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Associao de Ensino de Ribeiro Preto- UNAERPBacharelado em Cincias Sociais e Jurdicas Aplicadas

RESENHA DA OBRA O PRINCIPE N. MAQUIAVEL

Andra Oliveira Camargo - Ra. 758921Turma: 3 semestre sala 8C

Guaruj 2014A presente obra O Prncipe de Nicolau Maquiavel canoniza algumas de suas ideias postas e polemicas de como encarar o ser humano, exercendo o poder acima da tica na qual o nico objetivo maior era de como perdurar no poder de forma licita e ilcita em pleno perodo da Idade Mdia.Nicol di Bernado Dei Maquiavel, nasceu na Itlia na cidade de Florena na data de 3 de maio de 1.469, filho de um jurisconsulto e de uma poetisa. rfo aos seus 16 anos estando tutelado de sua me. Discpulo do literato Virgilio Adriani, na qual serviu a Corte de Cesar Brgio, governante inescrupuloso e enrgico, at os Medicis derrubarem a Republica no ano de 1.512, quando deposto e exilado. No ano de 1.510 retornou a Florena na qual exerceu funes poltico militares. No ano de 1.513, a obra era escrita e posteriormente; no ano de 1.527 com a reinstaurao da Republica, Nicol extinto da poltica. No dia 22 de junho de 1.527 ocorre o seu falecimento na cidade de Florena.O principal basilar de Nicol Maquiavel ao redigir o livro conduzir o novo dirigente da Itlia. Maquiavel fora Chanceler da Repblica e com experincia no governo, inspirou-se na histria de outros reinados objetivando que sua obra inspirasse e conduzisse o novo Prncipe da Itlia a um governo bem sucedido e impetuoso, j que por longos anos o pas fora o centro do mundo com o Imprio Romano e, nos tempos de Nicol, no havia o mesmo poderio e riqueza. A Itlia, no auge do Renascimento, estava dividida em principados de pequeno porte, fraca militarmente e politicamente.Segundo Nicol, em todos os Estados o poder exercido por meio de repblicas ou principados, sendo os principados so hereditrio ou estado novo anexado pelo Prncipe aos seus domnios. Os principados hereditrios apresentam menos dificuldades de governo que os novos, pois o povo j est acostumado com a soberania de uma linhagem. J os novos, os principados mistos, trazem como dificuldade a substituio do poder, em que uma nova autoridade nem sempre aceita.Neste ponto, Maquiavel ressalta a importncia do governante obter o apoio popular sem o qual no ter xito ao governar.Caso o Estado novo seja da mesma provncia e possua a mesma lngua, mais facilmente ser o submetido, sobretudo, por no estar acostumado com a liberdade. Nicol afirma uma verdade universal na qual as pessoas no gostam de mudanas, modificar hbitos e costumes tarefa difcil e requer tempo. Assim, se o prncipe conquista um Estado e tenta mudar seus costumes, corre o risco do povo revoltar-se contra ele, por isso, ele deve respeitar a cultura local, assim se manter no poder.A maior dificuldade est nas provncias com lnguas, costumes e leis diferentes, sendo providncia necessria que o Prncipe sobejar a habitar na provncia ou organize colnias como forma de diminuio da fora naquele povo. No gasta se muito com colnias, aqueles de quem os campos e a casa foram tomados, estando dispersos, relegados pobreza e no mais servindo de ameaa ao Prncipe. Aqueles a quem foram dadas as colnias no se rebelaram pelo bem que receberam e sim por medo de acontecer com eles a mesma realidade que aos antigos proprietrios.Vislumbramos nesta ocasio, a profundidade de Maquiavel e sua anlise da personalidade humana de como utiliza desse conhecimento para manipular a situao em favor dos governantes. As pessoas so egostas, estando em condies confortveis, no se revoltaram contra o Prncipe enquanto permanecerem neste status, ainda que outros a sua volta tornem a ser injustiados e desapropriados de seus bens.O Prncipe de uma provncia estrangeira deve liderar e defender seus vizinhos seja os mais fracos e procurar debilitar os mais poderosos. No h dificuldade para se conquistar um territrio onde, movidos pela inveja dos que possuam o poder, os habitantes menos poderosos apoiavam o invasor; porm, devia-se ter cautela para que estes no adquiram poder e autoridade em demasia.Continuamente os reinos foram governados de duas formas: por um prncipe e seus assistentes ou por um prncipe e vrios bares. Esses bares so ligados ao prncipe por laos de natural afeio. Podem abrir caminhos para um invasor tomar o poder, facilitando sua vitria, v-se assim que depois no bastar aniquilar apenas a famlia do prncipe, mas tambm os nobres que estaro sempre prontos a liderar novas revolues. Outro fator que elucida ainda mais o assunto so quando a memria dos prncipes que dominavam aquele Estado suprimida por intermdio da potncia e da durao do Imprio, estando mais fcil de domin-lo, havendo mais segurana para os novos prncipes. Deve-se, portanto, extinguir o sangue dos antigos senhores daquela provncia para que se possa govern-la com tranquilidade.A dominar um Estado acostumado com a liberdade e com suas prprias leis, h trs formas para conservar essas cidades ou principados dominados: Arruin-los, habita-ls nele ou aceitar que vivenciem com suas leis, arrecadando tributos e criando um governo de poucos que se conservem amigos. Mas, a garantia da posse mais segura induzir a provncia runa. Maquiavel ensina com isso que o Prncipe deve manter o povo ludibriado com a situao de que tudo est ocorrendo bem e de que o prncipe um bom feitor. Quando no for possvel dar essa impresso, a alternativa aniquil-los para que o poderio do monarca continue, pois caso contrrio, o povo se revoltar, derrubando-o do poder. Na veracidade, observa-se a atualidade desse pensamento de Maquiavel at nos dias atuais. Trata-se da ideia de alienao como forma de dominar as massas. A sociedade estruturada em manifestaes de poder e dominao, criadas em sistemas para que o povo permanea ignorante, alienado, inconsciente de sua condio, pois se ele adquirir conscincia poltica, capacidade de reflexo crtica; no se deixar de submeter e dominar, o povo tirar do poder qualquer governante.Assim, Maquiavel ensina que o monarca deve sempre procurar estar bem com o povo, pois tendo ele conscincia ou no, sempre a fora maior.Em relao aos que se tornam Prncipes pelo valor ou pela fortuna, estes a exemplo do Duque de Milo, devem assegurar-se contra os inimigos, conquistar amigos, vencer pela fora ou astcia, fazendo-se amado e temido pelo povo, seguido e respeitado pelos soldados, extinguir os que podem e devem ofender criar novas leis renovando as antigas instituies, ser severo e grato, magnnimo e liberal, acabar com a milcia infiel criando uma nova, manter amizades dos reis e dos Prncipes de forma que lhe sejam solcitos no benefcio e tementes de ofend-lo.Agora, os que alcanaram o principado pelo crime, (a crueldade sendo ao bem ou mal utilizada) so bem usados quando feita de uma s vez, sem nela ficar insistindo o prncipe, transformando o mais possvel em vantagem para os sditos. E classificado o mau uso, quando ao invs de extinguir a crueldade, ela cresce com o tempo.Maquiavel cita dois exemplos, o de Agtocles que aps traies e grande crueldade conseguiu se manter no poder por muito tempo, porque utilizou da crueldade uma s vez para galgar ao trono e depois no mais, passando a ser querido por seu povo. E, o de Oliverotto de Fermo que com crueldade chegou ao poder, e l se manteve cruel, o que fez com que pouco tempo ele fosse derrubado do poder e morto.O escritor ressalva em um trecho de sua obra cita a metfora da Raposa e do Leo para demonstrar como deve ser o Prncipe. Segundo o escritor, no basta que o prncipe seja forte como o leo, ele deve ter tambm os atributos da raposa, famosa pela esperteza e dissimulao.O Principado civil aquele em que o prncipe chega ao poder pelo favor de seus concidados ou pelo favor dos poderosos. Aquele escolhido pelo povo governa com maior presteza, contudo, antes manter a hostilidade do povo, pois este apenas poder abandon-lo, do que a hostilidade dos poderosos que podero atac-lo. Aquele que toma o principado mediante favor do seu povo deve subsistir como seu amigo, no o oprimindo, o que conquista o cargo contra a opinio popular. Deve se perpetrar o mximo para conquistar seu povo, protegendo-o, pois percebendo que o Prncipe um benfeitor o povo se torna fiel a mesmo. Os principados eclesisticos so aqueles sustentados pela rotina da religio, com institutos to fortes e de tal natureza que sustentam seus Prncipes no poder. Esses principados eclesisticos so os mais seguros e felizes em virtude do poder e fora da igreja catlica alcanada ao longo dos tempos, sobretudo, pela habilidade de papas como Alexandre VI, Jlio e papa Leo.Nos principados em geral necessrios meios ofensivos e defensivos com o uso de armas que podem ser prprias ou mercenrias, auxiliares ou mistas, todavia, as mercenrias e auxiliares so inteis e perigosas. Os mercenrios pensam em si e no que iro ganhar no no xito do Prncipe. A vitria obtida da fora e armas alheias no uma vitria genuna. J as foras auxiliares so sempre perigosas para os que delas se valem, pois se so vencidas, isto representa uma derrota; se vencem, aprisionam quem as utiliza. O melhor o prncipe ter seu prprio exrcito e suas prprias armas.A fora dos Estados examinada se o prncipe, em caso de ataque, pode reunir um exrcito suficiente forte e defender-se; ou se no, este no podendo combater, forado a refugiar-se no interior de seus muros, ficando na defensiva. Mas a fora do Estado est, sobretudo, no povo, pois se o mesmo estiver ao lado do Prncipe (mesmo que um dominador consiga tomar o lugar do Prncipe), no obter sucesso, pois o povo se levantar contra ele.O Prncipe deve dominar a arte da guerra, seu regulamento e disciplina, sendo a sua misso principal. Quem negligencia a arte da guerra, perde a considerao e o principal, o Estado. Muitos prncipes perderam seus Estados por se preocupar mais com os luxos da vida do que com as armas. A guerra deve ser a principal preocupao do Prncipe. Manter os soldados disciplinados e treinados e ler histrias dos pases e aes dos grandes homens, so deveres a serem sempre examinado pelo Soberano.Para ser louvado, um prncipe precisa ter prudncia para evitar escndalos provocados pelos vcios que poderiam abalar seu reinado, e procurar apresentar as qualidades desejadas como generosidade, avidez, misericrdia, coragem, entre outras qualificaes, ainda que no possua tais qualidades.Maquiavel capta que no vantajoso para o monarca possuir todas as virtudes que se aparenta ter em sua imagem pblica, pois assim no conseguir fazer o que deve ser feito para manter-se no poder.A liberalidade do monarca tambm deve estar apropriada, no se deve gastar todo seu tesouro, isso o levaria a impor pesados impostos ao povo, o que fatalmente levaria o povo a odi-lo. Os prncipes tem o encargo de preferir serem considerados clementes e no cruis, porm tem como o papel de saber usar essa clemncia, bem como a crueldade. Quando o objetivo manter o povo unido e leal, o Prncipe no deve se importar em ser tido por cruel, principalmente os prncipes novos no poder no podem fugir da reputao de cruel, pois estes estados so os mais perigosos. O ideal seria que o Prncipe fosse ao mesmo tempo amado e temido, mas no sendo possvel a juno dos dois, ento que seja temido.Em relao forma como os Prncipes devem manter a palavra, Maquiavel ensina que se espera de um monarca que cumpra sua palavra e viva com integridade e boa-f. Essa a incumbncia da imagem transmitida para o povo, mas nem sempre deve de fato agir com boa f, sobretudo, contra seus prprios interesses. Mnus aparentar ser grandioso, humano, ntegro e religioso, ainda que no seja.Maquiavel a esse ponto, reconhece que o ser humano incapaz de possuir todas as boas qualidades, e ensina a arte da diplomacia, evitando comportamentos que diminuam a credibilidade do Prncipe perante seu povo.Para evitar o desprezo e o dio, o Prncipe deve agradar o povo e no aborrecer os grandes, no injuriando algum de cujos servios se utilizam.Deve evitar ser considerado volvel, leviano, efeminado, pusilnime e irresoluto. Alando ao poder, deve armar seus sditos demonstrando confiana neles para que eles assim se tornem leais. Contudo, se o Estado foi adicionado ao seu, o Prncipe deve desarm-lo, com exceo dos habitantes que estavam ao seu lado na conquista. O poder militar do novo domnio deve ficar nas mos dos soldados que vieram do Estado antigo junto com o Prncipe. Quanto s fortalezas, a melhor delas a construda sobre a estima dos sditos, pois as fortificaes no salvaro um prncipe odiado pelo povo.Em suas aes, o Prncipe deve procurar atrair fama de grandeza e excelncia para que seja estimado pelo povo. Quando algum cidado fizer algo extraordinrio, bom ou ruim, o prncipe deve aplicar uma recompensa ou punio que seja amplamente comentada pelo povo. Havendo um vizinho em guerra, o Prncipe deve tomar uma posio clara, no estando neutro, pois se o Estado que ele arrimar vencer estabelecido um vnculo forte de amizade e gratido, e caso perca, este de qualquer forma o ajudar e proteger.Maquiavel aponta os caminhos da poltica externa, da importncia de se aliar aos pases vizinhos como forma de se fortalecer perante outras naes.Ensina tambm que um prncipe deve entreter o seu povo com festas e espetculos. No pode o Soberano se descuidar das pessoas que o cercam, devendo escolher bem os seus ministros. O bom ministro aquele que pensa primeiro no monarca e no em si prprio. Para assegurar a fidelidade desses ministros, deve-se honr-los e enriquec-los. Ressalte-se que o Prncipe deve ouvir os conselheiros, mas deve decidir sozinho, pois os bons conselhos nascem da prudncia do prncipe.Em suas decises o soberano deve ser claro e objetivo, mantendo, sempre que possvel sua palavra, pois quando um soberano alterno constantemente suas ideias, acaba por deixar o povo mais confuso, perdendo sua confiabilidade.Relata Maquiavel que os prncipes perderam seus principados na Itlia por serem indolentes, pois no pensavam em sua poca que os tempos poderiam transmutar e advindos os tempos adversos pensaram em fugir e no em se defender. O prncipe deve se adaptar as mudanas trazidas pelo decorrer do tempo e no manter comportamentos inalterados. Assim, mais capaz de prosperar se adaptando as mudanas.Em relao Itlia, a situao dela no momento em que literato descreve a obra O Prncipe era o momento ideal para que o prncipe demonstrasse seu valor, salvando-a, criando novas leis e regulamentos bem fundados que encerrassem sua grandeza e fora, organizando o exrcito para permanecer no poder.Maquiavel conclui sua obra dedicando-a ao novo Prncipe da Itlia, recomendando que permanea longo tempo no poder para libertar e fortalecer a Itlia.Bibliografia

NICOLAU, Maquiavel - "O Prncipe" 1.469-1.527, Editora Martin Claret (Brasil), 2012. So Paulo.