MA13_U10e11
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10
1
Semelhança e TriânguloRetângulo
Sumário
10.1 Semelhança de triângulos . . . . . . . . . . . . . . . 2
Unidade 10 Semelhança de triângulos
10.1 Semelhança de triângulos
Dizemos que dois triângulos são semelhantes quando existe uma corres-
pondência biunívoca entre os vértices de um e outro triângulo, de modo que
os ângulos em vértices correspondentes sejam iguais e a razão entre os compri-
mentos de lados correspondentes seja sempre a mesma (�gura 10.1).
ka′
kc′ kb′
A
B C
a′b′
c′A′
B′
C ′
Figura 10.1: dois triângulos semelhantes.
Fisicamente, dois triângulos são semelhantes se pudermos dilatar e/ou gi-
rar e/ou re�etir e/ou transladar um deles, obtendo o outro ao �nal de tais
operações.
Na �gura 10.1, os triângulos ABC e A′B′C ′ são semelhantes, com a cor-
respondência de vértices A↔ A′, B ↔ B′, C ↔ C ′. Assim, A = A′, B = B′,
C = C ′ e existe k > 0 tal que
AB
A′B′=
BC
B′C ′=
AC
A′C ′= k.
Tal real positivo k é denominado a razão de semelhança entre os triângulos
ABC e A′B′C ′, nessa ordem (observe que a razão de semelhança entre os
triângulos A′B′C ′ e ABC, nessa ordem, é 1k).
Escrevemos ABC ∼ A′B′C ′ para denotar que os triângulos ABC e A′B′C ′
são semelhantes, com a correspondência de vértices A↔ A′, B ↔ B′, C ↔ C ′.
Se ABC ∼ A′B′C ′ na razão (de semelhança) k, então k é também a razão
entre os comprimentos de dois segmentos correspondentes quaisquer nos dois
triângulos. Por exemplo, nas notações da �gura 10.1, sendo M o ponto médio
de BC e M ′ o ponto médio de B′C ′, temos que
MA
M ′A′=a/2
a′/2=a
a′= k
(a esse respeito, veja também o problema 3, página 11).
2
Unidade 10Semelhança e Triângulo Retângulo
As três proposições a seguir estabelecem as condições su�cientes usuais para
que dois triângulos sejam semelhantes. Por tal razão, as mesmas são conhecidas
como os casos de semelhança de triângulos usuais. Como suas demons-
trações são consequências fáceis da recíproca do teorema de Tales, faremos
a prova do primeiro deles, deixando as demonstrações dos dois demais como
exercícios para o leitor (cf. problema 1).
Proposição 1Sejam ABC e A′B′C ′ triângulos no plano, tais que
AB
A′B′=
BC
B′C ′=
AC
A′C ′.
Então ABC ∼ A′B′C ′, com a correspondência de vértices A ↔ A′, B ↔ B′,
C ↔ C ′. Em particular, A = A′, B = B′ e C = C ′.
ka′
kc′ kb′
A
B C
a′b′
c′A′
B′
C ′
Figura 10.2: o caso de semelhança LLL.
DemonstraçãoSendo k o valor comum das razões do enunciado, temos AB = k · A′B′,BC = k · B′C ′ e AC = k · A′C ′. Suponha, sem perda de generalidade, k > 1
e marque (cf. �gura 10.3) o ponto B′′ ∈ AB tal que AB′′ = A′B′.
D
B′′
C ′′
A
B C
Figura 10.3: prova do caso de semelhança LLL.
3
Unidade 10 Semelhança de triângulos
Sendo C ′′ a interseção com o lado AC da reta que passa por B′′ e é paralela
ao lado BC, segue do teorema de Tales que
AC ′′
AC=
AB′′
AB=
1
k,
de maneira que AC ′′ = 1k· AC = A′C ′.
Trace, agora, a paralela ao lado AB passando por C ′′, a qual intersecta o
lado BC no ponto D. Então, o quadrilátero B′′C ′′DB é um paralelogramo, de
sorte que, novamente pelo teorema de Tales, temos
B′′C ′′
BC=
BD
BC=
AC ′′
AC=
1
k.
Logo, B′′C ′′ = 1k· BC = B′C ′.
A discussão acima mostrou que
AB′′ = A′B′, AC ′′ = A′C ′ e B′′C ′′ = B′C ′,
i.e., que os triângulos AB′′C ′′ e A′B′C ′ são congruentes pelo caso LLL de
congruência. Portanto, temos
B = ABC = AB′′C ′′ = A′B′C ′ = B′,
e, analogamente, A = A′ e C = C ′.
Proposição 2 Sejam ABC e A′B′C ′ triângulos no plano, tais que
AB
A′B′=
BC
B′C ′= k e B = B′.
Então, ABC ∼ A′B′C ′, com a correspondência de vértices A↔ A′, B ↔ B′,
C ↔ C ′. Em particular, A = A′, C = C ′ e ACA′C′ = k.
Proposição 3 Sejam ABC e A′B′C ′ triângulos no plano, tais que
A = A′ e B = B′.
4
Unidade 10Semelhança e Triângulo Retângulo
ka′
kc′
A
B C
a′
c′A′
B′
C ′
Figura 10.4: o caso de semelhança LAL.
Então, ABC ∼ A′B′C ′, com a correspondência de vértices A↔ A′, B ↔ B′,
C ↔ C ′. Em particular,
AB
A′B′=
BC
B′C ′=
AC
A′C ′.
A
B C
A′
B′
C ′
Figura 10.5: o caso de semelhança AA.
Como corolário dos casos de semelhança acima, estabelecemos na proposição
a seguir as relações métricas em triângulos retângulos.
Proposição 4Seja ABC um triângulo retângulo em A, com catetos AB = c, AC = b e
hipotenusa BC = a. Sendo H o pé da altura relativa à hipotenusa, CH = x,
BH = y e AH = h, temos:
(a) ah = bc.
(b) ax = b2 e ay = c2.
(c) a2 = b2 + c2.
(d) xy = h2.
5
Unidade 10 Semelhança de triângulos
Demonstração(a) e (b). Como AHB = CAB e ABH = CBA (�gura 10.6), os triângulos
BAH e BCA são semelhantes pelo caso AA, com a correspondência de vértices
A↔ C, H ↔ A, B ↔ B. Assim,
BH
AB=
AB
BCe
AH
AB=
AC
BC
ou, ainda,y
c=c
aeh
c=b
a.
A relação ax = b2 é provada de maneira análoga.
A B
C
Hx
yh
c
b
a
Figura 10.6: relações métricas num triângulo retângulo.
(c) Somando membro a membro as relações (b) e (c), obtemos a igualdade
a(x+ y) = b2 + c2. Mas desde que x+ y = a, nada mais há a fazer.
(d) Multiplicando membro a membro as duas relações do item (b), obtemos
a2 · xy = (bc)2 ou, ainda,
xy =
(bc
a
)2
= h2,
onde utilizamos o item (a) na última igualdade acima.
O item (c) da proposição acima é o famoso teorema de Pitágoras. Apre-
sentamos, no que segue, algumas consequências importantes do mesmo, a pri-
meira das quais já foi utilizada na seção acima referida.
6
Unidade 10Semelhança e Triângulo Retângulo
Corolário 5As diagonais de um quadrado de lado a medem a√
2.
DemonstraçãoSe ABCD é um quadrado de lado a e diagonais AC e BD (�gura 10.7),
então o triângulo ABC é retângulo e isósceles. Daí,
AC =
√AB
2+ BC
2=√a2 + a2 = a
√2.
A B
CD
a
a
Figura 10.7: cálculo da diagonal de um quadrado.
Corolário 6As alturas de um triângulo equilátero de lado a medem a√3
2.
DemonstraçãoSejam ABC um triângulo equilátero de lado a e M o ponto médio de BC
(�gura 10.8). Como AM⊥BC, aplicando o teorema de Pitágoras ao triângulo
B C
A
M
a
a
2
Figura 10.8: alturas de um triângulo equilátero.
ACM , obtemos
AM2
= AC2 − CM
2= a2 −
(a2
)2=
3a2
4,
7
Unidade 10 Semelhança de triângulos
donde segue o resultado.
O exemplo a seguir utiliza o item (d) da proposição 4 para resolver geome-
tricamente uma equação do segundo grau de raízes positivas.
Exemplo 7 Dados segmentos de comprimentos s e p, tais que s > 2p, construa com
régua e compasso as raízes da equação x2 − sx+ p2 = 0.
Solução
p
s
Descrição dos passos.
1. Trace uma reta r e marque sobre a mesma pontos B e C tais que BC = s.
Em seguida, construa um semicírculo Γ de diâmetro BC.
2. Trace a reta r′, paralela à reta r e à distância p de r, a qual intersecta Γ
nos pontos A e A′ (uma vez que p < s2).
3. Se H é o pé da perpendicular baixada de A a BC, então BH+ CH = s
e o item (d) da proposição 4 garante que BH · CH = p2. Logo, BH e
CH são as raízes da equação do segundo grau do enunciado.
Para terminar esta seção, estabelecemos a recíproca do teorema de Pitágo-
ras (a esse respeito, veja também a lei dos cossenos na próxima unidade).
Proposição 8 Seja ABC um triângulo tal que AB = c, BC = a e AC = b. Se
a2 = b2 + c2, então ABC é retângulo em A.
8
Unidade 10Semelhança e Triângulo Retângulo
DemonstraçãoSejaH o pé da altura relativa a BC. Há dois casos essencialmente distintos:
(a) B ∈ CH: nesse caso, o teorema de Pitágoras aplicado ao triângulo AHC
nos dá (�gura 10.9)
b2 = AH2
+ CH2> CH
2 ≥ BC2
= a2 = b2 + c2
e, daí, 0 ≥ c2, o que é um absurdo.
H CB
A
Figura 10.9: recíproca do teorema de Pitágoras - caso (a)
(b) H ∈ BC: sejam AH = h, M o ponto médio de BC e BH = x
(�gura 10.10). Podemos supor, sem perda de generalidade, que H ∈ BM .
H CB
A
M
Figura 10.10: recíproca do teorema de Pitágoras - caso (b)
O teorema de Pitágoras aplicado aos triângulos AHC e AHB nos dá
a2 = b2 + c2 = (AH2
+ CH2) + (AH
2+ BH
2) = 2h2 + (a− x)2 + x2,
donde h2 = ax − x2. Mas aí, aplicando novamente o teorema de Pitágoras
(agora ao triângulo AHM), obtemos
AM2
= AH2
+ HM2
= h2 + (BM − BH)2
= (ax− x2) +(a
2− x)2
=a2
4,
9
Unidade 10 Semelhança de triângulos
donde segue que AM = a2
= 12BC. Portanto, M equidista dos vértices de
ABC e a proposição 7.15, Unidade 7, garante que ABC é retângulo em A.
10
Unidade 10Semelhança e Triângulo Retângulo
1. * Prove que os conjuntos de condições elencados em cada uma das pro-
posições 2 e 3 são realmente su�cientes para garantir a semelhança dos
triângulos ABC e A′B′C ′ (sugestão: imite a prova da proposição 1).
2. Na �gura abaixo, os três quadriláteros mostrados são quadrados e os
pontos X, Y e Z são colineares. Calcule a medida x em centímetros do
lado do quadrado menor, sabendo que os outros dois quadrados têm lados
medindo 4cm e 6cm.
X
YZ
3. * Sejam ABC e A′B′C ′ triângulos semelhantes, com razão de semel-
hança k. Sejam, ainda, ma e m′a, ha e h′a, βa e β′a respectivamente os
comprimentos das medianas, alturas e bissetrizes internas relativas a A e
A′. Prove quema
m′a=hah′a
=βaβ′a
= k.
4. * O triângulo ABC é retângulo em A e o ponto P ∈ BC é o pé da
bissetriz interna do ângulo ∠BAC. Calcule a distância de P ao lado AC
em função de AB = c e AC = b (sugestão: se Q ∈ AB é tal que
PQ⊥AB, então AQ = PQ e PQB ∼ CAB).
5. Seja ABC um triângulo retângulo em A e tal que AB = 1. A bissetriz
do ângulo ∠BAC intersecta o lado BC em D. Sabendo que a reta que
passa por D e é perpendicular a AD intersecta o lado AC em seu ponto
médio, calcule o comprimento do lado AC (sugestão: use o resultado do
problema anterior).
6. Seja ABCD um paralelogramo de diagonais AC e BD e lados AB =
10cm, AD = 24cm. Sejam, ainda, E e F respectivamente os pés das
perpendiculares baixadas desde A aos lados BC e CD. Sabendo que
AF = 20cm, calcule o comprimento de AE (sugestão: FAD ∼ EAB).
11
Unidade 10 Semelhança de triângulos
7. Inscrevemos em um ângulo de vértice A dois círculos de raios r < R,
tangentes exteriormente em P . Calcule AP em termos de r e R.
8. Seja ABC um triângulo tal que BC = a, AC = b e AB = c, e M , N
e P pontos respectivamente sobre AB, BC e CA, tais que AMNP é
um losango.
(a) Calcule, em termos de a, b e c, o comprimento do lado do losango.
(b) Mostre como construir com régua e compasso a posição do ponto
M .
9. Seja ABC um triângulo equilátero de lado a e M o ponto médio de
AB. Escolhemos um ponto D sobre a reta←→BC, com C entre B e
D, de modo que CD = a2. Se AC ∩ DM = {E}, calcule AE em
termos de a (sugestão: trace por C a paralela a←→AB e marque seu ponto
F de interseção com DE. Use, em seguida, que CFD ∼ BMD e
CFE ∼ AME).
10. Em um trapézio ABCD de bases AB = a e CD = b, os lados não
paralelos são AD e BC. Pelo ponto de concurso P das diagonais AC
e BD de ABCD, traçamos o segmento MN paralelos às bases, com
M ∈ AD e N ∈ BC. Prove que MN = 2aba+b
, a média harmônica de a
e b.
11. Em um trapézio ABCD, de bases AB e CD e lados não paralelos AD
e BC, seja M o ponto médio da base CD. O segmento AM intersecta
a diagonal BD em F . Traçamos por F a reta r, paralela às bases. Se r
intersecta os segmentos AD,AC e BC respectivamente em E,G e H,
prove que EF = FG = GH.
12. * Sobre o lado BC de um triângulo ABC marcamos um ponto Z. Em
seguida, traçamos por B e C respectivamente as retas r e s, ambas
paralelas a←→AZ. Se
←→AC ∩ r = {X} e
←→AB ∩ s = {Y }, prove que
1
BX+
1
CY=
1
AZ
12
Unidade 10Semelhança e Triângulo Retângulo
(sugestão: utilize as semelhanças BXC ∼ ZAC e CY B ∼ ZAB para
calcular BX em função de AZ, CZ, BC e AZ, BZ, BC. Em seguida,
use que BZ + CZ = BC).
13. * (OCM). Seja ABC um triângulo tal que ABC = 2ACB. Mostre que
b2 = c(a+ c) (sugestão: se D é o pé da bissetriz interna traçada a partir
de B, mostre inicialmente que ABC ∼ ADB).
14. (OCM). Um triângulo ABC é tal que C = 2A e AC = 2BC. Mostre
que tal triângulo é retângulo (sugestão: use o resultado do problema
anterior).
15. * (OCS - adaptado). Sejam Γ(O;R) o círculo circunscrito ao triângulo
ABC e Ha o pé da altura relativa ao lado BC. Se A′ é o simétrico de
A em relação a O, prove que AA′C ∼ ABHa. Conclua, a partir daí, que
se AB = c, AC = b e AHa = ha, então
ha =bc
2R.
16. As retas r e s são tangentes ao círculo circunscrito ao triângulo acutân-
gulo ABC respectivamente em B e em C. Sendo D, E e F os pés das
perpendiculares baixadas de A respectivamente a BC e às retas r e s,
prove que
AD2
= AE · AF
(sugestão: ABD ∼ ACF e ACD ∼ ABE).
Para o problema a seguir, dizemos que um trapézio ABCD, de bases AB
e CD e lados não paralelos AD e BC, é retângulo em A seDAB = 90◦.
17. Seja ABCD um trapézio de bases AB e CD e lados não paralelos AD
e BC, retângulo em A. Sabendo que AB e CD medem respectivamente
12cm e 4cm, e que ABCD é circunscritível, calcule as distâncias dos
vértices B e C ao centro do círculo inscrito em ABCD.
18. A hipotenusa BC de um triângulo retângulo ABC é dividida em quatro
segmentos congruentes pelos pontos D,E, F . Se BC = 20, calcule a
13
Unidade 10 Semelhança de triângulos
soma AD2 + AE2 + AF 2 (sugestão: adapte a sugestão do problema 4,
página 11, a este caso).
19. No retângulo ABCD de lados AB = 4m e CD = 3m, marcamos sobre
a diagonal AC o ponto M tal que DM⊥AC. Calcule o comprimento do
segmento AM (sugestão: use relações métricas em triângulos retângu-
los).
20. Seja ABC um triângulo retângulo de catetos b e c e altura h relativa à
hipotenusa. Prove que1
h2=
1
b2+
1
c2.
21. * Dados reais positivos a e b, seja AB um segmento no plano de compri-
mento a+ b, e H um ponto sobre o mesmo, tal que AH = a e BH = b.
Trace um semicírculo de diâmetro AB e, em seguida, marque o ponto C,
obtido como a interseção do semicírculo com a reta perpendicular a AB
e passando pelo ponto H.
(a) Calcule o comprimento de CH em função de a e b.
(b) Mostre que a desigualdade (9.6) do volume 1 é essencialmente equi-
valente à desigualdade triangular no triângulo (possivelmente dege-
nerado) CHO, onde O é o ponto médio de AB.
22. * Dados segmentos de comprimentos a e b, construa com régua e com-
passo um segmento de comprimento√ab (sugestão: use o item (a) do
problema anterior).
23. Sejam M , N e P pontos respectivamente sobre os lados BC, CA e AB
de um triângulo equilátero ABC de lado a, tais que BM = CN =
AP = a3. Mostre que o triângulo MNP também é equilátero e que seus
lados são perpendiculares aos lados de ABC (sugestão: use a recíproca
do teorema de Pitágoras).
24. Dados segmentos de comprimentos a, b e c, construa com régua e com-
passo um segmento de comprimento√a2 + b2 − c2, admitindo que a ex-
pressão sob o sinal da raiz seja positiva.
14
Unidade 10Semelhança e Triângulo Retângulo
25. Identi�que e construa com régua e compasso o LG dos pontos médios das
cordas de comprimento l de um círculo Γ(O;R) dado.
26. (OCM). Um pedestre, situado a 25m de um edifício, o visualiza sob um
certo ângulo. Em seguida, ele se afasta mais 50m do edifício e nota que,
ao assim fazer, o novo ângulo de visualização é exatamente a metade do
anterior. Calcule a altura do edifício (sugestão: aplique o teorema do
ângulo externo e, em seguida, use o teorema de Pitágoras duas vezes).
27. (OCM). As retas r, s e t são paralelas, estando s entre r e t, de tal modo
que a distância entre r e s é 3m, ao passo que a distância entre s e t é
1m. O triângulo ABC é equilátero e tem um vértice sobre cada uma das
retas r, s, t. Calcule seu lado (sugestão: aplique o teorema de Pitágoras
três vezes para obter uma equação cuja incógnita é o comprimento do
lado pedido).
28. (OCM). Duas torres, uma com 30m de altura e a outra com 40m de
altura, estão situadas a 50m uma da outra. Entre ambas as torres há uma
fonte, para a qual dois passarinhos partem, em um mesmo instante e com
velocidades iguais, do alto de cada torre. Sabendo que os passarinhos
chegam à fonte simultaneamente, calcule a distância da fonte à torre
mais baixa.
29. Sejam Γ um círculo de centro O e raio R no plano. Prove que o LG
dos pontos P do plano a partir dos quais podemos traçar tangentes de
comprimento l a Γ é o círculo de centro O e raio√R2 + l2.
30. Se os comprimentos de dois dos lados de um triângulo são 7 e 5√
2, e se o
ângulo compreendido entre tais lados mede 135◦, calcule o comprimento
do terceiro lado.
31. Dado um ponto P no interior de um retângulo ABCD de diagonais AC e
BD, prove que AP2+ CP
2= BP
2+ DP
2(sugestão: trace as paralelas
aos lados de ABCD passando por P e aplique o teorema de Pitágoras
quatro vezes).
32. ABCD é um quadrado de lado 10 e P é um ponto sobre seu círculo cir-
cunscrito. Calcule o valor da soma PA2+ PB
2+ PC
2+ PD
2(sugestão:
15
Unidade 10 Semelhança de triângulos
se P está sobre o arco menor_
AD, mostre que APC = BPD = 90◦ e
use, em seguida, o teorema de Pitágoras).
33. Se as diagonais de um quadrilátero são perpendiculares, prove que as
somas dos quadrados dos comprimentos dos pares de lados opostos são
iguais.
34. Considere no plano uma reta s e dois círculos de raios R e r, situados
em um mesmo semiplano dos que s determina, e tangentes a s e exteri-
ormente entre si. Considere um terceiro círculo, tangente exteriormente
aos dois primeiros e também tangente a s. Sendo x o raio desse terceiro
círculo, prove que1√x
=1√R
+1√r.
35. Seja s a reta numerada e α um dos semiplanos, dentre os que s determina.
Para cada n ∈ Z, trace o círculo de raio 12, contido em α e tangente a s
em n. Em seguida, trace (recursivamente) todos os círculos tangentes a
s e a dois dos círculos anteriormente traçados. Prove que o conjunto dos
pontos de tangência de tais círculos com s está contido em Q (sugestão:
use o resultado do problema anterior1).
1Pode ser provado que o conjunto dos pontos de tangência assim obtido coincide com Q.
16
11
1
Relações métricas notriângulo qualquer
Sumário
11.1 A trigonometria do ângulo agudo . . . . . . . . . . 2
11.2 A Lei dos Cossenos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
11.3 A Lei dos Senos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
11.4 O teorema de Menelaus . . . . . . . . . . . . . . . . 9
11.5 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Unidade 11 A trigonometria do ângulo agudo
Depois da semelhança e das relações métricas no triângulo retângulo vamos
tratar das ferramentas principais para resolver problemas com quaisquer outros
triângulos. Para isso, será inevitável alguma trigonometria.
11.1 A trigonometria do ângulo agudo
São conhecidas as razões trigonométricas do ângulo agudo.
Dado um ângulo agudo XOY = α toma-se um ponto P qualquer do lado
OY e traça-se a perpendicular PA ao lado OX.
A
P
O X
Y
α
As razões trigonométricas associadas ao ângulo α são:
Seno do ângulo XOY : senα = APOP
Cosseno do ângulo XOY : cosα = OAOP
Tangente do ângulo XOY : tanα = APOA
Observe que essas de�nições não dependem da escolha do ponto P . De
fato, para um outro ponto P ′ sobre OY e sua perpendicular P ′A′ sobre OX
temos que os triângulos OPA e OP ′A′ são semelhantes e, portanto A′P ′
OP ′ = APOP
,OA′
OP ′ =OAOP
e A′P ′
OA′ = APOA
.
Assim, seno, cosseno e tangente são números associados a cada ângulo
agudo de acordo com a de�nição acima.
Nesta unidade estamos identi�cando cada ângulo com sua medida para
tornar a linguagem mais simples. Assim, quando falarmos, por exemplo, no
cosseno de 30o (cos 30o) estaremos nos referindo, na verdade, ao cosseno do
ângulo cuja medida é 30o.
2
Unidade 11Relações métricas no triângulo qualquer
Hoje em dia, é indiferente escrever os símbolos das razões na notação em
português (sen, cos, tg) ou na notação internacional (sin, cos, tan). Tanto
professores quanto alunos leem os livros didáticos brasileiros, mas também usam
calculadoras cujas teclas referentes às razões trigonométricas estão na notação
internacional.
Para que possamos tratar das ferramentas adequadas a qualquer triângulo
é necessário de�nir seno, cosseno e tangente para ângulos até 180o.
No caso do ângulo reto, de�nimos: sen 90o = 1 e cos 90o = 0.
Seja agora β um ângulo obtuso. Para de�nir as razões trigonométricas de
β vamos considerar seu suplemento α = 180o − β.De�nimos:
sen β = senα
cos β = − cosα
As �guras a seguir permitem visualizar o seno e o cosseno de ângulos agudos
ou obtusos. Nelas tomamos OP = 1.
Ax
y1
P
Oα
A
P
Ox
y1
β
Na primeira �gura temos senα = y e cosα = x.
Na segunda �gura temos sen β = y e cos β = −x .
11.2 A Lei dos Cossenos
A Lei dos Cossenos é uma relação muito útil que envolve os três lados do
triângulo e o cosseno de um dos ângulos. A demonstração é bastante simples.
Escolhemos inicialmente um dos ângulos do triângulo ABC. Seja A o ângulo
escolhido.
Caso A < 90o
Seja D a projeção do vértice B sobre a reta AC. Imaginando que o triângulo
ABC não seja retângulo em C (porque se fosse a nossa relação não teria graça
3
Unidade 11 A Lei dos Cossenos
nenhuma) a �gura pode ser uma das duas seguintes:
A D C
B
x
c ah
bA DC
B
x
c a h
b
Como de hábito, sejam AB = c, AC = b e BC = a.
Como A < 90o então D está na semirreta AC. Seja AD = x. Assim
DC = |b− x|.No triângulo BDC o teorema de Pitágoras fornece
a2 = h+ |b− x|2 = h2 + b2 + x2 − 2bx .
No triângulo BDA temos, pelo mesmo teorema, h2 = c2−x2. Substituindo�camos com
a2 = c2 − x2 + b2 + x2 − 2bx
a2 = b2 + c2 − 2bx
Entretanto, em qualquer uma das �guras tem-se xc= cosA, ou seja,
x = c cosA. Substituindo esse valor de x na última relação encontramos
a2 = b2 + c2 − 2bc cosA .
Caso A > 90o
Seja D a projeção do vértice B sobre a reta AC. Neste caso, D está na
semirreta oposta à semirreta AC como na �gura a seguir.
AD C
B
x
c ah
b
θ
4
Unidade 11Relações métricas no triângulo qualquer
Como no caso anterior seja AD = x e seja θ = 180o −A o ângulo externo
de vértice A do triângulo.
A aplicação do teorema de Pitágoras nos triângulos BDC e BDA fornecem
as relações:
a2 = h2 + (b+ x)2 = h2 + b2x2 + 2bx
h2 = c2 − x2
A substituição de h2 na primeira relação dá a2 = b2 + c2 + 2bx.
Porém, neste caso, cos θ = xce, consequentemente, cosA = −x
c, ou seja,
x = −c cosA.Substituindo na relação anterior �camos com a2 = b2 + c2 + 2b(−c cosA),
ou seja,
a2 = b2 + c2 − 2bc cosA
que coincide exatamente com a relação do caso anterior.
Esta é a Lei do Cosseno para o ângulo A (ou para o lado a).
E o que ocorre se o ângulo A for reto?
A relação a2 = b2 + c2 − 2bc cosA continua válida porque, neste caso,
cosA = 0 e o que resta é a2 = b2 + c2, o teorema de Pitágoras.
As outras versões desta relação são obtidas simplesmente trocando con-
venientemente os nomes das letras que representam os lados e os ângulos do
triângulo. Elas são:
b2 = a2 + c2 − 2ac cosB
c2 = a2 + b2 − 2ab cosC
Dentre as aplicações da Lei dos Cossenos, a mais interessante, na minha
opinião, é que podemos facilmente obter os cossenos dos ângulos de um triân-
gulo quando seus lados são conhecidos. Acompanhe os exemplos a seguir.
Exemplo 1Determine o maior ângulo do triângulo cujos lados medem 5, 6 e 7.
SoluçãoO maior ângulo do triângulo é oposto ao maior lado. Temos então a situação
da �gura a seguir:
5
Unidade 11 A Lei dos Cossenos
7
5 6
θ
O ângulo θ que queremos calcular é oposto ao lado que mede 7. Aplicando
a Lei dos Cossenos para o ângulo θ temos:
72 = 52 + 62 − 2.5.6. cos θ
As contas fornecem cos θ = 15e uma calculadora dá θ ∼= 78, 5o.
Exemplo 2 Determine a área do triângulo cujos lados medem 5, 6 e 7.
SoluçãoCalculamos cos θ = 1
5. Logo, sen θ = 2
√6
5e, como a área do triângulo
ABC é
S =1
2AB.AC. senA
encontramos S = 12.5.6.2
√6
5= 6√6.
Determinação da natureza de um triângulo
Um triângulo é acutângulo, retângulo ou obtusângulo se seu maior ângulo
for, respectivamente, agudo, reto ou obtuso. Decorre imediatamente da Lei dos
Cossenos no triângulo ABC as seguintes e úteis relações:
A < 90o ⇔ a2 < b2 + c2
A = 90o ⇔ a2 = b2 + c2
A > 90o ⇔ a2 > b2 + c2
Em um triângulo de lados a, b e c, se a é o maior lado, a comparação de
a2 com b2 + c2 fornece a natureza desse triângulo.
6
Unidade 11Relações métricas no triângulo qualquer
11.3 A Lei dos Senos
A Lei dos Senos resolverá, principalmente, o caso de obter outros elementos
de um triângulo onde os ângulos são conhecidos e apenas um lado é conhecido.
A Lei dos Senos possui também forte relacionamento com a circunferência
circunscrita ao triângulo, como veremos a seguir.
A �gura abaixo mostra o triângulo ABC, com lados a, b e c, inscrito em
uma circunferência de raio R.
B
A
C
D
a
2R
Como de hábito, o ângulo BAC do triângulo será representado simples-
mente por A. Traçamos o diâmetro BD. Assim, o ângulo BCD é reto e os
ângulos BAC e BDC são iguais, pois subtendem o mesmo arco BC.
O seno do ângulo BDC é igual a BCBD
= a2R
. Então, senA = a2R
, ou seja,a
senA= 2R.
Esta relação mostra que a razão entre um lado do triângulo e o seno do ân-
gulo oposto é igual ao diâmetro da circunferência circunscrita e, naturalmente,
essa relação vale qualquer que seja o lado escolhido.
A Lei dos Senos no triângulo ABC é escrita assim:
a
senA=
b
senB=
c
senC= 2R
onde R é o raio da circunferência circunscrita ao triângulo ABC.
A Lei dos Senos fornece um caminho simples para determinar o raio da
circunferência circunscrita a um triângulo. Acompanhe o exemplo a seguir.
7
Unidade 11 A Lei dos Senos
Exemplo 3 Determine o raio da circunferência circunscrita ao triângulo cujos lados
medem 5, 6 e 7.
Solução Já calculamos no primeiro Exemplo cos θ = 15e é imediato calcular sen θ =
2√6
5.
Assim, a Lei dos senos fornece a relação 72√6/5
= 2R e, consequentemente,
R =35√6
24∼= 3, 57 .
Exemplo 4 Duas pessoas A e B estão em uma praia e possuem instrumentos que
permitem medir ângulos no plano horizontal (teodolitos, por exemplo). Ambas
conseguem ver uma pequena ilha C distante da costa mediram os ângulos
BAC = 119o e ABC = 52o. Se a distância entre A e B é de 1km, qual é a
distância aproximada entre A e C?
Solução Do triângulo ABC dois ângulos são conhecidos. Entretanto, para nossa
felicidade, ninguém precisa atravessar uma parte do oceano para medir o ângulo
C. Como a soma dos ângulos de qualquer triângulo é 180o temos imediatamente
que C = 9o. A Lei dos Senos é a ferramenta ideal para resolver esse caso:
AC
sen 52o=
1
sen 9o
Fazendo as contas encontramos AC = 5, 04km.
Obs:
As leis dos senos e dos cossenos sempre estiveram presentes nos cálculos de
distâncias inacessíveis. Mesmo hoje, no interior do GPS elas estão lá.
8
Unidade 11Relações métricas no triângulo qualquer
11.4 O teorema de Menelaus
O teorema de Menelaus é uma relação bem diferente das anteriores. Ele
não envolve ângulo algum, mas é uma especialista em calcular razões.
O enunciado do teorema é o seguinte:
Dado um triângulo ABC uma reta transversal corta as retas AB, BC, e
CA nos pontos L, M e N , respectivamente. Então,
LA
LB.MB
MC.NC
NA= 1 .
Observe o enunciado e a arrumação das letras na relação acima. A beleza
está nessa arrumação. Veja uma demonstração.
B C
A
P
s
t
bc
bc
bc
L
N
M
A �gura acima mostra um triângulo ABC e uma transversal t. Seja s uma
reta paralela a t passando por A e seja P a interseção de s com a reta BC.
Vamos agora usar duas vezes o teorema de Tales com essas paralelas s e t.
Com as transversais BA e BP temos: LAMP
= LBMB
.
Com as transversais CA e CP temos: MPNA
= MCNC
.
Multiplicando membro a membro e simpli�cando MP temos LANA
= LBMB·MCNC
o que é o mesmo queLA
LB· MB
MC· NCNA
= 1 .
Para dar um exemplo do poder do teorema de Menelaus, vou mostrar uma
questão do Exame de Quali�cação de 2012.
Exemplo 5No triângulo ABC o ponto P do lado AC e o ponto Q do lado BC são
tais que AP = 13AC e BQ = 2
3BC. As cevianas AQ e BP cortam-se em J .
Calcule a razão JAJQ
.
9
Unidade 11 O teorema de Menelaus
Comentário 1
Não é fácil, de início, usar o teorema de Menelaus. Será preciso alguma
prática para decidir, em cada situação qual é o triângulo adequado e qual é a
transversal que deve ser considerada. A solução deste exemplo deve dar uma
dica.
SoluçãoA situação é a seguinte.
B Q C
A
2a a
b
2bJ
P
Observando com atenção o teorema de Menalaus a decisão correta é con-
siderar o triângulo AQC com a transversal BJP . Ficamos com a �gura a
seguir:
B Q C
A
2a a
b
2bJ
P
O teorema aplicado nessa situação fornece:
JA
JQ.BQ
BC.PC
PA= 1 .
Substituindo os dados �camos comJA
JQ.2
3.2
1= 1, ou seja,
JA
JQ=
3
4.
10
Unidade 11Relações métricas no triângulo qualquer
Comentário 2
O teorema de Menelaus enunciado aqui é sua versão básica. Nessa versão,
sua recíproca não é verdadeira. Para que a recíproca do teorema de Menelaus
seja verdadeira devemos utilizar razões acrescidas de um sinal (razões orien-
tadas). O que isso signi�ca?
Imagine três pontos colineares P , A e B em qualquer ordem. A razão
orientada PAPB
é positiva se os segmentos PA e PB têm mesmo sentido e,
negativa, se tiverem sentidos opostos. Com isso, é verdadeiro o enunciado:
Recíproca do Teorema de Menelaus
Dados os pontos A, B e C, sejam L, M e N pontos das retas AB, BC e
CA, respectivamente tais que LALB.MBMC
.NCNA
= 1 (razões orientadas). Então, L,
M e N são colineares.
A demonstração se apoia no seguinte fato. Dados os pontos A e B e um
número real k então existe um único ponto P da reta AB tal que PAPB
= k.
Deixamos os detalhes para o leitor.
11
Unidade 11 Exercícios
11.5 Exercícios
1. No triângulo ABC, BC = 8, AC = 7 e B = 60o. Calcule o lado AB.
Os dois valores que você encontrou são possíveis?
2. Um retângulo tem a base igual ao dobro da altura. Qual é o cosseno do
ângulo entre as diagonais?
3. Em um trapézio isósceles, as bases medem a e b e os outros dois lados
medem c. Mostre que o comprimento de uma diagonal é√c2 + ab.
Sugestão: Trace as alturas pelos vértices da base menor e determine o
cosseno de um dos ângulos agudos.
4. Os lados de um triângulo medem 5, 7 e x. Determine para que valores
de x esse triângulo é obtusângulo.
5. Mostre que no triângulo ABC a mediana relativa ao vértice A é dada
por
mA =1
2
√2(b2 + c2)− a2 .
6. Mostre que em qualquer paralelogramo a soma dos quadrados das diago-
nais é igual a soma dos quadrados dos quatro lados.
Sugestão: Use o exercício anterior.
7. No triângulo ABC, AB = 4, AC = 6 e B = 2C. Calcule o lado BC.
8. Mostre que, em qualquer triângulo ABC tem-se senA < senB+ senC.
9. Considere a �gura a seguir.
B D C
A
E
3 2
1
4
P
Calcule as razõesPA
PDePB
PE.
12
Unidade 11Relações métricas no triângulo qualquer
10. No triângulo ABC as cevianas AM , BN e CL são concorrentes.
B M C
A
NL
(a) Mostre queLA
LB.MB
MC.NC
NA= 1 (teorema de Ceva)
Sugestão 1: Trace por A uma paralela a BC, assinale as inter-
seções dessa paralela com as retas CL e BN e use semelhança de
triângulos.
Sugestão 2: Sendo O o ponto comum às cevianas, use o teorema de
Menelaus nos triângulos AMB e AMC com as transversais LOC
e NOB.
(b) Demonstre a recíproca desse teorema.
Obs: a recíproca do teorema de Ceva é particularmente importante
para veri�car se três cevianas de um triângulo são concorrentes ou
não. Em particular �ca fácil mostrar que as três alturas de um triân-
gulo são concorrentes.
11. No triângulo ABC, a ceviana AD é a bissetriz interna do ângulo A
(representa-se por βA).
(a) Calcule os segmentos BD e CD em função dos lados do triângulo.
(b) Sendo p o semiperímetro do triângulo ABC mostre que
βA =2
b+ c
√bcp(p− a) .
12. No triângulo ABC de lados a, b e c considere uma ceviana AD de com-
primento x. Sejam m e n as medidas de BD e DC, respectivamente.
13
Unidade 11 Exercícios
B D C
A
m n
a
cx
b
Mostre que: b2m+ c2n = x2a+mna (relação de Stewart).
Sugestão:Lei dos cossenos relativa ao vértice D nos triângulos ADB e
ADC.
13. Seja p o semiperímetro do triângulo ABC de lados a, b e c. Mostre que
a área do triângulo é
S =√p(p− a)(p− b)(p− c) (fórmula de Heron) .
Sugestão: A área do triângulo ABC é S = 12bc senA, ou seja, 4S2 =
b2c2(1 − cos2A). Use a lei dos cossenos para escrever cosA, substitua
e...
14. Os pontos P , Q e R da �gura abaixo são colineares?
bc
bc
bc
b b
b
P
Q
R5 15
6 4
6
8
14
Unidade 11Relações métricas no triângulo qualquer
Respostas
1. 3 ou 5. Sim, Há dois triângulos diferentes com esses dados.
2.3
5.
4. 0 < x < 2√6 ou
√74 < x < 12.
7. 5.
9.20
3e15
8.
14. São colineares.
15