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    Oriente-se pela sua posio e pelo terreno. Em zonas montanhosas e florestadas aconselhvel seguir ao longo dos rios para jusante, em direco a reas povoadas. A Sibria, ondeos rios correm para norte, uma excepo. As zonas populosas ficam para sul na Sibria e naRssia europeia.

    Quando em deslocamento a corta-mato, procure seguir o contorno do terreno. Contudo,no se esquea de que os fundos dos vales so frequentemente mais frios que as encostas e aslinhas de crista, especialmente noite. Dirija-se para uma costa, para um rio importante ou paraum ponto habitado que seja conhecido.

    Durante o Inverno rctico h quatro exigncias bsicas que tm de ser satisfeitas para seter xito no deslocamento:

    Oriente-se. - Conhea com exactido a localizao do seu ponto de partida e do seuobjectivo. Para se orientar pode usar as constelaes, bem como as ajudas visuais do rctico.Por exemplo, a neve acumula-se do lado de sotavento 1 ou do lado de baixo dos objectossalientes, tais como rochas, rvores, macios de salgueiros ou margens altas. Determinando ospontos cardeais com a bssola e daqui a direco dos montes de neve, poder servir-se do ngulo

    entre esta direco e a do deslocamento como referncia. A neve do lado sul das linhas de cristatem tendncia para ser mais granulada que a norte. Entre outras ajudas para se orientar esto ossalgueiros, os amieiros e os lamos, os quais tm a tendncia para se inclinarem para sul, e asconferas, as quais so mais ramalhudas no lado virado a sul. Use estes indcios como umprocesso muito impreciso de se orientar. 2

    Energia fsica. - Sobrevivncia sinnimo de no se precipite. Sem equipamentoapropriado e com ms condies atmosfricas h poucas pessoas com energia suficiente paraviajarem com xito no rctico.

    Vesturio. - necessrio vesturio suficiente para se manter seco e que seja apropriado estao e ao terreno.

    Alimentos, combustveis e abrigo. - Estes artigos tm de estar disponveis em quantidadesuficiente para o manterem ou ter de possuir o equipamento necessrio para os obter. Quando se

    viaja, so necessrios mais alimentos que quando se est inactivo. Por isso, quando os alimentosso escassos e h pouca caa na zona a atravessar, no tenha duvidas de que a nica soluo andar.

    A vegetao cerrada, o terreno muito ondulado, os insectos, o solo mole, os pntanos, oslagos e os rios no vadeveis so obstculos ao deslocamento durante o Vero. A neve mole, osperigosos rios de gelo, as condies meteorolgicas severas, a escassez de alimentos nativos e ostransbordamentos (lenis de gua apenas cobertos por gelo ou neve finas) so obstculos aodeslocamento durante o Inverno. Quando em deslocamento no rctico dever:

    1) Evitar andar durante uma tempestade de neve batida pelo vento.2) Ter cuidado quando atravessar gelo fino. Distribua o seu peso deitando-se e rastejando.3) Atravessar os cursos de gua quando o nvel das guas for o mais baixo. A aco

    normal de congelao e degelo pode provocar uma variao no nvel do curso de gua de2 m a 2,5 m por dia. Isto pode ocorrer a qualquer hora durante o dia, dependendo dadistncia a um glaciar, da temperatura e do terreno. Esta variao no nvel das guastambm deve ser considerada na escolha do local para acampar prximo de um curso degua.

    1 Lado abrigado do vento.2 Este mtodo bastante falvel. Em Portugal, a casca das rvores mais rugosa do lado batido pelas chuvas, isto, do lado norte; o musgo desenvolve-se no lado mais hmido, isto , do lado norte; os caracis aparecem maisnas paredes voltadas a sul e a leste; no continente europeu, as entradas dos formigueiros tm os acessos do ladosul.

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    4) Ter em considerao o ar lmpido do rctico, o qual dificulta a avaliao dasdistncias. As avaliaes por defeito so mais frequentes que por excesso.5) Evitar viajar em condies de Whiteout3 quando a falta de contraste impossibilitaavaliar a natureza do terreno.6) Atravessar uma ponte de neve sempre em ngulo recto em relao ao obstculo que elacruza. Procure a parte mais resistente da ponte tacteando a sua frente com uma vara ouum machado para gelo. Diminua a presso calando raquetas de neve, esquis ourastejando.7) Acampar cedo para ter tempo suficiente para construir um abrigo.8) Considerar os rios - gelados ou no- como itinerrios de marcha. Quando os rios estogelados, no tm, por norma neve solta e o gelo torna o deslocamento mais fcil.

    A capacidade para viajar com xito em terreno coberto de neve est directamenterelacionada com os seguintes factores:

    1) A capacidade para usar equipamento para a neve e a disponibilidade deste. Se tiveralgum treino no uso de esquis a todo o terreno e o equipamento esteja disponvel,recomenda-se que viaje de esqui. Na maior parte das condies de neve e na maior partedos tipos de terreno, os esquis so um modo de deslocamento mais rpido e maiseconmico em termos de dispndio de energia. 0 uso de raquetas de neve no requerqualquer treino difcil antecipado, mas a velocidade ser muito mais lenta e odeslocamento muito mais exaustivo.2) Esquiar na neve solta e profunda exaustivo, e, se puder escolher o equipamento, recomendvel o uso de raquetas de neve. Uma ligeira crusta na superfcie da neve,contudo, evita que os esquis se afundem, permite velocidade e facilita a esquiagem. Umacrusta suficientemente resistente para aguentar com um homem torna visvel o

    deslocamento a p, mas, mesmo assim, se tiver equipamento disponvel e possuir atcnica necessria, recomendvel o uso de esquis.3) Improvise equipamento para se deslocar na neve solta e profunda. Faa raquetas deneve de salgueiro ou outra madeira verde, usando uma travessa de madeira e uma correia,arame, corda ou cordes de pra-quedas. Se houver mo destroos de uma aeronave,faa raquetas de neve com os fundos das cadeiras, chapas e outros salvados.

    Abrigo

    Para sobreviver no Inverno frio necessrio proteco. Durante o Vero, contudo, podeser necessrio um abrigo apenas como proteco contra os insectos e o sol. Poder obter abrigonatural adequado em grutas, debaixo de salincias de rocha, em fendas, em macios de mato ou

    em terraos naturais. A informao do captulo VI (Conhecimentos bsicos de sobrevivncia)sobre como construir abrigos adequada para a construo de abrigos para o Vero rctico eSubrctico.

    Os locais ideais para abrigo variam consoante se trate do Inverno ou do Vero. Durante oInverno, a escolha depende da proteco contra o vento e o frio e da proximidade do combustvele da gua. Nas regies montanhosas tem de ser considerados os riscos de avalanche, queda depedras e inundao. No se deve escolher um local debaixo de rvores grandes, porque os ramosgelados, vulgarmente conhecidos por fabricantes de vivas, tm tendncia para cair como uma

    3 Condio meteorolgica de superfcie peculiar das regies rcticas durante a qual os objectos no projectamsombra, o horizonte no consegue ser visvel e apenas so discerneis os objectos escuros.

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    Use cordes de pra-quedas, arame ou corda

    Fig. 9-1 Raquetas para a neve, improvisadaslana. Durante os meses de Vero deve ser escolhido um local relativamente livre de insectos eprximo de comida e de gua. Como proteco contra os insectos, melhor escolher um localnuma crista ventosa ou onde receba a brisa vinda do mar. So desejveis os stios nas florestas eperto de ribeiros. No caso de se encontrar numa situao em que a cobertura o factor maisimportante, o sitio deve permitir boa observao e ter um ou dois itinerrios de retiradadesenfiados.

    0 tipo de abrigo a construir depende dos materiais e do tempo disponveis.Independentemente do tipo, o abrigo rctico tem de servir a finalidade principal de conservar noseu interior o calor de uma fogueira, ou do corpo, para que voc possa manter-se aquecido. 0calor do corpo mantm-se mais tempo no ar parado. Por esta razo, construa um abrigo pequeno,

    confortvel e prova do vento. Tambm tem de ter ventilao adequada para evitar asfixia. Faaum buraco no alto do abrigo para permitir a sada do fumo e do monxido de carbono. Deixe umapequena fresta perto do solo para deixar entrar o ar fresco.

    Nos terrenos cobertos de gelo compacto ou de neve, escave ou amontoe o gelo e a neve.Erguer um abrigo , muitas vezes, mais fcil que escav-lo.

    Das vrias espcies de abrigos improvisados, talvez o mais simples seja o dado por ummonte de neve compacto e escavado de modo a acomodar um ou mais homens. At mesmo umburaco na neve d abrigo temporrio numa emergncia. Este tipo de abrigo por vezes difcil depreparar devido dureza da neve compacta, e, com frequncia, impossvel faz-lo semferramentas apropriadas. Procure montes de neve junto das rvores, porquanto a neve estarmenos compacta em redor e debaixo dos ramos baixos que tenham sido cobertos pela neveacumulada.

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    Fig. 9-2 Abrigo no rctico

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    Uma casa construda com blocos de neve um refgio semipermanente til para dois oumais sobreviventes. A construo de uma casa de neve requer, porm, experincia e prticaconsiderveis. A colocao dos blocos neste tipo de estrutura crtica, dado que os blocos soaguentados por trs cantos encostados - os cantos inferiores e o topo. 0 encosto dos trs cantos,ajudado pela inclinao dos blocos, o nico mistrio da construo de uma casa de neve. Asfendas entre os blocos so calafetadas com pedaos triangulares de neve e rematadas com nevemole esfregada suavemente com uma mo enluvada. A neve funciona como um cimento eendurece mais que os blocos de neve originais. Um impedimento na construo deste tipo deabrigo a necessidade de ferramenta - faca, serra ou machado. Os Esquims provaram que sepode sobreviver com uma faca - mas sem ela s por milagre.

    Perigos ambientais

    Tempestades de neve

    As tempestades de neve e as rajadas de vento forte so comuns na regio rctica e, muitasvezes, combinam-se para formar montes de neve gigante que podem soterrar um homem emmuito pouco tempo. No tente viajar durante uma tempestade de neve. Esteja permanentementeatento s condies meteorolgicas. Em outras regies do mundo, as condies meteorolgicaspodem provocar graves inconvenientes, mas nas regies rcticas a falta de ateno s mesmaspode provocar a morte.

    Queda de pedras

    As quedas de pedras so provocadas pela fuso da neve e do gelo que prendia as rochassoltas.

    Avalanchas

    Qualquer encosta coberta de neve com mais de 20o de declive apresenta o perigo deavalancha. Depois de um nevo, evite todas as encostas declivosas. Se for apanhado por umaavalancha, procure manter a cabea ou alguma parte do corpo tona. Uma avalancha como umrio de neve em deslocamento e umas braadas ajud-lo-o a manter-se superfcie. Desloque-se na posio horizontal. 0 perigo de uma avalancha a sufocao. Se ficar completamentecoberto pela neve, tente criar uma bolsa de ar em torno da cabea. Se sentir que vai ficar cobertopela neve, coloque as mos sobre a cabea, o que cria espao para manobrar.

    Areias movedias

    As correntes formadas pela fuso de neve criam bancos de areia saturados de gua. Eviteestas reas. Ao andar sobre areias hmidas, verifique a firmeza do solo antes de avanar. Se secomear a afundar, atire-se para o cho de braos e pernas abertos. Nade de bruos, lenta esuavemente, ou nade crocodilo para atingir solo firme.

    Gelos flutuantes, neve derretida e gelo em fuso

    As Primaveras do rctico e do Subrctico apresentam o perigo da fuso e da fractura dosgelos. Ateno, concentrao, movimentos lentos e senso comum ajud-lo-o a evitar estesperigos.

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    Se cair atravs do gelo, abra imediatamente os braos. difcil trepar pelo gelo, mas noimpossvel. Utilizando as pernas e os braos para se elevar, tente saltar para fora da gua. Se ogelo continuar a quebrar, dirija-se para terra ou para gelo firme.

    Icebergues

    Os icebergues, que esto constantemente em processo de fuso, fundem mais depressa nabase ou debaixo da superfcie da gua. Os icebergues ficam com o topo pesado e podem dar acambalhota. Evite os icebergues em pinculo. Para se abrigar no mar, procure os iceberguesbaixos e de topo plano.

    0 whiteout

    0 whiteout provocado pelos cus carregados de nuvens contra um solo coberto de neve,

    tornando difcil estimar as distncias e a natureza do solo. Sob condies de whiteout, asdistncias so mais vezes estimadas por defeito que por excesso. Evite deslocar-se durante estesperodos.

    Bssola magntica

    A bssola magntica responde lentamente nas regies polares e muito menos precisa.Se usar uma bssola, no confie numa s leitura. Faa vrias leituras e determine-lhes a mdia.

    Plantas venenosas

    A maior parte das plantas nas regies polares so comestveis, a cicuta-dgua , na maior

    parte dos casos, a nica planta fortemente venenosa, mas os rainnculos amarelos e algunscogumelos devem ser evitados.A cicuta-dgua uma das plantas mais venenosas do mundo.Pode identificar-se pelo local onde cresce (sempre em solo hmido) e pelas seguintescaractersticas - um bolbo oco e compartimentado na base de um caule oco, razes em forma defuso e um cheiro forte e desagradvel, que se nota em especial na raiz e no bolbo. particularmente abundante nos terrenos alagadios prximos das praias do Su1 e em volta doslagos pantanosos nos vales dos rios do interior. Nunca aparece nas encostas ou em terreno seco.

    Todas as bagas das regies polares so comestveis, com a notvel excepo do fruto dorainnculo-amarelo, o qual venenoso.

    Perigos para a sade

    0 perigo de insectos, cobras venenosas, plantas, animais e doenas decresce quando nosdeslocamos para norte ou para sul do equador. Os riscos fsicos, tais como neve e frio, aumentam.0 perigo capital para a sade no rctico o congelamento. A cegueira da neve, o envenenamentopor monxido de carbono e as queimaduras solares so perigos secundrios. A chave para manteruma boa sade em climas frios reside na preveno eficaz e no em curas ou remdios.

    Uma das primeiras consideraes em qualquer situao de sobrevivncia em climas frios a proteco contra o frio. Esta exige aco imediata. No h uma temperatura absoluta ou tempode exposio que determine a capacidade do homem para sobreviver ao frio. Esta capacidade determinada por um numero de variveis - tolerncia individual, factor vento-frio, frio hmido oufrio seco - bem como tempo e temperaturas.

    H trs defesas de sobrevivncia contra o frio - vesturio, abrigo e fogo. Ver os captulosespecficos respeitantes proteco e s aces adequadas

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    Fig. 9-3 Plantas venenosas do Norte

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    gua fria e frio hmido

    A submerso em gua gelada arrefece rapidamente o corpo. A nica proteco contra ocongelamento em gua fria sair da gua to depressa quanto possvel e por qualquer processo.

    Mesmo nas guas mais frias, ter um mnimo de trinta minutos para alcanar uma costa ou umajangada, antes de o corpo ter perdido calor suficiente, o que se torna fatal. 4

    0 frio hmido, quer da transpirao, quer do vesturio hmido, aumenta de formadramtica a perda de calor do corpo. Se comear a transpirar, alargue o vesturio para permitirque a pele seque. Se o vesturio hmido estiver muito frio, formar-se-o cristais de gelo, os quaispodem ser removidos com um galho.

    Em todas as situaes de clima frio, d ateno especial proteco das extremidades - asmos, os ps, a cabea, as orelhas e o nariz. Metade do calor do seu corpo poder perder-seatravs destas reas do corpo.

    Queimadura de frio

    A exposio prolongada a frios extremos provoca queimaduras ou o congelamento dostecidos em zonas localizadas. provocada por uma falta de circulao sangunea na zonacongelada. A constrio dos vasos sanguneos pelo frio extremo impede a circulao do sanguena rea afectada. 0 resultado a anoxia e morte dos tecidos. Os sintomas da queimadura do frioincluem a frialdade na rea afectada, seguida de entorpecimento. No h uma dor particular naqueimadura de frio e ela pode ocorrer sem se dar por isso. Ao princpio, a pele fica vermelha,depois plida ou amarelo-clara. A parte lesionada no tem sensibilidade enquanto congelada.Com queimaduras de frio graves durante o degelo podem aparecer edema e hemorragia.

    Siga estas regras para tratar a queimadura de frio:

    1) Remova cuidadosamente o vesturio hmido ou apertado da zona queimada. No

    retire fora o calado ou o vesturio gelados.2) Aquea a zona queimada pelo frio com outra parte do corpo ou com o corpo deoutrem. Encoste ao peito as mos queimadas pelo frio, entre as pernas ou nas axilas.3) Se possvel, descongele a zona congelada em gua aquecida a uma temperaturaligeiramente superior do corpo.4) No fume, pois a nicotina pode contrair ainda mais os vasos sanguneos.5)No aplique neve ou gelo.6) No exercite ou massaje a zona congelada.7) A queimadura pelo frio pode empolar e pelar tal como numa queimadura solar. Norompa nem abra as bolhas.8) Verifique com frequncia a pele exposta. Desprezar as queimaduras pelo frio convidar gangrena.

    P-de-trincheira

    Tambm chamadop-de-imerso, o p-de-trincheira provocado pela exposioprolongada ao frio e humidade e pela diminuio da circulao sangunea. 0 p-de-trincheira agravado pela imobilidade do p ou pelo calado apertado. Os sintomas incluem frialdadedesconfortvel nos ps, cibras no andar, zunidos e dores, a vermelhido e o inchao dos ps.

    0 p-de-trincheira pode ser prevenido evitando a longa inactividade dos ps e mantendo-os quentes e secos. Trate o p-de-trincheira como se fosse uma queimadura pelo frio.

    4 Durante o conflito das Falkland deram-se mortes por algidez com permanncias na gua que noultrapassaram os vinte minutos.

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    Hipotermia

    Aparece quando o corpo est a perder mais calor que aquele que pode produzir. Ossintomas so arrepios desconfortveis, dificuldades em falar e pensar, a pele que passou a azul e arespirao ofegante.

    Actue imediatamente. A hipotermia pode ser fatal. Corra, salte, mexa os membros paraaquecer o corpo. Beba qualquer lquido quente que esteja mo. V para um abrigo aquecido oupara junto de uma fogueira to depressa quanto possvel.

    Descanso insuficiente e dieta desajustada contribuem grandemente para a morte porcongelamento. Guarde-se da fadiga.

    Cegueira da neve

    A cegueira da neve provocada pelo reflexo brilhante ou faiscante da neve. Pode sucedermesmo em dias nublados ou enevoados. 0 primeiro sinal da cegueira da neve aparece quando no

    se conseguem detectar as diferenas de nvel do solo. Vem depois uma sensao de queimaduranos olhos. Mais tarde, os olhos doem quando expostos at mesmo a uma luz fraca. A preveno a melhor cura, mas, uma vez atingido, a melhor medicina a escurido completa. Useconstantemente culos de sol. Se no dispuser de nenhuns, use um pedao de madeira, cabedal ououtro material com frestas estreitas abertas na sua superfcie. 0 brilho reduz-se se o nariz e asbochechas forem escurecidos com fuligem.

    Queimadura solar

    A queimadura solar no rctico possvel quer em dias soalheiros, quer em dias nublados,e deve ser considerada uma possibilidade perigosa.

    Sebo animal espalhado na pele ajuda a prevenir a queimadura solar. Uma barba hirsuta

    tambm funciona como proteco contra a queimadura solar. Se for queimado pelo sol, mantenhaa parte afectada humedecida com leo animal e permanea sombra.

    Envenenamento por monxido de carbono

    0perigo de asfixia por monxido de carbono um grande risco no rctico. Para os queesto submetidos a frio extremo, o desejo de se manterem quentes sobrepe-se, muitas vezes, aobom senso. 0 manter-se aquecido depende do seu vesturio - no do fogo. Nos abrigostemporrios use fogueiras e aquecedores apenas para cozinhar. Qualquer tipo de combustvelardendo durante um perodo de tempo to certo como uma meia hora num abrigo fracamenteventilado pode produzir uma quantidade perigosa de emanaes inodoras de monxido decarbono. A ventilao pode ser assegurada deixando o topo do abrigo aberto, praticando uma

    outra abertura (para o ar fresco) junto ao solo (gateira da porta parcialmente aberta), ouconstruindo um tnel de aspirao. 0 tnel escavado no solo e tem uma abertura debaixo dofogo. A tiragem do fogo aspira o ar fresco do exterior da tenda pelo tnel. Se estiver no interiordo abrigo e comear a sentir-se sonolento, saia para o ar livre. Ande vagarosamente e respirecalmamente. Sobretudo, acabe com a fonte das emanaes. Se vrios homens estiverem a dormirnum abrigo fechado aquecido, um deles dever manter-se acordado para observar quaisquerindicaes da existncia de monxido de carbono. Uma chama amarela significa que se est aformar monxido de carbono.

    Se uma pessoa for apanhada pelo envenenamento pelo monxido de carbono, leve-a parao ar puro e inicie a ressuscitao. seguro administrar a respirao boca a boca a uma vtima domonxido de carbono.

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    Hemorragias

    As hemorragias so afectadas pelo clima frio. 0 sangue corre mais fluido e leva maistempo a coagular. Como a circulao do sangue tambm provoca o aquecimento de todo o corpo,a perda de sangue torna-se crtica.

    Os ferimentos devem ser ligados apenas com o aperto suficiente para evitarem ahemorragia e aliviados quando esta tiver sido controlada. Se possvel, mantenha o corpo e osmembros confortavelmente aquecidos. Se a hemorragia continuar, eleve a zona com hemorragia eaplique um penso de compresso.

    Como ltimo recurso (para uma hemorragia grave num brao ou numa perna) ou quandoo sangue estiver a esguichar do ferimento, aplique imediatamente um torniquete. Uma vezaplicado, o torniquete deve ser mantido em posio, a despeito da provvel perda do membrodevido a congelamento, desde que no haja reposio do sangue perdido. melhor perder ummembro que uma vida.

    HigieneNo rctico, tal como em outras reas, essencial cuidar bem do corpo. Procure manter-

    se limpo. Se no for possvel lavar o corpo, procure pelo menos manter limpos a cara, as mos, asaxilas, o entre-pernas e os ps. Todas as noites, antes de se deitar, descalce-se, seque os ps,esfregue-os e massaje. Tome providncias para secar o calado, suspendendo-o sobre umafogueira. No durma com meias molhadas. Ponha-as dentro da camisola interior, junto ao corpo,para secarem. Se no tiver uma fogueira e o calado estiver molhado quando for para a cama,encha-o com erva seca ou musgo para acelerar a secagem

    No tenha medo de expor o corpo quando estiver a satisfazer as suas necessidadesfisiolgicas. As partes expostas no permanecero expostas o tempo suficiente para o lesionarem.Enterre o lixo e os dejectos humanos a uma certa distncia do seu abrigo e do abastecimento de

    gua.

    gua

    A sede um problema nas regies frias durante o Inverno. Para conservar combustvelpara outras finalidades, o sobrevivente priva-se, muitas vezes, de beber gua, a qual poder tersido obtida por fuso da neve e do gelo. 0 tempo e a energia exigidos para cortar e transformar ogelo em gua tendem tambm a limitar o abastecimento. Um sobrevivente pode ficarperigosamente desidratado nas regies frias do rctico to facilmente como nas quentes zonasdesrticas.

    Pode obter-se gua abrindo um buraco no gelo ou derretendo-o. So necessrios cerca de50% mais de tempo e de combustvel para obter uma certa quantidade de gua a partir da neve

    que do gelo.Dentro de certos limites, seguro comer neve, mas tome as seguintes precaues:

    1) Deixe a neve fundir o suficiente para ser moldada num pau comprido ou numabola. No coma a neve no seu estado natural - ela provocar desidratao em vez dematar a sede.2) No coma gelo esmigalhado, pois pode causar-lhe leses nos lbios e na lngua.3) Se estiver quente, frio ou cansado, a ingesto de neve tender a esfriar-lhe o corpo.4)H normalmente muitos charcos, lagos e ribeiros dos quais se pode obter gua duranteo Vero. As depresses nos icebergues e nas massas de gelo flutuante contm gua docedurante os meses mais quentes, tal como algumas enseadas e angras protegidas onde seacumulou a gua proveniente da neve derretida. Mas toda a gua, qualquer que seja a sua

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    origem, deve ser fervida ou tratada com produtos qumicos, se possvel. A gua depequenos lagos, embora de cor levemente acastanhada, habitualmente bebvel. A gualeitosa de um regato glaciar pode ser bebida depois de os sedimentos serem coados oudecantados. 0 gelo velho do mar, reconhecvel pela sua cor azulada e pelos cantosarredondados, bebvel. 0 gelo novo do mar demasiado salgado.

    Qualquer superfcie que absorva o calor do sol pode ser usada para derreter gelo e neve -uma pedra chata, uma lona escura ou uma tela de sinais. Coloque a superfcie de forma que agua seja drenada para um buraco ou contentor.

    Alimentos

    As hipteses de encontrar diferentes tipos de alimento no rctico dependem da altura doano e do local. As costas rcticas esto normalmente vazias de animais e de plantas devido aogelo do Inverno. Mas mesmo a norte do limite das rvores 5, onde no se encontram nem ratos,

    nem peixe, nem lagartos, poder encontrar alimentos suficientes para se manter vivo. A carnenunca deve ser frita, pois este processo de cozinhar elimina a gordura necessria para manter umbom estado de sade nos climas frios.

    Armazenagem e conservao

    Se for abatido um animal de grande porte ou for encontrada caa mida em abundncia,dever armazenar e conservar alguma da carne para uso futuro. Durante o tempo frio, ocongelamento da carne e do peixe frescos conserva-os. Congele a carne o mais depressa possvel,espalhando-a no exterior do abrigo.

    Durante os meses de Vero, a carne e a caa devem ser mantidas num local fresco e sombra. Um buraco no cho substituir o frigorifico. Cure a carne pendurando-a s tiras nas

    rvores onde o vento e o sol a possam alcanar. Para a manter fora do alcance da maior parte dosinsectos voadores, a carne deve ser pendurada pelo menos a 4,5 m do solo.Em algumas zonas pode ser necessrio proteger os abastecimentos dos necrforos, tais

    como os ursos ou carcajus 6. Pode conseguir-se este desiderato pendurando os abastecimentosnum tronco novo que esteja a cerca de 4,5 m do solo e puxando-o para cima com uma cordapassada sobre o ramo de uma rvore prxima. 0 ramo novo ser demasiado pequeno para o ursotrepar e o animal no conseguir cortar a corda atada a alguma distncia para que o peso do atadofaa o ramo vir a terra.

    Peixe

    So poucos os peixes venenosos nas guas rcticas. Mas alguns peixes, como o rascasso-

    de-cabeca-espinhosa pem ovos venenosos. 0 mexilho-negro pode ser venenoso em qualquerestao do ano e o seu veneno pode ser to perigoso como a estricnina. Evite tambm a carne dotubaro do rctico. Nos ribeiros e rios costeiros, o salmo que os sobe para desovar pode serabundante e delicioso, mas a sua carne deteriora-se quando ele se desloca muito para longe domar, fazendo deles um alimento pobre no interior.

    No Pacfico Norte e no Atlntico Norte, estendendo-se para norte pelo oceano Glacialrctico, as guas costeiras so ricas em todas as espcies de alimentos marinhos.

    5 Linha a norte da qual as rvores no se desenvolvem devido s condies adversas do clima.6 Texugos da Amrica.

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    Fig. 9-4 Um pescador automtico

    Umblas 7, trutas, pescadas e o peixe-donzela so vulgares nos lagos, charcos e nas planciesrcticas costeiras da Amrica do Norte e da sia. Muitos dos maiores rios contm salmo eesturjo. Os caracis de rio ou as litorinas 8 existem em abundncia nos rios, ribeiros e lagos das

    florestas de conferas do Norte. Todas as guas costeiras so igualmente ricas em vida marinha.0 peixe pode ser arpoado, pescado a tiro, apanhado rede, pescado linha, apanhado

    mo, caado pedrada ou paulada. 0 bacalhau vir superfcie observar tiras de pano oupedaos de metal ou osso, podendo tambm ser apanhado atravs de um buraco no gelo. Pode sermanufacturado uma boa rede com fio resistente ou com o miolo dos cordes dos pra-quedas (sedisponveis). Para as trutas e salmes adultos, a malha deve ter cerca de 5 cm. Para peixes maismidos necessrio uma rede de arrasto de malha muito fina. Esta pode ser fabricada com umramo de salgueiro flexvel e rede ou guita.

    0 peixe pode ser pescado rede ou paulada mais facilmente numa parte estreita docurso de gua. Poder estreitar um curso de gua pouco profundo, construindo uma sebe compedras, estacas ou arbustos arrancados das margens. Poder provocar o encalhe do peixedesviando o curso de gua. Para encalhar o peixe costeiro quando a mar baixa, construa umcrescente de seixos na mar baixa, rocegando a rea assim delimitada.

    Animais terrestres

    Muitos animais terrestres de grande porte, tais como o veado, o caribu, a rena selvagem,o boi-almiscarado, o alce-americano, o alce, o cabrito-monts, a cabra e o urso, vivem nas regiesrcticas e subrcticas.

    Os pequenos animais da tundra que se encontram durante o Inverno e o Vero incluem oscoelhos, os ratos, os lemos, os esquilos terrestres e as raposas. Contudo, os roedores hibernamnormalmente durante o Inverno.7 Salmes de gua doce do rctico.8 Molusco gastrpode.

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    Durante o Vero, os esquilos abundam ao longo das margens arenosas dos cursos de guamaiores. As marmotas encontram-se nas montanhas entre as rochas, normalmente prximas daorla dos prados. Mais para sul, onde h rvores, encontra-se o ourio-cacheiro, que pode serfacilmente desalojado da rvore abanando-a e abatido paulada. Estes animais alimentam-se dacasca das rvores. Os ramos das rvores descascados so bom sinal da sua presena. Agarre numourio-cacheiro com cuidado e s depois de morto.

    Geralmente melhor caar de madrugada e ao anoitecer, quando os animais se deslocampara ou regressam de comer, acamar ou beber. Use espingardas de grande calibre para caagrossa. Os animais de grande porte no rctico so fceis de perseguir e fornecem bastantealimento e combustvel. As peles destes animais tambm so muito teis. Para catar com xito acaa terrestre, deve conhecer algumas das suas caractersticas:

    1) 0 caribu ou a rena podem ser muito curiosos. possvel atrai-los para bastante perto,para um tiro, agitando uma pea de vesturio e deslocando-se, lentamente, a quatro, nadireco deles.

    2) Imitando um quadrpede, poder atrair tambm um lobo para mais perto de umcaador.3) 0 alce-americano aparece habitualmente nas matas densas. As fmeas com as crias e osmachos no cio podem carregar. Para observar o alce-americano no Inverno, suba a umacolina ou a uma rvore e procure o bafo dos animais (vapor libertado pelos corpos eque condensa, o qual se eleva como o fumo de uma pequena fogueira).4) As cabras e os carneiros das montanhas so desconfiados e a aproximao trabalhosa.Podem ser surpreendidos, porm, trepando-se para l da posio deles e deslocando-noscautelosamente, contra o vento enquanto permanecem de cabea baixa, alimentando-se.5) Os bois-almiscarados deixam trilhos e excrementos. Quando alarmados, agrupam-se epermanecem nesta posio a menos que abordados. Nesta circunstncia, um ou mais dosmachos desencadeiam uma carga em direco ao intruso.

    6) Os ursos so intratveis e perigosos. Um urso ferido extremamente perigoso e nodeve ser seguido para o abrigo. 0 urso polar um caador incansvel e inteligente comboa vista e um olfacto extraordinrio. Os ursos polares caam e comem seres humanos.7) Os coelhos correm muitas vezes em crculos e regressam ao ponto onde se assustaram.Se o animal est a correr, assobie. Pode faz-lo parar. As armadilhas so eficazes paraapanhar a caa mais mida.8) Durante o Inverno e a Primavera encontram-se mamferos marinhos - focas, morsas eursos polares - nos gelos e nas placas de gelo flutuantes ao largo. Tal como os animaisterrestres, estes animais marinhos podem fornecer alimento, utenslios, combustvel evesturio.9) As focas devem ser perseguidas com cuidado. Mantenha-se contra o vento e evitemovimentos bruscos. Um fato com camuflagem branca ajuda. Avance apenas quando a

    cabea do animal indica que j est a dormir. Se uma foca barbada parecer que se vaideslocar, levante-se rapidamente e grite. A foca pode ficar assustada e imobilizar-se,permitindo-lhe atirar-lhe ou arpo-la. Esta espcie descansa nos gelos flutuantes eaparece em quantidade onde o gelo est quebrado por buracos e pancadas das mars. Nose empanturre em fgado de qualquer um dos mamferos marinhos ou de tubaro. 0 altoteor de vitamina A que contm pode provocar doena.10) As morsas encontram-se nos gelos flutuantes e geralmente temos de nos aproximardelas de barco. Contudo, as morsas esto entre os mais perigosos animais do rctico edevem ser evitadas.11) Os ursos polares encontram-se praticamente em todas as regies costeiras do rctico,mas raramente aparecem em terra. Evite-os, se possvel.Nunca coma carne de urso polarsem ser cozinhada. Normalmente est inada de parasitas.

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    Aves

    H muitas aves que se reproduzem no rctico. Patos, gansos, mergulhes e cisnesconstrem os ninhos perto de charcos nas plancies costeiras durante o Vero e constituem umaabundante fonte de alimentos. Os galos silvestres e as ptrmigas 9 habitam terreno montanhoso eas reas cobertas de mato nas regies rcticas e subrcticas. As aves marinhas podem serencontradas nos rochedos ou nas ilhotas ao largo das costas. As suas reas de nidificao podemser localizadas pelos voos ruidosos para e dos locais de alimentao. As aves marinhas, bemcomo os corvos e as corujas, podem ser usadas na alimentao.

    No Inverno, as corujas, os corvos e as ptrmigas so as nicas aves disponveis. Asptrmigas dos rochedos permitem a aproximao com facilidade, deslocam-se aos pares e somuito mansas. Embora difceis de localizar por causa da sua colorao branca para proteco noInverno, so uma fcil fonte porque podem ser abatidas pedrada, com uma funda ou at mesmo paulada. As ptrmigas dos salgueiros, que vivem em grandes bandos, apanham-se facilmentecom armadilhas. Encontram-se entre os tufos de salgueiros no fundo dos arroios e nas orlas das

    terras hmidas.Todas as aves do rctico passam por um perodo de duas ou trs semanas em que novoam e que corresponde muda da pena. Podem ser abatidas durante este perodo. Os ovosfrescos esto entre os alimentos mais seguros e so comestveis qualquer que seja o estado dedesenvolvimento do embrio.

    As aves podem ser apanhadas de variadas maneiras - rede, com uma rede improvisadafeita de corda, com um anzol iscado atado a uma linha de pesca, por uma simples armadilha decaixa ou mo, no caso de ainda no terem atingido o estado adulto.

    Alimentos vegetais

    Muitas das plantas das regies polares so comestveis. A cicuta , virtualmente, a nica

    planta venenosa, mas os rainnculos amarelos e alguns cogumelos devem ser evitados. Algumasdas plantas comestveis mais vulgares nos climas frios so:Lquenes. - Os lquenes tm, possivelmente, o mais elevado valor alimentar de todas as

    plantas do rctico. Alguns lquenes contm um cido amargoso que pode causar nusea e graveirritao interna se forem comidos crus. Demolhar e aferventar as plantas em gua retira o cido.Podem ser secas assando-as lentamente numa caarola. Os lquenes podem ser reduzidos a pdemolhando-os de um dia para o outro e deixando-os secar. Esmague os lquenes secos com umapedra e demolhe o p durante algumas horas. Coza-o at se formar uma geleia. Use esta geleiapara engrossar as sopas e vegetais estufados.

    0 lquen das rochas um disco irregular, grosso e encourado, com 3 cm ou mais dedimetro. preto, castanho ou acinzentado. 0 disco est ligado rocha por um pequenopednculo central. Este lquen nutritivo macio quando demolhado, duro e quebradio quando

    seco.Bagas. - A fambroesa-do-pacifico 10 a mais importante das bagas do Norte. Todas as

    bagas, com excepo do fruto venenoso da erva-de-so-cristvo 11, so comestveis. Esta ltimaplanta tem as suas bagas vermelhas em cachos pedunculados de uma dzia ou mais.

    9 Perdizes do rctico cuja plumagem se torna quase branca no Inverno.10 Fruto do frambroeseiro-do-pacifico, planta de vistosas flores vermelhas das costas do Pacifico.11 Planta da famlia do rainnculo-amarelo, de fruto cido.

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    Fig. 9-5 Lquenes

    Fig. 9-6 Bagas comestveis

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    Fig. 9-6A Bagas comestveis

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    Fig. 9-6 B Bagas comestveis

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    Uva-do-monte. - Arbusto baixo, rastejante, de folhas coriceas pernes. Tem bagassolitrias, vermelhas, que contm elevado contedo vitamnico.

    Uva-do-monte alpina gigante. - Esta baga aparece aos cachos de trs ou quatro na pontade fortes pednculos, num arbusto trepador de casca as tiras e folhas redondas e torna-severmelha e quase inspida.

    Roseira brava. - 0 fruto aparece cerca de meados do Vero e dura at ao Outono (muitasvezes at ao Inverno e at ao inicio da Primavera). A roseira-brava d-se nos bosques secos,especialmente ao longo dos cursos de gua e das falsias. Distingue-se pelo caule espinhoso. Acor dos frutos vai do vermelho ao laranja. Na Primavera e no Inverno, os frutos da roseira-bravaso duros e secos, mas mesmo assim so comestveis e altamente nutritivos.

    Outras bagas comestveis so a amora-brava e a camarinha. Esta azul ou preta.RAZES. - As razes que a seguir se indicam so comestveis:Ervilha-doce. - Esta planta fornece a raiz de alcauz, a qual pode ser comida ao natural

    ou cozinhada. A planta vulgar no norte e pode ser encontrada em solos arenosos, especialmenteao longo das margens de lagos e de cursos de gua. Tem flores cor-de-rosa. As razes cozidas

    sabem a cenoura, mas so ainda mais nutritivas.Erva-piolha lanosa. - uma planta rasteira com espigas lanosas ou flores cor-de-rosa. Araiz cor de enxofre grande e doce e pode comer-se quer ao natural, quer cozida. Pode serencontrada nas reas de tundra seca da Amrica do Norte.

    Bistorta. - Esta planta tambm se encontra na tundra. Tem flores brancas ou cor-de-rosaque formam uma espiga delicada. As folhas alongadas tm os bordos lisos e esto inseridas nocaule ao nvel do solo. A raiz rica em amido, mas tem um sabor levemente cido quandocomida crua. melhor quando demolhada durante algumas horas e depois assada.

    Raiz-de-alcauz. - Esta raiz e a batata-esquim so tubrculos que aparecem no inicio daPrimavera, no Vero e no Outono (ocasionalmente no Inverno). Tornam-se adstringentes e nocomestveis no Vero. As flores desta planta so cor-de-rosa-prpura, parecidas com as daervilha, e aparecem em cachos alongados. As vagens so chatas, com 2,5 cm a 5 cm de

    comprimento e constitudas por vrias falanges arredondadas.

    0 escorbuto pode ser prevenido atravs da ingesto de plantas frescas e de carne. Podemser encontradas muitas plantas ricas em vitamina C, entre as quais se contam a cocleria e oespruce.

    GRAMNEAS. - Muitas das plantas das regies nrdicas so bons substitutos dashortalias normalmente comidas como parte da dieta diria.

    Dente-de-leo. - Esta planta um potencial salva-vidas nas regies polares. Quer asfolhas, quer as razes, podem ser comidas ao natural, mas sabem melhor depois de levementeaferventadas. As razes de dente-de-leo podem ser usadas como um substituto do caf. Para aspreparar, limpe as razes, divide-as ao meio e corte-as em pequenos pedaos. Asse-as e depoisrale-as entre duas pedras. Trate o p como se fosse caf.

    Malmequer-dos-brejos. - Esta planta d-se nos pntanos e ao longo dos cursos de gua erebenta no principio da Primavera. As folhas e os caules, particularmente os das plantas jovens,so saborosos quando cozinhados.

    Algas. - So um bom suplemento para uma dieta de peixe. (Ver o capitulo X,(Sobrevivncia no mar e nas costas.)

    Salgueiros. - Estes arbustos ou pequenas rvores encontram-se por todo o mundo. Natundra podem ter apenas alguns centmetros de altura. Tm rebentos novos, tenros e folhosos queso comestveis durante a Primavera. Tornam-se amargos e duros quando velhos. Os salgueirospodem ser identificados pelos cachos de flores ou frutos que se desenvolvem como espigas com aforma de lagarta, de 3 cm ou mais de comprimento. Do-se em quase todos os habitate so umadas mais ricas origens de vitamina C.

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    Salgueirinha-an (esteva). - As folhas, caules e flores jovens so comestveis naPrimavera, mas tornam-se rijas e amargosas no Vero e morrem no Outono. Pode ser encontradaao longo dos cursos de gua, restingas, margens de lagos e nas encostas alpinas e rcticas. Oscaules tm 30 cm a 60 cm de altura e as folhas so grossas, quase brancas, com cerca de 7,5 cmde comprimento. As flores vo do rosa ao prpura, so grandes e vistosas e tm quatro ptalas.

    Salgueirinha. - As folhas, caules e flores jovens so comestveis na Primavera, tornando-se rijas e amargosas no Vero. Esta planta pode ser encontrada nos bosques abertos, nas encostasdas colinas e nas margens dos cursos de gua e perto das praias martimas. particularmenteabundante nas reas queimadas. semelhante salgueirinha-an, mas as suas folhas so verdes eos seus caules avermelhados e mais altos que os da salgueirinha-an. Atinge a altura de umhomem e as suas flores tm um cor-de-rosa vistoso.

    Tussilagem. - As folhas e os botes florais so comestveis na Primavera e no Vero. Aplanta pode ser encontrada nos bosques hmidos e na tundra alagada. Tem folhas um tantoespessas, de forma triangular, e atinge de 8 cm a 25 cm de comprimento. So verde-escuras porcima e branco-sujas por baixo e nascem apenas na Primavera. 0 caule carnudo e penugento,

    com cerca de 30 cm de altura, e tem um cacho de flores macias no topo.Fazer fogo

    Escolha um sitio que d proteco contra o vento. As rvores ou os arbustos do umaproteco contra o vento nas reas florestadas, mas em campo aberto a proteco tem de serimprovisada. Uma fiada de blocos de gelo, o abrigo de uma crista ou o lado escavado de ummonte de neve serviro de barreiras contra o vento nas massas de gelo flutuante. Uma paredecircular de arbustos espetados no gelo ou no solo funciona melhor numa zona de salgueiros. Umcirculo de galhos verdes bom numa zona de rvores. 0 escudo de proteco contra o vento deveter 1,20 m de altura e cercar o fogo, deixando apenas uma entrada. Proteja o fogo da gua queescorre da neve derretida nos ramos das rvores por cima do local.

    Combustvel

    Tudo o que arde bom combustvel e h muitas espcies de combustvel disponveis noExtremo Norte: gordura animal, lquenes, carvo em pedaos, madeira flutuante, erva e casca devidoeiro. Em algumas partes do rctico, porm, o nico combustvel pode ser a gordura animal, aqual pode ser queimada num recipiente de metal, usando-se um pavio para fazer arder a gordura.A gordura de foca d uma chama satisfatria sem recipiente se houver gasolina ou acendalhas empastilhas para fazerem a chama inicial. Cerca de 9 cm2 de gordura do para vrias horas. Ostorresmos da gordura queimada so comestveis. Os Esquims queimam gordura de foca usandoos ossos de foca como acendalha. Primeiro comeam por fazer uma pirmide de osso, depoissaturam um trapo com o leo de um bocado de gordura, incendeiam o trapo, metem-no no interior

    da pilha de ossos e colocam a gordura no topo da pilha. 0 calor derrete o leo do pedao degordura e aquele pinga sobre os ossos aquecidos e incendeia-os. Pode fazer-se um fogo degordura com uma lata vazia do tamanho de uma lata de caf de 0,5 kg. Primeiro faa uma srie deburacos na lata (inclusive no fundo), depois faa uma acendalha com um bocado de oleado, comlquen seco da tundra ou com um pedao de pele de foca com a parte peluda para cima. Aacendalha impregnada de leo, acesa e colocada debaixo da lata e a gordura colocada sobre alata. 0 pingar do leo da gordura no interior da lata aquecida desenvolver mais calor que quandoa gordura colocada directamente sobre uma acendalha sem a lata.

    A madeira o combustvel usual nas regies polares. A madeira mais seca a das rvoresmortas, mas ainda de p. Nas rvores ainda vivas, os ramos acima do nvel da neve so os maissecos. Nas regies de tundra, rache os salgueiros verdes e parta-os em pedaos para os queimar.

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    Fig. 9-7 Razes comestveis

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    Fig. 9-8 Plantas antiescorbticas

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    Fig. 9-9 Vegetais comestveis

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    Fig. 9-9A Vegetais comestveis

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    Vesturio

    0 problema bsico para a sobrevivncia nas regies polares consiste em manter o calor. 0frio no permite fazer tentativas nem erros de experimentao. Voc tm de fazer a coisa certalago primeira. 0 vesturio e a forma como o usa pode determinar a durao da suasobrevivncia.

    Em ambientes frios, o calor do corpo perde-se para o ar circundante. Nos climas frios, asroupas devem servir uma finalidade evitar que o calor do corpo se escape, isolando este do arfrio exterior. 0 vesturio de tipo normal, vestido ou despido conforme as necessidades, ajuda acontrolar a temperatura do corpo. 0 forro do vesturio isolante conserva o ar quente dentro,enquanto a parte exterior, resistente ao vento, impede a penetrao do ar frio e o arrefecimento.

    Alguns dos pontos importantes sobre vesturio e as relaes deste consigo so:

    1) 0 vesturio apertado reduz a espessura da camada de ar junto ao corpo e dificulta a

    livre circulao do sangue.2) A transpirao perigosa, pois reduz o valor isolante do vesturio ao substituir o arpela humidade. medida que a humidade se evapora, vai arrefecendo o corpo. Evite osobreaquecimento despindo artigos de vesturio e abrindo-o no pescoo, nos pulsos e nopeito.3) As mos e os ps arrefecem mais rapidamente que as outras partes do corpo e exigemcuidados especiais. Mantenha as mos cobertas tanto quanto possvel. Podem seraquecidas colocando-as prximo da carne quente das axilas, entre as coxas ou encostadass costelas. Dado que os ps transpiram mais facilmente, difcil mant-los quentes.Pode, contudo, ficar confortvel calando sapatos 12 suficientemente folgados paraaguentarem, pelo menos, dois pares de meias, e mantendo os ps secos. Pode fazer-se umpar de meias duplas e quentes colocando um par de meias dentro de outro e enchendo o

    espao intermdio com uma camada de erva, lquenes ou penas.4) Poder ser necessrio improvisar alguns artigos de vesturio e calado, tal como botas,especialmente se as suas botas forem demasiado pequenas para permitirem o uso demeias extra. Um pedao de lona e um bocado de corda tudo quanto precisa. 0 assentode lona de um veculo pode ser usado para improvisar um par de botas. Tambm serve aembalagem acolchoada do pra-quedas de um piloto.

    Nativos

    H relativamente poucos nativos no rctico. Os que se encontram na Amrica do Norte ena Gronelndia so amigos. A maior parte dos Esquims vivem ao longo das costas. Os ndiospodem ser encontrados ao longo dos rios e cursos de gua do interior. Os nativos do rctico, tal

    como voc, tm pouco que comer, pelo que no deve tirar partido da hospitalidade deles. Ofereapagamento quando partir.

    12 Considera-se mais conveniente usar botas de meio cano, de sola grossa, e bem ensebadas para asimpermeabilizar.

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    CAPTULO X

    SOBREVIVNCIA NO MAR E NAS COSTAS

    H muitas razes para pensar que poder vir a defrontar-se com o problema dasobrevivncia no mar. 0 navio ou avio no qual embarcou pode ser afundado ou abatido por umatempestade, ou incndio, ou coliso, ou pela guerra. A sobrevivncia depende grandemente dasraes e do equipamento disponveis, do uso que fizer deles, dos seus conhecimentos e da suaimaginao.

    Hoje em dia, todos os salva-vidas, jangadas e avies dispem de equipamento adequadopara a maior parte das emergncias no mar. Conhea este equipamento, onde se encontraguardado e como us-lo. Certifique-se de que contm apetrechos para pescar. Antes e duranteuma longa viagem por mar, familiarize-se com a lista do equipamento de emergncia dos salva-vidas, com os procedimentos para abandono do navio e com os procedimentos de comando abordo do salva-vidas.

    Contudo, possvel - mesmo provvel- que venha a encontrar-se sem um bote ouequipamento apropriados e numa situao que o obrigue a improvisar. No caso de amaragem deemergncia ou naufrgio, procure o salvado flutuante de maiores dimenses que esteja mo.Uma vez em segurana, tente recolher quaisquer artigos que o ajudem a sobreviver, tais comocontentores com alimentos, gua, aparelhos de transmisses, etc.

    Sobrevivncia no mar: consideraes preliminares

    Amaragem de emergncia

    Se estiver num avio que tenha aterrado no mar, no tente inflar um bote ou o seu colete

    de salvao no interior do avio. Uma vez no exterior, com o bote inflado, ligue um cabo deste aoavio enquanto este flutuar. Transfira todo e qualquer equipamento de transmisses que sejafacilmente transportvel e comida e gua extra, mas mantenha algum de planto ao cabo para ocortar quando e se necessrio.

    leo na gua

    Se se declarar incndio a bordo do navio ou avio depois da aterragem de emergncia e oleo se derramar pelo mar circundante, empurre o bote ou reme rapidamente para o lado da zonaem chamas donde sopra o vento. Se estiver na gua cercado por manchas de leo a arder, nade nadireco que mais provavelmente o conduza para fora do perigo (geralmente, contra o vento).Mergulhe e nade debaixo das estreitas faixas de leo a arder. Se for confrontado com uma

    muralha de fogo, mergulhe por debaixo e, ao emergir, bata com os braos na gua sua volta,violentamente, para conseguir um buraco na tempestade, inspire e mergulhe de novo. Repitaestes procedimentos at estar completamente livre de perigo.

    Natao de sobrevivncia

    Se tiver um colete de salvao, poder manter-se a flutuar por um perodo dilatado. Paranadar mais facilmente, pode deixar sair algum ar do colete de salvao e utilizar o estilo costaspara se deslocar na gua. Mesmo sem um colete de salvao, um homem que saiba comodescansar na gua corre muito pouco risco de se afundar, especialmente em gua salgada. 0 arretido nas suas roupas ajud-lo- a boiar e dar-lhe- a possibilidade de descansar. Se tiver na guapor longos perodos, ter de descansar boiando.

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    Fig. 10-1 Natao de sobrevivncia

    Se for um nadador experiente e capaz de boiar de costas, faa-o se as condies do mar opermitirem. Sempre que possvel, flutue de costas. Se o no puder fazer ou se o mar estiver

    demasiado encapelado, pratique a seguinte tcnica:

    1) Na posio vertical na gua, inspire.2) Coloque a cabea debaixo de gua e d uma braada com ambos os braos.3) Descanse nesta posio de face para baixo at sentir necessidade de respirar de novo.4) Levante a cabea, expire, mantenha-se tona impulsionando com os braos e aspernas, inspire e repita o ciclo.

    Marcha e abrigo

    A jangada

    importante saber os cuidados e os procedimentos apropriados para manusear umajangada, porquanto ela ser o seu abrigo e o seu modo de transporte at ser recolhido ou alcanara costa.

    Se estiver numa jangada de borracha, importante uma inflao apropriada. Se ascmaras de flutuao principais no estiverem firmes, use a bomba ou o tubo de enchimento asopro. Encha os assentos, se existirem, a menos que haja homens feridos que tenham depermanecer deitados. No encha de mais. Faa que as cmaras fiquem bem arredondadas, masno tufadas como um tambor. Nos dias quentes, deixe sair algum ar para compensar a expansodo ar provocada pelo aquecimento.

    Mantenha a jangada to seca quanto possvel. Para manter a jangada equilibrada, coloquea carga no centro. Se houver duas ou mais pessoas a bordo, deixe a mais pesada sentar-se no

    meio. As fugas nas jangadas ocorrem com maior probabilidade nas vlvulas, juntas e superfciessubmersas. Estas fugas podem ser reparadas com remendos fornecidos com a jangada.Se iou uma vela ou improvisou uma com lona e paus cruzados, nunca amarre ambas as

    pontas mais baixas ao mesmo tempo. Uma sbita rajada de vento far virar a jangada. Arranje umprocesso qualquer de libertar uma das pontas da vela ou de a aguentar, se necessrio.

    Tome todas as precaues para evitar que a jangada se vire. Num mar encapelado,mantenha uma ncora do lado de fora da proa (frente) e sente-se em baixo. No fique de p nemfaa movimentos bruscos. Em condies meteorolgicas extremamente severas, tenha umancora de reserva mo para o caso de perder a primeira.

    Se a jangada estiver de quilha para o ar, lance a corda de endireitar (nas jangadas devrios lugares) por cima da quilha. Desloque-se para o outro lado da jangada; coloque um p nacmara de flutuao e puxe. Se no existir corda de endireitar, estenda-se ao comprido

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    atravessado sobre a quilha e agarre a corda de salvao 1 do lado oposto. Deslize para trs, paradentro de gua, puxando a jangada para trs e para cima. A maior parte das jangadas tm pegas naquilha. As jangadas de vinte homens no tm necessidade de ser endireitadas, dado que soidnticas de ambos os lados.

    Para subir para uma jangada de um s homem, trepe pela parte mais estreita,permanecendo to prximo da horizontal quanto possvel. Este tambm o processo correcto deentrar nas jangadas de vrios lugares quando sozinho.

    Se existirem vrias jangadas a flutuar, devem ser ligadas umas s outras. Ate a popa daprimeira proa da segunda e amarre uma ncora de capa popa da segunda jangada. Use umacorda com cerca de 7,5 m de comprimento entre as jangadas. Ajuste o comprimento da corda demodo que, quando a jangada estiver na crista de uma onda, a ncora de capa esteja no cavado.

    Todos os homens numa jangada devem ser utilizados na observao, excepto os feridos edoentes. Faa que um homem esteja em permanncia com a misso de vigia. Substitua-o comintervalos no superiores a duas horas. 0 vigia deve estar atento aos sinais de terra, presena desalvadores potenciais e a indcios de rupturas ou fugas na jangada. Deve ser ligado firmemente

    jangada.Os ventos e as correntes arrastaro a jangada. Use-os se estiverem a deslocar a jangada nadireco desejada. Para aproveitar o vento, encha completamente a jangada e sente-se numaposio elevada. Recolha a ncora de capa e amarre uma vela. Use um remo como leme. Se ovento for contrrio, baixe a ncora de capa e reduza o amontoado na jangada para reduzir aresistncia ao vento. No veleje, a menos que saiba que h terra perto. As correntes no devemcausar problemas, dado que no mar alto elas raramente se deslocam mais de 6 a 8 milhas por dia.

    Sinalizar

    H muitas maneiras de fazer sinais enquanto em situao de sobrevivncia no mar -rdio, foguetes luminosos, marcas de tinta, luzes, apitos. No utilize o seu dispositivo de sinais, a

    menos que esteja seguro de que sero vistos ou ouvidos. Na ausncia de equipamento desinalizao, bata na gua com os remos.Rdio. - Se o salva-vidas ou a jangada estiverem equipados com radio, siga as instrues

    de sinalizao e operao que o acompanham.Espelhos de sinais. - Especialmente teis para atingirem os olhos dos salvadores

    aerotransportados.Luzes e foguetes luminosos. - H instrues para uso de pistolas de sinais, foguetes

    luminosos, sinais de fumo e luzes de socorro (equipamento normal dos salva-vidas) noscontentores prova de gua que contm este equipamento. A lanterna e o farolim so valiosasluzes para a noite e podem ser usados para sinalizao.

    Telas de sinais. - 0 melhor processo de exibir a tela de sinais segur-la pelas pontas emant-la esticada com a ajuda de dois homens e agit-la de forma a reflectir a luz. As telas

    tremulando num mastro podem ser avistadas a grandes distncias.Capa de embarcao. - Quando usar a lona ou a capa da embarcao como capota,

    coloque-a com a face pintada virada para cima. Agite-a quando um avio de busca estiver vista.Apito. - Use o apito durante os perodos de pouca visibilidade para atrair navios de

    superfcie ou pessoas em terra ou para localizar outras jangadas quando se separarem durante anoite 2.

    1 Corda colocada em redor da jangada e qual as pessoas podem agarrar-se dentro de gua.2 Os coletes de salvao vm equipados com um apito.

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    Indcios de terra

    INDCIOS DADOS PELAS NUVENS.- As nuvens e certos reflexos indicativos no cuso as mais seguras indicaes de terra. Sobre os atis h pequenas nuvens e pode hav-laspairando sobre manchas de coral e recifes encobertos. Nuvens fixas ou penachos de nuvensaparecem muitas vezes em torno dos cumes das ilhas acidentadas ou das terras costeiras. Estasformaes nebulosas reconhecem-se facilmente porque as outras nuvens passam por elas. Outrosindicadores areos de proximidade de terra so cintilaes e reflexos. As cintilaes duma regioparticular durante as primeiras horas da manh indicam uma regio montanhosa, especialmentenos trpicos. Nas regies polares, uma mancha luminosa perfeitamente definida num cu cinzento um sinal de uma zona de gelos flutuantes ou de gelo fixo no meio do mar.

    INDCIOS DADOS PELO SOM. - Os rudos vindos de terra podem ser provocadospelo grito contnuo das aves marinhas vindas de uma direco determinada, pelos navios ousalva-vidas e por outros barulhos da civilizao.

    OUTROS INDCIOS DE TERRA. - Um aumento no nmero de pssaros e insectos

    indica proximidade de terra. As algas folhosas, usualmente encontradas em guas baixas, podemtambm indicar a proximidade de terra. Pedaos de gelo, os quais so normalmente lisos, planos emais brancos que o gelo compacto, indicam a proximidade de uma reentrncia gelada,especialmente se os pedaos esto perto uns dos outros. A terra tambm indiciada pelos odoresque podem ser levados pelos ventos at grandes distncias. Este facto importante quando senavega no meio de denso nevoeiro ou a noite. Um aumento na quantidade de madeiras ouvegetao flutuantes significa proximidade de terra.

    Perigos ambientais

    Tubares

    Estes grandes predadores aquticos so curiosos e gostam de investigar objectos na gua. improvvel que ataquem sem serem provocados, mas provvel que ataquem um nadadorferido e a sangrar. Qualquer tipo de hemorragia deve ser estancada o mais rapidamente possvel.Se necessrio, faa um torniquete com um atacador de sapato ou com um pedao do vesturio.

    Os tubares vivem em quase todos os oceanos, mares e esturios de rios. Os registosmostram, contudo, que a maior parte dos ataques de tubares ocorreram em guas comtemperaturas da ordem dos 18C e superiores. No h problema com tubares em reas de guasfrias.

    Na realidade, as hipteses de ser atacado por um tubaro so muito pequenas. Mesmo emoceanos quentes, onde os ataques so possveis, o risco pode ser reduzido conhecendo-se o quefazer e como faz-lo e usando repelente para tubaro, se existir.

    MEDIDAS DE PROTECO CONTRA TUBARES

    Na gua:

    1) Conserve o vesturio e o calado.2) Se for um grupo ameaado ou atacado por um tubaro, juntem-se e formem um crculoapertado. Virem-se para fora para poderem ver a aproximao do tubaro. Se o marestiver encapelado, agarrem-se uns aos outros. Desviem o ataque pontapeando ousacando o tubaro.3) Mantenha-se to imvel quanto possvel. Flutue para poupar as energias e para expor ocorpo o menos possvel. Se tiver de nadar, d braadas fortes e regulares. No faamovimentos irregulares e frenticos.

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    Se um tubaro se desloca em crculos largos e alongados, est apenas curioso. Se oscrculos se apertam e o tubaro comea a deslocar-se rapidamente e de forma agitada, est apreparar-se para atacar. Se um nico tubaro ameaar a certa distncia:

    4) Utilize movimentos de natao fortes e regulares. Tente fazer uma finta na direco dotubaro - isto poder afast-lo.5) No se afaste nadando directamente na rota do tubaro. Enfrente o tubaro e naderapidamente para um lado ou para o outro.6) Faa rudo batendo ritmicamente na superfcie da gua com as mos em concha. Emitatambm em berro alto e agudo com a cabea debaixo de gua. Os tubares so atradospelo rudos e pelos movimentos, mas, uma vez ameaado, um grito pode afastar otubaro.7) A curtas distncias, uma vez demonstradas as intenes do tubaro, utilize uma facapara o apunhalar no focinho, olhos, guelras ou barriga.

    8) Como ltimo recurso, pontapeie ou esmurre o tubaro para o afastar ou agarre-se auma das barbatanas laterais e nade com ela at poder mudar de direco e afastar-se.

    Numa jangada:

    1) No pesque da jangada quando houver tubares por perto. Abandone o peixe fisgadose se aproximar um tubaro. No apanhe o peixe para a gua se houver tubares vista.2) No atire restos pela borda fora se houver tubares rondando.3) No balouce as pernas ou as mos na gua, especialmente quando estiver a pescar.4) Se um tubaro atacar ou danificar a jangada, desencoraje-o batendo-lhe no focinho ounas guelras com o remo.5) Dispare uma pistola (se tiver uma mo) por cima do tubaro - o rudo pode assust-lo

    e afast-lo.6) Veja se h tubares rondando ou debaixo da jangada antes de saltar para a gua ou deencalhar a jangada.

    Raia-gigante

    As raias-gigantes, ou mantas, que vivem em guas tropicais, podem ser confundidas comos tubares. Uma raia, quando nada, encaracola as pontas das barbatanas, as quais, quando vistas superfcie da gua, fazem lembrar de certo modo as barbatanas dorsais de dois tubaresnadando lado a lado. Uma observao mais cuidada mostrar que o animal uma raia e no doistubares. Se ambas as barbatanas desaparecem simultnea e periodicamente, uma raia. Emguas profundas, todas as raias so inofensivas para os nadadores. Contudo, algumas so

    perigosas se apanhadas em guas baixas.

    Tremelga

    A tremelga aparece quer no mar largo, quer ao longo dos fundos arenosos e lamacentos. 0torpedo, como algumas vezes chamada, pode dar um choque elctrico paralisante. Contudo, raro dar-se com ela.

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    Fig. 10-2 Tubares que atacam o homem

    Peixes venenosos para comer

    H centenas de peixes venenosos nas guas tropicais. Todavia, a maior parte dos peixesvenenosos tm muitas caractersticas fsicas semelhantes. Geralmente, tm formas invulgares -em forma de caixa ou quase esfricos -, pele dura (muitas vezes coberta de placas ssea; ouespinhos), bocas finas, guelras pequenas e barbatanas ventrais pequenas ou inexistentes.

    Muitos dos peixes tropicais venenosos so descritos pelos seus nomes. 0 lamantim 3, porexemplo, tem o dorso rgido, ossudo, parecido com o da vaca, e duas protuberncias em forma decornos por cima dos olhos.3 O exemplo s tem significado com o nome ingls do lamantim, cowfish, peixe-vaca.

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    0 peixe-lima caracterizado pela sua pele de lixa e por uma espinha estreita e farpada quese eleva por cima dos olhos.

    Fig. 10-3 Peixes perigosos

    Os peixes que so txicos podem ser igualmente venenosos quando as suas dietasincluem materiais txicos.

    Ospeixes que nunca devem ser comidos so o peixe-balo, o pexe-ourio e o peixe-lua.Todos estes peixes so facilmente identificveis, dado que o peixe-ourio e o peixe-balo inchamou enchem-se quando perturbados e o peixe-lua parece uma enorme cabea sem cauda.Alguns japoneses consideram certas espcies de peixe-balo um pitu quando preparadas demodo conveniente. Contudo, continuam a dar-se mortes a despeito de todas as precaues. NosEstados Unidos, no Norte da Gergia, comida por muita gente, com prazer e sem efeitos

    perniciosos, uma espcie de peixe-balo (Spheroides maculatus). Contudo, para todos os efeitosprticos, todo e qualquer peixe-balo deve ser tratado como venenoso.Vrias espcies de peixe segregam uma baba ou muco viscoso em glndulas da pele.

    Estas secrees so txicas se ingeridas ou postas em contacto com os olhos ou outras reassensveis da pele. 0 peixe-saboeiro, o peixe-sapo, a lampreia, a moreia e o lamantim so exemplosde peixes com secrees venenosas. Estes peixes devem ser cuidadosamente esfolados se tiveremde ser usados como alimento.

    Finalmente, por diversas razes, o fgado, os intestinos, as gnadas, os miolos e asvsceras associadas podem ser venenosas noutras espcies comestveis. Consequentemente,amanhe cuidadosamente o peixe no familiar para evitar qualquer possvel contaminao da carnecomestvel com as toxinas das vsceras. Se estes rgos ou qualquer outra parte diferente da carneso para ser comidos, devem ser sujeitos ao teste de comestibilidade, a menos que a espcie seja

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    conhecida como no txica durante todas as estaes. Nunca cozinhe um peixe venenoso naexpectativa de lhe retirar o veneno.

    Fig. 10-4 Peixes perigosos para comer

    Nenhum tempo de cozedura retirar o veneno ao peixe. Qualquer caldo ou caldeirada

    feitos com peixe venenoso podem ser extremamente perigosos.

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    CIGUATERA 4. - Esta toxina parece ser produzida por pequenas algas azul-esverdeadas quecrescem nos fundos e que se do de modo geral nos recifes das ilhas tropicais.Consequentemente, alguns peixes que se alimentam de algas podem estar ocasionalmenteenvenenados, especialmente em redor das ilhas do Indo-Pacifico e das Carabas. As espcies queesto adaptadas para se alimentar de pequenas algas incrustadas e corais podem ser identificadaspelos dentes, os quais formam um bico parecido com o do papagaio. Quando se pescar em guasonde se sabe que ocorre o envenenamento pela ciguatera, estas espcies devem ser testadasquanto sua comestibilidade. Dado que o txico cumulativo, os predadores que tenham comidomuitos peixes comedores de algas podem tornar-se ainda mais venenosos. Por esta razo, agrande barracuda (isto , as que tm mais que 90 cm de comprimento), o lcio, o elaterdeo e osgrandes rascassos so responsveis pela maior parte dos casos de envenenamento pela ciguatera.De novo, se estas espcies forem necessrias alimentao e forem apanhadas em reasafectadas, a carne deve ser testada antes de ingerida. 0 nico teste positivo para esta toxinaconsiste em dar alguma da carne a um mamfero ou submeter-se a si mesmo ao teste decomestibilidade. 0 cozimento ou a lavagem no desactiva o veneno. Quando possvel, os

    habitantes locais so a melhor fonte de informao sobre quais as espcies comestveis numa reaparticular. Lembre-se, contudo, de que as pessoas evitam, por vezes, o uso de certas espcies naalimentao por razes de tradio ou superstio. Estes espcies podem revelar-se comestveisdepois de devidamente testadas.

    Peixes que picam (peixes venenosos)

    Muitas espcies de peixe tm espinhos que podem provocar um ferimento porpuncionamento e uns tantos tm glndulas de veneno associadas a estes espinhos. Qualquer peixedeve ser manuseado com cuidado e os que tm espinhos venenosos devem ser evitados, mesmodepois de mortos, dado que os espinhos podem continuar envenenados. As espcies venenosasno so txicas para comer se as glndulas do veneno forem removidas, mas os riscos envolvidos

    na captura destas espcies e na remoo das glndulas so maiores que o valor alimentar obtido.Isto especialmente verdadeiro com o peixe-pedra e com o peixe-zebra. Embora a toxicidadevarie de espcie para espcie e de indivduo para indivduo dentro da mesma espcie, os gruposque se seguem, e que se encontram com frequncia, so conhecidos como sendo perigosos.

    ACALEFOS. - Os acalefos 5, incluindo a fislia 6 , so caracterizados pela suacapacidade para picarem. 0 perigo maior o contacto com os tentculos do animal. Uma picadade acalefo no normalmente perigosa, embora repetidas picadas possam provocar dores edoena graves.

    RAlAS-LIXA. - A raia-lixa tem um aguilho farpado venenoso. Este aguilho ,consequentemente, difcil de retirar e tem a tendncia de se partir no ferimento, aumentando aprobabilidade de infeco. Estes animais so chatos, com a forma de uma raia, muitas vezes comvrias dezenas de centmetros de comprimento. So semelhantes, na aparncia, raia-gigante e os

    aguilhes venenosos localizam-se perto da extremidade da cauda. Encontram-se nas guasribeirinhas, baixas e quentes. Quem anda dentro de gua pode limpar um trilho batendo o fundocom a ponta de uma vara medida que avana. Quando tocada ou agredida, a raia-lixa afastar-se- rapidamente. Mas quando pisada com firmeza, lanar a cauda para cima com grande violncia,espetando o aguilho na perna ou no tornozelo.

    Os outros peixes venenosos so o peixe-gato, o peixe-aranha, o barbeiro, o peixe-pedra, opeixe-zebra e o peixe-escorpio.

    4 Doena semelhante ictercia que certos peixes e moluscos do golfo do Mxico costumam contrair e queproduz efeitos perniciosos nas pessoas que os comem.5 Zoologicamente, no so peixes, mas sim celenterados, da mesma classe das medusas ou alforrecas.6 Tambm conhecida porcaravela portuguesa.

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    Quando se caminha dentro de gua procura de alimentos, devem trazer-se sempre osps calados e, se o fundo no for visvel, deve andar-se arrastando os ps. 0 primeiro socorropara uma picada venenosa limpar e espremer o ferimento imediatamente. Ponha a parte afectadadentro de gua quente (a 49C ou to quente quanto consiga aguentar) ou aplique compressasquentes sobre o ferimento durante trinta a sessenta minutos para desactivar as toxinas. Dado queh poucos contravenenos disponveis, o tratamento mdico , geralmente, sintomtico.Embora representem um risco relativamente menor para a sade, h dois grupos de peixes queso capazes de infligir um choque elctrico. So eles as raias-elctricas e os mira-sol. Embora nosejam vulgares, as raias-elctricas so mais provveis de encontrar e aparecem nos fundos dosoceanos quer temperados, quer tropicais. Uma raia-elctrica grande, se tocada, pode fornecer umadescarga suficientemente forte (at 220 W) para derrubar e aturdir temporariamente um homem.As raias-elctricas podem ser reconhecidas pela forma quase circular do seu corpo deprimido epela tpica cauda de peixe com barbatana caudal, ao contrrio da cauda de chicote e do corpotriangular tpico das raias-lixa.

    Peixes que mordemEmbora seja menos provvel que seja atacado por um peixe no oceano que atingido por

    um raio, as consequncias grotescas de um tal ataque fazem desta possibilidade a preocupaomaior da maior parte das pessoas. Os trs grupos de animais responsveis primrios por estapreocupao so as moreias, a barracuda e os tubares.

    MOREIAS. - Qualquer delas, se suficientemente provocada, pode morder. As moreiasadquiriram a reputao de serem a famlia mais agressiva e so a mais perigosa para o homem.Estes animais, que vivem em buracos e fendas nos rochedos e recifes tropicais, defendero osseus abrigos se um p ou brao for colocado demasiado perto. Quando em busca de alimentos nomar, examine cuidadosamente cada buraco antes de tentar alcanar-lhe o interior para retirar umpeixe ou uma lagosta. Se for mordido por uma moreia, os dentes recurvados do animal podem

    permanecer cravados, e, algumas vezes, a nica soluo cortar a cabea da moreia.BARRACUDA. - A barracuda adquiriu uma reputao de agressividade muitas vezesimerecida. Embora seja conhecida por ter provocado grandes ferimentos, a sua aparnciaselvagem e curiosidade natural so frequentemente mais responsveis por essa reputao que onmero real de ataques ao homem. As espcies de barracuda da Austrlia esto referenciadascomo mais agressivas que as espcies das Carabas e das ilhas do Pacifico. Os grandes cardumesde barracudas so normalmente mais perigosos que uma isolada, o mesmo sucedendo com umamatilha de ces. Muitas espcies costumam exibir um desenho de faixas coloridas verticaisimediatamente antes de se alimentarem ou de atacarem. Com frequncia, a barracuda disputa opeixe ao pescador e, em guas escuras, atira-se a um objecto reflector, possivelmenteconfundindo-o com um pequeno peixe. noite, a barracuda, bem como o peixe-co 7 e muitasoutras espcies, atacam provavelmente uma fonte de luz brilhante. A menos que uma barracuda

    exiba a sua disposio agressiva ou esteja nas imediaes de peixe recentemente morto, o seuhabitual comportamento curioso no razo suficiente para alarme.

    7 Espcie de pequeno tubaro que aparece em cardume junto s encostas, provocando grandes razias noscardumes dos outros peixes. O fgado deste tubaro fornece leo e a carne serve como fertilizante.

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    Fig. 10-5 Peixes venenosos

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    Outros perigos da gua

    Os animais aquticos perigosos e txicos apresentados anteriormente no constituem, demodo nenhum, uma lista exaustiva dos perigos que podem ser encontrados. Os caracis tropicaisde concha ssea, comprida, esguia, pontiaguda e anelada tambm so venenosos. Agarre nosgrandes caramujos com cuidado. Os grandes haliotes e vnus-casina podem ser perigosos seapanhados mo em vez de descolados com uma barra ou cunha. Eles podem fechar-se sobre osseus dedos e fix-lo at se afogar. 0 coral, vivo ou morto, pode provocar golpes dolorosos. Hcentenas de riscos na gua que podem provocar ferimentos profundos, graves hemorragias e operigo de infeco.

    Perigos para a sade

    Para proteco contra climas extremos especificados, ver o capitulo que trata dessesclimas. A seguir damos uma lista de problemas e perigos para a sade mais directamente

    atribuveis ao ambiente martimo.1) P-de-imerso. - um padecimento fsico que pode tornar-se srio a bordo de umajangada. Este problema provocado pela exposio ao frio, pela imerso em gua, peloespao confinado e por dificuldades circulatrias. A vtima sentir zumbidos eentorpecimento e apresentar vermelhido e inchao. Aparecero eventualmente reasmanchadas de vermelho e bolhas. Conserve os ps quentes e secos, active a circulaoexercitando os dedos e os ps e alargue o calado. Eleve os ps e as pernas por perodosde trinta minutos vrias vezes por dia. Se estiver padecendo de p-de-imerso, evitepermanecer de p aps alcanar terra firme.2) Queimaduras ou erupes provocadas pela gua salgada. Podem ser provocadaspor exposio continuada gua salgada. No fure nem esprema estas erupes.

    Mantenha-as secas.3) Enjoos. - No coma nem beba se estiver enjoado. Deite-se e mude a posio da cabeacom frequncia.4) Olhos irritados. - Esta situao causada pelos reflexos do cu e da gua. Evite estasituao usando culos de sol ou improvisando uma proteco para os olhos com umpedao de vesturio ou ligadura. Se no tiver medicamentos, humedea a ligadura outecido de algodo com gua do mar e coloque-o sobre os olhos antes de os ligar.5) Obstipao. - normal a bordo de salva-vidas. No tome nenhum laxativo. Faa omximo de exerccios que for possvel.6)Dificuldade em urinar e urina negra. - Este problema tambm normal nas condiesapontadas.

    gua

    A chuva, o gelo e os fluidos orgnicos das outras criaturas so a nica origem de gua nomar.A gua do mar no bebvel. Esta agrava a sede e aumenta a perda de gua atravs dadrenagem dos fluidos dos tecidos por eliminao pelos rins e pelos intestinos.

    gua das chuvas

    Use baldes, chvenas, latas, ncoras de capa, coberturas de embarcaes, velas, tiras detecido limpo e todo o aparelho de lona da embarcao para recolher a gua das chuvas. Inventemeios para captar as guas pluviais antes de ter necessidade deles. Se um aguaceiro promete serbreve, molhe o recipiente no mar. A contaminao da gua da chuva pelo sal ser ligeira e o

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    tecido humedecido evitar que a gua doce seja absorvida pelo pano. 0 corpo pode armazenargua. Portanto, beba quanta puder.

    Gelo

    0 gelo marinho perde o sal ao fim de um ano e torna-se numa boa origem de gua. Estegelo velho identificado pelos cantos arredondados e pela cor azulada.

    gua do mar

    Nos climas gelados pode obter-se gua doce a partir da gua do mar. Recolha esta guanum recipiente e deixe-a congelar. Dado que a gua doce congela primeiro, o sal concentra-secomo uma lama aquosa no centro da gua doce congelada. Remova este sal e o geloremanescente ficar suficientemente dessalgado para o manter vivo.

    Podem existir coleces de medicamentos na jangada ou salva-vidas. Estas coleces so

    susceptveis de ser usadas para remover o sal e as substncias alcalinas da gua do mar e vmacompanhadas de instrues.

    Alimentos

    0 mar rico nas mais diferentes espcies de vida. 0 desafio consegui-las para aalimentao. Se houver equipamento para pescar, as hipteses so excelentes para obteralimentos, mas se no o houver a situao no ser desesperada.

    Peixe

    Praticamente, todo o peixe marinho recm-pescado comestvel e saudvel, cozinhado

    ou ao natural. Nas regies quentes, amanhe e sangre o peixe imediatamente aps o ter apanhado.Corte s tiras o peixe que no for para comer imediatamente e pendure-as para secarem. 0 peixebem seco permanece comestvel por vrios dias. 0 peixe que no for amanhado e seco podedeteriorar-se em meio dia. Nunca coma peixe com guelras plidas e brilhantes, olhos encovados,pele e carne flcidas ou odor desagradvel. (Estes peixes doentes s raramente se encontram nomar largo.) 0 peixe em boas condies deve apresentar caractersticas opostas s indicadas. 0peixe do mar deve cheirar a maresia ou a frescal. As enguias podem ser confundidas com ascobras marinhas, as quais tm um corpo obviamente escamoso e uma cauda fortemente achatadaem forma de p. As enguias e as cobras-marinhas so comestveis, mas as ltimas tm de sermanuseadas com cuidado por causa das suas mordeduras venenosas. 0 corao, o sangue, acavidade intestinal e o fgado da maior parte dos peixes so comestveis. Os intestinos devem sercozidos. 0s pequenos peixes meio digeridos que podem ser encontrados nos estmagos dos

    grandes peixes tambm so comestveis. Alm disso, as tartarugas-marinhas so um bomalimento.

    Embora as pesquisas mdicas patrocinadas pela Armada dos Estados Unidos tenhamrevelado que, em certas condies, uma larga gama de alimentos, que vai das tartarugas-marinhase das barracudas aos tubares e aos fgados das baleias, pode ser txica, h certos factos quesugerem que as coisas se passam de outra forma. Muita coisa depende do local onde os animaisso apanhados - por exemplo, apenas um pequeno nmero de tartarugas do Pacfico Ocidental oudo ndico revelaram toxicidade - ou da quantidade que se ingerir, como no caso dos fgados demamferos marinhos e tubares ricos em vitamina A.

    No mar alto mais provvel que o envenenamento pelo peixe suceda por manuseamentoimprprio ou deteriorao do peixe que por qualquer outra coisa. 0 peixe particularmentesusceptvel decomposio bacteriana. Por esta razo, deve ser apanhado imediatamente e

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    comido ou conservado. 0 peixe pode ser conservado cortando-o s tiras, salgando-o e secando-o.0 peixe de carne escura particularmente susceptvel ao envenenamento bacteriano escrombide,e, se no puder ser limpo e mantido num local fresco, deve ser cozinhado ou comido cru e assobras usadas como isco, em vez de guardadas para outra refeio. Embora o envenenamentobacteriano possa ser tratado com antibiticos, pode suceder que no os tenha a bordo de umajangada para se arriscar a comer atum com dois dias.

    APETRECHOS DE PESCA - A seguir indicam-se alguns apetrechos teis:Linha de pesca. - Faa uma linha de pesca forte com pedaos de lona ou oleado

    desfiando-os e atando os fios uns aos outros em grupos de trs ou mais fios. Use tambm cordesde pra-quedas, atacadores de sapatos ou fios de tecido.

    Anzis. - Ningum deve andar no mar sem equipamento de pesca, mas mesmo sempalamenta de pesca poder improvisar o suficiente para sobreviver. Podem fazer-se anzis a partirde artigos com pontas ou espiges, tais como limas de unhas, insgnias das golas e fuzilhes dasfivelas ou de osso de pssaro. espinhas de peixe e pedaos de madeira. Para fazer um anzol demadeira, talhe a haste e faa um entalhe perto da extremidade para apoiar a ponta. Afie a ponta de

    maneira que a parte mais dura forme a ponteira do anzol. Use tiras de lona para ligar a farpa haste.Chamarizes. - Improvise chamarizes para peixe com uma moeda ou um mosqueto ou

    uma moeda de 2$50 amarrada a um anzol duplo.Fateixa. - Apanhe algas com uma fateixa improvisada com madeira da jangada ou da

    embarcao. Utilize a madeira mais pesada para a haste e faa-lhe trs entalhes para fixar trsfateixas. Coloque-as em posio com uma inclinao de 45o. Amarre a haste a uma linha e ponhaa fateixa a reboque da jangada. Esta fateixa pode ser usada para apanhar peixe mido para aalimentao ou para isco, ou para recolher molhos de algas, dos quais se podem sacudircamares, caranguejos e, eventualmente, peixes midos, quer para alimentao, quer para isco.As algas podem ser comidas para fornecer os minerais e as vitaminas essenciais. Contudo, osargao cru (uma alga castanha com pequenas cpsulas de flutuao cheias de gs) - a alga mais

    vulgar no mar alto- duro, salgado, e de difcil digesto. 0 sargao melhor quando comidocomo condimento, mas mesmo assim absorve muito do fluido orgnico e s deve ser comido setiver gua em abundncia a bordo da jangada ou do salva-vidas.

    ncora de capa/reboque de plncton. - A maior parte dos salva-vidas e das jangadas vmequipadas com uma ncora de capa. Em caso negativo, pode ser improvisada uma com um baldeescoadouro ou uma camisa. A finalidade obter uma rede de arrasto que ajude a manter adireco e a localizao, especialmente se planeia manter-se perto dos destroos do navio ou doavio. No caso de uma tempestade, uma ncora de capa ajudar o salva-vidas ou a jangada amanter a proa para o vento. No deixe a corda da ncora roar pelos flancos da jangada. No casode ter de improvisar uma ncora de capa, uma camisa melhor que um balde de lona porque umtecido impermevel como o algodo pode ser utilizado para recolher plncton e peixe mido domar. 0 plncton inclui plantas e animais minsculos que andam deriva ou nadam molemente no

    oceano. Estes organismos elementares da cadeia alimentar marinha so mais vulgares perto daterra que no mar alto, dado que a sua ocorrncia depende dos nutrientes dissolvidos na gua.Contudo, a combinao ncora de capa/reboque de plncton no mar alto pode, passivamente,apanhar uma quantidade importante de pequenas formas de vida marinha.

    PLNCTON. - Tem havido debates importantes sobre o valor do plncton comosuplemento das dietas de sobrevivncia. Os proponentes, incluindo a Air Forces EnvironmentalTraining Division, indicam que a quantidade mdia de protena contida na plncton de 30% a60%, a gordura 4% a 31% e os hidratos de carbono 18% a 23%. Se forem retiradas todas assubstncias espinhosas e tentculos picantes, o plncton ser uma excelente fonte de alimento. 0plncton j largamente consumido como pasta de camaro ou condimento na China, ndia eJapo. Os oponentes, incluindo algumas vozes respeitadas no corpo mdico do Exrcito e daArmada dos Estados Unidos, argumentam que, uma vez que se ingere uma grande quantidade de

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    gua salgada com o plncton e porque se corre o risco de consumir dinoflagelados 8 venenosos,no se deve comer plncton em caso algum.

    TUBARO. - A carne de tubaro uma boa origem de alimento, ao natural, seca oucozinhada, e um artigo vulgar nos mercados de muitos pases. Algumas espcies de tubaresso preferveis a outras e o consumo do fgado de qualquer das espcies de tubaro deve serlimitado, devido ao contedo de vitamina A, possivelmente elevado. A carne, bem como ofgado, do tubaro da Gronelndia tambm pode ser txico devido sua alta concentrao emvitamina A. A carne de tubaro deteriora-se rapidamente, devido ao elevado teor de ureia dosangue. Consequentemente, a carne melhor se for sangrada imediatamente ou demolhada emvrias mudas de gua.

    ISCO. - Use peixe mido para apanhar peixes maiores. Use o camareiro do seuequipamento de pesca para juntar este peixe mido. Se no tiver um equipamento de pesca, faauma rede com um mosquiteiro de cabea, tecido de pra-quedas ou tecido amarrado s seces doremo. Mantenha a rede debaixo de gua e puxe-a para cima. Guarde as tripas dos pssaros e dopeixe para isco. Use um pedao de tecido colorido, de lata brilhante ou at um boto da camisa.

    Mantenha o isco em movimento dentro de gua para o fazer parecer vivo. Experimente-o a vriasprofundidades. Eis algumas indicaes teis para pescar no mar:

    1) Manuseie com cuidado o peixe espinhoso e os que tm dentes.2) No amarre a linha a nada slido; um peixe grande poder parti-la. No enrole a linhaa nenhuma parte do corpo.3) Se um peixe grande for apanhado no anzol, ser mais avisado cortar a linha que correro risco de a jangada ou a embarcao se voltar.4) Tenha cuidado para no furar uma jangada de borracha com os anzis, facas ou arpes.5) Pesque peixe pequeno. Evite pescar nas vizinhanas de tubares grandes.6) Procure cardumes que possam ser vistos tona de gua. Aproxime-se de um talcardume, se for possvel.

    7) Aponte uma lanterna elctrica para a gua noite ou use um pedao de tela ou tecidopara reflectir o luar. A luz atrair peixe e lulas, os quais podem saltar para dentro dajangada.8) Durante o dia a sombra atrai muitas variedades de peixe mido. Uma vela arriada ouuma lona podem apanhar peixe.9) A carne de todos os peixes apanhados no mar alto (excepto as alforrecas e o fgado dealgumas espcies de peixe) comestvel, cozinhada ou crua. 0 peixe cru no nemsalgado nem desagradvel.10) Faa um dardo ou arpo para apanhar peixe grado, atando uma faca a um remo.(Puxe a sua presa para dentro da embarcao, rapidamente, pois o peixe torcer-se- eescorregar de uma lmina sem farpas.)11) Se tiver perdido o seu equipamento de pesca, tente pescar agitando um bocado de

    peixe ou de tripa de pssaro na gua. Um nufrago referiu que conseguira apanhar oitentapeixes num s dia deixando-os engolir um pedao de tripa e puxando-os subitamente paradentro da jangada.12) Cuide do seu equipamento. Deixe as linhas secarem e evite que os anzis asestraguem. Limpe e afie os anzis.

    8 Microrganismos flagelados, componentes importantes do plncton e das cadeias alimentares marinhas, queincluem formas luminescentes .

  • 8/6/2019 Manual de Sobrevivencia 4

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    Pssaros

    Coma qualquer pssaro que apanhar. Algumas vezes pousam na jangada ou naembarcao, e h nufragos que referem que alguns pssaros lhes pousaram nos ombros. Se ospssaros estiverem assustados, tente apanh-los arrastando um anzol iscado sobre a gua oulanando-o ao ar. Vem-se mais aves no mar alto no hemisfrio sul que no norte. Mas nodesanime. Nunca se sabe quando aparece um pssaro.

    Muitas aves marinhas podem ser atradas para a distncia de tiro por meio de um, pedaode metal brilhante ou concha arrastado pela jangada. (Tenha cuidado, no d um tiro numajangada inflvel!) possvel apanhar um pssaro se ele pousar dentro do nosso alcance. A maiorparte dos, pssaros. porm, so assustadios e costumam pousar nas jangadas fora do nossoalcance. Neste caso, tente usar um n corredio. Faa-o atando um n corredio com dois pedaosde linha. Isque o centro do n com entranhas de peixe ou isco similar. Quando o pssaro pousar,aperte-lhe o n em torno das pernas. Use todas as partes do pssaro, at mesmo as penas, as quais

    podem ser usadas para forrar a camisa ou os sapatos ou para fazer negaas para a pesca.Sobrevivncia nas costas: terreno e consideraes preliminares

    Uma jangada deriva ou um nadador nem sempre so referenciados por avies e barcosde busca. Pode-se ter de desembarcar na costa antes de se ser recolhido. Quando se aproximar dacosta, procure evitar o coral e as rochas. Desembarque durante o dia com o Sol por detrs de si, sepossvel. Se tiver de desembarcar numa costa rochosa, evite as arribas abruptas e as cristas ondeas vagas rebentam com muita espuma. Se estiver numa jangada ou salva-vidas, nade para a praiaou costa puxando uma corda atada embarcao. Quando estiver em terra, puxe a embarcao eencalhe-a na praia, o mais acima possvel. Ela poder servir-lhe como abrigo temporrio oufuncionar como tecto de um abrigo permanente. Se tiver de atravessar uma zona de coral,

    conserve-se calado e vestido para evitar cortes graves. Se tiver de flutuar ou nadar, deixe-selevar pelas ondas com as pernas levantadas mas descontradas, para amortecer choques.

    Marcha

    Se decidir deslocar-se, melhor faz-lo ao longo das costas em vez de se internar peloterritrio. No deixe a costa seno para evitar obstculos, tais