Madeirame

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Catálogo da Exposição na Fundação Cultural Badesc.

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O silêncio e a precisão do gesto

para chegar ao poucoem que umas poucas coisasrevelem-se, compactas,recortadas e todas,

e chegar entre as poucasà coisa coisa e ao miolodessa coisa, onde ficaseu esqueleto ou caroço

(João Cabral de Melo Neto)

“ “

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Em tempos de alvenaria, é o madeirame quem sustenta uma construção. Nos trabalhos de Egidio Rocci persiste o que há de estrutural em um objeto: subtrai-se excesso, eliminam-se funções. Eis que surge um objeto novo que pode ser composto junto a outro semelhante ou completamente distinto dele mesmo.

O trabalho do artista sobre a matéria permanece como um vestígio depositado sobre o corpo da obra. Os parafusos e borboletas metalizadas, os bancos brancos: rastros que assinalam a conjugação efetuada por Rocci (ao contrário da omissão de autoria propagada pelos objetos industrializados).

É ali que se demonstra o momento da junção, o instante do toque, a ação do artista sobre o mundo. A assinatura é inscrita por meio destes detalhes mínimos que se observam no silêncio da contemplação que se instala sobre as obras, no momento em que a sala está vazia e o artista distante de sua criação. É como se um indício de sua passagem persistisse.

Tão-somente através da abstração das relações ordinárias existentes entre as palavras e as coisas que as obras de Rocci podem existir. É como se a coisa se liberasse do imperativo da palavra que a nomeia (sem abandoná-la por completo), para poder se multiplicar no espaço, flertar com outras coisas ou simplesmente assumir uma presença única. ...

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A ação de Rocci, contudo, mantém um respeito profundo em relação ao objeto: ainda que o reduza ao mínimo, é possível continuar a nomeá-lo pelo nome de origem (mesmo que a funcionalidade tenha sido descartada). Aquilo que é tomado por princípio material – por exemplo, um armário – atravessa uma crise intensa: lance embaraçoso, tensão, conflito.

É assim que surge a urdidura de uma rede improvável. Quatro armários enredados uns aos outros, desconstituídos de qualquer utilidade, alçados por brancos bancos. O jogo desconcertante (como ele conseguiu fazer isso?) é um ponto apenas nesse imenso novelo de madeira.

O gesto é sempre preciso: a operação de se extrair poesia dos objetos já existentes no mundo se alastra nas obras desta exposição.Nelas, há sempre um disparate: móveis e objetos improváveis produzem inquietação. Ao observar, por exemplo, um criado-mudo sobreposto à estrutura de um armário, parece haver qualquer coisa de assombroso naquilo, no silêncio da entrega deste móvel mutante diante de nossos olhos.

Fernando Boppré

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Egidio Rocci nasceu em 1960 em Caçapava, cidade paulista localizada no Vale do Paraíba.

Ainda adolescente mudou-se para São Paulo, onde terminou os estudos técnicos e iniciou o curso de Propaganda e Marketing na ESPM. Trabalhou como ilustrador no jornal Folha de São Paulo por dois anos e somente em 1988 decidiu dedicar-se às artes plásticas, tendo feito curso de desenho no Museu Lasar Segall, escultura na Fundação Cultural Cassiano Ricardo em São José dos Campos e frequentado coletivos de arte e ateliês de outros artistas.

A partir de 2001 ganhou diversos prêmios importantes em artes plásticas, como o Salão Nacional de Arte de Goiás, Salão da Bahia, Bienal de Santos, Salão de Santo André, entre outros.

Já expôs no Centro Cultural São Paulo, na Pinacoteca do Estado, no Paço das Artes da USP, na Arco Madrid, etc.

Atualmente divide seu ateliê entre São Paulo e São José dos Campos e é representado pela galeria Berenice Arvani. Tem obras em diversos museus, como Pinacoteca do Estado de São Paulo, MAM da Bahia, MAC de Goiás,além de fazer parte de importantes coleções privadas.

Sobre o autor

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2010 “Cadavre Exquis” – Centro Cultural São Paulo2010 6ª SP-Arte – Pavilhão da Bienal SP – Galeria Berenice Arvani2009 5ª SP-Arte – Pavilhão da Bienal SP – Galeria Berenice Arvani2009 “Coisas” – Yazigi S. José Campos – Taubaté – Pindamonhangaba-SP2008 Prêmio Atos Visuais 2007/2008 – FUNARTE Brasília-DF2008 “Aquisições Recentes do Acervo da Pinacoteca do Estado de S. Paulo” 2008 4ª SP-Arte - Pavilhão da Bienal SP – Galeria Berenice Arvani2007 “Desvio para o Vento” - Fundação Hassis – Florianópolis-SC2007 3ª SP-Arte - Pavilhão da Bienal SP – Galeria Berenice Arvani2006 2ª SP-Arte – Pavilhão da Bienal SP – Galeria Berenice Arvani2005 61º Salão Paranaense – Artista convidado 2005 33º Salão de Arte de Santo André-SP2005 Coletiva do Programa de Exposições 2005 – Centro Cultural São Paulo2005 ARCO 05 – Madri – Espanha – Galeria Berenice Arvani2004 XI Salão de Arte da Bahia – MAM-BA2004 Iº Salão Aberto – Paralelo à Bienal de S. Paulo – Casa das Retortas-SP2004 Construtivos e Cinéticos – Galeria Berenice Arvani-SP2004 16º Salão de Artes Plásticas de Praia Grande-SP2004 9ª Bienal de Artes de Santos-SP2003 Contemporânea 2003/4 – Galeria Arte Isabela Carvalho - S. J. dos Campos-SP2003 3º Salão Nacional de Arte de Goiás2002 9º Salão de Arte da Bahia - MAM-BA 2002 Salão Uni-BH - Belo Horizonte-MG2002 3º Salão de Arte Cidade de Porto Alegre-RS2002 30º Salão de Arte Contemporânea de Santo André-SP2002 8º Salão de Pequenos Formatos – Unama – Belém-PA2002 59º Salão Paranaense – Curitiba-PR2001 1º Salão Nacional de Arte de Goiás-GO1999 Mapa Cultural Paulista - Fase Regional1999 “Gravadores Joseenses” - Universidade do Vale do Paraíba - UNIVAP1999 Coletiva de Artes - Universidade do Vale do Paraíba – UNIVAP 1997 2ª Mostra dos Artistas do Atelier Joseense – São José dos Campos-SP1996 XI Encontro de Artes Plásticas de Atibaia-SP 1996 Crime e Castigo – Atelier Josefense – São José dos Campos-SP1996 IV Salão Victor Meirelles - Florianópolis-SC 1996 XII Salão Ernesto Quissak - Guaratinguetá-SP1995 1ª Mostra dos Artistas do Atelier Josefense

Individuais2011 “Madeirame” – Fundação Badesc – Florianópolis-SC2009 “Corrente” – Instalação no SESC São José dos Campos-SP2008 “O Duplo e o Outro” – Galeria Berenice Arvani – São Paulo-SP2007 Paço das Artes – São Paulo-SP – Temporada de Projetos 2007/20082005 Centro Cultural São Paulo-SP2005 Espaço das Artes Helena Calil2004 Galeria Berenice Arvani – São Paulo-SP2003 “Caixas” – Photozophia Café – São Francisco Xavier-SP

Prêmios2008 Prêmio “Atos Visuais 2007/2008” – FUNARTE Brasília-DF2005 Programa de Exposições 2005 CCSP – Prêmio Aquisição2005 33º Salão de Arte de Santo André – Prêmio Aquisição2004 9ª Bienal de Artes de Santos – Prêmio Aquisição2002 9º Salão de Arte da Bahia - MAM-BA – Prêmio Aquisição2002 Salão Uni-BH - Prêmio Aquisição - Belo Horizonte-MG2001 1º Salão Nacional de Arte de Goiás-GO - Prêmio Aquisição1994 XII Salão Ernesto Quissak - Guaratinguetá-SP – Medalha de Ouro

Obras em acervos institucionais2006 Pinacoteca do Estado de São Paulo2006 Pinacoteca Municipal de São Paulo (CCSP)2005 Acervo da Prefeitura Municipal de Santo André-SP2004 Acervo da Prefeitura Municipal de Santos-SP2002 Museu de Arte Moderna da Bahia - MAM-BA 2002 Fundação Cultural de Belo Horizonte - Fundac-BH2000 Museu de Arte Contemporânea de Goiás-GO

Cursos ministrados2010 Oficina do Mobiliário Inútil – junho/2010, em conjunto com Flamínio Jallageas - SESC, Pompéia-SP

Coletivas

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Exposição MadeirameCURADORIA

MONTAGEM

FOTOS

Fernando Boppré

Flávio Brunetto

Henrique Pereira

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ASSESSORIA DE IMPRENSA

ESTAGIÁRIOS

PROJETO GRÁFICO

PROGRAMA DE AÇÃO EDUCATIVA

Fifo Lima

Camila CollatoDiego SilvaEduardo HeinzenGuilherme de Lucca

Karine JoulieMarília LabesPaulo Ramon

Paulo Ramon

Lucila Horn

DIRETORIA

DIRETOR GERALArmando Silveira SabinoDIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIROPaulo Murillo Keller do ValleDIRETORA DE ARTES E EVENTOSLena Peixer

Fundação Cultural BadescCONSELHO CURADOR PRESIDENTENelson SantiagoCONSELHEIROSLuiz Antônio RamosOlívio RochaJustiniano Pedroso

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PATROCÍNIO

APOIO

REALIZAÇÃO