Manual Calouro

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1 CADir UnB CENTRO ACADÊMICO DE DIREITO GESTÃO MARACATU ATÔMICO COMO FAZER DIREITO MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA DA CALOURA E DO CALOURO

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CADir UnBCENTRO ACADÊMICO DE DIREITO

GESTÃO MARACATU ATÔMICO

COMO FAZER DIREITO

MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA DA CALOURA E DO CALOURO

1º/2013

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NÃO ENTRE EM PÂNICO!!!

Ok. Agora você passou! Finalmente. Madrugadas e tardes insípidas de estudo, a prova, o nervosismo do resultado e, enfim, o seu nome na lista. PAS, Vestibular, ENEM, não importa. O único fato de conhecimento público é que deu trabalho. Algumas/alguns precisaram de ter um pouco mais de esforço do que outras/os, alguns semestres de cursinho a mais, gastar dinheiro que não tinham para pagar aquele colégio X, ou aquele livro Y. Mas é certo também que são todas/os igualmente merecedoras/es, assim como muitos que ficaram para trás. Mas essa foi a sua vez! Teve o privilégio (e um bocado de sorte, acredite!) de ocupar uma das pouquíssimas vagas do país de um curso de Direito em uma Universidade Pública. Isso mesmo, você é oficialmente um/a caloura/o do Direito da UnB! E agora???

O sentimento de realização é tão intenso que parece que já cumpriu sua missão na Terra? Nada disso. Sabemos que não é bem assim que se sente. Agora é que a brincadeira começa de verdade. Você, caloura/o, podemos apostar, está louca/o de vontade de começar logo, conhecer todo mundo, participar de tudo. Esse manual tem, além do objetivo claro de apresentar nossa Faculdade a você, o propósito de alertá-la/o de que esse pode ser um dos períodos mais significativos da sua vida

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(se não o mais!). Então fique esperta/o e aproveite a altura.

Logo de cara, você se deparará com milhões de atividades diferentes. Tantas que pode ser que você passe dias inteiros na UnB. Eventos da Semana Caloura, matérias em horários aleatórios, formação de diversos projetos de extensão, PDS com colegas e veteranas/os. É fácil ficar um pouco atordoada/o nesse momento, por isso mesmo, é nosso dever alertá-la/o: participe do maior número de coisas de que conseguir. Até que se encontre aqui e descubra o que te move.

Esse é o grande diferencial de fazer parte de uma Universidade. Viver essa experiência é muito mais do que ir às aulas e ler 400 páginas por semana. Faça desses prédios imensos de concreto armado a sua casa. Experimente explorar os gramados da BCE, se apaixonar em todos os sentidos por novas pessoas, embarcar em viagens pelos subsolos e centros acadêmicos perdidos do ICC, se engajar em movimentos estudantis e se abrir para o desconhecido, para o acaso, para o inesperado! Sim, pois a Universidade é a casa do novo e da transformação social! Faça desse o espaço onde você realizará os seus sonhos.

Você vai perceber que por todos os lados há pessoas se juntando com os mais variados objetivos. Projetos, movimentos políticos, grupos de estudo (damos uma palhinha nas páginas seguintes). Gente inquieta e que acredita na Universidade como espaço de transformação de si, da própria Universidade, da sociedade em que

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estamos inevitavelmente mergulhadas/os. Aproveitar essa experiência em todas as suas possibilidades é algo que só se faz junto das/os outros.

Há quem já chegue aqui com planos traçados, objetivos fechados e que prefira se fechar na sala de aula e sair daqui o mais rápido possível, ilesa/o. Esperamos que você possa fazer desse momento parte de seus projetos de vida, quaisquer que sejam eles. Mas desejamos que esteja aberto a esse mundo todo novo em que está ingressando. Aqui não é um mero templo de saber onde se vem buscar conhecimento, aqui é onde a gente se reinventa todos os dias.

Ser caloura/o é ser capaz de se impressionar, ter vontade do novo, querer (se) transformar. A cada novo semestre, são vocês que dão gás para que a mudança aconteça. Por isso, desejamos boas vindas a todas e todos e esperamos que esse seja o seu momento, caloura/o. Esperamos que aqui possa ser quem é, de verdade e sem amarras, que se envolva com esse projeto que é a UnB, que ocupe todos os espaços, que sinta o frio na barriga e tenha coragem de pôr os seus desejos em prática. Queremos que saia daqui muito mais do que um excelente bacharel em Direito. Queremos que viva algo único e que tenha sede de mais.

Centro Acadêmico de Direito da Universidade de Brasília – CADir UnB

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ÍNDICE

Não Entre em Pânico!!!, p. 2

História da Universidade de Brasília, p. 8

Um pouco da história da Faculdade de Direito, p, 15

Extensão, p. 18

Promotoras Legais Populares

Universitários Vão à Escola

Projeto Maria da Penha

Projeto Mediação

Assessoria Jurídica Universitária Popular

Pesquisa – PIBIC / ProIC – UnB, p. 22

Programa de Educação Tutorial em Direito da

UnB (PET-Dir UnB), p. 23

Extensão

Grupos de Estudo

Ensino

Como Participar

O Novo Projeto Pedagógico, p. 26

Revista de Estudantes de Direito da UnB, p. 28

Movimento Estudantil, p. 29

Siglas

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Semanas da FD, p. 31

Semana Caloura

Semana Universitária

Semana de Diversidade Sexual e Direito

Semana de Gênero e Direito

Semana Jurídica

Burocracias, p. 35

Matrícula. O que é, onde vive, o que come?

Matrícula Web. Não entre em pânico!

Ajuste. Se ajuste com moderação.

Por que faltam vagas nas disciplinas?

E o que mais tem nessa Faculdade?, p. 41

Copa Direito

Totó do CADir

Café da Mara – ou Colina Lanches (?) (666)

Gangue dos Bebedouros

Badalooooo – Porque a FD é party hard!, p. 45

Batizado

Vaca Louca

Extrema Unção e Morcegão do Rock

Outras festas, Happy Hours. O campus é

para ser ocupado!

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Introdução à Brasília para as/os estudantes,

forasteiras/os, p. 47

Comunicação com o CADir, p. 50

Siglas e Demais Abreviações, p. 52

Créditos da Edição de 1º/2013, p.56

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HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

Desde a concepção inicial de Brasília, o urbanista Lúcio Costa manifestava sua intenção em transformar a nova capital em um importante pólo de irradiação cultural e imaginava que a gênese dessa vocação intelectual passaria provavelmente pela criação de uma Universidade dentro da nova cidade, integrada a ela e aberta a toda a comunidade.

CCidade planejada para o trabalho ordenado e eficiente, mas ao mesmo tempo cidade viva e aprazível, própria ao devaneio e à especulação intelectual, capaz de tornar-se com o tempo, além de centro de governo e administração, num foco de cultura dos mais lúcidos e sensíveis do país".

(Lúcio Costa - Plano Orientador da UnB - 1962)

O Projeto da Universidade de Brasília foi concebido e construído em um processo coletivo por uma geração de intelectuais brasileiros interessados em construir uma universidade em sintonia com transformações que a modernidade da década de sessenta traziam à sociedade brasileira.

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Tratava-se de um espírito contagiante, uma ideia que se tornava um objetivo concreto e fundamental a ser alcançado. Um novo regime jurídico baseado na autonomia de gestão, na estrutura acadêmica e nos programas de ensino e pesquisa delineavam um novo modelo de ensino livre dos entraves burocráticos do Estado.  

“Comecei então a argüir sobre a necessidade de criar também uma universidade e sobre a oportunidade extraordinária que ela nos daria de rever a estrutura obsoleta das universidades brasileiras, criando uma universidade capaz de dominar todo o saber humano e colocá-lo a serviço do desenvolvimento nacional".  

D(Darcy Ribeiro – 1960)

 Brasília estava planejada: tudo pronto na nova sede do poder burocrático brasileiro. Avenidas e rodovias ligando o país todo, candangas/os de todo lado, plantas dos novos prédios... tudo na mais perfeita ordem.          Faltava a desordem, faltavam os sonhos, faltava a crítica. Darcy Ribeiro alertava que era inaceitável que o Brasil continuasse sem uma Universidade onde se possuísse o domínio do saber humano, cultivado não como erudição ou vaidade,

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mas com a intenção de, através desse saber, pensar o Brasil como problema. A ideia era a de que existisse em Brasília uma universidade que possibilitasse a utopia, na medida em que vislumbrava projetos de sociedade baseados na liberdade e na igualdade.    Nascia um ambiente sem muros, um ambiente onde o povo brasileiro por ele despertasse um sentimento de pertença. Nascia a casa do pensamento para a transformação. A Universidade de Brasília foi inaugurada em 21 de abril de 1962, com apenas 13 mil m² de área construída, distribuídos em nove prédios, prontos para subverter o ensino catedrático e dispostos a dialogar com a comunidade e com os problemas da realidade social. Os Institutos Centrais ministrariam os cursos introdutórios, chamados cursos-tronco, devendo ser instalados antes das Faculdades, que só poderiam iniciar suas atividades dois anos após a inauguração dos cursos básicos.

Dessa maneira, após dois anos de estudos de programas comuns, o/a aluno/a faria a opção pela carreira que desejasse seguir, dentro do campo anteriormente escolhido.

Os cursos-tronco eram:· Direito - Administração - Economia· Letras Brasileiras· Arquitetura e Urbanismo

O primeiro ano letivo da UnB teve início no dia 9 de abril de 1962, contando com 413 estudantes selecionados em vestibular para os

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cursos-tronco e alunas/os de cursos de pós-graduação vindas/os de outras universidades do Brasil.

Em 1963, foram iniciados os trabalhos de fundação do Instituto Central de Ciências - ICC, o primeiro edifício destinado efetivamente para ensino e pesquisa e com ocupação prevista para tal. Até 1969, apenas 15% de sua área prevista havia sido concluída.

O espírito revolucionário e o tamanho da UnB na época facilitavam o intercâmbio entre as/os alunas/os dos diferentes cursos e as articulações da política estudantil. Apenas dois meses após sua inauguração, foi criado o primeiro órgão de representação de estudantes, o Diretório Acadêmico da Arquitetura - DACAU, que deflagrou a primeira greve na UnB em julho de 1962.

A movimentação política na Universidade preocupava muita gente fora do ambiente universitário, pois se especulava uma imensa tendência marxista entre suas/seus professoras/es. Na Câmara dos Deputados foi sugerida a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para avaliar o problema, ocasião em que Darcy Ribeiro foi levado a depor, tendo defendido a UnB como centro de debates, aberto a todas as ideias.

A partir do Golpe Militar de 31 de março de 1964, a Universidade de Brasília passou a ser tratada como foco de subversão a ser combatido a qualquer custo pelas forças do governo.

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Em 1965, em resposta às grandes pressões realizadas pelos militares, 209 professoras/es e instrutoras/es da UnB apresentaram pedido de demissão coletivo, deixando o corpo docente da Instituição completamente desfalcado.

A reposição do quadro de professoras/es causou grande tumulto e insatisfação das/dos estudantes. As/os alunas/os do Instituto de Artes e da Faculdade de Arquitetura - ICA/FAU suspenderam as aulas e decretaram greve. Protestos eclodiram em todos os cantos da Universidade, fazendo com que o movimento estudantil ganhasse força e se organizasse em âmbito nacional por meio da União Nacional dos Estudantes - UNE. A mobilização do movimento estudantil, a partir desse momento, passou a ser o veículo mais eficaz no questionamento político do regime militar.

O Reitor da Universidade, não tendo mais como permanecer em seu cargo e, segundo ele, incapaz de defender o patrimônio da Instituição, exigiu a intervenção das tropas militares no campus. Sob a alegação de cumprir o mandado de prisão de alguns/algumas alunas/os consideradas/os subversivas/os pelo governo, dentre eles Honestino Monteiro Guimarães, uma operação conjunta entre as Polícias do Exército, Militar, Civil e Política (DOPS) invadiu violentamente a Universidade de Brasília. Muitas/os estudantes foram presos e submetidos a uma série de violências e humilhações. O estudante Valdemar Alves Silva foi

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atingido por um tiro na cabeça, perdeu um olho e ficou vários dias entre a vida e a morte.

Em 1969, superado o momento de turbulência, a nova direção da UnB iniciou a construção da Biblioteca Central, do Restaurante Universitário, que teve sua localização estrategicamente modificada, pois a administração da UnB não queria sequer o movimento de estudantes perto do novo prédio da Reitoria, e de diversos outros blocos presentes no anteprojeto da Universidade. Na verdade, o novo discurso militar era eficiência e progresso. Então, o objetivo era construir.

Apesar do imenso investimento que se refletia no crescimento físico da instituição, o rigoroso controle e o excesso de poder da Reitoria começavam a ser questionados por alunas/os, professoras/es e funcionárias/os. As/os estudantes contestavam a ideologia militar das autoridades universitárias, denunciando a falta de instalações físicas e o controle da liberdade de expressão e de organização das entidades de representação estudantil.

O movimento estudantil de Brasília estava integrado a manifestações de nível nacional, assumindo a bandeira em defesa das liberdades políticas e da anistia ampla e irrestrita para os presos políticos.

Na manhã do dia 19 de maio de 1977, as/os estudantes dirigiram-se aos gramados da Faculdade de Educação para uma assembleia na Praça Edson Luiz. Depois, organizaram uma

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passeata pelo campus até o prédio da Reitoria e realizaram nova assembleia no Restaurante Universitário, eventos estes que marcaram as atividades do Dia Nacional de Luta, decretado pelo movimento de estudantes em âmbito nacional.

Tal organização de estudantes causou nova crise na Universidade, envolvendo, inclusive, a participação das/os professoras/es, que intervieram como mediadoras/es no conflito entre Reitor e alunas/os. Frente às diversas punições decretadas em represália ao movimento estudantil, as/os estudantes decretaram greve e, mais uma vez, no dia 6 de junho de 1977, a Instituição foi invadida. Terminava, assim, sob as botas da ditadura, o sonho dos alunas/os da UnB, sufocado, mas expondo para todo o Brasil a hipocrisia e o controle das instituições por um governo ditatorial.

Após a queda do regime militar, a Universidade de Brasília se recompôs e adentrou em uma nova era. Seus ideais originais estão sendo retomados: o campus novamente passou a representar um espaço livre para discussão e fértil para novas idéias. A autonomia foi restaurada e a busca da concretização de um sonho de Universidade pode mais uma vez ser vivido. Novos desafios se estabelecem, mas a vocação para vanguarda persiste, delineando o diferencial de uma instituição marcada pela inovação.

Há, hoje, projetos de Universidade em disputa, mas, acima de tudo, assopra sempre aos nossos ouvidos a nossa responsabilidade histórica enquanto estudantes da Universidade de Brasília.

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Esse assopro de responsabilidade nos faz lutar incansavelmente por uma UnB de excelência. E essa excelência, que fique claro, significa muito mais do que nos figurarmos nos primeiros lugares dos rankings nacionais ou internacionais. Significa jamais deixarmos que a UnB se feche ao mundo e à sociedade, significa jamais cederemos os nossos sonhos de fazer com que essa Universidade seja lugar para transformar a realidade e efetivar conquistas ao/pelo povo oprimido.

UM POUCO DA HISTÓRIA DA FACULDADE DE DIREITO

Recentemente, o prédio que abriga o curso de Direito na UnB passou a ser chamado de Faculdade de Direito (FD). Mas, antes disso ocorrer, esse mesmo prédio era denominado Faculdade de Estudos Sociais Aplicados (FA), local projetado pelo arquiteto Matheus Gorovitz para abrigar as Faculdades de Direito, Ciência Política e Relações Internacionais. A FA só veio a ser inaugurada no dia 22 de abril de 1982. Anteriormente, o curso de Direito era ministrado nos Institutos Centrais, tendo pertencido, primeiramente, à Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais (FCJS), sendo, em 1970, agregado à Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas, a qual abrangia, ainda, os cursos de Biblioteconomia e Informação Científica e de Comunicação.

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Em 1975, ocorreu a criação do Mestrado em Direito na UnB. O curso de pós-graduação começou com área de concentração em Direito e Estado, permanecendo até hoje com esta área em enfoque, caracterizando a faculdade como destaque nacional nos estudos de Direito Público.  

Em 1986, foi criado o Núcleo de Estudos para a Paz e Direitos Humanos (NEP), vinculado ao Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (CEAM), núcleo este que lutou pelo direito à moradia e caracterizou-se por diversas ações comunitárias. Foi o primeiro projeto de extensão promovido por alunas/os de Direito da UnB.

Já em 1994, além da criação do curso noturno, ocorreu uma das maiores e mais importantes transformações no curso de Direito. O que antes era Departamento de Direito renasce como Faculdade de Direito. Em 1996, dá-se outra importante mudança no currículo do curso. Em razão da Portaria MECD nº 1886/94, que fixava as diretrizes curriculares e o conteúdo mínimo do curso jurídico, os cursos de Direito de todo o país tiveram que adotar como obrigatória a monografia final de curso, além de exigir de cada aluna/o 300 horas de atividades complementares (incluindo pesquisa, extensão, seminários, simpósios, congressos, conferências, monitoria, iniciação científica, entre outros).

A Faculdade de Direito se adaptou a tal comando, buscando construir, a partir das novas exigências impostas pelo MEC, uma visão mais humanista, crítica e filosófica do curso, a qual

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trabalhasse a interdisciplinaridade e o intercâmbio entre a teoria e a prática.

O Núcleo de Prática Jurídica e Escritório de Direitos Humanos e Cidadania (NPJ), inaugurado no ano de 1997, somou-se ao projeto supracitado, apresentando-se como uma extensão da Faculdade de Direito. O NPJ surgiu em Ceilândia como uma alternativa de construção e democratização do conhecimento, superando a mera assistência judiciária. Um de seus objetivos é contar com uma proposta interdisciplinar de trabalho, dentro da prática, desenvolvendo outras habilidades necessárias à/ao jurista.

Com o auxílio do NPJ e da organização efetiva de estudantes interessadas/os, nossa Faculdade de Direito passou a contar com diversos projetos de extensão nos últimos anos. Algo inovador e de suma importância para nosso curso. É provável que a palavra extensão seja desconhecida para algumas/alguns de vocês. Portanto, continuem ligadas/os nos próximos textos do manual e descubram um pouco mais sobre o tripé do Ensino Superior.

A Universidade não é composta apenas pelo modelo tradicional de aulas em que a/o estudante é obrigada/o a absorver um caminhão de informações que são jogadas pelas/os professoras/es. Existem outras formas de produção de conhecimento na Universidade, as quais fogem desse modelo educacional tradicional e incentivam o desenvolvimento da autonomia, da proatividade e do pensamento crítico em cada universitária/o. São

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essas outras formas que, unidas ao ensino, formam o tripé universitário. São elas a extensão e a pesquisa.

EXTENSÃO

Ninguém educa ninguém,

ninguém educa a si mesmo, os

homens se educam entre si,

mediatizados pelo mundo

(Paulo Freire)

A extensão caracteriza-se como um processo dinâmico de intercâmbio, de modificação mútua e complementar entre os saberes da sociedade e da Universidade. A extensão é o diálogo horizontal dessas duas produtoras do conhecimento, onde os preconceitos de ambas podem ser vencidos, viabilizando uma Universidade emancipada e consciente de sua utilidade; e uma sociedade emancipada, empoderada, e consciente de seu funcionamento.  

Dessa forma, as atividades de extensão realizadas na Universidade de Brasília têm como objetivo fundamental promover a integração transformadora entre a Instituição e a sociedade, articulando arte, ciência, ensino, pesquisa e desenvolvimento social. A extensão envolve

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pesquisa e ação. Ela não ocorre de forma impositiva, pois necessita de diálogo para acontecer. Ela não é assistencialismo, é construção conjunta de conhecimento. É a extensão que possibilita a participação efetiva da Universidade na sociedade e vice-versa.

Em nossa Faculdade de Direito, no presente momento, estão sendo desenvolvidos os seguintes projetos de extensão:

Promotoras Legais Populares (PLPs): São mulheres da própria comunidade, líderes dispostas a trabalhar pela promoção dos direitos de cidadania. O projeto tem sido implantado na FD-UnB por alunas e alunos de diversos cursos e tem acontecido por meio de oficinas que são ministradas por pessoas com afinidade e experiência nos inúmeros temas que são tratados, como violência contra a mulher, desigualdades de gênero, raciais e econômicas, além de áreas do Direito que sejam do interesse das mulheres. Os encontros acontecem aos sábados no NPJ-UnB, de 9:00 h ao meio-dia.  Quer participar? Entre em contato: [email protected]

Universitários Vão à Escola (UVE): Este projeto de extensão é constituído por alunos/as da UnB e aberto à participação de estudantes de qualquer curso. Seu objetivo consiste em construir conjuntamente conhecimento com alunos do ensino fundamental da cidade de Itapoã. Incentivando a autonomia, o respeito, a cidadania, o pensamento

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crítico e o prazer no conhecimento, o projeto atua através de dinâmicas lúdicas e construídas em conjunto com as crianças participantes. São elas que definem os temas sociais que deverão ser tratados naquela atividade: o respeito à diversidade, a autonomia,  a alteridade - por exemplo.Quer participar? Entre em contato: comunicaçã[email protected] o blog da UVE: http://projetouve.wordpress.com/

Projeto Maria da Penha: tem por objetivo a reflexão e a problematização acerca dos meios satisfatórios para que a questão da violência doméstica contra mulheres seja enfrentada. As/os alunas/os participantes atuam na prestação de assistência jurídica às mulheres em situação de violência doméstica, elaborando as peças necessárias ao atendimento das medidas protetivas e acompanhando as vítimas nas audiências. O desenvolvimento do projeto implica tanto em atividades diretas de atendimento quanto reuniões de trabalho e encontros de discussão e debates de questões teóricas pertinentes à temática em uma perspectiva interdisciplinar.Quer participar? Entre em contato: [email protected]

Projeto Mediação: Inserido no Projeto Pacificar do Ministério da Justiça, o grupo estuda a mediação como maneira alternativa de resolução de conflitos por meio de discussões periódicas das leituras

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indicadas pelos professores Valcir Gassen e André Gomma. O grupo tem como principais objetivos o desenvolvimento epistemológico, a produção de material acadêmico, a difusão e, futuramente, a realização do processo de mediação. Atualmente está em fase de reestruturação.Quer participar? Entre em contato: [email protected]

Assessoria Jurídica Universitária Popular Roberto Lyra Filho (AJUP - Lyra Filho): A AJUP-Lyra Filho, sediada no Núcleo de Práticas Jurídicas da UnB, Ceilândia DF, tem dois eixos de atuação: 1) Assessoramento Jurídico de movimentos sociais no Distrito Federal e entorno; 2) trabalhos de Educação Popular. O projeto introduz a/o aluna/o à  realidade social do Distrito Federal mantendo contato com os movimentos sociais organizados. A AJUP está atuando em três frentes. A primeira delas é a frente “Movimento dos Trabalhadores Sem Terra”, Santuário dos Pajés (Noroeste) e Copa do Mundo”, a segunda é “Via Campesina e demandas da ‘Rede Nacional dos Advogados e Advogadas Populares’” e a terceira é “Estrutural, Carrinheiros e ‘Movimento Popular por uma Ceilândia Melhor’”. A AJUP segue as linhas teóricas do Direito Achado na Rua e da Eduação Popular de Paulo Freire.Quer participar? Entre em contato: [email protected]

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PESQUISA - PIBIC / ProIC- UnB

Desde 1995, o CNPq vem patrocinando o desenvolvimento de pesquisas para jovens, denominado de Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica-PIBIC. Até 2006, o programa de iniciação científica da UnB só possuía um financiador, o CNPq, e a Universidade utilizava o mesmo nome, PIBIC, para denominar as/os alunas/os que desenvolviam pesquisas de iniciação científica.

Em 2006, algumas modificações tiveram que ser realizadas devido ao incremento de novas bolsas financiadas por órgãos fomentadores diversos, destinadas a alunas/os da graduação e registradas e acompanhadas pelo programa de iniciação científica da UnB, a saber: 1) Programa de Bolsas de Iniciação Científica concedidas diretamente a professoras/es pesquisadoras/es com bolsa de produtividade do CNPQ (bolsas "Balcão"); 2) Programa Afroatitude – Fomentado pelo Ministério da Saúde; 3) Bolsas de iniciação científica obtidas a partir de projetos elaborados por professoras/es doutoras/es da Universidade de Brasília.

Desta forma, com o objetivo de englobar todas/os as/os alunas/os que estão desenvolvendo pesquisas de iniciação científica, independente do agente financiador, o Decanato de Pesquisa e Pós-

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Graduação resolveu instituir o Programa de Iniciação Científica da Universidade de Brasília-ProIC-UnB.

O Programa de Iniciação Científica (ProIC-UnB) objetiva despertar a vocação científica entre estudantes de graduação, mediante sua participação em projetos de pesquisa, preparando-os tam para o ingresso na pós-graduação.

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL em DIREITO DA UnB (PET-Dir UnB)

O Programa de Educação Tutorial (PET) foi criado para apoiar atividades acadêmicas que integram ensino, pesquisa e extensão. Formado por grupos tutoriais de aprendizagem, o PET propicia às alunas e aos alunos participantes, sob a orientação de um tutor, a realização de atividades extracurriculares que complementem a formação acadêmica da/o estudante e atendam às necessidades do próprio curso de graduação. A/o estudante e o professor tutor recebem apoio financeiro de acordo com a Política Nacional de Iniciação Científica. O PET Direito-UnB foi criado em setembro de 2009, sob a tutoria do prof. Alexandre Bernardino Costa. Suas principais atividades são:

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Extensão: à frente da extensão, o grupo vem procurando uma inserção na comunidade da Estrutural desde 2011, participando de diversas atividades em diferentes espaços da região. No fim do ano de 2011, PET-Dir começou a realizar um projeto de extensão no Coletivo da Cidade, baseado em Oficinas de Teatro com enfoque em direitos humanos.

Além disso, o PET também realiza Oficinas de Direitos Humanos, das quais participam moradoras/es da comunidade. A questão é abordada por meio de dinâmicas e rodas de conversa, que complementam a metodologia de cartografia social adotada na atividade. Cada Oficina de Direitos Humanos é aliada a uma temática de monitoramento de políticas públicas, que é inserida pouco a pouco nas atividades.

Grupos de Estudo: O PET-Dir tem como atividade regular aberta ao público o debate de textos escolhidos pelo próprio PET, a partir de um tema base. A cada semestre um tema é deliberado pelo grupo, composto de PETianas/os e não-PETianas/os.

Ensino: Além da extensão e da pesquisa, o PET-Dir também atua na frente de ensino com o acompanhamento de duas disciplinas ministradas pelo professor tutor. Uma delas é Pesquisa Jurídica, disciplina ofertada para o primeiro semestre que tem por objetivo a inserção das/os estudantes no

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ambiente universitário, a partir de uma perspectiva que englobe os três eixos da formação acadêmica: ensino, pesquisa e extensão.A outra disciplina é Atualização e Prática do Direito 1 (PAD 1), na qual o professor tem maior liberdade temática e metodológica, propiciando à/ao aluna/o se inserir num sistema de ensino que não segue os moldes tão tradicionais. A temática dessa disciplina é Direito Achado na Rua, uma vertente crítica do Direito que ainda não encontra espaço dentre as matérias tradicionalmente ofertadas.O acompanhamento dessas disciplinas pelo PET-Dir é feito desde a elaboração do plano de curso da disciplina até a prática do plano, dando assistência às/aos estudantes, com o desenvolvimento de aulas além da atividade expositiva, e o acompanhamento das avaliações.

Como Participar: A participação nas atividades do PET pode ocorrer de duas formas: informal e formal. Por força de lei, a/o aluna/o de graduação apenas integra o Programa de Educação Tutorial na condição de bolsista – remunerada/o ou não – se for aprovada/o na seleção. As seleções ocorrem de acordo com o número de vagas disponíveis para o grupo pelo MEC e são amplamente divulgadas na Faculdade de Direito e no blog.

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Por outro lado, a maior parte das atividades do PET Direito são abertas ao público, sendo colaboradoras/es informais muito bem-vindas/os.Visite o blog do PET-Dir: petdirunb.wordpress.com.

O NOVO PROJETO PEDAGÓGICO

Você, caloura/o, chegou em um momento muito importante de nossa faculdade: A regulamentação do novo Projeto Pedagógico, ou apenas PP.  O que é um Projeto Pedagógico, você deve estar se perguntando. É a decisão política sobre o que deve fazer um/a aluna/o da FD-UnB durante a faculdade e, apartir disso, que profissional se espera formar aqui. Qual é o curso de Direito que queremos?

Para dar respostas a esta questão, professoras/es e estudante estiveram envolvidos em um processo formulação que durou por volta de 2 anos. Procuraram juntar seus conhecimentos, esforços e concepções de educação para criar o projeto que foi aprovado pelo Conselho da FD em 9 de julho de 2012.  Sua construção foi abertamente discutida e todos os que se interessaram em contribuir com ele puderam participar. Exatamente por isso, alunos da graduação tiveram um papel central na disputa e formulação desse projeto. Sem os estudantes o desenvolvimento do novo Projeto Pedagógico não teria sido possível. Por isso,

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contamos com você, caloura/o, para contribuir ao máximo para a fase atual de regulamentação do Projeto Pedagógico, que deve ser implementado nos próximos semestres.

Você pode estar pensando "O que eu, que mal cheguei na Universidade, posso fazer?" Você pode não saber exatamente como o curso de Direito funciona, e nem o que esperar das matérias que estão na sua grade horária – mas você, como todas/os nós, é um ser humano pensante que consegue perceber a diferença entre uma aula que paraliza o seu espírito de tão enfadonha e aparentemente inútil, uma aula em que você sente sua alma morrer um pouquinho a cada minuto, e aquela aula que é uma experiência quase mágica, com um conhecimento novo e vivo que invade a sua mente para dar asas às suas próprias reflexões...

O “espírito de calourisse” é um elemento essencial do que precisamos: a empolgação, o interesse em começar de novo, o brilho nos olhos de quem entrou na UnB para se jogar de cabeça nesse mundo novo... E se esse sentimento pudesse durar o curso todo? Como construir um curso que faça as/os estudantes se apaixonarem novamente a cada semestre? Isso é possível? Bem, o novo PP buscou colocar todos esses desejos em seu texto (você pode ter acesso a ele no site da FD: http://www.fd.unb.br/). Mas nada disso sairá do papel para a realidade sem os esforços de toda a comunidade acadêmica, principalmente os nossos esforços enquanto estudantes, diretamente afetados por essas mudanças.

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Fique ligada/o na comunicação do CADir para saber quando será a próxima reunião de apresentação do PP e como você pode contribuir para sua implementação. Precisamos de você para contruirmos juntos a Faculdade que queremos e teremos nos próximos anos.

REVISTA DE ESTUDANTES DE DIREITO DA UnB

Com o Conselho Editorial composto de estudantes de graduação em Direito e Conselho Consultivo composto de professoras/es das mais variadas partes do Brasil, a REDUnB chega ao seu 5º ano seguindo a nova série.

Criada em 1996, a Revista dos Estudantes teve, até o momento, dez edições. Com o objetivo de fortalecer o debate acadêmico e o exercício da consciência crítica em nossa Faculdade, pelo estímulo à produção intelectual dasos estudantes da graduação e à publicação instauradora de debate, uma nova Comissão Editorial retomou os trabalhos de edição da Revista.

A 6ª edição foi lançada em 2007, a 7ª, em 2008, a 8ª, em 2009, e a 9a, em 2010. A 10ª, que contou com quase 100 artigos submetidos, foi lançada no início do 2º/2012.

A entrada no Conselho Editorial, corpo executivo do projeto, é aberta a qualquer estudante

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de Direito da faculdade, bastando entrar em contato por nosso email institucional. Havendo demanda suficiente, promovemos evento de apresentação do projeto, em que apresentamos o histórico do projeto, o processo de editoração da revista e outras questões pertinentes.

Contato: [email protected]

MOVIMENTO ESTUDANTIL

        O movimento estudantil é a forma pela qual os/as estudantes se organizam, lutam por transformações sociais e reivindicam seus direitos. A tradição brasileira, conforme explicitado no ponto sobre a história da UnB, é bastante profunda, rica e importante para as relações do país. Nós, enquanto estudantes, somos herdeiros desse passado de engajamento, que vão desde a luta do “O petróleo é nosso”, passando pelo enfrentamento à Ditadura Militar e pelos protestos por democratização – como as Diretas Já! e o Fora Collor! – e chegando às recentes reivindicações por maiores investimentos na educação pública.

Neste contexto e nacionalmente, a principal entidade representativa dos estudantes é a UNE (União Nacional dos Estudantes). Sua diretoria é eleita a cada dois anos por meio de votações realizadas entre os representantes dos diversos cursos de graduação do Brasil. As suas principais bandeiras são o fortalecimento dos ideais de ensino

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superior público e de qualidade. Mais recentemente, as maiores discussões envolvem o projeto de reforma universitária, a criação do ProUni e a reserva de vagas para negros, indígenas e estudantes oriundos de instituições públicas de ensino. Diferentemente do que aparenta, a UNE não é uma só, mas disputada por diversos grupos políticos, como há de ser qualquer espaço político!

Em relação às entidades mais classistas, o CADir é filiado à FENED, Federação que possui duas direções: uma nacional (CONED) e outra regional (CORED). A principal bandeira defendida pelos militantes do Direito diz respeito à luta pela reforma do Ensino Jurídico, a fim de que o currículo do curso possa assumir um caráter mais emancipatório.  

Por fim, dentro da Universidade de Brasília, a maior entidade de representação estudantil é o DCE - Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães -, que deve lutar para atender as demandas do corpo discente da UnB e agir pela transformação das relações sociais e políticas do país. Em relação ao primeiro ponto, podemos citar as melhorias nas instalações físicas e na segurança do campus, eventuais modificações pedagógico-curriculares que possam surgir, preços mais justos no RU e ampliação do trote solidário. Mas essas reivindicações devem ser conectadas com outras lutas políticas, trazendo para dentro da Universidade a problemática do Brasil, como diria Darcy Ribeiro. É neste sentido que o DCE Honestino Guimarães já foi um dos atores

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principais de diversos processos políticos regionais e nacionais, como a queda do governo Arruda e a saída do reitor Timothy Mulholland com as respectivas ocupações da Câmara Legislativa do DF e da Reitoria da Universidade de Brasília. O Diretório existe para conectar demandas locais a lutas nacionais, pois a UnB não é uma ilha, mas reflexo da conjuntura brasileira. Só se muda o país mudando a Universidade!

A interlocução do DCE com os CAs se dá por meio do CEB, que é realizado quinzenalmente para tratar dos assuntos que estão na pauta do Diretório. Cabe ressaltar que o CADir é presença constante em tais fóruns de debate.

SEMANAS DA FD

Semana Caloura   A Semana caloura é quando você calouro/a vai conhecer mais sua universidade, receber dicas valiosíssimas de seus veteranos e começar as boas relações com seus colegas. Nela trazemos palestrantes, apresentamos a vocês os projetos de extensão e pesquisa, e tentamos transmitir toda a empolgação que temos com a nossa faculdade pra que sejam vocês também construtores dela. É o melhor Direito do Brasil, e quem o faz, são vocês, estudantes.  Nessa semana realizaremos também uma gincana, onde costumam ficar evidentes os dotes de cada um de vocês! E, pra terminar,

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realizamos também a festa imperdível do semestre (assim como o Vaca Louca) que consagrará o ingresso de vocês na FD: o honorável, mas nem sempre memorável, Batizado!

Semana UniversitáriaA semana universitária é quando ampliamos

nossos projetos de extensão, e estudantes do ensino médio e fundamental de todo o Distrito Federal são convidados a conhecer e participar de nossas atividades. São realizadas oficinas, palestras, peças de teatro, shows, em todos os campus da UnB. É uma oportunidade de interação entre os cursos, os alunos, e a comunidade.

Semana de Diversidade Sexual e Direito A Semana da Diversidade Sexual será

realizada pela segunda vez em nossa faculdade e têm por objetivo desconstruir posturas homofóbicas, violentas e preconceituosas, não só em nossa em nossa universidade, mas estendendo essa visão de respeito para a sociedade. Na Semana ocorrerão mostras de filmes que tratam a temática do preconceito, da homoafetividade e da transsexualidade, de modo que possamos ter mais informações e aprofundar nossas discussões sobre o tema.  Teremos também debates, oficinas e palestras, onde o objetivo é analisar a fundo o preconceito que ainda permeia nossa sociedade, relacionando-o a diferentes questões, como a infância, a religião, a pobreza, entre outros.

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      É interessante ressaltar que todos os alunos da universidade estão convidados, e que essa é mais uma forma de construirmos uma universidade livre, aberta, e onde os pensamentos possam ser não apenas discutidos, mas respeitados e ouvidos com a atenção que merecem.

Semana de Gênero e Direito            Nessa semana, são realizados debates e palestras com pauta feminista, racial, e também a questão dos transgêneros. O foco é discutir o que é gênero e o que são os direitos das mulheres, tratando o tema da segurança na universidade, bem como os casos de estupro no campus, a fim de estudarmos em conjunto o risco que as estudantes sofrem, e assim debater políticas para garantir a segurança das mulheres.               Semana Jurídica

A semana jurídica é realizada há 18 anos e é um dos eventos mais bombásticos realizados pelo CADir-UnB. Em todo esse tempo de existência, a Semana Jurídica acompanhou de perto as mudanças sociais, com debates robustos e críticos sobre as relações jurídicas e políticas do Brasil e do mundo. Assim, a Semana busca ser um polo atrativo da crítica social, no qual importantes pensadoras/es se reunirão para discutir problemas que a sociedade mundial enfrenta nos dias de hoje. Nela, são convidados palestrantes de grande renome para compor painéis, onde serão discutidos temas escolhidos.

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O tema da XVIII Semana Jurídica, que será promovida entre os dias 1 e 5 de julho deste ano, será “(Des)envolvimentos e Crises na Contemporaneidade” , e serão discutidos temas interessantíssimos que estão na agenda atual da sociedade mundial, como crise econômica, limites da democracia representativa, cidadania radical, papel das Supremas Cortes, meio ambiente, exclusão e inclusão de minorias na esfera pública. A XVIII Semana Jurídica tem como meta aprofundar a internacionalização da Faculdade de Direito da UnB, inserindo-a em um campo de diálogo constante com diversos atores, grupos, instituições e movimentos do mundo contemporâneo.

Consulte o site: http://www.semanajuridicaunb.com/

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BUROCRACIAS

Hoje poderíamos acrescentar a última e talvez a mais formidável forma de tal dominação: a burocracia, ou o domínio de um sistema intrincado de departamentos nos quais nenhum homem, nem mesmo um único nem os melhores, nem a minoria nem a maioria, pode ser tomando como responsável e que deveria mais propriamente chamar-se domínio de Ninguém. Se, de acordo com o pensamento político tradicional, identificarmos a tirania como governo que não presta contas a respeito de si mesmo, então o domínio de Ninguém é claramente o mais tirânico de todos, pois aí não há quem se possa questionar para que responda pelo que está sendo feito. É esse estado de coisas, que torna impossíveis a localização da responsabilidade e a identificação do inimigo, que está entre as mais potentes causas da rebelde inquietude espraiada pelo mundo de hoje, da sua natureza caótica, bem como da perigosa tendência para escapar ao controle e agir desesperadamente.

(Hannah Arendt – Da Violência – 1969)

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E que “inimigo” de nossa colega Hannah seria esse? O Matrícula Web? Os prazos de entrega das papeladas na Secretaria da Faculdade? O Grande Irmão? A Reitoria? Todas as opções anteriores? Talvez sim, talvez não, ou muito pelo contrário, a burocracia está aí: nos permeia a vida moderna e faz parte da modernidade. É bom ir se acostumando com ela, no universo jurídico, a burocracia torna-se linguagem; mas não se assuste, toda linguagem é política, e toda política está aí para ser disputada, resignificada e subvertida. Então, ponhamo-nos na árdua tarefa de desvendar esse “governo de ninguém” que habita o “sistema intrincado de departamentos” que é a UnB. Há quem diga, contudo, que no caso da Secretaria da Faculdade de Direito, ele tenha nome: Facebook e Paciência Spider.

Matrícula. O que é, onde vive, o que come? Matrícula é o processo pelo qual você,

caloura/o passará no início de todos os semestres para conseguir se matricular nas disciplinas do seu fluxo . O Fluxo são matérias que devem ser cursadas, por semestre, para que você se forme período de dez semestres no curso diurno ou doze semestres no curso noturno. Para visualizar o fluxo do Direito, acesse [matriculaweb.unb.br>graduação>Darcy Ribeiro>Direito>Fluxo].

A Matrícula habita as profundezas do “sistema”, semelhante aquele das operadoras de

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telefonia móvel, “lamento senhora, não podemos cancelar a sua assinatura, o sistema não permite”. No caso da FD, “lamento, aluna/o, o sistema não te ofertou metade de suas matérias e você está no final da lista de espera. Não é possível realizar sua matrícula. Beijos.”

Se alimenta de dor, lágrimas e de calouras/os desavisadas/os. Mas nem sempre precisa ser assim, mantenha-se no fluxo e tudo permanecerá bem. Ou não.   

Matrícula Web. Não entre em pânico!

504 Gateway Time-outThe server didn't respond in time.

Matrícula Web é uma plataforma online (só que não) que abriga o tal “sistema” de matrícula vai internet, entre outros recursos. Nessa incrível plataforma, é possível acompanhar seu histórico escolar, menções, grade horária, e – não menos importante – realizar a matrícula em disciplinas. Você poderá acessá-lo com sua matrícula e senha, aquela que se ganha no dia do registro, basta ir em [matriculaweb.unb.br > graduação > clique aqui para fazer o login].

No período de matrícula via internet, serão pré-ofertadas, por meio do Matrícula Web, as disciplinas do fluxo correspondente a cada período letivo a ser cursado pelas/os estudantes. Essa pré-oferta é sujeita a aceitação ou não da/o aluna/o; ou seja, caso você recuse determinada disciplina, pode

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se preparar para enfrentar longas filas no período de ajuste, pois a vaga que antes fora destinada a você, agora será de outra aluna/o. Caso você aceite a disciplina, parabéns, a vaga é sua. “A pré-matrícula não garante a vaga”, lembre-se. Por isso, atente-se SEMPRE ao período de matrícula via internet disposto pelo Calendário Letivo; caso você perca o prazo terá sérios problemas.

O período de matrícula, portanto, é quando o/a aluno/a inclui as disciplinas extras que pretende cursar, além de aceitar ou retirar as disciplinas pré-ofertadas. Além das disciplinas que estão contidas no fluxo do direito, há disciplinas optativas (lista disponível em https://matriculaweb.unb.br>curso>Darcy Ribeiro>Direito>Currículo) e disciplinas em módulo livre (qualquer outra matéria ofertada na UnB que não seja de acesso restrito). Algumas optativas já estão inclusas no fluxo do direito, porém, diferente das obrigatórias, não são necessárias para a conclusão do curso; Psicologia da Personalidade 1, por exemplo, é uma disciplina optativa que está no fluxo, é ofertada na pré-oferta, mas não é necessária para concluir o Curso de Graduação em Direito da UnB.

Ajuste. Se ajuste com moderação.  A modificação da pré-matrícula gera uma

lista de prioridades feita pelo “sistema” que segue para análise pelos coordenadores dos cursos, uma lista de espera que pondera vários critérios (muitos deles obscuros) para decidir que tem preferência

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para cursar a disciplina. São vários os quesitos que dão prioridade a um/uma aluno/a, por exemplo, alto IRA, alto número de créditos já cursados, ter a disciplina com optativa de seu curso – disciplinas de módulo livre podem ser mais difíceis de conseguir -, etc.

Então os coordenadores analisam os pedidos e verificam a possibilidades de atende-los. Esse é o período de ajuste, com data definida no calendário da UnB (assim com o período de matrícula), que é também o período em que o aluno pode ir aos departamentos para tentar conseguir vagas nas disciplinas.

Caso você se mantenha no fluxo, o que é bastante sem graça, não terá que enfrentar o ajuste. As disciplinas do seu fluxo lhe serão pré-ofertadas, você as aceitará e tudo permanecerá na mais perfeita paz. Adiantar disciplinas não prejudica o fluxo, o problema é atrasar as disciplinas obrigatórias, isso porque – normalmente –, elas costumam ser ofertadas no semestre consecutivo no mesmo horário de uma outra disciplina também obrigatória, ou são pré-requisito para outras disciplina também obrigatórias.

Bom mesmo é conhecer outros departamentos e pessoas com idéias, costumes e visões de mundo diferentes das dos pingüins do Direito. Se aventure pelos cantos, becos, Happy Hours, CAs de cursos com os quais você partilha maior interesse e curiosidade. Caso não atrase matérias obrigatórias do fluxo do seu curso, isso

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muito dificilmente irá lhe causar dores de cabeça. Viva a Universidade em sua plenitude!!!

Por que faltam vagas nas disciplinas?Disciplinas com altos índices de reprovação

ou ministradas por professores picaretas (aquele professor que finge que ensina, você finge que aprende, mas o Estado e os alunos continuam pagando caro) são, comumente, afetadas pelo problema de falta de vagas. Esse problema deve-se, entre outros, ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), posto em prática em 2003 pelo Governo Federal. Passado o ano 2012, fim do prazo para conclusão do plano, observa-se real expansão do ensino superior, como “nunca antes na história desse país”. Contudo, a parte da reestruturação deixou bastante a desejar: restaurantes universitários lotados, assistência estudantil precária, escassez de bolsas de pesquisa e pós-graduação e superlotação das salas de aula são problemas freqüentes enfrentados pelas universidades federais Brasil afora.   

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E O QUE MAIS TEM NESSA FACULDADE?

Copa DireitoDurante o primeiro semestre de cada ano,

ocorre a disputadíssima Copa Direito. Disputam a competição equipes de cada semestre, cujos nomes são ridículos e associados ao Direito. Nos times não são aceitas participações de jogadores que não sejam ligados à Faculdade de Direito. Os jogos costumam ocorrer no Centro Olímpico (CO) e são contratados árbitros de renome e de competência inquestionável para apitar esta competição que mexe com o coração da Faculdade.

Nem mesmo em ano de Copa do Mundo o sentimento que a Copa Direito leva a todos os que participam de alguma forma da competição consegue ser superado! Agora vocês têm a oportunidade de fazer parte dessa história, seja enquanto jogador, torcedor ou apreciador do esporte bretão. A cada ano que passa, os jogadores renascem, novos times chegam para renovar os confrontos e a emoção aflora mais uma vez, mas apenas um receberá a glória de sagrar-se campeão!

Totó do CADirO símbolo máximo da nossa Faculdade, o

responsável pela maioria das nossas medalhas no JiUnB´s e o centro de congruência de todos calouras/os e veteranas/os: Totó, o monumento da FD.

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Caloura/o, você pode ser ruim em tudo na sua vida, mas você vai ter que aprender a jogar totó!! Regras básicas: A primeira equipe que fizer 5 gols vence a partida, não é permitido girar os jogadores, gol de goleiro só vale um e perder de 0 acarreta sanções severas.

LUTO oficial do CADirNo dia 8 de Fevereiro de 2008, faleceu,

aos 87 anos, o espanhol Alejandro Finisterre, escritor, editor de revistas e inventor do Totó. O fato foi divulgado com uma semana de atraso pela agência Ansa.

Alejandro Campos Ramírez (seu nome original) inventou o Totó aos 17 anos, ao ser internado em um hospital de Barcelona por conta de um acidente sofrido durante a Guerra Civil Espanhola. Apaixonado por futebol, inventou o jogo tentando criar uma maneira para que crianças hospitalizadas pudessem ter contato com o esporte utilizando apenas as mãos.

O invento foi patenteado em 1937 e, quinze anos depois, quando Finisterre esteve exilado na Guatemala, foi aperfeiçoado com a incorporação de barras de aço e com a melhoria do material utilizado.

Desde que tivemos notícia do seu falecimento - fato tão trágico, e que, certamente, tem grande influência na história de nosso Centro Acadêmico - o CADir está em luto permanente. Em memória a essa ilustre personalidade, o nosso Totó passou a se chamar Monumental Alejandro

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Finisterre. Pede-se que, em honra e respeito a tão ilustre personalidade, todas as partidas disputadas no Monumental Finisterre sejam precedidas de alguns minutos de silêncio em homenagem à alma desse espanhol que, influenciado por causas nobres, criou o ilustre jogo que se tornou símbolo lúdico de nossa faculdade e nos trouxe várias alegrias em diversos campeonatos da UnB.

Todo dia 08 de fevereiro há uma reunião para prestar homenagens ao gênio inventor dessa maravilha. Faz-se um minuto de silêncio em respeito ao ímpar Alejandro e, depois, várias horas de barulho e emoção em volta do nosso Monumental!

Café da Mara – ou Colina Lanches (?) (666)Recentemente renomeado “Colina

Lanches” e redecorado com artefatos amarelos – bregas – (para fingir uma “nova direção”), é a residência de Fome, um dos quatro famigerados Cavaleiros do Apocalipse.Gangue dos Bebedouros

Outro dos problemas no ramo de alimentos e bebidas que freqüentemente se impõe sobre os pobres estudantes que freqüentam a FA é a falta de água potável. Rumores e investigações apontam para a presença de uma gangue responsável por sabotar os bebedouros do prédio. É sabido que a suposta gangue se identifica pela representação pictográfica de uma caveira com duas chaves inglesas cruzadas em baixo. Há quem diga que a gangue é ligada aos objetivos destrutivos

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do Cavaleiro Fome, responsável pelos alimentos (ou pela falta deles) da FA. Curioso é que, desde o início das atividades da gangue, os lucros da cantina com a venda de água aumentou em cerca de 578,42% ao ano.

Em recente e improdutivo esforço da Direção da Faculdade, interpelada por ações e cobranças do CADir, novos filtros foram instalados nas dependências da FD, contudo, os atos terroristas da Gangue não cessam e a sede persiste.

Mas por trás desse mito, será que não se esconde um quadro constante de agravamento da precarização, má administração e descaso com a Universidade pública?  

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BADALOOOOO – PORQUE A FD É PARTY HARD!

O Aurélio define o batismo como sacramento do Centro Acadêmico do Direito, no qual a ablução, a imersão, ou a simples aspersão com água que passarinho não bebe significa um renascer espiritual, com purificação de todas as culpas e pecados e a inserção da/o caloura/o em um novo mundo repleto de noites sem dormir, trabalhos intermináveis, provas indecifráveis, e, é claro, muita bagaceira! Quando? Sexta da segunda semana de aula, encerrando a gincana caloura!

Vaca LoucaÉ o churrasco mais tradicional da Faculdade

de Direito!!!! Criado com um intuito bizarro de “integrar” calouras com certos veteranos, o Vaca Louca mudou e hoje é a melhor festa da Universidade de Brasília - pois tradições são importantes, mas importantes para serem questionadas e modificadas -. E é o melhor de longe! É plural, aberto e com o intuito de gerar sentimento de pertencimento entre os/as estudantes do curso. Opeeeeeeeeeen bar, com tequila bus e diversas outras surpresas! Feito para nós, feito por nós!

Extrema Unção e Morcegão do Rock       Carai, essa Faculdade tem tanto badalooo assim? Oha, porra, é claro que tem! O Extrema é a

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festa despedida dos/as formandos/as! Geralmente com temática de filmes, é um evento que voltou para ficar e que mostra para geral que o Direito ahazaaa em questão de party hard. E o Morcegão? Reza a lenda que ele voltará! E como será? Bandas da Faculdade tocando o melhor do Roque em Rou.

Outras festas e Happy Hours. O campus é para ser ocupado!     Além das festas tradicionais de cada curso (Realize, Chupol, Churredes, Eletrochurras, A Última Festa de Arquitetura e etc) e da sensacional Calourada UnB (organizada pelo DCE), o campus conta, também, com várias festas menores e happy hours que, embora organizados por outros Centros Acadêmicos, costumam ser abertos para quem quiser comparecer. Há algum tempo, a Reitoria iniciou uma política bastante restritiva em relação a isso. Entretanto, o espírito dos HH's está voltando a ocupar a UnB. Inclusive, no último mês de agosto, a atual gestão do CADir (na época ainda chapa) organizou um Happy Hour Atômico que simbolizou a volta dos HH's na nossa amada FA. Fiquem atentos! Mais Happy Hours do Direito estão por vir! E continuemos na luta pela ressignificação e ocupação criativa de nossa Universidade! Pois o campus não é só lugar de “enquadrar” nossas bundas em carteiras de madeira, mas também o local do acaso, do eventual, da arte e daquele beijo apaixonado inesperado! Pois a UnB é mais do que a sala de aula, a UnB é um novo universo que se abre!

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INTRODUÇÃO À BRASÍLIA PARA AS/OS ESTUDANTES FORASTEIROS

SQN 410, Bloco A. Não, caloura/o, não é um código de guerra, tampouco a senha para explodir uma bomba atômica: esse é o seu novo endereço. É diferente e toda/o candanga/o há de se chocar, mas lide com isso! Você não mora mais na terceira rua à direita, no bairro intitulado com o nome de algum santo, seu endereço não é mais Rua Dr. Alguém Ryco da História da Sua Cidade ou de Seu Estado, número XX. Andando por essas árvores, cujo verde depende da época do ano, você vê quadras e não quarteirões, algumas comerciais e outras residenciais.

Brasília é estranha!

Na rodoviária, ganha vida um sotaque peculiar e no suor aguerrido, controlado num caldo de cana, o Centro-Oeste vira Nordeste. Aqui no Planalto Central, onde as casas são blocos, Padim Ciço dá passes no terreiro de umbanda a um ateu que faz preces a Jah. Uma junção que enriquece!

Brasília é mistura!

É capital, às vezes, com cara de interior e tem uma rotina louquíssima que também sabe ser pacata. Domingo é parque da cidade, sábado pode ser cinema. Quinta-feira é Pôr do Sol ou Bar do

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Mendes, mas depois que os bares fecham não há quem não parta para o forró. A esplanada dos ministérios, depois do expediente, assiste a uma série de manifestações artísticas, assiste shows e mostras gratuitos, espetáculos de zouk ou de skate, assiste vida e gente ocupando a cidade com sorriso. Como se não bastasse tudo isso, Brasília ainda dá lugar a UnB. Espaço aberto, sem muros, com Happy Hours (a gente ainda resiste para que eles aconteçam), com muita gente jovem de vários cursos e histórias de vida.  

Brasília é vida!

Tudo muito poético e atraente; mas como todo mundo sabe, não só de flores vive o cerrado. Esse solo ainda abriga profundas e tristes raízes. Você, nova/o morador(a) do Plano Piloto não verá muita gente na rua, poucas vezes avistará aqueles avós proseando com as netas na calçada. O plano é um lugar de trabalho e dar bom dia é perder tempo.

Aqui, há de haver um lugar certo para tudo. Lugar para andar, outro pra namorar, outro pra festar, outro só pra trabalhar, outros que só entram pessoas de determinada quantidade de dinheiro no bolso, outros em que só se aceita determinada cor de pele. Sim, é toda essa segregação.

Brasília é ilha!  

É por isso que você deve entender que Brasília é bem mais que as asas desse avião.

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Brasília tem seus satélites e eles não são naturais, são espaços construídos para esconder o povo trabalhador do Distrito Federal. Ceilândia, Águas Lindas, Planaltina, Itapoã, Estrutural... já ouviu falar nesses nomes? Não vale responder que já viu nos noticiários policiais!

Brasília é desigual!

Essas são cidades excluídas e isoladas. Ok, talvez você sofra algum tempo esperando algum ônibus, mas é enriquecedor conhecer esses lugares, principalmente seus/suas moradoras/es. São espaços que cheiram a luta, são história viva. Estão lá as pessoas que põem a mão na massa e se sacrificam em nome da nossa mordomia.  Estão lá as pessoas pobres, as que não podem ser vistas. São o tapete para onde o Governo varre seus desleixos.

Poderíamos, por isso, finalizar com a frase: Brasília é hipocrisia. Mas é melhor não. O mais interessante é terminar lembrando que Brasília somos todas/os nós e, assim, nós temos a responsabilidade de não deixar que a poesia que a descreve morra. Brasília foi construída a várias mãos e hoje é tocada também pelas nossas e, assim, nós temos que nos perguntar: Que Brasília eu quero construir?

Brasília é, sobretudo, transformação!

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COMUNICAÇÃO COM O CADir

Calouras e calouros, ao ingressar na faculdade, vocês já podem usufruir dos benefícios das mais variadas redes sociais e meios eletrônicos para a comunicação entre o Centro Acadêmico e as/os demais estudantes.         Sempre atento para o que acontece na FD, na UnB e no mundo afora, o Centro Acadêmico possui Twitter e Facebook próprios! Além disso, cuidamos de um belo mural na FD, com informações sobre a Faculdade e sobre nós, membros do CA, para que vocês nos conheçam e possam vir conversar com a gente sempre que necessário. O mural é o local de exposição de fotos e cartazes de eventos, além de possuir um calendário com as principais atividades realizadas pelo CA. Nunca deixem de conferir o mural do CADir ao passar pelo corredor da FD!

Além do mural, possuímos um grupo de e-mails, onde mandamos o i-CADir, nosso boletim eletrônico e verdadeiro xodó de membros da Comunicação cadiriana. Ele é enviado regularmente, todas as quartas-feiras e todos os domingos, e em outros dias, extraordinariamente. Nada como abrir o seu e-mail em um domingão e ver as notícias da sua amada Faculdade de Direito! Garantimos que, conosco, vocês não perderão nenhuma palestra ou congresso interessante. As reuniões de projetos de extensão e de grupos de estudos serão frequentemente divulgadas. As

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possibilidades de estágio serão sempre destaque. As festas do Direito também serão muito bem divulgadas, porque, afinal, as/os alunas/os de Direito da UnB não vivem só de livros, não é mesmo? As reuniões etílico-gastronômico-jurídicas também serão incentivadas.

Resumindo, calouras e calouros, o contato de vocês com a Faculdade e com os/as demais alunas/os de Direito será constante durante os seus anos de UnB! Aproveitem bastante a vida universitária e contem com o pessoal do CADir sempre que precisarem. Sejam muito bem-vindas/os!

Dúvidas? Escreva para o nosso e-mail: [email protected] nossa página no Facebook: http://www.facebook.com/cadirunb.Siga-nos no Twitter: twitter.com/cadir_unb.E, em breve, acesse o nosso novo site, no qual você poderá encontrar diversas outras informações que

não se encontram nesse manual!

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SIGLAS E DEMAIS ABREVIAÇÕES

Universidade de BrasíliaFUB Fundação Universidade de Brasília CD Conselho Diretor da FUB PJU Procuradoria Jurídica GRE Gabinete do ReitorSCA Subsecretaria de Comunicação Administrativa SOC Subsecretaria de Órgãos Colegiados PRC Prefeitura do Campus

Lugares no Campus, não se perca! FD Faculdade de Direito, antiga FAPAT Pavilhão Anísio TeixeiraPJC Pavilhão João Calmon ICC Instituto Central de Ciências, vulgo MinhocãoBAES Bloco de Salas de Aula Norte Eudoro de SousaBSA Bloco de Salas Ala SulICC Instituto Central de CiênciasIPOL/IREL Institutos de Ciência Política e Relações InternacionaisMASC Módulos de Apoio e Serviços ComunitáriosFT Faculdade de TecnologiaIDA Instituto de ArtesFS Faculdade de Ciências da SaúdeCO Centro OlímpicoFE Faculdade de EducaçãoFEF Faculdade de Educação Física

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CEU Casa do Estudante UniversitárioNPJ Núcleo de Prática Jurídica e Escritório de Direitos Humanos e Cidadania.

Movimento Estudantil

FENED Federação Nacional de Estudantes de Direito CONED Coordenação Nacional de Estudantes de DireitoCORED Coordenação Regional de Estudantes de DireitoCONERED Conselho Nacional das Entidades Representativas dos Estudantes de DireitoENED Encontro Nacional de Estudantes de DireitoCAPOVIS Cooptação de Adversários Políticos por Vias SexuaisUNE União Nacional dos EstudantesRMA Reaça, me Abraça!DCE Diretório Central dos EstudantesPNP Pelegos Não Passarão!CEB Conselho de Entidades de BaseCA Centro AcadêmicoDA Diretório AcadêmicoT2 Quando a Tática 1 dá errado. Preferencialmente se emprega CAPOVIS, por princípio.

Campi Avançados FUP Faculdade de Planaltina

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FGA Faculdade do GamaFCE Faculdade de Ceilândia

Conselhos SuperioresCONSUNI Conselho UniversitárioCEPE Conselho de Ensino, Pesquisa e ExtensãoCAD Conselho de AdministraçãoCEG Câmara de Ensino de GraduaçãoCEX Câmara de ExtensãoCPP Câmara de Pesquisa e Pós-GraduaçãoCCD Câmara de Carreira DocenteCAC Câmara de Assuntos ComunitáriosCAF Câmara de Administração e Finanças

Decanatos e DiretoriasDAF Decanato de Administração DAC Decanato de Assuntos ComunitáriosDEG Decanato de Ensino de GraduaçãoDEX Decanato de ExtensãoDPP Decanato de Pesquisa e Pós-GraduaçãoDAIA Diretoria de Acompanhamento e Integração AcadêmicaDAA Diretoria de Administração Acadêmica DTE Diretoria Técnica de ExtensãoDDS Diretoria de Desenvolvimento SocialDEA Diretoria de Esporte, Arte e Cultura DOR Diretoria de Orçamento

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DCF Diretoria de Contabilidade e FinançasDRM Diretoria de Recursos Materiais

Assessorias e SecretariasSGP Secretaria de Gestão Patrimonial  SEI Secretaria de Empreendimentos ImobiliáriosSPL Secretaria de PlanejamentoSRH Secretaria de Recursos HumanosEMP Secretaria de EmpreendimentosCAP Coordenação de Apoio à PesquisaCPG Coordenação de Apoio à Pós-GraduaçãoCERI Coordenação do CerimonialNTI Núcleo de Tecnologia da InformaçãoACS Assessoria de Comunicação LEF Laboratório de Estudos do FuturoCEPLAN Centro de PlanejamentoINT Assessoria de Assuntos Internacionais

Órgãos ComplementaresBCE Biblioteca Central das/os EstudantesCPD Centro de Processamento de Dados (Casa do MW) CTD Centro de Apoio AP Desenvolvimento TecnológicoEDU Editora Universidade de Brasília (40% de desconto para estudantes) FAL Fazenda Água Limpa HUB Hospital Universitário RAD Rádio e Televisão Universitárias

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Outras Siglas de DestaqueMW Matrícula WebPSD Bar Pôr do SolCEU Casa do Estudante UniversitárioNPJ Núcleo de Prática Jurídica e Escritório de Direitos Humanos e Cidadania.FINCA Festival Interno de Música Candanga.PET Programa de Educação Tutorial.IRA Índice de Rendimento Acadêmico.ProIC-UnB Programa de Iniciação Científica da  UnB.RU Restaurante Universitário.JiUnB´s Jogos Internos da Universidade de Brasília.

Créditos da Edição de 1º/2013

Nohara Coelho Estudante do 7º semestre;

Marcos Vinícius Estudante do 10º semestre;

Ladyane Souza Estudante do 2º semestre;

Diogo Cardeal Estudante do 7º semestre;

Luciana Forgiarini Estudante do 5º semestre;

Hugo Fonseca Estudante do 4º semestre,

Todos da amada Faculdade de Direito da UnB.