Macrocosm o 2

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A PRIMEIRA REVISTA ELETRÔNICA BRASILEIRA EXCLUSIVA DE ASTRONOMIA macroCOSMO.com Ano I - Edição nº 2 – Janeiro de 2004 revista Buscando novas FRONTEIRAS Entrevista: Walmir Cardoso Presidente da SBEA Plataforma Equatorial para Dobsonianos O desenvolvimento humano e tecnológico da conquista espacial

Transcript of Macrocosm o 2

  • A PRIMEIRA REVISTA ELETRNICA BRASILEIRA EXCLUSIVA DE ASTRONOMIA

    macroCOSMO.com Ano I - Edio n 2 Janeiro de 2004

    revista

    Buscando novas FRONTEIRAS

    Entrevista: Walmir Cardoso Presidente da SBEA

    Plataforma Equatorialpara Dobsonianos

    O desenvolvimento humano etecnolgico da conquista espacial

  • revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 2

    Redao [email protected]

    Diretor Editor Chefe Hemerson Brando [email protected]

    Reviso Audemrio Prazeres [email protected] Roberta Maia [email protected]

    WebMaster Hemerson Brando [email protected] Tradutor William Fernandes [email protected] Redatores Hlio Gandhi Ferrari [email protected] Paulo Monteiro [email protected] Rosely Grgio [email protected] Colaboradores Audemrio Prazeres [email protected] Paulo Oshikawa [email protected] Pedro R [email protected] Roberto Silvestre [email protected] Ronaldo Garcia [email protected]

    Divulgao e Publicidade Llian Luccas [email protected]

    editorial Aps dois anos planejando seu lanamento, a Revista

    macroCOSMO.com, a primeira revista eletrnica brasileira de astronomia finalmente lanada.

    Brindados com uma procura muito maior do que

    espervamos, a primeira edio da revista conquistou mais de mil acessos, apenas em seu ms de estria. Elogios e mensagens de apoio foram muitos! Presente melhor que esse, a equipe da Revista macroCOSMO.com no poderia ter recebido, mas ainda pretendemos melhorar a cada edio atendendendo a sede de conhecimento cientfico dos astrnomos brasileiros.

    At mesmo uma parceria com o Boletim Centaurus, da

    Fundao CEU em Brotas (SP), j est acertada. Com essa nova unio, pretendemos ampliar de forma astronmica a difuso da mais antiga das cincias.

    Atrasada devido s festas de final de ano, a segunda edio da Revista macroCOSMO.com traz em seu artigo de capa, uma reflexo sobre os avanos conquistados pelo homem em sua breve aventura pelo espao.

    Uma entrevista exclusiva com o presidente da Sociedade

    Brasileira para o Ensino de Astronomia, o astrnomo Walmir Cardoso, alm de um tutorial de como construir uma plataforma equatorial para telescpios dobsonianos tambm so destaques dessa edio.

    Contedo e diagramao aprimorada a nossa retribuio pelo carinho que todos nos receberam.

    Um feliz 2004 e cus limpos sem poluio luminosa para todos.

    Hemerson Brando Editor Chefe | Revista macroCOSMO

    [email protected]

    revista macroCOSMO.com Ano I - Edio n 2 Janeiro de 2004

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    4 macroLEITORES 5 OPINIO | A Lua volta ao alvo 6 ENTREVISTA | Walmir Thomazzi Cardoso 11 ASTRONUTICA | Buscando novas fronteiras 18 EFEMRIDES | Janeiro de 2004 43 MITOS CIENTFICOS | De volta s trevas 48 ASTROFOTOGRAFIA | Fotografando o Universo Parte II 53 OFICINA | Plataforma Equatorial para Dobsonianos 71 PALESTRA | A astronomia e seu comeo 75 GUIA DIGITAL | Mapas Celestes 79 AUTORIA

    Capa: Concepo artstica de uma misso exploratria na superfcie do planeta Marte. Cortesia da NASA/JPL

    revista macroCOSMO.com [email protected]

    sumrio

    permitida a reproduo total ou parcial desta revista desde que citando sua fonte, para uso pessoal sem fins lucrativos, sempre que solicitando uma prvia autorizao redao da Revista macroCOSMO.com. A Revista macroCOSMO.com no se responsabiliza pelas opinies vertidas pelos nossos colaboradores.

    Verso distribuda gratuitamente na verso PDF em http://www.revistamacrocosmo.com

  • revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 4

    macroLEITORES

    Enquanto a astronutica brasileira viveuem 2003 o indesejvel tempo em que "A Bruxaest solta" (Alcntara/MA), acho que aAstronomia Brasileira deu um grande salto esteano, principalmente atravs da iniciativa e daajuda dos amadores, alm da sempre slidacompetncia dos profissionais. A proeza de Daminelli com a monstruosaestrela Eta Carinae, a transmisso pelo rdio deSobral (CE) e Ouro Preto (MG) do eclipse denovembro, para vrios municpios de seusrespectivos Estados, atitude esta pioneira e queser repetida muitas e muitas vezes, e agora o"servio de parto" de duas revistas brasileiras deastronomia coloca o ano de 2003 na condio de"se tentar melhorar estraga"

    Saulo M. Filho, Sobral (CE)

    A revista est realmente supimpa,um filet mignon para os amantes daastronomia! Gostei muito da qualidade dotexto, do enfoque dos assuntos e dalinguagem com que foram expostos.

    Olha, o Brasil estava precisandomesmo de uma publicao destas... Eainda precisa de muito mais, no emesmo?! Pois, , tenho conscincia quefao parte da prxima gerao daastronomia amadora e quero contribuirmuito para seu desenvolvimento no Brasil.Por isso, essa revista veio como um jatopropulsor para estimular meus planos.Muito obrigado por esse belssimopresente!

    Lima Ivan, Londrina (PR)

    Entre em contato com a Revista macroCOSMO.com: [email protected]

    Inclua nome endereo e telefone. Os e-mails podero ser editados para publicao.

    http://www.revistamacrocosmo.com

    ERRATA

    Na pagina 2 (Edio n 1 Ano I),na lista de redatores da revista, osobrenome correto, seria Hlio Ferrari eno Hlio Ferreira como foi publicado.

    Na pgina 22 (Edio n 1 Ano I),

    o verdadeiro e-mail do autor RobertoSilvestre seria:

    [email protected]

    Na pagina 27 (Edio n 1 Ano I)O correto seria: Segunda-feira, 22 deDezembro : O solstcio de Inverno para oHemisfrio Norte comea s 07:04 TU.Para o Hemisfrio Sul o Solstcio deVero. Nesse momento o Sol passa peloTrpico de Capricrnio e NO peloEquador da Terra dirigindo-se para oHemisfrio Austral

    Ano I Edio n 01 Dezembro de 2003

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    Com o sucesso do programa espacialChins, uma nova corrida espacial surge.Autoridades chinesas e indianas se tornamrivais na busca pelo espao e lanam o desafiode qual nao chegar primeiro na Lua.

    Durante a dcada de 60 e 70, em meio Guerra Fria, os Estados Unidos e a entoUnio Sovitica disputavam a soberania doespao. Durante boa parte do que ficouconhecida como corrida espacial, osSoviticos mantiveram-se pioneiros, como acolocao em rbita do primeiro satliteartificial, o primeiro ser vivo e o primeiro homemno espao. Tambm foram os primeiros afotografar o lado oculto da Lua e a pousar umveculo explorador em sua superfcie. S noforam os primeiros a alcanar a Lua com umamisso tripulada, pois estavam interessados naimplantao de estaes espaciais orbitais,deixando o caminho livre para os americanos.

    Abandonada desde 1972, a Lua foivisitada por 12 astronautas em seis misses doPrograma Apollo. Como a conquista da Lua eraapenas um objetivo poltico, os americanos noconcordavam em manter um programa to caro,em prol da pesquisa cientfica..

    Com o anncio dos interesses da Chinaem alcanar a Lua ainda nessa dcada, atravsde sondas espaciais, os Estados Unidos jesto organizando uma fora tarefa para que aNASA chegue antes da nao oriental eestabelecer a to esperada base selenita,iniciando assim a colonizao da Lua.

    O novo plano espacial americano para2004 poderia catapultar a baixa popularidadedo presidente George W. Bush nas futuraseleies presidenciais.

    No me espantaria se a Rssiaentrasse tambm na competio, assim como aESA da Europa e a NASDA do Japo. A UnioEuropia mantm o projeto de um novo nibusespacial conhecido como Hermes, mascontinua engavetado ha duas dcadas. OJapo testa seu foguete lanador para futurasmisses tripuladas.

    A China pretende colocar um sonda emrbita da Lua at 2006 e uma misso tripuladaat 2020. A ndia, mais modesta, marcou para2008 o envio de sondas lunares.

    Particularmente acredito que umasegunda corrida espacial no poderia chegarem melhor hora. Com o acidente do nibusespacial Columbia, no incio do ano passado eos cortes no oramento do Programa EspacialRusso, isso s vm propulsionar a conquista doespao. claro que isso s deve ocorreratravs da cautela, para que no ocorra omesmo com os astronautas da primeira disputaespacial, morrendo em acidentes que poderiamter sido evitados, na busca nica pelavanguarda espacial.

    Uma cooperao internacional seriamais lucrativa econmica e cientificamente,mas como esse povo s pensa em rivalidade,eles que so estrangeiros que se entendam!

    OPINIO

    A LUA VOLTA AOALVO

    Hemerson Brando | Revista macroCOSMO.com

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    ENTREVISTA

    ERA UMA VEZ, H MUITO TEMPO ATRS E...

    Foi desta maneira que o fsico e astrnomo

    Walmir Thomazzi Cardoso cativou o pblico que estavapresente na abertura da 1 Semana Cientifica Cultural doCurso de Pedagogia: Gesto e Tecnologia Educacional daUniminas em Uberlndia (MG).

    Walmir Cardoso um grande difusor da cinciaem nosso pas, de uma maneira extremamente cativanteao apresentar o cu, atravs dos mitos que fazem parte dacultura dos povos.

    Foi com uma enorme simpatia que o professor,numa tarde chuvosa, concedeu esta entrevista exclusivapara Hlio Gandhi Ferrari, redator da RevistamacroCOSMO.com, onde fala sobre seus projetos e suasopinies sobre cincia e tecnologia. Walmir Thomazzi Cardoso

    As pessoas tm um conhecimento sobrecincia, que pode no ser um conhecimento perfeito eformal mas um conhecimento cientfico!

    macroCOSMO.com: Boa tarde prof. Walmir

    Walmir: Tudo bom, Gandhi? macroCOSMO.com: Gostaria de fazer algumas perguntas. Sobre essa iniciativa nova que estamos realizando com a Revista macroCOSMO.com, nos lanando na divulgao cientifica, o que o Sr. acha hoje da questo da difuso cientifica no Brasil e no Mundo?

    Walmir: Bom, em primeiro lugar gostaria de agradecer bastante a possibilidade de falar para a macroCOSMO.com. uma iniciativa excelente, como todas as iniciativas ligadas divulgao e a difuso cientifica so. Eu penso que de uns 15 anos para c o que aconteceu no Brasil e isso e um fenmeno mundial, a cincia esta saindo de dentro da academia. Antigamente a cincia era uma coisa s praticada dentro da academia e a divulgao cientifica era chamada, principalmente aqui no Brasil de "vulgarizao cientifica". Essa palavra "vulgarizao" estava associada a um termo francs cujo significado na Franca divulgao. Eu no gosto nem da palavra vulgarizao nem de divulgao, porque tanto

    uma como outra tem o sentido de "tornarconhecido para o vulgo" ou seja, aquele queno tem conhecimento nenhum da cincia. Issono bem verdade. As pessoas tm umconhecimento sobre cincia que pode no serum conhecimento perfeito e formal, mas umconhecimento cientfico. Eu gosto muito dapalavra difuso, eu sempre uso essa palavra,porque difuso e uma fora que vai do meiomais concentrado para o menos concentrado.Ento eu acho mais interessante ter umaconcentrao de trabalhos e conhecimentosque esto sendo desenvolvidos num lugar eisso comea a se espalhar para outros lugaresonde no h tanta concentrao. E isso que eupenso que tenha acontecidos nestes ltimosanos. macroCOSMO.com: Talvez por influnciadesta nova mdia que a Internet ou temaumentado a literatura na rea?

    Walmir: A Internet ajudou bastante, mas euacho que houve iniciativas aqui no Brasil,particularmente que foram muito positivas. Porexemplo: comearam a ser publicados livrossobre astronomia, a difuso cientifica e isso da

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    comeou a ajudar bastante. Outra coisa, sem sombra de duvida, a possibilidade de ir para os meios de comunicao: rdio, televiso, etc. Neste sentido eu tive uma sorte imensa porque eu fiz uma serie de programas de astronomia e realmente, acho que foi um marco importante para abrir possibilidades para outras pessoas. O prof. Mouro no Rio de Janeiro publicou mais de 60 livros voltados para a difuso cientifica.. macroCOSMO.com: O anurio dele um best-seller... Walmir: O anurio vendido a rodo e claro a Internet um meio de comunicao bastante democrtico, contanto que voc tenha acesso a ela. Ainda no e um meio que chega a todo o Brasil, mas ao poucos ela vai chegando.

    macroCOSMO.com: o Sr. acredita que as sociedades tm contribudo para isso? Por exemplo, h uma organizao de vrios segmentos da cincia, cada uma se agrupando em torno de seu nicho, vamos assim dizer. Temos as sociedades brasileiras de fsica, a sociedade brasileira de

    Walmir: Sim, mas este um fenmeno curioso. Os pesquisadores h muito tempo eles no tinham o menor interesse de fazer divulgao e nem difuso do seu conhecimento. Isso acontecia por dois motivos essencialmente: no havia investimentos na rea e portanto eles no tinham muito interesse em fazer e segundo havia um mito que ainda existe dentro da universidade de que se o professor se dedica a fazer difuso ele no vai fazer pesquisa, ento se ele esta com tempo livre para fazer divulgao ou difuso cientifica isso significa que ele esta publicando menos, ou seja, ele tem uma produo cientifica menor. Esse mito foi quebrado por vrios pesquisadores que fazem pesquisa serias, profundas em suas reas de conhecimento e fazem difuso como o caso do prof. Roberto Boscko, em So Paulo. Uma outra coisa foi que comearam a aparecer os investimentos em educao e em difuso cientifica. Comearam a aparecer linhas de crditos governamentais para a criao de museus de cincias de centros de difuso

    cientifica etc. e a os pesquisadorescomearam a se interessar, porque haviarecursos. macroCOSMO.com: Falando sobre aquesto da cincia nas escolas, como vocqualifica o ensino de cincias nas escolas deensino fundamental e mdio?

    Walmir: Isso varia muito de lugar para lugar ede escola para escola. Eu tenho andadobastante o Brasil e tenho ido a muitas escolas.Hoje em dia em fao uma consultoria paraUNESCO, para o Ministrio da Educao e daCultura e acho que tem uma coisa que mechama muito a ateno. Quando osprofessores so bem formados e quando osprofessores tm interesse em fazerem difusocientifica e ensinar cincias aos estudantes,obviamente comeam a se interessar. Entono a escola, no so as condies. Eu fuipara o meio do serto do Xique-Xique eencontrei um professor fazendo experimentosbrbaros, bsicos da rea cientifica, comastronomia, usando conhecimento astronmico. resto em outras coisas... macroCOSMO.com: Ento comovenceramos o fantasma do chamado"analfabetismo cientifico"? Uma dentre outrasformas de analfabetismo que temos como oanalfabetismo digital, o analfabetismofuncional...

    Walmir: A cincia precisa deixar de ser chata.As pessoas falam da cincia de uma maneiradifcil, porque isso valoriza a imagem delas.Valoriza a imagem do conhecimento que elasdetm e isso um problema, porque vias deregra, as pessoas utilizam conceitos maiscomplicados, como se elas estivessem seaproximando mais do rigor, mas muitas dasvezes quando voc vai analisar rigorosamenteum conceito, voc ver que ele esta par e parde outras aproximaes que so feitas muitosprximas do senso comum. Eu diria que agente tem que aproveitar o conhecimento queas pessoas tem. Esse "analfabetismo" ele temque ser bem pensado entre aspas porque no

    ENTREVISTA

    A cincia precisa deixar de ser chata!

    a sociedade brasileira deastronomia, a sociedadebrasileira de ensino deastronomia, da qual o Sr. opresidente, os grupos depesquisa de ensino de qumica,o GREF entre outros...

    Ento no se trata claramentede recurso econmicos, claroque ajuda, mas de capacitao eformao de professores. Entohoje, se eu tivesse no bolso 1real para investir, investira 98centavos na capacitao e o

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    s calculando a posio do planeta que a pessoa sabe astronomia. Eu conheo inmeros bons, excelentes pesquisadores que estudam a galxia NGC alguma coisa e no sabem achar a direo.. macroCOSMO.com: No sabem achar o cruzeiro do sul...

    Walmir: Exatamente.Tambm analfabetismo. Ento so pesquisadores hiperespecializados, mas so analfabetos nas bases do conhecimento cientifico. Ento como que essa pessoas vo poder dizer que o que uma pessoa comum, que no se dedica pesquisa cientifica, deve saber minimamente de cincia? Eu acho que isso uma discusso que esta sendo feita e vai continuar sendo feita. Acho que a gente deve falar sobretudo de uma maneira simples utilizando os conhecimentos que as pessoas tem. Eu j falei, como a palestra que eu vou dar esta noite em Uberlndia, j fiz para assentados do movimento dos sem-terra em Uberaba (MG) que vieram l do Paranapanema para assistirem uma palestra e um curso. Tudo bem, mas era uma palestra para pessoas que no tinham realmente um conhecimento cientifico formal, mas elas tinham um conhecimento cientifico. Elas eram alfabetizadas, mas elas eram alfabetizadas numa lngua que nos no conhecamos. Como eu acho que o pesquisador, por ele ter uma melhor mobilidade lingstica e cultural, ele tem que quase por obrigao de falar varias lnguas, varias linguagens. Ele precisa aprender a linguagem destas pessoas para poder se comunicar com elas. macroCOSMO.com: Poderamos dizer que ele precisa dar significado para essas pessoas.

    Walmir: Exatamente.

    macroCOSMO.com: No adianta falar em quantizao da matria se... Walmir: Eu gosto muito do Paulo Freire que vocs seguem diretamente aqui, exatamente por essa posio freirista, em no tentar entortar o conhecimento de uma pessoa para ela se transformar numa outra pessoa. Valorizar o conhecimento que ela tem associar mais conhecimento ainda, mostrando que o conhecimento uma grande aventura. Isso uma coisa importante para gente, mostrar que o conhecimento humano uma grande

    maravilha, uma espetacular aventura, como sefosse um belssimo livro de fico que voc l evai se apaixonando pelos personagens dele. macroCOSMO.com: Na sua opinio qual aimportncia da gente ter cientistas formados noBrasil.

    Walmir: Eu acho assim... o Brasil e um pasque produz modestamente cincia, masrecentemente... macroCOSMO.com: O Feynmann nadcada de 50 ou 60 disse que no fazamosnada de cincia.

    Walmir: Para ser bondoso eu vou dizer quesomos modestos. Bondoso porque o Brasil temilhas de observao, de trabalhos, de produocientifica, ilhas de excelncia como eleschamam que so extraordinrias, que fazemtrabalhos de ponta, mas so ilhas. O restantedo territrio no esta imerso dentro destaproduo. Eu sempre penso assim, temmelhorado porque quando eu comecei atrabalhar com divulgao ou difuso cientifica,quando comecei a trabalhar com ensino deastronomia, as pessoas diziam para mim "vocvai morrer de fome" , " voc no deve seguireste caminho" etc. Olha, muitas dessaspessoas hoje esto desempregadasatualmente... macroCOSMO.com: O Sagan (Carl) foicrucificado em seu prprio meio por causadisso.

    Walmir: No caso dele, principalmente porcausa desta tenso entre a chamada pesquisacientifica e o trabalho amador, que um outroponto que eu sempre brigo muito. Eu sou umpouco brigo com os pesquisadores porqueeles usam a palavra amador. A palavraamador, ela tem uma conotao pejorativamuitas vezes. Eu sei que muitos pesquisadoresno usam esta palavra com esta conotao,mas amador aquele que faz um trabalhoamadorstico e no aquele que ama. Eu pensoque amadores deviam ser todos, quer dizerpesquisadores, pessoas que trabalham comdifuso, pessoas que so "analfabetascientificamente" mas que gostam de cincia equerem aprender. Todos so amadores mas agente estava falando sobre os pesquisadoresformados no pas... claro que importanteformar gente capaz, no tenha duvida , mas

    ENTREVISTA

  • revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 9

    ENTREVISTA

    O Brasil precisa continuar a investir na criao emanuteno de astronautas brasileiros

    tambm importante sair daqui para ir a outros lugares, aprender e voltar para c e aqui eventualmente encontrar as condies que hoje em dia no existem.

    Cansei de ver isso, desde que eu era estudante at virar professor universitrio e pesquisador. Voc olha e v excelentes cabeas sendo formadas no Brasil e sendo enviadas para pases centrais que investem em cincia e tecnologia e o Brasil fica sem essas cabeas e sem possibilidade de continuidade de projetos que esto em andamento.

    Acho isso triste, acho importante que se forme. Sou favorvel mestiagem, a todas as mestiagens, principalmente a mestiagem cultural, porque ela permite que voc possa independente de cruzar seu gene, cruzar as culturas, ento isso permite que voc tenha uma idia planetria, o que acho que essa a grande contribuio do ensino da astronomia, a idia de que a gente vive num planeta. a conscincia de que esse planeta nico, que esse planeta no pode ser destrudo e de que mesmo que fique tudo escuro muitas vezes, importante que fique escuro para que possamos ver as estrelas...

    Uma das grandes iniciativas que o Brasil precisa continuar investindo na criao e manuteno de astronautas. A gente tem um astronauta hoje que o Marcos Cesar Pontes, alias quero falar uma coisa muito legal pra macroCOSMO: Eu e o Marcos estamos produzindo uma srie de 28 programas de televiso. Um astrnomo e um astronauta juntos Ele tem ficado muito tempo em Houston, mas quando ele vem para o Brasil, ns nos encontramos e agora estamos numa etapa de captao de recursos. uma etapa difcil, porque os textos bsicos os roteiros, j esto sendo produzidos rapidamente e espero que daqui uns 3 ou 4 meses estejamos colocando o primeiro programa no ar. A produo da Larutia, uma empresa de produo cinematogrfica e vdeo em So Paulo, mas ela certamente vai ser uma co-produo. A gente esta tentando envolver o Senado essencialmente por causa da captao de recursos, a UNESCO e a iniciativa privada, Petrobras, Embraer...essas empresas .

    Sem falar no grande prazer de trabalharcom o Marcos , que e uma figura extraordinria,e um cara inteligentssimo. O Brasil fez umaescolha fora de serie. Realmente penso que aspessoas devam se manifestar para que oastronauta brasileiro seja mantido na NASA epara que continue no projeto da estaoespacial internacional.

    macroCOSMO.com: Por falar em iniciativas,o Audemrio Prazeres, l de Recife, perguntacomo fazer para captar recursos para projetoseducacionais que Sociedade Astronmica doRecife esta desenvolvendo?

    Walmir: Audemrio um grande abrao a voc,que tambm um dos grandes batalhadores daastronomia no Brasil. Eu diria o seguinte, aSBEA tambm tem os mesmos professoresque voc. Eu tento me aproximar dassecretarias estaduais e municipais deeducao. Existem algumas linhas de crditoque esto ligadas com as SecretariasEstaduais e com Secretarias de Ensino Mdio eTecnolgico e a Secretaria de Ensino Distanciano MEC. Eu diria para o Audemrio que emprimeiro lugar, ele tem que produzir parte doprojeto. A primeira parte vai ser mesmo comamor, a combustvel individual e depois dissovoc documenta muito bem esse material.Fotos, depoimentos, teste com professores,alunos, vdeos... juntar essa documentaoenviar para a Secretaria de Ensino Mdio eTecnolgico do MEC , Secretaria do EnsinoFundamental e Secretarias Estaduaismostrando qual o trabalho que voc estafazendo e tentando estabelecer uma parceria. assim que esta gente esta tentandosobreviver nestes tempos difceis. macroCOSMO.com: Para gente encerrar,uma mensagem final para esta nossa iniciativaque estamos realizando com amacroCOSMO.com.

    Walmir: Eu j disse a iniciativa maravilhosa.Eu acho que as dificuldades que a gente temso muito grandes, ns somos realmente umbando de pessoas sonhadoras que acreditam

  • revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 10

    ENTREVISTA

    muito naquilo que fazem. Acreditamos na transformao que esto operando no mundo, mas se no fossem essas pessoas hoje em dia um nmero maior de pessoas no Brasil no saberiam ou saberiam menos sobre cincia. Acho que todas as iniciativas que puderem ser feitas no sentido de difundir e no sentido de fazerem as pessoas aprenderem no somente astronomia, mas sobre a cincia de um modo geral. Todas essas iniciativas so excelentes, so maravilhosas, ento a iniciativa desta revista eletrnica uma iniciativa que eu considero que se existissem pelo menos umas seis ou sete revistas como essa, coisa que espero que existam em pouco tempo, a gente vai aos pouquinhos chegando nas pessoas. Quanto mais programas de rdio, televiso puderem ter, mais eventos astronmicos que pudermos colocar telescpios na rua e mostrar para as pessoas, melhor, porque a gente no sabe, um efeito catico. A gente mudando um pequeno grozinho aqui, poder causar um efeito extraordinrio.

    sempre muito difcil, no desistam,parabns, parabns mesmo pela iniciativa emuito obrigado pela oportunidade de inaugura-la com vocs. Estamos a sempre que vocsquiserem e o endereo da SBEA SociedadeBrasileira para o Ensino da Astronomia:www.sbeastro.org. Entrem l, escrevam,contribuam. Muito obrigado!

    macroCOSMO.com: Muito obrigado prof.Walmir.

    Pgina da SBEA

    Gandhi Ferrari engenheiro eletricista, especialista em Fsica e em Educao para a Cincia.Atualmente professor de Tecnologias de Informao e Comunicao no curso de Pedagogia:Gesto e Tecnologia Educacional em Uberlndia/MG e redator da Revista macroCOSMO.com. E-mail: [email protected]

  • revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 11

    O cu profundo e escuro sempre fascinou o homem desde a Antigidade. medida que a Histria do homem avanava com a sua tecnologia, foi ficando cada vez mais claro que descobrir o que nos rodeava era apenas uma questo de tempo. Somam-se a isso, as antigas disputas territoriais, que de uma maneira ou de outra, sempre contriburam para o progresso de uma nao em relao s outras. Pensava-se antes que, quem dominasse os mares dominaria a Terra; depois quem dominasse os ares, conquistaria tambm a Terra. De modo que, inevitavelmente...

    Buscando Novas

    FRONTEIRAS O DESENVOLVIMENTO HUMANO E TECNOLGICO DA CONQUISTA DO ESPAO

    ASTRONUTICA

    Ronaldo Garcia | Boletim Centaurus

    NASA

  • revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 12

    ASTRONUTICA

    Depois que o homem pisou nasuperfcie da Lua pela primeira vez, em 20 deJulho de 1969, o cu acabou ficando pequeno.Nunca antes o ser humano tinha ido to longede casa quanto nesse dia. Realmente, umgrande passo para a humanidade foi dadonessa poca. A partir daquele momento, a raahumana entrou para o clube - que nem sequersabemos se existe - das raas interplanetrias.Finalmente, samos do nosso bero.

    Mas ir para a Lua no nada. O nossoSistema Solar compreende nove planetas,centenas de luas, cometas e milhares deasterides, o que nos impe mais um delicadoproblema: para onde ir agora? Marte tornou-seo que chamado no jargo astronutico de "oprximo passo lgico" e no poderia deixar des-lo. Vnus o planeta mais prximo daTerra, mas as condies que reinam na suasuperfcie so totalmente desagradveis. JMarte, o segundo planeta mais prximo de ns,tem uma srie de condies - atmosfricasprincipalmente - que parecem at convidativas.Mas, para ir a Marte, seria necessrio um outrodesenvolvimento tecnolgico e, pela primeiravez, um desenvolvimento humano no espaocomo no tinha acontecido at ento.

    Na poca das naves Apollo que forampara a Lua, o espao interno das naves eramuito pequeno e apertado para que osastronautas pudessem desenvolver qualquertipo de pesquisa ou mesmo ter um certoconforto. Mesmo antes, com as naves norte-americanas Mercury e Gemini e as soviticasVostok e Voskhod, as dependncias no eramagradveis: eram apenas cubculos onde osastronautas ficavam durante praticamente todoo vo. A viagem para a Lua, incluindo ir, ficar e

    voltar demora, em mdia uma semana, dependendo do tempo de permanncia na superfcie da Lua. J uma viagem a Marte algo muito mais complexo. A viagem de ida demora em torno de seis meses, mais um ano e meio na superfcie e mais seis meses para voltar. Total: dois anos e meio!

    At o comeo da dcada de 70, ningum tinha ficado mais que 14 dias no espao, faanha realizada pelos astronautas Jim Lovell - que voaria depois na famosa Apollo 13 - e Frank Borman, numa das naves da srie Gemini. Depois que os soviticos "perderam" a corrida para a Lua, algumas "lnguas" disseram que eles agora queriam ir a Marte e sabiam que no seria fcil. Tal afirmao nunca chegou a ser totalmente confirmada, mas o fato que os soviticos, em abril de 1971, lanaram a primeira estao espacial em rbita da Terra, a Salyut 1, tripulada por Dobrovolski, Volkov e Patsayev, permanecendo em rbita por 22 dias.

    A Salyut 1 era um cilindro com 15,8 metros de comprimento por 4,15 metros de largura e dentro havia um tocador de fitas cassete, uma "mesa" para refeies, uma pequena biblioteca com alguns livros e, pela primeira vez, os cosmonautas - como so at hoje chamados os "astronautas" russos - podiam dormir em p! Parece estranho "dormir em p", mas o fato era que havia um lugar reservado para as "camas" e estas eram presas s paredes da estao. Como no espao nem possvel definir "em cima" ou "em baixo", no importa o jeito que voc durma!

    Infelizmente, depois de 22 dias no

    Concepo artstica do primeiroencontro entre a nave americanaApollo, com a russa Soyuz

  • revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 13

    espao a tripulao da Salyut 1 morreu durante a descida, devido a uma falha na pressurizao da nave que os traria de volta. A Salyut 1 caiu, o que estava totalmente previsto e sem ningum a bordo, no dia 11 de outubro de 1971, permanecendo seis meses no espao.

    Existiram vrias estaes Salyut. Descontando as que falharam no lanamento As Salyuts 6 e 7 eram a segunda gerao de estaes espaciais. As primeiras verses da Salyuts tinham apenas uma porta de docagem, ou seja, para entrar e sair da estao, s por um lado. J com a 6 e 7 existiam duas portas, possibilitando que duas tripulaes visitassem a estao ao mesmo tempo e com naves diferentes.

    Para ter uma idia da evoluo desse novo tipo de artefato espacial, a Salyut 7 subiu em abril de 1982 e foi desativada em junho de 1986. Nesses quatro anos de uso, muitas experincias mdicas, astronmicas, fsicas e qumicas foram realizadas. A Salyut 7 caiu em fevereiro de 1991 e alguns pedaos foram encontrados na Argentina.

    Os norte-americanos tambm investiram numa estao espacial na dcada de 70. O Skylab, a primeira e nica estao espacial norte-americana at o momento, era, na verdade, o terceiro estgio do poderoso foguete Saturno V, que havia levado os homens Lua anos antes. O Skylab subiu em maio de 1973 e contou com trs tripulaes diferentes em quase um ano de atividades. A ltima tripulao deixou o Skylab em fevereiro de 1974 e ficaram l em cima por 84 dias. Durante esse perodo muitas experincias foram realizadas, como observaes do Sol e do cometa Kohoutek - que passava na poca - pesquisas de recursos naturais terrestres e dezenas de experincias mdicas. Caiu em julho de 1979 e sua queda foi a mais comentada e coberta pela mdia em todo o mundo. Vrios pedaos foram encontrados no deserto da Austrlia.

    Enquanto a antiga Unio Sovitica insistia no seu programa de estaes espaciais, os Estados Unidos resolveram construir um veculo mais ambicioso. Como o preo para uma viagem ao planeta Marte era

    ASTRONUTICA

    Estao espacial Skylab

    extremamente elevado - orado hoje em 250bilhes de dlares - seria interessante"comear devagar". Primeiro fator a sermudado: ter uma nave que fosse capaz de ir aoespao sem ter que se construir outra nave acada misso. Nasceu, ento, o programaSpace Shuttle - conhecido como nibusEspacial - que consistia num veculo que podiair ao espao, voltar a Terra, ir ao espaonovamente, voltar para a Terra...

    O primeiro vo desse novo conceito denave espacial ocorreu em 12 abril de 1981 como veculo Columbia, tripulado pelo comandanteJohn W. Young - que j tinha voado no projetoGemini e nas Apollo 10 e 16 - e pelo pilotoRobert Crippen, na poca ainda novato. Poisbem, no dia 12 de abril de 2001, foicomemorado os 20 anos de um veculo quetrouxe grandes mudanas nos vos espaciaistripulados.

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    Mas qual a misso principal donibus espacial? Para que ele foi construdo?Para ir a Marte? Com certeza, no. A missoprincipal era construir e realizar manutenesperidicas e dar apoio logstico estaoespacial. Mas qual estao espacial? Qualqueruma. A idia era que o nibus seria o veculode ligao permanente entre a Terra e oespao.

    Apesar das enormes perdas dos

    veculos Challenger (1986) e do Columbia(2003) e suas tripulaes, os sucessos dosnibus espaciais ainda continuam.

    Depois dos sucessos dos primeirosanos de operao dos nibus espaciais,decidiu-se construir a estao espacial norte-americana Freedom, que no chegou a sair dopapel devido aos custos literalmenteastronmicos. Sem uma estao espacial, ostrs nibus espaciais restantes - Discovery,Atlantis e Endeavour - permanecem semrealizar a sua principal misso, aquela para aqual eles foram criados e desenvolvidos. Dessamaneira, os nibus espaciais continuaramsendo apenas um veiculo com viagensespaciais rotineiras.

    Dentro do desenvolvimento humano noespao, em fevereiro de 1984 pela primeira vezum ser humano se viu livre de qualquer ligaocom a nave que o trouxera ao espao. BruceMcCandless foi o primeiro astronauta a flutuarsolto no espao, sem o "cordo umbilical" como nibus espacial. Para se locomover noespao, McCandless estava acoplado a uma"mochila" conhecida como Unidade Tripuladade Manobras (MMU) e, atravs de jatos de gs,no caso o nitrognio, foi possvel "caminhar noespao" sem problemas. McCandless se tornouo "primeiro satlite humano" da Histria!

    Os nibus espaciais levaram oseuropeus para o espao atravs do Spacelab,um cilindro que cabia no compartimento decarga do nibus espacial, desenvolvido pelaAgncia Espacial Europia (ESA) parademonstrar a capacidade de se conduzirpesquisas num ambiente to adverso quanto oespao. No Spacelab foram feitas pesquisasem Astronomia, Fsica, observaes da Terra,

    ASTRONUTICA

    nibus Espacial Americano Chalenger

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    biologia, Cincia dos Materiais, Fsica daAtmosfera e tecnologias, ampliando, assim, odesenvolvimento humano no espao.

    Os nibus espaciais levaram econsertaram o Telescpio Espacial Hubble,lanaram vrias sondas interplanetrias como aMagalhes (para Vnus) e a Galileo (paraJpiter), o Telescpio Chandra, lanaram econsertaram em rbita vrios satlites, semcontar as centenas de horas de AtividadesExtra-Veiculares (EVA), quando os astronautassaem da nave para "passear no espao".Pesquisas cientficas nas diversas reas doconhecimento humano foram realizadas,inclusive uma para o Brasil, levada a cabo em1997. Levaram para o espao animais -abelhas, aranhas, galinhas, entre outros,embora os soviticos tambm j tinham feitoisso antes dos norte-americanos, s que emnaves mais modestas e com objetivosdiferentes - pesquisaram a conduta do corpohumano, tanto fsica como psicologicamente,dormiram em p ou alojados no teto do veculo,"brincaram" no ambiente sem gravidade etrabalharam muito. Os astronautas dizem que

    no existe pr-do-sol mais maravilhoso que o visto do espao... Deve ser mesmo!

    Enquanto isso, do outro lado do mundo, a ento Unio Sovitica, no mesmo ano em que o Challenger explodiu, lanou o primeiro mdulo da estao espacial Mir, a primeira estao permanente. Lanada em 19 de fevereiro de 1986. Foi completada pelos russos em 1996, com o lanamento do ltimo mdulo, o Priroda. A Mir era uma estao espacial totalmente independente e auto-suficiente. A gua, o ar e os sistemas de temperatura e de presso eram providos e mantidos por ela mesma. Vale dizer que a comida e vrias peas de manuteno eram enviadas da Terra por meio de veculos no tripulados conhecidos com o nome de Progress. A diferena bsica entre as estaes Salyut, o Skylab e a Mir era que esta ltima podia se sustentar no espao. A Mir tinha dois motores principais que, com o passar do tempo, faziam a correo na rbita para que a estao no casse. Isso justifica o termo "permanente" usado acima. O tempo de vida til previsto para a Mir era de nove anos - no

    ASTRONUTICA

    Estao Espacial MIR

  • revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 16

    ASTRONUTICA

    mximo 10 - no espao. No entanto, elapermaneceu em rbita por quinze anos e nessetempo todo foram realizadas mais de vinte milexperincias cientficas para vrios pases. Elafoi visitada diversas vezes pelo nibus espacialnorte-americano entre 1995 e 1997 num ensaiogeral da construo da Estao EspacialInternacional. A Mir j abrigou, alm dosrussos, um jornalista japons, um astronautamuulmano, alm de franceses, italianos enorte-americanos. Depois da queda do ImprioSovitico, ocorrida entre os anos de 1989 a1991, o espao ficou mais democrtico...

    Se a inteno era treinar longosperodos de permanncia humana no espaopara uma viagem a Marte, a Mir detm todosos recordes at hoje. J houve misses queficaram 141 dias no espao, 176, 186, 191, 366e assim por diante...

    A antiga Unio Sovitica tambm tinhao seu "nibus espacial". No comentar sobreele no seria justo. O Buran (Nevasca, emrusso) teve o seu projeto iniciado em 1976,numa clara resposta ao mesmo programaamericano. O seu primeiro e nico voaconteceu em 1988 e foi totalmenteautomtico, sem tripulantes. Esse vo durouapenas uma rbita, aproximadamente umahora e meia. Tal vo foi curto devido capacidade de memria dos computadores doBuran. Neles tinham que ser programados olanamento, as atividades em rbita e o pousoe, como no cabia muita coisa na memriadesses computadores, a opo era realizaruma nica volta em torno da Terra. E mesmocom pouca memria, os computadores deramconta do recado: o Buran parou as rodas dotrem de pouso 300 metros alm doprogramado! Depois disso, o Buran nunca maisvoou. Atualmente, o Buran "enfeita" shows deaviao pelo mundo.

    A famosa ISS, a Estao EspacialInternacional, da qual o Brasil participa atravsde um consrcio que inclui outros quinzepases, ter o mesmo desempenho da Mir, ouseja, ser uma estao espacial permanente,auxiliada por motores de correo de rbita.Evidentemente, o espao interno da ISS muito superior ao da Mir. A ISS comportarcom muita folga sete tripulantes. Poderia ser

    nibus Espacial Russo Buran

  • revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 17

    ISS Estao Espacial Internacional

    mais? No. Em caso de pane ou de algum maufuncionamento que torne a presena humanaameaada dentro da estao, existe ummdulo de fuga que s usado em casosextremos... E, como esse s comporta seteastronautas...

    Pois bem, a participao brasileiranesse projeto mnima, mas existe e imprescindvel. O Brasil, o nico pas doterceiro mundo no projeto, vai contribuir com0,25% do total do preo, orado em torno de 60bilhes de dlares. Esses 0,25% do certosprivilgios ao Brasil como, por exemplo, ter0,25% do tempo til de pesquisas para o nossopas. Os equipamentos feitos aqui tm sempreum local reservado para experinciaspuramente brasileiras. Alm disso, a presenade um astronauta brasileiro tambm foiacordada. Assim sendo, o major da ForaArea Brasileira, Marcos Csar Pontes, queesteve na Fundao CEU, situado em Brotas(SP), para a inaugurao da Base deLanamento de mini-foguetes que leva o seunome, em abril de 2002, est treinando emHouston, Texas, para poder voar dentro dealgum tempo.

    Engana-se quem pensa que osastronautas-pesquisadores vo trabalharsentados numa mesa cercados deequipamentos sofisticados, com microscpios eoutras coisas. Na verdade, dos diversosmdulos que compem a ISS, alguns solaboratrios cientficos por natureza . Dentrodesses mdulos esto armazenados em"caixotes" todos os materiais cientficos

    necessrios. Um departamento de Fsica inteiro cabe num desses mdulos. Assim, o astronauta s tem que puxar uma caixa, colocar o experimento e esperar pelos resultados.

    A ISS o maior complexo j montado no espao. So 110 metros de comprimento por 88 metros de largura. O seu brilho no cu deve se equiparar ao de Vnus, o astro mais brilhante no cu depois do Sol e da Lua. A altitude da rbita de 406 quilmetros e a sua inclinao de 51,6 graus. O valor dessa inclinao permite que todos os pases do mundo, no seu devido horrio, possam ver a ISS passando e brilhando no cu. Essa inclinao a mesma da Mir.

    A construo da ISS comeou em 20 de novembro de 1998 e estima-se que esteja pronta em abril de 2006, embora o acidente com o Columbia tenha atrasado mais um pouco o trmino dessa construo. esperar para ver. Cada tripulao da ISS deve ficar no espao de trs a seis meses e dificilmente batero o recorde de permanncia no espao, que pertence aos russos. Mas, depois de pronta e funcionando, quem sabe...

    Como foi dito, muito provvel que tais esforos estejam sendo dirigidos para se alcanar Marte daqui alguns anos. A espcie humana uma raa exploradora por natureza e um campo to vasto quanto o espao, antes de trazer medo ou averso, deixa para ns uma esperana de paz e unio para todo o mundo.

    Ronaldo Garcia designer digital e professor de Astronomia no Centro de Estudos do Universo. O presente artigo fruto da parceria entre a Revista macroCOSMO.com e o Boletim Centaurus. E-mail: [email protected]

  • revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 18

    EFEMRIDES

    2004 JANEIRO

    Estao do Ano Vero para o Hemisfrio Sul e Inverno para o Hemisfrio Norte. Fases da Lua Lua Cheia: dia 7 Lua Minguante: dia 15 Lua Nova: dia 21 Lua Crescente: dia 29

    Cometas Visveis em Janeiro Salvo saltos em brilho e novos cometas descobertos, as estimativas de magnitude para os

    cometas esse ms so:

    Cometa Magnitude estimada

    Visibilidade Hemisfrio Sul

    Visibilidade Hemisfrio Norte

    C/2002 T7 (LINEAR) 8 Entardecer / Noite Entardecer C/2001 Q4 (NEAT) 9 Entardecer / Noite - C/2003 T3 (Tabur) 11 Entardecer / Noite Entardecer

    C/2001 HT50 (LINEAR- NEAT) 12 Entardecer Entardecer 43P/Wolf- Harrington 12 Entardecer Entardecer

    2P/ Encke 12 Amanhecer - Fonte de dados, cartas de busca e mais informaes em:

    http://reabrasil.astrodatabase.net/ e http://aerith.net/index.html

    Chuveiros de Meteoros para Janeiro

    Chuveiro de Maior Atividade: Quadrantids (QUA) com durao de 28 de dez a 7 de janeiro e mximo em 4 de janeiro.

    Chuveiros de Menor Atividade:

    Radiante Durao Mximo Zeta Aurigids Dez 11-Jan 21 Dez. 31/Jan. 1

    January Bootids Jan 9-18 Jan. 16-18 Delta Cancrids (DCA) Dez 14-Fev 14 Jan. 17

    Canids Jan 13-30 Jan. 24/25 Eta Carinids Jan 14-27 Jan. 21/22 Eta Craterids Jan 11-22 Jan. 16/17

    January Draconids Jan 10-24 Jan. 13-16 Rho Geminids Dez 28-Jan 28 Jan. 8/9 Alpha Hydrids Jan 15-30 Jan. 20/21 Alpha Leonids Jan 13-Fev 13 Jan. 24-31 Gamma Velids Jan1-17 Jan. 5-8

    Rosely Grgio | Revista macroCOSMO.com

  • revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 19

    EFEMRIDES

    Agenda Diria

    O cu de janeiro ser bastante movimentado esse ms, principalmente ao entardecer, com seis planetas passeando pelo cu - Mercrio, Vnus, Marte, Jpiter, Urano e Netuno fazem um belo bailado, contudo, alguns deles no sero muito fceis de serem encontrados. Entretanto, Saturno e Vnus merecem destaques especiais. Cerca de 5 cometas estaro nas proximidades dos planetas quando vistos de nossa posio da Terra. Infelizmente, a proximidade do Sol juntamente com a claridade do cu vai dificultar em muito a tarefa de observao desse belo espetculo celeste.

    1 Janeiro, quinta-feira

    Quando o relgio bater meia-noite em 31de Dezembro de 2003 anunciando a primeirahora do incio de 2004 olhe para o cu eencontre a ''estrela'' amarelada na constelaode Gmeos excedendo em brilho as suasvizinhas. Aquela estrela um planeta: Saturno,tendo seu encontro mais ntimo com Terra (748milhes de milhas) do que ter durante 30anos. Seus anis estaro inclinados para ns,e a luz do Sol refletida neles faz com que oplaneta fique mais luminoso. Se voc tem umtelescpio ou at mesmo um simples binculoou luneta, aponte-o para Saturno, pois atinstrumentos pequenos revelaram a presenados espetculos anis. Saturno o segundomaior planeta do Sistema Solar. Suacaracterstica mais bvia um sistema deanis que rbita o planeta exatamente no planodo equador. Saturno tem a mais baixadensidade de todos os planetas no sistemasolar. Saturno o ltimo dos cinco planetasque foram conhecidos desde o tempo antigo epode alcanar uma magnitude mxima que ofaz ser um dos objetos mais brilhantes do cunoturno. Visto atravs de um telescpio,Saturno pode ser chamado o objeto maismagnfico entre os planetas. Considerando queo plano dos anis de Saturno relativamenteinclinado em sua rbita para o Sol, oaparecimento e inclinao dos anis mudamdurante uma rbita de Saturno ao redor do Sol(um ano de Saturno equivale a 29 anos e 169dias terrestres), a projeo dos anis muda deacordo com as estaes. A abertura dos anispode alcanar aproximadamente 26. Nestaposio, o anel at mesmo visvel atrs deSaturno e a sombra do planeta pode serobservada facilmente nos anis. Contudo,dependendo da inclinao dos anis emrelao ao Sol eles se tornam quase invisveis.Saturno em oposio. Visvel a noite toda, oplaneta dos anis est em mais ntimo da Terra

    (dimetro do disco = 20.7 ") e mais luminoso(mag. 0.5) em 30 anos. Seus anispermanecem prximos a sua mximainclinao oferecendo algumas das melhoresvises, at mesmo em um telescpio pequeno.Uma viso gloriosa que no deve ser perdida! O ano de 2004 anuncia-se um grandeano para o Senhor dos Anis. A nave Cassini-Huygens, lanada em 1997, dever chegar lem junho, onde permanecera orbitando eestudando o planeta durante pelo menos 4anos. Saturno, seus anis e suas luas guardammuitos mistrios sobre seu passado e o queser no futuro. A lua gigante que rbita oplaneta Tit que pode ser vista como umaestrela pontuada de oitava magnitude, atravsde um instrumento. Tit maior que osplanetas Mercrio e Pluto, e tem umaatmosfera 60% mais densa que a da Terra. emoutras palavras, Tit um mundo crescido. Seela orbitasse o Sol, certamente seriaconsiderada um planeta. Em janeiro de 2005, anave Cassini soltar a sonda Huygens daAgncia Espacial Europia que far mais de1.100 imagens enquanto desce de pra-quedas pelas nuvens de Tit, em um trajetoque deve durar cerca de duas horas e meia .Instrumentos cientficos estaro estudando emedindo a atmosfera de Tit, medindo seusventos, e, se a sonda sobreviver aaterrissagem far medies das propriedadesfsicas do solo. H gua, gelo ou algum tipo devida em Tit? A verdade que ningum sabe oque a pequena Huygens ou a Cassini achar.Assim, ao iniciar o novo ano, ao olhar paraSaturno, voc estar olhando para um mundode mistrio!

    O Asteride 2421 Nininger passa a2.315 UA da Terra.

    Urano com mag 5.9 na constelao deAqurio pode ser observado antes das 21h55mhora local (GMT -2 horrio de vero). Ele est a1.26 graus da estrela iota Aquarri (mag 4.29), a6 graus da estrela Deneb Algedi (mag 2.85) da

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    constelao do Capricrnio, e cerca de 15graus de Vnus (mag -4.0) . Para informaessobre o que observar em Vnus , veja:

    www.astroseti.hpg.ig.com.br/venus.htm Netuno (mag 8.0) est a 3,4 graus de

    Vnus (mag -4.0),. Procure ambos os planetasao entardecer tambm na constelao doAqurio. Marte (mag 0.2) na constelao dePeixes se esconde as 23h55m (GMT -2).

    O Cometa C/2003 T3 Tabur com magestimada em 10.5 pode ser encontrado naconstelao de PsA. Ele desaparece em tornodas 21h49m (GMT -2) . O cometa se dirigepara a constelao do Aqurio entrando emseu limite em 11 de janeiro prximo.

    O cometa C/2001 HT50 (LINEAR-NEAT) com mag estimada em 12 se pe emtorno da meia-noite junto com a constelao dePeixes.

    O Cometa C/2002 T7 (LINEAR) commag estimada em 8 tambm est naconstelao do Peixe e se pe ao redor das23h52m. O Claro da Lua Crescentetransitando pela mesma constelao podeatrapalhar a busca dos cometas. Chuveiro demeteoros ZETA AURIGIDEOS (Zeta Aurigids).Com durao de 11 de dezembro a 21 dejaneiro e mximo em 31 dezembro/1 janeiro, eradiante mdio a RA=77 graus, DECL=+35graus. Embora a maior atividade parea s serdetectvel por meio de rdio-meteoro radar outelescpios, numerosos meteoros fotogrficosindicam que alguma atividade visvel a olhonu. Uma filial do norte tambm est presentede 11 de dezembro a 15 de janeiro, commximo em 2 de janeiro, de um radiante aRA=65 graus, DECL=+57 graus. Os meteorosde ambos os chuveiros so geralmente demovimentos lentos. Atravs de dadosacumulados deste chuveiro Gary W. Kronk ocomputa como um fluxo fendido, com dadosmais fotogrficos que visuais que indicam quea filial do norte possui uma populao maior departculas grandes. A maioria da informaojuntada sobre a filial meridional mostra quecontm partculas principalmente pequenasque so facilmente detectveis para quem usaequipamento, porm, esta filial produziu vriosfireballs no passado, mas no umacaracterstica presente na filial do norte.

    Em 1801, Guiseppe Piazzi descobria no Observatrio de Palermo (Itlia) o primeiro asteride, 1 Ceres, entre as rbitas de Marte e Jpiter. Ceres o maior asteride e seu nome vem da mitologia romana, a deusa da agricultura. Observaes adicionais por Piazzi no foram feitas devido a uma enfermidade. Carl Friedrich Gauss, com a idade de 24, ento resolveu um sistema de 17 equaes lineares para determinar rbita de Ceres e isso permitiu que Ceres fosse redescoberto, um feito notvel para aquele tempo. Como resultado dentro de um ano de sua descoberta inicial, Heinrich Olbers e Franz von Zach puderam localizar novamente o asteride. Sua rbita ao redor do Sol de 4.6 anos terrestres e tem um dimetro calculado a aproximadamente 960 km. Em 1909, astrnomos de Londres indicam a existncia de um planeta para alm de Netuno.

    2 Janeiro, sexta-feira

    Hoje, 2 de janeiro de 2004, um dia histrico no que tange a Astronutica e observao ntima de cometa. A nave Stardust estar visitando o Cometa 81P/ Wild 2 a uma distancia de 389 milhes de quilmetros da Terra. A astronave de 5 metros deve encontrar o cometa que tem apenas 5.4 quilmetro de tamanho com a velocidade de seis vezes a de uma bala. Segundo os tcnicos da NASA a Stardust dever retornar a Terra em janeiro de 2006 fazer uma aterrissagem suave U.S. Air Force Utah Test and Training Range. Sua cpsula trar a Terra amostra segura de partculas microscpicas do cometa e p interestelar que ser levado planetary material curatorial facility at NASA's Johnson Space Center, Houston, onde as amostras sero armazenadas cuidadosamente e sero examinadas. O material cometrio das amostras de poeira interestelar trazidos pela Stardust trar respostas para perguntas fundamentais sobre origens do Sistema Solar. Mais informao sobre a misso de Stardust est disponvel em: www.jpl.nasa.gov/stardust/news/news96.html ou http://stardust.jpl.nasa.gov Informaes sobre o cometa 81P/ Wild 2 em:

    http://cometography.com/pcomets/081p.html

    EFEMRIDES

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    H 45 anos (1959), era lanada a Luna1 pela antiga USSR. Tinha como meta sechocar com a Lua. Embora o objetivo notenha sido alcanado, foi a primeira astronavea deixar a rbita da Terra. Perdeu-se da Luapor 5,000/6000 km e entrou em rbita ao redordo Sol.

    Em 1920 nascia em Petrovichi, Rssia,Isaac Asimov (morreu em 6/4/1992).Bioqumico e entre outras coisas prolferoescrito de fico cientfica, ele publicou cercade 500 volumes. Em 1729 nascia na Prssia JohannDaniel Titius Bode (morreu em 11/12/1796).Astrnomo, fsico e Bilogo que formulou(1766) as distncias entre os planetas e o Sol,o que foi confirmado por J.E. Bode em 1772,quando passou a ser chamada Lei de Bode.Titius sugeriu que as distancias mdias entreos planetas do Sol seriam quase uma relaosimples de A=4+(3x2n) dando a srie 4, 7, 10,16, 28 *, 52, 100, correspondendo distnciarelativa dos seis planetas conhecidos, atSaturno, e um valor de unassigned (*) entreMarte e Jpiter. Olbers procurou um objetoplanetrio nesta posio vazia e assimdescobre o cinto de asteride. Porm, como adescoberta de Netuno que no se ajustava aopadro da " lei " considerada como umacoincidncia sem significado cientfico.

    Em 1913 morria Leon (-Philippe)Teisserenc de Bort (nascido em 5/11/1855). Ometeorologista francs foi o descobridor daestratosfera (1902) e o primeiro a usar balesestratosfricos para investigar a atmosfera. Em1892 morria Sir George Biddell Airy (nasceu em27/07/1801 em Alnwick, Northumberland). Foi ostimo astrnomo Real (1836-92). Estudou asfranjas de interferncia em ticas, fez umestudo matemtico do arco-ris e computou adensidade da Terra balanando um pndulo aotopo e fundo de um profunda mina,determinado a massa do planeta Jpiter e seuperodo de rotao, calculou as rbitas decometas e catalogou estrelas. Seu desenho delentes corretivas para astigmatismo (1825) foipioneiro. A motivao dele no estudo daslentes corretivas deveu-se ao seu prprioastigmatismo. Em 1995, era descoberta a galxiamais distante (para a poca) por cientistas

    usando o Keck telescope no Hava. Suadistancia foi calculada em 15 bilhes de anos-luz foi nomeada como 8C 1435+63.

    Em 1960, John Reynolds estabelecia aidade do Sistema Solar em 4,950,000,000 deanos. Em 1839, o pioneiro francs dafotografia Louis Daguerre fazia a primeirafotografia da Lua.

    3 Janeiro, sbado

    Dezenas de centenas de asterides,tambm chamados de planetas secundrios ouplanetides, viajam em torno do Sol, pormapenas alguns maiores e muito luminosospodem ser vistos atravs de binculos. Mascom pesquisa sistemtica, usandoinstrumentos maiores e automatizados, e comajuda de uma boa carta de busca alguns delespodem ser vistos diariamente. A principaldiferena de um asteride para um planetaclssico est no dimetro que apresentam, naordem de quilmetros. Hoje mesmo podemosver alguns desses pequenos objetos comopontos estelares se movendo muitorapidamente contra o fundo das estrelas. Entreeles voc poder encontrar o Asteride Ceres(mag 6.9) na constelao de Gmeos , sendomelhor visto das 23.1h - 7.6h LCT J2000:ra = 7:31:53.2, de = +29:29:46 , r = 2.607UAdist = 1.635UA. Na mitologia romana Ceres erauma deusa da terra e protetora da agricultura,especialmente das frutas e gros. Emastronomia, Ceres (1) foi o primeiro dessaclasse de objetos a ser descoberto, e o maiordos asterides. Foi descoberto pelo astrnomoitaliano Giuseppe Piazzi em 1801 quando eleprocurava planetas que foram preditos queexistisse entre Marte e Jpiter pela Lei deBode. A rbita de Ceres o trs para prximo daTerra e por isso ele pode ser visto empequenos instrumentos em boas condies decu.

    O Asteride Pallas (2) com mag 9.1pode ser encontrado na constelao de Cetus,melhor visto entre 23.3h e 3.0h LCT em J2000:ra= 1:31:04.6 de=-21:25:28 , r=2.527 UAdist=2.323UA. Pallas recebeu o nome da deusa

    EFEMRIDES

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    grega da sabedoria, foi o segundo asteride hser descoberto e tambm o segundoasteride em tamanho. Foi achado em 1802pelo astrnomo e mdico alemo WilhelmOlbers, apenas um ano depois da descobertade Ceres. Pallas mede 490 quilmetros emlargura. Sua rbita o leva a uma distncia demais de 414,390,000 quilmetros ao redor dosol e tambm parte do cinto de asterideentre Marte e Jpiter. to grande que pensado que ele tem sua prpria gravidade demaneira que ele apresenta forma esfrica,como uma bola.No incio do dia a Terra est em Perilio, oponto mais prximo do Sol em sua rbita, auma distancia de 147.062.600 km.Lua perto das Pleiades a 19h UT no cu doanoitecer. Lua em apogeu (mais distante da Terra) a 20hUT (distncia 405,707 km; tamanho angular de29.5 ').Cuveiro de Meteoros QUADRANTDEOS -QUA (Quadrantids) com durao de 28 dedezembro a 7 de janeiro e mximo ocorrendoem 3 de janeiro, os meteoros desse chuveiroemanam da constelao de Botes, mas seunome provm de uma extinta constelaochamada Quadrans Muralis (Quadrante Mural -antiga constelao boreal situada entre Draco(Drago), Bootes (Boieiro) e Hercules(Hrcules), introduzida por Bode emhomenagem ao quadrante solar.). Estechuveiro rico em meteoros lnguidos e sode velocidade moderada. O radiante nuncaalcana uma altitude alta para os observadoresde hemisfrio mais ao norte e observadores dohemisfrio meridional provavelmente no vernenhuma atividade. Para aqueles que podemobservar os Quarantids, eles so mais bemobservados aproximadamente de 22:00 h at ocomeo de crepsculo matutino paraobservadores no Hemisfrio Norte, com oalamento do radiante mais alto ao longo doamanhecer. Este radiante no consideradouma boa exibio de meteoro boa paraobservadores do Hemisfrio Meridional.Embora o radiante esteja realmente sobre ohorizonte por pouco tempo, isto acontecedurante a luz do dia matutina, assim nenhumaobservao visual pode ser feita. A altitudemais alta em cus escuros acontece logo antesde comear o alvorecer e neste tempo oradiante est aproximadamente a 20 abaixo

    do horizonte. Mas, para observadores de radare rdio-meteoros um bom chuveiro. Ochuveiro Quadrantdeos (Quadrantid) tem seuradiante situado principalmente em direo aonordeste, assim o melhor modo para maximizarsua visualizao colocar uma cadeirareclinada com seus ps voltados para qualquerlugar dentro da regio que cerca o sudeste, sul,oeste, e noroeste (para o hemisfrio Norte).Neste momento, recline a cadeira de gramadoa sua posio mais aplainada e observediretamente. A durao deste chuveiro demeteoro acontece de 28 de dezembro a 7 dejaneiro. O Mximo normalmente acontece em3/4 de janeiro, de um radiante mdio a RA=229graus, DEC=+49 graus. O mximo normalmente bastante afiado e, dependendoda localizao do observador, a taxa de horaem hora pode variar de 45 a 200. Portanto,para observadores do hemisfrio sul seriarecomendvel que o fizessem atravs de rdioobservao e/ou radar. Este o nico chuveiroprincipal cujo cometa de origem permanecedesconhecido. A Lua pode interferir naobservao desse chuveiro.

    Em 1906 nascia o astrnomoamericano William Wilson Morgan (morreu em21/06/1994). Em 1951 apresentou a primeiraevidncia que a Via-Lctea tinha braosespirais. Toda sua carreira foi no Observatriode Yerkes, e inclui trs anos como diretor.Dedicou-se a pesquisa da morfologia,classificao de objetos pelas suas formas eestrutura. Com Keenan e Kellman, introduziu aclassificao da luminosidade estelar e aclassificao bidimensional de espectrosestelares estritamente baseado nos seusespectros. Com Osterbrock e Sharpless eledemonstrou a existncia de braos espirais danossa Galxia usando distncias precisas deestrelas dos tipos O e B obtida declassificaes espectrais. Morgan inventou osistema de UBV de magnitudes e cores. Em 1908 morria Charles AugustusYoung. Astrnomo americano que fez asprimeiras observaes do espectro de flash doSol, provou a natureza gasosa da coroa solar edescobriu a reverso da atmosfera na capa. Foium pioneiro no estudo do espectro do Sol eexperimentou fotografar as proeminnciassolares em toda a luz solar. No eclipse solarem 22/12/1870, na Espanha, ele viu todas aslinhas do espectro solar, por talvez um segundo

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    e um meio (o " espectro de flash'') e anunciou areverso da capa solar. Em 1872, ele mais quedobrou o nmero de linhas luminosas que eletinha observado na cromosfera. Por umacomparao de observaes, ele concluiu quea condio magntica na terra responde asperturbaes solares.

    Em 1641 morria com a idade de 22Jeremiah Horrocks (nascido em 1617).Astrnomo e clrigo ingls que aplicou as leisdo movimento planetrio de Johannes Keplerpara observaes da Lua e Vnus. Suasobservaes atravs de um pequenotelescpio o convenceram que as tabelas deLansberg estavam incorretas. Ele aceitou asrbitas elpticas de Kepler, e trabalhando na luaele aplicou uma rbita elptica para ela, eestabeleceu a linha de precesso das apsides,um efeito que ele designou influncia do Sol.Horrocks predisse e observou um trnsito deVnus em 24/11/1639, o primeiro a observar, eda observao ele corrigiu a paralaxe solar eindicou uma distancia muito maior do sol quequalquer um antes dele tinha admitido.

    4 Janeiro, domingo

    Terra em perilio (mais ntimo do sol)as 18h UT. A distncia de Sol-terra 0.983265a.u. ou aproximadamente 147.1 milhes dequilmetros. O Objeto 20000 Varuna do Cinturo deKuiper em Oposio a 42.219 U.A.

    A Lua passa a 0.6 graus da estrelaSAO 76430 37 TAURI (A TAURI) de mag 4.5aa 0.6 TU.

    Jpiter oculta a lua Io (mag 5.6) as5h57.4m TU.

    Hoje, o asteride Hebe apresentamagnitude de 8.7, melhor visto entre 23.7h e7.1h LCT a J2000: ra= 7:37:35.5 de= +8:48:31,na constelao do Co Menor a r=2.334UAdist=1.378UA. Carta de busca emhttp://www.rasnz.org.nz/MinorP/Hebe.htm ouento procure a posio do asteride em algumplanetrio virtual como por exemplo o SkyMap.Hebe mover pelo denso campo estelar emCanis Minor at 25 de janeiro. Em 10 dejaneiro, Hebe estar a menos de 2 da estrelabeta Canis Minoris (mag 2.85). Hebe est emoposio no dia 12 de janeiro apresentando

    mag de 8.6 e sua distncia da Terra ser de1.383 UA. O Asteride Hebe (6) foi descobertoem 1 de julho de 1847 por K L Hencke aDriesen. Com dimetro de aproximadamente200 km, seu perodo orbital 3.78 anos, suadistncia do Sol varia entre 1.93 e 2.92 UA, deforma que no mximo de suas oposiesfavorveis ele estar a aproximadamente 0.93UA da Terra.

    Em 4 de janeiro de 1797 nasciaWilhelm Beerd (morreu em 27/03/1850).Banqueiro e astrnomo amador alemo juntocom Johann Heinrich von Mdler construram omapa mais completo da Lua de seu tempo,Mappa Selenographica (1836). O primeiromapa lunar a ser dividido em quadrantes,continha uma representao detalhada da faceda Lua. Morria em 1990 Harold EugeneEdgerton (nasceu em 6/4/1903). Engenheiroeltrico e fotgrafo americano e fotgrafo,desenvolvei tcnicas para fotografia de altavelocidade aplicando-as para vrios usoscientficos.

    Morria em 1961 Erwin Schrdinger(nascido em 12/08/1887). Fsico tericoaustraco que contribuiu teoria da onda dematria e outros fundamentos da mecnica doquantum. Ele compartilhou o Premio Nobel deFsica em 1933 com o fsico britnico P.A.M.Dirac.

    Em 1958, era lanado da base doKazakisto o satlite Sputnik I russo, o primeiroobjeto artificial colocado em rbita da Terra.Aps 92 dias no espao ele reentrou naatmosfera terrestre e desintegrou-se. O Sputnik(significando " companheiro " ou " o viajante ").Ele circulou a terra toda em 95 minutos a quase2,000 milhas por hora e a 500 milhas sobre aTerra. O 184-lb satlite transmitiu um sinal derdio que foi detectado ao redor do mundo, elevava instrumentos para medida detemperatura.

    Em 1912, a aproximao mais ntimada Lua para a Terra foi de 221,441 milhas decentro para centro.

    5 Janeiro, segunda-feira

    Netuno e Vnus esto separados a 7.57 graus

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    e a distancia entre Vnus e Urano de 10.18graus. O Cometa C/2003 T3 Tabur (magestimada em 10) em PsA, estando a 11.42graus de Vnus.

    O Cometa Encke pode ser observadomelhor nas latitudes do Norte/Nordeste doBrasil. Efemrides e cartas de busca paracometas visveis em janeiro so encontradasno site costeira1.astrodatabase.net/cometa/Chuveiro de Meteoros GAMA VELDEOS(Gamma Velids) com durao de 1 a 17 dejaneiro e mximo de 5 a 8 de janeiro. EmboraCuno Hoffmeister parece ter determinado oprimeiro radiante para este chuveiro em 12 dejaneiro de 1938 (RA=132 graus, DECL=-47graus), este fluxo foi basicamente ignorado at1979, quando o Western Australia MeteorSection (WAMS) iniciou observaessistemticas deste chuveiro. As pesquisasrealizadas durante 1978-1979 pelo WAMS queobservou os cus continuamente de 19/20 dedezembro a 6/7 de janeiro revelaram que oprimeiro meteoro Gama Velids foi notado em1/2 de janeiro, e seus nmeros alcanaram umZHR de 8.240.81 6/7 de janeiro. A posiomdia do radiante foi determinada comoRA=125 graus, DECL=-49 graus. Baseado em27 meteoros observados foi concludo que amagnitude mdia dos meteoros era de 2.89,enquanto 3.7% dos trens aconteciam aesquerda dos meteoros. Em relao s cores,foi calculado que 10% dos meteoros eramlaranjas, 10% eram amarelos, 20% eram azuise 60% eram brancos. Observaes maisextensas de 1979 a 1980 revelou que essechuveiro estava ativo de 1 a 17 de janeiro, comradiante mdio a RA=125 gruas, DECL=-48graus. Tendo um mximo de 7.061.36 sidoalcanado em 3 de janeiro. As anlisesrealizadas por Gary W. Kronk dos dadosobtidos pelas observaes do WAMS duranteos anos de 1982 a 1986, concluiu-se aexistncia de um mximo relativamente planoque varia de 5 a 9 meteoros por hora acontecedurante 5 a 8 de janeiro.

    Em 1892, foi feita a primeira fotografiada aurora boreal.

    Aniversrio de 35 anos (1969) dolanamento da sonda automtica Venera 5(Soviet Venus Lander) com a misso de descer

    sobre a superfcie do planeta Vnus. Aniversrio (1905) do descobrimento da lua Elara de Jpiter por Charles Perrne. Em 1972 o ento presidente Richard M. Nixon, aprovava o programa do Transportador Espacial.

    6 Janeiro, tera-feira

    O Asteride 2002 XT90 passa a 0.200 UA da Terra.

    A Lua passa a 4.56 graus a norte de Saturno as 20:50 h (GMT-3). Lua e Saturno em conjuno as 21:22 h.

    A Lua passa a 0.3 graus da estrela SAO 77675 136 TAURI, 4.5 mag a 4:8 TU. Mercrio estacionrio, iniciando movimento progressivo a 14:2 TU. Mercrio orbita o Sol em aproximadamente 3 meses (da Terra) e nunca est muito longe do Sol por mais que 25 graus, conseqentemente sempre est dentro do crepsculo luminoso. Isto faz com que Mercrio seja um objeto difcil, embora pode chegar a ser to luminoso quanto estrela Sirius. Mercrio tambm apresenta fases diferentes, como a nossa Lua, enquanto rbita o Sol. Usando um telescpio, possvel identificar suas fases e acompanhar sua mudana durante os de em que o planeta se apresenta melhor posicionado para nossa observao da Terra.

    Sexto aniversrio (1998) do lanamento da sonda Lunar Prospector (Moon Orbiter).

    Trigsimo sexto aniversrio (1968) do lanamento da sonda Surveyor 7 (Moon Lander).

    7 Janeiro, quarta-feira

    Ocultao da estrela SAO 79533 UPSILON GEMINORUM (mag 4.2) acontece as 23:13:7 TU.

    O asteride Ceres (1) com mag 6.8 localizado na constelao de Gmeos visto melhor entre 17.1h e 6.0h LCT.

    A Lua Cheia acontece as 12: 40 h (GMT -3).A Lua cheia de Janeiro era conhecida nos antigos almanaques como Wolf

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    Moon (Lua do Lobo), Old Moon (Lua Velha),Moon After Yule Moon After Yule (Lua Depoisdo Natal), Full Snow Moon (Lua Cheia daNeve) e Full Wolf Moon (Lua Cheia do Lobo).Entre o resfriar e a neve profunda do solstciode inverno, as matilhas de lobo uivavamfamintos fora das aldeias ndias. Assim, surgiuo nome para a Lua Cheia de janeiro. s vezestambm estava chamada Old Moon (LuaVelha), ou a Lua Depois do Natal (Moon AfterYule). Alguns a chamaram de Lua Cheia daNeve (Full Snow Moon), mas a maioria dastribos da Amrica do Norte aplicava esse nomepara a prxima Lua Cheia.

    A Lua perto de Saturno a 0h UT. Nascia em 1755 Stephen Groombridge

    (morreu em 30/03/1832). Astrnomo ingls,compilador do catlogo estelar conhecido comseu nome.

    Morria Richard Hamming em 1998(nascido em 11/02/1915). Matemticoamericano que descobriu as frmulasmatemticas e tcnicas que tornaram possvelos computadores corrigirem seus prprioserros, e a criao de vrios dispositivos queempregam microprocessadores eprocessadores notveis digitais, como modem,discos compactos, e comunicaes de satlite;algumas destas tcnicas foram nomeadas porele.

    Morria em 1893 Josef Stefan (nascidoem 24/03/1835) fsico austraco que em 1879formulou a lei de estados da energia radiantede um corpo negro - objeto terico que absorvetoda a radiao que se cai sobre ele. Sua lei foium dos primeiros passos importantes para acompreenso da radiao de blackbody.

    Em 1610, Galileo datou sua primeiracarta que descrevia as observaestelescpicas das crateras e superfcie da Luausando sua luneta com 20 aumentos. Eleescreveu: "... visto que a Lua no evidentemente plana, lisa e de superfcieregular, como acredita um grande numero depessoas e dos outros corpos celestes, maspelo contrrio spera e desigual. Em resumoela est cheia de proeminncias e cavidadessemelhantes, mas muito maior, que asmontanhas e vales esparramados em cima dasuperfcie da Terra.'' Galileu foi o primeiro emdescrever o fenmeno em um ensaio comconsiderveis detalhes de como era a Lua,

    suas observaes e concluses forampublicadas mais elaboradamente depois dealguns meses em sua obra Sidereus Nuncius".

    8 Janeiro, quinta-feira

    Marte, ainda visvel a noite, oculta aestrela PPM 143928 (mag 9.9). Marte o nicoplaneta do Sistema Solar cuja superfcie slidapode ser vista com telescpios a partir denossa posio da Terra. O melhor momentopara observar o perilio de oposio. Como oano marciano equivale a aproximadamentedois anos da Terra, as oposies acontecem acada dois anos. A rbita de Marte bastanteelptica, conseqentemente, as ''oposiesmais ntimas'' de perilio mostra muito maisdetalhes da superfcie do planeta que asoposies de aflio, pois a distncia Terra-Marte varia por um fator at 2. Aps a oposiode agosto de 2003, Marte j se afastou muitoda Terra e por isso, no momento, no possvel observar muitos detalhes de suasuperfcie. A prxima oposio de Marte serem 7 de novembro de 2005, quando o planetavermelho estar a 0.4700 UA da Terra.Informaes sobre como e o que observar noplaneta vermelho veja: http://geocities.yahoo.com.br/reabrasil_marte .

    s 6:30 TU a Lua passa a 0.6 graus daestrela SAO 79650 76 GEMINORUM (mag5.4).

    Chuveiro de Meteoros RHOGEMINDEOS (Rho Geminids) . A duraodeste chuveiro estende de 28 de dezembro a28 de janeiro, com mudana diria do radianteem aproximadamente +1.1 graus em RA e -0.2graus em DECL. O mximo acontece em 8/9de janeiro, com radiante mdio na posio deRA=108 graus, DECL=+32 graus. Um mximosecundrio parece acontecer a 21 de janeiro deRA=125 graus, e DECL=+25 graus. Segundoanlises de Gary W. Kronk dos dados orbitais,revela que o movimento dirio do fluxo sendoem +1.1 graus em RA e -0.2 graus em DECL.Como os dados obtidos do radiante atravs derbitas fotogrficas e dados de radar so muitosemelhante, certamente indica que existe umaassociao de duas populaes distintas demeteoros.

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    Trigsimo primeiro aniversrio (1973) do lanamento da as sonda Luna (Soviet Moon Lander/Rover).

    Em 1952 morria Antonia Maury, pioneira na classificao dos espectros estelares.

    H 136 anos (1868) nascia Sir Frank (Watson) Dyson (morreu em 25/05/1939). Astrnomo britnico educado em Cambridge, passou toda sua carreira (com exceo de 5 anos em Edinburgh) no Real Observatrio de Greenwich onde ele foi Astrnomo Real de 1910-33. Ele dirigiu medidas de magnetismo terrestre, latitude, e tempo, e iniciou a radiodifuso de hora via rdio. Ele determinou os movimentos formais de estrelas do norte e completou sua poro no projeto do Catlogo Internacional do Cu de fotografar o cu inteiro. Dyson mais conhecido por dirigir (com Eddington) a expedio do eclipse de 1919 que confirmou o dobrando da luz estrelar pelo campo gravitacional do Sol. Essa dobra de luz, predita por Einstein, era a evidncia que apia a teoria geral da relatividade de Albert Einstein.

    Em 1942 nascia Stephen W. Hawking fsico terico ingls em cuja teoria dos buracos negros utilizou a teoria da relatividade e mecnica quntica. Ele tambm trabalhou com singularidades de espao-tempo. Apregoando e defendendo a posio de Professor Lucasian, de Matemtica. Da Universidade de Cambridge, antigamente ocupada por Sir Isaac Newton. Afligido com a doena de Lou Gehrig (amyotrophic esclerose lateral; ALS), Atualmente est limitado a uma cadeira de rodas, est impossibilitado falar sem a ajuda de um sintetizador de voz de computador. Porm, apesar dos seus prprios desafios fsicos, ele continua usando sua inteligncia, conhecimento e habilidades para fazer contribuies notveis ao campo de cosmologia (o estudo do universo como um todo). Entre suas obras se destaca o livro Uma Histria Breve de Tempo.

    Em 1587 nascia Johannes Fabricius (morreu em 1615 com 29 anos de idade). Astrnomo holands que pode ter sido o primeiro observador de manchas solares. Em 9 de maro de 1611, ao amanhecer, Johannes dirigiu seu telescpio para o sol ascendente e viu vrias manchas escuras nele. Ele chamou

    seu pai para investigar este fenmeno novo com ele. O brilho do centro do Sol era muito doloroso, e os dois trocaram depressa para um mtodo de projeo por meio de uma cmera escura. Johannes foi o primeiro a publicar informao sobre tais observaes em seu " Narrao em Manchas Observadas no Sol e a Rotao Aparente delas com o Sol ", datada de 13 de junho de 1611.

    Em 8 de Janeiro de 1642 morria em sua casa em Florena (Firenze) Itlia Galileu Galilei (nascido em 15/02/1564). Foi filsofo naturalista, astrnomo, e matemtico italiano que fez contribuies fundamentais s cincias do movimento, astronomia, fora de materiais e para o desenvolvimento do mtodo cientfico. Sua formulao de inrcia (circular), a lei de corpos cadentes, e trajetrias parablicas foram o marco inicial para uma mudana fundamental no estudo do movimento. Condenado pela ''Santa Inquisio'' a permanecer em priso domiciliar ali morreu a 362 atrs. Somente em 31 de outubro de 1992 a Santa S reconheceu o erro que havia cometido contra Galileu em suas afirmativas feitas em 1642 que a Terra girava em torno do Sol.

    Em 1935, era concedida a primeira patente norte-americana para um spectrophotometer, foi emitida ao Professor Arthur C. Hardy de Wellesley, esse equipamento foi chamado por ele de ''photometric apparatus''. Sua inveno era um dispositivo eletrnico capaz de descobrir dois milhes de sombras diferentes de cores e fazer um quadro de registro permanente dos resultados. A primeira mquina foi vendida em 24 de maio de 1935.

    9 Janeiro, sexta-feira

    O Cometa 58P Jackson-Neujmin em perilio a 1.398 UA do Sol as 23:8 TU, em r = 1.389AU delta=1.939AU mag = 19.1m elon=42.8 graus.

    O Asteride 2002 AA29 passa a 0.044 UA da Terra.

    O Asteride Ceres (1) com mag 6.8 em oposio 13:9 TU em r=2.604AU delta=1.626A, elon=171.9 graus.

    A Lua perto do agrupamento da Colmia (M44) s 7h UT (cu matutino).

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    Binculos provem uma excelente viso. Em 1976 morria Rupert Wildt (nascido

    em 25/06/1905). Astrnomo alemo-americano que se especializou em estudar a atmosferas dos planetas. Em 1932, identificou certa alta absoro (observada por Slipher) nos espectros de Jpiter e os planetas exteriores como indicativo de amnia e metano. Estes seriam componentes secundrios destes planetas que so compostos principalmente de hidrognio e hlio. Em 1937, ele especulou que a cobertura nebulosa de Vnus poderia consistir em droplets de formaldedo, desde que gua parecia estar ausente. As sondas enviadas a Vnus posteriormente confirmam que no h gua de superfcie em Vnus, mas as nuvens contm gua, junto com enxofre e cido sulfrico.

    Em 1848 morria Caroline Lucretia Herschel (nascida em 16/03/1750). Astrnoma britnica-alem ficou conhecida por suas contribuies para as pesquisas astronmicas de seu irmo Sir William Herschel,; ela executou muitos dos clculos dos estudos do irmo e ela prpria descobriu atravs de telescpio trs nebulosas em 1783 e oito cometas de 1786 a 1797. Caroline publicou o ndice para as Observaes de Flamsteed das Estrelas Fixas e uma lista dos enganos dele em 1797. Aos 10 anos ela adoece com tifo o que subseqentemente retardou seu crescimento.

    Em 1998, duas equipes de cientistas em colaboraes internacionais anunciaram a descoberta que as galxias esto acelerando e separando-se velocidades cada vez mais rpidas. Esta observao implica a existncia de uma misteriosa propriedade do espao de auto repulso, proposta por Albert Einstein, a qual ele chamou de a primeira constante cosmolgica. Investigadores na Inglaterra, Frana, Alemanha, e Sucia esto entre os membros do Projeto da Supernova Cosmologia fundada pelo Laboratrio Nacional de Berkeley (encabeado por Saul Perlmutter) e tambm pela equipe Procura de Supernovas fundada na Austrlia (conduziu por Brian Schmidt).

    Em 1968, a sonda Surveyor 7 fez uma aterrissagem suave na Lua e marca o fim da srie americana de exploraes no tripuladas na superfcie lunar.

    Em 1839, o processo de fotografia de daguerreotipo foi anunciado na Academia francesa de Cincia.

    Em 1839, Thomas Henderson mediu a primeira paralaxe estelar: Alfa Centauri.

    Em 1643, Giovanni Riccioli foi o primeiro a informar o fenmeno conhecido como a Luz Plida de Vnus. dito que seja uma lnguido luminescncia no lado noturno do planeta, semelhante ao " earthshine " na Lua, embora no to luminoso. A Luz plida foi observada quando Vnus estava no cu da noite, e o terminator da noite do planeta est voltado para a Terra. Estudos foram tentados por algumas misses espaciais, inclusive pelas sonda Pionner e a Venera russa 11 e 12. Ainda, o fenmeno permanece espordico e a explicao duvidosa, a melhor poca para observar esse fenmeno comea em 14 de janeiro prximo.

    10 Janeiro, sbado

    Ocultao da estrela HIP 87069 (mag 7.2) por Mercrio ao entardecer. O uso de binculo indispensvel.

    O Asteride 4446 Carolyn passa a 4.046 UA da Terra.

    Jpiter eclipsa a lua Europa (mag 6.2) com incio as 3h29.5 TU.

    Saturno continua brilhando entre as estrelas de Gmeos com mag 0.4, sendo visto melhor quando o planeta est mais alto no cu durante a noite.

    Lua em Librao Sul as 4h15.4 TU. Nessa ocasio o Plo Sul da Lua est mais visvel de nossa posio na Terra. Lua perto de Jpiter a 14h UT.

    H 35 anos (1969) era lanada a sonda Venera 6 (Soviet Venus Lander).

    Em 1936 nascia Robert Woodrow Wilson. Radio astrnomo americano que junto com Arno Penzuas, recebeu o prmio Nobel para Fsica em 1978 pela descoberta da radiao de fundo de microonda csmica usando uma antena do Bell Laboratories, Holmdel, New Jersey. A descoberta deles em 1964 agora amplamente interpretada como sendo os restos da radiao de vrios bilhes

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    atrs do que teria sido o ''''Big Bang " dacriao do universo. Wilson continua seustrabalhos de astrofsica com Penzias, procurammolculas interestelares e determinam asabundncias relativas de istopos interestelar.

    O Fsico sovitico Pyotr LeonidovichKapitsa tambm compartilhou o premio Nobelpara pesquisa independente.

    Nascia em 1573 Simon Marius (morreuem 26/12/1624). Astrnomo alemo, foi alunode Tycho Brahe, e que nomeou as quatro luasmaiores de Jpiter como: Io, Europa,Ganymede, e Callisto (1609). Seus nomes soprovenientes de figuras mitolgicas com quemJpiter se apaixonou. Ele e o astrnomoitaliano Galileo Galilei reivindicaram te-lasdescoberto em aproximadamente 1610, e provvel ambos fizeram isso de formaindependente. Marius foi um dos primeiros autilizar uma luneta e foi o primeiro a observar aNebulosa de Andrmeda (1612).

    Em 1989 morre Valentin PetrovichGlushko (nascido em 20.08/1908). Cientista defoguete sovitico, um pioneiro em sistemas depropulso de foguete, e um dos principaiscontribuintes da tecnologia sovitica de defesae espao. Em 1929, ele trabalhou emLeningrad no GDL - Laboratrio deGasDynamics, a organizao de pesquisa defoguete militar, fundada em 1921. Glushkotrabalhou com o renomado desenhista defoguete Sergey Korolyov de 1932 a 1966. Osdois tiveram um ano triunfante em 1957,quando eles lanaram o primeiro projtilbalstico intercontinental em agosto e enviaramo primeiro satlite artificial, Sputnik I, em rbitaem outubro. Em 1974 Glushko se tornou odesenhista principal para o programa espacialsovitico e ajudou no desenvolvimento daplataforma espacial Mir. Durante sua vida, eleprojetou com sucesso a maioria das mquinasque sobem verticalmente do programa espacialsovitico. Em 1970 morre Pavel Belyayev(nascido em 26/06/1925). Cosmonauta queserviu como piloto da astronave Voskhod 2durante a oitava misso espacial tripulada daUnio sovitica, lanada em 18/03/1965, o vono qual Aleksey Leonov, o co-piloto Belyayev,se tornou o primeiro homem a andar noespao.

    Em 1946, a equipe do U.S. ArmyProject Diana lanava sinais de radar refletidos

    a superfcie da Lua. Uma pulsao de 180 ondas de ciclo com uma durao 1/4 de segundo foi irradiada pelo Army Signal Corps do Evans Signal Laboratories, Belmar, N.J. O eco foi recebido 2.4 segundos. depois. O evento provou que as ondas de rdio podem penetrar a atmosfera da Terra. A experincia foi supervisionada por Lt. Col. John H. De Witt, o pioneiro de radiodifuso e astrnomo amador que primeiro teve a idia em 1940. Suas primeiras tentativas de amador foram fracassadas, mas a sua chance veio alguns anos, depois da Segunda guerra Mundial com a cortesia do U.S. Army, at the Signal Corps Laboratories. Durante a guerra, ele tinha desenvolvido o radar para localizar morteiros e dirigir counterfire.

    11 Janeiro, domingo

    O Cometa C/2003 L2 (LINEAR) passa

    a 2.623 UA da Terra. O Asteride 2002 CQ11 passa a 0.152

    UA da Terra. Em 1991 morria Carl David Anderson

    (nascido em 3/9/1905). Fsico americano que, com Francis Hess da ustria, ganhou o Prmio Nobel para Fsicas em 1936 pela descoberta do positron, ou eltron positivo, a primeira partcula conhecida de antimatria.

    Em 1787, William Herschel descobriu a primeira lua de Urano, seis anos depois dele haver descoberto o planeta. O dimetro de Titania de 1610 km e sua distncia do Urano 436,300 km.

    Em 1789 William Herschel descobria as luas Titnia e Oberon de Urano.

    Em 1988 morre Isidor Isaac Rabi (nascido em 29/07/1898). Fsico americano premiado com o Nobel para Fsicas em 1944 pela inveno (em 1937) atomic and molecular beam magnetic resonance method of measuring magnetic properties of atoms, molecules, and atomic nuclei. Ele passou a maior parte de sua vida na Universidade de Columbia (1929-67), onde executou a maioria da pesquisa abrindo caminho para o radar e o momento magntico associados com giro de eltron nos anos trinta. O trabalho que lhe rendeu o Nobel conduziu inveno do laser,

    EFEMRIDES

  • revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 29

    Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

    o relgio atmico, e usos diagnstico de ressonncia magntica nuclear.

    12 Janeiro, segunda-feira

    Jpiter (mag -2.3) e Lua em conjuno

    as 07:50 h (GMT -3). A 01:6 TU ambos os astros esto separados a 5.9 graus. A Lua est em Librao Oeste as 14h42.8m. A Cratera Grimaldi pode ser vista melhor de nossa posio na Terra. Grimaldi tem forma meio elptica e mede 225 x 235 km, uma das caractersticas mais notveis na borda da Lua (5,5 S e 68,3 W.), tendo cinco anis concntricos de montanhas. A melhor poca para sua observao entre 13 e 13.5 dias, perto da Lua Cheia. Grimaldi pode ser vista como uma mancha escura a qual corresponde a zona inundada de lava. A primeira coisa que podemos notar que no est totalmente inundada. Em direo ao Sul vemos as altas montanhas que chegam a 3.500 metros de altura. No extremo Norte da cratera se nota um rille (greta), perto dela se encontra a maior cratera em seu interior, Grimaldi-B com cerca de 30 km de dimetro. Ao sul de Grimaldi-B, podemos notar o que se assemelha a trs domos no interior da grande cratera Grimaldi. A SW dos domos, vemos a cratera Grimaldi-A medindo 15 k, de dimetro localizada sobre a parede Oeste. Precisamente a Oeste de Grimaldi-A podemos notar a brilhante parede da cratera Grimaldi, e a E e SE vemos o que parece ser um canal de lava que formou um terrao que se eleva sobre o nvel da lava no interior cratera Grimaldim entre 100 e 200 metros de altura.

    Em 1820 era criada a Royal Astronomical Society.

    Em 1907 nasce Sergey Pavlovich Korolev (morreu em 14/01/1966). Desenhista sovitico de projteis dirigidos, foguetes, e astronave. Foi a favor dos fundadores de Grupo de Moscou para Study of Reactive Motion. Em 1933, ele participou no primeiro lanamento da Unio sovitica de foguete de propelente lquido. Como ele no era um membro do Partido Comunista, passou boa parte de sua vida em priso domiciliar. Depois de demonstrar sua percia na modificao da captura dos foguetes V2, Korolev dirigiu o

    desenho e teste, construo, e lanando daastronave Vostok, e a maioria dos outrosprojetos da antiga U.S.S.R. Ao redor de 1958,Korolev discutia a mudana para vo espacialtripulado em vez dos satlites militares dereconhecimento. Depois de muito debate, foiaprovado o projeto da Vostok contanto que oveculo de lanamento tambm pudesse ser tilao exrcito.

    Em 1909 morre Hermann Minkowski(nascido em 22/06/1864). Matemtico alemoque desenvolveu a teoria geomtrica dosnmeros e os mtodos geomtricos usadospara resolver problemas difceis em teoria denmero, fsicas matemticas, e a teoria derelatividade. Por volta de 1907, Minkowskipercebeu que o trabalho de Lorentz e Einsteinpodia ser entendido melhor em um espao no-euclidiano. Ele considerou que o espao e otempo, que era pensado antigamente comosendo independentes, podiam ser juntados emuma quantidade contnua " de espao-tempoquarta dimenso ". Seu modelo conhecidodesde ento como "Minkowski espace",combinava as trs dimenses do espao fsicocom a de tempo, ps a fundao matemticada teoria geral de Albert Einstein derelatividade.

    Em 1986 a 6:55:00 a.m. EST alanadeira Columbia iniciava sua 24 misso danave Columbia. Entre os objetivos dessamisso estava fotografar o cometa Halley,lanamento de satlite e vrios experimentoscientficos. A tripulao era composta por 7astronautas, entre eles o Dr Franklin R. Chang-Diaz, o primeiro astronauta hispnico-americano a ir ao espao.

    13 Janeiro, tera-feira

    O Asteride 2001 FC58 passa a 0.047

    UA de Vnus. O Asteride 2003 OT 13 passa a 0.196

    UA da Terra. O asteride 2956 Yeomans passa a

    1.907 UA da Terra. A lua Ganymed (mag 5.1) eclipsada

    por Jpiter as 2h23.7m TU. O final da ocultaoacontece as 5h54.2m.

    A Lua passa a 0.7 graus da estrelaSAO 119156 7 VIRGINIS (mag 5.2) as 8.1h TU.

    EFEMRIDES

  • revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004 30

    Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

    Mercrio (mag -0.1) em Sagitrio evisto melhor entre 7.1h - 8.3h LCT.Chuveiro de Meteoros DRACONDEOS DEJANEIRO (January Draconids) com durao de10 a 24 de janeiro e mximo prolongando de13 a 16 de janeiro. A evidncia que apia aexistncia deste fluxo escassa, mas o que fazeste chuveiro interessante que asobservaes disponveis parecemrazoavelmente apontar para um chuveiro depequena durao. O maior apoio para estefluxo apareceu durante 1969 na sesso deZdenek Sekanina do Projeto de Rdio Meteoro.Um total de 32 meteoros foi descoberto durante13 a 17 de janeiro de um radiante mdio aRA=245.9 graus, DECL=+62.4 graus.

    Em 1864 nascia Wilhelm Wien (morreuem 30/08/1928). Fsico alemo que recebeu oNobel para Fsicas em 1911 pela lei dodeslocamento relativo radiao emitido peloblackbody (corpo negro) perfeitamente eficiente(uma superfcie absorve toda a energiaradiante que se incide sobre ele). Enquantoestudava fluxos de gs ionizado em 1898,Wien identificou uma partcula positiva igual emmassa a do tomo de hidrognio. Com estetrabalho, ele fundamentou a espectroscop