Marianne Perretti

11

description

Marianne Perretti

Transcript of Marianne Perretti

Page 1: Marianne Perretti
Page 2: Marianne Perretti

Laura Sofía Hidalgo Arroyo

Marina Queiroz Fontenele

Marianne Peretti a musa inspiradora

Page 3: Marianne Perretti

Resumo

Marianne Peretti é uma artista plástica brasileira nascida em Paris e radicada

no Brasil. Se instruiu na Europa onde estudou desenho e pintura na École des

Arts Décorratifs e na Academie de La Grande Chaumiére, em Montparnasse.

Viajou pela Europa e veio morar definitivamente no Brasil (1956). Especialista

na arte do vidro e ferro, Marianne contribuiu intensamente para a visualidade

moderna de Brasília. Trabalhou em vários projetos em parceria com Oscar

Niemeyer, entre os quais destacam-se os vitrais da Catedral Metropolitana de

Nossa Senhora Aparecida e do Memorial JK e o painel do Palácio do Jaburu

Palavras-chave: Marianne Peretti, Brasília, vitrais,catedral de Brasília.

Resumen

Marianne Peretti Es una artista plástica brasileña nascida en Paris y radicada

en Brasil. Se instruyó en Europa donde estudio diseño y pintura en la École

des Arts Décorratifs y en la Academie de La Grande Chaumiére, en

Montparnasse. Viajó por Europa y, en 1956 vino a vivir definitivamente a

Brasil. Especialista en el arte del vidrio y hierro, Marianne contribuyó

intensamente para el visual moderno de Brasilia. Trabajó en varios projectos

en conjunto com Oscar Niemeyer, de los cuales se destacan sus vitrales

colocados en la Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, El

Palacio do Jaburu e o Memorial JK.

Palabras Clave: Marianne Peretti, Brasilia, vitrales,catedral de Brasília.

Page 4: Marianne Perretti

Introdução

Como motivo da comemoração dos 50 anos de criação de Brasília,

se decidiu fazer uma pesquisa com diversos temas. Esta pesquisa

propõe estudar a cidade de Brasília, sua construção e as

personagens mais destacadas no processo de criação de uma das

cidades que iria a servir como modelo para o resto do mundo. O

seguinte trabalho relata a vida e trabalho de Marianne Peretti, artista

plástica muito importante na construção e acabamento da cidade de

Brasília, trabalhando em parceria com o arquiteto Oscar Niemeyer.

Page 5: Marianne Perretti

Desenvolvimento do trabalho

Marianne Peretti viveu no meio de escritores e artistas, ilustrou livros e revistas

e, ainda em Paris, fez sua primeira exposição individual na Gallerie Mirador.

Filha de mãe francesa e pai pernambucano, foi registrada no Consulado

Brasileiro e cresceu e foi educada na capital francesa, onde foi aluna de Goerg

e de Desnoyer. Em 1956, já no Basil, passou a desenhar e pintar paisagens

do Ceará, e aspectos variados do Recife e da Bahia. Participou de várias

Bienais em São Paulo, obtendo o prêmio de melhor capa de livro em As

Palavras, de Paul Sartre. Realizou várias exposições, individuais e coletivas,

em Paris, São Paulo, Olinda e outras cidades. Também executou esculturas,

vitrais e relevos para edifícios públicos e residências particulares, em grandes

cidades do Brasil, especialmente São Paulo, Brasília e Recife, e Países da

Europa, principalmente França e, Itália.

Marianne tinha 6 anos de idade quando sua mãe chamou uma senhora

inglesa para lhe ensinar inglês. Essa senhora morava em uma casa muito

antiga, do século XVIII onde havia uma sala com janelas enormes de vitrais,

“Eu ficava fascinada... e eu acho q isso já me deu uma ligação com

arquitetura”, comenta em uma entrevista

Page 6: Marianne Perretti

Marianne estava a passeio na Europa, quando assistiu na TV uma entrevista com

Oscar Niemeyer, então exilado na França. Entusiasmada, resolveu conhecê-lo e,

desse momento em diante, se firmou uma sólida parceria por quase 20 anos.

Alguns meses depois de se conhecerem, Marianne apresentou a Oscar uma

maquete de um painel de vidro, que era uma coisa original que ninguém fazia,

podendo se dizer ter sido “inventado” por ela, “ Eu atravessava o vidro com parafuso

de aço que segurava diferentes formas, criando uma escultura transparente. E ele

gostou muito disso, pois para um arquiteto é interessante porque ele não divide o

ambiente como dividiria se fosse um painel tradicional, de concreto.. é uma escultura

que dinamiza, que deixa o espaço fluir.” A partir de então suas obras fizeram parte

de diversas construções do arquiteto.

„„Sempre falamos da arquitetura de Oscar porque ele fez a cidade, fez o marco. Ele

tem a estrela, com certeza, um pouco maior que a nossa, um senso do

aproveitamento do momento muito grande. E há também um fenômeno que explica

essa indagação, que é o fato de ele ter feito um trabalho especial e único‟‟, acredita

Marianne, que considera o arquiteto um ótimo parceiro de trabalho, “ É muito bom

trabalhar com Niemeyer porque ele deixa uma liberdade absoluta, é muito bom lidar

com uma pessoa que deixa você fazer as coisas a vontade.”

Porem, a artista tem algumas criticas a respeito do ex-parceiro de trabalho, “ Ele não

é uma pessoa extremamente preocupada com certos detalhes que trazem beneficio

as pessoas. Tem arquitetos de menos porte que se preocupam mais.” E ainda revela

uma característica peculiar que poucos sabem a respeito do arquiteto: “ Eu acho ele

muito vaidoso sim, mas ele tem o bom gosto de esconder essa vaidade com um

aspecto de modesta muito grande, de modo que as pessoas vêem ele, assim, com

uma pessoa modesta, mas ele não é modesto. Ele sabe que a obra dele é muito boa

e ele não e nada modesto”, revela-se Marianne um tanto quanto ressntida, em uma

entrevista dada a um grupo de alunos da UNIRIO ( Universidade Federal do Estado

do Rio de Janeiro), em 2009.

Page 7: Marianne Perretti

Sua primeira obra em Brasília foi para o Palácio do Jaburu, em 1976, que já

estava terminado, mas não estava totalmente mobiliado. Então ela fez um painel

com diferentes formatos de vidro transparente, “É realmente um quebra cabeça,

alias e tão complicado que depois eu simplifiquei.” A artista morava no Rio, mas

criou o painel em constantes visitas ao palácio. „„Ele gostou muito. Para um

arquiteto, a obra é mesmo interessante, porque não corta o espaço.‟‟, analisa.

Em seguida, vieram os painéis do Congresso (Câmara e Senado), os vitrais

Catedral, do Memorial JK, o Teatro Nacional, Panteão, criações para prédios

particulares da cidade e a fachada com colunas do Superior Tribunal de Justiça,

a parceria mais recente com Niemeyer. Para o historiador Marcus Lontra, ex-

curador da Fundação Athos Bulcão e íntimo da arte que integra a arquitetura de

Niemeyer, Marianne foi uma das escolhas mais adequadas do arquiteto.

„„Ela recupera a idéia dos vitrais góticos e acentua o caráter operístico da

arquitetura de Niemeyer. Além disso, domina bem o repertório modernista‟‟,

aponta Marcus. Ele lembra também que, apesar da polêmica gerada pelos vitrais

coloridos da Catedral e a pintura branca sugerida pela própria artista, o conjunto

é referência elegante à visualidade brasileira. „„Ao mesmo tempo em que

recupera a técnica européia, tem ousadia e sensualidade muito modernas.‟‟

O dono da primeira galeria de arte de Brasília e hoje marchando no Rio, Oscar

Seraphico entende os vitrais de Marianne como um presente para a cidade. As

curvas reproduzidas pela artista nos vitrais são citações das formas da capital, e

as cores, sempre vivas, vêm da cultura brasileira.

„„Ela marcou época e é marco da história da arte de Brasília‟‟, garante Seraphico.

„„É uma pessoa que trabalhou muito na cidade, mas que ficou esquecida. Isso é

lamentável. Ela se entrosou perfeitamente com a arquitetura da cidade, mas

depois que o Niemeyer deixou de trabalhar com ela, ninguém cuidou.‟‟

Page 8: Marianne Perretti

Marianne Peretti contribuiu intensamente para a visualidade moderna de Brasília.

Recebeu título de Cidadã Honorária de Brasília, em reconhecimento nacional ao

seu trabalho em prol do conjunto arquitetônico, urbanístico e artístico da capital

federal.

„„Brasília mudou minha vida. Antes, fazia pinturas, desenhos e alguma coisa de

escultura e vitrais para arquitetos. Depois de trabalhar na capital, passei a fazer

muitos vitrais. Hoje, ganho a vida assim‟‟, admite Marianne, que há 22 anos trocou

o Rio por Olinda, onde nunca havia pensado em morar, especialmente, foi uma

mudança ao acaso. Instalada em uma casa antiga reformada por ela, a artista de

83 anos trabalha sobretudo por encomenda.

Em sua casa, logo na entrada, Marianne fez uma espécie de showroom onde ela

expõe algumas obras de arte. E nos fundos da casa, há um jardim com um grande

cajueiro, onde ela gosta de ficar apreciando a natureza, “ .. eu gosto muito de

estar aqui, gosto muito desse verde justamente, desse cajueiro por que eu acho

que e um alimento pra mim. Adoro meu cajueiro que e imenso... ele estava no

chão, eu coloquei uns apoios para ele e ali ele ramificou, ficou enorme. Ficou essa

beleza assim transparente que e muito bonito.”

Na mesa de trabalho ha projetos em andamento, entre lustres, vitrais, „„coisas

diferentes‟‟ nas quais Marianne gosta de se aventurar. Maçanetas de portas,

móveis e objetos utilitários fazem parte das criações. „„São sempre diferentes,

porque não copio nada.‟‟

Marianne ama o que faz.,“ Eu trabalho muito por que é minha fonte de renda, mas

mesmo se amanha eu não precisasse eu trabalho por que me interesso... eu to

feliz por que eu faço o que eu gosto... gostaria de fazer muita coisa ainda” , fala,

com uma transparente vaidade pela tamanha vivacidade, na mesma entrevista

dada aos alunos da UNIRIO.

Há um ano, criou um vitral para uma casa em Brasília, a pedido do arquiteto César

Barney. Foi a última vez que esteve na cidade. Não chegou a visitar suas criações,

mas há tempos sabe da má conservação de alguns vitrais.

Page 9: Marianne Perretti

A Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida um dos trabalhos mais

importantes de Marianne Peretti tem, na cobertura da nave, um vitral composto

por 16 peças em fibra de vidro em tons de azul, verde, branco e marrom,

pintadas por ela, inseridas entre os pilares de concreto. Cada peça insere-se em

triângulos com 10m de base e 30m de altura. O desenho do projeto foi realizado

em um ginásio devido a sua grandiosidade.

Foi o trabalho mais cansativo de Marianne, “ Ela me deixou completamente

sozinha.. ele (Oscar) viu os primeiros vitrais e disse: continua, é muito pouco pra

uma obra de dois mil metros quadrados.. Entrar nessa historia era como entrar

no mar, tinha que chegar do outro lado.. Depois de fazer a Catedral de Brasilia

eu tava muito cansada, passou-se um tempinho e Oscar falou assim: „agora você

vai fazer um vitral para a fachada do Superior Tribunal de Justiça‟, ai eu falei: „ah

não, vitral eu não vou fazer mais porque eu estou morta com a Catedral, eu vou

fazer outra coisa‟, ele disse: „por exemplo?‟ eu disse: colunas, eu vou fazer

colunas.‟ Me veio assim na cabeça, no momento. ”

Sua intensa produção artística, também abrange várias importantes obras no

exterior, como, por exemplo, um mural de 48m2 em relevo e vidros de cor no

Boulevard Voltaire, para a Câmara Sindical de Eletricidade, em Paris, e os seis

grandes vitrais para o Edifício Burgo, do arquiteto Oscar Niemeyer, em Turim,

além das duas esculturas, grandes pássaros, em fibra de vidro branco, para o

Espaço Cultural do Havre, Maison de Ia Culture, e da sede da Editora

Mondadori, em Milão.

Page 10: Marianne Perretti

Conclusões

A fusão de elementos europeus com o traço de Niemeyer fez de

Marianne Peretti uma das maiores vitralistas brasileiras. Ela é uma

artista que trabalha com muita intensidade, e encontra muito

prazer no que faz, “Eu acho que o artista tem também o suspense.

Eu nunca sei se a coisa vai ficar boa ou mal quando eu estou

produzindo, porque eu sempre faço diferente, então eu vivo de

suspense. E é mais interessante porque bate mais o coração. Eu

gosto do processo de criação porque você se envolve pouco a

pouco e cada vez mais você vira o que você ta fazendo. Como

tudo na vida. Se você trabalha de maneira intensa, você vira o que

você faz.”

Page 11: Marianne Perretti

Referencias

http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_2344.html

http://www.brasiliense.hpg.ig.com.br/marianne_per.htm

http://www.marianneperetti.com.br/

http://videolog.uol.com.br/video.php?id=424581