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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA MARCOS HENRIQUE DA SILVA MOURA GINÁSTICA NO CONTEXTO ESCOLAR: DO PASSADO ÀS POSSÍVEIS INTERVENÇÕES EDUCATIVAS NA ATUALIDADE DA ESCOLA PÚBLICA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

MARCOS HENRIQUE DA SILVA MOURA

GINÁSTICA NO CONTEXTO ESCOLAR: DO PASSADO ÀS POSSÍVEIS

INTERVENÇÕES EDUCATIVAS NA ATUALIDADE DA ESCOLA PÚBLICA

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E CIENCIAS DO ESPORTE

MARCOS HENRIQUE DA SILVA MOURA

GINÁSTICA NO CONTEXTO ESCOLAR: DO PASSADO ÀS POSSÍVEIS

INTERVENÇÕES EDUCATIVAS NA ATUALIDADE DA ESCOLA PÚBLICA

Trabalho de conclusão de Curso submetido à

Universidade Federal de Pernambuco como

parte de requisitos necessários para a

obtenção do grau de Licenciatura em

Educação Física, Sob a orientação do Prof. Dr.

Marcelus Brito de Almeida.

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO 2017

MARCOS HENRIQUE DA SILVA MOURA

GINÁSTICA NO CONTEXTO ESCOLAR: DO PASSADO ÀS POSSÍVEIS

INTERVENÇÕES EDUCATIVAS NA ATUALIDADE DA ESCOLA PÚBLICA

Trabalho de conclusão de Curso submetido à

Universidade Federal de Pernambuco como

parte de requisitos necessários para a

obtenção do grau de Licenciatura em

Educação Física, Sob a orientação do Prof. Dr.

Marcelus Brito de Almeida.

Aprovado em: 19 / 07 / 2017

Banca Examinadora

___________________________________________________________________

Profº Marcelus Brito de Almeida

Universidade Federal de Pernambuco – CAV

Profº Josenaldo Rodrigues Marques Junior

Membro Externo

Profº Esp. Marivanio José da Silva

Membro Externo

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO 2017

Catalogação na Fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE. Biblioteca Setorial do CAV.

Bibliotecária Fernanda Bernardo Ferreira, CRB15/797

M929g Moura, Marcos Henrique da Silva.

Ginástica no contexto escolar: do passado às possíveis intervenções educativas na atualidade da escola pública / Marcos Henrique da Silva Moura. - Vitória de Santo Antão, 2017.

26 folhas.

Orientador: Marcelus Brito de Almeida. TCC (Graduação) – Universidade Federal de Pernambuco, CAV, Licenciatura em Educação Física, 2017.

Inclui referências.

1.Ginástica Escolar. 2. Educação Física. 3. Concepções críticas. I. Almeida, Marcelus Brito de (Orientador). II.Título.

796. 07 CDD (23.ed.) BIBCAV/UFPE-161/2017

Um carinho exclusivo ao meu pai e a minha

mãe, pelo apoio que sempre me deram, e em

especial a minha mãe que sofreu e sorriu junto

comigo durante a concretização deste trabalho.

A minha esposa, que me presenteou com o

maior amor de minha vida, minha filha.

Amo vocês!

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, que através da força do seu espírito, me fez superar as

dificuldades encontradas no caminho. E consegui mais uma conquista ao concluir

este trabalho, acrescentando, assim, ainda mais a minha paixão por viver.

Agradeço aos meus pais, Ivanilda e Marinaldo, por todo o incentivo nos

momentos mais difíceis.

Agradeço a minha esposa que por muitos anos me dar força pra continuar na

luta.

Agradeço a toda minha família por ser a base de toda minha educação.

Agradeço a meu orientador professor Marcelus Almeida, ser um exemplo de

profissional a qual admiro muito e de quem muito aprendi e, por mostrar a beleza e

os desafios da nossa profissão.

Agradeço às inúmeras pessoas que foram incentivadoras neste processo, em

especial ao professor Marco Antônio Fidalgo, pois seus ensinamentos serão a partir

de agora essenciais em minha caminhada pessoal e profissional. Então, por estes

extraordinários exemplos, expresso meus reais agradecimentos.

A todos que direta ou indiretamente contribuíram no meu itinerário acadêmico.

“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua

própria produção ou a sua construção”

(Paulo Freire)

RESUMO

Esta monografia tem como objetivo refletir a ginástica a partir dos seus determinantes epistemológicos e pedagógicos, tratando os conhecimentos/conteúdos/saberes da ginástica a partir de uma concepção crítica e propositiva de Educação/Educação Física. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo revisão bibliográfica. Este trabalho emergiu das reflexões da prática docente em conjunto com algumas implicações ocasionadas pelas discussões realizadas em meio acadêmico. Metodologicamente este trabalho se desenvolveu através de uma revisão bibliográfica, traçada e estruturada por descritores nas seguintes bases de dados: LILACS, SCIELLO, PENSAR A PRÁTICA, MOTRIVIVENCIA. Através das pesquisas realizadas pudemos observar o quanto a Educação Física e a ginástica se encontram defasadas em nível de trato com o conhecimento nas escolas do nosso país. Ainda nessa perspectiva observamos também a grande negligencia com o conteúdo da ginástica nas aulas de Educação Física, negando aos alunos uma manifestação cultural legítima da história do homem. Palavras-chave: Ginástica Escolar. Educação Física. Concepções Críticas Da Educação/Educação Física.

ABSTRACT

This monograph aims to reflect the gymnastics from its epistemological and pedagogical determinants, treating the knowledge / contents / knowledge of the gymnastics from a critical and propositive conception of Education / Physical Education. This is a qualitative research, of the bibliographic review type. This work emerged from the reflections of the teaching practice together with some implications caused by discussions held in academic circles. Methodologically this work is developed through a bibliographical review, traced and structured by descriptors in the following databases: LILACS, SCIELLO, PENSAR A PRÁTICA, MOTRIVIVENCIA. Through the researches we have been able to observe how Physical Education and gymnastics are lagged in terms of dealing with the knowledge in the schools of our country. From this perspective we also observe the great neglect of the content of gymnastics in Physical Education classes, denying students a legitimate cultural manifestation of the history of man.

Keywords: School Gymnastics. Physica Education. Critical Conceptions of Education / Physical Education.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 12

2 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................................ 14

2.1 O universo da Ginástica ...................................................................................................... 14

2.1.1 O Cientificismo da Ginástica ........................................................................................... 15

2.2 A ginástica nas aulas de Educação Física ..................................................................... 17

3 HIPÓTESE ....................................................................................................................................... 21

4 OBJETIVOS ..................................................................................................................................... 22

4.1 Geral .......................................................................................................................................... 22

4.2 Objetivos Específicos ........................................................................................................... 22

5 METODOLOGIA ............................................................................................................................. 23

5.1 Tipo de pesquisa ................................................................................................................... 23

5.2 Revisão da literatura ............................................................................................................. 23

5.3 Seleção Científica .................................................................................................................. 23

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................................. 25

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 27

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1 INTRODUÇÃO

A Educação Física no Brasil teve sua origem vinculada às instituições

militares e à classe médica, fundamentando-se nas concepções de corpo e

movimento (VAGO, 1999). Os Parâmetros Curriculares Nacionais apontam as

restrições de conceitos de corpo e movimento aos seus aspectos sociológico e

técnicos no passado, realizando na atualidade uma análise crítica e a busca dessa

superação (BRASIL, 1997). Uma nova concepção considera a necessidade também

das dimensões cultural, social, política e afetiva. Dimensões estas presente no corpo

das pessoas que interagem e movimenta como sujeitos sociais e como cidadãos.

É importante reestruturar o papel da Educação Física, no espaço escolar,

uma vez que ela teve seus nexos hegemonicamente ligados às instituições médicas

e militares desde o século XIX (VAGO, 1999). A partir da segunda metade do século

XX, a Educação Física sofreu influências do esporte e da psicomotricidade, o que é

visto por Costa (2006) como um obstáculo para a estruturação desta como “área de

identidade e status próprio”. São essas influências históricas que incluíram a

Educação Física como uma atividade curricular, nas escolas.

Para Darido (2003) o corpo é a expressão da cultura. Gestos e movimentos

corporais são criados e recriados pela cultura, passíveis de serem transmitidos

através das gerações e imbuídos de significados. Dentre as produções da cultura

corporal algumas foram incorporadas pela Educação Física em seus conteúdos; o

jogo, o esporte, a dança, a ginástica e a luta. Sendo assim, a área da Educação

Física atualmente contempla múltiplos conhecimentos produzidos e usufruídos pela

sociedade a respeito do corpo e do movimento.

As aulas de Educação Física, no contexto escolar podem sistematizar

situações de ensino e aprendizagem que garantam aos alunos o acesso a

conhecimentos práticos e conceituais. Sendo que a concepção de cultura corporal

amplia as contribuições da Educação Física para o pleno exercício da cidadania, na

medida em que se afirma como direito de todos os acessos a ela. Por sua vez, a

escola deve estar comprometida com a cultura, resgatando os valores, tradições e

costumes, através de atividades que podem levar os seus atores a refletirem sobre

como a cultura corporal e popular, e que podem e devem ser utilizadas na

13

aprendizagem. As crianças aprendem o saber popular, a cultura, os códigos da

sociedade em que vivem.

A Educação Física, enquanto disciplina curricular tem o objetivo de tratar

pedagogicamente os conteúdos da cultura corporal e permitir aos alunos o

conhecimento e a análise crítica desses conteúdos. A partir desses parâmetros,

pode-se observar que há uma abertura da Educação Física para que se trabalhe o

corpo, o movimento, através do que é social e cultural, visando a construção de um

fazer participativo e que traga envolvimento e conhecimento para os alunos.

Esta leitura da realidade atual torna a escola socialmente necessária, tendo

em vista que a característica particular da educação escolar é a organização

sistematicamente planejada dos procedimentos de ensino que precisam da

organização em favorecimento da constituição dos sistemas nacionais para se

cumprir a função social da escola (LORENZINI, 2013).

É ai que as aulas de ginástica entram nas aulas de Educação Física, uma

vez que indiretamente elas já fazem parte do cotidiano das crianças e esse fato

pode beneficiar a aprendizagem. Sendo que este trabalho traz uma participação

ativa dos alunos, aspecto que gera mobilização e autonomia havendo uma maior

possibilidade de aprendizagem significativa.

Entendendo isso, esse estudo buscou refletir a ginástica a partir dos seus

determinantes epistemológicos e pedagógicos, tratando os

conhecimentos/conteúdos/saberes da ginástica a partir de uma concepção crítica e

propositiva de Educação/Educação Física. Buscou-se desenvolver também

propostas superadoras para o modelo vigente da Educação Física, principalmente

no trato com o conteúdo da ginástica.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 O universo da Ginástica

Nesse capítulo iniciaremos uma discussão em torno da origem e

desenvolvimento da ginástica ao longo da história, considerando seus aspectos

históricos e epistemológicos. Discutiremos também o como a ginástica se

caracterizou no Brasil ao longo dos contextos históricos que o país vivenciou

considerando os avanços das concepções pedagógicos da educação brasileira.

No momento em que começamos a estudar a história da ginástica

percebemos que há uma relação muito íntima com a história do homem, por estar

presente na maioria das atividades realizadas ao longo dos processos históricos. Na

pré-história os movimentos ginásticos aparecem em atividades relacionadas ao meio

de sobrevivência do homem, caracterizadas pela caça, pesca e colheita. Sendo

assim entende-se que a história da ginástica confunde-se diretamente com a

evolução humana desde a sua origem até os tempos atuais, tornando-se cada vez

mais importante na vida do homem contemporâneo (SOUZA, 1997).

A ginástica, ainda, acompanha o ser humano durante todos os períodos

históricos, mas é na Idade Média que a ginástica se fundamenta e na Idade

contemporânea que se sistematiza, sendo atualmente um dos conteúdos da

Educação Física. Mas a ginástica que vivenciamos data do início do século XIX

[...] quando surgiram quatro grandes escolas: A Escola Inglesa, a Escola Alemã, a Escola Sueca e a Escola Francesa, sendo a primeira mais relacionada aos jogos, atividades atléticas e ao esporte. As demais escolas foram as responsáveis pelo surgimento dos principais métodos ginásticos, que por sua vez determinaram a partir de 1900 o início dos três grandes movimentos ginásticos na Europa. São eles: o Movimento do Oeste na França, o Movimento do Centro na Alemanha, Áustria e Suíça e o

Movimento do Norte englobando os países da Escandinávia (LANGLADE;

LANGLADE, 1970 apud SOUZA, 1997, p. 163).

Estes movimentos seguiram até a primeira metade do século XX

desempenhando um papel muitíssimo importante no cenário da ginástica, pois foi a

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partir desses movimentos e das escolas acima citados que a ginástica passa a ser

relacionada a prática de exercícios físicos, sendo usada para consequentes

correções de vícios posturais adquiridos no ambiente de trabalho, sendo vinculada

assim ao campo da medicina (SOUZA, 1997; SOARES,1992; FREITAS,

FRUTUOSO, 2016).

2.1.1 O Cientificismo da Ginástica

A partir do início do século XIX, a Ginástica passou a ser considerada

científica, pois a partir desses movimentos começou-se a pensar a ginástica como

meio para se obter uma vida saudável (OLIVEIRA; LOURDES, 2004). No entanto a

vinculação da ginástica ao campo da medicina teve um grande crescimento no

período correspondente a revolução industrial, quando as maquinas começaram a

tomar posse da produção e a produção passou a ser fragmentada tornando o

trabalho mais repetitivo e consequentemente ocasionando distúrbios correspondente

a tais fragmentações (SOARES, 1994; BRASILEIRO, 2016).

Para atender as necessidades desse momento histórico a ginástica passa a

ser compreendida no cenário mundial como uma forma de exercício físico

desenvolvida para atingir e suprir as necessidades das grandes empresas, sem

esquecer do papel que começa a exercer nas instituições militares tornando os

soldados mais fortes, saudáveis e belos, buscando assim desenvolver cada vez

mais os métodos de treino dos militares. No entanto não foi diferente no contexto

nacional, onde a ginastica foi usada como principal modo de preparar fisicamente os

soldados para batalha vindouras (FREITAS; FRUTUOSO, 2016).

Avançando pelo século a ginástica começa a reforçar seu papel totalmente

higienista e militarista, tornando-se cada vez mais essencial nas instituições

militares. Mas é a partir desse significado que é adquirido ao longo da história que

podemos afirmar que por causa das ações higienistas iniciou-se uma defesa dos

educadores pela introdução da ginástica no cenário educacional, entendendo que

através da prática gímnica os alunos se tornariam “fortes” e “saudáveis”, visando um

futuro progressista para o país (CASTELLANI FILHO, 1991).

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Quando a ginástica inicia sseu processo de transição, ou seja quando passar

a ser referenciada como uma disciplina, ela toma um papel muitíssimo importante

para a construção histórica da Educação Física. Em contra partida a disciplina ainda

disciplina não assumia uma identidade curricular até então. Diante disso a ginástica

passa a ser apresentada de diferentes olhares, buscando sempre atender as

necessidades das instituições sejam elas públicas ou privados, militares ou não

(MARCASSA, 2004; SOUZA, 1997).

Com tudo, é notório o grande movimento que havia em volta da Educação

Física até o início do século passado, movimento esse pautado em uma concepção

higienista e tecnicista (SOUZA, 1997). Mas com o passar do tempo, chegando à

metade do século, a Educação Física passa a ter um caráter mais

tecnicista/militarista, buscando agregar apenas valor físico a seus alunos/soldados

(SOARES, 1992). Do início da segunda metade até o início da década de 80 o

esporte foi a principal moldura da Educação Física nos espaços educacionais,

símbolo de patriotismo e heroísmo o esporte foi o conteúdo trabalhado por mais de

30 anos pelos professores e ainda é o conteúdo mais utilizado pelos professores até

então (SOUZA, 1997; BRACHT; ALMEIDA, 2003).

Ao longo desses períodos conturbados a Educação Física sofre cada vez

mais influencias do contexto econômico, histórico e social. Sendo assim a Educação

Física passou por grandes discussões buscando por uma determinação de seu

papel no contexto escolar, principalmente na década de 80, onde surgiram várias

concepções pedagógicas da Educação, tais como: Desenvolvimentista – defendida

e desenvolvida por Go Tani; construtivista – desenvolvida por João Batista Freire; e

as concepções baseadas nas teorias críticas da Educação, surgindo através de

muitos estudiosos (VAGO, 1999; SOARES, 1992)

Dentre esses estudiosos das abordagens da Educação, surge no início da

década de 90 um grupo de professores autodenominados Coletivo de Autores, que

por sua vez nos apresenta uma abordagem pedagógica, baseada numa teoria crítica

de Educação, denominada crítico superadora, onde seus princípios metodológicos

estão baseados na teoria do conhecimento de Karl Marx, o Materialismo Histórico

Dialético, além de se sustentar na pedagogia Histórico Crítica de Demerval Savianni

(SOARES et al., 1992).

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Muitas discussões foram traçadas durante vários anos em busca de

compreender o verdadeiro objetivo da Educação Física no cenário escolar. E foi a

partir dessas discussões que a Educação Física ganhou espaço no cenário nacional,

tendo como seu objeto de estudo a cultura corporal, sendo expressa através da

linguagem corporal (SOARES et al, 1992). Mas em contra partida observa-se até

então uma predominância esportivista na Educação Física Escolar, desprezando os

outros conteúdos, inclusive a ginástica, que por sua vez não é tratada na escola

como uma manifestação cultural.

2.2 A ginástica nas aulas de Educação Física

Na construção desse capítulo buscaremos aqui refletir sobre a Educação

Física no contexto escolar e o conteúdo da ginástica, mais especificamente a

ginástica nas aulas de Educação Física, analisando seus limites e possibilidades

necessários a prática docente.

Sem dúvidas alguma, percebemos que as discussões acerca do campo da

Educação Física vem crescendo constantemente no cenário nacional. Isso só

reforça o quanto torna-se necessário aprofundar cada vez mais esses debates.

Busca-se com isso a fundamentação da importância da disciplina para o cenário

escolar. Essas discussões surgem com a finalidade de contribuir para repensar

metodologias e construir novos olhares para uma reestruturação da prática

pedagógica (MARCASSA, 2004).

Pensando nisso nos reportamos ao que chamamos de objeto de estudo da

Educação Física, buscando compreender o como acontece o direcionamento dos

conteúdos relacionados a disciplina. Sendo que para Soares et al (1992) o objeto de

estudo da Educação Física é a cultura corporal, apresentada a partir dos contextos

históricos, e apresentada também como uma linguagem que considera todos os

determinantes que permeiam o ser humano, reforçando ainda mais a capacidade do

processo significativo para alcançar a formação necessária à vida em sociedade.

Nessa perspectiva, a cultura corporal é o objeto de estudo da Educação

Física que, na escola, tem por objetivo

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[...] desenvolver uma reflexão sobre o acervo de formas de representação do mundo que o homem tem produzido no decorrer da história, exteriorizadas pela expressão corporal: jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, malabarismo, contorcionismo, mímica e outros, que podem ser identificados como formas de representação simbólica de realidades vividas pelo homem, historicamente criadas e culturalmente desenvolvidas (SOARES et al., 1992, p. 38).

Dessa forma a linguagem corporal toma como ponto de partida o corpo e as

práticas corporais no centro do processo de ensino aprendizagem, intermediando na

construção de valores, saberes e comportamentos que possam auxiliar à formação

do aluno. Entre outros aspectos percebemos que o corpo é um importante meio de

comunicação, sendo participante direto dos processos de sociabilidade, de produção

material e simbólica das experiências socioculturais (MACASSA, 2004; SOARES, et

al. 1992).

Nesse sentido entendemos que a cultura é um processo de produção de

manifestações onde por sua vez dá sentido aos conhecimentos caracterizados pelo

processo histórico, fornecendo-nos ideias e informações sobre a relação do homem

com a natureza (BRASILEIRO, et al 2016). Assim entendemos a ginástica, inserida

em um contexto histórico, fazendo parte da cultura, mais precisamente a cultura

corporal, por estar alicerçada ao contexto histórico da sociedade, trazendo consigo

manifestações não verbais de valores, prática sociais, etc. (MARCASSA, 2004)

Dentro dessa visão sobre a ginástica no contexto da Educação Física Escolar,

é notório o quanto se faz necessário a reestruturação do conceito da ginástica no

cenário atual da sociedade, buscando o redimensionamento dos valores e

possibilidades proporcionados por ela no contexto escolar. Desta forma acredita-se

que através dos conhecimentos, manifestações e na experimentação da ginástica

como linguagem pode ser uma das possibilidades para o crescimento/aparecimento

da formação omnilateral (MARCASSA, 2004; BRASILEIRO, et al, 2016).

Formação esta que [...] pressupõe o desenvolvimento humano em todos os seus domínios: moral, afetivo, corporal, cognitivo, ético, estético, político, etc. Concebendo-a como uma forma de expressão e comunicação – o que se contrapõe à prática da Ginástica no mundo do esporte e do fitness –, temos pensado a Ginástica como uma manifestação pertencente ao

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universo das linguagens artísticas contemporâneas (MARCASSA, 2004, p.175).

Em contra partida ao que foi descrito acima, encontramos a ginástica, dentro

da Educação Física Escolar, um conteúdo defasado sem haver trato com

conhecimento de forma coerente e adequado, além de não haver uma

sistematização do conteúdo, buscando uma caracterização de uma abordagem

didática metodológica (SOARES et al., 1992; GIL, 2011). Isso nos mostra o quanto

há uma fragilidade no papel que a Educação Física exerce no cenário nacional da

Educação. O conteúdo da ginástica, conteúdo esse que deu origem à Educação

Física no país, quase nunca é trabalhada nas aulas de Educação Física, sendo

marginalizado e suprimido dos planejamentos, sendo utilizada apenas como formas

de aquecimentos predesportivas (PEREIRA, 2012).

É de suma importância salientarmos o quanto este conteúdo é necessário à

prática docente e principalmente aos alunos. Suas formas de manifestações não

podem ser suprimidas de maneira arbitrarias por preconceitos ou qualquer outros

tipos de manifestação contrarias. Como foi visto anteriormente a ginástica tem suas

características pautadas em uma construção histórica, voltadas as manifestações da

cultura corporal do homem, subsidiando o conhecimento necessário a formação

emancipada do cidadão (MARCASSA, 2004; FREITAS, 1994).

Para isso tomamos como referência o corpo e as práticas corporais como

pontos centrais no processo de ensino aprendizagem, estabelecendo uma ação

educativa baseada na construção crítica do conhecimento. Nesse sentido o trato

com o conhecimento é trabalhado de forma que haja uma construção coletiva e

crítica, emergindo a partir das produções ocasionadas pelos conflitos de ideias e

manifestações corporais (MARCASSA, 2004; GIL, 2011; PEREIRA, 2012).

Nessa direção compreendemos que a ginástica toma um papel muitíssimo

importante no cenário da Educação Física Escolar, por ser prática base para todas

as outras práticas. O conflito de informações expressados pela ginástica nos

apresenta uma forma de manifestação atrelada ao contexto histórico do homem,

possibilitando conhecermos cada vez mais nossa história através dessas

expressões. Queremos deixar claro neste texto que a ginástica não poderá ser

compreendida se não considerarmos “...seu conteúdo, ou seja, os movimentos

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gímnicos, também chamados de fundamentos básicos da ginástica, que

compreendem um rol de ações, posturas, movimentos e gestos que historicamente

foram associados...” (MARCASSA, 2004; DAARIDO, 2010).

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3 HIPÓTESE

O trato com o conhecimento da ginástica na escola pública, a partir de uma

prática pedagógica crítica, possibilita a manifestação de várias competências para a

formação emancipada do aluno.

22

4 OBJETIVOS

4.1 Geral

Refletir a ginástica a partir dos seus determinantes epistemológicos e

pedagógicos da escola tratando os conhecimentos/conteúdos/saberes da ginástica a

partir de uma concepção crítica e propositiva de Educação/Educação Física.

4.2 Objetivos Específicos

- Realizar estudo crítico-reflexivo dos pressupostos histórico-sociais, teórico-

metodológicos, pedagógicos e epistemológicos do processo ensino-aprendizagem

da ginástica no ensino básico;

- Estruturar os processos de desenvolvimento da Educação Física;

- Abordar a relação da Educação Física com as Abordagens Pedagógicas;

- Identificar a organização do trabalho pedagógico das escolas e da Educação Física

no Brasil;

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5 METODOLOGIA

5.1 Tipo de pesquisa

Para compreendermos a pesquisa a partir de uma visão crítica, a análise

qualitativa foi a escolha, por investigar uma realidade que não pode ser quantificada.

Esse tipo de análise trabalha considerando todos os determinantes, tais como

significados, valores, crenças e atitudes, etc., correspondendo a um espaço mais

profundo das relações, dos processos e dos fenômenos aos quais não podem ser

reduzidos à operacionalização variáveis (MINAYO 2001). Sendo assim o presente

estudo trata-se de uma pesquisa de revisão da bibliografia.

5.2 Revisão da literatura

A revisão da literatura, foi realizada desde a primeira inquietação relacionada

com o tema. Não só antes de iniciarmos as pesquisas, mas ela foi importante

principalmente, durante o processo da pesquisa, ou seja, a revisão da literatura foi

importantíssima durante todo o processo do estudo.

Inicialmente, foi realizado um levantamento e aprofundamento do tema

abordado utilizando artigos científicos indexados, tendo como principais descritores:

ginástica escolar, educação física, concepções críticas da Educação/Educação

Física.

5.3 Seleção Científica

Assim que concluímos a fase inicial dos estudos e reflexões acerca do tema,

iniciamos o processo de seleção. Vale salientar a grande importância da seleção

para o desenvolvimento do trabalho, pois permite, também, a detecção e obtenção

de informações por vezes não apreendidas por outros métodos. Em contra partida,

requer uma sistematização específica, diferenciando-se da seleção informal, o que

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podemos chamar de seleção científica. Para esta última, têm-se uma meta

específica e a questão de pesquisa pode versar sobre os contextos sociais e

influência dos mesmos sobre as relações humanas.

As seleções nos proporcionaram uma análise da estrutura da escola no

cenário nacional além do como está sendo o trabalho pedagógico da escola e da

Educação Física, a partir dessa detecção, pudemos identificar os detalhes

minuciosamente do que estava sendo fornecido pela escola à formação do aluno. A

partir dos dados obtidos damos início ao processo de construção do trabalho.

Os conhecimentos/saberes foram problematizados, discutidos e refletidos a

partir dos seus determinantes históricos, culturais, sociais, biológicos,

técnicos/táticos, políticos e econômicos e também foram relacionados a temas

transversais como: corpo, política das drogas, família homoafetivas, política LGBT,

criminalização da pobreza, racismo, diversidade cultural, ética, respeito às

diferenças, solidariedade, cooperação, companheirismo, amizade, trabalho coletivo,

relações culturais, cidadania, gênero, sexualidade, violência, individualidade,

competitividade, ciúme, vergonha, entre outros. Tudo isso buscando uma melhor

compreensão da realidade exposta pela literatura pertinente.

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6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foi realizado um estudo crítico-reflexivo dos pressupostos histórico-sociais,

teórico-metodológicos, pedagógicos e epistemológicos do processo ensino-

aprendizagem da ginástica no ensino básico. O que pudemos encontrar através das

pesquisas, foi que o conteúdo da ginástica está cada vez mais sendo negado aos

alunos da rede ensino básico do país. Isso acontece devido a uma gama de fatores

explicitados a seguir.

A má formação dos professores de Educação Física é um dos fatores

primordiais que afetam diretamente o trabalho da ginástica nas escolas do ensino

básico. Isso é apresentado por Chauí, quando ela nos afirma que temos uma

formação superior voltada para a manutenção do status quo direcionada para um

sistema hegemônico capitalista. Isso é reforçado ainda mais quando observamos

uma formação superior com currículos totalmente defasados, datados dos anos 80

buscando apenas uma formação unilateral.

Também foi observado outro fator importantíssimo para a negação dos

conteúdos da Educação física. Podemos dizer que os autores tratam a estrutura

física fornecida pelas escolas como uma possibilidade de defasagem ainda maior

em relação ao trato com o conteúdo da ginástica. Isso é estabelecido quando

encontramos uma escola sem uma quadra poliesportiva, necessária a prática da

Educação Física.

Além disso destacamos também os materiais necessários a essa prática. Em

quase todas as literaturas pesquisadas e expostas, encontramos uma citação acerca

da insuficiência de materiais adequados à prática da ginástica. O que encontramos

sempre são materiais que não têm serventia pra mais absolutamente nada,

desestruturando e desestimulando o trabalho da Educação Física na escola.

E um último mais não menos importante fator de defasagem do trato com o

conhecimento da Educação Física na escola é o modus operante do sistema

educacional do país. Salientamos aqui a remuneração que o professor está sujeito a

receber pelo seu trabalho. Uma remuneração, que na maioria das vezes é

repassada abaixo do piso nacional da categoria, singular ao valor que é dado ao

professor no cenário nacional.

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Todos esses importantíssimos fatores expostos anteriormente não são

caracterizados isoladamente, geralmente veem acompanhados um dos outros,

possibilitando um grande desafio para o professor de Educação Física. Entendemos

que cada um deles representa um momento muito importante para a categoria dos

professores em geral, mas em contra partida é notório o quanto a Educação Física é

prejudicada por isso. E com o conteúdo da ginástica não é diferente, sendo um dos

conteúdos mais importantes da Educação Física, por se tratar de um conteúdo que

está presente em todos os outros conteúdos, através das análises das literaturas,

percebemos que é o conteúdo menos trabalhado nas aulas de Educação Física

juntamente com o atletismo.

Em contra partida, encontramos alguns autores indo em busca da

ressignificação dos conteúdos da Educação Física, principalmente a ginástica e o

atletismo. Essa busca pela ressignificação parte do pressuposto de que o

negligenciamento dos conteúdos não podem ser justificados pela má estrutura das

escolas do nosso país. É através dos esforços coletivos e da luta da classe

trabalhadora que a educação pública será mais valorizada e mais estruturada – em

todos os aspectos.

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REFERÊNCIAS

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