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2 Dias: 19, 20 e 21 de Novembro 2015 Local: Hotel Vila Hípica Gravatá-PE Público: Direção SINTEPE, Coordenadores(as) das Regionais, Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação, Funcionários(as) do SINTEPE, convidados(as), entidades ligadas à educação e Movimentos Sociais. A 13ª Conferência Estadual de Educação do SINTEPE, que aconteceu nos dias 19, 20 e 21 de novembro de 2015, teve como tema: “O Direito, a Valorização, a Qualidade da Escola Pública, os Planos de Educação, objetivando aprofundar os conhecimentos na área educacional, na perspectiva de ser também um espaço de formação sindical e educacional para a categoria. Houve a participação de 429 pessoas, foram 21 horas de exposições e debates, com 140 intervenções (32,63% - 1/3 dos participantes). A 13ª. Conferência Estadual de Educação do SINTEPE, iniciou com uma Recepção Cultural contagiante. Um grupo de dança contemporânea da Escola Técnica Estadual de Gravatá, com a participação de 42 estudantes Fizeram palavras de acolhida iniciais, Willian Menezes (Vice- presidente do SINTEPE), Jair D´mery (Diretor da Secretaria de Assuntos Educacionais SINTEPE) e Heleno Araújo (Diretor da Secretaria de Assuntos Educacionais SINTEPE)

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Dias: 19, 20 e 21 de Novembro 2015

Local: Hotel Vila Hípica – Gravatá-PE

Público: Direção SINTEPE, Coordenadores(as) das Regionais, Trabalhadores e

Trabalhadoras em Educação, Funcionários(as) do SINTEPE, convidados(as), entidades

ligadas à educação e Movimentos Sociais.

A 13ª Conferência Estadual de Educação do SINTEPE, que

aconteceu nos dias 19, 20 e 21 de novembro de 2015, teve como

tema: “O Direito, a Valorização, a Qualidade da Escola Pública,

os Planos de Educação, objetivando aprofundar os

conhecimentos na área educacional, na perspectiva de ser

também um espaço de formação sindical e educacional para a

categoria”.

Houve a participação de 429 pessoas, foram 21 horas de exposições e debates, com 140

intervenções (32,63% - 1/3 dos participantes).

A 13ª. Conferência Estadual de Educação do SINTEPE, iniciou com uma Recepção Cultural contagiante. Um grupo de dança contemporânea da Escola Técnica Estadual de Gravatá, com a participação de 42 estudantes Fizeram palavras de acolhida iniciais, Willian Menezes (Vice-presidente do SINTEPE), Jair D´mery (Diretor da Secretaria de Assuntos Educacionais – SINTEPE) e Heleno Araújo (Diretor da Secretaria de Assuntos Educacionais – SINTEPE)

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A mesa de abertura, coordenada por Heleno Araújo, foi bastante plural, contando com a participação de diversos movimentos sociais e de diversas instituições que são ligadas a educação. Heleno Araújo

“Vamos fazer a mesa de abertura política, mas antes de

oficialmente abrir a Conferência, como reconhecimento da

nossa luta sindical, que não é uma luta isolada, nós convidamos

os seguimentos que compõem a educação no nosso Estado, no

nosso País. Convidamos também setores que participam

conosco dessa construção. Nem todos puderam estar aqui

presente hoje, porém alguns estão aqui representando suas

entidades e com eles vamos compor essa mesa política”.

A mesa de abertura

PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

Iêda Nogueira (Presidenta do Conselho Estadual de Educação)

Agradeceu ao SINTEPE pelo convite e demonstrou felicidade por

participar desta história. Resaltou os temas atuais e importantíssimos

porque o debate faz com que a sociedade pressione para que o Plano

Nacional se materialize. Então parabenizou a gestão do SINTEPE pela

trajetória de luta, de compromisso e principalmente pela articulação com

a sociedade.

Para a Professora Iêda a Conferencia Estadual de Educação do SINTEPE é um momento

bastante singular e importante por ser um momento de materialização, como já foi citado

inicialmente, do Plano Nacional de Educação. E Esse plano tem uma característica, ele é mais

importante do que o primeiro Plano Nacional, porque ele incorpora reivindicações históricas

dos educadores brasileiros, e se de fato esse plano for entendido e materializado, como

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epicentro de uma política Nacional ele vai apontar avanços para o enfrentamento de

problemas centrais da nossa educação como, por exemplo: o analfabetismo, a

operacionalização da educação básica, a qualidade da educação, a valorização dos

profissionais da educação, o respeito aos direitos humanos, a sustentabilidade, a diversidade,

e o princípio da gestão democrática.

Então o desafio é imenso e isso não acontecerá se os profissionais da educação, a sociedade

não se mobilizar. A CNTE, o SINTEPE têm um papel importantíssimo neste caminhar, assim

como o Fórum Nacional de Educação, o Fórum Estadual e todas as organizações, é preciso

dizer: “presente!”, mas não é um “presente” imóvel, parado. Dizer “presente”, significa para a

Professora Iêda é presença de movimento, de depressão.

Iêda afirma na sua fala que “Nós temos desafios imensos, e um desafio que eu considero, é a

nossa falta de cultura de planejamento. Os Planos estão escritos, mas a travessia de escrito

para a prática social é uma coisa imensa”. Para Iêda Nogueira “nós não temos essa prática e

precisamos exercitá-la, não só em ter o documento, mas um movimento de cobrança para a

execução, acompanhamento, monitoramento e avaliação. Esse é um desafio”.

O segundo desafio que ela considera importante é o das leis complementares já que elas têm

prazos, e ai apontando para: o Sistema Nacional de Educação, a gestão democrática, a Política

Nacional dos Profissionais da Educação. Tudo isso são exigências que têm prazos e que muitas

vezes podem se esgotar e a necessidade de todas e todos ficarem atentos e atentas, mas o

maior dos desafios, apontado pela Professora Iêda, é o do financiamento. O financiamento,

que uma luta histórica desde década de 1930. A luta pelos recursos públicos para a educação

pública isso não ocorreu no PNE, mas há avanços a serem celebrados, por exemplo: o

percentual, o custo aluno qualidade e principalmente a definições de padrões de qualidade

para que de fato a educação brasileira avance.

Então só acontecerá a superação desses desafios com a mobilização das entidades

(CNTE,sindicatos de educação, a sociedade, os movimentos sociais, todos serão fundamentais

para que as lutas tenham resultados.

A Professora Iêda Nogueira encerrou sua reflexão com uma colocação de Jamil Curi, que diz o

seguinte: “O encontro da universalidade do direito com a totalidade dos sistemas só se dará

quando sujeitos sociais que defendem a educação como instrumento de cidadania, fizerem

realmente, pressão para essa mudança dos princípios, para a prática social, do discurso para a

realidade”.

Então, Iêda, considera que é esse o caminho, com debates participativos, mas para ela, “acima

do debate, ele só ganha vida e alma, quando o debate se transfere, se transforma em

compromisso. Se não se transformar em compromisso ficará num discurso vazio e não

apontará para o avanço na luta coletiva, para que de fato o Brasil avance para o nosso grande

sonho, que é uma maior igualdade social e numa luta contra a própria desigualdade da

Educação Brasileira”.

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Manoel Santos (Presidente da Associação de Mães, Pais e Alunos do Estado de Pernambuco) – Na

sua fala questionou o Governo do Estado: “será que o Estado

está cumprindo com o dever, como diz aqui, utópico dessa

Conferência, que é dever do Estado garantir a educação básica

de qualidade a sociedade? Vocês concordam que o Estado tem

direito de afastar um membro do SINTEPE da composição do

Conselho do FUNDEB, quando está sendo retirado

abruptamente? Então vocês estão me ajudando no debate.

Então o que eu quero falar pra vocês. Como é que eu posso acreditar que o governo

está cumprindo essas obrigações, que segundo ele diz, está garantindo uma qualidade

de educação na qual nós desejamos? Na minha visão não está. Porque quando ele

desrespeita uma categoria de professores, que se nós não tivermos o cuidado, daqui a

uma década nós vamos ter um apagão de professores, tanto no Estado como a nível

nacional, porque hoje sem dúvida nenhuma, nós temos um déficit de quase 300 mil

professores a nível de Brasil. Da forma que está sendo tratados os trabalhadores em

educação de modo geral, dificilmente, quem está terminando sua licenciatura, não

quer ir pro magistério”.

Moisés Borges (Coordenador Nacional do Movimento dos Atingidos

por Barragens) – “E nós somos um milhão e meio de pessoas

que fomos expulsas das nossas terras, tiradas das beiras dos

nossos rios, obrigadas a sair com uma mão na frente e outra

atrás, sem direito a uma indenização, sem direito a uma nova

propriedade, sem direito a escola, a saúde e fomos obrigados

a dar lugar a esse tipo de desenvolvimento. A gente sabe que

é importante produzir energia, a gente sabe que é importante

ter água nas torneiras das pessoas. Mas nós também

queremos ter energia, nós também queremos ter água e nós também queremos ter

casa que nos foi roubada. Nós não somos contra o desenvolvimento, o fato é que a

gente quer ter acesso a esse desenvolvimento e a maioria de nós não tem esse acesso,

não nos permitem e nos negam até hoje, seja pelas empresas ou seja pela omissão do

Estado”.

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Rita de Cássia (Diretora do SINTEPE e Vice-Coordenadora do Fórum Estadual

de Educação)

Apresentou o histórico do Fórum Estadual de Educação - FEE, a partir das ações do mesmo, no Estado de Pernambuco e o que está posto como desafio para o Movimento Sindical, entidades e Movimentos Sociais. Lembrou que o SINTEPE faz parte dessa história, porque compõe

e está construindo o Fórum no dia a dia. Então, foi instituído no Estado à luz do Fórum Nacional de Educação, com um trabalho, articulado para que se possa formular políticas no viés da construção de uma educação democrática para acabar com o modelo de educação que os tecnocratas fazem para as escolas executar, ou seja, os gabinetes com seus técnicos fazem atrás do birô e mandam para as escolas cumprirem. O SINTEPE está chamando todos os atores políticos educacionais interessados na melhoria da qualidade da educação nos territórios, para construir a educação e o Fórum Estadual de Educação de Pernambuco está composto por 34 entidades e algumas delas se fizeram presentes na 13ª Conferência, como por exemplo: O Conselho Estadual de Educação, Associação de Pais, a Central Única dos Trabalhadores, a CTB, o Fórum LGBT, então são muitas entidades. Destacando o sistema “S”, que está no assento dos gestores.

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Helmiton Beserra (Vice- Presidente da CTB e

Presidente do SIMPRO)

Fez uma saudação à composição dos membros da

mesa, enfatizando a Categoria como brava e

combativa e, fez uma saudação especial ao povo negro

pelo dia da Consciência Negra – 20/Nov.

Ressaltou a importância das grandes temáticas da 13ª

Conferência: o Direito de valorização, a Qualidade da

Escola Pública e os Planos de educação.

Sua fala focada do ponto de vista de classe como sindicalista, enfatiza: “Entendemos

que nós trabalhadores e trabalhadoras da educação, enquanto categoria, temos que

ficar atentos, como diz o dito popular: ‘um olho no padre e outro na missa”. Isso para

dizer da preocupação com o nosso Sistema Nacional de Educação, com os Planos

Nacional,. Estadual e municipais de Educação e certamente, a preocupação com a

urgência na valorização dos profissionais da Educação. E ai é o elemento de alerta, da

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necessidade que se tem de fazer o debate com a categoria com o olhar de classe

trabalhadora...”

Analisando o atual cenário do País, Helmiton afirma que o Brasil chegou à sétima

economia do mundo e por isso desenvolveu uma política de redistribuição de suas

riquezas, melhorou seu sistema Nacional de educação no que constitui um avanço.

Pautou também as contradições de uma sociedade de classes. “Viver a luta de classe é

viver com as contradições”. Portanto deixa claro que os trabalhadores e as

trabalhadoras têm que estarem permanentemente atentos e atentas às contradições.

Tem que lutar pelos direitos e avançar para o cumprimento das metas do Plano

Nacional de Educação e para isso, fortalecer os fóruns de educação para fortalecer o

Plano Nacional de Educação, o Plano Estadual e Planos Municipais de Educação.

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Heleno Araújo (Diretor do SINTEPE e da CNTE)

Trouxe a saudação da CNTE, onde o Presidente Roberto Leão gostaria muito, de poder estar na 13ª. Conferência. Justificando que o Roberto Leão está numa agenda fora do País e disse que Pernambuco estaria bem representado pelos seus diretores e convidados que vem da executiva da CNTE. Na função idêntica da Secretaria de Assuntos Educacionais tanto do SINTEPE quanto da CNTE, Heleno trouxe as informações da sistematização das posições da CNTE sobre os temas da 13ª Conferência, da análise de conjuntura até a gestão democrática. Orientou para que as pessoas façam leituras, debates e levem como continuidade do processo de discussão que a Conferência promoveu, mas outros temas foram abordados sobre a posição da CNTE. A CNTE, através da Escola de Formação Sindical ESCOSI, tem um material disponível, para que se possa observar, que foi apresentado durante a Conferência e estão disponíveis no site da CNTE como contribuição: artigos, documentos, políticas e ações propostas pela CNTE.

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Fernando Melo (Presidente do SINTEPE) “Eu quero inicialmente acolher a todos e a todas, dizer do grande compromisso que nós temos, não apenas enquanto direção do Sindicato, por organizar, cumprir estatutariamente o que rege o nosso documento, o nosso compromisso político, mas dizer do nosso compromisso coletivo, que todos nós, que todas nós aqui presentes, temos a partir do momento em que nós encerramos essa Conferência. É um momento que deixa claro em dois aspectos: o primeiro é a visão plural e ampla da nossa categoria, do nosso papel que temos a cumprir. Essa mesa que aqui está,

nas falas que foram colocadas, comprovam o compromisso, os desafios e a crença de que só enquanto classe trabalhadora unida e fortalecida conseguirá avançar a uma sociedade que nós almejamos. Não é a toa que trouxemos todos esses atores que aqui estão com suas falas diversas, mas que todas estão concatenadas, estão ligadas e uma fortalece a outra. O segundo aspecto da nossa Conferência de levar para todas as regiões do Estado, porque cada um de nós estamos tendo o privilégio de fazer um debate rico, profundo. Um debate que vai nos capacitar para que no dia a dia da nossa ação pedagógica, sindical, política e cidadã, estejamos um pouquinho mais qualificados politicamente para enfrentar os desafios. Às vezes a conversa despolitizada e mal influenciada, como a mídia que já tem os seus objetivos esclarecidos pelas falas que aqui já foram feitas. Então o compromisso de estarmos atentos a cada debate, participando de cada tema e o compromisso que temos de sair daqui com uma missão, porque nós temos consciência que viemos buscar informações, nos qualificar cada vez mais para esse enfrentamento cotidiano diário, que vai depender muito de nossos posicionamentos no nosso local de trabalho. Sintam-se todos e todas muito bem acolhidos(as) muito bem recebidos(as) pela Direção do SINTEPE. O SINTEPE confia e acredita que a luta se fortalece pela base, que a luta se constrói pela base e é por isso que nós estamos nesse momento de formação, para levarmos aos nossos locais de trabalho e nossas regiões tudo aquilo que a gente aprofundar nesses dias que aqui estaremos. Então ficam aqui os nossos agradecimentos para todos e todas vocês que vieram e deram a contribuição e, já de forma antecipada, agradecendo àqueles que estarão nas mesas de debates e de discussão. Vamos aproveitar porque 2016 já se prenuncia como um ano de muitas dificuldades. O Governo do Estado já começa, mais uma vez, mostrando, nas suas ações, o que é que ele vai nos impor em 2016. E nós vamos precisar de muita unidade, de muita força, de muita resistência, de muita consciência de que a luta, como disse Moisés, não se faz sozinha, como enfatizou Helminton, como enfatizou Carlos Veraz, e outros e outras que aqui falarão. Então companheiros e companheiras, nós conseguimos fazer uma greve histórica, empurrados pela luta, pelas ações do Governo do Estado. Nós conseguimos envolver a Sociedade, envolver os movimentos sociais, o movimento estudantil e que ficaram do nosso lado e deram força pra

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gente enfrentar: corte de ponto, transferência de ofício, desconto de dias parados, multa no Sindicato, e todo o tipo de opressão, sem baixar a cabeça. Nós fomos autônomos nas nossas decisões, tivemos debates acalorados, Mas foi importante. No final nós saímos mais fortes. E mais fortes estamos, para iniciar 2016 com toda a disposição que iniciamos 2015. Na luta pela defesa dos direitos que vão nos garantir a valorização, que irá garantir a qualidade da Escola e que tudo se materialize, como disse Iêda, nos Planos de Educação. Se não nós, quem vai fazer valer o tema da nossa Conferência? Um abraço e firmes e fortes na luta, porque 2016 vai exigir muito mais de nós!”

O ato de abertura da 13ª. Conferência Estadual do SINTEPE encerrou-

se com a entrega da Bandeira do Movimento dos Povos Atingidos

Pelas Barragens, como significado da busca da integração, da unidade

da luta da classe trabalhadora e todas as suas ações políticas.

“Nós estamos muitos firmes nessa luta, nessa organização do Movimento dos atingidos pelas

barragens, comunidades inteiras que foram atingidas pelas barragens passaram 30 anos para

ter acesso à quilo que as barragens propiciam,a água e a luz. Isso a gente não pode aceitar, e o

SINTEPE vai estar junto nessa luta!” concluiu Fernando Melo – Presidente do SINTEPE.

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Na sequência, a mesa de Análise de Conjuntura fez uma abordagem sobre as questões econômicas, sociais, políticas e todas elas no contexto educacional. Coordenaram a mesa, Rita Moura e Valéria Silva

Jandyra Massue Uehara (Coordenadora de Políticas Sociais da CUT Nacional)

Não há como pensar que nós não enfrentamos uma

crise social num cenário onde o desemprego cresce no

País, que os direitos são ameaçados e uma ofensiva

muito grande da direita, no Brasil, na America Latina e

no Mundo. Nós temos hoje, também, uma direita social

que vai às ruas com suas bandeiras do retrocesso

político, na tentativa de reduzir as conquistas, de

desrespeito aos direitos humanos, desrespeito às

conquistas democráticas e aos direitos dos

trabalhadores e das trabalhadoras. Eles não suportam mais a manutenção daquilo que

conquistamos nos últimos anos. Eles querem (pra eles lucrarem mais, pra eles terem

de novo o pleno domínio do Estado Brasileiro), derrotar a classe trabalhadora. E não é

à toa que hoje, até os direitos da Constituição de 1988, que na maioria conservadora

está sendo ameaçada.

Nivaldo Santana (Vice-Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil-CTB)

Nivaldo Santana iniciou sua fala colocando enfaticamente que o Brasil/mundo está vivendo desde 2007, 2008, a maior crise do capitalismo desde a crise que ocorreu com a queda da Bolsa de Valores de Nova York em 1929. Ele orientou, para quem tiver tempo de fazer uma pesquisa histórica, irá perceber que a grande depressão iniciada em 1929, efetivamente só acabou depois da segunda guerra mundial. Foi uma crise que recebeu o nome “da grande depressão” com a quebradeira das empresas, da economia, desemprego e uma grande tragédia no mundo. Os diferentes analistas econômicos concordam que a crise do capitalismo que estamos vivendo hoje, começou nos Estados Unidos, com a crise imobiliária, a queda do Banco Lehman Brother e que se alastrou no mundo inteiro é a maior crise desde 1929 e dos anos 30 do século passado. Isso só pra nós termos uma dimensão do momento histórico que estamos vivendo.

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Essa crise econômica também está combinada com o declínio da hegemonia dos Estados Unidos no mundo. Nós estamos vivendo um período de transição no mundo, onde o domínio único e absoluto dos Estados Unidos progressivamente está sendo contestado. Nós estamos numa transição para um mundo multipolar, com diferentes polos no mundo inteiro que disputam essa hegemonia. Quando a economia vai mal, os diversos setores puxam o freio, o consumo diminui, aumenta o desemprego, diminui a arrecadação. Então os trabalhadores públicos, vão enfrentar também uma conjuntura mais adversa. Por isso a grande bandeira que a CTB apresenta é a da unidade, é a bandeira do desenvolvimento com valorização do trabalho e democracia. O surgimento do BRICS, que é uma aliança do Brasil, da Rússia, da Índia, da China e África do Sul, surge como um polo alternativo que está se constituindo no mundo, de certa medida se confronta com esse domínio americano e já se propõe a criar um banco de investimentos alternativo ao Fundo Monetário Internacional criando uma moeda alternativa ao polo dos países agrupados no BRINCS.

E por último, diante dessa situação, nós temos que ter uma “pólvora” em defesa da democracia, da retomada do crescimento econômico e da defesa dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras.

A partir dessas premissas e desses pilares, nós podemos construir uma agenda positiva pra enfrentar e derrotar a direita, os conservadores e dar continuidade ao ciclo progressista no nosso País.

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Paulo Rocha (Diretor do SINTEPE e Vice-Presidente da CUT-PE)

Trouxe sua contribuição centrada nas questões de Pernambuco e praticamente no ponto do desinvestimento da Petrobrás. Os petroleiros, naquele momento estavam de greve, fazendo mobilização nacional, mas os petroleiros ligados à CUT (porque tem petroleiros ligados ao CONLUTAS que fazem uma pauta de reivindicação com apenas 18% de reajuste) fizeram uma pauta de reivindicação que não pede um centavo de reajuste, mas estavam pedindo investimento. Investimento da Petrobrás significa recursos pros estados e municípios, significa investimento em tecnologia, no futuro para a educação. Então a pauta dos petroleiros é investimento. Pernambuco está passando, por conta da crise, por um momento ímpar porque ele saiu de um polo para o outro e o Governo do Estado dizia que tinha “um belo de um crescimento e uma bela administração”. O Governo de Pernambuco afirmava que o Estado crescia de uma forma “chinesa”, mas quando se tratava das mesas de negociações com o Sindicato o Governo dizia que o Estado de Pernambuco tinha fama de rico mas que na verdade era pobre. Com a crise chegada em Pernambuco, a população e o SINTEPE começaram a ver que as coisas não são tão boas quanto o Governo anunciava. Muitas das coisas que o SINTEPE previa, começavam a acontecer.

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Ao começar por SUAPE, onde o ciclo estava acabando na região e toda a cadeia produtiva desde a construção civil e muitos setores da metalurgia e refinaria já estavam no final, essa veio a acontecer exatamente no momento da crise, acarretando o aumento do desemprego massivamente. E se elencar os problemas ambientais em SUAPE, é enorme sem que isso chegue ao debate com os meios de comunicação. Divulgaram a situação de Mariana-MG. Em Mariana é gravíssimo, mas em SUAPE também há um estrago ambiental que é calamitoso por conta da forma de como foi feito o investimento lá. A metalurgia está demitindo, tanto quanto a construção civil. A refinaria está em passos de tartaruga por causa do processo de desinvestimento e a isso soma-se a operação “lava-jato”. (A operação ”Lava-Jato” está pensada de acordo com a operação “Mãos Limpas” na Itália). A operação “mãos limpas” na Itália, não acabou com a corrupção, acabou com a economia também. Então parte dos problemas que estamos vivendo hoje, passa pela operação “Lava a Jato”. O que a gente sabe, embora não sejamos da saúde, é que água demais mata a planta e remédio além da conta, mata o paciente. Nós estamos sofrendo um problema conjuntural nacional, a crise econômica nacional, somada ao problema da “Lava a Jato”. Conforme várias entidades vêm afirmando, que se quer que apure a corrupção, agora não se quer que acabe com a economia do País. E isso tem afetado todo o Estado de Pernambuco. Não é apenas no Litoral Sul. Por exemplo, no interior, no Sertão, no Agreste, a Zona da Mata e Região Metropolitana.

Houve um momento para debate, com os(as) conferencistas. E as pessoas que compõem a mesa fizeram suas considerações finais na tentativa de dar respostas às questões colocadas para a mesa.

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Dando continuidade, a 13ª Conferência trouxe para o debate: As Questões Étnico-Raciais nos Currículos da Formação dos Profissionais da Educação e da Educação Básica e os Planos de Educação: das conquistas nas legislações às práticas pedagógicas. Coordenaram esta mesa José

Ivo e Aldamares Santos, diretores da Secretaria de Políticas Sociais do SINTEPE. Para contribuir no debate e reflexões a professora Deyse Cabral de Moura (Doutora em educação pela UFPE. É Professora Adjunta do Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino e Coordena o Núcleo de Estudos Afrobrasileiros, na UFPE-NEAB). Deyse trabalhou com a metodologia da troca de ideias, trocar informações, apesar de ser um tema tão árido, difícil de tratar que é o racismo no Brasil e suas manifestações na sociedade e na Escola. Fez a saudação inicial às mulheres que participaram da Marcha das Mulheres Negras no dia 18/11/2016. Em seguida historiou um pouco do seu percurso escolar, da passagem pela Escola Pública enquanto estudante, professora da Rede Estadual de Ensino até a chegada a Universidade Federal de Pernambuco como docente. Saudando a ancestralidade na perspectiva de reverenciar a sabedoria da população negra, desse povo da nossa história e assim saudar todos os mais velhos e as mais velhas que estavam presentes na Conferência. Fez uma projeção em slides de alguns poemas de mulheres negras pra alimentar a inspiração e transmitir força e resistência na afirmação do sujeito histórico e sujeitos políticos, falando da ação política enquanto professores e professoras que assumem cargos de direção, de gestor, gestora, de coordenação e que nunca deixa de ser docente. Pra motivar, trouxe “Vozes Mulheres”.

A voz da minha bisavó ecoou criança nos porões do navio. Ecoou lamentos de uma infância perdida.

A voz de minha avó ecoou obediência aos brancos-donos de tudo.

A voz de minha mãe ecoou baixinho revolta no fundo das cozinhas alheias

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debaixo das trouxas roupagens sujas dos brancos pelo caminho empoeirado

rumo à favela. A minha voz ainda ecoa versos perplexos

com rimas de sangue e fome. A voz de minha filha recolhe todas as nossas vozes

recolhe em si as vozes mudas caladas engasgadas nas gargantas.

A voz de minha filha recolhe em si a fala e o ato.

O ontem,o hoje e o agora Na voz da minha filha

Se fará ouvir na ressonância

O eco da vida liberdade (Vozes-mulheres, de Conceição Evaristo)

“A gente está falando em ancestralidade, trouxe também um outro texto de uma jornalista negra que pouco a gente ouve falar, porque é invisibilizada. O texto chama-se “resurgir das cinzas” e tem a ver com o tema”.

RESSURGIR DAS CINZAS

Sou forte, sou guerreira,

tenho nas veias sangue de ancestrais. Levo a vida num ritmo de poema-canção,

mesmo que haja versos assimétricos, mesmo que rabisquem, às vezes,

a poesia do meu ser, mesmo assim, tenho este mantra em meu coração:

“Nunca me verás caído ao chão”. Sou destemida,

herança de ancestrais, não haja linha invisível entre nós

meus passos e espaços estão contidos num infinito túnel,

mesmo tendo na lembrança jovens e parentes que, diante da batalha deixaram a talha da vida se quebrar,

mesmo tendo saudade cultivada no portão. Mesmo assim, tenho este mantra em meu coração:

“Nunca me verás caída ao chão” . Sou guerreira como Luiza Mahin,

Sou inteligente como Lélia Gonzáles, Sou entusiasta como Carolina de Jesus,

Sou contemporânea como Firmina dos Reis Sou herança de tantas outras ancestrais.

E, com isso, despertem ciúmes daqui e de lá, mesmo com seus falsos poderes tentem me aniquilar,

mesmo que aos pés de Ogum coloquem espada da injustiça mesmo assim tenho este mantra eu meu coração:

“Nunca me verás caída ao chão”. Sou da labuta, sou de luta,

herança dos ancestrais, trabalhar, trabalhar, trabalhar,

mesmo que nos novos tempos irmãos seduzidos pelo sucesso vil me traiam, nos traiam como judas

sob a mesa, meu, ganha-pão. Mesmo que esses irmãos finjam que não nos vêem,

estarei ali ou onde estiver, estarei de corpo ereto, inteira,

pronunciando versos e eles versando sobre o poder,

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mesmo assim tenho esse mantra em meu coração “Nunca me verás caída ao chão”.

Me abraço todos os dias, me beijo,

me faço carinho, digo que me amo, enfim, sou vaidosa espiritual,

mesmo com mágoas sedimentadas no peito, mesmo que riam da minha cara ou tirem sarro do meu jeito,

mesmo assim tenho esse mantra em meu coração: “Nunca me verás caída ao chão”.

Me fortaleço com os ancestrais, me fortaleço nos braços dos Erês.

podem pensar que me verão caída ao chão, saibam que me levantarei

não há poeiras para quem cultua seus ancestrais, mesmo estando num beco sem saída, levada por um mar de águas,

mesmo que minha vida vire uma maré, vire tempestade, sei que vai passar.

Porque são meus ancestrais que se reúnem num ritual secreto para me levantar.

Eu darei a volta por cima e estarei em pé, coluna ereta, cheia de esperança, cheia de poesia e com muito

axé por isso, desista, tenho este mantra em meu coração:

“Nunca me verás caída ao chão."

Esmeralda Ribeiro nasceu em São Paulo(SP) em

1958. É jornalista, poeta, contista e ensaísta. É

integrante dos cadernos Quilombhoje e Cadernos

Negros,onde publica ensaios, contos e poemas. É

autora do livro de contos Malungos e Milongas.

Após a apresentação das poesias, a Professora chamou a atenção para os dados do

IBGE que vem apontando para um genocídio da população negra, fato que se destacou

em uma palestra recente na UFPE, onde uma pessoa que representava a Secretaria de

Saúde do Recife e apresentou os dados que configuram a situação de genocídio:

Para cada uma mulher branca que é assassinada, dez

mulheres negras são assassinadas. São dados atuais

que mesmo assim ainda estão minimizados isso pode

até estar duplicado.

Enfatizou também no quadro do genocídio a juventude negra. Para cada dois jovens

brancos que são assassinados no cotidiano, vinte jovens negros são assassinados. As

afirmativas da Professora, destacando o genocídio da população negra, das mulheres

negras silenciado pela mídia.

Orientando na sua fala, que esse debate deve estar presente na sala de aula, pois a

maioria dos que estão dentro da Escola Pública são jovens negros e negras. “É esse

público que a gente trabalha que está sendo vítima todos os dias desse genocídio”

afirmou a Professora Deyse.

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No final da Tarde, houve a apresentação da Peça Teatral “

Zumbá” da Princesa Africana e do Rio – Reflexão sobre as

relações humanas, as questões de gênero no Brasil Colonial

e no Brasil República. Peça dirigida por Didha Pereira.

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O segundo dia da Conferência teve início com a

apresentação cultural da Escola Padre Machado.

“Afrociberdelia” – o corpo e o Movimento Mangue Beat.

A apresentação agregou movimentos da cultura popular, do hip-hop

e do contemporâneo, permitindo reflexões acerca das questões

sociais ligadas ao etnocentrismo, racismo e intolerância religiosa.

Homenageando o álbum que consagrou a banda Chico Science e

Nação Zumbi, uma das principais precursoras do movimento

pernambucano Mangue beat, surgido na década de 1990.

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Em seguida foi composta a mesa para debater “A implementação da Valorização dos/as Profissionais da Educação”

(formação, salário, carreira, jornada, condições de trabalho e saúde) a partir das metas e estratégias dos Planos de Educação: Quais os

impasses e quais as possibilidades? Na coordenação da mesa, Jorgiane Araújo e Zélito Passavante.

Heleno Araújo (Coordenador do Fórum Nacional de Educação, Diretor da Secretaria para Assuntos Educacionais

da CNTE e do SINTEPE) iniciou a reflexão trazendo para debate a questão de que, legalmente, cada Ente federado tem que ter seu plano de carreira e deverá implementá-lo pela determinação da Meta 18 do PNE, tendo como base o Piso Nacional que está estabelecido no Artigo 206 da Constituição Federal no inciso oitavo. “Tudo isso foi conquista dos trabalhadores e das trabalhadoras da educação num, processo de muita luta. O inciso oitavo foi criado com a Lei do FUNDEB (Emenda Constitucional nº 53 e no corpo da constituição coloca que o piso é para o conjunto dos profissionais em educação). Durante a tramitação do FUNDEB, que trata da parte transitória da Constituição, esse Piso foi

reduzido apenas para o Magistério. Então o Piso que se tem hoje é só de professores e o que está colocado no corpo da Constituição, e é o que a CNTE defende, é para o conjunto dos profissionais da Educação.

A meta 18 do PNE diz o seguinte: ‘no prazo de dois anos, é para ser criado a Lei de diretrizes e carreiras com base na nova Lei do Piso’. Isso significa que o prazo se encerra em junho de 2016.

A CNTE realizou uma plenária inter-congressual e deliberou uma proposta de Projeto Lei de Piso e uma proposta de Projeto Lei de Carreira. Essa proposta está publicada em um caderno que está disponível. Esse caderno foi publicado com o objetivo de pressionar o Poder Executivo a cumprir com o período determinado pelo Plano Nacional de Educação de envio para o Congresso Nacional para pressionar o Congresso Nacional em termos de conteúdo.

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A Lei do Piso tem como proposta: A partir do Piso do Magistério, que é de 2008 e atualizou-se o valor conforme a Lei do Piso que a CNTE defende, e encontrou-se o valor do piso pra 2015, que ficou em torno de R$ 2.650,00.

Esse seria então, o Piso para os profissionais da educação (professores do nível médio com esse Piso, analistas educacionais e funcionário de escola que tem a formação na área pedagógica e que tem o profuncionário desse piso) e esse piso vinculado na carreira, que historicamente foi colocado pela CNTE, no mínimo 50% a mais para quem tem nível superior, todos num plano único de diretrizes e carreira.

A partir daí, a CNTE apresenta os percentuais por tempo de serviço, e por titulação, e bem com por ação de desempenho. Tem todo um quadro descrito no caderno e no site da CNTE.

Esse é o processo que a CNTE está propondo. Tem que ter diretrizes (cada estado e cada município tem a autonomia tratar da carreira), mas elas precisam ser aprovadas no Congresso Nacional por determinação do PNE.

Por isso, a Coordenação da 13ª Conferência Estadual de Educação do SINTEPE fez questão que tivesse alguém do Congresso Nacional, porque mesmo com a pressão da categoria, precisa de um poder executivo de um Projeto de Lei.(referindo-se a deputada Luciana Santos PCdoB)

Por acreditar que o Governo da Presidenta Dilma, vai cumprir as metas e enviar o Projeto de Lei ao Congresso já no inicio de 2016”.

Heleno Araújo lembra que os(as) profissionais da educação estão “escaldados(as)” com o achatamento que se teve na carreira, pelo piso do magistério e tem que colocar nas diretrizes, mecanismos que evitem isso.

“Claro que haverá resistência, por parte de prefeitos e governadores que estão atuando nesse sentido”, lembra Heleno Araújo, “porque as contas que estão sendo publicadas não permitem esse avanço. Quais seriam as alternativas e que fontes precisarão para garantir esse pleito da CNTE?”

Toda essa tramitação no Congresso Nacional será a parte mais difícil do processo. Cabe ao SINTEPE, a CNTE pensar: quais as estratégias? Como a CNTE e os sindicatos devem atuar? Qual o cenário político (favorável ou não)? Se 2016 será favorável ou não, qual o caminho que se deve fazer?

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Luciana Santos, deputada Federal e Presidente do Partido Comunista do Brasil – PcdoB, inicia sua fala ressaltando o bom clima de unidade política que circula na Conferência. Destacou a importância daquele momento da Conferência e afirmou que agora que se tem as metas de valorização dos professores, que envolvem desde a formação continuada, plano de cargo e carreira e o piso nacional, é preciso que haja essa combinação para se alcançar investimentos na formação continuada, porque só ela possibilitará salários mais dignos e justos para os trabalhadores e os(as) aliados(as) vão associar, porque tem metas para o nível superior, para cursos de mestrado, curso de doutorado que vai rebater na qualidade do ensino. “Nós somos daqueles que tem a plena consciência que não haverá qualidade do ensino sem a valorização do Professor”. Afirma Luciana e questiona: “Qual é a questão de fundo? A questão de fundo é o financiamento” e financiamento tem a ver com o compromisso político. Dando um exemplo de compromisso político, Luciana trouxe a informação que o Governador do Maranhão abriu edital para concurso público e que o Piso é de R$ 5.000,00 para professor naquele Estado. Sabendo que pra tomar uma atitude dessa é preciso ter compromisso político, mas lembra, que isso mexe com interesses. E não vai ser diferente no âmbito do Governo Federal. Para a Deputada Luciana Santos o Governo Federal não apresentara dificuldade quanto as metas do PNE no que diz respeito a valorização e carreias dos(as) profissionais em Educação. A grande dificuldade,vai ser em “termos maioria no Congresso pra aprovar”. Segundo seus cálculos políticos, a cada três parlamentares, dois não são trabalhadores e nem tem vínculos com a luta de esquerda e são ligados a grandes setores econômicos ou do mercado financeiro. Por isso estamos assistindo a agenda conservadora do Congresso Nacional. “Mas o nosso dever de casa, é defender a democracia no Brasil, ou seja, respeitar as conquistas importantes que tivemos nos últimos tempos da história brasileira”, concluiu a Deputada. A plenária fez as reflexões e intervenções após as falas das pessoas que compuseram a mesa política. Nas considerações finais, Luciana reforçava a questão de taxação das grande fortunas, financiamento privado de campanha como a matriz da corrupção no Brasil.

A partilha e a concessão, do pré-sal, 30% tem que ser gerido pela Petrobrás, mas que empresas internacionais também podem estar no processo. Lembrando que o óleo é nacional, mesmo as empresas bancando trabalhadores(as) e refinarias, 30% fica para a Petrobrás. Então a partilha é uma empresa única que tem o controle do Patrimônio.

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À tarde houve a projeção do vídeo “Cirandas das Loucas” com o texto de Juçara Dutra Vieira (Doutora em Políticas Públicas de Educação Membro do Comitê Editorial da Revista Retratos da Escola/CNTE) O texto do vídeo: anexo 02 “CIRANDA DAS LOUCAS” “Ciranda cirandinha, vamos todas cirandar Vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar O anel que tu me deste era vidro e se quebrou O amor que tu me tinhas, era pouco e se acabou Por isso Dona Rosa entra dentro dessa roda Diga um verso bem bonito diga adeus e vá embora”

Em seguida as reflexões e debates abordaram as questões de Gênero, Laicidade e LGBT na garantia dos Direito Humanos nos Planos de Educação. Como fazer valer a aplicação dos direitos conquistados? Essa mesa foi coordenada por Valéria Pereira, Andréa Batista e Elisângela Wanderley (diretoras da Secretaria de Gênero do SINTEPE).

Roberto Éfrem Filho,(doutorando em Ciências

Sociais – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas

da Universidade Estadual de Campinas

(UNICAMPS), Professor Assistente da

Universidade Federal da Paraíba).

iniciou sua fala parabenizando a coragem

do SINTEPE em trazer para a 13ª

Conferência temas tão atuais e tão

polêmicos. Mas trouxe para a Conferência

a sua preocupação com o atual momento

que o País passa, de muita dificuldade,

porque, como muitos já enfatizaram em

outros momentos, é do “Congresso que

estão vindo iniciativas que colocam

questões que desafiam as conquistas históricas, como por exemplo, as

questões de gênero e de sexualidade”. Para ilustrar, um projeto de lei começou

a ser votado no Congresso Nacional que traz como matéria “o aborto legal e

inseguro das mulheres que são vítimas de violência sexual e estupro”. Roberto

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Éfrem destaca que o Código Penal Brasileiro possibilita duas vias do aborto

legal, a primeira delas é em resposta a violência sexual (esta norma está

previsto desde a década de 1940) os deputados hegemônicos conservadores e

reacionários, querem colocar em cheque essa norma.

A segunda, o Projeto de Lei, que eles colocam como “Estatuto da Família”,

que pretende circunscrever, limitar o direito de família, tratando apenas de um

homem, uma mulher e seus filhos se configuram como família. Qualquer outra

forma de agrupamento diferente desse, será proibido e também, negado

políticas de direito, ou seja, padrinhos, tios e pessoas do mesmo sexo, não

serão reconhecidos como família.

Esses são exemplos que estão na ordem do dia e se estabelecendo, se

alastrando no Brasil. Os grupos reacionários disputam com essas pautas

conservadoras, o sentido da democracia. Isso não se dá em âmbitos

específicos das mulheres, dos grupos LGBT, não. Eles estão pontuando os

contornos da “democracia”. É sobre a vida da sociedade brasileira que esses

projetos de lei se colocam. É sobre a vida das pessoas, dos corpos, da

existência, que a democracia se encontra em risco.

São esses mesmos setores que estão pleiteando o impeachment da Presidenta

Dilma. São os mesmo setores que querem reduzir a maior idade penal para

aumentar a violência contra a juventude negra da periferia das cidades

brasileiras.

Essas disputas são entrecortadas, porque “eu não me faço homem antes pra

depois ser trabalhador, eu não me faço trabalhador antes pra depois ser

homossexual, eu me faço homem, trabalhador, homossexual, socialista,

disputando a democracia ao mesmo tempo, reciprocamente, como experiência

histórica. Porque assim a história se faz, nas disputas de poder de relações

sociais”.

Sendo assim, a Escola consiste numa trincheira privilegiada dessas disputas.

Não é a toa que parte dessas questões se dão contra a escola, com práticas

novas de censura e de proibir a democracia. Proíbem os professores, para que

não tematizem sobre gênero e sexualidade.

Por que querem calar a boca dos professores e das professoras? Porque falar

de gênero e de sexualidade significa dizer que nada é natural tudo é passivo de

mudança, da transformação da feitura da história. Tornar-se homem, tornar-se

mulher, vivenciar e compartilhar, experimentar desejos, construir formas de

desejos, tudo isso é feitura da história. Logo, tomando isso em consideração

que as professoras e os professores compreendem a importância do lugar.

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A Deputada Federal do PT/DF Érica Kokay deu

prosseguimento, ao iniciar sua fala, trazendo um

pensamento de Simone de Beauvoir

“que nada nos limite, que nada nos sujeite, que nada nos defina, que a liberdade seja nossa própria substância” Para além de Simone de Beauvoir, lembra Zumbi dos Palmares. Nós também somos de Zumbi dos Palmares, dos lugares onde se construíram os quilombos desse país. Para lembrar a imortalidade de Zumbi dos Palmares. Os trabalhadores e as trabalhadoras ainda não conseguiram fazer o luto dos episódios traumáticos, não fizeram o luto do colonialismo, nem o luto da população indígena que sofre hoje um etnocídio, um impedimento de ser. Será que alguém acha que os indígenas podem sê-lo se não tiverem um chão, se não puderem pescar, caçar, se não puderem... por que esses grupos conservadores (bancada conservadora do Congresso) querem que os indígenas deixem de ser indígenas,ou seja, que sejam impedidos de ser? Há um processo de desumanização que corrói a própria condição humana de ser livre. Os seres humanos não são donos da vida, mas fazemos parte de uma trama de vida que tem que ser respeitado em toda a sua diversidade. Os seres humanos têm a condição de serem sujeitos. E essa condição de sujeitos só pode ser construída com o outro, na relação com a cultura, na relação com a sociedade. Imaginemos que só em 2012 é que conseguimos criar uma Comissão da memória da verdade e da justiça, para compreendermos a nossa história, que ficava nas salas escuras das sepulturas, que deixaram marcas nos(as) torturados(as) mas que também deixaram marcas na nossa história, porque não fizemos o luto da ditadura, de uma ditadura que tirou o Brasil de nós mesmos. É por isso que somos hoje, cheios de pedaços da ditadura, cheios de pedaços do colonialismo, cheios de pedaços da escravidão, que fazem a gente tropeçar na nossa construção democrática. Eduardo Cunha na Presidência da Casa é pedaço da ditadura militar, é pedaço de desumanização que atinge tanto as mulheres que são donas do próprio corpo da própria vida. As mulheres são arrancadas todos os dias da sua própria existência, arrancadas delas mesmas. Porque foi dado à mulher uns espaços e outros não. Porque foi dado a mulher o espaço do lar e do poder aos homens. As mulheres são discriminadas porque se construiu uma concepção de gênero. A mulher deve brincar de boneca e homem brinca com carro. “O que estamos questionando, é a interdição cruel e violenta das mulheres que também querem

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brincar de carrinho e jogar futebol. É essa a interdição que a sociedade estabelece para dividir o que é a construção feminina e o que é do gênero masculino. E nós queremos que os homens também chorem e que também possam se emocionar e que essa humanidade seja vivenciada em todas as suas facetas, porque ela não pode ser vivida pela metade. Ela não pode ser vivida aos pedaços.” Outra questão pautada pela Deputada Érika Kokay foi a questão da família. O IBGE em 2001 identificou 11 arranjos familiares. Em 2011 identificou 19 expressões familiares. A família muda, a família de 40 anos atrás era produtora, hoje, a família é consumidora. Na década de 60 as mulheres tinham o Estatuto da Mulher Casada, que dizia que quando a mulher casasse, ficava quase incapaz, porque ela dependia da autorização do marido para agir na vida. Para fazer todas as suas atividades. O conservadorismo não reconhece que a família não seja parte desse processo de mudanças sociais, culturais e econômicas e quando se considera a família monolítica, faz com que as pessoas desconheçam que é na família onde ocorrem os maiores índices de violência e que é na família que as crianças, os idosos e as mulheres mais sofrem violência, provocam um retrocesso na Lei Maria da Penha, na Lei do Divórcio porque a afirmativa deles é: família é família, com felicidade ou sem felicidade, família é família com afeto ou sem afeto. A Lei do Divórcio dá o direito de romper uma relação conjugal que provoca infelicidade e construir uma outra que te traga felicidade. Que família é essa que tem uma lógica patriarcal, defendida com unhas e dentes pelos fundamentalistas e religiosos? Eles transformam e dizem que a esquerda usa uma ideologia de gênero e que a esquerda quer mesmo é destruir a família patriarcal, para construir uma sociedade de classe e anárquica. Eles não consideram os direitos individuais. Essas intervenções recaem dentro da escola. E usam um jargão de uma escola sem partido, desrespeitando os(as) educadores(as), amordaçando-o, tentando calar a possibilidade transformadora da educação. E finalizou lembrando os desafios “mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar, o que descobrir no caminho incerto da vida e o mais importante é decidir que ninguém decida por nós, queremos ter o direito e o poder, um poder não é como o dos homens, o poder não pra dirigir instituições falidas, mas o poder de decidir”.

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Márcia Ângela – Coordenadora do Fórum Estadual de

Educação,Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo (2000) . Professora titular da Universidade Federal de Pernambuco e atua no Programa de Pós-Graduação em

Educação e no Curso de Pedagogia (Campos Recife). traz uma reflexão sobre o avanço do Fundamentalismo e conservadorismo, que aponta como um desafio, dos profissionais da educação, principalmente dos professores e professoras. Está posta a disputa pelo ideário, e muitas vezes as esquerdas levam desvantagens porque a mídia, que não tem nenhuma preocupação no aspecto educativo, esse aspecto do monopólio da informação fraudulenta, chega até a Escola, porque do ponto de vista sociológico, a Escola tem uma

dupla função: ora ela reproduz a sociedade, ora a Escola tem o poder da transformação. Isso porque “temos avanços a partir da nossa luta.” E é preciso ser divulgado. As escolas do Brasil, por meio das secretarias de educação, trazem uma visão tecnicista e há um esforço da sociedade no que tange a dar novos rumos a Escola. Pra isso a disputa acontece nas formulações da legislação, se configurando não só um espaço de disputa, mas também de luta e a depender da temática ou da sociedade que queremos discutir/construir. Por exemplo, a 13ª Conferência traz para o debate as relações de gênero, da sexualidade. Nessas disputas, as entidades ligadas a Educação também sofrem as pressões. Basta analisar uma orientação que o Conselho Nacional de Educação dirigiu a todas as escolas sobre o tratamento do tema LGBT, que não é uma tarefa fácil e tendo que enfrentar a toda essa pressão dos extremistas religiosos e que foi objeto de uma reação conservadora muito grande. Mas as forças progressistas consideram um avanço e quando isso acontece, precisa ser divulgado, publicizado. Mas também ninguém sustenta uma visão de mundo se não pelo questionamento, de que tipo de sociedade precisamos formar. Qual o sentido da aprendizagem? Essa consulta que está sendo feita, mas em tempo muito curto, na questão da base comum curricular. Base Nacional Comum vai estar em debate e vai sair uma orientação. Infelizmente o tempo é pouco, a pessoa diz sua opinião, mas não se debate. E ai é que entra a disputa, pois tem outras vozes que estão na disputa desse currículo. Mas o Ministério da Educação vai encaminhar o resultado dessa consulta para o Conselho Nacional de Educação - CNE e esse processo vai ser concluído, na Comissão bi-câmeral (Câmera de Educação Básica e Câmara de Ensino Superior) que vai discutir a Base Nacional Comum. E vai sair uma orientação sobre o que a Base Nacional Comum pactua para o País.

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A Professora Isis Tavares (Diretora da Secretária de

Gênero da CNTE), abordou as várias formas de resistência, principalmente das mulheres, que tomam decisões, por exemplo, de deixar o marido, para marcar posição e demonstrar resistência, mas há também outras formas por exemplo, a música e tantas outras, e o reflexo dentro da escola. Ela lembra que a Escola, apesar de ser espaço que deveria propiciar esses debates, acaba sendo um espaço conservador.

Mas tem uma questão que ela enfatiza. Ninguém sustenta uma visão de mundo sozinho ou sozinha, as pessoas que participaram da 13ª Conferência, quando saem dela e voltam para a Escola, pro cotidiano, lá encontram um ambiente extremamente difícil. Por isso que as pessoas precisam estar o tempo todo conversando entre si, fazendo o debate, participando das atividades junto aos movimentos sociais, saber o que está acontecendo e até para saber de que forma vai se posicionar. Porque temos o SINTEPE, o Movimento Negro, o Movimento LGBT. Para Isis, é que está o centro do debate. É na participação dessas atividades, dos movimentos que vai contribuir e dar continuidade no processo iniciado na Conferência, na hora de se posicionar e ir para uma disputa. Na participação e dentro dessas atividades acontecem as disputas de concepção, porque por trás de toda concepção tem uma intencionalidade que é política. Lembrando inclusive, que o Projeto Político Pedagógico é político porque tem essa intencionalidade e é pedagógico porque após a definição da intencionalidade é que se define os meios onde se quer chegar, que tipo de sociedade que chegar. Que tipo de estudante eu preciso formar pra se construir essa sociedade? Que tipo de professora ou de professor precisa ser? E ai não tem que sofrer e achar que a culpa é toda só do professor ou da professora. Ai é que entra a força dos movimentos sociais, que contribuem nas reivindicações e nas decisões de onde se quer chegar, para afirmar que não é responsabilidade apenas do professor e da professora. As leis também são importantes. Mas como é que se chega às leis? Ora, é claro o apelo de partidos políticos conservadores que insistem na mídia com frases do tipo ”nós somos do partido que defende a família, se você não quer ver a família degradada vote no nosso partido!” Então fica posto para a sociedade que os partidos de esquerda querem acabar com a família. Inclusive tem um Estatuto do Nascituro que abre um precedente para o estuprador. Se ele assume a criança sua pena é suavizada e ainda recebe uma bolsa pra ajudar a cuidar dela. Como pai, pode interferir na educação da criança, conviver com ela. (vale a pena lembrar que não é só mulher solteira que é estuprada, mulher casada também sofre estupro e tem que conviver com o estuprador). Ora, mas a mulher que quiser ter aquele filho é um direito dela, mas se ela não quiser é também um direito dela não querer parir aquele filho de um estupro. É essa a defesa: que seja respeitada a vontade das mulheres. Só quem sabe dessas dificuldades são elas. Essa Lei que impede as mulheres de ter

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atendimento (a primeira coisa que a mulher que estuprada faz, é ir pra casa se lavar...) e ai ela tem que ir pra uma delegacia ficar esperando pra fazer um boletim de ocorrência, descrever tudo (constrangimento) para uma pessoa, que na maioria são homens que insinuam comentários maldosos que ela tenha estimulado o ato.As mulheres são vistas nessas políticas públicas só do ponto de vista psicológico. É preciso que a mulher seja vista do ponto social, econômico e de Cidadania. Isis Tavares finalizou lembrando que o movimento sindical precisa debater mais essas questões. As centrais,têm uma posição que precisa chegar ao local de trabalho. Fortalecer a luta pela democracia e todas essas concepções traduzem o que a classe trabalhadora e os movimentos sociais defendem e disputam com as elites conservadoras. E lembra que o que está em voga é a entrega do Brasil para os Estados Unidos, o que está em jogo é a entrega da Petrobrás para o capital estrangeiro. Essa é a luta da classe trabalhadora.

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Já no final da tarde, a Conferência propiciou o Ato Político pela conscientização Negra, com a contribuição do Comitê impulsor da Marcha das Mulheres Negras de Pernambuco. Fernando Melo e

Willian Menezes, passaram a coordenação desta mesa para Ester Monteiro (Funcionária do SINTEPE e Militante da Luta do Povo Negro).

Ester Monteiro fez a abertura do Ato Político pelo dia da Consciência Negra, com a exibição do vídeo da

Marcha das Margaridas. O ato em alusão ao dia 20 de

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novembro. Data que foi evidenciada devido a morte do Líder Zumbi dos Palmares, a 320 anos (1695) atrás. }Num tom ritmado da negritude valente sobressaindo nas palavras de alegria pelo que a 13ª Conferência do SINTEPE proporciona nos temas importantes e a oportunidade Ímpar, como ela mesma colocou. O ato é no sentido de fazer o que se tem feito e observando, os aspectos que dão resistência a cultura afro-brasileira, ou seja, a religiosidade, a dança, a luta política, enfim, todos os aspectos. Ester convidou para compor a mesa da história de resistência no Ato Político, Vera Regina de Paula Baroni, ativista e feminista negra, uma das coordenadoras da Sociedade das Mulheres Negras, advogada, sanitarista, membro do comitê impulsor da Marcha das mulheres Negras e é iabacé (cargo no candomblé nagô) tejubo yôba do Terreiro de Mãe Amara. Convidou também a jovem Juliana Tenório, professora à distância da Universidade Federal de Pernambuco, Assistente administrativa da base do SINTEPE, integrante do Coletivo de Juventude da CNTE e é uma das mulheres que foi à Marcha das Mulheres Negras em Brasília.

Vera Baroni, iniciou reverenciando os ancestrais que proporcionaram com sua resistência, num determinando momento histórico, para que todos e todas estivessem ali e participassem daquele momento singular da classe trabalhadora, e a ela em especial, de poder participar nesse momento da classe trabalhadora brasileira.

Tematizando a Marcha das Mulheres Negras, explicou para os(as) conferencistas que foi uma ação coletiva das mulheres negras brasileiras em que um dos objetivos foi dar visibilidade às mulheres negras do Brasil, porque a história desse País não as contempla. Quando se indaga nas rodas de conversas, e se pede que as pessoas citem

nomes de mulheres negras de diferentes momentos históricos, “então as pessoas ficam engasgadas”, não se lembram de uma mulher negra que seja protagonista nessa sociedade. Vera Baroni evidenciou a oportunidade que a mesma teve de participar de uma culminância da Escola Estadual Martins Júnior onde todos os professores e professoras se mobilizaram para discutir e refletir durante uma semana, sobre o dia da Consciência Negra e decidiram visibilizar algumas mulheres negras na história brasileira para que os estudantes pesquisassem a vida dessas mulheres e trouxessem para a escola o protagonismo dessas mulheres. Uma das mulheres a ser pesquisada foi a própria Vera Baroni, a qual teve a oportunidade de estar com os estudantes frente a frente naquele momento. Os estudantes estavam em ebulição pelo fato da pessoa que eles estavam

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pesquisando estar ali naquele momento, diante deles(as) e que puderam abraçá-la, fazer fotos com ela. E o mais marcante é que existia, quase que uma unanimidade naqueles(as) professores(as) na sua maneira, na sua disciplina, puderam estimular os(as) estudantes, mobilizar e trazer o debate da consciência negra para dentro da sala de aula. Para Vera Baroni foi muito estimulante, saber que aquela escola no Recife estimulou algo que há dez anos foi uma construção histórica nesse País. Que foi a sanção da Lei 10.639 que obriga o ensino da história da cultura africana nas escolas. Há muitos pensamentos limitados, que imaginam que ensinar a cultura africana é incentivar a prática do candomblé nas escolas. O candomblé, a religiosidade africana, faz parte da cultura dos povos da África, mas não é disso que se trata. Os professores e professoras da Escola Martin Júnior, souberam com muita propriedade tratar, traduzir para os estudantes, como se organiza e se manifesta a sociedade pernambucana e recifense. Recife é uma cidade onde 60% da sua população se declara preta ou parda, ou seja, negra. Nos 185 municípios do Estado de Pernambuco a população preta e parda é maior do que a população branca, indígena e amarela, segundo a classificação do IBGE. Então esta Escola provou que é possível fazer diferente. Por isso, a Marcha foi constituída para dar visibilidade positiva à mulher negra na sociedade brasileira. Mas também poder dizer para a sociedade que o povo negro tem orgulho da ancestralidade, orgulho do pertencimento negro e africano, que vieram de povos sábios, que foram capazes de construir conhecimentos e partilhar esse conhecimento com a humanidade, um conhecimento civilizatório. O continente africano é o berço da humanidade. É muito comum hoje, pessoas com escolaridade de terceiro grau confundir país com continente, desconhecer que o continente africano contém 56 países, 250 etnias e isso significa um continente de uma riqueza extraordinária. São 50 formas de organizar o cabelo, de fazer o desenho do tecido, de organizar a sociedade, de fazer seus cultos, as manifestações culturais. Essa diversidade que foi trazida pelos negros que foram escravizados no Brasil, que era uma diversidade que aqui no Brasil foi transformada em desigualdade e a partir disso, uma mulher do Pará propôs marchar e mobilizar as mulheres no Brasil todo. As mais históricas e as mais velhas, reanimar essas mulheres que vieram bem antes e que reforçam essa luta, mas também animar a juventude, que simboliza um futuro que, com certeza, impulsionará a transformação dessa sociedade. O débito com o povo negro nesse país é tão grande, que precisa de muito tempo ainda para que se possa dizer que o Brasil vive numa sociedade democrática, numa sociedade de iguais. Mas a luta é para que as crianças negras que hoje nascem, possam viver diferente, vão viver diferente porque aquelas professoras e professores da Escola Estadual Martim Júnior, estão desconstruindo um mito da igualdade racial, que durante anos e anos, e ainda hoje, foram louvados e cantados. Esse País não é um país de democracia racial, se assim fosse, lá no Congresso Nacional, os negros seriam 53%, como os são na sociedade. Se fosse assim, os bispos e cardeais da igreja católica, seriam a maioria de negros. Não só o Parlamento, mas o poder

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judiciário e os negros não estariam festejando o primeiro negro Presidente do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça. Esses negros que chegaram ao topo do poder, só reafirmam que no Brasil se vive uma sociedade de desiguais. Portanto, os negros ainda têm uma luta muito grande e que também começou há muito tempo atrás. Os passos dos negros vêm de muito longe e mais que nunca, os movimentos negros precisam dar continuidade a essa luta. O povo negro veio de um continente que ensinou à humanidade, o conhecimento sobre arquitetura, engenharia, medicina, astrologia, agricultura e é por isso que os eles foram trazidos para o Brasil pelos conhecimentos que traziam, principalmente o da agricultura. Isso precisa ser ensinado nas escolas, para que as crianças possam questionar as famílias, porque em casa elas aprendem diferente. As crianças em casa aprendem que negro fede, que cabelo de negro é ruim, aprendem que negro não tem beleza, não reconhecem os valores dos negros, não reconhecem as formas de manifestações dos negros na sociedade. Então essa Marcha tem um valor importantíssimo não só porque articulou e mobilizou as mulheres negras brasileiras, mas porque a Marcha continua. “Enquanto existir uma mulher negra inviziabilizada e vítima de preconceito, vai existir marcha das mulheres negras!” Zumbi foi um jovem que aos 25 anos foi reconhecido como uma das maiores lideranças do Quilombo dos Palmares. ele, nasceu em 1655 e foi assassinado brutalmente em 1695, foi assassinado com 40 anos. Esse genocídio que a juventude negra vem sofrendo a cada dia. Jovens negros de 14, 20 anos sendo assassinados no Brasil, já dá pra perceber que esse genocídio vem de muito longe. Zumbi para o povo negro, é o seu maior sonho e no dia em que o povo negro reverencia a sua morte e ao mesmo tempo se fortalecerá em saber e em praticar uma resistência que tem que continuar, porque vem de longe, e é uma resistência que se manifesta de muitas formas. Essa data de 20 de novembro é uma data de luta. Zumbi foi decapitado e sua cabeça foi trazida para o Recife e ficou pendurada na frente da Igreja do Carmo, Av. Dantas Barreto, como exemplo para os “negros fujões”. Por isso Zumbi é um exemplo de resistência e na esperança de uma sociedade verdadeiramente democrática, onde as pessoas não sejam desqualificadas por terem mais ou menos melaninas. Juliana Tenório fez um relato da experiência de ter participado da Marcha das Mulheres Negras. Ressaltou seu papel de militante destacando que começou em casa. Afirmou para Vera Baroni e as demais pessoas presentes , que a participação da juventude está garantida e que a luta das gerações anteriores, bem como a da própria Vera, não morrerá.

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Na manhã do dia 21 os trabalhos foram abertos pelo FOLCPOPULAR formado por jovens e crianças da Cidade de Bezerros. O Grupo foi fundado em 2001, com o propósito de, através da dança, resgatar, valorizar e divulgar a história de seu povo. O espetáculo destacou os papangus, nos três ciclos: carnavalesco, junino e natalino

Em seguida foi composta a mesa para debater o tema: Financiamento na perspectiva dos recursos do pré-sal e Gestão Democrática na Educação Básica: Como fazer valer a implementação dos Planos de Educação? Coordenaram a mesa Paulo Rocha e Wilson de Souza.

Antonio Moraes, Diretor da Secretaria de Relações Internacionais e Movimentos Sociais da Federação Única dos Petroleiros – FUP.

Moraes inicia sua reflexão dizendo que o SINTEPE pautou nessa Conferência, o debate do financiamento da Educação, na perspectiva dos recursos do pré-sal, na mesma intencionalidade do que é preciso

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ser feito para podermos discutir e garantir a destinação dos royalties para educação e para saúde, isso é, para que se consiga garantir o que está escrito na lei. É preciso, que o Petróleo não seja vendido no interesse de mercado, que se coloque em primeiro lugar como central, o interesse da sociedade e ela precisa ter o controle sobre esses recursos. Mas o Estado deve assegurar políticas que deem direção a esse controle, numa gestão da Empresa (Petrobras) e envolva profissionais da Educação com esse debate. Afirmou que é muito importante esse envolvimento, pois, por mais que a Lei assegure, se não houver o engajamento, a mobilização, a direita vai sempre pleitear o lucro e a entrega da Petrobrás ao capital estrangeiro. Por isso, os profissionais da educação junto com os movimentos organizados da sociedade devem estar munidos de informações, empoderados para lutar em prol dessa questão, caso contrário, certamente não virá o dinheiro. O dinheiro dos royalties do pré sal, certamente pode garantir os 10% do BIP para a educação, porque o pré sal, é a maior reserva do petróleo descoberta no mundo nos últimos 30 anos. Mas ele deve ser produzido sob a lógica da sociedade, diminuição das distorções sociais e regionais, uma lógica do desenvolvimento e da democracia. -

Eliete Santiago (Pesquisadora da

Freiriana de Pesquisadores Coordenadora da Cátedra Paulo Freire/UFPE)

Fez uma breve reflexão sobre a questão da gestão como uma atividade mediadora, que se preocupa com a efetivação das políticas educacionais. Já o Plano de Educação é ao mesmo tempo uma política (um instrumento de política) e uma prática de política, (uma prática gestora). Ela afirmou que a forma de fazer valer, são as pessoas continuarem mobilizadas, não apenas mobilização para a

formulação dos Planos, mas manter mobilizado para dimensionar, socializar, distribuir o conhecimento sobre essa política e essas políticas com aqueles principais interessados que são os aliados da luta pela educação que estão na escola: estudantes, professores, a comunidade escolar e a comunidade extra escolar.

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Todo esse arcabouço promove o controle das políticas educacionais, o controle do Plano Educacional, o controle do Projeto Político Pedagógico. Ao mesmo tempo, manter o engajamento, seja o engajamento político, seja o engajamento pedagógico também, considerando que o Plano Nacional de Educação, o Plano Estadual e os Planos Municipais de educação, têm à sua política, a efetivação do direito, à Educação. O direito a educação só se efetiva na Escola, embora as condições tenham que ser dadas. Seja para que a escola se organize e funcione, seja para os profissionais em educação cumprirem sua tarefa, política, pedagógica e social.

Fernando Melo e Willian

Menezes fizeram o

fechamento da atividade,

agradecendo a todas as

pessoas que participaram.

lembraram o compromisso

de dar continuidade a esse

processo iniciado na

Conferencia e que os

resultados cheguem nas bases. A Conferência foi um momento de

fortalecimento da categoria e que orientará o plano de luta na defesa de

direitos.

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AVALIAÇÃO

Avaliação da 13 Conferência

Séphora Freitas, Diretora na Secretaria Geral fez a sistematização da avaliação da 13ª.

Conferencia Estadual do SINTEPE e apresentou no Conselho Estadual de

representantes em 17 e 18 de dezembro de 2015.

SOBRE A FORMATAÇÃO DA CONFERÊNCIA (Mesas de Debates)

CREDENCIAMENTO

78%

21%

1% 0%

Ótimo

Bom

83%

17%

0% 0%

Ótimo

Bom

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MESAS DE DEBATES Análise da Conjuntura

MESAS DE DEBATE Questões Étnico-Raciais

MESAS DE DEBATE

Gênero

61%

34%

4% 1%

Ótimo

Bom

73%

26%

1% 0%

Ótimo

Bom

79%

20%

1% ótimo

Bom

Regular

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MESAS DE DEBATE Valorização Profissional

MESAS DE DEBATE

Financiamento e Gestão

Sobre as Apresentações Culturais

59%

33%

7%

1%

Ótimo

Bom

Regular

69%

30%

1% 0%

Ótimo

|Bom

Regular

90%

10% 0% 0%

Ótimo

Bom

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Sobre a Página da Conferência no SITE do SINTEPE

Sobre o Local do Encontro

Sobre Infra Estrutura

43%

32%

3%

22%

Ótimo

Bom

Regular

82%

16%

1% 1%

Ótimo

Bom

Regular

81%

18%

1% Ótimo

Bom

Nada a Declarar

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Sobre Alimentação

Sobre Transporte

Sobre a Hospedagem

76%

22%

1% 1% Ótimo

Bom

Regular

63%

34%

1% 2% Ótimo

Bom

Regular

81%

18%

0% 1% Ótimo

Bom

Nada a Declarar

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Quanto a relação entre o tema geral do encontro e as mesas de debate

• Enriquecedor • Ótimo • Dentro do contexto • Objetiva e de muita clareza • Perfeito • Excelente • Coerente • Esperava mais • Grandes motivações • Maravilhoso

• Pertinente • Socialização de saberes • Proporcionaram novas atitudes • Consonância absoluta • Muita sintonia • Superaram as expectativas • Oportuno • Ampliou os horizontes • Objetivo atendido • O melhor

Quanto a contribuição do encontro para sua formação

• Ótimo • Aula política • Embasamento para atuação na

escola • Enriquecedor • Perfeito • Excelente oportunidade de ampliar

conhecimentos • Fortalecido e empoderado social e

politicamente • Esperava mais • Positivo • De grande valor • Maior fundamentação teórica • Fortalecimento da categoria

• Extraordinária articulação política • Oportunidade ímpar • Norteadora das práticas

pedagógicas • Desafiadora • Despertou questionamentos • Inquietante • Muito relevante • Modificou conceitos • Vou melhorar minha sala de aula,

principalmente sobre racismo e preconceito

• Combustível para a formação política

Comentários adicionais

• Arrasou • Cumprir horários • Faltou a leitura do regimento • Que os participantes repassem os

conhecimentos adquiridos • Que o próximo seja em Petrolina • Inscrições virtuais • Alta qualidade • Novos seminários • Enviar vídeos para as escolas • Discutir a importância da filiação e

participação nas atividades do sindicato

• Aprofundar o tema Pré- Sal • Vocês são competentes • Maior divulgação para o interior • Socializar material

antecipadamente

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ANEXO 01

PROGRAMAÇÃO

19 de Novembro de 2015

8h30 – Recepção Cultural Dança Contemporânea da Escola Técnica de Gravatá 09h – Abertura Política Coordenação Heleno Araújo, Jair D´Emery e William Menezes 10h – Leitura, discussão e aprovação do Regimento Interno da 13ª Conferência Coordenação Fernando Melo e William Menezes 11h - Análise de Conjuntura Econômica, Política e Educacional: Quais os próximos passos? Coordenação: Rita de Cássia e Valéria Silva 13h – Almoço. 14h30 – As Questões Étnico Raciais nos Currículos da Formação dos Profissionais da Educação Básica e os Planos de Educação: das conquistas nas legislações pedagógicas. Coordenação José Ivo, Aldamare Santos e Dilson Marques 17h - Apresentação e debate “Zumbá: da princesa africana e do rio” Coordenação: Heleno Araújo, Jair D´mery, José Ivo e Aldamare Santos 20 de Novembro de 2015 8h30 - Recepção Cultural - “Afrociberdelia: O corpo e o movimento manguebeat” da Escola Padre Machado. Coordenação: Secretarias Geral e de Comunicação 09h - A Implementação da Valorização dos/as Profissionais da Educação (Formação, salário, carreira, jornada, condições, de trabalho e saúde) a partir das metas e estratégias dos Planos de Educação: Quais os impasses e quais as possibilidades? Coordenação: Jorgeane Araújo e Zélito Passavante 12h - Almoço. 14h – Vídeo “Ciranda das Loucas” 14h30 - As Questões de Gênero, Laicidade e LGBT na garantia dos Direitos Humanos nos Planos de Educação, como fazer valer a aplicação dos direitos conquistados?

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Coordenação: Valéria Pereira, Anréa Batista e Elisângela Wanderley 17h – Ato Público pela Conscientização Negra. 18h – Jantar. 20h – Confraternização Dançante. 21 de Novembro de 2015 8h30 – Recepção Cultural: Grupo Cultural Folc Popular – Comunidade de Bezerros Coordenação: Secretarias Geral e Comunicação 09h – Financiamento na perspectivas dos recursos do pré-sal Educação e Gestão Democrática na Educação Básica: Como fazer valer a implementação dos Planos de Educação? Coordenação: Paulo Rocha e Wilson Macedo 12h – Encaminhamentos/Encerramento. Coordenação: Fernando Melo e Willam Menezes 13h – Almoço.

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ANEXO 02

Texto: Ciranda das Loucas

Rosa Luxemburgo Rosa no centro da roda No meio das trevas surgiu a vida Como se conhecesse a fórmula mágica Que transforma o mal e a tristeza Em claridade e em felicidade Sou polonesa e judia, Fui presa por defender liberdade e socialismo A razão dessa alegria não encontro E não consigo deixar de rir de mim mesmo Acho então que a própria vida é o único segredo Vivi guerras e confrontos Sempre contra a exploração Sempre contra a expropriação De irmãos meus e de irmãs minhas A minha revolução é profundamente humana Densa, forte, permanente Por isso canto e me movo Pois só quem se movimenta Percebe que a correntes que lhe prendem E a seu povo aprisionada eu estive, Por ser mulher, talvez sim Mas por certo porque em mim Pulsava a revolução Vermelha como bandeira De ideal e de paixão Branca como liberdade, Sem a qual se luta em vão...

Virginia Woolf Virginia no lugar de Rosa Lutar em vão foi minha sina Eu lutei contra a loucura que de mim se apoderava Quando tudo que eu queria era lucidez mais nada Fui romancista no tempo que as mulheres se guardavam No anonimato da escrita e no silencio das horas Amei Leonardo para a vida e para um instante amei Vita Amei o homem e a mulher porque o amor é infinito Escrever foi meu oficio

E o fruto da ficção foi gerado no talento e na minha inspiração Por isso soou estranho quando afirmei com razão Que a mulher pra escrever Tem que ter um quarto seu E seu próprio ganha pão O que me restar da vida Vou levar à correnteza Pra que a água carregue meu corpo E minha loucura e finalmente liberte Minha alma e suas feridas

Joana D’arc Joana no Lugar de Virginia Meu destino não é a água, nem a terra, nem o vento. Foi me destinado o fogo como parte do tormento Da punição como castigo por desafiar um império Mandei avisar soldados e também os comandantes Quem eu reino era o divino e meu povo o camponês Sobre mim desceu a ira de nobres e de senhores Que por cem anos guerrearam por seu tronos e pendores De bruxa fui chamada e à fogueira condenada Pra aplacar seus rancores e mitigar suas dores Mas o meu maior castigo Foi desfilar pelas ruas sem vestes Despida nua como se fora culpada De uma traição, de um engano De um pecado de uma infâmia... Betty Friedan Betty no lugar de Joana A nudez que te constrange é pura invenção profana Mulheres e homens nascem sem roupas puros e castros Quem inventou o pecado inventou as vestimentas

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Pra encobrir os sentidos e revelar sem ter pejos os mais ocultos desejos Sou simplesmente mulher E quero um lugar no mundo pra viver plenamente E dividir minha vida com quem queira e quem mereça Chamaram-me de feia e líder de uma cadeia de mal amadas, Frustradas, mulheres sem atrativos O machismo vingativo atacava a inteligência e não sedia a evidência De que havia um novo tempo Em que mulheres e homens dividiam a fazeres, Sonhos, desejos, quereres pra compor novos dias... Simone de Beauvoir Simone no lugar de Betty Dias novos eu propus às mulheres do Ocidente Constatei que somos nós de outro sexo O segundo E há um abismo profundo entre mulheres e homens Eu vivi um libertário e aberto casamento Em que o maior mandamento era o amor sem reservas A gente reparte afetos por que efêmeras paixões Não se prendem a conceitos, não se limitam, Aos jeitos que a sociedade impõem A liberdade é a primeira aliada da relação Manda amar, dar-se, entregar-se sem limites ou temores No fim, o que vale apena é ter uma vida plena.

Frida Kahlo Frida no lugar de Simone A vida plena, eu tentei na arte e no casamento Porém bem sedo eu senti o que seria o tormento De minha existência inteira tive o corpo perpassado Por ferros, aços, pedaços de incontáveis estilhaços Que me marcaram para sempre Dessa dor, brotaram cores, brotaram meus os amores Minha arte, meu retrato, minha coluna partida Minha alma dividida entre viver pra amar E morrer pra alcançar,mais flores, menos espinhos sobre meus pés andarilhos tortos, rotos calejados, construí meu sonho bom. Por que preciso ter pés se a vida me deu de graça

Ideais pra acalentar e asas pra voar.

Carolina de Jesus Carolina de Jesus no lugar de Frida Asas ganhei no meu sono, eu sonhei que era um anjo que da terra ia ao céu Pegando estrelas com a mão. Quando despertei pensei: Sou tão pobre, que só Deus pode riscar de luzes e de esperanças Minha alma dolorida, minha vida tão sofrida no meu quarto de despejo Ser ter letras sou poeta, sem ser sábia, sou profeta desses pedaços da fome Desta escrevente que é negra e que da vida consome fatias poucas de sonhos

Olga Prestes Olga no lugar de Carolina de Jesus Eu não sou negra, sou branca alemã, sangue judeu Mas somos iguais na força que forjou nossas almas Eu vim para a tua terra por que era comunista, Porque combatia a fome, a violência, o preconceito A social desigualdade e a escassa liberdade Aqui lutei, aqui amei, aqui fui presa, Aqui guardei os projetos e segredos que virariam degredos Fui deportada e levei no meu ventre a semente, Uma vida ainda começando E na alma amargurada uma história terminando Conheci o holocausto, a guerra, o horror nazista Mesmo assim não desisti Antes do fim anunciado, Escrevi ao meu amado e a minha filha Anita Prevento gestos impossível de afagar Os seus cabelos e de fazer a sua trança Ainda assim adverti Preparar-me para a morte, não é uma rendição A vontade de viver me acompanhará até o fim Eu sei e bem pelo que lutei, pelo bom e pelo justo E pelo melhor do mundo

Anita Garibaldi Anita no lugar de Olga Anita é nome de guerreira, De tua filha, tua herdeira. É também o nome que tenho E daqui levei para o mundo

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Em outras guerras lutei sempre junto ao meu amado Nem sei bem se fui primeiro uma revolucionária das causas Porque guerreavam farroupilhas ou se a paixão me exigiu ser feminista E a conquista da liberdade me deu poder de defender meu amor dos preconceitos Enfrentei o olhar marxista sobre minhas atitudes Posto que minhas virtudes Não eram as consagradas Eram as impregnadas de paixão e rebeldia Quando o meu primeiro filho estava no ventre Capturada fui e fugi pra encontrar o meu amado com quem fui casar depois Segui para o outro lado do mundo desconhecido com três filhos e um marido pra continuar guerreando Por novas causas e planos Em combates perseguidos Fugimos dos inimigos Contudo, nãofoi possível a doença afugentar A febre possuiu meu corpo e és que estou a delirar.

Maria Bonita Maria Bonita no Lugar de Anita Difícil ser feminista nos latifúndios Nas terras que se perdiam de vista Lá imperava a violência dos senhoris, fazendeiros que concentravam dinheiro, Renda, casa, propriedade. A fome nãotinha idade nem escolhia gênero Quando surgiu o cangaço acompanhado de medo,também de admiração, surgiram homens e lendas , verdades e invenções. Meu amor foi Virgulino o famoso Lampião Que implantou nova ordem, na caatinga e no sertão A cantiga popular diz que eu tinha uma tarefa De todo dia acordar pro café preparar Diz também que sou bonita. Isso é bom e perigoso bom porque toda beleza é algo que se persegue Ruim por que há quem consegue banalizar a beleza em fim, pra mim da gosto ser bonita sem esforço Quero ser reconhecida por ter sido cangaceira Amante companheiro Lampião A espada que sempre pesa sobre a cabeça e o peito Nãoabulirá a história dessa nossa forte união

Jacobina Mentz Maurer Jacobina no lugar de Maria Bonita Espadas e morteiros,também se voltaram contra mim, contra meu povo Eu tinha muitos motivos pra despertar rancores Sofri a epilepsia,um doença confundida com espíritos de além Pra aumentar de sabores eu mesclava minha fé com poderes de curar dores, males, sofrimentos, por isso em algum momento, de temos ou preconceito, soldados atearam fogo em casas e acampamentos No ferrabrás me escondi e por dias resisti, até que um dia alguém me traiu era fim da era dos Muckers tão passional quanto tudo que nessa vida viver Ciranda, cirandinha Vamos todas anunciar Que essa roda rodou o mundo Mudou tudo de lugar Damos muito meias voltas Mas também voltas e meias Os anéis que se quebraram Romperam vidros e teias Amores que nos legaram Ora nos iluminaram, ora nos dilaceraram por isso entramosna roda e como loucas rodamos dissemos versos bonitos e duros versos dissemos a parte que nós fizemos é a parte que legamos a Ciranda e ao compasso do sonho que renovam

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Relatoria

Danilson Pinto Assessor da Secretaria para

Assuntos Educacionais