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i UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL CARACTERÍSTICA DA CARCAÇA DE OVINOS CONFINADOS ALIMENTADOS COM PALMA FORRAGEIRA E FENO DE LEGUMINOSAS MARIANA CAMPELO MEDEIROS MACAÍBA/ RN – BRASIL AGOSTO DE 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL

CARACTERÍSTICA DA CARCAÇA DE OVINOS CONFINADOS

ALIMENTADOS COM PALMA FORRAGEIRA E FENO DE

LEGUMINOSAS

MARIANA CAMPELO MEDEIROS

MACAÍBA/ RN – BRASIL

AGOSTO DE 2014

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MARIANA CAMPELO MEDEIROS

CARACTERÍSTICAS DA CARCAÇA DE OVINOS CONFINADOS

ALIMENTADOS COM PALMA FORRAGEIRA E FENO DE LEGUMINOSAS

Dissertação apresentada à Universidade

Federal do Rio Grande do Norte – UFRN,

Campus de Macaíba, como parte das

exigências para a obtenção do título de

Mestre em Produção Animal.

Orientador: Prof. Dr. Marcone Geraldo Costa

MACAÍBA/ RN – BRASIL

AGOSTO DE 2014

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Dedico este trabalho aos

meus pais, Maria Angélica

e Rogério e ao meu esposo

Rodrigo.

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“Celebrai o senhor,

aclamai o seu nome,

apregoai entre as nações

as suas obras.”

Salmo 104

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por ser a minha fortaleza, por me dar forças nas intempéries, e por me

ajudar a alcançar meus ideais.

Aos meus pais, Rogério e Maria Angélica, em especial a minha mãe, figura essencial na

minha formação não só como cidadã, mas também profissional e que sempre acreditou,

até mais do eu, na minha vitória, amo vocês.

Ao meu esposo, Rodrigo, pessoa que soube ser paciente, companheiro, estando sempre

presente e contribuindo com a construção de mais uma etapa, te amo!

Ao meu orientador, Dr. Marcone Geraldo Costa, pela confiança em mais uma vez poder

trabalhar ao seu lado, pela sua paciência, dedicação durante todo o mestrado e também

pela sua humanidade, tanto no trato com os animais como com as pessoas.

Aos integrantes do GEFOR, Emmanuel, José Dantas, Welliton, Nathália, Manoel e João

Neto, em especial a minha amiga Gabriela não só pela ajuda, mas pelas conversas

sempre positivas e incentivadoras.

À Emmanuel Veras, graduando em zootecnia, pelo apoio em cada etapa para coleta de

dados, tenho certeza que será um excelente zootecnista.

Ao Frigorífico Potengi, por colaborar com a estrutura física para que realizássemos o

abate dos animais experimentais.

Ao Dr. Rodrigo Carvalho, por nos ceder a estrutura do Laboratório de Pescado, para

realizarmos a dissecação dos pernis dos animais.

Ao CNPq/INSA pelo financiamento do projeto e a Capes pela concessão da bolsa de

estudo.

Ao Programa de Pós Graduação em Produção Animal da UFRN e aos professores e

colegas que contribuíram em cada etapa.

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CARACTERÍSTICAS DA CARCAÇA DE OVINOS CONFINADOS

ALIMENTADOS COM PALMA FORRAGEIRA E FENOS DE LEGUMINOSAS

MEDEIROS, Mariana Campelo. CARACTERÍSTICAS DA CARCAÇA DE OVINOS

CONFINADOS ALIMENTADOS COM PALMA FORRAGEIRA E FENOS DE

LEGUMINOSAS. 2014. 65 f. Dissertação (Mestrado em Produção Animal. Sub-área:

Sistemas de Produção sustentáveis no Semiárido) – Universidade Federal do Rio

Grande do Norte. Macaíba- RN, 2014.

RESUMO: O confinamento é um sistema sustentável quando utilizado associado a

alternativas alimentares que supram as necessidades nutricionais dos animais e torne-se

viável economicamente para o produtor. Alimentos que apresentem características de

resistência aos períodos de estiagem no semiárido nordestino, como a palma forrageira e

as leguminosas, devem ser utilizados e avaliados nos animais. Assim, objetivou-se com

esse estudo avaliar as características de carcaça e composição tecidual da carne de

ovinos em confinamento. Foi utilizada a palma forrageira associada a fenos de quatro

diferentes tipos de leguminosas: Catanduva, sabiá, catingueira e gliricídia. Utilizou-se

24 ovinos 1/2 SPRD (sem padrão racial definido) x 1/2 Soinga, machos não castrados,

com peso vivo médio de 21,4 kg. Ao atingirem 60 dias de experimento os animais

foram submetidos ao abate. A utilização de palma associada aos fenos de leguminosas

proporcionou alterações (P<0,05) para as variáveis perímetro da coxa (43,50 cm), peso

do corpo vazio (24,45 cm), conteúdo do TGI (6,65 kg), perímetro do tórax (68,50 cm),

pesos e rendimentos da paleta (17,30 kg e 1,22%) e lombo (18,67 kg e 1,39 %) e peso

da perna (31,10 kg), porcentagem de osso (18,98 %), relação músculo:osso (4,17 % ) e

para gordura omental (0,97 kg). Palma forrageira associada a fenos de leguminosas

pode ser indicada na alimentação de ovinos em confinamento por manter características

de carcaça desejáveis nos animais.

PALAVRA-CHAVE: biometria, cordeiros, escore corporal, rendimento, composição

tecidual

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CARCASS CHARACTERISTICS OF SHEEP FED WITH CONFINED CACTUS

PEAR OF PULSES HAY

MEDEIROS, Mariana Campelo. CARCASS CHARACTERISTICS OF SHEEP FEED

WITH CONFINED CACTUS PEAR OF PULSE HAY. 2014. 65 f. Dissertation

(Master’s Degree in Animal Production: Forage and Pasture) – Universidade Federal do

Rio Grande do Norte (UFRN), Macaíba-RN, 2014.

ABSTRACT: Containment is a sustainable system when used in combination with

alternative foods that meet the nutritional needs of animals and become economically

viable for the producer. Foods that have the characteristics of resistance to periods of

drought in the semiarid northeast, as cactus pear and legumes are used and evaluated in

animals. Thus, the objective of this study was to evaluate carcass characteristics and

tissue composition of sheep meat in confinement. Was used cactus pear with four

different types of legumes hay: Catanduva, sabiá, catingueira and gliricídia. We used 24

sheep half SPRD (without defined breed) x 1/2 Soinga intact male, with an average

body weight of 21.4 kg. When they reach 60 days of the experiment the animals were

submitted to the slaughter. The use of palm associated with legume hays provided

changes (P <0.05) for the variables thigh circumference (43.50 cm), empty body weight

(24.45 cm), TGI content (6.65 kg ), chest circumference (68.50 cm), weight and yield of

the palette (17.30 kg and 1.22%) and loin (18.67 kg and 1.39%) and leg weight (31.10

kg ), bone percentage (18.98%), muscle: bone (4.17 %) and omental fat (0.97 kg).

Cactus pear associated with hay forage legumes can be noted in sheep feeding in

confinement for maintaining desirable carcass characteristics of animals.

KEYWORD: biometrics, lambs, body condition score, yield, tissue composition

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SUMÁRIO

1.REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 11

1.1. ASPECTOS GERAIS DA OVINOCULTURA ..................................................................... 11

1.2. SISTEMAS DE CRIAÇÃO DE OVINOS ............................................................................. 13

1.3. PALMA FORRAGEIRA (Opuntia fícus indica Mill) ........................................................... 14

1.4. LEGUMINOSAS ADAPTADAS AO NORDESTE .............................................................. 15

1.5. CONSERVAÇÃO DE FORRAGEM ..................................................................................... 16

1.6. GLIRICÍDIA (Gliricídia sepium) ........................................................................................... 17

1.7. CATINGUEIRA (Caesalpina bracteosa) .............................................................................. 17

1.8. SABIÁ (Mimosa caesalpiniifolia benth) ................................................................................ 18

1.9. CATANDUVA (Piptadenia moniliformis benth.) ................................................................. 19

1.10.COMPONENTES DA CARCAÇA ...................................................................................... 19

1.11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 24

2.CARACTERÍSTICAS DA CARCAÇA DE OVINOS CONFINADOS

ALIMENTADOS COM PALMA FORRAGEIRA E FENOS DE LEGUMINOSAS

31

INTRODUÇÃO............................................................................................................................. 33

MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................................... 35

RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................. 44

CONCLUSÕES ............................................................................................................................. 56

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 56

3. ANEXOS ................................................................................................................................... 61

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LISTA DE TABELA

Tabela 1- Composição química dos alimentos (g/kgMS) .................................................... 37

Tabela 2 - Composições percentuais e químicas das dietas experimentais (g/kg), expressas

na matéria seca................................................................................................................ 38

Tabela 3 - Características biométricas e coeficiente de variação (CV) de ovinos SPRD x 1/2

Soinga alimentados com palma forrageira e feno de leguminosas ................................. 45

Tabela 4 - Características e rendimento médio da carcaça de ovinos SPRD x 1/2 Soinga

alimentados com palma forrageira e feno de leguminosas ............................................. 46

Tabela 5 - Características morfométricas média das carcaças de ovinos SPRD x 1/2 Soinga

alimentados com palma forrageira e feno de leguminosas ............................................. 49

Tabela 6 - Composição regional da carcaça de cordeiros SPRD x 1/2 Soinga alimentados

com palma forrageira e feno de leguminosas ................................................................. 50

Tabela 7 - Mensurações da área de olho de lombo (AOL), espessura de gordura da carcaça

e espessura máxima de gordura subcutânea (GR) de cordeiros SPRD x 1/2 Soinga

alimentados com palma forrageira e feno de leguminosas ............................................. 51

Tabela 8 - Composição tecidual média da perna de cordeiros SPRD x 1/2 Soinga

alimentados com palma forrageira e feno de leguminosas ............................................. 53

Tabela 9 - Rendimento dos componentes não constituintes da carcaça de ovinos SPRD x 1/2

Soinga alimentados com feno de leguminosas ............................................................... 54

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Cortes efetuados na meia carcaça esquerda (paleta, perna, lombo, costilhar

epescoço). ....................................................................................................................... 41

Figura 2 - Medidas A, B, C e J da seção transversal entre a 12° e 13° costelas .................. 42

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1.REFERENCIAL TEÓRICO

1.1. ASPECTOS GERAIS DA OVINOCULTURA

Na região do semiárido nordestino, diversos métodos de manejo alimentar têm

sido propostos, com vista a atenuar o problema nutricional dos rebanhos nos períodos

mais críticos, representado pelo período seco, dentre as alternativas o corte e a queima

da vegetação lenhosa são realizados como opções para aumentar a disponibilidade de

forragens nos períodos de estiagem (Da Silva et al. 2010).

Segundo dados do IBGE 2012, a produção pecuária brasileira foi pouco favorável

neste período. No que concerne à produção de caprinos e ovinos, as reduções

justificaram-se pelo desestímulo por parte do produtor em continuar na atividade devido

aos baixos rendimentos obtidos, o que estimulou o envio de animais precocemente para

descarte.

No panorama da ovinocultura, o ano de 2012, apresentou redução de 5,0% do

rebanho ovino em relação ao ano de 2011 (IBGE, 2012). Com as maiores variações

negativas registradas no Nordeste do País, principalmente nos Estados da Bahia,

Pernambuco e Piauí. No Centro-Oeste as maiores quedas ocorreram nos Estados de

Mato-Grosso e Goiás e no Sudeste em São Paulo. Mesmo com as maiores variações, a

região Nordeste ainda conseguiu manter o maior rebanho ovino, com um total de

55,5%, destacando os Estados da Bahia (16,8%) e Ceará (12,3%), enquanto que a região

Sul concentrou 30% da criação, sendo 24,4% no Rio Grande do Sul (IBGE, 2012).

Inserir informação acerca do rebanho ovino no semiárido Nordestino (INSA).

Comparativamente a dados produtivos de anos anteriores, apesar da seca ocorrida

neste período, o Nordeste, no ano de 2012, ainda manteve-se em posição favorável.

Segundo dados do IBGE (2009) o total do rebanho ovino neste período era de 16.912.

105 cabeças, sendo a região Nordeste representado por 9.566.776 e o Estado do Rio

Grande do Norte representou o quarto maior rebanho, com um total de 570.302,

representado por uma variação positiva de 1,1%. O ano de 2012 apresentou um rebanho

de 9.325.885 e o Rio Grande Norte permaneceu na quarta posição com 558.563

cabeças, mantendo-se atrás dos Estados do Maranhão, Piauí e Ceará, mesmo este ano

tendo apresentado uma variação negativa de -5,0% (IBGE, 2012).

A ovinocultura consegue manter-se no Estado do Rio Grande do Norte

possivelmente por ser uma das mais importantes atividades econômicas do semiárido

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nordestino, caracterizando-se como uma das principais áreas de vocação ao

desenvolvimento da ovinocultura de corte no Brasil (Da Silva et al. 2010).

Goulart & Favero (2011) observaram que apesar da capacidade da ovinocultura

desenvolver-se favoravelmente na região semiárida do Nordeste, os sistemas de criação

adotado, caracterizados como tradicionais, apresentam-se geralmente em grandes áreas,

cujo rebanho é composto de animais sem raça definida ou por raças nativas.

Na maioria dos estados da região Nordeste é observado uma grande variedade de

raças ovinas, porém nota-se uma falta de direcionamento produtivo (Costa et al. 2010),

não havendo distinção quanto as aptidões da cada raça (leite ou carne), nem qual é a

mais indicada para a referida produção. Dessa forma na maioria das propriedades não é

observado, nos grupos de animais existentes, métodos de seleção e de manejo

reprodutivo visando à melhoria da produção ou mesmo no sentido de padronização do

rebanho.

A utilização de animais com aptidões específicas tem por finalidade direcionar o

sistema de produção adotado a obtenção do retorno financeiro esperado. O grupo

genético Soinga, originada no Nordeste brasileiro, mais especificamente no estado do

Rio Grande do Norte, é proveniente do cruzamento de três raças (Tricross), formada

pelo cruzamento da Bergamácia (oriunda da Itália), Morada Nova (selecionada no

Nordeste do Brasil) e Somalis Brasileira (origem na África do Sul). O ovino Soinga

vem sendo caracterizado como um animal rústico, precoce e totalmente integrado às

adversidades do semiárido (Cunha, 2012).

O Soinga é um animal que foi selecionado no Rio Grande do Norte há pelo menos

25 anos, contando com um rebanho de 12 mil animais e 42 criadores, caracterizado

como um animal eficiente, rústico, fértil, boa habilidade materna (podendo criar

facilmente duas crias por vez) e de excelente qualidade da carne (Figueiredo, 2011).

É importante afirmamos a importância que a ovinocultura possui no Nordeste

brasileiro representando grande importância socioeconômica, associado à criação de

animais como o Soinga, que apresentam além da aptidão a rusticidade necessária para

atravessar períodos de estiagem com escassez de chuva e alimento, podendo dessa

forma proporcionar geração de emprego e renda, além de favorecer o aspecto

nutricional através do incremento de proteína animal na alimentação da população

(Batista et al. 2013).

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1.2. SISTEMAS DE CRIAÇÃO DE OVINOS

De acordo com Poli et al. (2008) o rebanho ovino pode ser criado em distintos

sistemas de produção com diferentes formas de alimentação, sendo possível encontrar

animais confinados em um sistema intensivo, até animais criados extensivamente com

baixo uso de tecnologia.

Em estudo realizado por Da Silva et al. (2010), o modo de criação extensiva dos

rebanhos ovinos brasileiros geralmente subsiste sob condições muito além daquelas

requeridas para uma adequada exploração dos animais. Dessa forma, a produção ovina

utiliza a pastagem como principal fonte de alimento pelo seu baixo custo de produção e

pela imagem saudável dos produtos advindos do pasto (Baumont et al. 2000).

Alguns autores como Costa et al. (2010) caracterizam a criação à pasto como de

baixo rendimento, se houver somente a predominância do tipo de exploração extensiva

sem o prévio planejamento de todas as etapas do sistema produtivo. Quando utiliza-se

forrageiras de boa produtividade e valor nutritivo, os sistemas de criação a pasto se

tornam eficientes. É preciso definir o manejo, que não somente otimize a colheita da

forragem pelo animal em pastejo, mas também potencialize a produção de carcaças de

qualidade para atender as exigências do mercado (Ribeiro et al. 2011).

Da Silva et al. (2010) observaram que o confinamento pode ser um fator restritivo

na produção de carne ovina, em virtude da baixa disponibilidade de grãos utilizados na

formulação de rações na região Nordeste e do elevado custo de produção. É do

conhecimento comum que alimentos concentrados convencionais, como o milho e a

soja, utilizados nesse sistema são determinantes para elevar os custos no confinamento.

Porém, devido à estação seca prolongada essa é uma prática que já vem sendo bastante

demandada na região Nordeste (Silva et al. 2011).

Como vantagem, o confinamento pode permitir aumentar a taxa de lotação da

propriedade (Carvalho & Medeiros, 2010), melhorar as condições alimentares do

rebanho e disponibilizar carne ovina de qualidade no período da entre safra. Contudo, o

uso excessivo de concentrados só se aplica a ovinocultores com nível mais alto de

gerenciamento e investimento.

Mas adotar o sistema de confinamento não deve ser algo empírico, para tanto se

sugere que ao adotar esse sistema os produtores levem em consideração os aspectos

gerais da propriedade como dieta, manejo, sanidade, genética e, sobretudo aspectos

econômicos. O sistema de confinamento tem sido estimulado (Medeiros et al. 2008),

para obtenção de ganhos que compensem economicamente essa prática, a dieta deverá

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conter níveis adequados de proteína e energia, com ocorrência da maximização do uso

de concentrados, não esquecendo ainda, visando a viabilidade econômica do sistema do

aprimoramento genético dos animais utilizados para obter melhoria na eficiência

produtiva e na qualidade dos produtos obtidos.

A terminação de cordeiros em confinamento proporciona uma série de benefícios,

como baixa mortalidade dos animais em decorrência da menor incidência de verminoses

e do maior controle da parte nutricional, proporcionando assim um abate precoce e

carcaças com alta qualidade, o que reflete em melhor aceitação e preço final do produto

(Carvalho & Medeiros 2010).

1.3. PALMA FORRAGEIRA (Opuntia fícus indica Mill)

A palma forrageira tem origem no México, sendo cultivada na América, África,

Ásia, Europa e Oceania (Reys-Aguero et al. 2005). No Nordeste, tem sido largamente

utilizada e vem sendo cultivada há várias décadas, por possibilitar alimentação animal

em períodos críticos (Silva et al. 2011) além de possuir características morfológicas que

promovem a sua tolerância a longas estiagens como o Metabolismo Ácido das

Crassuláceas (MAC) e estômatos distribuídos uniformemente (Bispo et al. 2007).

De acordo com Lira et al. (2005), as plantas MAC abrem os seus estômatos à

noite, o que reduz a perda de água para o ambiente, ao mesmo tempo que permite a

entrada de CO2, que é armazenado temporariamente em ácido málico, e posteriormente

utilizado nas reações fotossintéticas do dia seguinte. O fator de adaptação às condições

edafoclimáticas da região Nordeste possibilita a sua utilização na alimentação de

bovinos, ovinos e caprinos (Cavalcanti et al. 2008), sobretudo nos períodos de estiagem

prolongada, possibilitando alta produção de matéria verde por unidade de área.

De acordo com Almeida (2012) as espécies mais cultivadas no Nordeste brasileiro

são a Opuntia fícus- indica Mill com as cultivares gigante, redonda clone IPA-20 e a

Napolea cochenillifera salm Dyck, cuja cultivar é a palma miúda ou doce.

Oliveira et al. (2010) observaram que a palma gigante possui como característica

o seu porte arborescente com 3-5 m de altura, coroa larga, glabra, 60-150 cm de largura

de caule, raquetes obovaladas com 30-60 cm de comprimento, 20-40 cm de largura e

19-28 cm de espessura, possuem uma cor verde escura, estando coberta por uma

camada de cera, o seu fruto tem sabor doce, podendo ser comestível. Para Oliveira

Júnior et al. (2009), diversos fatores podem influenciar na ocorrência dessas

características, tais como: variáveis climáticas, atributos do solo, tamanho da

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propriedade, disponibilidade de mão-de-obra, assistência técnica, possibilidade de

mecanização, custo de aquisição de insumos, pragas, doenças, condições climáticas e

espaçamento utilizados.

No que diz respeito ao seu valor nutricional, a palma forrageira é uma excelente

fonte de energia, rica em minerais e vitamina A (Pinto et al. 2011). Porém segundo

esses autores esta forrageira tem em média apenas 26% de fibra em detergente neutro

(FDN), possuindo assim uma baixa efetividade física, o que exige a associação da

palma com um volumoso para corrigir a FDN e assim evitar distúrbios ruminais.

Apesar de seu baixo conteúdo de matéria seca (MS), foi demonstrado por Bispo et

al. (2007) que quando a relação fibra em detergente neutro (FDN): carboidrato não

fibroso (CNF) seguem as recomendações propostas pelo NRC (2001) o teor de água

dessa forrageira não causa qualquer tipo de distúrbios digestivos nos animais. Existindo

assim, a necessidade de corrigir o déficit de FDN através de fontes de fibra fisicamente

efetiva e proteína (Wanderley et al. 2012).

Para Almeida (2012) as características positivas da palma precisam ser

consideradas por ser um alimento que apresenta boa palatabilidade, o que possibilita o

consumo pelos animais, um alto valor energético e uma boa digestibilidade, além de ser

um alimento que supre grande parte da necessidade de água na época de estiagem

prolongada.

A palma pode ser oferecida aos ruminantes in natura, na forma de silagem, farelo

ou feno (Almeida et al. 2012). Estudos desses autores demonstraram que dietas de

volumoso e concentrado com cinco níveis de inclusão da palma em substituição ao feno

de capim elefante: 0, 14, 28, 42 e 56%, promovem diminuição do consumo de água pelo

animal linearmente à medida que se eleva os níveis de palma na dieta, em decorrência

do maior consumo de água contida na palma.

Para Ferreira (2005) a melhor forma de se aproveitar a palma, suprindo as suas

deficiências seria a associação da cactácea com alimentos que possuam fibra em

detergente neutro altamente efetiva, como silagens, fenos e restos de culturas.

1.4. LEGUMINOSAS ADAPTADAS AO NORDESTE

Para Wanderley et al. (2002) a baixa disponibilidade das forrageiras têm limitado

o desenvolvimento da pecuária na região semiárida do Nordeste brasileiro,

principalmente nos períodos de estiagem prolongada, além de manejo inadequado dos

animais, má utilização dos recursos forrageiros existentes na região, pouco

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aproveitamento de forragens na forma de silagem e feno nos períodos das chuvas e

elevado custo das rações.

O Semiárido brasileiro abrange uma área de cerca de 1,0 milhão de km²,

correspondente a 64,2% do território nordestino, estendendo-se por nove estados da

União. Por essa região apresentar a maior densidade populacional das regiões

semiáridas do planeta, ao lado da evolução ambiental resultante das condições naturais,

o Semiárido brasileiro sofre o impacto das ações antrópicas, que se baseiam em

métodos extrativista e predatório, destruindo recursos naturais sem levar em conta os

custos ambientais e financeiros aliado ao tempo necessário para sua recuperação

(Araújo Filho, 2013).

Guimarães Filho & Soares (1997) já haviam observado que a maximização do uso

do sistema da caatinga no período de maior oferta de forragem (período das águas) pode

ser realizada, tanto no aproveitamento das pastagens de capim buffel como na utilização

de banco de proteínas de leguminosas como a leucena.

Segundo Da Silva et al. (2010) nas regiões semiáridas do Nordeste o pasto nativo

pode ser usado para terminação de ovinos no período chuvoso. A caatinga, por ser a

principal e mais econômica fonte de alimentos para os rebanhos na região, é um dos

mais importantes fatores para a produção animal. Mas segundo esses autores, é preciso

que seja bem manejada a fim evitar prejuízos à pele e estresse desnecessário aos

animais.

O uso de leguminosas (herbáceas e ou arbustivo arbóreas submetidas à poda)

utilizadas na forma de consórcio com gramíneas, como banco de proteínas ou como

feno, representam fontes de alimentos interessantes do ponto de vista nutricional, pois

possuem alto teor de proteína, além de ser estratégia como reserva de alimentos nos

períodos de escassez de água, devido possuírem um sistema radicular mais profundo

(Quadros, 2005).

1.5. CONSERVAÇÃO DE FORRAGEM

Visando alternativas para o atendimento às demandas da produção animal,

Santana (2011) observou que diversos alimentos vêm sendo estudados e aperfeiçoados

no sentido da redução de custos com o manejo nutricional dos animais.

Para Da Silva et al. (2010) as técnicas de conservação de forragem como o

processo de fenação e ensilagem ainda não são aplicados de forma expressiva em

muitas propriedades.

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As leguminosas como a leucena, estilosantes, cunhã e sabiá entre outras, são

alimentos indicados para a produção de feno. Estes são ricos em proteínas devido à

capacidade de fixação de nitrogênio pelas bactérias e fungos associados a essas espécies

e podem ser utilizados como ingredientes na alimentação animal, (Santana, 2011).

1.6. GLIRICÍDIA (Gliricídia sepium)

De acordo com Formentini et al., (2008) a gliricídia é uma leguminosa arbórea

nativa do México, América Central e norte da América do Sul. Afirmaram ainda que

essa leguminosa tem uma produtividade anual de 40 toneladas de matéria verde, 5 a 15

toneladas de matéria seca e fixa/ absorve de 150 a 300 kg de nitrogênio (N) por ha/ ano.

De acordo com Cabral Júnior et al. (2007), o uso de ramos e folhas de

leguminosas arbóreas como alternativa alimentar é uma forma de suplementação

nutricional para os animais, tendo como objetivo melhorar os índices de produtividade

dos rebanhos, incrementando a renda dos produtores. Segundo esses autores a gliricídia

se insere nesse contexto por compor níveis elevados na dieta dos ruminantes, mas

atuando principalmente como suplemento protéico para forragens tropicais, subprodutos

e palhadas de baixa qualidade nutritiva.

A composição química média dessa leguminosa é de 23% de proteína bruta, 45%

de fibra em detergente neutro e 1,7% de cálcio (Cabral Júnior et al., 2007). A gliricídia

não é aceita de imediato no momento em que é fornecida in natura aos animais, sendo

necessário oferecer um período de adaptação aos animais para que haja o consumo.

A gliricídia é considerada uma espécie de uso múltiplo: forragem,

reflorestamento, adubação verde e cerca viva. Sendo indicada como forrageira para

bovinos, ovinos e caprinos, devido ao alto valor protéico apresentado em sua folhagem,

variando entre 20 a 30% de proteína bruta (Cirne et al. 2013).

1.7. CATINGUEIRA (Caesalpina bracteosa)

A catingueira possui hábito arbóreo, podendo alcançar até 10 m de altura e de

crescimento lento. É uma caducifólia (queda das folhas) tardia, seu ciclo fenológico se

verifica durante a época das chuvas, com o início da dormência em plena seca,

alcançando a vegetação plena no começo da estação chuvosa, flora ao meio da estação e

frutifica ao final do período úmido (Araújo Filho, 2013).

É uma espécie nativa da Caatinga, apresentado grande potencial forrageiro, pois é

uma das plantas desse bioma cujas gemas brotam no primeiro sinal de umidade

(Mendes et al., 2011).

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De acordo com Gonzaga Neto et al. (2004) a Catingueira, entre as diversas

espécies nativas da caatinga, aliada a outros recursos naturais, se apresenta como boa

alternativa alimentar para os rebanhos desse ecossistema, devido ao fato de manter-se

com um bom teor de proteína bruta (14%), durante boa parte do ano, além de ter como

característica a adaptabilidade à maioria dos solos e climas, sendo bastante tolerante à

seca.

Para Araújo Filho (2013) as folhas da catingueira têm consumo insignificante

quando verde, devido, provavelmente, ao odor desagradável que possuem. Porém,

quando secas, são consumidas por ovinos, caprinos e bovinos, participando em até 35%

de sua dieta no período seco. Para esse autor, a catingueira é uma arbórea que não deve

ser rebaixada, podendo, no entanto, ser desgalhada na época da chuva para confecção de

feno.

1.8. SABIÁ (Mimosa caesalpiniifolia benth)

É uma leguminosa de hábito arbóreo podendo alcançar até 9,0 m de altura, de

crescimento rápido, caducifólia precoce, copa arredondada, medianamente densa e

folhas compostas, rebrota e alcança vegetação plena no início das chuvas, flora e

frutifica ao meio da estação, entrando em dormência com a queda das folhas, no início

do período seco (Araújo Filho, 2013).

O Sabiá é uma leguminosa comum em alguns sítios ecológicos do Nordeste

tornando-se muito consumida pelos animais no período chuvoso, utilizada também

como suplemento alimentar nos períodos de escassez, quando fenada (Viera et al.,

2005). Essa leguminosa tem a capacidade de adaptar-se às condições adversas de clima,

além de possuir um potencial especial para produção de forragem nas épocas secas

(Pereira et al. 2000).

A folha do sabiá pode apresentar percentual de proteína bruta de 19,2% na fase de

vegetação plena, 14,3% na frutificação e 8,5% na fase de dormência. O percentual de

FDN apresenta valores de 55,9% na fase de vegetação plena, 57,6% na frutificação e

50,3% na dormência (Araújo Filho, 2013).

De acordo com Goyanna (2009) no Nordeste do Brasil, o sabiá tem como

finalidade econômica o fornecimento de madeira para cerca, podendo ser utilizada

também na medicina caseira, paisagismo, obtenção de carvão e sistemas

agrossilvipastoris. Sua forragem é indica para compor a alimentação de ruminantes por

ser nutritiva (possui até 17% de proteína bruta) e palatável.

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As folhas do sabiá têm elevado consumo quando verdes, participando com

percentuais superiores a 40% na composição das dietas de bovinos, caprinos e ovinos

(Araújo Filho, 2013).

1.9. CATANDUVA (Piptadenia moniliformis benth.)

A Catanduva pode ser também popularmente conhecida como Angico-de-bezerro,

Muquém e Quipembe (Oliveira Filho et al. 2008). De acordo com esses autores, é uma

espécie de hábito arbóreo (atinge até 6 m de altura) sem espinhos, encontrada nos

estados da Bahia, Piauí, Minas Gerais e Rio Grande do Norte. De acordo com Azerêdo

(2009) as árvores possuem troncos tortuosos, com casca fina e um pouco rugosa. Suas

folhas são compostas e bipenadas, com flores dispostas em espigas cilíndricas, o seu

fruto é uma vagem plana, deiscente, atingindo até 13 cm de comprimento, de cor

marrom ou branca que se abre por apenas um dos lados e expondo sementes ovais.

Sousa et al. (2011) observaram que os ramos finos da Catanduva, junto com suas

folhas, servem como alimento para os animais, porem esses autores afirmam que se faz

necessário mais informações a respeito da variabilidade dentro da espécie, com o intuito

de descobrir todos os seus potenciais forrageiro.

1.10.COMPONENTES DA CARCAÇA

Segundo Cezar & Sousa (2007), biologicamente a carcaça é o corpo do animal

abatido, sangrado, esfolado, eviscerado, decapitado e amputado as patas, aparelho

reprodutor no macho e da glândula mamária nas fêmeas. Comercialmente, a carcaça é a

unidade básica de transação entre os setores de produção e de comercialização da carne

ovina e caprina.

Mendonça et al. (2003) relatam que a carcaça é o componente do peso vivo de

maior valor comercial, entretanto, os demais (pele, cabeça, patas e vísceras), também

chamados de componente não constituintes da carcaça, freqüentemente representam

uma parte ponderal mais importante que a carne.

As carcaças precisam chegar ao varejo uniformes, principalmente no que se

refere as características quantitativas e qualitativas da carcaça, e para este objetivo ser

atendido, vários métodos in vivo de avaliação estão sendo desenvolvidos (Lambe et al.,

2008). Dentre elas, as medidas biométricas permitem predizer, de maneira prática e

econômica, o estado nutricional do animal e as características de carcaça (Pinheiro et al.

2011).

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Pinheiro & Jorge (2010) observaram que algumas medidas da carcaça podem

apresentar alta correlação com o seu peso, podendo também ser utilizadas como

indicadores de características de rendimento e qualidade e assim serem adotadas em

sistemas de classificação de carcaças ovinas. Porém, é necessário mais estudos que

avaliem as medidas na carcaça e no animal vivo, para se conhecerem qual ou quais

medidas são os melhores indicadores de rendimento e qualidade da carcaça.

Carvalho & Medeiros (2010) afirmam que para a carne ovina se tornar

competitiva com a de outras espécies, como aves, suínos e bovinos, o produtor deve

colocar no mercado carne de animais jovens (cordeiros), criados de maneira que

proporcione a obtenção de carcaças de primeira qualidade, tendo em vista um mercado

consumidor, cada vez mais exigente na busca de produtos saudáveis.

De acordo com Ekiz et al. (2013), o sistema de produção adotado é outro fator que

pode contribuir na qualidade da carcaça e da carne de cordeiros. Esses pesquisadores

observaram que cordeiros com pesos semelhantes, quando terminados com concentrado

produzem carcaças mais gordas do que os animais terminados em pastagens. Esse fato é

explicado pelo menor teor de gordura na carcaça de animais criados à pasto, como

resultado do aumento da atividade física durante o pastejo, assim como o aumento do

metabolismo basal.

Diversos fatores influenciam nas características quantitativas de carcaça sendo a

nutrição um dos mais importantes (Pinto et al. 2011), além da dieta, raça, quantidade de

gordura na carcaça, idade e genética (Ekiz et al. 2013) e também o sistema de produção

adotado (Clementino et al. 2007).

Uma das alternativas para melhorar o potencial de comercialização das carcaças

ovinas seria a tentativa de reduzir a idade ao abate por meio do nível nutricional, visto

que as diferentes proporções teciduais da carcaça são influenciadas por esses fatores

(Clementino et al. 2007). Yamamoto et al. (2013) observaram que o mercado

consumidor valoriza a carcaça de animais jovens, abatido com idade inferior a 150 dias

e peso corporal entre 28 e 36 kg. Para que se atinja esse fim, segundo esses autores, a

terminação de cordeiros em confinamento pode proporcionar abate precoce dos animais,

resultando em carcaças com características que atendam as exigências do mercado,

proporcionando, dessa forma retorno mais rápido do capital investido.

De acordo com Moreno et al. (2011) tendo em vista um mercado consumidor cada

vez mais exigente e competitivo, tornou-se necessário aproveitar os subprodutos

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gerados durante o processo produtivo, entre ele, os componentes não-carcaça, sendo

uma importante alternativa para aumentar a rentabilidade dos sistemas.

Os componentes não constituintes da carcaça são formados pelo sistema

digestório e o seu conteúdo, pele, cabeça, patas, cauda, pulmões, traquéia, fígado,

coração, rins, gorduras omental, mesentérica, renal e pélvica, baço e aparelho reprodutor

com bexiga (Yamamoto et al. 2004). Faz-se necessário saber o que é considerado como

carcaça ou não, pois a gordura perirrenal e pélvica, os rins, a cauda, a cabeça e a pele,

por exemplo, podem ser ou não, em função das tradições de mercado, considerados

como constituintes da carcaça (Cezar & Sousa, 2007).

Os componentes não constituintes da carcaça podem perfazer até 60% do peso

vivo do animal, ressaltando assim a importância de sua utilização como alimento ou

para outros fins, como na indústria de vestuário (pele) (Ribeiro et al. 2011).

Moreno et al. (2011) as vísceras, o fígado, os rins e o coração são utilizados

principalmente no Nordeste do Brasil em práticos típicos da culinária regional, como a

buchada e o sarapatel. Dentro de um sistema de produção de carne, a comercialização

desses pratos pode fornecer altos retornos econômicos, em torno de 30% do valor do

animal, o que proporciona mais retorno financeiro para a atividade. De acordo com

esses componentes passam por um processo de limpeza e lavagem, são pré-cozidos,

resfriados e assim comercializados em conjunto (Pinto et al. 2011).

Com relação ao valor nutritivo, Medeiros et al. (2008) afirmam que os

componentes não constituintes da carcaça têm valores comparáveis ao da carne, como a

proteína, que é de alto valor biológico variando de 17 a 20% da proteína bruta, além de

serem excelentes fontes de ferro e fósforo.

Os órgãos (representados por um conjunto de tecidos que evoluem para realizar

uma determinada função vital) e as vísceras (que são os órgãos internos do corpo que

contém espaços, servindo para digestão, respiração), em comparação às outras partes do

animal, apresentam diferentes velocidades de crescimento. O tipo de volumoso e a

relação volumoso:concentrado podem afetar o desenvolvimento dos componentes não

carcaça, principalmente daqueles mais relacionados à digestão, como o rúmen e o

retículo (Moreno et al. 2011). Segundo Yamamoto et al. (2004), normalmente o peso

dos componentes não constituintes da carcaça desenvolve-se similarmente com o

aumento do peso vivo do animal, mas não nas mesmas proporções, ou seja, ocorre

queda nas porcentagens em relação ao peso vivo dos animais.

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Segundo Medeiros et al. (2008) os demais componente não utilizados na

alimentação humana têm potencial de agregar valor se utilizados na indústria de farinha

de carne, que são adicionadas às rações de aves, suínos e animais da linha pet (cães e

gatos).

Para valorizar e dividir as carcaças existe pontos essenciais que merecem atenção,

como a conformação da carcaça, onde deve ser observada a convexidade das massas

musculares para melhor visualização. A quantidade e a distribuição de gordura

(acabamento), principalmente a subcutânea, são importantes na carcaça, pois nas

exigências peculiares dos mercados consumidores, o excesso ou a falta de gordura são

indesejáveis. A gordura protege a carcaça dos efeitos negativos da perda por

resfriamento e congelamento e perda excessiva de água (Cordeiro, 2012).

As carcaças podem ser comercializadas inteiras ou em forma de corte. Assim,

esses cortes cárneos em peças individualizadas, associados à apresentação do produto,

são importantes fatores na comercialização, pois, além de proporcionarem preços

diferenciados entre diversas partes da carcaça, permitem aproveitamento racional,

evitando desperdícios, sem contar que a proporção destes cortes constitui um importante

índice para avaliação da sua qualidade (Yamamoto et al. 2004),

Conforme Cezar & Sousa (2007), entende-se por composição regional, as

proporções em que se encontram, na carcaça, os diversos cortes obtidos por meio da

retalhação. A separação da carcaça em cortes dá origem a peças de menor tamanho,

proporcionando melhor aproveitamento culinário, facilitando a sua comercialização

(Hashimoto et al. 2012). Em função da quantidade e qualidade de cada tecido, os cortes

podem ser classificados em três categorias: cortes de primeira (cortes nobres), de

segunda e de terceira (Cezar & Sousa, 2007). Para Nóbrega et al. (2013) o que se espera

de uma boa carcaça é que tenha o máximo rendimento de corte de primeira categoria.

Dessa forma, tem-se como fator relevante a composição da carcaça no que diz

respeito às proporções de músculo, gordura e osso, o que determina em grande parte o

valor econômico da mesma (Yamamoto et al. 2013). Sendo a gordura, de acordo com

esses autores, dentre os componentes teciduais, o que está diretamente relacionado ao

aspecto qualitativo da carcaça.

Para Hashimoto et al. (2012) o estudo do crescimento e desenvolvimento dos

tecidos são informações importantes para a eficiência da produção, uma vez que,

conhecendo o ritmo de crescimento dos tecidos e das regiões que compõem a carcaça,

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será possível determinar com maior precisão o melhor momento de abate para cada

grupo genético, favorecendo a padronização e a qualidade do produto ofertado. A

composição da carcaça, medida pela proporção dos cortes, é determinada por fatores

genéticos e ambientais, sendo que a idade, o peso vivo, a raça e a dieta são os fatores

que mais influenciam a composição da carcaça de ovinos e caprinos Cezar & Sousa

(2007).

De acordo com Nóbrega et al. (2013) o método considerado mais preciso para a

estimativa da composição tecidual é a dissecação de toda carcaça em três principais

grupos de tecidos, ou seja, ósseo, muscular e adiposo, e a determinação de sua

proporção. Esses autores afirmam que a paleta e a perna são os cortes mais utilizados

para predizer a composição tecidual da carcaça, pois são considerados bons indicadores

das proporções teciduais.

Silva et al. (2011) afirmam que as medições do músculo, osso e gordura podem

ser tomadas em carcaças inteiras ou dissecadas em partes, reduzindo custo e

desperdícios, permitindo a comercialização dos outros cortes da carne. Segundo

Fernandes et al. (2010) o mais comum é a desossa dos principais cortes comercias, ou

daqueles que sejam representativos da composição da carcaça.

De acordo com Hashimoto et al. (2012) a paleta e perna são os cortes que melhor

predizem o conteúdo total dos tecidos, uma vez que representam mais de 50% da

carcaça. Para Cezar e Sousa (2007) a perna é o corte que apresenta maior proporção

muscular e, portanto, maior rendimento de carne magra, embora seja intermediária em

termo de maciez. Assim, os cortes originados pela perna são maiores, mais carnosos e

menos tenros do que aqueles provenientes da porção superior do lombo e costilhar.

Dessa forma faz-se necessário correlacionar as características de carcaça, a fatores

como a nutrição, genética e a aptidão dos animais, para que ao avaliar as características

de carcaça, possamos ajudar ao produtor no desenvolvimento de um sistema de criação

de ovinos.

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2.CARACTERÍSTICAS DA CARCAÇA DE OVINOS CONFINADOS

ALIMENTADOS COM PALMA FORRAGEIRA E FENOS DE LEGUMINOSAS

Trabalho submetido à revista:

ARQUIVO BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

ISSN: 1678-4162

Página eletrônica: www.abmvz.org.br

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Características da carcaça de ovinos confinados alimentados com palma forrageira

e fenos de leguminosas1

Mariana Campelo Medeiros2*; Marcone Geraldo Costa2 1

1Financiado pelo CNPq/INSA 2

2Programa de Pós-Graduação em Produção Animal – UFRN – Macaíba 3

*[email protected] 4

5

Resumo: O confinamento é um sistema sustentável quando utilizado associado a 6

alternativas alimentares que supram as necessidades nutricionais dos animais e torne-se 7

viável economicamente para o produtor. Alimentos que apresentem características de 8

resistência aos períodos de estiagem no semiárido nordestino, como a palma forrageira e 9

as leguminosas, devem utilizados e avaliados nos animais. Assim, objetivou-se com 10

esse estudo avaliar as características de carcaça e composição tecidual da carne de 11

ovinos em confinamento. Foi utilizada a palma forrageira associada a fenos de quatro 12

diferentes tipos de leguminosas: Catanduva, sabiá, catingueira e gliricídia. Utilizou-se 13

24 ovinos 1/2 SPRD (sem padrão racial definido) x 1/2 Soinga, machos não castrados, 14

com peso vivo médio de 21,4 kg. Ao atingirem 60 dias de experimento os animais 15

foram submetidos ao abate. A utilização de palma associada aos fenos de leguminosas 16

proporcionou alterações (P<0,05) para as variáveis perímetro da coxa (43,50 cm), peso 17

do corpo vazio (24,45 cm), conteúdo do TGI (6,65 kg), perímetro do tórax (68,50 cm), 18

pesos e rendimentos da paleta (17,30 kg e 1,22%) e lombo (18,67 kg e 1,39 %) e peso 19

da perna (31,10 kg), porcentagem de osso (18,98 %), relação músculo:osso (4,17 % ) e 20

para gordura omental (0,97 kg). Palma forrageira associada a fenos de leguminosas 21

pode ser indicada na alimentação de ovinos em confinamento por manter características 22

de carcaça desejáveis nos animais. 23

24

Palavra-chave: biometria, cordeiros, escore corporal, rendimento, composição tecidual 25

26

27

28

29

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33

Abstract: Containment is a sustainable system when used in combination with 30

alternative foods that meet the nutritional needs of animals and become economically 31

viable for the producer. Foods that have the characteristics of resistance to periods of 32

drought in the semiarid northeast, as cactus pear and legumes are used and evaluated in 33

animals. Thus, the objective of this study was to evaluate carcass characteristics and 34

tissue composition of sheep meat in confinement. Was used cactus pear with four 35

different types of legumes hay: Catanduva, sabiá, catingueira and gliricídia. We used 24 36

sheep half SPRD (without defined breed) x 1/2 Soinga intact male, with an average 37

body weight of 21.4 kg. When they reach 60 days of the experiment the animals were 38

submitted to the slaughter. The use of palm associated with legume hays provided 39

changes (P <0.05) for the variables thigh circumference (43.50 cm), empty body weight 40

(24.45 cm), TGI content (6.65 kg ), chest circumference (68.50 cm), weight and yield of 41

the palette (17.30 kg and 1.22%) and loin (18.67 kg and 1.39%) and leg weight (31.10 42

kg ), bone percentage (18.98%), muscle: bone (4.17 %) and omental fat (0.97 kg). 43

Cactus pear associated with hay forage legumes can be noted in sheep feeding in 44

confinement for maintaining desirable carcass characteristics of animals. 45

46

Keyword: biometrics, lambs, body condition score, yield, tissue composition 47

48

49

Introdução 50

A criação de ovinos é uma atividade amplamente difundida em várias regiões do 51

mundo. Estes animais apresentam características peculiares quando comparados a 52

ruminantes de maior porte, como a adaptabilidade às diversas condições climáticas, 53

possibilidade de criação em pequenas áreas, melhor conversão alimentar quando 54

comparado aos bovinos, além de produzir uma carne de excelente qualidade. Para que a 55

comercialização da carne ovina se torne difundida é necessário formar uma cadeia 56

mercadológica, onde se possa fornecer carne de ovinos com freqüência e qualidade. 57

Para obtenção de uma cadeia produtiva organizada, o sistema de criação adotado 58

assume papel essencial. Os sistemas de criação extensivo, baseados em animais criados 59

a pasto, por vezes não atendem as necessidade nutricionais dos animais, uma vez que, as 60

pastagens nativas ou cultivadas, dependem em grande parte das condições climáticas, 61

principalmente nos períodos de estiagem prolongada, fato que compromete o 62

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desenvolvimento das gramíneas e o fornecimento aos animais, o que pode levar ao abate 63

tardio, tendo como conseqüência uma carne de qualidade inferior. 64

Os sistemas de criação em confinamento permitem terminar ovinos mais 65

precoces. Porém, tendo em vista que esse sistema utiliza em sua grande maioria grãos 66

como milho e soja, torna-se muitas vezes inviável financeiramente para o produtor, uma 67

vez que o Nordeste do Brasil se encontra distante dos grandes centros produtores e 68

fornecedores de grãos. Dessa forma é necessário deter atenção especial para as opções 69

que o semiárido pode proporcionar ao produtor. A palma forrageira (Opuntia fícus 70

indica Mill) surge como alternativa de volumoso para ruminantes, principalmente nos 71

períodos de estiagem de chuvas e escassez de alimentos. Essa cactácea pode ser ofertada 72

in natura, na forma de silagem ou feno. As características nutricionais da palma 73

precisam ser levadas em consideração na sua utilização para alimentação animal, como 74

a elevada quantidade de carboidratos não estruturais (CNF), o que fornece energia para 75

os animais, rica em minerais e vitamina A. O baixo teor de proteína bruta (PB) e de 76

fibra em detergente neutro (FDN) pode ser compensado com a utilização de 77

leguminosas disponíveis na região semiárida do Nordeste. Essas leguminosas podem ser 78

utilizadas em consorcio com gramíneas, como banco de proteínas ou na forma de feno, 79

além de possuírem um ótimo teor de proteína. 80

Quando utilizada na forma de feno as leguminosas permitem reserva estratégica 81

no período de estiagem prolongada. Algumas das principais leguminosas utilizadas na 82

região Nordeste são a gliricídia (Gliricídia sepium), a catingueira (Caesalpina 83

bracteosa), o sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth) e a Catanduva (Piptadenia 84

molilifomis Benth), por apresentarem características importantes na produção de animais 85

como a perenidade, bom valor nutricional (principalmente proteína), baixo teor de 86

tanino quando fenada, boa distribuição pelo semiárido nordestino, além de boa 87

aceitabilidade pelos animais. 88

O estudo da carne e carcaça desses ovinos é uma avaliação de parâmetros 89

objetivos e subjetivos em relação à mesma, influenciados por diversos fatores, sendo a 90

nutrição um dos mais importantes a serem relatados. A carcaça é caracterizada como o 91

corpo do animal abatido e eviscerado. Porém antes desse processo ser realizado 92

avaliações biométricas podem ser realizadas como forma de ajudar na predição do 93

momento apropriado de abate desses animais, depois de abatido as características 94

morfométricas podem predizer o grau de conformação e acabamento de gordura, o que 95

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pode possibilitar a padronização da idade e peso, características desejáveis no momento 96

do abate. Além da carne, porção que detém maior atenção por parte dos produtores, os 97

ovinos podem ainda proporcionar os componentes não constituintes da carcaça. Porção 98

que corresponde de 40 a 60% do peso do animal, e, quando bem manejados, podem ser 99

comercializados, agregando maior valor à produção de ovinos. 100

A composição tecidual e a qualidade da carne desses animais são características 101

importantes principalmente para se determinar a aceitação de novas raças e cruzamentos 102

(Cordeiro, 2012), além da aplicação de novos métodos de manejo e sistemas de 103

produção animal. 104

Dessa forma, objetivou-se com essa pesquisa avaliar as características de carcaça 105

e a composição tecidual de ovinos mestiços sem padrão racial definido (SPRD) X 1/2 106

Soinga criados em confinamento alimentados com palma forrageira associado a feno de 107

leguminosas adaptadas ao Nordeste. 108

Material e Métodos 109

Local, animais e manejo experimental 110

O experimento foi conduzido na Unidade Acadêmica Especializada em Ciências 111

Agrárias (UAECIA) localizada na Escola Agrícola de Jundiaí, Campus de Macaíba da 112

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, em Macaíba RN, na área 113

experimental do Grupo de Estudos em Forragicultura (GEFOR) da UFRN, , durante o 114

período de janeiro a março de 2014. 115

A cidade de Macaíba situa-se na mesorregião Leste Potiguar com 11m de 116

altitude. O clima é do tipo tropical chuvoso, e a precipitação média anual é de 1.617,5 117

mm (EMPARN, 2014). 118

Foram utilizados 24 cordeiros sem padrão racial definido (SPRD) X 1/2 Soinga 119

inteiros, oriundos de sistemas extensivos de produção na caatinga, com peso vivo médio 120

inicial de 21,4 kg e idade média de 4 meses. Previamente ao início do experimento, os 121

animais foram identificados com brincos numerados, vermifugados, pesados, 122

distribuídos em delineamento inteiramente casualizado e mantidos em baias individuais 123

(1,0 X 1,5m) de chão batido, divididas com tela campestre, cobertura de telha de 124

amianto e equipadas com bebedouro e comedouro, sendo as baias e os bebedouros 125

submetidos a limpezas periódicas. Os animais passaram por um período de 8 dias de 126

adaptação as instalações e manejo. O período experimental foi de 28/01/2014 a 127

28/03/2014 (60 dias). 128

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129

Manejo nutricional 130

Foram utilizados como alimentos palma forrageira da espécie gigante (Opuntia 131

ficus-indica Mill), fenos de Catanduva (Piptadenia moniliformis), Sabiá (Mimosa 132

caesalpinifolia), Catingueira (Caesalpina bracteosa) e Gliricídia (Gliricidia sepium). 133

Devido às diferenças no teor de proteína bruta entre os fenos foi utilizado farelo de soja 134

para ajustar este nutriente, em uma mistura com sal mineral (Ovinofós com 135

monensina®). As dietas foram isoprotéicas e balanceadas para atender às exigências 136

nutricionais para ganhos de 150 g/dia, segundo recomendações do NRC (2007). Nas 137

tabelas 1 e 2 são apresentadas a composição química dos ingredientes com base na 138

matéria seca e a composição percentual das dietas experimentais , respectivamente. 139

O alimento foi fornecido em mistura completa duas vezes ao dia, sendo 50% de 140

manhã e 50% à tarde. O monitoramento do consumo era feito diariamente a fim de 141

manter as sobras dos alimentos em torno de 10% do total do ofertado para proporcionar 142

ingestão voluntária e não alterar a proporção dos ingredientes. 143

Dos alimentos oferecidos foram realizadas análises químicas para os teores de 144

matéria seca (MS), matéria mineral (MM), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE) e 145

lignina determinados conforme metodologia de Silva & Queiroz (2002). A fibra em 146

detergente neutro (FDN) e a fibra em detergente ácido dos alimentos foram 147

determinadas conforme metodologia de (Van Soest et al. 1991). 148

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Tabela 1- Composição química dos alimentos (g/kg de MS)

Variável

Farelo de

soja

Alimentos

Palma

forrageira FC FS FT FG

MS 884,0 129,8 885,8 891,0 896,2 877,7

MM 65,3 108,0 36,1 54,7 55,1 71,6

MO 934,7 892,0 963,9 945,3 944,9 928,4

PB 519,1 37,2 91,5 91,1 71,1 155,8

EE 17,5 10,9 09,1 14,9 10,4 14,8

FDN 284,1 346,3 655,0 658,7 566,6 757,8

FDA 103,8 205,6 494,3 459,7 388,6 331,2

Lignina 4,0 52,8 330,2 222,0 316,0 187,8

PIDA 106,1 10,3 32,4 20,6 14,4 23,6

PIDN 178,4 16,7 48,5 40,1 32,4 54,4

CNF 113,9 497,6 208,3 180,7 296,9 235,5

CHOT 398,1 843,9 863,2 839,3 863,5 757,8

NDT 777,8 615,5 327,3 387,5 367,2 467,1

FC = Feno de Catanduva; FS = Feno de Sabiá; FT = Feno de Catingueira; FG = Feno de Gliricídia. 149 MS = matéria seca; MM = matéria mineral; MO = matéria orgânica; PB = proteína bruta; EE = extrato 150 etéreo; FDN = fibra em detergente neutro; FDA = fibra em detergente ácido; PIDA = proteína indigestível 151 em detergente ácido; PIDN = proteína indigestível em detergente neutro; CNF = carboidratos não 152 fibrosos; CHOT = carboidratos totais; NDT = nutrientes digestíveis totais.2.3. Tratamentos experimentais 153 154

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Tabela 2 - Composições percentuais e químicas das dietas experimentais (g/kg),

expressas na matéria seca.

Parâmetro Tratamento

PAFC PAFS PAFT PAFG

Composição percentual

Palma Forrageira

430

430

430

476

Feno de catanduva

330 - - -

Feno de sabiá

- 327 - -

Feno de catingueira

-

- 312 -

Feno de gliricídia

Farelo de soja

-

240

-

243

-

248

330

194

Composição química 155

MS

560,3

561,9

554,6

522,9

MO 925,9 919,7 910,1 912,3

MM 74,0 80,0 79,8 87,7

PB 170,8 172,3 166,9 169,8

EE 11,9 11,9 12,3 13,5

FDN 433,2 434,1 396,1 470,0

FDA 276,4 276,8 235,4 227,3

Lignina 132,6 132,6 122,3 87,9

PIDA 40,6 40,9 35,2 33,3

PIDN 66,0 66,5 61,5 60,5

CNF 310,0 310,4 334,8 336,7

CHOT 743,3 744,5 731,0 729,0

NDT 559,3 561,7 572,1 598,0

PAFC = palma forrageira + feno de catanduva; PAFS = palma forrageira + feno de sabiá; PAFT = palma 156 forrageira + feno de catingueira; PAFG = palma forrageira + feno de gliricídia. MS = matéria seca; MM = 157 matéria mineral; MO = matéria orgânica; PB = proteína bruta; EE = extrato etéreo; FDN = fibra em 158 detergente neutro; FDA = fibra em detergente ácido; PIDA = proteína indigestível em detergente ácido; 159 PIDN = proteína indigestível em detergente neutro; CNF = carboidratos não fibrosos; CHOT = 160 carboidratos totais; NDT = nutrientes digestíveis totais. 161 162

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39

163

Os tratamentos experimentais consistiram na associação da Palma forrageira aos 164

fenos de quatro tipos de leguminosas, sendo eles: PAFC = Palma forrageira + feno de 165

catanduva - T1, PAFS = Palma forrageira + feno de sabiá - T2, PAFT = Palma 166

forrageira + feno de catingueira - T3 e PAFG = Palma forrageira + feno de gliricídia - 167

T4. Todos os tratamentos receberam concentrado formulado com farelo de soja e sal 168

mineral (Ovinofós com monensina®). Por sorteio os animais foram distribuídos nos 169

tratamentos de acordo com o peso vivo. 170

Ao atingirem 60 dias de experimento, os animais foram avaliados subjetivamente 171

quanto a condição corporal por meio de escores que variavam de 1 (ausência de 172

gordura) a 5 (excesso de gordura e músculo lombar muito volumoso) com subdivisões 173

de 0,5 ponto obtidos pela palpação da região lombar, para verificar a deposição de 174

gordura e músculos na vértebra, de acordo com o descrito por Siqueira et al. (2001). 175

Também foram tomadas as seguintes medidas biométricas (in vivo): comprimento 176

corporal método espanhol (distância entre a articulação cérvico-torácica e a base da 177

cauda na primeira articulação intercoccígea); comprimento corporal método 178

neozelandês (distância entre a cernelha e a articulação coxo-femural); altura corporal do 179

dorso anterior (distância entre uma reta medida da cernelha ao solo); altura corporal da 180

garupa (distância entre uma reta medida da garupa ao solo); altura corporal do fêmur 181

(distância entre o trocânter maior do fêmur e o bordo lateral da articulação 182

tarsometarsiana); largura do peito (distância entre as faces laterais das articulações 183

escápulo-umerais); largura da garupa (distância entre os trocânteres maiores do 184

fêmures); largura do tórax (distância entre as faces laterais das articulações escapulo-185

umerais); perímetro da coxa (perímetro tomando como base a parte média da perna); 186

perímetro da garupa (perímetro desta região anatômica, como base nos trocânteres do 187

fêmures); perímetro torácico (tomando-se como base a parte inferior do peito e a 188

cernelha, passando a fita métrica por trás da paleta); comprimento da perna (distância 189

entre o trocânter maior do fêmur e o bordo da articulação tarso-metatarsiana), Osório et 190

al. (1998); Silva Sobrinho (2006). Todas as medidas foram tomadas com os animais 191

dispostos em superfície horizontal e plana e sempre pela mesma pessoa, no intuito de 192

minimizar os erros decorrentes do avaliador. Após jejum de sólidos de 16 horas e dieta 193

hídrica os animais foram pesados para obtenção do peso ao abate (PA). 194

Os abates ocorreram de forma humanitária no Frigorífico Potengi, situado no 195

município de Parnamirim-RN. Nesse momento, os animais foram insensibilizados por 196

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concussão cerebral, seguido de sangria por secção da artéria carótida e veia jugular. 197

Após a esfola e evisceração (retirada dos órgãos e vísceras, com exceção dos rins e da 198

gordura perirrenal para posterior avaliação visual), foram retiradas a cabeça (secção na 199

articulação atlas-occipital) e as extremidades das patas (secção nas articulações carpo e 200

tarso-metatarsianas). 201

Foi registrando o peso da carcaça quente (PCQ), que foram utilizados para 202

estimar o rendimento de carcaça quente (RCQ = PCQ/PA x 100). O peso do corpo vazio 203

(PCVZ) foi determinado através da diferença entre o peso de abate e o peso do conteúdo 204

do trato gastrointestinal (PCVZ = PA – CTGI). O rendimento biológico (RB) foi obtido 205

a partir da razão entre o peso da carcaça quente e o peso de corpo vazio (RB = 206

PCQ/PCVZ x 100) (Sañudo & Sierra, 1986). Após o abate as carcaças foram levadas a 207

câmara de resfriamento onde permaneceram durante 24 horas a uma temperatura de ± 208

4°C. Posteriormente a esse período as mesmas foram novamente pesadas registrando-se 209

o peso da carcaça fria (PCF) utilizado para estimar o rendimento da carcaça fria (RCF = 210

PCF/PA x 100). O percentual de perda de peso pelo resfriamento foi obtido pela 211

fórmula: PR= ((PCQ-PCF)/PCQ) x 100. 212

As carcaças foram avaliadas visualmente quanto à conformação de acordo com 213

Colomer-Rocher et al. (1988), atribuindo-se valores de um a cinco, segundo a 214

distribuição dos planos musculares nas mesmas. Quanto ao acabamento, as carcaças 215

foram avaliadas pela distribuição harmônica da gordura na carcaça, também pontuadas 216

de um a cinco, desde extremamente magra até extremamente gorda, conforme Cañeque 217

& Sañudo (2000). A gordura perirrenal foi avaliada pelo estado de engorduramento dos 218

rins, pontuada de um a três (1=pouca gordura, 3=excesso de gordura), avaliados com 219

escala de 0,5 pontos. 220

As carcaças foram divididas longitudinalmente na altura da linha média,através do 221

uso de uma serra elétrica, em dois antímeros. A meia carcaça direita foi destinada a 222

comercialização. Na porção esquerda foram obtidas as seguintes medidas morfologicas: 223

comprimento interno da carcaça (distância máxima entre o bordo anterior do osso púbis 224

e o bordo anterior da primeira costela em seu ponto médio); comprimento da perna 225

(distância entre o trocânter maior do fêmur e o bordo lateral da articulação 226

tarsometatarsiana); perímetro da coxa (perímetro tomando como base a parte média da 227

perna); perímetro da garupa (perímetro na região da garupa, com base nos trocânteres 228

dos fêmures); largura da garupa (largura máxima entre os trocânteres de ambos os 229

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fêmures); largura máxima do tórax (largura do tórax na maior amplitude das costelas); 230

profundidade do tórax (distância máxima entre o esterno e a cernelha); perímetro do 231

tórax (perímetro medido detrás da paleta); grau de conformação (notas subjetivas 232

variando de 1,0 para gordura ausente a 5,0 para gordura excessiva, avaliados com 233

escalas de 0,5 pontos); compacidade da carcaça (CC, kg/cm = PCF/ comprimento 234

interno da carcaça fria) (Osório et al., 1998; Cézar & Souza, 2007). 235

236

Figura 1 - Cortes efetuados na meia carcaça esquerda (paleta, perna, lombo, costilhar e

pescoço). Fonte: Cezar & Sousa, 2007.

237

A área de olho de lombo (AOL) foi obtida pela seção transversal do músculo 238

Longuissimus dorsi entre a 12° e 13° vértebras torácicas, conforme Müller (1987), 239

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registrando-se e arquivando a partir do contorno da superfície transversal do músculo 240

com película plástica transparente por meio de caneta própria, e realizaram-se as leituras 241

pelo contorno da área (Cezar & Souza, 2007; Moreno et al., 2010a). Para determinação 242

da AOL, foi utilizado o método geométrico, proposto por Silva Sobrinho (1999) e Cezar 243

& Souza (2007) calculado pela fórmula: 244

AOL em cm2 = (A/2 x B/2) x π 245

Onde: 246

A = comprimento máxima (sentido médio lateral) 247

B = profundidade máxima (sentido dorso ventral) 248

π = 3,1416 249

250

Figura 2 - Medidas A, B, C e J da seção transversal entre a 12° e 13° costelas Fonte: Cezar & Sousa (2007)

Foram ainda determinadas as medidas C (espessura mínima de gordura de 251

cobertura sobre o músculo Longuissimus dorsi) e a medida J ou GR (espessura máxima 252

de gordura de cobertura sobre a superfície da 13° costela, a 11 cm da linha dorso 253

lombar) em milímetros (Grande et al. 2011), obtidas com auxílio de um paquímetro 254

digital e fita métrica. 255

Logo a seguir a meia carcaça esquerda foi seccionada em cinco regiões 256

anatômicas: pescoço (refere-se às sete vértebras cervicais, obtido por corte oblíquo entre 257

a sétima cervical e a primeira torácica), paleta (região que compreende a escápula, o 258

úmero, o rádio, a ulna e o carpo), costilhar (envolve as 13 vértebras torácicas, com as 259

costelas correspondentes e o esterno), lombo (compreende a região das vértebras 260

lombares, obtido perpendicularmente à coluna, entre a 13a vértebra torácica-primeira 261

lombar e última lombar-primeira sacra) e perna (base óssea que abrange a região do 262

ilíaco (ílio), o ísquio, o púbis, as vértebras sacrais, as duas primeiras vértebras 263

coccígeas, o fêmur, a tíbia e o tarso, obtida por corte perpendicular à coluna entre a 264

última vértebra lombar e a primeira sacra) (Osório et al. 1998). Os cinco cortes foram 265

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pesados individualmente e calculados seus rendimentos em relação ao peso da meia 266

carcaça fria reconstituída. 267

Após serem realizados os cortes, as pernas do lado esquerdo dos animais foram 268

pesadas, identificadas, acondicionadas em sacolas plásticas e congeladas em freezer a – 269

20°C. Posteriormente foram descongeladas, pesadas novamente (devido à evaporação e 270

exsudação) sendo então realizada a dissecação das pernas para a separação dos 271

músculos, ossos e gorduras subcutânea, pélvica e intermuscular, as quais foram 272

quantificados segundo procedimento estabelecido por Mccutcheon et al. (1993) para 273

determinar a composição tecidual. A porcentagem de músculos, ossos, gorduras e suas 274

relações, foram realizadas com base no peso da perna reconstituída, pois no momento 275

da dissecação ocorreram perdas de líquidos durante o processo de descongelamento. 276

Após a separação dos tecidos o índice de musculosidade da perna proposto por Purchas 277

et al. (1991) foi calculado utilizando o peso dos cinco músculos que envolvem o fêmur 278

(Bíceps femoris, Semimembranosus, Semitendinosus, Adductor femoris e Quadriceps 279

femoris), através da seguinte fórmula: 280

281

Em que: 282

IMP = índice de musculosidade da perna; 283

PM5 = peso dos 5 músculos que envolvem o fêmur (g), e; 284

CF = comprimento do fêmur (cm). 285

286

Análises Estatísticas 287

O delineamento utilizado no experimento foi inteiramente casualizado com 4 288

tratamentos, cada um representado por um tipo de feno, sendo 6 animais em cada, 289

totalizando 24 parcelas. Foi realizada análise de variância dos dados e quando 290

necessário, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, 291

utilizando o pacote estatístico SAS (1997). 292

293

294

295

296

297

298

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O modelo estatístico utilizado foi: 299

Yij = µ + ti + eij; 300

Em que: 301

Yij = observação do tratamento Ti, na repetição j; 302

µ = Média geral; 303

ti = efeito do tratamento (i = feno de catanduva, feno de sabiá , feno de 304

catingueira, feno de gliricídia); 305

eij = erro aleatório associado a cada observação. 306

Resultados e Discussão 307

Houve influencia das dietas (P<0,05) apenas para a variável perímetro da coxa, 308

nas demais não foi observada significância (P>0,05) para as características biométricas 309

avaliadas (Tabela 3). 310

311

312

313

314

315

316

317

318

319

320

321

322

323

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Tabela 3 - Características biométricas e coeficiente de variação (CV) de ovinos SPRD x

1/2 Soinga alimentados com palma forrageira e feno de leguminosas

Variável

Tratamentos

CV(%) PAFC PAFS PAFT PAFG

Peso ao abate (kg) 31,95ª 33,96a 32,83ª 34,40ª 6,91

Compr. Corporal Esp (cm) 49,1ª 48,8ª 47,5ª 47,8ª 6,05

Compr. Corporal Neoz.

(cm)

50,33ª 50,25a 47,17a 47,8a 6,96

Altura de cernelha (cm) 53,5ª 54,33ª 52,20ª 51,50ª 5,1

Altura de garupa (cm) 56,16ª 56,08ª 54,50ª 53,83ª 4,80

Largura de garupa (cm) 17,08ª 18,58ª 16,76a 17,66ª 11,17

Largura de peito (cm) 15,83ª 15,50a 15,76ª 15,58ª 9,92

Perímetro torácico (cm) 73,33ª 80,16ª 90,16ª 96,00ª 15,87

Perímetro de coxa (cm) 37,33ª 36,66bb 40,16ªb 43,50ª 9,23

Perímetro de garupa (cm) 78,16ª 77,50ª 82,83ª 84,50ª 12,01

Comprimento da Perna

(cm) 30,50ª 29,66ª 30,83ª 29,16ª 6,24

Escore de Condição

Corporal (1 a 5) 3,25ª 3,41ª 3,33ª 3,75a 11,80

Médias seguidas de letras diferentes nas linhas diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de 324 probabilidade 325 326

Apesar da variável perímetro da coxa ter apresentado significância (P<0,05), de 327

acordo com Souza et al. (2009) essa é uma medida que apresenta complicações ao ser 328

mensurada, por se tratar de uma região que envolve tecidos musculares, podendo, assim, 329

uma contração ou um relaxamento, interferir no resultado, o que, segundo os autores, 330

pode levar a descartar tal parâmetro para seleção. 331

Porém Alves et al. (2013) trabalhando com ovinos SPRD alimentados com feno 332

de Tifton 85 e quatro tipos de suplementos distintos, observaram valores de perímetro 333

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da coxa inferior ao deste trabalho (28,80; 28,40; 28,08; 32,30), e afirmaram que essa 334

variável pode ser utilizada na predição do peso vivo final ao abate. 335

Levando em consideração que essa medida é avaliada em uma região que, 336

posteriormente, representará um dos cortes mais significativos da carcaça do animal, 337

pode ser levado em consideração como um parâmetro para estimar o peso vivo ao abate. 338

As demais características avaliadas são consideradas satisfatórias, fato que pode 339

estar ligado às características dos animais Soinga, indicando assim ser um bom 340

referencial para animais de corte associado à dieta que foi ofertada. 341

Foi observada diferença significativa (P<0,05) para a variável conteúdo do trato 342

gastrointestinal e para o peso do corpo vazio nas características e rendimento médio das 343

carcaças estudadas (Tabela 4). 344

Tabela 4 - Características e rendimento médio da carcaça de ovinos SPRD x 1/2 Soinga

alimentados com palma forrageira e feno de leguminosas

Variável Tratamentos

CV(%) PAFC PAFS PAFT PAFG

Peso Vivo (kg) 33,61a 34,80a 32,83a 34,40a 6,91

Peso ao Abate (kg) 31,95a 33,96a 30,91a 33,15a 6,51

Peso de Carcaça Quente (kg) 14,28a 14,93a 14,51a 15,53a 8,48

Peso do Corpo Vazio (kg) 23,78ab 24,45a 24,35a 21,90b 5,91

Conteúdo do TGI (kg) 5,67ab 6,65aa 4,77bb 5,53ab 11,37

Peso de Carcaça Fria (kg) 14,13a 14,65a 14,35a 15,30a 8,53

Rendimento de Carcaça Quente (%) 44,68a 43,97a 46,93a 46,84a 4,81

Rendimento de Carcaça Fria (%) 44,26a 43,48a 46,40a 46,14a 5,24

Perdas por Resfriamento (%) 1,08a 1,83a 1,16a 1,50a 90,21

Rendimento Biológico (%) 58,08a 59,52a 60,64a 60,92a 5,35

Compacidade da Perna (kg/cm) 0,53a 0,55a 0,54a 0,51a 11,82

Compacidade da Carcaça (kg/cm) 0,26a 0,26a 0,26a 0,27a 6,52

Escore de Conformação (1 a 5) 3,08a 3,16a 3,58a 3,33a 19,31

Escore de Acabamento (1 a 5) 3,25a 3,00a 3,50a 3,58a 19,07

Escore Pélvico-Renal (1 a 3) 2,00a 2,33a 2,16a 2,33a 18,94

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CV – coeficiente de variação; TGI – trato gastrointestinal; Médias seguidas de letras diferentes nas linhas 345 diferem estatisticamente pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. 346 347

Para Alves et al. (2013) essa variação do conteúdo do trato gastrointestinal pode 348

ocorrer da influência do tempo em jejum dos animais antes do abate, da raça, do tipo da 349

dieta, do sexo, do peso ao abate e ou idade e do grau de engorduramento da carcaça. 350

Gomes et al. (2012) observaram diferença no conteúdo do trato gastrointestinal de 351

ovinos Morada Nova alimentados com ração contendo torta de mamona, resultando em 352

diferenças no peso do corpo vazio dos tratamentos, assim como observado neste estudo. 353

As diferenças observadas (P<0,05) para as variáveis conteúdo do TGI e para o 354

peso do corpo vazio podem ser justificadas observando a Tabela 1. Nesta tabela, que 355

apresenta a composição químico-bromatológica dos alimentos, podemos observar que o 356

feno de gliricídia (75,78%) e de sabiá (65,87%) apresentou maior valor de FDN e a 357

catingueria (tratamento 3) obteve o menor valor (56,66%). 358

Dessa forma, maiores valores para o peso do corpo vazio dos animais alimentados 359

com feno de sabiá (24,45 kg) e catingueira (24,35 kg), assim como o maior conteúdo do 360

TGI foi observado para o feno de sabiá (6,65 kg). Menores valores para o peso do corpo 361

vazio (21,90 kg) e conteúdo do TGI (5,53 kg) foram constatados nos animais que se 362

alimentaram de gliricídia. Esses valores podem estar associados aos elevados teores de 363

FDN da leguminosa sabiá, uma vez que maior teor de FDN está relacionado ao maior 364

tento de retenção do alimento no trato gastrointestinal do animal, devido a fibra 365

representar a porção do alimento de digestão mais lenta. 366

De acordo com Mertens et al. (2002) a fibra é nutricionalmente importante por 367

representar a porção orgânica do alimento de mais difícil digestão, as frações não 368

fibrosas dos alimentos são facilmente digerídas pelo animal, o que proporciona a 369

passagem mais rápida do alimento pelo trato gastrointestinal. A FDN é a fibra insolúvel 370

em rações, que é indigerível, ou lentamente digerido, e assim, ocupando espaço no trato 371

digestível dos animais. Fato que pode explicar o teor de FDN do sabiá associado ao 372

maior conteúdo do TGI, devido ao tempo de retenção do alimento fibroso no trato 373

gastrointestinal. 374

Alves et al. (2013) trabalhando com cordeiros oriundos de cruza de ovinos Santa 375

Inês x animais sem padrão racial definido (SPRD) alimentados com feno de capim 376

Tifton 85 e quatro tipos de suplementos distintos, também não observaram influência 377

(P>0,05) dos tratamentos sobre os valores de peso de carcaça quente e rendimento 378

biológico (RB), com valores de 43,93; 43,57; 42,60; 46,34 para suplemento de sal 379

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mineral, suplemento mineral com uréia, suplemento proteinado e suplemento 380

concentrado respectivamente. Porém, com esses valores os autores concluíram que os 381

rendimentos de carcaça quente obtido para os diversos suplementos demonstram que o 382

abate de ovinos mestiços Santa Inês com 25,0 kg de peso vivo proporcionam carcaças 383

de baixo rendimento. Logo os animais do presente trabalho foram abatidos em tempo 384

ideal (60 dias de confinamento) e peso médio de 31 kg fato que pode ter proporcionado 385

um rendimento biológico satisfatório (acima de 50%). 386

Lombardi et al. (2010) também encontraram valores similares a este trabalho com 387

rendimento de carcaça quente de 48,63% para animais cruzados Hampshire Down (sem 388

raça definida) abatidos com 31,05 kg de peso vivo. 389

Cordeiro (2012) trabalhando com ovinos Santa Inês mantidos em confinamento 390

recebendo diferentes níveis de palma forrageira observou maior valor para a 391

compacidade da carcaça nos animais que receberam maior nível de palma forrageira 392

(0,21). 393

Para Silva et al. (2012) é importante enfatizarmos que a conformação da carcaça 394

está estritamente vinculada à condição corporal e quanto menor o peso vivo ao abate, 395

menos elevada é a conformação. O índice de compacidade pode representar uma 396

alternativa para avaliar subjetivamente a conformação da carcaça, considerando a 397

relatividade da precisão dos sistemas subjetivos (Pinheiro & Jorge, 2010). 398

Os valores para perdas por resfriamento foram menores do que o observado por 399

Landin et al. (2007), trabalhando com 48 ovinos oriundos de quatro diferentes grupos 400

genéticos em sistema semi-confinado, observaram valores de 3,5; 3,0; 3,4; 3,3% de 401

perdas por resfriamento. De acordo com esses autores a perda resfriamento indica o 402

percentual de peso que é perdido durante o resfriamento da carcaça, em função de 403

alguns fatores, como perda de umidade e reação químicas que ocorrem no músculo. 404

Dessa forma, quanto menor for esse percentual, maior é a probabilidade de a carcaça ter 405

sido manejada e armazenada de forma correta. 406

Com base nas informações acima pode-se afirmar que as carcaças avaliadas neste 407

estudo obtiveram bons resultados para a variável perdas por resfriamento, com valores 408

inferiores a 2,0%. Fato que pode ser reflexo tanto da característica do animal, do grau de 409

acabamento das carcaças, como do manejo adequado no processo de abate e 410

armazenamento da carcaça. 411

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Nas medidas morfométricas, foi observado influência (P<0,05) para a variável 412

perímetro do tórax. 413

Tabela 5 - Características morfométricas média das carcaças de ovinos SPRD x 1/2

Soinga alimentados com palma forrageira e feno de leguminosas

Variável Tratamentos

CV(%) PAFC PAFS PAFT PAFG

Comprimento Int. de Carcaça (cm) 53,00a 55,66a 54,83a 53,33a 5,52

Profundidade do Tórax (cm) 21,50a 22,83a 22,50a 21,83a 7,98

Perímetro (cm)

Tórax 63,66bb 68,50aa 65,83ab 66,50ab 4,23

Garupa 56,83a 56,83a 57,50a 56,66a 6,18

Coxa 41,50a 41,50a 42,00a 43,50a 6,51

Largura (cm)

Tórax 22,50a 24,66a 22,33a 22,83a 12,88

Garupa 20,66a 21,50a 22,33a 22,83a 12,80

Comprimento da perna (cm) 38,50a 38,50a 37,83a 37,33a 3,17

CV – coeficiente de variação; Médias seguidas de letras diferentes nas linhas diferem estatisticamente 414 pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. 415 416

Alves te al. (2013) encontraram valores para o perímetro torácico semelhante aos 417

resultados desse estudo, com valores de 67,40; 64,70; 63,50; 67,80 cm. 418

De acordo com Pinheiro & Jorge (2010) as medidas realizadas na carcaça são 419

importantes por si só, pois permitem comparações entre tipos raciais, pesos e idades ao 420

abate, sistemas de alimentação e pela sua correlação com outras medidas ou com os 421

tecidos constituintes da carcaça, possibilitando assim estimar as suas características 422

físicas (Alves et al. 2013). 423

Variável como o perímetro torácico é uma medida importante para os animais, 424

uma vez que eles se relacionam com a melhor capacidade respiratória, bem como maior 425

espaço na caixa torácica para alojar os órgãos vitais como pulmão e coração. Quanto 426

maior essa medida, melhor pode ser a capacidade respiratória dos animais. 427

Característica essa desejável nos animais e que pode ser inerente aos animais da raça 428

Soinga. 429

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50

Com relação à composição regional da carcaça (Tabela 6), foi observado 430

influência (P<0,05) sobre as variáveis de peso e rendimento da paleta e para o peso e 431

rendimento do lombo, para a variável perna foi observado significância apenas para o 432

rendimento (%). 433

Tabela 6 - Composição regional da carcaça de cordeiros SPRD x 1/2 Soinga alimentados

com palma forrageira e feno de leguminosas

Variável Tratamentos

CV(%) PAFC PAFS PAFT PAFG

(%)

Paleta 17,30aa 16,31ab 16,83ab 14,85bb 7,54

Pescoço 9,89a 9,81a 9,31a 11,07a 15,44

Lombo 16,76ab 16,95ab 16,12bb 18,67aa 8,18

Perna 31,10aa 30,50ab 31,02ab 29,01bb 4,24

Costilhar 24,93a 26,41a 26,70a 26,38a 9,96

(kg)

Paleta 1,23ab 1,17ab 1,22a 1,10b 7,54

Pescoço 0,71a 0,71a 0,68a 0,82a 19,19

Lombo 1,19bb 1,22ab 1,17bb 1,39aa 9,31

Perna 2,23a 2,19a 2,25a 2,16a 8,33

Costilhar 1,79a 1,91a 1,95a 1,96a 14,87

CV – coeficiente de variação; Médias seguidas de letras diferentes nas linhas diferem estatisticamente 434 pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. 435

436

A composição regional tem por finalidade demonstrar as proporções em que se 437

encontram, na carcaça, os diversos cortes obtidos por meio da retalhação. Os cortes 438

apresentam variações de acordo com a sua composição tecidual e quanto à qualidade 439

desses tecidos. O que se pretende na composição regional de uma carcaça é que 440

apresente maior quantidade de cortes de primeira (perna e lombo), intermediaria de 441

segunda (paleta e costela) e menor quantidade de cortes de terceira (pescoço). 442

Ao observamos na Tabela 6, podemos observar valores satisfatórios para os cortes 443

de primeira, como a perna (rendimentos em torno de 30%) e lombo (maior que 15%), de 444

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segunda com a paleta (acima de 15%) e lombo (próximos a 20%) e de terceira com o 445

pescoço (valores próximos a 10%). Com esses valores podemos inferir que a carcaça, na 446

retalhação, proporciona rendimentos de cortes satisfatórios. 447

Este estudo apresentou resultados superiores aos observados por Silva et al. 448

(2012) testando quatro níveis de inclusão do feno de flor-de-seda na alimentação de 449

ovinos Morada Nova em confinamento, com rendimento para a variável perna (1,40; 450

1,41; 139; 1,26 kg), lombo (0,66; 0,69; 0,64; 0,50 kg), paleta (0,83; 0,86; 0,80; 0,67 kg), 451

pescoço (0,42; 0,46; 0,46; 0,36 kg), costela (1,13; 1,09; 1,05; 0,84). 452

Medeiros et al. (2009) encontraram valores semelhantes ao desta pesquisa, esses 453

autores relataram pesos de perna (2,05 kg); lombo (0,639 kg); paleta (1,18 kg) e 454

pescoço (0,681 kg). 455

De acordo com Alves et al. (2013) o rendimento dos diferentes cortes comerciais 456

da carcaça são parâmetros importantes para direcionar sistemas de alimentação que 457

venham obter cordeiros jovens em terminação. Dessa forma a composição regional 458

poderá indicar, de acordo com a idade e o tempo de abate desses animais e rendimentos 459

pretendidos pelo consumidor. 460

A composição regional apresentada pode indicar que a dieta oferecida somada aos 461

animais proporcionaram pesos e rendimentos satisfatórios para as variáveis em questão, 462

fato que, associado ao grupo genético Soinga pode demonstrar aptidão desses animais 463

para a finalidade de corte. 464

Não foi observado significância (P>0,05) entre os fenos associado à palma 465

forrageira quanto a área de olho de lombo (AOL), espessura de gordura e a medida GR 466

(Tabela 7). 467

468

Tabela 7 - Mensurações da área de olho de lombo (AOL), espessura de gordura da

carcaça e espessura máxima de gordura subcutânea (GR) de cordeiros SPRD x 1/2

Soinga alimentados com palma forrageira e feno de leguminosas

Variável Tratamentos

CV (%) PAFC PAFS PAFT PAFG

AOL (cm2) 11,28a 8,84a 10,44a 10,80a 28,37

Espessura de gordura (mm) 2,21a 2,71a 2,36a 2,86a 48,41

GR (mm) 3,01a 5,56a 3,62a 4,04a 28,23

CV – coeficiente de variação; Médias seguidas de letras diferentes nas linhas diferem estatisticamente 469 pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. 470

471

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Os valores apresentados para estas variáveis são de suma importância, uma vez 472

que para Cartaxo & Sousa (2008) a AOL é um indicativo da proporção de músculo na 473

carcaça, apresentando crescimento linear crescente de acordo com o aumento da 474

condição corporal. A área de olho de lombo tem sido diretamente ligada ao teor de 475

músculo na carcaça, considerada medida objetiva de grande valor na predição, pois 476

quanto maior a AOL, mais valorizada será a carcaça (Bueno et al. 2000). 477

Valores inferiores para espessura de gordura (0,49; 0,54; 0,45; 0,43; 0,51) e 478

espessura máxima de gordura (GR) (0,85; 1,05; 0,99; 0,93; 1,05) foi observado em 479

trabalho de Cordeiro (2012), trabalhando com ovinos Santa Inês mantidos em 480

confinamento associando o feno de capim buffel a diferentes níveis de palma forrageira. 481

Dessa forma, os dados para a área de olho de lombo satisfaz a expectativa, uma 482

vez que a AOL tem sido utilizada tradicional como uma boa estimativa de 483

musculosidade da carcaça e está diretamente relacionada com a relação músculo/osso 484

nos cortes mais nobres. 485

Araújo (2012) também constataram valores menores ao observado nesse trabalho 486

para espessura mínima de gordura (0,87; 0,86; 1,18; 1,00) e medida GR de (1,48; 1,04; 487

1,25; 0,88) para ovinos SPRD mantidos em pastejo e alimentados com diferentes 488

cultivares de gramíneas tropicais. Maiores valores de gordura podem indicar um bom 489

aporte energético via dieta, e isso pode ser reflexo da utilização da palma, uma vez que 490

essa forrageira proporciona um bom aporte de carboidratos não fibrosos. 491

A medida GR objetiva predizer a quantidade de gordura subcutânea presente na 492

carcaça (Cézar & Sousa, 2007), sendo esta essencial para proporcionar à carne odor 493

agradável, suculência e palatabilidade, dessa forma os dados aqui representados podem 494

ser utilizados como parâmetros para essa variável. 495

Para composição tecidual média dos animais (tabela 8) foi observado significância 496

(P<0,05) para as variáveis porcentagem de osso e para a relação músculo:osso. 497

498

499

500

501

502

503

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Tabela 8 - Composição tecidual média da perna de cordeiros SPRD x 1/2 Soinga

alimentados com palma forrageira e feno de leguminosas

Variável Tratamentos

CV (%) PAFC PAFS PAFT PAFG

Perna reconstituída (kg) 2,16a 2,05a 2,09a 2,11a 9,86

Osso (%) 18,98a 18,78a 17,52ab 14,54bb 14,29

Músculo (%) 66,70a 61,06a 62,61a 59,23a 10,88

Gordura (%) 10,09a 12,71a 11,56a 17,07a 39,08

Músculo:Osso 3,51ab 3,26bb 3,63ab 4,17aa 14,61

Músculo:Gordura 6,68a 6,26a 5,95a 3,97a 38,40

Osso:Gordura 1,93a 1,94a 1,68a 1,00a 43,56

IMP (g/cm) 0,11a 0,10a 0,11a 0,10a 12,18

IMP - índice de musculosidade da perna, CV – coeficiente de variação 504 Médias seguidas de letras diferentes nas linhas diferem estatisticamente pelo teste Tukey a 5% de 505 probabilidade. 506 507

O estudo do crescimento e desenvolvimento são informações importantes para a 508

eficiência da produção, uma vez que, conhecendo o ritmo de crescimento dos tecidos e 509

das regiões que compõem a carcaça, será possível determinar com maior precisão o 510

melhor momento de abate para cada grupo genético, favorecendo a padronização e a 511

qualidade do produto ofertado (Hashimoto et al. 2012). 512

Ao observamos a Tabela 8 iremos perceber que a porcentagem de músculo, 513

porção mais desejável por representar maior valor agregado à carcaça do animal (a 514

carne), é superior a de osso e gordura, fator que se apresenta favorável ao presente 515

estudo, uma vez que o que se deseja em uma carcaça é que, na composição tecidual, ela 516

apresente menor porcentagem de osso, maior de músculo e intermediário de gordura. A 517

gordura tem seu papel por proporcionar maciez, palatabilidade e odor agradável e 518

atrativo à carne. 519

Cartaxo et al. (2011) trabalhando com animais Santa Inês, Dorper e SPRD, 520

abatidos aos 63 dias de confinamento, alimentados com feno de tifton e concentrado a 521

base de milho e soja e dois níveis de inclusão de energia, encontraram valores 522

semelhantes para as variáveis músculo (%) (66,43; 65,95; 67,61; 65,81%), para a 523

relação músculo:osso (3,12; 3,19; 3,02; 3,43%). Para a variável osso (%) esses autores 524

observaram valores superiores ao deste trabalho (21,45; 20,84; 22,46; 19,30%), fato 525

positivo para o presente estudo, pois quanto menor a proporção de osso maior pode ser 526

o de componentes desejáveis como o músculo e a gordura. 527

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A pesquisa apresentou valores inferiores quando nos retratamos ao índice de 528

musculosidade da perna (IMP). Costa et al. (2011) trabalhando com ovinos Morada 529

Nova em confinamento, observaram valores para o IMP de 0,38; 0,40; 0,48; 0,38 g/cm. 530

Apesar de Cezar & Sousa (2007) terem afirmado que o índice de musculosidade 531

da perna (IMP) pode refletir bem a relação músculo:osso da carcaça, de modo que, 532

quanto maior o IMP maior será a proporção de carne na carcaça, os dados apresentados 533

para a variável músculo:osso estão de acordo com os apresentados na literatura, fato que 534

não compromete uma das porções mais desejadas de tecido que seria a muscular. 535

O rendimento dos componentes não constituintes da carcaça está apresentado na 536

tabela 9. Apenas o somatório da buchada (SomBuch) e gordura omental (GorOm) 537

apresentaram significância (P<0,05). 538

539

Tabela 9 - Rendimento dos componentes não constituintes da carcaça de ovinos SPRD x 1/2 Soinga alimentados com feno de leguminosas

Variável

Tratamentos

CV (%) PAFC PAFS PAFT PAFG

ViscVer (kg) 0,98a 1,07a 1,01a 1,05a 12,88

Pele (kg) 3,07a 3,00a 3,06a 3,40a 10,50

Cabeça (kg) 1,13a 1,19a 1,12a 1,15a 10,78

Pata (kg) 0,73a 0,72a 0,69a 0,65a 13,13

TGIV (kg) 2,15a 2,22a 2,21a 2,11a 40,73

SomBuch (kg) 4,61a 4,91a 4,64a 5,12a 38,4

GorOm (kg) 0,59ab 0,65ab 0,48bb 0,97aa 43,56

GorMes (kg) 0,47a 0,50a 0,30a 0,59a 40,73

PAFC = palma forrageira + feno de atanduva; PAFS = palma forrageira + feno de sabiá; PAFT = palma 540 forrageira + feno de catingueira; PAFG = palma forrageira + feno de gliricídia. VisVer = vísceras 541 vermelhas (coração + fígado + rins + baço + pulmões). TGIV = trato gastrointestinal vazio. SomBuch = 542 Somatório dos componentes da buchada (vísceras comestíveis) = sangue + baço + coração + pulmão + 543 fígado + língua + rins + trato gastrointestinal vazio + gordura. 544 Médias seguidas de letras diferentes nas linhas diferem estatisticamente pelo teste Tukey a 5% de 545 probabilidade. 546

547

Cirne et al. (2013), avaliando o percentual ótimo de inclusão de feno de gliricídia 548

para cordeiros mestiços Santa Inês abatidos aos 60 dias de experimento, observaram 549

pesos semelhantes ao deste estudo para o TGIV (2,13; 2,10; 2,20; 2,16; 2,29) e para as 550

VisVer (0,95; 1,00; 1,02; 0,99; 1,07). 551

Pinto et al. (2011) observaram valores superiores para o SomBuch (5,92; 5,71; 552

5,92; 5,84; 5,81) vale salientar que esses autores trabalharam com ovinos Santa Inês 553

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55

alimentados com níveis de substituição do milho pela palma forrageira. É importante 554

ressaltar para esses valores a composição genética da raça, pois raças especializadas na 555

produção de carne, como a Santa Inês, geralmente apresentam elevadas taxas de ganho 556

de peso, o que provavelmente irá refletir no peso dos componentes não carcaça, tendo 557

em vista que os animais do presente estudo são cruza de animais Soinga, os resultados 558

apresentados foram satisfatórios. 559

A utilização de órgãos e vísceras em pratos como a “buchada” é típico do nordeste 560

do Brasil e representa uma importante economia alternativa. Para preparar esse prato 561

são usados o sangue, fígado rins, pulmões e baço, língua, coração, uma parte do 562

omento, rúmen e retículo (trato gastrointestinal vazio) menos o intestino. Todos esses 563

componentes são submetidos a uma rigorosa limpeza e ao pré-cozimento para garantir 564

maior segurança alimentar antes de serem comercializados (Pinto et al. 2011). 565

A variável pele pode ser utilizada, principalmente quando nos trabalhamos com 566

animais confinados e entendemos que estão sofreram menos injúrias na pele do que os 567

animais mantidos extensivamente (submetidos à espinhos, cercas e sol excessivo), fato 568

proporciona um produto com poder de comercialização, agregando valor à carcaça e 569

maior retorno financeiro para o produtor. De acordo com Moreno et al. (2011) o 570

aumento do peso ao abate pode aumentar o peso da variável pele (Moreno et al. 2011). 571

Moreno et al. (2011) encontrou valores para a variável cabeça (0,84; 0,83; 0,84; 572

0,83), patas (1,68; 1,72; 1,73; 1,67), gordura omental (0,13; 0,16; 0,16; 0,17) e gordura 573

mesentérica (0,16; 0,16; 0,16; 0,17) valores discordantes dos apresentados neste estudo, 574

o maior teor de gordura pode ser justificado pela alta quantidade de energia contida na 575

palma forrageira, associado ao fato dos animais serem mantidos confinados e com baixo 576

gasto de energia, fatos que podem contribuir para o aporte energético ser depositado em 577

órgãos ou tecidos. 578

Normalmente os pesos dos componentes não-carcaça desenvolvem-se de forma 579

similar com o aumento do peso corporal do animal, mas não nas mesmas proporções, ou 580

seja, ocorre queda nas porcentagens em relação ao peso do animal (Moreno et al. 2011). 581

As variáveis para os rendimentos dos componentes não carcaça corroboram com a 582

literatura, fato que pode constatar a eficiência da utilização da palma forrageira 583

associada ao feno de leguminosas, bem como características desejáveis nos animais 584

provindos de cruza com Soinga, tornado viável a comercialização de produtos que 585

podem aumentar a renda dos produtores, como a buchada e a pele. 586

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56

587

2.4.Conclusões 588

Fenos de leguminosas, como a Catanduva, Sabiá, Catingueira e Gliricídia, 589

associados à palma forrageira podem ser usados na alimentação de cordeiros em 590

confinamento, pois proporcionam características de carcaça desejáveis aos animais, 591

possibilitando a sua comercialização, bem como a de seus produtos, sejam eles a carne, 592

vísceras (através da buchada e sarapatel) ou a pele e viabilidade econômica para o 593

produtor. 594

Mais estudos precisam ser realizados a cerca da inclusão da palma forrageira e de 595

fenos de leguminosas em dietas de ovinos e da utilização e aptidão de ovinos Soinga. 596

597

598

Agradecimentos 599

Ao CNPq/INSA pelo financiamento do projeto e pela concessão da bolsa de 600

estudo. Ao Grupo de Estudos em Forragicultura pelo apóio durante a condução do 601

experimento. Ao Laboratório de Pescado pertencente à Escola Agrícola de Jundiaí – 602

UFRN pelo auxílio na dissecação dos pernis. 603

604

Referências 605

ALVES, D. D., ARAÚJO, L. M., MONTEIRO, M. C. F., LEONEL, F. P., SILVA, F. 606

V., SIMÕES, D. A., GONÇALVES, W. C. BRANT, L. M. S. Características da 607

carcaça, componentes não-carcaça e morfometria em ovinos submetidos a 608

diferentes estratégias de suplementação. Semina: Ciências Agrárias, v. 34, n. 6, p. 609

3093-3104, 2013 610

ARAÚJO, C. G. F. Características da carcaça e qualidade da carne de ovinos 611

terminados em pastagens cultivadas. Dissertação. Programa de Pós-Graduação em 612

Produção Animal UFRN-UFERSA, 65p., 2012. 613

BUENO, M. S., CUNHA, E. A., SANTOS, L. E., RODA, D. S., LENIZ, F. F. 614

Características da carcaça de cordeiros Suffolk abatidos em diferentes idades. 615

Revista Brasileira de Zootecnia, n. 6 v. 29, p. 1803-1810, 2000. 616

CAÑEQUE, V. & SAÑUDO, C. Metodologia para El estudo de La calidad de La canl y 617

de La carne em ruminantes. Madrid: INIA, 2000. 618

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CARTAXO, F. Q., SOUSA, W. H. Correlações entre características obtidas in vivo por 619

ultra –som e obtidas na carcaça de cordeiros terminados em confinamento. Revista 620

Brasileira de Zootecnia, v. 37, p. 1490-1495, 2008. 621

CARTAXO, F. Q., SOUSA, W. H., COSTA, R. G., CEZAR, M. F. PEREIRA FILHO, 622

J. M., CUNHA, M. G. G. Características quantitativas de carcaça de cordeiros de 623

diferentes genótipos submetidos a duas dietas. Revista Brasileira de Zootecnia, 624

v.40, n. 10, p. 2220-2227, 2011. 625

CEZAR, M. F.; SOUSA, W. H. Carcaças ovinas e caprinas, obtenção, avaliação, 626

classificação. 1.ed. Agropecuária Tropical: João Pessoa – PB, 2007. 231p. 627

CIRNE, L. G. A., BARONI, M. R., OLIVEIRA, G. J. C., JAEGER, S. M. P. L., 628

BAGALDO, A. R., LEITE, M. C. P., MARQUEES, J. A., CARVALHO, G. G. P. 629

Características da carcaça e dos não componentes da carcaça de cordeiros 630

suplementados com sal forrageiro de Gliricídia sepium (Jacq.) Walq. Arquivo 631

Brasileiro de Medicina veterinária e Zootecnia, v. 65, n. 1, p. 289-293, 2013. 632

COLOMER-ROCHER, F. Estúdio de los parâmetros que definem los caracteres 633

cuantitativos y cualitativos de las canales. In: Curso internacional sobre 634

producción de carne y leche con bases em pastos y forrages, 1., 1988, La 635

Coruña. Anais... LaCoruña, 1988. 108 p. 636

CORDEIRO, A. G. P. C. Associação do feno de capim Buffel com palma forrageira na 637

alimentação de ovinos da raça Santa Inês. Areia- PB. Tese de Doutorado. 638

Universidade Federa da Paraíba, 113 p, 2012. 639

COSTA, R. G., LIMA, C. A. C., MEDEIROS, A. N., LIMA, G. F. C., MARQUES, C. 640

A.T., SANTOS, N. M. Características de carcaça de cordeiros Morada Nova 641

alimentados com diferentes níveis do fruto de melão em substituição ao milho 642

moído na dieta. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 40, n. 4, p. 866-871, 2011. 643

GARCIA, C. A., COSTA, C., MONTEIRO, A. L. G. NERES, M. A., ROSA, J. M. 644

Níveis de energia no desempenho e características da carcaça de cordeiros 645

alimentados em creep feeding. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 32, n. 6, p. 646

1371-1379, 2003. 647

GRANDE, P. A. ALCALDE, C. R., LIMA, L.S., MACEDO, V. P., MACEDO, F. A. 648

F., MATSUSHITA, M. Avaliação da carcaça de cabritos Saanen alimentados com 649

dietas com grãos de oleaginosas. Arquivo Brasileiro de Medicina veterinária e 650

Zootecnia, v. 63, n. 3, p.721-728, 2011. 651

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58

GOMES, F. H. T., CÂNDIDO, M. J. D., CARNEIRO, M. S. S., FURTADO, R. N., 652

PEREIRA, E. S., BONFIM, M. A. D., SOMBRA, W. A., BERNARDES, D. F. V. 653

Características da carcaça em ovinos alimentados com rações contendo torta de 654

mamona. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 31, p. 283-295, 2012. 655

HASHIMOTO, J. M., OSÓRIO, J. C. S., OSÓRIO, M. T. M., BONACINA, M. S., 656

LEHMEN, R. I. PEDROSO, C. E. S. Qualidade da carcaça, desenvolvimento 657

regional e tecidual de cordeiros terminados em três sistemas. Revista Brasileira de 658

Zootecnia, v. 41, n. 2, p. 438-448, 2012. 659

LAMDIN, A. V., MARIANTE, A. S., MC MANUS, C., GUGEL, R., PAIVA, S. R. 660

Características quantitativas da carcaça, medidas morfométricas e suas correlações 661

em diferentes genótipos de ovinos. Ciência Animal Brasileira, v. 8, n. 4, p. 665-662

676, 2007. 663

LOMBARDI, L., JOBIM, C. C., BUMBIERES JÚNIOR, V. H., CALIXTO JÚNIOR, 664

M., MACEDO, F. A. F. Características de carcaça de cordeiros terminados em 665

confinamento recebendo silagem de grãos de milho puro ou com adição de girassol 666

ou uréia. Acta Scientarium Animal Sciences, v. 32, n. 3, p. 263-269, 2010 667

MCCUTCHEON, S.N., BLAIR, H.T. & PURCHAS, R.W. Body composition and 668

organ weights in fleeceweight - selected and control Romney rams. New Zealand 669

Journal of Agriculture Research, 36, 445-449, 1993. 670

MEDEIROS, G. R., CARVALHO, F. F. R., BATISTA, A. M. V. DUTRA JÚNIOR, W. 671

N., SANTOS, G. R. A., ANDRADE, K. B. Efeito dos níveis de concentrado sobre 672

as características de carcaça de ovinos Morada Nova em confinamento. Revista 673

Brasileira de Zootecnia, v. 38, n. 4, p. 718-727, 2009. 674

MERTENS, D. R., ALLEN, M., CARMANY, J., CLEGG, J., DAVIDOWICZ, A., 675

DROUCHES, M., FRANK. K., GAMBIN, D., GARKIE, M. GILDEMEISTER, B., 676

JEFFRESS, D., JEON, C. S., JONES, D., KAPLAN, D., KIM, G. N., KOBATA, 677

S., MAIN, D., MOUA, X., PAUL, B., ROBERTSON, J., TAYSON, D., THIEX, 678

N., WILLIAMS, J., WOLF, M. Gravimetric determination of amylase-treated 679

neutral detergent fiber in feed with refluxing in beakers or crucibles: collaborative 680

study. Journal of AOAC international, vol. 85, n. 6, 2002. 681

MORENO, G. M. B., SOBRINHO, A. G. S., LEÃO, A. G., LOULEIRO, C. M. B., 682

PEREZ, H. L. Rendimento de carcaça e composição tecidual e musculosidade da 683

perna de cordeiros alimentados com silagem de milho ou cana-de-açucar em dois 684

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59

níveis de concentrado. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, 685

v. 62, n. 3, p.686-695, 2010a. 686

MORENO, G. M. B., SILVA SOBRINHO, A. G., LEÃO, A. G., PEREZ, M. L., 687

LOUREIRO, C. M. B., PEREIRA, G. T. Rendimento dos componentes não-carcaça 688

de cordeiros alimentados com silagem de milho ou cana-de-açucar e dois níveis de 689

concentrados. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 40, n. 12, p. 2878-2885, 2011. 690

MÜLLER, L., Normas para avaliação de concursos de carcaças de novilhos, 2 ed. 691

Santa Maria: Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande 692

do Norte, Santa Maria, 31 p, 1987. 693

NATIONAL RESEARCH COUNCIL (NRC). Nutrient requeriments of sheep. 694

National Academy Press: Washington, DC, 292p, 2007. 695

OSÓRIO, J. C. S., OSÓRIO, M. T. M., JARDIM, P. Métodos para avaliação de 696

produção de carne ovina: in vivo, na carcaça e na carne. Pelotas, RS: 697

Universidade Federal de Pelotas, Departamento de Zootecnia, 107p, 1998. 698

PINHEIRO, R. S., JORGE, A. M. Medidas biométricas in vivo e na carcaça de ovelhas 699

de descarte em diferentes estágios fisiológicos. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 700

39, n. 2, p. 440 – 445, 2010. 701

PINTO, T. F., COSTA, R. G., MEDEIROS, A. N., MEDEIROS, G. R., AZEVEDO, P. 702

S., OLIVEIRA, R. L., Treviño, I. H. Use of cactus pear (Opuntia fícus indica Mill) 703

replacing corno n carcass characteristic and non-carcass component in Santa Inês 704

lambs. Revista Brasileira de Zootecnia, v.40, n. 6, p. 1333-1338, 2011. 705

PURCHAS, R.W., DAVIES, A.S. & ABDULLAH, A.Y. An objective measure of 706

muscularity: changes with animal growth and differences between genetic lines of 707

Southdown sheep. Meat Science, 30, 81-94, 1991. 708

SAÑUDO, C.; SIERRA, I. Calidad de la canal en la especie ovina. In: Ovino. 709

Exclusivas ONE, Espanha, p.127-153, 1986. 710

SILVA, D. J, QUEIROZ, A. C. Análise de alimentos, métodos químicos e biológicos. 711

Viçosa: UFV, 235 p, 2002. 712

SILVA, N. V. da, COSTA, R. G., MEDEIROS, A. N., AZEVEDO, P. S. de, 713

CARVALHO, F. F. R. de, MEDEIROS, G. R. de, MADRUGA, M. S. Efeito do 714

feno de flor-de-seda sobre a carcaça e constituintes de cordeiros Morada Nova. 715

Archivos de Zootecnia, v. 61, n. 233, p. 63-70, 2012. 716

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60

SILVA SOBRINHO, A.G., BATISTA, A. M. V., SIQUEIRA, E. R., ORTOLANI, E. 717

L., SUSIN, I., SILVA, J. F. C., TEIXEIRA, J. C., BORBA, M. F. S. Alimentação e 718

qualidade da carcaça e da carne. In: Nutrição de ovinos. Jaboticabal: Funep, p.197-719

212, 1999. 720

SILVA SOBRINHO, A. G. Produção de carne ovina. In: Criação de ovinos. 3 ed. 721

Jaboticabal: Funesp, p. 149-192, 2006. 722

SIQUEIRA, E.R., SIMÕES, C.D. & FERNANDES, S. (2001). Efeito do sexo e do peso 723

ao abate sobre a produção de carne de cordeiro. Morfometria da carcaça, pesos dos 724

cortes, composição tecidual e componentes não constituintes da carcaça. Revista 725

Brasileira de Zootecnia, 30, 4, 1299-1307, 2001. 726

SOUZA, S., BARONI, C., MATOS, A. MORAIS, J. ARAÚJO, M., NETO, O., 727

SANTOS, A., COSTA, R. Utilização de medidas biométricas para estimar peso 728

vivo em ovinos. Archivos Latino Americano de Producción Animal, v. 17, n. 3, 729

p. 61-66, 2009 730

STATISTICAL ANALYSIS SYSTEM – SAS. SAS-STAT. User’s guide. Carry: SAS 731

Institute, 1997. 1167p. 732

VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant. 2. ed. Ithaca: Cornell, 476p., 733

1994. 734

735

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61

3. ANEXOS

Anexo I. Regras para submissão no Arquivo Brasileiro de

Medicina Veterinária e Zootecnia

(Disponível em: www.abmvz.org.br)

Artigo científico É o relato completo de um trabalho experimental. Baseia-se na premissa de que os

resultados são posteriores ao planejamento da pesquisa.

Seções do texto: Título (português e inglês), Autores e Filiação, Resumo,

Abstract, Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão (ou Resultados e

Discussão), Conclusões, Agradecimentos (quando houver) e Referências.

O número de páginas não deve exceder a 15, incluindo tabelas e figuras.

O número de Referências não deve exceder a 30.

Formatação do texto

O texto não deve conter subitens em qualquer das seções do

artigo e deve ser

apresentado em Microsoft Word, em formato A4, com margem

3cm (superior,

inferior, direita e esquerda), em fonte Times New Roman

tamanho 12 e em espaçamento entrelinhas 1,5, em todas as

páginas e seções do artigo (do título às referências), com linhas

numeradas.

Não usar rodapé. Referências a empresas e produtos, por

exemplo, devem vir, obrigatoriamente, entre parêntesis no corpo

do texto na seguinte ordem: nome do produto, substância,

empresa e país.

Seções de um artigo

Título: Em português e em inglês. Deve contemplar a essência do artigo

e não ultrapassar 150 dígitos.

Autores e Filiação: Os nomes dos autores são colocados abaixo do

título, com identificação da instituição a que pertencem. O autor para

correspondência e seu e-mail devem ser indicados com asterisco.

Nota:

1. o texto do artigo em Word deve conter o nome dos autores e

filiação;

2. o texto do artigo em pdfnão deve conter o nome dos autores e

filiação.

Resumo e Abstract: Deve ser o mesmo apresentado no cadastro

contendo até 2000 dígitos incluindo os espaços, em um só parágrafo.

Não repetir o título e não acrescentar revisão de literatura. Incluir os

principais resultados numéricos, citando-os sem explicá-los, quando for

o caso. Cada frase deve conter uma informação. Atenção especial às

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62

conclusões.

Palavras-chave e Keywords: No máximo cinco.

Introdução: Explanação concisa, na qual são estabelecidos brevemente

o problema, sua pertinência e relevância e os objetivos do trabalho.

Deve conter poucas referências, suficientes para balizá-la.

Material e Métodos: Citar o desenho experimental, o material

envolvido, a descrição dos métodos usados ou referenciar corretamente

os métodos já publicados. Nos trabalhos que envolvam animais e/ou

organismos geneticamente modificados deverá constar,

obrigatoriamente, o número do protocolo de aprovação do Comitê de

Bioética e/ou de Biossegurança, quando for o caso.

Resultados: Apresentar clara e objetivamente os resultados

encontrados.

Tabela:Conjunto de dados alfanuméricos ordenados em linhas e

colunas. Usar linhas horizontais na separação dos cabeçalhos e no final

da tabela. O título da tabela recebe inicialmente a palavra Tabela,

seguida pelo número de ordem em algarismo arábico e ponto (ex.:

Tabela 1.). No texto a tabela deve ser referida como Tab seguida de

ponto e do número de ordem (ex.: Tab. 1), mesmo quando se referir a

várias tabelas (ex.: Tab. 1, 2 e 3). Pode ser apresentada em espaçamento

simples e fonte de tamanho menor que 12 (o menor tamanho aceito é 8).

A legenda da Tabela deve conter apenas o indispensável para o seu

entendimento. As tabelas devem ser, obrigatoriamente, inseridas no

corpo do texto preferencialmente após a sua primeira citação.

Figura: Compreende qualquer ilustração que apresente linhas e pontos:

desenho, fotografia, gráfico, fluxograma, esquema, etc. A legenda

recebe inicialmente a palavra Figura, seguida do número de ordem em

algarismo arábico e ponto (ex.: Figura 1.) e é referida no texto como Fig

seguida de ponto e do número de ordem (ex.: Fig.1), mesmo se referir a

mais de uma figura (ex.: Fig. 1, 2 e 3). Além de inseridas no corpo do

texto, fotografias e desenhos devem também ser enviadas no formato

jpg com alta qualidade, em um arquivo zipado, anexado no campo

próprio de submissão na tela de registro do artigo. As figuras devem ser,

obrigatoriamente, inseridas no corpo do texto preferencialmente após a

sua primeira citação.

Nota:

Toda tabela e/ou figura que já tenha sido publicada deve conter, abaixo

da legenda, informação sobre a fonte (autor, autorização de uso, data) e

a correspondente referência deve figurar nas Referências.

Discussão: Discutir somente os resultados obtidos no trabalho. (Obs.:

As seções Resultados e Discussão poderão ser apresentadas em

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63

conjunto a juízo do autor, sem prejudicar qualquer das partes e sem

subitens).

Conclusões: As conclusões devem apoiar-se nos resultados da pesquisa

executada e serem apresentadas de forma objetiva, sem revisão de

literatura, discussão, repetição de resultados e especulações.

Agradecimentos: Não obrigatório. Devem ser concisamente

expressados.

Referências: As referências devem ser relacionadas em ordem

alfabética, dando-se preferência a artigos publicados em revistas

nacionais e internacionais, indexadas. Livros e teses devem ser

referenciados o mínimo possível, portanto, somente quando

indispensáveis. São adotadas as normas gerais ABNT, adaptadas para o

ABMVZ conforme exemplos:

Como referenciar:

1. Citações no texto

A indicação da fonte entre parênteses sucede à citação para evitar

interrupção na sequência do texto, conforme exemplos:

autoria única: (Silva, 1971) ou Silva (1971); (Anuário...,

1987/88) ou Anuário... (1987/88)

ü dois autores: (Lopes e Moreno, 1974) ou Lopes e Moreno

(1974)

mais de dois autores: (Ferguson et al., 1979) ou Ferguson et al.

(1979)

mais de um artigo citado: Dunne (1967); Silva (1971); Ferguson

et al. (1979) ou (Dunne, 1967; Silva, 1971; Ferguson et al.,

1979), sempre em ordem cronológica ascendente e alfabética de

autores para artigos do mesmo ano.

Citação de citação: Todo esforço deve ser empreendido para se

consultar o documento original. Em situações excepcionais pode-se

reproduzir a informação já citada por outros autores. No texto, citar o

sobrenome do autor do documento não consultado com o ano de

publicação, seguido da expressão citado por e o sobrenome do autor e

ano do documento consultado. Nas Referências, deve-se incluir apenas

a fonte consultada.

Comunicação pessoal: Não fazem parte das Referências. Na citação

coloca- se o sobrenome do autor, a data da comunicação, nome da

Instituição à qual o autor é vinculado.

2. Periódicos (até 4 autores, citar todos. Acima de 4 autores citar 3

autores et al.):

ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL. v.48, p.351, 1987-88.

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64

FERGUSON, J.A.; REEVES, W.C.; HARDY, J.L. Studies on immunity

to alphaviruses in foals. Am. J. Vet. Res., v.40, p.5-10, 1979.

HOLENWEGER, J.A.; TAGLE, R.; WASERMAN, A. et al. Anestesia

general del canino.Not. Med. Vet., n.1, p.13-20, 1984.

3. Publicação avulsa (até 4 autores, citar todos. Acima de 4 autores

citar 3 autores et al.):

DUNNE, H.W. (Ed). Enfermedades del cerdo. México: UTEHA, 1967.

981p.

LOPES, C.A.M.; MORENO, G. Aspectos bacteriológicos de ostras,

mariscos e mexilhões. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE

MEDICINA VETERINÁRIA, 14., 1974, São Paulo. Anais... São Paulo:

[s.n.] 1974. p.97. (Resumo).

MORRIL, C.C. Infecciones por clostridios. In: DUNNE, H.W. (Ed).

Enfermedades del cerdo. México: UTEHA, 1967. p.400-415.

NUTRIENT requirements of swine. 6.ed. Washington: National

Academy of Sciences, 1968. 69p.

SOUZA, C.F.A. Produtividade, qualidade e rendimentos de carcaça e

de carne em bovinos de corte. 1999. 44f. Dissertação (Mestrado em

Medicina Veterinária) – Escola de Veterinária, Universidade Federal de

Minas Gerais, Belo Horizonte.

4. Documentos eletrônicos (até 4 autores, citar todos. Acima de 4

autores citar 3 autores et al.):

QUALITY food from animals for a global market. Washington:

Association of American Veterinary Medical College, 1995. Disponível

em: <http://www.org/critca16.htm>. Acessado em: 27 abr. 2000.

JONHNSON, T. Indigenous people are now more cambative, organized.

Miami Herald, 1994. Disponível em:

<http://www.summit.fiu.edu/MiamiHerld-Summit-RelatedArticles/>.

Acessado em: 5 dez. 1994.

Nota:

Artigos que não estejam rigorosamente dentro das normas acima

não serão aceitos para avaliação.

O Sistema reconhece, automaticamente, como "Desistência do

Autor" artigos em diligência e/ou "Aguardando liberação do

autor", que não tenha sido respondido no prazo dado pelo

Sistema.