Livro Lady GaGa

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LADY GAGA A Revolução do Pop

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LADY GAGAA Revolução

do Pop

LADY GAGAA Revolução

do Pop

LADY GAGAA Revolução

do Pop

Emily Herbert Tradução:Douglas Kim

1. Nasce uma estrela 072. Quando uma boa menina vira bad girl 233. Nascimento de Lady GaGa 394. A fama 575. Amor e Sucesso 756. Tornando-se globalmente GaGa 937. Uma tempestade numa xícara de chá 1438. Divina decadência 1599. Ela ou Ele? 17510. O legado de Lady GaGa 19111. Lampejo de gênio 19912. Uma fábula de duas divas 20913. As recompensas do sucesso 21914. A rainha se torna GaGa 22715. O mundo segundo Lady GaGa 235

Discografia 239

S umário

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Nova York, 1986. A Grande Maçã era uma colméia agitada, uma das cidades mais excitantes, cheias de energia e famosas do mundo. A era Reagan estava em pleno curso. Depois dos monótonos anos 1970 vieram os yuppies anos 1980, quando nada prosperava mais do que o excesso, ser ganancioso era bom, o capitalismo era rei e as oportunidades eram abundantes. Foi a década que reverteu os anos de declínio econômico, testemunhou o colapso do comunismo e recompensou o sucesso. Se você quisesse vencer e trabalhasse duro o bastante, tinha chances de chegar lá. No auge da década de 1980, antes que tudo viesse novamente a entrar em colapso, era uma alegria estar vivo.

Uma das pessoas que tentava tirar vantagem daquela época vertiginosa era Joseph Germanotta, que, com sua esposa e sócia Cynthia, era um empresário da internet. Naquela época a web ainda estava no seu início e, embora tivesse sido criada algumas décadas antes, foi apenas nos anos 1990 que o mundo se conectou à rede mundial e ela de fato decolou. Mas Joe e Cynthia, de origem italiana, eram jovens e estavam determinados a deixar sua

Nasce uma estrela1

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marca. Planejavam formar uma família e desejavam criar suas filhas em uma atmosfera rica e confortável – e estavam prestes a conseguir.

Embora Stefani, como ela era chamada antes de se transformar em Lady Gaga, e sua irmã mais nova Natali fossem criadas em um ambiente cosmopolita, a mãe delas vinha de um lugar bem mais provinciano: era filha de Paul e Ronnie Bissett, natural de Glen Dale, Ohio, o coração do Meio-Oeste americano, onde os valores são diferentes dos de Nova York. Um contexto social conservador, assentado nos antigos valores americanos simbolizados pela figura da mãe e da torta de maçã, a infância de Cynthia não poderia ter fornecido um contraste maior à extraordinária vida que sua filha iria levar. Mas ela conseguiria escapar para a cidade grande, conhecera Joe e juntos estavam construindo uma vida própria. A vida era boa e o casal começou a colher as recompensas do sucesso.

Stefani Joanne Angelina Germanotta nasceu em 28 de março de 1986, seguida alguns anos depois por sua irmã Natali. Era uma criança exuberante e cheia de energia, picada desde cedo pelo bichinho do entretenimento. “participei d’Os três Carneirinhos quando estava no jardim de infância”, ela contou em uma entrevista. “Eu era o carneirinho maior. Decidi fazer meus chifres com papel-alumínio e um cabide.” Na época ela já demonstrava talento para aparecer diante do público.

As roupas eram muito importantes para a jovem Stefani, assim como são agora. O amor pela moda veio de sua mãe. Agora, a família abastada garantia que Cynthia tivesse um impressionante guarda-roupas, cheio de peças de estilistas famosos, com cortes e cores extravagantes, e uma elegância opulenta, o que desempenhou um grande papel na vida de Stefani.

“Ela estava sempre bonita e arrumada”, sua filha relebrou mais tarde. “Vestia Ferragamo, Valentino, Paloma Picasso... Sua preferência era incondicionalmente o clássico italiano.”

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marca. Planejavam formar uma família e desejavam criar suas filhas em uma atmosfera rica e confortável – e estavam prestes a conseguir.

Embora Stefani, como ela era chamada antes de se transformar em Lady Gaga, e sua irmã mais nova Natali fossem criadas em um ambiente cosmopolita, a mãe delas vinha de um lugar bem mais provinciano: era filha de Paul e Ronnie Bissett, natural de Glen Dale, Ohio, o coração do Meio-Oeste americano, onde os valores são diferentes dos de Nova York. Um contexto social conservador, assentado nos antigos valores americanos simbolizados pela figura da mãe e da torta de maçã, a infância de Cynthia não poderia ter fornecido um contraste maior à extraordinária vida que sua filha iria levar. Mas ela conseguiria escapar para a cidade grande, conhecera Joe e juntos estavam construindo uma vida própria. A vida era boa e o casal começou a colher as recompensas do sucesso.

Stefani Joanne Angelina Germanotta nasceu em 28 de março de 1986, seguida alguns anos depois por sua irmã Natali. Era uma criança exuberante e cheia de energia, picada desde cedo pelo bichinho do entretenimento. “participei d’Os três Carneirinhos quando estava no jardim de infância”, ela contou em uma entrevista. “Eu era o carneirinho maior. Decidi fazer meus chifres com papel-alumínio e um cabide.” Na época ela já demonstrava talento para aparecer diante do público.

As roupas eram muito importantes para a jovem Stefani, assim como são agora. O amor pela moda veio de sua mãe. Agora, a família abastada garantia que Cynthia tivesse um impressionante guarda-roupas, cheio de peças de estilistas famosos, com cortes e cores extravagantes, e uma elegância opulenta, o que desempenhou um grande papel na vida de Stefani.

“Ela estava sempre bonita e arrumada”, sua filha relebrou mais tarde. “Vestia Ferragamo, Valentino, Paloma Picasso... Sua preferência era incondicionalmente o clássico italiano.”

Stefani, por sua vez, provou ser tudo, menos clássica, ainda que a influência da mãe tenha permanecido com ela na idade adulta. Há poucos artistas que atraem a atenção por causa de uma performance nada ortodoxa, e sua consciência em relação ao poder das roupas daquela época.

Uma das primeiras memórias de Stefani é observar sua mãe se vestir inspirou um interesse que a acompanhou durante toda a infância e adolescência. “Era uma experiência maravilhosa vê-la se preparar para o dia”, ela lembrou em outra ocasião. “Ela sempre parecia muito mais nova do que as outras mães. Eu tenho muito dela em mim. Houve períodos em que eu era muito sexy. Depois me tornei um hippie com jeans rasgados. E então passei para uma fase meia-calça-de-oncinha-body, na qual ainda estou. A moda salvou a minha vida! Quando era nova, riam de mim na escola porque eu me vestia de maneira dramática.” Mas era tudo uma preparação para o que estava por vir. Quando adulta, Stefani transformaria toda a sua vida em uma expressão dramática, e isso incluía suas roupas. De fato, ela disse que a roupa – ou melhor, o figurino – que usa quando está se apresentando é tão importante quanto a própria música. Todas aquelas influências, todo esse conhecimento sobre o poder da aparência, datam da época em que ela ainda era bem jovem.

Ambos os pais tiveram uma forte influência na jovem Stefani. Antes de começar a ganhar dinheiro de verdade como empresário da internet, Joseph tinha tocado em uma banda e estava ávido para transmitir seu amor pela música para sua pequena filha, e aulas de piano sem dúvida eram um bom começo. De fato, Stefani provou ser uma espécie de criança prodígio. Por volta dos quatro anos já tocava piano de ouvido, e tudo levava a crer que a música e a moda seriam fundamentais para ela. A Stefani de quatro anos de idade já estava se tornando Lady Gaga, embora não tão extrema em suas preferências quanto a que existe hoje.

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Sua educação musical foi realmente séria. Embora ela pudesse ter escolhido ouvir os cantores populares, estudou as obras dos grandes compositores do passado. Sua formação foi, de fato, como a de um músico clássico, e isso também veio a ter uma grande influência em sua produção posterior. Ao ser perguntada sobre a extensão dessa influência, ela respondeu “Extrema! Bach e a maior parte das coisas clássicas que eu toquei quando era mais nova... a progressão de acordes é na música pop. Tudo isso, fica entranhado na sua sensibilidade no que diz respeito a estrutura e disciplina”. Essa abordagem em relação à música era consideravelmente mais analítica do que em muitos de seus contemporâneos, marcando-a como uma artista destinada a permanecer mais do que ser apenas fogo de palha.

Stefani já tinha nascido entertainer. Na sua página na internet ela relembra que, quando criança cantava músicas de Michael Jackson – então no seu auge – e Cyndi Lauper, que ela tocava no seu minigravador de plástico. Isso não era tudo: quando seus pais a levavam para restaurantes, ela usava os palitos de grissini como baquetas. A música estava no sangue. Ela também revelou tendências marcadamente exibicionistas desde o começo: em casa, muitas vezes cumprimentava uma nova babá completamente nua. “Sempre fui uma entertainer”, ela disse. “Era exagerada quando pequena e continuo assim.”

À medida que Stefani crescia, seus pais começaram a colher as recompensas do próprio sucesso. Quando ela tinha sete anos, a família mudou-se para um apartamento de Pythian. Construído em 1927 e convertido em prédio de apartamentos na década de 1980, o Pythian vangloria-se de sua fachada de influência egípcia, sendo um local que atrai a elite mais bem-sucedida da cidade.

Stefani estava destinada a ingressar na prestigiosa Juilliard School, em Manhattan, uma escolha, aliás, bastante óbvia. A Juilliard, localizada no Lincoln Center For the Performing Arts, é uma das escolas mais prestigiosas no mundo da dança, teatro e da música. A lista dos seus ax-alunos inclui Kevin Spacey, Robin Williams, Val