Mário de Sá-carneiro + poema dele
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MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO
2013/2014
BIOGRAFIA E CARREIRA
Mário de Sá-Carneiro é natural de Lisboa e nasceu a 19 de Maio de 1890. Foi um poeta, contista e ficcionista português, um dos grandes expoentes do modernismo em Portugal e um dos mais reputados membros da Geração d’Orpheu.
Mário perdeu a sua mãe com apenas dois anos de idade e, por isso, ficou entregue ao cuidados dos seus avós, indo assim viver para a Quinta da Vitória, onde passou a maior parte da sua infância.
Iniciou-se na poesia com apenas doze anos e no liceu teve ainda algumas experiências como ator, começando a escrever peças.
Com vinte e um anos, vai para Coimbra, onde se matricula na Faculdade de Direito, mas não conclui sequer um ano. Em 1912 veio a conhecer aquele que foi, sem dúvida, o seu melhor amigo, Fernando Pessoa.
CONTINUAÇÃO
Desiludido com Coimbra, segue para Paris a fim de prosseguir os estudos superiores. Cedo, porém, deixou de frequentar as aulas dedicando-se assim, a uma vida boémia.
Socialmente e psicologicamente instável, é na capital de França que compõe grande parte da sua obra poética.
Entre 1913 e 1914 ainda regressa a Lisboa porém, em 1915 volta para Paris.
Estando em Paris, desta vez, escreve a Fernando Pessoa cartas de uma crescente angústia, das quais ressalta a imagem de um homem perdido, e a sua evolução/maturidade do processo de escrita do mesmo.
Uma vez que a vida não lhe agradava, Sá-Carneiro entrou numa maior angústia, que o conduziu ao suicídio prematuro. Morre então, com vinte cinto anos (1916) no Hotel de Nice - em Paris -, com o uso de cinco frascos de arseniato de estricnina.
POEMA ESCOLHIDOAlém-Tédio
Nada me expira já, nada me viveNem a tristeza nem as horas belas. De as não ter e de nunca vir a tê-las, Fartam-me até as coisas que não tive.
Como eu quisera, enfim de alma esquecida, Dormir em paz num leito de hospital... Cansei dentro de mim, cansei a vida De tanto a divagar em luz irreal.
Outrora imaginei escalar os céus À força de ambição e nostalgia, E doente-de-Novo, fui-me Deus No grande rastro fulvo que me ardia.
Parti. Mas logo regressei à dor, Pois tudo me ruiu... Tudo era igual: A quimera, cingida, era real, A própria maravilha tinha cor!
Ecoando-me em silêncio, a noite escura Baixou-me assim na queda sem remédio; Eu próprio me traguei na profundura, Me sequei todo, endureci de tédio.
E só me resta hoje uma alegria: É que, de tão iguais e tão vazios, Os instantes me esvoam dia a dia Cada vez mais velozes, mais esguios... Mário de Sá-Carneiro, in 'Dispersão'
Obrigado pela atenção
Apresentação realizada por:
» Ana Carolina, nº1. 10ºLH3
Professora: Conceição Amaro