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Departamento de Administração 1 MAPEAMENTO DAS OPORTUNIDADES DE ECONEGÓCIOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: O ECOTURISMO EM FOCO. Aluno: Isabela da Silva Medeiros Orientador: Marcos Cohen Introdução Questões relacionadas ao meio ambiente estão cada vez mais na pauta das decisões empresariais. Novos conceitos e oportunidades de negócios despertam crescente interesse, ganhando força à medida que mundialmente se toma conhecimento de uma grave crise ambiental (Barbieri, 2007). As empresas, que estão entre os principais responsáveis pelos desastres ambientais e pela atual crise ambiental, são pressionadas a reverem e reinventarem seus processos e produtos sob pena de pesadas multas ou perda de reputação junto aos consumidores (Souza, 2002). O desenvolvimento sustentável é debatido mundialmente por governantes e empresários. Em 1987, a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, CMMAD, lançou o relatório “Nosso Futuro Comum”, definindo o desenvolvimento sustentável como “[...] aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade das futuras gerações atenderem suas próprias nec essidades” (CMMAD, 1991, p.46). Em 2012, na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, os debates deram origem a um documento final que reafirma a importância do fortalecimento das três dimensões do desenvolvimento sustentável, as dimensões econômica, social e a ambiental. (ONU, 2012) Outro conceito ligado ao universo da sustentabilidade que se insere no mundo dos negócios é o “triple bottom line”. Criado por John Elkington, em 1994, o tripé da sustentabilidade afirma que as empresas devem medir o valor que geram, ou destroem, sendo financeiramente viáveis, socialmente justas e ambientalmente responsáveis (Valor Econômico, 2008). Um meio de se alcançar os objetivos do desenvolvimento sustentável e do “triple bottom line” é a reestruturação da economia, alinhando suas ambições aos princípios ecológicos. Segundo Brown (2003), dessa mudança nascerá uma nova economia, uma ecoeconomia. A ecoeconomia traz à tona a necessidade de novos negócios e novos métodos para a obtenção de uma mudança real na economia mundial (Brown, 2003). A demanda por produtos e serviços ecológicos surge como desafio e oportunidade às empresas do século XXI. Nesse contexto, a pesquisa maior, da qual este relatório faz parte, pretende abordar dois aspectos: o reconhecimento das oportunidades e as potenciais contribuições dos econegócios no estado do Rio de Janeiro. Devido ao número elevado de dados encontrados durante a execução da fase preliminar do estudo, houve a necessidade de segmentar os econegócios, tendo como objetivo aprofundar as especificidades de cada segmento. Borges (2011) divide os econegócios em quatro grandes grupos: 1- Turismo e lazer na natureza (Ecoturismo); 2- Produtos ecoeficientes; 3- Agricultura orgânica e extrativismo; 4- Reciclagem e reutilização. Seguindo a divisão do autor, a pesquisa maior contará com quatro etapas, onde o primeiro grupo a ser mapeado é o de turismo e lazer na natureza ou ecoturismo, que é caracterizado de forma ampla por Borges (2011) como sendo todas as “Viagens, atividades, atrativos e pousadas em ambientes naturais”. Este relatório esta inserido nesta primeira etapa e consistiu na pesquisa exploratória do segmento de ecoturismo na cidade do Rio de Janeiro.

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Departamento de Administração

1

MAPEAMENTO DAS OPORTUNIDADES DE ECONEGÓCIOS NO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO: O ECOTURISMO EM FOCO.

Aluno: Isabela da Silva Medeiros

Orientador: Marcos Cohen

Introdução

Questões relacionadas ao meio ambiente estão cada vez mais na pauta das decisões

empresariais. Novos conceitos e oportunidades de negócios despertam crescente interesse,

ganhando força à medida que mundialmente se toma conhecimento de uma grave crise

ambiental (Barbieri, 2007). As empresas, que estão entre os principais responsáveis pelos

desastres ambientais e pela atual crise ambiental, são pressionadas a reverem e reinventarem

seus processos e produtos sob pena de pesadas multas ou perda de reputação junto aos

consumidores (Souza, 2002).

O desenvolvimento sustentável é debatido mundialmente por governantes e

empresários. Em 1987, a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento,

CMMAD, lançou o relatório “Nosso Futuro Comum”, definindo o desenvolvimento

sustentável como “[...] aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer a

possibilidade das futuras gerações atenderem suas próprias necessidades” (CMMAD, 1991,

p.46). Em 2012, na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a

Rio+20, os debates deram origem a um documento final que reafirma a importância do

fortalecimento das três dimensões do desenvolvimento sustentável, as dimensões econômica,

social e a ambiental. (ONU, 2012)

Outro conceito ligado ao universo da sustentabilidade que se insere no mundo dos

negócios é o “triple bottom line”. Criado por John Elkington, em 1994, o tripé da

sustentabilidade afirma que as empresas devem medir o valor que geram, ou destroem, sendo

financeiramente viáveis, socialmente justas e ambientalmente responsáveis (Valor

Econômico, 2008).

Um meio de se alcançar os objetivos do desenvolvimento sustentável e do “triple

bottom line” é a reestruturação da economia, alinhando suas ambições aos princípios

ecológicos. Segundo Brown (2003), dessa mudança nascerá uma nova economia, uma

ecoeconomia. A ecoeconomia traz à tona a necessidade de novos negócios e novos métodos

para a obtenção de uma mudança real na economia mundial (Brown, 2003).

A demanda por produtos e serviços ecológicos surge como desafio e oportunidade às

empresas do século XXI. Nesse contexto, a pesquisa maior, da qual este relatório faz parte,

pretende abordar dois aspectos: o reconhecimento das oportunidades e as potenciais

contribuições dos econegócios no estado do Rio de Janeiro.

Devido ao número elevado de dados encontrados durante a execução da fase preliminar

do estudo, houve a necessidade de segmentar os econegócios, tendo como objetivo aprofundar

as especificidades de cada segmento. Borges (2011) divide os econegócios em quatro grandes

grupos: 1- Turismo e lazer na natureza (Ecoturismo); 2- Produtos ecoeficientes; 3-

Agricultura orgânica e extrativismo; 4- Reciclagem e reutilização. Seguindo a divisão do

autor, a pesquisa maior contará com quatro etapas, onde o primeiro grupo a ser mapeado é o

de turismo e lazer na natureza ou ecoturismo, que é caracterizado de forma ampla por Borges

(2011) como sendo todas as “Viagens, atividades, atrativos e pousadas em ambientes

naturais”. Este relatório esta inserido nesta primeira etapa e consistiu na pesquisa exploratória

do segmento de ecoturismo na cidade do Rio de Janeiro.

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A escolha do setor turístico para o inicio desse estudo se deu pela percepção do

crescimento do segmento no mundo e por este ser considerado um dos maiores segmentos

econômicos mundiais, estando ele visivelmente relacionado ao meio ambiente e a sociedade

(ABNT, 2006).

Objetivos

Objetivo Final

Identificar e mapear as iniciativas de econegócios do segmento de ecoturismo e o seu

potencial de contribuição para o alcance da sustentabilidade no Estado do Rio de Janeiro.

Objetivos Intermediários

Realizar a revisão da literatura nos temas: Econegócios, Ecoturismo, Inovação,

Ecoempreendedorismo, Ecoeconomia, Desenvolvimento Sustentável;

Fazer um levantamento das empresas que atuam no ecoturismo no Rio de Janeiro;

Criar de uma base de dados no Excel com o levantamento das empresas de ecoturismo do Rio de Janeiro;

Analisar a base de dados das empresas levantadas e identificar um perfil da

amostra selecionada;

Levantar dados sobre o mercado de ecoturismo;

Delimitação da Pesquisa

A pesquisa se limitará a estudar o atual estágio de iniciativas e geração de oportunidades

de ecoturismo no estado do Rio de Janeiro.

Organizações públicas ou privadas localizados fora do estado, mas que financiam ou

fomentam o ecoturismo e têm influência sobre a criação de oportunidades de ecoturismo no

Rio de Janeiro, também serão incluídas na pesquisa.

Relevância do Estudo

Identificar os econegócios do Rio de Janeiro é relevante devido a esses modelos

empresariais serem considerados mais adequados para a transformação necessária na

sociedade contemporânea, permeada de crises economicas e ambientais. Ademais, contribuir

para um maior conhecimento desses empreendimentos, seus estágios de desenvolvimento e

desafios, pode gerar oportunidades de investimentos públicos e privados nessas empresas, o

que estimulará um maior desenvolvimento sustentável do Estado do Rio de Janeiro.

Finalmente, em termos acadêmicos, a temática dos econegócios está em seu estágio inicial de

deenvolvimento e as informações levantadas por este trabalho podem contribuir e estimular

pesquisas futuras que avancem o conhecimento sobre esses novos modelos de negócio que

estão surgindo e que têm grande potencial de transformação da nossa sociedade.

Referencial Teórico

1. Crise Ambiental, Desenvolvimento Sustentável e Eco-economia;

Grandes mudanças marcam o cenário mundial. A globalização rompe as barreiras dos

mercados mundiais estimulando a competitividade e pressionando a produção (Jenschke,

2003). As informações, antes limitadas a pequenos grupos, tornaram-se acessíveis e virais,

espaço e tempo deixam de ser obstáculos (Vieira, 1998) e com isso oportunidades se abriram

para novos negócios e novos mercados. Ao mesmo tempo, a população tomou conhecimento

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de uma iminente crise ambiental e dos efeitos que ela pode provocar na sustentação da espécie

humana na Terra.

Os transtornos na natureza vão além das mudanças climáticas, elas possuem efeitos

econômicos locais, onde, por exemplo, pesqueiros perdem seu meio de sobrevivência e

deixam de distribuir o seu produto para a população, terras agrícolas deixam de ser férteis e

florestas repletas de matéria prima desaparecem. Catástrofes naturais como enchentes, secas,

terremotos e incêndios florestais aumentam a cada dia sob o efeito da atividade humana

(Brown, 2003).

Segundo reportagem da Revista Veja Online (2006, P.139), a Organização

Meteorológica Mundial (OMM) avaliou o clima do planeta e a sua relação nos desastres

naturais e divulgou na prévia do relatório anual do ano de 2006 que “Todos esses transtornos

são decorrência do aumento de apenas 1 grau na temperatura média do planeta nos últimos

100 anos”. Esse aumento de temperatura é decorrente da emissão na atmosfera de dióxido de

carbono (CO2), gás responsável pelo efeito estufa (Pinto & Santos, 2010). Um alerta da

OMM, citado na mesma revista, é que se nos mantivermos inertes em relação à crise

ambiental, a temperatura média do planeta aumentará entre dois e 4,5 graus até 2050.

Portanto, a nossa atenção deve transcender os dados ou a expectativa dos acontecimentos

focando no que podemos fazer para mudar esse cenário crítico.

O primeiro encontro internacional para discutir a crise ambiental e as necessidades de

outro modelo de desenvolvimento foi a Conferência sobre mudanças climáticas, em

Estocolmo, no ano de 1972. A partir dessa conferência outras surgiram, com destaque para a

Rio 92 (1992), a Kyoto (1997), a Rio+10 (2002) e, mais recentemente, a Rio+20 (2012).

Além dessas conferências, em 1983, a Assembleia Geral do ONU criou a Comissão

Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, presidida por Gro Harlem Brundtland.

Desse encontro foi gerado um relatório, o “Nosso Futuro Comum”, que determinou metas

para a viabilização de um novo conceito de desenvolvimento chamado sustentável.

(Layrargues, 1997).

Um ponto importante trazido pelo relatório “Nosso Futuro Comum” foi o alerta sobre os

recursos naturais serem limitados, e, portanto, termos que buscar meios de proporcionar o

bem-estar das gerações futuras, mas sem ignorar as necessidades da geração atual que já sofre

por causa das disparidades sociais. Assim, o desenvolvimento sustentável tem como objetivos

integrar e compatibilizar o desenvolvimento econômico e social e a qualidade ambiental

(CMMAD, 1991).

No entanto nem todos os países estão tendo ações em prol do desenvolvimento

sustentável. Um exemplo dessa afirmação é que apesar do pacto estabelecido no Protocolo de

Kyoto (1990) visar à redução de 55% das emissões totais de dióxido de carbono no mundo,

alguns países não aderiram ao acordo. O exemplo mais emblemático é o dos Estados Unidos,

maior emissor mundial de carbono na atmosfera. Por não aderir ao protocolo deixou de lado o

seu poder de modificar o clima mundial (Brown, 2003). A emissão irresponsável de carbono

na atmosfera por parte das empresas traz ainda outro problema além do impacto negativo no

ecossistema: os prejuízos econômicos bilionários nas áreas afetadas por catástrofes naturais

(Brown, 2003). Isso se configura em mais um fator incentivador para a mudança de atitude

empresarial.

Nesse contexto, mais consciente dos processos mercadológicos, das ações e de práticas

das empresas, negativas e positivas, em determinados segmentos, o consumidor passou a ter,

cada vez mais, uma atitude proativa na escolha de seus produtos e serviços (Guimarães,

2006). Diante dessa realidade, o mercado produtor passou a verificar a necessidade de se

reinventar para acompanhar as mudanças no comportamento do consumidor. Empresas

preocupadas em manter a sua lucratividade acirraram suas disputas e esse cenário tornou-se

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estimulante para o investimento em inovações verdes como diferencial competitivo (Pereira &

Lima, 2008).

Entretanto, o desenvolvimento sustentável é um tema ainda emergente e com diversas

controvérsias. Ele pode ser considerado uma evolução do conceito de ecodesenvolvimento,

mas alguns autores discordam e apontam diferenças. É o caso de Layrargues (1997) que cita

que o desenvolvimento sustentável não visa à redução do consumo como faz o

ecodesenvolvimento. Sendo assim, o desenvolvimento de países pobres forçaria a exploração

em massa de recursos naturais para atender à demanda.

Por outro lado, como observado por Brown (2003), é necessário haver uma mudança de

comportamento na qual os recursos naturais seriam tratados como finitos e quando um recurso

começasse a dar sinais de queda na oferta, investimentos alternativos equilibrariam o

consumo e a oferta por tal bem. Com isso, o aumento do consumo não teria um efeito agressor

como supõe Layrargues (1997) em sua critica ao possível aumento de consumo presente no

cenário proposto pelo conceito de desenvolvimento sustentável.

Para Brown (2003), a realidade atual indica que se não acontecerem grandes mudanças,

as catástrofes irão destruir boa parte dos recursos naturais hoje disponíveis. Analisando as

consequências negativas desse alerta, o impacto preocupa as condições de sobrevivência

humana em longo prazo. Em curto prazo, a crise ambiental prejudica os economistas que

planejam um futuro econômico. A economia para sobreviver precisa que empresas possuam

recursos naturais no longo prazo, desenvolvendo os produtos e serviços demandados pela

população.

Apesar de o planeta estar dando sinais de que estamos vivendo uma crise ambiental,

ainda é muito difícil mudar a mentalidade dos investidores que é voltada à geração de

riquezas econômicas no curto prazo. No modelo de ecoeconomia proposto por Brown (2003),

a presença de ecólogos nos negócios é essencial para ajudar a reestruturar a economia,

disponibilizando informações técnicas necessárias para a conscientização da situação

ambiental mundial.

Para Brown (2003), em uma ecoeconomia, as principais mudanças seriam a

estabilização da população; a mudança na geração de energia proveniente do petróleo, carvão

e gás natural para a energia eólica, solar e geotérmica; a reestruturação do modelo linear de

descarte para um modelo cíclico de reutilização e reciclagem; mudanças nas práticas

agrícolas, respeitando o solo e dando fim ao desmatamento que ocorre na produção de

alimentos.

Por fim, a ideia central da ecoeconomia é a reestruturação econômica alinhada aos

princípios ecológicos promovendo mudanças reais no tempo que ainda temos disponível

(Brown, 2003).

No caso do Brasil, o país tem grande potencial para se enquadrar em uma ecoeconomia,

como se verifica pela conclusão do Instituto Inovação (2003, p.08):

O Brasil, que possui imensas áreas de plantio agrícola, um grande potencial de geração

de energia através de fontes renováveis, uma rica bacia hidrográfica e a maior

biodiversidade do planeta, é um dos países melhor posicionados para explorar a

valorização das práticas ecologicamente corretas e internalizar a imagem “verde” em

seus produtos. Dessa maneira, o país poderá aumentar o volume de seus negócios com

o restante do mundo, atendendo às exigências regulatórias e dos próprios

consumidores, e garantindo assim, uma alternativa sustentável de geração de riqueza

para sua população (Instituto Inovação, 2003, p. 08).

2. Empreendedorismo Sustentável e Econegócios

Os impactos ao meio ambiente levantaram discussões sobre a responsabilidade

empresarial e sobre a real autoria dos desastres ambientais. Empresas preocupadas em

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manter a sua imagem e lucratividade acirraram suas disputas, vinculando estrategicamente

seu discurso empresarial aos conceitos ecológicos. O avanço do conhecimento das

questões ambientais e a valorização dos produtos ecologicamente corretos criaram um

cenário estimulante para o investimento em inovações como diferencial competitivo

(Boldrin; Boldrin, 2003).

Entretanto, para agir, o mercado produtor precisa passar por um processo árduo de

mudança e precisa se reinventar para acompanhar as exigências do consumidor. As

mudanças necessárias para atingir um modelo ideal de economia ambientalmente

sustentável envolvem a transformação de negócios, criação de novas indústrias,

reestruturação de fábricas e treinamento de profissionais (Brown, 2003).

Ao assumir a responsabilidade pelo meio ambiente e pela sociedade, as

organizações precisam arquitetar uma forma de atingir o “triple bottom line”, conforme

defende o sociólogo John Elkington (Valor econômico, 2008).

Muito se questiona, entretanto, sobre as atitudes e sobre o que fazer para se alcançar

outro cenário mundial. Fazer a mesma pergunta, mas sob uma nova ótica é uma forma de

ampliarmos nosso campo de ideias, nossa busca por inovações “verdes” que sejam

realmente eficientes (Gouveia & Righetti, 2009).

As novas tecnologias e o estudo do que pode ser feito é só o primeiro passo para a

evolução do mercado das inovações “verdes”. Como exemplo de empresas que estão se

diferenciando por estarem alinhadas com os princípios ecológicos, Maia e Vieira (2004)

sugerem a indústria Docol Metais Sanitários que trata a água utilizada no processo

produtivo antes de devolvê-la ao meio ambiente. Essa ação fez com que a empresa

ganhasse prêmios de reconhecimento que valorizaram a sua marca. Também podemos

destacar a empresa Deca S. A. que trabalha vantagens competitivas através de benefícios

ambientais ao produzir produtos que oferecem benefícios adicionais; empresas como a

Sony, com seu projeto Gestão Verde 2005; e a Natura, com a linha Natura Ekos.

Gouveia e Righettti (2009) destacam o Brasil e seu investimento no desenvolvimento

de energias limpas com a produção do etanol como exemplo de inovações verdes. Outro

exemplo dado por eles é na área de construção, com as habitações auto-sustentáveis, os

earthships, que utilizam 45% de materiais reciclados e não possuem um custo maior em

relação às construções comuns. Além disso, se tornam econômicas por reduzirem o valor

das contas de água e energia (Gouveia & Righetti, 2009).

Nesse contexto, surgem as inovações nos próprios modelos de negócio,

configurando o que a literatura começa a chamar de econegócios. Os econegócios são

definidos pelo Instituto inovação (2003, p. 08) como o “segmento de mercado que reúne

produtos e serviços que se propõem solucionar problemas ambientais ou que utilizem

métodos mais racionais de exploração dos recursos naturais para a produção de bens e

serviços” e se configuram em oportunidades de negócios para as empresas.

O Instituto Inovação (2003) sugeriu a divisão dos econegócios em três grupos:

ecoindústria, indústrias alternativas e indústrias ambientalmente responsáveis.

A ecoindústria seria composta de empresas interessadas em desenvolver produtos e

serviços em prol da despoluição do meio ambiente. Por exemplo, serviços de gestão e

tratamento de água e efluentes, gestão e recuperação de resíduos sólidos, descontaminação

do solo, despoluição do ar, redução da poluição sonora, recuperação de paisagens.

As indústrias alternativas comercializam produtos e serviços de baixo impacto

ambiental que são cada vez mais adotados pelos consumidores por possuir uma imagem

positiva e saudável. Por exemplo, as indústrias de energias renováveis, de materiais

alternativos, de construções verdes, de fito produtos e de alimentos orgânicos.

Um setor que almeje ser ambientalmente responsável precisa modificar os seus

processos ou aderir às inovações verdes para se adequar à responsabilidade ambiental, se

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tornando um comprador potencial de ecoindústria e da indústria alternativa. Como o

exemplo das indústrias de base, de bens de consumo, de instituições financeiras e de

créditos de carbono (Instituto Inovação, 2003).

Adicionalmente, Schaltegger (2002) identificou duas definições de econegócios. A

primeira se volta a empresas start-up inovadoras fornecendo produtos e serviços

ambientais. A outra inclui empresas estabelecidas que entendem o ecoempreendedorismo

como uma forma inovadora de fazer negócios, orientada ao mercado e com o objetivo de

criar valor por meio de produtos ambientais inovadores.

Brunelli e Cohen (2012) identificam, a partir da revisão do trabalho de diversos

autores, que o empreendedorismo ambiental é único porque as oportunidades para

empreender advêm justamente da existência da degradação da natureza. Ou seja, as falhas

de mercado originam problemas ambientais e, simultaneamente, criam oportunidades

lucrativas para empreendedores com capacidade e disposição para descobri-las

(Thompson, Kiefer & Young 2011; Cohen e Winn, 2007; Dean and McMullen’s, 2007).

Um número considerável de autores inclui o empreendedorismo ambiental, motor

dos econegócios, como pertencente ao domínio da sustentabilidade (Dixon e Clifford,

2007; Walley e Taylor, 2002; Holt, 2010). Isso em razão da aposta de que são esses

negócios que podem, em última instância, transformar radicalmente os setores de negócios

social e eticamente (Gibbs, 2007; Isask, 2002). É nesse sentido que pode-se perceber o

quanto o tema dos econegócios está relacionado com os conceitos de eco-inovação, eco-

comprometimento e eco-oportunidade (Kainrath, 2009).

3. Econegócios no Ecoturismo

Borges (2011), conforme ilustra o Quadro 1, classifica os econegócios em quatro

categorias: 1- Turismo e lazer na natureza; 2- Produtos ecoeficientes; 3- Agricultura

orgânica e extrativismo; 4- Reciclagem e reutilização. Os produtos ecoeficientes visam à

redução dos danos que os bens de consumo causam ao meio ambiente. O turismo e lazer

na natureza abrange as atividades que possuem a necessidade de um ambiente natural para

a sua execução. A agricultura orgânica e extrativismo são opções que levam a população a

uma vida alimentar mais saudável e a preservação das florestas. A reciclagem e

reutilização aumentam o ciclo de uso dos produtos, que deixam de se tornarem resíduos e

se transformam em matéria prima para um novo produto.

Categorias Exemplo

Produtos ecoeficientes

Produtos mais eficientes energicamente ou com

baixo impacto ambiental, como a fabricação e a

instalação de equipamentos de energia solar e de

recuperadores de calor, produção de móveis de

bambu e construção de casas ecológicas.

Turismo e lazer na naturezaViagens, atividades, atrativos e pousadas em

ambientes naturais.

Produção de alimentos orgânicos, restaurante

vegetariano, extrativismo de produtos florestais,

como

a castanha, ervas ou a madeira.

Reutilização de garrafas pet ou reciclagem de

lâmpadas.

Categorias de negócios ambientais

Agricultura orgânica e extrativismo

Reciclagem e reutilização

Quadro 1 - Categorias de negócios ambientais.

Fonte: Borges (2011)

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O primeiro segmento explorado no mapeamento proposto pela pesquisa maior, da qual

este relatório é parte integrante, é o de turismo e lazer na natureza ou ecoturismo. Borges

(2011) considera como turismo e lazer na natureza todas as “Viagens, atividades, atrativos e

pousadas em ambientes naturais”. Ruschmann (1997), por sua vez, observa a relação do

desenvolvimento e da sustentabilidade no setor de turismo utilizando o conceito do World

Commission on Environment and Development (1987) de que o desenvolvimento sustentável

do turismo é “aquele que atende às necessidades dos turistas atuais, sem comprometer a

possibilidade do usufruto dos recursos pelas gerações futuras”. O conceito mais utilizado para

o ecoturismo no Brasil é definido pela EMBRATUR (2005, p.29):

“segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural

e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência

ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem estar das

populações envolvidas.” (EMBRATUR, 2005, p.29)

Salvati (2002) alerta para as diferenças entre o turismo em áreas naturais e o

ecoturismo. O ecoturismo possui um compromisso de utilizar o meio ambiente com

consciência e provocando o mínimo impacto possível. O autor levanta uma questão

importante para o segmento, de que o turismo em áreas naturais possui uma grande demanda

que busca primordialmente uma atividade ao ar livre sem se preocupar com a questão

ambiental. Em contrapartida a esse dado, informações mais recentes da PNUMA (2011)

demonstram uma mudança desse comportamento irresponsável, declarando que o ecoturismo

cresce mundialmente cerca de 34% ao ano e três vezes mais do que o turismo convencional. O

aumento da procura por ecoturismo aliado ao compromisso das empresas de oferecer um

ecoturismo dentro das diretrizes necessárias para a sua execução irá se configurar na busca

por um desenvolvimento ecoturístico sustentável, gerando, como conclui o PNUMA (2011),

atividades com poucos danos ao meio ambiente, o desenvolvimento de economias locais e a

redução da pobreza.

Uma empresa que se propõe realizar a sua atividade de turismo alinhada às diretrizes do

desenvolvimento sustentável, deve estar ciente do que representa os conceitos abordados de

turismo na natureza e seu desenvolvimento. A peça fundamental para o desenvolvimento de

um econegócio na área de ecoturismo é o planejamento (Ruschmann, 1997). A atividade

turística deve estar em sintonia com o meio ambiente em que se propõe trabalhar, os recursos

físicos, sociais e culturais da região devem proporcionar um meio do negócio se desenvolver

sem que o mesmo destrua a sua origem (Ruschmann, 1997).

Atualmente, o mercado de ecoturismo está passando por mudanças que pressionam as

organizações do ramo a inovarem para sobreviver aos impactos das transformações

(Ruschmann, 1997). Segundo Ruschmann (1997), as inovações não devem ser restritas ao

marketing ou ao produto, deve-se inovar desde o planejamento do negócio, elaborando

estratégias que garantirão o sucesso do ecoturismo da concepção a maturidade, pensando em

todos os estágios do ciclo de vida do negócio.

As empresas de turismo que se adequarem a conservação do meio ambiente se

destacarão da concorrência. Isso ocorre, pois os consumidores estão sendo cada vez mais

impactados pelos acidentes naturais e percebem com mais intensidade os efeitos que as

empresas e ele próprio estão causando nos ambientes naturais (Ruschmann, 1997). Além

disso, Ruschmann (1997) reforça que o custo acrescido ao ecoturismo pode ser repassado ao

preço das viagens e passeios sem perdas de lucratividade, pois o cliente arca com essas

despesas sem resistência ao perceber o valor que sua atitude traz ao meio em que está

inserido. É importante ressaltar que o consumidor que busca o ecoturismo tem grande

motivação na preservação do meio em que realizará a atividade, sendo este um fator crítico

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que deve ser respeitado para o sucesso das empresas que ofertam atividades ecoturísticas (Urt

& Bassinello, 2010).

Algumas atitudes em prol do turismo sustentável podem ser incorporadas como

indicadores das empresas que desejam medir o quanto contribuem para o ecoturismo. Nesse

sentido, Ruschmann (1997) destaca as seguintes ações:

Informar os vendedores das agencias sobre os produtos oferecidos;

Utilizar transportes coletivos (ônibus/trem) para diminuir problemas de barulho, de estacionamento e de acidentes;

Organizar serviço de ônibus nas destinações, utilizando os meios de transporte da localidade, ou de bicicletas, a fim de que os automóveis

permaneçam nos hotéis;

Indicar hotéis mais calmos e mais distantes das rodovias ou das estradas

locais, dando preferência àqueles de pequeno porte, porém confortáveis;

Dar preferência a gerentes, administradores e funcionários dos serviços turísticos originários da localidade que, conhecendo a área, poderão fornecer

informações confiáveis aos turistas;

Verificar se os meios de hospedagem indicados agem de forma a proteger o meio ambiente, tais como reciclagem do lixo, sistemas de tratamento de

esgotos etc;

Servir pratos típicos regionais;

Estimular os turistas a conhecer os habitantes da região, seus modos de vida, suas atividades profissionais (agricultura, artesanato etc) e oferecer

oportunidade para isso;

Oferecer cursos de fotografia, pintura, leitura da paisagem etc., para que os turistas possam retornar a suas casas com uma experiência significativa do

país;

Capacitar os funcionários dos serviços turísticos em idiomas estrangeiros, a fim de melhor atender clientes de outros países;

Prestar atenção aos desejos, às necessidades, às queixas e aos problemas turísticos, hoteleiros, comunidades e órgãos públicos do setor já que,

geralmente, o turismo de natureza proporciona um contato maior com

prestadores de serviços e turistas (Ruschmann, 1997).

A ABNT (2006), no sentido de normalizar as atividades turísticas, criou a norma

ABNT NBR 15401:2006 que estabelece critérios para as empresas que possuam interesse de

se enquadrar no segmento de ecoturismo. Apesar de a norma ser relacionada diretamente ao

setor de meios de hospedagem, ela traz informações sobre os princípios sustentáveis, como

podemos observar no Quadro 2.

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Respeitar a legislação vigenteO turismo deve respeitar a legislação vigente em todos os níveis no país e as

convenções internacionais de que o país é signatário.

Garantir os direitos das

populações locais

O turismo deve buscar e promover mecanismos e ações de responsabilidade social,

ambiental e de eqüidade econômica, inclusive a defesa dos direitos humanos e de

uso da terra, mantendo ou ampliando, a médio e longo prazos, a dignidade dos

trabalhadores e comunidades envolvidas.

Princípios do turismo sustentável (ABNT)

Conservar o ambiente natural

e sua biodiversidade

Em todas as fases de implantação e operação, o turismo deve adotar práticas de

mínimo impacto sobre o ambiente natural, monitorando e mitigando efetivamente os

impactos, de forma a contribuir para a manutenção das dinâmicas e processos

naturais em seus aspectos paisagísticos, físicos e biológicos, considerando o

contexto social e econômico existente.

Considerar o patrimônio

cultural e valores locais

O turismo deve reconhecer e respeitar o patrimônio histórico-cultural das regiões e

localidades receptoras e ser planejado, implementado e gerenciado em harmonia

com as tradições e valores culturais, colaborando para seu desenvolvimento.

Estimular o desenvolvimento

social e econômico dos

destinos turísticos

O turismo deve contribuir para o fortalecimento das economias locais, a qualificação

das pessoas, a geração crescente de trabalho, emprego e renda e o fomento da

capacidade local de desenvolver empreendimentos turísticos.

Garantir a qualidade dos

produtos, processos e

atitudes

O turismo deve avaliar a satisfação do turista e verificar a adoção de padrões de

higiene, segurança, informação, educação ambiental e atendimento estabelecidos,

documentados, divulgados e reconhecidos.

Estabelecer o planejamento e

a gestão responsáveis

O turismo deve estabelecer procedimentos éticos de negócio, visando engajar a

responsabilidade social, econômica e ambiental de todos os integrantes da

fornecedores e turistas, em assuntos de sustentabilidade, desde a elaboração de sua

missão, objetivos,atividade, incrementando o comprometimento do seu pessoal,

estratégias, metas, planos e processos de gestão. Quadro 2 - Princípios do turismo sustentável.

Fonte: ABNT (2006)

Esses princípios podem ser adotados como metas para as empresas de ecoturismo e as

ações dentro desses parâmetros que já são realizadas podem ser divulgadas favorecendo a

propagação da atitude proativa do seu negócio. Nesse estudo quando as atividades

ecoturísticas são referidas, está sendo considerada a classificação de Salvati (2002). Os títulos

das 16 atividades ecoturísticas consideradas nesse estudo encontram-se no Quadro 3.

Atividades Ecoturísticas

1. Acampamento (Camping) 9. Montanhismo

2. Asa delta, pára-quedismo, para-pente,

paraglyder e balonismo

10. Observação astronômica

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3. Bóia-cross (Acquaraid) 11. Observação da fauna, flora, safári

fotográfico

4. Caminhadas e travessias (Hikking /

Trekking)

12. Observação de pássaros

(Birdwatching)

5. Cannyoning e cachoeirismo

(Cascading)

13. Passeio equestre, enduro equestre

6. Canoagem (Canoeing, cayaking) e

rafting

14. Pesca amadora e esportiva

7. Ciclismo e mountain biking 15. Visita em cavernas, espeleomergulho

8. Mergulho livre e autônomo (Diving) e

flutuação (Snorkerling)

16. Visitas às comunidades locais e

tradicionais, city tour. Quadro 3 – Atividades Ecoturísticas.

Fonte: Salvati (2002)

Para finalizar, os econegócios no segmento de ecoturismo apresentam oportunidades de

negócios e de crescimento (PNUMA, 2011) assim como diretrizes definidas para fundamentar

as ações de empresas interessadas em atuar no segmento (ABNT, 2006).

Metodologia

Esta pesquisa teve caráter exploratório, considerando que o tema abordado é emergente

e há poucas informações consolidadas. A estratégia inicial foi realizar uma pesquisa

bibliográfica (livros, artigos de jornais e revistas, etc.) e uma pesquisa telematizada de

organizações e empresas que lidam com o tema. Os dados coletados na pesquisa bibliográfica

e na pesquisa telematizada foram sistematizados em uma base de dados de conceitos

relacionados aos econegócios e em uma base de dados de empresas do ramo de ecoturismo.

Os dados quantitativos e qualitativos levantados foram tratados e analisados utilizando-se

técnicas estatísticas univariadas e análise de conteúdo.

Resultados

No Brasil, o turismo corresponde a 3,6% do PIB e obteve um faturamento de R$ 127

bilhões no ano de 2011 (Ministério do Turismo, 2012). Segundo a Secretaria de Turismo

(2011), o estado do Rio de Janeiro é o maior impulsionador do turismo no país sendo o

destino de 31% dos 5,4 milhões de estrangeiros que visitaram o país até o fim do ano de 2011.

A cidade do Rio de Janeiro desponta com o aumento no número de visitantes no ano de 2012,

se tornando a primeira no ranking mundial de recepção de visitantes internacionais

(MasterCard, 2012).

No segmento do ecoturismo brasileiro, a EMBRATUR (2005) calcula que o

crescimento está a uma taxa média de 10% a 15% ao ano. Outro ponto positivo que a

EMBRATUR (2005) levanta são as riquezas naturais brasileiras, que favorecem o segmento

oferecendo condições necessárias para a realização das atividades ecoturísticas.

Todavia o ecoturismo é confundido com o turismo convencional ou de aventura, o que

prejudica o planejamento e a execução de um serviço de qualidade dentro dos padrões de cada

segmento (Urt & Bassinello, 2010). O perfil do consumidor de ecoturismo também se difere

dos consumidores do turismo convencional ou de aventura, assim as empresas que não

ofertam atividades de acordo com o segmento do seu negócio correm o risco de perder a

credibilidade e as oportunidades do mercado (Urt & Bassinello, 2010).

Os resultados desse estudo preliminar sobre ecoturismo no estado do Rio de Janeiro

emergiu da análise das bases da pesquisa bibliográfica e da pesquisa telematizada realizadas.

Uma base de dados com empresas atuantes no segmento de ecoturismo foi criada, tendo sido

encontradas100 empresas localizadas no estado do Rio de Janeiro.

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A base de dados com o levantamento das 100 empresas de ecoturismo do estado do Rio

de Janeiro foi tratada de acordo com a descrição dada por Salvati (2002) para cada um dos 16

tópicos listados no Quadro 3. As atividades oferecidas nas empresas identificadas que não

estavam em concordância com essa classificação foram eliminadas da análise desse estudo.

Das empresas identificadas, é possível perceber, conforme ilustra o Gráfico 1, que a

cidade Rio de Janeiro liderou com 42% das empresas atuando em seu território, seguido de

Paraty com 13%, Búzios com 13%, Angra dos reis com 7% e Arraial do Cabo com 5%. As

demais cidades acumularam 20% do total de empresas de ecoturismo desse estado.

Gráfico 1 - Distribuição geográfica das empresas de ecoturismo do estado do Rio de Janeiro (em %)

Fonte: Dados da pesquisa

A grande maioria das empresas de ecoturismo oferece mais de uma atividade. É

possível observar que 38% das empresas oferecem uma só atividade, 39% oferecem de duas a

quatro atividades e 23% das empresas oferecem de cinco a oito atividades. Grande parte

dessas empresas realizam convênios para oferecerem atividades diversas, conforme foi

observado no decorrer da pesquisa devido ao número elevado de parceiros e apoiadores nas

empresas. Utilizando como base os tipos de atividades ecoturísticas apresentadas no Quadro

3 deste relatório, o Gráfico 2 busca representar a quantidade de atividades oferecidas pelas

empresas identificadas no presente estudo.

Gráfico 2 – Número de atividades de ecoturismo oferecidas por uma mesma empresa (em %)

O Gráfico 3 representa as atividades mais oferecidas pelas empresas de ecoturismo do

estado do Rio de Janeiro identificadas por essa pesquisa. A observação da fauna, flora e safári

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fotográfico aparecem na liderança com 18% do total. É importante ressaltar que as atividades

desse grupo podem ser realizadas tanto em terra, água ou ar e que existe a necessidade de

guias especializados no ambiente de visitação (Salvati, 2002). Em segundo lugar, encontra-se

mergulho livre e autônomo e flutuação e em terceiro as visitas às comunidades locais e

tradicionais também conhecidas como city tour.

Gráfico 3 – Atividades mais oferecidas pelas empresas de ecoturismo do Rio de janeiro (em %)

Fonte: dados da pesquisa

No Gráfico 1, observamos que as cidades Rio de Janeiro, Paraty, Búzios, Angra dos

Reis e Arraial do Cabo se destacam nesse estudo por possuírem uma maior participação no

ecoturismo do estado do Rio de Janeiro. Nos Gráficos 4, 5, 6, 7 e 8, foram analisados quais

são as atividades que se destacam em cada uma dessas cidades, a fim de conhecer melhor a

oferta desses pólos turísticos. Na cidade do Rio de Janeiro, as atividades que mais se

destacaram foram as caminhadas e travessias com 16%, o montanhismo com 16%, o

mergulho livre e autônomo e a flutuação com 14% e as visitas às comunidades locais e

tradicionais com 14%.

Gráfico 4 – Atividades mais praticadas na cidade Rio de Janeiro (em %)

Fonte: dados da pesquisa

Na cidade de Paraty, as atividades mais ofertadas foram a observação da fauna, flora e

safári fotográfico compreendendo 22% das atividades totais, o mergulho o livre e autônomo e

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a flutuação com 17%, a canoagem e rafting com 17%, as visitas às comunidades locais e

tradicionais com 11% e o passeio equestre e enduro equestre com 11%.

Gráfico 5 – Atividades mais praticadas na cidade Paraty (em %)

Fonte: dados da pesquisa

Na cidade de Armação de Búzios, a observação da fauna, flora e safári fotográfico

correspondeu a 33% das atividades totais, as visitas às comunidades locais e tradicionais

ficaram com 11% da fatia de mercado e o mergulho o livre e autônomo e a flutuação com

17%.

Gráfico 6 – Atividades mais praticadas na cidade Armação de Búzios (em %)

Fonte: Dados da pesquisa

Na cidade de Angra dos Reis, as caminhadas e travessias ficaram em primeiro lugar

com 25% das atividades ofertadas. A canoagem e rafting também possuem 25% da oferta e a

observação da fauna, flora e safári fotográfico ficou em terceiro lugar com 20%.

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Gráfico 7 – Atividades mais praticadas na cidade Angra dos Reis (em %)

Fonte: dados da pesquisa.

No gráfico 7, é possível observar que das atividades mais praticadas na cidade de

Arraial do Cabo a que mais se destacou foi o mergulho livre e autônomo e a flutuação com

79%. A observação da fauna, flora e safári fotográfico ficou em segundo com 21%.

Gráfico 8 – Atividades mais praticadas na cidade Arraial do Cabo (em %)

Fonte: dados da pesquisa.

Os dados encontrados nesta pesquisa foram consolidados em um mapa, utilizando a

ferramenta Batchgeo, que segundo descrição do seu site (http://batchgeo.com/br/), é capaz de

criar mapas do Google sem a necessidade de codificação, utilizando as informações de

arquivos em Excel para gerar os mesmos. No mapa criado é possível visualizar os pólos de

ecoturismo no estado do Rio de Janeiro a partir das empresas identificadas por esta pesquisa.

No mesmo mapa fica visível a concentração das empresas na cidade do Rio de Janeiro e os

locais que são pouco explorados no ecoturismo, como Rio das Ostras, Macaé e Mangaratiba.

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Figura 1 – Mapa com as localizações das empresas de ecoturismo no estado do Rio de janeiro

Fonte: Batchgeo (2012)

Conclusões

A revisão bibliográfica buscou permitir uma maior compreensão do contexto em que se

encontra o ecoturismo no estado do Rio de Janeiro. Os conceitos identificados foram as

diretrizes que conduziram esse estudo.

O método de mapeamento contribuiu para uma análise das características dos negócios

ecoturísticos no Rio de Janeiro, o levantamento das empresas do segmento contribuiu com

informações que permitiram reconhecer as empresas de ecoturismo assim como verificar em

quais cidades as atividades ecoturísticas são mais ofertadas.

Na pesquisa bibliográfica observou-se que são grandes as oportunidades para as

empresas de ecoturismo que seguem as diretrizes do turismo ecológico. O consumidor é

abordado nesse estudo com um pressionador da mudança do mercado. Com o aumento do

número de ecoturistas, impulsionados pela propagação da necessidade do desenvolvimento

sustentável, estes podem vir a rejeitar empresas que não estão em concordância com os

princípios do turismo ecológico (Urt & Bassinello, 2010).

Nesta investigação, verificou-se que a cidade do Rio de Janeiro se destaca tanto na

presença das empresas quanto em número de atividades oferecidas. Essa informação é

importante para os novos empreendimentos, visto que estes devem considerar a oferta do

local em que atuará e qual é a motivação da demanda pretendida para que possam ter sucesso

em sua atuação (Urt & Bassinello, 2010). Nesse sentido, este estudo pode auxiliar aos

empreendedores com informações da oferta atual de atividades do segmento de ecoturismo no

estado do Rio de Janeiro.

Como mencionado inicialmente esse estudo visa o reconhecimento de oportunidades

de ecoturismo e poderá contribuir para a percepção da potencialidade desse segmento,

favorecendo os investimentos públicos e privados nessas empresas e segmentos, o que pode

estimular um maior desenvolvimento sustentável do Estado do Rio de Janeiro.

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16

Para o público em geral, a contribuição desse estudo foi a criação de um mapa dos

negócios ecoturísticos do Estado do Rio de janeiro, por meio da ferramenta Batchgeo que

disponibiliza as informações obtidas durante a pesquisa no formato de um mapa interativo,

facilitando a busca do consumidor que deseja realizar uma atividade de ecoturismo, da

empresa que deseja conhecer seus concorrentes e dos investidores que desejam analisar a

oferta de ecoturismo.

Por fim, concluímos que os econegócios identificados possuem grande potencial de

mercado, mas ainda não são explorados devidamente no Brasil (IDHEA, 2006). Os resultados

encontrados nessa etapa visaram servir de base para a finalização de um estudo maior, que

contará com dados qualitativos e quantitativos para a análise do potencial de todo o segmento

de econegócios e como estes podem contribuir para o alcance da sustentabilidade no estado

do Rio de Janeiro.

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