Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de...

45
Marcelo Henrique Meneses Fiuza A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA E DO PROFESSOR NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM Orientador Prof. Dr. Celso Sánchez Rio de Janeiro 2005

Transcript of Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de...

Page 1: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

Marcelo Henrique Meneses Fiuza

A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA E DO PROFESSOR NO

PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Orientador

Prof. Dr. Celso Sánchez

Rio de Janeiro

2005

Page 2: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

2

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS – GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE CAMPUS CENTRO – RJ

A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA E DO PROFESSOR NO

PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Apresentação de monografia a UCAM - Universidade Candido Mendes – Campus Centro/RJ - como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em

Psicopedagogia Institucional.

OBJETIVOS:

Estudar e analisar os processos envolvidos na relação

família, professor e aluno na aprendizagem. Desenvolver um

olhar crítico para as idéias que favorecem e defendem, que a

aprendizagem é um processo que envolve a participação da

família, professores e comunidade, tendo como base uma

educação funcional, políticas de incentivos, laços de

carinhos e boa vontade de todas as partes. Uma melhor

capacitação dos professores, assim como, relações

familiares sadias são os “pontos chaves” de uma educação

concreta e funcional, inerente aos dias de hoje.

Page 3: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

3

AGRADECIMENTOS

Aos meus alunos, as minhas grandes companheiras do curso: Sônia Teixeira e

Roberta Veran, a minha grande amiga Rosana de Freitas, aos amigos

companheiros e todos, que direta e indiretamente contribuíram para a

confecção desse trabalho.

Page 4: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

4

DEDICATÓRIA

Dedico essa monografia, a minha mãe Lúcia de Fátima, pelo esforço e

dedicação em minha jornada educacional. Aos grandes amigos Raphael

Chaves e Davis Juan, grandes incentivadores da realização e ao também

amigo, Fábio de Castro Verçoza que gentilmente fez a revisão desse trabalho

acadêmico.

Marcelo Fiuza

Page 5: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

5

RESUMO

São comuns as queixas de professores, alunos e familiares sobre a atual

situação das escolas brasileiras. É questionado, desde os currículos escolares

a relação professor - aluno.

Através da vivência como professor, nas conversas informais e pesquisa

com docentes dos níveis fundamental e médio, percebeu-se dois

questionamentos gerais:

• A família não participa.

• Não estamos preparados para determinados casos.

O que isso nos remete?

Dois caminhos: A má formação dos professores e a falta de zelo pela

família no processo educacional.

As famílias sofreram uma grande transformação em sua estrutura e

valores. O dia-a-dia corrido, deveres e correrias semanais tornam os pais

ausentes e negligentes nesse processo. Esse fato sobrecarrega os

professores, que além dos repasses e mediações de conhecimentos, atuam

agora no processo da formação cidadã de seus alunos, papel esse de

responsabilidade da família.

Os cursos de licenciatura não preparam para a nova demanda, o que

gera nos profissionais da educação: descontentamento, sobrecargas, déficits

de aprendizagem e traumas de alunos e professores.

Uma reformulação dos currículos dos cursos de formação de

professores, juntamente com a ação de profissionais especializados em

dificuldades de aprendizagem e uma reeducação familiar são as chaves para a

solução dos problemas de aprendizagem e de uma sadia relação entre os

entes do processo educacional: professores, alunos e familiares. E o fim do

jogo de repasses de responsabilidades, que hora culpa a família, professores,

políticas de incentivos, diretores, sistema e Projetos Políticos Pedagógicos.

Page 6: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

6

METODOLOGIA

Com o desencadear do curso de especialização em Psicopedagogia,

houve por parte de todos os acadêmicos uma necessidade de criação de

medidas que pudessem ser utilizadas, para melhorias em seus locais de

trabalho, fazendo desses, laboratórios práticos dos conhecimentos adquiridos

no curso.

Surge a idéia de desenvolver um trabalho lúdico sobre a tríade do

aprendizado: Educador, Educando e Família.

Após o levantamento dos tópicos deste ensaio, houve a necessidade de

criar possibilidades para a realização de uma pesquisa detalhada, coerente à

vida do educador e principalmente, elucidativa para os problemas familiares

sofridas pelos educandos.

O primeiro passo foi o levantamento dos problemas mais freqüentes nas

escolas1, que forneciam o ensino fundamental. Tal pesquisa foi feita através de

conversas informais com os docentes, leitura de atas, análises de COCs2 e

reuniões com os pais. Após essa coleta de dados, foi elaborado um quadro de

reclamações e sugestões3, que após um processo de triagem, chegou-se a um

problema-chave: O processo educacional positivo é dado pela associação de

uma família presente e ação de profissionais de educação com boa formação?

O segundo foi formular uma cadeia de idéias, que viesse estabelecer uma

relação entre tópicos teóricos, práticas e possíveis intervenções. Para isso

houve uma procura por pensadores e educadores de renome, que tenham

realizado ensaios, publicações, depoimentos e artigos sobre os assuntos

levantados. Tais informações foram pareadas com teorias em diversas áreas,

como: Pedagogia, Psicologia, Sociologia e Psicopedagogia.

1. Para delimitar a pesquisa foram escolhidas as escolas que fornecem os segmentos médio

e fundamental, da rede particular de ensino. 2. Conselhos de Classe. 3. Os dados da pesquisa estão disponíveis nos anexos, no final desse ensaio.

Page 7: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO pág. 09

CÁPITULO I - A Visão da sociedade sobre o sucesso da aprendizagem

pág. 11

CAPITULO II - Fatores prioritários para o desenvolvimento da capacidade de

aprender pág. 19

CAPITULO III – Aprendizagem em um novo foco para os cursos de formação

de professores pág. 21

CAPITULO IV - A Teoria do Vínculo pág. 27

CAPITULO V - Dificuldade de aprendizagem: Alertas externos e internos da

falta ou excesso do vínculo familiar. pág. 26

CAPITULO VI - Psicopedagogia Sistêmica e abordagem psicopedagógica

pág. 31

CONCLUSÃO pág. 34

ANEXOS pág. 36

FOLHA DE AVALIAÇÃO pág. 41

BIBLIOGRAFIA pág. 42

ÍNDICE pág. 44

Page 8: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

8

Introdução

O fracasso escolar é hoje um grande problema para o sistema

educacional. Muitas vezes, para se livrar da responsabilidade deste déficit,

busca-se um culpado. Alguém que possa assumir sozinho esta situação. Esta

monografia acadêmica vem questionar esta atitude e propõe discutir o fracasso

escolar a partir da importância da família e do professor no processo de

aprendizagem e a atual necessidade de uma reestruturação da escola, assim

como um novo currículo para os cursos de licenciatura. A partir disso, procura-

se pensar no papel do psicopedagogo com relação aos problemas escolares. A

atuação deste profissional pode servir tanto para determinar “o culpado” que se

procura, ou seja, diagnosticar patologias do aprendente, quanto para ampliar

este foco, buscando outras variáveis que influenciam no processo de

aprendizagem.

O déficit na aprendizagem aparece hoje entre os problemas de nosso

sistema educacional mais estudados e discutidos. Porém, o que ocorre muitas

vezes é a busca pelos culpados de tal problema e, a partir daí, percebe-se um

jogo onde ora se culpa a criança, ora a família, ora uma determinada classe

social, ora todo um sistema econômico, político e social. Mas será que existe

mesmo um culpado para a não - aprendizagem? Se a aprendizagem acontece

em um vínculo, se ela é um processo que ocorre entre subjetividades, nunca

uma única pessoa pode ser culpada. Alicia Fernández nos lembra que “a culpa,

o considerar-se culpado, em geral, está no nível imaginário” (FERNANDEZ,

1994) e coloca que o contrário da culpa é a responsabilidade. Para ser

responsável por seus atos, é necessário poder sair do lugar da culpa.

Não pretendo aqui, portanto, expurgar a responsabilidade de um

fracasso escolar. O propósito é discuti-lo como um elemento resultante da

integração de várias “forças” que englobam o espaço institucional (a escola), o

Page 9: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

9

espaço das relações (vínculos do ensinante e aprendente), a família e a

sociedade em geral.

Este ensaio pretende mostrar a importância do vínculo entre professor,

família e aluno. O resgate de uma educação funcional voltada para a inserção

social, a valorização dos vínculos afetivos, a importância da família e a sua

ação no sucesso escolar, assim como uma reestruração nos cursos de

licenciatura, para suporte dos resgates pretendidos e a importância do

psicopedagogo nesse processo,

Page 10: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

10

CÁPITULO I

A visão da sociedade sobre o sucesso da

aprendizagem

Quando se fala em fracasso, supõe-se algo que deveria ser atingido. Ele

é definido por um mau êxito, uma ruína. Porém mau êxito em quê? De acordo

com que parâmetro? O que a nossa sociedade atual define como sucesso? Daí

a necessidade de analisar o fracasso escolar de forma mais ampla,

considerando-o como peça resultante de muitas variáveis.

A sociedade busca cada vez mais o êxito profissional, a competência a

qualquer custo e a escola também segue esta concepção. Aqueles que não

conseguem responder às exigências da instituição podem sofrer com um

problema de aprendizagem. A busca incansável e imediata pela perfeição leva

à rotulação daqueles que não se encaixam nos parâmetros impostos.

Assim, torna-se comum o surgimento em todas instituições educativas

de crianças problemas, de “crianças fracassadas”, disléxicas, hiper-ativas,

agressivas, etc. Esses problemas tornam-se parte da identidade da criança.

Perde-se o sujeito, ele passa a ser sua dificuldade. Desta forma, ao passar

pelo portão da escola, a criança assume o papel que lhe foi atribuído e tende a

correspondê-lo. Porém, ao conceder este rótulo à criança, não se observa em

quais circunstâncias ela apresenta tais dificuldades (ele está assim e não é

assim). Isso não é apenas uma diferença terminológica, ela revela uma

possibilidade de mudança.

A sociedade do êxito educa e domestica. Seus valores, mitos relativos à

aprendizagem muitas vezes levam muitos ao fracasso. Em nosso sistema

Page 11: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

11

educacional, o conhecimento é considerado conteúdo, uma informação a ser

transmitida. As atividades visam a assimilação da realidade e não possibilitam

o processo de autoria do pensamento tão valorizada por Alicia Fernandez. Ela

define como autoria “o processo e o ato de produção de sentidos e de

reconhecimento de si mesmo como protagonista ou participante de tal

produção” (Fernandez, 2001). Este caráter informativo da educação se

manifesta até mesmo nos livros didáticos, nos quais o aprendente é levado a

memorizar conteúdos e não a pensá-los, não ocorrendo de fato uma

aprendizagem.

É preciso distinguir aquilo que é próprio da criança, em termos de

dificuldades, daquilo que ela reflete em termos do sistema em que se insere.

Ao ensinar em turmas de 3o. do ensino médio, percebo a preocupação

pelos tópicos e dicas que porventura, possam cair nos exames de vestibular. O

que esse fato nos remete? Será que todos os conteúdos assimilados pelas

crianças servem apenas como passaporte para o ensino superior, ou servem

para a formação do cidadão e cultura pessoal e com isso, a inserção do

educando no mundo competitivo atual? Ou até mesmo, se pensarmos nas

fases epistemológicas de Piaget, os conteúdos servem para serem conflitados

e com isso a assimilação e acomodação de conhecimentos para ai sim, o

aprimoramento e construção dos saberes acadêmicos.

Vivemos num país globalizado, onde a graduação não mais é sinônimo

de sucesso profissional e certeza de ganhos financeiros. Os concursos

públicos são cada vez mais procurados e competitivos, nessas seleções não

são avaliadas a carga cultural do concursando e sim, a quantidade de

informações decoradas por ele. Logo, qual é a verdadeira finalidade dos cursos

de ensino fundamental e médio? É preparar um cidadão consciente ou um

dicionário ambulante? O que vale mais: a técnica ou a teoria? Se os segmentos

de ensino básico são iguais em qualquer estabelecimento de ensino, por que a

necessidade de cursos pré-vestibulares?

Page 12: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

12

Em resumo, seja qual for a resposta das questões anteriores, o

necessário é preparar nossos alunos e filhos para o mundo competitivo cheio

de choques de valores e caminhos tortos. Para isso é necessária uma base

sólida onde a família, escola e docentes andem juntos e culminem em um

resultado: O desenvolvimento epistemológico do discente.

1.1 – A epistemologia genética de Piaget

Piaget defende que o desenvolvimento cognitivo é resultado de uma

maturação fisiológica, dividida em fases: Sensório-motor, pré-operatório,

operatório concreto e abstrato. Onde o ser epistemológico adquire informações

ao longo de seu ciclo-vital (assimilação). Através de choques de informações

(desequilibrarão), construímos nosso conhecimento (equilibração) pertinente e

formal (acomodação).

Este processo é vinculado à população, que nos remete, a idéia de que o

conhecimento é gerado pela associação das fases epistemológicas (descritas

acima) e o contato com outros seres da mesma espécie. Com isso, percebe-se

a necessidade da ajuda dos seres que fazem parte do ciclo familiar para

maturação cerebral e a ação do aprender. A importância dos pais nesse

processo é fundamental para o desenvolvimento cognitivo, já que o Homo

sapiens, possui como característica filogênica a total dependência dos

parentais nos primeiros anos de vida (alimentação, proteção, locomoção etc.).

Para Piaget o pensamento se constrói através da ação e, o

desenvolvimento infantil, se dá a partir das relações que possa a criança

estabelecer com o mundo, mediante a ação da família e o meio social, onde a

mesma está inserida.

Piaget afirma: “O aprendizado com os outros... O sujeito é construtivo...

Não sei agora, mas saberei depois” (Piaget, 1978).

Page 13: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

13

1.2 - Um relato sobre a atual situação da família brasileira

Quando se fala em “famílias possibilitadoras de aprendizagem” tem-se

uma tendência a excluir as famílias de classes baixas já que estas não podem

fornecer uma qualidade de vida satisfatória, uma alimentação adequada,

acesso a diversas formas de cultura (cinema, teatro, cursos, computador, etc).

Entretanto é possível a existência de facilitadores de autoria de pensamento

mesmo convivendo com carências econômicas.

Desde a Revolução Industrial o conceito de família vem sendo

modificado. Os papéis dos entes da chamada célula-máter da sociedade

modificam a cada década e com isso, a imagem da família perfeita dá entrada

a um retrato da situação sócio-econômico de nosso país.

Hoje, observamos famílias destituídas de seus componentes

importantes, de seus valores e de seu convívio. Com isso, temos a perda do

mais importante fator social: O amor à família e a vontade de construí-la.

É dessa forma que encontramos a infância sem família no Brasil.

Insatisfação dos pais que não possuem condições para criar os seus filhos.

Omissão das autoridades que poderiam e deveriam fazer mais e melhor.

Omissão de muitos dos agentes promotores da igualdade. E o pior das

omissões, o da sociedade que, fechada cada vez mais em guetos protetores de

suas superficialidades, cala na não realização de suas responsabilidades.

Felizmente isto não é uma verdade absoluta, apesar de ser ainda

maioria. A parcela da população infantil brasileira que vive privada de um

convívio familiar saudável, conta hoje com iniciativas das mais variadas frentes,

que lutam sem descanso, para lhes restituir esse direito. São autoridades

exercendo seus papéis e, em muitos casos, indo além deles. São especialistas

focando seus estudos e seus trabalhos para municiar a prática, são cidadãos

que se envolvem e desenvolvem trabalhos de apoio à vida em família. Para

Page 14: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

14

estes a vergonha seria não tentar. Podemos falar de crianças e de direito à

vida em família sem falar de família? Então, quem são estas famílias?

Toda família começa pela união de duas pessoas, nem sempre por

amor, às vezes por conveniência, mas ainda existem aqueles que planejam e

sonham em viverem juntas. Sem generalizações, hoje contamos com famílias

que possuem como chefes mães, pais, tias e avós. Os casamentos não são

duradouros, e é comum em uma única família terem filhos de pais diferentes.

Os pais trabalham diariamente, por isso deixam seus filhos nas mãos de

empregadas domésticas, que pelo ciclo, acabam deixando seus próprios filhos,

nas mãos de parentes ou até mesmo sozinhas. Isso quer dizer que alguns pais

deixam seus filhos nas mãos de outras mães, que para sustentar os seus,

abdicam da criação dos próprios em função da criação dos filhos de seus

patrões. Esse depósito diário dos deveres da criação dos filhos, além das

domésticas, é passado para outras pessoas e parentes, que pela luta pela

subsistência abdicam dessa obrigação e prazer.

A figura paterna se transformou em algo adicional até mesmo

irrelevante. Surgem então a influência dos estepes: padrastos, tios etc, o

mesmo acontecendo, por vezes, a figura da mãe.

A atenção dos pais, tão importante na formação do caráter, valores e

educação, fica reclusa a poucas horas noturnas e aos finais de semana. O zelo

pelos exercícios escolares, o relato da vida da criança, os medos e anseios do

surgimento “do descobrir” da vida, sociedade e sexualidade ficam

comprometidos, e os pais abrem espaços para a educação passada por

pessoas fora do ciclo familiar e/ou pela escola.

As condições de vida são por vezes deficientes, e a noção de um lar

confortável e feliz vai dando espaço a uma criação do “jeitinho brasileiro”:

Compra-se o que pode, tem-se o que é possível, valoriza-se o necessário e

denomina de fútil o que não pode comprar. Quando possível, os pais compram

Page 15: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

15

para seus filhos tudo o que pedem, na intenção de minimizar a falta de suas

presenças. Relevam atitudes erradas de seus filhos e omitem os seus erros.

Investem nas escolas na eminência dessas instituições resgatarem o zelo,

atenção, educação e formação cidadã, ações estas, negligenciadas pela vida

capitalista e de subsistência de seu cotidiano.

Um exemplo dessas mudanças bruscas que a família brasileira vem

sofrendo com o passar das décadas, e o quanto às referências mudaram, é a

nova versão do programa da Rede Globo do Sítio do pica-pau amarelo. Um

programa que fez parte da infância das crianças da década de 80, baseado na

obra de Monteiro Lobato. Hoje adaptada para a nova geração mostra, uma

visão de família e educação não mais existente em nosso país. A avó como

figura experiente, idosa, cheia de cuidados e carinhos com seus netos, que

vive na função diária de mimos, confecção de guloseimas, paciência para

contar e representar histórias da carochinha. Seus netos vivem de fantasiar

histórias, correm e brincam livremente por um mundo encantado onde só há

problemas em suas brincadeiras. A única mudança da nova versão do

programa, realmente condizente com a atual situação tecnológica, é o fato da

avó ter acesso à internet e os avanços de edição de imagens fazerem

verdadeiras mágicas para dar vida aos contos e aventuras da fábula.

Hoje as avós trabalham para ajudarem no sustento das casas, são mais

jovens, envelhecem sem qualidade de vida, e o pouco tempo que as restam,

descansam para mais dias de trabalho.

E as crianças de hoje? Lidam com jatos de informações, querem

brincadeiras rápidas, sem faz de conta. Acessam a internet, possuem Tv a

cabo e várias estações de rádio. Já não acreditam em papai-noel, tão pouco

em bonecas que falam. O que aconteceu com as nossas famílias e crianças?

Este é o pontapé inicial para uma avalanche de porquês e de seus

respectivos silêncios.

Page 16: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

16

1.3 – A família para Freud

Para Sigmund Freud, todos elaboram internamente um conjunto de

características perfeitas de ordem pessoal e social, que impossibilitados de

realizarem tais sonhos, repassam para a personalidade e postura dos possíveis

filhos. Esse pensamento, muito se assemelha a Teoria do Vínculo de Pichon-

Riviére, que será descrito no cáp.V. Tais teoria possuem como ponto principal

à transferência de desejos e valores dos pais para seus filhos.

Freud defende a idéia de um abismo entre os pais e seus filhos no decorrer

das relações parentais no crescimento da prole. Gerando dessa forma

conflitos, depósitos e frustrações na relação pais e filhos.

Uma família sólida e bem estruturada remete uma educação sadia e

propícia para o crescimento das crianças e sua inserção social.

1.4 – A relação social para Vygotsky

Segundo Vygotsky (1984), o desenvolvimento intelectual da criança é

resultante de sua relação com o mundo que, por sua vez, se compõe das

interações e fornece, por meio dessa interação, as condições para o

estabelecimento e desenvolvimento de todas as atividades do pensamento e

do processo de construção de aprendizagem. Esse autor, também aponta para

a necessidade das pessoas dialogarem, duvidarem, discutirem, compartilharem

e questionarem saberes onde há espaço de transformação para as diferenças,

para o erro, para as contradições, para a colaboração mútua e para a

criatividade. A família aparece como principal veículo para esse

desenvolvimento.

O Aluno deve possuir todos os fatores que favoreçam a capacidade do

aprender. É sabido, que tal processo, é resultado de fatores extrínsecos e

Page 17: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

17

intrínsecos, assim como biológicos e psicológicos. Saber apontá-los é o

primeiro passo para o sucesso escolar.

Page 18: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

18

CÁPITULO II

Fatores prioritários para o desenvolvimento da

capacidade de aprender

Muitos trabalhos e ensaios pedagógicos e psicopedagógicas foram feitos

sobre a temática do aprender e suas formas intrínsecas e extrínsecas na

execução desse processo.

Em uma visão prática desse processo e principais fatores no processo

cognitivos, podemos citar três fatores que influem no desenvolvimento da

capacidade do aprender:

• Primeiramente, a atitude de querer aprender. É preciso que a escola

desenvolva, no aluno, o aprendizado ontológico dos verbos querer e aprender,

de modo a motivar para conjugá-los assim: eu quero aprender.

Tal comportamento exigirá do aluno, de logo, uma série de atitudes

como interesse, motivação, atenção, compreensão, participação e expectativa

de aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser pessoa.

• O segundo fator diz respeito às competências e habilidades, no que

poderíamos chamar, simplesmente, de desenvolvimento de aptidões cognitivas

e procedimentais. Quem aprende a ser competente, desenvolve um interesse

especial de aprender. No entanto, só desenvolvemos a capacidade de

aprender quando aprendemos a pensar. Só pensamos bem quando

aprendemos métodos e técnicas de estudo. É este fator que garante, pois, a

capacidade de auto-aprendizagem do aluno.

• O terceiro fator refere-se à aprendizagem de conhecimentos ou

conteúdos. Para tanto, a construção de um currículo escolar, com disciplinas

atualizadas e bem planificadas, é fundamental para que o aluno desenvolva

sua compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da

tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade,

Page 19: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

19

conforme o que determina o artigo 32 da LDB - Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional Nº 9.394/96 (20/12/96).

Além dos pontos acima, é necessária a consciência da importância do meio

social, cultura e política de onde o aluno está inserido.

2.1 – Fatores sociais e biológicos da aprendizagem

• Filogênese – História de uma espécie. Limites e possibilidades para o

processo cognitivo (Anatômico e Fisiológico).

• Ontogênese – Desenvolvimento dos ser (individualismo). Ciclo-vital

(nascimento, crescimento, maturação, reprodução e morte).

• Sociogênese – História da cultura de onde o sujeito está inserido.

Cultura como alargador. Como cada cultura organiza suas

potencialidades.

• Microgênese – Cada fenômeno psicológico tem a sua própria história.

Esse fato determina o não determinismo biológico.

Esses fatores mostram que o meio social é de fundamental importância

para o processo do aprendizado. Desde cedo é importante que haja a

socialização das crianças com as normas, ética e leis da sociedade onde

elas estão inseridas. Entra nesse processo o trabalho e dedicação essencial

dos professores, diretores e família na demonstração e contextualização da

realidade e a necessidade dos conhecimentos adquiridos na

conscientização da verdadeira finalidade do aprender: “A modificação do

mundo onde estamos inseridos”.

Page 20: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

20

CÁPITULO III

Aprendizagem e um novo foco para os cursos de

formação de professores

O processo de aprendizagem é cercado pela seguinte dualidade: Um

dos entes com vontade de aprender (aprendente) e o outro, que queira ensinar

(ensinante). Dessa forma, podemos observar algumas lacunas que dificultam o

processo de aprendizado, tais como:

• Escolas sem a infra-estrutura mínima necessária à acomodação dos

alunos;

• Instituições de ensino com super lotações;

• Escolas sem professores;

• Estabelecimentos de ensino sem recursos necessários para o

seguimento das aulas: Laboratórios, bibliotecas, salas de vídeos, quadras

esportivas e etc;

• Professores sem a menor classificação docente;

• Currículos que fogem à realidade dos discentes;

• Projetos Políticos Pedagógicos que não atendem a demanda da

comunidade e profissionais da educação.

A outra extremidade dessa lacuna, se encontra a família, essa célula-

máter degradada pelos fatores já citados anteriormente, se torna ausente em

muitos casos fazendo com que o papel do professor fuja de sua real função, o

ensino acadêmico.

Por meio de pesquisas e vivências escolares minhas e de outros colegas

de profissão, pude recolher alguns dados da nova função dos docentes do

ensino médio e fundamental: Educação sexual, formação cidadã,

Page 21: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

21

aconselhamento emocional, orientação vocacional, análise e psicologia. Essas

várias ações, dentre outras que possivelmente tenha deixado passar, surgem

da negligência familiar e da sobrecarga de funções da escola e logicamente

dos professores.

Os cursos de licenciatura, geralmente ministrados em três anos, trazem

em seus currículos acadêmicos, disciplinas que deixam bem clara a função de

orientação, mediação e repasses de saberes científicos. Porém essa formação

não atende a atual demanda escolar, o que gera em muitos casos: Frustração

profissional, mão de obra desqualificada, fracasso escolar, abandono de

emprego, estresse profissional, dentre outros.

Logo, quais os pontos de foco para os cursos de Licenciatura?

• Orientação, capacitação e treinamento de professores sobre como

trabalhar em sala de aula levando em consideração aspectos educacionais

implementando a metodologia de ensino que favoreça a aprendizagem e o

desenvolvimento intelectual, social e emocional do aluno;

• Desenvolver orientação vocacional e profissional aplicando sondagem

de aptidões a fim de contribuir com a melhor adaptação do aluno no mercado

de trabalho e sua conseqüente auto-realização;

• Coordenar grupo operativo com família e equipe de profissionais da

Escola;

• Executar oficinas pedagógicas em sala de aula, elaboradas e realizadas

em conjunto com outros professores de acordo com a demanda de cada sala

de aula;

• Trabalhar questões da adaptação dos alunos;

• Auxiliar na construção e execução de projetos de ordem multidisciplinar

realizados na escola;

• Realizar tarefas de ordem institucional como recrutamento e seleção de

pessoal, elaboração de planos de cargos e salários, avaliação de desempenho,

Page 22: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

22

entre outros; Atuar como facilitador das relações interpessoais da equipe

escolar.

É sabido, que a aprendizagem é um processo vincular, ou seja, que se

dá no vínculo entre ensinante e aprendente, ocorre, portanto entre

subjetividades. Para aprender, o ser humano coloca em jogo seu organismo

herdado, seu corpo e sua inteligência construídos em interação e a dimensão

inconsciente. A aprendizagem tem um caráter subjetivo, pois o aprender

implica em desejo que deve ser reconhecido pelo aprendente. “O desejar é o

terreno onde se nutre a aprendizagem” (Fernandez, 2001).

A figura do ensinante é de total importância para o fundamento tanto da

vontade de aprender como na estruturação do processo epistemológico. Por

isso a formação profissional é imprescindível, o que remete em uma nova

versão para os currículos acadêmicos de licenciatura.

De acordo com Paulo Freire em sua obra titulada A pedagogia da

Autonomia, enfatiza que:

“O papel do magistério e das instituições de ensino é de

fundamental importância na construção de um indivíduo

consciente de que é um ser inacabado, tendo sempre

algo mais aprender, e que tenha condições de possuir

autonomia e autoria do seu conhecimento”.

(Paulo Freire, 1996).

Além da formação básica, o currículo deve conter disciplinas, com

conteúdos funcionais nas seguintes áreas: Psicanálise, Psicopedagogia,

Psicologia, Biologia, Sociologia e Filosofia.

“Encontramos no meio do caminho vários tipos de

ensinantes, com suas lideranças próprias: uns bem

Page 23: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

23

autoritários, outros democráticos, e ainda outros laissez-

faire. Estes deixavam os alunos fazerem o que

quisessem, sem regras, sem limites que lhes permitissem

construir estruturas morais, éticas firmes e coerentes,

distorcendo assim os princípios de atividade, criatividade,

autoridade e liberdade”.

(Borges, 1989).

O que seria mais importante: Estabelecer uma relação positiva com os

alunos, ou esgotar o conteúdo programático daquele ano letivo sem se criar um

espaço para a construção de vínculos adequados?

Com certeza, a resposta para as questões acima é o “bom senso”. Cada

profissional, com o desenrolar de sua vida profissional, vai se moldando para

que com isso desenvolva da melhor forma possível o seu trabalho, sem perder

com isso a ética e a sua formação acadêmica.

Para ensinar é necessária a construção de um vínculo de amizade e

confiança entre o ensinante e o aprendente, pois afinal, além de orientadores e

mediadores do conhecimento, os professores são formadores de opiniões e

muitas das vezes exemplos de vida e padrões a serem seguidos.

Page 24: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

24

CÁPITULO IV

A Teoria Vínculo: Professor, aluno e família

O professor necessita ser um construtor de vínculos positivos. A partir de

vínculos construídos, podemos perceber, através das sinalizações dos alunos,

como o fenômeno da comunicação está acontecendo em sala de aula. Dessa

forma, os vínculos serão os indicadores, “os pontos chaves” para o

desenvolvimento de uma atuação psicopedagógica.

Pichon Rivière (1992), através da sua Teoria do Vínculo dá uma

contribuição notável para a educação: permite analisar a relação professor,

aluno e família em três dimensões: mente, corpo e mundo exterior que se

integram dialeticamente, levando em consideração a dimensão mais

importante: a humana, portanto, estudar este ser humano na sua totalidade,

configurando um perfil próprio para cada sujeito.

Com base na Teoria do Vínculo, podemos perceber a complexidade de

ações e reações que podem acontecer numa sala de aula e o aparato dado

pela família, nesse processo epistemológico. Se o professor não tiver

conhecimento, para saber lidar com tais situações, poderá contribuir, sem

desejar, para a construção de vínculos negativos com ele, com a matéria, com

o processo educacional e epistemológico1. O apoio dos responsáveis e entes

integrantes do vínculo familiar do educando é de total importância para o

sucesso da incorporação do conhecimento e a formação de um ser autônomo,

consciente e apto ao convívio social.

Essa Teoria, conhecida também como 3Ds, é um indicador para a

construção de uma atuação psicopedagógica, estar aberto para receber os

depósitos de seus alunos, diminui a ansiedade excessiva, tanto do grupo como

a do professor.

1 – Alusão ao cap. III.

Page 25: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

25

Em contrapartida, a questão da responsabilidade do fracasso escolar,

geralmente, aparece como percebida fora da dinâmica familiar, como algo

intrínseco ao indivíduo. A família pode estar “depositando” na criança e

adolescente seus fracassos e imperfeições, tornando-a “depositária”,

impedindo seu acesso ao conhecimento (Pichon-Rivière, 1992). Essa teoria

recebe também o nome de três 3Ds, pois para o autor, existe uma relação

social de trocas de encargos, culpas e depósitos: depositante, depósito e

depositário. Estas podem ser entendidas como estruturas nas quais estão

incluídas sujeito e objeto, com papéis por eles definidos, estabelecendo uma

relação particular entre os mesmos.

Nessa teoria, cada indivíduo (depositário) cumpre e aceita um papel

(depósito) que ele é atribuído pelo outro (depositante).

Como exemplo do conteúdo anteriormente exposto, com a situação

familiar em que os membros (depositantes) projetam em um dos filhos

(depositado) suas franquezas, seus temores e ou suas ansiedades (depósito).

Este, por sua vez, introjeta as deficiências familiares, por não se encontrar de

posse de estruturas psicopedagógicas que lhe permita rechaçar essas

projeções, gerando dessa forma, dentre outros problemas, a dificuldade de

aprendizagem.

Page 26: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

26

CÁPITULO V

Dificuldade de aprendizagem: alertas externos e

internos, da falta ou excesso do vínculo familiar

Dificuldade de Aprendizagem é um termo genérico que se refere a um

grupo heterogêneo de desordens, manifestadas por dificuldade na aquisição e

no uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas.

Estas desordens são intrínsecas ao sujeito, presumidamente devido a

uma disfunção no sistema nervoso central ou no processo de ensinagem, pode

ocorrer apenas por um período na vida.

Problemas de controle de comportamento, percepção social e interação

social podem existir junto com as dificuldades de aprendizagem, mas elas não

constituem por si só uma desordem de aprendizagem.

Embora dificuldades de aprendizagem possam ocorrer

concomitantemente a outras condições desfavoráveis (retardo mental, séria

desordem emocional, problemas sensórios - motores) ou influências externas

(como diferenças culturais, instrução insuficiente ou inapropriada) elas não são

o resultado dessas influencias ou condições.

A dificuldade de aprendizagem, quando de origem biológica, pode ser

bastante definida e clara, nos levando a supor que a área emocional e o

ambiente familiar não tiveram nenhuma participação no seu aparecimento e

determinação. Boa parte dos problemas que esbarramos nesta área - lentidão

de raciocínio falta de atenção, desinteresse, etc., encontra suas origens na

biologia e, sobretudo na biologia exposta ao meio ambiente.

Page 27: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

27

Mesmo as teorias mais organicistas e baseadas na neuropsicologia,

como afirma Ratey & Johnson (1997), admitem que os distúrbios mentais,

mesmo brandos, podem se tornar muito piores em respostas a um ambiente

cheio de ruídos, a uma família ruidosa. Este é um dos importantes motivos

pelos quais responsabilizam os pais pelos problemas dos filhos, porque o nível

de funcionamento dos pais sempre altera o problema. Com base biológica ou

não a do filho. A criança hiperativa se tornará mais hiperativa, a deprimida mais

deprimida, a autista mais autista, quando a família funciona desta forma.

Alícia Fernandez (1990), em vários momentos do seu livro A Inteligência

Aprisionada, nos traz uma visão mais global das Dificuldades de

Aprendizagem, onde existe a articulação entre inteligência e desejo; entre

família e sintoma. Ela diz:

”Se pensarmos no problema de aprendizagem como só

derivado do organismo ou só da inteligência, para sua

cura não haveria necessidade de recorrer à família. Se,

ao contrário, as patologias no aprender surgissem na

criança ou adolescente somente a partir de sua função

equilibradora do sistema familiar, não necessitaríamos,

para seu diagnóstico e cura, recorrer ao sujeito

separadamente de sua família”.

Ao considerar o sintoma como resultante da articulação construtiva do

organismo, corpo, inteligência e a estrutura do desejo, incluído no meio familiar

(e determinado por ele) no qual seu sintoma tem sentido e funcionalidade, é

que podemos observar o possível "atrape" da inteligência.

Souza (1995), refere-se à Dificuldade de Aprendizagem , como sendo

um impedimento de um bom desempenho intelectual, vinculado a

problemáticas emocionais associados a conflitos familiares não explicitados.

Page 28: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

28

É preciso, também se considerar, os efeitos emocionais que essas

dificuldades acarretam, agravando o problema. Se seu rendimento escolar for

sofrível, a criança talvez seja vista como um fracasso pelos professores ou

colegas, e até pela própria família. Infelizmente, muitas dessas crianças

desenvolvem uma auto-estima negativa, que agrava em muito a situação, e

que poderia ser evitada, com o auxílio da família e de uma escola adequada.

Dessa forma, a dificuldade de aprendizagem tem causas e

desenvolvimentos múltiplos, exigindo pesquisas em diversos campos do

conhecimento, para que se tenha uma visão mais ampla sobre esse tema. Ela

pode ter uma origem orgânica, intelectual/cognitiva, emocional (incluindo-se aí

a estrutura familiar/relacional), sócio-cultural; porém, o que se percebe na

maioria dos casos é que há um entrelaçamento destes fatores, responsável

pela complexidade da situação.

As dificuldades de aprendizado também podem ocorrer em

concomitância com outras condições desfavoráveis (retardo mental, séria

desordem emocional, problemas sensório-motores) ou, ainda, serem

acentuadas por influências externas (como, por exemplo, diferenças culturais,

instrução insuficiente ou inapropriada) não sendo, necessariamente, o

resultado dessas condições.

Por isso, tanto nas considerações caso a caso, como numa casuística

mais ampla, encontrar um fio condutor para explicar a multiplicidade de

sintomas é, às vezes, impossível, mesmo para os especialistas. O que

responde por este fato é que esta complexa e ampla sintomatologia corre

paralela a igualmente complexa rede de possibilidades que a originam.

A criança com dificuldade de aprendizagem está na maior parte das

vezes situada numa família onde seu discurso não encontra um sentido. A ela,

muitas vezes cabe a função de carregar o peso da história do grupo. Esta

função pode ser demasiado difícil e ela não conseguir dar conta. É quando

Page 29: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

29

surgem os sintomas: notas baixas, falta de atenção, dificuldade ou lentidão de

raciocínio. "Ele fica nas nuvens"; “Nunca traz as lições, seus cadernos estão

incompletos"; Não faz nada durante as aulas, parece que eu falo com as

paredes" ; comentam os professores.

Crianças tolhidas por uma dificuldade de aprendizagem, na maior parte

das vezes, tem o seu desempenho escolar comprometido. Sabe-se que nunca

há uma causa única para o fracasso escolar, mas uma conjunção de fatores

que, num determinado momento, interagem, imobilizam o desenvolvimento do

sujeito e do sistema familiar/escolar/social. É importante não confundir

dificuldade de aprendizagem com fracasso escolar.

Em resumo, a dificuldade de aprendizagem encontra-se inserida num

conjunto de sinais, de origem bio-psico-social, calcados em algumas

constituintes básicas: a criança, a família, a escola e o meio social (Polity,

2001).

Muitos são os fatores depositados pelos pais em seus filhos: Sociais,

econômicas, laborais, frustrações pessoais, excesso de zelo ou a falta dele,

ausência de vínculo familiar, excesso de proteção etc.

Como já dito anteriormente, nesse ensaio, a nova formação familiar

brasileira nos remete a uma reformulação dos ideais, padrões e normas na

relação pais e filhos, Caso contrário, outros sinais fora à dificuldade de

aprendizagem, podem aparecer.

Page 30: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

30

CÁPITULO VI

Psicopedagogia Sistêmica e abordagem

psicopedagógica nos casos relacionados à família

A criança em idade escolar sabe que precisa ter sucesso nos estudos.

Isso é exigido por seus pais, familiares, colegas, professores, pela sociedade

como um todo. O sucesso opõe-se ao fracasso, e este implica num juízo de

valor, num julgamento que deve corresponder a um ideal.

Esse ideal normalmente é ditado por valores familiares que são

transmitidos de geração em geração.

Em atendimentos de famílias, por psicopedagogos, cuja queixa é a

Dificuldade de Aprendizagem de um de seus membros, em geral um dos filhos,

faz-se necessário construir um espaço de escuta respeitosa, onde se possa

observar o processo de um plano mais amplo. Neste momento tem-se a

necessidade de questionamentos dos seguintes pontos:

• Estrutura Familiar, isto é, qual a composição da família, organização

fraterna (a ordem, o sexo, as idades), quais as pessoas significativas para o

grupo, que convivem, ou não na mesma casa;

• Adaptação ao Ciclo Vital, isto é, quais os eventos relacionados à

evolução natural do grupo, como a família reage a eles, como cada membro

enfrenta essas mudanças, eventos externos e internos ao grupo que tem

alguma significação;

Page 31: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

31

• Alianças e afinidades existentes no grupo, quem é leal a quem, quem se

une com quem, contra quem, quais as alianças e triangulações existentes no

sistema familiar;

• Padrões de Repetição que determinam a formação e/ou rompimento de

vínculos afetivos, influenciando sobremaneira no funcionamento e na hierarquia

familiar;

• Equilíbrio e Desequilíbrio considerando-se seu funcionamento regular,

ou seja, quais as expectativas para cada um de seus membros, papéis, estilo

de funcionamento, padrões de comunicação e temas recorrentes, que

pertencem ao imaginário do grupo; como manejam os segredos, o que é visto e

como é permitido o crescimento e a diferenciação;

• Significado que a família confere às crenças, aos valores, aos mitos, que

geram mandatos relativos ao saber.

Ao entender a família como um todo, a psicopedagogia, estará

valorizando o aspecto de Globalidade do sistema, que difere do somatório das

partes (teoria Geral dos Sistemas) e o aspecto de Reciprocidade, onde cada

membro influencia e é influenciado pelo comportamento dos outros. Desta

forma, pode-se aproximar daquelas questões familiares que interferem de

maneira contundente no desenvolvimento da criança ou do jovem.

A colocação do indivíduo no espaço familiar, dentro de uma perspectiva

geracional (vertical) e dentro de um contexto atual (horizontal), permitem a

formação de um quadro mais amplo para o entendimento das dificuldades de

aprendizagem.

De acordo com Polity (1998):

”Quando um indivíduo nasce, ele não vem ao mundo

como uma tela em branco, mas sim, inserido numa

história familiar que compreende várias gerações e

Page 32: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

32

recebe uma série de missões e projeções dos pais avós

e família extensiva”.

O conceito de missão está ligado aos conceitos de legado e lealdade

desenvolvidos por Boszormenyi & Sparks (1983), que evidenciam o quanto

forte e poderosa pode ser o legado destinado à criança, impedindo-a muitas

vezes de se relacionar com o conhecimento e com o saber.

Minuchin & Michael (1993) diz que a família é o contexto natural para

crescer e receber auxílio, onde cumpre o seu papel de garantir a pertença e ao

mesmo tempo promover a individualização do sujeito. Aprender requer que

possamos nos separar, pelo menos em parte, dos nossos pais e construir um

saber próprio, que ao mesmo tempo, que nos dá pertencimento, pois o

compartilhamos com outros membros do grupo. Isso demanda de nós um certo

grau de autonomia e individualidade, que por sua vez nos permitem elaborar

nossa própria identidade.

Page 33: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

33

Conclusão

O aprendizado é resultado de uma série de fatores disseminados na

Biologia e Psicologia. O aprender nos inclui socialmente e a cada dia, há a

necessidade da busca por mais informações e construção de conhecimentos

que nos permitam adquirir um lugar ao sol de nossa competitiva sociedade.

A escola é hoje o principal ponto de partida de todo o processo cognitivo.

A ausência dos pais, originada por diversos fatores morais, sociais e

econômicos está a cada dia, se ausentando desse processo. A sobrecarga de

funções para os professores gera uma necessidade de uma busca por

alternativas que consigam atender a nova demanda social.

As várias pesquisas sobre o assunto aponta como indispensável à

presença do meio familiar para o incentivo, educação, contextualização dos

conhecimentos prévios e os futuros. A união sadia e harmônica entre a escola

e a família gera uma relação tranqüila e concreta onde a criança confiável, se

sente apta e preparada para a jornada acadêmica, montando dessa forma uma

personalidade forte e madura, pronta para os tempos modernos do séc. XXI.

Ao mesmo tempo, o excesso de zelo pode gerar a criação, por parte da

criança, de um mundo exclusivo e utópico, dificultando sua relação com o

mundo e o discernimento entre o certo e o errado.

Para acompanhar o processo, é necessária a conscientização de uma

escola preparada para receber essa demanda de crianças com excesso e falta

de apoio familiar, assim como as crianças que não possuem tal déficit. Essa

preparação deve ser realizada com uma equipe de discentes preparados e

Page 34: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

34

profissionais direcionados para esses problemas como pedagogos, psicólogos

e psicopedagogos.

A função dos professores deverá ultrapassar a simples ação de

mediação de conhecimento. Esse fato exige uma formação mais diversificada e

apta a atuar nos possíveis problemas de aprendizado.

Uma equipe multidisciplinar, interdisciplinar e unida constitui a base para

a formação de uma escola moderna e preparada para a demanda social do

nosso século.

A conscientização desde cedo, que prioriza a vida familiar e a

importância de um vínculo sentimental e afetivo por parte dos pais é uma

alternativa para a restauração da família e conseqüentemente de sua

importância social.

Feita essa ponte e conscientização, com certeza teremos a formação de

pessoas preparadas e inseridas socialmente e aptas a participarem de um

mundo criterioso e exigente.

Page 35: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

35

Anexos

Índice de anexos

Anexo 1 – Entrevista com professores de Ensino Fundamental e médio

Anexo 2 – Atividade cultural extra-classe

Page 36: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

36

Anexo I

1.1 - Pesquisa

A pesquisa foi feita para levantar os possíveis problemas educacionais

de praxe nas turmas do ensino fundamental e médio. Tais dados foram

utilizados na escolha do tema e realização desse trabalho acadêmico.

Foi feita com aproximadamente vinte professores, licenciados que

possuíam em média de três a dez anos de magistério.

O local escolhido foi o Centro Educacional Pinheiros, localizado no

município de Nova Iguaçu. Tal escola atende desde o ensino infantil ao pré-

vestibular.

O período de coleta foi de dois meses, entre os meses de janeiro a

março de 2005.

Para efeito de conteúdo prático foi escolhida das 20 entrevistas, seis

para edição.

1.2 – Perguntas

I – Quantos anos de magistério?

II – Quantos anos de estudo para iniciar o trabalho como professor?

III – Quais os principais problemas encontrados nas salas de aula?

IV - Está feliz profissionalmente?

V – Como você a participação da escola em seu trabalho?

Page 37: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

37

1.3– Dados coletados

Nome: Valéria dos Santos Disciplina: Português/Inglês

Respostas:

I – 07 anos

II – 18 anos

III – Falta de atenção dos alunos e interesse dos alunos e dos pais; avaliações

arcaicas e falta de infraestrutura da escola.

IV – Sim

V – Ausente

Nome: Adilson Muniz Disciplina: Ciências/Biologia

Respostas:

I – 5 anos

II – 19 anos

III – Falta de atenção dos alunos; dificuldades de aprendizagem; falta de

interesse dos alunos e famílias ausentes; avaliações pouco criteriosas.

IV – Não

V – Ausente

Nome: Elane Cerqueira. Disciplina: História/Geografia

Repostas

I – 9 anos

II – 18 anos

III – Falta de atenção e interesse dos alunos; ausência da família e excesso de

conteúdo.

IV – Sim

V – Presente

Page 38: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

38

Nome: Eliseu Haron. Disciplina: Matemática

Respostas:

I – 10 anos

II – 17 anos

III – Falta de interesse, atenção e vínculo com os alunos; Falta de apoio familiar

e direção.

IV – Não

V – Ausente

Nome: Roseli Machado. Disciplina: Português/Literatura

Respostas:

I – 3 anos

II – 18 anos

III – Falta de interesse, atenção e educação cidadã; Falta de apoio familiar.

IV – Sim

V – Presente

Nome: Angelisson Nunes. Disciplina: Educação Física

Repostas:

I – 4 anos

II – 19 anos

III – Falta de estimulo, atenção e interesse; Falta do apoio familiar.

IV – Sim

V - Presente

Page 39: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

39

Anexo II

1.1 – Atividades Extra-classes

Page 40: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

40

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Pós-graduação “Lato Sensu”

Psicopedagogia Institucional

Título da Monografia: A IMPORTÂNCIA DA FAMILIA E DO PROFESSOR NO

PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Autor: Marcelo Henrique Meneses Fiúza

Curso: Latu Sensu em Psicopedagogia Institucional

Data da entrega: 23/07/2005

Avaliado por:

Conceito:

UCAM - Campus Centro – Rio de Janeiro – 1o. semestre de 2005

Page 41: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

41

Bibliografia

ABNT. Apresentação de relatórios técnico-científicos. Rio de Janeiro, 2001.

AJURIAGUERRA, J. Manual de psiquiatria infantil. 2a.Ed.São Paulo: Ateneu,

1981.

BORGES, L.S.J.C. Deméter, a deusa-mãe: a origem e a permanência do papel

na busca da felicidade. Dissertação (Mestrado) – Instituto Metodista de Ensino

Superior, São Bernardo do Campo, 1989.

BOSSA, N. A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 2ª

ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

BOSZORMENYI & SPARKS, I. Lealtades Invisibles. Buenos Aires: Amorrotur

Editores, 1983.

CHAMAT, I. S. J. Ajude-me a crescer... São Paulo: Editora Panorâmica, 1995.

CHAMAT, L. S. J. Técnicas de Diagnóstico Psicopedagógico: o diagnóstico

clínico na abordagem interacionista. São Paulo: Vetor, 2004.

FERNANDEZ, A. A inteligência aprisionada. Tradução Iara Rodrigues. Porto

Alegre: Artes Médicas, 1990.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.

24ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FREUD, S. Além do princípio do prazer. Rio de Janeiro. Imago, 1972.

Page 42: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

42

GOULART, I.B. Piaget: Experiências básicas para utilização do professor.

Petrópolis: Vozes, 1987.

LDB – Leis de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira - LEI Nº 9.394/96

(20/12/96). Publicado no Diário Oficial da União em 23/12/96, pp. 27833-27841.

MINUCHIN, S. & MICHAEL, P. A cura da Família. Porto Alegre: Artes Médicas

Sul. 1993.

PAÍN, S. Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem. 4ª ed.

Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.

PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro. Zahar, 1978.

POLITY, E. Dificuldade de aprendizagem e família: Construindo novas

narrativas. São Paulo: Editora Vetor, 1998.

POLITY, E. Ensinando a Ensinar. São Paulo: Editora Vetor, 2001.

RATEY, J.M.D. & JOHNSON, C. Síndromes Silenciosas. São Paulo: Artes

Médicas, 1997.

REGO, T. C. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação.

Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.

RIVIÉRE, Pichon. Teoria do Vínculo. São Paulo. Martins Fontes, 1992.

SOUZA, J. O. Clínica psicanalista de crianças e adolescentes. Rio de Janeiro:

Revinter, 1995.

VEIGA, I. P. A. Projeto Político e Pedagógico da Escola - Uma Construção

Possível. 6a. ed. Papirus, s/d.

Page 43: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

43

VISCA, J. Clínica psicopedagógica: epistemologia convergente. Porto Alegre.

Artes Médicas, 1987.

VYGOTSKY. L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes,

1984.

WATZLAWICK, P. A Realidade Inventada. Psy Editorial: São Paulo, 1994.

WOLPE, J. Prática de terapia comportamental. São Paulo: Editora Brasiliense,

1973.

Page 44: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

44

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 7

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I - A Visão da Sociedade sobre o sucesso da aprendizagem 11

1.1 – A Epistemologia Genética de Piaget 13

1.2 – Um relato sobre a atual situação da Família Brasileira 14

1.3 – A Família para Freud 17

1.4 – A Relação Social para Vygotsky 17

CAPÍTULO II – Fatores Prioritários para o Desenvolvimento da Capacidade do

Aprender 19

Page 45: Marcelo Henrique Meneses Fiuza - avm.edu.br HENRIQUE MENESES FIUZA.pdf · conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em ... São comuns as queixas de professores, alunos

45

2.1 – Fatores Sociais e Biológicos do Aprendizado 20

CAPÍTULO III – Aprendizagem e um Novo Foco para os Cursos de Formação

de Professores 21

CAPÍTULO IV – A Teoria do Vínculo: Professor, Aluno e Família 27

CAPÍTULO V – Dificuldade de Aprendizagem: Alertas Externos e Internos da

Falta ou excesso do Vínculo Familiar 26

CAPÍTULO VI – Psicopedagogia Sistêmica e Abordagem Psicopedagógica nos

Casos Relacionados à Família e ao Professor 31

Conclusão 34

Anexos 36

Anexo 1 37

1.1 Pesquisa 37

1.2 – Perguntas 37

1.3 – Dados Coletados 38

Anexo 2 – Atividades Extra-classe 40

Avaliação 41

Bibliografia 42