Manual de Primeiros Socorros no Trânsito

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CPI)Biblioteca Goiandira Ayres de Couto

Departamento Estadual de Trânsito de Goiás.Manual de primeiros socorros no trânsito / DETRAN-Go ;

(org.) Clives Pereira Sanches. Goiânia: DETRAN-Go, 2005.25 p. ; il.

1. Primeiros Socorros. 2. Trânsito. 3. Acidentes. 4.Emergências. I. Sanches, Clives Pereira. II. Título.

CDU: 351.88:656.11(81)

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IntroduçãoSegundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a utilização das vias

públicas é um direito de todos, ou seja, o espaço público pertence a todos de maneiraigualitária. Mas a convivência social no trânsito, nem sempre, parece estar fundada

no princípio da igualdade.Os acidentes no Brasil decorrem de uma conjunção de fatores associados às

condições do espaço de circulação, à conduta irresponsável de uma parcela dapopulação e históricas fragilidades institucionais. A precariedade do ambiente decirculação brasileiro é resultante, dentre outros fatores, do crescimento desordenadodas cidades e das contradições advindas da opção por um modelo dedesenvolvimento centrado no transporte motorizado individual, cuja manutenção éincompatível com a capacidade do país. Tal ambiente induz, muitas vezes, aocupação irregular das vias públicas existentes.

E isso faz com que os índices de acidentalidade se agravem. Osatropelamentos são responsáveis por 36% das mortes nas estradas brasileiras. Opedestre só tem chance de sobreviver se o veículo estiver a 30 km/h. Se o motoristaestiver a 40 km/h, a chance de óbito vai para 15%. A 60 km/h, a chance de mortecresce assustadoramente, vai para 70%. E, caso o pedestre seja apanhado a 80 km/h,provavelmente não terá qualquer chance de sobreviver

Tais índices expressam os princípios e os valores que a sociedade constrói ereferenda e que cada pessoa toma para si e leva para o trânsito. Entretanto, faz-senecessário mudar comportamentos para uma vida coletiva com qualidade e respeito, e

isso exige uma tomada de consciência das questões em jogo no convívio social,portanto, na convivência no trânsito. É a escolha dos princípios e dos valores que irálevar a um trânsito mais humano, mais harmonioso, mais seguro e mais justo.

A Legislação de Trânsito não poderia estar alheia a este processo. Por isso,nossos legisladores instituíram no artigo 150 do CTB a obrigatoriedade datransmissão de alguns conteúdos sociais aos condutores brasileiros que não sesubmeteram ao curso teórico para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação.Este processo ensino-aprendizagem se encontra hoje normatizado pela Resolução nº168/2004 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) que regulamenta ascondições necessárias para a execução dos cursos de direção defensiva e primeirossocorros. Com base nesta norma, o presente manual tem como objetivo divulgar asinformações básicas que todo condutor deve conhecer para atuar com segurança, casoocorra um acidente.

O que são os Primeiros Socorros?

Segundo a ABRAMET (2005), Primeiros Socorros são as primeirasprovidências tomadas no local do acidente. É o atendimento inicial e temporário, atéa chegada de um socorro profissional.

Quais são essas providências?• Uma rápida avaliação da vítima;

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• Aliviar as condições que ameacem a vida ou que possam agravar o quadroda vítima, com a utilização de técnicas simples;

• Acionar corretamente um serviço de emergência local.Simples, não é?As técnicas de Primeiros Socorros têm sido divulgadas para toda a

sociedade, em todas as partes do mundo. E agora, uma parte delas vai estar disponívelneste manual. Elas podem salvar vidas e não há nada no mundo que valha mais queisso. Além de que, de acordo com o artigo 135 do Código Penal Brasileiro, deixar deprestar socorro à vítima de acidente, ou pessoas em perigo iminente, podendo fazê-lo,caracteriza crime.

A Seqüência das Ações de Socorro

Cada acidente é diferente de outro e, por isso, só se pode falar na melhorforma de socorro quando se sabe quais as suas características.Um veículo que está se incendiando, um local perigoso (uma curva, uma

ponte estreita), vítimas presas nas ferragens, a presença de cargas perigosas, etc, tudoisso interfere na forma do socorro.

Estas ações também vão ser diferentes caso haja outras pessoas iniciando ossocorros, ou mesmo se você estiver ferido.

A seqüência das ações a serem realizadas será sempre a mesma:1) manter a calma;

2) garantir a segurança;3) pedir socorro;4) controlar a situação;5) verificar a situação das vítimas;6) realizar algumas ações com as vítimas.

O importante é ter sempre em mente a seqüência dessas ações. E tambémsaber que uma ação pode ser iniciada sem que outra tenha sido terminada. Como, porexemplo, começar a garantir a segurança, sinalizando o local, parar para pedir socorroe voltar depois a completar a segurança do local, controlando ainda toda a situação.

Com calma e bom senso, os primeiros socorros podem evitar que asconseqüências do acidente sejam ampliadas (ABRAMET, 2005).

1 Manter a Calma

Manter a calma é a primeira atitude que você deve tomar no caso de umacidente.

Cada pessoa reage de forma diferente, e é claro que é muito difícil teratitudes racionais e coerentes na situação: o susto, as perdas materiais, a raiva peloocorrido, o pânico no caso de vítimas, etc. Tudo colabora para que as nossas reações

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sejam intempestivas, mal-pensadas. Deve-se ter cuidado, pois ações desesperadasnormalmente acabam agravando a situação.

Por isso, antes de agir, é fundamental recobrar rapidamente a lucidez,reorganizar os pensamentos e se manter calmo.

Segundo a ABRAMET (2005), para ficar calmo após um acidente é

imprescindível seguir o seguinte roteiro:1) Parar e pensar! Não fazer nada por instinto ou por impulso;2) Respirar profundamente, algumas vezes;3) Ver se você sofreu ferimentos, caso seja um dos envolvidos;4) Avaliar a gravidade geral do acidente;5) Confortar os ocupantes do seu veículo;6) Manter a calma. Você precisa dela para controlar a situação e agir.

2 Como Garantir a Segurança de Todos

As diversas ações num acidente de trânsito podem ser feitas por mais deuma pessoa, ao mesmo tempo. Enquanto uma pessoa telefona, outra sinaliza o local eassim por diante. Assim, ganha-se tempo para o atendimento, fazer a sinalização egarantir a segurança no local.

Os acidentes acontecem nas ruas e estradas, impedindo ou dificultando apassagem normal dos outros veículos. Por isso, esteja certo de que situações deperigo vão ocorrer (novos acidentes ou atropelamentos), se você demorar muito ounão sinalizar o local de forma adequada. Segundo a ABRAMET (2005), algumas

regras são fundamentais para você fazer a sinalização do acidente:a) Iniciar a sinalização em um ponto em que os motoristas ainda não

possam ver o acidente;Não adianta ver o acidente quando já não há tempo suficiente para parar ou

diminuir a velocidade. No caso de vias de fluxo rápido, com veículos ou obstáculosna pista, é preciso alertar os motoristas antes que eles percebam o acidente. Assim,vai dar tempo para reduzir a velocidade, concentrar a atenção e desviar. Então, não seesqueça que a sinalização deve começar antes do local do acidente ser visível.

Nem é preciso dizer que a sinalização deverá ser feita antes da visualizaçãonos dois sentidos (ida e volta), nos casos em que o acidente interferir no tráfego dasduas mãos de direção.

b) Demarcar todo o desvio do tráfego até o acidente;Não é só a sinalização que deve se iniciar bem antes do acidente. É

necessário que todo o trecho, do início da sinalização até o acidente, seja demarcado,indicando quando houver desvio de direção. Se isso não puder ser feito de formacompleta, faça o melhor que puder, aguardando as equipes de socorro, que deverãocompletar a sinalização e os desvios.

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c) Manter o tráfego fluindo;Outro objetivo importante na sinalização é manter a fluidez do tráfego, isto

é, apesar do afunilamento provocado pelo acidente, deve sempre ser mantida uma viasegura para os veículos passarem.

Faça isso por duas razões: se ocorrer uma parada no tráfego, o

congestionamento, ao surgir repentinamente, pode provocar novas colisões. Alémdisso, não se esqueça que, com o trânsito parado, as viaturas de socorro vão demorarmais a chegar.

Para manter o tráfego fluindo, tome as seguintes providências:• Manter, dentro do possível, as vias livres para o tráfego fluir;• Colocar pessoas ao longo do trecho sinalizado para cuidarem da fluidez;• Não permitir que curiosos parem na via destinada ao tráfego.

d) Sinalizar o local do acidente;

Ao passar por um acidente, todos ficam curiosos e querem ver o queocorreu, diminuindo a marcha ou até parando. Para evitar isso, alguém deverá ficarsinalizando no local do acidente, para manter o tráfego fluindo e garantir a segurança.

Existem muitos materiais fabricados especialmente para sinalização, mas nahora do acidente, provavelmente, você terá apenas o triângulo de segurança à mão, jáque ele é um dos itens obrigatórios de todos os veículos. Use o seu triângulo e os dosmotoristas que estejam no local. Não se preocupe, pois com a chegada das viaturas desocorro, eles já poderão ser substituídos por equipamentos mais adequados edevolvidos aos seus donos.

Outros itens que forem encontrados nas imediações também podem serusados, como: galhos de árvore, cavaletes de obra, latas, pedaços de madeira, pedaçosde tecidos, plásticos etc.

À noite ou com neblina, a sinalização deve ser feita com materiaisluminosos. Lanternas, pisca-alerta e faróis dos veículos devem sempre ser utilizados.

O importante é lembrar que tudo o que for usado para sinalização deve serde fácil visualização e não pode oferecer risco, transformando-se em verdadeirasarmadilhas para os passantes e outros motoristas.

O emprego de pessoas sinalizando é bastante eficiente, porém é sempre

arriscado. Ao se colocar pessoas na sinalização, é necessário tomar alguns cuidados:• Suas roupas devem ser coloridas e contrastar com o terreno;• As pessoas devem ficar na lateral da pista sempre de frente para o fluxo

dos veículos;• Devem ficar o tempo todo agitando um pano colorido para alertar os

motoristas;• Prestar muita atenção e estar sempre preparado para o caso de surgir

algum veículo desgovernado.As pessoas nunca devem ficar logo depois de uma curva ou em outro local

perigoso. Elas têm que ser vistas, de longe, pelos motoristas.

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A sinalização deve ser iniciada, para ser visível pelos motoristas de outrosveículos, antes que eles vejam o acidente.

Não adianta falar em metros, é melhor falar em passos, que podem sermedidos em qualquer situação. Cada passo bem longo (ou largo) de um adultocorresponde a aproximadamente um metro.

As distâncias para o início da sinalização são calculadas com base noespaço necessário para o veículo parar após iniciar a frenagem, mais o tempo dereação do motorista. Assim, quanto maior a velocidade, maior deverá ser à distânciapara iniciar a sinalização. Na prática, a recomendação é seguir a tabela abaixo, onde onúmero de passos longos corresponde à velocidade máxima permitida no local. 

Tipo da via Velocidade máximapermitida

Distância parainício da sinalização(pista seca)

Distância parainício da sinalização(chuva, neblina,

fumaça, à noite)Vias locais 40 km/h 40 passos longos 80 passos longos

Avenidas 60 km/h 60 passos longos 120 passos longos

Vias de fluxo rápido 80 km/h 80 passos longos 160 passos longos

Rodovias 100 km/h 100 passos longos 200 passos longos

Fonte: ABRAMET, 2005.

Não se esqueça que os passos devem ser longos e dados por um adulto. Senão puder, peça a outra pessoa para medir a distância.

Como se vê na tabela, existem casos onde as distâncias deverão serdobradas, como à noite, com chuva, neblina, fumaça.

À noite, além de aumentar a distância, a sinalização deverá ser feita commateriais luminosos.

Existem ainda outros casos que comprometem a visibilidade do acidente,como curvas e lombadas. Veja como proceder nestes casos:

Quando você estiver contando os passos e encontrar uma curva, pare acontagem. Caminhe até o final da curva e então recomece a contar a partir do zero.Faça a mesma coisa quando o acidente ocorrer no topo de uma elevação, semvisibilidade para os veículos que estão subindo.

e) Como identificar riscos para garantir mais segurança;O maior objetivo deste manual é dar orientações para que, numa situação de

acidente, você possa tomar providências a fim de:1. Evitar o agravamento do acidente, com novas colisões, atropelamentos

ou incêndios;

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2. Garantir que as vítimas não terão suas lesões agravadas por uma demorano socorro ou uma remoção mal feita.

Segundo a ABRAMET (2005), além das providências como acionar osocorro, sinalizar o acidente e assumir o controle da situação, se deve tambémobservar os itens complementares de segurança, tendo em mente as seguintes

questões: • Eu estou seguro?• Minha família e os passageiros de meu veículo estão seguros?• As vítimas estão seguras?• Outras pessoas podem se ferir?• O acidente pode tomar maiores proporções?Para isso, é preciso evitar os riscos que surgem em cada acidente, agindo

rapidamente para evitá-los.

f) Os riscos mais comuns e quais os cuidados iniciais;É só acontecer um acidente que podem ocorrer várias situações de risco. Deacordo com a ABRAMET (2005), as principais são:

Novas ColisõesAo sinalizar adequadamente o local do acidente, seguindo as instruções

anteriormente mencionadas, fica bem reduzida a possibilidade de novas colisões.Porém, imprevistos acontecem. Por isso, nunca é demais usar simultaneamente maisde um procedimento, aumentando ainda mais a segurança.

AtropelamentosAdotar as mesmas providências empregadas para evitar novas colisões.

Mantendo o fluxo de veículos na pista livre. Orientando para que curiosos não paremna área de fluxo e que pedestres não fiquem caminhando pela via.

Isolar o local do acidente e evitar a presença de curiosos. Fazer isso, sempresolicitando auxílio e distribuindo tarefas entre as pessoas que querem ajudar, mesmoque estas precisem ser orientadas.

Incêndio

Sempre existe o risco de incêndio. E ele aumenta bastante quando ocorrevazamento de combustível. Nesses casos é importante adotar os seguintesprocedimentos:

• Afastar os curiosos;• Se for fácil e seguro, desligar o motor do veículo acidentado;• Orientar para que não fumem no local;• Pegar o extintor de seu veículo e deixe-o, pronto para uso, a uma distância

segura do local de risco;• Se houver risco elevado de incêndio e, principalmente, com vítimas presas

nas ferragens, pedir a outros motoristas que façam o mesmo com seus extintores, atéa chegada do socorro.

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Há dois tipos de extintor para uso em veículo: o do tipo BC, destinado aapagar fogo em combustível e em sistemas elétricos, e o do tipo ABC, que tambémapaga o fogo em componentes de tapeçaria, painéis, bancos e carroçaria. O extintortipo BC deverá ser substituído pelo tipo ABC, a partir de 2005, assim que expirar avalidade do cilindro (Resolução n.º 157 CONTRAN). Verifique o tipo do extintor e a

validade do cilindro. Saiba sempre onde ele está em seu veículo. Normalmente, seulugar é próximo ao motorista para facilitar a utilização. Dependendo do veículo, elepode estar fixado:

• no banco sob as pernas do motorista;• na lateral próximo aos pedais;• na lateral do banco do motorista;• sob o painel do lado do passageiro.É importante verificar também, como é que se faz para tirá-lo de sua

posição. Não deixe para ver isso numa emergência.

Nunca um extintor deve ser guardado no porta-malas ou em outrolugar de difícil acesso. O extintor deve ser mantido sempre carregado e com apressão adequada. A sua carga deve ser trocada conforme a regulamentação detrânsito e, também, sempre que o ponteiro do medidor de pressão estiver na áreavermelha.

Para usar o extintor, deve-se seguir as seguintes instruções:• Manter o extintor em pé, na posição vertical;• Quebrar o lacre e acionar o gatilho;• Dirigir o jato para a base das chamas e não para o meio do fogo;• Fazer movimentos em forma de leque, cobrindo toda a área em chamas;• Não jogar o conteúdo aos poucos. Para um melhor resultado, empregar

grandes quantidades de produto, se possível com o uso de vários extintores ao mesmotempo. 

ExplosãoSe o acidente envolver algum caminhão de combustível, gás ou outro

material inflamável que esteja vazando ou já em chamas, a via deve ser totalmenteinterditada, conforme as distâncias recomendadas e todo o local evacuado.

Cabos de eletricidadeNas colisões com postes é muito comum que cabos elétricos se rompam e

fiquem energizados, na pista ou mesmo sobre os veículos. Alguns desses cabos sãode alta voltagem e podem causar mortes. Jamais tenha contato com esses cabos,mesmo que ache que eles não estão energizados.

No interior dos veículos as pessoas estão seguras, desde que os pneusestejam intactos e não haja nenhum contato com o chão. Se o cabo estiver sobre oveículo, elas podem ser eletrocutadas ao tocar o solo. Isso já não ocorre sepermanecerem no seu interior, pois o mesmo está isolado pelos pneus.

Outro risco é do cabo chicotear próximo a um vazamento de combustível,pois a faísca produzida poderá causar um incêndio.

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Mesmo não havendo esses riscos, não se deve mexer nos cabos, apenasisolar o local e afastar os curiosos.

Caso exista qualquer dos riscos citados ou alguém eletrocutado, recomenda-se usar um cano longo de plástico ou uma madeira seca e, num movimento brusco,afastar o cabo. Não se pode fazer isso com bambu, metal ou madeira molhada. Nem

nunca imaginar que o cabo já esteja desligado.

Óleo e obstáculos na pistaOs fragmentos dos veículos acidentados devem ser removidos da pista onde

há trânsito de veículos e, se possível, jogar terra ou areia sobre o óleo derramado.Normalmente, isso é feito depois pelas equipes de socorro, mas se houver segurançapara adiantar esta ação, pode-se evitar mais riscos no local.

Vazamento de produtos perigosos

Interditar totalmente a pista e evacuar a área, quando veículos quetransportam produtos perigosos estiverem envolvidos no acidente e existir algumvazamento. Fazer a sinalização como já foi descrito.

Doenças infecto-contagiosasHoje, as doenças infecto-contagiosas são uma realidade. É necessário evitar

qualquer contato com o sangue ou secreções das vítimas nos acidentes. Por isso,tenha sempre em seu veículo um par de luvas de borracha para tais situações. Podemser luvas de procedimentos usadas pelos profissionais ou simples luvas de borrachapara uso doméstico.

Limpeza da pistaEncerrado o atendimento e não havendo equipes especializadas no local,

deve-se retirar da pista a sinalização de advertência do acidente e outros objetos quepossam representar riscos ao trânsito de veículos.

3 Como Controlar a Situação

É necessário observar se alguém já tomou a iniciativa e está à frente das

ações, caso já tenha ocorrido ofereça-se para ajudar.Se ninguém ainda tomou a frente, verifique se entre as pessoas presentes há

algum médico, bombeiro, policial militar ou qualquer profissional acostumado a lidarcom este tipo de emergência.

Se não houver ninguém mais capacitado, assuma o controle e comece asações. Com calma você vai identificar o que é preciso fazer primeiro, mas tenhasempre em sua cabeça que:

• A ação inicial define todo o desenvolvimento do atendimento;• Você precisa identificar os riscos para definir as ações.

Nem todo mundo está preparado para assumir a liderança após um acidente.Este pode ser o seu caso, mas numa emergência você poderá ter que tomar a frente.

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Siga as recomendações adiante, para que todos trabalhem de forma organizada eeficiente, diminuindo o impacto do acidente:

• Mostre decisão e firmeza nas suas ações;• Peça ajuda aos outros envolvidos no acidente e aos que estiverem

próximos;

• Distribua tarefas às pessoas, ou• Forme equipes para executar as tarefas;• Não perca tempo discutindo;• Passe as tarefas mais simples, nos locais mais afastados do acidente, às

pessoas que estejam mais desequilibradas ou contestadoras;• Trabalhe muito, não fique só dando ordens;• Motive a todos, elogiando e agradecendo cada ação realizada

(ABRAMET, 2005).

4 Como Pedir o SocorroSolicite um socorro profissional o mais rápido possível, pois quanto mais

cedo ele chegar, melhor para as vítimas do acidente.Atualmente, no Brasil contamos com diversos serviços de atendimento às

emergências. As Unidades de Resgate, pertencentes aos Corpos de Bombeiros, osSAMUs, os atendimentos das próprias rodovias ou outros tipos de socorro, recebemchamados por telefone, fazem uma triagem prévia e enviam equipes treinadas emambulâncias equipadas. No próprio local, após uma primeira avaliação, os feridos são

atendidos emergencialmente para que, em seguida, possam ser transferidos aoshospitais.São serviços gratuitos, que têm, em muitos casos, números de telefone

padronizados em todo o Brasil. Use o seu celular, o de outra pessoa, os telefones dosacostamentos das rodovias, os telefones públicos ou peça para alguém que estejapassando pelo local que vá até um telefone ou um posto rodoviário e acionerapidamente o Socorro.

Os telefones de emergência mais comuns

Serviços e telefones deemergência Quando acionar

Resgate do Corpo deBombeiros - 193

• Vítimas presas em ferragens;• Qualquer situação de risco envolvendo fogofumaça, faísca, vazamento de substâncias, gases,líquidos, combustíveis, locais instáveis comoribanceiras, valas, muros abalados, etc.

SAMU - Serviço deAtendimento Móvel de

Urgência – 192

• Emergências clínicas;• Mal súbito em via pública;

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Polícia Militar - 190

• Sempre que ocorrer uma emergência em locaissem serviços próprios de socorro;• Ocorrências relativas à manutenção da ordempública.

Polícia Rodoviária Federal –191 • Qualquer emergência nas rodovias federais.

A forma de solicitar o socorro via telefone pode garantir melhor qualidadeno atendimento. Os atendentes do chamado de socorro vão fazer algumas perguntas.São perguntas para orientar a equipe, informações que vão ajudar a prestar umsocorro mais adequado e eficiente. Dentro do possível, ao chamar o socorro, tenha asrespostas para as perguntas:

• Tipo do acidente (veículo, tipo do acidente, etc.);• Gravidade aparente do acidente;

• Local do acidente: rua, número, um ponto de referência;• Número aproximado de vítimas envolvidas;• Pessoas presas nas ferragens;• Vazamento de combustível ou produtos químicos;• Ônibus ou caminhões envolvidos.

Iniciando o socorro às vítimas

Na maioria dos acidentes, o condutor e demais envolvidos não sãoprofissionais de resgate e por isso devem se limitar a fazer o mínimo necessário coma vítima até a chegada do socorro, até então deve-se observar se a pessoa estárespirando, e cuidar para mantê-la respirando. Talvez a vítima esteja consciente, seisso ocorrer, é necessário perguntar o que está sentindo e observar possíveishemorragias. Em hipótese alguma se pode dar líquidos à vítima, e só encostar nosferimentos se for para evitar grande perda de sangue.

Infelizmente, vão existir algumas situações que o socorro, mesmo chegandorapidamente e com equipamentos e profissionais treinados, pouco poderá fazer pela

vítima. Mesmo nestas situações difíceis, não se espera que alguém não habilitadofaça algo para o qual não esteja preparado ou treinado.

Segundo a ABRAMET (2005) são quatro os procedimentos que podemagravar a situação das vítimas:

• movimentar uma vítima• retirar capacetes de motociclistas• aplicar torniquetes para estancar hemorragias• dar alguma coisa para a vítima tomar

a) não movimentar a vítima

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A movimentação da vítima poderá causar piora de uma lesão na coluna ouem uma fratura de um braço ou perna.

A movimentação da cabeça ou do tronco de uma vítima que sofreu umacidente com impacto que deforma ou amassa veículos, ou num atropelamento, podeagravar muito uma lesão de coluna. Num acidente pode haver uma fratura ou

deslocamento de uma vértebra da coluna, por onde passa a medula espinhal. É elaque transporta todo o comando nervoso do corpo, que sai do cérebro e atinge otronco, os braços e as pernas. Movimentando a vítima nessa situação, pode-sedeslocar ainda mais a vértebra lesada e danificar a medula, causando paralisia dosmembros ou ainda da respiração, o que com certeza vai provocar danos muitomaiores, talvez irreversíveis.

No caso dos membros fraturados, a movimentação pode causaragravamento das lesões internas no ponto de fratura, provocando o rompimento devasos sanguíneos ou lesões nos nervos, levando a graves complicações.

Assim, a movimentação de uma vítima só deve ser realizada antes dachegada de uma equipe de socorro, se houver perigos imediatos como incêndio,perigo do veículo cair, ou seja, desde que esteja presente algum risco incontrolável.

Não havendo risco imediato, não movimentar as vítimas.Até mesmo no caso das vítimas que saem andando do acidente, é melhor

que não se movimentem e aguardem o socorro chegar para uma melhor avaliação.Aconselhe-as a aguardar sentadas no veículo, ou em outro lugar seguro.

b) não tirar o capacete de um motociclistaRetirar o capacete de um motociclista que se acidenta é uma ação de alto

risco. A atitude será de maior risco ainda, se ele estiver inconsciente. A simplesretirada do capacete pode movimentar intensamente a cabeça e agravar lesõesexistentes no pescoço ou mesmo no crânio. Por isso deve-se aguardar a equipe desocorro ou pessoas habilitadas para que eles realizem essa ação.

c) não aplicar torniquetesO torniquete não deve ser realizado para estancar hemorragias externas.

Atualmente este procedimento é feito só por profissionais treinados e mesmo assim,em caráter de exceção, quase nunca é aconselhado.

Sua utilização se restringe aos casos de amputação, avulsão e esmagamento.

d) não dar nada para a vítima ingerirNada deve ser dado para ingerir a uma vítima de acidente que possa ter

lesões internas ou fraturas e certamente será transportada para um hospital. Nemmesmo água. Se o socorro já foi chamado, aguardar os profissionais que vão decidirsobre a conveniência ou não. O motivo é que a ingestão de qualquer substânciapoderá interferir de forma negativa nos procedimentos hospitalares. Por exemplo, se avítima for submetida à cirurgia, o estômago com água ou alimentos, é fator que

aumenta o risco no atendimento hospitalar.

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Com exceção, dos casos de pessoas cardíacas que fazem uso de algunsmedicamentos em situações de emergência, geralmente aplicados em baixo da língua.Não impedir o uso dos medicamentos que são rotina para eles.

Recomendasse sempre aguardar o socorro especializado, porém,

infelizmente, no extenso território brasileiro, existem áreas em que este tipo deserviço especializado da saúde é escasso ou ineficiente. Por isso o material que seráapresentado a seguir tem como objetivo descrever os procedimentos elementares deum socorrista na execução de sua atividade. É importante ressaltar que estastécnicas exigem treinamento e equipamentos adequados para obtenção dosucesso neste tipo de ação e somente podem ser executadas quando não existirqualquer possibilidade de socorro imediato.

a) Exame do acidentado

A avaliação da vítima segue a seqüência alfabética (A, B, C, D e E) queaborda procedimentos para avaliar rapidamente o acidentado, identificando e tratandoos traumas que põem em risco sua vida.

ALiberar as vias aéreas

• Elevação do queixo• Tração da mandíbula

Imobilizar coluna cervical• Colar cervical

B Verificar a respiração (ver, ouvir e sentir)• Caso haja ausência dos movimentosrespiratórios, iniciar respiração artificial.

CVerificar circulação

• Pulsação (se ausente aplicar a RCP)• Perfusão capilar periférica• Hemorragia• Estado de Choque

DAvaliar nível de consciência

• A – alerta• C – confuso• D – dor• N – nenhum

EExposição da vítima

• Vitima consciente• Exame da cabeça aos pés

b) Desobstrução das vias aéreas

Consiste na liberação das vias aéreas da vítima, para que a mesma não fiqueimpossibilitada de respirar. Caso não ocorra a desobstrução, a vítima poderá morrerou ter danos irreversíveis no cérebro.

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As técnicas para a desobstrução das vias aéreas são:

• Elevação do queixo e tração da mandíbula;Posicionar corretamente a cabeça da vítima, erguendo levemente o queixo,

facilitando assim respiração. Porém, jamais fazer movimentos fortes ou bruscos, pois

não se pode descartar a possibilidade de uma lesão da coluna cervical.

• Visualização de objetos estranhos;Visualizar objetos estranhos no interior da boca da vítima e, com os dedos,

removê-los. Estes objetos podem ser dentaduras, gomas, restos de alimentos, sangue,líquidos, próteses ou qualquer outro elemento que prejudique a respiração.

• Taponagem;Inclinar o corpo para baixo e dar tapas nas costas da vítima. No caso de

crianças, deitá-las sobre o seu antebraço, com o rosto para baixo, e dar quatrotapinhas com a palma da mão (a força utilizada deve ser proporcional ao tamanho dacriança).

• Manobra de HeimlichPressionar o abdômen da vítima, de baixo para cima, para expulsar o objeto

estranho (compressão abdominal).

c) Parada respiratóriaÉ a interrupção dos movimentos respiratórios, proveniente de uma

obstrução, acidentes com gases venosos, distúrbios no sistema respiratório, corposestranhos, afogamento , etc.

• Respiração “boca a boca”Desobstruir as vias aéreas;Imobilizar a coluna cervical (pescoço);Verificar a respiração (se não respira);Fechar as narinas da vítima usando o polegar e o indicador;Efetuar duas ventilações;

Retirar a boca e deixar o ar sair naturalmente;Verificar o pulso na carótida (pescoço);Continuar ventilando a cada 5 segundos;Checar o pulso carotídeo a cada minuto ou 12 ventilações;Em hipótese alguma interromper a ventilação.

Para as crianças, a boca deve cobrir também o nariz e o procedimento deveser feito mais suavemente. Recomenda-se ainda que a ventilação para crianças sejaaplicada a cada 4 segundos e para bebês 3 segundos.

d) Parada cardíacaÉ a interrupção dos movimentos cardíacos, que pode levar o indivíduo à

morte.

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 • Sinais da parada cardíaca:

Perda imediata da consciência;Ausência de pulsos;Ausência dos sons cardíacos audíveis;

Ausência de ruídos respiratórios ou movimentos de ar pelo nariz ouboca;Dilatação das pupilas;Palidez e cianose.

• RCP – ressuscitação cardiopulmonar

RCP com um socorrista:• desobstruir as vias aéreas;

• imobilizar a coluna cervical (pescoço);• deitar a vítima sobre uma superfície rígida;• verificar a respiração (se não respira);• efetuar duas ventilações;• verificar o pulso na carótida (pescoço);• fazer 15 compressões no esterno;• após quatro ciclos (15 x 2), verificar o pulso;• reiniciar com duas ventilações;• em hipótese alguma interromper a RCP.

RCP com dois socorrista:Primeiro socorrista:

• desobstruir as vias aéreas;• imobilizar a coluna cervical (pescoço);• deitar a vítima sobre uma superfície rígida;• verificar a respiração (se não respira);• efetuar duas ventilações;• verificar o pulso na carótida (pescoço).

Segundo socorrista:

• posicionar para massagem cardíaca;• efetuar 05 compressões no esterno;• o primeiro socorrista efetua uma insuflação;• após dez ciclos (05 x 01), verificar o pulso;• reiniciar com duas ventilações;• em hipótese alguma interromper a RCP.

e) Estado de ChoqueÉ o quadro clínico que resulta da incapacidade do sistema cardiovascular

em prover circulação sanguínea suficiente para os órgãos. Vários fatores podem levaruma pessoa ao estado de choque, como por exemplo: hemorragias internas e externas,

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emoções fortes, choques elétricos, queimaduras graves, envenenamento, ataquescardíacos, fraturas, infecções, reações alérgicas, etc.

• Sinais apresentados por uma vítima em estado de choque:Pele pálida, úmida e fria;

Pulso fraco e rápido;Pressão arterial baixa;Pupilas dilatadas e opacas;Perfusão capilar lenta ou nula;Lábios cianóticos ou pálidos;Náuseas e vômitos;Tremores de frio, pele arrepiada;Tontura e desmaio;Sede, tremor e agitação;

Rosto e peito vermelhos, coçando, queimando e inchaços; dor de cabeçae no peito; lábios e face inchados são sinais de choque anafilático.

• Procedimentos:Manter as vias aéreas desobstruídas;Posicionar a vítima deitada com as extremidades inferiores elevadas

cerca de 30 cm;Controlar hemorragias;Não administrar líquidos ou medicamentos;Afrouxar as vestes;Posicionar a vítima de acordo com a causa do choque;Cobrir a vítima para manter a temperatura e/ou aquecê-la;Tranqüilizar o paciente;O transporte rápido é fundamental para aumentar as chances de

sobrevivência.

f) HemorragiaÉ perda de sangue proveniente de ruptura, dilaceramento ou corte de um

vaso sanguíneo.

• Do ponto de vista anatômicoArterial: sangramento em jato, de cor vermelho vivo, é mais grave, pois a

pressão no sistema arterial é maior do que no venoso;Venosa: sangramento contínuo, de cor vermelha escura;Capilar: sangramento contínuo discreto, por se tratar de vasos de

pequeno calibre.

• Do ponto de vista clínico

Interna: são as que não se exteriorizam.

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Externa: são as que se exteriorizam logo após à ocorrência de umtraumatismo, ou não, dando saída de sangue pelos orifícios naturais do corpo ouferidas.

• Sinais de uma hemorragia:Saída de sangue pelos orifícios naturais do corpo ou feridas;

Presença de hematomas;Queixa principal da vítima;Mucosas descoradas;Pulso rápido e superficial;Tonturas, vertigens e desmaios;Náuseas e vômitos;Sudorese;Sede;Sinais e sintomas do estado de choque.

• Conduta de emergência em caso de hemorragia externa:Pressionar diretamente o ferimento, com uma gaze ou pano limpo;Elevar o membro afetado a um nível superior ao coração;Realizar curativos compressivos;Caso as compressas aplicadas se ensopem, colocar mais compressas

sobre as que já estão, jamais retirar as já existentes;Comprimir pontos arteriais;Não remover objetos transfixados;Manter as vias aéreas desobstruídas;Afrouxar as vestes;Aplicar compressas frias;Prevenir o estado de choque;Encaminhar o mais rápido possível para o hospital.

g) QueimadurasÉ toda lesão resultante do calor direto ou indireto sobre o corpo, seja

proveniente de objetos quentes ou frios.

• Classificação das queimaduras1º grau ou superficial

Quando atinge somente a epiderme.• pele vermelha na área queimada;• dor local;• inchaço no local.

2º grau ou parcialQuando a epiderme é destruída totalmente e a derme, parcialmente.

• formação de bolhas;• dor intensa no local;• áreas de tecidos expostos (bolhas que se rompem);

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• queimaduras de 1º grau ao redor.

3º grau ou totalQuando atinge todo o tecido de revestimento, alcançando o tecido

gorduroso e muscular, podendo em alguns casos alcançar até o osso.

• necrose de tecido com áreas que variam do branco pálido para omarrom escuro;• lesão seca, dura e indolor;• perda de sensibilidade nas áreas necrosadas;• queimaduras de 2º e 1º graus ao redor.

• Procedimentos gerais em caso de queimaduras:Separar a causa da vítima ou a vítima da causa;Controlar a situação, apagando o fogo, se for o caso, utilizando extintor,

cobertor, toalha, rolar a vítima, etc.;Não deixar a vítima correr;Retirar as partes das roupas que não estejam grudadas na área queimada;Caso não haja exposição de tecido, envolver as regiões queimadas com

pano limpo e molhado com soro fisiológico ou água fria;Caso haja exposição de tecido, isolar a área exposta com pano limpo,

porém sem manter contato com a ferida;Não passar pomadas, mercúrio ou quaisquer outros produtos;Retirar pulseiras, relógios e anéis imediatamente;Não perfurar as bolhas;Manter as vias aéreas liberadas;Prevenir o estado de choque;Transportar a vítima para um hospital especializado.

• Procedimentos para queimaduras com eletricidade:Desligar a energia ou afastar a vítima da fonte, antes de iniciar o

atendimento;Checar os sinais vitais;Prevenir o estado de choque;

Tratar a queimadura conforme o caso específico;Transportar a vítima para o hospital.

• Procedimentos para queimaduras químicas:Identificar o agente agressor;Retirar as roupas impregnadas pela substância, tomando o cuidado para

não se queimar;Caso a queimadura não tenha gerado a exposição dos tecidos e o produto

químico não reaja com a água, lavar a área afetada usando uma grande quantidade de

água corrente ou soro fisiológico por 30 minutos. Na dúvida não aplique a água;Não fazer fricção no local e não empregar água com pressão para a

lavagem;

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Prevenir o estado de choque;Transportar a vítima para o hospital.

• Procedimentos para queimaduras nos olhos:Identificar o agente agressor;

Caso a queimadura não tenha gerado a exposição dos tecidos e o produtoquímico não reaja com a água, lavar o olho afetado usando uma grande quantidade deágua corrente ou soro fisiológico por 30 minutos, sem efetuar pressão. Na dúvida nãoaplique a água;

Cubra os dois olhos da vítima com compressas macias de gazeumidificadas com soro fisiológico ou água fria, fixando as mesmas;

Mesmo que somente um olho tenha sido atingido, cubra sempre os dois,a fim de que a vítima não agrave mais a queimadura com movimentos dos olhos.

h) Ferimentos• Ferimentos superficiais abertos:Pressionar diretamente o ferimento, com uma gaze ou pano limpo;Prevenir o estado de choque;Transportar à vítima para o hospital.

• Amputação ou avulsão completa:Deter a hemorragia empregando todas as técnicas descritas

anteriormente;

Proteger o local ferido;Envolver o segmento amputado ou avulsionado em plástico limpo ouatadura embebida em soro fisiológico;

Logo após, colocar o membro em um recipiente com gelo, sorofisiológico ou água gelada, sem que o membro tenha contato direto com esteslíquidos.

Tratar o estado de choque;Transportar à vítima e seu membro para o hospital.

• Objetos transfixados:Não tentar remover o objeto do local;Imobilizar e proteger o objeto;Prevenir o estado de choque;Transportar à vítima para o hospital.

• Eviscerações traumáticasOcorre quando as vísceras ficam expostas após o acidente.Nunca tentar recolocar as vísceras no interior do abdômen;Cobrir as vísceras expostas com plástico limpo ou atadura embebida em

soro fisiológico (bandagem não compressiva);Flexionar as pernas da vítima;

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Tratar o estado de choque;Transportar à vítima para o hospital.

i) FraturaÉ a ruptura total ou parcial da estrutura óssea.

• Classificação das fraturasFraturas fechadas – a pele não foi perfurada pelas extremidades ósseas;Fraturas abertas – ocorre quando o osso se quebra atravessando a pele ou

existe uma ferida que se estende do osso fraturado até a pele.

• Sinais e sintomas das fraturas:Deformações (angulações, encurtamento, etc.);Inchaço, contusões e hematomas;

Dor no local da fratura e na manipulação delicada;Impotência funcional da extremidade.

• Conduta geral em caso de fraturas:Remover ou cortar as roupas da vítima;Pesquisar paralisia abaixo da fratura (ruptura ou pinçamento dos nervos);Pesquisar pulso abaixo da fratura (compressão, pinçamento ou ruptura

dos vasos sanguíneos);Prevenir o choque hipovolêmico (devido à ruptura dos vasos

sanguíneos);Usar maca para remoção e transporte para o hospital.

• Conduta em caso de fraturas dos membros superiores:Checar o pulso radial do lado afetado;Checar a sensibilidade;Usar a bandagem triangular para fraturas na clavícula, escapula e cabeça

do úmero;Apenas se não sentir o pulso radial, tentar realinhar, sempre tracionando

levemente;Imobilizar o membro na posição em que se encontra, tala rígida ou tala

inflável (a imobilização deve atingir uma articulação acima e outra abaixo da lesão);Prevenir o estado de choque;Transportar à vítima para o hospital.

• Conduta em caso de fraturas dos membros inferiores:Checar o pulso radial do lado afetado;Checar a sensibilidade;Usar a bandagem triangular para fraturas na clavícula, escapula e cabeça

do úmero;

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Nas luxações e fraturas do joelho e tornozelo, imobilizar o membro naposição em que se encontra, exceto se não sentir o pulso pedioso ou tibial (aimobilização deve atingir uma articulação acima e outra abaixo da lesão);

Jamais tentar alinhar o membro fraturado;Em caso de fraturas na coxa (fêmur), imobilizar com duas talas rígidas

até o nível da cintura pélvica;Após a imobilização, continuar a checar o pulso pedioso ou tibial e aperfusão capilar;

Prevenir o estado de choque;Transportar à vítima para o hospital.

• Conduta em caso de fraturas expostas:Jamais tentar alinhar o membro fraturado;Fazer um curativo com gaze ou pano limpo no local rompido;

Imobilizar o membro na posição em que se encontra (a imobilizaçãodeve atingir uma articulação acima e outra abaixo da lesão);Prevenir o estado de choque;Transportar à vítima para o hospital.

• Sinais em caso de fraturas de pelveDor a palpação do púbis e cristas ilíacas;Perda de mobilidade dos membros inferiores;Pé rodado para a lateral do corpo;Associação do acidente com a possibilidade da lesão (atropelamento,

quedas em que a vítima caiu sentada, quedas de altura, etc.);Dificuldade de urinar.

• Conduta em caso de fraturas de pelveCom a vítima deitada de costas, colocar um cobertor dobrado ou

travesseiro entre suas pernas;Prender as pernas unidas com faixas;Transportar em prancha longa;Prevenir o estado de choque;

Transportar à vítima para o hospital.

 j) LuxaçãoÉ a perda completa da superfície de contato entre os ossos de uma

articulação.

• Sintomas de uma luxação:Deformidade acentuada da articulação;Dor a qualquer tentativa de movimentação da articulação.

• Conduta em caso de uma luxação:Aplicar gelo ou compressas úmidas e frias;

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Imobilizar a articulação com talas ou material rígido;Usar macas para remoção e transporte para o hospital.

k) EntorseOcorre quando há rompimento de ligamentos entre os tendões nas

articulações.

• Sintomas de uma entorse:Hematomas;Inchaço;Dor intensa no local da lesão.

• Conduta em caso de uma entorse:Aplicar gelo ou compressas úmidas e frias;

Imobilizar a articulação com talas ou material rígido;Usar macas para remoção e transporte para o hospital.

l) Desmaios e convulsões

• Conduta em caso de desmaios:Deitar a vítima de costas, com a cabeça mais baixa que o corpo ou no

mesmo nível. Se possível, manter as pernas ligeiramente levantadas;Verificar a pulsação e respiração;Desapertar as roupas;Aplicar compressas frias no rosto;Manter a vítima em um local arejado;Ficar atento aos sinais vitais, pois desmaios longos podem levar a vítima

ao estado de choque. Se a situação prolongar-se por mais de dois minutos, agasalhe avítima e procure atendimento médico imediatamente.

• Conduta em caso de ameaça de desmaios:Sentar a vítima com o corpo curvado para frente e a cabeça entre as

pernas;

Deixar a vítima nesta posição por alguns minutos e fazer com que elarespire profundamente.

m) ConvulsõesSão alterações súbitas das funções cerebrais, que provocam movimentos

desordenados e involuntários, apresentando normalmente perda de consciência.

• Sintomas de convulsões:Perda de consciência súbita e queda ao chão;

Contrações musculares do corpo e da face e espasmos incontroláveis;Lábios roxos e salivamento;Inconsciência.

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 • Conduta em caso de convulsões:

Afastar dela objetos que possam machucá-la;Proteger sua cabeça;Retirar do corpo da vítima objetos que possam machucá-la, como óculos,

fones de ouvido, etc.;Manter liberadas as vias aéreas, inclusive retirando com cuidado, restosde alimentos e objetos que se encontrem na boca da vítima;

Colocar um pano limpo entre os dentes, para evitar mordidas na língua;Passada a convulsão, confortar a vítima e observá-la;Encaminhar para auxilio médico.

A Importância de um Curso Prático

Mesmo sabendo quais as ações a serem tomadas num acidente, é importantefazer um Curso Prático de Primeiros Socorros.

O treinamento em Primeiros Socorros será sempre útil em qualquermomento de sua vida, seja em casa, no trabalho ou no lazer. Podem ser muitas evariadas as situações em que o seu conhecimento pode levar a uma ação imediata egarantir a sobrevivência de uma vítima. Isso, tanto em casos de acidente, como emsituações de emergência que não envolvam trauma ou ferimentos.

Atuar em Primeiros Socorros exige o domínio de habilidades que somente

serão adquiridas em treinamentos práticos, que devem ser realizados sob supervisãode um instrutor qualificado.É importante ressaltar que nenhum treinamento em Primeiros Socorros dará

a qualquer pessoa a condição de substituir, completamente, um sistema profissionalde socorro, entretanto pode fazer com que o seu serviço tenha um melhor resultado.

Referência Bibliográfica

ABRAMET. Noções de primeiros socorros no trânsito. São Paulo: ABRAMET,2005. 38 p.

PAIVA, Jânio. Normas específicas para condutores de veículos. Goiânia, 2005.136 p.

Primeiros socorros. Disponível em: <http//www.denatran.gov.br>. Acesso em: 20ago. 2005.