MANEJO DE MATRIZES LEITEIRAS NO PRÉ

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MANEJO DE MATRIZES LEITEIRAS NO PRÉ-PARTO Segundo SOARES FILHO (1998), o conceito do termo manejo abrange todas as tarefas desempenhadas diretamente com os animais, no intuito de criá-los, mantê-los e fazê- los produzir, buscando a máxima produtividade e a eficiência do uso de instalações e equipamentos. O processo de secagem das vacas é uma técnica simples e que consiste em alterar de uma só vez os principais fatores que influenciam na produção de leite, isto é, a alimentação e os estímulos psíquicos e hormonais. Realiza-se a secagem das vacas pela proximidade do parto e para que estas possam ter um período de repouso até um novo período de lactação ou pela baixa produção de leite de um determinado animal, com o intuito de avaliar se é o caso de se realizar ou não o descarte do mesmo (RIBEIRO, 2006). De acordo com SANTOS (2003), o período seco é uma necessidade fisiológica para a vaca leiteira e apresenta relação direta com a saúde da glândula mamária, com a produção de leite e com a prevenção de doenças em geral. Quando o período seco se dá pela proximidade do parto sua duração é de 60 dias. Esse período é fundamental para que haja transferência de nutrientes para desenvolvimento do feto, que ocorre no terço final da gestação; para que a glândula mamária regenere os tecidos secretores de leite e acumule grandes quantidades de anticorpos, proporcionando maior qualidade e produção de

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MANEJO DE MATRIZES LEITEIRAS NO PRÉ-PARTO

Segundo SOARES FILHO (1998), o conceito do termo manejo abrange

todas as tarefas desempenhadas diretamente com os animais, no intuito de criá-los,

mantê-los e fazê-los produzir, buscando a máxima produtividade e a eficiência do uso

de instalações e equipamentos.

O processo de secagem das vacas é uma técnica simples e que consiste em

alterar de uma só vez os principais fatores que influenciam na produção de leite, isto é, a

alimentação e os estímulos psíquicos e hormonais. Realiza-se a secagem das vacas pela

proximidade do parto e para que estas possam ter um período de repouso até um novo

período de lactação ou pela baixa produção de leite de um determinado animal, com o

intuito de avaliar se é o caso de se realizar ou não o descarte do mesmo (RIBEIRO,

2006).

De acordo com SANTOS (2003), o período seco é uma necessidade

fisiológica para a vaca leiteira e apresenta relação direta com a saúde da glândula

mamária, com a produção de leite e com a prevenção de doenças em geral.

Quando o período seco se dá pela proximidade do parto sua duração é de 60

dias. Esse período é fundamental para que haja transferência de nutrientes para

desenvolvimento do feto, que ocorre no terço final da gestação; para que a glândula

mamária regenere os tecidos secretores de leite e acumule grandes quantidades de

anticorpos,  proporcionando maior qualidade e produção de colostro, essencial para a

sobrevivência da cria recém-nascida.

Durante o estágio, uma técnica realizada foi a secagem das vacas gestantes,

nos últimos 60 dias da gestação. Esta era realizada visando à recuperação da vaca, uma

vez que o terço final da gestação é o de maior exigência à matriz. A secagem das vacas

era feita da seguinte forma: antes do início da secagem propriamente dita, realizava-se o

teste da caneca telada para detecção de mastite, como todos os testes realizados foram

negativos, prosseguia-se a secagem; em seguida, retirava-se todo o leite do úbere da

vaca e era colocado um antibiótico de longa duração próprio para o período de secagem

em cada teta; era feita a restrição da alimentação da vaca, colocando-a em um piquete

com pouca disponibilidade de capim e não era fornecido o concentrado, contudo, a vaca

dispunha de água a vontade, a partir de então a vaca não era mais ordenhada.

Em média, duas semanas eram suficientes para secar a vaca totalmente. As

vacas eram inspecionadas diariamente, para verificar se havia vermelhidão no úbere ou

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outra complicação, mas durante a secagem das vacas no período de estágio o processo

foi realizado e não houve nenhum agravante.

A redução da taxa de mortalidade no nascimento de bezerras é conseqüência

de um manejo que começa antes mesmo do parto, de modo que COSTA et al (2006)

indica o uso de pastos exclusivos nessa fase no intuito de facilitar a implementação de

uma rotina de acompanhamento dos partos e o manejo de vacas e bezerros ao

nascimento.

Conforme preconiza WATTIAUX (1998), a adoção de boas práticas de

manejo minimizam o estresse do parto e a mortalidade de bezerros. Dentre essas

práticas de manejo destacam-se:

Alimentação adequada: As vacas devem ter suas necessidades nutricionais

atendidas, atentando-se para que baixa nutrição pode acarretar partos

prematuros, malformações e bezerros fracos resultantes de deficiências

maternas de energia, proteína, vitamina e minerais, enquanto alimentação

em excesso durante a última parte da lactação e durante o período seco

aumenta a chance de partos distócicos, devido ao risco de obesidade.

Uso de piquete de maternidade: Um piquete de maternidade deve ser

reservado, devendo ter um espaço suficiente para que o animal possa se

movimentar livremente durante o parto. O piquete deve ser bem seco, bem

ventilado e bem limpo depois de cada parto.

Atenção e monitoramento do animal: é preciso estar atento a sinais

iniciais do parto e observar a progressão do mesmo. A vaca deve ter tempo

para se preparar para o parto; depois de 1 a 2 horas de intensas contrações,

as patas dianteiras do bezerro devem estar aparentes. Caso não sejam

notados sinais de progresso e a vaca se mostre cansada, cheque a posição do

bezerro, pois pode ser necessário uma intervenção de um profissional. Ao

examinar a vaca, use sempre medidas sanitárias para evitar o perigo de

infecções.

Conforme indica LAU (2005), o monitoramento do parto é essencial, pois

caso os restos placentários não sejam totalmente expulsos até 12 horas após a parição,

ocorre um quadro conhecido como retenção placentária, evidenciando a necessidade de

intervenção, sempre que possível, sob orientação de um profissional especializado.

Durante o estágio curricular, os partos foram apenas observados, pois

ocorreram naturalmente, sem a necessidade de intervenção humana.