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LOGÍSTICA DO PETRÓLEO A ESTRATÉGIA DA DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS REFINARIAS DO BRASIL Área temática: Logística Luis Gustavo Zelaya [email protected] Ellen Barreto Alcântara [email protected] Stefano Zelaya Correia [email protected] Maria Fernanda Zelaya Correia [email protected] Resumo: Especialistas discutem no mundo inteiro a necessidade de energia para o crescimento mundial e de fontes alternativas com menor impacto ambiental. Um dos consensos sobre o tema, por enquanto, é que o petróleo continuará ainda, por muitas décadas, a principal fonte de energia. Neste estudo a estratégia da distribuição geográfica das refinarias de petróleo será foco, onde a estratégia é apresentada como um elemento necessário ao planejamento, que ao mesmo tempo em que assegura a expansão da oferta com o menor impacto ambiental, por outro lado deve formular medidas que garantam que o consumo de energia seja realizado da melhor maneira possível.Concluiu-se que cinco principais razões orientam a localização geográfica de refinarias: a localização dos recursos naturais; a aglomeração populacional; as economias de escala, a preferência da comunidade e a eficiência do capital . Palavras-chaves: Petróleo. Distribuição geográfica. Planejamento ISSN 1984-9354

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LOGÍSTICA DO PETRÓLEO A ESTRATÉGIA DA

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS REFINARIAS DO BRASIL

Área temática: Logística

Luis Gustavo Zelaya

[email protected]

Ellen Barreto Alcântara

[email protected]

Stefano Zelaya Correia

[email protected]

Maria Fernanda Zelaya Correia

[email protected]

Resumo: Especialistas discutem no mundo inteiro a necessidade de energia para o crescimento mundial e de fontes

alternativas com menor impacto ambiental. Um dos consensos sobre o tema, por enquanto, é que o petróleo continuará

ainda, por muitas décadas, a principal fonte de energia. Neste estudo a estratégia da distribuição geográfica das

refinarias de petróleo será foco, onde a estratégia é apresentada como um elemento necessário ao planejamento, que

ao mesmo tempo em que assegura a expansão da oferta com o menor impacto ambiental, por outro lado deve formular

medidas que garantam que o consumo de energia seja realizado da melhor maneira possível.Concluiu-se que cinco

principais razões orientam a localização geográfica de refinarias: a localização dos recursos naturais; a aglomeração

populacional; as economias de escala, a preferência da comunidade e a eficiência do capital.

Palavras-chaves: Petróleo. Distribuição geográfica. Planejamento

ISSN 1984-9354

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1. INTRODUÇÃO

A estratégia da distribuição geográfica das refinarias de petróleo será foco desse estudo. Sabe-

se que o petróleo é uma das forças motrizes que giram a economia nacional.

Dessa forma é de extrema importância que os planejamentos logísticos sejam realizados com o

objetivo de realizar o escoamento de produção para que não ocorram atrasos na entrega e problemas de

distribuição para a sociedade.

O planejamento logístico para a distribuição geográfica das refinarias deve atentar para o

escoamento da produção dos campos petrolíferos e a distribuição dos produtos processados. Essa

atenção é importante para que essas funções sejam realizadas com êxito, necessário se faz a integração

dos modais, seja dando suporte à produção, ou através da cabotagem, ou na distribuição e no varejo,

entre outros, para que, ao final, viabilize toda a cadeia da Indústria Petrolífera.

O planejamento logístico ainda deverá analisar como as refinarias poderão escoar a sua

produção através de cada modal de transporte. Esse estudo buscará analisar as características próprias

de cada, com a devida observância da via utilizada, bem como da localização do produto que se

pretende transportar, e o seu destino, características essas que serão analisadas de forma superficial.

Esse estudo se justifica, pois será uma oportunidade para descrever como o investimento no

planejamento logístico das refinarias pode ser uma solução para diminuir custo no transporte do

petróleo e seus derivados, ainda influindo na melhoria da eficiência operacional.

O transporte do petróleo e de seus derivados, devido às peculiaridades da indústria, geralmente

se vê diante de grandes distâncias a serem percorridas, face à localização de suas fontes geradoras e

dos grandes mercados de consumo, muitas vezes localizados em outros continentes. Sobre os custos

ressalta-se que as grandes distâncias em que as refinarias estão localizadas aumentam o custo do

produto, o que é certamente ruim para toda a sociedade.

Por conta dessa singularidade, é objetivo geral desse estudo realizar uma investigação

aprofundada, sobre a importância da distribuição geográfica das refinarias de petróleo.

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São objetivos específicos, analisar a indústria do petróleo e o transporte de insumos; avaliar a

geopolítica do petróleo no cenário brasileiro e as influências advindas de acontecimentos exteriores;

verificar os fatores que estão intrínsecos no planejamento logístico estratégico nas refinarias de

petróleo.

Para atingir esses objetivos será realizada uma pesquisa bibliográfica com a realização de uma

fundamentação teórica com diversos autores. Serão utilizados livros, sites e artigos científicos.

2 - O PETRÓLEO

Usando a energia do sol em seu ciclo vital, há algumas centenas de milhões de anos, vegetais

cresceram, feneceram e, em muitos casos, foram progressivamente cobertos por sedimentos,

preservando boa parte da energia química contida nas cadeias orgânicas de suas estruturas. Desde

então, esses materiais soterrados passaram por um longo processo de transformação, sob elevadas

pressões e temperaturas, convertendo-se, finalmente, no petróleo.

Indispensável para a civilização, o petróleo pode ser definido como:

“...uma mistura de ocorrência natural, consistindo de hidrocarbonetos e derivados orgânicos

sulfurados, nitrogenados e oxigenados, que é ou pode ser removida da terra no estado líquido. Está

acompanhado por quantidades variáveis de substâncias estranhas como água, matéria inorgânica e

gases...”

Americam Society for testing and materials (ASTM)

Logo, os principais constituintes do petróleo são hidrocarbonetos, que são compostos orgânicos

formados por carbono e hidrogênio, além da acidez, teor de enxofre, etc.

A partir do petróleo é possível obter quaisquer dos derivados, desde que haja na refinaria

processos adequados para tal. Assim, o que difere o refino, são os processos necessários para viabilizar

a obtenção dos derivados desejáveis o que se reflete nos custos do seu processamento.

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2.1 A Descoberta Industrial do Petróleo

A utilização do petróleo, ainda que de forma incipiente, remonta só início de nossa civilização,

constando referências de seu uso na bíblia, como na arca de Noé, a qual teria sido impermeabilizada

com betume (Hobson e Pohl, 1975) ou como um componente da argamassa da Torre de Babel e do

Templo de Salomão. Os povos bíblicos e chineses utilizavam o petróleo há cerca de 6000 anos para o

cozimento de alimentos, iluminação e aquecimento.

Entre 1850 e 1853, Abraham Pineo Gesner, canadense, e Jan Józef Ignacy Lukasiewicz,

polonês, desenvolveram o lampião a querosene e o querosene de iluminação, dando início à indústria

do petróleo no mundo.

Com o passar dos anos Surgiram outras aplicações para os derivados refletindo-se atualmente

em uma extensa gama de produtos.

2.2 Ambiente upstream e downstream

A indústria do petróleo é dividida em dois tipos de atividades, que embora distintas, se

completam, para a formação dos diversos produtos finais que são extraídos dos hidrocarbonetos

líquidos em seu estado natural e do gás natural (ALVEAL, 2001).

Tais atividades são denominadas de upstream, que dizem respeito a todo processo ligado à

parte de exploração de petróleo, tanto on-shore (atividades localizadas ou operadas em terra) quanto

offshore (atividades localizadas ou operadas no mar), e dowstream, que abrangem, de modo geral, aos

processos de refino de petróleo e de distribuição de seus produtos derivados (BENJÓ, 2009).

Para que essas duas atividades distintas se completem, é necessária uma vasta atuação

logística, com a integração de diversos meios de transportes e instalações, que envolvem os modais

ferroviários, rodoviários, dutoviário, por terminais, e aquaviário, sendo esse último o mais importante,

e que será amplamente abordado mais adiante (ALVEAL, 2001).

Ademais, cabe destacar ainda, que o transporte de petróleo e derivados no mundo, tem como

funções principais a importação e a exportação, o escoamento da produção dos campos petrolíferos e a

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distribuição dos produtos processados, e para que essas funções seja realizadas com êxito, necessário

se faz a integração dos modais, conforme acima citado, seja dando suporte à produção, ou através da

cabotagem, ou na distribuição e no varejo, entre outros, para que, ao final, viabilize toda a cadeia da

Indústria Petrolífera.

2.3 O Contexto da Geopolítica do Petróleo no Brasil

A década de 80 foi calcada pelo endividamento externo de diversos países, ocasionado,

sobretudo, pela abrupta elevação dos juros norte-americanos. Não obstante, vários países (mormente

latino-americanos) declararam moratória unilateral e conseguiram realizar a negociação ao final de

1980 ou início de 1990.

Em agosto de 1982, o México se insere em uma grande crise que culmina com a inesperada

moratória do governo mexicano. Mais de 40 países recorreram ao Fundo Monetário Internacional,

inclusive o Brasil, que viu seu PIB retroceder 5% e a inflação exceder os 200%.

Sob os prismas de Abrucio e Loureiro (2008), a crise fiscal incitou a derrocada do Estado

brasileiro, no início da década de 80. No entanto, aqui os efeitos foram muito mais intensos, em

detrimento da dívida externa, que por sua vez derruiu o antigo modelo de desenvolvimento econômico.

Concomitantemente, a não resolução da questão fiscal aglutinada ao aspecto inercial intrínseco à

indexação representaram as principais causas de um longo ciclo inflacionário.

O fracasso dos programas de reforma aos fatores institucionais e políticos, os quais

produziram o divórcio entre a sociedade e o Estado incapacitado de atender às demandas de políticas

públicas, em função da crise fiscal e das dificuldades macroeconômicas agravadas pela globalização.

De acordo com Malloy (1993), a crise da década de 80, transcorrida na América Latina, pode

ser atribuída às elevadas dívidas externas contraídas na década de 70 e ao consequente e descomedido

aumento do nível de preços. Outrossim, a transição de regimes militares para a democracia exerceu

forte influência sobre a culminação do colapso da década em relevância. Malloy concatena a crise

econômica às políticas estadistas executadas inicialmente na década de 30.

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O diagnóstico inerente à crise da América Latina incitou a criação de austeros programas

econômicos, pautados pela racionalização do consumo e pelo crescimento capitalista. Porém, a atuação

de um estado tênue não propiciou quaisquer resultados econômicos positivos.

Para Malloy (1993) os desafios dos países latinos seriam a construção de uma engenharia

constitucional, a elaboração de políticas públicas e uma liderança presidencial que conduzisse todo

este processo. Todavia, as condições históricas evidenciam que os partidos políticos destas nações

atuaram, sobretudo, como veículos para a circulação dos recursos de patronagem do Estado entre as

divisões políticas. Todos os envolvidos – militares empresários e líderes trabalhistas – demonstraram

um irrisório compromisso com a democracia como maneira de circulação do poder.

A concepção de partidos altamente fracionados e desprovidos de ideologias explicita a

conseqüência da ausência do comprometimento democrático, impedindo a criação de medidas eficazes

para o combate à crise.

Para Malloy (1993) enfatiza que a eliminação dos regimes autoritários geralmente

desencadeia uma impetuosa luta pela definição dos participantes e das regras da comunidade política.

A estratégia de cooperação política ocorre sem a existência de um espaço contratual já estabelecido.

Tal processo impossibilita a implementação de uma fórmula pactuada na gestão da crise.

A gestão da crise econômica evidenciou que a justiça social não advém necessariamente de

um regime democrático. Dentro deste contexto, Sola (1993) demonstra que o Brasil foi o último país a

promover um ajuste estrutural. Em função do desenvolvimento econômico apresentado pela nação na

década anterior, o país apresentou dificuldade quanto ao ajuste da crise que se estabelece com o

choque de 1982. O consenso de Washington não obteve sucesso em seu diagnóstico e, portanto, suas

preconizações quanto ao ajuste do balanço de pagamentos e a liberalização comercial não seriam

suficientes para debelar a crise.

Sola (1993) explica que o plano de estabilização, calcado pela inflação inercial, não auferiu

êxito, uma vez que o Estado apresentava uma profunda crise fiscal, ainda não dimensionada pelos

líderes políticos da transição democrática. Ademais, uma das grandes dificuldades brasileiras estava

relacionada ao controle governamental das instituições do Estado: sobretudo bancos estaduais e a

Petrobras.

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Kugelmas (1993) analisa a conduta do presidente Ernesto Geisel, durante a ditadura militar, a

qual tenta solucionar a questão dos elevados níveis de preço do petróleo, através da substituição das

importações e da utilização de recursos externos. A redução da dependência produtiva teve como

contrapartida a elevação da dependência financeira do mercado internacional de capitais. As altas taxas

de juros internacionais somadas à nova elevação dos preços do petróleo e à interrupção de

empréstimos externos em 1982 impediram a postergação das dívidas brasileiras, desencadeando uma

deterioração fiscal e uma ascensão da dívida pública interna.

O primeiro choque do petróleo teve início após a Guerra do Yom Kippur, entre Israel e os

países árabes. Em função do apoio dos Estados Unidos aos israelenses, os árabes, integrantes do cartel

da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), interromperam o fornecimento do

produto para os americanos, europeus e japoneses. Com a diminuição da oferta, o preço médio do

barril saltou de US$ 2,48 em 1972 para US$ 3,29 em 1973 e para US$ 11,58 em 1974, subindo

paulatinamente até US$ 13,60 em 1978. Diante do elevado coeficiente de importação de petróleo da

economia brasileira à época, esse choque converteu uma situação de dependência externa em um

quadro de restrição externa a partir de 1974. Com os novos preços, comprimia-se a capacidade de

importação e, consequentemente, de crescimento do país.

De acordo com Giambiagi (2004), os efeitos mais imediatos do choque nos países

industrializados estão ligados à elevação da taxa de juros e a contração da atividade econômica (no

biênio 1974-1975). Os países em desenvolvimento, já desvalidos pela deterioração dos termos de

troca, tiveram a capacidade de importação atenuada. Ademais, a recessão nos países industrializados

dificultava o aumento das receitas de exportação. O resultado foi o surgimento (ou elevação) de

déficits comerciais em muitos desses países. No Brasil, a balança comercial passou de virtual

equilíbrio em 1973 para um déficit de US$ 4,7 bilhões no ano seguinte, embora a taxa de crescimento

do PIB tenha se reduzido de 14% para 8,2% no mesmo período.

Para Giambiagi (2004) as dificuldades dos países em desenvolvimento no comércio

internacional foram mitigadas, paradoxalmente, por outro efeito do choque do petróleo: a forte entrada

de “petrodólares” no mercado financeiro internacional. A partir de 1974, as receitas de exportação dos

países membros da OPEP começaram a migrar para os países industrializados, em busca de retorno

financeiro. O ingresso de capital estrangeiro nesses países promoveu forte expansão dos recursos à

disposição dos bancos locais, estimulando seu “apetite” por investimentos de maior risco, já que,

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naquele período, a regulamentação financeira impunha valores máximos às taxas de juros das

operações domésticas. Dessa forma, os petrodólares acabaram por financiar os déficits em conta

corrente de países endividados, como o Brasil.

Em meio à Revolução Iraniana, Ayatollah Khomeini assume o poder do país e passa a

controlar a produção de petróleo, causando uma segunda disparada nos preços do produto –

potencializada pelos temores de racionamento energético nos Estados Unidos. O valor do barril chegou

perto dos US$ 40, o ápice da época. No Brasil, houve elevação no custo dos combustíveis e

racionamento. A dívida do país intumesceu com os ascendentes custos da importação do petróleo.

Ademais, o aumento dos juros norte-americanos contribuiu para aumentar ainda mais a dívida.

De acordo com Santana (2006), a situação econômica e a política mundial tornaram-se mais

atribuladas ao Brasil com o segundo choque do petróleo. A crise de 1979 repercutiu imediatamente no

Brasil, quando as reservas do produto estavam em pleno declínio. A principal desconfiança com o

início da guerra era a suspensão do fornecimento externo, uma vez que o Iraque respondia por metade

de nossas importações.

A culpa pela não diferenciação de fornecedores de petróleo foi atribuída à Petrobras, a qual

se utilizava da política de aquisição do produto pelos preços mais baixos, em lugar de diversificar o

país produtor. Entretanto, a estratégia da estatal brasileira não poderia ser totalmente criticada, uma

vez que a opção por importar óleo de outros países, como Equador, México e Venezuela, representaria

um maior ônus, desencadeando um maior déficit no balanço de pagamentos, o que poderia colocar em

risco o projeto desenvolvimentista do regime militar. Não obstante, em 79, Iraque, Arábia Saudita e Irã

ainda eram responsáveis pelo fornecimento de aproximadamente 80% do petróleo importado pelo país.

Segundo Giambiagi e Soares (1991), o choque do petróleo de 1979 atravancou, de forma

duradoura, o fluxo de capital dos países industrializados para aqueles em desenvolvimento. Visando à

contenção dos efeitos inflacionários do segundo choque do petróleo, os bancos centrais dos países

industrializados, em geral, elevaram suas taxas básicas de juros. O novo patamar da taxa de juros

inaugurou uma fase de recessão nos países industrializados que se estendeu, na maioria deles, até

1982.

A combinação dos dois choques 1973 e 1979, atingiu gravemente os países importadores de

petróleo, em especial aqueles já endividados, como o Brasil.

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Para Giambiagi e Soares (1991), o novo choque do petróleo deteriorou ainda mais os termos

de troca para esses países. O aumento dos juros americanos contribuiu para aumentar seus déficits em

conta corrente de duas formas: (1) através da retração das importações dos países industrializados

(entre os quais os Estados Unidos, historicamente, grande comprador de produtos brasileiros); e (2)

através da elevação das despesas com a dívida externa, já que grande parte delas fora contratada a

taxas flutuantes. Concomitantemente, os juros mais altos dificultavam a captação de novos

empréstimos pelos países já endividados: além de atrair recursos para os países industrializados,

aumentavam o risco atribuído aos países devedores, porque implicavam maiores despesas com a dívida

já contratada e maiores custos de rolagem da dívida vincenda. Nessas condições, a compensação dos

déficits em conta corrente por superávits na conta de capital não era mais possível.

O resultado desse novo cenário internacional foi o racionamento do crédito para os países

altamente endividados – a maioria da América Latina – e a deflagração da crise da dívida latino-

americana. Incapazes de saldar ou de refinanciar as elevadas despesas financeiras em dólares, esses

países se viram forçados a declarar moratória da dívida externa. O primeiro deles foi o México em

1982. À moratória mexicana seguiu-se um longo período de estancamento do fluxo de capital para os

países em desenvolvimento, bem como de renegociação da dívida externa latino-americana, que se

estendeu até o final da década de 1980.

Com o advento da Carta Magna de 1988 houve o estabelecimento do Plano Plurianual-PPA

que objetiva realizar o planejamento estratégico de médio prazo para o desenvolvimento das metas da

Administração Pública. Assim o PPA deve possuir diretrizes com intuito de organizar, dando garantias

para o desenvolvimento orçamentos anuais. Observa-se que o PPA deve apresentar a continuidade do

planejamento governamental e das ações públicas.

Em 1990, o governo Collor de Mello, foi marcado por uma grande crise econômica e de altos

índices na inflação, para combater a inflação foi lançado o Plano Collor, que realizou o confisco de

aplicações financeiras. No governo Collor absorto por crises políticas e pelo impeachment do

presidente, não houve espaço para o investimento no desenvolvimento infra-estrutural brasileiro.

Somente entre os anos de 1996-1999 com o advento do Plano Real, o PPA estabeleceu uma

reorganização da economia brasileira, onde foram definidos pontos para a integração e o

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desenvolvimento nacional. Ressalta-se que nesse período foi lançado o Programa Brasil em Ação que

apresentava um planejamento para a gestão de grandes empreendimentos.

Entre 1999-2002, as metas para o desenvolvimento do Brasil, no então segundo mandato de

FHC, englobam melhorias nos setores de energia, transporte e telecomunicações. Em relação ao PPA

do período de 200-2003 se observa a adoção de uma nova gestão pública baseada na demonstração de

resultados.

Ressalta-se que na prática os dois PPA’s mencionados sofreram problemas para sua

implantação, haja vista, as crises financeiras ocorridas no México em 1994, e posteriormente na Rússia

e em países asiáticos, entre os anos de 1997 e 1998.

Para a maioria dos países em todo o mundo, a segurança energética é tudo: economia, defesa

e sobrevivência do regime.

De acordo com Fillingham (2013) o Brasil apresenta um caso interessante como uma

potência em ascensão no caminho para a independência energética. De um modo geral, Brasília é

capaz de adotar uma política externa que é mais flexível do que alguns de seus colegas,

particularmente os países do BRIC, como China e Índia.

Há duas áreas particulares onde esta flexibilidade tem sido evidente nos últimos tempos: a

política do Brasil em relação ao Irã e os seus gastos de defesa.

A posição do Brasil sobre a saga nuclear do Irã parece ter mudado recentemente. Não foi há

muito tempo que o ex-presidente Lula da Silva estava embarcando em iniciativas ambiciosas voltadas

para negócios de corretagem para puxar o Irã para fora do laço de sanções internacionais. Este

processo envolveu uma boa dose de obstrução Washington, e as relações do Brasil com os Estados

Unidos sofreram como resultado. A nova presidente do Brasil, Dilma Rousseff, realizou declarações

do Brasil sobre o Irã defendendo a importância dos Direitos humanos. A questão do que está

impulsionando essa mudança política Irã e quão longe ele vai sejam abertas à especulação. Pode provir

do fato de que a presidente Dilma Rousseff está tentando reparar alguns dos danos causados às

relações Brasil-EUA por seu predecessor. Também é possível que o governo brasileiro possua um

profundo compromisso ideológico desenvolvido com os direitos humanos que vai continuar a

manifestar-se na política externa de seu governo (FILLINGHAM, 2003).

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O que não está aberto para especulação, no entanto, é o fato de que a flexibilidade do Brasil

decorre não estar em dívida com o Irã sobre a exportação de energia. O mesmo não pode ser dito para

o companheiro BRIC países China e Índia, dois estados que estão estrategicamente ligados a Teerã,

independentemente do dano resultante diplomática ou econômica.

Esta flexibilidade assume maior importância quando vistos no contexto da tendência global

para a multipolaridade. Este tipo de ambiente internacional dará amplas oportunidades para o Brasil a

formar relações triangulares com outras grandes potências, a fim de atingir os seus fins. Uma vez que

estas relações triangulares não serão enquadrados por considerações de energia, o Brasil estará livre

para obter ganhos em outras potências emergentes(FILLINGHAM, 2003).

Os gastos de defesa também são influenciados pela independência energética. O Brasil não

tem quaisquer ameaças credíveis em sua região e seu orçamento de defesa, consequentemente, ele

manteve níveis relativamente baixos de gastos. Em 2005, o Brasil gastou apenas 9.940 milhões dólares

na defesa. Em 2010, o número subiu para 33.500 milhões dólares americanos, ou 1,6 por cento do PIB

do país, e ele subirá novamente em 2012 para uma projeção de 34,9 bilhões dólares.

Estes aumentos não são apenas os outros países do BRIC vis-à-vis relativamente menores,

eles também são muito diferentes com base em requisitos operacionais. A Modernização militar do

Brasil pretende alcançar o seguinte: melhores respostas a desastres naturais domésticos, 'pacificação'

das favelas nos grandes centros urbanos antes dos Jogos Olímpicos e Copa do Mundo, e talvez

ganhando o prestígio internacional compatível com um futuro membro permanente do Conselho de

Segurança da ONU.

Brasil aprendeu uma importante lição com as crises do petróleo da década de 1970, e como

resultado, ele construiu uma indústria de energia renovável doméstica que agora deu sua política

externa a mão livre. Claro que, se o Brasil capitaliza essa flexibilidade duramente conquistada ou não é

uma questão deixada para o Ministério das Relações Exteriores em Brasília.

3 LOGÍSTICA

A definição de logística remete-se à aplicação prática do planejamento das guerras desde os

tempos antigos. As disputas eram longas, muitas vezes em regiões longínquas, tornando-se

imprescindível o deslocamento das tropas, que carregavam consigo tudo o que precisavam.

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Assim, deste planejamento lógico que vislumbrava sempre o melhor modo de preparação, as

condições e armazenamentos necessários, a estratégia de deslocamento e ataque.

Segundo Council of Logistics Management podemos definir a logística da seguinte maneira:

“ Logística é a parcela do processo da cadeia de suprimentos que planeja, implanta, e controla o fluxo

eficiente e eficaz de matérias primas, estoque em processo, produtos acabados e informações

relacionadas, desde seu ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender aos

requisitos dos clientes.”

3.1 A Logística e o Petróleo

Quando tratamos da logística do petróleo, não existe tratamento diferenciado. A aplicação do

conceito continua a mesma. Existem, no entanto, cuidados específicos quanto a segurança e qualidade

do produto, bem como a aplicação dos conhecimentos próprios.

Pelas dimensões continentais que nosso país apresenta, o desafio de fazer com que o petróleo

chegue as regiões mais distantes dos grandes centros faz necessária a utilização de novas e eficientes

ferramentas logísticas, com um uso intensivo de tecnologia e a tão voga Supply Chain Management.

Adota-se uma política de antecipação à demanda, sendo o estoque de derivados provenientes

das refinarias, descentralizado em diversas bases primárias, que atendem as bases secundárias, de

modo a atender os postos e por fim chegando aos consumidores.

3.2 Gerenciamento e Planejamento Estratégico da Logística

O sucesso de um sistema logístico depende, sobretudo. De seu correto gerenciamento. A

integração completa dos diversos setores, sejam operacionais ou administrativos e o fluxo de

informações entre eles são fatores garantidores dos processos.

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Os profissionais ligados à administração do sistema logístico devem possuir uma visão ampla

dos negócios nos quais está inserida, devendo ser, ao mesmo tempo, especialista em sua área de

atuação e generalista quanto ao mercado específico.

É necessário perceber o que ocorre no mercado e analisar as ações dos concorrentes. Deve-se

ainda ser capaz de se antecipar os acontecimentos, esta é uma estratégia imprescindível. Tudo isso tem

um único fim, que é atuar de forma eficiente e eficaz, buscando preços e custos competitivos,

conquistar e manter os melhores níveis de serviço, ampliar o mercado e aumentar a lucratividade.

3.3 Aspectos Políticos e Econômicos

Não obstante o mundo globalizado de hoje, pesquisas revelam o crescimento constante do uso

da logística para se alcançar o aumento da lucratividade e possibilidade de alcance de novos mercados.

A logística se faz fundamental para os níveis gerenciais, uma vez que ela afeta diretamente os

índices de preços, custos, produtividade e satisfação do cliente.

O vai e vem de políticas que não adotam um programa de investimentos com seriedade visando

uma melhoria continua se traduz em desconfiança do empresariado externo, temeroso em investir

quando verifica situações inaptas para seus negócios.

3.4 A importância da Logística nas Refinarias de Petróleo

O local para a construção de uma refinaria de petróleo deve ser muito bem analisado, pois os

seus derivados precisam ser escoados sejam pelos modais marítimos, terrestres ou fluviais. Dessa

forma é altamente recomendável o planejamento estratégico logístico.

A escolha pelo local da construção de uma refinaria deve levar em conta as seguintes

questões (ALVEAL, 2001):

O local necessita ser razoavelmente longe de áreas residenciais;

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A Infra-estrutura deve estar disponível para o abastecimento de matérias-primas

e expedição de produtos para os mercados;

A Energia para operar a usina deve estar disponível;

Instalações devem estar disponíveis para descarte de resíduos.

As refinarias que utilizam uma grande quantidade de vapor e de água de arrefecimento

precisam ter uma fonte abundante de água. Refinarias de petróleo, portanto, são muitas vezes

localizados próximos a rios navegáveis ou em uma costa de mar, nas proximidades de um porto. Esta

localização também dá acesso ao transporte pelo rio ou pelo mar.

As vantagens do transporte de petróleo por oleodutos são evidentes, e as companhias de

petróleo, muitas vezes transportam um grande volume de combustível para terminais de distribuição

por oleoduto. Pipeline pode não ser prático para os produtos com pequena produção, e vagões

ferroviários, navios-tanque rodoviários, e as barcaças são usados nesses casos (ALVEAL, 2001)).

Plantas petroquímicas e fabricação de solventes precisam de espaços para processamento de

um grande volume de produtos para processamento adicional, ou para misturar aditivos químicos com

um produto na fonte, em vez de terminais de mistura.

O planejamento da instalação de uma refinaria deve levar em conta preocupação com a

segurança e com o meio ambiente do local onde estão localizadas, pois o processo de refino libera um

número de diferentes produtos químicos na atmosfera. Além dos impactos da poluição do ar também

há preocupações de águas residuais, os riscos de acidentes de trabalho , tais como incêndio e explosão,

e os efeitos na saúde de ruído devido ao ruído industrial (CONAWAY, 2001).

Muitos governos em todo o mundo têm impostos limites de contaminantes que a liberação

refinarias, e a maioria das refinarias de ter instalado o equipamento necessário para cumprir com as

exigências das agências reguladoras de proteção ambiental pertinentes.

Preocupações ambientais e de segurança significa que as refinarias de petróleo deveriam, por

vezes, estar localizados a alguma distância dos grandes centros urbanos. No entanto, existem muitos

casos em que as operações da refinaria estão perto de áreas povoadas e representam riscos de saúde.

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3.5 Modelos de Distribuição Aplicados a Logística do Petróleo

Os modelos de distribuição de petróleo e seus derivados levantados na literatura estão focados,

na sua maioria, na distribuição de derivados entre as bases de combustíveis e os postos de gasolina. Na

análise da literatura, não foram encontrados modelos para a distribuição de estoques estratégicos.

Dentre os trabalhos relacionados com a distribuição de combustíveis no Brasil, pode-se citar o

artigo de Pallavicini et al. (1992) que desenvolveram um modelo integrado para minimizar custos de

distribuição de derivados de petróleo a um conjunto de clientes, em uma rede de atendida através de

entregas diretas por veículos disponíveis nos centros de distribuição (bases de combustíveis).

O problema abordado pelos autores foi como distribuir o inventário disponível nos centros de

distribuição aos diferentes clientes, sujeitos as suas respectivas demandas e restrições de armazenagem

e escolher os tipos de veículos para entregar as quantidades designadas. Por ser um problema

combinatório, os autores utilizaram métodos herísticos para resolver o problema de grande porte.

Outra referência para distribuição nacional de derivados de petróleo é o trabalho de Souza

(1998) que também analisa a distribuição entre os centros de distribuição e os postos e analisam a

distribuição através de dutos, quantificando os seus custos de transporte. Estes trabalhos, embora não

tratando o problema específico dos estoques, é uma referência para o entendimento do setor

downstream da indústria de petróleo.

Wiig (1975), desenvolveu um modelo de programação linear para otimizar o fluxo ótimo de

distribuição de produtos entre as refinarias e consumidores finais. O modelo considerado foi

desenvolvido obedecendo ao sistema de distribuição americana, diferente da distribuição brasileira.

Neste modelo, o objetivo era maximizar o retorno sob os investimentos das refinarias sujeito a

restrições do sistema de transporte, demanda dos clientes, etc.

Escudeiro et al. (1999) também avaliaram a estrutura de distribuição de derivados,

desenvolvendo um modelo determinístico para minimizar o custo logístico total para satisfazer a

demanda sujeito a restrições de modo de transporte, limitações de oferta e estoque e outras restrições

logísticas .

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A análise dos modelos acima mostrou uma lacuna na literatura quanto ao problema de

distribuição integrada para constituição de estoques estratégicos. Para este problema específico, existe

uma quantidade fixa que precisa ser distribuída de maneira a reduzir os custos de transporte e

armazenagem.

3.6 Distribuição de Derivados

Segundo Martins (2008), para receber, armazenar e distribuir os combustíveis, as distribuidoras

possuem bases de distribuição, que são instalações com facilidades necessárias para tais operações.

As distribuidoras possuem três tipos principais de clientes, os revendedores, os consumidores e

os transportadores retalhistas (TRRs). Os revendedores são os postos de serviço, que comercializam os

combustíveis diretamente ao consumidor final. O mercado consumidor das distribuidoras é constituído

de indústria e empresas que utilizam o combustível, como insumo básico.

Investimentos milionários estão sendo aplicados pelas principais distribuidoras de combustíveis

brasileiras para ampliar sua participação em um setor extremamente beneficiado pela expansão da

economia e, conseqüentemente, da frota de veículos leves. A estratégia para isso é capturar os

revendedores que extinguiram contrato ou simplesmente não mantêm vínculo comercial com nenhuma

distribuidora, os chamados postos de bandeira branca. A aquisição de empresas também contribuirá

para a meta de expansão e a instalação de novas bases de armazenamento dará o suporte logístico

necessário.

Atualmente, 211 distribuidoras disputam o mercado brasileiro, das quais apenas as quatro

maiores – ALE, BR, Ipiranga, Cosan e Shell, as duas últimas agora unidas na Raízen, integram o

Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes, o Sindicom, e

dominam quase 80% do market share da distribuição de líquidos. Dos 38.148 postos revendedores

espalhados pelo país, 16.661, ou 43% do total, não possuem vínculo comercial com distribuidoras e

devem ser, nos próximos anos, o principal foco das distribuidoras para ganhar nichos de mercado.

Os destaques desses investimentos ficam com a Ipiranga, com plano de aplicar R$ 548 milhões

na ampliação e renovação da rede de postos, com a ALE, que aumentará seu investimento dos R$ 80

milhões em 2010 para 100 milhões em 2011 também em novos postos e bases, e com a Raízen, que

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planeja a abertura de 150 a 180 postos por ano. Já a expectativa da BR Distribuidora, líder desse

segmento, é garantir a fatia de mercado estabelecida em 2010, quando alcançou 34,2% do bolo,

segundo dados da ANP. (Gaspari, A. et all, 2011, p89).

Figura 1: Market Share.

Fonte: ANP

3.6.1 Bases de Distribuição

Cardoso (2004) diz que das refinarias os produtos seguem, conforme a melhor logística, para as

distribuidoras, que são empresas cujas atividades se caracterizam pela aquisição de produtos a granel e

sua revenda por atacado para a rede varejista ou para grandes consumidores.

Num país de dimensões continentais, o grande desafio logístico é atingir as mais longínquas

regiões, com preços competitivos e qualidade nos produtos. As grandes distribuidoras mantêm bases

em diversas regiões. Tais instalações possuem toda a infra-estrutura e facilidades necessárias ao

recebimento de derivados de petróleo, bem como para o armazenamento, mistura, embalagem e a

própria distribuição. Assim sendo, pode-se ter bases servidas diretamente pelos centros produtores e

outras que dependem da instalação de terceiros para viabilizar a movimentação dos seus produtos,

segundo Cardoso (2004).

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As Bases de Distribuição podem ser divididas em Bases Primárias e Secundárias, segundo

Martins (2008).

3.6.1.1 Bases Primárias ou Principais

São as que recebem os produtos diretamente de uma refinaria ou através da importação direta

dos mesmos. Neste caso, o produto não passa antes por nenhuma outra base, segundo Cardoso (2004).

As bases primárias são aquelas que recebem os produtos, diretamente dos fornecedores,

segundo Martins (2008).

Figura 2: Bases Primarias.

Fonte: Sindicom.

3.6.1.2 Bases Secundárias

Segundo Cardoso (2004), as bases secundárias são as que recebem o produto de outra base, seja

principal ou secundária. Normalmente, em locais mais distantes, as bases da Petrobrás servem a outras

bases que não dispõem da estrutura logística necessária para conduzir os produtos até aquela região.

Também pode acontecer desta opção ser mais vantajosa na análise do custo/benefício.

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Martins (2008) diz que as secundárias são aquelas que recebem de outras bases. Esta

classificação é amplamente utilizada pelo setor, entretanto, como o álcool pode ser recebido por quase

todas as bases, primárias ou secundárias, essa classificação se torna incoerente. Como no passado,

antes do pró-álcool, essas instalações só recebiam derivados de petróleo, a classificação foi mantida.

Atualmente, o mercado de distribuição de combustíveis considera que bases primárias são

aquelas que recebem derivados de petróleo diretamente de refinaria ou por cabotagem (marítima).

Figura 3: Bases Secundárias.

Fonte: Sindicom.

4- As refinarias e as cargas do petróleo

Uma refinaria de petróleo é um processo industrial de plantas, onde o petróleo bruto é

processado e refinado em produtos mais úteis, tais como nafta, gasolina , óleo diesel , base de asfalto ,

óleo combustível , querosene e gás liquefeito de petróleo (CONAWAY, 2009).

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As refinarias de petróleo são geralmente grandes, formando complexos industriais com extensa

tubulação correndo por toda parte, levando fluxos de fluidos entre as grandes unidades de

processamento químico. Em muitos aspectos, as refinarias de petróleo utilizam grande parte da

tecnologia e podem ser consideradas como os tipos de instalações químicas. O mix de petróleo tem

sido tipicamente processado por uma planta de produção de petróleo. Geralmente, há um depósito de

óleo perto de uma refinaria de óleo para o armazenamento de entrada de petróleo bruto, assim como os

produtos líquidos a granel (ALVEAL, 2001).

Uma refinaria de petróleo é considerada uma parte essencial do downstream da indústria do

petróleo. Sobre o funcionamento operacional de uma refinaria se verifica que o petróleo cru ou não

transformados, geralmente não é útil em aplicações industriais. O petróleo bruto tem sido usado

diretamente como combustível queimador para produzir vapor para propulsão de navios. Os elementos

mais leves, no entanto, formam vapores explosivos nos tanques de combustível e, portanto, são

perigosos, especialmente em navios de guerra. Em vez disso, as centenas de moléculas de

hidrocarbonetos em petróleo bruto são separados numa refinaria em componentes que podem ser

utilizados como combustíveis, lubrificantes e, como matérias-primas em processos petroquímicos que

fabricam produtos tais como plásticos, detergentes , solventes , elastômeros e fibras , tais como nylon e

poliésteres (ALVEAL, 2001).

Petróleos combustíveis fósseis são queimados em motores de combustão interna para fornecer

energia para navios, automóveis, motores de aviões, cortadores de grama, motosserras e outras

máquinas. Diferentes pontos de ebulição permitem que os hidrocarbonetos sejam separados no

processo de destilação. Uma vez que os produtos são mais leves líquidos em grande demanda para

utilização em motores de combustão interna, uma refinaria moderna pesada irá converter

hidrocarbonetos gasosos e elementos mais leves petróleo (CONAWAY, 2009).

O óleo pode ser utilizado numa variedade de maneiras, pois contém hidrocarbonetos de

diferentes massas moleculares, formas e comprimentos, tais como parafinas, aromáticos, naftenos (ou

cicloalcanos ), alcenos , dienos e alcinos . Embora as moléculas de petróleo incluam diferentes

elementos, tais como átomos de enxofre e azoto, o hidrocarboneto é a forma mais comum de

moléculas, que são as moléculas de comprimentos variados feitas de átomos de hidrogênio e carbono,

e um pequeno número de átomos de oxigênio petróleo (CONAWAY, 2009).

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As diferenças na estrutura destas moléculas responsáveis pelas suas diferentes propriedades

químicas e físicas, traz a variedade de petróleo úteis em uma ampla gama de aplicações.

Uma vez separado e purificado de quaisquer contaminantes e impurezas, o combustível ou

lubrificante pode ser vendido sem processamento adicional. Moléculas pequenas, tais como isobutano

e propileno ou butilenos podem ser recombinadas para satisfazer específicas exigências por processos

tais como alquilação, ou menos frequentemente, a dimerização. Índice de octano da gasolina, também

pode ser melhorado por reformação catalítica, que envolve a remoção de hidrogênio de

hidrocarbonetos produtoras de compostos com índices de octano superiores, tais como aromáticos.

Produtos intermediários como gasóleos poden até ser reprocessados para quebrar um óleo pesado, de

cadeia longa em um mais leve de cadeia curta, por várias formas de rachar, como craqueamento

catalítico fluido, craqueamento térmico e de hidrocraqueamento. A etapa final da produção de gasolina

é a mistura de combustíveis com diferentes índices de octanagem, pressões de vapor e outras

propriedades para atender às especificações do produto (ALVEAL, 2001).

As refinarias de petróleo são plantas de grande porte, processando cerca de cem mil a várias

centenas de milhares de barris de petróleo bruto por dia. Devido à elevada capacidade, muitas das

unidades operam continuamente, em oposição ao processamento em lotes, em estado estacionário ou

estado quase estacionário durante meses a anos. A alta capacidade também faz otimização de

processos e controle de processo avançado muito desejável (ALVEAL, 2001).

As cargas de petróleo são formadas, essencialmente, por três tipos de produtos, o óleo cru sem

aquecimento, o óleo cru com aquecimento e os condensadas, que são as frações líquidas do gás natural

obtidas no processo de separação normal de campo, mantidas em estado líquido nas condições normais

de temperatura e pressão (CONAWAY, 2009).

Os derivados escuros de petróleo são as cargas derivadas do óleo cru, também conhecidos

como produtos sujos de petróleo, pela denominação inglesa "dirty petroleum products", que são

estocados e transportados em tanques (Saraceni: 2006:48), onde necessitam de aquecimento para a

conclusão da atividade.

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Essa denominação inglesa é advinda de sua característica de transporte e armazenagem, de

deixar borras e/ou sedimentos nas paredes e nos fundos dos tanques, tendo em vista que essas cargas

são formadas por resíduos de operações de refino, como óleos combustíveis, gasóleo de vácuo,

resíduos atmosféricos, SRFO - Straight Run Fuel Oil, e asfaltos, cujas densidades normalmente

equivalem ou excedem a do óleo cru (CONAWAY, 2009).

Além dos derivados escuros, existem os derivados claros de petróleo, que são formados por

seus destilados médios e leves, como a nafta, o diesel, os querosenes, as gasolinas e os solventes, bem

como pela gasolina natural, que é a mistura em estado líquido de hidrocarbonetos extraídas do gás

natural em separadores especiais ou em unidades de processamento de gás natural.

4.1- O mercado Brasileiro de Derivados

Para que seja possível descrever objetivamente o parque de refino brasileiro, é necessário

representar a evolução do mercado brasileiro de derivados, uma vez que, em função de economias de

escopo e escala, a instalação de uma determinada refinaria ou do próprio parque de refino é

usualmente moldada pelas características do mercado consumidor que se deseja atender. Além desse

aspecto, o mercado consumidor é notadamente dinâmico, ou seja, sofre mudanças ao longo do tempo,

o que, por consequência, acaba por demandar adaptações nas refinarias de modo a atendê-lo.

4.2- Características do Parque Atual

Para atender a demanda nacional de derivados, o parque nacional de refino brasileiro é hoje

formado por 12 refinarias pertencentes a Petrobras, que controla o parque de refino com 98,1 % e

refinarias de iniciativa privada, com uma capacidade nominal instalada de processamento de petróleo

da ordem de dois bilhões de barris/dia.

REFINARIA

CIDADE

PARTIDA

CAPACIDADE

NOMINAL

(b/d)

Refinaria de Paulínia

REPLAN

Paulínia – SP

1972

365 000

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Refinaria Landulpho Alves

RLAN

São Francisco do Conde –

BA

1950

323 000

Refinaria Henrique Lage

REVAP

São José dos Campos – SP

1980

251 000

Refinaria Duque de Caxias

REDUC

Duque de Caxias – RJ

1961

242 000

Refinaria Alberto

Pasqualini

REFAP

Canoas – RS

1968

189 000

Refinaria Pres. Getúlio

Vargas

REPAR

Araucária – PR

1977

189 000

Refinaria Presidente

Bernardes

RPBC

Cubatão – SP

1955

170 000

Refinaria Gabriel Passos

REGAP

Betim – MG

1968

151 000

Refinaria de Capuava

RECAP

Mauá – SP

1954

53 000

Refinaria Isaac Sabbá

REMAN

Manaus – AM

1956

46 000

Refinaria Clara Camarão

RPCC

Guamaré – RN

2000

27 000

Refinaria de Petróleo

Riograndense

Rio Grande – RS

1937

17 000

Refinaria de Petróleo de

Manguinhos

Rio de Janeiro – RJ

1954

15 000

Lubrificantes e Derivados

de Petróleo do Nordeste

LUBNOR

Fortaleza – CE

1966

8 000

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UNIVEN Petróleo Itupeva - SP 2007 7 000

Tabela 1: Refinarias em operação

Fonte: Manguinhos (2011); Petrobras (2011a); RPR (2011). UNIVEN (2011)

O período que se estende da criação da Petrobras (1954) até o segundo choque do petróleo foi

marcada pelos investimentos nas atividades downstream, ou seja, investimentos na construção do

parque de refino e da infraestrutura nacional de abastecimento. O objetivo foi garantir o suprimento da

demanda nacional de derivados pressionada pelo crescimento econômico decorrente da política

desenvolvimentista do presidente Juscelino Kubitschek, bem como a redução da dependência externa

energética (Aragão, 2005). Assim todo parque de refino brasileiro foi construído até 1980, quando

entrou em operação a última refinaria, a Refinaria Henrique Lage (REVAP), em são José dos

Campos/SP. No que se refere a produção das refinarias privadas, cabe destacar que a refinaria de

Manguinhos está com a atividade de refino suspensa desde 2005.

Localização das Refinarias Brasileiras

A localização das refinarias brasileiras é adjacente a grandes centros consumidores,

especialmente as regiões metropolitanas do sudeste e sul do país. Além disso, grande parte do parque

de refino instalado no Brasil foi concebido em um contexto muito diferente do atual. Além de

buscarem atender um perfil de demanda muito diferente, com gasolina e óleo combustível como

principais derivados, as cargas processadas eram em sua maioria importadas, pois a produção de

petróleo ainda era baixa.

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Figura 4: Refinarias Brasileiras

Fonte: ANP/Petrobrás

5- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos citar cinco razões que orientam a localização geográfica de refinarias: a

localização dos recursos naturais; a aglomeração populacional; as economias de escala, a preferência

da comunidade e a eficiência do capital.

A localização da infraestrutura industrial é realizada para completar os fatores econômicos

de produção, que incluem os recursos naturais e humanos, bem como infraestrutura de apoio: portos,

oleodutos, eletricidade e sistemas de transporte.

A indústria também busca economia de escala através da expansão da capacidade de

localizações atuais, a fim de reduzir a redundância e despesas gerais.

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A concentração das refinarias também é o resultado de resistência ou convite das

autoridades dos governos locais através de preferências da comunidade e de base fiscal criada em

torno das preocupações ambientais e estéticas. Finalmente, as refinarias consolidam a sua

infraestrutura com o intuito de reduzir o excesso de capacidade e despesas de capital.

A escolha por determinado local para o funcionamento de refinarias leva em a exposição

extraordinária para os efeitos do singular ou perigos artificiais. O risco pode ser avaliado em termos de

escopo (amplitude), escala (profundidade), frequência (probabilidade), e impacto (custo) de dano para

a infraestrutura e da economia.

Os riscos mais comuns são eventos meteorológicos, doenças infecciosas, e insurgência /

terrorismo. Grandes eventos meteorológicos incluem inundações, tempestades, etc.

A consolidação da estratégia de crescimento sustentável, com inclusão social, pressupõe a

substituição de um processo assimétrico de desenvolvimento socioeconômico de consequências

negativas, tanto para as áreas atrasadas como também para as regiões mais prósperas.

É necessário que nos próximos anos haja o desenvolvimento solidário entre as diversas regiões

do País, potencializando as vantagens da diversidade cultural, natural e social. Precisamos reconhecer

que os problemas regionais são nacionais. A política regional não pode mais ser um problema de

algumas regiões, mas uma política nacional que promova a coesão territorial como expressão da

coesão social e econômica do País.

As primeiras regiões contempladas serão: Nordeste, Norte e do Centro-Oeste; com atenção

diferenciada às zonas deprimidas, cuja integração à dinâmica de crescimento nacional é um dos

desafios centrais para a desconcentração da renda.

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