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Manejo Florestal
Sustentável na Amazônia
Niro Higuchi ([email protected])
Eng Florestal (UFPR), Pesquisador do INPA
VII Simpósio da Pós-graduação em Ciências Florestais
UFV, Viçosa – MG, 18 setembro 2012
Manejo Florestal Sustentável (MFS) Decreto nº 1.282, de 19 de outubro de 1994 alterado pelo Decreto
nº 2.788, de 28 de setembro de 1998
Decreto 5.975, 30/11/2006
§ 2º do Art. 1º (Capítulo I)
Entende-se por MFS a administração
da floresta para a obtenção de
benefícios econômicos e sociais,
respeitando-se os mecanismos de
sustentação do ecossistema objeto do
manejo.
Dendrometria: medições, estatística e alometria
Inventário: estimativas (AB, vol e biomassa), análise
estrutural e tabelas de sortimento
Exploração florestal: ergonomia, derrubada orientada,
arraste e transporte
Ordenamento: sistemas e tratos silviculturais
Inventário contínuo: crescimento & incremento,
recrutamento & mortalidade, ciclo de corte
Economia: custos contábeis, avaliação sócio-econômica
(dinheiro + implícitos + sociais), análise benefício – custo,
valor presente da terra
Manejo florestal em universidades Cursos de Engenharia Florestal desde 1960 no Brasil
Na Alemanha (Academia de Tharandt) desde 1811
1860 => fundação do serviço florestal da Índia
1860 => 1º plano de manejo florestal para a Teca (Tectona
grandis) de Myanmar
1875 => 1º número da revista "The Indian Forester”
1883 => fundação do Serviço Florestal da Malásia
1888 => publicação do 1º manual de silvicultura tropical na
Índia.
1920 => 1ª versão do S. Malaio Uniforme
1930 => 1ª versão do S. Bosque Abrigado
No mundo tropical: começou assim ....
Pelo tempo que se usa algum tipo de MFS, o
abastecimento deveria ser feito por florestas secundárias
(2º ou 3º ciclo de corte).
A pratica do nomadismo é comum. Hoje, o alvo é a
AMZ. O abastecimento de madeira tropical, centrado na
floresta primária, é um indicativo irrefutável contra a
prática de MFS das florestas tropicais.
De modo geral, os países que priorizaram a exportação
de seus recursos florestais, continuam pobres e sem as
suas reservas florestais.
Resultados da prática do MFS nos
trópicos
Malásia e Indonésia => desaparecem em 2019
Brasil atende a demanda do mercado em 2097
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Brasil Malásia Indonésia Mercado
2012
2016
Projeção do mercado int’l de madeira tropical
Fontes:
Produção de madeira => base 1996-97 = Nepstad et al. (1999)
Desmatamento => base 2002 => www.inpe.br
PIB e renda per capita => base 2002 = www.ibge.gov.br
PRODUÇÃO DE MADEIRA vs DESMATAMENTO vs PIB (PAÍS E PER CAPITA)
Estado m3 por ano desm. (km2) % PIB PIB p capita
Acre 300.000 727 0,17 3.833,00
Amapá 200.000 0 0,20 5.233,00
Amazonas 700.000 1.016 1,86 8.374,00
Maranhão 700.000 1.330 0,85 1.949,00
Mato Grosso 9.800.000 7.578 1,33 6.773,00
Pará 11.900.000 8.697 1,90 3.887,00
Rondônia 3.900.000 3.605 0,54 4.873,00
Roraima 200.000 54 0,11 4.162,00
Tocantins 100.000 259 0,26 2.931,00
Total 27.800.000 23.266 7,22
Correlação entre produção madeira e desmatamento => 0,99
Correlação entre produção madeira e % PIB => 0,66
Correlação entre produção madeira e PIB per capita => 0,17
2 m3 => tora com 40
cm e 20 m comp
Idades de árvores usadas na
indústria de Manaus
Idade média = 490 ± 76 anos
( IC 95% )
Mais velha => 1480 anos
n = 44
Diâmetro médio = 116 ± 9 cm Fontes:
1) Chambers & Higuchi (1998)
2) Chambers & Higuchi (2001)
Flona de Tapajós (PA) – CPATU Embrapa, 1978
Manaus (AM) – INPA, 1980
Projeto Jarí (AP) – CPATU Embrapa, meados 80
Paragominas (PA) – Imazon, meados de 90
Rio Branco (AC) – Embrapa, meados de 90
Quantos pesquisadores?
Disponíveis?
Pesquisas com manejo florestal na
Amazônia brasileira
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Dinâmica do desmatamento na Amazônia Legal
Desmatamento por ano (1977-2010) = 16.738 km2 ± 2.324 km2
Acumulado até 2010 = 707.780 km2
Minas Gerais = 586.528 km2; Paraná = 199.314 km2
km2
25%7%
68%
Corte raso sem autorização
PMFS Corte raso com autorização
ORIGEM DA MADEIRA
PRODUZIDA EM 1996-97 NA AMAZÔNIA [ PMFS + desmat. com + desmat. sem = 27,8 mi m3 ]
Preço do m3 de madeira no AM
em tora, em pé
A US$ 30 o hectare => R$ 3,94 por m3 (19 m3/ha)
A US$ 80 o hectare => R$ 9,15 por m3 (19 m3/ha)
Correspondência ao PIM => R$ 8.641,00
em tora, colocado no pátio
ST – Manejo florestal => R$ 123,00
madeira beneficiada
ITTO => R$ 682,00
É preciso analisar historicamente as florestas
já desaparecidas, que só foram notadas
quando as necessidades humanas já não eram
mais possíveis de serem atendidas; a
abundância de floresta foi sempre uma
péssima referência e a sociedade, em geral,
tem sido pouco eficiente na antecipação da
escassez.
Desempenhar o nosso papel com conhecimento
Usar o passado como lição aprendida
Estar preparado para surpresas
Conhecer as vulnerabilidades
Preparar-se para adaptações
Antecipar-se à escassez é preciso
A palavra “forest” deriva do latim “foris”. Isto significa simplesmente “fora” e é usada para se referir a alguma fora da vila, do muro, da cerca etc. Por exemplo, no inglês, “foreigner” significa uma pessoa
de fora (do país, principalmente). Então, antigamente “foris” significava qualquer coisa, com ou sem “árvores” que estava fora do muro ou da cerca de uma vila, palácio etc. Na Europa, no período de
1100 a 1600, o termo “forest” passou a ser usado para descrever qualquer área de terra que estava fora do palácio para uso do rei,
que era utilizada para caçar.
A palavra latina para conjunto de árvores é silvae ou silva ou sylva, que deu selva no português.
Floresta ou selva?