LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de...

58
1 MARINHA DO BRASIL CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE GRAÇA ARANHA ESCOLA DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA MARINHA MERCANTE-EFOMM CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DE MÁQUINAS LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUES SÉRGIO RODRIGO ESCOSSIA DOS SANTOS KAÍQUE DE ALMEIDA FALCO GAIO COMBATE A INCÊNDIO À BORDO DE NAVIOS MERCANTES RIO DE JANEIRO 2017

Transcript of LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de...

Page 1: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

1

MARINHA DO BRASIL

CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE GRAÇA ARANHA

ESCOLA DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA MARINHA MERCANTE-EFOMM

CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DE MÁQUINAS

LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUES

SÉRGIO RODRIGO ESCOSSIA DOS SANTOS

KAÍQUE DE ALMEIDA FALCO GAIO

COMBATE A INCÊNDIO À BORDO DE NAVIOS MERCANTES

RIO DE JANEIRO

2017

Page 2: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

2

LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUES

SÉRGIO RODRIGO ESCOSSIA DOS SANTOS

KAÍQUE DE ALMEIDA FALCO GAIO

COMBATE A INCÊNDIO À BORDO DE NAVIOS MERCANTES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência para obtenção do título de Bacharel em Ciências Náuticas, especializado em Máquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça Aranha. Orientador(a): Prof: Alves

RIO DE JANEIRO

2017

Page 3: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

3

LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUES

SÉRGIO RODRIGO ESCOSSIA DOS SANTOS

KAÍQUE DE ALMEIDA FALCO GAIO

COMBATE A INCÊNDIO À BORDO DE NAVIOS MERCANTES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência para obtenção do título de Bacharel em Ciências Náuticas, especializado em Máquinas Marítimas do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça Aranha.

Data da Aprovação: ____/____/____

Orientador(a): Prof: Alves

___________________________________________________

Assinatura do(a) Orientador(a)

NOTA FINAL:____________

Page 4: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

4

AGRADECIMENTOS

Agradecemos aos nossos pais por todo o apoio que nos deram durante nossa

jornada sendo sempre as pessoas que mais nos apoiaram e incentivaram a seguir em

frente e nunca parar de lutar, pois não devemos desistir de nossos sonhos. Vocês

foram de fundamental importância em nossa vida.

Agradecemos aos nossos familiares e amigos, especialmente os mais próximos,

que nos ajudaram a superar barreiras e nos acolheram partilhando de sua amizade

verdadeira .

Agradecemos também a todos os nossos mestres que auxiliaram em nossos

desenvolvimentos intelectuais partilhando de seus vastos conhecimentos. Sem eles

jamais seríamos capazes de chegar até aqui. Seus conhecimentos e métodos de

ensino foram fundamentais para a conclusão deste trabalho.

Agradecemos também a Deus acima de todas as coisas, que nunca nos deixou

nos sentir sozinhos e desamparados.

Page 5: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

5

Tudo o que é ouro não brilha; Nem todos

que vagueiam estão perdidos; O velho que

é forte não murcha; Raízes profundas não

são atingidas pela geada.

(J. R. R. Tolkien)

Page 6: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

RESUMO

A bordo de qualquer navio moderno existem vários equipamentos de combate a

incêndio além de tripulações cada vez mais preparadas para detectar possíveis riscos

e efetuar o combate a qualquer foco de incêndio que surgir. Este trabalho trata-se de

abordar os variados tipos de incêndio e as técnicas utilizadas a bordo de navios

mercantes para que os incêndios sejam detectados, controlados e extintos, além de

apresentar as normas que envolvem os equipamentos e tripulantes quanto ao

combate a incêndio.

Palavras-chave: Combate. Incêndio. Equipamentos. Tripulantes.

Page 7: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

ABSTRACT

On board any modern ship there are several firefighting equipment, as well as crews

more prepared to detect possible risks and to combat any fire source that may arise.

This work deals with the different types of fire and the techniques used on board

merchant ships so the fires can be detected, controlled and extinct, as well as to

present the norms that involve the equipment and crew in the fire fighting.

Keywords: Combat. Fire. Equipments. Crewmembers.

Page 8: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Quadrilátero do Fogo 12

Figura 2: Tipos de Incêndio 14

Figura 3: Propagação da fumaça em edifícios 16

Figura 4: Triângulo do fogo 25

Figura 5: Extintor de água para incêndio classe A e sólidos 50

Figura 6: Extintor de espuma mecânica de 10 litros 51

Figura 7: Extintor de dióxido de carbono 52

Figura 8: Extintor de pó químico 53

Figura 9: Extintor de pó químico seco 55

Figura 10: Tipos de incêndio 56

Page 9: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 10

2 FOGO 11

2.1 Definição 11

3 INCÊNDIO 13

3.1 DEFINIÇÃO 13

4 A PROPAGAÇÃO DO FOGO E AS FASES DO INCÊNDIO 15

4.1 Fases do incêndia 15

4.2 Propagação do Calor 15

4.3 Propagação em Chaminés 16

5 COMBATE A INCÊNDIO EM NAVIOS 17

5.1 Finalidade 17

5.2 Disposições gerais 17

5.3 Procedimentos 18

5.4 Definições 23

6 PRINCIPAIS CAUSAS DE INCÊNDIOS A BORDO DE

EMBARCAÇÕES E SUAS PREVENÇÕES

24

6.1 As principais causas de incêndios a bordo. 24

6.2 Prevenções 25

7 NR23-PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 26

7.1 Saídas de emergência 26

7.2 Portas-Condições de passagem 27

8 EQUIPAMENTOS PARA EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS E CUIDADOS A

SER TOMADOS

35

8.1 Agentes extintores 35

8.2 Mangueiras de incêndio 42

8.3 Esguicho universal e aplicadores 43

8.4 Esguichos variáveis 45

8.5 Esguichos de cortina de água e de ataque 45

Page 10: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

8.6 Sistema de borrifo 45

8.7 Canhão de água 46

8.8 Espuma como agente extintor 46

8.9 EQUIPAMENTOS PARA PRODUÇÃO DE ESPUMA 47

8.10 ESTAÇÕES GERADORAS DE ESPUMA 48

8.11 EXTINTORES PORTÁTEIS 48

8.12 Extintores a água 49

8.13 Extintores de espuma 50

8.14 Extintores a dióxido de carbono 51

8.15 Extintores a ó químico 52

8.16 Extintores a pó seco (para metal e combustível) 53

8.17 Outros recursos 54

8.18 Identificação dos extintores portáteis 55

9 CONDIDERAÇÕES FINAIS 56

REFERÊNCIAS

Page 11: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

10

1 INTRODUÇÃO

A marinha mercante sempre foi de notória importância no comércio mundial e

vem se desenvolvendo muito com o passar dos anos. Hoje em dia a maioria dos

transportes de carga são feitos pela marinha mercante e quase a totalidade dos

transportes de carga internacionais são feitos através de navios.

Infelizmente os incêndios são um problema recorrente que atinge o mundo

inteiro e podem causar muita destruição, visto que podem ser muito difíceis de ser

controlados, principalmente se o controle não for efetuado por profissionais treinados,

e podem se alastrar rapidamente.

Se as chances de ocorrer um incêndio em uma indústria, um galpão ou até

mesmo em uma residência são consideráveis é muito difícil dizer que um navio é um

lugar seguro para se trabalhar, visto que são transportadas grandes quantidades de

materiais inflamáveis, como óleo combustível e óleo lubrificante, além se serem

realizadas a bordo operações que poderiam facilmente ocasionar um incêndio e até

explosões, como soldas, operações com caldeiras e operações com motores de

grande porte.

Para contornar o alto risco de incêndio a bordo existem regras, tanto nacionais

como internacionais, para orientar quanto a prevenção, combate e equipamentos

usados para manter a carga e os tripulantes seguros quanto a fogo descontrolado.

Page 12: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

11

2 FOGO

2.1 Definição

O fogo é a rápida oxidação de um combustível liberando luz, calor e resíduos

da combustão como cinzas, monóxido de carbono, dióxido de carbono e água. O fogo

é reação exotérmica que libera radiação do espectro infravermelho ao invisível.

2.1.1 quadrilátero do fogo

O quadrilátero do fogo representa os quatro elementos fundamentais para

produzir e manter a reação química do fogo. Cada um desses elementos é

fundamental e pela retirada de apenas um o fogo é extinto. Esses elementos são:

• Combustível: É qualquer composto que na presença de calor e oxigênio

iniciaria uma chama, ou seja, uma reação exotérmica que libera calor e radiação, os

materiais combustíveis são escolhidos para serem queimados de acordo com a

quantidade de energia liberada (fator primordial) e qualidade de sua queima. Os

combustíveis podem ser divididos em três tipos: Sólidos (madeira e carvão), líquidos

(álcool e gasolina) e gasoso (gás natural, butano e propano).

• Comburente: É qualquer substância oxidante que em contato com calor

e combustível gera uma chama. O principal comburente conhecido é o oxigênio que

compõe 21% do nosso ar atmosférico.

• Calor: É o fenômeno que para acontecer uma reação química de

combustão é necessário aquecer o combustível até uma temperatura mínima de

ignição. Vários fatores influenciam nessa quantidade de calor que deve ser fornecida

como: o combustível utilizado, a taxa de oxigênio presente no ar local e a pressão e

temperatura presente no ambiente.

• Reação em cadeia: É o processo de sustentabilidade da combustão, é

quando o fogo se auto alimenta mantendo o processo da queima, ou seja, o próprio

calor é gerado pela combustão do combustível mantém ativa a reação e, mesmo se

for afastado o elemento gerador de calor responsável pela temperatura de ignição, a

combustão continua acontecendo.

Page 13: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

12

Figura 1: Quadrilátero do fogo

Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/40/

Page 14: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

13

3 INCÊNDIO

3.1 Definição

É o fogo de grandes proporções que destrói materiais que não estavam

destinados a servirem de combustível para essa queima. Incêndio é um fogo fora de

controle com risco para seres vivos e qualquer estrutura produzida pelo homem.

3.1.1 tipos de Incêndio.

Os incêndios podem ser classificados de acordo com o material usado na sua

queima. Eles podem ser divididos em cinco tipos.

❖ Classe A: É o incêndio que envolve queima de materiais sólidos como: carvão,

papel, madeira e tecidos.

❖ Classe B: É o incêndio que envolve a queima de materiais líquidos inflamáveis.

Vale ressaltar que a chama não consome o liquido inflamável em si mas na presença

de calor os líquidos inflamáveis desprende gases inflamáveis e esses sim são

consumidos pelas chamas. Alguns tipos de combustíveis desse tipo de incêndio são:

álcool, gasolina e diesel.

❖ Classe C: É o tipo de incêndio que envolve equipamentos elétricos energizados

quando ocorre curto circuitos nesses equipamentos a elevada temperatura faz com

que eles entrem em combustão.

❖ Classe D: Esse tipo de incêndio envolve a queima de metais pirofóricos com a

alta capacidade de entrar em combustão. Destacam-se potássio, sódio e alumínio.

❖ Classe K: É o tipo de incêndio que envolve a queima de gorduras animais e

vegetais. Esse tipo de incêndio é muito comum em acidentes de cozinha onde a falta

de limpeza dos restos de gordura podem iniciar uma combustão.

Page 15: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

14

Figura 2: Tipos de Incêndio

Fonte: http://www.grupoalphaseg.com.br/Content/img/classes-incendio.png

Page 16: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

15

4 A PROPAGAÇÃO DO FOGO E AS FASES DO INCÊNDIO

4.1 Fases do incêndio

❖ Eclosão: É a fase inicial do incêndio, ou seja, quando começa o fogo. A forma

como a reação descontrolada começa vai depender de diversos fatores, como

os vários tipos de materiais combustíveis presentes no local. A chama inicial

que gera um incêndio pode ser um simples cigarro descartado de forma

incorreta ou até uma explosão.

❖ Propagação: É nesse estágio que o fogo vai propagar e se espalhar para outros

ambientes, objetos e essa propagação ocorre por condução, convecção ou

irradiação. Dependendo da presença de materiais combustíveis no local como

gasolina, papeis e carvão o fogo pode se espalhar de forma bem rápida e ficar

cada vez mais difícil de ser extinto. Existem também outros elementos que

podem retardar o fogo como uma parede de concreto ou uma porta corta fogo.

Você saberá se o efeito da propagação será rápido ou não analisando o

ambiente ao seu redor.

❖ Combustão contínua: Essa fase ocorre quando o fogo se torna auto

sustentável. Ou seja, o calor que vai sendo liberado constantemente pelo fogo

já é suficiente para fazer com que outros materiais próximos também entrem

em combustão.

❖ Redução do fogo: Essa fase também e conhecida como diminuição das

chamas. Nessa fase o calor que vai sendo liberado pela combustão não possui

energia suficiente para manter a reação em cadeia e por isso as chamas vão

cessando lentamente até serem extintas.

4.2 Propagação do Calor

Durante um incêndio, existem duas correntes de ar que levam calor produzido

pelas chamas por convecção. Essas duas correntes são:

❖ A corrente de ar Endofocal: É a corrente de ar que se origina nas chamas e

depois retorna em direção a elas, assim mantendo o fornecimento de calor para

a reação em cadeia. A corrente Endofocal tem maior expressão em incêndios

em locais fechados.

Page 17: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

16

❖ A corrente Exofocal: Faz com que o calor produzido pelas chamas se desloque

para longe do foco de incêndio para aquecer o meio externo. Essa corrente de

ar e desfavorável para a manutenção das chamas do incêndio, pois o calor que

serviria para manter a reação em cadeia é mandado para longe do foco de

incêndio.

.

4.3 Propagação em Chaminés

Analisando as formas como o calor originário da reação química do fogo pode

se propagar, para prevenir que incêndios se propaguem causando destruição de bens

materiais e ate riscos a pessoas as estruturas produzidas pelo homem atualmente

como prédios, fabricas e casas devem ser construídos com um numero razoável de

saídas de ar para facilitar as correntes exofocais.

O uso de chaminés é um ótimo recurso de prevenção de incêndios, já que a

fumaça produzida pelo fogo e imediatamente mandada para fora desse local

auxiliando as correntes exofocais.

Figura 3: Propagação da fumaça em edifícios

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-sOrpZjsS-Ps/

Page 18: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

17

5 COMBATE A INCÊNDIO EM NAVIOS

5.1 Finalidade

A presente norma de procedimento operacional tem por finalidade padronizar

a conduta das guarnições das Unidades do CBMERJ que operam com embarcações

de combate a incêndio, dando subsídios para a tomada de decisões seguras,

avaliando a viabilidade de se combater a distância, de embarcar no navio ou não.

Desde a entrada do aviso de socorro no Centro de Operações das Unidades até a sua

atuação no combate a incêndio em navio, que não estejam atracados no porto.

5.2 Disposições gerais

1) Considerando que a operação com embarcação de médio e de pequeno porte é

mais eficiente quando efetua socorro à outra embarcação de médio e pequeno

porte, quando a operação envolve o socorro a navios de grande porte, ela se

transforma em uma das operações mais perigosas a ser executada no mar. A

principal preocupação deve ser com a vida dos tripulantes.

2) Considerando que, se o evento for em mar aberto oceânico, além das doze milhas

náuticas (22,22 quilômetros), o Salvamar Sueste da Marinha do Brasil

(https://www.com1dn.mar.mil.br/salvamar_sueste/index.php) deverá ser acionado

para efetuar o socorro e que a SsCO da Unidade deverá solicitar autorização da

Capitania dos Portos para se deslocar a essa distância.

3) Considerando que o Oficial Comandante de Operações deverá atentar para a

autonomia da embarcação da Corporação, já que o navio em chamas poderá estar

posicionado em mar aberto.

4) Considerando que o Oficial Comandante de Operações deverá atentar para as

condições meteorológicas na área marítima onde o navio em chamas se encontra.

5) Considerando que este tipo de operação envolve órgãos federais como o 1º

Distrito Naval (Salvamar Sueste), Capitania dos Portos

(https://www.cprj.mar.mil.br/), Autoridade Portuária e o Ibama.

6) Considerando que até as empresas de navegação estarão inseridas no incidente.

7) Considerando que a legislação que rege as operações nas lâminas d’água é objeto

do Direito Público Privado da União (Constituição Federal).

Page 19: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

18

8) Considerando que o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro está

inserido nesse contexto, executando missões institucionais, como as operações

no mar, utilizando as embarcações existentes nas Unidades, com a premissa de

salvar e recolher pessoas em perigo e com segurança, atendendo às suas

necessidades médicas iniciais e levando-as para um local seguro.

9) Considerando que nesse tipo de incidente surge a figura da autoridade federal que

detém a jurisdição do incidente (1º Distrito Naval, Salvamar Sueste e Capitania

dos Portos) e a atuação da Corporação deverá ser no sentido da ação de ajuda

mútua, para que sejam evitados confrontos de jurisdição e atos isolados que

coloquem a integridade dos Bombeiros Militares e o equipamento em risco.

10) Considerando a existência de planos de contingência para o combate a incêndio

em navios e planos de contingências para incidentes nas áreas marítimas.

11) Ressaltando a importância da existência de planos de ação conjunta que definam

a atuação de cada órgão e o conhecimento dos seus recursos.

12) Considerando que os navios mercantes que se encontram na área também se

deslocarão para o local, em função de dispositivos eletrônicos de chamada de

socorro e detecção a bordo das embarcações que navegam nessa área oceânica.

13) Sendo assim, quando as Unidades da Corporação que têm serviço Marítimo de

Busca, Resgate e Combate a Incêndio forem acionadas para o evento de incêndio

em navio, deverão adotar as atitudes contidas no item 3.

5.3 Procedimentos

1) SsCO recebe um chamado para atender a emergência de combate a incêndio em

navio; o Oficial Comandante de Operações identifica a posição do navio; se estiver

dentro do alcance da embarcação da Corporação, deverá colher de maneira

detalhada: a coordenada geográfica, tipo de navio, carga transportada, número de

pessoas, número de feridos e com necessidades de atendimento especial, número

de vítimas fatais, se o combate foi iniciado pela brigada de incêndio do navio,

abrangência do incêndio, dinâmica do incêndio, se possui dispositivos de

flutuação, maneiras de se comunicar com o navio, as condições meteorológicas

no local e se fez alguma preparação para o abandono.

Page 20: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

19

2) O Oficial Comandante de Operações fará uma avaliação sobre o quantitativo de

pessoal e dos materiais de combate a incêndio, para que sejam proporcionais às

dimensões do incidente.

3) A SsCO entra em contato com o COCB para informar sobre o incidente.

4) Se o julgamento do Oficial Comandante de Operações indicar a necessidade de

guarnições extras e/ou especializadas, essa necessidade ocorrerá no caso de

grande incêndio, do grande número de vítimas, de técnicas de salvamento

especiais (extricação, arrombamento, desencarceramento e mergulho).

5) O Oficial Comandante de Operações e/ou SsCO entra em contato com a

Autoridade Federal que detém a jurisdição do incidente (1º Distrito Naval,

Salvamar Sueste e Capitania dos Portos) para informar sobre o início da operação

do Corpo de Bombeiros e para se inserir no plano de contingência. Durante o

deslocamento, o trâmite de informações será mantido.

6) A(s) embarcação(ões) da Corporação se desloca(m) para a proximidade da

posição do navio em chamas.

7) A(s) embarcação(ões) da Corporação deverá(ao) tomar a posição a favor do vento

para evitar as chamas e os efeitos dos resíduos do incêndio.

8) Desde o início da Operação, deverá ser criado um canal de comunicação entre o

Oficial Comandante de Operações e/ou o Oficial Bombeiro Militar Comandante do

Incidente e o Coordenador de Missão do Salvamar Sueste. Com eventos de

grande porte e grande repercussão, vai existir necessidade de uma coordenação

em nível interagências para todo o tipo de finalidade.

9) O Oficial Comandante de Operações deverá avaliar inicialmente se é seguro

embarcar com guarnição e materiais no navio, levando em consideração se o

incêndio é no porão de carga, se a carga é inflamável e se existe o risco de

explosão. Se o incêndio é de grande magnitude e ocupa área considerável do

convés e superestrutura do navio, então não é recomendado o embarque. Nesse

caso, deverão ser empregados os canhões monitores das embarcações de grande

porte que se encontram nas proximidades e os da embarcação da Corporação.

Nesse caso, o Oficial Cmt de Operações deverá avaliar se é sustentável combater

com o canhão monitor. Se o convés estiver livre de chamas, a superestrutura

estiver com chamas incipientes e abaixo dele no compartimento das máquinas não

houver sinais de explosão, liberação de chamas de grande amplitude e também

Page 21: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

20

se o navio não estiver adernado, portanto com área livre para estabelecimento de

zona fria e morna, então a avaliação indica que é possível o embarque no navio.

10) O Oficial Cmt de Operações deverá avaliar de forma conjunta com a Autoridade

que detém a jurisdição do local, se é seguro permanecer na proximidade, pois

somente embarcações de casco de aço e sistema de proteção contra caloria

irradiada têm a capacidade de se expor a caloria extrema.

11) Se não for possível o embarque com as guarnições, então as embarcações da

Corporação irão atuar no recolhimento de náufragos que estejam na água,

prestando os primeiros socorros aos feridos, efetuando a operação de rebocar as

embarcações de abandono (baleeira) dos navios e transportar os mesmos para

um ponto base para o atendimento em hospital de referência.

12) Se houver barreiras linguísticas entre as guarnições do CBMERJ e a tripulação,

deve-se ter em mente que o idioma oficial a bordo é o inglês; mesmo assim, se a

barreira linguística continuar, então poderá ser solicitado um intérprete junto à

Marinha do Brasil (1º Distrito Naval, Salvamar Sueste e Capitania dos Portos).

13) As guarnições deverão embarcar no navio pelas escadas de portaló e de quebra-

peito; as embarcações da Corporação deverão atracar a contrabordo, os materiais

deverão ser içados por cabos, as mangueiras deverão estar fixadas desde a

embarcação até o convés do navio.

14) O Comandante do navio não deverá ter a sua responsabilidade nem a sua

autoridade restringidas. Ele deverá assessorar o Corpo de Bombeiros com a sua

experiência, ser a ligação entre a tripulação e o Corpo de Bombeiros e, por seu

conhecimento sobre o navio e sua operação, o Oficial Comandante de Operação

deverá buscar esta assessoria.

15) O Oficial Comandante de Operações deverá atuar de forma conjunta com o

Comandante do navio e a sua tripulação, pois os tripulantes poderão ser

empregados como grupo de ação por conhecerem as instalações e a dinâmica

que envolve as alterações a que o navio estará sujeito e os tipos de emergência

que poderão ocorrer secundariamente.

16) O Oficial Comandante de Operações deverá observar o plano de combate a

incêndio do navio e o manifesto da carga perigosa, que tratam dos recursos

existentes a bordo para combater incêndios e características da carga perigosa,

incluindo métodos de combater o incêndio, rotas de fuga, recursos materiais

existentes a bordo e informações importantes.

Page 22: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

21

17) Deve ser estabelecida uma área fria no convés, livre de riscos, que é a zona de

controle do incidente, onde está o comando do incidente e o suporte para o

controle do incidente (fornecimento de materiais, logística, suprimento de água,

acionamento de outras Unidades etc.). Deve ser estabelecida uma zona morna,

que é uma zona do controle do incidente, área que circunda a zona quente, onde

os Bombeiros Militares poderão estar expostos a baixos níveis dos produtos

resultantes da combustão; esta zona serve como ponto de avaliação e preparação

para a entrada na zona quente. Deve ser determinada a zona quente, que é a área

do incêndio e área que circunda imediatamente os materiais perigosos, que deverá

se estender o suficiente para prevenir os efeitos adversos do incêndio, produtos

da combustão e/ou produtos perigosos que são liberados para as guarnições fora

desta zona.

18) Quando o Oficial Cmt de Operações chegar à zona quente, deverá avaliar in loco:

a localização do fogo, tipo, tamanho e extensão da área envolvida, perigo de

extensão, perigo de propagação, verificar os tipos de materiais envolvidos, o perigo

de vida para as guarnições, avaliar o grau de alagamento e o grau de

comprometimento da estabilidade do navio.

19) O combate ao incêndio poderá ser feito pelas bombas de incêndio do próprio navio.

As guarnições que adentrarem o interior de um compartimento deverão estar

vestidas de forma adequada para espaços confinados e principalmente com

equipamento de respiração autônoma e cabo-guia. Um membro da guarnição que

esteja do lado de fora do compartimento fará o controle do tempo de ar restante

nas ampolas. Os membros das guarnições deverão ter em mente que a troca das

ampolas, se for feita no interior de um compartimento, este deverá estar livre de

fumaça e de contaminação para garantir a troca das garrafas de ar de forma

segura. As guarnições farão o estabelecimento dos materiais para combater o

incêndio. A comunicação entre os membros das guarnições será feita por meio de

rádios, ressaltando que os rádios portáteis do navio poderão ser empregados, por

utilizarem uma frequência que facilita a comunicação entre as anteparas de aço.

O combate será baseado em estratégia ofensiva ou defensiva. A ofensiva é

empregada quando é detectado um ambiente sustentável a bordo e quando os

recursos são adequados. A estratégia defensiva é empregada quando os recursos

são insuficientes para extinguir as chamas e existe risco sério de perigo para as

guarnições. As guarnições de Bombeiros Militares devem esperar que a autoridade

Page 23: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

22

federal que detém a jurisdição do incidente determine o reboque do navio para fora

do porto ou para um lugar apropriado, para que o combate continue. O Oficial Cmt

de Operações vai empregar o conjunto de táticas que melhor se aplicar à situação,

como: proteção contra a exposição do fogo, confinamento das chamas, ataque

direto ou indireto, prevenção da propagação das chamas, ventilação e exaustão.

Outras táticas dependerão do Oficial Bombeiro Militar Comandante do Incidente

(oficial que assume o incidente pela parte da Corporação) e do comandante do

navio, como: fechamento a distância de portas corta-fogo, comando de ventilação

e exaustão a distância, detecção a distância da localização do calor, fumaça, fogo

e escapamento de gases, emprego do sistema de spray de água, disparo do

sistema fixo de CO2 e esgotamento. As guarnições de Bombeiros deverão estar

atentas para o disparo do sistema fixo de alagamento de CO2, que está instalado

no compartimento das máquinas, que tem o seu acionamento precedido por

alarmes; neste caso, o Chefe da Guarnição será notificado para que evacue o

local.

20) Se o plano de chamada do navio acusar a falta de um tripulante ou houver

necessidade de resgate, uma operação de busca e resgate será iniciada. Primeiro

vai fazer a busca no local mais provável de encontrá-la; o plano de combate a

incêndio do navio será consultado, materiais para a comunicação, iluminação e

arrombamento serão utilizados e o EPI completo para espaço confinado deverá

ser utilizado. As guarnições da Corporação especializadas em produtos perigosos,

resgate em altura e espaços confinados, bem como a de mergulho, poderão ser

empregadas.

21) O Oficial Comandante de Operações deve ter em mente que as condições do

incêndio poderão mudar e, em consequência, a autoridade federal que detém a

jurisdição do incidente.

22) O Oficial Bombeiro Militar Comandante do Incidente determinará um local no

convés, na zona fria, para a triagem dos feridos, prestando a assistência inicial e

removendo os mais graves por helicópteros ou embarcações.

23) O Oficial Bombeiro Militar Comandante do Incidente vai se certificar de que o

perigo passou. A avaliação poderá ser feita em conjunto com a tripulação da

embarcação e militares da Marinha do Brasil

Page 24: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

23

24) Deve ser feita uma avaliação de que a área afetada pelo incêndio está liberada

para a entrada de não Bombeiros Militares, civis, membros da tripulação e/ou

outras pessoas.

25) O espaço afetado deverá ser analisado por detectores de atmosfera perigosa.

26) Poderão ser enviados para bordo pela companhia de navegação e/ou outros

órgãos federais especialistas químicos que irão certificar que os espaços atingidos

são seguros para a entrada de pessoas.

27) O navio estará sob a autoridade do seu Comandante.

28) A embarcação deverá sofrer inspeção minuciosa por parte do Oficial Comandante

de Operações ou outro procedimento similar será determinado pelo Comandante

do Incidente, com a finalidade da anotação e da produção de relatórios. Obs.:

Outras ações referentes ao navio sinistrado poderão ser determinadas pela

autoridade federal que detém a jurisdição do incidente, podendo o Comandante de

Operações argumentar, acatando a decisão final da referida autoridade.

5.4 Definições

❖ Salvamar Sueste – Centro de controle regional da Marinha do Brasil, para a

busca e resgate para mar aberto.

❖ Canhões monitores – Estrutura móvel que está instalada na frente da

embarcação, por onde a água é expelida.

❖ Manifesto da carga perigosa – Documento que acompanha a carga do navio

indicando as suas características e a sua localização.

❖ Anteparas – Estrutura separações verticais que subdividem em

compartimentos o espaço interno do casco, em cada pavimento.1

1 http://pop.cbmerj.rj.gov.br/arquivos/I_09_Incendio_em_Navios_AN.pdf. Acessado em: 04 de maio de

2017.

Page 25: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

24

6 PRINCIPAIS CAUSAS DE INCÊNDIOS A BORDO DE EMBARCAÇÕES E

SUAS PREVENÇÕES

6.1 As principais causas de incêndios a bordo.

A grande maioria dos casos de acidente a bordo são provenientes de erro

humano, seja por falta de preparo para manusear os equipamentos ou até por

negligencia dos marítimos quanto as normas de segurança e prevenção de acidentes.

As principais causas de incêndios a bordo são:

• Cigarros e fósforos atirados em locais impróprios

• Trapos e estopas embebidos em óleo ou graxa

• Acúmulo de gordura nas telas e dutos de extração da cozinha

• Serviços com equipamento de solda elétrica ou oxi-acetileno

• Porão com acúmulo de óleo ou lixo

• Vasilhames destampados contendo combustíveis voláteis

• Uso desnecessário de materiais combustíveis

• Instalações e equipamentos elétricos deficientes.

• Materiais inflamáveis ou combustível de bordo, tais como óleos, graxas, tintas

e solventes armazenados indevidamente

• Presença de vazamentos em sistemas de óleo combustível e lubrificante

• Partes aquecidas de máquinas próximas a redes de óleo

• Uso de ferramentas manuais ou elétricas em tanques não devidamente

desgaseificados, ou nos compartimentos adjacentes a esses tanques

• Fritadores elétricos superaquecidos

• Descuido com lâmpadas desprotegidas

• Segurança quanto aos incêndios

A segurança pode ser alcançada atentando-se aos três elementos

fundamentais do controle de incêndios: Prevenção, Combate ao foco de incêndio e

Reparação.

Destes três elementos fundamentais do controle de incêndios o mais

importante e a prevenção. A prevenção e de caráter primordial pois e a única medida

de segurança que procura impedir que o incêndio aconteça e assim reduzindo os

acidentes e danos financeiros relacionados a incêndio a zero adágio popular:

Page 26: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

25

Figura 4: Triângulo do fogo

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-sOrpZjsS-Ps/

6.2 Prevenções

A prevenção é composta das seguintes medidas:

a) Identificação dos riscos.

b) Definição das medidas de proteção contra os riscos identificados:

• Individuais;

• Coletivos.

c) Formação das pessoas nas técnicas e metodologias de prevenção e limitação

das avarias.

d) Realização de exercícios regulares (drills) de treino nas técnicas, metodologias

e ações de limitação de avarias.

e) Vigilância permanente por parte dos tripulantes do navio.

f) Fiscalização pela empresa e pelas autoridades competentes (Port State Control)

de que as normas e regulamentações em vigor estão a ser cumpridas pelo navio e

respectivos tripulantes.

g) Existência da sinalização de segurança normalizada, visível e facilmente

entendível por todos, afixada nos locais próprios a bordo do navio.

7 NR23-PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS

“A proteção contra incêndios é uma das Normas Regulamentadoras que disciplina

sobre as regras complementares de segurança e saúde no trabalho previstas no art. 200 da

CLT.

Page 27: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

26

O referido artigo, especificamente no inciso IV, dispõe sobre a proteção contra incêndio

em geral e as medidas preventivas adequadas, com exigências ao especial revestimento de

portas e paredes, construção de paredes contra fogo, diques e outros anteparos, assim como

garantia geral de fácil circulação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com

suficiente sinalização.

Todos os locais de trabalho deverão possuir:

o Proteção contra incêndio;

o Saídas suficientes para a rápida retirada do pessoal em serviço, em caso

de incêndio;

o Equipamento suficiente para combater o fogo em seu início;

o Pessoas adestradas no uso correto desses equipamentos.

7.1 Saídas de emergência

Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e

dispostas, de modo que aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná-

los com rapidez e segurança, em caso de emergência.

A largura mínima das aberturas de saída deverá ser de 1,20m (um metro e vinte

centímetros).

O sentido de abertura da porta não poderá ser para o interior do local de

trabalho.

Onde não for possível o acesso imediato às saídas, deverão existir, em caráter

permanente e completamente desobstruídos, circulações internas ou corredores de

acesso contínuos e seguros, com largura mínima de 1,20m (um metro e vinte

centímetros).

Quando não for possível atingir, diretamente, as portas de saída, deverão

existir, em caráter permanente, vias de passagem ou corredores, com largura mínima

de 1,20m (um metro e vinte centímetros) sempre rigorosamente desobstruídos.

As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas

por meio de placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída.

As saídas devem ser dispostas de tal forma que, entre elas e qualquer local de

trabalho, não se tenha de percorrer distância maior que 15m (quinze metros) nos de

risco grande e 30m (trinta metros) de risco médio ou pequeno.

Page 28: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

27

Estas distâncias poderão ser modificadas, para mais ou menos, a critério da

autoridade competente em segurança do trabalho, se houver instalações de chuveiros

sprinklers, automáticos, e segundo a natureza do risco.

As saídas e as vias de circulação não devem comportar escadas nem degraus;

as passagens serão bem iluminadas.

Os pisos, de níveis diferentes, deverão ter rampas que os contornem

suavemente e, neste caso, deverá ser colocado um "aviso" no início da rampa, no

sentido do da descida.

Escadas em espiral, de mãos ou externas de madeira, não serão consideradas

partes de uma saída

7.2 Portas-Condições de passagem

As portas de saída devem ser de batentes, ou portas corrediças horizontais, a

critério da autoridade competente em segurança do trabalho.

As portas verticais, as de enrolar e as giratórias não serão permitidas em

comunicações internas.

Todas as portas de batente, tanto as de saída como as de comunicações

internas, devem:

o Abrir no sentido da saída;

o Situar-se de tal modo que, ao se abrirem, não impeçam as vias de

passagem.

As portas que conduzem às escadas devem ser dispostas de maneira a não

diminuírem a largura efetiva dessas escadas.

As portas de saída devem ser dispostas de maneira a serem visíveis, ficando

terminantemente proibido qualquer obstáculo, mesmo ocasional, que entrave o seu

acesso ou a sua vista.

Nenhuma porta de entrada, ou saída, ou de emergência de um estabelecimento

ou local de trabalho, deverá ser fechada a chave, aferrolhada, ou presa durante as

horas de trabalho.

Durante as horas de trabalho, poderão ser fechadas com dispositivos de

segurança, que permitam a qualquer pessoa abri-las facilmente do interior do

estabelecimento, ou do local de trabalho.

Page 29: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

28

Em hipótese alguma as portas de emergência deverão ser fechadas pelo lado

externo, mesmo fora do horário de trabalho.

Escadas: Todas as escadas, plataformas e patamares deverão ser

feitos com materiais incombustíveis e resistentes ao fogo.

Ascensores: Os poços e monta-cargas respectivos, nas construções de

mais de 2 (dois) pavimentos, devem ser inteiramente de material

resistente ao fogo.

Portas contra fogo: As caixas de escadas deverão ser providas de

portas corta-fogo, fechando-se automaticamente e podendo ser abertas

facilmente pelos 2 (dois) lados.

Combate ao fogo: Tão cedo o fogo se manifeste, cabe:

o Acionar o sistema de alarme;

o Chamar imediatamente o Corpo de Bombeiros;

o Desligar máquinas e aparelhos elétricos, quando a operação do

desligamento não envolver riscos adicionais;

o Atacá-lo o mais rapidamente possível, pelos meios adequados.

As máquinas e aparelhos elétricos que não devam ser desligados em caso de

incêndio deverão conter placa com aviso referente a este fato, próximo à chave de

interrupção.

Poderão ser exigidos, para certos tipos de indústria ou de atividade em que

seja grande o risco de incêndio, requisitos especiais de construção, tais como portas

e paredes corta-fogo ou diques ao redor de reservatórios elevados de inflamáveis.

Exercício de alerta: Os exercícios de combate ao fogo deverão ser feitos

periodicamente, objetivando:

o Que o pessoal grave o significado do sinal de alarme;

o Que a evacuação do local se faça em boa ordem;

o Que seja evitado qualquer pânico;

o Que sejam atribuídas tarefas e responsabilidades específicas aos

empregados;

o Que seja verificado se a sirene de alarme foi ouvida em todas as áreas.

Os exercícios deverão ser realizados sob a direção de um grupo de pessoas,

capazes de prepará-los e dirigi-los, comportando um chefe e ajudantes em número

necessário, segundo as características do estabelecimento.

Page 30: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

29

Os planos de exercício de alerta deverão ser preparados como se fossem para

um caso real de incêndio.

Nas fábricas que mantenham equipes organizadas de bombeiros, os exercícios

devem se realizar periodicamente, de preferência, sem aviso e se aproximando, o

mais possível, das condições reais de luta contra o incêndio.

As fábricas ou estabelecimentos que não mantenham equipes de bombeiros

deverão ter alguns membros do pessoal operário, bem como os guardas e vigias,

especialmente exercitados no correto manejo do material de luta contra o fogo e o seu

emprego.

Classes de fogo: Será adotada, para efeito de facilidade na aplicação

das presentes disposições, a seguinte classificação de fogo:

▪ Classe A - são materiais de fácil combustão com a propriedade de queimarem

em sua superfície e profundidade, e que deixam resíduos, como: tecidos,

madeira, papel, fibras, etc.;

▪ Classe B - são considerados inflamáveis os produtos que queimem somente

em sua superfície, não deixando resíduos, como óleo, graxas, vernizes, tintas,

gasolina, etc.;

▪ Classe C - quando ocorrem em equipamentos elétricos energizados como

motores, transformadores, quadros de distribuição, fios, etc.;

▪ Classe D - elementos pirofóricos como magnésio, zircônio, titânio.

Extinção por meio de água: Nos estabelecimentos industriais de 50

(cinquenta) ou mais empregados, deve haver um aprisionamento

conveniente de água sob pressão, a fim de, a qualquer tempo, extinguir

os começos de fogo de Classe A. Os pontos de captação de água

deverão ser facilmente acessíveis, e situados ou protegidos de maneira

a não poderem ser danificados. Os pontos de captação de água e os

encanamentos de alimentação deverão ser experimentados,

frequentemente, a fim de evitar o acúmulo de resíduos. A água nunca

será empregada:

o Nos fogos da Classe B, salvo quando pulverizada sob a forma de

neblina;

o Nos fogos da Classe C, salvo quando se tratar de água pulverizada;

o Nos fogos da Classe D;

Page 31: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

30

Os chuveiros automáticos, conhecidos como "splinklers", devem ter seus

registros sempre abertos e só poderão ser fechados em casos de manutenção ou

inspeção, com ordem da pessoa responsável.

Um espaço livre de pelo menos 1,00m (um metro) deve existir abaixo e ao redor

das cabeças dos chuveiros, a fim de assegurar uma inundação eficaz.

Extintores: Em todos os estabelecimentos ou locais de trabalho só

devem ser utilizados extintores de incêndio que obedeçam às normas

brasileiras ou regulamentos técnicos do Instituto Nacional de Metrologia,

Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO, garantindo essa

exigência pela aposição nos aparelhos de identificação de conformidade

de órgãos de certificação credenciados pelo INMETRO.

Extintores portáteis: Todos os estabelecimentos, mesmo os dotados de

chuveiros automáticos, deverão ser providos de extintores portáteis, a

fim de combater o fogo em seu início. Tais aparelhos devem ser

apropriados à classe do fogo a extinguir. O extintor tipo "Espuma" será

usado nos fogos de Classe A e B.O extintor tipo "Dióxido de Carbono"

será usado, preferencialmente, nos fogos das Classes B e C, embora

possa ser usado também nos fogos de Classe A em seu início. O extintor

tipo "Químico Seco" usar-se-á nos fogos das Classes B e C. As unidades

de tipo maior de 60 a 150 kg deverão ser montadas sobre rodas. Nos

incêndios Classe D, será usado o extintor tipo "Químico Seco", porém o

pó químico será especial para cada material. O extintor tipo "Água

Pressurizada", ou "Água-Gás", deve ser usado em fogos da Classe A,

com capacidade variável entre 10 (dez) e 18 (dezoito) litros. Outros tipos

de extintores portáteis só serão admitidos com a prévia autorização da

autoridade competente em matéria de segurança do trabalho. Método

de abafamento por meio de areia (balde areia) poderá ser usado como

variante nos fogos das Classes B e D. Método de abafamento por meio

de limalha de ferro fundido poderá ser usado como variante nos fogos

da Classe D.

Tabela 1: Prática de Classes de Fogo X Extintores

Page 32: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

31

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-sOrpZjsS-Ps/

Inspeção dos Extintores: Todo extintor deverá ter 1 (uma) ficha de controle de

inspeção. Para obter um modelo de inspeção de extintores. Cada extintor

deverá ser inspecionado visualmente a cada mês, examinando-se o seu

aspecto externo, os lacres, os manômetros quando o extintor for do tipo

pressurizado, verificando se o bico e válvulas de alívio não estão entupidos.

Cada extintor deverá ter uma etiqueta de identificação presa ao seu bojo, com

data em que foi carregado, data para recarga e número de identificação. Essa

etiqueta deverá ser protegida convenientemente a fim de evitar que esses

dados sejam danificados. Os cilindros dos extintores de pressão injetada

deverão ser pesados semestralmente. Se a perda de peso for além de 10 (dez)

por cento do peso original, deverá ser providenciada a sua recarga. O extintor

tipo "Espuma" deverá ser recarregado anualmente. As operações de recarga

Page 33: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

32

dos extintores deverão ser feitas de acordo com normas técnicas oficiais

vigentes no País.

Quantidade de extintores: Nas ocupações ou locais de trabalho, a quantidade

de extintores será determinada pelas condições seguintes, estabelecidas para

uma unidade extintora:

ÁREA COBERTA

P/ UNIDADE DE

EXTINTORES

RISCO DE

FOGO

CLASSE DE

OCUPAÇÃO

* Segundo Tarifa de

Seguro Incêndio do

Brasil - IRB (*)

DISTÂNCIA

MÁXIMA A SER

PERCORRIDA

500 m² Pequeno "A" - 01 e 02 20 metros

250 m² Médio "B" - 02, 04, 05

ou 06 10 metros

150 m² Grande "C" - 07, 08, 09,

10, 11, 12 e 13 10 metros

Independentemente da área ocupada, deverá existir pelo menos 2 (dois) extintores

para cada pavimento.

Unidade extintora

SUBSTÂNCIAS CAPACIDADE DOS

EXTINTORES

NÚMERO DE EXTINTORES QUE

CONSTITUEM UNIDADE

EXTINTORA

Espuma 10litros

5 litros

1

2

Água Pressurizada ou Água

Gás

10 litros 1

2

Page 34: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

33

Gás Carbônico (CO2) 6 quilos

4 quilos

2 quilos

1 quilo

1

2

3

4

Pó Químico Seco 4 quilos

2 quilos

1 quilo

1

2

3

Localização e sinalizações dos extintores: Os extintores deverão ser colocados em

locais:

o De fácil visualização;

o De fácil acesso;

o Onde haja menos probabilidade de o fogo bloquear o seu acesso.

Os locais destinados aos extintores devem ser assinalados por um círculo

vermelho ou por uma seta larga, vermelha, com bordas amarelas.

Deverá ser pintada de vermelho uma larga área do piso embaixo do extintor, a

qual não poderá ser obstruída por forma nenhuma. Essa área deverá ser no mínimo

de 1,00m x 1,00m (um metro x um metro).

Os extintores não deverão ter sua parte superior a mais de 1,60m (um metro e

sessenta centímetros) acima do piso. Os baldes não deverão ter seus rebordos a

menos de 0,60m (sessenta centímetros) nem a mais de 1,50m (um metro e cinquenta

centímetros) acima do piso.

Os extintores não deverão ser localizados nas paredes das escadas.

Os extintores sobre rodas deverão ter garantido sempre o livre acesso a

qualquer ponto de fábrica.

Os extintores não poderão ser encobertos por pilhas de materiais.

Sistemas de alarme: Nos estabelecimentos de riscos elevados ou médios, deverá

haver um sistema de alarme capaz de dar sinais perceptíveis em todos os locais

da construção. Cada pavimento do estabelecimento deverá ser provido de um

número suficiente de pontos capazes de pôr em ação o sistema de alarme

adotado. As campainhas ou sirenes de alarme deverão emitir um som distinto em

Page 35: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

34

tonalidade e altura de todos os outros dispositivos acústicos do estabelecimento.

Os botões de acionamento de alarme devem ser colocados nas áreas comuns dos

acessos dos pavimentos. Os botões de acionamento devem ser colocados em

lugar visível e no interior de caixas lacradas com tampa de vidro ou plástico,

facilmente quebrável. Esta caixa deverá conter a inscrição Quebrar em caso de

emergência”.2

8 EQUIPAMENTOS PARA EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS E CUIDADOS A SER

TOMADOS

8.1 Agentes extintores

2 Base legal: NR-23;Art. 200 da CLT;Portaria MTb nº 290/1997 e os citados no texto

http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/nr23.htm. Acessado em: 04 de maio de 2017

Page 36: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

35

Agentes extintores são materiais que, como o nome sugere, são usados para

extinguir as chamas de um processo de combustão. Os agentes extintores podem

extinguir as chamas através de três processos: abafamento, resfriamento ou

isolamento. Os agentes extintores mais usados a bordo são:

▪ Água;

▪ Espuma;

▪ CO2

▪ Vapor;

▪ Pó Químico

▪ Halon

▪ Solução Aquosa de Carbonato de Potásio (APC).

Água: É o agente extintor de uso mais comum, visto que e o agente extintor mais

recomendado para incêndios em materiais combustíveis sólidos, ou seja, a maioria

dos casos de incêndio, sendo utilizado sob três formas básicas:

▪ Jato Sólido

▪ Neblina de Alta Velocidade

▪ Neblina de Baixa Velocidade.

O Jato Sólido: Consiste em um jato de agua de formato cônico lançado a uma

pressão muito alta, por meio de um esguicho de descarga. Ao lançar agua em alta

pressão esta penetra bem fundo no material alvo e além de encharcar o material

ela o resfria, assim fazendo com que o a chama seja extinta e ainda previne contra

um novo surgimento da chama nesse material. Em casos onde o incêndio atinge

materiais de fácil e rápida combustão o material atingido deve ser completamente

encharcado, pois nesses casos até mesmo uma simples brasa poderia fazer com

que o incêndio ressurgisse após ser extinto.

Neblina de alta velocidade e neblina de baixa velocidade: As neblinas de agua

consistem em uma porção de agua que e pulverizada sobe os focos de

incêndio. Tanto a neblina de alta velocidade como a de baixa velocidade são

muito eficientes para o combate a incêndio de classe “A” em grandes áreas já

que a agua pulverizada se espalha rapidamente além de fazer com que a

temperatura do material com que ela tem contato caia rapidamente e o incêndio

e extinto por resfriamento. Além disso as neblinas de agua são muito utilizadas

pelas equipes de combate a incêndio para a sua própria proteção, como por

exemplo quando as equipes tem que avançar dentro de um local onde as

Page 37: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

36

chamas estão alcançando altitudes próximas ou superiores aos seus rostos ou

quando as equipes tem que combater um foco de incêndio em um local

fechado. Nesses casos a neblina e utilizada para impedir que as chamas

alcancem as equipes e também servem para ser direcionadas diretamente para

os focos de incêndio reduzindo suas chamas para que em seguida as equipes

possam usar o jato de agua para extinguir o incêndio de maneira mais rápida.

As neblinas de agua também são bem eficientes para extinguir incêndios da

classe ”B” por resfriamento. Nesse caso o jato de agua não pode ser utilizado

pois apenas ocasionaria o turbilhonamento líquido inflamado sem extinguir as

chamas.

A agua não deve ser usada como agente extintor da classe “C” por ser um

condutor de eletricidade(a condutividade fica ainda maior se tiver misturada a

sais minerais, como e o caso da agua salgada). Isso poderia ocasionar um

choque elétrico na pessoa que esta combatendo o fogo além de causar um

curto circuito que destruiria os componentes do circuito elétrico. Caso não

estejam disponíveis extintores que poderiam apagar o incêndio classe “C” de

maneira devida pode ser usada uma neblina de agua de alta velocidade para

apagar o fogo devendo-se sempre atentar para que as pessoas que estão

combatendo o fogo fiquem a uma distância de pelo menos dois metros dos

equipamentos elétrico para reduzir bastante a chance das pessoas envolvidas

serem atingidas por uma descarga elétrica. Esse método não e o ideal pois um

curto circuito pode ser causado pela neblina. Qualquer que seja a forma

empregada para lançar agua sobre um material em chamas a agua sempre

extinguirá o fogo por resfriamento abaixando a temperatura do material e

cortando a reação em cadeia, mas parte da agua lançada no fogo pode se

transformar em vapor devido a alta temperatura e assim o vapor também ajuda

a apagar o fogo pelo processo de abafamento. Nesse caso a agua extingue o

fogo por resfriamento e, como efeito secundário, o vapor extingue o fogo por

abafamento.

Espuma: A espuma e um agente extintor que e usado apenas nos focos de

incêndio da classe “B”. Esse agente extintor apaga o fogo principalmente por

abafamento e não deve ser usado contra incêndios de classe “A” porque não

consegue penetrar no material solido em chamas e não deve ser usado nos

Page 38: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

37

incêndios de classe “C” porque também pode avariar os componentes elétricos. A

bordo há dois tipos de espuma:

▪ Química

▪ Mecânica

Sendo que ambas atuam apagando o fogo pelo mesmo principio.

Espuma Química: Encontrada em extintores portáteis.

Espuma Mecânica: Esse tipo de espuma e gerada em equipamentos que tem a

função de gerar grandes quantidades de espuma que serviriam pra apagar o fogo

sobre um derramamento de óleo no mar, por exemplo. A agua e misturada com o

agente gerador de espuma proporcionamente com aproximadamente 85% (em

peso) na composição da espuma, ajudando a espuma a apagar o fogo com um

efeito secundário de resfriar o liquido inflamado.

CO2: O CO2 e um gás inerte, isto é, um gás que não alimenta a combustão e por ser barato

e de fácil acesso ele e o gás mais usado como agente extintor em extintores portáteis. Esse gás

apaga o fogo por abafamento, já que faz com que a concentração de oxigênio na área onde

ele e empregado reduza drasticamente a níveis muito baixos a ponto de não ser mais possível

existir uma combustão nesse local por falta de comburente. O CO2 é também um gás mau

condutor de eletricidade e, por isso, é muito indicado para incêndios classe “C”, já que

pode extinguir o fogo sem o risco de avarias para os equipamentos elétricos. o

CO2 é um agente extintor muito usado a bordo já que e muito útil por ser empregado em

incêndios das classes “B” e “C”.

Vapor: O vapor de água pode ser utilizado como agente extintor extinguindo o fogo

por abafamento, mas não e muito utilizado, já que além de não apagar o fogo por

resfriamento devido a sua alta temperatura todo o compartimento em que o vapor

vai ser empregado deve ser isolado e suas saídas de ventilação devem ser

fechadas para evitar que esse vapor cause danos aos tripulantes, danos esses

que podem chegar até a morte. O vapor de água pode ser utilizado como agente

extintor extinguindo o fogo por abafamento mas não e muito utilizado, já que além

de não apagar o fogo por resfriamento devido a sua alta temperatura todo o

compartimento em que o vapor vai ser empregado deve ser isolado e suas saídas

de ventilação devem ser fechadas para evitar que esse vapor cause danos aos

tripulantes, danos esses que podem chegar até a morte .

Page 39: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

38

Pó químico seco (PQS): Usado para combate a incêndios em líquidos inflamáveis,

mas também podem ser usados para combater incêndios em equipamentos

elétricos.

Bicarbonato de Potássio (PKP): É um agente extintor à base de bicarbonato de

potássio, eficiente no combate a incêndios de classe “B” por cortar a reação em

cadeia. O PKP também pode ser utilizado para combater incêndios de classe “C”,

porém não é o agente extintor mais recomendado, já que deixa resíduos muito

difíceis de serem removidos.

Pó Seco (MET-L-X): É empregado apenas no combate a incêndios em metais

combustíveis( agente extintor mais eficiente no combate a incêndio de classe “D”).

Halon: O Halon e encontrado em extintores portáteis e sistemas fixos. O Halon

forma uma nuvem de gás que extingue o fogo através do método da quebra da

reação em cadeia. Existem dois tipos: o Halon 1211 e o 1301.O Halon 1301 pode

ser utilizado para combate em áreas onde a fluxo de pessoas, desde que durante

o momento de sua aplicação ninguém esteja presente. O Halon 1211 e mais toxico,

sendo indicado para uso em áreas com pouco fluxo de pessoas, que devem

esperar o gás ser dissipado completamente para transitarem pelo local.

Solução aquosa de bicarbonato de Potássio: O carbonato de Potássio (APC) é

usado a bordo de navios para extinguir incêndios de classe ”K”, nas fritadeiras,

ventilações da cozinha e dutos de extração. A técnica mais utilizada para

combater incêndios de classe “K” e a aplicação de soluções alcalinas como o

APC, porque ao entrarem em contato direto com os óleos e/ou gorduras em

chamas cria uma espume que cobre o foco de incêndio e o apaga por

isolamento.

Cuidados a serem tomados com os agentes extintores: Todos os agentes

extintores apresentam efeitos sobre os materiais em que eles são usados,

podendo danificar equipamentos ou até causar perdas humanas caso haja

exposição então os agendes extintores devem ser cuidadosamente

empregados dependendo de cada situação para prevenir o aumento dos danos

causados peço fogo e prevenir acidentes que poderiam ser causados por uma

tentativa de combate a incêndio.

Água: O uso de agua a bordo para combate a incêndio deve ser analisado

dependendo do foco de incêndio. E desaconselhável usar agua em forma de

Page 40: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

39

jato de agua para fainas demoradas por poder esgotar reservas de agua doce

além de causar perda de estabilidade por criar um efeito de superficie livre.

Quando utilizada em jato sólido, pode avariar equipamentos frágeis por causa

do impacto da água. Pode causar curto circuito em equipamentos elétricos.

Pode causar acidentes caso utilizada sob a forma de jato de agua se acertar

em pessoas. Caso entre em contato com equipamentos elétricos energizados

pode causar choque elétrico em pessoas próximas, caso estas estejam em

contato com a água.

Espuma:

▪ Assim como a agua, e condutora de eletricidade e pode causar choque elétrico

em pessoas próximas caso o jato de espuma atinja equipamentos elétricos

energizados.

▪ Pode causar curto circuito e destruir equipamentos elétricos.

▪ Por possuírem propriedades corrosivas podem avariar alguns materiais.

▪ Produz irritação na pele e, principalmente, nos olhos em caso de contato.

CO2:

▪ Quando utilizado em ambientes fechados pode reduzir drasticamente a

concentração de Oxigênio no local e causar morte por asfixia.

▪ O CO2 é armazenado em comprimido e ampolas. Ao ser liberado para um

ambiente com menor pressão absorve calor conforme se expande. Se for

liberado a curta distancia em direção a pessoas pode causar queimaduras de

frio.

▪ Por poder armazenar energia estática não e aconselhável disparar CO2 sobre

combustíveis de alta inflamabilidade como a gasolina, por exemplo, a menos

que esse combustível já esteja em chamas.

Agentes em pó

▪ Os produtos empregados na sua composição são não tóxicos, entretanto se

inalados podem causar dificuldade respiratória e podem atrapalhar com a

visibilidade.

▪ Podem dar origem a maus contatos e baixas de isolamento em equipamentos

elétricos e eletrônicos.

Vapor

▪ Requer a retirada de todo o pessoal do compartimento. Submete todos os

equipamentos contidos no compartimento a uma temperatura elevada.

Page 41: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

40

Halon:

▪ “O Halon 1301, numa concentração entre 5 e 7%, não causará efeito danoso

caso aexposição seja de até cinco minutos. Em uma concentração entre 7 e 10

% por um período de um minuto, alguns sintomas se fazem notar, como perda

da coordenação motora e redução da acuidade mental sem, contudo,

incapacitar a pessoa. Para concentração acima de 10%, durante um minuto de

exposição, a pessoa ficará totalmente incapacitada. Se o período for maior que

um minuto, ocorrerá o desmaio e possivelmente a morte.

▪ Para o Halon 1211, em uma concentração de até 4%, é aceitável a

permanência no ambiente por cinco minutos, no máximo. Em concentração de

4 a 5%, o máximo aceitável é um minuto de permanência. Acima de 5%, é

recomendável evitar qualquer contato ou exposição ao agente. Se alguma

pessoa sofre os efeitos de ter respirado o Halon, deve ser removida para um

local de ar fresco até que uma pessoa qualificada dê o devido socorro médico.

▪ Quando um incêndio é extinto por um agente qualquer derivado

de hidrocarbonetos halogenados, alguns cuidados devem ser tomados, pois,

além dos subprodutos comuns oriundos da combustão, o Halon se decompõe

a 5000C (9000F), formando diversos elementos tóxicos entre os quais ácido

clorídrico, ácido fluorídrico e ácido bromídrico. Esses subprodutos são

altamente nocivos à vida humana, podendo causara morte quase

instantaneamente. Portanto, sabendo-se que o halon foi utilizado para extinguir

incêndio em um compartimento, para se efetuar a reentrada, será

obrigatoriamente necessário o uso de um equipamento autônomo de

respiração, observando-se um tempo mínimo de quinze minutos após ter sido

comprovada a extinção do incêndio pela redução da temperatura no

compartimento.” 3

Medidas preventivas: Por mais seguras que sejam as embarcações modernas

em relação a incêndios devido as diversas técnicas de prevenção e impossível

reduzir a zero a chance de acontecer um incêndio por esse motivo não só a

prevenção deve ser de extrema importância mas também a detecção, não só

3 https://www.goconqr.com/p/890724-combate-a-inc-ndio---cap-tulo-tr-s-quizzes. Acesso em: 04

de maio de 2017

Page 42: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

41

de focos de incêndio, mas também de possíveis riscos e outras irregularidades

que possam causar um incêndio. Para previnir um possível incêndio de forma

eficaz deve-se atentar para qualquer tipo de material combustível que esteja a

bordo. Quanto ao material combustível presente a bordo, 5 importantes

aspectos devem ser analisados:

➢ Eliminação do material desnecessário à operação do navio e especificação do

material de bordo. Todo o material desnecessário deve ser desembarcado. Ao mesmo

tempo todos os materiais combustíveis essenciais para a operação do navio que

permanecerem a bordo devem ser guardados em locais específicos e devem ser de

conhecimento de todos os tripulantes tanto a sua localização quanto as medidas especiais que

devem ser tomadas para o combate a incêndio caso esses materiais forem atingidos.

➢ Limitação da quantidade de materiais inflamáveis ao mínimo necessário na

operação em vista.

➢ A quantidade de combustíveis como HFO, óleo lubrificante e Diesel devem ser

embarcados de acordo com a quantidade que será gasta na viagem planejada.

Devem ser evitados excessos por segurança.

➢ Armazenamento e proteção do material combustível. O lugar onde os materiais

combustíveis devem ser armazenados e de extrema importância para a segurança

dos tripulantes ao se evitar o máximo possível que riscos sejam formados.

Materiais combustíveis não devem ser armazenados acima da linha d’água. Isso

deve ser evitado o máximo possível, pois caso entrem em combustão a fumaça

gerada pode atrapalhar muito a visão do piloto e assim prejudicando o governo do

navio. Se o armazenamento desses materiais combustíveis no convés não puder

ser evitado eles deverão ser armazenados o mais a rápido possível na

embarcação. Nenhum combustível volátil deve ser deixado perto das entradas de

ar da praça de maquinas, pois os vapores desprendidos desses combustíveis ao

entrar em contato com alguns equipamentos de alta temperatura da praça de

maquinas poderão se inflamar. Os locais adequados para armazenar material

combustível são os compartimentos localizados abaixo da linha d’água. Todos os

combustíveis líquidos devem ser guardados em recipientes próprios com tampa

hermética. A armazenagem de líquidos inflamáveis deve ser feita em

compartimento apropriado e com ventilação forçada.

➢ Manutenção do navio nas suas melhores condições de resistência ao fogo. Pode

ser alcançado através:

Page 43: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

42

▪ Da realização de frequentes inspeções, de modo a manter os riscos de

incêndio reduzidos ao mínimo

▪ Do contínuo esforço da tripulação em se conscientizar quanto a

importância da prevenção de possíveis riscos que poderiam gerar focos

de incêndio além de fazer vários treinamentos de adestramento a fim de

deixar os tripulantes aptos a terem respostas rápidas quanto aos

processos de detecção e combate a incêndio a bordo

Perigos adicionais com o navio em período de reparo. Os principais perigos

adicionais com o navio em período de reparo são os seguintes:

▪ Processos de solda e corte o que aumenta o risco de incêndios devido

ao calor gerado;

▪ Grande número de cabos elétricos energizados;

▪ Tripulação reduzida a bordo e interrupção de comunicações interiores, o

que poderia gerar uma demora na disseminação do alarme de incêndio;

▪ Rede de incêndio e sistemas fixos de extinção de incêndios em reparo

ou operando com restrições.

8.2 Mangueiras de incêndio

As mangueiras adotadas a bordo são as de borracha e lona dupla nos

diâmetros de1½", 2", 2½" e 3½" . As seções são de 15m ou 25 m de comprimento,

com união macho em uma extremidade e fêmea na outra.

Para reduzir o atrito com a agua e possibilitar que essa flua com maior

velocidade o revestimento interno e feito de borracha e liso. Da manipulação das

mangueiras de 2½" ou maiores sob pressão é muito difícil. As mangueiras de 2½" são,

geralmente, utilizadas para dar maior extensão a linhas de mangueiras. As

mangueiras de 2½" geralmente alimentam duas mangueiras 1½" através de uma

conexão em Y. As mangueiras de 1½" são as mais usadas para combater focos de

incêndio, pois fornecem uma boa vazão de agua e, ao mesmo tempo, onde fácil

manuseio. Navios dotados com estações de alta capacidade para geração de espuma

utilizam também uma mangueira de 3½" para obter uma alta vazão.

As mangueiras não devem ser pressurizadas ate estarem no local do foco e

prontas para iniciar o combate ao incêndio, pois são de difícil manuseio. Antas de se

começar o combate as mangueiras são pressurizadas e testadas. Quando houver a

Page 44: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

43

necessidade de se estender longas linhas de mangueiras, deve-se estender linhas de

mangueiras de 2½" porque as linhas de1½" podem não dar vazão o suficiente para

que o incêndio seja combatido de forma eficiente. Apenas próximo à área do foco de

incêndio que são adaptadas as linhas de mangueira de 1½".Quando as mangueiras

forem aduchadas, o procedimento padrão para evitar avarias nas mangueiras deve

ser seguido: estende-se a mangueira no convés, a mangueira e então dobrada sob si

mesma, até que a união macho, vindo por cima, chegue a cerca de 1,20 m da

extremidade fêmea. A mangueira e então recolhida enrolada a partir da extremidade

doseio. Ao terminar a aducha, a união fêmea estará por fora e, no fim da segunda

volta, a união macho estará com a rosca devidamente protegida.

As mangueiras deverão ser conservadas limpas, porem não e aconselhado

lavá-las a não ser que fiquem sujas de materiais que podem deteriorar sua camada

de borracha, como óleo.

Nesses casos, deverão ser lavadas com água doce, escova macia e sabão ou

detergente neutro. Depois de serem lavadas as mangueiras devem ser estendidas

para secarem sob a luz do sol. Todas as mangueiras deverão ser inspecionadas

semanalmente, a fim de se verificaria presença de umidade.

A união dupla fêmea é utilizada especialmente para unir duas mangueiras ligadas à

tomada de incêndio para estender o tamanho da mangueira de incêndio.

8.3 Esguicho universal e aplicadores

O principal tipo de esguicho usado a bordo é o universal. O esguicho universal,

fornecido nas dimensões de 1½" e 2½", possui uma válvula de três posições,

comandada por uma alavanca, e dois orifícios de descarga. Operando a alavanca

pode-se acionar um jato d’agua pelo orifício superior, ou uma neblina de agua

pulverizada, pelo orifício inferior.

Os jatos de água produzidos pelo esguicho universal devem obedecer a

determinadas padronizações quanto a forma, consistência e alcance. Um outro fator

que deve ser observado e a queda de pressão quando a linha de mangueiras e muito

extensa e a queda de pressão quando varias mangueiras estão conectadas em uma

mesma tomada. Sempre que possível deve-se ligar mangueiras em tomadas

diferentes para se evitar essa queda pressão. Com a alavanca na posição avançada

o esguicho estará fechado, impedindo a passagem de água. Na posição oposta o

Page 45: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

44

esguicho produzira o jato d’agua pelo orifício superior com pressão máxima. Quando

a alavanca esta posicionada na posição do meio a neblina será liberada pelo orifício

inferior. A neblina e pré selecionada como de alta ou baixa velocidade adaptando-se

o borrifador adequado para o tipo de neblina desejado.

A pressão mínima necessária para produzir neblina nos pulverizadores é 70

lb/pol.2.Pode-se elevar a pressão a níveis próximos de 100 lb/pol.2 e, assim, melhorar

a eficiência do esguicho. A neblina de baixa velocidade é produzida por orifícios

pequenos e, dessa forma, produz gotículas reduzidas de agua que possuem um

alcance menor que a neblina de alta velocidade. O

pulverizador de baixa velocidade é conectado diretamente ao tubo aplicador. Existem

três tipos de aplicadores:

▪ 1" de diâmetro, 1,2 m (4 pés) de comprimento e ponta recurvada de 60°

▪ 1" de diâmetro, 3,0 m (10 pés) de comprimento e ponta recurvada de 90°

▪ 1½" de diâmetro, 3,6 m (12 pés) de comprimento e ponta recurvada de 90°

Tanto o pulverizador de 4 pés quanto o pulverizador de 10 pés de comprimento

são usados com es esguicho de 1½", já o pulverizador de 12 pés e usado com o

esguicho de 2½". baixa possui menor alcance e maior difusão das partículas de água.

Os difusores de neblina de baixa velocidade possuem um alcance menor que os

difusores de alta velocidade, porem são mais eficientes para resfriar materiais, porque

suas gotículas de agua são menores e, assim, são mais eficientes para fazer trocas

de calor. O esguicho de baixa velocidade e muito usado, não só para a proteção das

equipes quando estas avançam em lugares tomados por chamas, mas também para

resfriar compartimentos e reduzir as chamas antes mesmo da entrada das equipes.

8.4 Esguichos variáveis

São equipamentos utilizados unicamente para a proteção da equipe que esta

combatendo o incêndio. Os modelos mais antigos desse equipamento não possuíam

jato solido e sim apenas uma neblina de espuma cuja vazão pode ser controlada

através de um anel de controle de vazão. O agente formador de espuma desse

equipamento é conhecido como ESPUMA FORMADORA DE PELÍCULA AQUOSA

(“AQUEOUS FILM FORMINGFOAM”). Por causa desse nome eles são chamados de

esguicho AFFF ou esguicho de vazão variável.

Page 46: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

45

Os esguichos AFFF modernos receberam a possibilidade de produzir jato

solido e mantar sua vazão constante.

As diferenças mais significativas entre os vários modelos de esguichos

variáveis são na presença ou não de punho para ajudar a manusear o esguicho e no

material o qual esse punho e feito, ou seja, não possuem diferenças significativas

sobre seu funcionamento e todos operam sobre o mesmo princípio. A rotação de uma

rosca na saída do difusor variável controla a forma de sua neblina.

Na maioria dos casos o fechamento do esguicho e feito por uma alavanca, mas

alguns esguichos adotam o fechamento através da rotação da rosca do difusor. O

esguicho variável produz padrões de esguicho de jato sólido, neblina estreita (difusão

de 30°), neblina media (difusão de 60°) e neblina larga (difusão de 90° ate 110°).

8.5 Esguichos de cortina de água e de ataque

Ambos são semelhantes ao esguicho variável. Diferem principalmente quanto

a sua vazão, a qual é um pouco menos que a do esguicho variável.

8.6 Sistema de borrifo

Os sistemas de borrifo são umas das formas mais eficientes de combate ao

incêndio, já que combatem os focos de incêndio no início e assim impedem que o fogo

se alastre e cause grande destruição, além de atuar de forma automática tendo uma

resposta rápida ou atuando por controle a distância e possibilitando o combate sem

ser necessário o risco humano das equipes de combate a incêndio e, caso as equipes

tenham que atuar mesmo com a operação do sistema de borrifo, esse sistema atenua

as chamas e torna a atuação das equipes mais segura. Na rede de incêndio existe

uma válvula que serve para fazer operar o sistema de borrifo a distância e logo após

essa válvula existe um dispositivo que permite o teste de operação da rede. A rede de

borrifo pode ser constituída por tubulações com furos dispostos uniformemente ou

dispor de pulverizadores de agua dispostos estrategicamente. As redes de incêndio

podem ser dotadas de dois tipos distintos de pulverizadores: os pulverizadores que

formam uma cortina com uma boa vazão de agua (conhecidos como pulverizadores

“chuveiro”) ou pulverizadores que formam uma neblina de baixa velocidade. O sistema

de borrifo mais usado é o que utiliza os chuveiros automáticos. Nesse caso os

Page 47: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

46

pulverizadores são acionados pela presença de fluxo de calor proveniente da

combustão e cada pulverizador e acionado independentemente. Tal sistema tem

como vantagem usar somente os pulverizadores necessários e, nesse caso, o

desperdício de agua e a avaria de materiais sensíveis a agua que não estão em

contato com o incêndio são evitados. A rede de borrifo é carregada com agua doce,

pois agua salgada, embora abundante nos mares e oceanos onde os navios navegam,

e corrosiva e causa avarias nas maquinas e equipamentos dos navios. Os chuveiros

automáticos são conhecidos como "SPRINKLERS". Esses chuveiros consistem em

uma válvula que é mantida fechada por uma ampola de vidro que possui um liquido

altamente expansível em seu interior. Ao ser aquecido, esse liquido se expande até

romper a ampola e abrir a válvula, liberando o borrifo.

8.7 Canhão de água

Nos navios de socorro e rebocadores estão presentes os canhões de água,

que servem para prestar auxílio a navios com incêndios de grande proporção.

8.8 Espuma como agente extintor

A espuma é o agente indicado para extinção de incêndio classe “B”.O jato de

espuma deve ser direcionado para uma antepara ou qualquer superfície de onde a

espuma pode escorrer até o incêndio. A espuma não deve ser apontada diretamente

para as chamas. A espuma química é mais substancial que a espuma mecânica,

assim sendo o seu emprego é mais eficaz nos combustíveis de menor viscosidade e,

a espuma mecânica, por ser mais fluida, e muito melhor para ser empregada em

incêndios cujo acesso e dificultado por obstáculos A espuma mecânica apresenta

outras duas vantagens em relação a espuma química:

▪ Uma película é formada na superfície do combustível liquido impedindo que

este desprenda vapores de combustíveis;

▪ A camada de espuma isola o comburente da superfície do combustível.

▪ Borrifos, tanto de porões, quanto de teto ou lançamento de espuma usando FB

5X/NPU são outras formas de se utilizar a espuma e vale ressaltar que pelo

menos uma das mangueiras da linha de combate a incendia deve ser operada

usando espuma como agente extintor. Os esguichos FB 5X e NPU não servem

Page 48: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

47

para proteger os tripulantes que estão efetuando o combate ao incêndio,

devendo-se utilizar uma outra linha de mangueira a base de agua para

acompanhar o avanço da equipe de combate efetuando sua proteção enquanto

a extinção do fogo e realizada. A espuma é constituída de cerca de 85% de

água (em peso) e cerca de 90% de ar ou CO2 (em volume).

8.9 Equipamentos para produção de espuma

Há uma grande variedade de equipamentos geradores de espuma. Os de uso

mais comum são:

▪ AFFF- Para espuma química

▪ Extintores portáteis.- Para espuma mecânica

▪ Esguicho variável;

▪ Esguichos de cortina d’água e de ataque;

▪ Esguicho NPU (Navy Pick-Up Unity) com tubo de aspiração;

▪ Esguicho FB 5X e FB 10X;

▪ Esguicho universal para neblina de alta e com aplicador para neblina de baixa

velocidade;

▪ Misturador tipo “FW”;

▪ Estações geradoras de espuma e

▪ Misturador Entrelinhas.

8.10 Estações geradoras de espuma

Navios de grande risco de incêndios classe “B”, tais como os navios tanques e

químicos, necessitam estacoes de geração de espuma com grande vazão a fim de

que o incêndio possa ser extinto de maneira rápida e eficiente. Estações centrais, de

alta capacidade, fazem a mistura proporcional de agua e o elemento gerador de

espuma, que é enviada para os canhões e as tomadas de incêndio especiais

localizadas em locais estratégicos, como o convés, tanques de combustível e óleo

lubrificante e praças de máquinas.

As características básicas das estacoes geradoras de espuma são:

▪ Um tanque para armazenagem e pronta utilização do elemento gerador de

espuma;

Page 49: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

48

▪ Um filtro instalado entre a rede de incêndio e a estação;

▪ Uma válvula, instalada entre o filtro e o misturador. Ela pode ser aberta por uma

válvula piloto acionada por solenoide;

▪ Um misturador

8.11 Extintores portáteis

Extintores portáteis são equipamentos destinados ao combate de pequenos

focos de incêndio, não sendo recomendável ser usados para extinção de incêndios

de maior porte, tanto pela sua capacidade, quanto pelo risco aos tripulantes. O uso de

extintores de incêndio portáteis deve ser acompanhado da preparação de meios de

extinção de incêndio de maior porte, como as mangueiras de incêndio, mesmo que o

tripulante julgue que o foco de incêndio possa ser controlado com os extintores

portáteis, já que, caso o uso dos extintores se mostre ineficiente, outras maneiras mais

eficientes de se combater o fogo já estarão preparadas. As variações dos extintores

portáteis são, principalmente, em relação a seus agentes extintores e ao propelente

utilizado por suas ampolas. Os agentes extintores são escolhidos de acordo com o

tipo de incêndio a que determinado extintor foi produzido para combater. O propelente

mais usado a bordo e o CO2.

Os agentes extintores mais utilizados nos extintores portáteis são:

▪ Água;

▪ Espuma;

▪ Dióxido de carbono (CO2);

▪ Bicarbonato de sódio e

▪ Halon.

8.12 Extintores a água

Seu propelente costuma ser ar comprimido que e pressurizado na ampola junto

com a agua. A descarga é controlada por meio da válvula de fechamento.

Emprego:

▪ Exclusivamente em incêndios da classe "A": Uso - Retirar o pino de segurança

e pressionar o gatilho, dirigindo o jato para a base das chamas. Após extinguir

o fogo deve-se dirigir o jato d’agua para os materiais atingidos pelo incêndio

Page 50: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

49

para encharca-los e assim prevenir contra um ressurgimento do fogo devido a

brasa ainda presente nesses materiais.

Figura 5: Extintor de água para incêndio classe A e sólidos

Fonte: http://valejet.vteximg.com.br/arquivos/ids/175639-1000-1000/

Dentro do cilindro do extintor, logo abaixo da tampa, existe uma ampola de CO2

que esta pressurizado. Para permitir o rompimento da ampola e a descarga desse

agente extintor, que é o propelente, o operador deve bater a tampa do cilindro contra

uma superfície dura afim de romper a ampola.

➢ Emprego: exclusivamente em incêndios classe “A”.

➢ Uso: romper a ampola com um impacto da parte superior do cilindro contra uma

superficie dura. Dirigir o jato de agua para a base das chamas. Após extinto o fogo

o jato deve ser mantido ate que o material deve ser encharcado.

8.13 Extintores de espuma

➢ Espuma química: O cilindro contém uma solução de água, bicarbonato de sódio

e agentes estabilizadores. Uma solução de sulfato de alumínio é colocada em

um recipiente interno de plástico do cilindro. Após isso o cilindro e invertido e

os reagentes se misturam e ocorre a reação geradora de gás carbônico e esse

Page 51: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

50

e liberado. O CO2 gerado atua como propelente e expulsa a espuma do

cilindro.

▪ Emprego: estes extintores podem ser usados em incêndios das classes “A” ou

“B”.

▪ Uso: Nos incêndios da classe “A” o jato deve ser dirigido para a base das

chamas e nos incêndios de classe “B” o jato deve ser dirigido para as

superfícies próximas ao fogo, como anteparas, por exemplo, para que escorra

e cubra o liquido sem espalha-lo.

Figura 6: Extintor de espuma mecânica de 10 litros

Fonte: http://www.extintoreslorenzi.com.br/media/djcatalog2/image

➢ Espuma mecânica: Trata-se de um cilindro com uma mistura de espuma

formadora de película aquosa e água, que usa ar comprimido como

propelente.

▪ Emprego: esses extintores podem ser usados em incêndios das classes “A” e

“B”.

▪ Uso: são operados acionando-se o gatilho e dirigindo a espuma para a base

das chamas.

8.14 Extintores a dióxido de carbono

Page 52: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

51

O extintor consiste de um cilindro de aço no qual é comprimido o CO2 a uma

pressão de 850 lb/pol.2

▪ O uso da alavanca de disparo permite uma operação continua do extintor.

▪ Emprego: são recomendados para incêndios das classes “B” e “C”, mas também

podem ser usados para conter o avanço

Os extintores de bióxido de carbono, com difusor de metal, não devem ser

empregados em incêndios da classe “C”, por apresentarem o risco de choque

elétrico. Quando empregado sem ambientes confinados, o operador deverá fazê-

lo com cuidado, a fim de não sofrer os efeitos decorrentes da baixa percentagem

de oxigênio que restará para a respiração.

▪ Uso: retirar o pino de segurança. Em seguida, pressionar a alavanca que

comandará a válvula de descarga. Em quase todos os tipos de incêndio, a

descarga deve ser dirigida apara a base das chamas e, após sua extinção, deve

ser mantido o jato para permitir um maior resfriamento e prevenir o possível

reavivamento do fogo.

Figura 7 – Extintor de dióxido de carbono

Page 53: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

52

Fonte: http://www.protexfire.com.br/imgprod/extintor-dioxido-de-carbono-co2-3.jpg

8.15 Extintores a pó químico

Os extintores a pó químico são todos os extintores que usam pó seco, menos

os que são usados especificamente para extinguir incêndios da classe “D”. Como

propelentes podem ser empregados o dióxido de carbono, nitrogênio ou ar

comprimido, desde que estejam livres de umidade, pois a umidade efetua a

granulação do pó.

▪ Emprego: É recomendado para o uso em incêndios da classe “B” e podem causar

reações químicas violentas caso sejam usados em incêndios de classe “D”.

▪ Uso: o jato deve ser dirigido para a base das chamas. Devido a alta velocidade de

saída do pó químico de alguns extintores e recomendado que a aplicação desse

equipamento seja feita a uma distância de no mínimo dois metros de distância do

foco de incêndio para impedir que o liquido inflamado se espalhe.

Figura 8: Extintor de pó químico

Page 54: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

53

Fonte: http://www.jatosistema.com.br/media/catalog/product/cache/1/image

Para se operar o equipamento a ampola de CO2 deve ser rompida.

A descarga é controlada pela válvula existente na extremidade da mangueira.

O jato deve ser dirigido para a base das chamas, movimentando-se o esguicho de um

lado para outro.

8.16 Extintores a pó seco (para metais combustíveis)

Esses extintores são normalmente conhecidos como extintores a “pó seco”. O

pó mais comumente empregado é o MET-L-X (cloreto de sódio com fosfato tricálcio

aditivo termoplástico e metal estearato). O pó não é tóxico, não é combustível, não é

abrasivo e não conduz eletricidade. Geralmente o propelente é o bióxido de carbono.

O pó forma uma camada sólida, impedindo o contato do oxigênio com as

chamas, extinguindo-as. É importante que a camada sólida não seja partida, o que

iria permitir entrada de oxigênio e consequente intensificação das chamas. O pó tem

a característica de aderir em superfícies quentes, envolvendo perfis irregulares e

fundidos. Os extintores que contêm o MET-L-X são indicados para incêndios que

envolvem sódio, potássio, ligas de sódio-potássio e magnésio.

▪ Emprego: utilizados em incêndios da classe “D”.

▪ Uso: quando da aproximação a um incêndio, abrir totalmente o esguicho e

lançar o pó sobre o metal incendiado. À medida que as chamas diminuírem de

intensidade, reduzir a pressão no esguicho e manter o jato sobre a área

Page 55: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

54

incendiada. Partículas de metais combustíveis misturadas com lubrificantes de

máquinas queimam rápida e violentamente. Devido à grande quantidade de

calor desprendida neste caso, nem sempre é possível a aproximação ao local

do incêndio para aplicar corretamente o agente extintor.

Figura 9: Extintor de pó químico seco

Fonte: https://encryptedbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcStDnrHWdPuN

8.17 Outros recursos

Agentes extintores tais como água e areia, lançados a balde, constituem um

recurso de razoável eficiência para controle de princípios de incêndios. É um recurso

simples e econômico indicado como alternativa para locais isolados, onde os riscos

de incêndio sejam pequenos, e o espaço e a estética não constituam problema.

Observações Gerais:

Extintores que utilizam substâncias químicas sob pressão devem ser testados

hidrostaticamente em intervalos regulares e quando o extintor apresentar ação da

corrosão ou avarias mecânicas. Extintores que apresentam sinais de corrosão,

deformações no cilindro, ou que tenham sido reforçados por meio de solda ou outro

processo mecânico, devem ser substituídos por novos extintores já testados

hidrostaticamente.

Os extintores portáteis, que utilizam agentes em estado gasoso ou em pó,

podem ser ineficazes se empregados ao ar livre sob condições de vento forte.

8.18 Identificação dos extintores portáteis

Page 56: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

55

O local onde ficam instalados os extintores deve ser marcado com um sinal,

indicando a classe de incêndio para o qual aquele extintor é adequado.

Extintores utilizados em incêndios classe “A” são identificados por meio de um

triângulo verde contendo a letra A.

Extintores utilizados em incêndios classe “B” são identificados por meio de um

quadrado vermelho contendo a letra B.

Extintores utilizados em incêndios classe “C” são identificados por meio de um

círculo azul contendo a letra C.

Extintores utilizados em incêndios classe “D” são identificados por meio de uma

estrela amarela de cinco pontas contendo a letra D.

Figura 10: Tipos de incêndio

Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-kzUpO5CmjZk/Ujpwa2gOxZI/AAAAAAAAAeE/

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Page 57: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

56

O propósito deste trabalho foi o de apresentar os equipamentos e técnicas de

prevenção e combate a incêndio a bordo de navios mercantes.

Podemos concluir que todas as regras e orientações devem ser seguidas pelos

tripulantes, não só em relação à avaliação de riscos e utilização de equipamentos de

proteção individual, mas também em relação a manutenção e uso correto dos

equipamentos de combate a incêndio.

A partir dos estudos realizados conseguimos entender a importância de se

manter em segurança em relação a incêndios, que é o maior causador de acidentes

a bordo.

REFERÊNCIAS

Page 58: LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUESMáquinas Marítimas, do Curso de Formação de Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça

57

BRASIL, Marinha do, Manual de Combate a Incêndio – 8ª Edição 2000 Centro de Adestramento Almirante Marques de Leão. Corpo de bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro. PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO – Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças. Disponível em: <www.areaseg.com>. Acesso em: 15 abr. 2016. DISTRITO FEDERAL, Corpo de Bombeiros Militar MANUAL BÁSICO DE COMBATE A INCÊNDIO – 2ª Edição. FREITAS, Osvaldo Nunes e Sá, José Marques. Manual Técnico profissional para Bombeiros. Edição Revisada 2000. FSS CODE - International Code for Fire Safety Systems-IMO. Edição Consolidada de 2010. Tradução da DPC, 2010. Organização Marítima Internacional–IMO - Segurança da Navegação e a Prevenção da Poluição Marítima causada por navios. Disponível em: www.imo.org. Acesso em: 15 abr. 2016 SOLAS, Convenção Internacional Para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar. 1974. Polícia Militar do Estado de São Paulo, Corpo de Bombeiros Conceitos Básicos de Segurança contra incêndio-Instrução Técnica 02-2004. Disponível em: www.bombeiros.com.br – Acesso em: 16-11-2013 SUPERINTENDÊNCIA DO ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO. Manual de Combate a Incêndio. Rio de Janeiro: Diretoria de Portos e Costas. TÉCNICAS de Combate a Incêndio. Disponível em: <www.cbm.df.gov.br>. Acesso em: 15 abr. 2016