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MACROECONOMIA AULA 08 RODOLFO OLIVO AULA TRANSCRITA

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MACROECONOMIA

AULA 08

RODOLFO OLIVO

AULA TRANSCRITA

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SOBRE O AUTOR

RODOLFO OLIVO PROFESSOR FFIA

Doutor (2015) e mestre (2010) em administração pela FEA-USP, possui pós-graduação em finanças pela EPGE-FGV (2001) e graduação em Administração de Empresas pela EAESP da Fundação Getulio Vargas - SP (1997). Atualmente é professor da FFIA - Faculdade FIA de Administração e Negócios, na Graduação e do Mestrado Profissional em Gestão de Negócios. Vencedor por duas vezes do prêmio de melhor trabalho acadêmico do ano sobre franquias pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) pela sua tese de doutorado (2015) e pela sua dissertação de mestrado (2012). Foi consultor de empresas na McKinsey&Company, executivo em empresas de telefonia celular, energia elétrica e de educação. Colabora com as revistas PEGN - Pequenas Empresas & Grandes Negócios, Superinteressante, Você S/A e Jornal DCI.

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AULA 08: O HISTÓRICO E A SITUAÇÃO BRASILEIRA

Olá, pessoal. Estamos de volta aqui com a aula 08, a nossa aula derradeira do curso, mas não fi-quem tristes, vocês vão ter várias outras disciplinas. Vamos fazer uma amarração, aqui, na aula 8, sobre todos os conceitos que a gente viu ao longo dessas outras 7 aulas, aplicados um pouquinho na história do Brasil. Então veremos:

• 1. Política fiscal e monetária; • 2. Desenvolvimento do Brasil; • 3. Plano Real; • 4. Perspectivas atuais; • 5. Ciclos econômicos no Brasil

Veremos a ideia de política fiscal e monetária, que a gente terminou a aula 07 discutindo. Vamos passar brevemente pelo desenvolvimento do Brasil, para chegar no Plano Real. Nas perspectivas atuais. E numa ideia muito importante, que eu sugiro para vocês, sobre os ciclos econômicos que o Brasil vive.

1. POLÍTICA FISCAL E MONETÁRIA

Então vamos lá, pessoal, só um resuminho do que a gente viu até agora:

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Considerando aqui que, a política cambial, você teria uma terceira, pois, você tem a política fiscal, a política monetária e uma terceira política, que é a política cambial. A política cambial não está aqui porque, estou supondo, com é o caso do Brasil, que a política cambial é câmbio flutuante, então, é uma política de não fazer política, é uma política de deixar o mercado flutuar. O que acontece?

O Governo tem alguns impactos. Na política fiscal, quando o Governo aumenta os gastos, PIB, só que ele aumenta a inflação e ele aumenta a dívida pública. Quando o Governo aumenta os tributos, ele diminui o PIB, ele diminui a inflação e ele diminui a dívida pública.

Então vejam, aqui não tem mundo perfeito, o Governo tem que fazer escolhas. Nada é perfeito, o Governo tem que escolher o mal menor em alguns momentos, para fazer essas políticas Keynesia-nas.

Já a política monetária, a mesma coisa, quando ele aumenta os juros, ele diminui o PIB, ele diminui a inflação, mas ele aumenta a dívida pública. Para diminuir os juros, ele aumenta o PIB, ele aumenta a inflação e ele diminui a dívida pública.

Observação: (no gráfico) em azul, o que é positivo, em vermelho, o que é negativo.

Como eu falei, o Governo tem que decidir, naquele momento, naquela circunstância, o que é me-nos pior.

2. DESENVOLVIMENTO DO BRASIL

BRASIL NAS DECADAS DE 1920 E 1930

Bom, vamos ver um pouco isso no contexto Brasil. Então, começando na década de 1920 e 1930, a gente fala que o Brasil tinha o modelo agroexportador. O que era isso? O Brasil era um fazendão. Então, lembra lá da aula de história? O Brasil teve o ciclo do açúcar, ciclo do ouro, ciclo do cacau e o ciclo do café, que foi o último.

Até que o Brasil chegou a uma conclusão ou um amadurecimento institucional, de que, na verda-de, lá pela década de 1940, era muito pouco para um país continental com as dimensões do Brasil, viver de exportar um produto agrícola, agrário simplesmente. O Brasil sempre ia ser pobre, sempre ia ser um país subdesenvolvido.

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DÉCADA DE 1940

E aí houve uma discussão muito interessante, que ficou conhecida como ‘’A controvérsia do Pla-nejamento’’, muito interessante e muito atual. Você deve estar falando assim ‘’poxa, está falando da década de 1940’’. Pessoal, se vocês pegarem a última eleição presidencial, a discussão das pla-taformas econômicas, é basicamente a discussão que esses dois gênios aqui, Roberto Simonsen e Eugênio Gudin, tiveram, lá da década de 1940.

Isso ficou conhecido como ‘’A Controvérsia do Planejamento’’. Se você tiver interesse, põe no Goo-gle ‘’A Controvérsia do Planejamento’’, vai aparecer um livro editado pelo BNDS, que conta em de-talhes, em várias páginas, como é que é isso.

Resumidamente, o que era essa ideia? Representado pelo Simonsen e pelo Gudin, a ideia era o seguinte: os dois queriam industrializar o Brasil, os dois queriam desenvolver o Brasil, mas, em mo-delos diferentes. O modelo do Simonsen ficou conhecido como ‘’Nacional-desenvolvimentismo’’ ou simplesmente ‘’desenvolvimentismo’’ e o modelo do Eugênio Gudin ficou conhecido como ‘’Li-beralismo’’.

Quais eram essas características? Vejamos no quadro abaixo:

DESENVOLVIMENTISMO LIBERALISMO

Estratégia Industrialização Industrialização

Investimentos (poupança) Estado Capital Estrangeiro

Fontes de financiamento

Poupança Interna (limitada) e emissão de moeda Poupança Externa

Modelo Fechamento da economia, empresas estatais

Abertura da economia, empresas estrangeiras

Resultados Empresas ineficientes, crises no Balanço de Pagamentos e inflação Não foi implantado no Brasil

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A estratégia de ambos era industrializar o Brasil. Porém, o que é que propunha o desenvolvimentis-mo, que foi quem ganhou a discussão, no sentido de implantação. Foi o modelo que o Brasil ado-tou. Então, quem faria os investimentos? Era um investimento que seria feito pelo Estado.

Quais as fontes de financiamento para essa industrialização? O Governo, ou diretamente criaria empresas estatais, como a gente teve várias, Telebrás, Petrobras, Eletrobras, ou, em outros setores ele daria subsídio, ele daria isenções fiscais para que a indústria nacional se desenvolvesse. Fecha-ria a economia e daria condições privilegiadas para os produtores nacionais.

Como é que o Governo faria isso? O Governo precisa de muito dinheiro para fazer isso, seja para cons-truir a empresa ou para dar subsídio. Basicamente, como a poupança interna do Brasil era muito limi-tada, o Governo recorreu à emissão de moeda. Então, o Governo imprimia dinheiro para fazer isso.

Quais foram os resultados do desenvolvimentismo no Brasil? Os resultados foram que, se por um lado teve um resultado muito positivo, o Brasil cresceu muito, a renda cresceu muito. Por outro lado, os efeitos colaterais foram: empresas, em geral, ineficientes, porque foram protegidas pelo mercado, de uma concorrência de mercado, e recorrentes crises de balanço de pagamento de infla-ção, porque o Governo estava sempre imprimindo dinheiro.

O modelo liberal alternativo, proposto pelo Gudin, qual era? Ao invés de o Estado investir, você teria uma participação grande do capital estrangeiro, como foi por exemplo nos Tigres Asiáticos, você teria uma abertura da economia e usaria a poupança externa para fazer isso; mas, esse modelo nunca foi implementado no Brasil. O modelo que ganhou foi justamente o modelo desenvolvimentista.

DÉCADA DE 1940 - 1990

Ele ficou conhecido como Industrialização por Substituição de Importações (ISI). A gente teve esse modelo, grosso modo, da década de 1940 até a década de 1990. Então, como eu já falei, qual era esse modelo?

Fecha a economia, põe barreira tarifária, meio que proíbe o produto importado de entrar, criando uma reserva de mercado para o empresário brasileiro. Para as indústrias que não eram possíveis, o Governo cria estatais ou subsídios para importação, para substituir essas importações, dá uma taxa de câmbio diferenciada e financia o desenvolvimento por meio de emissão de dinheiro, déficit público e emissão de dinheiro.

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Consequências:

Como eu falei, muito desenvolvimento no começo. O PIB brasileiro realmente cresceu muito, a ren-da realmente cresceu muito. Porém, a década de 1980, foi uma consequência disso tudo, o Brasil abusou do remédio de imprimir dinheiro, abusou do remédio de criar indústria subsidiada, e aí fal-tou dinheiro, crises inflacionárias sem fim, que foram resolvidas só no Plano Real.

3. PLANO REAL

1ª FASE DO PLANO REAL: 1994 - 1999

Então, o Plano Real, a primeira fase dele, que vai de 1994 a 1999, que foi o primeiro plano que deu conta e que mudou um pouco o nosso modelo (hoje a gente não vive mais esse modelo desenvolvi-mentista, nesse sentido de o Governo subsidiar tanto).

Qual foi a ideia do Plano Real? O Plano Real criou um equilíbrio, ainda que precário inicial fiscal, para não imprimir mais dinheiro, e adotou o URV, que foi uma estratégia muito interessante de desindexação da economia. Ao invés de fazer um congelamento de preços, como a gente viu que não funciona, o Governo criou um índice, que era o URV, e que todo mundo acabou adotando esse índice e, após adotar, era um índice que era dolarizado, e aí o Governo simplesmente transformou esse índice em moeda, URV virou real, e acabou funcionando.

Para reforçar, em 1994, ele deixou o câmbio bastante valorizado, reduziu importação e aumentou os juros. Tudo para combater a inflação. Funcionou bem, até que o Brasil passou por várias crises internacionais. Nós tivemos a crise do México, em 1995, a crise asiática, em 1997, a crise da Rússia, em 1998.

2ª FASE DO PLANO REAL: DESDE 1999

E, em 1999, o próprio Plano Real ficou em cheque, o que eu estou chamando de 2ª fase. Houve uma mudança no plano, que foi uma mudança que hoje é conhecida e que tem mais de 20 anos, o ‘’Pacto’’ do Plano Real com o tripé da estabilidade, que tem 3 elementos fundamentais:

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• 1. Câmbio flutuante: como a gente já discutiu na aula 7, ele evita crise cambial, que era a falta de dólar que o Brasil sempre viveu.

• 2. Meta de inflação: justamente para evitar que a inflação saia do controle.

• 3. Superávit primário para estabilizar a dívida pública: de forma simples, o Governo não permitir que a dívida pública explodisse. Ele gerava um superávit, ou seja, ele tinha um orçamento positivo, até antes de pagar os juros, e aí, para pagar os juros e conseguir que a dívida pública não aumentasse em relação ao percentual do PIB.

GOVERNOS DILMA

E o interessante dessas questões sobre o pacto do Plano Real, é que, de certa forma, bem ou mal, os governos foram se mantendo. O governo Fernando Henrique, manteve. O governo Fernando Henrique II, manteve. O Governo Lula I, manteve. Havia uma grande preocupação do governo Lula acabar com o pacto do Plano Real.

No começo, foi ao contrário, inclusive ele anunciou o aumento do superávit, lá em 2002, para dar credibilidade. E durante muitos anos funcionou bem esse pacto do Plano Real, até fins do Governo Lula, Lula II, lá em 2008 para 2009.

E, particularmente, nos governos Dilma, de 2011 a 2016, quando o que eu chamei de o ‘’Pacto’’ do Plano Real com o tripé da estabilidade, foi substituído por algo que ficou conhecido como Nova Matriz Econômica.

Então, lembra lá o que fazia o ‘’Pacto’’ do Plano Real com tripé da estabilidade, era câmbio (em azul no slide). Câmbio flutuante, meta de inflação e superávit primário. O que a Nova Matriz Econômica propunha?

A Nova Matriz Econômica é uma volta, até com bastante ênfase, ao modelo desenvolvimentista lá da década de 1940. Veja, câmbio flutuante, então, o que o Governo fez? Uma interferência no câm-bio, supostamente para ajudar os exportadores, para incentivar a exportação.

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Meta de inflação, o Governo ignorou a inflação para baixar os juros de uma forma artificial, menos do que a inflação requeria. Isso fez a inflação subir.

E, pior de tudo, o Governo renunciou o superávit primário, fazendo um déficit primário para au-mentar gastos e subsídios. Ou seja, a Dilma pegou aquela receita da década de 1960, 1970, que foi bem-sucedida naquele momento, mas que causou uma grande crise na década de 1980, e recolo-cou aqui no Brasil. O que aconteceu?

EFEITOS DA NOVA MATRIZ ECONÔMICA

Aconteceu que deu errado, porque, o fim do superávit primário, veja aqui no meu gráfico, fez a dívi-da pública disparar. A dívida pública não parava de crescer.

A dívida pública cresceu. Veja, lá nos anos da Dilma, pega o gráfico da dívida bruta, que é gráfico de cima, o DBGG, então, cresceu 2010 e 2011 na ordem de 50% do PIB, para hoje algo próximo de 80% do PIB. É muito crescimento de dívida. A dívida explodiu porque sim-plesmente o Governo decidiu gastar de-mais sem reflexo no seu PIB, no cresci-mento do PIB, por questões ideológicas do Governo, por questões não técnicas.

O Governo resolveu interferir no Banco Central, abaixar os juros de forma artifi-cial, dar um câmbio artificial, fazer gas-tos artificiais, porque ele imaginava que isso faria o PIB crescer, como fez o PIB crescer na década de 1960 e 1970.

Acontece que, nos anos 2000, década de 2010, isso não funcionou. O Brasil entrou em uma tre-menda falta de credibilidade dos agentes econômicos. Nós passamos pela pior recessão de todos os tempos da história republicana do Brasil, no final de 2014, 2015 e 2016.

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GOVERNOS TEMER E BOLSONARO

O que aconteceu com o pós-impeachment do governo Dilma? O governo Temer, incialmente, agora o governo Bolsonaro, fizeram uma retomada do pacto do Plano Real. Então, primeiro o governo Te-mer aprovou um teto de gastos públicos para justamente impedir, tentar retomar essa questão do superávit primário, resgatar a credibilidade do Banco Central, fazendo a taxa de juros, que tem que ser, e não a taxa de juros que o mercado gostaria.

O governo Temer ainda fez uma reforma trabalhista, propôs a reforma da previdência, mas que acabou sendo aprovada no governo Bolsonaro, e aí a gente tem uma série de outras reformas já em pauta, que o nosso Ministro Paulo Guedes quer aprovar, ou o próprio governo Bolsonaro.

4. PERSPECTIVAS ATUAIS

Quais são as perspectivas positivas e os desafios que a gente tem para o Brasil hoje?

O que é que nós temos de muito positivo? Nós temos de muito positivo:

• a inflação sob controle, isso historicamente é super raro no Brasil.

• Nós temos alto de volume de reservas internacionais e balanços de pagamento sob controle, e isso também é super raro no Brasil.

• A gente tem uma taxa Selic baixa de forma sustentável, isso também é novidade.

Então, lembra do tripé, novamente? Do tripé a gente tem dois arrumados, dois beleza, que é meta de inflação e reserva cambial, câmbio flutuante.

O que é que nos falta? Quais os desafios que a gente tem?

• É justamente a situação fiscal, que ainda é muito delicada.

• O crescimento da dívida pública, a reforma da previdência já deu um alívio bastante interessante, em termos de trajetória; mas, a dívida pública ainda é preocupante, ela ainda cresce.

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• E a nossa retomada lenta do crescimento e o alto desemprego, isso ainda pode prejudicar a economia. Um crescimento mais rápido, um desemprego menor, ajudaria o PIB crescer e ajudaria a reformatar, a solidificar esse tripé do Plano Real.

Enfim, para finalizar essa disciplina de macroeconomia, essa é uma proposta minha, não está em livro nenhum, ou está de forma não tão estruturada nos livros. Eu enxergo a economia brasileira de uma forma muito cíclica, de uma forma bastante interessante, num certo sentido, e a gente compartilha bastante essa visão com a Empiricus. O Felipe Miranda sempre fala isso bastante no newsletter dele, nos vídeos dele.

Então, a ideia é o seguinte, o Brasil vive ciclos, desde a década de 1950, de 4 fases.

5. CICLOS ECONÔMICOS NO BRASIL

Vamos entender brevemente as cores. O que é o amarelo? Eu comecei lá no governo de Juscelino Kubitschek, na década de 1950. Amarelo é um governo que eu chamei de desenvolvimentista. O que é uma política desenvolvimentista?

Alto déficit público para financiar projetos, subsídio, para incentivar o crescimento, em geral, gastos não sustentáveis, em que você tem crise inflacionária ou em que você tem crise cambial ou que você tem que emitir dinheiro. Após esse período, vem um período justamente de crise cambial in-flacionária, que é o vermelhinho.

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Aí você tem um terceiro período, que eu coloquei de azulzinho, que é um Governo liberal, com reformas e controle de gastos. E aí a gente vive normalmente um período verde, que é um período em que você tem um bom crescimento econômico, com déficit razoavelmente sob controle, infla-ção sob controle, um período de ouro, que começa a durar tanto, que começa a ir tão bem, que a gente esquece das nossas agruras, a gente esquece das nossas fraquezas e a gente reelege um go-verno, ou coloca um governo que volta a ter política desenvolvimentista e o ciclo começa de novo.

Vejam que a gente tem um primeiro ciclo de 4 cores, que foi de 1955 até 1973. A gente tem um se-gundo ciclo, que foi de 1973 até 2010, na verdade até 2008/2009. E a gente tem o ciclo que a gente está vivendo hoje, que se repetir, é de certa forma uma boa notícia, porque a gente teve os gover-nos Dilma amarelos, desenvolvimentista, um governo final Dilma, um governo Temer de crise, em vermelho, recessão, e a gente tem um governo Temer e governo Bolsonaro, em azul, pretendendo fazer reformas, fazer controle de gastos, que é uma coisa muito interessante.

Se esse ciclo se repetir, e eu acredito que vai se repetir, ele justamente vai nos trazer um período verde, de prosperidade, de crescimento, que deve ser esse Bull Market, que a gente está começan-do a ver, que eu acredito que é o que a gente está vivendo, de forma estrutural no nosso mercado brasileiro, por conta dessas forças históricas.

Quer dizer que o Brasil agora vai, e que vai ser para sempre? Se a história se repetir, o que tudo in-dica, não. Após um período de crescimento, um período de ouro, um período de estabilidade, mais cedo ou mais tarde vamos voltar a eleger um governo populista, voltar a ter gastos em excesso, e aí a gente vai passar por novas crises e ter novas reformas, como o ciclo indica.

Pessoal, espero que tenham gostado da aula de macroeconomia. Procurei passar de forma bastan-te simples, bastante condensada, mas olha, macroeconomia é um tema apaixonante, é um tema para a vida, para a gente estar sempre estudando.

Tem muita coisa interessante na sua bibliografia, tem muita coisa legal para você ler. A minha dica é essa, sempre aprofunde, sempre tente fazer as relações entre a economia, a macroeconomia, microeconomia e as empresas, porque elas são fortemente relacionadas para você ser um ótimo analista, para você ser um bom analista de ações. Conhecimento macroeconômico é fantástico.

Muito obrigado pelo seu tempo, muito obrigado pela sua paciência.

Espero que tenham gostado.

Um grande abraço! Nos vemos em outras disciplinas eventualmente.

Bom curso para vocês, bons estudos.

Até mais!