
115
ABLA | 35 anos
116
Durante os 27 anos de trabalho em várias montadoras de
automóveis, entre elas, Ford, Fiat, Kia e Hyundai, eu enxergava
o setor de locação como uma ótima oportunidade de venda de
produtos e um canal especializado para teste e apreciação de lançamentos.
Costumava dizer que manter um relacionamento afinado com as locadoras,
significava ter um retorno rápido sobre as necessidade de correções, quando
apresentava defeito de qualidade ou oportunidade de melhoria de projeto para
um novo veículo colocado na praça.
Quantas vezes, as locadoras escutando o cliente final ajudaram as
montadoras a desenharem modelos adequados para o setor. Em 2000,
por exemplo, a Fiat lançou o Palio VD exclusivo para frotistas. O modelo
reunia tudo o que as locadoras precisavam: modelo básico equipado com
limpador do vidro traseiro, protetor do tanque de combustível, rodas
com aro e pneus especiais, com opções de ar-condicionado e direção
hidráulica. O veículo aos poucos se transformou em um dos principais
modelos da montadora para o varejo, o Palio Fire, ainda hoje nas
revendedoras. Trata-se apenas de um exemplo de como as locadoras ao
longo dos anos serviram de verdadeiros laboratórios para as montadoras.
Confesso que ao passar para o outro lado da mesa comecei a encarar
este setor de forma diferente.
Se eu já admirava a ousadia de alguns empresários, consegui ver as
dificuldades e os riscos que envolviam seus negócios. A complexidade
deste setor é intrigante para os “novatos”, e é um setor da economia que
está presente em todos os outros.
Estamos aprimorando a parceria com as montadoras de modo que elas
possam comercializar cada vez mais veículos, oferecendo, em contrapartida
assistência às locadoras que atendem diversos outros clientes finais, em
diferentes mercados. Trabalhamos em busca de uma parceria cada vez mais
estreita, pois para o setor de locação, veículos é sinônimo de instrumento
de trabalho. Temos plena certeza de que no momento em que os fabricantes
adotarem as locadoras como parceiras e não apenas como canal de vendas, o
setor tenderá a crescer muito. A ABLA trabalha para isso.
A associação também tem se manifestado a órgãos e autoridades
competentes em relação a assuntos de interesse geral para a livre iniciativa.
Defendemos bandeiras relacionadas à diminuição da carga tributária,
capacitação profissional, aspectos de educação no trânsito, ao apoio e
à presença em eventos de turismo e da indústria automobilística. Nosso
objetivo é fortalecer as locadoras de automóveis, manter um bom diálogo
com o setor governamental e conquistar parcerias fortes e duradouras com
os fornecedores.
Aprendi a olhar o ambiente empresarial com os olhos das locadoras, e a
experiência prévia nas montadoras, me ajuda a entender as engrenagens setoriais.
O negócio da locação é primordial para as montadoras, seja no
lançamento de produtos, venda de autopeças & serviços, manutenção e
distribuição, essa é a minha teoria.
Espero continuar unindo as duas realidades e comprovar essa tese, o que
não é segredo para ninguém é que juntos crescerão ainda mais. Sinto este
momento cada vez mais próximo...!
JOÃO CLAUDIO BOURG
A complexidade do setor é intrigante para os novatos
PRESIDENTE EXECUTIVO
Presidentes | Paulo Gaba Jr.
117117
A
Homenagem aos líderes natos
Paulo Gaba Jr., em nome de todos que fizeram e fazem parte da ABLA
lgumas pessoas já nascem liderando naturalmente, e ajudam
a construir um mundo melhor sem pedir nada em troca.
Em um curto período de tempo perdemos dois Conselheiros
de “vida”, mestres do consenso e da ponderação, despidos de vaidade e
cheios de sabedoria.
A história da ABLA foi construída com a participação fundamental
deles, que apaziguaram discussões acaloradas, mediaram acordos,
estiveram presentes em momentos decisivos e deixaram mais que
saudade. Seus conselhos nortearam os presidentes e direcionaram a
ABLA ao crescimento e ao fortalecimento.
Nascimento foi consultado para presidir a ABLA e Paulo Bonilha para o Sindloc-SP,
e nenhum deles jamais aceitou. Meu palpite pelas recusas é porque na verdade já
comandavam, e nenhum presidente eleito poderia abrir mão de tê-los por perto.
Erozalto Nascimento deu nome ao Complexo Administrativo de Brasilia
ABLA e FENALOC, e Paulo Bonilha, que faleceu na data da aquisição da sede
do Sindloc-SP, deu nome a seu auditório.
Dedicamos a vocês, Nascimento e Paulo Bonilha, mais que nossas lágrimas, a
admiração e a reverência aos que só construíram, sem destruir!
E é por isso que fazem parte deste livro, fizeram história e continuarão fazendo por
seu legado...
ABLA | 35 anos
118
BOM NEGÓCIO PARA O BRASIL
Somente nos últimos três anos, o setor de locação recolheu R$ 4,9 bilhões em tributos
Em 35 anos de história, a ABLA desempenhou importante papel na defesa dos interesses de seus
associados junto ao governo e às montadoras, participou ativamente da abertura do mercado
para a importação de veículos, funcionando como porta de entrada para os fabricantes
estrangeiros. Quando a associação iniciou suas atividades, eram apenas quatro montadoras. Em 2012,
são mais de 40 no país.
A força somada pelo setor de locação nas últimas três décadas é facilmente comprovada pelos números.
A ABLA representa nacionalmente mais de 2 mil locadoras, das quais 1,2 mil são associadas, donas
de uma frota superior a 445 mil veículos. Juntas, elas respondem por R$ 1,86 bilhão em arrecadação
de impostos federais, além de gerar mais de 277 mil empregos diretos e indiretos. O faturamento anual
reflete o desempenho expressivo do segmento, ultrapassando a casa dos R$ 5,6 bilhões. A expectativa é
uma performance ainda melhor para a próxima década, seja pelo aumento da cultura de locação de
automóveis por parte dos brasileiros e pela realização dos dois maiores eventos esportivos mundiais no
Brasil – a Copa do Mundo e as Olimpíadas —, seja pelo investimento de R$ 60 bilhões na renovação
da frota até 2016.
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2004
2005
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1,86 bi
1,69 bi
1,44 bi
1,27 bi
1,06 bi
0,94 bi0,87 bi
0,79 bi
0,69 bi
0,67 bi
0,58 bi
0,48 bi
0,41 bi
0,40 bi
RECOLHIMENTOANO REAIS
De símbolo de status a motor da economia nacional
119
UM SETOR BILIONÁRIO
Entre 1997 e 2011, o faturamento do setor cresceu cerca de cinco vezes e impactou de forma direta a indústria de automóveis
$$1997 1,30 bi
2011
2010
2009
2008
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
5,67 bi
5,11 bi
4,37 bi
3,99 bi
3,17 bi
2,91 bi
2,68 bi
2,34 bi
2,26 bi
1,89 bi
1,63 bi
1,39 bi
1,34 bi
ANO REAISFATURAMENTO
EXÉRCITO PODEROSO
No início dos anos 2000, eram 133 mil veículos, hoje são mais de 445 mil
1997 90.000
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
445.470
414.340
363.456
318.865
283.562
250.204
223.811 203.650
181.900
178.000
155.000
133.000
116.000
112.000
QUANTIDADEANO VEÍCULOS
Indicadores do Setor
119
ABLA | 35 anos
120
AUMENTO DA DEMANDA
GERAÇÃO DE EMPREGOS DIRETOS E INDIRETOS
Cresce o número de brasileiros que usam os serviços de locação
O setor entrou na segunda década dos anos 2000 com mais de 277 mil vagas ocupadas
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
1997
2003
2002
2001
2000
1999
1998
18,6 mi
17,7 mi
16,8 mi
16, 2 mi
15,1 mi
14,1 mi
12,2 mi
3,8 mi
8,7 mi
8,3 mi
7,1 MI
6,2 mi
5,5 mi
5,1 mi
ANO BRASILEIROSLOCAÇÃO
1997 64.000
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2003
2004
2002
2001
2000
1999
1998
277.943
264.708
240.644
209.061
194.838
185.560
178.240
165.500
168.200
165.000
144.000
123.000
107.000
104.000
ANO PESSOASEMPREGOS
De símbolo de status a motor da economia nacional
121
O MAPA DAS LOCADORASA Região Sudeste abriga o maior número de locadoras no país
TOTAL GERAL: 2.083FONTE: ABLA
ACREAMAPÁAMAZONASPARÁRONDÔNIARORAIMATOCANTINS
8282256101914
REGIÃO NORTE (N) LOJAS
5745
2315
LOJAS
DISTRITO FEDERALGOIÁSMATO GROSSO DO SULMATO GROSSO
CENTRO-OESTE (CO)
37189
9238398517
8030
LOJAS
ALAGOASBAHIACEARÁMARANHÃOPARAÍBAPERNAMBUCOPIAUÍRIO GRANDE DO NORTESERGIPE
NORDESTE (NE)
108225125216161
LOJAS
ESPÍRITO SANTOMINAS GERAISRIO DE JANEIROGRANDE SÃO PAULOESTADO DE SÃO PAULO
SUDESTE (SE)
PARANÁRIO GRANDE DO SULSANTA CATARINA
121126
97
SUL (S) LOJAS
(N)
(NE)
(CO)
(SE)
(S)
Indicadores do Setor
121
ABLA | 35 anos
122
1977 A 1980PresidenteJosef KurcDiretor Secretário Alberto LutaifDiretor TesoureiroPaulo Batista PereiraConselho FiscalGilson Benzota CarvalhoYeno SeveroJosé Carlos Pimparel
1981 A 1983PresidenteAlberto Morares Barros FilhoVice-PresidenteUdo StellfeldDiretor SecretárioDamião BianchiDiretor TesoureiroFernando Antonio Barbosa TamassiaDiretor ConselheiroJosef KurcDiretor ConselheiroVitório D’Amico Neto Conselho FiscalSérgio Luiz ArntCristina StroebeleNorberto Poci
1984-1985PresidenteVitório D’Amico NetoDiretor SecretárioUdo StellfeldDiretor TesoureiroFernando Antonio Barbosa TamassiaAssessor EconômicoAlfio Fernando GiancoliConselho FiscalSérgio Luiz ArntCristina StroebeleNorberto Poci
1986-1987PresidenteAlberto Morares Barros FilhoVice-PresidenteUdo StellfeldDiretor SecretárioDamião BianchiDiretor TesoureiroFernando Antonio Barbosa TamassiaDiretor ConselheiroJosef KurcDiretor ConselheiroVitório D’Amico Neto Conselho FiscalSérgio Luiz ArntCristina StroebeleNorberto Poci
1988-1989PresidenteUdo Stellfeld Vice-PresidenteNelson Colaferro Jr. Diretor SecretárioAbel Augustp Ferreira Diretor TesoureiroLineu Nassif Diretor Regional – SP CapitalMarco Antonio Ghibert Diretor Regional SP – InteriorÉlcio Cerqueira LeiteDiretor Regional RJ-ESJosé Carlos D’AlmeidaDiretor Regional MGLeonardo Euler Martins MottaDiretor Regional RS/PR/SCÁureo Storck Diretor Regional – DFWolmy Albernaz Diretor Regional BA/SEJorge Luiz Santos BomfimDiretor Regional – PE/ALJose Carlos Gordilho Diretor Regional AM/PA/RR/APCacildo Garcia Macedo Conselheiro FiscalAnito José Werner Conselheiro FiscalJoão Batista Parreira Diretor Conselheiro
Alberto Moraes Barros Filho Diretor ConselheiroJosef KurcCoordenador do Comitê de Marketing Moyses Samuel Aguiar Gerente Administrativo (funcionário) José Preti Neto Assessor EconômicoCarlos Roberto Azzoni Assessor de Planejamento Empresarial Gentil Choji Nishioka Assessor de Planejamento de Recursos HumanosGeraldo Leal de Moraes Comitê de MarketingValter de Souza Mesquita Assessor de Marketing e Comunicação Dennis GiaomettiAssessores de ImprensaPaulo Miranda e Denise Moreno Assessor JurídicoFrancisco Gabilan
1990-1991Conselho Nacional
PresidenteJ. Salim Mattar Jr.Vice-PresidenteAlberto Moraes Barros FilhoMembrosUdo SteffeldOtavio L. FrancoAntenor FigueiraVittorio E. Primo RossiSérgio PassosCarlos FaustinoDener MallardJuarez Xavier de AzevedoIzabel MonteiroHumberto CarneiroDamião BianchiRoberto NobreOrlando da Silva JúniorJosé Américo HuertasFrancisco José da SilvaMoysés Aguiar
1992-1993PresidenteFrancisco José da SilvaConselhoNicolau RezéJosé Americo Huertas
Conselhos & Diretorias
Diretorias ABLA
123
Luiz Reinaldo ZanonDener Arthur Gomes MallardCélio FonsecaAntônio Joel Ferreira Jr.Jorge Luiz Santos BonfimSaulo Tomaz FroesAntonio Marcio Cerqueira LaurindoAlceu Tomaz PereiraOsório Adriano NetoJorge Alfredo do AmaralFrancisco Assis de JesusAlberto Moraes de Barros Filho Alvani Manoel LaurindoGian Franco PiccinReinaldo Rocha DuarteMarcia RodriguesVitória BertolDiretores RegionaisAlvani Manoel LaurindoCélio Macedo da FonsecaAntonio Expedito AguiarJosé Americo HuertasFrederico Evangelista Wanda Goldfeld de MeloFrancisco Assis de Jesus Antonio da SilvaAntonio Marcio GonçalvesLuiz Reinaldo ZanonJorge Luiz Santos Bonfim Saulo Tomas FróesRemi João ZarthEduardo AlbuquerqueRicardo GuimarãesJonas MontrimasJuvenil M. da SilvaAdriana Mendonça SilvaMarcelo Amorim FialisoJorge Macedo do Amaral Fabio ColaferroDener Arthur Gomes MallardNicolau RezeFrancisco José da SilvaFarid MoysesRonald SclaviMaria do Carmo A. Souza
1994-1995Diretor PresidenteNicolau RezéVice-PresidenteAntonio Cláudio ResendeDiretor TesoureiroFernando Antonio TamassiaDiretor SecretárioLuiz Antonio Cabral
Diretores regionais
Região 3 – PE, PB, RN e ALAndré Luiz da Silva Leitão
Região 4 – BA-SEFrancisco de Assis de Jesus
Região 5 – AC, RO, MT e MSAlvani Manoel Laurindo
Região 6 – GO e TODener Arthur Gomes Mallard
Região 7 – MGSaulo Tomaz Fróes
Região 8 – RJ e ESAdaury Maia Dantas
Região 9 – SPAntonio Carlos Batista Ataíde
Região 10 – PR, SC e RSLuiz Reinaldo Zanon
Região 11 – DFRenato Sant’Anna Mattos
1994 A 1996Conselho NacionalPatrício DupratVittorio E. Primo RossiMônica RossiNicolau RezéMarco A. GhibertTomaz Silveira GuimarãesMarisa Machado SilvaCarlos Alberto de AlmeidaLuiz Fernando MagnaboscoPiro ManiniMoacir Werner FilhoJ. Salim Mattar Jr.Célio Macedo da FonsecaAntonio Cláudio B. ResendeFábio ColaferroRemi João ZarthJosé Eduardo PontesAlceu Tomaz PereiraAmílcar Pereira RamosLuiz Reinaldo ZanonDener MallardPaulo Ribeiro Martins NettoHélio Ribeiro MartinsLuiz Ernesto Bley Jr.Fábio Paiva GuimarãesUdo StellfeldLuiz Jorge RibeiroJorge Luiz BomfimA. Marcio Cerqueira GonçalvesSuplentesFrancisco Assis de Jesus
Antonio Expedito de AguiarA.C.B Ataíde
1996-1997Presidente do Conselho NacionalFrancisco José da SilvaVice-Presidente do Conselho NacionalNicolau RezéConselho NacionalLuiz Jorge Ribeiro da SilvaAntonio Cássio dos SantosPaulo César Figueiredo SoaresÁlvaro Silveira JúniorVittório Emanuelle Primo RossiMônica RossiMarco Antonio GhibertiJosé Rozendo de Almeida JúniorJoão Alexandre Celane PintoHector NunezIvete MaggiuzzoCarlos Alberto de AlmeidaDamião BianchiMoacir Werner FilhoCacildo G. Macedo Jr.Valdir GadelhaIvan de SouzaZaqueu de OliveiraAntonio Claudio ResendeJosé Salim Mattar Jr.Beatriz Pereira Carneiro CunhaJosé Eduardo ArnholdRemi João ZarthAlceu Tomaz PereiraLuiz Antonio de Oliveira CabralJosé Zuquim MiliternoAntonio Carlos Batista AtaídeHilton Ahiran da Silveira FilhoDener Artur Gomes MallardSaulo Tomaz FróesAntonio Márcio Cerqueira GonçalvesSimone de Oliveira PinoAntonio da SilvaConselheiro EméritoAlberto Moraes Barros FilhoUdo Stellfeld
1998-1999PresidenteJosé Zuquim MiliternoVice-PresidentePedro DoganiDiretor TesoureiroCarlos Roberto Pinto Faustino
ABLA | 35 anos
124
DiretoresAlberto VidigalJosé Ricardo Braga de CamargoRaimundo Nonato de Castro TeixeiraDiretoria Regional
Região 1– AMMaria Julia Lucena da Costa e Silva
Região 2 – MA, PI e CEDiosito Morais Cavalcante
Região 3 – PE e ALAndré Luiz da Silva Leitão
Região 4 – BA e SEPaulo César Figueiredo Soares
Região 5 – MTAlvani Manoel Laurindo
Região 6 - GOJosé Adriano Donzelli
Região 7 – MGEnnio Dráuzio de Castro
Região 8 – RJJoão Carlos A. Silveira
Região 9 – SPMelhem Yaryd Jr.
Região 10 – SCErozalto Nascimento
Região 11 – DFÁlvaro Silveira Júnior
Região 12 – AC e ROAntonio da Silva
Região 13 – ESPaulo Roberto do Val Nemer
Região 14 – TOCleide Brandão Honorato
Região 15 – RRCélio Fonseca
Região 16 – RNCelso Macedo
Região 17 – PAJuvenil Morais da Silva
Região 18 – PBFernando José Reis Meira
Região 19 – RSCássio Gilberto Lemmertz
Região 20 – PRValmor Emilio Weiss
Região 21 – MSEdson Lazarotto
Região 22 – APGilberto Laurindo
Região 23 – SP (interior)Sidney Vanuchi
2000-2001PresidenteJosé Zuquim MiliternoVice-PresidentePedro DeganiDiretoresAfonso Celso de Barros SantosCarlos Roberto Pinto FaustinoJosé Ricardo Braga de CamargoMelhem Yaryd JúniorJúlio Maria GontijoSaulo Tomaz FróesDiretor ExecutivoLuiz Antonio de Oliveira Cabral
Regional NorteAntonio da Silva – ROCélio Fonseca – RRJuvenil Morais da Silva – PACarlos Benedito A. Teixeira – PAFrancisco Antonio Freitas de Souza – PI
Regional NordesteDiosito Moraes Cavalcante – CEPedro Manuel Oliveira N. Brandão – CENildo da Silva Machado Pedrosa – PEAndré Luiz da Silva Leitão – PEAlberto Faria da Silva – BAMarconi José de M. Dutra – BACelso Macedo – RNJosé Maria Curralo – RNFernando José Reis Meira – PBOlavo Bilac Cruz Neto – PBValdir Laurindo – MAOsvaldo Antonio Pinto Sarmento – ALSérgio Castro de Amorim – ALEduardo Correia Teixeira – SEPaulo Roberto da Silveira Jr. – SE
Regional Centro-OesteAlvani Manoel Laurindo – MTWanderley Viriato – MTJosé Adriano Donzelli – GOJoades Alves de Souza – GODilton Castro Junqueira Barbosa – DFDácio Marta de Lacerda – DFAdemar Ferreira – MS
Regional SudesteRaimundo Nonato de Castro Teixeira – MGLuiz Fernando M. Porto – MGJoão Carlos A. Silveira – RJAdilson Rodrigues Sampaio – RJAlberto de Camargo Vidigal – SPBenedito de Oliveira – SPPaulo Roberto do Val Nemer – ESEduardo Corrêa da SilvaFernando Albertine Cornelio – SP (interior)Ramiro Ferreira Júnior – SP (interior)
Regional SulErozalto Nascimento – SCMarco Antonio Ramos Gomes – SCLúcio Bugin – RSRodrigo Selbach da Silva – RSValmor Weiss – PRPaulo Celso Barbosa – PR
2002 A 2005Diretoria Executiva
PresidenteAlberto de Camargo VidigalVice-PresidenteAfonso Celso de Barros SantosDiretor SuperintendenteLuiz Antonio CabralDiretores NacionaisAlberto FariaCarlos Benedito TeixeiraEládio PaniaguaNildo PedrosaJosé Adriano DonzelliCarlos Roberto Pinto FaustinoCássio LemmertzMarco Aurélio GalvãoPaulo Roberto do Val Nemer
2006 A 2009Diretoria Executiva
PresidenteJosé Adriano DonzelliVice-PresidenteMarcello Wallace SimonsenPresidente do Conselho NacionalAfonso Celso de Barros SantosVice-Presidente do Conselho NacionalAlberto de Camargo VidigalDiretores ExecutivosCarlos Roberto Pinto FaustinoWeber MesquitaDiretores Nacionais 2006/2007
RoraimaCélio Fonseca
Pará e AmapáJosé Emílio Houat
Rondônia e AcreAntonio da SilvaDiretorias Regionais Centro-Oeste
Mato GrossoAlvani Manoel Laurindo
Mato Grosso do SulMarco Antonio de Almeida Lemos
Diretorias ABLA
125
Distrito Federal e TocantinsWeber de Oliveira Mesquita
GoiásJoades Alves de SouzaDiretorias Regionais Nordeste
AlagoasOswaldo Antonio Pinto Sarmento
BahiaMarconi José Dutra
BahiaSimone Pino
Ceará e PiauíPedro Manuel Oliveira Netto BrandãoEduardo Alencar Porto Lima
MaranhãoValdir Laurindo
ParaíbaOlavo Bilac Cruz Neto
PernambucoAntonio PimentelAlberto Jorge Alves de Queiroz
Rio Grande do NorteIsrael José Protásio de Lima
SergipeOtávio Meira Lins NetoDiretorias Regionais Sul
ParanáValmor Weiss
Rio Grande do SulCássio Lemmertz
Santa CatarinaDaniel Nascimento
2010-2011Diretoria Executiva
PresidentePaulo Gaba Jr.Vice-PresidentePaulo Roberto do Val NemerPresidente ExecutivoJoão Claudio BourgConselho Nacional
TitularesMarcelo Wallace SimonsenAlberto de Camargo VidigalAlberto Faria da SilvaCarlos César Rigolino JuniorJosé Adriano DonzelliLuiz Lopes Mendonça
Nildo PedrosaRoberto Bacelar Portugal FilhoSaulo Tomaz FroesValmor Emilio Weiss
SuplentesAlberto Nemer NetoCarlos Benedito Adão TeixeiraCarlos Roberto Pinto FaustinoCássio LemmertzEládio Paniagua Jr.João Carlos de Abreu SilveiraLuiz Carlos LangMarcelo Ribeiro FernandesNelma CavalcantiPaulo Miguel Jr.Reynaldo Tedesco PetroneConselho Fiscal
TitularesAntonio PimentelEduardo Corrêa da SilvaFlávio GerduloJacqueline Moraes de MeloPaulo H. Bonilha JuniorRaimundo Nonato de Castro Teixeira
SuplentesJoades Alves de SouzaFélix PeterJoão Regueira de Souza FilhoEmerson CiottoJosé Zuquim MiliternoMarco Antonio de Almeida LemosDiretoria Regional
Norte
AmazonasVictor Simões da Silva
Pará/AmapáJosé Emílio Houat
TocantinsFabio Bertozzi
Rondônia/AcreAntonio da Silva
RoraimaCélio FonsecaNordeste
Alagoas Lusirlei Albertini
BahiaMarconi José de M. DutraSimone Pino
Ceará/PiauíAleksander Rodrigues Rangel
MaranhãoAntonio Cesar de Araujo FreitasValdir Laurindo
ParaíbaOlavo Bilac Cruz Neto
PernambucoAntonio PimentelAlberto Jorge Alves de Queiroz
Rio Grande do NorteJoão Bosco da Silva
SergipeOtávio Meira Lins NetoCentro-Oeste
Distrito FederalRodrigo Flávio Sá Roriz
GoiásJoades Alves de Souza
Mato GrossoAlvani Manoel Laurindo
Mato Grosso do SulMarco Antonio de Almeida LemosSudeste
Espírito SantoMárcio Castelo Branco Gonçalves
Minas GeraisLeonardo Soares Nogueira SilvaMauro Roberto Alves Ribeiro
Rio de JaneiroGustavo do Carmo Azevedo
São PauloEládio Paniagua Jr.Flávio GerduloMarcelo Ribeiro FernandesSul
ParanáValmor Weiss
Rio Grande do SulFélix Peter
Santa CatarinaMarco Antonio Ramos Gomes
ABLA | 35 anos
126
2012 A 2013
PresidentePaulo Gaba Jr.
Vice-presidentePaulo Roberto do Val Nemer
Presidente ExecutivoJoão Claudio Bourg
Emanuel Trigueiro
Conselho Nacional
Conselho Gestor
Tit
ula
rS
uple
nte
Simone Pino Valmor Weiss Aleksander Rangel
Alberto Vidigal
Alberto Faria da Silva
José Adriano Donzelli
Saulo Froes Nildo Pedrosa Carlos Rigolino Jr.
Mauro Ribeiro Carlos Adão Teixeira
Marcelo Fernandes
Raimundo Nonato de Castro
Reynaldo Tedesco
Paulo Miguel Jr. João Carlos de Abreu Silveira
Luiz Carlos Lang
Eládio Paniagua Nelma Cavalcanti
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS LOCADORAS DE AUTOMÓVEIS
Conselhos & Diretorias
Cássio Gilberto Lemmertz
Diretorias ABLA
127
Antonio PimentelPaulo Bonilha Jr.Jacqueline Mello
Bernard da Costa TeixeiraAmazonas
José Emilio HouatPará/Amapá
Clever Morato AxhcarTocantins
Antonio da SilvaRondônia/Acre
Célio FonsecaRoraima
Nilson Oliveira SilvaDistrito Federal
José RamomGoiás
Rissao ShimadaMato Grosso
Marco Antonio de Almeida LemosMato Grosso do Sul
Lusirlei AlbertiniAlagoas
Marconi José de M. DutraBahia
Eduardo Alencar Porto LimaCeará/Piauí
Romero RosaMaranhão
Luis Olavo NeselloParaíba
João José Regueira de Souza FilhoPernambuco
João Bosco da SilvaRio Grande do Norte
Rafael Azevedo FreitasSergipe
Márcio Castelo Branco GonçalvesEspírito Santo
Leonardo Soares Nogueira SilvaMinas Gerais
Gustavo do Carmo AzevedoRio de Janeiro
Eládio Paniagua Jr.São Paulo
Valmor Emilio WeissParaná
Félix PeterRio Grande do Sul
Marco Antonio Ramos GomesSanta Catarina
Conselho Fiscal
Dirigentes Regionais
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-O
este
T i t u l a r es Sup l en t esJoades Alves de SouzaJosé Zuquim MiliternoEmerson Ciotto
Alberto Jorge QueirozFelix Peter Marco Antonio de Almeida Lemos
Ricardo GondimEduardo CorreaRodrigo Roriz
Norte
Associação Brasileira das Locadoras de AutomóveisRua Estela, 515 – Bloco A – 5º andar
CEP 04011-904 – São Paulo/SPTel.: (11) 5087-4100 Fax: (11) 5082-1392
E-mail: [email protected]: www.abla.com.br
SAUSQuadra 1, Bloco J, Edifício CNT, na sala 510
5º andar - Torre A. CEP 70070-010 Tel.: (61) 3225-6728 Fax: (61) 3226-0048
CoordenaçãoPaulo Gaba Jr.
Presidente do Conselho Nacional da ABLA
Conselho gestorPaulo Gaba Jr., Paulo Nemer, Emanuel Trigueiro, Simone Pino, Valmor Weiss, Aleksander Rangel,
Alberto Vidigal, Alberto Faria da Silva, José Adriano Donzelli, Saulo Froes, Nildo Pedrosa e Carlos
Rigolino Jr.
Conselho gestor (suplentes)Mauro Ribeiro, Carlos Adão Teixeira, Marcelo
Fernandes, Raimundo Nonato de Castro, Reynaldo Tedesco, Paulo Miguel Jr., João Carlos de Abreu
Silveira, Luiz Carlos Lang, Eládio Paniagua, Nelma Cavalcanti e Cássio Gilberto Lemmertz.
Conselho � scalAntonio Pimentel, Paulo Bonilha Jr., Jacqueline Mello,
Ricardo Gondim, Eduardo Correa e Rodrigo Roriz.
Conselho � scal (suplentes)Joades Alves de Souza, José Zuquim Militerno,
Emerson Ciotto, Alberto Jorge Queiroz, Felix Peter e Marco Antonio de Almeida Lemos.
Suporte à pesquisa e produçãoJoão Claudio Bourg
Jorge MachadoCibele Cambuí
Direitos AutoraisABLA - Associação Brasileira das Locadoras de AutomóveisOs textos desta publicação foram baseados em pesquisas de documentos, material promocional, mídia impressa e entrevistas com funcionários, diretores, conselheiros e ex-presidentes da entidade. Apresentamos nossas desculpas àqueles que participaram desta história e, involuntariamente, não foram incluídos no conteúdo do livro.
Coordenação e producão editorialPaulo PiratiningaKátia SimõesEduardo GraboskiScritta - Divisão de Publicaçõ[email protected].: (11) 5561-6650
Projeto grá� co e produçãoOCRE – ofi cina di creatività[email protected].: (11) 3286-0033
FotosArquivo Público do Governo do Estado de São PauloArquivo da família PenteadoGetty Images
RevisãoJúlio Yamamoto
ABLA - 35 ANOS EM MOVIMENTOUma publicação da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA)
Rua Estela, 515 – Bloco A – 5º andar - CEP 04011-904 – São Paulo/SP
Telefone: (11) 5087-4100 Fax: (11) 5082-1392
E-mail: [email protected]
Site: www.abla.com.br
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS LOCADORAS DE AUTOMÓVEIS