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SERVIÇOS FARMACÊUTICOS 2016/2017 Manual 6

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SERVIÇOS FARMACÊUTICOS 2016/2017

Manual 6

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Manual 6Autocuidado

SERVIÇOS FARMACÊUTICOS . 2016/2017

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AUTORES:

Cassyano J Correr, BPharm, MSc, PhD

Departamento de Farmácia, Universidade Federal do Paraná

Consultor Abrafarma - Projeto Assistência Farmacêutica Avançada

[email protected]

Wálleri Christini Torelli Reis, BPharm, MSc

Ambulatório de Atenção Farmacêutica do Hospital de Clínicas,

Laboratório de Serviços Clínicos e Evidências em Saúde,

Universidade Federal do Paraná.

REVISÃO:

Thais Teles de Souza, BPharm, MSc

Ambulatório de Atenção Farmacêutica do Hospital de Clínicas,

Laboratório de Serviços Clínicos e Evidências em Saúde,

Universidade Federal do Paraná.

Os autores agradecem aos membros do GTFARMA, farmacêuticos coordenadores e super-visores das Redes associadas à Abrafarma, bem como aos seus colaboradores, pela leitura, revisão e sugestões de melhoria feitas aos Manuais durante seu processo de elaboração.

Muito obrigado!

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Os autores deste manual empenharam seus melhores esforços para assegurar que as informações e os procedimentos apresentados no texto

estejam em acordo com os padrões aceitos à época da publicação, e todos os dados foram atualizados pelos autores até a data da entrega dos

originais à editora. Entretanto, tendo em conta a evolução das ciências da saúde, as mudanças regulamentares governamentais e o constante

fl uxo de novas informações sobre terapêuti ca e reações adversas a fármacos, recomendamos enfati camente que os leitores consultem sem-

pre outras fontes fi dedignas (p. ex., Anvisa, diretrizes e protocolos clínicos), de modo a se certi fi carem de que as informações conti das neste

manual estão corretas e de que não houve alterações nas dosagens recomendadas ou na legislação regulamentadora. Recomendamos que

cada profi ssional uti lize este manual como guia, não como única fonte de consulta.

Os autores e a editora se empenharam para citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores de direitos autorais de qual-

quer material uti lizado neste livro, dispondo-se a possíveis correções posteriores caso, inadverti da e involuntariamente, a identi fi cação de

algum deles tenha sido omiti da.

613.6

C824 Correr, Cassyano Januário

Manual 6: autocuidado / Cassyano Januário Correr,

Walleri Christi ni Torelli Reis. 1. ed. atualizada. Curiti ba: Ed. Practi ce, 2016.

136 p. : il. (algumas color.) ( Manual 6)

ISBN 978-85-68784-04-4

Inclui bibliografi a

1. Autocuidado. 2. Manuais. I. Reis, Walleri Christi ni

Torelli. II. Título.

FICHA CATALOGRÁFICA:

MANUAL 6: AUTOCUIDADO

Copyright © 2016 © 2017 ABRAFARMA

Reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob

quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na internet ou

outros), sem permissão expressa da ABRAFARMA.

ABRAFARMA - Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias

Alameda Santos, 2300 - Conj. 71 - Sã o Paulo / SP

CEP 01418-200 | Tel.: (11) 4550-6201

Practi ce Editora | Grupo Practi ce Ltda

Supervisão: Graziela Sponchiado | Capa e projeto gráfi co: Raquel Damasceno

Diagramação: Guilherme Menezes | Contatos: contato@grupopracti ce.com.br

htt p://farmaceuti coclinico.com.br

EDITORAÇÃO:

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AVISO AO LEITOR

Este manual possui caráter técnico-cientí fi co e desti na-se exclusivamente aos profi ssionais farmacêuti cos e colabora-

dores das Redes de Farmácias e Drogarias associadas a Abrafarma. Sua elaboração tem por objeti vo apresentar dire-

trizes para a estruturação e performance dos serviços farmacêuti cos nos estabelecimentos e, sob nenhuma hipótese,

pretende substi tuir normas ou procedimentos estabelecidos na legislação sanitária ou profi ssional mais atual aplicável

ao setor. A Abrafarma, bem como os autores, eximem-se de qualquer responsabilidade pelo mau uso deste recurso,

bem como pela interpretação e aplicação de seu conteúdo feita por seus leitores.

SERVIÇOS FARMACÊUTICOS ABRAFARMA

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SUMÁRIO

09 A FARMÁCIA EM TRANSFORMAÇÃO

11 INTRODUÇÃO

12 A CLÍNICA DO AUTOCUIDADO

21 Acne

25 Alopecia

33 Constipação intestinal

39 Dermatite Seborreica

43 Dermatofitoses

46 Diarreia

50 Dispepsia

54 Dor de cabeça

61 Dores musculares

67 Escabiose

70 Insônia e dificuldades para dormir

74 Medicamentos para viagens

78 Onicomicose (tinea unguium)

81 Pediculose

85 Pequenos Ferimentos

87 Picadas de insetos

90 Pitiríase Versicolor

93 Queimaduras de sol

96 Reações à imunização

100 Sintomas de alergias

106 Sintomas de Gripe e Resfriado

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116 Sintomas de verminoses

119 Tosse

127 GLOSSÁRIO

129 REFERÊNCIAS

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A FARMÁCIA EM TRANSFORMAÇÃO

Um dos maiores desafios da administração moderna é o de gerenciar o vazio, aquilo que não existe, inovar. É um

grande desafio porque, no mundo imediatista e de busca pelo resultado em curto prazo no qual vivemos, não é fácil

abstrair-se da realidade que bate à porta, dos problemas do dia-a-dia, e perguntar-se: “e se...?”.

Como uma forma de ajudar suas redes associadas nesse exercício, a Abrafarma desenvolveu um método estrutura-

do de pensar sobre práticas que ainda não existem em nosso país. Assim, realizamos anualmente pelo menos uma

missão técnica internacional, que reúne no mínimo um representante de cada empresa, num exercício de “olhar

junto” realidades distintas da brasileira. Viajamos para países como Canadá, Estados Unidos, Espanha, França e In-

glaterra, para exercitar esse “olhar junto”, que se constitui num conjunto de conversas estruturadas, visitas a em-

presas, workshops e participação de especialistas que ajudam este dedicado grupo a fazer as perguntas corretas e

aprender métodos diferentes de fazer varejo. Foi assim, por exemplo, que o dermo-cosmético tornou-se realidade

no Brasil. Após uma das nossas missões internacionais.

Esse “olhar estruturado” da Abrafarma tem se voltado, nos últimos anos, para o repensar do varejo farmacêutico,

que observamos principalmente nos EUA: estabelecimentos que, além de ampla oferta de medicamentos, produtos

de higiene, beleza e conveniências, tem repensado o papel do profissional Farmacêutico para entregar mais valor à

sociedade. Se antes parecia distante da realidade brasileira, a Farmácia nos EUA está se reinventando, e nos dando

uma lição de como ir além!

Para alcançarmos esse nível também no Brasil, precisamos repensar o papel do Farmacêutico, que deve ter função

muito mais nobre do que entregar caixinhas de medicamentos ao usuário e esclarecer-lhes eventuais duvidas. Esse

profissional pode colocar suas competências a serviço de uma proximidade maior com o paciente, agregando mais

valor à sociedade. Assim, nasceu o Projeto Assistência Farmacêutica Avançada, cuja primeira etapa de trabalho

está sendo desenvolvida desde 2013. A iniciativa prevê a formatação inicial de oito novos serviços que podem ser

prestados nas redes da Abrafarma, desde a imunização até clínicas de autocuidado.

É, portanto, com o objetivo de contribuir com a evolução do papel do Farmacêutico, e com esta Farmácia em Trans-

formação no Brasil, que a Abrafarma lança este conjunto de manuais que serão a pedra fundamental de um “novo

olhar” nessa área. Este material, elaborado sob supervisão direta do Prof. Cassyano Correr, que juntou-se à Abra-

farma para burilar esta visão, também contou com o apoio inestimável dos membros do GTFARMA, nosso grupo

incansável de Coordenadores / Supervisores Farmacêuticos. A todos o meu melhor obrigado.

Uma Farmácia em Transformação. É assim que nos enxergamos hoje. O vazio, nesse caso, já tem forma e pode ser

preenchido, se assim o desejarmos. Temos um longo e belo trabalho pela frente.

Sérgio Mena Barreto

Presidente-Executivo da Abrafarma

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Os serviços farmacêuti cos prestados em farmácias e drogarias tem por objeti vo promover saúde, prevenir do-

enças e auxiliar na recuperação da saúde, promovendo o uso racional dos medicamentos. Neste senti do, um dos

serviços mais tradicionais e buscados pela população consiste no aconselhamento com o farmacêuti co sobre o

tratamento de sintomas considerados menores. As farmácias e drogarias, dada sua capilaridade e facilidade de

acesso em todo país, são pontos estratégicos onde o farmacêuti co deve promover o autocuidado e a automedica-

ção responsável, em estreita colaboração com os pacientes, médicos, e demais profi ssionais e serviços de saúde.

A Lei no 13.021/14 reitera este papel ao defi nir a farmácia como uma “unidade de prestação de serviços desti na-

da a prestar assistência farmacêuti ca, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coleti va”.

Outro avanços regulatórios fundamentam a visão da farmácia como um desti no da população para saúde, bem-

-estar e prestação de serviços. No âmbito sanitário, destaca-se a Resolução no 44/09 da Anvisa, que regulamenta

a oferta de serviços de atenção farmacêuti ca nestes estabelecimentos, e exige o fornecimento da declaração de

serviços farmacêuti cos, na qual podem constar os medicamentos isentos de prescrição médica recomendados

pelo farmacêuti co ao paciente. No âmbito profi ssional, as Resoluções no 585 e no 586, de 2013, do Conselho Fe-

deral de Farmácia, sobre as atribuições clínicas do farmacêuti co e a prescrição farmacêuti ca, reforçam e respal-

dam o dever deste profi ssional no que diz respeito as ati vidades clínicas e de cuidado direto dos pacientes, sem

ferir ou infringir o trabalho do médico, mas, pelo contrário, colaborando mais proximamente com ele.

Esta coleção tem por objeti vo fornecer as diretrizes para a oferta e manutenção de uma carteira de serviços, bem

como instrumentalizar os profi ssionais para um trabalho técnico de alto nível. O MANUAL 6: AUTOCUIDADO,

aborda o tratamento de problemas de saúde autolimitados na farmácia, sob o ponto de vista do autocuidado re-

alizado pelo paciente e da promoção da automedicação responsável pelo farmacêuti co. Os conjuntos de sinais e

sintomas são abordados de acordo com as doenças de base mais comuns, detalhando aquelas situações nas quais

o farmacêuti co deve encaminhar o paciente ao médico e serviço de saúde, bem como as recomendações não far-

macológicas e para o uso seguro de medicamentos isentos de prescrição médica nestes pacientes.

Esperamos que você aprecie a leitura e que este material seja úti l à sua práti ca profi ssional. Bom estudo!

Os autores

INTRODUÇÃO

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A CLÍNICA DO AUTOCUIDADOO autocuidado corresponde ao conjunto de ações ou procedimentos de cada indivíduo, destinado à manutenção

da vida, da saúde e do bem-estar. Inclui todas as ações básicas de higiene, alimentação saudável, prática de ati-

vidades físicas e uso de medicamentos. Para que logre êxito, este uso de medicamentos deve ser feito de forma

segura pelo paciente. O farmacêutico pode aconselhar o paciente sobre a melhor forma de uso destes produtos,

minimizando os riscos da automedicação. O serviço farmacêutico neste campo passa pela prescrição farmacêu-

tica, seja de medidas não-farmacológicas, de medicamentos que não necessitam de receita médica, ou mesmo de

encaminhamentos do paciente ao médico. É desta interface entre o trabalho clínico do profissional e as práticas

de autocuidado do paciente que surge o termo “clínica do autocuidado”.

Para entender melhor como isso funciona, é fundamental entender que as práticas de autocuidado correspon-

dem a um contínuo, que vai desde o “autocuidado puro” até a “responsabilidade abdicada”, dependendo da gravi-

dade da doença e da necessidade de atenção profissional (1).

A automedicação corresponde a um direito do paciente, no entanto deve ser conduzida de modo responsável, a

fim de que seus benefícios superem seus riscos potenciais (2). Estudos mostram que apenas 8% das pessoas que

sofrem algum tipo de sintoma buscam assistência médica, enquanto 32% optam pela automedicação e 60% op-

tam por tomar nenhuma atitude (3). Entre os meios que a população procura quando precisa de orientação sobre

algum problema de saúde, o farmacêutico da farmácia fica em terceiro lugar, atrás do médico (hospital, posto de

saúde) e dos familiares (4). Nas farmácias e drogarias, duas em cada três pessoas relatam comprar medicamentos

que não precisam de receita médica, 72% das pessoas relatam sintomas no balcão da farmácia, 69% procuram

diretamente pelo farmacêutico e 62% pedem que seja recomendado medicamento (4,5). Segundo relato dos far-

macêuticos que atuam nas redes associadas à Abrafarma, em 1 a cada 3 atendimentos, há solicitação de indica-

O contínuo do autocuidado

Escolhas diárias

Prevenção e estilo de vida

Sintomas auto-

manejados Sintomas: manejo

assistido

Condições crônicas: cuidado

compartilhado

Condições agudas

Cuidado psiquiátrico compulsório Trauma

importante

Vida saudável >>> Transtornos menores >>> Condições crônicas e agudas >>> Cuidado hospitalar

Cuidado médico puro (-) Responsabilidade “abdicada”

Responsabilidade individual (+) Autocuidado puro

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14 ção de medicamentos por parte dos clientes, numa mediana de 10 atendimentos com essa solicitação por dia (6).

No Brasil, projeta-se que a cada ano sejam feitos 190 milhões de atendimento dessa natureza. Pode-se dizer que

esta é uma realidade presente tanto em países desenvolvidos como no Brasil e faz parte da ecologia dos sistemas

de saúde.

De fato, existem sintomas comuns que podem ser facilmente auto-manejados pelo paciente, enquanto alguns

sintomas irão exigir o manejo assistido por um profissional, normalmente o farmacêutico, e outras situações irão

requer diagnóstico médico e tratamento. Estes sintomas autolimitados, que exigem um manejo assistido, são o

objeto de estudo deste Manual, e correspondem a uma série de situações nas quais o paciente necessita de ajuda

a fim de tomar uma decisão sobre buscar ou não assistência médica e que tratamento conduzir a fim de tratar seu

problema de saúde. O farmacêutico e a farmácia, nestes casos, convertem-se em verdadeira porta de entrada do

sistema de saúde e adquirem a responsabilidade de melhor servir a população, com profissionalismo, comodida-

de e segurança para o paciente.

Considera-se que o emprego de um medicamento isento de prescrição médica (MIP), somado a uma informação

adequada, pode produzir uma automedicação racional, segura e eficaz, e que, dessa forma, isso pode ser útil para os

sistemas de saúde e para a sociedade como um todo. A Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos

de Prescrição (ABIMIP) defende que a automedicação responsável deve se assentar sobre “4 regras de ouro”.

As quatro regras de ouro para uso responsável de medicamentos isentos de prescrição médica, segundo a ABIMIP.

1 Cuidar sozinho apenas de pequenos males ou sintomas menores, já diagnosticados ou conhecidos

2 Escolher somente medicamentos isentos de prescrição médica, devidamente registrados na Anvisa, de preferência com a ajuda de um farmacêutico

3 Ler sempre as informações da embalagem do produto antes de tomá-lo

4 Parar de tomar o medicamento se os sintomas persistirem. Nesse caso, o médico deverá ser consultado.

ABIMIP, Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição.

Como atender os pacientes no caso de sintomas meno-res?

No manejo desses problemas de saúde autolimitados, o objetivo essencial é ajudar os pacientes a tratarem seus

sinais e sintomas de forma segura, identificando situações mais graves que requerem assistência médica. Este é

um atendimento farmacêutico breve, que geralmente leva de 10 a 15 minutos. Da mesma forma que nos demais

serviços farmacêuticos, o profissional pode estruturar seu atendimento em 3 passos, conhecidos como os “3 As”:

Acolher, Avaliar e Aconselhar.

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PASSO 1. ACOLHER

O primeiro passo é escutar o paciente e compreender a demanda. Isso geralmente ocorrerá no balcão da far-

mácia, que em muitos casos não corresponde a um lugar apropriado para este atendimento, devido à falta de

privacidade. Acolher bem o paciente significa conduzi-lo a um local adequado da farmácia, que pode ser tanto

um espaço semiprivado como uma sala de serviços farmacêuticos. Outra forma de acolhimento é comunicar aos

clientes que o farmacêutico desta farmácia está apto a atender uma determinada lista de sintomas e condições

de saúde, de forma a garantir o uso seguro dos medicamentos. Isso pode ser feito de várias formas, desde infor-

mações nos encartes de promoção da farmácia, em folderes, displays posicionados no balcão ou nos caixas, e por

diversos outros meios. A partir desta comunicação, o cliente se sentirá mais confiante em relatar este tipo de

situação ao farmacêutico.

A equipe da farmácia também deve estar treinada e comprometida com este tipo de demanda dos clientes. Reco-

menda-se que a lista de sintomas e transtornos menores seja disponibilizada aos balconistas, com a instrução de

passar o atendimento ao farmacêutico sempre que estas demandas surgirem na farmácia. Este controle do fluxo

de atendimento no balcão é importante, pois canaliza o tempo limitado do farmacêutico para aquelas situações

que irão trazer maior impacto para a qualidade de atendimento da farmácia como um todo. Mostrar ao cliente

que sua necessidade será atendida de modo especial pelo farmacêutico gera segurança, fortalece o relaciona-

mento da farmácia com a comunidade e o posicionamento de sua marca no mercado.

• Escutar o paciente e compreender a demanda

• Proporcionar um local adequado ao atendimento

• Recomendação do tratamento

• Encaminhamento ao médico

• Identifique quem é o seu paciente

• Investigue a natureza dos sinais e sintomas

• Descubra desde quando os sintomas estão presentes

• Pergunte se o paciente já iniciou algum tratamento

• Verifique a presença de comorbidades e medicamentos em uso

• Considere outras situações especiais existentes

Acolher

Avaliar

Aconselhar

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16 PASSO 2. AVALIAR

A fim de proceder uma boa avaliação, o farmacêutico deverá ouvir atentamente e coletar dados sobre o paciente.

Ao final dessa anamnese, o farmacêutico deverá dispor de informação suficiente para tomar uma decisão sobre o

caso. Considerando o limite de tempo e as condições de atendimento normais de uma farmácia e drogaria, é acei-

tável que esta entrevista clínica semiestruturada foque-se apenas na avaliação da queixa principal do paciente.

Existem diversas técnicas disponíveis na literatura que podem auxiliar o farmacêutico a conduzir esta anamnese

de forma estruturada, inclusive sugeridas pelo Conselho Federal de Farmácia. Como base, memorize o acrônimo

INDICO (7), uma forma de criar um roteiro para a anamnese farmacêutica:

Acrônimo INDICO para avaliação farmacêutica frente a uma queixa do paciente

I N D I C OIdentificação do

pacienteNatureza dos

sinais e sintomas

Desde quando os sintomas

tiveram início

Iniciou algum tratamento?

Houve melhora?

Comorbidades e medicamentos

em uso

Outras situações especiais

I - Identifique quem é o seu paciente

Identifique os aspectos básicos referentes ao paciente que está sofrendo o sintoma (que nem sempre é a mes-

ma pessoa que procura pelo medicamento). É homem ou mulher? Qual a idade? Trata-se de uma criança, jovem,

adulto ou idoso? Aspectos menos objetivos também podem ser relevantes como estado de saúde aparente: O

paciente apresenta bom estado geral? Aparenta boa nutrição? Boa higiene pessoal? Articula-se com facilidade

ou apresenta dificuldade ao andar ou falar? (7).

N - Natureza dos sinais e sintomas

Compreenda o problema chave, a queixa principal, que trouxe o paciente à farmácia. Este geralmente compõe-

se de um ou dois sintomas primários, descritos pelo paciente em suas próprias palavras. Faça perguntas sobre a

história da queixa principal. Há sete fatores que compõe a história da queixa principal do paciente: i) localização,

ii) caracterização, iii) gravidade, iv) tempo, v) ambiente, vi) fatores que modificam e vii) sintomas associados. O

farmacêutico deve buscar conhecer a localização precisa dos sintomas, sua descrição específica, sua gravidade

(leve, moderada ou grave), em que momento do dia ou em que circunstâncias os sintomas surgem ou desapa-

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recem, fatores que geram alívio ou agravo e outros sintomas que possam ter surgido associados aos sintomas

principais. Estas informações permitem ao farmacêutico avaliar a gravidade real do problema e eventual neces-

sidade de exploração diagnóstica e atendimento médico. Consulte as principais causas possíveis, os exemplos

de perguntas da entrevista e as anormalidades referentes a cada condição específica presente neste manual (7).

D - Pergunte desde quando os sintomas estão presentes

A duração dos sintomas também faz parte da história da queixa principal e apresenta especial importância no

aconselhamento para uso de medicamentos isentos de prescrição médica. A duração do problema de saúde re-

presenta um dos mais importantes critérios, quanto à avaliação da necessidade de atendimento médico. Dife-

rentes transtornos podem ter diferentes períodos de evolução, desde horas (ex. cefaleia), dias ou semanas (ex.

constipação, diarreia) ou mesmo vários meses ou anos (ex. acne, dermatite seborreica). Há autores que recomen-

dam que transtornos com evolução superior a 7 dias devem ser sempre encaminhados ao médico. Este período

de tempo pré-determinado, entretanto, pode não ser adequado para vários problemas de saúde. Assim, consulte

as características clínicas específicas dos principais sintomas menores passíveis de tratamento na farmácia, a

fim de avaliar sobre a necessidade ou não de encaminhamento ao médico ou seleção de medicamento isento de

prescrição (7).

I - Pergunte se o paciente já iniciou algum tratamento

Em muitos casos, os pacientes procuram a farmácia após já terem tentado algum tipo de tratamento (farma-

cológico ou não), sem sucesso. Explore o uso de anterior de medicamentos para os sintomas atuais, pois isso

pode ajudá-lo a estimar a gravidade do problema, assim como na seleção de tratamento apropriado. Geralmen-

te, sintomas cujo tratamento anterior tenha falhado indicam maior gravidade. Casos em que um medicamento

aparentemente adequado já tenha sido utilizado, sem evolução positiva dos sintomas, indicam necessidade de

encaminhamento ao médico. Por outro lado, o farmacêutico deve observar se o paciente utilizou o medicamento

adequado ao caso e de que forma (regime terapêutico). Em muitos casos, falhas no tratamento dos sintomas de-

vem-se a utilização incorreta dos medicamentos, mesmo em problemas de saúde menores (7).

C - Verifique a presença de comorbidades e medicamentos em uso

Muitos pacientes apresentam doenças crônicas ou outras condições clínicas concomitantes, que podem indicar

maior gravidade dos sintomas apresentados (p.ex. sintomas respiratórios, que podem representar agravamento

em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva), assim como limitar o espectro de medicamentos isentos de

prescrição médica (p.ex. uso de descongestionantes nasais sistêmicos em pacientes com hipertensão arterial).

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18 Por isso, conhecer essas condições é de extrema importância na avaliação do paciente. O uso de medicamen-

tos contínuos também deve ser investigado, pois podem tanto representar contraindicações ao uso de certos

medicamentos (p.ex. AINES em pacientes sob uso de anticoagulantes orais), como podem ser a própria causa da

sintomatologia relatada. Muito frequentemente, pacientes sofrendo reações adversas a medicamentos interpre-

tam seus sintomas como sendo novos problemas de saúde, de causa menor, buscando tratamento sintomático

na farmácia (p. ex. tosse causada por inibidores da ECA). Casos como esses indicam necessidade de encaminha-

mento ao médico, preferentemente acompanhado de informe escrito emitido pelo farmacêutico, pois exigirão

reavaliação da prescrição.

O - Considere outras situações especiais existentes

Existem situações especiais que podem orientar o farmacêutico em sua tomada de decisão. Gravidez e lactação,

particularmente, representam condições que podem limitar significativamente as opções de tratamento na farmá-

cia, ao mesmo tempo em que precipitam o surgimento de vários tipos de sintomas considerados menores (p.ex.

fraqueza, náuseas e constipação). Além disso, o risco de teratogenicidade, ou a passagem do medicamento para o

leite materno, requerem que o farmacêutico saiba interpretar informações sobre o risco do uso de certos medica-

mentos nesses períodos. A classificação mais conhecida de risco na gravidez foi desenvolvida pelo FDA Americano

e subdivide os medicamentos em A, B, C, D e X. Experiências anteriores de reações alérgicas a medicamentos tam-

bém devem ser investigadas antes da seleção de medicamentos isentos de prescrição. Trata-se de uma pequena

precaução que pode fazer grande diferença. Histórico de hipersensibilidade e risco X constituem duas condições de

contraindicação absoluta que podem representar a diferença entre o sucesso e o desastre terapêutico. Finalmente,

aspectos referentes às condições socioeconômicas do paciente, assim como acesso a serviços de saúde, devem ser

levados em consideração, pois podem influenciar diretamente o tipo de tratamento a ser recomendado por você,

assim como as instruções referentes ao encaminhamento para outros serviços de saúde (7).

PASSO 3. ACONSELHAR

O conteúdo do seu aconselhamento ao paciente pode incluir os tratamentos recomendados, tanto não-farma-

cológicos como com medicamentos, e/ou os motivos pelos quais você julga importante que o paciente procure

atendimento médico. O ponto crucial do aconselhamento neste caso é criar uma “rede de segurança” ao redor do

paciente. Isto é, informá-lo sobre “quem”, “quando” e “como” procurar, casos os sintomas piorem, ou o tratamento

recomendado não faça o efeito esperado.

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Neste manual, para cada condição apresentada, estão listadas as situações nas quais é necessário atendimento

médico.

Encaminhamento ao médico

Caso você decida encaminhar o paciente ao médico, faça isso de forma clara e cautelosa, de modo que o paciente

compreenda seu estado e siga as orientações. Diferencie claramente casos de maior gravidade, que requerem

atendimento imediato, daqueles de gravidade leve ou moderada que não exigem encaminhamento de urgência.

Muitas vezes, ainda, a necessidade de encaminhamento não exclui o tratamento com MIPs. Tratar os sintomas

por período definido e encaminhar pode ser a melhor alternativa para várias situações.

Sempre que possível, faça este encaminhamento ao médico por escrito, utilizando a declaração de serviço farma-

cêutico ou um papel timbrado da farmácia, como no exemplo a seguir:

• Identificação do estabelecimento farmacêutico ao qual o farmacêutico está vinculado.

• Nome completo e contato do paciente.

• Descrição da terapia não farmacológica ou de ou-tra intervenção relativa ao cuidado do paciente, quando houver, por exemplo, encaminhamento do paciente a outro profissional da saúde.

• Data do atendimento.

• Nome completo do farmacêutico, assinatura e número de registro no Conselho Regional de Farmácia.

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Recomendação do tratamento

Você pode recomendar tanto medidas não-farmacológicas como medicamentos e ambas possuem a mesma im-

portância. Crie o hábito de escrever na declaração de serviço farmacêutico também as medidas não-farmacoló-

gicas prescritas. Caso decida pelo uso de medicamentos, considere o arsenal isento de prescrição disponível e

as características do paciente. Uma dica importante é criar listas pessoais de MIPs disponíveis na sua farmácia.

Nestes casos, considere sempre pelo menos duas opções para cada indicação clínica.

O primeiro passo para se prescrever bem medicamentos e medidas não-farmacológicas é definir claramente os

objetivos do tratamento. O que se pretende atingir com o uso do medicamento: cura, alívio do sintoma, prevenção

de uma doença, etc. Deve-se atentar para definição clara desses objetivos, incluindo indicadores de alcance e prazo

(metas). Consulte neste manual os principais objetivos do tratamento para cada condição clínica apresentada.

Quando recomendar o medicamento, forneça instruções completas ao paciente. Isso inclui nome do medicamen-

to, propósito do tratamento, dose, frequência e duração a ser seguida, e ainda instruções adicionais específicas

Pacientes difíceis

Quando decidir encaminhar, você poderá se deparar com clientes difíceis. Muitos pacientes aceitam o conselho de

ir ao médico sem questionar, enquanto outros podem se mostrar bastante resistentes. Sempre enfatize suas orien-

tações com bom senso, mas também respeite o paciente, entendendo que estes são livres para tomar suas próprias

decisões (7). Em casos de pacientes relutantes, alguns comentários podem auxiliar você a portar-se elegantemente:

Você pode usar o produto que quiser, mas eu o aconselharia a visitar um médico primeiro

Se fosse meu filho, eu levaria ao médico

Se você vai levar o produto de qualquer forma, por favor, esteja seguro para

explicar ao paciente sobre os problemas dos quais falamos

Eu sinceramente não acredito que o produto irá resolver seu problema, mas se você quer usar de qualquer

forma, seja cuidadoso...

Você se importa se eu telefonar mais tarde para verificar se o seu proble-ma está melhorando ou piorando?

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para administração correta do medicamento, caso existam. Forneça esta recomendação sempre por escrito, e

não se esqueça de pedir ao paciente que repita para você as instruções fornecidas (Por exemplo, “só para ter cer-

teza de que não nos esquecemos de nada, o(a) senhor(a) poderia me dizer como irá tomar este medicamento?”).

Finalmente, tão importante quanto avaliar e orientar o paciente na escolha do medicamento é educá-lo para o

autocuidado daquele momento em diante. Oriente o paciente sobre o que fazer caso os sintomas não melhorem

com as medidas adotadas e quanto tempo esperar até os efeitos do tratamento surgirem. Não há necessidade

de acompanhar a evolução de todos os pacientes que você atende, mas peça ao paciente que retorne à farmácia

quando possível, para lhe dizer como foi o resultado, e agende uma ligação dias após o atendimento para aqueles

pacientes que você julgar mais graves.

Como redigir suas orientações ao paciente

Segundo o Conselho Federal de Farmácia, a prescrição farmacêutica é definida como “ato pelo qual o farma-

cêutico seleciona e documenta terapias farmacológicas e não farmacológicas, e outras intervenções relativas ao

cuidado à saúde do paciente, visando à promoção, proteção e recuperação da saúde, e à prevenção de doenças e

de outros problemas de saúde”. De acordo com a Resolução nº 586 de 29 de agosto de 2013, a prescrição farma-

cêutica deverá ser redigida em português, por extenso, de modo legível, observados a nomenclatura e o sistema

de pesos e medidas oficiais, sem emendas ou rasuras. Veja a seguir um exemplo:

• Identificação do estabelecimento farmacêutico ao qual o farmacêutico está vinculado

• Nome completo e contato do paciente

• Descrição da terapia farmacológica quando houver, incluindo as seguintes informações: a) nome do medicamento ou formulação, concen-tração/dinamização, forma farmacêutica e via de administração; b) dose, frequência de administra-ção do medicamento e duração do tratamento; c) instruções adicionais, quando necessário

• Descrição da terapia não farmacológica ou de outra intervenção relativa ao cuidado do pacien-te, quando houver

• Data do atendimento

• Nome completo do farmacêutico, assinatura e número de registro no Conselho Regional de Farmácia;

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22 ACNE (8,9)

O que é?

Acne vulgaris é uma doença do aparelho pilossebáceo. Quatro fatores

estão envolvidos: hiperqueratinização folicular, aumento da produção de

sebo, propionibacterium acnes dentro do folículo e resposta inflamatória.

A acne é uma doença do canal folicular de um folículo sebáceo (1). Um estrato cór-

neo compacto e uma camada granular engrossada na infrainfundíbulo são o início

da formação de um comedão, ou cravo (1 e 2). Microcomedões tornam-se fecha-

dos ou abertos (3). Secreção excessiva de sebo ocorre, e a bactéria P. acnes proli-

fera-se exacerbadamente. O organismo produz fatores quimiotáticos, levando a

migração de neutrófilos para o cravo intacto. Enzimas neutrofílicas são liberadas e

a ruptura do cravo, induz um ciclo de quimiotaxia neutrofílica e inflamação intensa

(4 a 7).

Quais são as causas possíveis?

CAUSAS COMUNS

• Hiperandrogenismo (síndrome do ovário poli-cístico, hiperplasia adrenal congênita, tumores adrenais ou ovarianos)

• Sabões, detergentes e adstringentes

• Oclusão mecânica pilossebácea (golas altas, alças de sutiã, moldes ortopédicos, produtos capilares oleosos)

• História familiar

• Estresse psicológico

• Obesidade

• Consumo excessivo de leite

• Não existem evidências suficientemente robustas que indiquem que outros fatores alimentares pos-sam influenciar no desenvolvimento de acne

MEDICAMENTOS

• Glicocorticoides

• Fenitoína

• Lítio

• Isoniazida

• Inibidores do receptor do fator de crescimento epidérmico

• Iodetos

• Brometo

• Andrógenos

• Corticotropina

• Ciclosporina

• Dissulfiram

• Psoralênicos

• Tioureia

• Vitaminas B2, B6 e B12

• Azatioprina

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O que devo perguntar ao paciente?

Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico?

ENTREVISTA

• Há quanto tempo você tem acne?

• Você mudou alguma coisa em seus hábitos (cos-méticos) que possa ter piorado o quadro?

• Você tem passado por algum fator estressante?

• Você tem ovário policístico ou hirsutismo?

• Você está utilizando algum medicamento? Qual?

Características

• Acne associada a sintomas sistêmicos

• Acne com resposta inflamatória exa-cerbada

• Acne associada a hirsutismo e/ou cólicas menstruais

ANORMALIDADES

Associação possível

• Acne grave ou outras condições sistêmicas

• Acne grave

• Hiperandrogenis-mo

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃOAcne fulminante

Erupção aguda de grandes nódulos inflamatórios e placas friáveis com crostas hemorrágicas associada a febre e artralgias sugere o diagnóstico de acne fulminante, uma doença sistêmica, com necessi-dade de tratamento sistêmico.

Acne conglobata

Forma grave de acne nodular, com necessidade de diagnóstico e ins-tituição de tratamento sistêmico.

Síndrome SAPHOAssociação rara de sinovite, acne, pustulose, hiperostose e osteíte, com necessidade de diagnóstico e instituição de tratamento sistêmico.

Síndrome PAPA

Doença autossômica dominante inflamatória, caracterizada por ar-trite piogênica estéril, pioderma gangrenoso e acne.

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24 CRITÉRIO INTERPRETAÇÃOAcne em crianças até

seis anos de idade

Manifestação incomum, em bebês pode indicar acne neonatal, e em crianças maiores pode indicar acne infantil, normalmente associada a hiperandrogenismo. Ambas as condições exigem diagnóstico e tra-tamento médico específico.

Acne associada a edema e/ou eritema facial

Complicação rara de acne que se apresenta como edema e/ou erite-ma de facial de partes moles. Essa forma de acne é também conheci-da como doença de Morbihan. A condição pode aumentar e diminuir em termos de gravidade, mas, geralmente, não se resolve espontane-amente sem instituição de tratamento sistêmico adequado.

Acne sem cravos com telangiectasias

A presença de telangiectasias (vasos sanguíneos pequenos e alarga-dos na pele) indica provável rosácea, com necessidade de investiga-ção adicional.

Quais são os objetivos do tratamento?

Reduzir o quadro inflamatório de acne. Diminuir cravos. Melhora da imagem pessoal e autoestima.

Que tratamentos eu posso recomendar?

CRIANÇAS >12 ANOS, ADULTOS E IDOSOS

Orientações gerais

• Utilização de produtos de limpeza a base de detergente sintético (pH de 5,5 a 7) 2 x/dia. O enxaguedeve ser com água morna (não quente).

• A pele não deve ser esfregada agressivamente, massagem suave com as pontas dos dedos é suficientepara a limpeza. Trauma mecânico repetitivo pode agravar a acne inflamatória e promover o desenvol-vimento de novas lesões de acne.

• Loções à base de água, cosméticos e produtos para o cabelo são menos comedogênicos do que osprodutos à base de óleo.

• Os pacientes devem ser aconselhados a não espremer suas lesões de acne, pois isso pode agravar cicatrizes.

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Primeira linha

• Peróxido de benzoíla (Benzac AC® / Solugel® / Acnase®)

□ Gel 25 mg/g (2,5%), 40 mg/g (4%), 50 mg/g (5%), 80 mg/g (8%) e 100 mg/g (10%)

° Adaptação: Aplicar na área das lesões 1-2 x/dia e deixar agir por 2 horas durante 4 dias, se bem tolerado, aumentar o tempo de aplicação por 4 horas por mais 4 dias e posteriormen-te durante a noite toda por mais 4 dias.

° Manutenção: Aplicar o produto 2 x/dia, de manhã e a noite, e deixar agir. O uso concomi-tante de bloqueador solar é recomendado.

• Peróxido de benzoíla +Ácido salicílico

• Peróxido de benzoíla + Enxofre (Acnase®)

□ Enxofre 20 mg + Peróxido de benzoíla 50 mg

° Adaptação: Aplicar na área das lesões 1-2 x/dia e deixar agir por 2 horas durante 4 dias, se bem tolerado, aumentar o tempo de aplicação por 4 horas por mais 4 dias e posteriormen-te durante a noite toda por mais 4 dias.

° Manutenção: Aplicar o produto 2 x/dia, de manhã e a noite, e deixar agir. O uso concomi-tante de bloqueador solar é recomendado.

Segunda Linha

• Ácido salicílico (Secatriz®)

□ Gel 3% - Aplicar nas lesões 1 x/dia

□ Loção adstringente 130 ml – 2-3 x/dia

□ Sabonete 90 g - Utilizar 2-3 x/dia

□ Lapiseira antiacne – Aplicar nas lesões 2-3 x/dia para corrigir imperfeições

• Ácido salicílico + enxofre (Actine® / Nixoderm® / Sastid® / Salder S® / Despin As® / Dermolimp®)

□ Sabonete 80g,110 g – Utilizar 2-3 x/dia

□ Creme 30 g – 2-3 x/dia

• Alfa-hidroxiácidos – presentes nas composição de diversos cosméticos

• Sabonetes antibacterianos: triclosan, iodopovidona e clorexidina

Reações alérgicas

Em casos de reações alérgicas ou irritação grave da pele durante o uso de produtos tópicos, o uso

do produto deve ser interrompido e atendimento médico deve ser aconselhado. Irritações leves,

podem ocorrer no período inicial de tratamento com peróxido de benzoíla.

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26 ALOPECIA (10–14)

O que é?

A alopecia ou “perda de cabelo” é uma queixa clínica comum que representa a manifestação de uma grande variedade de distúrbios. Embora a causa da perda de cabelo é facilmente diagnosti cada em al-guns casos, como em pacientes que se apresentam com queda de cabelo clássica ou desigual devido à alopecia areata, o diagnósti co de perda de cabelo também pode ser um desafi o.

O que mais eu preciso saber?

Os folículos pilosos são as estruturas fundamentais do cabelo, estes apresentam ciclos ao longo da vida, caracterizados por períodos de crescimento (anágeno), transformação (catágeno) e repouso (telógeno). Nos seres humanos, o cabelo não apresenta ciclo síncrono, o que signifi ca que o ciclo de um folículo independe do dos outros, evitando a queda em massa do cabelo. A alopecia pode ocorrer devido a distúrbios de ciclismo de cabelo, condições infl amatórias que danifi cam os folículos pilosos, ou anomalias hereditárias ou adquiridas em fi os de cabelo.

Como classifi car?

As principais linhas divisórias para as várias formas de perda de cabelo são a disti nção entre alopecia cicatricial (cicatrizes), não-cicatricial e devido a distúrbios estruturais do cabelo. Alopecia induzida por quimioterápicos apesar de normalmente representar um ti po de alopecia não-cicatricial, apresen-ta importância ímpar, devido a morbidade psicológica associada.

MEDICAMENTOSOs principais medicamentos relacionados à alopecia são os quimioterápicos citotóxicos. Esses medicamentos atacam células que se dividem rapidamente no organismo, incluindo as células da matriz capilar. Isto pode resultar em perda de cabelo. A capacidade de quimioterápicos para causar a perda de cabelo depende da via, dose e esquema de adminis-tração. De maneira geral regimes de quimioterapia intravenosa intermitente e combinações de medicamentos estão associados com uma alta incidência de alopecia. Os principais medicamentos associados à alopecia são: ciclofosfamida, dacti nomicina, doxorrubicina, irinotecano, paclitaxel, docetaxel e topotecano. Em menor proporção, uma grande variedade de medicamentos pode causar alopecia, parti cularmente efl úvio telógeno, tais como, alopurinol, androgênicos, estati nas, anti coagulantes, anti convulsivantes, anti micóti cos, anti ti reoidianos, betabloqueadores, anti -infl amatórios não esteroidais e etc.

ALOPECIA CICATRICIAL

Doenças infl amatórias do couro cabeludo que levam à cessação irreversível do ciclismo do cabelo e perda de cabelo permanente.

ALOPECIA NÃO-CICATRICIAL

Condições onde o folículo piloso não está permanentemente danifi cado, tornando novo crescimento espon-tâneo ou induzido por tratamento uma possibilidade.

ALOPECIA ESTRUTURAL

Anormalidades estruturais do cabelo que resultam em cabelos quebradiços ou frágeis pode levar a ruptura do cabelo ou apareci-mento de falha.

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Quais são as características dos diferentes tipos de alopecia?

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Page 30: Manual 6 - MIOLO 2016/2017 Completo 6... · 2021. 3. 10. · 21 Acne 25 Alopecia 33 Constipação intestinal 39 Dermatite Seborreica 43 Dermatofitoses 46 Diarreia 50 Dispepsia 54

30

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Page 31: Manual 6 - MIOLO 2016/2017 Completo 6... · 2021. 3. 10. · 21 Acne 25 Alopecia 33 Constipação intestinal 39 Dermatite Seborreica 43 Dermatofitoses 46 Diarreia 50 Dispepsia 54

31

Man

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Page 32: Manual 6 - MIOLO 2016/2017 Completo 6... · 2021. 3. 10. · 21 Acne 25 Alopecia 33 Constipação intestinal 39 Dermatite Seborreica 43 Dermatofitoses 46 Diarreia 50 Dispepsia 54

32 O que devo perguntar ao paciente?

Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico?

Entrevista

• Você consegue dizer quando começou a ter queda capilar? Isso foi há quanto tempo?

• Você tem notado que a condição tem piorado ou progredido nos últimos anos?

• Houve algum fator precipitante, que possa ter induzido a queda capilar?

• Outras pessoas na sua família tem perda capilar?

• Você faz escova,chapinha ou tratamento químico com frequência?

• Você teve apresentou alguma alteração hormonal recente?

• A queda é localizada ou contempla o couro cabeludo de modo geral?

• Você tem ou teve alguma doença inflamatória capilar ou sistêmica?

• Você está em tratamento quimioterápico?

• Posso ver seu couro cabeludo? (Nesse momento avalie a distribuição da queda, e a possível presen-ça de cicatrizes, lembre-se que a alopecia androgenética representa o tipo mais comum de calvice. Investigue também possíveis fatores que podem estar levando ao quadro, como estresse físico e psicológico, tração, pressão e mudanças hormonais).

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃO

Perda de cabelo associada a quadros inflamatórios locais

Podem indicar casos de alopecia cicatricial, e necessitam de intervenção precoce na causa subjacente (quando ela exis-te) a fim de instituir tratamento adequado para minimizar danos e propiciar o crescimento capilar.

Alopecia associada a placas endurecidas eritematosas ou cor da pele, pápulas foliculares.

Pode estar associada à micose fungoide ou linfoma cutâneo.

Queda capilar difusa aguda ou crônica associada a pós-par-to, interrupção do uso de pílulas anticoncepcionais ou de reposição hormonal, infecções e doenças acompanhadas de febre alta, traumas físicos e/ou emocionais, em ausência de normalização em 3-6 meses.

Podem indicar causa subjacente ativa de eflúvio telógeno, necessidade de investigação e gestão causal.

Alopecia ligada a transtornos psicológicos com arrancha-mento de cabelos.

Necessidade de tratamento causal.

Quais são os objetivos do tratamento?

Cessar a queda capilar, e estimular o crescimento de fios em novos folículos.

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33

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Que tratamentos eu posso recomendar?

ADULTOS E ADOLESCENTES (>18 ANOS)

Alopecias não-cicatriciais

• Minoxidil tópico Solução 2% (20 mg/mL) e 5% (50 mg/mL) frasco 50ml e 60ml (Regaine® / Aloxidil®).

□ Aplicar 1 mL do produto, 2 vezes por dia (de manhã e à noite, 30 minutos antes de deitar), duran-te pelo menos 4 meses, ou por período individualizado, o paciente deve ser acompanhado mês a mês. A dose diária não deve ultrapassar 2 ml/dia. O produto deve ser aplicado apenas no couro cabeludo. Não utilizar se o couro cabeludo estiver inflamado, eritematoso, infectado, irritado ou dolorido, pois pode haver aumento da absorção do produto.

• Solução 5% apresenta maior efetividade do que solução de 2%.

• Os primeiros cabelos que crescerem podem ser mais fracos, menos espessos e menos coloridos do que os já existentes. Com a continuação do tratamento os novos cabelos vão ficando da mesma cor e espessura dos demais.

• O crescimento do cabelo pode ser visto dentro de quatro a oito meses e se estabiliza em 12-18 meses.

ADOLESCENTES E ADULTOS

Eflúvio telógeno

• Agudo: Geralmente associado a fatores causais, tais como, cirurgia de grande porte, parto, perda rápida de peso, deficiência nutricional, profundo estresse emocional. Nesses casos recomenda-se a gestão do distúrbio subjacente, e acompanhamento. Geralmente autolimitado.

• Crônico: Comumente associado à alopecia androgenética – ver tratamento padrão.

E se o paciente quiser interromper o tratamento?

O paciente deve ser aconselhado a não suspender abruptamente o tratamento, pois isso pode levar a queda dos cabelos adquiridos em 3 a 4 meses. A interrupção gradual pode minimizar esse efeito, entretanto, ainda assim pode haver perda de cabelos adquiridos.

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34

Quais são as causas possíveis?

CAUSAS COMUNS

• Anorexia

• Doença de Parkinson

• Doença intestinal (ex. diverticulite)

• Fatores psicológicos

• Gestação

• Hemorroidas

• Hipocalemia (hipopotassemia)

• Hipotireoidismo

• Ingesta insuficiente de água e fibras

• Insuficiência renal crônica

• Mudança repentina de hábitos (ex. viagens)

• Negligência ao reflexo gastrocólico

• Sedentarismo

• Síndrome do cólon irritável

• Transição alimentar (dieta líquida → sólida)

• Envelhecimento

MEDICAMENTOS

• Analgésicos opioides (ex. morfina)

• Antiácidos contendo alumínio

• Anticolinérgicos

• Anticonvulsivantes

• Antidepressivos

• Anti-histamínicos

• Antipsicóticos

• Benzodiazepínicos

• Bloqueadores de canais de cálcio

• Diuréticos

• Suplementos de cálcio

• Suplementos de ferro

O que é?

Episódio de alteração do hábito intestinal normal (hábito normal varia de 1x

em 3 dias até 3x ao dia). Caracteriza-se por aumento do intervalo de tempo

entre as deposições e dificuldade para evacuar, geralmente acompanhada de

aumento da consistência e calibre das fezes, dor ao evacuar, medo de evacuar,

retenção fecal, escape fecal, fissura anal, até sangramento retal.

CONSTIPAÇÃO INTESTINAL (15–18)

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35

Man

ual 6

. Au

tocu

idad

o

Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico?

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃO

Constipação persistente por 2 semanas ou mais, sem causa identificada

Sintomas persistentes indicam causa secundária, que requer diagnóstico médico. Considerar o episódio atual, pois muitos pacientes referem o problema há anos (história de constipação crônica).

Cólica, distensão abdominal, náusea e vômito Podem indicar obstrução intestinal grave

Presença de sangue nas fezes

Fezes com sangue, cor vermelha, âmbar ou negra. Podem indicar carci-noma ou doenças infecciosas. Lesões anais, perianais e hemorroidas tam-bém podem produzir sangramento, geralmente em menor quantidade e vermelho vivo. O sangue pode aparecer nas fezes ou no papel higiênico.

História de cirurgia no intestino (Colostomia ou ileostomia)

A constipação pode estar relacionada a uma complicação da cirurgia.

Constipação alternada com diarreiaEm idosos, pode indicar compactação fecal ou excesso de fezes. Em jovens, pode indicar síndrome do cólon irritável ou doença diverticular.

Constipação associada a ganho de peso, letar-gia, queda de cabelo e pele seca

Pode indicar hipotireoidismo

Constipação associada a perda de peso e perda do apetite

Pode indicar carcinoma

Suspeita de reação adversa a medicamento prescrito

Investigar uso de medicamentos que causam constipação. Recomendar consulta médica para revisão do tratamento, caso os sintomas não me-lhorem com autocuidado ou espontaneamente.

Constipação associada a dor abdominal difusa e vômitos

Pode indicar quadro de apendicite.

Específicos para alguns pacientes: Facilitar a evacuação em pacientes com retenção fecal. Normalizar a função intestinal em pacientes com dificuldade evacuatória. Evitar ou reduzir o uso abusivo de laxantes estimulantes Gerais para todos os pacientes: Reduzir o desconforto e os sintomas associados. Prevenir a ocorrência de episódios de constipação no futuro.

Quais são os objetivos do tratamento?

ENTREVISTA

• Há quanto tempo está tendo constipação?

• Quando foi sua última evacuação?

• Alguma mudança recente na sua alimentação?

• Você tem tido diarreia, alternada com constipação?

• Como está a aparência das fezes? [cor, presença de sangue / muco, consistência (líquidas?), fezes finas]

• Alguma mudança recente no tamanho das fezes?

• O que faz o sintoma melhorar ou piorar?

• Tem sentido alguma dor abdominal?

• Perdeu peso recentemente?

• Que medicamentos sob prescrição você utiliza?

• Que medicamentos você já tomou para constipa-ção? Funcionou?

CARACTERÍSTICAS

• Constipação alter-nada com diarreia

• Fezes claras e esfa-reladas

• Fezes finas

• Fezes aumentam com alimentos ricos em fibra

• Sangue

• Muco

• Perda de peso

ANORMALIDADES

ASSOCIAÇÃO POSSÍVEL

• Carcinoma de cólon ou doença diverticular

• Obstrução hepatobiliar

• Carcinoma de cólon

• Constipação induzida por dieta

• Colite ulcerativa, carci-noma de cólon

• Colite ulcerativa

• Carcinoma de cólon

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36 Que tratamentos eu posso recomendar?

CRIANÇAS

Orientações gerais

• Ingestão adequada de fibras (92)

□ ≤2 anos - 5 g/dia (Em média uma porção de fruta ou legume fornece 1g de fibra)

□ 2-5 anos - 7-15 g/dia

• Ingestão adequada de líquidos (93)

□ Ingestão mínima peso-dependente: 5 kg – 500 ml; 10 kg - 960 ml; 15 kg - 1260 ml; 20 kg – 1500 ml

• Em casos de constipação induzida por leite de vaca – orientar ingestão diária máxima de 475-700 ml e/ou teste com leite de soja enriquecido com cálcio ou fórmula de transição comercial (94,95).

Constipação Aguda – Retenção Fecal (96)

• Frutas contendo sorbitol (maçã, ameixa seca, pera)

• Polietilenoglicol / Macrogol (Muvinlax®) – Preparo: 1 sachê de 14g deve ser dissolvido em 125 ml (0,11 g/ml). A solução preparada deve preferivelmente ser administrada de maneira imediata, se ne-cessário armazenamento da solução diluída, esse não deve ultrapassar 24 horas.

□ Idade >2 anos – 0,8 g/kg/dia (de 0,3 a 1,4 g/kg/dia, por até 6 dias consecutivos)

° Multiplique o peso da criança por 0,8 para obter pessoa quantidade de medicamento ne-cessária em gramas. Em seguida divida o valor encontrado por 0,11, para obter a quanti-dade necessária a ser administrada em ml.

• Óleo mineral

□ Idade >6 anos - ½ colher de sopa à noite ou pela manhã (5-15 ml/dia)

• Supositório de glicerina ou estimulação retal com termômetro retal lubrificado (podem ser utilizados ocasionalmente se há fezes duras no reto. Essas intervenções não devem ser utilizadas com frequên-cia, porque pode desenvolver tolerância; além disso, a glicerina pode irritar a mucosa retal ou ânus).

• 1 supositório/dia, colocado à noite antes de dormir.

Constipação Recorrente – Dificuldade evacuatória

• Dose inicial de laxante osmótico para eliminar fezes endurecidas (por 1-2 dias) (96–98):

□ Lactulose (Lactulona®): lactentes - 5 ml/dia; 1-5 anos – 5-10 ml/dia; 6-12 anos – 10-15 ml/dia;I-dade >12 anos: 15 a 30 ml/dia.

□ Sorbitol solução + laurilsulfato de sódio (retal) (Minilax®): >2 anos - 1 bisnaga 6,5 g/dia.

□ Polietilenoglicol (PEG) / Macrogol – 0,8 g/kg/dia (de 0,3 a 1,4 g/kg/dia).

• Suplementos de fibras (a fim de alcançar ingestão de 14g a cada 1000 kcal da dieta). Para serem efetivos, esses devem ser associados a ingestão de 960-1920 ml de água ou outros líquidos não lácteos por dia.

□ Plantago ovata (Psyllium) (Metamucil®, Agiloax®): 6-12 anos - meio sachê (2,9g) ou meia dose, diluído em 240ml de água ou outro líquido, de 1 a 3 vezes ao dia.

□ Metilcelulose: 1 cpr até 6x/dia, cada dose deve ser ingerida com pelo menos 300ml de água.

□ Dextrina de trigo: crianças de 7-11 anos - duas colheres de chá (3,5g / um sachê), uma vez ao dia.

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ADOLESCENTES E ADULTOS

Constipação sem compactação – Dificuldade evacuatória

Primeira linha

• Mudanças dietéticas, com ingestão adequada de fibras (20 a 35 g/dia) e fluídos (2 litros/dia) (99,100).

• Suplemento de fibras – formadores de massa (Os pacientes devem ser advertidos de que o consumo de grandes quantidades de fibras pode causar inchaço abdominal ou flatulência; este pode ser mo-dulado, iniciando com quantidades pequenas, aumentando lentamente o consumo de acordo com a tolerância e eficácia) (99,100).

□ Plantago ovata (Psyllium): 1 sachê (5,85 g ou 1 colher de sobremesa), dissolvido em um copo de água, até 3x/dia.

□ Metilcelulose: 3-6 comprimidos administrados 2x/dia (4-6 g/dia).

□ Dextrina de trigo: duas colheres de chá (3,5g / um sachê), em 120 mL de líquido, frio ou quente. Não utilizar mais que 8 colheres de chá (4 sachês) por dia (até 14g de produto por dia).

□ *O tratamento com suplementação de fibras deve ser utilizado até que mudanças alimentares, e ingestão de fluídos, sejam instituídos para normalização da função intestinal.

Segunda linha

• Laxantes osmóticos açúcares

□ Polietilenoglicol (PEG): sachê 14g - iniciar com 1-2 sachês/dia, VO, ingeridos de preferência pela ma-nhã. O conteúdo do sachê deve ser dissolvido completamente em um copo (125 mL) de água, chá ou suco. A dose pode ser ajustada conforme necessidade do paciente até máximo de 5 sachês/dia.

□ Glicerina: supositório 2392 mg - 1 supositório/dia, conforme o necessário.

□ Lactulose: solução 667 mg/ml - 10-20 g/dia (15-30 mL) VO; dose pode ser titulada até máximo de 90-150 ml/dia.

□ Sorbitol: oral (solução 70%) - 30-150 ml/dia. Enema retal (solução 25-30%) – 120 ml.

Terceira linha

• Laxantes osmóticos salinos (atenção especial deve ser dada a pacientes com insuficiência renal devido a risco de hipermagnesemia)

□ Fosfato de sódio (Phosfoenema®) (1 mL contém fosfato de sódio monobásico 160 mg + fosfato de sódio dibásico 60 mg) – 100 ml via retal

□ Lauril sulfato de sódio: Lauril sulfato de sódio + sorbitol (714 + 7,70mg), via retal – 1-2 bisnagas 6,5 g/dia

□ Atenção: Consumo excessivo de fibras deve ser evitado em crianças com comportamentos de retenção de fezes ou uma história de fecaloma.

Contraindicações

• Laxantes estimulantes (por exemplo: sene, bisacodil), óleo mineral, e enemas devem ser evitados em lactentes devido aos seus potenciais efeitos adversos (96). Não utilizar óleo mineral em crianças <6 anos, pelo risco de aspiração.

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38 □ Hidróxido de magnésio: 400 mg/5 mL - 30-60 ml/dia, 1x/dia, ou em doses divididas; 800 mg/5

mL: 15-30 ml/dia, 1x/dia, ou em doses divididas.

• Surfactantes ou emolientes (eficácia limitada em monoterapia) (101–103)

□ Docusato de sódio: cpr associado (docusato de sódio 60 mg - bisacodil 5 mg (Humectol D®) – 1-2 cpr/dia; cpr 50mg – 50 mg até de 6/6h VO.

• Laxantes estimulantes ou irritativos (*Ingestão diária contínua destes agentes pode estar associada com hipocalemia, enteropatia com perda proteica e a sobrecarga de sal. Assim, esses medicamentos devem ser usados com cautela, e não ingeridos cronicamente) (104,105).

□ Bisacodil (Dulcolax® / Bisalax® / Lacto purga® / Ducodil®): cpr 5 mg – 5-10 mg/dia VO por no máximo 3-5 dias. Picossulfato de sódio (Guttalax®): solução 7,5 mg/ml ou pérolas gelatinosas 2,5 mg – 5-10 mg, em dose única VO por no máximo 3-5 dias.

□ Sene assoc. (Tamaril® / Naturetti®): cpr 100mg – 200 mg/dia VO por no máximo 3-5 dias.

□ Cáscara sagrada: cps 250 mg – 500 mg/dia por no máximo 3-5 dias.

□ Ácido ricinoléico (Óleo de rícino): 15-60 ml/dia VO por no máximo 3-5 dias.

*O uso contínuo ou prolongado, indica a necessidade de avaliação causal e medidas específicas para sua gestão.

Constipação Aguda – Retenção fecal

Tratamento inicial (descompactação)

• Supositórios de glicerina ou bisacodil como abordagem inicial.

• Enema com óleo mineral ou água morna ou fosfato de sódio dibásico 0,06g/mL e fosfato de sódio mo-nobásico 0,16g/mL (Fleet enema).

Tratamento pós-descompactação

• Sorbitol, lactulose ou macrogol a cada dois, até normalização do trânsito intestinal.

• Óleo mineral: 1-2 colheres de sopa à noite, e outra no dia seguinte ao despertar.

IDOSOS

As doses geriátricas são as mesmas recomendadas para adulto, entretanto, o tratamento deve ser iniciado com as menores doses possíveis, e monitorado com maior cautela, visto a maior possibilidade de eventos adversos.

Primeira linha

• Aumento da ingestão de líquidos e exercícios (106,107)

• Aconselhar estabelecimento de padrão regular de tentativa de defecação – reflexo condicionado (me-lhores horários: após acordar, após refeições) (108,109)

• Ingestão diária de fibras 20 a 25 g/dia (110)

• Laxantes formadores de massa (111):

□ Psyllium: 1 sachê (5,85 g ou 1 colher de sobremesa), dissolvido em um copo de água (240 ml), até 3x/dia.

□ Metilcelulose: 3-6 comprimidos administrados 2x/dia (4-6 g/dia).

□ Dextrina de trigo: duas colheres de chá (3,5g / um sachê), em 120 mL de líquido, frio ou quente. Não utilizar mais que 8 colheres de chá (4 sachês) por dia (até 14g de produto por dia).

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Segunda linha

Laxantes osmóticos açúcares: Polietilenoglicol (PEG), Glicerina, Lactulose, Sorbitol (112,113).

Segunda linha

• Laxantes osmóticos salinos: Fosfato de sódio, Lauril sulfato de sódio, Hidróxido de magnésio (*atenção especial deve ser dada a pacientes com insuficiência renal, risco de hipermagnesemia).

• Laxantes estimulantes ou irritativos: bisacodil, sene (105,114).

Uso cauteloso

• Supositório de glicerina e enema aquoso – Reservados para situações de risco de compactação, uso deve ser cuidadosamente monitorado por profissionais de saúde (115).

Constipação Aguda – Retenção fecal Tratamento inicial (descompactação)

• Descompactação digital

• Enema com água morna ou óleo mineral

Tratamento pós-descompactação

• Macrogol

• Investigar e eliminar possíveis causas de compactação

Contraindicações

• Fleet enema, e óleo mineral (particularmente em pacientes com problemas de deglutição), devem ser evitados devido ao alto risco de eventos adversos.

ABUSO DE LAXANTES

• Educação para pacientes em uso crônico e/ou abusivo de laxantes deve envolver esforços para reduzir a dependência de laxantes e aumentar a ingestão de líquidos e fibras. Os pacientes que são dependentes de laxantes devem ser aconselhados a tentar reduzir sua utilização, uma vez que novas medidas para melhorar o funcionamento do intestino, como ingestão de fibras e lí-quido, são iniciadas (18). No início da retirada o uso eventual de laxantes osmóticos açúcares, tais como a lactulose, pode ser uma alternativa para evitar a compactação das fezes.

• Os pacientes devem ser aconselhados a tentar defecar após as refeições, se beneficiando dessa forma do aumento pós-prandial normal na motilidade do cólon. Isto é particularmente importante na parte da manhã, quando a atividade motora do cólon é mais elevada (18).

• Pequenos ensaios clínicos, com Bifidobacterium lactis DN-173 010, Bifidobacterium lactis BB12, Lactobacillus casei Shirota e E. coli 1917 Nissle, tem demonstrado benefício da uti-lização desses compostos, entretanto, ensaios maiores ainda são necessários antes de sua utilização ampla na gestão de constipação. Como alternativa, de maneira geral, probióticos alimentares, tais como iogurtes e produtos lácteos enriquecidos, podem ser recomendados na gestão da constipação leve a moderada.

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40 DERMATITE SEBORREICA (19–28)

O que é?

A dermati te seborreica é uma condição crônica, recidivante, e se manifesta geralmente de forma leve em

crianças e em adultos. A gravidade pode variar desde mínima descamação assintomáti ca do couro cabelu-

do (caspa) até uma distribuição mais ampla. Dermati te seborreica tem uma incidência bifásica, ocorrendo

em crianças entre as idades de 2 semanas a 12 meses, e mais tarde, durante a adolescência e a idade adulta.

Quais são as causas possíveis?

A causa da dermati te seborreica não é conhecida. Não se trata de uma doença das glândulas sebáceas, entretan-

to, essas parecem ser necessárias para o desenvolvimento da condição, como indicado pela predileção por locais

do corpo com maior número de glândulas sebáceas e maiores glândulas sebáceas (face, couro cabeludo, tronco

superior, meato auditi vo externo e área genital). Além disso, a forma infanti l é comum no início do primeiro ano

de vida, quando a transferência transplantaria de andrógenos maternos esti mula o crescimento das glândulas

sebáceas do lactente. As glândulas sebáceas podem desempenhar papel permissivo na patogênese da dermati te

seborreica, possivelmente através da criação de um ambiente favorável para o crescimento de fungos do gêne-

ro Malassezia (anteriormente conhecido como Pityrosporum ovale), micro-organismos saprofí ti cos da pele com

possível envolvimento nesse ti po de dermati te.

Principais manifestações clínicas

A dermati te seborreica é geralmente caracterizada por placas eritematosas bem demarcadas com apa-rência oleosa e escamas amareladas distribuídas em áreas ricas em glândulas sebáceas, como couro ca-beludo, ouvido externo, centro do rosto, parte superior do tronco, e áreas intertriginosas. Tende a piorar com o estresse e durante os meses frios e secos do inverno.

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O que devo perguntar ao paciente?

Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico?

Quais são os objetivos do tratamento?

Que tratamentos eu posso recomendar?

ENTREVISTA

• Você está sentindo coceira capilar, com descama-ções perceptíveis?

• Você está com alguma lesão no corpo, pruriginosa, e descamativa?

• Quando começou?

• Você já apresentou quadro semelhante antes? Se sim, você notou alguma relação com o frio?

• Você pode me mostrar o local da lesão? (Lembre-se que a dermatite seborreica é caracterizada por lesões eritematosas descamativas).

Características

• Lesões eritemato-sas grandes e bem demarcadas em áreas extensas.

• Telangiectasias e papulopústulas com envolvimento fre-quente do nariz, malar, e áreas perioral com mínima ou nenhuma descamação.

ANORMALIDADES

Associação possível

• Psoríase

• Rosácea

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃOPequenas pápulas ovais eritematosas de início abrupto, distribuídas em locais de grande extensão, como o abdômen.

Podem indicar quadro de Pitiríase Rósea, com necessidade de avaliação diagnóstica e tratamento adequado.

Erupções generalizadas associadas a lesões palmoplan-tares e/ou nas mucosas e/ou adenopatia periférica.

Podem indicar quadro de sífilis secundária, com necessidade de testes diagnósticos e tratamento causal.

Lesões associadas à inflamação intensa e dor. Podem indicar psoríase, se amplamente distribuídas ou pênfigo foliáceo, com necessidade de diagnóstico e instituição de trata-mento basal.

Lesão associadas a sintomas sistêmicos, como altera-ções imunológicas e infecções recorrentes.

Podem indicar quadro de Lúpus Eritematoso Sistêmico, com necessidade de investigação diagnóstica e tratamento basal.

Remissão sintomática. Evitar recidivas (tratamento profilático).

NEONATOS E CRIANÇAS

Dermatite seborreica couro cabeludo

Neonatos

Primeira Linha

• Embora dermatite seborreica neonatal, comumente conhecido como tampão lácteo ou crosta láctea se resolva sem intervenções específicas. Sugestões gerais incluem:

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42 □ Lavagem com xampu não medicamentoso, específico para bebes, com posterior retirada da

crosta com escova macia.

□ Aplicar uma pequena quantidade de emoliente (óleo vegetal, óleo mineral, óleo de bebê) no couro cabeludo (durante a noite, se necessário) para soltar as placas escamosas, seguida por massagem do couro cabeludo suave com uma escova suave e lavagem com xampu de bebê (não medicamentoso).

Segunda Linha: Aplicável apenas para casos graves

• Cetoconazol 2% creme ou shampoo (Nizoral® / Lozan® / Noriderm® / Cetonax®): Aplicar na área afetada 2 x/semana, durante duas semanas.

• Hidrocortisona 10mg/g creme ou solução capilar (Stiefcortil® / Therasona®) – 10g, 20g ou 60ml: Apli-car na área afetada 1x/dia durante uma semana.

Crianças

• Higienização adequada.

• Cetoconazol 2% shampoo (Nizoral®): Aplicar na área afetada 2 x/semana, durante duas semanas.

Deratite seborreica de outras partes do corpo

• Cetoconazol 2% creme (Nizoral®) – bisnaga 30g: Aplicar na área afetada 2 x/semana, durante duas semanas.

ADOLESCENTES, ADULTOS E IDOSOS

Dermatite seborreica couro cabeludo

Tratamento Agudo

Primeira Linha

• Cetoconazol 2% Shampoo – frasco com 100-110 ml (Nizoral®): Aplicar o medicamento nas áreas afe-tadas da pele ou cabelos, deixando-o agir por 3-5 minutos, duas vezes por semana, por 2 a 4 semanas.

• Sulfeto de Selênio 2,5% Shampoo - frasco 100 ml (Selen Hair Ouro®, Caspacil®): Aplicar 1 x/sema-na, nas 2 primeiras semanas de tratamento, e apenas 1x/semana nas 2 semanas seguintes. Em casos intensos, aplicação diária pode ser indicada na primeira semana. Repetir o tratamento se houver reci-diva de caspa.

□ Aplicar o suficiente para produzir espuma, friccionando bem. Aguardar 2 minutos e enxaguar bem. Em seguida repetir a aplicação e o enxágue.

• Ciclopirox olamina 1% Shampoo - frasco 100 ml (Stiprox®): Aplicar o xampu e massagear o couro ca-beludo e áreas adjacentes, 2-3 x/semana, até desaparecimento de sintomas ou 4 semanas. Deixar agir por cinco minutos e enxaguar.

• Ciclopirox olamina 1,5% + ácido salicílico 3,0% (Stiproxal®): Aplicar o xampu e massagear o couro cabeludo e áreas adjacentes, 2 x/semana, até desaparecimento de sintomas ou 4 semanas. Deixar agir por cinco minutos e enxaguar.

Segunda Linha (Utilizar somente em dermatite seborreica leve – caspa)

• Piritionato de Zinco (Head & Shoulders®): Aplicar o xampu e massagear as áreas subjacentes, 1x/dia

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diariamente, ou no mínimo 3x/semana, até desaparecimento de sintomas ou 4 semanas.

• Ácido Salicílico (Denorex®): Aplicar o xampu e massagear as áreas subjacentes, 1x/dia diariamente, ou no mínimo 3x/semana, até desaparecimento de sintomas ou 4 semanas.

Tratamento Profilático

• Cetoconazol 2%, Sulfeto de Selênio 2,5%, Ciclopirox olamina 1-1,5% (Shampoo): Aplicar 1 x/semana ou 1 x/2 semanas.

• Piritionato de zinco e Acido Salicílico: Utilizar 3x/semana.

Dermatite seborreica facial, tronco e áreas intertriginosas

Tratamento Agudo

Primeira linha

• Hidrocortisona 10mg/g creme ou solução capilar (Stiefcortil®) – 10g, 20g ou 60ml: Aplicar na área afetada 1-2x/dia até que os sintomas desapareçam ou até 4 semanas. Não devem ser utilizados em longo prazo devido ao risco de dermatite por corticoide, fenômeno rebote e rosácea por esteroides.

• Cetoconazol 2% creme (Nizoral®) – bisnaga 30g: Aplicar na área afetada, 1-2 x/dia, até que os sinto-mas desapareçam.

• Cetoconazol 2% Shampoo (Nizoral®) – Homens com dermatite seborreica na região da barba e bigo-de: Lavar a barba diariamente (1x/dia) até a cessação de sintomas.

Segunda linha

• Miconazol 2% loção cremosa ou creme (Daktarin® / Vodol® / Micozen®) – 30g e 28g: Aplicar um pou-co de loção sobre as lesões, 1-2 x/dia, até desaparecimento dos sintomas. Friccionar a loção na pele com os dedos até que tenha penetrado completamente.

• Tioconazol 1% creme – bisnaga 30g (Tralen® / Tionazen®): Aplicar suavemente nas áreas cutâneas afetadas e adjacentes 1-2 x/dia, até a cessação dos sintomas. Em áreas intertriginosas o creme deve ser aplicado em camadas finas e bem espalhado a fim de evitar maceração da pele.

• Clotrimazol 1% creme (Canesten® / Clotren® / Dermobene® / Abc® / Neo Clotrimazyl®) – bisnaga 30g: Aplicar ½ cm do creme sobre a área afetada, 2-3 x/dia, ate que os sintomas desapareçam.

• Nitrato de econazol (Micostyl®)

□ Creme 0,5% (5 mg/g) – 35g: Aplicar o produto nas áreas afetadas, 2-3 x/dia, massageando sua-vemente o local.

□ Creme, Solução cremosa, Spray 1% (10 mg/g) – 45g, 60 ml, 50 ml : Aplicar o produto nas áreas afetadas, 2-3 x/dia, massageando suavemente o local

Tratamento Profilático

• Para o controle em longo prazo, sugere-se a aplicação de um creme antifúngico tópico para as áre-as envolvidas, como cetoconazol 2%, uma vez por semana; como uma alternativa, o cetoconazol 2% shampoo pode ser utilizado para lavagem facial ou corporal 1x/semana.

• A hidratação facial e corporal é indicada para prevenção de recorrências.

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44 DERMATOFITOSES (17,29)

O que são?

As dermatofi toses representam infecções fúngicas superfi ciais das células querati nizadas, os principais agen-

tes eti ológicos são epidermophyton, trichophyton, microsporum. O termo Tinea se refere a infecções causadas

por dermatófi tos e é usualmente ligado ao síti o anatômico da infecção. Os três ti pos mais comuns de dermato-

fi tose são Tinea pedis (pé de atleta), Tinea corporis (micose de pele), Tinea cruris (micose de virilha).

Tinea Pedi

Tinea Corporis

Tinea pedis apresenta em duas formas clínicas facilmente disti nguíveis, Aguda e Crô-nica. Ambas são contagiosas, contraída pelo contato com artrósporos liberados por indivíduos infectados para os pisos e locais de piscina, vesti ários, etc. A forma aguda é geralmente causada por Trichophyton mentagrophytes, var. interdigitale, e a forma crônica por Trichophyton rubrum.

Tinea Corporis normalmente inicia com prurido e placa erite-matosa, circular ou oval, que pode se espalhar centrifugamente. A lesão normalmente é avermelhada, e pode apresentar carac-terísti ca levantada, até ati ngir forma anelar característi ca pode ocorrer em associação com outras dermatofi toses.

AGUDA

Infecções autolimitadas, intermitentes e recorrentes. Acompanham ati vidades que fazem os pés suar. Inicia com o aparecimento de prurido intenso, por vezes doloroso, vesículas eritematosas ou bolhas entre os dedos ou na sola, frequentemente estendendo-se até o peito do pé. Pode ser unilateral ou bilateral.

CRÔNICA

Forma mais comum na práti ca. Se não tratada, geralmente persiste indefi nidamente. A condição é lentamente progressiva com prurido e erosões eritematosas entre os dedos dos pés. Fissuras interdigitais estão frequentemente presentes.

Tinea Cruris

Tinea Cruris é um ti po especial de Tinea corporis, que ati nge regiões de dobras, especial-mente a virilha. A doença começa, frequentemente, após ati vidade fí sica que resulta em transpiração abundante, e a fonte do fungo infectante é geralmente ti nea pedis do próprio paciente. Normalmente se inicia com lesões circulares na virilha, que se espalham. Pode ocorrer em associação com outras dermatofi toses.

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O que devo perguntar ao paciente?

Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico

ENTREVISTA

• Há quanto tempo essa lesão surgiu?

• Ela coça?

• Ela está associada a bolhas e/ou descamação?

• Ela piora com suor?

• Você está sentindo dor na região?

• Você pode me mostrar onde é a lesão exatamente? (Avalie as características da lesão, lembre-se que tinea pedis normalmente afeta principalmente a região interdigital, e evolui com prurido e descama-ção. Já tinea corporis e cruris, apresentam caracte-rísticas anelares, com descamação. Esteja atento a possíveis sinais de infecção bacteriana secundária).

Características

• Dor importante (li-mitante) com ou sem placa de pus nos pés, corpo ou virilha

• Lesões atípicas, de grande extensão, com ausência de descamação

• Comprometimento de outros locais do corpo

ANORMALIDADES

Associação possível

• Pode indicar infecção bacteriana secundária

• Pode indicar outros tipos de dermatites

• Pode indicar condições sistêmicas, ou reação imunológica após o uso inadequado de corticos-teroides.

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃOInflamação intensa, com formação de placas de pus, ou lesões de grande extensão.

Pode indicar infecção bacteriana secundária, com necessidade de avaliação médica e instituição de tratamento sistêmico.

Lesões corporais, com características anelares, associadas a outros sintomas sistêmicos.

Podem indicar outras condições, como eczema numular, psoríase, lúpus eritematoso cutâneo subagudo e pitiríase rósea.

Ausência de resposta com o tratamento tópico.Nos casos, onde os sintomas persistem, mesmo após tratamento tópico adequado, o paciente deve ser encaminhado ao médico para avaliação e instituição de tratamento sistêmico.

Quais são os objetivos do tratamento

Curar a infecção fúngica, propiciando o desaparecimento dos sintomas e das lesões.

Que tratamentos eu posso recomendar?

TODAS AS POPULAÇÕES

Orientações gerais

• Evitar calçados e roupas oclusivas durante o tratamento da região afetada.

• Utilizar talco para os pés, para evitar suor excessivo e maceração das lesões durante o tratamento de tinea pedis.

• Higiene adequada deve ser garantida para evitar reinfecções.

Dermatofitoses

• Terbinafina (Lamisil® / Funtyl® / Lamisilate®)

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46 □ Creme 1% (10mg/g) – 15g, 20g e 30g: Aplicar em região afetada, após lavagem e secagem, 1-2 x/

dia por 1 semana.

• Butenafina (uso pediátrico > 12 anos) (Tefin®)

□ Creme 1% (10mg/g) – 20g: Aplicação em região afetada, após lavagem e secagem, 1 x/dia por 4 semanas

• Clotrimazol (Canesten® / Clotren® / Dermobene® / Abc® / Neo Clotrimazyl®)

□ Creme 1% (10 mg/g) – 20g, 30g, 40g e 50g: Aplicar ½ cm do creme sobre a área afetada, 2-3 x/dia por 3 - 4 semanas.

□ Solução 1% (10 mg/ml) – gotas e spray – 20-30 ml: Aplicar a solução ou o spray em camada fina 2-3 x/dia e friccionar levemente por 3 - 4 semanas.

□ Pó 1% (10mg/g) – Polvilhar o pó na área afetada 2-3 x/dia por 3 - 4 semanas.

• Nitrato de econazol (Micostyl®)

□ Creme 0,5% (5 mg/g) – 35g: Aplicar o produto nas áreas afetadas, 2-3 x/dia, massageando suave-mente o local até o desaparecimento das lesões (2-5 semanas).

□ Creme, Solução cremosa, Spray 1% (10 mg/g) – 45g, 60 ml, 50 ml : Aplicar o produto nas áreas afe-tadas, 2-3 x/dia, massageando suavemente o local até o desaparecimento das lesões (2-5 semanas).

• Cetoconazol (Nizoral®)

□ Creme 2% (20 mg/g) – 30g: Aplicar o produto na área afetada 1 x/dia.

• Miconazol (Daktarin® / Vodol® / Micozen®)

□ Creme 2% (20 mg/g) – 28g: Aplique o produto sobre a região atingida 2 x/dia. Ao aplicar o nitrato de miconazol, espalhe-o por uma região um pouco maior do que a afetada. É recomendável a troca fre-quente das roupas que ficam em contato com a área infectada, a fim de evitar a reinfecção. A duração da terapia varia de 2 a 6 semanas dependendo da localização e gravidade da lesão. O tratamento deve continuar ao menos uma semana após o desaparecimento de todos os sinais e sintomas.

• Tioconazol 1% creme – bisnaga 30g (Tralen® / Tionazen®): Aplicar suavemente nas áreas cutâneas afetadas e adjacentes 1-2 x/dia, até a cessação dos sintomas. Em áreas intertriginosas o creme deve ser aplicado em camadas finas e bem espalhado a fim de evitar maceração da pele. Tempo usual de tratamento: 2-4 semanas.

• Associações de corticoides com antifúngicos tópicos devem ser prontamente desaconselhados. Além de, nos casos de associações com corticosteroides, se tratar de medicamentos de prescrição, elas po-dem estar associados aos seguintes problemas:

□ Os corticosteroides tópicos podem exacerbar infecções por tinea e podem contribuir para falha terapêutica.

□ Algumas condições, como tinea cruris, podem necessitar de tratamento antifúngico por várias semanas; utilização de produtos combinados expõe o paciente a risco desnecessário de eventos adversos, tais como: atrofia da pele, a partir de corticosteroides tópicos.

• Nistatina não é efetiva no tratamento de dermatófitos, e, portanto, não devem ser utilizadas nos casos de tineas.

Que tratamentos eu NÃO devo aconselhar

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Quais são as causas possíveis?

DIARREIA (17,30–34)

O que é?

A diarreia é definida como três ou mais evacuações diárias com fezes moles ou líqui-

das ou uma queda importante na consistência e aumento da frequência considerando

as características basais do indivíduo. A diarreia aguda é definida como a diarreia dos

≤14 dias de duração, em contraste com persistente (> 14 dias e ≤30 dias) ou crônica (>

30 dias). Diarreia invasiva, ou disenteria, é definida como a diarreia com sangue visí-

vel. Disenteria é comumente associado com febre e dor abdominal (34).

CAUSAS COMUNS

• A ingestão excessiva de suco / carboidratos osmo-ticamente ativos

• Ingestão excessiva / inadequada de gorduras

• Infecções intestinais por vírus, bactérias e proto-zoários

• Infecções extra intestinais em crianças (otite mé-dia, infecções do trato urinário e pneumonia)

• Doenças intestinais (ex. doenças inflamatórias)

• Tireotoxicose

• Cólera

• Alergias ou intolerâncias alimentares

• Síndrome do cólon irritável

• Síndromes absortivas

• Neoplasias

• Vasculites e neuropatias

• Transtornos de motilidade

• Idiopática

MEDICAMENTOS

• Antiarrítimicos (digitálicos, procainamida, quini-dina)

• Anti-hipertensivos (inibidores da enzima conver-sora de angiotensina, betabloqueadores, hidrala-zina, metildopa)

• Hipolipemiantes (colestiramina, clofibrato, genfi-brozila, estatinas)

• Diuréticos (acetazolamina, furosemida)

• Antiulcerosos / antiácidos (antagonistas do recep-tores H2, antiácidos com magnésio, inibidores de bomba de prótons)

• Antibióticos (penicilinas, cefalosporinas, neomici-na, tetraciclina)

• Alprazolam

• Levodopa

• Anticolinérgicos

• Fluoxetina

• Lítio

• Metformina

• Levotiroxina

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48 O que devo perguntar ao paciente?

Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico?

ENTREVISTA

• Há quanto tempo está tendo diarreia?

• Existem outros sintomas associados, como dor abdominal, febre, sede, hipotensão?

• Normalmente ocorre após a alimentação?

• O que faz o melhorar (fatores desencadeantes) ou piorar?

• Viagens por áreas endêmicas / epidêmicas de doenças diarreicas, como cólera?

• Como está a aparência das fezes? [cor, presença de sangue / muco, consistência (líquidas? flutuantes?)]

• Perdeu peso recentemente?

• Utilizou algum antibiótico recentemente?

• Que medicamentos sob prescrição você utiliza?

• Que medicamentos você já tomou para diarreia?

Características

• Diarreia aguda após alimentação

• Diarreia aguda com sangue

• Diarreia crônica, com muco ou sangue

• Diarreia crônica aquosa

• Fezes flutuantes

• Perda de peso

ANORMALIDADES

Associação possível

• Toxina alimentar, infecções virais ou bacterianas

• Shiguelose, amebía-se ou colite pseudo-membranosa

• Colite ulcerativa

• Doença inflamatória intestinal

• Transtornos de absorção

• Neoplasias ou doen-ça inflamatória

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃO

Diarreia aquosa profusa com sinais de hipovolemia e desidratação

Sintomas de desidratação, como: boca seca, sede, redução do volume uriná-rio e urina concentrada (amarela escura), letargia ou hipotensão, requerem avaliação médica. Aconselhar reidratação e encaminhamento imediato

Pequena quantidade de fezes contendo sangue e muco

Podem indicar quadro infeccioso bacteriano, com necessidade de encami-nhamento médico para instituição da terapia antimicrobiana.

Presença de sangue nas fezes

Fezes com sangue, cor vermelha, âmbar ou negra. Podem indicar carcinoma, doenças infecciosas ou colite pseudomembranosa. Lesões anais, perianais e hemorroidas também podem produzir sangramento, geralmente em menor quantidade e vermelho vivo. O sangue pode aparecer nas fezes ou no papel higiênico.

História de cirurgia no intestino (Colosto-mia ou ileostomia)

A diarreia pode estar relacionada a uma complicação da cirurgia.

Diarreia em idosos (≥70 anos de idade) ou imunocomprometidos

Maior possibilidade de quadro infeccioso grave, ou complicações.

Síndromes que começam com diarreia, mas progridem para febre e queixas sistêmicas, como dor de cabeça, dores musculares, rigidez do pescoço

Pode indicar quadro infeccioso por Listeria monocytogenes, particularmen-te em gestantes.

Diarreia crônica Necessidade de diagnóstico e tratamento da etiologia causadora.

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Quais são os objetivos do tratamento?

Que tratamentos eu posso recomendar?

Estabilizar a função intestinal. Evitar e/ou corrigir a desidratação. Reduzir o desconforto e os sintomas

associados.

CRIANÇAS

Orientações gerais

• Reidratação oral

□ Pó para solução 28,8g (cloreto de sódio 3,5g + cloreto de potássio 1,5g + cloreto de sódio di-hi-dratado 2,9g + glicose 20g)*: O conteúdo do envelope deve ser dissolvido em um litro de água filtrada ou fervida. Administrar 100-150 ml/Kg a cada 4 a 6 horas. Alternativamente, adminis-trar 10 ml/kg da solução, após cada evacuação líquida ou semilíquida, ou após cada vômito. Du-rabilidade após reconstituição: 24h.

* A composição e o volume de reconstituição podem variar de acordo com o laboratório farmacêutico.

• Solução pronta para uso 250ml (Cada ml contém: cloreto de Sódio 4,68 mg, citrato de Potássio 2,16 mg, citrato de sódio 0,98 mg, glicose 20,00 mg, água deionizada q.s.p.) – Administrar conforme a tolerância e aceitabilidade do paciente (100-150 ml/Kg a cada 4- 6 horas).

• Soro caseiro: 1 litro de água filtrada ou fervida, 2 colheres (sopa) rasas de açúcar, 1 colher (café) rasa de sal. Durabilidade: 24h.

Diarreia Aguda

• Probióticos

□ Lactobacillus acidophilus (Prolive®)

• Capsula 109 UFC - 1 cps/dia

• Capsula 200 milhões – 1-2 cps 3x/dia

• Sachê granulado 200 milhões – Misturar o conteúdo do envelope em pequenas quantidades de líquido em temperatura ambiente (nem muito quente >60ºCnem gelado) – 1-2 envelopes/dia

• Flaconetes 10ml (200 milhões) – 1-2 tubos 3x/dia

□ Saccharomyces boulardii (Floratil®, Repoflor®)

• Cápsula 100 mg – 1-2 cps 2x/dia

• Capsula 200 mg – 1 cps 1X/dia

• Pó oral 200 mg – 1 envelope 2x/dia

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50ADOLESCENTES, ADULTOS E IDOSOS

Orientações gerais

• Reidratação oral

□ Pó para solução (cloreto de sódio 3,5 g, 2,9 g de citrato trissódico, 2,5 g de bicarbonato de sódio, cloreto de potássio 1,5 g, 20 g de glicose ou 40 g de sacarose)*: O conteúdo do envelope deve ser dissolvido em um litro de água filtrada ou fervida. Administrar 100-150 ml/Kg a cada 4 a 6 horas. Alternativamente, administrar 10 ml/kg da solução, após cada evacuação líquida ou semilíquida, ou após cada vômito. Durabilidade após reconstituição: 24h.

*Composição recomendada pela OMS. A composição e o volume de reconstituição podem variar discreta-mente de acordo com o laboratório farmacêutico.

• Solução pronta para uso 250ml (Cada ml contém: cloreto de Sódio 4,68 mg, citrato de Potássio 2,16 mg, citrato de sódio 0,98 mg, glicose 20,00 mg, água deionizada q.s.p.) – Administrar conforme a tole-rância e aceitabilidade do paciente (100-150 ml/Kg a cada 4- 6 horas - até 2 L/dia).

• Soro caseiro: 1 litro de água filtrada ou fervida, 2 colheres (sopa) rasas de açúcar, 1 colher (café) rasa de sal – Ingerir até 2 L/dia. Durabilidade: 24h.

Diarreia Aguda (96)

• Probióticos

□ Lactobacillus acidophilus (Prolive®)

• Capsula 109 UFC - 1 cps/dia

• Capsula 200 milhões – 2-3 cps 3x/dia

• Sachê granulado 200 milhões – 1-2 envelopes 2x/dia

• Flaconetes 10ml (200 milhões) – 2-3 tubos 3x/dia

□ Saccharomyces boulardii (Floratil®, Repoflor®)

• Cápsula 100 mg – 1-2 cps 2x/dia

• Capsula 200 mg – 1 cps 1X/dia

• Pó oral 200 mg – 1 envelope 2x/dia

ABUSO DE LOPERAMIDA

Apesar de não ser um medicamento isento de prescrição, o uso crônico de loperamida não é inco-mum, e deve ser prontamente desaconselhado, considerando a possibilidade de mascaramento de sintomas crônicos, e possível dependência do medicamento para manter função gastrointes-tinal normal. As causas basais da diarreia devem ser manejadas, e o uso crônico do medicamento deve ser resguardado para situações específicas como neuropatias, com dificuldade de retenção de esfíncter e neoplasias, e exige avaliação médica prévia.

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DISPEPSIA (17,35,36)

O que é?

A dispepsia, também conhecida como azia ou má digestão, é um sintoma comum, com ex-

tenso diagnóstico diferencial e uma fisiopatologia heterogênea, e ocorre em cerca de 25%

da população a cada ano. A condição é definida através da presença de um ou mais dos

seguintes sintomas: plenitude pós-prandial (classificada como síndrome do desconforto

pós-prandial); saciedade precoce (incapacidade de terminar uma refeição de tamanho

normal, também classificada como síndrome do desconforto pós-prandial); dor epigástri-

ca ou queimação (classificada como síndrome de dor epigástrica) (116).

Quais são as causas possíveis?

CAUSAS COMUNS

• Dispepsia funcional (até 75%)

• Úlcera péptica

• Doença do refluxo gastresofágico

• Dor biliar

• Neoplasias gástricas, esofágicas ou pancreáticas

• Gastroparesia

• Pancreatite

• Má absorção de carboidratos

• Doenças infiltrativas do estômago (ex, doença de Crohn, sarcoidose)

• Distúrbios metabólicos (hipercalcemia, hiperca-lemia)

• Carcinoma hepatocelular

• Doença isquêmica do intestino

• Doenças sistêmicas (diabetes mellitus, distúr-bios da tireoide e paratireoide, doença do tecido conjuntivo)

• Parasitas intestinais (Giardia, Strongyloides)

MEDICAMENTOS

• Suplementos de potássio

• Digitálicos

• Ferro

• Teofilina

• Antibióticos orais [especialmente ampicilina e eritromicina]

• Anti-inflamatórios não esteroides

• Glicocorticoides

• Niacina

• Genfibrozila

• Narcóticos

• Colchicina

• Quinidina

• Estrógenos

• Levodopa

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52

Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico?

Quais são os objetivos do tratamento?

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃODispepsia associada à dor em queimação retroesternal e regurgitação. Principalmente quando esses sintomas são as queixas predominantes.

Podem indicar doença do refluxo gastroesofágico, com ne-cessidade de avaliação médica, endoscópica e diagnóstica, e instituição de tratamento crônico.

Dispepsia associada à dor abdominal epigástrica associada à anemia, fadiga, perda de peso.

Pode indicar doença crônica maligna, com necessidade de investigação causal, e exclusão de doenças subjacentes.

Dispepsia associada à dor abdominal superior aguda grave episódica, geralmente na região epigástrica ou no quadran-te superior direito.

Pode indicar colelitíase sintomática, particularmente se dor irradiar para as costas ou escápula, associada com inquieta-ção, sudorese, ou vômitos.

Dispepsia associada a alimentação. Pode indicar úlceras, gástricas e duodenais.

Reduzir sintomas gástricos, sensação de queimação e desconforto pós-prandial. Normalizar a função gás-

trica e revenir novos episódios.

O que devo perguntar ao paciente?

ENTREVISTA

• Há quanto tempo está tendo dispepsia?

• Houve alguma mudança recente na sua alimentação?

• Os sintomas pioram após a alimentação?

• Você tem tido outros sintomas, como: tosse, rou-quidão, sensação de refluxo ácido pelo esôfago, dor abdominal?

• O que faz o sintoma melhorar ou piorar?

• Tem sentido alguma dor abdominal?

• Que medicamentos você está utilizando (prescri-ção e isentos de prescrição)

• Queimação asso-ciada à tosse e/ou rouquidão e/ou dor em queimação retroesternal e regurgitação

• Dispepsia associa-da à alimentação

• Dispepsia associa-da à dor horas após a alimentação

ANORMALIDADES

• Doença do refluxo gastroesofágico

• Dispepsia fun-cional ou úlcera gástrica

• Úlcera duodenal

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Que tratamentos eu posso recomendar?

CRIANÇAS

Orientações gerais

• Hábitos alimentares:

□ Optar por pequenas refeições, frequentes (6x/dia)

□ Evitar gatilhos, como: excesso de lactose, compostos cítricos, picantes, ou alimentos com alto teor de gordura, bebidas com cafeína ou gaseificadas, sorbitol (encontrado em doces sem açúcar e goma).

ADOLESCENTES E ADULTOS E IDOSOS

Orientações gerais

• Hábitos alimentares:

□ Optar por pequenas refeições, frequentes (6x/dia)

□ Evitar gatilhos, como: excesso de lactose, compostos cítricos, picantes, ou alimentos com alto teor de gordura, bebidas com cafeína ou gaseificadas, sorbitol (encontrado em doces sem açúcar e goma).

Primeira escolha

• Hidróxido de Alumínio

□ Comprimido 230 mg: 460-920 mg VO, 1h após as refeições e ao deitar

□ Suspensão 61,5 mg/ml – 300-600 mg, 4-7 x/dia

• Hidróxido de Magnésio (suspensão 400 mg/ 5 ml): 5-15 ml VO, conforme necessário, 1h após as refei-

ções, até 4 x/dia.

• Hidróxido de Alumínio + Hidróxido de Magnésio

□ Comprimido mastigável (dimeticona 153 mg + hidróxido de alumínio 200 mg + hidróxido de magnésio 25mg) (Maalox®) – 2-4 cpr 4 x/dia

□ Pastilha (hidróxido de magnésio 185 mg + carbonato de cálcio 231,5 mg + hidróxido de alumínio 178 mg) – 1-2 pastilhas/dia.

□ Suspensão

° Hidróxido de magnésio 125 mg + carbonato de cálcio 50 mg + hidróxido de alumínio 180 mg - Uma a duas colheres das de sobremesa (10 a 20 mL) 30-60 min após às refeições e

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54à noite, ao deitar-se. A dosagem poderá ser aumentada ou reduzida, de acordo com as necessidades do paciente.

° Dimeticona 153 mg + hidróxido de alumínio 200 mg + hidróxido de magnésio 25mg (Ma-alox®) - 1-2 colheres de sobremesa, 4 x/dia. Cada colher de chá corresponde a 5 mL, en-quanto que de sobremesa corresponde a 10 mL.

Segunda escolha

• Sal de fruta ENO® - bicarbonato de sódio + carbonato de sódio + ácido cítrico (2,3g + 0,5g + 2,25g /

5g) – 1-2 envelopes dissolvidos em 2/3 de um copo com água.

• Estomazil® - bicarbonato de sódio + citrato de potássio + citrato de sódio + ácido cítrico + carbona-

to de sódio /5 g - 1-2 envelopes dissolvidos em 2/3 de um copo com água.

• Sonrisal® - carbonato de sódio 0,4 g + ácido acetilsalicílico 0,325 g + ácido cítico 1,5 g + bicarbonato

de sódio 1,7 g / comprimido ou envelope – 1-2 cpr ou envelopes quando necessário.

• Peumus boldus 67 mg ou 0,67 ml/10 ml

• Capsulas 67 mg: 1 cps 4 x/dia (6/6h)

• Flaconetes 10 ml ou soluções 150 ml (0,67 ml/10 ml): 10 ml ou 1 flaconete, 4 x/dia.

Contraindicações

Antiácidos devem ser utilizados com cautela em pacientes com doença renal, histórico de úlcera gastrointestinal,

gestantes e suspeita de apendicite.

Efeito rebote de antiácidos

Pacientes em uso de antiácidos devem ser orientados que sintomas de hemorragia interna, secundária ao

uso de anti-inflamatórios não-esteroides podem ser mascarados e que doses elevadas ou o uso prolonga-

do podem desencadear hipersecreção gástrica e efeito rebote.

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DOR DE CABEÇA (37–44)

O que é?

Dor de cabeça é uma queixa comum na farmácia comunitária. De maneira geral, o termo abrange diversos

tipos de dores: em um ou em ambos os lados da cabeça, isoladas ou irradiantes, latejantes, dentre outras. O

sintoma pode aparecer repentinamente ou de maneira gradual, e pode durar menos de uma hora ou durante

dias. Pelo menos 63 milhões de brasileiros de todas as idades sofrem com dores de cabeça frequentes.

Como são classificadas?

CLASSIFICAÇÃO ENXAQUECA TENSIONAL EM SALVASLocalização Unilateral em 60 a 70% dos ca-

sos; bifrontal ou global em 30%.Bilateral Sempre unilateral, geralmente come-

ça em torno do olho. Características Gradual no início, padrão cres-

cente; pulsante; intensidade moderada a grave; agravada por atividade física rotineira.

Pressão ou tensão (sensa-ção de aperto na cabeça)

A dor começa rapidamente, atinge padrão crescente dentro de minutos; dor é profunda, contínua, insupor-tável, e explosiva em termos de qualidade.

Aspecto do pa-ciente

Paciente prefere descansar em um quarto escuro e silencioso.

O paciente pode permane-cer ativo ou pode necessi-tar de descanso

Paciente permanece ativo.

Duração 4 - 72 h Variável 30 min - 3 hSintomas associados

Náuseas, vômitos, fotofobia, fonofobia; pode ter aura (geral-mente visual, mas pode envol-ver outros sentidos ou causar déficits motores e na fala).

Nenhum Lacrimejamento ipsilateral e ver-melhidão dos olhos; nariz entupido; rinorreia; palidez; sudorese; Síndrome de Horner; sintomas neurológicos focais raros; sensibilidade ao álcool.

Quais são as causas possíveis?

CAUSAS COMUNS

• Alterações hormonais

• Atividade física irregular

• Consumo excessivo de álcool, cafeína, nitritos, nitratos, chocolate

• Doenças sistêmicas (quadro infecciosos)

• Estresse, tensão, períodos de atividades intensa

• Mudança de altitude

• Mudanças climáticas

• Mudanças de horários (trabalho, sono)

• Mudanças dietéticas

• Mudanças no padrão de sono (insonia, hipersonia)

• Problemas de refração visual

• Vivência de perdas ou mudanças (morte, separa-ção, divórcio, mudança de emprego)

MEDICAMENTOS

A maioria dos medicamentos pode causar dor de cabe-ça no inicio do tratamento, essa tende a ser passageira, entretanto, se persistente e/ou intolerável a farma-coterapia do paciente deve ser avaliada, e os medica-mentos utilizados descontinuados individualmente, sob supervisão médica, até a descoberta do agente causador.

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56 O que devo perguntar ao paciente?

ENTREVISTA

• Descreva sua dor de cabeça da maneira mais completa possível.

• Ela é concentrada em algum local?

• Ela é constante ou intermitente?

• Há quanto tempo a dor começou?

• Como ela começou? Associada a algum aconteci-mento ou situação?

• Qual a intensidade da sua dor? (leve, moderada, intensa?)

• Você já sentiu dor similar antes? Se sim, com que frequência (em um mês, quantas vezes em média você se lembra de sentir dor)?

• Você nota que algum fator melhora ou piora a sua dor? (investigar fotofobia e fonofobia)

• Você tem algum outro sintoma associado?

• Você apresentou alguma sensação visual estra-nha, ou alguma outra alteração antes da dor?

• Você mudou alguma coisa em sua rotina (sono, exercício, alimentação)?

• Você sofreu algum trauma físico?

• Para mulheres apenas: você está em período pré-menstrual ou ovulatório?

CARACTERÍSTICAS

• Dor de início súbito com intensidade máxima

• Dor pulsátil asso-ciada a náuseas e vômitos e/ou foto-fobia e/ou fonofo-bia, acompanhada ou não de aura

• Dor posterior a trauma

• Dor de cabeça intensa, associada a sintomas autonô-micos.

• Dor facial associada a congestão nasal e rinorreia.

ANORMALIDADES

ASSOCIAÇÃO POSSÍVEL

• Normalmente associada a quadros neurológicos

• Crise de enxaqueca

• Hemorragia intracra-niana

• Cefaleia em salvas

• Sinusite

Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico?

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃODor de cabeça constante associada a pontadas, altamente debilitante, com intensidade máxima em pucos minutos, e duração limitada.

Podem indicar quadro de cefaleia em salvas, com necessi-dade de abordagem de resgate por via de administração rápida.

Dor de cabeça intensa ou recorrente em crianças.Necessidade de avaliação diagnóstica, e tratamento causal adequado.

Dor de cabeça, particularmente dor fácil, associada à con-gestão nasal e rinorreia.

Podem indicar quadro de sinusite. O tratamento sintomá-tico para dor pode ser instituído, entretanto, nos casos de dor forte, ou febre, o paciente deve ser encaminhado para avaliação médica diagnóstica.

Dor moderada a grave, associada a náuseas e vômitos e/ou fotofobia e/ou fonofobia.

Pode indicar crise de enxaqueca, com necessidade de ava-liação médica pormenorizada e instituição de tratamento com medicamentos tarjados e/ou por via de administração mais rápida que a oral.

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Quais são os objetivos do tratamento?

Promover alívio sintomático, melhorando a qualidade de vida do paciente, proporcionando a retomada

das atividades habituais.

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃOCrises de enxaqueca frequentes de longa duração, ou asso-ciadas a incapacidade importante.

Indicam a necessidade de avaliação médica e instituição de terapia profilática.

Dores de início súbito, ou persistente que atingem intensi-dade máxima em poucos segundos ou minutos após o início da dor. Descrições como “A pior dor da minha vida” ou “nuca senti isso” exigem encaminhamento e investigações rápidas.

Necessidade de investigação rápida e agressiva. Como exemplo hemorragias subaracnoides ou infecções do siste-ma nervoso central, condições de urgência, podem levar a dor de cabeça excruciante de início súbito.

Dor de cabeça acompanhada de alterações sensoriais, do estado mental, do nível de consciência.

Podem indicar quadro de acidente vascular cerebral, exi-gem encaminhamento urgente.

Dor de cabeça intensa associada a sinais autonômicos ipsi-laterais, como lacrimejamento ou rinorreia.

Pode indicar quadro de cefaleia em salvas, com necessidade de intervenção farmacoterapêutica rápida, com medica-mentos tarjados (triptanos).

Novos episódios de dor de cabeça em crianças <5 anos e adultos >50 anos.

Se recorrentes e/ou persistentes podem indicar doença subjacente.

Dor de cabeça associada febre.Pode indicar quadro de infecção sistêmica ou localizada. A febre pode induzir a dor de cabeça. Necessidade de avalia-ção médica para investigação.

Dor crônica (>15 episódios por mês)Necessidade de avaliação médica pormenorizada, e possível instituição de terapia profilática.

Dor associada a alterações visuais (visão prejudicada ou “buracos” em torno de luz).

Pode sugerir a problemas de refração visual ou glaucoma, necessidade de investigação e tratamento da causa basal.

Dor associada à embaçamento da visão com flexão da cabe-ça para frente. Do matinal, que melhora na posição sentada. Visão dupla ou perda de coordenação e equilíbrio.

Pode indicar quadro de hipertensão intracraniana, condição de urgência médica, que exige encaminhamento imediato.

Para quais tipos de dor de cabeça posso indicar um tratamento sintomático?

Cefaleia tensional

Enxaqueca

Tratamento sintomático

até 9 dias/mês

Crônica > 15 episódios/mês

Encaminhamento médico

Além desse limiteCefaleia em salvas

Aguda <15 episódios mês

Dor de cabeça

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58 O que o paciente precisa saber ao receber um tratamento?

Que tratamentos eu posso recomendar?

• Terapia abortiva é mais efetiva quando administrada no início dos sintomas.

• O tratamento sintomático deve ser limitado a no máximo 9 dias ao mês.

• Dor de cabeça tensional pode ser associada a transtornos psiquiátricos como depressão e ansiedade, e nes-

ses casos analgésicos apresentam pouco ou nenhum efeito. O tratamento da condição basal é fundamental.

• Tratamento preventivo é recomendado para pacientes com sintomas frequentes, recorrentes, de longa du-

ração ou com limitação funcional importante.

CRIANÇAS

Orientações gerais

Dores de cabeça são queixas comuns durante a infância, e podem estar associadas a quadros infecciosos

ou febris, tensões familiares ou escolares e enxaquecas. De maneira geral a abordagem farmacêutica, deve

ser destinada a quadros agudos, de intensidade leve a moderada. Quadros recorrentes ou intensos exigem

avaliação médica pormenorizada para diagnóstico diferencial e instituição terapêutica rápida.

Analgésica

• Paracetamol (Tylenol®)

□ Gotas 200 mg/ml – 15 ml: 1 gota/ Kg de peso/ dose (por exemplo: uma criança com 10 Kg deve-rá tomar 10 gotas, com 15 Kg tomará 15 gotas e assim por diante), até o limite de 35 gotas por dose. Essa administração pode ser repetida 4-5 x/dia, com intervalos de 4-6 horas não devendo ultrapassar 5 administrações em 24 horas.

• Dipirona (Novalgina®)

□ Gotas 500 mg/ml – frasco 10 ml

° Crianças <5 anos e lactentes: 3-5 gotas em água, até 5 vezes ao dia.

° Crianças >5 anos: 7-15 gotas em água, até 4 x/dia.

□ Solução oral 50 mg/ml – frasco 100 ml

° 5-8 kg (3 a 11 meses): dose única 1,25-2,5. Dose máxima diária 10 ml (4 tomadas x 2,5 ml).

° 9-15 kg (1 a 3 anos): dose única 2,5 a 5. Dose máxima diária 20 ml (4 tomadas x 5 ml).

° 16-23 kg (4 a 6 anos): Dose única 3,75 a 7,5 ml. Dose máxima diária 30 ml (4 tomadas x 7,5 ml).

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° 24-30 kg (7 a 9 anos): Dose única 5 a 10 ml. Dose máxima diária 40 (4 tomadas x 10 ml).

° 31-45 kg (10 a 12 anos): Dose única 7,5 a 15 ml. Dose máxima diária 60 ml (4 tomadas x 15 ml).

° 46-53 kg (13 a 14 anos): Dose única 8,75 a 17,5. Dose máxima diária 70 (4 tomadas x 17,5 mL).

• Ibuprofeno (Alivium® / Dalsy® / Advil® / Ibuliv® / Ibupril® / Vantil® / Novalfem® / Buscofem®)

□ Gotas de 50 mg/mL - frasco de 20, 30, 40, 50 e 60 mL.

° Crianças >6 meses: 1 a 2 gotas/kg peso, em intervalos de 6-8 horas, ou seja, 3 a 4 x/ dia, não excedendo o máximo de 40 gotas/dose.

□ Gotas de 100 mg/mL - frasco de 20, 30, 40, 50 e 60 mL.

° Crianças >6 meses: 1 gota/kg peso, em intervalos de 6-8 horas, ou seja, 3 a 4 x/ dia, não excedendo o máximo de 20 gotas/dose.

*O tratamento para dor de cabeça em crianças, geralmente preconiza dose única. Se doses continuadas

são necessárias, o tratamento não deve ultrapassar 3 dias, com necessidade de encaminhamento médico,

se ausência de melhora no período.

ADOLESCENTES E ADULTOS

Terapia não farmacológica

• Calor, gelo, massagem, descanso, biofeedback.

Primeira linha

Dor leve

• Dipirona (Novalgina®)

□ Comprimido 500mg: 1-2 cpr até 4 x/ dia.

□ Gotas 500 mg/ml: 20 a 40 gotas em administração única ou até o máximo de 40 gotas 4x/dia.

□ Solução oral 50 mg/m: 10-20 mL, até 4 x/dia

• Ibuprofeno (Alivium® / Dalsy® / Advil® / Ibuliv® / Ibupril® / Vantil® / Novalfem® / Buscofem®)

□ Gotas 100 mg/mL: 200 mg (20 gotas) - 800 mg (80 gotas), não devendo exceder a dose máxima diária de 3.200 mg.

□ Comprimido - 200 mg: 1-2 cpr, 4-6 x/dia. Não exceder dose máxima de 6 cpr/dia.

• Naproxeno (Naprosyn® / Flanax® / Napronax® / Naprox®)

□ Comprimido 250 mg e 500 mg

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60 ° Dor de cabeça tensional: 500 mg administrados inicialmente seguidos de 250 mg a inter-

valos de 6-8 horas.

° Crise enxaqueca leve a moderada: 750 mg ao primeiro sintoma de crise iminente, 250-500 mg adicionais podem ser administrados no decorrer do dia, se necessário, mas não antes de meia hora da dose inicial. A dose diária de 1250 mg não deve ser excedida.

• Cetoprofeno (Profenid® / Flamador® / Cetoprofen®)

□ Cápsula 50 mg: 200 mg em dose única.

□ Comprimido revestido 100 mg: 200 mg em dose única. Se necessário terapia de manutenção, utilizar 100 mg 12/12h. Se necessária terapia de manutenção utilizar 2 cápsulas 2 x/dia, às refei-ções; ou 1 cápsula 3 vezes ao dia às refeições.

□ Solução 20 mg/ml: 50-100 gotas em dose única, se necessário terapia de manutenção, utilizar 50 gotas a cada 6 ou 8 horas.

• Ácido acetilsalicílico (Aspirina®)

□ Comprimidos 500 mg: 2 cpr em dose única. Se necessário, repetir a cada 4 a 8 horas, não exce-dendo 8 comprimidos por dia.

Dor moderada

• Mucato de Isometepteno + Dipirona Sódica + Cafeína Anidra (Neosaldina®)

□ Comprimido (30 mg + 300 mg + 30 mg): 1 a 2 drágeas, 3 a 4 vezes ao dia.

• Ácido acetilsalicílico + cafeína (Cafiaspirina®)

□ Comprimido (650mg + 65 mg):1-2 cpr a cada 6-8 h, não excedendo 5 cpr/dia.

• Paracetamol + cafeína (Tylenol DC® / Sonridor Caf®): 2 comprimidos de 6/6 horas enquanto persisti-rem os sintomas ou a critério médico. Não ingerir mais de 8 cpr em 24 horas.

Segunda linha

Dor leve

• Paracetamol (Tylenol®)

□ Comprimido 500mg: 1-2 cpr, 3 a 4 x/dia.

□ Comprimido 750 mg: 1 cpr, 3-5 x/dia.

□ Gotas 200 mg/mL - frasco 15 ml: 35 a 55 gotas, 3-5 x/dia.

□ Não exceder dose máxima diária de 4g.

IDOSOS

As doses geriátricas são as mesmas recomendadas para adulto, entretanto, o tratamento deve ser iniciado com as menores doses possíveis, e monitorado cautelosamente, visto a maior possibilidade de eventos adversos. Contudo, algumas considerações devem ser feitas nesse sentido:

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ABUSO DE ANALGÉSICOS

O uso crônico de analgésicos, por mais de 3 meses, pode ser responsável pelo desenvolvimento de síndro-me de cefaleia crônica, denominada medication overuse headache (MOH) ou cefaleia pelo uso abusivo de analgésicos, com prevalência de 1-2% na população em geral. Esse transtorno se caracteriza por sensibili-zação central e quadro de cefaleia em mais de 15 dias ao mês, é geralmente precedido por um transtorno de dor de cabeça episódica, geralmente enxaqueca ou cefaleia do tipo tensional, tratada de maneira fre-quente (2-3 x/semana) com medicamentos sintomáticos.

O que posso aconselhar?

• Explique ao paciente que o uso crônico de analgésicos em vez de melhorar a dor de cabeça, esta geran-do sintoma rebote, e que sua retirada é aconselhável.

• Aconselhe a utilização de um AINE de longa duração, como o naproxeno para uso intermediário, 9-15 dias mês, com posterior redução gradual para o mínimo necessário.

• Acompanhe o paciente nesse processo, a utilização de um diário para dor, pode ser indicada.

• Em casos de dores frequentes ou altamente debilitantes, mesmo após a retirada, ou que impossibili-tem o sucesso desse processo, tratamento profilático é altamente aconselhável. Para tal, encaminhe o paciente ao médico, descrevendo o quadro sintomático e as intervenções realizadas.

Outra situação não incomum é uso regular de ergotamina (medicamento tarjado), o paciente muitas vezes pode querer comprar outro medicamento para sua dor de cabeça ou enxaqueca, pois esse já não é suficien-te. Nesses casos o paciente deve ser receber as seguintes recomendações:

• O uso crônico de ergotamina esta associado a eventos adversos importantes, como aumento do risco de doenças cardiovasculares, e indução de MOH.

• Ressalte que o uso frequente do medicamento pode induzir a piora da resposta terapêutica, e que a adição de um analgésico não soluciona o problema, siga as recomendações anteriores para a retirada do medicamento.

• Analgésicos como o paracetamol e a dipirona devem ser privilegiados visto seu menor potencial de in-terações e melhor perfil de segurança. Ibuprofeno podem aumentar a pressão arterial e interagir com anti-hipertensivos, portanto durante a vigência desses medicamentos pacientes hipertensos devem ser monitorado.

• Analgésicos não-esteroidais e a aspirina devem ser evitados em pacientes com risco de sangramento gastrointestinal (histórico de úlcera gastroentérica ou hemorragia digestiva alta, uso crônico de corti-costeroides e intolerância prévia a classe).

• Analgésicos não-esteroidais e cafeína devem ser utilizados com cautela em pacientes hipertensos, podendo levar a aumento pressórico transitório. Sempre que possível outras alternativas devem ser privilegiadas.

• Orfenadrina apresenta efeito anticolinérgico e, por conseguinte risco de sedação e quedas em idosos. Seu uso deve ser restrito nessa população.

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62 DORES MUSCULARES (45,46)

O que é?

Mialgia, ou dor muscular, é uma queixa comum entre os adultos que procuram

a farmácia. De maneira geral, a maioria das pessoas irá ter dor muscular em al-

gum momento de sua vida. Esforço excessivo, trauma e infecções virais estão

entre as causas mais comuns.

Quais são as causas possíveis?

O que devo perguntar ao paciente?

CAUSAS COMUNS

• Artrite reumatoide

• Bursites

• Deficiência de vitamina D

• Distensão muscular, fadiga

• Doença hepática crônica

• Exercício físico extenuante

• Fibromialgia

• Hipotireoidismo

• Infarto muscular

• Infecções virais e bactérias

• Insuficiência Adrenal

• Lúpus eritematoso sistêmico

• Polimialgia reumática

• Vasculite

MEDICAMENTOS

Antipsicóticos

Bifosfonatos

Ciprofloxacino

Estatinas

Fibratos

Glicocorticoides

Inibidores da aromatase

Retirada de antidepressivos

ENTREVISTA

• Há quanto tempo você está sentindo dor muscular?

• A dor começou de repente ou gradualmente?

• A dor é localizada ou difusa?

Características

• Dor aguda, com sin-tomas constitucio-nais proeminentes.

ANORMALIDADES

Associação possível

• Infecções

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Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico?

Quais são os objetivos do tratamento

ENTREVISTA

CARACTERÍSTICAS

ANORMALIDADES

ASSOCIAÇÃO POSSÍVEL• A dor está associada a dor em outro lugar? É perto de articulações?

• A dor piora no período da manhã?

• Existe vermelhidão, inchaço, calor ou dor na área da dor muscular?

• Você praticou alguma atividade física diferente da intensidade usual?

• Apresentou algum trauma ou lesão?

• Apresenta algum outro sintoma associado?

• Faz uso de algum medicamento? Qual?

• Dor de início agudo no pescoço, ombros, braços, nádegas e coxas em idosos, que piora no período da manhã.

• Dor subaguda asso-ciada à fraqueza

• Polimialgia reumática

• Mialgias induzidas por medicamentos

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃO

Dor associada à vermelhidão, inchaço, calor ou dor local.

Piomiosite, abscesso, infarto do músculo ou síndrome comparti-mental podem causar dor muscular focal. Piomiosite e abscesso podem causar achados inflamatórios localizados também. Necessi-dade de avaliação médica diagnóstica.

Dor subaguda proximal associada à fraqueza muscu-lar simétrica.

Pode indicar mialgia induzida por estatinas (pode se desenvolver semanas ou meses após início do tratamento), necessidade de exames laboratoriais e avaliação médica diagnóstica.

Dor muscular associada a dor articular.Pode indicar quadro de polimialgia reumática, associada a quadro de artrite reumatoide descompensado ou não diagnosticado. Ne-cessidade de avaliação médica diagnóstica e terapêutica.

Dor muscular associada a prisão de ventre, fadiga e ganho de peso.

Sintomas podem indicar hipotireoidismo, com necessidade avalia-ção médica diagnóstica e terapêutica.

Dor muscular associada a erupções cutâneas e/ou febre.

Pode indicar quadro de infecção local ou sistêmica. Necessidade de encaminhamento para diagnóstico e instituição de terapia adequada.

Dor muscular associada a hiperpigmentação e/ou hipotensão postural.

Pode indicar quadro de insuficiência adrenal, com necessidade de investigação diagnóstica.

Dor generalizada associada a sintomas psiquiátricos de depressão (tristeza, fadiga, astenia, etc)

Pode indicar quadro de fibromialgia associada a quadro depressivo descompensado ou não diagnosticado. Necessidade de avaliação médica.

Promover melhora sintomática do quadro de dor muscular.

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64 Que tratamentos eu posso recomendar?

CRIANÇAS

Orientações gerais

• Quadro geralmente associado a infecções virais ou bacterianas. Para tal, a recomendação de repouso e ingestão adequada de líquidos é importante.

Analgésica

• Paracetamol (Tylenol®)

□ Gotas 200 mg/ml – 15 ml: 1 gota/ Kg de peso/ dose (por exemplo: uma criança com 10 Kg deve-rá tomar 10 gotas, com 15 Kg tomará 15 gotas e assim por diante), até o limite de 35 gotas por dose. Essa administração pode ser repetida 4-5 x/dia, com intervalos de 4-6 horas não devendo ultrapassar 5 administrações em 24 horas.

• Dipirona (Novalgina®)

□ Gotas 500 mg/ml – frasco 10 ml

° Crianças <5 anos e lactentes: 3-5 gotas em água, até 5 vezes ao dia.

° Crianças >5 anos: 7-15 gotas em água, até 4 x/dia.

□ Solução oral 50 mg/ml – frasco 100 ml

° 5-8 kg (3 a 11 meses): dose única 1,25-2,5. Dose máxima diária 10 ml (4 tomadas x 2,5 ml).

° 9-15 kg (1 a 3 anos): dose única 2,5 a 5. Dose máxima diária 20 ml (4 tomadas x 5 ml).

° 16-23 kg (4 a 6 anos): Dose única 3,75 a 7,5 ml. Dose máxima diária 30 ml (4 tomadas x 7,5 ml).

° 24-30 kg (7 a 9 anos): Dose única 5 a 10 ml. Dose máxima diária 40 (4 tomadas x 10 ml).

° 31-45 kg (10 a 12 anos): Dose única 7,5 a 15 ml. Dose máxima diária 60 ml (4 tomadas x 15 ml).

° 46-53 kg (13 a 14 anos): Dose única 8,75 a 17,5. Dose máxima diária 70 (4 tomadas x 17,5 mL).

• Ibuprofeno (Alivium® / Dalsy® / Advil® / Ibuliv® / Ibupril® / Vantil® / Novalfem® / Buscofem®)

□ Gotas de 50 mg/mL - frasco de 20, 30, 40, 50 e 60 mL.

° Crianças >6 meses: 1 a 2 gotas/kg peso, em intervalos de 6-8 horas, ou seja, 3 a 4 x/ dia, não excedendo o máximo de 40 gotas/dose.

□ Gotas de 100 mg/mL - frasco de 20, 30, 40, 50 e 60 mL.

° Crianças >6 meses: 1 gota/kg peso, em intervalos de 6-8 horas, ou seja, 3 a 4 x/ dia, não excedendo o máximo de 20 gotas/dose.

*Devido a seu perfil de segurança desfavorável ou pouco estudado em pediatria, relaxantes musculares, em monoterapia ou associação com analgésicos apresentam uso restrito em crianças e devem ser utiliza-dos apenas sob supervisão médica.

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ADOLESCENTES E ADULTOS

Primeira linha

Analgésicos orais

• Paracetamol (Tylenol®)

□ Comprimido 500mg: 1-2 cpr, 3 a 4 x/dia.

□ Comprimido 750 mg: 1 cpr, 3-5 x/dia.

□ Gotas 200 mg/mL - frasco 15 ml: 35 a 55 gotas, 3-5 x/dia.

□ Não exceder dose máxima diária de 4g.

• Dipirona (Novalgina®)

□ Comprimido 500mg: 1-2 cpr até 4 x/ dia.

□ Gotas 500 mg/ml: 20 a 40 gotas em administração única ou até o máximo de 40 gotas 4x/dia.

□ Solução oral 50 mg/m: 10-20 mL, até 4 x/dia

• Ibuprofeno (Alivium® / Dalsy® / Advil® / Ibuliv® / Ibupril® / Vantil® / Novalfem® / Buscofem®)

□ Gotas 100 mg/mL: 200 mg (20 gotas) - 800 mg (80 gotas), não devendo exceder a dose máxima diária de 3.200 mg.

□ Comprimido - 200 mg: 1-2 cpr, 4-6 x/dia. Não exceder dose máxima de 6 cpr/dia.

• Cetoprofeno (Profenid®)

□ Cápsula 50 mg: 200 mg em dose única.

□ Comprimido revestido 100 mg: 200 mg em dose única. Se necessário terapia de manutenção, utilizar 100 mg 12/12h. Se necessária terapia de manutenção utilizar 2 cápsulas 2 x/dia, às refei-ções; ou 1 cápsula 3 vezes ao dia às refeições.

□ Solução 20 mg/ml: 50-100 gotas em dose única, se necessário terapia de manutenção, utilizar 50 gotas a cada 6 ou 8 horas.

Analgésicos e anti-inflamatórios tópicos

• Cetoprofeno tópico (Adulto)

□ Gel 25mg/g: Aplicar sobre área dolorida 2 a 3 x/dia, massageando suavemente por alguns minu-

tos. A quantidade de gel deve ser ajustada para que possa cobrir a área afetada, não excedendo

15 g por dia (7,5 gramas de cetoprofeno, que correspondem a aproximadamente 14 cm de gel).

O tratamento deve ser mantido até o desaparecimento dos sintomas, não devendo exceder uma

semana.

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66• Diclofenaco Dietilamônio (Adulto)

□ Gel ou gel creme 10 mg/g: Aplicar sobre a área dolorida 3 a 4 x/dia, massageando suavemente por alguns minutos. A quantidade necessária depende do tamanho da região afetada. O tratamento deve ser mantido até o desaparecimento dos sintomas, não devendo exceder uma semana.

□ Aerossol 11,6 mg/g (correspondente a 10mg/g de Diclofenaco potássico): Aplicar sobre a área dolorida 3 a 4 x/dia. A quantidade necessária depende do tamanho da região afetada. O trata-mento deve ser mantido até o desaparecimento dos sintomas, não devendo exceder uma sema-na.

□ Emplastro 140 mg (10x14 cm): Um emplastro medicamentoso deve ser aplicado na área doloro-sa duas vezes por dia, de manhã e à noite. A dose diária máxima é de 2 emplastros medicamento-sos, mesmo que exista mais do que uma área lesada para ser tratada. Portanto, apenas uma área dolorosa pode ser tratada ao mesmo tempo.

• Etofenamato (Adulto) □ Gel 50 mg/g: Aplicar sobre a área dolorida 3 a 4 x/dia (5 a 10 cm de gel, dependendo do local a

ser tratado), massageando suavemente por alguns minutos O tratamento deve ser mantido até o desaparecimento dos sintomas, não devendo exceder uma semana.

• Salicilato* (Adultos) *permitido também em crianças>2 anos

□ Salicilato de metila + cânfora + mentol + terebintina

□ Aerossol (0,0333mL + 0,0333g + 0,0083g + 0,0833mL / mL): Aplicar sobre a área dolorida 2 a 3 x/dia. Durante a aplicação evitar inalação e proteger os olhos. O tratamento deve ser mantido até o desaparecimento dos sintomas, não devendo exceder uma semana.

□ Linimento (75,0mg + 57,6mg + 14,4mg + 125,5mg / mL): Aplicar uma pequena porção do lini-mento na região afetada massageando-a, de 1 a 3 x/dia. O tratamento deve ser mantido até o desaparecimento dos sintomas, não devendo exceder uma semana.

□ Pomada (52,50mg + 44,40mg + 20,0mg + 191,47mg): Friccionar sobre a área dolorida por alguns minutos e repetir 2 ou 3 x/dia, até melhora da dor. O tratamento deve ser mantido até o desaparecimento dos sintomas, não devendo exceder uma semana.

□ Salicilato de metila + associações

□ Pomada 50 mg/g: Friccionar sobre a área dolorida por alguns minutos 1 ou 2 x/dia, até melho-ra da dor. O tratamento deve ser mantido até o desaparecimento dos sintomas, não devendo exceder uma semana.

□ Salicilato de metila + cânfora + mentol

□ Pomada (0,0444mL + 0,0444g + 0,0200g): Friccionar sobre a área dolorida por alguns minu-tos 2 ou 3 x/dia, até melhora da dor. O tratamento deve ser mantido até o desaparecimento dos sintomas, não devendo exceder uma semana.

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Segunda linha

Analgésicos + relaxantes musculares

• Dipirona monoidratada + citrato de orfenadrina + cafeína (Dorflex®)

□ Comprimidos 300 mg + 35 mg + 50 mg: 1 a 2 comprimidos, 3 a 4 vezes ao dia por 3-5 dias.

□ Solução oral (gotas) (300 mg + 35 mg + 50 mg) / ml - frascos com 20 mL: 30 a 60 gotas, 3 a 4 vezes ao dia por 3-5 dias.

□ Contraindicado em pacientes com glaucoma, obstrução pilórica ou duodenal, acalasia do esôfago, úlcera péptica estenosante, hipertrofia prostática, obstrução do colo vesical ou miastenia grave.

□ A orfenadrina como todo anticolinérgico, pode produzir bradicardia ou taquicardia, arritmias cardíacas, secura da boca, sede, diminuição da sudorese, midríase, dificuldade de acomodação visual (“visão borrada”). Em doses tóxicas podem ocorrer, além dos sintomas mencionados, ata-xia, distúrbios da fala, disfagia, agitação, pele seca e quente, disúria, diminuição dos movimentos peristálticos intestinais, aumento da pressão intraocular, náuseas, vômitos, cefaleia, constipa-ção, tonturas, alucinações, delírio e coma.

• Paracetamol + Carisoprodol + Cafeína (Dorilax®) – Comprimido 350 mg + 150 mg + 50 mg: 1 a 2 com-

primidos, 2 a 4 vezes ao dia por 3-5 dias.

□ Contraindicado nos casos de miastenia gravis, discrasias sanguíneas, porfiria aguda intermiten-te, gastrites, duodenites, úlceras gástricas ou duodenais, hipertensão, cardiopatias, nefropatias e hepatopatias.

□ Podem induzir a distúrbios gastrintestinais como dispepsia, dor epigástrica, náuseas e vômitos. Ocasionalmente, podem ocorrer cefaleia, tonturas, irritabilidade e insônia.

IDOSOS

As doses geriátricas são as mesmas recomendadas para adulto, entretanto, o tratamento deve ser iniciado

com as menores doses possíveis, e monitorado cautelosamente, visto a maior possibilidade de eventos

adversos. Considere as seguintes dicas:

• Analgésicos como o paracetamol e a dipirona devem ser privilegiados em prol de associações, que

apresentam perfil de segurança questionável em idosos,

• Orfenadrina apresenta efeito anticolinérgico e, por conseguinte risco de sedação e quedas em idosos.

Seu uso deve ser restrito nessa população.

• Anti-inflamatórios não esteroidais, como o ibuprofeno e o cetoprofeno, podem aumentar transitoria-

mente a pressão arterial e interagir com anti-hipertensivos, portanto durante a vigência desses medi-

camentos, pacientes hipertensos devem ser cuidadosamente monitorados.

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68 ESCABIOSE (17,47–52)

O que é?

A escabiose (“coceira” ou “sarna”) é uma infestação da pele pelo ácaro Sarcoptes Scabiei, que resulta em erupções

cutâneas intensamente pruriginosas, com um padrão de distribuição característico. A transmissão de sarna ge-

ralmente é de pessoa para pessoa pelo contato direto.

O que mais eu preciso saber?

O sintoma mais comum da escabiose é o pru-rido. Muitas vezes, é grave e geralmente piora à noite. O prurido é o resultado de uma reação de hipersensibilidade retardada do tipo IV para o ácaro, fezes e ovos dos ácaros. As lesões são essencialmente pequenas, eritematosas, papu-lares, muitas vezes com crostas hemorrágicas. Qualquer área pode ser afetada, mas o couro cabeludo (crianças), mãos, pés, axilas, e regiões de pregas são particularmente suscetíveis.

O que devo perguntar ao paciente?

ENTREVISTA

• Há quanto tempo essa lesão surgiu?

• Ela coça? O sintoma piora no período noturno?

• Como a lesão se espalhou?

• Você notou alterações na cor da pele?

• Quais são as regiões do corpo afetadas?

• Você fez alguma viagem e se hospedou em locais com problemas de higiene?

• Mais alguém na sua família está tendo sintomas semelhantes?

• Você já utilizou algum medicamento para isso? Qual? Funcionou?

Características

• Lesões inflamató-rias, dolorosas com eventual formação de pus.

• Lesões bem deli-mitadas, com local definido e forma anelar.

• Lesões dissemi-nadas por todo o corpo, associadas a sintomas sistê-micos.

ANORMALIDADES

ASSOCIAÇÃO POSSÍVEL

• Infecção bacteriana secundária

• Tinea corporis

• Infecções virais

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Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico?

Quais são os objetivos do tratamento?

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃO

Inflamação intensa, com formação de placas de pus, ou lesões de grande extensão.

Pode indicar infecção bacteriana secundária, com neces-sidade de avaliação médica e instituição de tratamento sistêmico.

Lesões corporais disseminadas, associadas a sintomas sistê-micos, como febre, fadiga e astenia.

Podem indicar condições sistêmicas, infecções virais: ex: catapora.

Lesões localizadas associadas a gatilhos específicos. Podem indicar reações alérgicas, como urticárias.

Erradicação dos ácaros, com cessação dos sintomas, e recuperação do aspecto visual e fisiológico da pele.

Quais tratamentos eu devo aconselhar?

TODAS AS POPULAÇÕES

Primeira linha

• Permetrina tópica – loção cremosa 5% - 60 ml (Keltrina plus® / Pioletal plus® / Nedax plus®)

□ Os pacientes devem massagear o creme de permetrina completamente desde a pele do pescoço até as solas dos pés, incluindo áreas sob as unhas das mãos e dos pés.

□ O couro cabeludo, pescoço, têmporas e testa podem ser infestados em crianças e pacientes geri-átricos. Nestas populações, a permetrina, também deve ser aplicada ao couro cabeludo e na face, poupando os olhos e a boca.

□ O creme deve ser removido por lavagem (chuveiro ou banheira), após 8 a 14 horas.

□ A aplicação deve ser repetida 14 dias após.

*A permetrina 5% creme parece ser segura e eficaz, mesmo quando aplicada em crianças com menos de um

mês de idade infectadas com sarna neonatal.

Orientações aos pacientes:

• Reforçar que o uso do medicamento deve ser exclusivamente externo; em caso de contato com os

olhos, lavar abundantemente com água corrente.

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70• Orientar para usar sabonetes neutros, pois sabonetes escabicidas aumentam o risco de irritação.

• Orientar para a necessária agitação do frasco da loção antes do uso.

• Alertar para aplicar com cuidado nos espaços interdigitais e não lavar as mãos após a aplicação.

• Orientar troca diária de roupas e roupas de cama; ensinar a ferver as roupas e passar a ferro bem

quente para não haver reinfestação.

• Orientar para a necessidade de investigar infestação em familiares e pessoas próximas.

• Alertar que, após o tratamento da escabiose, o prurido pode permanecer por algumas semanas, o que

isso raramente significa falha da terapêutica, não sendo necessária a repetição do tratamento.

E se a coceira persistir?

Anti-histamínicos podem benéficos na redução de prurido, e alternativas como a dexclorfenira-

mina ou a difenidramina podem ser úteis até a cessação do sintoma.

*Lembre-se que anti-histamínicos de primeira geração devem ser utilizados com cautela em

crianças e idosos, devido aos seus riscos associados de efeito paradoxal e anticolinérgico.

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INSÔNIA E DIFICULDADES PARA DORMIR (53,54)

O que é?

Pacientes com insônia apresentam disfunção diurna devido à dificuldade em iniciar o sono, dificuldade

em manter o sono, ou acordar de manhã cedo, sem capacidade de voltar a dormir. Isso ocorre apesar de

ter tempo e oportunidade adequada para o sono. A insônia pode ser uma condição independente ou um

distúrbio do sono secundário a uma condição médica, doenças psiquiátricas, distúrbios do sono, medica-

mentos ou desordens independentes.

Quais são as causas possíveis?

CAUSAS COMUNS

• Depressão

• Ansiedade

• Transtorno de humor

• Etilismo

• Predisposição genética

• Fatores precipitantes (quadros álgicos, vivência de perdas, problemas pessoais, estresse)

• Abuso de substâncias estimulantes

• Hipertireoidismo

MEDICAMENTOS

• Antidepressivos

• Corticosteroides

• Anfetamínicos

• Antipsicóticos

• Betabloqueadores

• Descongestionantes nasais

• Cafeína

• β-agonistas

Classificação? Insônia de curto prazo ou insônia relacionada ao estresse

Sintomas presentes em menos de três meses. Os sintomas podem ser tempo-ralmente relacionados a um estressor identificável. O fator principal no diag-nóstico de insônia em curto prazo é a perturbação do sono, que passa a ter foco independente para o paciente.

Insônia crônica

Sintomas ocorrem pelo menos três vezes por semana durante três meses ou mais e não estão relacionadas a uma oportunidade inadequada para o sono (não relacionados com a restrição do sono) ou ambiente inapropriado sono, ou outro distúrbio do sono. Inclui tanto uma latência para pegar no sono de 20 minutos ou mais em crianças e adultos jovens ou 30 minutos ou mais em ido-sos; ou períodos de despertar prolongados de 20 minutos ou mais em crianças ou jovens adultos ou 30 minutos ou mais em adultos mais velhos.

Outros tipos de insônia

Pacientes que se queixam de dificuldade para iniciar ou manter o sono, mas não preenchem todos os critérios para tanto a insônia de curto prazo ou crônica.

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72 Quais as consequências da insônia?

• Alterações na qualidade de vida, com fadiga, sonolência, confusão, tensão, ansiedade e depressão, em

comparação com os controles.

• Comprometimento dos aspectos físicos e psicológicas

• Menor propensão para sucesso profissional

• Elevado risco cardiovascular

• Risco aumentado de hipertensão, diabetes, infarto

• Risco aumento de depressão e ansiedade

O que devo perguntar ao paciente?

Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico?

ENTREVISTA

• Você esta com problemas para dormir?

• Há quanto tempo?

• Existe algum fator precipitante (estresse, tensão, problemas emocionais)?

• Apresenta algum problema psiquiátrico?

• Existe algum outro fator associado (dor de cabeça importante, alterações cognitivas, visuais, na fala)?

• Você está utilizando algum medicamento ou ali-mento que podem ter efeito estimulante (cafeína, guaraná)?

CARACTERÍSTICAS

• Insônia associada a outros sintomas, tais como dor de cabeça, alterações cognitivas, visuais ou na fala

ANORMALIDADES

ASSOCIAÇÃO POSSÍVEL

• Doenças neuroló-gicas

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃOInsônia associada a condições sistêmicas descompensadas, como quadro álgico ou psiquiátrico

Necessidade de tratamento da causa basal.

Insônia associada a dor de cabeça, alterações cognitivas, visuais ou na fala

Quadro neurológico, necessidade de investigação porme-norizada.

Quadro crônico não responsivo a medicamentos isentos de prescrição.

Necessidade de investigação diagnóstica e mudança na farmacoterapia.

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Quais são os objetivos do tratamento?

Reduzia a latência do sono, melhorar a constância do sono, reduzir o tempo necessário para despertar.

Que tratamentos eu posso recomendar?

TODAS AS POPULAÇÕES

Orientações gerais

• Higiene do sono

□ Dormir apenas o quanto você precisa para se sentir descansado e, em seguida, sair da cama

□ Manter um horário de sono regular

□ Evitar forçar o sono

□ Praticar exercícios físicos regularmente, durante pelo menos 20 minutos, de preferência 4 a 5 horas antes de deitar

□ Evitar bebidas com cafeína depois do horário do almoço

□ Evitar bebidas alcoólicas e tabagismo próximo ao horário de deitar, especialmente à noite

□ Não ir para a cama com fome

□ Ajustar ambiente do quarto

□ Lidar com suas preocupações antes de dormir

• Terapia de controle de estímulos

□ Ir para a cama somente quando estiver com sono.

□ Não assistir televisão, ler, comer, ou se preocupar, enquanto está na cama. Use a cama apenas para dormir e fazer sexo.

□ Levantar se não adormecer dentro de vinte minutos e ir para outro local da casa. Volte para a cama somente quando estiver com sono. Repita este passo quantas vezes forem necessárias du-rante toda a noite.

□ Defina um despertador para acordar em um horário fixo todas as manhãs, incluindo finais de semana.

□ Não tirar uma soneca durante o dia.

Farmacoterapia

• Valeriana officinalis L. + Passiflora incarnata L + Crataegus oxyacantha L (40 mg + 50 mg + 30 mg)

(Sominex®)

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74• Passiflora incarnata L.

□ Comprimido 3,5% (360mg)

° Adultos: 1-2 cpr 2x/dia

□ Solução oral 2,5% (100 mg) – 30 ou 100ml

° Adultos: 5-10ml 2 x/dia

• Passiflora incarnata L + Crataegus oxyacantha L + Salix alba L (100mg + 30mg + 100 mg) Adultos: 1-2

comprimidos revestidos, 1 ou 2 x/ dia.

• Passiflora alata + Erythrina mulungu + Leptolobium elegans + Adonis vernalis (80mg + 60mg+ 20mg

+ 20 mg) (Ritmoneuran®)

□ Adultos e crianças acima de 12 anos: 1 a 2 cápsulas 3 vezes ao dia

• Melatonina 1mg cápsulas (suplemento alimentar)

• 1-5 cps antes de dormir

*De modo geral o tratamento para insônia em crianças deve ser não medicamentoso. Orientado para hi-

giene do sono e medidas relaxantes antes de dormir, como massagens e afago.

Que tratamentos eu não devo recomendar?

Anti-histamínicos de primeira geração, ou seus derivados (dimenidrato) principalmente por seu efeito depressor

do sistema nervoso central, em muitas condições são utilizados cronicamente para o tratamento da insônia. En-

tretanto, o seu perfil de segurança questionável, bem como a ausência de estudos que comprovem sua eficácia

para essa função, contraindicam esses medicamentos para o tratamento da insônia. O paciente deve ser orien-

tado quanto a medidas não farmacológicas possíveis, e se necessário, uma nova terapia para manejo da insônia,

como a valeriana, pode ser instituída.

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MEDICAMENTOS PARA VIAGENS (17)

Por quê?

A solicitação de indicação / prescrição de medicamentos para viagens é um moti vo co-

mum de procura a farmácia comercial. A popularmente chamada “farmacinha” faz par-

te da cultura do brasileiro, e deve contemplar medicamentos que resolvam as afecções

mais comuns associadas a mudanças de hábitos, clima e roti na inerentes a uma viagem.

O que devo considerar para uma indicação racional?

• Para onde é a viagem? (De maneira geral, mudanças climáti cas importantes podem predispor a vulne-rabilidade imunológica e infecções virais)

• Qual a sua idade e das pessoas que irão viajar? (Crianças apresentam maior risco de infecções virais, adultos normalmente apresentam afecções ligadas a mudanças de hábitos alimentares, como dispep-sia ou condições gastrointesti nais).

• Qual o moti vo da viagem? (Viagens de férias normalmente estão associadas a exageros no que tange ao aspecto alimentar e ao consumo de bebidas alcoólicas).

• Qual o período da viagem? (Viagens longas geralmente predizem a necessidade de medicamentos para condições comuns, como dor, dispepsia e má digestão e náuseas)

• Quais são as afecções que você normalmente costuma ter? (Pacientes específi cos apresentam predis-posições característi cas para determinadas patologias, isso normalmente depende de característi cas genéti cas, anatômicas e ambientais, assim um paciente que normalmente tem sinusite, dor de gargan-ta ou alergia apresenta uma elevada chance de desenvolver a condição em viagem longa associada a fatores estressantes (fí sicos, psicológicos, alimentares).

Regras gerais

1) Selecione medicamentos para condições comuns:

Dor e febre Medicamentos para profi laxia de exageros (alimentares de bebidas alcoólicas)Azia e má digestão Náuseas

2) Selecione medicamentos de acordo com as característi cas do paciente e da viagem:

Anti alérgicos DiarreiaAnti -infl amatórios Consti pação

Quais são os objeti vos do tratamento?

Proporcionar aos pacientes medicamentos para as condições mais comuns durante uma viagem longa.

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ONICOMICOSE (TINEA UNGUIUM) (55–59)

O que é?

Onicomicoses referem-se a infecções na unha causadas por qualquer fungo, incluindo leveduras e fungos filamentosos não-dermatófitos. Onicomicose dermatofítica (tinea ungueal) ocorre em três formas princi-pais: subungueal distal, subungueal proximal e superficial. Uma ou várias unhas podem ser afetadas, rara-mente todas. Grande parte dos pacientes afetados tem ou já tiveram Tinea Pedis também. A maioria dos casos de onicomicose é devido a dermatófitos, no entanto, muitos casos são devido à leveduras.

O que mais eu preciso saber?

FATORES DE RISCO

Alguns fatores podem predispor o desenvolvimento de onicomicoses, e merecem atenção, para tratamento precoce. São eles:

• Diabetes

• Idade avançada

• Imunodeficiência

• Natação

• Predisposição genética

• Psoríase

• Tinea pedis (associação com Tinea pedis indica o trata-mento adequado da condição pode evitar onicomicoses)

• Viver com membros da família que têm onicomicose

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Apesar de onicomicose ser geralmente uma preocupação estética, ela também pode causar desconforto físico, como: dor crônica ou aguda exacerbada pelo corte de unhas, pressão de cal-çados ou roupas de cama. Além disso, em pacien-tes com diabetes ou outros estados imunocom-prometidos, onicomicose pode aumentar o risco de infecções bacterianas tais como a celulite.

Tipos de onicomicose

Onicomicose subungueal distalAfeta inicialmente o polegar, mas todas as unhas são suscetíveis. A doença começa com uma descoloração esbranquiçada, amarelada ou acastanhada de um canto distal da unha, que gradualmente se espalha para envolver toda a largura da placa da unha e estende-se lentamente para a cutícula.

Onicomicose subungueal proximalForma relativamente rara de onicomicose que começa e progride de um modo seme-lhante ao onicomicose subungueal distal, mas, como o nome implica afeta a porção proximal da unha na vizinhança da cutícula e estende-se distalmente. Ocorre geralmen-te em pessoas com um sistema imunológico gravemente comprometido.

Onicomicose superficial brancaCaracteriza-se pelo aparecimento de manchas brancas sobre a superfície sem brilho da placa da unha de uma ou várias unhas. Se não for tratada, as áreas doentes se espalham por centrifugação

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80 O que devo perguntar ao paciente?

Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico?

ENTREVISTA

• Há quanto tempo os sintomas na unha iniciaram?

• Você percebeu descoloração, descolamento ou engrossamento da unha?

• Sente dor?

• Você associa a condição a algum fator precipitante? Esmaltes, acetonas?

CARACTERÍSTICAS

• Lesões esbranqui-çadas, associadas a fatores precipitantes.

• Inflamação exacerba-da, acompanhada de dor.

ANORMALIDADES

ASSOCIAÇÃO POSSÍVEL

• Podem indicar lesões alérgicas.

• Pode indicar infecções bacterianas secundárias.

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃOInflamação intensa, com formação de placas de pus e dor.

Pode indicar infecção bacteriana secundária, com necessidade de ava-liação médica e instituição de tratamento sistêmico.

Ausência de resposta a tratamento tópico. Indica a necessidade de tratamento sistêmico para manejo da condição.

Quais são os objetivos do tratamento?

Em quais situações o tratamento deve ser indicado?

Curar a infecção fúngica, propiciando o desaparecimento dos sintomas e a retomada das características

da unha.

• Pacientes com história de celulite, especialmente se repetida, da extremidade inferior ipsilateral, com oni-

comicose.

• Pacientes com diabetes e onicomicose de unha com fatores de risco adicionais para a celulite (ex, celulite

prévia, insuficiência venosa, edema).

• Pacientes com dor / desconforto associado com unhas infectadas.

• Pacientes que desejam tratamento por razões estéticas.

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Que tratamentos eu posso recomendar?

ADULTOS E IDOSOS

Primeira Linha

• Amorolfina 50mg/ml – Esmalte (Loceryl®)

□ O esmalte deve ser aplicado na unha afetada da mão ou do pé 1-2 x/semana, da seguinte forma:

1. Antes de aplicar o produto, lixar a área afetada da unha o mais profundamente possível, com auxílio de

uma lixa. As lixas utilizadas nas unhas afetadas não devem ser utilizadas em unhas sadias.

2. Limpar e desengordurar a superfície da unha com uma das compressas embebidas em álcool isopropí-

lico ou removedor de esmalte comum.

3. Este processo deve ser repetido antes de qualquer nova aplicação, visando eliminar os resíduos de

medicamento da aplicação anterior.

4. Introduzir uma espátula no frasco contendo o esmalte.

5. Aplicar diretamente sobre a superfície da unha afetada.

6. Limpar o gargalo do frasco e fechar imediatamente.

7. Deixar secar por aproximadamente 3 - 5 minutos.

A duração do tratamento depende principalmente da gravidade, localização da infecção e velocidade de

crescimento da unha. Em média, são necessários 6 meses para as unhas das mãos e de 9-12 meses para as

unhas dos pés. O tratamento não deverá ser interrompido antes da completa regeneração da unha e cura

das áreas afetadas.

Que tratamentos eu não devo recomendar?

E se o meu paciente não melhorar, ou melhorar apenas parcialmente?

Segunda Linha

• Antifúngicos em solução ou em creme apresentam penetração errática na unha e, portanto baixíssima

efetividade. Além disso, a maioria desses produtos não é licenciada para esse tipo de aplicação.

Como se trata de um tratamento longo, altas taxas de abandono são relatadas, com melhora apenas parcial, ou

recorrência de sintomas. O paciente deve ser questionado sobre o cumprimento do tratamento, e conscientizado

sobre a necessidade de uso regular e contínuo, durante o período recomendado, para alcançar a cura sintomática

e micológica. Se o paciente se encontra altamente motivado o tratamento pode ser reiniciado. Alternativamente

o paciente desejar, pode ser encaminhado a atendimento médico para instituição de tratamento sistêmico.

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O que mais eu preciso saber?

Pediculose capilarA pediculose capilar é causada pelo Pediculus humanus capiti s. A maioria das in-festações por piolhos são assintomáti cas; algumas crianças podem abrigar uma colônia surpreendentemente grande de piolhos sem sintomas aparentes. Pru-rido intenso (comichão) do couro cabeludo, pescoço e orelhas podem ocorrer como uma reação alérgica a saliva de piolhos, que é injetada durante a alimenta-ção. Linfonodos cervicais e da nuca estão frequentemente aumentados e episó-dios febris associados à infecção estafi locócica secundária pode ocorrer.

Pediculose corporalA pediculose corporal é um problema associado a pobres condições de higiene e aglomerações. Pediculus humanus, seu agente eti ológico, serve como vetor de doenças como ti fo, febre das trincheiras e febre recorrente. A coceira é a queixa principal, embora algumas pessoas não pareçam se incomodar com a infestação. Os sinais podem ser limitados a escoriações lineares no tronco e no pescoço, jun-tamente com hiperpigmentação.

Pediculose pubiana e ciliarPediculose pubiana é geralmente transmiti da sexualmente, e pode se estender além da região pubiana, envolvendo outras áreas do corpo, incluindo os cílios (pediculose ciliar). Phthirus púbis, também conhecido como o piolho do caran-guejo, é o organismo responsável. A coceira é a queixa principal em adultos, prin-cipalmente na região pubiana, mas também nas axilas. Em indivíduos peludos, nenhuma área com pelos está imune a envolvimento. O couro cabeludo é pou-pado na maioria dos casos, mas é ocasionalmente envolvido em indivíduos com cabelo grosso e crespo.

PEDICULOSE (51,60–62)

O que é?

Pediculose capilar, pediculose corporal e pediculose pubiana e ciliar são doenças provocadas por infes-

tação de uma das três variedades de piolhos: phthirus pubis, pediculosis humanus capiti s e pediculosis

humanus corporis, que infestam especialmente seres humanos.

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Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico?

Quais tratamentos eu devo aconselhar?

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃO

Piolhos corporais associados à dor de cabeça intensa, febre alta sustentada, tosse, exantema, dor muscular grave.

Pode indicar doenças sistêmicas transmitidas por piolhos, como tifo epidêmico, febre das trincheiras e febre recorrente.

Prurido associado a lesões e gatilhos específicos. Ausência visual de piolhos.

Pode indicar casos de dermatite alérgica, ou de contato, associada a fator precipitante.

PEDICULOSE CAPILAR – TODAS AS POPULAÇÕES

Primeira linha

• Remoção mecânica:

□ Uso de pediculicidas tópicos deve ser evitado em crianças <2 meses, nesses casos preconiza-se a remoção mecânica, através da utilização de pente fino (dentes do pente com 0,2 milímetros de intervalo) em cabelos molhados, como tratamento padrão.

° Agente lubrificante, tal como, condicionador de cabelo, deve ser utilizado antes do pro-cedimento seguinte.

° O cabelo deve ser escovado ou penteado para remover os emaranhados.

° O pente de dentes finos é inserido perto da coroa até que toque suavemente o couro ca-beludo, após deve ser empurrado, com firmeza, para baixo, e examinado para presença de piolhos depois de cada curso.

• O cabelo inteiro deve ser sistematicamente penteado, pelo menos, duas vezes (15 a 30 minutos).

• Permetrina tópica – loção ou shampoo 1% (10 mg/g) - 60 ml (Kwell®) – mínimo 2 meses

O que devo perguntar ao paciente?

ENTREVISTA

• Há quanto tempo você está com coceira?

• Qual a região específica da coceira?

• Houve contato com pessoas com infestação de piolhos?

• Você viu algum piolho?

• Você notou algum fator precipitante da coceira (cosméticos, medicamentos, contato com alguma substância)?

• Você já utilizou algum tratamento específico? Se sim, qual?

CARACTERÍSTICAS

• Escoriações e pruri-do generalizado

ANORMALIDADES

ASSOCIAÇÃO POSSÍVEL

• Considerar possibili-dade de escabiose e dermatites. Descar-tar possíveis fatores precipitantes, e sintomas associados. Lembrar-se que em pediculoses, normal-mente piolhos são visíveis a olho nu.

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84 □ Loção

° Antes de utilizar o produto, o paciente deve ser aconselhado a testar o produto em peque-na área capilar, para evitar possíveis reações alérgicas. Se o paciente desenvolver prurido e vermelhidão intensos, o produto não deve ser utilizado.

° Aplicar o produto nos cabelos úmidos, cobrindo todo o couro cabeludo, esfregando por toda sua extensão (principalmente atrás das orelhas e na nuca). A quantidade necessária varia de acordo com o volume e tamanho dos cabelos.

° Deixar o produto agir por 10 minutos e utilizar o pente fino, para remoção de piolhos e lêndeas, e sequencialmente enxaguar o cabelo com água morna.

° Geralmente dose única é necessária. Se ainda houver piolhos e lêndeas 7 dias após a pri-meira aplicação, repetir o procedimento.

□ Shampoo

° O conteúdo do frasco (60 ml) deve ser completamente aplicado sobre o couro cabeludo previamente molhado, especialmente na nuca e atrás das orelhas, deixando-o em contato com estas áreas por dez minutos. Após enxágue, o cabelo deve ser secado parcialmente com toalha, e recomenda-se a utilização de pente fino para remoção de piolhos e lêndeas.

° Geralmente dose única é necessária. Se ainda houver piolhos e lêndeas 7 dias após a pri-meira aplicação, repetir o procedimento.

• Deltametrina + Butóxido de piperonila (20mg/100mg) (Deltacid plus®) – loção ou shampoo (xampu)

□ Loção

° Aplicar nas áreas atingidas de preferência durante o banho, fazendo-se ligeiras fricções com a polpa dos dedos.

° Deixar as áreas atingidas ensaboadas durante 5 minutos. Enxaguar bem. Usar durante 4 dias consecutivos.

□ Shampoo

° Aplicar nas áreas atingidas de preferência durante o banho, fazendo-se ligeiras fricções com a polpa dos dedos.

° Deixar as áreas atingidas ensaboadas durante 5 minutos. Enxaguar bem. Usar durante 4 dias consecutivos.

*Uso exclusivamente tópico, evitar contato com olhos e mucosas.

Segunda linha

• Loção de dimeticona (95%) (Produto importado – não fabricado no Brasil):

□ A loção deve ser aplicada no cabelo seco.

□ Aplicar a loção com a ponta da embalagem de maneira uniforme ao longo de todo o couro cabeludo.

□ Massagear a loção das raízes às pontas até que o cabelo esteja completamente molhado. A quan-tidade de produto necessária depende da espessura e do comprimento do cabelo. Cabelos na

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altura dos ombros geralmente requerem cerca de 30 a 50 ml de loção.

□ Deixar agir por 10 minutos, e efetuar a lavagem do cabelo, com posterior utilização de pente fino.

PEDICULOSE CORPORAL – TODAS AS POPULAÇÕES

Primeira linha

• Banho adequado, lavagem quente ou descarte de roupas de cama e vestimentas infestadas normal-mente são suficientes para a gestão da pediculose corporal.

Segunda linha (casos onde lêndeas são encontradas em pelos do corpo)

• Permetrina tópica – loção cremosa 5% - 60 ml (Pioletal plus® / Nedax plus®) – Aplicação única

□ Os pacientes devem massagear o creme de permetrina completamente desde a pele do pescoço até as solas dos pés, incluindo áreas sob as unhas das mãos e dos pés.

□ O couro cabeludo, pescoço, têmporas e testa podem ser infestados em crianças e pacientes geri-átricos. Nestas populações, a permetrina, também deve ser aplicada ao couro cabeludo e na face, poupando os olhos e a boca.

□ O creme deve ser removido por lavagem (chuveiro ou banheira), após 8 a 10 horas.

PEDICULOSE PUBIANA – TODAS AS POPULAÇÕES

• Permetrina tópica – loção ou shampoo 1% (10 mg/g) - 60 ml (Kwell®)

□ Ver recomendações uso capilar.

• Deltametrina + Butóxido de piperonila (20mg/100mg) (Deltacid plus®) – loção ou shampoo

□ Aplicar na região infestada por 10 minutos e enxaguar.

*O paciente deve ser monitorado 7-10 dias após aplicação inicial. Em caso de persistência de lêndeas e piolhos. Repetir tratamento.

PEDICULOSE CILIAR

• Devido ao envolvimento de cílios, o tratamento para a pediculose ciliar deve ser modificado para pro-teger os olhos. A terapia inicial é destinada a desalojar mecanicamente os piolhos e lêndeas após apli-cação duas vezes por dia de vaselina comum ou uma pomada oftálmica oclusiva para as margens da pálpebra durante 8 a 10 dias.

Orientações de higiene são fundamentais!

Em todos os casos de pediculose, as orientações de higiene, com necessidade de banho diário, e lavagem dos

cabelos frequente (em pediculose capilar) são fundamentais.

Os pacientes devem ser orientados quanto à alta capacidade de infestação e a necessidade de monitoramento de

familiares para sintomas relacionados, tais como coceira. No caso da pediculose corporal e pubiana, o paciente

deve ser orientado a lavar roupas íntimas e de cama em água quente, a no mínimo 65 ºC.

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86 PEQUENOS FERIMENTOS (63)

O que são?

Pequenos ferimentos são definidos como lesões superficiais e pouco extensas,

geralmente únicas. A gestão dessas condições é frequentemente realizada na

farmácia comunitária, através da indicação de medicamentos específicos e re-

alização de pequenos curativos.

Quais os tipos de ferimentos comuns?

FERIMENTOS COMUNS

• Pequenos cortes

• Lesões superficiais da pele por microtraumas (batidas)

• Lesões inflamatórias superficiais

• Lesões infecciosas superficiais, sem comprometi-mento sistêmico.

DEVO ME PREOCUPAR COM

• Mordeduras de cachorros

• Picadas de insetos não identificados, com aspecto inflamatório intenso e/ou infeccioso.

• Lesões crônicas extensas, com aspecto inflamatório e/ou infeccioso e/ou necrótico

O que devo perguntar ao paciente?

ENTREVISTA

• Como a lesão surgiu?

• Há quanto tempo?

• Posso ver a lesão? (Avalie a extensão, o grau de inflamação, possível infecção e necrose)

Características

• Lesões eritema-tosas extensas ou infectadas

ANORMALIDADES

Associação possível

• Preditor de gravi-dade

Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico?

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃOLesões eritematosas e/ou infectadas de grande extensão ou crônicas

Necessidade de encaminhamento a uma unidade de saúde para ava-liação da intervenção eficaz.

Mordeduras de cachorro Necessidade de encaminhamento do paciente a unidade de saúde para imunização adequada para raiva.

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Quais tratamentos eu posso recomendar?

Amenizar a dor e inflamação local. Prevenir o surgimento de infecções secundárias.

TODAS AS POPULAÇÕES

Orientações gerais

Ferimentos visualmente contaminados, por sujeira ou detritos, devem ser cuidadosamente lavados com

solução fisiológica ou água e sabão.

Cortes

• Digluconato de clorexidina 10 mg/mL (Merthiolate®) – solução 30 ml ou spray 45 ml: Aplicar sobre a

lesão 3-4 x/dia

• Após a aplicação a lesão pode ser coberta com gaze estéril.

Infecções

• Neomicina 3,5 mg/g pomada - tubo(s) com 10g: Aplicar 3 x/dia sobre área lesada.

• Neomicina + Bacitracina (5 mg + 250 UI/g) (Nebacetin®) – bisnagas 15g e 50g: Aplicar sobre a região

afetada 2 a 5 vezes ao dia, utilizando-se ou não curativos semioclusivos.

Batidas, Inflamações de pele não lesionada

• Salicilato de metila + cânfora + mentol + terebintina

□ Pomada (52,50 mg/g + 44,40 mg/g +191,47 mg/g) 20g (Gelol®): fricciona a parte dolorida duran-te alguns minutos, com pequena quantidade do produto, envolvendo-a depois com um pano de flanela ou lã, 2 a 3 x/dia.

□ Spray 60 ml: aplicar 2 vezes ao dia, sobre a parte afetada.

• Diclofenaco dietilamônio 10 mg/g (Cataflam Emulgel®) – bisnaga 60g: Aplicar sobre a região afetada

(conforme a extensão), 3 a 4 x/dia, massageando suavemente.

• Cetoprofeno 25 mg/g (Flamador®) – bisnaga 30 g: aplicar sobre o local dolorido ou inflamado, 2-3 x/

dia, massageando levemente por alguns minutos.

Quais são os objetivos do tratamento?

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88 PICADAS DE INSETOS (64)

O que são?

As picadas de insetos pode ser um incômodo menor ou pode levar a graves problemas de saúde, incluindo a trans-

missão de doenças e reações alérgicas graves. Nesse capítulo abordaremos a gestão das afecções cutâneas lo-

cais, importantes causas de procura a farmácia.

A reação normal a uma picada de inseto é uma reação inflamatória no lo-cal da pele perfurada, que aparece em poucos minutos e consiste de eri-tema local pruriginoso e edema. Os sintomas geralmente desaparecem dentro de algumas horas. As reações locais são causadas por substâncias irritantes concentrados na saliva do inseto (anticoagulantes, enzimas, an-ticorpos aglutinantes e mucopolissacarídeos). Em alguns casos, a reação local é seguida por uma reação cutânea retardada que consiste em incha-ço local, prurido e vermelhidão.

Urticária papular é um distúrbio cutâneo de hipersensibilidade associa-do que picadas de insetos, muitas vezes pulgas, mosquitos ou percevejos, levando a pápulas recorrentes e coceira, por vezes crônicas em áreas expostas da pele (por exemplo, braços, pernas, costas, couro cabeludo). Urticária papular é relatada predominantemente em crianças pequenas (normalmente 2-10 anos de idade).

O que devo perguntar ao paciente?

FERIMENTOS COMUNS

• Você pode me mostrar o local da picada?

• Você apresenta histórico de reações alérgicas importantes?

• Você está sentindo dor?

• Notou sinais de inchaço ou infecção?

• Utilizou algum medicamento? Se sim, qual? Melhorou?

DEVO ME PREOCUPAR COM

• Foliculite superficial (pequenas pápulas e pústulas inflamatórias).

• Dermatites de contato (reação alérgica inflamató-ria precipitada por fator predisponente).

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Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico?

Quais são os objetivos do tratamento?

Que tratamentos eu posso recomendar?

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃO

Reações locais associadas a reações sistêmicas.Podem indicar quadro de doença transmitida pela picada de inseto. Necessidade de investigação médica e tratamento causal.

Reações locais associadas a reações alérgicas sistêmicas.Podem indicar quadro alérgico importante, com necessida-de de gestão e intervenção médicas.

Aliviar o prurido e o quadro de dor, vermelhidão e inchaço local.

TODAS AS POPULAÇÕES

Orientações gerais

• O paciente deve ser aconselhado a lavar o local da picada previamente com água e sabão.

• Edema local pode ser reduzido com resfriamento (gelo, compressa úmida).

Reações leves e urticárias papulares

Primeira linha

• Calamina (óxido de zinco e corantes óxido férrico amarelo e óxido férrico vermelho) (Caladryl®)

□ Creme 28g, loção 120ml, aerossol 120g - cloridrato de difenidramina 10mg + calamina 81mg (equivalente a 80g de oxido de zinco) + canfora 1g (10 mg + 81 mg + 1 mg / g ou ml)

° A quantidade de creme ou loção deve ser adequada à extensão da área cutânea afetada, formando uma fina camada sobre a pele. As aplicações devem ser feitas 3 a 4 x/ dia. A du-ração do tratamento deve ser adequada à intensidade e duração dos sintomas. Em áreas extensas de aplicação, a duração do tratamento não deve exceder 7 dias.

Segunda linha

• Loratadina (Claritin®)

□ Xarope 1 mg/ml 100 ml

° Adultos e crianças acima de 12 anos: 10 mL (10 mg), 1 x/dia.

° Crianças de 2 a 12 anos

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90 □ Peso corporal abaixo de 30 kg: 5 mL (5 mg), 1 x/dia.

□ Peso corporal acima de 30 kg: 10 mL (10 mg) 1 x/dia.

□ Comprimidos 10 mg

° Adultos e crianças acima de 12 anos: 1 cpr (10 mg), 1 x/dia.

° Crianças de 2 a 12 anos

□ Peso corporal abaixo de 30 kg: ½ cpr (5 mg), 1 x/dia.

□ Peso corporal acima de 30 kg: 1 cpr (10 mg), 1 x/dia.

• Dexclorfeniramina (Polaramine®)

□ Solução oral 2,8 mg/ml - frasco 10 ml, 20 ml ou 30 ml

° Adultos e crianças maiores de 12 anos: 20 gotas 3 a 4 x/dia. Não ultrapassar a dose máxi-ma de 12 mg/dia (ou seja, 120 gotas/dia). Para alguns pacientes, a dose diária máxima de 6 mg, (ou seja, 60 gotas/dia) é suficiente.

° Crianças de 6 a 12 anos: 10 gotas 3 x/dia. Um máximo de 6 mg diários (ou seja, 60 gotas/dia).

□ Crianças de 2 a 6 anos: 5 gotas, 3 x/dia. Um máximo de 3 mg diários (ou seja, 30 gotas/dia).

□ No caso de esquecimento de alguma dose, oriente seu paciente a tomar a dose assim que possí-vel, reajustar os horários de acordo com esta última tomada e continuar o tratamento de acordo com os novos horários programados. Não é recomendado ingerir duas doses de uma só vez.

□ Solução oral 2,0 mg/5ml – frasco 100-120 ml

□ Crianças maiores de 12 anos - 5 ml, 3 a 4 x/ dia. Não ultrapassar a dose máxima de 12 mg/dia. Para alguns pacientes, a dose diária máxima de 6 mg é suficiente.

□ Crianças de 6 a 12 anos - 2,5 ml, 3 x/dia. Um máximo de 6 mg diários.

□ Crianças de 2 a 6 anos - 1,25 ml, 3 x/dia. Um máximo de 3 mg diários.

□ Comprimido 2 mg: 1 cpr 3-4 x/dia. Não ultrapassar a dose máxima de 12 mg/dia.

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PITIRÍASE VERSICOLOR (65)

O que é?

Piti ríase versicolor ou Tinea versicolor é uma infecção fúngica superfi cial comum. Os pacientes com este trans-

torno apresentam frequentemente hipopigmentação, hiperpigmentação, ou máculas eritematosas no tronco e

extremidades superiores proximais. Ao contrário de outras doenças que uti lizam a denominação ti nea, piti ríase

versicolor não é uma infecção por dermatófi tos. Os organismos causadores são leveduras saprofí ti cas dependen-

tes de lipídios, do gênero Malassezia (anteriormente conhecido como Pityrosporum).

Malassezia é um fungo dimórfi co dependente de lipídios, que ocorre como componente normal da fl ora da pele. Transformação de Malas-sezia de células de levedura para uma forma micelial patogênica está associada com o desenvolvimento da doença clínica. Fatores exter-nos que podem contribuir para essa conversão incluem a exposição ao clima quente e úmido, hiperidrose, e o uso de óleos tópicos na pele.

O que devo perguntar ao paciente?

Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico?

ENTREVISTA

• Há quanto tempo essa lesão surgiu?

• Ela coça?

• Ela está associada a descamação?

• Ela piora com suor?

• Você está senti ndo dor na região?

• Você pode me mostrar onde é a lesão exatamente?

CARACTERÍSTICAS

• Máculas completa-mente despigmen-tadas

• Comprometi mento de outros locais do corpo

ANORMALIDADES

ASSOCIAÇÃO POSSÍVEL

• Podem indicar viti ligo.

• Pode indicar condi-ções sistêmicas, ou reação imunológica após o uso inadequa-do de corti coides.

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃOLesões completamente despigmentadas, com ampla distri-buição corporal.

Podem indicar viti ligo, uma doença autoimune, com necessi-dade a avaliação médica.

Infl amação intensa, com formação de placas de pus, ou lesões de grande extensão.

Pode indicar infecção bacteriana secundária, com necessida-de de avaliação médica e insti tuição de tratamento sistêmico.

Lesões corporais, associadas a outros sintomas sistêmicos. Podem indicar outras condições, como eczema numular, pso-ríase, lúpus eritematoso cutâneo subagudo e piti ríase rósea.

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92Quais são os objetivos do tratamento?

Que tratamentos eu posso recomendar?

Curar a infecção fúngica, propiciando o desaparecimento dos sintomas e das lesões.

TODAS AS POPULAÇÕES

Tratamento Agudo

• Terbinafina (Lamisil®)

□ Creme 1% (10mg/g) – 15g, 20g e 30g: Aplicar em região afetada, após lavagem e secagem, 1-2 x/dia por 2 semanas.

• Butenafina (>12 anos) (Tefin®)

□ Creme 1% (10mg/g) – 20g: Aplicação em região afetada, após lavagem e secagem, 1 x/dia por 2 semanas

• Clotrimazol (Canesten®)

□ Creme 1% (10 mg/g) – 20g, 30g, 40g e 50g: Aplicar ½ cm do creme sobre a área afetada, 2-3 x/dia, 1-3 semanas.

□ Solução 1% (10 mg/ml) – gotas e spray – 20-30 ml: Aplicar a solução ou o spray em camada fina 2-3 x/dia e friccionar levemente por 1-3 semanas.

• Nitrato de econazol (Micostyl®)

□ Creme 0,5% (5 mg/g) – 35g: Aplicar o produto nas áreas afetadas, 2-3 x/dia, massageando suave-mente o local, até o desaparecimento das lesões (2-5 semanas).

□ Creme, Solução cremosa, Spray 1% (10 mg/g) – 45g, 60 ml, 50 ml : Aplicar o produto nas áreas afetadas, 2-3 x/dia, massageando suavemente o local, até o desaparecimento das lesões (2-5 semanas).

• Cetoconazol (Nizoral®)

□ Creme 2% (20 mg/g) – 30g: Aplicar o produto na área afetada 1 x/dia. O tratamento deve ser mantido por períodos adequados, estendendo-se por mais alguns dias após o desaparecimento dos sintomas e das lesões (4 semanas).

□ Shampoo 2% (20 mg/g) – 110 ml: 1 x/dia, durante 5 dias.

• Miconazol (Daktarin®)

□ Loção cremosa 2% (20 mg/g) – 30g: Aplique o produto sobre a região atingida 2 x/dia. Ao aplicar

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o nitrato de miconazol, espalhe-o por uma região um pouco maior do que a afetada. É recomen-dável a troca frequente das roupas que ficam em contato com a área infectada, a fim de evitar a reinfecção. A duração da terapia varia de 2 a 6 semanas dependendo da localização e gravidade da lesão. O tratamento deve continuar ao menos uma semana após o desaparecimento de todos os sinais e sintomas.

□ Creme 2% (20 mg/g) – 28g: Aplique o produto sobre a região atingida 2 x/dia. Ao aplicar o nitrato de miconazol, espalhe-o por uma região um pouco maior do que a afetada. É recomendável a tro-ca frequente das roupas que ficam em contato com a área infectada, a fim de evitar a reinfecção. A duração da terapia varia de 2 a 6 semanas dependendo da localização e gravidade da lesão. O tratamento deve continuar ao menos uma semana após o desaparecimento de todos os sinais e sintomas.

• Tioconazol 1% creme (Tralen®) – bisnaga 30g: Aplicar suavemente nas áreas cutâneas afetadas e ad-

jacentes 1-2 x/dia, por 10 dias.

• Nistatina + Oxido De Zinco (100.000UI + 200 mg/g) (Micostatin®) – bisnaga 60g: duas ou mais vezes

ao dia nas áreas afetadas. O tratamento deve continuar ao menos uma semana após o desaparecimen-

to de todos os sinais e sintomas.

Tratamento Profilático

• Para o controlo em longo prazo, sugere-se a aplicação de um creme antifúngico tópico para as áre-

as envolvidas, como cetoconazol 2%, uma vez por semana; como uma alternativa, o cetoconazol 2%

shampoo pode ser utilizado para lavagem facial ou corporal 1x/semana.

Que tratamentos eu devo desaconselhar

• Associações com antifúngicos tópicos devem ser prontamente desaconselhados. Além de, nos casos de as-

sociações com corticosteroides, se tratar de medicamentos de prescrição, elas podem estar associados aos

seguintes problemas:

□ Os corticosteroides tópicos podem exacerbar infecções fúngicas e podem contribuir para falha tera-pêutica.

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94 QUEIMADURAS DE SOL (66)

O que são?

A queimadura solar é uma resposta inflamatória aguda, lenta, e transitória da pele para a exposição excessiva à

radiação ultravioleta (UV) da luz solar natural ou fontes artificiais (por exemplo, camas de bronzeamento, apa-

relhos de fototerapia). Ambos os raios UVA e UVB podem causar queimaduras solares, mas os comprimentos de

onda que são mais eficazes na indução de eritema estão na gama UVB (290-320 nm).

As manifestações clínicas de queimaduras solares incluem desde eritema leve a eritema muito doloroso com edema, ve-siculação e bolhas. O eritema é normalmente referido pela pri-meira vez de 3 a 5 horas após exposição à luz solar, os picos são em 12 e 24 horas, e na maioria dos casos, diminui de maneira importante em 72 horas. O aumento da sensibilidade da pele ao calor e a pressão mecânica são característicos e presentes mesmo em casos suaves.

O que devo perguntar ao paciente?

Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico?

ENTREVISTA

• Há quanto tempo você notou a vermelhidão?

• Você está com vesículas ou bolhas em algum local?

• Notou inchaço no local da queimadura?

• Você está apresentando algum outro sintoma, como, febre, mal-estar, dor de cabeça, vômito ou desidratação?

FATORES DE RISCO PARA QUEIMADURAS

• Horário do dia (próximo ao 12:00)

• Ambientes com areia ou água (reflexão)

• Consumo excessivo de álcool

• Pele clara, olhos azuis e cabelos ruivos ou loiros

• Utilização de medicamentos fototóxicos (princi-pais: quinolonas, hidroclorotiazida, furosemida, amiodarona, clorpromazina)

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃOQueimaduras extensas com bolhas, dor e sintomas sistêmi-cos (por exemplo, febre, dor de cabeça, vômito, desidratação)

Indicam a necessidade de hospitalização para gestão da desidratação e analgesia parenteral.

Pápulas ou eritema após exposição ligeira ao sol (minutos)Podem indicar quadro de urticária solar, com necessidade de avaliação médica diagnóstica e tratamento relacionado.

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Que tratamentos eu posso recomendar?

Quais são os objetivos do tratamento?

Alívio sintomático, propiciando redução de morbidade e retomada das atividades diárias.

TODAS AS POPULAÇÕES

Orientações gerais

• Todos os pacientes devem ser orientados quanto aos riscos associados e exposição solar sem proteção

adequada, como a predisposição para câncer de pele. Pessoas claras, que relatam se queimar facil-

mente, devem ser alertadas quanto a seu risco prévio aumentado para câncer de pele e necessidade

de prevenção.

• A utilização adequada de protetores solares deve ser aconselhada como medida preventiva de novos

episódios.

• A queimadura solar é uma condição autolimitada que geralmente se resolve em poucos dias. Não exis-

tem terapias específicas para reverter os danos da pele e acelerar o tempo de cicatrização. O trata-

mento visa o manejo sintomático do desconforto e inflamação cutânea e controle da dor.

Desconforto cutâneo

• Compressas frias ou molhadas.

• Hidratantes: aplicada na pele intacta, conforme tolerado.

• Aloe vera gel: 2 x/dia, até melhora dos sintomas.

• Calamina (óxido de zinco e corantes óxido férrico amarelo e óxido férrico vermelho) (Caladryl®)

□ Creme 28g, loção 120ml, aerossol 120g - cloridrato de difenidramina 10mg + calamina 81mg (equivalente a 80g de oxido de zinco) + canfora 1g (10 mg + 81 mg + 1 mg / g ou ml)

° A quantidade de creme ou loção deve ser adequada à extensão da área cutânea afetada, formando uma fina camada sobre a pele. As aplicações devem ser feitas 3 a 4 x/ dia. A du-ração do tratamento deve ser adequada à intensidade e duração dos sintomas. Em áreas extensas de aplicação, a duração do tratamento não deve exceder 7 dias.

*Bolhas rompidas devem ser cuidadosamente limpas com sabão neutro e água e coberto com compressas

úmidas.

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96Dor e Inflamação

• Diclofenaco gel (Cataflam Emulgel®) - Bisnagas com 30, 60g e 100g: Aplicar sobre a região afetada, 3

a 4 x/ dia, massageando suavemente.

• Ibuprofeno (Alivium® / Dalsy® / Advil® / Ibuliv® / Ibupril® / Vantil® / Novalfem® / Buscofem®)

Crianças

• Gotas de 50 mg/mL - frasco de 20, 30, 40, 50 e 60 mL.

□ Crianças >6 meses: 1 a 2 gotas/kg peso, em intervalos de 6-8 horas, ou seja, 3 a 4 x/ dia, não ex-cedendo o máximo de 40 gotas/dose.

□ Gotas de 100 mg/mL - frasco de 20, 30, 40, 50 e 60 mL.

° Crianças >6 meses: 1 gota/kg peso, em intervalos de 6-8 horas, ou seja, 3 a 4 x/ dia, não excedendo o máximo de 20 gotas/dose.

Adolescentes e Idosos

• Gotas 100 mg/mL: 200 mg (20 gotas) - 800 mg (80 gotas), não devendo exceder a dose máxima diária

de 3.200 mg.

• Comprimido 200 mg: 1-2 cpr, 4-6 x/dia. Não exceder dose máxima de 6 cpr/dia.

• Outros AINEs, como o naproxeno e o cetoprofeno podem ser utilizados como alternativas no trata-

mento das queimaduras de sol, entretanto, sua aplicação para tal finalidade é menos estudada.

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REAÇÕES À IMUNIZAÇÃO (67–70)

O que é?

Muitas vacinas e toxoides podem causar efeitos secundários, tais como febre,

reações no local da injeção, dentre outras. Estas reações adversas podem ser

causadas pela porção imunogênica da vacina ou por vestígios de antibióticos,

conservantes, estabilizantes e proteínas de origem animal residuais. Apesar de

transitórias e autolimitadas na maioria dos casos, essas situações podem agre-

gar ansiedade importante aos pais.

Como podem ser classificadas?

Reações à imunização

Moderada GraveLeve

• Hospitalização por pelo menos 24 horas;

• Disfunção ou incapacidade significativa e/ou persisten-te (sequela);

• Evento que resulte em ano-malia congênita;

• Risco de morte (necessida-de de intervenção imediata para evitar o óbito);

• Óbito.

• Necessidade de avaliação médica e exames comple-mentares e/ou tratamento médico

• Ausência de necessidade de exames complementares e tratamento médico

Cuidados do farmacêutico

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98 Quais são as reações adversas comuns?

COMUNS À MAIORIA DAS VACINAS

• Reações dolorosas no local da injeção

• Inchaço e prurido

• Febre

VACINAS ESPECÍFICAS

• Tétano - Neurite braquial dentro de 28 dias.

• Coqueluche - Encefalopatia ou encefalite dentro de sete dias.

• Sarampo, caxumba e/ou rubéola - Encefalopatia ou encefalite dentro de 15 dias.

• Rubéola - Artrite crônica dentro de seis semanas.

• Sarampo - Púrpura trombocitopênica dentro de 7 a 30 dias; deformação por infecção por sarampo em destinatários imunodeficientes no prazo de seis meses.

• Poliomielite oral - Poliomielite paralítica ou deforma-ção por poliomielite no prazo de 30 dias a seis meses.

O que devo perguntar ao paciente?

ENTREVISTA

• Há quanto tempo a vacina foi administrada?

• Você notou alguma alteração comportamental (em você, ou em seu filho)?

• Houve desenvolvimento de febre?

• Dor de cabeça importante, ou outros sintomas associados?

• O local da injeção está edemaciado (inchado) ou dolorido?

Características

• Dor importante na região do ombro até um mês após vacinação.

• Alterações respira-tórias precoces (até 1h após adminis-tração)

• Inchaço, rubor e prurido no local da injeção

ANORMALIDADES

Associação possível

• Neurite braquial

• Reações alérgicas imediatas

• Reação alérgica leve, imediata ou tardia

Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico?

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃOSintomas sistêmicos debilitantes, como febre e alterações de humor posteriores há 48 horas após a vacinação.

Podem indicar complicações vacinais graves, ou agrava-mento de condições subjacentes preexistentes.

Dor importante na região do ombro, que não melhora em 48 horas, ou pode surgir tardiamente.

Pode indicar caso de neurite braquial.

Dor de cabeça importante associada a alterações visuais e em reflexos motores até 2 semanas após a vacinação

Pode indicar caso de encefalite, necessidade de encaminha-mento urgente.

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Quais são os objetivos do tratamento?

Alivio sintomático de reações adversas autolimitadas, tais como dor e febre.

Quais tratamentos eu posso recomendar?

CRIANÇAS

Dor durante a vacinação

Orientações gerais

• Sacarose oral

• Aleitamento materno

• Intervenções físicas (por exemplo, chupetas)

• Técnicas de distração

• Acariciamento e balanço

Febre e dor pós-vacinal

• Compressa fria para reações locais: Logo após aparecimento de sintomas

• Paracetamol (Tylenol®)

□ Gotas 200 mg/ml – 15 ml: 1 gota/ Kg de peso/ dose (por exemplo: uma criança com 10 Kg deve-rá tomar 10 gotas, com 15 Kg tomará 15 gotas e assim por diante), até o limite de 35 gotas por dose. Essa administração pode ser repetida 4-5 x/dia, com intervalos de 4-6 horas não devendo ultrapassar 5 administrações em 24 horas.

• Dipirona (Novalgina®)

□ Gotas 500 mg/ml – frasco 10 ml

° Crianças <5 anos e lactentes: 3-5 gotas em água, até 5 vezes ao dia.

° Crianças >5 anos: 7-15 gotas em água, até 4 x/dia.

□ Solução oral 50 mg/ml – frasco 100 ml

° 5-8 kg (3 a 11 meses): dose única 1,25-2,5. Dose máxima diária 10 ml (4 tomadas x 2,5 ml).

° 9-15 kg (1 a 3 anos): dose única 2,5 a 5. Dose máxima diária 20 ml (4 tomadas x 5 ml).

° 16-23 kg (4 a 6 anos): Dose única 3,75 a 7,5 ml. Dose máxima diária 30 ml (4 tomadas x 7,5 ml).

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100 ° 24-30 kg (7 a 9 anos): Dose única 5 a 10 ml. Dose máxima diária 40 (4 tomadas x 10 ml).

° 31-45 kg (10 a 12 anos): Dose única 7,5 a 15 ml. Dose máxima diária 60 ml (4 tomadas x 15 ml).

° 46-53 kg (13 a 14 anos): Dose única 8,75 a 17,5. Dose máxima diária 70 (4 tomadas x 17,5 mL).

• Ibuprofeno (Alivium® / Dalsy® / Advil® / Ibuliv® / Ibupril® / Vantil® / Novalfem® / Buscofem®)

□ Gotas de 50 mg/mL - frasco de 20, 30, 40, 50 e 60 mL.

□ Crianças >6 meses: 1 a 2 gotas/kg peso, em intervalos de 6-8 horas, ou seja, 3 a 4 x/ dia, não ex-cedendo o máximo de 40 gotas/dose.

□ Gotas de 100 mg/mL - frasco de 20, 30, 40, 50 e 60 mL.

° Crianças >6 meses: 1 gota/kg peso, em intervalos de 6-8 horas, ou seja, 3 a 4 x/ dia, não excedendo o máximo de 20 gotas/dose.

ADOLESCENTES, ADULTOS, IDOSOS

Orientações gerais

• As reações adversas à imunizações são pouco frequentes em adultos. Entretanto, a vacina para gripe,

constituída de vírus atenuados, administrada anualmente aos idosos, pode ser acompanhada de rea-

ções incômodas, como dor e eritema local, mialgia e infecções respiratórias.

Quadros álgicos (dolorosos)

• Paracetamol (Tylenol®)

□ Comprimido 500mg: 1-2 cpr, 3 a 4 x/dia.

□ Comprimido 750 mg: 1 cpr, 3-5 x/dia.

□ Gotas 200 mg/mL - frasco 15 ml: 35 a 55 gotas, 3-5 x/dia.

□ Não exceder dose máxima diária de 4g.

• Dipirona (Novalgina®)

□ Comprimido 500mg: 1-2 cpr até 4 x/ dia.

□ Gotas 500 mg/ml: 20 a 40 gotas em administração única ou até o máximo de 40 gotas 4x/dia.

□ Solução oral 50 mg/m: 10-20 mL, até 4 x/dia

Infecções respiratórias

• Manejo sintomático para quadro gripal – ver tópico específico.

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SINTOMAS DE ALERGIAS (71–74)

O que é?

Reações alérgicas são respostas imunológicas a agentes específicos, que desencadeiam a liberação de diversos

marcadores intracelulares que modulam respostas inflamatórias. A maioria das reações alérgicas se manifesta

através de sintomas respiratórios e cutâneos.

RINITE ALÉRGICA

A rinite alérgica, ou rinossinusite alérgica, é definida como inflamação sintomá-tica da cavidade nasal e seios paranasais, mediada por agentes específicos, ca-racterizada por paroxismos de espirros, coriza e obstrução nasal, muitas vezes acompanhada de coceira nos olhos, nariz e boca. Gotejamento pós-nasal, tosse, irritabilidade e cansaço são outros sintomas comuns.

DERMATITES

Dermatites alérgicas são condições inflamatórias pruriginosas da pele, que ocor-rem com maior frequência em crianças, mas também afeta muitos adultos. As ca-racterísticas clínicas da incluem ressecamento da pele, eritema, exsudação, cros-tas e liquenificação. O prurido é uma marca registrada do estado e é responsável por grande parte da carga de morbidade para os pacientes e suas famílias.

Quais são os fatores precipitantes?

FATORES PRECIPITANTES COMUNS

• Odores (perfumes)

• Alterações climáticas (estação do pólen)

• Alimentos

• Cosméticos

• Ácaros

• Poeira

• Pelos

MEDICAMENTOS (GERALMENTE REAÇÕES DER-MATOLÓGICAS)

• β-lactâmicos (penicilinas e cefalosporinas)

• Relaxantes musculares

• Antibióticos

• Metildopa

• Anti-inflamatórios não- esteroidais

• Tacrolimus / Sirolimus

• Carbamazepina

• Lamotrigina

• Alopurinol

• Abacavir

• Fenitoína

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102 O que devo perguntar ao paciente?

ENTREVISTA - RESPIRATÓRIO

• Conte-me detalhadamente quais são os seus sintomas?

• Você está com rinorreia, espirros, prurido nasal, ocular ou no ouvido?

• Está apresentando sintomas sistêmicos, como pros-tração, mialgia, dor de cabeça?

• Apresentou febre? Ou dor facial importante?

• Notou que os sintomas pioram em algum horário do dia?

• Existe alguma situação ou agente que precipite os sintomas?

• Os sintomas são frequentes ou persistentes? (consi-dere persistente, quadro sintomático com duração de quatro dias por semana, durante mais de quatro semanas)

CARACTERÍSTICAS

• Sintomas respira-tórios associados a sintomas sistêmicos

• Sintomas respira-tórios associados à febre e dor fácil

• Sintomas crônicos associados ao uso crônico de descon-gestionantes nasais

ANORMALIDADES

ASSOCIAÇÃO POSSÍVEL

• Quadro gripal ou infecções das vias aéreas superiores

• Sinusite bacteriana

• Rinite medicamentosa

ENTREVISTA – REAÇÕES DERMATOLÓGICAS

• Há quanto tempo você notou que as lesões de pele surgiram?

• Você notou relação com algum fator precipitante? (mudança alimentar, cosmética, ambiental?)

• As lesões são localizadas ou disseminadas por todo o corpo?

• Elas são dolorosas? Apresentam placas de pus?

• Você notou descamação ou alteração na coloração da pele?

• A lesão piora no frio?

• Você apresenta algum sintoma associado?

CARACTERÍSTICAS

• Lesões pruriginosas com descamação e piora do quadro no frio

• Lesões persis-tentes, sem fator precipitante, piora associada a fatores estressantes

• Lesões associadas a sintomas sistêmi-cos, como cansaço, queda capilar

• Lesões inflamató-rias dolorosas com placas de pus

ANORMALIDADES

ASSOCIAÇÃO POSSÍVEL

• Dermatite seborreica

• Principalmente em crianças pode indicar quadro de psoríase

• Podem indicar qua-dro de deficiências nutricionais

• Podem indicar lesões infectadas

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Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico?

Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico?

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃO

Sintomas respiratórios, associados a febre, prostração e debilidade física (sintomas sistêmicos).

Podem indicar quadro de infecção bacteriana secundária a infecção viral típica. Necessidade de encaminhamento médico para avaliação diagnóstica.

Sintomas de rinite persistentes

(quatro dias por semana e durante mais de quatro semanas)Possível rinite persistente. Benefício robusto para institui-ção de terapia padrão com glicocorticoides nasais (tarja-dos). Necessidade de encaminhamento médico.

Sintomas respiratórios associados a dor facial e febrePodem indicar quadro de sinusite bacteriana, com necessi-dade de avaliação médica e instituição de terapia antimicro-biana sistêmica.

Lesões eritematosas persistentes, disseminadas, sem fator precipitante, com piora associada a fator estressante

Podem indicar psoríase, necessidade de avaliação médica para investigação diagnóstica.

Lesões eritematosas, pruriginosas, inflamatórias, dolorosas, associadas a placas de pus

Indicam lesão infectada, com necessidade de avaliação médica para instituição de terapia antimicrobiana.

Controlar sintomas alérgicos associados à rinite intermitente ou episódica: rinorreia, espirros e coceira. Re-

solver sintomas cutâneos alérgicos, restabelecendo a fisionomia e funcionalidade das regiões de pele afetada.

Que tratamentos eu posso recomendar?

CRIANÇAS

Orientações gerais

• Pacientes com sistemas persistentes (> 4 dias/semana e durante > 4 semanas) devem ser orientados a procurar atendimento médico, para manejo crônico da condição alérgica.

Rinite Alérgica Intermitente ou episódica (<4 dias/semana ou durante <4 semanas)

Primeira Linha

• Loratadina (Claritin®)

□ Xarope 1 mg/ml 100 ml

° Crianças acima de 12 anos: 10 mL (10 mg), 1 x/dia.

° Crianças de 2 a 12 anos

□ Peso corporal abaixo de 30 kg: 5 mL (5 mg), 1 x/dia.

□ Peso corporal acima de 30 kg: 10 mL (10 mg) 1 x/dia.

□ Comprimidos 10 mg

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° Crianças acima de 12 anos: 1 cpr (10 mg), 1 x/dia.

° Crianças de 2 a 12 anos

□ Peso corporal abaixo de 30 kg: ½ cpr (5 mg), 1 x/dia.

□ Peso corporal acima de 30 kg: 1 cpr (10 mg), 1 x/dia.

Segunda linha

• Dexclorfeniramina (Polaramine®)

□ Solução oral 2,8 mg/ml - frasco 10 ml, 20 ml ou 30 ml

° Crianças maiores de 12 anos: 20 gotas 3 a 4 x/dia. Não ultrapassar a dose máxima de 12 mg/dia (ou seja, 120 gotas/dia). Para alguns pacientes, a dose diária máxima de 6 mg, (ou seja, 60 gotas/dia) é suficiente.

° Crianças de 6 a 12 anos: 10 gotas 3 x/dia. Um máximo de 6 mg diários (ou seja, 60 gotas/dia).

° Crianças de 2 a 6 anos: 5 gotas, 3 x/dia. Um máximo de 3 mg diários (ou seja, 30 gotas/dia).

° No caso de esquecimento de alguma dose, oriente seu paciente a tomar a dose assim que possível, reajustar os horários de acordo com esta última tomada e continuar o tratamen-to de acordo com os novos horários programados. Não é recomendado ingerir duas doses de uma só vez.

□ Solução oral 2,0 mg/5ml – frasco 100-120 ml

° Crianças maiores de 12 anos - 5 ml, 3 a 4 x/ dia. Não ultrapassar a dose máxima de 12 mg/dia. Para alguns pacientes, a dose diária máxima de 6 mg é suficiente.

° Crianças de 6 a 12 anos - 2,5 ml, 3 x/dia. Um máximo de 6 mg diários.

° Crianças de 2 a 6 anos - 1,25 ml, 3 x/dia. Um máximo de 3 mg diários.

• Cloridrato de difenidramina + cloreto de amônio + citrato de sódio di-hidratado

□ Xarope (12,5 mg + 125 mg + 56,25 mg)/5 ml – 120 ml

° Crianças maiores de 2 anos: ½-1 colher das de chá l(2,5 a 5 mL), a cada 3 horas.

Dermatites alérgicas

Inflamação

Leves a moderadas

• Hidratação adequada: manutenção da hidratação adequada, através da utilização de cremes hidratan-tes e emolientes, particularmente cremes com alta concentração oleosa.

• Hidrocortisona 1% - bisnagas 15 g e 30 g

□ Aplicar uma camada fina de creme 2-3 x/dia, sob ligeira fricção; após melhora do quadro clínico uma aplicação por dia é suficiente na maioria dos casos. Utilizar até cessação dos sintomas, ou no máximo por 3 semanas.

Prurido importante

• Seguir orientações de tratamento para rinite.

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ADOLESCENTES, ADULTOS, IDOSOS

Orientações gerais

• Pacientes com sistemas persistentes (> 4 dias/semana e durante > 4 semanas), devem ser orientados

a procurar atendimento médico, para manejo crônico da condição alérgica.

Rinite Alérgica Intermitente ou episódica (<4 dias/semana ou durante <4 semanas)

Primeira Linha

• Loratadina (Claritin®)

• Xarope 1 mg/ml 100 ml: 10 mL (10 mg), 1 x/dia, quando necessário.

• Comprimidos 10 mg: 1 cpr (10 mg), 1 x/dia, quando necessário.

Segunda linha

• Dexclorfeniramina (Polaramine®)

• Solução oral 2,8 mg/ml - frasco 10 ml, 20 ml ou 30 ml

• Adultos: 20 gotas 3 a 4 x/dia. Não ultrapassar a dose máxima de 12 mg/dia (ou seja, 120 gotas/

dia). Para alguns pacientes, a dose diária máxima de 6 mg, (ou seja, 60 gotas/dia) é suficiente.

• No caso de esquecimento de alguma dose, oriente seu paciente a tomar a dose assim que

possível, reajustar os horários de acordo com esta última tomada e continuar o tratamento

de acordo com os novos horários programados. Não é recomendado ingerir duas doses de

uma só vez.

• Solução oral 2,0 mg/5ml – frasco 100-120 ml

• Adultos - 5 ml, 3 a 4 x/ dia. Não ultrapassar a dose máxima de 12 mg/dia. Para alguns pacien-

tes, a dose diária máxima de 6 mg é suficiente.

• • Comprimido 2 mg: 1 cpr 3-4 x/dia. Não ultrapassar a dose máxima de 12 mg/dia.

• Cloridrato de difenidramina + cloreto de amônio + citrato de sódio di-hidratado

• Xarope (12,5 mg + 125 mg + 56,25 mg)/5 ml – 120 ml: 1-2 colheres das de chá (5-10 mL), a cada 2

ou 3 horas.

• Pastilha 5 mg de cloridrato de difenidramina (equivalente a 4,375 mg de difenidramina), 50 mg de

cloreto de amônio e 10 mg de citrato de sódio: dissolver lentamente uma pastilha na boca quando

necessário, sem exceder o máximo de 2 pastilhas por hora. A dose máxima diária é de 8 pastilhas.

Dermatites alérgicas

Inflamação

Leves a moderadas

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106• Hidratação adequada: manutenção da hidratação adequada, através da utilização de cremes hidratan-

tes e emolientes, particularmente cremes com alta concentração oleosa.

• Hidrocortisona 1% - bisnagas 15 g e 30 g

• Aplicar uma camada fina de creme 2-3 x/dia, sob ligeira fricção; após melhora do quadro clínico

uma aplicação por dia é suficiente na maioria dos casos. Utilizar até cessação dos sintomas, ou no

máximo por 3 semanas.

Prurido importante

• Seguir orientações de tratamento para rinite.

* As doses geriátricas são as mesmas recomendadas para adulto, entretanto, o tratamento deve ser ini-

ciado com as menores doses possíveis, e cautelosamente monitorado, considerando a maior possibilidade

de eventos adversos. Quando indicado tratamento anti-histamínico, agentes de segunda geração, como a

loratadina devem ser privilegiados em idosos, por causarem menos sonolência e menor risco de quedas.

E se o paciente apresentar sintomas alérgicos oculares?

Apesar de menos comuns, sintomas oculares, como vermelhidão e coceira podem representar manifestações

alérgicas. A gestão desses sintomas depende do grau de gravidade da condição. Quando eles estão associados

a rinite, eles geralmente cessam com a administração de anti-histamínicos. Entretanto, se ocorrem de maneira

associada, colírios específicos, contendo substâncias anti-histamínicas e vasoconstritoras, podem representar

alternativas viáveis:

• Alcaftadina 0,25% (Lastacaft®) – solução oftálmica 3 ml: pingar 1 gota no(s) olho(s) afetado(s), uma vez ao

dia, até cessação dos sintomas. O produto deve ser armazenado em temperatura ambiente, e após aberto,

seu prazo de validade corresponde a 28 dias.

• Cloridrato de nafazolina (0,25 mg/ml) + maleato de feniramina (3 mg/ml) (Claril®) – solução oftálmica 15

ml: pingar 1 ou 2 gotas em cada olho a cada 3 ou 4 horas. A frequência de instilações deve ser reduzida

conforme alívio sintomático. O produto deve ser armazenado em temperatura ambiente, e após aberto, seu

prazo de validade corresponde a 28 dias.

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SINTOMAS DE GRIPE E RESFRIADO (75–82)

O que são?

O resfriado comum e a gripe são síndromes virais, distintas por seus agentes etiológicos e gravidade associada.

O que mais devo saber?

O termo “resfriado comum” se refere a uma infecção respiratória viral superior leve (diversas famílias de vírus), envolvendo, em graus variáveis, congestão nasal e coriza (rinorreia), espirros, dor de gar-ganta, tosse, febre baixa, dor de cabeça e mal-estar.

A gripe é uma doença respiratória aguda causada pelo vírus influen-za A ou B, que ocorre em surtos e epidemias em todo o mundo, prin-cipalmente durante a temporada de inverno. Sinais e sintomas de envolvimento do trato respiratório superior e/ou inferior estão pre-sentes, juntamente com indicações de doença sistêmica, como febre, cefaleia, mialgia e fraqueza. Embora agudamente debilitante, a gripe é uma infecção autolimitada na população em geral (gripe simples).

SINTOMAS SEMELHANTES

GRIPE

RESFRIADO

Manifestações Clínicas

SINTOMAS RESFRIADO GRIPECongestão nasal Frequente VariávelEspirros Frequente VariávelDor de garganta Frequente VariávelTosse Frequente (tosse seca) Frequente (tosse seca ou carregada)Dor de cabeça Incomum FrequenteFebre Incomum (Se presente, branda) PossívelMal-estar Incomum, se presente, intensidade moderada FrequenteDores musculares Incomum Frequente

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108 O que devo perguntar ao paciente?

Quais são as possíveis complicações?

ENTREVISTA

• Você está com sintomas de gripe ou resfriado: Con-gestão nasal? Espirros? Mal-estar? Dores no corpo? Dor de cabeça? Tosse? Febre?

• Há quanto tempo os sintomas inciaram?

• Existe algum outro sintoma associado?

• Você notou que os sintomas pioraram?

• Eles estão te incomodando, ou atrapalhando em suas atividades diárias? Quais?

CARACTERÍSTICAS

• Dor de garganta asso-ciada à febre alta, sem outros sintomas

• Dor facial associada a secreção nasal puru-lenta

• Tosse prolongada, tipi-camente paroxística, e associada a vômitos e às vezes apneia.

ANORMALIDADES

ASSOCIAÇÃO POSSÍVEL

• Amigdalite bacteriana

• Sinusite

• Coqueluche

A pneumonia, bacteriana e viral, é a complicação mais comum associada à gripe. Entretanto complicações como

sinusite e outras infecções secundárias também podem ocorrer. Sinais de complicações incluem piora progressi-

va, com febre alta e debilidade importante.

Quais pacientes apresentam maior risco para complicações?

• Crianças < 2 anos

• Adultos ≥ 65 anos

• Pessoas com doença pulmonar crônica (incluindo asma), cardiovascular (exceto hipertensão), renais, hepáticas, hematológicas (incluindo anemia falciforme), metabólicas (incluindo diabetes mellitus), neurológica, neuromuscular, e perturbações do desenvolvimento neurológico (incluindo doenças do cérebro, medula espinhal, nervos periféricos e músculos, como paralisia cerebral, epilepsia, acidente vascular cerebral, deficiência intelectual [retardo mental], atraso moderado a grave no desenvolvimento, distrofia muscular ou lesão da medula espinhal)

• Imunossupressão (incluindo imunossupressão causada por medicamentos ou por vírus da imunodeficiência humana)

• As mulheres que estão grávidas ou no pós-parto (dentro de duas semanas após o parto)

• Crianças / Adolescentes <19 anos de idade e que receberam terapia com aspirina a longo prazo

• Obesidade mórbida (índice de massa corporal [IMC] ≥40 para adultos ou IMC> 2,33 desvios padrão acima da média para crianças)

• Residentes em casas de repouso e outros serviços de cuidados crônicos

Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico?

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃO

Sintomas não se resolvem em 3-5 dias ou ao contrário pio-ram, com prostração importante e febre alta (>38 ºC).

Sintomas persistentes indicam infecção bacteriana secun-dária, com necessidade de avaliação diagnóstica e institui-ção de tratamento adequado.

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O que o paciente precisa saber antes que eu recomende uma terapia com medicamentos?

Quando o paciente procura uma avaliação farmacêutica com sintomas de resfriado e gripe, ele deve ser orientado quanto à:

• O curso habitual e a duração da doença são de até uma semana e meia; os sintomas podem persistir por mais três dias em média em fumantes; em crianças pode durar até 14 dias.

• O tratamento visa alívio de sintomas, e não pode curar o paciente.

• Qualquer medicamento prescrito apresenta riscos associados, o risco-benefício da terapia deve ser avaliado e medicamentos só devem ser indicados para sintomas altamente incômodos.

• Assegure que os antibióticos não são necessários e podem ter efeitos colaterais importantes.

• Discuta as preocupações e expectativas do paciente.

• Aconselhe paciente a procurar atendimento médico, se a sua condição piora ou permanece por tempo superior previsto para a recuperação.

Orientações gerais

• Manter a hidratação adequada - ajuda a manter as secreções finas e acalmar a mucosa respiratória.

• Ingestão de líquidos quentes - efeito calmante sobre a mucosa respiratória, pode aumentar o fluxo de muco nasal (possivelmente mediada pela inalação de vapor).

• Irrigação e lavagem com solução salina: sugere-se a aplicação de solução salina na cavidade nasal para re-mover temporariamente secreções nasais incômodas. Em recém-nascidos, isto pode ser realizado através da aplicação de gotas nasais salinas com uma seringa. Em crianças maiores, pode ser utilizado pulverizador nasal com solução salina ou irrigação nasal.

• Aconselhe tratamento medicamentos de maneira racional, ou seja, investigue com o paciente quais são os sintomas que incomodam e estão atrapalhando suas atividades diárias.

• Avalie o risco-benefício de cada terapia, e considere as características de cada paciente, a terapia deve ser individualizada, e o tratamento acompanhado.

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃO

Febre alta, dificuldade para engolir, tosse.Pode indicar amigdalite bacteriana ou mononucleose, com necessidade de avaliação diagnóstica e instituição de trata-mento adequado.

Infecções de vias respiratórias recorrentes, associadas à dispneia e debilidade respiratória na infância.

Podem indicar quadro de asma, ou doenças autoimunes, que necessitam de avaliação diagnóstica cuidadosa e trata-mento.

Tosse prolongada, tipicamente paroxística, e associada a vômitos e às vezes apneia.

Podem indicar coqueluche, com necessidade de hospitaliza-ção e intervenção médica.

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110 Que tratamentos eu posso recomendar?

IDOSOS

• De maneira geral, as doses recomendadas para idosos, são as mesmas apresentadas para Adolescen-

tes e Adultos na tabela abaixo, entretanto maior cuidado deve ser dispendido na anamnese do pacien-

te, considerando a presença de comorbidades e restrições específicas inerentes a idade, considere os

exemplos abaixo como dicas.

• A presença de hipertensão é uma contraindicação relativa ao uso de descongestionantes. Quando

a congestão nasal é extremamente incômoda e debilitante, o uso cauteloso de descongestionantes

tópicos, por até 3 dias, pode ser uma alternativa plausível.

• Anti-histamínicos de primeira geração, tais como a clorfeniramina e a dexclorfeniramina, apresen-

tam importante efeito anticolinérgico, e podem induzir a sedação e quedas em idosos, dessa manei-

ra devem ser utilizados com extrema cautela.

• Indique medicamentos que o paciente realmente precisa, ou seja, quais são os sintomas que real-

mente estão incomodando o paciente?

• Avalie sempre o risco-benefício da terapia. E se optar pela prescrição, monitore o tratamento. Se o

paciente não melhora após 3-5 dias, encaminhamento deve ser realizado.

• Lembre-se que associações geralmente são boas alternativas para jovens, entretanto, em idosos

induzem a risco elevado de sedação e quedas (pela presença de anti-histamínicos de primeira ge-

ração) e podem levar ao descontrole da hipertensão (pela presença de descongestionantes orais).

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got

as p

or d

ose.

Ess

a ad

min

istra

ção

pode

ser

repe

tida

4-5

x/di

a, c

om in

terv

alos

de

4-6

hora

s nã

o de

vend

o ul

trap

assa

r 5 a

dmin

istra

ções

em

24

hora

s.

Redu

ção

rápi

da d

a fe

bre

e al

ívio

da

dor

mus

cula

r e d

e ca

beça

.

Pode

sup

rimir

a re

spos

ta d

e an

ticor

pos

neut

raliz

ador

es, r

esul

tand

o em

aum

ento

de

sec

reçõ

es n

asai

s e

prol

onga

men

to d

a in

fecç

ão v

iral.

Dip

irona

(Nov

algi

na®

)

• G

otas

500

mg/

ml –

fras

co 1

0 m

l

□Cr

ianç

as <

5 an

os e

lact

ente

s: 3

-5 g

otas

em

ág

ua, a

té 5

vez

es a

o di

a.

□Cr

ianç

as >

5 an

os: 7

-15

gota

s em

água

, até

4 x/

dia.

• So

luçã

o or

al 5

0 m

g/m

l – fr

asco

100

ml

□5-

8 kg

(3 a

11 m

eses

): dos

e ún

ica 1

,25-

2,5.

Dos

e m

áxim

a di

ária

10

ml (

4 to

mad

as x

2,5

ml).

□9-

15 k

g (1

a 3

ano

s): d

ose

únic

a 2,

5 a

5. D

ose

máx

ima

diár

ia 2

0 m

l (4

tom

adas

x 5

ml).

□16

-23

kg (4

a 6

ano

s): D

ose

únic

a 3,

75 a

7,5

ml.

Dos

e m

áxim

a di

ária

30

ml (

4 to

mad

as x

7,5

ml).

□24

-30

kg (7

a 9

ano

s): D

ose

únic

a 5

a 10

ml.

Dos

e m

áxim

a di

ária

40

(4 to

mad

as x

10

ml).

□31

-45

kg (1

0 a

12 a

nos):

Dos

e ún

ica 7

,5 a

15

ml.

Dos

e m

áxim

a di

ária

60

ml (4

tom

adas

x 1

5 m

l).

□46

-53

kg (1

3 a

14 a

nos):

Dos

e ún

ica 8

,75

a 17

,5

ml. D

ose m

áxim

a diá

ria 7

0 (4

tom

adas

x 17

,5 m

L).

• Su

posit

ório

reta

l 300

mg

(cria

nças

>4

anos

): 1

supo

-sit

ório

até

4 x

/dia

.

Redu

ção

rápi

da d

a fe

bre

e al

ívio

da

dor

mus

cula

r e d

e ca

beça

.-

Page 112: Manual 6 - MIOLO 2016/2017 Completo 6... · 2021. 3. 10. · 21 Acne 25 Alopecia 33 Constipação intestinal 39 Dermatite Seborreica 43 Dermatofitoses 46 Diarreia 50 Dispepsia 54

112

MED

ICA

MEN

TO (R

EFER

ÊNCI

A)

FORM

ULA

ÇÃO

- D

OSE

POTE

NCI

AIS

BEN

EFÍC

IOS

POTE

NCI

AIS

RIS

COS

Ibup

rofe

no

• G

otas

de

50 m

g/m

L - fr

asco

de

20, 3

0, 4

0, 5

0 e

60 m

L.

□Cr

ianç

as >

6 m

eses

: 1 a

2 g

otas

/kg

peso

, em

in-

terv

alos

de

6-8

hora

s, ou

seja

, 3 a

4 x

/ dia

, não

ex

cede

ndo

o m

áxim

o de

40

gota

s/do

se.

• G

otas

de

100

mg/

mL -

fras

co d

e 20

, 30,

40,

50

e 60

mL.

□Cr

ianç

as >

6 m

eses

: 1 g

ota/

kg p

eso,

em

inte

r-va

los d

e 6-

8 ho

ras,

ou se

ja, 3

a 4

x/ d

ia, n

ão e

x-ce

dend

o o

máx

imo

de 2

0 go

tas/

dose

.

Redu

ção

da fe

bre,

alív

io á

lgic

o (d

ores

, co

mo

dor d

e ca

beça

ou

dor n

o co

rpo)

e

redu

ção

da in

flam

ação

(dor

de

garg

anta

)

Cont

rain

dica

do e

m p

acie

ntes

com

úlc

era

gast

rodu

oden

al o

u sa

ngra

men

to g

astr

in-

testi

nal.

Cong

estã

o na

sal

Des

cong

estio

nant

es tó

pico

s e

orai

s

A uti

lizaç

ão d

e de

scon

gesti

onan

tes

tópi

cos

e or

ais

apre

sent

am e

ficác

ia re

duzi

da n

o tr

atam

ento

de

quad

ros

de g

ripe

e re

sfria

dos.

Adem

ais

esse

s m

e-di

cam

ento

s ap

rese

ntam

eve

ntos

adv

erso

s im

port

ante

s, ta

is co

mo,

taqu

icar

dia,

irrit

abili

dade

, agi

taçã

o, s

edaç

ão, p

alpi

taçõ

es, q

ue to

rnam

seu

s ris

cos

supe

riore

s ao

s po

ssív

eis

bene

fício

s.

Toss

e

Na

mai

oria

dos

cas

os, o

s qu

adro

s de

toss

e as

soci

ados

a g

ripes

e re

sfria

dos

são

auto

limita

das,

e nã

o ne

cess

itam

de

trat

amen

to fa

rmac

ológ

ico

espe

cífic

o. E

ntre

tant

o, q

uand

o o

sinto

ma

é al

tam

ente

deb

ilita

nte,

e a

trap

alha

a c

rianç

a co

m a

alim

enta

ção

e so

no d

a cr

ianç

a, in

terv

ençõ

es fa

rmac

ológ

icas

pod

em s

er ju

stific

adas

. O tr

atam

ento

dev

e se

r ger

ido

de a

cord

o co

m a

s ca

ract

erísti

cas

da to

sse,

com

o a

pres

ença

ou

não

de s

ecre

ção

e ex

pect

oraç

ão. P

ara

aces

so a

s pr

inci

pais

alte

rnati

vas

tera

pêuti

cas

disp

onív

eis

na fa

rmác

ia c

omun

itária

con

sulte

o tó

pico

es

pecí

fico

para

toss

e.

Page 113: Manual 6 - MIOLO 2016/2017 Completo 6... · 2021. 3. 10. · 21 Acne 25 Alopecia 33 Constipação intestinal 39 Dermatite Seborreica 43 Dermatofitoses 46 Diarreia 50 Dispepsia 54

113

Man

ual 6

. Au

tocu

idad

o

Adol

esce

ntes

e A

dulto

s

MED

ICA

MEN

TO (R

EFER

ÊNCI

A)

FORM

ULA

ÇÃO

- D

OSE

POTE

NCI

AIS

BEN

EFÍC

IOS

POTE

NCI

AIS

RIS

COS

Dor

e F

ebre

Para

ceta

mol

(Tyl

enol

®)

• Co

mpr

imid

o 50

0mg:

1-2

cpr,

3 a

4 x/

dia.

• Co

mpr

imid

o 75

0 m

g: 1

cpr

, 3-5

x/d

ia.

• G

otas

200

mg/

mL

- f

rasc

o 15

ml:

35 a

55

gota

s,

3-5

x/di

a.

• N

ão e

xced

er d

ose

máx

ima

diár

ia d

e 4g

.

Redu

ção

rápi

da d

a fe

bre

e al

ívio

da d

or m

uscu

lar e

de

cabe

ça.

Pode

sup

rimir

a re

spos

ta d

e an

ticor

pos

neut

raliz

ador

es, r

esul

tand

o em

aum

en-

to d

e se

creç

ões

nasa

is e

prol

onga

men

to

da in

fecç

ão v

iral.

Dip

irona

(Nov

algi

na®

)

• Co

mpr

imid

o 50

0mg:

1-2

cpr

até

4 x

/ di

a.

• G

otas

500

mg/

ml:

20 a

40

gota

s em

adm

inist

raçã

o

únic

a ou

até

o m

áxim

o de

40

gota

s 4x

/dia

.

• So

luçã

o or

al 5

0 m

g/m

: 10-

20 m

L, a

té 4

x/d

ia.

Redu

ção

rápi

da d

a fe

bre

e al

ívio

da d

or m

uscu

lar e

de

cabe

ça.

-

Ibup

rofe

no

• G

otas

100

mg/

mL:

200

mg

(20

gota

s) -

800

mg

(80

gota

s), n

ão d

even

do e

xced

er a

dos

e m

áxim

a di

ária

de 3

.200

mg.

• Co

mpr

imid

o - 2

00 m

g: 1

-2 cp

r, 4-

6 x/

dia.

Não

exc

e-

der d

ose

máx

ima

de 6

cpr

/dia

.

Redu

ção

da fe

bre,

alív

io á

lgic

o

(dor

es, c

omo

dor d

e ca

beça

ou

dor n

o co

rpo)

e re

duçã

o da

in-

flam

ação

(dor

de

garg

anta

).

Cont

rain

dica

do e

m p

acie

ntes

com

úlc

e-

ra g

astr

oduo

dena

l ou

sang

ram

ento

gas

-

trin

testi

nal.

Dor

de

garg

anta

Benz

idam

ina

– us

o tó

pico

(Flo

go-

ral®

)

• Co

lutó

rio 1

,5 m

g/m

l: 2, 3

ou

mai

s boc

hech

os o

u ga

r-

gare

jos a

o di

a co

m 1

copo

-med

ida

e m

eio

(15

ml)

de

colu

tório

pur

o ou

dilu

ído

em u

m p

ouco

de

água

.

• Pa

stilh

a 3

mg:

diss

olve

r um

a pa

stilh

a na

boc

a, tr

ês

ou m

ais v

ezes

ao

dia.

Ativi

dade

an

ti-in

flam

atór

ia,

anal

gésic

a e

anes

tésic

a.

O m

edic

amen

to n

ão d

eve

ser

inge

rido.

Pode

indu

zir a

Irrit

ação

e a

rdor

buc

al.

Page 114: Manual 6 - MIOLO 2016/2017 Completo 6... · 2021. 3. 10. · 21 Acne 25 Alopecia 33 Constipação intestinal 39 Dermatite Seborreica 43 Dermatofitoses 46 Diarreia 50 Dispepsia 54

114

MED

ICA

MEN

TO (R

EFER

ÊNCI

A)

FORM

ULA

ÇÃO

- D

OSE

POTE

NCI

AIS

BEN

EFÍC

IOS

POTE

NCI

AIS

RIS

COS

• Sp

ray

1,5

mg:

faz

er 2

a 6

neb

uliz

açõe

s ao

dia

nas

área

s in

flam

adas

da

boca

e g

arga

nta.

• Cr

eme

dent

al 5

mg/

g: e

scov

ar o

s den

tes e

as g

engi

-

vas

3 a

4 ve

zes

ao d

ia, a

pós

as re

feiç

ões.

Clor

eto

de c

etilp

iridí

nio

mon

oi-

drat

ado

• Pa

stilh

a 1,

34 m

g: d

issol

ver 1

pas

tilha

lent

amen

te n

a

boca

, se

m m

astig

ar, a

cad

a 2

hora

s, se

nec

essá

rio

(não

exc

eder

6 p

astil

has p

or d

ia).

• Sp

ray

– fr

asco

50

ml:

3 a

6 ne

buliz

açõe

s na

áre

a

afet

ada.

Rep

etir o

pro

cedi

men

to a

cad

a 2

a 3

hora

s

(com

o ne

cess

ário

), at

é o

máx

imo

de 6

vez

es a

o di

a.

Ativi

dade

anti

ssép

tica.

Uso

cau

telo

so e

m d

iabé

ticos

, já

que

nor-

mal

men

te p

ossu

em a

çúca

r na

sua

for

-

mul

ação

.

Clor

eto

de c

etilp

iridí

nio

mon

oi-

drat

ado

+ be

nzoc

aína

(Ce

paca

i-

na®

)

• Pa

stilh

as 1

,46

mg

+ 10

mg:

dei

xar d

issol

ver n

a bo

ca

uma

pasti

lha,

não

exc

eden

do a

6 p

astil

has

por d

ia.

• So

luçã

o 7,

5 m

g +

60 m

g: b

oche

chos

ou

garg

arej

os,

pura

ou

dilu

ída

em u

m p

ouco

de

água

, 3 a

4 v

ezes

ao d

ia.

• Sp

ray 7

,5 m

g +

60 m

g: fa

zer 3

a 6

nebu

lizaç

ões n

a áre

a

afet

ada.

Rep

etir o

pro

cedi

men

to a

cad

a 2

a 3

hora

s

com

o ne

cess

ário

, até

o m

áxim

o de

6 v

ezes

ao

dia.

Ativi

dade

anti

ssép

tica

e an

es-

tésic

a.

O m

edic

amen

to n

ão d

eve

ser

inge

rido.

Pode

indu

zir a

Irrit

ação

e a

rdor

buc

al.

Page 115: Manual 6 - MIOLO 2016/2017 Completo 6... · 2021. 3. 10. · 21 Acne 25 Alopecia 33 Constipação intestinal 39 Dermatite Seborreica 43 Dermatofitoses 46 Diarreia 50 Dispepsia 54

115

Man

ual 6

. Au

tocu

idad

o

MED

ICA

MEN

TO (R

EFER

ÊNCI

A)

FORM

ULA

ÇÃO

- D

OSE

POTE

NCI

AIS

BEN

EFÍC

IOS

POTE

NCI

AIS

RIS

COS

Benz

ocaí

na +

tiro

tric

ina

(Am

ida-

lin®

)

• Pa

stilh

as 5

mg

+ 1,

035

mg:

Dei

xar d

issol

ver a

pas

ti-

lha

na b

oca,

de

acor

do c

om a

s ne

cess

idad

es o

u se

-

gund

o cr

itério

méd

ico.

Sug

erim

os 1

pas

tilha

a c

ada

hora

, não

dei

xand

o ex

cede

r a 1

0 pa

stilh

as a

o di

a.

• Sp

ray

5 m

g +

1 m

g/m

l: Co

m a

boc

a ab

erta

, dire

cio-

nar

o ja

to d

e A

mid

alin

® p

ara

garg

anta

, apl

icar

o

prod

uto

de 8

a 1

2 ve

zes

ao d

ia, e

dei

xar u

m p

ouco

na b

oca

para

atu

ar lo

calm

ente

.

Ativi

dade

ane

stés

ica

e an

timi-

crob

iana

tópi

ca.

Inco

mun

s, po

de in

duzi

r re

açõe

s de

irri-

taçã

o e

hipe

rsen

sibili

dade

.

Cong

estã

o na

sal e

rino

rrei

a

Clor

idra

to d

e na

fazo

lina

• So

luçã

o na

sal t

ópic

a –

fras

co 3

0 m

l: G

otej

ar 2

-4 g

o-

tas

em c

ada

narin

a, 4

-6 x

/dia

, 3-5

dia

s.

• So

luçã

o na

sal t

ópic

a –

fras

co 1

5-30

ml:

1-2

gota

s /

nebu

lizaç

ões

em c

ada

narin

a, 2

x/di

a, 3

-5 d

ias.

Mel

hora

ráp

ida

e ef

etiva

da

cong

estã

o na

sal.

Pode

m in

duzi

r a

rinite

reb

ote,

apó

s pe

-

ríodo

de

72h.

Aum

ento

tra

nsitó

rio d

a

pres

são

arte

rial e

bati

men

tos

card

íaco

s.

Mal

eato

de

bron

feni

ram

ina

+ cl

o-

ridra

to d

e fe

nile

frin

a (D

econ

gex

Plus

®)

Com

prim

ido

12 m

g +

15 m

g: 1

cpr

2 x

/dia

.

Xaro

pe 2

mg

+ 5

mg/

5 m

l: 1

a 1

½ c

opos

-med

ida

(10

a

15 m

l) 2-

4 x/

dia.

Cont

rain

dica

do

em

paci

ente

s po

rta-

dore

s de

hip

erte

nsão

, co

rona

riopa

tias

seve

ras,

arrit

mia

s ca

rdía

cas,

glau

com

a,

hipe

rtire

oidi

smo

e/ou

hip

ertr

ofia

pros

-

tátic

a. P

ode

indu

zir a

son

olên

cia,

ans

ie-

dade

, ner

vosis

mo,

pal

pita

ções

, disp

neia

e pa

lidez

.To

sse

Na

mai

oria

dos

cas

os, o

s qu

adro

s de

toss

e as

soci

ados

a g

ripes

e re

sfria

dos

são

auto

limita

das,

e nã

o ne

cess

itam

de

trat

amen

to fa

rmac

ológ

ico

espe

cífic

o. E

ntre

tant

o,

quan

do o

sin

tom

a é

alta

men

te d

ebili

tant

e, e

atr

apal

ha a

qua

lidad

e de

vid

a do

pac

ient

e, in

terv

ençõ

es fa

rmac

ológ

icas

pod

em s

er ju

stific

adas

. O tr

atam

ento

dev

e se

r

gerid

o de

aco

rdo

com

as c

arac

terís

ticas

da

toss

e, c

omo

a pr

esen

ça o

u nã

o de

secr

eção

e e

xpec

tora

ção.

Par

a ac

esso

as a

ltern

ativa

s ter

apêu

ticas

disp

onív

eis n

a fa

rmác

ia

com

unitá

ria c

onsu

lte o

tópi

co d

estin

ado

a to

sse.

Page 116: Manual 6 - MIOLO 2016/2017 Completo 6... · 2021. 3. 10. · 21 Acne 25 Alopecia 33 Constipação intestinal 39 Dermatite Seborreica 43 Dermatofitoses 46 Diarreia 50 Dispepsia 54

116

MED

ICA

MEN

TO (R

EFER

ÊNCI

A)

FORM

ULA

ÇÃO

- D

OSE

POTE

NCI

AIS

BEN

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117

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SINTOMAS DE VERMINOSES (83–85)

O que são?

As parasitoses intestinais são condições muito frequentes na infância, principal-

mente em pré-escolares e escolares. São consideradas a patologia mais comum do

mundo, podendo atingir até 25% da população. Trata-se de um problema de saúde

pública, principalmente nas zonas rurais de países subdesenvolvidos.

Quais são as causas possíveis?

CAUSAS COMUNS

• Ancylostomas duodenalis

• Ascaris lumbricoides

• Enterobius vermicularis (enterobíase, sinonímia oxiuríase)

• Giardia lamblia (giardíase)

• Strongyloides stercoralis

• Trichuris trichiura (helmintíases)

FATORES DE RISCO

• Ausência de rede de distribuição e coleta de água

• Baixa renda familiar

• Baixo grau de escolaridade materna

• Condições precárias de higiene

• Crianças <5 anos, que frequentam creches

• Habitações em áreas rurais

As manifestações clínicas podem ou não estar presentes, variando de ausência de sintomas a estado subagudo ou crônico. Os sintomas, muitas vezes, são vagos e inespecífi-cos, o que dificulta o diagnóstico clínico, salvo exceções de prurido anal em casos de enterobíase (oxiuríase), quando há eliminações de vermes na ascaridíase, ou quando evoluem para suas complicações, com manifestações clínicas mais específicas. Os sintomas gerais incluem diarreia, dor abdo-minal (desconforto vago até cólicas), anorexia, astenia, ema-grecimento e distensão abdominal.

MANIFESTAÇÕES

CLÍNICAS

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118 O que devo perguntar ao paciente?

Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico?

Quais são os objetivos do tratamento?

ENTREVISTA

• Você percebeu alterações no hábito intestinal (seu ou do seu filho)?

• Tem tido diarreia ou está constipado?

• Distensão ou dor abdominal?

• Náusea e vômico?

• Prurido (coceira) anal?

• Febre?

• Outros sintomas associados?

• Percebeu a eliminação de vermes ou aparência estranha nas fezes?

• Emagreceu recentemente?

• Já tomou remédio para vermes? Há quanto tempo? Qual?

CARACTERÍSTICAS

• Prurido anal

• Sintomas intesti-nais associados a sintomas respirató-rios (tosse)

• Eliminação de pro-glótides nas fezes

ANORMALIDADES

ASSOCIAÇÃO POSSÍVEL

• Enterobiose

• Ascaridíase

• Teníase

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃOConstipação associada à dor abdominal importante e sintomas respiratórios, com história prévia de infecções helmínticas.

Pode indicar quadro de obstrução intestinal e infestação de vermes em órgãos secundários.

Diarreia aguda associada a náuseas e/ou vômitos e febre. Podem indicar quadro de gastroenterite.

Tratar quadros autorrelatados de verminoses ou sintomas sugestivos em áreas endêmicas ou condições

específicas. Tratamento preventivo em áreas endêmicas.

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119

Man

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Que tratamentos eu posso recomendar?

TODAS AS POPULAÇÕES

Orientações gerais

Todos os pacientes devem ser orientados quanto a importância de hábitos de higiene adequados para evi-

tar reinfecções:

• Lavar bem os alimentos

• Cozinhar ou assar bem os alimentos

• Ferver e filtrar a água

• Lavar bem as mãos com sabonete antes de comer

• Andar sempre calçado(a)

• Evitar o contato com terra ou lama

Farmacoterapia

• Mebendazol (Pantelmin®)

□ Suspensão oral 20 mg/ml - frasco de 30 ml

° Crianças: 5 ml 2 x/dia, durante 3 dias consecutivos.

° Adultos: 10 ml 2 x/dia, durante 3 dias consecutivos.

□ Comprimidos 500 mg

° Crianças >1 ano e adultos: 1 cpr em dose única.

• Levamizol** (Ascaridil®)

□ Comprimidos 80 e 150 mg

° Lactentes até 1 ano: 40 mg

° Crianças 1-7 anos: 80 mg

° Crianças >7 anos: 150 mg

° Adultos: 150 mg

*Em áreas endêmicas, o tratamento deve ser realizado a cada 3-4 meses para controlar infestações importantes.

**Espectro restrito a ascaridíase.

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120 TOSSE (77,80,81,86–91)

O que é?

A tosse é um reflexo defensivo importante que protege contra a aspiração de corpos estranhos, e aumenta a

eliminação de secreções e partículas das vias aéreas. Crianças saudáveis podem tossir em uma base diária; um

estudo documentou uma média de 11 episódios de tosse a cada 24 horas. No entanto, a tosse pode também ser o

sintoma de apresentação de uma doença pulmonar ou extrapulmonar grave subjacente.

O que mais você precisa saber?

A tosse ocorre através da estimulação de um arco reflexo complexo. Este é inicia-do pela irritação dos receptores da tosse (químicos e mecânicos), que existem não somente no epitélio das vias respiratórias superiores e inferiores, mas também no pericárdio, do esófago, do diafragma, e estômago. Receptores químicos sensíveis ao ácido, frio, calor, e outros irritantes químicos desencadeiam o reflexo da tosse.

Crônica>8 semanas

Subaguda3-8 semanas

Seca ou Produtiva

Prescrição Farmacêutica

Aguda<3 semanas

Quais são as causas possíveis?

CAUSAS COMUNS

• Asma

• Bronquite bacteriana prolongada

• Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE)

• Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

• Infecções virais

• Insuficiência Cardíaca

• Laringite

• Pneumonia

• Rinite alérgica

• Rinossinusite aguda

• Rinossinusite crônica

• Tabagismo

FATORES DE RISCO

• Anti-inflamatórios não esteroidais

• Betabloqueadores

• Bloqueadores do Receptor de Angiotensina 2

• Bloqueadores dos canais de cálcio

• Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECAs)

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Man

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O que devo perguntar ao paciente?

Em que casos eu devo encaminhar o paciente ao médico?

Quais são os objetivos do tratamento?

ENTREVISTA

• Há quanto tempo você está tendo tosse?

• Que horas do dia a tosse geralmente ocorre? Cedo?

• Você acorda com a tosse?

• Sua tosse é seca ou com catarro?

• O que piora a tosse? E o que piora?

• O que melhora a tosse?

• Você tem outros sintomas?

• Febre?

• Dor no peito?

• Rinorreia?

• Congestão nasal?

• Dor de cabeça?

• Glândulas inchadas?

• Falta de ar ou dispneia?

• Alguma doença recente ou trauma?

CARACTERÍSTICAS

• Contínua (durante todo o dia)

• Noturna

• Pela manhã

• Produtiva

• Seca

• Sibilância ou chiado

• Dispepsia

ANORMALIDADES

ASSOCIAÇÃO POSSÍVEL

• Infecção Respira-tória

• Gotejamento pós-na-sal (rinite), sinusite, insuficiência cardíaca ou IECAs.

• Bronquite crônica ou tabagismo.

• Bronquite crônica ou pneumonia.

• Infecção viral, asma, pneumonia ou IECAs.

• Asma ou alergia.

• DRGE (refluxo)

CRITÉRIO INTERPRETAÇÃOTosse subaguda e crônica. Sintomas persistentes indicam possível causa secundária, como alergias,

asma ou descompensação de doenças crônicas, e requer diagnóstico médico e instituição de terapia causal.

Tosse associada à dispepsia, dor no peito e rouquidão.

Pode indicar quadro de DRGE, com necessidade de avaliação médica diagnóstica e instituição de tratamento específico.

Tosse produtiva associada à febre alta ou sangramento importante.

Pode indicar quadro de pneumonia, particularmente se associada à infecção viral prévia.

Tosse seca noturna crônica. Pode indicar quadro de rinite alérgica, principalmente se associada a fatores precipitantes, como ácaros, poeiras, dentre outros.

Tosse crônica, associada a sibilância ou chiado. Particularmente durante a infância pode indicar quadro de asma, com necessidade de avaliação médica e instituição de tratamento adequado.

Ausência de melhora após terapia medicamen-tosa em 7-10 dias.

Pode indicar infecção bacteriana secundária a infecção viral. Necessida-de de avaliação médica.

Melhora sintomática, facilitando as atividades diárias, como trabalho e sono.

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-

Page 125: Manual 6 - MIOLO 2016/2017 Completo 6... · 2021. 3. 10. · 21 Acne 25 Alopecia 33 Constipação intestinal 39 Dermatite Seborreica 43 Dermatofitoses 46 Diarreia 50 Dispepsia 54

125

Man

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. Au

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Page 126: Manual 6 - MIOLO 2016/2017 Completo 6... · 2021. 3. 10. · 21 Acne 25 Alopecia 33 Constipação intestinal 39 Dermatite Seborreica 43 Dermatofitoses 46 Diarreia 50 Dispepsia 54

126

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4 m

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, 3 x

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Ação

muc

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-

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127

Man

ual 6

. Au

tocu

idad

o

IDOSOS

• As doses e alternativas terapêuticas destinadas a idosos são as mesmas preconizadas para adultos,

entretanto, nessa população, atenção especial deve ser dada a presença de comorbidades, e a pos-

sibilidade da tosse representar a descompensação de alguma condição subjacente. Fique atento as

seguintes dicas:

• Eventos adversos podem ocorrer com maior frequência em idosos. Tal fato pode relacionar-se a

própria mudança metabólica, a presença de outras comorbidades, tais como insuficiência renal e

hepática, e ao uso de outros medicamentos com potencial interação. O risco-benefício de cada me-

dicamento deve ser avaliado cuidadosamente, e a terapia supervisionada.

• Anti-histamínicos de primeira geração, presentes em alguns compostos para tosse, podem desenca-

dear sedação e efeitos anticolinérgicos em idosos, e, portanto, alternativas devem ser consideradas

sempre que possível.

• A presença de comorbidades deve sempre ser investigada com cautela, a incidência de condições

crônicas associadas a tosse, como DRGE, insuficiência cardíaca, ou doença pulmonar obstrutiva

crônica, aumenta com a idade.

• A possibilidade de complicações secundárias a infecção viral, principal causa de tosse aguda, au-

menta com a idade. A presença de febre alta deve ser interpretada como um importante sinal de

alerta.

Quais medicamentos devo evitar?

• Associações para tosse que apresentam fármacos destinados tanto para tosse seca como produtiva.

• Além de tratar-se de um caso de uso irracional de medicamentos, já que o paciente apresenta um quadro

clínico característico, os riscos relacionados a esse tipo de associação superam seus benefícios. Uma boa

anamnese farmacêutica deve ser a base para a prescrição farmacêutica.

Page 128: Manual 6 - MIOLO 2016/2017 Completo 6... · 2021. 3. 10. · 21 Acne 25 Alopecia 33 Constipação intestinal 39 Dermatite Seborreica 43 Dermatofitoses 46 Diarreia 50 Dispepsia 54

128 GLOSSÁRIOAbcesso Acúmulo localizado de pus num tecido, pode não ser visível a olho nu, mas evoluir

com vermelhidão, inflamação e dor local

Ataxia Perda do controle muscular durante movimentos voluntários, como andar ou pegar objetos

Biofeedback Ferramenta terapêutica que fornece informações, com a finalidade de permitir aos indivíduos desenvolver a capacidade autorregulação. Envolve o retorno imediato da informação, através de aparelhos sensórios eletrônicos, sobre processos fisiológicos (frequência cardíaca, temperatura periférica, resposta galvânica da pele, tensão muscular, pressão arterial e atividade cerebral). O método permite à pessoa volunta-riamente regular suas reações fisiológicas e emocionais

Bulbo Porção inferior do folículo piloso que, na sua extremidade mais inferior, possui a matriz responsável pela produção do pelo

Celulite Doença infecciosa das camadas mais profundas da pele que a torna muito vermelha, inchada e dolorida

Colite pseudomembranosa Inflamação do cólon devido a infecção pela bactéria Clostridium Difficile

Colite ulcerativa Doença inflamatória intestinal

Comedão Cravo, causado pelo acumulo de sebo no interior do folículo pilo-sebáceo

Comichão Prurido intenso

Disfagia Dificuldade de deglutição

Disúria Sensação de dor, ardor, ou desconforto ao urinar

DRGE Doença do refluxo gastroesofágico. Ocorre quando o esfíncter inferior do esôfago não se fecha apropriadamente e o conteúdo do estômago extravasa de volta para o esôfago.

Edema Acúmulo anormal de líquido no compartimento extracelular intersticial ou nas cavi-dades corporais devido ao aumento da pressão hidrostática, diminuição da pressão coloidosmótica, aumento da permeabilidade vascular (inflamações) e diminuição da drenagem linfática

Efeito anticolinérgico Efeito antagonista de acetilcolina, podendo levar a dificuldade respiratória, secura na boca e narinas, visão borrada, pupilas dilatadas, aumento do ritmo cardíaco, dimi-nuição de pressão arterial, intestino preso, aumento da temperatura do corpo e em casos extremos a delírio

Encefalite Infecção aguda do cérebro

Eritema Rubor, vermelhidão na pele

Fibromialgia Síndrome comum em que a pessoa sente dores por todo o corpo durante longos perí-odos, com sensibilidade nas articulações, nos músculos, tendões e em outros tecidos moles

Fonofobia Sensibilidade a barulho

Fotofobia Sensibilidade à luz

Hiperandrogenismo Distúrbio endócrino caracterizado pelo excesso de hormônios andrógenos, como a testosterona

Hiperidrose Condição caracterizada pela transpiração e suor anormalmente aumentados

Hiperostose Aumento da massa óssea por unidade de volume. Pode estar presente em várias doenças como: hiperostose esquelética difusa idiopática, síndrome de hiperostose adquirida (SAPHO), hiperostose frontal interna, hiperostose esternocostoclavicular.

Hiperpigmentação Aumento da coloração da pele, escurecimento da pele

Page 129: Manual 6 - MIOLO 2016/2017 Completo 6... · 2021. 3. 10. · 21 Acne 25 Alopecia 33 Constipação intestinal 39 Dermatite Seborreica 43 Dermatofitoses 46 Diarreia 50 Dispepsia 54

129

Man

ual 6

. Au

tocu

idad

o

Hiperqueratinização folicular Alteração no processo de descamação dos queratinócitos foliculares. As células que-ratinócitas podem se acumular excessivamente na superfície da epiderme aumentan-do o espessamento da capa córnea, o que obstrui o folículo pilo-sebáceo e conse-quentemente retém o sebo. Este é normalmente o ponto inicial de uma lesão acneica.

Hipopigmentação Redução da pigmentação da pele

Hirsutismo Aumento da quantidade de pelos na mulher em locais usuais ao homem, como quei-xo, buço, abdome inferior, ao redor de mamilos, entre os seios, glúteos e parte interna das coxas

Infarto do músculo Microangiopatia com oclusão das pequenas artérias musculares

Infundíbulo Estrutura do folículo pilossebáceo, se estende desde a abertura (óstio) até a inserção do ducto da glândula sebácea

Ipsilateral Em um mesmo lado. Em relação a enxaqueca, indica lacrimejamento ou reações auto-nômicas no mesmo lado da dor.

Istmo Estrutura do folículo pilossebáceo, localizado a partir da inserção da glândula sebá-cea até a região da inserção do músculo eretor do pelo

Medication overuse headache (MOH)

Cefaleia pelo uso abusivo de analgésicos

Mialgia Dor muscular

Midríase Dilatação da pupila em função da contração do músculo dilatador da pupila

Neurite braquial Inflamação dos nervos (nevrite) na área do ombro

Osteíte Termo geral para designar a inflamação do osso, assim como a osteomielite

Pioderma gangrenoso Desordem da pele rara de etiologia desconhecida. Os principais sintomas incluem pequenas pústulas que se tornam grandes úlceras em vários locais do corpo.

Piomiosite Infecção da musculatura esquelética

Polimialgia reumática Doença que causa enrijecimento e dor muscular intensa nos músculos do pescoço, dos ombros e das ancas.

Prurido Sensação desagradável de coceira. Usualmente, é causado por doença cutânea primária, com lesão e exantema (erupção cutânea) resultantes, todavia pode ocorrer sem estes. É uma das queixas mais comuns em dermatologia. O ato de arranhar-se, para se coçar, gera inflamação local e liberação de histamina, produzindo, desta forma, mais prurido, gerando um círculo vicioso de prurido-arranhadura. Os anti-his-tamínicos orais são os medicamentos mais eficazes no combate ao prurido.

Rinorreia ou coriza Corrimento excessivo de muco nasal

Sibilância ou chiado Ruído característico da asma brônquica, semelhante a um assobio agudo. É produzi-do pelo ar que flui por vias respiratórias estreitadas. Frequente em asmáticos e em portadores de doença pulmonar crônica

Síndrome compartimental Aumento de pressão num espaço anatômico restrito com queda da perfusão sanguí-nea dos músculos e órgãos nele contido. Traz sintomas como perda de sensibilidade local, dor contínua, formigamento, edema e enrijecimento da região acometida. É uma urgência ortopédica.

Síndrome de Horner Também chamada de paralisia óculo-simpática, é uma rara síndrome clínica causada pela lesão dos nervos faciais e oculares que fazem parte do sistema nervoso simpáti-co. Pode evoluir com ptose parcial (queda parcial da pálpebra), miose (constrição da pupila), enoftalmia (afundamento do olho) e anidrose (transpiração diminuída em um dos lados da face)

Síndrome do cólon irritável Doença funcional crônica do intestino

Telangiectasias Vasos sanguíneos pequenos e alargados na pele

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130 REFERÊNCIAS

1. Chambers R. What we know about the practice and impact of self care [Internet]. National Health Service.

2006 [cited 2012 Oct 23]. p. 16. Available from: http://www.selfcareconnect.co.uk/uploads/self_care_to-

olkit/sc4pc/chap2.pdf

2. World Health Organization. The role of the pharmacist in self-care and self-medication. Report of the 4th

WHO Consultive Group on the role of the pharmacist. Hague: WHO; 1998.

3. Mendoza-Sassi R, Béria JU, Fiori N, Bortolotto A. Prevalência de sinais e sintomas, fatores sociodemo-

gráficos associados e atitude frente aos sintomas em um centro urbano no Sul do Brasil. Rev Panam Salud

Pública. 2006 Jul;20(1):22–8.

4. IBOPE, Interfarma. Percepções sobre medicamentos. São Paulo; 2011. 16 p.

5. Datafolha, Interfarma. A saúde no Brasil. São Paulo; 2014. 32p.

6. ABRAFARMA. Serviços farmacêuticos nas redes de farmácia e drogarias associadas à Abrafarma. São Pau-

lo: Abrafarna; 2014.

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