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Curitiba, terça-feira, 18 de maio de 2010 - Ano XII - Número 560 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected] DIÁRIO d o B R A S I L O Coletivo da Luta Antimanicomial do Paraná promoverá hoje o Ato pela Reforma Psiquiátrica, às 8h30, na Praça Santos Andrade, no centro da cidade. A manifestação, que contará com a participação de estudantes e de profissionais da área psiquiátrica, marca as comemorações do Dia da Luta Antimanicomial. Pág. 3 Manifestação no Centro pede fim dos manicômios Começou ontem o XI Congresso da Intercom Sul, em Novo Hamburgo (RS). Mais de 1700 pessoas participam do evento, que reúne pesquisadores, professores e estudantes de Comunicação do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Pág. 8 Maria Carolina Lippi A banda irlandesa U2 é o tema da coluna de Álbuns Clás- sicos de hoje, com o seu CD “Boy”, de 1980. O espaço literá- rio traz uma reflexão sobre as obras do escritor francês Gusta- ve Flaubert, com destaque para Felicité, personagem do conto “Um coração Singelo” Pág. 6 Colunas O barista é o profissional responsável pelo preparo do café nas melhores cafeterias. Parece simples, mas existe até um campeonato para premiar os melhores preparadores da bebida. Pág. 5 Café e arte Meninos e meninas separados em sala de aula? Pág. 7

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JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO

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Curitiba, terça-feira, 18 de maio de 2010 - Ano XII - Número 560Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected]

DIÁRIO

do

BRASIL

O Coletivo da Luta Antimanicomial do Paraná promoverá hoje o Ato pela Reforma Psiquiátrica, às 8h30,na Praça Santos Andrade, no centro da cidade. A manifestação, que contará com a participação deestudantes e de profissionais da área psiquiátrica, marca as comemorações do Dia da LutaAntimanicomial. Pág. 3

Manifestação no Centropede fim dos manicômios

Começou ontem o XI Congresso da Intercom Sul, em Novo Hamburgo (RS). Mais de 1700 pessoas participam do evento, quereúne pesquisadores, professores e estudantes de Comunicação do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Pág. 8

Maria Carolina Lippi

A banda irlandesa U2 é otema da coluna de Álbuns Clás-sicos de hoje, com o seu CD“Boy”, de 1980. O espaço literá-rio traz uma reflexão sobre asobras do escritor francês Gusta-ve Flaubert, com destaque paraFelicité, personagem do conto“Um coração Singelo”

Pág. 6

Colunas

O barista é o profissionalresponsável pelo preparo docafé nas melhores cafeterias.Parece simples, mas existe atéum campeonato para premiaros melhores preparadores dabebida.

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Café e arte

Meninos emeninasseparados emsala de aula?

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Espaço

do Leitor

Outro dia estava vendo meu Twitter quando li um tweetque dizia: “depois de 122 anos de libertação, ainda somosobrigados a votar”[sic].

Como assim, “obrigados a votar”?O voto é um direito conquistado, sobretudo no Brasil, onde

passamos grande parte da nossa história dominados por di-taduras autoritárias, com o perdão da redundância.

O fulano que postou isso no sítio de relacionamentos deveter uns 15 ou 16 anos e isso é o mais preocupante. A nossajuventude alienada de todo processo histórico de lutas e rei-vindicações de uma geração marcada pela ditadura. Decertonão conhece o Pasquim, acha que a Dilma Rousseff foi presaporque é terrorista e depois toma uma coca no bar da esqui-na.

Votar, ao que me parece, para eles significa assumir a res-ponsabilidade pela direção do país. E responsabilidade as-susta. Assusta porque se as coisas não dão certo, você tam-bém tem sua parcela de culpa. Assusta porque criticar é maisfácil que reconhecer o erro.

Assusta porque ninguém está nem aí para o futuro dopaís. Eles só não querem votar. E depois disso ficam revolta-dos com o que chamam de “políticas assistencialistas” comoo Bolsa Família, o ProUni e afins. Ainda no mundo “Twit-tal” a candidata à Presidência Marina Silva (PV) postou:“Quem critica o Bolsa Família são aqueles que nunca passa-ram fome”. Fato. Nunca vi ninguém que receba o auxílio dogoverno de forma justa reclamar disso. Não só por mera con-veniência, digo aqui que as pessoas que criticam geralmenteconhecessem pouco ou não conhecem a política.

São os zé-ninguéns que reproduzem o senso comum. Osenso comum que diz: “Não perco meu voto, eu voto em bran-co”. Tá bom. Votar em branco nada mais é do que comodis-mo. Geralmente, quem vota em branco é o cara ou a guria quenão tem problemas educacionais, que mora num condomíniofechado e que, aos fins de semana, vai ao cinema assistirAvatar. O voto em branco manifesta a burrice de classificaraquilo que é um direito como um dever.

E depois de toda essa reflexão, cheguei à conclusão de queescravidão nada tem a ver com voto. E tenho dito.

A escravidãodo voto

Reitor: José Pio Martins. Vice-Rei-tor: Arno Antonio Gnoatto; Pró-Reitor de Graduação: Renato Ca-sagrande ; Pró-Reitor de Planeja-mento e Avaliação Institucional:Cosme Damião Massi; Pró-Reitorde Pós-Graduação e Pesquisa ePró-Reitor de Extensão: BrunoFernandes; Pró-Reitor de Adminis-tração: Arno Antonio Gnoatto; Co-ordenador do Curso de Jornalis-mo: Carlos Alexandre Gruber deCastro; Professores-orientadores:Ana Paula Mira e Marcelo Lima;Editores-chefes : Aline Reis([email protected]), Daniel Cas-tro ([email protected]) e Di-ego Henrique da Silva([email protected]).

“Formar jornalistas com abrangen-tes conhecimentos gerais e humanís-ticos, capacitação técnica, espíritocriativo e empreendedor, sólidosprincípios éticos e responsabilidadesocial que contribuam com seu tra-balho para o enriquecimento cultu-ral, social, político e econômico dasociedade”.

O LONA é o jornal-laboratóriodiário do Curso de Jornalismo daUniversidade Positivo – UPRedação LONA: (41) 3317-3044Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300– Conectora 5. Campo Comprido.Curitiba-PR - CEP 81280-30. Fone(41) 3317-3000

Expediente

Missão do cursode Jornalismo

Aline [email protected]

Opinião

Divulgação/ Blog Marcelo Abreu

Viver em locais que oferecem risco de desabamento e àsaúde não é a primeira alternativa das pessoas. A falta deopção leva a população carente a morar em lugares que nãocontam com os recursos de uma cidade moderna. Nesses lo-cais, a precariedade é o que impera. Levada a construir suascasas próximas a esgotos e encostas, a população pobre é aprincipal vítima das forças da natureza.

Com as fortes chuvas, o noticiário de TV e dos jornais ficarepleto de tragédias que poderiam ter sido evitadas. Isso re-força o que ocorreu em Niterói (RJ), no início de abril, e queacontece por todo o país. O Morro do Bumba, local que abri-gou o segundo aterro sanitário da cidade, passou a recebermoradores anos depois de ter sido desativado. Em abril, lite-ralmente afundou, engolindo e matando dezenas de pessoas.

Memóriaé o que faltaNathalia [email protected]

As pessoas esperam respeito, pela lembrançade quem tem o dever de garantir qualidade devida. Lembrar da população somente comoeleitora e deixá-la à mercê por quatro anospassou a ser rotina.

A ocupação do morro, feita de maneira irregular, mas coma conivência do setor público, trouxe uma série de riscos paraos moradores, apesar de haver esperanças. Desde que ocu-pou a área, a comunidade esperava melhorias no local. E,num primeiro momento, encontrou: foram implantados es-cola, obras de saneamento, programa de saúde pública, ins-talação de luz, quadra e creche. O problema é que, mesmosabendo dos riscos — mas de olho nas eleições —, o poderpúblico apenas ajudou a remediar a situação dos morado-res, sem oferecer uma alternativa melhor, que seria criar ha-bitações populares em área segura.

Apesar da tragédia ocorrida no local, o prefeito preferiu dei-xar a culpa por conta da natureza. Em entrevista à CBN, JorgeRoberto Silveira comparou o desastre a tsunamis e terremotos.“Eu não fujo das minhas responsabilidades, mas ninguém res-ponsabilizou governantes da Ásia pelo tsunami ou os chilenospelo terremoto. O que houve foi um desastre natural”.

Silveira disse que não teve culpa alguma pelo desabamen-to. Chegou a afirmar que sequer se lembrava de que até 1986o local havia sido um lixão. “Quando fui ao Bumba, vi queas pessoas procuravam um culpado, mas eu não tenho cul-pa, não mandei chover aquela quantidade de chuva.” Real-mente, ele não mandou chover, mas também não poderia secolocar desta maneira diante da situação.

De acordo com O Globo, “com a desativação do lixão doMorro do Bumba, foi proibida a ocupação do local, mas aospoucos, por falta de fiscalização, foram construídas peque-nas casas de alvenaria”.

Depois que o problema mostra suas consequências, nãobasta encontrar os culpados. As pessoas esperam respeito,pela lembrança de quem tem o dever de garantir qualidadede vida. Lembrar da população somente como eleitora e dei-xá-la à mercê por quatro anos passou a ser rotina. Enquantoisso esperam-se novos temporais, para virem à tona mais des-moronamentos de moradias irregulares e continuar a faltade planejamento habitacional para estes eleitores, quer di-zer, moradores.

Muito bom o artigo do Fer-nando de Castro sobre a cober-tura das eleições 2010, e a ma-téria da Maria Carolina Scher-ner sobre o debate com os jorna-listas que investiga(ra)m as cor-rupções na AL/PR, no LONAde ontem. Isso sim é escreversobre política. Luiz Felipe Deon,estudante de jornalismo, viatwitter (@lfdeon)

O grande problema é sempreo mesmo: todo os dias são pu-blicados os textos das mesmaspessoas, que são amigas doseditores. Isso empobrece o jor-nal. É preciso haver uma aber-tura maior para todos participa-rem. Só assim, haverá motiva-ção para as pessoas escreveremno jornal

(Ana Paula Glockner e Cami-la Franklin, quinto período deJornalismo.)

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Daniel Castro

Como o próprio nome diz, oMovimento Antimanicomial de-fende a extinção dos manicômi-os e a substituição do modelo detratamento psiquiátrico atual.

Os militantes da luta se em-penham em defender um trata-mento mais humano para aspessoas que apresentam algumtipo de transtorno mental, bus-cando lidar com os pacientes deforma diferente da qual eles sãotratados nos manicômios.

Para entender a luta é neces-sário buscar referências históri-cas que datam da RevoluçãoFrancesa, quando aqueles queeram considerados alienadospor não possuírem razão e se-rem alucinados eram manda-dos para asilos psiquiátricos.Esses asilos tornaram-se espa-ços de exclusão e sinônimos detratamento desumano para comos pacientes.

No Brasil, as lutas pelas re-formas na psiquiatria ganha-ram força em 1978, com o surgi-mento do Movimento dos Tra-balhadores de Saúde Mental(MTSM).

Em 1987, durante encontrodo MTSM realizado em Bauru,a luta ganhou força com o lema:“Por uma Sociedade Sem Mani-cômios”, e passou a conquistarespaço em diferentes esferas dasociedade civil.

Com isso, em 1989 foi criadoo projeto de lei Paulo Delgado,propondo a extinção do mode-lo psiquiátrico atual, que seriasubstituído gradualmente poroutras formas de atendimentopautadas em modelos assisten-ciais e que privilegiam a tecno-logia de cuidados, responsávelpor criar vínculos afetivos entreos pacientes.

No entanto, o projeto só foiaprovado em 2001, com um tex-to diferente do original.

Para Diana Theodoro, traba-lhadora de saúde mental e mili-tante do coletivo da luta, o pre-conceito com o portador detranstorno ainda é grande, o quefaz com que o movimento avan-ce devagar.

“As pessoas pensam que olouco é um sujeito perigoso. A

Por uma sociedadesem MANICÔMIOS

No Dia da Luta Antimanicomial,profissionais e estudantes depsicologia defendem uma amplareforma psiquiátrica

mídia atua reforçando o dis-curso, o que faz com que ele seperpetue no imaginário soci-al”, explica. Para ela, seria ne-cessária uma mudança decomportamento da sociedade.“A partir do momento em queas pessoas conhecem e convi-vem com os pacientes, passama respeitá-los”, disse.

No Paraná existe apenasum hospital psiquiátrico pú-blico. A mudança de modelo

requer um investimento governa-mental no sistema gratuito desaúde, o que afeta os interessesda indústria hospitalar. “Umavez que se tenta fechar os mani-cômios, você interfere em umamercadoria que gera lucro paraos donos dos hospitais psiquiá-tricos”, conta a militante.

A estudante de Psicologia daUFPR Náthalie Pavese acreditaque os manicômios medicam ospacientes de forma inapropriada,

deixando de lado fatores impor-tantes para o tratamento. “É im-portante que haja o contato coma família e com a sociedade.Quando a pessoa sai do mani-cômio, ela não está preparadapara viver em sociedade porquefoi excluída durante esse pro-cesso”, afirma.

A estudante ressalta aindaque a discussão é uma impor-tante forma de lutar por melho-rias na saúde de uma maneira

geral. “Defendemos um sistemade saúde público de qualidade.Os doentes mentais não são me-nos cidadãos, e por isso devemser respeitados”, diz.

ServiçoO Coletivo da Luta Antima-

nicomial do Paraná promoveráhoje o Ato pela Reforma Psiqui-átrica, às 8h30 na Praça SantosAndrade. A praça fica no Cen-tro de Curitiba.

Priscila Paganotto

A equipe de produçãodo espetáculo “ClaudiaRaia em Pernas pro Ar”conversou com um grandepúblico admirador doteatro, no domingo, noauditório do Teatro Positi-vo. Em um diálogo descon-traído com os participantes,depois da passagem de umvídeo, Claudia Raia esclare-ceu dúvidas sobre a produ-ção da sua peça, que estárodando o país. O vídeorevelou que a produção dapeça envolve aulas pesadasde canto, dança, encenação,figurino, além da tecnologiautilizada para o cenário.

Com argumento de LuisFernando Veríssimo, textode Marcelo Saback e direçãode Cacá Carvalho, acompa-nham Claudia Raia naequipe de atuação onzeatores, cantores e bailari-nos, além de orquestra.

O espetáculo é sobre umsonho, cuja protagonista,Helô (personagem vividapor Claudia), é a sonhado-ra. Sonha para experimen-tar uma outra vida fora dasua realidade cotidiana dedona de casa muito exem-plar. O que chama atenção éque a atriz, aos 43 anos,

além de representar, cantar edançar, vive várias “Helôs”,mudando suas roupas muitasvezes durante a peça.

Dirigir um espetáculodestes, segundo Cacá Carvalho,significa receber um presente.Ele dá também a dica àquelesque querem seguir este estiloteatral: “Só tem duas maneirasde aprender a subir na vida:através do conhecimento e doroubo. Um bom ladrão roubacom eficiência de um livro, deum espetáculo, com o olho ecom o ouvido”.

Francielle Gonçalvez Gomesé estudante de teatro e afirmaque conversar com o elenco foiuma grande oportunidade.“Você fica impressionada dever o talento de todo mundo.Uma coisa que eu vou levardaqui é a experiência. Isso é umsonho”.

“Quando eles participam deum evento como este, elescomeçam a enxergar o espetá-culo de uma forma que elesnunca viram. Os espetáculos dafundação cultural sempreforam pequenos, experimentais,e eles começam a enxergar quetudo é muito maior e que elespodem também sonhar comisso”, afirma Tatyane Ravedut-ti, professora de teatro daRegional da Fundação Culturalde Santa Felicidade.

Trata-se de um teatromusical, onde o trabalho émuito mais complexo, pois oator deve atuar, cantar edançar com eficiência. Paraisso, é utilizada a técnica“belting”, onde a voz faladatem o mesmo tom que a vozcantada, não dando a impres-são de que o ator muda a vozpara cantar. “Tudo é ao vivo,nada é gravação durante apeça”, diz Marconi Araújo,diretor musical.

Este foi o principal desa-fio para Claudia Raia. Quan-do decidiu fazer o espetácu-lo, a atriz começou a fazeraulas de canto duas vezespor dia, das 7h30 da manhãàs 9h30 e às dez horas danoite. “Um trabalho cansati-vo, mas se o desafio fossepequeno, não seria paramim”, afirma Claudia, queem um ano conseguiu darum grande salto na afinaçãoda sua voz.

Juntos, todos os trabalhosrealizados devem contar ahistória: a roupa utilizada,cada movimento da coreogra-fia, cada música, iluminação ecenário. Claudia conta queteve vontade de desistir váriasvezes, mas seus colegas não adeixaram. Foi realizada umapreparação de três meses dosatores em cada área citada,

trabalhando de oito a dezhoras por dia. No final dodia, os atores ensaiaramcom tudo o que foi aprendi-do nas aulas. “A aula debalé, por exemplo, é essenci-al para que o ator não semachuque em cena”, afirmaClaudia.

Ao responder umapergunta da plateia, elaresumiu a construção de suapeça em duas palavras:coragem e dificuldade. Aideia parecia impossível deser concretizada, pois seritinerante exige que a equipemonte cenários com 45microfones em cinco/seishoras e tudo tem que funcio-nar perfeitamente. São 51pessoas trabalhando e 20toneladas de equipamentos,que precisam ser deslocadospelo país inteiro. A prepara-ção do local da apresentaçãoda peça deveria ser feita emuma semana, mas estásendo em três dias. “Issoquando o teatro libera essetempo para a gente, quandoconseguimos chegar a tempona cidade, enfim, quandotemos sorte”, conta Claudia.

A protagonista finaliza oencontro afirmando que “agente não deve correr dossonhos, mas sim ir atrásdeles”.

Claudia Raia realizaworkshop no Teatro Positivo

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Alguns instantes de relaxa-mento durante o expediente po-dem gerar benefícios surpreen-dentes para a saúde do funcio-nário e para a empresa. Aliadoa isso, a Quick Massage, verten-te da massoterapia utilizada emambientes corporativos, tem de-manda crescente em todo o Bra-sil. Trata-se de sessões de mas-sagem que duram de 15 a 20minutos, feitas em cadeiras es-pecialmente projetadas com oobjetivo de promover o equilí-brio físico, mental e energético,aliviando tensões e dores loca-lizadas.

Algumas das técnicas reali-zadas são movimentos de de-dos e palmas das mãos, commanobras de deslizamentos su-perficiais e profundos, além deamassamento, pressões, vibra-ções e percussão. Uma sessãoda massagem é capaz de au-mentar a circulação do sangue,o que gera a redução dos riscosde lesões, principalmente quan-do o tempo está frio. A irrigaçãosanguínea abundante faz comque os músculos fiquem pron-tos para responder às exigênci-as dos exercícios sem que haja

Daniel D'Alessandro traumas musculares.Dentre as vantagens que o

serviço produz para o empre-sariado, estão os resultados emcurto prazo, que incluem me-lhoria na disposição dos em-pregados e, consequentemente,aumento da produtividade.“Além disso, o nível de aten-ção dos funcionários melhora,bem como a qualidade de vidadentro e fora do ambiente detrabalho”, diz Ângela Brandi-ni, professora de massoterapiae responsável pela aplicaçãoda Quick Massage em empre-sas de Curitiba.

São vários os setores queprocuram a terapia no Brasil,como hospitais, bancos, co-mércio e, principalmente,agências de telemarketing.“Normalmente aplicamos nosambientes em que os níveis deestresse e pressão são gran-des”, afirma Brandini.

No entanto, a massotera-peuta aponta que há contrain-dicações para a realização damassagem, como patologiasem fase aguda, processos in-fecciosos e inflamatórios emestágios avançados, febre, en-fermidades tumorais e altera-ções neurológicas.

Modalidade de massagemrepresenta melhoria imediatanos níveis de estresse no trabalhoCresce no país a Quick Massage: terapia de poucos minutos eresposta rápida na intenção de elevar o bem-estar entre funcionários

Saúde

Custo-benefícioKelly Giulianis promove

sessões de Quick Massage emsua empresa há quatro anos.Ela afirma que a resposta po-sitiva adquirida em poucotempo foi surpreendente. “Arelação entre custo e benefícioé fantástica, já que as despe-sas não passam de R$10 porfuncionário em cada massa-gem”, diz. Seu quadro de em-pregados reduziu em até 35%as faltas esporádicas ao longodo primeiro mês de aplicação;desde então, seus funcionári-os passam pela terapia quin-zenalmente.

Kelly conta ainda que 15dias é o período ideal entre umasessão e outra. “Após aproxi-madamente 14 dias, os funcio-nários voltam a ficar expostosao nervosismo. É necessárioque seja algo contínuo dentroda corporação”.

RecomendaçãoA Quick Massage é unani-

midade também entre as pes-soas que passaram pela expe-riência. Marli Ribas é recep-cionista de um hospital emCuritiba e recomenda a qual-quer pessoa que faça uso da

Érica Silka

Érica Silka

massagem. “Percebi um alí-vio imediato logo na primei-ra aplicação”, afirma. Marlilista boa disposição e bem-estar até mesmo em casacomo as vantagens que ad-quiriu. Para ela, essa terapiaalivia malefícios do cotidianocomo um todo, não sendo res-

tritas ao tratamento das ten-sões corporativas. “Há vári-as coisas na nossa vida quenos irritam bastante. Tenhoido aos bancos, por exemplo,apenas no meu horário de al-moço, após passar pelas mas-sagens aqui no hospital”, ob-servou.

Quem passou pelaexperiência contaque o alívio dastensões é imediato

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que cabeem uma

xícara

Conhecimento

O barista é o profissionalda xícara perfeita,conhece tudo sobrecafés e sabe comocombiná-los

No Brasil, não existe uma regulamentação, ouformalidade para a prática da profissão. Mas issonão torna o mercado de trabalho menos concorri-do. Simoni diz que o mercado para um barista éamplo e restrito ao mesmo tempo. Amplo, pois éum segmento pouco explorado, e restrito, porqueexige bastante experiência. A especialista aindaafirma: “Precisamos formar baristas, e não opera-dores de máquinas”. Vários cursos são ofertados,mas para Simoni são poucos os que realmente,com poucas horas de teoria e prática, conseguemformar profissionais qualificados. Nisiide acredi-ta que a profissão em Curitiba esteja caminhan-do, embora em passos lentos. “Aos poucos os con-sumidores vão tomando consciência da diferençade um bom barista no preparo do café”. O baristapremiado ainda conseguiu resumir em poucas pa-lavras a beleza de fazer o que se gosta:”a profis-são me ensinou que os mínimos detalhes fazemuma grande diferença na xícara”.

Formação

Geral

Laura Beal Bordin

“Experimenta este, tem notasde jasmin”. Qualquer pessoaque escute esta frase acreditaque esteja se falando de perfume.Mas, acredite se quiser, nestemomento a barista e especialis-ta em cafés Simoni Yamaguti se-gurava uma pequena xícaracheia com uma variedade espe-cial da bebida. “A diferença vemda fazenda. A qualidade do caféé um processo. Um processo quedeve ser respeitado”, diz. ParaSimoni, dez anos atrás poucaspessoas sabiam apreciar o café.Este número vem aumentandonos últimos anos, como mos-tram dados da Associação Bra-sileira de Café e Barista (ACBB).Criada em 2005, a associação

passou de apenas 19 associadospara mais de 90 em 2009. “Mui-ta gente não gosta do amargordo café, mas poucos realmentesabem que o bom café não éamargo”, conta Simoni ao expli-car qual é a importância de umbarista na qualidade da bebida.

Assim, fica fácil perceber oquão difícil é encontrar a bebidaperfeita. E o barista perfeito. Si-moni é proprietária de um caféem Curitiba e sabe como nin-guém falar sobre o barismo. “Obarista deve ser destemido. Nãopode ter limitações e saber traba-lhar bem com a sensorialidade.Como em qualquer profissão, oprazer, gostar do que faz é essen-cial”. Além disso, a especialistaresalta que gostar de café é im-prescindível. “O paladar do ba-

rista deve ser melhor do que o docliente. Senão, seu trabalho nemseria notado”.

PremiaçõesO reconhecimento do pro-

fissional barista vem com pre-miações em campeonatos. Issomesmo, existem campeonatospara avaliar os profissionaisdo café. Existem até mesmotreinamentos específicos paraeste tipo de avaliação. Oscompetidores são avaliadosprincipalmente por suas técni-cas de preparação da bebida.O barista Ricardo Nisiide jáparticipou no Campeonato Pa-ranaense e foi premiado com o5º lugar, classificando-se parao Campeonato Brasileiro deBaristas, realizado pela ACBB

em março deste ano. O primei-ro classificado na etapa brasi-leira participa do campeonatomundial, que reúne os melho-res baristas de 22 países. Ni-siide ficou em décimo lugar,mas acredita que o aprendiza-do vale mais que qualquerpremiação.”A maior recom-pensa é o reconhecimento daimportância da profissão”. Obarista acredita que o campe-onato é uma forma de gerarconhecimento e interesse dosconsumidores em saborear abebida em estabelecimentosque sabem como preparar abebida de forma adequada.

O campeonato consiste empreparar, em apenas 15 minu-tos, 4 expressos, 4 cappucci-nos e 4 drinques de assinatu-

ra. Este tempo também envol-ve apresentar e servir os juí-zes, de forma correta e caris-mática, demonstrando suapaixão pela bebida. O baristatem, previamente, 15 minutospara a organização de sua es-tação de trabalho, e o mesmotempo para realizar a limpezados equipamentos. Como pro-prietária de um café, Simoniressalta que o campeonato e otempo escasso são necessáriospara situar o barista no dia adia de um café. Ricardo Nisii-de concorda: “Ter participadodo campeonato nacional pelaprimeira vez era somente co-nhecer outras pessoas quetambém trabalham na área evivenciar um pouco mais daprofissão”.

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Ricardo ficou na 10ª colocação no campeonato nacional de baristas

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Reprodução

Ao pensar no escritor francês GustaveFlaubert, a primeira obra que vem à mente demuitas pessoas é “Madame Bovary” – obraque levou o escritor ao júri, pois foi conside-rada, num primeiro momento, imoral e con-trária às normas morais e religiosas dos pa-drões da época. Em 1856, enfim, o processofoi arquivado e o adultério de Emma Bova-ry, legitimado dentro de uma sociedade pro-vinciana em busca de uma vida melhor, foiliberado para ser imaginado e analisado pormilhares de leitores ao longo dos séculos.

Flaubert escreveu outras obras de desta-que, como “Educação Sentimental” e “Sa-lammbô”. A maioria delas era baseada emsuas paixões intensas e seus amores platô-nicos. Porém, foi em “Um coração singelo”que ficou mais claro a capacidade de Flau-bert de transformar palavras em imagens. Fe-licité, a protagonista, é diferente de EmmaBovary, que se perpetuou como uma perso-nagem marcante, uma mulher à frente de seutempo, que quebrou a ordem estabelecidapara o seu destino.

Felicité é uma criada que vive nas provín-cias de Pont-I’Évêque, na França, nos primei-ros anos da década de 1800. Sua história devida se confunde com a de uma santa, tama-nha é sua dedicação, primeiramente a umnamorado, ao seu trabalho, aos filhos, à pa-

Eli AntonelliEscreve quinzenalmente sobre literatura,sempre às terç[email protected]

A década de 80 começava recheada de boas bandas. JoyDivision, Talking Heads, The Clash. De Dublin, na Irlanda,cidade conhecida na época mais pelos ataques sangrentos doIRA (Exército Republicano Irlandês) e pelas brigas entre ca-tólicos e protestantes, uma obscura banda lançava o primei-ro de uma série de álbuns que a tornaria um dos maioresgrupos do mundo nas décadas seguintes.

“Boy”, lançado em 1980 pelo U2, unia o bom e velho rockand roll com a fúria punk da época. As guitarras cheias dedelay e harmônicos de The Edge, estilo característico e ini-gualável, a voz juvenil, na época, de Bono Vox, o baixo mar-cado e simples de Adam Clayton, e a bateria marcial de Lar-ry Mullen Jr, já no primeiro disco mostravam um entrosamen-to e uma química própria das grandes bandas.

A capa mostra o menino Peter Radar, vizinho de Bono, enão traz nem o nome da banda nem do disco. “I Will Fo-llow” abre o CD, mostrando logo de cara o lado religioso dabanda. A letra fala da relação com Deus, influência do paísdos caras. Bono forçava a barra de vez em quando. Ele mes-mo declarou nos anos 90 que era meio demagogo, e que ti-nha se enchido de falar em nome de certas coisas, como reli-gião e seu próprio país. “Out of Control”, “Stories for Boys”e “The Eletric Co.” são fantásticas. O trabalho instrumentalé simples, indo direto ao assunto, ao que interessa, sem asfirulas instrumentais intermináveis que tinham marcado orock progressivo dos anos 70, e que tinham sido destruídaspelo punk em 77.

Eles sempre estiveram envolvidos com questões mundi-ais, como a fome e a aids. Em 1985, tocaram no Live Aid,festival que reuniu as maiores bandas da época, como o Que-en, com a grana sendo revertida para combater a fome naEtiópia.

O U2 manteve uma qualidade linear nos seus álbuns até“Rattle and Hum”, lançado em 1988. A partir daí a bandaflertou com a música eletrônica, essa praga moderna, e aca-bou se perdendo um pouco em relação ao seu verdadeirosom. Ao vivo eles são, junto com os Stones, as únicas gran-des bandas de estádio que sobraram. Bandas de estádio sãoas aquelas que, diante do crescimento do rock no final dosanos 70, passaram a tocar em grandes arenas, pois lugarespequenos já não acomodavam seu público.

Confira alguns vídeos memoráveis dos caras, como o“Live at The Red Rocks” e “Rattle and Hum”. Ouvindo a dis-cografia deles até 1988, no álbum “Rattle and Hum” vocêestará com o melhor que o U2 produziu em mais de 30 anosde carreira.

Boy

Marcos AssisEscreve quinzenalmente, às terças-feiras,sobre álbuns clássicos de mú[email protected]

Álbuns clássicos

Banda - U2Ano de lançamento - 1980

troa, ao sobrinho e por fim a um papagaio. A edição da editora Rocco tem apenas 72

páginas. Mas, com palavras selecionadas,como só Flaubert sabia fazer, é possível pas-sar pela vida de Felicitá em seus mínimosdetalhes. A obra é um exemplo de um bomperfil, tamanho o detalhamento da vida sin-gela da personagem.

No decorrer da história, o leitor aguar-da algum acontecimento bombástico que tra-rá toda uma ruptura dentro da narrativa.Mas este acontecimento não vem; ao finalda obra o leitor tem a sensação de que estánuma janela, acompanhando tranquilamen-te o desenrolar de uma vida.

Flaubert tinha uma capacidade de traba-lhar as palavras de modo que as imagensnão eram necessárias. Em 2006, a editoraScipione lançou uma coleção curiosa. Pormeio de ilustrações e textos curtos, as cincoobras buscavam projetar o leitor fazendovocê sentir, vivenciar e entender a vida emépocas e em países diferentes. Em “como se-ria sua vida na idade média?”, por exemplo,o leitor se vê diante de informações detalha-das, como que roupas você usaria na cortedo rei, ou como você aprenderia a ler e a es-crever ao invés de aprender um ofício. Paraimaginar a vida de Felicité, seu tempo, seumundo, séculos depois da Idade Média, nãoé necessário nenhuma ilustração, pois Flau-bert tinha a capacidade de desenhar as ima-gens com suas palavras. Ítalo Calvino, em“Por que ler os clássicos”, afirma que o au-tor fazia muito bem esta relação palavra eimagem. Para ele, em “Um coração singelo”é possível ver os acontecimentos pelos olhosde Felicité.

Madame Bovary e Coração Singelo vãopara galeria dos clássicos certamente, porserem obras atemporais. A articulista AlinePereira afirma que essa classificação se dáà obra quando, mesmo originárias de sécu-los passados, ainda são capazes de trans-mitir uma mensagem que condiz com a rea-lidade atual. No caso de Madame Bovary,podemos afirmar que o que faz dela umaobra clássica é a capacidade de provocareste desconforto nos leitores, com temas po-lêmicos para serem vasculhados ou pelo tex-to ser capaz de fazer o leitor olhar para seupróprio umbigo. E em “Um coração Singe-lo”, a resposta de sua relevância está naspalavras do prefácio da obra da edição de1987, em que Fernando Sabino destaca queesta obra é a descrição perfeita do que demais puro, inocente e delicado pode existircomo sentimento na alma humana.

Divulgação

O perfil de Felicitéaos olhos de Flaubert

Literatura

Gustave FlaubertGustave FlaubertGustave FlaubertGustave FlaubertGustave Flaubert

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Curitiba, terça-feira, 18 de maio de 2010 7

Um ensino mais atraentepode ser o trunfo de muitas es-colas para atrair pais que dese-jam matricular os filhos em umainstituição com ensino diferen-ciado. Entre as distinções, a di-visão de gênero se tornou maisuma opção.

Levando em conta as fasesdo desenvolvimento pedagógi-co de meninos e meninas, a Es-cola do Bosque e Mananciais,recém-inaugurada em Curitiba,prega o ensino dividido por gê-neros. A assessora da escola,Maria Carla Guimarães, contaquais são os desafios e os bene-fícios que esta metodologia deensino acarreta, bem como opreconceito herdado pelas esco-las sexistas do século passado.

Quais são as dúvidas mais fre-quentes apresentadas pelos paisquando querem conhecer e ma-tricular o filho na escola?As questões que vêm em pautaquando os pais ou pessoas pedeminformação sobre a escola são ada sociabilização e da separaçãodos gêneros. Se isso não vai cau-sar algum prejuízo para os alu-nos e como conviver. A educaçãoacontece naturalmente entre gêne-ros opostos e iguais, e a dúvidavem pela falta de conhecimento,por ser uma opção nova, que que-brará alguns paradigmas. A edu-cação mista já foi incorporada hámuito tempo pela sociedade, oque causa esse tipo de questiona-

Tálita Rasoto

mento e insegurança. Essas ques-tões são respondidas não só aquina escola, mas nos meios de co-municação, em pesquisas e no es-tudo da neurociência.

Quais as maiores dificulda-des que uma criança apre-senta quando vem de umaescola mista?A postura inadequada, o desres-peito entre os gêneros, o bulling eos alunos que se provocam mutu-amente são os maiores problemas,mas vamos nos adequando como tempo, pois a escola educa a cri-ança como um todo. Isso é umaforma de dizer que nós estamospreocupados com a formação hu-mana, com a dignidade, com asvirtudes que o aluno pode desen-volver e com o potencial que eletem. A gente trabalha não só a al-fabetização e a coordenação mo-tora. Então, quando essa criançavem para gente com alguns mo-dos, como correr demais, falar de-mais em horas inadequadas –como na hora de aprender – agente vai moldando inicialmenteaqui dentro.

Essa diferenciação acarretaproblemas quando há convi-vência entre meninos e meni-nas?Não, ao contrário disso. Por esta-rem separados, quando foremconviver na adolescência ou na ju-ventude, vão se respeitar mais,porque foram separados na ques-tão de educar, na questão da inte-lectualidade e na hora de intera-gir e sociabilizar. A gente procu-ra resgatar a reafirmação da sexu-alidade dos dois gêneros e o res-peito entre eles.

Que mudança de comportamen-to se sobressai quando a criançafrequenta uma escola sexista?Principalmente a mudança depostura no dia a dia. A gente tra-balha muito a ordem e isso reflete

Especialista defende escola com

Maria CarlaGuimarães, assessorada única escola comdivisão de gêneros deCuritiba, alerta quefalta de informaçãogera preconceitos aomodelo

Educação

“A educação acontece naturalmente entregêneros opostos e iguais, e a dúvida vempela falta de conhecimento, por ser umaopção nova, que quebrará algunsparadigmas”,Maria Carla Guimarães, assessora daEscola do Bosque e Mananciais

no cotidiano, pois eles passampara os pais e os coleguinhas. Aprópria forma de absorção doconteúdo é diferente: eles absor-vem mais quando estão entreiguais, e seu aproveitamento erendimento são melhores.

Qual é o maior preconceito quehá sobre esse modelo de ensino?O preconceito vem da falta de in-formação, gerando medo do des-conhecido. Então, ocorre esse“pré-conceito”, um conceito nãoelaborado. Por exemplo: o fato devocê separar não significa quevocê vai segregar. No século pas-sado, isso acontecia porque o cur-rículo era diferenciado: as meni-nas aprendiam a cozinhar e cos-turar, e os meninos a capinar e ti-nham aulas de mecânica. Hoje emdia, a gente separa para ver umaeficácia da educação e da absor-ção do conteúdo. O currículo é omesmo; eles aprendem as mes-mas coisas, só que a assimilaçãodeles se dá de forma diferente.

Escolher trabalhar com essa for-ma de ensino a fez mudar algunsconceitos sobre o assunto?Quando eu conheci a Escola doBosque e Mananciais, a princípiohouve um estranhamento da mi-nha parte, pois eu me surpreendicom a ideia de separar meninos emeninas, principalmente por me-ninos terem aula com professorese meninas com professoras. Pro-curei me informar, li muitos arti-gos e eu me encantei. A convivên-cia entre os gêneros na educaçãomista quando os alunos são ado-lescentes é muito desconfortável,pois na faixa etária entre 13 e 14anos é difícil o professor mantera ordem em sala de aula e o focodos alunos na aprendizagem.Eles estão preocupados com aroupa, celular e relógio. Na verda-de, a escola tem a função de ensi-nar e educar, e isso acaba desvi-ando do objetivo.

Chris Greene/ SXC

Guillermo Ossa/ SXC

Meninos de um lado, meninas do outro. Com onovo método de ensino, habilidades de cadagênero serão valorizadas; o sistema ainda épolêmico na educação brasileira

divisãodegêneros

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Curitiba, terça-feira, 18 de maio de 20108

MenuDaniel Castro

Começou no último final de semana e vai até o próximo a 24ªedição da Feiarte, tradicional feira internacional de artesanato.A mostra conta com estandes que mostram a cultura de 20 esta-dos e 15 países participantes. Este ano o destaque fica por contade Pernambuco, estado homenageado com um estande de 150m². O Uruguai também terá um espaço dedicado especialmentepara o seu artesanato.

Quando: Até o dia 23/5. Segunda a sábado, das 14h às 22h,e domingos, das 14h às 21h.

Onde: Centro de Exposições do Parque BariguiQuanto: O ingresso custa R$ 8,00, sendo que menores de 12

anos não pagam e pessoas acima de 60 anos pagam R$ 4,00.

Artesanato Internacional

Artesanato de Caruaru, na região do Agreste de Pernambuco

Divulgação

Amanhã é dia de stand-up comedy com Diogo Portugal noTeatro Regina Vogue. A apresentação “Portugal é aqui” contacom os personagens de sucesso da carreira do artista. Quem foraté o teatro verá o office-boy Elvisley, a manicure Marlene Mar-luce Catarina, a ex-prostituta Pamela Conti e o porteiro Ediomar.

Quando: Amanhã, às 21h00.Onde: Teatro Regina Vogue - Av. Sete de Setembro, 2775 - Sho-

pping Estação, Curitiba - PRQuanto: R$ 40 a inteira e R$20 a meia-entrada.Ingresso

Para rir

Para quem gosta de pintura e escultura, a Sala do Artista Po-pular traz a exposição “Naïf Sob Dois Olhares”. Um desse olha-res é de Antônio Carlos Rigatto, que apresentará dez obras emacrílico sobre tela. Os temas retratados são bastante nacionalis-tas, como o carnaval, o desfile de Sete de Setembro e paisagensdo Pantanal. O outro olhar fica por conta de Valdir de Andrade,que mostrará suas esculturas, privilegiando temas como casas ebichos.

Onde: R. Saldanha Marinho, s/nº - anexo à Secretaria de Es-

tado da Cultura Quando: Até o dia 13/6Quanto: Gratuito

Arte popular

Ontem foram apresentadosos trabalhos de graduandos deComunicação Social no Inter-com Jr. Integrante do XI Inter-com Sul 2010 – Comunicação,Comunidade e Juventude, queacontece até amanhã em NovoHamburgo (RS).

As apresentações de jorna-lismo foram divididas em duassessões, ambas coordenadaspelo professor Luiz Ferraretto,da Universidade Caxias do Sul(UCS). Após as doze apresenta-ções da primeira sessão, houvedebates sobre os temas expla-nados. Cerca de 50 pessoas pre-senciaram os estudos, entreeles, estudantes da Universida-de Positivo.

Willian Marcondes Bressantratou do tema “Liberdade deimprensa X Liberdade de em-presa”; Alime Kamaia e AnnaLuiza Garbelini falaram sobre“Festival Lupaluna, um exem-plo de agendamento nas pági-

Intercom Júnior reúne trabalhos deestudantes de comunicação da Região Sul

nas da Gazeta do Povo”, e Ali-ne Reis e Maria Carolina Lippidiscutiram sobre a relação entremídia e esporte em “Compara-tivo entre diário esportivo Lan-ce! e o caderno esportivo do jor-nal Folha de S. Paulo”. Todosos estudantes estão no terceiroperíodo.

Muitos dos trabalhos se ba-searam no estudo do jornalis-mo na internet. O webjornalis-mo ou jornalismo digital foitema de Augusto Moreira Pinz,estudante de Jornalismo dosexto período da UniversidadeCatólica de Pelotas. Seu estudo“O jornalismo digital mostran-do uma comunidade ao mun-do” é um projeto de site jorna-lístico voltado com notícias dacidade gaúcha de Canguçu.

Na cidade não há jornal im-presso, somente os vindos dePorto Alegre, que não dão aten-ção aos acontecimentos da cida-de do estudante. O blog foi uma

alternativa de Pinz para escre-ver sobre o que acontece na ci-dade de 56 mil habitantes.

Pela primeira vez apresen-tando no Intercom Júnior, o es-tudante apreciou a oportunida-de de debater sobre o que foiapresentado pelos acadêmicos.“Adorei a questão do debate,foi muito bom. Há várias coisasboas para explorar em comuni-cação”.

O coordenador Luiz Ferra-retto elogiou os trabalhos e a im-portância dos alunos, futurospesquisadores e profissionaisde mercado, apresentarem meto-dologia em seus estudos. “Paraciência existe metodologia. Te-mos que ver de que ponto estáolhando o problema e ver queponto é empírico. Se estão fazen-do pesquisa, você deve pensarem metodologia”. Durante o diade hoje, ainda haverá apresen-tações de trabalhos do IntercomJúnior e Expocom. (AR e MCL)

Aline Reis e Maria CarolinaLippi, de Novo Hamburgo(RS)

Começou ontem o XI Con-gresso da Intercom Sul, este anorealizado em Novo Hamburgo,no Rio Grande do Sul. Mais de1700 pessoas participam doevento, que reúne teóricos, pro-fessores e estudantes de comu-nicação social do Paraná, San-ta Catarina, além dos gaúchos.

Estiveram presentes na con-ferência de abertura o prefeitoda cidade, Tarcísio Zimmer-mann, a professora coordenado-ra do Intercom Sul, Paula Phull,o presidente da Intercom, Antô-nio Hohlfeldt, e a professoradoutora em comunicação Ra-quel Recuero, da UniversidadeCatólica de Pelotas.

Racuero falou sobre as redessociais e sobre a importânciaque elas têm no que diz respei-to à comunicação e à socializa-ção. “A gente é diferente [naweb] porque é fácil ser diferen-te com um monte de gente igualà gente”, disse, durante a pales-tra, fazendo uma reflexão críti-

ca sobre os sítios de relaciona-mento como o Orkut.

A pesquisadora ainda falousobre a vida em rede: hipermi-diática, pública e coletiva, se-gundo ela. “O canal de comu-nicação de 80% dos brasileirosentre 10 e 24 anos é a internet,por isso, a inclusão social paramuitos é o Facebook, o Orkut eo Twitter”.

Outro ponto abordado napalestra foi o conceito de sus-tentabilidade. O diretor daMTV/RS, Vitor Faccioni exibiuum vídeo de 30 minutos quemostrou o que os jovens enten-dem por sustentabilidade. Al-gumas partes causaram risosna plateia, que por vezes eramde indignação, como no caso doestudante de jornalismo daUniversidade Federal de SantaMaria (UFSM), Daniel Ito Isaia.“Quando um jovem não ‘estánem aí’ com a sustentabilidademostra como a mídia é deficien-te. Isso é consequência da in-dústria cultural e das ações mi-diáticas feitas de forma irres-ponsável e descompromissa-da”.

Após as explanações dospalestrantes, a plateia pôde fa-zer perguntas durante 15 minu-tos e, em seguida, a prefeiturade Novo Hamburgo disponibi-lizou transporte para um tourcultural e comercial pela cida-de. À tarde, houve mesas do In-tercom Júnior, Expocom e traba-lhos da Publicidade e Propa-ganda, bem como Relações Pú-blicas. Durante a noite houveoficinas focadas na reflexão so-bre comunicação, principal-mente na área jornalística, alémde outras palestras e apresen-tações culturais.

Comunicação, cultura ejuventude no Intercom Sul

A palestra deabertura naFeevale enfatizaredes sociais evisão do jovem emrelação ao meioambiente