Macro I - Lista 1 - Cap 3 2012

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1 EAE-206 – Teoria Macroeconômica I Prof. Márcio I. Nakane Primeira Lista de Exercícios Capítulo 3 1. Blanchard, cap. 3, exercício 4 Multiplicador do orçamento equilibrado. Por motivos tanto políticos como macroeconômicos, os governos frequentemente relutam em incorrer em déficits orçamentários. Aqui examinamos se mudanças de política econômica em G e T que mantêm um orçamento equilibrado são neutras do ponto de vista macroeconômico. Dito de outro modo, verificamos se é possível afetar o produto por meio de mudanças em G e T de modo que o orçamento do governo se mantenha equilibrado. Comece pela equação do produto de equilíbrio: = 1 1− + ̅ +− a. Quanto Y aumenta quando G aumenta em uma unidade? b. Quanto Y diminui quando T aumenta em uma unidade? c. Por que as respostas de (a) e (b) são diferentes? Suponha que a economia comece com um orçamento equilibrado: T = G. Se o aumento de G for igual ao aumento de T, então o orçamento se mantém em equilíbrio. Calculemos agora o multiplicador do orçamento equilibrado. d. Suponha que tanto G quanto T aumentam exatamente em uma unidade. Com base em suas respostas aos itens (a) e (b), qual é a mudança do PIB de equilíbrio? As mudanças do orçamento equilibrado em G e T são neutras do ponto de vista macroeconômico? e. Como o valor específico da propensão a consumir afeta sua resposta de (a)? Por quê? 2. Blanchard, cap. 3, exercício 5 Estabilizadores automáticos. Até agora neste capítulo supusemos que as variáveis da política fiscal G e T são independentes do nível de renda. Entretanto, no mundo real não é esse o caso. Os impostos normalmente dependem do nível de renda e, desse modo, tendem a ser mais elevados quando a renda é maior. Neste problema examinamos como essa resposta automática dos impostos pode ajudar a reduzir o impacto de mudanças dos gastos autônomos sobre o produto. Considere as seguintes equações comportamentais: = + = + =−

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EAE-206 – Teoria Macroeconômica I Prof. Márcio I. Nakane Primeira Lista de Exercícios Capítulo 3

1. Blanchard, cap. 3, exercício 4 Multiplicador do orçamento equilibrado.

Por motivos tanto políticos como macroeconômicos, os governos frequentemente relutam

em incorrer em déficits orçamentários. Aqui examinamos se mudanças de política

econômica em G e T que mantêm um orçamento equilibrado são neutras do ponto de vista

macroeconômico. Dito de outro modo, verificamos se é possível afetar o produto por meio

de mudanças em G e T de modo que o orçamento do governo se mantenha equilibrado.

Comece pela equação do produto de equilíbrio:

�� =1

1 − ���� + �̅ + − ����

a. Quanto Y aumenta quando G aumenta em uma unidade?

b. Quanto Y diminui quando T aumenta em uma unidade?

c. Por que as respostas de (a) e (b) são diferentes?

Suponha que a economia comece com um orçamento equilibrado: T = G. Se o aumento de

G for igual ao aumento de T, então o orçamento se mantém em equilíbrio. Calculemos

agora o multiplicador do orçamento equilibrado.

d. Suponha que tanto G quanto T aumentam exatamente em uma unidade. Com base

em suas respostas aos itens (a) e (b), qual é a mudança do PIB de equilíbrio? As

mudanças do orçamento equilibrado em G e T são neutras do ponto de vista

macroeconômico?

e. Como o valor específico da propensão a consumir afeta sua resposta de (a)? Por

quê?

2. Blanchard, cap. 3, exercício 5

Estabilizadores automáticos.

Até agora neste capítulo supusemos que as variáveis da política fiscal G e T são

independentes do nível de renda. Entretanto, no mundo real não é esse o caso. Os impostos

normalmente dependem do nível de renda e, desse modo, tendem a ser mais elevados

quando a renda é maior. Neste problema examinamos como essa resposta automática dos

impostos pode ajudar a reduzir o impacto de mudanças dos gastos autônomos sobre o

produto.

Considere as seguintes equações comportamentais:

� = � + ����

� = � + ���

�� = � − �

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G e I são constantes. Suponha que �� esteja entre zero e um.

a. Resolva para o produto de equilíbrio.

b. Qual é o multiplicador? A economia responde mais a mudanças no gasto autônomo

quando �� é igual a zero ou quando �� é positivo? Explique.

c. Por que a política fiscal é chamada nesse caso de ‘estabilizador automático’?

3. Blanchard, cap. 3, exercício 6 Orçamento equilibrado versus estabilizadores automáticos.

Argumenta-se frequentemente que uma lei de orçamento equilibrado seria, na verdade,

desestabilizadora. Para entender esse argumento, considere a economia do exercício 5

(questão anterior).

a. Resolva para o produto de equilíbrio.

b. Resolva para os impostos no equilíbrio.

Suponha que o governo comece com um orçamento equilibrado e que haja uma queda de

��.

c. O que acontece com Y? O que acontece com os impostos?

d. Suponha que o governo corte os gastos a fim de manter o orçamento equilibrado.

Qual será o efeito sobre Y? O corte dos gastos necessário para equilibrar o

orçamento atenuará ou reforçará o efeito da queda de �� sobre o produto? (Não

utilize álgebra. Use sua intuição e responda com suas palavras.)

4. Blanchard, cap. 3, exercício 7 Impostos e transferências.

Lembre-se de que definimos impostos, T, como líquidos de transferências. Em outras

palavras,

T = impostos – transferências

a. Suponha que o governo aumente as transferências para famílias privadas, mas que

esse aumento não seja financiado por aumentos de impostos. Em vez disso, o

governo toma emprestado para pagar as transferências. Mostre em um gráfico como

esta política afeta o produto de equilíbrio. Explique.

b. Suponha, por outro lado, que o governo pague pelo aumento das transferências com

um aumento equivalente dos impostos. Nesse caso, como o aumento das

transferências afeta o produto de equilíbrio?

c. Agora suponha que a população inclua dois tipos de pessoas, aquelas com uma alta

propensão a consumir e aquelas com uma baixa propensão a consumir. Suponha que

a política de transferências aumente os impostos daqueles com uma baixa propensão

a consumir para pagar as transferências às pessoas com uma alta propensão a

consumir. Como essa política econômica afeta o produto de equilíbrio?

d. Como você acha que a propensão a consumir pode variar entre os indivíduos de

acordo com a renda? Em outras palavras, como você pensa que é a propensão a

consumir para pessoas com alta renda e para pessoas com baixa renda? Explique.

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Dada sua resposta, você acha que cortes de impostos são mais eficazes para

estimular o produto quando esses cortes são direcionados para contribuintes de alta

renda ou para contribuintes de baixa renda?

5. Blanchard, cap. 3, exercício 8 Investimento e renda.

Este problema examina as implicações de permitir que o investimento dependa do produto.

Suponha que a economia seja caracterizada pelas equações comportamentais a seguir:

� = � + ����

�� = � − �

� = � + ���

Os gastos do governo são constantes. Note que o investimento agora cresce com o produto.

O capítulo 5 discutirá os motivos para esta relação.

a. Resolva para o produto de equilíbrio.

b. Qual é o valor do multiplicador? Como a relação entre investimento e produto afeta

o valor do multiplicador? Para que o multiplicador seja positivo, que condição

��� + ��� deve satisfazer? Justifique suas respostas.

c. Suponha que o parâmetro ��, às vezes chamado de confiança nos negócios,

aumente. Como o produto de equilíbrio será afetado? O investimento mudará mais

ou menos do que a mudança de ��? Por quê? O que acontecerá com a poupança

nacional?

6. Anpec (2005)

Considere o modelo Keynesiano básico para uma economia fechada e sem governo.

Sabendo-se que, a partir de uma posição de equilíbrio, um aumento de 100 reais no

investimento provoca um aumento de 500 reais no PIB, julgue as assertivas:

0 A propensão média a poupar é 0,2.

1 O aumento de consumo gerado pelo aumento do investimento é de 400 reais e a

propensão média a consumir é 0,8.

2 Tendo o aumento de consumo sido de 400 reais, o multiplicador Keynesiano é 5.

3 Mantida a propensão marginal a poupar e admitindo-se que o multiplicador não é

instantâneo, se a poupança inicial gerada no momento em que foram realizados os

investimentos fosse de 200 reais, o impacto total do aumento do investimento sobre o

PIB teria sido de 1.000 reais.

4 Supondo-se que haja governo e que o orçamento seja mantido em equilíbrio, um

aumento de 100 reais nos gastos públicos provocará um aumento de 100 reais no PIB.

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7. Estabilizadores automáticos com funções gerais

Suponha que a economia seja caracterizada pelas equações comportamentais a seguir:

� = �����,0 < �� < 1

�� = � − �

� = ����,0 < �� < 1

G e I são constantes.

a. Sob que condições a condição de equilíbrio no mercado de bens define a renda de

equilíbrio como uma função implícita das variáveis exógenas?

b. Obtenha o multiplicador de gastos autônomos para essa economia.