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No próximo carnaval

Elle •!— Foi o diabo o tal oflicio; nSo me Urgam mais; AR \<*0&S2J>5

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ARARA

ARARA Num. 52 —SABBADO, 10 DE FEVEREIRO DE 1906-

EXPEDIENTE PUBLIGA-SE NOS SABBADOS

.\SSIGNATURAS: Capitai, anuo, 10$obo Inlei-ioi-, 1 õ$0<>0

, NUMERO AVULSO, ÜOO REIS. - NUMERO ATRASADO, 500 REIS

—♦ ^ôministração: Rua S. gento, 67—(^Itos Do Caíé Branôão)

P. PAULO

O habito do cachimbo •••

Com o numero de hoje completa o Arara o primeiro anno da sua publicação.

Luctando com as condições do nosso^ineip," .ainda avesso á leitura de jornaes e outras publicações congêneres, o "Arara attravessou este período, nb emtanto, sahindo coin toda- k .re- gularidade. M

O programma cumpriu-o ellé também á ris.ca. E, a cons- ciência não nos accusa de nós tempos desviado uma linha se- quer do plano traçado. Não tocamos nem" de leve no que pu- desse melindrar a honra e o pundonor, não devassamos a vida intima, nem fomos instrumento consciente ou "..inconsciente de vinganças.

Registamos, com mais"ou menos espirito, os factos da semana, commer.tamos os homens e as coisas, apanhando- Ihes' com maior ou menor felicidade os aspectos cômicos e gro- tescos.

Não nos dobramos aos dispensadores de graças, não nos guiou o interesse inconfessável, como não nos atemorisou nem atemorisará a nmeaça tola e inepta, c muito menos nos assus- ta a;raiva impotente de uns- e o despeito'.inoffensivo de outros.

Libertados de h'a níu-íto de um <;ertQ numero de precon- ceitos, que podiam turvar a nossa apreciação, t-ratamos todos os assumptos com a maior independência e delia fazemos o nosso escudo.

E' possível que a nossa troça, sem a presumpção, aliás, de corrigir os costumes, tenha beliscado a vaidade e o amor próprio dumas individualidades, ocos e vistosos balões de bor- racha, que a audácia de affirmar elevou aos primeiros planos da sociedade; é possível, porque era essa a nossa intenção. Mas esses mesmos não nos podem querer mal, porque essa troça efflorou-os apenas á superfície, não os furou e elles continuam pairando nas altas regiões, causando a admiração de todos os papalvos.

Cumprimos, pois, o nosso programma, tendo, especial- menie, em vista fazer rir. Porque, já Rabelais o disse e depois tanta gente, le ríre est le propre de íhomme.

um copo

Havia nesta heróica cidade de São Paulo, um indivíduo, que durante 16 annos, bebeu mais cannínha do G' do que, durante esse prazo, têm bebido água os canos da Cantareira.

• Tomava todas as semanas uma bebedeira, que ia -^e se- gunda-feira de manhã a domingo de noite.

Alegre e espirítuoso, no verdadeiro sentido d^sta palavra, era o divertimento da garotada e o terror das crianças míaho- sas.

Chamavam-no o "Tripeirínho", porque em tempos idbs, de trabalhos e de fadigas, tinha sido vendedor de tripas.

Lá vem o "Tripeirínho"... Foi por muitos annos o grito de guerra das mães, que queriam chamar á razão os indisci- plinados e irrequietos filhos.

Fazendo da mão direita uma cometa, o "Tripeirínho" an- dava de rua em rua, atroando os ares com os seus gritos des- afinados.

Um bello dia, appareceu em S. Paulo um curandeiro, que, por meio de passes e água fria', curava em cinco sessões os mais antigos devotos da cachaça, do terrível vicio da embria- guez.

Diziam uns que o tal homem tinha grande força magné- tica; outros affirmavam que era feiticeiro.

O facto, porem, era que elle curava a embriaguez. O Tripeirínho tinha amigos, que desejavam a sua rege-

neração. Levaram-no estes ao curandeiro, predecessor do Dr. Ja-

guaríbe. Na primeira sessão, o Tripeirínho estava ainda na chuva

| e não foi grande o resultado. Applicada sobre eilir a forçai; hypnotíca, dormiu e fez

mais, dormiu e foncou. } O curandeiro fez-lhe uns passes e deu-lhe

d'agua, dizendo-lhe: Este é o liquido salvador. O paciente entornou a água; e á pergunta:—Ainda quer

a infame é diabólica pinga, respondeu : —Quero, sim, senhor!... Voltou segunda vez, voltou terceira, quarta e quinta. Na ultima estava completamente curado, com grande

desgosto dos garotos e das "mães de família. [ Assim passou um oii dous mezes, andando pelas ruas cono um phantasma, triste e pensativo, chorando por qualquer coisa, como um verdadeiro desgraçado. j

A nostalgia da pinga, matava lentamente o ^ Tripeirínho. Não se conteve mais e saindo de casa numa* manhãbru-

mosa,. entrou na primeira venda, Ha esquina e bebeu pelos sessenta dias de descanço.

Alegraram-se os garotos, as mamas e as vovós, a cida- de e os bairros, e elle, o Tripeirínho, alegrou-se tanibem. ;

Quando se lhe perguntava, como era aquillo, comp ti- nha voltado ao vicio, respondia: "O habito do cachimbo piõe a bocca torta"—e, preparando a mão em cometa, tocava sentido !

Lembrou-me este caso a leitura que fiz nos jornaes, de que o governo depois de 16 annos de orgia eleitoral, ia entrar no bom caminho, voltando ás antigas praxes dos tempos da propaganda.

Já estou a vêr d'aqui o Rubião, o Glycerío, o Prestes, regenerados, mas andando pela rua 15 bro de alto a baixo, melancholicos e nostálgicos.

Mais tarde, isto é, daqui a uns dois mezes, dos de os vêr alegres e contentes com as mãos tocando sentido ás suas forças dispersas e respondendo como "Tripeirínho" aos seus interlocutores :

—"O habito do cachimbo põe a bocca tortai'. FLORIANO.

o Lacerda e de Novem-

havemos to- em cometa,

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ARARA

Faz hoje um anno que cada um de nós, do Arara, se propoz a regenerar os costumes sociaes, fazendo dizer pelo bico de ouro deste animalsinho raro todas as verdades do Evan- gelOo.

Um anno de cuidados e canceiras! Um anno de labor ingrato, semana a semana conquista-

do, com o espirito tranquillo, o coração alegre, a algibeira for- rada de cotão! Devem confessar que somos pessoas de ener- gia viril e que as grandes emprezas assentam bem nos nossos hombros.

A Chronica foi quem mais brilhou. Essa matrona glo- riosa, que é quem abre o bico do Arara, falou, falou, falou.

Se o Arara fosse casado, tomal-a-iam por sogra delle, com uma língua maior que a do Rio Grande, muito gostosa, de resto, com ervilhas ou batatinha nova.

O que nestes doze mezes a Chronica disse ainda não ousou dizel-o a creatura mais puritana deste mundo. Em Pa- lácio, o sr. Jorge Tibiriçá nem sempre lhe ouviu a conversa com o seu ineffavel sorriso de generosidade. Mas muitas vezes suspendeu o seu adorado chopp espumejante, para melhor ex- pandir no gabinete de trabalho a gargalhada que desopila o figado e põe a gente de bom humor.

O sr. Herculano de Freitas aturou-a sempre com genero- sidade e, por vezes, nas discussões mais accessas, confessou-se vencido pela velhota, que o consolava afinal, chamando-lhe Chamberland de Itaquaquecetuba. O sr. Rubião Júnior evita- va-lhe a conversa, e o sr. Lacerda Franco dizia que jararaca não era tão peçonhenta como a Chronica do Arara.

Quem, de resto, mais ódio votou á nossa illustie e cara aniiga foi esse bravo, desempenado e ardoroso coronel Piedade. Uma vez chegou a descmbainhara gloriosa espada para a de- j,rollar. Como, porem, um official da Briosa lhe ponderasse que a espada dum coronel jamais devia tocar em corpo que não fosse astral, o coronel achando-lhe razão, vingou-se na mi- licia, e foi redigir a milessima ordem do dia, prohibindo aos seus commandados a leitura do Arara.

Na Corda tudo dançou. Os próprios hypocondriacos, com as mandibulas dilatadas, interrompiam o espectaculo, can- tando :

Oh, que prazer! Oh, que alegria!

Quem menos fez, menos brilhou foi cá este seu criado. Todo o homem tem a sua fumaça de vaidade. E é claro que eu não sou uma exclusão á regra. Com a caçadeira ao hombro e a canna de pescar na mão, por montes e valles, passei infinitas horas ouvindo murmurar as águas dos ribeiros. Na caça nunca fiz um tiro certeiro. Razão tinha o leitor em dizer, apontando para mim : "Elle ouve o bater das azas, mas não sabe onde. Elle bem mergulha a canna, mas o peixe come-lhe a isca e... manda-o depois pentear macacos."

Mas que fazer? Se todos nós, neste mundo, fossemos uns gênios, não existiriam as academias de lettras.

Cabe aqui dizer que Hattos brilhou durante o anno in- teiro. O seu lápis curou muita gente do figado. As pharma- cias votaram-lhe um ódio feroz e os especialistas nas doenças daquelle órgão chegaram a mandar-lhe cartas anonymas cha- mando-lhe ladrão do pão dos outros.

De resto, foi um anno de trabalho divertido. Não houve sangue derramado durante a refrega nem pugilatos, que deixas-

infamantes. cada um de nós vae segu sem vestígios Vamos começar um novo anno

o seu caminho, á conquista das sympathias publicas. Tirando o meu chapéu ao leitor, digo-lhe adeusinho até á volta e prometto que daqui, a do^e mezes, lhe, trarei da minha Caça e pesca um periquito para os pequerru- chos e um lindo dourado para o jantar de Natal.

PASCHOAL.

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Pacifico Guerra, lerabraaclo-s« da antiga andadura, respondeu nos triuinphante: teinol-a travada. Qtas nos importa a nós se elle a tem travada ou se nào passa dum incommodo e mesquinho chouto.

O que queríamos era desfazer a grossa patifaria do aniraalejo, que nos attribuiu intuitos que não eram nossos. Para isso demos-lhes uns piparotes nas pontas das desmesuradas orelhas o, desviando-nos prudentemente, deixamos o mísero espolinhar-se á vontade

Mas o brutinho, passada a primeira impressão, voltou á tris- teza habitual e psalmodiou uma minotona lenga-lenga. toda queixu- mes, toda lamúria, por entre a qual se percebia «qttd o homénsiuho do Arara lhe encommendara umas criticas do arte, que tinham feito grande successo e merecido fortes elogios com os quaes o «homensi- nho do Arara* se lambera» etc. etc.

E o caso é que o facto apontado é, positivamente, verdadeiro. Pacifico Guerra tinha-nos sido apresentad ) com os oneomiasticos re- clamos do queijo do Garrafào e das pilullas Hoitzelmann. Quizemos experimentar a sabonça da alimaria; o, numa época em que estava-

j mos sobrecarregados de trabalho, pedimos-llio umas noticias sobre [ umas aulas-concertos, realisadas no Stoinway. K o Pacifico, diga-se a verdsde, trouxe as noticias que elle chama crilicas, muito recheia- das de logares coinmuns e erros de linguagem. Emendamos estes,

; coi-tamos alguns dos outros, e as noticias incolores. nem carne nem peixe, lá sahiram publicadas. Como se tratava de concertos de alu- mnas, e que nada mais eram do que aulas, tínhamos até tenção de

; entregar a Pacifico essas orit <;as. Mas foram tantas as reclamações que recebemos contra a trivialidado, sempre a mesma, dessas criticas, que resolvemos suspender a cesta ao brutinho. Elle parece que por-

; cebeu e desculpou-se da chateza dos conceitos ó do emprego constante 1 dfts mesmos adjectiv^s, dizendo-uos que essas criticas eram escri- ; ptas a lápis!

Tivemos dó da ingenuidade do auímalejo e dissemos-lhe que, agora, tiuliamos tempo e prescindíamos dos seus bons officíos.

E Pacifico Guerra, cada vez mais cretino e inchado, vem-nos fallar em elogios recebidos.

Ah, se elle soubesse as descomposturas qno apanhamos por causa dessas três ou quatro negregadas babuseiras ! E ainda nos vem dizer que nos lambemos com elogios ! , ■ -

Afinal de contas, se Pacifico Guerra escrevinha nos jornaes a culpa nào p delle. E' ao progresso, unicamente, ao progresso que to- dos devemos as eítopadas e as burrices de Pacifico. Se uma companhia- americaua se nào lembrasse de substituir a tracção animal pela ele- ctrica, Pacífico estaria ainda a estas horas ruminaudo socegadamente

''a sua phílosophia, attrelado a um bonde da antiga Viaçào. E assim, com estas modernices de olectricidade. Pacifico julgou-

se autorisado a fingir de jornalista, do critico o até de d. Jiifin. Por- que, Pacifico pensa que as borracheiras que escrevo são outros tan- tos inadrigaes ottererídos ao coração sesivol das anctrizes.

Ora, o idiota !!

♦»♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦»»♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦»♦♦♦♦♦♦♦♦

Todos os jornaes se tem occupado do resultado das eleições realisad is no dia 30 do mes pasado. Uns louvam a altitude imparcial do sr. Tibiriç.i que não mandou tropa para o interior, abandonando ás suas próprias forças e recursos os amigos e adversários da situação. Santo Deus, já é diguo de encomios e de figurar nu Pantheon um chefe de governo, que não lança mão das bayonetas para impor os seus candi- datos !

Outros órgãos da opinião publica entoam hymnos de amor á lei Rosa e Silva, attribuindo lhe as virtudes extraordi- nárias duma panacéa regeneradora dos costumas políticos.

O Comtnercio de S. Paulo, porém, na sua "Chronica política" foi o único que destoou radicalmente dos collegas. E para isso deu suecessivamente três opiniões. Na véspera das eleições, deu o palpite, ou previsão de águia velha e ma- treira, da victoria integral da chapa do governo; no dia seguinte, tendo falhado a previsão, foi de parecer que não tinha havido vencedores nem vencidos.

No terceiro dia, offereceu uma ficha de consolação a um dos candidatos, o sr. Fernando Pres, cuja derrota o collega annunciou também, e a ficha mais uma vez falhou.

Já é andar com pouca sorte!

flfí. 1906 5 :!.,£*

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Dedicado á Liga da Bõa Imprensa Revista da Semana Conferências litterarias

•— Dizem que sou bebedo; mas desde a morte, no Aquídaban,

d'aquelle primo da amiga da cunhada da minha visinha, que

consolar-me....

M i u&sz^oq

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6 ARARA

Até nos telegrammas do Diário Popular, emergem as pon- tas das orelhas de Pacifico Guerra, colaborador do Rio Nú.

Ora, leia-se este telegramma do Rio de Janeiro, publicado pelo collega vespertino no dia 8 deste mez:

"Parece que será evitado o uso da dynaraite para ex- ploração do casco do Aquidaban, visto ter a engenharia na- val descoberto um apparelho, denominado sino hydraulico, com cujo auxiiio conta arrancar as chapas que obstruem as entradas do navio. „

A engenharia naval a descobrir agora o sino hydraulico, é bôa e não offende! Qualquer petiz das aulas prirrmias sa- be que o cavallo de Tróia já levava dentro da barriga um sino hydraulico.

Para Pacifico Guerra, porem, o sino hydraulico é assim uma grande descoberta, uma novidade por ahi alem.

O que tu precisas. Pacifico, não é de sino é de badalo, e esse mesmo forte e rijo. Talvez, que batendo com elle re- petidas vezes na cachola, consigas partir o pedregulho, que lá está dentro e a que dás o nome de mioleira !

Polylheama

Durante a semana, a companhia Lueinda Christiano deu-nos duas peças, novas para a temporada; o João José, de Dieenta, e o Papá Leüonnard, de Jean Aicard.

Este foi aqui representado pele extraordinário Novelli, que fez do fatiganto dramalhão fraucez em verso um arranjo em prosa, pnde sobrasahe apenas- -o velho Ijébormard, Quem viu uma vez Novelli mettido na pelle desse velho a quem a tVuiiilia trata como um tonto, sem voz activa nem passiva, não podo mais esquecer essa creacâo. Nem a mulher nem o filho coutam com elle para coisa alguma; fa- zem e desfazem, pòein e dispõem sem que o P.-ipá Lebouuard seja ouvido. Deixam-n'o entregue á sua mania do collecciouar relógios; mas quando elle que o o dono da casa, timidameute quer dar a sua opinião, defender uma idéa, todos se riem do seu rigor de puritano, ou lhe fazem sentir o plebeísino dos seus conceitos. Jndirterente ao que se passa em torno de si, soffrendo em silencio as impertiuencias e o desprezo duma mulher que elle sabe adultera, esupportando todos os de- saforos do filho dos amores adulterinos de sua mulher e que aos olhos de todos faz passar por seu filho, resignando-se a esconder da mãi e do filho esse segredo, Lebonnard tem apenas uma unie.a felicidade na vida: o seu amor pela filha. E para salvar esta, a quem sacrifi- cou a vingança da sua honra do marido enganado, Lebonnard dei- xar-se-á passar por um pobre diabo sem energia, nem vontade pró- pria. No dia, porem, em que vê perdida toda a felicidade da filha pela opposição que lhe movem ao seu casamento om um bastardo, então toda a amargura de tantos annos, todo o fel que se accumulou nesse coração extravasa numa reacção soberba, extraordinariamente emotiva, desmascarando a hypocresia da mulher e collocando ao nivel do noi- vo repudiado o filho de sua mulher. Depois, exgottada a energia nesse supremo lance em que o amor de pae assume as proporções dum symbolo grandioso, o velho Lebonnard volta a ser o pacato burguez, o innoftensivo yaya, perdoando a todos.

Novelli dava a este papel uma interpretação tão lógica, tão natural, deixava adivinhar tão bem no olhar e no gesto todo o mar- tyrio da sua existência, suavisado pelo amor da filha, que o especta-

dor, atravez daquella exteriorisação da bonhomica, de indifterentismo, seguia o drama pungente que se desenrolava no coração do velho, com as revoltas surdas que o assaltavam contra a hypocrisia dos seus, revoltas promptainente abafadas pelo receio do e-tragar para sempre a felicidade do ente estremecido. Todo o assombroso traba- lho do genial artista era a traducção do contraste desses dois cara- cteres, ura todo forma ejexterior, outro todo intimo o traduzido pela mobilidade da expressão physionomica.

Dizer que Christiano nos fez esquecer Novelli seria uma toli- ce de que e actor portuguez nos havia de querer mal. Mas se nos deu um Lebonnard desegual, se não conseguiu dar a fusão completa desses dois aspectos oppostos do mesmo caracter, foi innogavelmente grande na scona do terceiro acto. E subscrevendo o que o nosse me- lhor amigo escreveu no Estado de S. Paulo, prestamos mais uma vez homenagem ao artista conscencioso que é Christiano de Souza.

«Na grande e violenta scena do terceiro acto, em que Lebon- nard readquire um vigor estranho e agarrando esse miserável bastar- do pela gola do casaco o esmaga ao poso do terrível segredo do seu nascimento e o expulsa de casa, e depois apirtando nos braços a fi- lha querida, a sua única filha, deixa esvair toda a exaltação passa- geira, nesa scena, Christiano de Souza revelou-se um grande artista e não foi inferior a Novelli.

E nesta comparação veja o distincto actor o maior elogio que podemos fazer ao sou trabalho, á raalleabilidade do seu talento. Não temos por costume prodigalisíir elogios a torto e a direito, nem nos deixamos levar por S3'mpathias pessoaes ou por outros motivos, sen- do-nos absolutamente indifferente que as nossas noticias agradem on desagradem aos artistas. Por isso mesmo, ê com extremo prazer que registamos o magnífico trabalho do Christiano de Souza no terceiro acto do Papá Lebonnard.»

♦♦^♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦» »»♦»♦»♦♦♦»»»»»♦♦»»♦♦

A época é de surprezas e das maiores surprezas. O go- verno pela voz autorizada do seu órgão potente, a Gommissão Gentral, declarou antes das eleições que desejava ciar ás mi- norias a representação, que o regimen lhes garante. Mas que, apesar da sua boa vontade e do seu bom coração, nesia. vez não podia ser, porque o que por ahi tinha apparecido, fingin- do de minoria, era única e simplesmente... une quantité négli- geable.

E vai d'ahi, os três candidatos da opposição, que se apresentaram a disputar as eleições, sahem vencedores com uma votação esmagadora. Uma surpreza !

. O coronel Lacerda Franco, o deus ex-machina da caran- guejola política, e que todos suppunham a carne do que o sr. Tibiriçá era a unha, faz uma estalada de todos os diabos, abandona o Correio Paulistano, deixa a. Gommissão Central, disfarça num sorriso amarello a derrota de Araras, e vai breve abalar para a Europa donde, qual Scipião depois da batalha de Zama, escreverá ao sr. Cardoso de Almeida: Ingrata pátria non possidebis assa mea. Segunda surpreza !

E para mais firmar o desgosto do illustre coronel, para que o seu intuito de não mais voltar á política activa se arrai- gue profundamente no seu espirito, o sr. Mello e Oiiveira, o coronel Joãosinho como lhe chama o sr. Albuquerque Lins, acabou de ter com elle um bate-barbas medonho, horripilante e épico. Terceira surpreza 1

Quando todos acreditavam que o coronel Lacerda Franco tinha mandado bugiar o si. Tibiriçá e mais a governança, e a política e o Correio Paulistano, verifica-se que tudo isto fi- cou sem effeito e tal e qual como dantes, quartel general de Abrantes. Ultima e maior surpreza !

E durma-se!...

♦♦♦♦♦♦♦♦ ♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦ ♦♦♦♦♦♦♦♦ • ♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦

Pacifico Guerra vae a uma papelaria comprar envelop- pes.

O caixeiro traz-lhe uma caixa; mas, verificando que, com a humidade, estavam elles completamente grudados, diz:

—Esta não serve, vou lhe buscar outra. —Que não serve! replicou Pacifico. Pelo contrario, estes

são até melhores; só terei o trabalho de pôr o sobrescripto. E, depois, com ar de triumpho : —Eu sempre tive uma grande implicância em passar a

língua na gomma arábica.

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ARARA

Retrospecto político de 1905 (POR UM EX-SENADOR)

fContinutç&ú)

FOLHETIM DO «ARARA 10

O Coronel Arara (Koinanee de costiimes)

Ninguém perturburá, com articulações iuconvenieutes ou des- respeitosas, o silencio soberano do recinto augusto, em que se geram as iois. E se algum imprudente ousasse!... ah! estaria perdido. Te- ria que experimentar, na primeira eleição, os erteitos benéficos da obra feita para garantir a liberdade do voto e a representação • das minorias. . „,

Seria expulso do nosso glorioso acampamento, seria posto fora, para sempre, das fronteiras fortificadissimas da nossa aguerrida aggre- miação partidária. Eu o...» •

S. Exa. vibrava de indignação. O sr. Tibiri^a cahiu sentado no divan.

A espada do ex-tenente Coutinho tremeu na bainha, num im- pulso bellicoso, num arranque ameaçador.

E o sr. Glycerio, dias depois, recebia a grata noticiá''da sua victoria legislativa. A carta do sr. Hercnlano terminava assim: '

«V. nào calcula os progressos oratórios dos meus subditos no Congresso: ninguém tallou. S. Paulo progride espantosamente, e eu tenho feito profundos estudos a respeito da snrdez e da mudez. Na primeira opportuuidade poça ao governo federal a minha nomea- ção de director do Instituto Nacional de Surdos-Mudos, único esta- belecimento que pode concorrer com a Câmara dos deputados de S. Paulo.» - ....,, , v' „

O restabelecimento da secretaria da justiça o devido ao sr. Oar- los Botelho. S. exa. voltara de Conceição do Itanhaem, apóz uma viagem -triumphal pelo littoral sill do Estado, muito animado quanto á sua possível eleição presidencial.

Num desses lugares, o sr. Eugênio Egas/> õin patriótico e ale- vantado discurso de merecida saudação ao operoso secretario da agri- cultura, dissera que desejava ver o sr. Carlos Botelho na presidência do Estado.

Foi uma declaração grave. Todos sabem o reconhecem que o sr. Eugênio Egas e um dos

políticos do maior prestigio por aquellas zonas da Ribeira, e ninguém ignora que s. oxa. dispõe, polo menos, da quarta parte dos votos de todo o Estado. , 4

Tambogvftão é monos verdadeiro que sr. Egas permanece no ás- pero leito-de ostracismo,'porq116 a sua reconhecida modéstia o, impe- de de apresentar-se candidato a um lugar de deputado.

Elle não quer apresentar-se. Deseja ser apresentado nalgu- ma lista maiá:ott menos official- De tolo é que nada tem.

E quando o si. Cesario Bastos^ e o sr. Adolpho Gordo, e o sr. Júlio Mesquita lhe offereceram ós" votos dos seus respectivos eleitora- dos, garantindo-lhe uma viciosa certa'è inevitável por qualquer dos' districtos paulistas, o sr. Egenio Egas num gesto de reconhecida gratidão, disse'ao triuravirato dissidente:"

«Muito grato e muito peijWado a vocês. Eu, porém, fico ond« estou. Não quero ser deputado : tenho medo de perder a voz e (Je ficar surdo.» ' . .

E os chefes dissidentes-acataram aquelle justíssimo escrúpulo o foram bater á outras portas, gí* ■•';

Mas, o sr. Carlos Botelho, «ínbora desconfiasse do ofterecimento que lhe fez o sr. Eugênio Egas, pensou que não era ^nenhuma tolice aquella idea seductora. nascida à beira mar, e acalentada-pèlas bri- sas do mar corajoso e rijo que em eterno e constante arrojo se atira, mim grandioso espoctaculo, contra .as límpidas praias do hò.sso^extraor- dinario littoral paulista. ' _ 1? .

E o sr Botelho retlectiu : presidoute de S. Paulo, apoio do iiui-i riça, eliminação do Cardoso, trabalho do'Siqueira Campos, valorisaç^ó do café, concurso do Lacerda, o, sobretudo, bem com to

Eis que um bello dia, o sr. Cardoso procura o sr. presidente' e" encoutra-o em conferência com o sr. Botelho. ,

Fallavam portuguez e passaram a fallar francez, inglez o alle-

Todos sabem que os srs. Tibiriçá e Botelho faliam corrente e correctamente essas três línguas extrangairas, e que o sr. Cardoso falia, apenas, um pouco de portuguez,' por educação e atavismo, e qualche parole d'italiano macarrcmico, que aprendeu com os colonos, em sua fazenda de Botucatú, o com os empregados do consulado de Sua Maestú, quando capo di polüia.

De modo que s. exa. não percebendo que se tramava; mas, sa- gaz como ó, atinou logo que aquillo era coisa grossa, e que a sua bellissima e fulgurante estrella começava a declinar, ligeira, para o inevitável occaso de todas as coisas e de todas as gentes...

E naquelle dia do inglez, do allemão e do francez ficou assen- tado, que a pasta política do interior seria desmembrada da pasta pacatíssima da justiça.

(Continua)

POR

Primo da Ribeira & Comp.

CAPITULO I

- , (Continuação) - -

'" Mas a sorte nào lhes toi propicia. Mal- se haviam reunido, e o Joaquim se preparava para Ihe^

contar as duas viagens a Ribeirão reto, uma por mar até Santos, outra a eavallo desde Araruama, passando pela Barra, até Resende, seguindo depois até Appajrecida, (ponto obrigado de parada e de ora ções no santuário da Virgetü, cujos milagres a assembléa toda admi- rava e conhecia) quando ò administrador chegou e disse :

Minha gente, o Joaquim não pode contar hoje a historia delle. Acaba de chegar um próprio com carta chamando o dr Soares de Çjouza, urgentemente, para a Corte, e o patrão ordena que o. Cámpeiro o acompanhe agora mesmo. E' isto o que lhes digo; Nunca mo agradou esta casta de hospedes políticos. Vão ver que o homem vae para o ministério ou para as Câmaras, e nós aqiii fica- mos no ora veja, sem o Joaquim, e sem a historia do JBibeirSto Preto. ^ ■

E, assim, dis ersou-se a reunião no meio de proftindp silencio, e duma contrariedade dolorosa.

— Não ha de ser nada, meus amigos, disse o Joaquim.—JDen- tro de poucos dias estarei de volta. Deixo o homem ém Nictheroy è'toco para traz que nem um raio. -.-»

De facto, dalli a meia hora, após abraços de despedida e pro- testos de imperecivel amizade, partia o dr. Soares de SoMa, que ia tomar parte nas grandes deliberações dos chefes do seu partido, cha- mado a dirigir os negócios públicos.

Mas a prima Beuvlnda chora ? — Presontimontos vagos de alguma desgrag*.

Penso que não chegarei a Ribeirão Pí^to. —^ Ora, não diga tal. Ainda nos veremos todos, neste mesmo

local, daqui a annos. ^ E então, até á primeira. \j? v'

' O dr. montou a eavallo, o coronel em pessoa lhe segttjcu o estribo e lhe deu a capa. ,.

O Joaquim esporeou o r'uano e foi abrir a portéirafUo piquete. Os dois amigos trocaram um grande, um forte aporto d^não,

e num sincero adeus exprimiram a sua amizade fraternal o fPfeua funda saudade.

A noite era de luar e o coronel, que fornecera ao seu hospede bons anlmaes e o melhor camarada da fazenda, estava tranquillo e certo de que a viagem se faria sem accidentes.

Aquella partida inesperada do seu amigo, as lagrimasde d. Benvinda, a perspectiva de uma mudança tão pesada, e longa e dif- ficil, o socego da noite, o luar a erguer para o ceu escuro a sua luz pallida e scismadora chocaram a alma boa do coronel, qüe se recolheu triste e peusativo. E como que afastando do espirito nu- vens pesadas:

Amanhan começo a faina da mudança. A Ribeirão-Preto, e quanto antes.

Dias tristes e pesados os que se passam na apromptações. D. Benvinda, sempre distineta, dava camas diligentes. Um ligeiro vou de melancolia, tado por tênue sorriso, amortecia-lhe o fulgor dos da ph^slonomia alegre...

O indispensável para a viagem já era carga demais. A rou- paria branca, os arranjos necessários a uma rápida e provisória Instal- laçào de gente abastada.

- Que nada falte, ( Iara. Olhe o meu vestido preto, que não fique.

— Mas para que esse vestido preto ? A sinhá está nervosa. ,— Não, que vá Ninguém sabe o destino que Deus lhe deu. E assim, no melo de vagos presentimentos de possíveis des-

graças, o no melo de esperanças que, em célere revoada, perpassavam por aqueües espíritos e por aquelles corações anhelautes de conhecer coisas e gentes novas, D. Benvinda dirigia o trabalho que lhe fora confiado.

ardüa tarefa .das ordens ás mu- raras vezes áfãs- olhos e os traços

(Continua)

1 i K lá

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O Tira-scismas

— S* Paulo nio se abaixa,

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onto para creanças

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Dm par de botinas novas

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