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Uni FIAM FAAM – Centro Universitário ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DAS PESSOAS QUE TRABALHAM EM ÁREAS A SEREM TERCEIRIZADAS MARISTELA MASSUMI YANO ROSELI MARTINEZ SÃO PAULO 2003

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Uni FIAM FAAM – Centro Universitário

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DAS PESSOAS QUE TRABALHAM EM ÁREAS A SEREM TERCEIRIZADAS

MARISTELA MASSUMI YANO

ROSELI MARTINEZ

SÃO PAULO

2003

ii

Uni FIAM FAAM – Centro Universitário

MARISTELA MASSUMI YANO

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DAS PESSOAS QUE TRABALHAM

EM ÁREAS A SEREM TERCEIRIZADAS

Trabalho de Estágio Supervisionado do curso de Administração com ênfase em Recursos Humanos da UNI FIAM FAAM Faculdades Integradas sob orientação da professora Roseli Martinez.

SÃO PAULO

2003

iii

Uni FIAMFAAM – Centro Universitário Faculdade de Administração

Avaliação de Banca Examinadora

Título: Análise do comportamento das pessoas que trabalham em áreas a serem terceirizadas. Professora Orientadora: Roseli Martinez Estagiária: Maristela Massumi Yano Empresa Concedente: PricewaterhouseCoopers Itens de avaliação:

Item Critério Peso Nota Parcial Nota Final

01 Desenvolvimento e Fundamentação

Teórica

0,15

02 Condução Prática e Coerência Teórica 0,15

03 Complexidade do Trabalho 0,10

04 Característica Reflexiva do Trabalho 0,10

05 Estrutura Formal e Bibliográfica 0,10

06 Coerência do Trabalho 0,20

07 Apresentação Oral do Trabalho 0,10

08 Desempenho na Angüição 0,10

Média (Σ dos itens de Nota Final)

Obserevações:_______________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Banca Examinadora Data:

iv

Aos meus pais que sempre me incentivaram a

continuar estudando.

A professora e orientadora Roseli, pelas

contribuições de informações, sem os quais a

realização deste se tornaria mais árdua.

As minhas amigas da FIAM, pela suas amizades e

paciência no transcurso destes anos, que juntas

convivemos.

Aos meus amigos da PricewaterhouseCoopers,que

muito contribuíram, para que este trabalho tornasse

realidade.

v

“Quando iniciamos a vida, cada um de nós recebe um

bloco de mármore e as ferramentas necessárias para

convertê-lo em escultura. Podemos arrastá-lo intacto a

vida toda, podemos reduzi-lo a cascalho ou podemos dar-

lhe uma forma gloriosa.”

Richard Bach

vi

RESUMO

Este trabalho de estudo, tem como objetivo demonstrar através da aplicação de uma

pesquisa, o comportamento das pessoas que trabalham em departamentos que estão sendo terceirizados. Neste estudo, inicialmente está descrito um breve resumo

do que é terceirização, quais as principais modalidades, motivos por que as empresa terceirizam seus departamentos e as principais vantagens e desvantagens da terceirização, e ainda, um pouco sobre cooperativas, seguido da demonstração

do resultado da pesquisa aplicada no departamento de Tecnologia de Informações e Bancos de Dados, da empresa PricewaterhouseCoopers. Finalizando,

recomendações para minimizar o impacto da terceirização nos sentimentos das pessoas e tornar o processo um pouco mais humano. Espera-se com este estudo,

orientar a empresa, na condução dos novos processos de terceirização.

Palavras-chaves: Terceirização – Cooperativas – Demissões – Sentimentos.

Abstract

The objective of this case study is to demonstrate, through the conduction of a research, the behavior of employees who are currently working in departments which

are being outsourced. This study contains a brief description of the meaning of an outsourcing, its various types, the reasons that lead companies to outsource their

departments and the main advantages and disadvantages of an outsourcing. Also, there is information on cooperatives, as well as the results of the research carried out in the IT and Data Bank Department of PricewaterhouseCoopers. Finally, there are recommendations to minimize the impact of the outsourcing process in employees’ feelings in order to make it more humane. We hope that this study can help in other

outsourcing processes within the company.

Key-words: Outsourcing – Cooperatives – Dismissals– Feelings

vii

SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................... VI

LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS......................................................................... IX

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS.................................................................... X

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11

2 DESENVOLVIMENTO ....................................................................................... 12

2.1 CARACTERIZAÇÃO................................................................................................................... 12 2.1.1 Constituição ............................................................................................................................ 12 2.1.2 Quem é a PricewaterhouseCoopers hoje? ................................................................................. 13 2.1.3 Qual o motivo dessa liderança ? Por que ela continua por mais de oitenta anos ?....................... 16 2.1.4 Estrutura PwC – Brasil............................................................................................................. 17 2.1.5 Foco na satisfação do cliente.................................................................................................... 18 2.1.6 Ações para assegurar o maior nível de satisfação...................................................................... 18 2.1.7 Valores.................................................................................................................................... 19 2.1.8 O Compromisso Social da PricewaterhouseCoopers ................................................................. 19 2.1.9 Lista Parcial de Clientes - Brasil............................................................................................... 20

2.2 ÁREA DE ESTÁGIO.................................................................................................................... 22

3 TERCEIRIZAÇÃO .............................................................................................. 24

3.1 O QUE É TERCEIRIZAÇÃO? .................................................................................................... 24 3.1.1 Conceito.................................................................................................................................. 25 3.1.2 Modalidades de terceirização ................................................................................................... 26 3.1.3 Como identificar a atividade-fim.............................................................................................. 26 3.1.4 Cuidados na contratação de empresas terceirizadas................................................................... 27 3.1.5 Vantagens e Desvantagens da Terceirização............................................................................. 28 3.1.6 Tipos e Formas de Aplicação da Técnica de Terceirização........................................................ 31 3.1.7 Características de Cada Forma de Terceirização (Queiroz Id): .................................................. 33

3.2 COOPERATIVAS......................................................................................................................... 34 3.2.1 Tipos de Cooperativas.............................................................................................................. 34 3.2.2 Quarterização .......................................................................................................................... 37

3.3 ASPECTOS LEGAIS.................................................................................................................... 38 3.3.1 Terceirização Lícita e Ilícita..................................................................................................... 38 3.3.2 Requisitos para uma terceirização Lícita ou Legal .................................................................... 40 3.3.3 Fiscalização Trabalhista........................................................................................................... 41

3.4 CUSTOS........................................................................................................................................ 42 3.4.1 Redução dos custos operacionais.............................................................................................. 42 3.4.2 Redução das despesas administrativas. ..................................................................................... 43 3.4.3 Redução dos encargos trabalhistas e previdenciários................................................................. 43 3.4.4 Implantação da terceirização .................................................................................................... 46

3.5 GERENCIAMENTO DE DEMISSÕES ....................................................................................... 51

4 DISCUSSÃO ...................................................................................................... 53

viii

4.1 LEVANTAMENTO DO PROBLEMA......................................................................................... 53 4.1.1 Resultado da Pesquisa de Clima............................................................................................... 54

4.2 Resumo dos Gráficos..................................................................................................................... 63 4.2.1 Principais preocupações ........................................................................................................... 66

5 CONCLUSÃO .................................................................................................... 69

6 RECOMENDAÇÕES.......................................................................................... 70

7 BIBLIOGRAFIA.................................................................................................. 72

8 ANEXOS ............................................................................................................ 73

ix

LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS

QUADRO 01 – COMPARATIVO DAS ATIVIDADES MEIO E FIM (QUEIROZ ID . P.101) ................... 27

QUADRO 02 – CARACTERÍSTICAS DE CADA FORMA DE TERCEIRIZAÇÃO .................................. 33

QUADRO 03 – ANÁLISE COMPARATIVA DE ENCARGOS EMPRESA X COOPERATIVAS COM

BASE NO QUADRO APRESENTADO POR QUEIROZ (1998 P. 95 E 96) .................................... 45

QUADRO 04 – ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO DE TERCEIRIZAÇÃO GIOSA (2003. P. 46)................. 48

GRÁFICO 1 – DIVISÃO POR SEXO.......................................................................................................... 55

GRÁFICO 2 – TEMPO DE EMPRESA NA PWC ...................................................................................... 55

GRÁFICO 3 – FAIXA ETÁRIA .................................................................................................................... 55

GRÁFICO 4 - ESCOLARIDADE................................................................................................................. 56

GRÁFICO 5 – CONHECE A EMPRESA TERCEIRIZADORA ................................................................. 56

GRÁFICO 6 – COMUNICAÇÃO EFICAZ .................................................................................................. 57

GRÁFICO 7 – COMUNICAÇÃO DA PWC................................................................................................. 57

GRÁFICO 8 – OPORTUNIDADES IGUAIS............................................................................................... 57

GRÁFICO 9 – PROCESSO DECISÓRIO .................................................................................................. 58

GRÁFICO 10 – PROCESSO DECISÓRIO................................................................................................ 58

GRÁFICO 11 – POSSIBILIDADE DE TRABALHO ................................................................................... 58

GRÁFICO 12 – GRAU DE MOTIVAÇÃO................................................................................................... 59

GRÁFICO 13 – NIVEL DE DESEMPENHO .............................................................................................. 59

GRÁFICO 14 – NÍVEL DE ESTRESSE ..................................................................................................... 59

GRÁFICO 15 – RECURSOS NECESSÁRIOS.......................................................................................... 60

GRÁFICO 16 – ESTÍMULO ........................................................................................................................ 60

GRÁFICO 17 – QUALIDADE DE VIDA...................................................................................................... 60

GRÁFICO 18 – RECOMPENSA E DEDICAÇÃO...................................................................................... 61

GRÁFICO 19 – MOTIVO DE TERCEIRIZAR ............................................................................................ 61

GRÁFICO 20 – SATISFAÇÃO.................................................................................................................... 61

GRÁFICO 21 – TOMADA DE DESCISÃO ................................................................................................ 62

GRÁFICO 22 – QUALIDADE DE VIDA...................................................................................................... 62

GRÁFICO 23 – ASPIRAÇÕES E CONSIDERAÇÕES ............................................................................. 62

x

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviços

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

INCRA Instituto Nacional de colonização e Reforma Agrária

PwC PricewaterhouseCoopers

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas

SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comércio

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Indústria

SESI Serviço Social da Indústria

SESC Serviço Social do Comércio

11

1 INTRODUÇÃO

Este estudo tem por objetivo demonstrar, através de uma pesquisa elaborada

exclusivamente para este fim, como é o comportamento das pessoas que trabalham

em departamento ou empresas que se encontram em processo de terceirização.

Durante a leitura deste trabalho, será possível conhecer um pouco sobre o

que é Terceirização, suas modalidades, o por que as empresas se utilizam deste

processo para diminuir seus custos.

Também, comentários sobre Cooperativas, demonstração de custo em

manter empregados próprios, ou terceirizados através de Cooperativas.

A aplicação da pesquisa, foi feita com pessoas que trabalham no

departamento de Tecnologia de Informações e Banco de Dados da empresa

PricewaterhouseCoopers, pois este departamento está passando pelo processo de

terceirização.

Espera-se através deste estudo, demonstrar o perfil das pessoas que

trabalham no departamento de Tecnologia de Informação e Banco de Dados,

mapear seus sentimentos após a comunicação da terceirização, e recomendações

de como lidar com estes sentimentos no processo de terceirização.

12

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 CARACTERIZAÇÃO

2.1.1 Constituição

O surgimento da auditoria ocorreu no período industrial na Inglaterra. Em

1849, em Londres, Samuel Lowell Price se estabeleceu como contador

independente. Em 1865, o pioneiro admitia como sócio Edwin Waterhouse, dando

origem à razão social Price Waterhouse, e desde esta data, o nome Price

Waterhouse tornou-se conhecido em todo o mundo por sua tradicional fidelidade aos

mais altos padrões técnicos e de integridade profissional em qualquer das firmas

que, em qualquer parte do globo terrestre adote a denominação Price Waterhouse.

Atuação:

• Estados Unidos da América

• Europa

• Austrália

• América do Sul

• Canadá.

O primeiro escritório da América do Sul foi em Buenos Aires, na Argentina em

1913.

Em 8 de outubro de 1915 é aberta a Price Waterhouse Brasil, no Rio de

Janeiro e, em 1919 entra em atividade o escritório de São Paulo situando-se entre

os dez maiores escritórios Price Waterhouse do mundo. A reputação conseguida

através dos anos deve-se à excelência dos serviços prestados.

13

2.1.2 Quem é a PricewaterhouseCoopers hoje?

O dia 1º de julho de 1998 marcou o nascimento de PricewaterhouseCoopers,

uma potência ainda maior na prestação de serviços, resultante da fusão de Price

Waterhouse e Coopers & Lybrand, formando a maior organização global de

serviços:

A Coopers & Lybrand, foi constituída em 1957 em Londres, com a união de

dois contadores independentes – William Coopers contador independentes em

Londres em 1854 e William Lybrand, contador independente em New York, em

1898.

• Presença Global mais de 150 países

• Estrutura regionais mais de 800 escritórios

• Um network mundial de talentos 160.000 colaboradores

A PwC possui hoje, treze escritórios espalhados pelo Brasil, para prestar

serviços à clientes com excelência consistente, constituindo-se na rede de maior

alcance geográfico para serviços de auditoria e consultora tributária entre todas as

firmas desta área.

Os clientes de cada um dos escritórios são atendidos por sócios

independentes e por colaboradores, considerados o bem mais valioso. Todos os

representantes participam de programas de especialização e de educação

permanente, que variam de 40 a 350 horas anuais por colaborador.

Distribuição dos escritórios no Brasil:

• Recife

• Salvador

• Brasília

14

• Belo Horizonte

• Vitória

• Rio de Janeiro

• São Paulo

• Campinas

• Ribeirão Preto

• Sorocaba1

• Curitiba

• Porto Alegre

• Joinville1

A PwC considera o grupo de técnicos como a futura geração de sócios. Para

isso ser viabilizado, além das oportunidades criadas por contínua expansão de

negócios, os sócios estabeleceram em 60 anos a idade-limite para aposentadoria, o

que representa incentivo adicional à carreira dos profissionais.

Estrutura de cargos e anos de experiências nas categorias

Categorias Tempo necessário para promoção

Sócios e Diretores a partir de 10 anos

Gerentes de 5 a 13 anos

Supervisores de 4 a 7 anos

Auditores e Consultores de 2 a 5 anos

Assistentes de 2 a 3 anos

Trainees e Estagiários até 1 ano.

Atualmente a firma brasileira compõe-se de 93 sócios e 2.313 colaboradores.

Aproximadamente 58% desses profissionais trabalham no maior escritório,

1 Escritório constituido em 2002

15

localizado em São Paulo. Os sócios são profissionais independentes, que atuam em

conjunto, quando necessário, e que desenvolveram suas carreiras dentro da firma,

em muitos casos tendo ingressado quando ainda cursavam a faculdade e na

categoria de Trainee.

Distribuição das pessoas no Brasil: 2

n.º sócios n.º colaboradores

• Recife 01 21

• Salvador 01 58

• Brasília 26

• Belo Horizonte 01 67

• Vitória 12

• Rio de Janeiro 12 394

• São Paulo 70 1466

• Campinas 04 112

• Ribeirão Preto 01 32

• Sorocaba 15

• Curitiba 43

• Porto Alegre 03 58

• Joinville 9

A PricewaterhouseCoopers mantêm um programa de recrutamento de

Trainees e Estagiários e anualmente contrata cerca de 150 jovens entre 18 a 23

anos que são treinados para junto com seus orientadores atenderem aos clientes.

2 Dados de abril de 2003.

16

Esta estrutura propicia uma abordagem coordenada e orientada a negócios,

com a utilização efetiva de uma equipe multidisciplinar de talentos, reunidos dentro

dos seguimentos estratégicos abaixo referidos.

O sucesso do relacionamento profissional é diretamente proporcional ao grau

de satisfação dos clientes com os serviços prestados pela empresa. Recente

sondagem realizada junto a 240 clientes revelou que o nível de satisfação dos

serviços atingiu a marca de 97%.

Consequentemente, a PwC acredita que os serviços de qualidade

diferenciadas são extremamente importantes para a empresa poder satisfazer as

necessidade e diminuir as preocupações de todos os seus clientes.

2.1.3 Qual o motivo dessa liderança ? Por que ela continua por mais de oitenta

anos ?

A PwC é composta por pessoas, cuja grande dedicação reflete o orgulho da

capacidade de prestar serviços de incontestável qualidade aos seus clientes. Essa é

a força motriz da organização.

A PwC examina, com freqüência, as mudanças nas esferas político-

econômico diferentes – Energia e Mineração, TICE – Tecnologia, Informação

Comunicação e Entretenimento, Instituições Financeiras, Produtos Industriais e o

Consumo e Serviços – são justificados pela resposta do mercado, que a torna uma

firma de prestação de serviços com o maior número de clientes nesse setor.

No seguimento Produtos Industriais e de Consumo, os profissionais

especializam-se nos seguintes setores de economia entre outros: varejo, alimentos,

bebidas, higiene e limpeza, vestuário, farmacêuticas, industrias automobilística e de

autopeças, química e petroquímicas, celulose e papel, siderurgia e metalurgia.

17

2.1.4 Estrutura PwC – Brasil

Auditoria Impostos R. Humanos Suporte aTransações

Auditoria Interna Contencioso TerceirizaçãoAquisições eFusõesAuditoria de Sistemas Suporte a Clientes

Auditoria em Inst. financeiras

Sócio Principal Brasil

Recursos HumanosAdministração

Auditoria Consultoria Tributária Outsourcing TransactionSupport

Escritórios

Segmentos

18

2.1.5 Foco na satisfação do cliente

A PwC reafirma o compromisso junto a seus clientes por meio de:

• Serviços de qualidade incontestável

• Atendimento às necessidades e interesses do cliente

• Valor agregado pelos honorários pagos

Os trabalhos são realizados por:

• Uma equipe multidisciplinar composta por pessoas talentosas;

• Um grupo de especialistas no segmento;

• Sócios e gerentes responsáveis pela qualidade geral dos trabalhos;

Os sócios e gerentes são os principais contatos com os clientes e encontram-

se à disposição para apoio sempre que necessário.

2.1.6 Ações para assegurar o maior nível de satisfação

• Equipe qualificada

• Experiência no segmento

• Controle interno de qualidade

• Controle centralizado de nosso conhecimento e de nossas decisões

• Sólida rede internacional

19

2.1.7 Valores

“Nosso compromisso é prestar serviços de qualidade

superior com características inconfundíveis aos nossos

clientes.”

2.1.8 O Compromisso Social da PricewaterhouseCoopers

Os sócios da PwC têm perfeita compreensão do significado de sua liderança

por 87 anos consecutivos, no mercado brasileiro. Dessa forma, entendem também

que podem e devem desenvolver às comunidades em que atuam, parte importante

de seu sucesso.

Cada sócio da PwC é estimulado a procurar a atividade comunitária que

desejar e a ela dedicar de maneira profunda e séria, da mesma forma com que

encara seus compromissos profissionais. E, é assim que contribui com projetos que

variam de artes plásticas à leitura infantil, de programas sociais em áreas carentes

ao esporte, de projetos de aprimoramento profissional à música.

É importante destacar que todos os projetos têm como base o trabalho

voluntário dos profissionais, os quais são estimulados a tomar parte em ações de

cunho social, em especial aqueles que possibilitam compartilhar da sua maior

riqueza – O conhecimento.

Uma iniciativa recente da firma no Brasil será inclusive levada a outros países

da América Latina, consiste em mapear o trabalho social de cada um dos

associados e tentar criar um elo entre eles, a fim de potencializar seus efeitos com o

apoio corporativo.

Entre outros projetos em implantação, a PwC tem promovido campanhas de

doação de roupas e agasalhos, brinquedos, computadores e móveis de escritórios.

Ao mesmo tempo, o projeto “Blood Drive” vem estimulado a participação corporativa

da firma na doação de sangue. Esta campanha é feita a cada semestre em parceria

20

com a Fundação Pró Sangue e assim, é possível coletar em média 90 a 100 bolsas

de sangue.

Um exemplo desse trabalho é o projeto da Escola de Informática e Cidadania

na FEBEM para o ensino de informática e conceitos de cidadania aos internos dessa

instituição – uma iniciativa pioneira, em associação com o Comitê para a

Democratização de Informática e a Câmara Americana do Comércio de São Paulo,

que visa proporcionar a esses jovens uma oportunidade de preparar-se para o

mercado de trabalho.

Ainda, junto a FEBEM, a firma mantêm hoje três menores que tiveram

passagem na FEBEM e encontram-se em Liberdade Assistida – LA, como

empregados da PwC.

Criar cultura de cidadania, preservação da natureza e bom senso em relação

ao desperdício, incorpora valor à família, amigos e comunidade, é a missão de outro

importante projeto: “Reciclagem de Lixo”

Entre outros vários projetos, voluntários da PwC no dia 7 de dezembro de

2002, depois de arrecadar doações materiais e em espécie (Reais), organizou e fez

uma Ceia de Natal para um Albergue oferecendo um jantar para 900 pessoas,

incluindo adultos e crianças.

2.1.9 Lista Parcial de Clientes - Brasil

• Alpargatas

• Ambev

• AT&T

• Avon

• Companhia Vale do Rio Doce

• Banco do Brasil

• Banco Itaú

21

• BankBoston

• Bradesco

• Bristol Meyers Squibb

• C&A

• Citibank

• Editora Globo

• Epson do Brasil Ltda

• Folha de São Paulo

• IBM

• Johnson & Johnson

• Kodak

• Lojas Americanas

• McDonald’s

• Natura

• Pão de Açúcar

• Sadia Alimentos S.A.

• TAM

• Unilever (Gessy Lever)

22

2.2 ÁREA DE ESTÁGIO

Dentre as áreas Administrativas demonstrado no organograma da PwC,

encontra-se o departamento de Tecnologia de Informação e Banco de dados, com a

seguinte estrutura:

O departamento é composto de 44 colaboradores, sendo 41 alocados no

escritório de São Paulo e 3 no escritório do Rio de Janeiro, que prestam serviços

para os demais escritórios da PwC.

As principais atividades do departamento podem ser assim discriminados:

1. Manutenção de equipamentos (hardware);

2. Lotus Notes (manutenção);

3. Banco de dados em Oracle: manutenção de software People Soft,

SAP;

4. Desenvolvimento e manutenção de programas domésticos;

Socio Principal Brasil

Comitê de Informática

Sócio de Finanças

Sócio de RH

CIO América do Sul

Gerente Exec. Informática Brasil

23

5. Apoio aos usuários

6. Help Desk

24

3 TERCEIRIZAÇÃO

3.1 O QUE É TERCEIRIZAÇÃO?

Terceirização, nos últimos tempos, esta palavra vem sendo cada vez mais

falada nos meios empresariais.

Mas afinal, o que é terceirização?

Terceirização nada mais é do que uma forma nova para uma prática bastante

antiga nas relações empresariais, que é a contratação de serviços de terceiros.

O processo de terceirização, iniciou-se na 2ª Guerra Mundial, quando o

exército da época precisavam concentrar-se na produção, cada vez melhor dos

armamentos, e também, em ganhar a guerra. Então descobriram que poderiam

passar a responsabilidade de fabricar esse armamento à outras empresas, e desta

forma poderiam dedicar-se totalmente a montar suas estratégias e em vencer a

guerra.

Após o termino da 2ª guerra mundial, a terceirização evoluiu e consolidou-se

como técnica administrativa eficiente e eficaz, quando aplicada adequadamente.

Segundo Ophir Cavalcante (1996) o Brasil começa a falar em terceirização

nos idos de 1950, com a vinda das primeiras empresas multinacionais,

principalmente automobilísticas, que contratavam na época, serviços de terceiros,

unicamente para redução de custos.

Como na maioria das vezes, inicia-se como modismo, as empresas

brasileiras imaginam que a terceirização é a solução para todos os seus problemas,

mas conforme define Alan Kardec (2002), a terceirização, só funciona, quando bem

aplicada, podendo trazer resultados positivos para a empresa.

Em caso de ser mal utilizada, pode trazer grandes prejuízos para si mesma, e

normalmente o processo pode dar errado quando há uma má administração ou um

gerenciamento inadequado para o processo.

25

Kardec (Id) ainda nos diz que a terceirização é uma técnica saudável e atual,

a qualquer empresa, face aos cenário da globalização mundial, onde a concorrência

é um fator presente em todas as atividades empresariais.

Ainda complementa que na maioria dos países, a terceirização, vem

estimulada pela crise econômica, a antiga contratação de serviços de terceiros,

passa por um processo de aperfeiçoamento, deixando de ser apenas uma forma de

redução de custos, mas, sobretudo, uma técnica que visa à qualidade, eficiência,

especialização, eficácia e produtividade.

3.1.1 Conceito

Segundo conceito de Alan Kardec (Id p 42):

“Terceirização passa pelo pressuposto básico de uma relação de

parceria, por uma atuação semelhante com a Contratante e, sobretudo, que seja uma relação de resultados empresariais para as

partes envolvidas, trazendo uma vantagem competitiva para a

empresa contratante, através de uma economia de escala e para a

empresa contratante através de uma maior especialização,

comprometimento com resultados e autonomia gerencial.”

Complementa:

”TERCEIRIZAÇÃO é a transferencia para terceiros de atividades de

agregam competitividade empresarial, baseada numa relação de

parceria.”

O autor entende que a terceirização não deveria ser simplesmente uma forma

barata de contratar mão-de-obra e sem vínculo empregatício, para uma atividade de

menor importância, e que possa trazer alguma economia para a empresa, ou

simplesmente desativar um departamento da empresa, e sim, que deve ser um

processo que possa trazer vantagens para ambas as partes, ou seja, empresa e

empregado.

26

3.1.2 Modalidades de terceirização

Pode-se dividir em três modalidades básicas nas atividades das empresas:

• Atividade Fim razão da empresa existir. Ex. Produção, vendas,

transportes dos produtos, etc.;

• Atividade Meio atividades intimamente ligadas as atividades fim. Ex.

departamento de pessoal, manutenção de máquinas, contabilidade,

departamento de informática;

• Atividade Acessórias aquelas necessárias para apoio às empresas,

mas não ligadas intimamente as atividades fim. Ex. Limpeza, transportes

de empregados, vigilância, alimentação dos empregados, etc.

Normalmente as modalidades mais utilizadas na terceirização, são as

Atividades Meio e as Acessórias para diminuir os riscos trabalhistas, encargos

previdenciários e a preocupação com as áreas que não são o foco de negócio,

assim, a empresa pode dedicar-se a sua real atividade, melhorar a qualidade do seu

produto ou serviço e destinar melhor seus recursos intelectuais ou financeiros.

3.1.3 Como identificar a atividade-fim.

É necessário que a empresa identifique as atividades que podem ser

terceirizadas, para tanto, é preciso que esta tenha total consciência quais são suas

Atividades Fim, Meio e Acessória, para não correr o risco de terceirizar um

departamento que a empresa pensa ser uma atividade Acessória e na realidade, é

uma atividade Fim.

Uma forma prática é identificar no Contrato Social da empresa a sua

finalidade de negócio, ou seja, o objetivo econômico de sua existência, ou o foco do

seu negócio.

27

A CLT no seu art. 581, parágrafo 2º, diz:

“Entende-se por atividade preponderante (fim) a que caracterizar a

unidade do produto, operação ou objetivo final (foco), para cuja

obtenção todas as demais atividades convirjam (suportem),

exclusivamente em regime de conexão funcional (acessória).”

As atividades-meio são objetivos de várias outras empresas especializadas,

em ramos mercadológicos diferentes da atividade-fim do tomador de serviço.

Quadro comparativo das atividades empresariais (Queiroz, Id ):

Meio Fim

• São aquelas que agregam custos ao produto. • São aquelas que agregam valor ao produto

• Caracterizam-se como ações e atitudes

administrativas ou intermediárias no processo produtivo nas empresas, apoiando

ou suportando a produção, sem interferir na

qualidade ou no funcionamento do produto.

• Fazem parte intrínseca do processo

produtivo, sendo essenciais na montagem, construção e manufatura do produto. Estão

diretamente ligadas à qualidade e ao

funcionamento do produto.

• Mantê-las como própria, administrando-as

diretamente; traz incremento no custo

operacional das empresas, que, repassado

ao preço final do produto, vai encarecê-lo, reduzindo a sua competitividade e

atratividade.

• O gerenciamento desta atividade está

sempre dirigido para a melhoria do produto,

aprimorando-se a tecnologia, adquirindo

novos conhecimentos, que, aplicados no produto, o farão mais atrativo e eficaz,

moderno, tecnicamente avançado e mais

competitivo, atendendo às necessidades do

mercado. Com isso aumenta o seu consumo,

melhorando a rentabilidade das empresas.

QUADRO 01 – COMPARATIVO DAS ATIVIDADES MEIO E FIM (QUEIROZ ID . P.101)

3.1.4 Cuidados na contratação de empresas terceirizadas.

Nota-se que as empresas estão transferindo para terceiros as atividades-meio

diretamente ligadas e inerentes às especialidades dos parceiros, mas deve-se tomar

28

cuidado nesta contratação pois não é aconselhável que este prestados forneça outro

tipo de atividade, que não seja sua especialidade, como por exemplo:

Empresas, ao terceirizar o departamento de limpeza, contrata outra empresa

especializada em conservação e limpeza, e acabam também solicitando a essa

empresas que preparem refeições, o que não é recomendável, pois, a segunda

atividade (preparação de refeição) não é a sua especialização, assim, não poderão

ser exigidos serviços de qualidade.

Alan Kardec(Id) alerta sobre às dificuldades na hora da contratação da

terceirização dos serviços, para que este processo possa realmente significar um

ganho para a empresa. Entre as dificuldade normalmente encontradas, cita:

a) Poucas empresas capacitadas existentes no mercado;

b) Legislação trabalhista restrita;

c) Existem poucas empresas no Brasil, contratantes e contratadas, com

cultura de Terceirização;

d) Falta de cultura de parceria;

e) Pouca mão-de-obra terceirizada;

f) Baixa integração entre contratada e contratante, onde se pratica em geral,

uma política de perde-ganha;

g) Não cumprimento de obrigações trabalhistas por algumas contratadas;

h) Baixa produtividade de grandes parte das empresas contratadas.

3.1.5 Vantagens e Desvantagens da Terceirização

29

Vantagens

Alan Kardec (Id), aponta como sendo as principais vantagens obtidas nas

práticas de terceirização, quando se pressupõe uma relação de parceria:

a) Aumento de qualidade.

b) Redução de custos.

c) Transferência de processos suplementares a quem os tenham como

atividades-fim.

d) Aumento de especialização.

e) Redução de estoques, quando se contrata com fornecimento de material.

f) Diminuição de desperdício.

g) Redução de área ocupadas.

h) Melhor administração do tempo para gestão de negócios.

Complementa Cavalcanti (Id).

a) Concentra mais recursos na área produtiva, melhorando a qualidade e

competitividade do produto.

b) Reduz o controle.

c) Reduz as perdas.

d) Permite maior agilidade nas decisões.

e) Gera melhoria na administração do tempo.

f) Evita o sucateamento dos equipamentos.

g) Proporciona o aumento do lucro.

h) Libera a supervisão para outras atividades.

30

i) Proporciona melhor distribuição de renda com a geração de mais

empregos em novas empresas com o conseqüente incremento de

impostos.

j) Reduz o passivo trabalhista nas empresas contratantes de serviços.

k) Reduz a ociosidade de mão-de-obra na contratante.

Desvantagens

Assim como vantagens de terceirizar, existem desvantagens que podem ser

apontadas, principalmente se esta for feita sem uma visão estratégica adequada:

Alan Kardec (Id) enumera:

a) Aumento da dependência de terceiros.

b) Aumento de custos quando, simplesmente, se empreiteiriza.

c) Aumento do risco empresarial pela possibilidade de queda de qualidade.

d) Redução de especialização própria.

e) Aumento do risco de acidentes pessoais.

f) Aumento do risco de passivo trabalhistas, dependendo da qualidade da

contratação.

Cavalcanti (Id), através de uma pesquisa DIEESE feita em 1993,

complementa com outros pontos de desvantagens para o empregado:

a) Diminuição dos benefícios sociais.

b) Salários mais baixo.

c) Ausência de equipamentos de proteção (quando exigidos).

d) Trabalhos sem registro.

e) Desintegração da empresa, pulverizando a relação empregatícia.

31

É importante que antes da terceirização de departamentos, verifique-se quais

as atividades podem ser terceirizadas, fazer um estudo de mercado afim de verificar

a existência de empresas prestadoras de serviços que podem atender com a

mesma qualidade e eficiência, ou mesmo a possibilidade de se criar uma empresa,

com os próprios empregados que já trabalham no departamento que se pretende

terceirizar.

Segundo Queiroz (1998), faz-se necessário objetivar resultados de médio e

longo prazo e não simplesmente a redução como de custos a curto prazo, tanto o

que se pretende economizar, ou como aqueles que podem advir de reclamações

trabalhista de empregados de empresas terceirizadora de serviços.

3.1.6 Tipos e Formas de Aplicação da Técnica de Terceirização.

Queiroz (Id.p.71) classifica os tipos e as forma de aplicação da técnica de

terceirização:

a) A desverticalização: consiste em passar para o fornecedor externo,

especializado, que atuando nas suas próprias instalações, manufatura partes e

componentes especificados pelo tomador.

b) A prestação de serviços: é a forma mais utilizada. É quando o terceiro intervém

na atividade-meio do tomador, executando o seus trabalho nas instalações

deste, ou onde for determinado.

c) A franquia: é quando uma empresa concede a terceiros o uso de sua marca, em

condições pré-estabelecidas, ou comercializa os seus produtos ou serviços.

d) Compra de serviços: é quando as empresas estão com capacidade produtiva

saturada e necessitam aumentar as suas atividades. Buscam parceiros

especializados, para que, mediante especificações técnicas, complementem a

sua capacidade produtiva.

32

e) Nomeação de representantes: é quando as empresas contratam outras para as

representarem nas suas atividades de vendas em geral.

f) Concessão: é quando uma empresa atua em nome da outra, que cede a sua

marca sob condições para comercializar os seus produtos.

g) Permissão: é uma forma típica de terceirização de serviços públicos. Somente

um órgão ou entidade governamental é que poderá passar a uma permissionária

a exploração de um serviço público.

h) A locação de mão-de-obra: esta forma poderá ser desenvolvida como Trabalho

Temporário (contratação de empregados por tempo determinado, através de

agências de emprego. Geralmente o contrato é de 90 dias).

i) Desintegração: ainda pouco conhecida. Nesta forma de terceirização, o

fornecedor planeja e desenvolve as especificações técnicas, da atividade que

assumiu, ou vai manufaturar um componente ou produto, que o tomador apenas

idealizou. O fornecedor cria e industrializa o produto.

j) Facção: esta forma é muito utilizada nas atividades têxteis e calçadista. O

fornecedor manufatura, nas suas instalações, parte ou o produto completo do

tomador. Este agrega as partes ou apenas coloca a sua marca.

k) Corporação virtual: é a união imaterial de duas empresas especializadas no que

ambas têm de melhor, com produtos próprios, que são partes-componetes de um

outro produto que ambas decidiram criar. É a sinergia de recursos com força

competitiva.

l) Descentralização integrada: é uma forma de terceirização muito recente

idealizada experimentalmente e precariamente implantada na área

automobilística. O fornecedor atua nas instalações do tomador, em módulos

integrados e complementares, que se unem para compor o produto final.

33

3.1.7 Características de Cada Forma de Terceirização (Queiroz Id):

Forma Atuação Tecnologia Resultado Execução Função da Atividade-fim

Desverticalização Fora do tomador

Criação e de-senvolvimento

Produto próprio

Independente do tomador

Passa, exceto a tecnologia básica

Prestação de

serviços

Dentro do

tomador

Execução Somente

serviços

Depende de

instruções

Não pode passar

Venda de Serviços Fora do

tomador

Processo e

operação

Somente

serviços

Depende de

especificações

Passa exceto a

tecnologia básica.

Nomeação de

representantes

Fora ou

dentro

Execução Somente

serviços

Depende de

instruções

Dentro não, fora

sim.

Concessão de

marcas

Fora do

tomador

Execução e

venda

Somente

serviços

Depende de

especificações

Passa, exceto a

tecnologia básica.

Locação de mão-de-obra

Dentro do tomador

Não tem Não tem Supervisão do tomador

Não pode passar

Franquia Fora do

tomador

Execução e

venda

Somente

serviço

Depende de

orientação e

treinamento

Passa, exceto a

tecnologia básica

Desintegração Fora Desenvolvi-

mentos

Serviços

Produtos

Instruções Tecnologia para

desenvolvimen-

tos

Corporação visual Fora Produção

Distribuição

Produtos

Ambos

Especificação

de ambos

Cada um com a

sua

Facção Fora Processo Serviços Instruções Tecnologia de

suporte

Desentralização

integrada

Dentro ou

fora

Tecnologia Serviços Especificações Tecnologia de

suporte

QUADRO 02 – CARACTERÍSTICAS DE CADA FORMA DE TERCEIRIZAÇÃO

34

Pode-se também, contratar empresas que cuidam somente de terceirização

de serviços através de Cooperativas e seus cooperados.

3.2 COOPERATIVAS

As cooperativas de serviços, merecem ser mencionadas, por exercerem

grande domínio no campo de terceirização de serviço.

As cooperativas segundo Queiroz (Id), são entidades associativas

organizadas por trabalhadores, principalmente aqueles que não estão vinculados a

nenhuma empresa.

Surgiu da idéia de pequenos artesãos, que vinham perdendo seus clientes e

consequentemente o mercado, assim, após muito pensarem, vislumbraram uma

entidade que formada por eles mesmos, poderiam buscar novos consumidores,

utilizando recursos de capitais, que representava a parte de cada um deles,

resolvendo-se assim, fundar uma cooperativa de consumo (Queiroz Id).

3.2.1 Tipos de Cooperativas

As cooperativas podem ser: sociedade de pessoas ou sociedade jurídica

conforme define Cavalcanti (1996):

Sociedade de Pessoas

A finalidade da cooperativa de sociedade de pessoas está voltada

diretamente para os associados individualmente ou em grupo de trabalhadores ou

profissionais, sem limite mínimo de participantes.

Os cooperados neste tipo de sociedade, tem seu nome como prestador de

serviços, sendo ele mesmo responsável pela qualidade de seus serviços prestados.

Sociedade Jurídica

35

A principal característica da sociedade jurídica é sua composição. É

necessário que tenha no mínimo 20 pessoas para compor uma sociedade jurídica.

As pessoas que compõem estas sociedades respondem em nome de uma

empresa e não em seu próprio nome.

Segundo Queiroz(Id), no Brasil, as cooperativas cresceram muitos após a

primeira legislação que regulamentava a atividade, criada por Decreto Federal, em

1932, e as mais conhecidas são as agrícolas, habitacionais, médicas, odontológicas

e de crédito. Ainda, de produção e de serviços e trabalho.

O desenvolvimento de Cooperativas de Serviços e Trabalho, deu-se com a

grande procura, pelos tomadores de serviços, para terceirizar serviços, executados

pelos cooperados e gerenciados pelas cooperativas.

As vantagens e desvantagens na contratação de uma Cooperativa de

Serviços e Trabalho são várias, como afirma Queiroz (Id):

Vantagens

a) Terceirizam-se serviços especializados sem limites de prazo.

b) Não há riscos trabalhistas

c) A Cooperativa de Serviços e Trabalho pode ser livremente organizada; basta

congregar 20 trabalhadores, que voluntariamente e conscientemente resolvem

construir a mesma.

d) O tomador poderá administrar via Gestor.

e) A Cooperativa negocia a remuneração dos cooperados.

f) Há o comprometimento solidário dos cooperados para com o Contrato assinado

com o tomador do risco jurídico.

Desvantagens:

a) É muito visada pelo Ministério do Trabalho, pela Procuradoria do Trabalho,

sindicatos e Justiça do Trabalho.

36

b) Tem sido equivocadamente fiscalizada pelo Ministério do Trabalho.

c) Existem muitos “oportunistas de plantão” para tirar proveito econômico e explorar

o trabalhador e ainda enganar o tomador de serviços.

Queiroz (1988) preocupa-se também com as precauções importantes por

parte do tomador de serviços terceirizados com as Cooperativas de Serviços e

Trabalho, como a seguir:

a) Evitar contratar cooperativas com exclusividade

b) Gerar subordinação trabalhista pela dependência econômica.

c) Não incentivar os seus empregados a constituírem uma Cooperativa, para ser

contratada como fornecedora de mão-de-obra cooperada.

d) Não supervisionar diretamente os serviços prestados pelos cooperados.

Para Sérgio Martins (Id) cooperativa é uma forma de união de esforços

coordenados para a consecução de determinado fim. Os membros da cooperativa

não tem subordinação entre si, mas vivem num regime de colaboração.

O autor classifica as cooperativas da seguinte forma:

a) De consumo: que têm por objetivo fornecer aos associados artigos de consumo a

preços baixos;

b) De produção: tendo a finalidade de colocar a produção em outros locais, sem

intermediários, que encareceriam o preço do produto;

c) De crédito: visando proporcionar créditos aos associados;

d) De serviços: proporcionando a prestação de serviços aos associados, como

transporte, abastecimento, distribuições, etc.

A cooperativa pode ser uma forma de terceirização, quando a empresa

necessita de serviços ou bens que são produzidos pelas cooperativas (Martins Id).

Ainda complementa que, ultimamente, o uso de cooperativas também não

deixa de ser uma forma de se tentar evitar o desemprego, proporcionando trabalho

37

às pessoas. Constata-se que a terceirização, inclusive sob forma de cooperativa,

surge de condições de desemprego, de modo a tornar ocupadas as pessoas e lhes

proporcionar remuneração. Qualquer atividade pode ser realizada por meio de

cooperativa, até mesmo a de profissionais liberais, como médico, advogados,

dentistas, engenheiros etc.

3.2.2 Quarterização

Quarterização, é a terceirização de terceiros, ou seja, quando o fornecedor de

serviços terceirizados, seja ele prestador de serviços ou profissional autônomo, ou

ainda uma empresa, terceiriza algumas de suas atividades em benefício do seu

tomador, isto é, quando o terceiro contrata outro terceiro, para a prestação de

serviços (Queiroz ,Id).

O autor fornece exemplos de quarterização:

a) Uma empresa de prestação de serviços de computação, e que executa serviços

utilizando-se apenas de máquinas computadores nas instalações do seu

tomador, poderá contratar outras empresas para também lá desempenharem

serviços de digitação, manutenção dos equipamentos, fornecimento dos

programas, etc.

b) Uma empresa especializada em administrar projetos de terceirização pode

manter sob contrato outras empresas especializadas, que podem, sob a gestão

desta, vir a fornecer serviços a uma empresa tomadora, que venha a contratar a

primeira para implantação e administração de projetos de terceirização.

Esta é a forma abrangente e contínua de se contar com terceiros de maneira

subseqüente, sempre gerando qualidade e eficiência, permitindo ao tomador-terceiro

dedicar-se ao objetivo do seu negócio, para o qual foi contratado pelo primeiro

tomador (Queiroz, Id).

Indica que, na moderna gestão empresarial, a quarterização é o modelo que

as empresas, abertas, mutantes, estratégicas e voltadas para o futuro, vão utilizar

38

para gerir projetos de terceirização, das suas atividades acessórias, deixando para o

tomador de serviços tempo e recursos para dedicar-se exclusivamente ao

desenvolvimento de seu foco de negócio, com toda a sinergia e inteligência

empresarial voltada para a sua atividade-fim.

3.3 ASPECTOS LEGAIS

Para ser possível o desenvolvimento da terceirização adequada, correta e

verdadeira é muito importante que haja uma conscientização plena do seu conceito

e definição, por parte da empresa contratante.

É muito importante e fundamental para o sucesso dos projetos terceirizados,

um bom planejamento, onde todos os aspectos jurídicos e operacionais tenham sido

avaliados e quantificados corretamente (Queiroz 1998).

Diz ainda, que o público interno que vai relacionar-se com o terceiro deve ser

muito bem treinado e esclarecido, e conhecer os comportamentos corretos e

posturas de relacionamento que evitem a geração de riscos legais e operacionais.

A preparação de um bom contrato de fornecimentos de serviços terceirizados

é fundamental para o bom entendimento das necessidades do tomador e as ações

coerentes e correspondentes do fornecedor de serviços terceirizados complementa

o autor.

Sugere também, que o tomador e o fornecedor precisam estar juntos na

avaliação dos resultados, uma vez que, se necessário for efetivar correções, as

mesmas possam ser implementadas com mais agilidade e eficácia.

3.3.1 Terceirização Lícita e Ilícita

39

Segundo Martins (2001), deve ser dito inicialmente que inexiste norma

vendando a contratação de serviços por terceiros. É preciso entretanto, estabelecer

a distinção entre a terceirização Lícita ou Legal ou Ilícita ou Ilegal.

Queiroz(Id) e Martins (2001) concordam quando citam que a terceirização

lícita ou legal é a que observa os preceitos legais relativos aos direitos dos

trabalhadores. Não pretendendo fraudá-los. Terceirização ilícita ou ilegal é a que se

refere a locação permanente de mão-de-obra, que pode dar ensejo a fraudes e

prejuízos aos trabalhadores.

Exemplos de terceirização lícita ou legal citadas por Martins (2001):

a) Terceirização feita para trabalho temporário, desde que não sejam excedidos os

três meses de prestação de serviços.

b) Terceirização de trabalhos em domicílio, desde que seja em forma de

contratação de serviço autônomo.

c) Terceirização de trabalhador avulso, desde que exista a intermediação

obrigatória do sindicato da categoria profissional.

d) Prestação de serviços médicos por empresas conveniadas.

A terceirização legal é aquela que segue os preceitos jurídicos e da legislação

respeitando as normas regulamentares, tais como o Enunciado 331 – TST, cuja

integra segue abaixo citado por Queiroz (1998)

Enunciado nº 331

Contrato de Prestação de Serviços – legalidade – revisão enunciado 256.

I. A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se

o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho

temporário.

II. A contratação irregular de trabalhador, através de empresa interposta, não

gera vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública Direta,

Indireta ou Fundacional.

40

III. Não forma vínculo de emprego com o tomador, a contratação de serviços de

vigilância, de conservação e limpeza, bom como a de serviços especializados

ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e

a subordinação direta.

IV. O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregado,

implica a responsabilidade subsidiária, do tomador dos serviços, quanto

àquelas obrigações, desde que este tenha participado da relação processual

e conste também do título executivo judicial.

3.3.2 Requisitos para uma terceirização Lícita ou Legal

Para que a terceirização seja plenamente válida no âmbito empresarial, não

podem existir elementos pertinentes a relação de emprego no trabalho do

terceirizado, isto é, não pode haver subordinação, não pode ser considerado como

superior hierárquico do terceirizado, não poderá haver controles como do horário de

trabalho, segundo afirma Martins (2001).

Deve haver total autonomia do terceirizado, ou seja, independência, inclusive

quanto a seus empregados.

Segundo o autor, não se deve terceirizar todo um departamento, pois poderia

dar ensejo a fraudes, pelo fato de muitas vezes ser necessário o comparecimento

em reuniões sugerindo subordinação.

Ainda segundo sua opinião, da mesma forma não poderia ser entendido a

terceirização de office boys ou secretárias como sendo legal, pois uma vez que a

empresa tomadora exerce subordinação direta sobre as pessoas, deveria haver

contrato de trabalho. O mesmo se pode dizer de telefonistas, pois uma vez que

estes serviços são permanentes na empresa, não será possível a terceirização sem

a subordinação direta.

Orienta ainda que deve-se evitar a terceirização com pessoas físicas que

exercem individualmente suas atividades, inclusive ex-empregado que passe a

41

trabalhar em sua residência, mesmo rotulando-o na empresa, como autônomo, ou

microempresa, pois ainda é possível comprovar o vínculo empregatício de

continuidade em qualquer reclamação trabalhista.

Caso evidenciadas a subordinação e a prestação dos serviços na condições

descritas, a jurisprudência tem entendido pela configuração da relação de emprego

conforme cita Martins (2001, p. 145):

“Trabalhador demitido que adquire a ferramenta de trabalho anteriormente fornecida pelo empregador e continua na mesma

atividade exercendo os mesmos serviços, para a mesma empresa,

através de outra, pertencente ao mesmo grupo de subordinação,

dependência econômica e pessoalidade, configura o vínculo

empregatício” (TRT 6ª Região, RO 788/86, Ac. 3º T., j. 6-7-87, Rel.

Juiz Adalberto Guerra Filho, LTr 52-7/838).

3.3.3 Fiscalização Trabalhista

Para Martins (2001), a fiscalização do trabalho considera que existe vínculo

de emprego entre o terceirizado (empregado) a tomadora de serviços, quando a

atividade contratada faz parte das atividades essenciais ou normais da empresa

contratante.

Esclarece que a palavra “fiscalizar”, no sentido mais amplo, corresponde a

examinar, inspecionar, sindicar, censurar. Em sentido escrito, ou seja para o Direito

do Trabalho, tem sentido de verificar a observância da norma legal e orientação em

sua aplicação.

O fiscal do trabalho não tem apenas a função de aplicador de multa ou de fiel

cumpridor das leis, tem também como função verificar as condições de trabalho que

ainda não foram regulamentadas pela legislação. O fiscal do trabalho tem por função

orientar as empresas na aplicação das leis trabalhistas (Martins Id).

O autor ainda recomenda que o ideal é que a empresa contratada mantenha

cópias do registro de empregado, ou contrato de trabalho, exames médicos

42

admissionais, periódicos, quadro de horário de seus empregados, crachás com os

dados de identificação da empresa contratada, no local onde presta serviços.

E sugere que a tomadora pode exigir da empresa contratada, para

pagamento das faturas, que comprove os recolhimentos devidos do INSS – Instituto

Nacional de Seguridade Social, FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço,

PIS – Programa de Integração Social, Imposto de Renda, recibo de pagamento dos

empregados, sob pena de não liberar o pagamento da prestação de serviços.

Assim, sempre deve-se ter um contrato com todas as cláusulas a serem

cumpridas pelo prestador de serviços.

3.4 CUSTOS

Os principais aspectos que são comumentes observados na terceirização,

conforme enumera e explica Polonio (2000) são:

- Redução de custos operacionais

- Redução das despesas administrativas

- Redução dos encargos trabalhistas e previdenciários

- Melhor qualidade no resultado dos trabalhos.

3.4.1 Redução dos custos operacionais

Pode-se perceber a redução dos custos operacionais com a eliminação da

ociosidade, quase sempre presente, na mão-de-obra do departamento que se

pretende terceirizar.

43

Esta ociosidade deve-se a vários fatores como mão de obra não adequada

para uma determinada função, antiguidade dos empregados (tempo de casa), tipos

de tarefas executadas por pessoas não especializadas.

Também, pode-se perceber ociosidade em máquinas e equipamentos, ainda

há um outro agravante, que é a depreciação destes equipamentos.

3.4.2 Redução das despesas administrativas.

As despesas administrativas concentram-se, basicamente, na administração

de recursos humanos, relacionados aos empregados locados na atividade que se

pretende terceirizar, podendo estar presente, ainda, nas atividades de compra de

insumo e materiais.

As despesas relacionadas à administração das atividades que se pretende

terceirizar, mesmo que não se mostrem evidentes, apresentam redução significativa

num processo de terceirização.

3.4.3 Redução dos encargos trabalhistas e previdenciários.

Este parece o aspecto mais complexo de todo o processo de terceirização,

uma vez que além de implicar na redução dos encargos trabalhistas e

previdenciários para a empresa que está terceirizando, existe um acréscimo de

encargos de forma de natureza diversas para o terceirizado, além deste, perder

benefícios garantidos pela legislação trabalhista, tais como 13º salário, férias e

FGTS.

O resumo apresenta como se comportariam esses efeitos num processo de

terceirização em que a empresa utiliza seus próprios empregados para tal finalidade,

motivando-os a constituir sociedade cooperativa de trabalho:

44

Encargos para manter empregados

% Encargos sociais (parte da empresa) 28,80 Encargos trabalhistas 49,76 Percentual Total de manter empregados registrados 78,56 Encargos assumidos pelos terceirizados (associados cooperados) Custo de administração da cooperativa 15,00 Contribuição ao INSS / ISS 20,00 Total dos efeitos para o empregado terceirizado 35,00 Pode-se ver, no quadro ilustrado a diferença nos encargos da empresas em

manter empregados ou cooperativas de maneira mais ampla.

Tipo Empresa - % Cooperativa - % Diferença - %

Encargos Sociais

INSS 20,00 15,00 5,00

Salário Educação 2,50 Nada 2,50

INCRA 0,20 Nada 0,20

SESI/SESC 1,50 Nada 1,50

SENAI 1,00 Nada 1,00

Seguro/acidentes (média) 3,00 Nada 3,00

SEBRAE 0,60 Nada 0,60

Total Encargos Sociais 28,8 15,00 13,8

Encargos Trabalhistas

45

FGTS 8,50 Nada 8,50

Alimentação 2,00 Nada 2,00

Férias 8,33 Nada 8,33

Abono de férias 2,75 Nada 2,75

1/3 Cosntitucional 2,75 Nada 2,75

Aux. Acid. Trabalho 1,67 Nada 1,67

Lic. Paternidade 0,18 Nada 0,18

Lic. Maternidade 0,86 Nada 0,86

13º salário 8,33 Nada 8,33

Assistência Médica 5,00 Nada 5,00

Seguro de Vida 1,00 Nada 0,20

Aviso prévio trabalhado 1,13 Nada 1,13

Multa do FGTS 50% 5,03 Nada 5,03

Aviso prévio indenizado 2,23 Nada 2,23

Taxa adm. Cooperativa 15,00 (15,00)

ISS da Cooperativa 5,00 (5,00)

Total Encargos Trabalhistas 49,76 20,00 29,76

Total Geral Final 78,56 35,00 43,56

QUADRO 03 – ANÁLISE COMPARATIVA DE ENCARGOS EMPRESA X COOPERATIVAS COM BASE NO QUADRO APRESENTADO POR QUEIROZ (1998 P. 95 E 96)

Observa-se que as cooperativas têm encargos de 35%, enquanto as

empresas, mantêm encargos de 78,56% (Média. Este percentual varia de acordo

com as características da empresa), assim, no ponto de vista de redução de custos,

é mais vantajoso trabalhar com cooperativas a manter empregados contratados

diretamente pela empresa.

46

3.4.4 Implantação da terceirização

Uma vez que a empresa decide terceirizar sua atividade-meio, é importante

montar um planejamento estratégico, para que todo o processo caminhe de forma

coerente e transparente. Deve-se apresentar este planejamento para toda a alta

diretoria e principalmente para os empregados diretamente envolvidos.

Lívio Giosa (2003), relaciona alguns passos que balizarão um resultado bastante

positivo.

a) Ter certeza de que o conhecimento sobre o assunto Terceirização está

devidamente equalizada entre os componentes da Alta Administração;

b) Conhecer esta situação à luz da leitura de textos das mais variados sobre o

assunto;

c) Promover reuniões, palestras e ou seminários internos capazes de eliminar

dúvidas conceituais, resistências naturais pelo desenvolvimento e que, muitas

vezes, dificultam a decisão;

d) Avaliar junto às empresas do mesmo setor/ramo/segmento ou não, as ações

implementadas, forma de condução, pontos positivos e negativos alcançados

com a Terceirização;

e) Buscar entender, exatamente, que a Terceirização levará a mudanças

estratégicas nos rumos da empresa;

f) Avaliar, portanto, através de um amplo planejamento, as condições básicas

destas mudanças, antecipando as alterações que virão junto ao corpo funcional,

aos recursos envolvidos, equipamentos e materiais de apoio a serem

disponibilizados;

g) Reconhecer a decisão perante o ambiente externo de ação da empresa, isto é,

os reflexos no mercado, na concorrência, a identificação do alcance das medidas

perante os atuais clientes, fornecedores e prospects;

47

h) Estabelecer, como meta, novos resultados, claros a serem atingidos,

reconhecidos pela empresa e comprometidos com o corpo funcional;

i) Desenvolver programas internos de envolvimento do corpo funcional, sem gerar

distúrbios e más interpretações, que muitas vezes prejudicam todo o modelo a

ser implantado;

j) Implantar como conseqüência imediata desta nova concepção organizacional, a

política de qualidade da empresa, que será a sua marca principal de avanço

diante do ciclo de gestão que desenvolverá.

Giosa (2002), fornece um programa de elaboração do projeto de implantação

da terceirização em duas etapas:

ETAPA I

Programa Macro Programa Específico 1. Planejamento geral com a definição de um

cronograma básico

2. Visão dos riscos e resultados a serem obtidos

3. Reconhecimento das mudanças organizacionais decorrentes no novo modelo

4. Definição da política de terceirização da empresa (fases /conseqüências / prioridades)

5. Elaboração do conjunto das diretrizes que nortearão o programa.

6. Identificação e estudo das atividades internas passíveis de terceirização.

7. Estabelecimento dos objetivos gerais de cada uma destas atividades identificadas.

1. Estabelecimento dos objetivos específicos de cada atividade

8. Análise dos fatores condicionantes da decisão (restritivos e não restritivos)

2. Análise específica dos fatores condicionantes da decisão (restritivos e não restritivos)

9. Estabelecer os critérios básicos de compensação

3. Estabelecimento dos critérios específicos e dos procedimentos comparativos

10. Avaliação preliminar do potencial de vantagens entre a situação atual e a situação futura advinda da decisão de terceirização

4. Avaliação preliminar e específica do potencial de vantagens entre situação atual e a situação futura (*)

5. Determinação da espécie jurídica do contrato 6. Desenvolvimento de uma pesquisa prévia de

mercado para identificar empresas capacitadas para fornecimento (*)

11. Preparação do ambiente interno (Alta Administração, empregados em geral) e ambiente externo envolvido no processo (*)

7. Preparação do ambiente interno (empregados específicos) (*)

12. Reconhecimento dos empreendedores internos (*)

8. Reconhecimento dos empreendedores internos que se localizam em áreas específicas (*)

9. Identificação dos fornecedores existentes

48

10. Avaliação se os mesmos se enquadram na condição de parceiros

11. Desenvolvimento de uma pré-negociação com os novos parceiros

12. Avaliação, se for o caso, de novos fornecedores/parceiros no mercado

13. Desenvolvimento da análise da viabilidade (custo/benefício)

14. Avaliação nos impactos específicos na estrutura e dos recursos envolvidos (*)

ETAPA II

PROGRAMA MACRO PROGRAMA ESPECÍFICO 15. Decisão pela contratação da terceirização 13. Avaliação dos cuidados com os empregados

que serão demitidos, se for o caso, ou com empregados que poderão ser absorvidos pelo novo fornecedor / parceiro, conforme a negociação (*)

14. Avaliação dos cuidados com os empregados das unidades específicas que serão demitidos, se for o caso, ou com empregados que poderão ser absorvidos pelo novo fornecedor/parceiro conforme a negociação (*)

14. Gerenciamento do programa 17. Administração do contrato 15. Enquadramento das políticas e diretrizes

advindas da terceirização, de acordo com o planejamento empresarial, a nível de acompanhamento.

QUADRO 04 – ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO DE TERCEIRIZAÇÃO GIOSA (2003. P. 46) (*) explicação dos itens assinalados no quadro, considerando: P = Programa Macro e PE = Programa Específico

PE – item 4 Considera-se como tópico a ser avaliado:

- revisão da missão da empresa;

- definição exata do verdadeiro negócio da empresa / revisão de estrutura;

- vantagem competitiva, com a melhoria da qualidade de serviços prestados

(diferenciação com a concorrência);

- vantagens obtidas pelo custo operacional, flexibilidade do custo fixo,

redução do custo.

PE item 6 – avalia-se os tópicos entre as empresas pesquisadas.

- oferta / demanda de serviços / preços praticados;

- capacidade de absorção dos serviços;

- domínio da tecnologia / curriculun / portifólio;

49

- enfoque na qualidade;

- apoio ao cliente;

- filosofia integrativa de parceira.

P item 11 e PE item 7 – preparação do ambiente interno

Desenvolvimento de uma estratégia de preparação deste público através:

- programa de interação (seminários e reuniões de equalização da

informações;

- da transmissão das informações para os sindicatos, associações de

funcionários, fornecedores e clientes;

- do relato destes novos fatos através de reuniões individuais e workshops.

Desenvolvimento de uma estratégia de comunicação, com os seguintes

aspectos:

- fatores que levaram as desencadeamento da decisão;

- as áreas / atividades possíveis de ser terceirizadas;

- fatores condicionantes, critérios adotados e objetivos esperados;

- potencial de vantagens;

- conseqüências e reflexos de implantação;

- impactos no quadro de pessoal;

- revisão de atribuições e funções.

“Nesta fase é mito importante que a comunicação seja clara e verdadeira, para que todas as pessoas envolvidas tenham conhecimento das etapas e engajamento no projeto”. (Giosa 2003).

P item 12 e PE item 8

Identificação, dentre os empregados, daqueles que têm espírito

empreendedor e que, com sua liderança, poderão se engajar no processo, tanto

50

como fornecedor parceiro (iniciando abertura de empresas, com a sua saída

facilitada) quanto dos líderes das áreas terceirizadas. Isto é necessário pois eles

têm:

- domínio da tecnologia usada na atividade interna;

- conhecimento da cultura da empresa (sob o ponto de vista da missão,

negócio, da organização e das características administrativas).

PE item 14 – avalia-se os impactos na estrutura e nos recursos.

- da organização como um todo;

- das políticas, normas e procedimentos que envolvem a atividade e seu

interfaceamento sistêmico com as demais normas gerais ou específicas

praticadas pela empresa;

- da estrutura hierárquica, com a revisão, completa ou parcial do

organograma da área envolvida;

- das instalações / materiais / equipamentos;

- quadro de pessoal / tecnologia utilizada.

P item 13 e PE item 16 – avalia-se os cuidados com os empregados.

Ter em mente, neste momento, que será importante estar atento:

- aos vínculos afetivos naturais entre a empresa e os empregado;

- às resistências na aceitação do novo modelo;

- à possibilidade de aproveitamento em áreas de resultados que serão foco

de ação nas novas condições que a empresa irá se direcionar;

- à caracterização de eventual vínculo trabalhista, por permanecer em

contato com a empresa como empregado autônomo ou como único cliente

por muito tempo na sua relação como pessoa jurídica.

51

3.5 GERENCIAMENTO DE DEMISSÕES

No processo de terceirização, na maioria das vezes implica na demissão de

um número expressivo de empregados, trazendo inevitáveis riscos trabalhista para

empresa que os estão demitindo e por parte dos empregados, um processo um

tanto traumático.

Mas pode-se dizer que o processo de demissão é quase que inevitável, no

caso de terceirização.

Quanto a empresa, recomenda-se tomar cuidados redobrados quando se

trata de demissão em massa. Queiroz (1998) alerta para os seguintes cuidados:

- A imagem negativa perante os demais empregados, seus concorrentes e

a sociedade.

- Pode ocorrer queda na produtividade por parte daqueles empregados que

ficam na empresa.

- Problemas éticos: uma vez que o grupo de empregados desligados, já

contribuíram para a evolução da empresa, fica a responsabilidade social

em relação a essas pessoas.

O autor propõe estabelecer objetivos no gerenciamento ao programa de

demissões:

Quanto aos remanescentes:

- Evitar abalos de curto e médio prazo sobre o moral do grupo;

- Minimizar a sobrecarga de funções e a conseqüência taxa de estresse;

- Restaurar a confiança na continuidade da relação de emprego;

- Mostrar a prioridade e a ética com que foi conduzido o processo de

demissão;

- Preservar a imagem interna da empresa.

52

Quanto aos demitidos:

- Minimizar o trauma da demissão;

- Facilitar a adaptação da carreira;

- Esclarecer quanto às razões da empresa e sua ética;

- Preservar a imagem da empresa perante a comunidade

- Evitar qualquer tipo de ação individual e coletiva contra os interesses da

empresa.

Quanto à empresa:

- Preservar sua imagem no mercado;

- Evitar rupturas de produtividade;

- Evitar ações legais de qualquer natureza;

- Manter a confiança e os canais de comunicação com aliados e parceiros.

Queiroz (1998) cita alguns pontos fundamentais de atenção a serem

considerados no processo de comunicação de desligamento:

- Honestidade e veracidade;

- Clareza e abertura

- Bilateralidade e feedback;

- Realismo e franqueza.

Espera-se que os pontos citados de atenção sejam considerados em todos os

processo de desligamento em massa e terceirização de um departamento.

53

4 DISCUSSÃO

4.1 LEVANTAMENTO DO PROBLEMA

Atualmente uma das maiores preocupações das empresas é com a

diminuição dos custos gerados por pessoal. Para baixar estes custos, as empresas

terceirizam os departamentos, normalmente os administrativos, aqueles que não são

diretamente seu foco no negócio.

Assim, a PricewaterhouseCoopers, está terceirizando seus departamentos e

dentre eles, o de Tecnologia de Informação e Banco de Dados.

Percebe-se que em todos os processos de terceirização, muita ansiedade e

insegurança são geradas nas pessoas que trabalham nestes departamentos.

Mas, qual é a preocupação da PwC com as pessoas que trabalham no

departamento que está sendo terceirizado, em relação ao modo como são

realizadas as comunicações, os sentimentos de ansiedade e insegurança gerados, a

perda do emprego, pois é sabido que nem todos os empregados são contratados no

momento da terceirização ?

Maria Aparecida R. Schirato (2000), no seu livro Feitiço das Organizações,

descreve que muitas vezes as pessoas que trabalham em uma determinada

organização, jamais espera ser demitido, pois imaginam que não conseguem fazer

nada mais, além do que fazia na empresa que o “abandonou”, fica tão dependente

desta empresa, não consegue seguir com a sua própria vida pois dela se torna

totalmente dependente.

Conta em um relato que colheu para escrever o livro (Id. p. 107):

J.A.S. (47 anos) “17 anos de empresa. Durante todo esse tempo, viveu o circuito casa-empresa, das 6h30min às 19h quando saía e retornava para casa. Morava nos arredores da empresa. Depois de dispensado, ia todos os dias à empresa, pontualmente as 7hs da manhã, para ocupar o banheiro do seu departamento. Mobilizava portaria, segurança para acompanhá-lo, além de interromper o trabalho dos ex-colegas porque, segundo ele, seu intestino não funcionava em outro banheiro, tal o condicionamento com a empresa e tal a falta de intimidade com a sua própria casa.”

54

Outros, depositam tanta confiança na empresa, e certeza absoluta da mesma

confiança por parte da empresa, que imaginavam que a empresa não sobreviveria

sem ele. Veja o relato abaixo (Id. p. 43):

W.B. (53 anos): 33 anos de empresa. De todos os participantes, o mais antigo. Também o mais deprimido. Sua grande preocupação era que a diretoria da Embraer não sabia o que estava fazendo e ia levar a empresa a falência. Falava com entusiasmo apenas quando criticava a atual administração e sugeria outras medidas; afinal, ninguém conhecia a empresa como ele. A maior insensatez da empresa era dispensar os funcionários antigos, segundo ele, pois eles fizeram história, conheciam tudo, a empresa dependia deles. Se fosse para demitir, então dispensasse os novos, que não conheciam muito bem o esquema, nunca os experientes. A dor era tão grande que se sentia rejeitado, jogado fora e dizia: tinha certeza de que só sairia daqui morto, assim mesmo seria velado no pátio da empresa e carregado pelos amigos com coroa de flores da presidência. Que pena! Foi tão diferente.”

Espera-se que, com o resultado deste estudo, contribuir para que os próximos

processos de terceirização na firma, sejam conduzidos de forma mais clara e mais

humana.

Muitas vezes as empresas criam expectativas tão grande em seus

empregados que depois, na hora de desligá-los acabam criando situações de

desesperos ainda maior.

4.1.1 Resultado da Pesquisa de Clima

Na intenção de mapear o que as pessoas do departamento de Tecnologia e

Banco de Dados, pensam a respeito da terceirização de seu departamento, foram

aplicados questionários, sendo que das 41 pessoas alocadas no escritório de São

Paulo, 36 responderam a pesquisa de livre e espontânea vontade.

Esta pesquisa foi aplicada sem a necessidade de identificação, a fim de

preservar a individualidade de cada um, e assim, conseguir respostas mais pontuais.

Todos os níveis hierárquicos do departamento participaram da pesquisa.

55

Nos gráficos abaixo, pode-se verificar o mapeamento da população que

respondeu a pesquisa.

GRÁFICO 1 – DIVISÃO POR SEXO

GRÁFICO 2 – TEMPO DE EMPRESA NA PWC

GRÁFICO 3 – FAIXA ETÁRIA

Divisão por Sexo

78%

22%

MasculinoFeminino

Tempo de Empresa

11%

36%33%

17% 3%menos de 2 anos2 a 5 anos6 a 10 anos11 a 20 anosmais de 20 anos

Faixa Etária

6% 11%

33%33%

17%16 a 18 anos19 a 23 anos24 a 30 anos31 a 40 anosmais de 40 anos

56

GRÁFICO 4 - ESCOLARIDADE

Nos gráficos a seguir, as percepções das pessoas em relação a terceirização

do departamento.

Das 36 pessoas que responderam o questionário 100% tem consciência que

o departamento está sendo terceirizado, conforme quadro I no anexo.

GRÁFICO 5 – CONHECE A EMPRESA TERCEIRIZADORA

Escolaridade

25%

58%

14%

0%0%3%

1º Grau

2º Grau

Superior Incompleto

Superior Completo

Pós Graduação

MBA

Você conhece a empresa que está terceirizando o seu depto.?

89%

8% 3%SimNão SeiNão

57

GRÁFICO 6 – COMUNICAÇÃO EFICAZ

GRÁFICO 7 – COMUNICAÇÃO DA PWC

GRÁFICO 8 – OPORTUNIDADES IGUAIS

A comunicação da terceirização foi feita de modo eficaz?

11%14%

75%

SimNão SeiNão

Os canais formais de comunicação da PwC divulgam informações importantes?

64%8%

28%SimNão SeiNão

A PwC oferece as mesmas oportunidades e dispensa o mesmo tratamento para todos os

departamentos administrativos?

22%

47%

31% SimNão SeiNão

58

GRÁFICO 9 – PROCESSO DECISÓRIO

GRÁFICO 10 – PROCESSO DECISÓRIO

GRÁFICO 11 – POSSIBILIDADE DE TRABALHO

O processo decisório da terceirização do seu depto. foi feito abertamento, com ciencia de todos

os envolvidos?

11%19%

70%

SimNão SeiNão

Todos os processo decisórios da empresa tendem a ser abertamente discutidos?

11%

36%53%

SimNão SeiNão

Você tem ciência se existe a possibilidade de voce trabalhar na empresa que está terceirizando oseu

depto.?

53%33%

14%SimNão SeiNão

59

GRÁFICO 12 – GRAU DE MOTIVAÇÃO

GRÁFICO 13 – NIVEL DE DESEMPENHO

GRÁFICO 14 – NÍVEL DE ESTRESSE

Você percebeu alteração no nível geral de motivação na sua área depois da comunicação da

terceirização?

83%

6%11%

SimNão SeiNão

A PwC estimula e espera um alto nivel de desempenho dos seus colaboradores?

78%

8%14%

SimNão SeiNão

Sua atividade atual apresenta um alto grau de estresse?

53%

11%

36% SimNão SeiNão

60

GRÁFICO 15 – RECURSOS NECESSÁRIOS

GRÁFICO 16 – ESTÍMULO

GRÁFICO 17 – QUALIDADE DE VIDA

Você tem condições de trabalho e recursos necessários para cumprir suas responsabilidade

atualmente?

70%11%

19%SimNão SeiNão

Na sua opinião a PwC está estimulada em mantê-lo na nova empresa?

22%

70%

8%SimNão SeiNão

Você administrata adequadamente o seu tempo profissional de modo a não prejudicar a sua vida

pessoal?

94%

6%0% Sim

Não SeiNão

61

GRÁFICO 18 – RECOMPENSA E DEDICAÇÃO

GRÁFICO 19 – MOTIVO DE TERCEIRIZAR

GRÁFICO 20 – SATISFAÇÃO

Você se sente recompensado em relação à dedicação que você tem para com a PwC?

72%3%

25%SimNão SeiNão

Voce sabe quais são os objetivos e as razões das maiorias das empresas estarem terceirizando os

seus serviços administrativos?

64%

28%8%

SimNão SeiNão

Você está satisfeito com a terceirização do seu departamento?

3%33%

64%

SimNão SeiNão

62

GRÁFICO 21 – TOMADA DE DESCISÃO

GRÁFICO 22 – QUALIDADE DE VIDA

GRÁFICO 23 – ASPIRAÇÕES E CONSIDERAÇÕES

Você participa das definições dos objetivos da sua área?

39%

6%55%

SimNão SeiNão

Frequentemente você abre mão de seus compromissos pessoais para cumprir as

responsabilidades do trabalho?

61%6%

33% SimNão SeiNão

Na sua opinião, as suas aspirações estão sendo consideradas no processo de terceirização?

25%

39%

36% SimNão SeiNão

63

4.2 Resumo dos Gráficos

O departamento de Tecnologia e Banco de Dados é composto com 78% de

empregados do sexo masculino e 22% do sexo feminino.

Em relação a tempo de trabalho na PwC:

⇒ 36% dos empregados tem de 2 a 5 anos de firma;

⇒ 33% dos empregados tem de 6 a 10 anos de firma;

⇒ 17% dos empregados tem de 11 a 20 anos de firma

⇒ 11% dos empregados tem menos de 2 anos de firma;

⇒ 3% dos empregados tem mais de 20 anos de firma.

Faixa Etária

⇒ 33% tem entre 24 a 30 anos de idade;

⇒ também, outros 33% tem entre 31 a 40 anos de idade;

⇒ 17% que corresponde a 6 pessoas, tem mais de 40 anos de idade, que

pode-se considerar que não é fácil conseguir outro emprego após os 40

anos de idade;

⇒ 11% tem entre 19 a 23 anos de idade;

⇒ 6% tem entre 16 a 18 anos de idade.

Escolaridade:

⇒ 58% possuem superior completo;

⇒ 25% possuem superior incompleto;

⇒ 14% possuem pós graduação;

64

⇒ 3% possuem MBA;

⇒ o departamento não tem empregados somente com o 1º ou 2 º grau.

Quando aos resultados da pesquisa:

⇒ 89% dizem saber conhecer a empresa que está terceirizando o

departamento em que trabalham, contra 8% dizem não saber, qual a

empresa está terceirizando o departamento, e 3% desconhecem a

empresa terceirizadora.

⇒ 75% dizem que a comunicação da terceirização do departamento foi feita

de modo não eficaz; 14% não tem opinião formada; 11% dizem que a

comunicação foi feita de modo eficaz.

⇒ 64% dizem que os canais formais de comunicação da PwC, divulgam

informações importantes, em contra partida 28% dizem que os canais de

informações da PwC, não divulgam informações importantes e, 8% não

sabem.

⇒ 47% dizem não saber se a PwC oferece as mesmas oportunidades e

tratamentos iguais a todos os departamentos; 31% dizem que a PwC não

oferece as mesmas oportunidades e tratamento iguais ao departamentos

e 21% dizem que sim, que a empresa oferece o mesmo tratamento para

todos os departamentos.

⇒ 70% dizem que o processo decisório da terceirização do departamento

não era da ciência de todos os envolvidos; 11% dizem que sabiam do

processo de terceirização e 19% não souberam opinar.

⇒ 53% dizem saber que o processo decisório da firma não é discutido

abertamente com os empregados; 36% não souberam opinar e 11%

dizem que todos os processos decisórios da PwC, são abertamente

discutidos.

⇒ 53% dizem saber que existe a possibilidade de trabalharem para a

empresa que está terceirizando o departamento; 33% não souberam

65

opinar e 14% dizem não saber que existe a possibilidade de trabalhar na

empresa que está terceirizando o departamento.

⇒ 83% das pessoas perceberam que o nível geral de motivação do

departamento baixou; 11% não perceberam alteração no nível de

motivação do departamento, enquanto 6% não perceberam nada.

⇒ 78% sabem que a PwC espera um alto grau de desempenho de seus

colaboradores; 17% acham que não e 8% não sabem se a Pwc espera um

alto grau de desempenho.

⇒ 53% dizem que o departamento que trabalha atualmente, tem um alto

grau de estresse; 36% não trabalham sob estresse e 11% não sabem se

trabalham sob estresse.

⇒ 70% dizem ter recursos necessários para cumprir suas obrigações no

trabalho; 19% dizem não terem estes recursos, enquanto 11% ainda não

sabem se tem ou não recursos necessários para cumprir suas obrigações.

⇒ 70% não sabem dizer se a PwC está estimulada em mantê-los na nova

empresa; enquanto 22% opinam que a PwC está estimulada em mantê-los

na nova empresas e 8% não sabem.

⇒ 94% dizem manter uma boa qualidade de vida, administrando o tempo

entre a vida pessoal x profissional, enquanto 6% dizem que não.

⇒ 72% dizem sentir-se recompensados em relação a dedicação que têm

com a PwC; 25% dizem que não se sente recompensados enquanto 3%

não sabem opinar.

⇒ 64% dizem saber os motivos que a maioria das empresas terceirizam seus

serviços administrativos; enquanto 36% não sabem porque as empresas

terceirizam seus serviços.

⇒ 64% dizem não estarem satisfeitos com a terceirização do departamento

em que trabalham; 33% não sabem e somente 3% estão satisfeitos com a

terceirização do departamento.

66

⇒ 55% não participam da tomada de decisão do departamento; 39%

participam e 6% não sabem se tomam decisão no departamento.

⇒ 61% dizem abrir mão de seus compromissos pessoais para cumprir suas

responsabilidade dentro da firma; 33% não abrem mão de seus

compromissos e 6% não sabem se abrem mão de seus compromissos

para cumprir suas responsabilidades.

⇒ 39% dizem não saber se suas aspirações estão sendo consideradas na

terceirização, enquanto 36% consideram que suas aspirações não estão

sendo consideradas e, 25% dizem que suas aspirações estão sendo

consideradas no processo de terceirização do departamento.

4.2.1 Principais preocupações

Pode-se perceber de acordo com o resultado da pesquisa, que muito dos

empregados, embora conheçam a empresa que trabalham atualmente, e a empresa

que está terceirizando o departamento, não estão satisfeitos de estarem sendo

terceirizados.

Um dos fatores que se nota é que a comunicação da terceirização do

departamento, não foi feita de modo eficaz, que os empregados gostariam de

participar do processo de terceirização desde que ela foi cogitada, pois, percebe-se

de acordo com o resultado da pesquisa, que este processo não era da ciência de

todos.

Qualquer processo de mudança, como se sabe, é um processo doloroso para

todos os envolvidos. A aceitação dos que estão sendo terceirizados, que devem

mudar de empresa e até mesmo que podem ficar sem emprego, causa uma queda

na motivação das pessoas, e a produtividade no trabalho também fica prejudicado.

O processo de terceirização foi formalmente divulgado ao departamento de

Tecnologia e Banco de Dados há mais de três meses e até o momento, não se sabe

67

quais as pessoas serão absorvidas pela empresa que está terceirizando o serviço e

quais são as que ficarão desempregadas.

Percebe-se que as empregados que serão terceirizados não conseguem

ainda dizer se suas aspirações e plano individual de carreira estão sendo

considerados no processo de terceirização.

As perguntas mais freqüentes entre aqueles que estão sendo desligados da

empresa são: O que poderia ser feito de diferente? Como comunicar à família?

Como pagar as contar do final de cada mês que ficar desempregado? Quanto tempo

será necessário para conseguir um novo posto de trabalho para aqueles que forem

desligados da empresa? A empresa irá ajudar em recolocá-lo no mercado de

trabalho?

Um artigo escrito por Gutemberg B. de Macedo1 no site da Revista Você S.A.,

diz:

“Para muitos profissionais, não importa o nível, a perda do emprego é tão assustadora quando o divórcio ou a morte de um membro da família. A demissão é ainda pior, quando não há um estrutura de apoio para aliviar o choque, reconstruir a autoconfiança, enxugar as lágrimas, recompor as emoções, orientar sobre o melhor caminho a seguir, aconselhar sobre a melhor pessoa a procurar.”

Assim também, devem ser os sentimentos daqueles que não tem a definição

se serão contratados pela nova empresa, ou mesmo se serão demitidos.

Uma vez que o processo já está em desenvolvimento e, para acalmar a

ansiedade das pessoas, sugere-se que sejam feitas reuniões quinzenais para

manter os empregados do departamento, devidamente informados sobre o

andamento do projeto.

O papel de Recursos Humanos é muito importante neste momento, para dar

apoio moral e estar à disposição para esclarecimento de dúvidas e de comum

acordo com a PwC, encaminhar as pessoas que não serão absorvidas pela empresa

que está terceirizando o departamento, para um programa de recolocação.

Recomenda-se também a contratação de Consultoria externa de Recursos

Humanos, para conduzir todo o processo de terceirização, e também, outra empresa

1 Site da revista Você S.A. O calvário de um demitido. www.vocesa.abril/aberto/colunista. Acesso em 02/09/03.

68

para tentar a recolocação das pessoas no mercado de trabalho, pois uma pessoa

que não está emocionalmente envolvida, poderá conduzir o processo com

imparcialidade.

Espera-se conseguir que todos os que serão desligados tenham outra

colocação de trabalho, principalmente, para aqueles que tem mais de 40 anos de

idade, uma vez que as empresas preferem pessoas mais novas para trabalhar, e

voltar ao mercado de trabalho sem ao menos saber se existe outra oportunidade,

deixa as pessoas ainda mais ansiosas.

69

5 CONCLUSÃO

No intuito de conhecer melhor, os sentimentos das pessoas que trabalham no

departamento que está sendo terceirizado, foi confeccionada e aplicada uma

pesquisa de clima somente para estes fins.

A intenção do mapeamento deste processo foi identificar os pontos falhos no

processo de terceirização desse departamento.

Conclui-se que, tanto a forma de comunicação, e todo o processo de

terceirização do departamento, não está atendendo as expectativas das pessoas.

A experiência de fazer o estudo, a confecção e aplicação do questionário, foi

uma forma de entender melhor o processo de terceirização e contribui para olhar o

processo de outro ângulo e ajudou repensar na melhor maneira de tratar as

pessoas, para que o impacto da mudança, seja o mais tranqüilo possível.

Espera-se que este estudo possa ajudar a empresa a repensar na sua

maneira de implementar decisões quando o assunto é terceirização, e também, em

relação aos sentimentos e ansiedades dos empregados envolvidos neste processo.

70

6 RECOMENDAÇÕES

De acordo com o resultado da pesquisa aplicada no departamento de

Tecnologia da Informação e Bancos de Dados da PricewaterhouseCoopers, a forma

de comunicação, divulgação, participação dos colaboradores no processo de

terceirização da área, segundo opinião dos mesmos, não foi conduzida de maneira

adequada, pois, percebe-se ainda muita confusão nos sentimentos das pessoas em

relação a este processo.

Caso a empresa decida por repensar na maneira como foi feito o processo de

terceirização desse departamento, e para aplicação do processo de Terceirização

em outros departamentos, recomenda-se que seja dada atenção especial para

finalização do processo do departamento de Tecnologia da Informação e Bancos de

Dados, absorvendo desta experiência, todos os pontos a serem aprimorados.

Recomenda-se que sejam feitos reuniões quinzenais ou mensais, mesmo que

somente com os líderes do departamento, a fim de mantê-los informados da

situação atual.

Promover palestras ou seminários sobre terceirização e processos de

mudanças e a necessidade de aplicação na empresa, para eliminar dúvidas,

resistências naturais.

Recomenda-se também, a aplicação de uma pesquisa de clima oficial, com a

ajuda de uma empresa especializada, a fim de medir o grau de satisfação de todos

os colaboradores e incluir nesta pesquisa, itens próprios de terceirização.

Recomenda-se também, a contratação de uma consultoria externa, para atuar

junto ao departamento de Recursos Humanos, na condução dos processos de

terceirização do departamento em questão e também, para os próximos processos.

Por fim, recomenda-se que a empresa estude a possibilidade de abrir um

PDV - Programa de Demissão Voluntária, para aqueles que não têm a intenção de

trabalhar para a empresa que está terceirizando o departamento, ou talvez uma

71

ajuda financeira para que os desligados possam abrir sua própria cooperativa e

prestar serviços para outra empresas na área de informática.

72

7 BIBLIOGRAFIA

CAVALCANTE Júnior, Ophir. A Terceirização das Relações Laborais. São Paulo: LTR, 1996.

GIOSA, Lívio Antonio. Terceirização Uma Abordagem Estratégica. 5ª ed. rev. e ampl. São Paulo:Pioneira, 2003

KARDEC, Alan; CARVALHO, Cláudio. Gestão Estratégica e Terceirização. Rio de Janeiro: Qualitymark: ABRAMAN, 2002.

MACEDO, Gutemberg B.de. O calvário de um demitido. Disponível em: www.vocesa.abril.com.br/aberto/colunista. Acesso em 02/09/03.

MARTINS, Sérgio Pinto. A Terceirização e o Direito do Trabalho. 5º ed. São Paulo: Atlas, 2001.

POLONIO, Wilson Alves. Terceirização: aspectos legais, trabalhistas e tributários. São Paulo: Atlas, 2000.

QUEIROZ, Carlos Alberto Soares de. Manual da Terceirização. 9º ed. São Paulo: STS, 1998.

SCHIRATO, Maria Aparecida Rhein. O Feitiço das Organizações: sistemas imaginários. São Paulo: Atlas, 2000.

SAAD, Eduardo Gabriel. CLT Consolidação das Leis do Trabalho – Comentada. 34º ed. São Paulo: LTR, 2002.

73

8 ANEXOS