MARÇO 2020 - SUPERA...

51
MARÇO 2020 REALIZAÇÃO: PATROCÍNIO:

Transcript of MARÇO 2020 - SUPERA...

Page 3: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

3

ÍNDICE

A Liga Ventures ………………………………..….…………………………....

A Brazil Sports Tech ………………………………………………………….

O Supera Parque ……………………………………………………………….

Metodologia …………………………………………….……………….………....

Entrevistados ………………………………………….…..............................

Categorias mapeadas ……………………………………………………..

Mapa de startups de Sports Techs ……………………………..

Lista de startups mapeadas ………………………………………...

Espaço Inovativa Brasil …………….…………………………….…….....

Entrevista - Nathalie Sonne [LEAD Sports] ……..……….

Introdução - Sports Techs ……………...……..………………..……...

Entrevista - André Figer [Grupo Figer] ……………………...

Os números que mudam o jogo ………………………..….…...

Entrevista - Pedro Daniel [Arena Hub e EY] …………..

Superatletas: Análise Cognitiva e Performance …..

Inovação nos equipamentos esportivos ………………….

Entrevista - Rogério Sampaio [COB] ………………………...

O torcedor como cliente ………………………………………………...

Referências ………………………………………………………………………….

04

06

07

08

09

13

14

15

22

24

25

29

30

35

36

40

43

44

50

3

Page 4: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

Por meio de programas de aceleração em diferentes verticais de mercado, eventos e inteligência setorial, a Liga Ventures é a primeira aceleradora do Brasil totalmente focada em conectar startups e grandes corporações, gerando inovação e oportunidades de negócios para ambos os lados.

Mais de 30 grandes corporações já estão com a Liga Ventures, fazendo da inovação aberta uma realidade, entre elas, a Unilever, Porto Seguro (Oxigênio Aceleradora), BNDES, Colgate-Palmolive, AES Tietê, EMBRAER, Bauducco, TIVIT, Mercedes-Benz, Continental, Grupo Comporte, Leroy Merlin, Brink’s, GPA, Edenred, Unimed, entre outras.

Por que conectar empresas com startups?

Já são mais de 150 startups aceleradas e mais de 300 projetos gerados entre elas e as corporações parceiras, reforçando as possibilidades de inovações conjuntas, codesenvolvimentos, cocriações, parcerias e investimentos. Assim, as startups conseguem maior alcance no mercado, mais recursos e aumentam sua rede de contatos. Do outro lado, as corporações inovam mais rápido, acessam novas tecnologias e se aproximam da cultura empreendedora das startups.

Quer conhecer mais sobre como se conectar com startups em seu mercado?

[email protected]

4

A LIGA

A Aceleradorae o Liga Insights

VENTURES

4

EMPRESASInovar mais rápido e barato

Testar novos mercadosNovos modelos de negócio

Atrair talentosCultura intraempreendedora

STARTUPSOportunidades de negócios

Canais de distribuiçãoNetworking

Marca e CredibilidadeCrescimento sustentável

Page 6: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

NOSSO MANIFESTO

Acreditamos que o esporte é uma poderosa manifestação da grandeza humana. Acreditamos que o esporte é um eficaz e abrangente instrumento de transformação, que gera legados perenes e profundos na evolução das sociedades.

Acreditamos que a tecnologia é um bem.

Acreditamos que a tecnologia, sempre que aplicada com ética e para o bem de todos, pode ser um poderoso instrumento de inclusão e desenvolvimento social, disseminação de conhecimento e otimização da vida.

Ao unificar como plataforma de atuação e interferência na sociedade a união do esporte com a tecnologia, acreditamos estar contribuindo para todos esses elevados objetivos e benefícios conjuntos dessas tão vitais áreas da atividade humana.

Acreditamos que para que tecnologia e esportes possam caminhar juntas, é necessário um conjunto recorrente de atividades de fomento.

Acreditamos que a Brazil Sports Tech reúne pessoas, cidadãos, empreendedores, profissionais, empresários e investidores com as necessárias habilidades e recursos para a consecução dessa missão de tão alta relevância para todos.

Acreditamos que, ao reunir os agentes do setor, a Brazil Sports Tech pode contribuir para a concepção e consolidação das normas-padrão da nova indústria, que apoiem na arbitragem de litígios entre seus pares, bem como na consolidação das regras de melhores práticas da nova indústria.

Brazil Sports Tech. Porque acreditamos no esporte. Porque amamos tecnologia. Porque desejamos contribuir para um mundo melhor.

66

Pedro ZangrandoColaborador da BST

Vinícius GholmieColaborador da BST

Gabriel LiberatiColaborador da BST

Page 7: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

O Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto é resultado de uma parceria entre Universidade de

São Paulo (USP), Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e Secretaria de

Desenvolvimento do Estado de São Paulo.

Instalado no Campus da USP local, o Parque abriga a Supera Incubadora de

Empresas, o Supera Centro de Tecnologia, a associação do Arranjo

Produtivo Local (APL) da Saúde, o Polo Industrial de Software (PISO), além do

Supera Centro de Negócios. Ao todo, são 73 empresas instaladas no Parque,

sendo 61 delas no Supera Incubadora de Empresas de Base Tecnológica; e 12

empreendimentos no Centro de Negócios.

Como ambiente de inovação que promove a transferência de

conhecimento em diversos tipos de atividades, o Supera Parque desenvolve estudos setoriais para prever tendências

tecnológicas. Com uma metodologia própria para classificação de dados, a equipe realiza pesquisa exploratória e

análise de dados referentes ao ecossistema de empreendedorismo e

inovação.

77

Denise ArrudaAnalista de dados +55 16 [email protected]

Camila Martins FerreiraAnalista de dados

Diego Silva SiqueiraProjetos Estratégicos

Lilian Ribeiro Oliveira Relações com o mercado

Page 8: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

8

MetodologiaO estudo tem como objetivo compreender como a área de

esportes está inovando e de que forma as startups que apresentam soluções para esse mercado estão se desenvolvendo e ganhando espaço no Brasil. Após entendimento do mercado e dos temas que envolvem o setor, foi iniciada uma pesquisa para determinar quais são as inovações tecnológicas disponíveis atualmente e de que forma elas podem impactar os processos e o atual cenário do segmento. Aqui foram considerados relatórios, estudos e informações de fontes como UOL, SportsMedia, Meio & Mensagem, Forbes, PR Newswire, Computerworld, Indústria de Base, O Estado de S. Paulo, Boa Forma, Foot Wear News, Marketing Watch, Varejo S.A., El País, Markets and Markets, Wall Street Journal e outros.

Para entendermos melhor o cenário e importância das inovações do segmento de esportes, tanto no mercado brasileiro quanto internacionalmente, entrevistamos 23 empreendedores, profissionais e pesquisadores da área. Entre outras questões, buscamos entender como eles interpretam as startups que apresentam soluções e produtos para o setor, as oportunidades geradas, de que forma estão afetando a área e os principais desafios para o futuro.

Na construção do mapa de startups brasileiras em torno do tema Sports Techs foram utilizados alguns processos de análises e validações, com base em informações abertas e complementares disponíveis nos canais, sites e redes sociais das mesmas. Para a inclusão no mapa, se fazia necessário que no momento da análise, a startup apresentasse algum sinal de atividade nos últimos 6 meses, base tecnológica e/ou modelo disruptivo neste mercado. As classificações levaram em consideração como as próprias startups se apresentam para o mercado, novamente em seus canais, site e redes sociais. Não foram incluídas neste mapeamento startups que atuam nos segmentos de Saúde & Bem Estar, Fashion e eSports.

Para complementar o conteúdo deste e de outros estudos, recomendamos aos leitores a conhecerem as demais publicações do Liga Insights, sendo elas pesquisas, estudos e mapeamentos de startups brasileiras. Estes mapeamentos foram realizados a partir de diversas fontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures, a plataforma DisruptBox, recomendações, notícias em portais de negócios, bases abertas e busca ativa de startups. Por se tratar de um mercado com mudanças constantes e pela extensão das bases utilizadas, estes estudos são considerados dinâmicos e terão atualizações periódicas para contemplar esses movimentos e expor novas startups que não apareceram nesta versão.

88

CADASTRE SUA STARTUP

Page 9: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

9

ENTREVISTADOS

9

André FigerVice-Presidente do Grupo

Figer

Bernardo Itri Coordenador-geral de Tecnologias

Inovadoras e Propriedade Intelectual do Ministério da

Economia

Bruno PessoaCEO da Tero

Daniel SilvaSócio-Fundador YNN

Ventures & Empreendedor Residente na Asics

Fernando Marinho Mezzadri

Professor da Pós-Graduação em Educação Física da UFPR

Geraldo CampestriniCEO da Confederação Brasileira

de Tênis de Mesa

Giovana PinheiroDiretora de Produção do

Olimpíada Todo Dia

Guilherme FigueiredoFundador & Diretor da TV

NSPORTS

Júlia VergueiroSócia-Presidente do

Pelado Real Futebol Clube

Leandro MazzeiProfessor do Curso de Ciências do Esporte da

UNICAMP

Libia MacedoProfessora de marketing e

eventos da ESPM, Consultora e Especialista em eventos

esportivos

Lucas BuenoGestor de Marketing &

Trade Marketing no Grupo Cambuci

Page 10: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

ENTREVISTADOS

Marcelo AltenhofenGestor de Marketing da

Poker

Maria Teresa Publio DiasCo-Fundadora Soul Brasil

Maurício FerroEngenheiro de Produção e Consultor Técnico da Surf

Evolution

Milton AvilaCEO da Sensorial Sports

Nathalie SonneHead de Aceleração da LEAD

Sports

Pedro DanielDiretor de Esportes, Mídia e

Entretenimento na Ernst Young e coidealizador do Arena Hub

Pyr MarcondesDiretor do Meio &

Mensagem

Rodrigo GeammalCEO da Elos Fun

Rogério SampaioDiretor Geral do Comitê Olímpico do Brasil (COB)

Samuel ToaldoFundador & CEO da Goleiro

de Aluguel

Vinicius GholmieFundador e co-CEO da

iSPORTiSTiCS

10

Page 11: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

11

O que é o State?Somos o maior hub independente de inovação e economia criativa do Brasil e um dos maiores da América Latina. O State nasce com o propósito de abrigar as áreas de inovação, pesquisa e desenvolvimento de grandes empresas, conectando-as com universidades e startups com soluções para indústria 4.0, indústria criativa, mobilidade urbana, deep tech, hard Science e biotech lab.

Como surgiu a ideia do State?Criamos o State com uma combinação de elementos essenciais para conceber um estado natural para que o novo aconteça em todas as suas vertentes, seja pela presença física das áreas de inovação, pesquisa e desenvolvimento das empresas, inclusive com maquinários e prototipagem, seja abrigando startups, conectando instituições de ensino, promovendo e sediando os principais eventos de inovação, design, economia criativa e lifestyle do Brasil.

Onde está localizado?O espaço, instalado em uma área de 20 mil metros quadrados, que nos anos 40 abrigou uma indústria metalúrgica, fica na região da Vila Leopoldina, na zona oeste da capital paulista, e tem como referências grandes complexos mundiais de inovação, como Station F (Paris), New Lab (NY), FActory (Berlim) e La Nave (Madri). Aqui, respira-se inovação em um ambiente propício para se pensar em soluções realmente diferenciadas e com um aspecto de desenvolvimento de uma região que começa a despontar como grande polo de indústria criativa, tecnologia e inovação.

Quais os diferenciais do State?Somos o único hub que congrega criatividade, ciência, inovação e arte em um mesmo ambiente. Pelo fato de sermos neutros e independentes, sem nenhuma corporação atrelada a nossa marca, preservamos o protagonismo e a autonomia de cada uma das iniciativas/programas que estão dentro do espaço, além de conseguirmos mais agilidade e flexibilidade de (co)criarmos modelos e possibilidades de negócio, bem como de aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

customização do ambiente físico. Nesse sentido, somos um "hub de hubs".

Qual a capacidade do local?O State tem capacidade para receber até mil pessoas diariamente, nesta primeira fase, com 7 mil m² ocupados. A segunda etapa está prevista para ser finalizada no segundo semestre de 2020, quando os 20 mil m² deverão estar plenamente ocupados com postos de trabalho, espaços para eventos, restaurante e outras atividades. Em pleno funcionamento, estima-se que o State receberá, em média, até 1.500 pessoas diariamente, entre colaboradores diretos, das empresas residentes e participantes de eventos no local. Para sediar esses eventos, o galpão conta com um auditório de 400 m², telão de 40 m² e capacidade para receber até 350 pessoas. Também há no local uma arena com arquibancada para eventos abertos que comporta até 150 pessoas.

Quem são os responsáveis pela concepção?O empreendimento é uma concepção conjunta da Sangha Investimentos com a FLAGCX, e tem como parceira a Votorantim Empreendimentos Imobiliários – proprietária do imóvel e responsável por realizar reformas estruturais no galpão.

Jorge Pacheco, Founder & CEO do STATE

11

Page 13: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

CATEGORIAS

Blockchain e Serviços FinanceirosStartups que utilizam/desenvolvem soluções no âmbito financeiro, que podem ou não se utilizar da tecnologia de blockchain para atrair e fidelizar seu público-alvo.

Ciência de dados e Inteligência artificialStartups que utilizam/desenvolvem ferramentas para gerar, captar e/ou organizar dados para análise e embasar decisões estratégicas e/ou que utilizam a IA para agregar valor aos seus serviços.

Conteúdo Digital e StreamingStartups que produzem conteúdo, soluções digitais de divulgação e serviços de mídia para a gestão, transmissão e promoção do entretenimento em eventos/projetos do setor.

13

Conexão e Busca por OportunidadesStartups que promovem a conexão entre atletas, empresários, clubes, patrocinadores, profissionais, gerando oportunidade de trabalho, negócios e integração dentro do setor.

Apostas EsportivasStartups que oferecem soluções ou uma plataforma que permite que consumidores realizem apostas em resultados e situações de jogo.

Gestão de Clubes e Projetos de MarketingStartups que oferecem soluções voltadas para otimizar a gestão de clubes, federações, confederações e de projetos de marketing, como programas de sócios-torcedores e ingressos.

13

Gestão de Jogos, Torneios e EventosPlataformas e/ou ferramentas que auxiliam na gestão de jogos, torneios e eventos, integrando (ou não) informações para os participantes.

Gestão de Academias, Box e QuadrasPlataformas e ferramentas que auxiliam na gestão de atividades e rotinas de academias, boxes e quadras, que integra informações, otimiza processos e promove uma visão gerencial completa.

Performance EsportivaStartups que utilizam soluções e/ou ferramentas tecnológicas que buscam impulsionar a performance esportiva, através de soluções genéticas, neurais, regenerativas e outras.

Serviços esportivosStartups que utilizam de ferramentas para oferecer serviços como educação/capacitação, personalizações gráficas, ou múltiplos serviços esportivos, como soluções de Gestão e de Conexão.

Gestão de Treinos e ExercíciosPlataformas e/ou ferramentas que auxiliam na gestão e prática de exercícios físicos, integrando as informações para alunos e profissionais do setor.

MarketplaceStartups que ofertam produtos/serviços esportivos para venda em seu site/plataforma, podendo ser itens proprietários ou de terceiros.

Page 14: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

135 STARTUPSLANDSCAPE

Gestão de Jogos, Torneios & Evento | 24 empresas

Gestão de Treinos & Exercícios | 20 empresas

Conexão & Busca por Oportunidades | 15 empresas

Gestão de Academias, Box & Quadras11 empresas

Ciência de dados e Inteligência artificial | 7 empresas

Serviços Esportivos | 19 empresas

Gestão de Clubes & Projetos de Marketing | 9 empresas

Marketplace | 7 empresas Performance Esportiva9 empresas

Conteúdo Digital & Streaming | 7 empresas

Apostas Esportivas | 4 empresasBlockchain e Serviços Financeiros | 3 empresas

REALIZAÇÃO: PATROCÍNIO: APOIO:

Page 15: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

15

STARTUPS SITE

APP7 SISTEMAS https://app7sistemas.com

FUTEBOL.COM https://www.futebol.com

MERCA DO BET www.mercadobet.com.br

QUERO APOSTAR https://www.queroapostar.com

15

LISTA DAS STARTUPS POR CATEGORIAA

pos

tas

Esp

orti

vas

(4)

STARTUPS SITE

ALSTER https://www.alster.esp.br

OLE COIN https://olesports.io

SPORTCASH ONE https://sportcash.oneBlo

ckch

ain

e

Serv

iços

Fi

na

nce

iros

(3)

STARTUPS SITE

ARMATORE https://www.armatorems.com

Fight Analytics http://fightanalytics.cc

FUTEBOLISTICA https://www.futebolistica.com.br

GRAVOL http://www.gravolsports.com.br

ISPORTISTICS https://www.isportistics.com

Joga https://wearejoga.com

Soma Zero FC https://www.somazerofc.com

Ciê

nci

a d

e d

ados

e

Inte

ligên

cia

arti

fici

al

(7)

STARTUPS SITE

ATLETA.CO https://atleta.co/

ATLETAS BRASIL https://www.linkedin.com/company/atletas-brasil

Atletas Now https://atletasnow.com/

BETHENEXT https://bethenext.co/

BJJ PROGRESS http://www.bjjprogress.com.br/

EI JUIZ http://www.eijuiz.com.br/

FITNET www.fitnet.app

GOLEIRO DE ALUGUEL https://goleirodealuguel.com.br/

PHYSICONNECT https://www.physiconnect.com/

PLAYERS 10 www.players10.com

Praxis esportiva https://www.praxisesportiva.com.br/

SEEMIPRO https://www.seemipro.com.br

Sports Job https://sportsjob.com.br/

TERO https://tero.app/

TREINARME https://www.treinar.me/

Con

exão

e B

usc

a p

or

Op

ortu

nid

ades

(15)

Page 16: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

16

STARTUPS SITE

Bola Presa https://bolapresa.com.br

Conexão Fut https://conexaofut.com.br

GIFGOL https://www.gifgol.club

MEUREPLAYONLINE https://meureplay.online

Ssportz https://www.spportz.com

Stadyo https://www.stadyo.com

TVNSPORTS https://www.tvnsports.com.br

Con

teú

do

Dig

ital

&

Stre

amin

g (7

)

16

STARTUPS SITE

4GYM https://www.4gym.com.br

BEATS CODE http://beatscode.com

BOX CHECK-IN http://www.boxcheckin.com

Cloud Gym https://cloudgym.io

CROSSX http://appcrossx.com

EVO https://evo.w12.com.br

FITASTIC www.fitastic.com.br

GYM2GYM http://www.gym2gym.com.br

MATCHPAL https://matchpal.com.br

PRO-TREINO https://www.pro-treino.com/home

WODENAGE https://wodengage.com

Ges

tão

de

Aca

dem

ias,

Box

e

Qu

adra

s (1

1)

STARTUPS SITE

2MORROW SPORTS www.2morrowsports.com.br

DATACLICK https://dataclick.com.br/v6

ELO TORCEDOR https://www.elotorcedor.com.br

Feng Brasil http://www.fengbrasil.com.br

LICENSE SOLUTIONS http://licensesolutions.com.br

Pro Soccer https://prosoccerapp.com.br

Rede do Futebol https://www.rededofutebol.com.br/portal

TACTICALPAD https://www.tacticalpad.com/new

TACTICUP https://tacticup.com.br

Ges

tão

de

Clu

bes

e

Pro

jeto

s d

e M

arke

tin

g (9

)

Page 17: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

STARTUPS SITE

ACHE JOGO www.achejogo.com.br

APP A LIGA http://appaliga.com.br

APPITO https://appito.com

Atletis https://atletis.com.br

Bolão App https://www.c9apps.com.br/bolaoapp

Borajogá https://borajoga.com.br

BORAJOGAR www.borajogarapp.com

CHEGA+ https://chegamaisapp.com

ESPORTES.CO https://www.esportes.co/index.php

EVOLLEY http://evolley.com.br

Fintta http://www.fintta.com

GRAN PLAY http://granplay.com

IFUT https://www.ifut.com.br

JOGA www.jogaojogo.com.br

KNSPORTS https://knsports.com.br

LIGA VARZEA FUT https://www.varzeafut.com.br

LPTENNIS https://lptennis.com/home

MBW Sports http://www.mbwsports.com.br

MERCADO POPULAR DA BOLA http://mercadopopulardabola.com.br

Placar Esportivo http://www.placaresportivo.com/site/index.html

RAKETE https://www.rakete.com.br

RITMO DO ESPORTE http://admin.ritmodoesporte.com.br

SporTI https://sporti.com.br

WEBCUP https://www.webcup.com.br

1717

Ges

tão

de

Jog

os, T

orn

eios

e E

ven

to (2

4)

Page 18: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

1818

STARTUPS SITE

Ânimo Wellness https://queroanimo.com

BIOTREINO https://www.biotreino.com.br

BTFIT https://bt.fit/pt

Crossfut https://crossfut.net.br

FIT ANYWHERE www.fitanyw.com.br

GINNGA SPORTS https://ginngasports.wixsite.com/ginnga

GOGOOD https://gogood.com.br

liftyou http://www.liftyou.com.br

MFITPERSONAL https://mfitpersonal.com.br

MOBITRAINER http://mobitrainer.com.br

NEXUR https://aplicativonexur.com.br

PERSONAL4ALL http://www.personal4all.com.br

RUNBR CORRIDAS DE RUA www.runbr.com.br

SISRUN https://sisrun.com.br

SKINNY BIKE http://skinny.bike

SOURUN https://sourun.com.br

Sport Training System http://dpac.com.br

Treine Certo www.apptreinecerto.com.br

TREINUS https://www.treinus.com.br

WIKI4FIT https://wiki4fit.com.br

Ges

tão

de

Trei

nos

e E

xerc

ício

s (2

0)

STARTUPS SITE

ELOS FUN www.elosfun.com.br

MEU KIMONO https://www.meukimono.com.br

Outbike www.locabikerp.com.br

PINK CHEEKS https://www.pinkcheeks.com.br

SEMEXE https://www.semexe.com

SPORTBR https://www.sportbr.com.br

VOIT http://voit.co

Mar

ketp

lace

(7)

STARTUPS SITE

DGLAB https://www.dglab.com.br

FIT CHECK https://know.fitcheck.com.br

LOAD CONTROL https://loadcontrolapp.com

NEUROESPORTE https://neuroesporte.com.br

ONESPORTS https://www.linkedin.com/company/one-sports

PHAST APP https://phast.com.br

PROGENES https://www.progenes.com.br

SENSORIAL SPORTS http://sensorialsports.com

SPARTACOOL https://www.spartacool.com

Per

form

ance

Esp

orti

va

(9)

Page 19: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

1919

STARTUPS SITE

Arena Digital https://arenadigital.app

DIGITAL 4 SPORTS http://www.digital4sports.com

Escola Gestão Fitness https://escolagestaofitness.com.br

Federal Esportes https://federalesporte.com.br

Footure FC https://footure.com.br

FUTBOX http://www.futbox.com/pt

FUTEBOL INTERATIVO https://www.futebolinterativo.com.br

FUTSALONAIR https://www.futsalonair.com.br/pages/3-home

GYMPASS https://www.gympass.com

Incentivando Esportes https://incentivandoesportes.com.br

LIVE MODE http://livemode.net

QUERO PEDALAR https://www.queropedalar.com.br

SOUL BRASIL https://www.soulbrasil.co

SPORT COMMIT http://sportcommit.com

Sports Network https://www.facebook.com/pg/sportsnetworkbr

The 360 https://the360.com.br

Torcedores.com https://www.torcedores.com

UniSport https://unisportbrasil.com.br

UNIVERSITARIO + universitariomais.com.br

Serv

iços

Esp

orti

vos

(19)

Page 20: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

DEMOGRAPHICS

20

Por Cidade e Estado

Foram mapeadas

startups em 35 cidades

em 10 estados

diferentes

SP (55%)

SC / MG (10%)

RJ (8%)

RS (7%)

PR (5%)

São Paulo (35%)

Belo Horizonte (9%)

Rio de Janeiro (7%)

Ribeirão Preto (6%)

Campinas, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre (4%)

20

Por Categoria

Por Ano de Fundação

Page 22: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

2222

Muito tem se falado do VAR, um vídeo árbitro que dá suporte a decisões que devem ser tomadas sobre lances do futebol difíceis de ser identificados a olho nu. Trata-se de uma solução criada para auxiliar a prática desta modalidade. Esse é o princípio das Sports Techs: startups que unem esporte e tecnologia com a intenção de ajudar tanto a performance dos atletas quanto a execução da atividade física.

Essas empresas identificam um problema recorrente no segmento e criam serviços ou produtos para resolvê-lo. Entre eles, pode estar:

> Conexão de todas as pontas do esporte

Sabendo que a busca por oportunidades de trabalho é uma das maiores dores do segmento esportivo, a AtletasNow foi criada em 2018. A Sports Tech em formato de marketplace, pioneira no setor, promete revolucionar o mercado esportivo conectando todas as pontas do segmento por meio de sua plataforma digital, envolvendo atletas, faculdades, patrocinadores, nutricionistas e outros profissionais do setor. A ideia é que o atleta se cadastre, coloque os seus dados pessoais e de carreira, e até vídeos que comprovem performance para conquistar oportunidades e renda. A plataforma conta hoje com mais de 17 mil atletas e 84 profissionais do esporte.

> Melhora do desempenho dos atletas

A Sensorial Sports, empresa de base neurocientífica e tecnológica acelerada pelo programa InovAtiva Brasil 2016.1, se dedica ao aprimoramento do desempenho de atletas. A solução oferece métodos computacionais de avaliação e treinamento de habilidades, como a percepção do ambiente e/ou do oponente e da ação.

> Manutenção de bicicletas

O marketplace Bike123 conecta pessoas que precisam de serviços de manutenção de bicicletas a mecânicos empreendedores altamente qualificados e que fazem o serviço de leva e traz das bikes até suas oficinas. Entre os serviços oferecidos pela startup acelerada pelo programa InovAtiva Brasil 2017.2, estão: desmontagem, lavagem e lubrificação da transmissão, dos cubos, movimento central e caixa de direção; alinhamento de gancheira de câmbio e rodas; regulagem de freios; instalação de acessórios e peças; conserto de pneus furados; entre outros.

> Formação e capacitação de jogadores de futebol

O Futebol Interativo oferece conteúdo online (ao vivo e gravado), aulas práticas (estágios) dentro dos clubes de futebol, professores de grandes clubes e é acessível para alunos de diferentes lugares do mundo. Assim, influi na formação, capacitação e qualificação de estudantes, profissionais e pesquisadores do futebol.

> Prevenção de lesões

A Phast, acelerada pelo programa InovAtiva Brasil 2019.1, é a desenvolvedora de um aplicativo de avaliação fisioterápica. Ele facilita a interpretação dos resultados de exames por meio de relatórios automatizados e científicos que ficam prontos em apenas 10 minutos. Esses documentos organizam o raciocínio clínico e fornecem o perfil de risco de o atleta sofrer lesões durante a prática de uma atividade física, além de permitir que o fisioterapeuta trace condutas mais assertivas para o esportista.

Powered by:

SPORTS TECHS GANHAM ESPAÇO NO BRASIL

Page 24: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

24

ENTRE_VISTAQual a sua avaliação sobre as Sports Techs brasileiras em comparação com outros ecossistemas?O Brasil é líder no mercado tecnologia esportiva da

América Latina, sendo lar de quase 60% das Sports

Techs da região, além de concentrar os maiores

investimentos deste setor. No entanto,

considerando que o Brasil é um dos países mais

apaixonados por esportes em todo o mundo,

acreditamos que isso é apenas o começo. Muitas

oportunidades ainda não foram devidamente

exploradas. Um de nossos objetivos é fazer com que

os empreendedores brasileiros pensem grande e

globalmente.

Nos conte um pouco sobre o trabalho da leAD e sobre os desafios de atuar na aceleração de startups esportivas.A leAD é um dos principais ecossistemas de

empreendimento e investimento esportivos do

mundo. Nós trabalhamos com as mais promissoras

startups 'early stage' do esporte ao redor do mundo,

com o objetivo de impulsionar o crescimento

dessas startups através de investimentos

inteligentes, networking e mentorias de

especialistas. O fato é que a tecnologia foi mais

lenta na disrupção da indústria esportiva do que em

outros segmentos. Quando iniciamos a leAD, em

2017, poucas pessoas realmente entendiam sobre

startups esportivas ou viam potencial neste

segmento e tinham o conhecimento para investir.

Hoje, o mercado mudou. O setor ganhou força e

deve triplicar de valor, com startups promissoras

surgindo a todo momento.

Quais tendências a leAD enxerga na área de engajamento de fãs? Neste mercado, nós vemos uma sub-vertical de "fãs

& conteúdo" como a mais promissora. Ela inclui

plataformas de distribuição de conteúdo, streaming

ao vivo, conteúdo gerado por fãs e atletas, e

produção automatizada de vídeos. Além disso, as

apostas esportivas vão auxiliar no engajamento de

torcedores, trazendo os millennials de volta para as

transmissões esportivas e para os estádios.

De um modo geral, quais os principais desafios que as startups atuantes no esporte precisam enfrentar?Os desafios são semelhantes aos enfrentados por

startups de outras indústrias. As startup precisam

ser ágeis para se manterem relevantes e vencerem

os concorrentes; devem encontrar investidores

estratégicos e parceiros capazes de seu

crescimento; precisam construir um time com

potencial de levar o negócio para um patamar

superior e angariar investimentos, enquanto

caminha com recursos limitados.

O que uma Sports Tech brasileira precisa fazer, no intuito de se expandir para além do mercado local?Escalabilidade: pensar em como você pode

expandir sua tecnologia para outros mercados;

Validação do produto: entender que uma dor do

mercado precisa ser sanada e que, para isso, é

preciso estar aberto para remodelar seu produto e

ouvir feedbacks; Definição de objetivos sensatos:

estruture as KPIs corretas – após entender a

complexidade do seu processo de crescimento – e

trabalhe para alcançá-las.

Nathalie Sonne, Head de Aceleração da LEAD Sports

24

Page 25: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

Sports TechsA corrida da inovação: como a tecnologia pode transformar o ambiente esportivo brasileiro

25

Os investimentos em inovação nos esportes devem crescer de modo expressivo ao longo dos próximos anos. Segundo um relatório da Markets and Markets, até 2024, o mercado de tecnologia voltada para o esporte deve atingir um crescimento médio de 20,6%, partindo de um valor de US$ 8,9 bilhões em 2018 para cerca de US$ 31,1 bilhões em 2024.

A própria tecnologia, por sua vez, é a base de modalidades como o eSports (que envolve competições profissionais de jogos eletrônicos) que vem crescendo no mundo e que contou com uma expectativa global de público na casa de 450 milhões de pessoas em 2019, de acordo com a consultoria Newzoo, especialista na modalidade.

Para Leandro Mazzei, Professor do Curso de Ciências do Esporte da UNICAMP, a expectativa de expansão da inovação no esporte é uma consequência natural da maior presença das novas tecnologias na sociedade como um todo. "Seja qual for o segmento, é inevitável não recorrer a algum recurso que envolva novas tecnologias e inovação. Vivemos em um mundo tecnológico e o esporte não está excluído deste contexto. Portanto a tecnologia em ambiente esportivo é inerente nos dias atuais", explica Mazzei.

Mas uma análise da expansão da inovação no esporte, para ser completa, deve levar em conta os desafios do setor e questões que vão além do aumento bruto de receita no segmento esportivo global. Afinal de contas, em muitos dos casos, é atacando as carências de um mercado que as novas tecnologias podem crescer.

Neste sentido, quando nos concentramos na realidade do esporte brasileiro, por exemplo, é possível identificar problemas como a disparidade de receitas entre clubes, a concentração de investimentos no futebol, o envolvimento e suporte do poder público, além de uma estrutura pouco profissionalizada e da falta de uma cultura digital mais bem estabelecida nas entidades esportivas.

Sobre a questão cultural, Júlia Vergueiro, sócia-presidente da Pelado Real Futebol Clube, maior escola de futebol exclusiva para meninas e mulheres do país, comenta sobre a necessidade de renovação dos gestores esportivos.

“A maioria das lideranças do futebol brasileiro não tem uma mentalidade voltada para investir em inovação. Há uma dificuldade

25

US$ 31,1 bilhõesdeve ser o valor que o

mercado de tecnologia voltada para o esporte deve

atingir em 2024

partindo de US$ 8,9 bilhões

em 2018,este mercado deve crescer

cerca de20,6% entre 2018 e 2024

Page 26: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

dos clubes em enxergar as demandas e oportunidades que saem do ‘comum’ e da ‘zona de conforto’ de fazer o que já se sabe fazer há muitos anos. Os poucos clubes que oferecem abertura interna para que as novas cabeças pensantes desenvolvam projetos para atender essas novas demandas já estão se destacando, e esse pioneirismo vai fazer cada vez mais diferença em termos de resultados dentro e fora de campo", explica Vergueiro.

Um dos pontos inerentes a essa transformação cultural, envolve, inclusive, uma maior representatividade da mulher no esporte. Vale frisar que, segundo pesquisa recente, 40% das mulheres no esporte ainda enfrenta discriminação de gênero.

Pensando no futebol, esporte de maior público no país, para que haja a transformação deste cenário é necessária a mobilização de uma série de players - clubes, mídia e lideranças do esporte.

"Os desafios ainda envolvem muito a falta de uma cultura do futebol feminino no Brasil: é preciso tempo e divulgação para que as pessoas se acostumem com o calendário, para que tenham na cabeça que, todo certo dia em certa hora, tem rodada do feminino. Parte da imprensa e alguns clubes têm feito um bom trabalho nesse sentido, então é preciso continuar, fazer mais, e investir também em entretenimento - hoje as pessoas consomem muito futebol fora dos 90 minutos, então vai dos clubes e emissoras desenvolverem esse conteúdo também no futebol feminino, de modo a criar uma maior conexão entre jogadoras e o público geral. Além disso, é preciso que haja uma renovação na mentalidade dos líderes. Não adianta termos um "produto futebol feminino" interessante se as lideranças não estão dispostas a atuar em algo diferente", conclui Vergueiro.

A escola Pelado Real, aliás, tem se esforçado para contribuir com a transformação deste cenário. Com categorias exclusivamente femininas para alunas a partir de 5 anos de idade e equipes comandadas, exclusivamente, por gestoras e treinadoras, a escola conta com 300 alunas treinando regularmente em duas unidades na cidade de São Paulo.

Diante deste cenário nos esportes, as Sports Techs - startups atuantes no mercado esportivo - têm um papel importante na construção de modelos de negócio mais ágeis, que facilitem a entrada de novas soluções no segmento esportivo. Para tanto, é crucial que aproveitem o ainda inicial movimento de maturação tecnológica do mercado e transformem os desafios citados acima em oportunidades de geração de negócios.

"As startups devem cumprir seu dever, ou seja, atender a demanda e necessidades dos envolvidos com o esporte com soluções práticas e efetivas. O que é muito difícil e específico, posto que, ao mesmo tempo em que existem inúmeras possibilidades de geração de negócio, elas devem focar em problemas pontuais e fazer algo útil na prática que esteja embasado na construção de um conhecimento", aponta o professor da UNICAMP, Leandro Mazzei.

2626

2019

40% das mulheres no

esporte ainda enfrenta discriminação de

gênero

Page 27: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

As iniciativas de startups no universo esportivo, vale salientar, vem ocorrendo em diversos ecossistemas de negócio. Na Espanha – cujo futebol, de modo semelhante ao Brasil, ganha destaque central dentro de sua cultura esportiva –, por exemplo, o Real Madrid lançou uma iniciativa para atrair 6 startups, visando o desenvolvimento de produtos que possam auxiliar no desenvolvimento tecnológico do clube em áreas como performance, engajamento de fãs, e-health e cibersegurança.

Já nos Estados Unidos, ligas como a de futebol americano (NFL), tem um histórico reconhecido de suporte à inovação. Em reportagem do Meio & Mensagem, por exemplo, é dado destaque para os investimentos da NFL em drones, nanotecnologia, visão computacional e soluções para a melhora de desempenho. Anualmente, a NFL seleciona startups para aceleração por meio do programa 1ST & Future.

Para Libia Macedo, professora de projetos esportivos da ESPM, consultora e especialista em eventos esportivos, a tecnologia tem um papel decisivo em diferentes aspectos do esporte.

"A tecnologia auxilia, por exemplo, na pulverização e divulgação do esporte – nas suas várias modalidades esportivas – trazendo, inclusive, acesso a detalhes e melhorando a vivência no esporte enquanto entretenimento. Além disso, tem um papel importante nos processos de gestão de eventos, por meio do uso de dados e business intelligence", comenta Macedo.

Por sua vez, para traçar as principais contribuições de startups atuantes no ambiente esportivo brasileiro, nós definimos – por meio de pesquisas em veículos especializados e de entrevistas com acadêmicos, líderes de startups e de grandes empresas esportivas – quatro eixos centrais em que o país já conta com alguns exemplos bem-sucedidos de iniciativas tecnológicas. São eles: Big data e analytics no esporte; Soluções com foco na melhoria de desempenho e performance; Desenvolvimento de equipamentos esportivos; E tecnologias direcionadas para o marketing e o engajamento com torcedores.

Sobre o eixo do big data e o potencial das tecnologias de analytics no universo esportivo, o professor da Professor da Pós-Graduação em Educação Física da UFPR, Fernando Marinho Mezzadri, destaca o papel conjunto da inovação com o olhar técnico de especialistas capazes de extrair valor dos dados.

"Em primeiro lugar, é importante ter em mente a confiabilidade dos dados, abordando variáveis que realmente importam para o desenvolvimento do atleta. Em seguida, as análises específicas, que devem ser feitas levando em consideração as caraterísticas dos atletas, das modalidades, da posição no ranking, dentre outros fatores. Nos estudos desenvolvidos pela Inteligência Esportiva, é visível a melhoria de performance de atletas que tomam decisões baseadas em seu histórico de dados. Obviamente que, somente os dados não garantem evolução. Os melhores resultados são obtidos através de cruzamentos e análises criteriosas dos dados por toda a equipe de trabalho", comenta Mezzadri.

Os principais investimentos tecnológicos da NFL tem

sido:

melhora de desempenho

drones

Nanotecnologia

Visão

computacional

Page 28: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

Como se percebe, a possibilidade de intersecção entre soluções de analytics e a busca por melhora de desempenho é, como veremos mais a frente, um dos campos explorados pelos clubes dentro do terreno da performance de atletas. Além disso, analisaremos cases de startups que utilizam desde treinamentos cognitivos para a melhora da tomada de decisões e do tempo de reação de atletas, até soluções focadas em realidade virtual e evolução de desempenho. Os dados têm um papel importante no novo cenário dos eventos esportivos, conforme ressalta Libia Macedo.

"Temos exemplo do uso de big data em eventos, para auxiliar frequentadores de jogos nos mais diversos aspectos: visualização de assentos, acesso a serviços, localização de amigos que também estejam no estádio e até acessar, por meio de apps, os melhores momentos do seu atleta favorito", destaca a professora de projetos esportivos da ESPM.

No âmbito dos equipamentos esportivos, por sua vez, o foco principal foi analisar como startups podem contribuir com o ambiente global de esportes e, além disso, criar diferenciais competitivos em um mercado dominado por grandes marcas, o qual, até 2024, pode movimentar US$ 80 bilhões, segundo projeção da TechSci Research. Para o professor da UFPR, Fernando Mezzadri, o fator flexibilidade, aliada a possibilidade de personalização de produtos, pode contribuir para o avanço das startups no segmento de equipamentos esportivos.

"Em experiências mais recentes, verificamos que as grandes empresas não dão conta de atender um mercado que necessita de flexibilidade, personalização e rápido atendimento. Neste sentido, a personalização do produto/serviço, a otimização da distribuição e a rapidez com que as decisões são tomadas podem ser grandes artifícios para que as startups esportivas se diferenciem das empresas globais de artigos esportivos", diz Mezzadri.

Finalmente, na frente das soluções voltadas para o marketing esportivo e engajamento, abordaremos tanto plataformas de streaming que estão transformando os modelos de consumo de informação esportiva, quanto tecnologias voltadas para a gestão de estádios e ferramentas capazes de aproximar os torcedores de seus clubes, aumentando assim a participação de pessoas em eventos esportivos.

Este desafio, aliás, faz parte da realidade de diversos esportes no Brasil, incluindo o futebol, uma vez que, embora seja a décima maior liga futebolística do mundo em termos de receita, o Brasileirão tem uma taxa de ocupação nos estádios de apenas 43% – número que fica abaixo, apenas para citar um exemplo, da segunda divisão inglesa (Championship), que conta com cerca de 73% de ocupação, segundo dados divulgados pelo Meio & Mensagem.

Diante deste ecossistema desafiante, há ainda o desafio de educar dirigentes e lideranças esportivas sobre o papel de tecnologia no processo de transformação do esporte brasileiro.

"Mais do que o investimento, é preciso convencer (educar e conscientizar) os dirigentes esportivos. A maioria deles ainda não compreendeu a importância que as novas tecnologias oferecem para auxiliar no desenvolvimento da modalidade ou da própria instituição. Com a importância a tecnologia vem ganhando em toda a sociedade, o mercado está se regulando naturalmente e o avanço está sendo gradativo. Para acelerar isso, somente com a ajuda de grandes investidores e também das maiores entidades esportivas do país, que deveriam ser as primeiras a incentivar o uso dessas tecnologias", ressalta Mezzadri.

2828

Page 29: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

29

ENTRE_VISTAComo vocês enxergam a evolução tecnológica no universo do futebol brasileiro? Como estamos há 50 anos no mercado, nós

acompanhamos todo o desenvolvimento

tecnológico do futebol brasileiro nas últimas

décadas. Hoje, agenciamos cerca de 70 jogadores

no Grupo Figer e, ao invés de mandar DVDs, links

para os clubes, na hora de oferecer um jogador, os

direcionamos para acessar as bases de startups

como a iSPORTiSTiCS, por exemplo, que utilizam IA

para analisar os principais campeonatos do mundo,

selecionar momentos importantes e gerar

estatísticas da carreira de um jogador.

Em termos comparativos, como você encara a abertura dos clubes brasileiros para inovação em comparação com os times de outras grandes ligas de futebol?Posso citar como exemplo a liga de futebol dos

EUA. Apesar de ser um campeonato novo – na

comparação com outros países de maior tradição –

estamos falando de uma liga mais profissional, com

fortes investimentos em tecnologia. Na Europa, este

universo é heterogêneo. Temos alguns clubes ainda

como uma gestão mais arcaica, mas também

muitos clubes com lideranças profissionalizadas e

investimentos fortes em tecnologia, como na

Premier League e na Alemanha. No Brasil, já temos

alguns clubes se atentando a isso - o Atlético

Paranaense tem um centro de treinamento

avançado, o Corinthians tem uma parte bem focada

em inovação, enfim, temos exemplos interessantes

também no Brasil.

No âmbito da performance, quais as principais contribuições que as novas tecnologias podem trazer para os atletas, na sua visão?A tecnologia está avançando muito no campo do

desempenho de atletas. A questão da lesão é um

caso. Antigamente, o atleta se lesionava e tinha de

ficar 6 meses no departamento médico. Hoje, com

novos tratamentos de células-tronco, não-invasivos

e suplementação, apenas para citar um exemplo,

você consegue que o atleta se recupere em 1 mês

ou até menos.

Qual o caminho para as startups conseguirem encontrar oportunidades com os clubes?Hoje, a maior dificuldade é a constituição – na

maioria das vezes – amadora dos clubes. O gargalo

é gestão. Se o dirigente não tem uma visão

somente de curto-prazo, contratando jogadores

apenas para 'jogar para a torcida', temos um

caminho. Da parte das startups, ainda estamos em

uma curva de aprendizado. A partir do momento

em que tivermos soluções maduras, os clubes com

poder de investimento e mentalidade inovadora,

poderão abraçar mais o mercado local e adotar

startups do país como parceiras.

E como a tecnologia pode contribuir na busca por novos modelos de negócios no esporte?Um exemplo, da nossa realidade, é que uma das

atividades do grupo é a preparação de jogos

amistosos. Antigamente, batíamos na porta de

canais abertos para transmissão. Hoje é totalmente

diferente. Temos plataformas como a DAZN,

Torcedores, até o Google, Facebook e Youtube, que

podem transmitir esses jogos e vir a se tornar o

Netflix do esporte. Acompanhamos o mercado de

streaming com atenção, visando tanto a

construção de novas linhas de receita, quanto o

atendimento de nossas demandas.

André Figer, Vice-Presidente do Grupo Figer

29

Page 30: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

Os números que mudam o jogo:a influência dos dados no esporte

Atualmente, conhecemos cada vez mais vez o papel dos dados nas estratégias de diversas modalidades esportivas. Em matéria da Forbes de janeiro de 2019, por exemplo, são apontados 5 direcionamentos centrais para o uso de analytics no esporte: engajamento de fãs; compreensão mais ampla do ecossistema esportivo; otimização das áreas de backoffice de clubes e associações; expansão de parcerias; performance de atletas e clubes.

Para Geraldo Campestrini, CEO da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM), um dos principais atributos da análise de dados no esporte envolve uma melhora no processo de tomada de decisão dos stakeholders atuantes no ambiente esportivo.

"Os dados são o presente e o futuro do esporte. Em um mercado extremamente competitivo, como é o caso do esportivo, utilizar analytics é um caminho sem volta para que se possa, minimamente, permanecer no cenário. Acreditamos que o mercado vai se especializar cada vez mais e, ao mesmo tempo, trabalhar com dados em rede, de modo a cruzar informações gerenciais com as de performance esportiva, correlacionando-as com as perspectivas de negócios. Integrar dados segmentados para facilitar as decisões humanas deverá ser um diferencial proporcionado pela área", comenta Campestrini.

Diante de todo este contexto, a área de 'sports analytics' deve alcançar, ao longo dos próximos 5 anos, um crescimento médio de 31,2%, atingindo um valor de mercado de US$ 4,6 bilhões até 2025, conforme estudo divulgado pela PR Newswire.

Vale ressaltar ainda que a aplicação de analytics no esporte

pode melhorar os resultados em diversas frentes. Um case interessante é o da NBA, que, após inserir dados estatísticos combinados com vídeos em seu site oficial, teve um aumento de 63% em pageviews já na sua primeira temporada de aplicação.

Não à toa, uma série de ligas e modalidades esportivas conta com departamentos específicos para análise de dados, conforme destaca artigo da Divante. Dentre os cases citados no texto, merece destaque a Premier League, na qual, cada um dos vinte clubes da primeira divisão inglesa de futebol possui à disposição estatísticos que fornecem informações relevantes sobre os jogos, desempenho de atletas e fraquezas que precisam ser aprimoradas.

Dentro do universo do futebol, aliás, o scout de atletas e de partidas é um dos terrenos mais férteis para iniciativas tecnológicas aaaaaaaaaaaaaa

Aprofundamento

Nos próximos 5 anos, a área de 'sports

analytics' deve atingir um valor de mercado de US$ 4,6 bilhões,

um crescimento médio de31,5%

A NBA teve um aumento de63% em pageviewsapós inserir dados analíticos combinados com vídeos em

seu site oficial

30

Page 31: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

que tem o analytics como um dos principais pilares de sua infraestrutura e expertise. Em linhas gerais, scout pode ser definido como o processo de examinar o desempenho de jogadores e de uma equipe, por meio do estudo de momentos de uma partida e/ou de ferramentas e profissionais capazes de realizar uma análise mais aprofundada das estatísticas de um jogo.

O scout também é realizado no processo de seleção de jogadores, seja nas clássicas peneiras dos grandes clubes ou para a identificação de possíveis oportunidades para atletas em formação que podem interessar o mercado. E nessa etapa, a tecnologia também tem sido uma aliada de clubes e jogadores que sonham em se tornar profissionais. A Sports Tech carioca Tero, por exemplo, atua como uma plataforma que conecta jogadores e jogadoras a oportunidades no futebol masculino e feminino, bem como, a vagas em universidades e colégios do mundo inteiro. Segundo Bruno Pessoa, cofundador e CEO da Tero, a análise de dados assume um papel crucial neste processo de direcionamento.

"Quem souber captar dados e usar isso de forma correta, sairá na frente em qualquer segmento hoje. No nosso caso, entendemos o atleta em quatro pilares: físico, técnico, tático e psicológico. Quando a gente junta esses pilares, entendemos que conseguimos encontrar um atleta melhor. A partir dessa primeira avaliação, fazemos um raio-x do atleta e conseguimos trabalhar em suas carências através da plataforma. Com o suporte dos dados, podemos identificar atletas com potencial de crescimento, dar um direcionamento melhor e auxiliar na tomada de decisão dos clubes. Isso gera um valor muito grande, pois estamos falando de um mercado milionário, em que atletas de alto nível são vendidos por milhões. Quanto mais dados temos, mais conseguimos comparar e correlacionar aspectos relacionados ao perfil do jogador. Vale salientar que não adianta apenas conectar o atleta com qualquer oportunidade, sem o uso de critérios e uma curadoria séria, pois, neste caso, é ruim para as duas pontas, para o atleta e para o clube", comenta Pessoa.

O papel das startups é fundamental neste movimento de suporte para que atletas encontrem oportunidades em um mercado esportivo tão competitivo quanto o brasileiro. A startup Soul Brasil, por exemplo, está desenvolvendo uma plataforma para dar suporte aos atletas em seu processo de inclusão profissional.

"Vamos oferecer uma plataforma onde atletas que estão iniciando sua carreira poderão ter ferramentas para desenvolvimento pessoal e profissional. Acompanhamento de metas, possibilidade de exposição, descontos exclusivos com parceiros cadastrados, desenvolvimento de marca, branding etc. O que o atleta precisa para se destacar na sua modalidade e conseguir trilhar o caminho para o profissional", explica Maria Teresa Publio Dias, co-fundadora da Soul Brasil. Novamente, os dados assumem um aspecto fundamental neste contexto.

"Queremos que a Soul Brasil se torne referência em investimentos com qualidade e um portal de big data dos atletas amadores do Brasil. Com as informações que vamos coletar dentro da plataforma conseguiremos entender mais a fundo o tempo de desenvolvimento de um atleta, fatores que impactam esse crescimento, definir KPIs e então um valuation para que investidores possam apostar nesses atletas que estão começando, sabendo num futuro, quando terão efetivamente o retorno desse investimento", conclui Dias.

3131

Cada um dos vinte clubes da primeira divisão inglesa

de futebol possui à disposição estatísticos que

fornecem informações relevantes sobre os jogos, desempenho de atletas e

fraquezas que precisam ser aprimoradas

Scout é o processo de examinar o desempenho de

jogadores e de uma equipe, por meio do estudo

de momentos de uma partida e/ou de

ferramentas e profissionais capazes de realizar uma

análise mais aprofundada das estatísticas de um jogo

Page 32: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

Em relação a dificuldade de inclusão profissional no esporte, vale analisarmos o cenário do futebol como paradigma. De acordo com dados do relatório "educação e as categorias de base", por exemplo, o número de jogadores profissionais no Brasil é de cerca de 20 mil, dos quais, ao menos 17 mil estão em situação instável de trabalho – contratos de trabalho temporários, atrasos de pagamentos, etc. – e pouco mais de 2 mil e 700 se encontram em postos de trabalho que podem ser considerados de qualidade (clubes da série A, B, C + oportunidades internacionais que, em 2017, giraram em torno de 1.200 para jogadores brasileiros).

Por outro lado, nas categorias de base, temos mais de 40 mil jogadores que, em tese, irão disputar os 2.700 postos de trabalho mais estáveis e de qualidade. Só na base da Tero, há 32 mil atletas cadastrados em busca de uma oportunidade, por isso, a combinação de tecnologia, dados e curadoria pode ser decisiva para um direcionamento assertivo. Dentre as iniciativas de sucesso da startup – que já captou US$ 250 mil em investimentos –, merece destaque a parceria com La Liga, na qual foram selecionados 13 atletas para realizar testes e disputar partidas com os melhores clubes da Espanha.

Em outra vertente, a startup paulistana iSPORTiSTiCS combina analytics, inteligência artificial e visão computacional em uma plataforma que modifica, cria e enriquece conteúdos de eventos esportivos a partir de um vídeo bruto, gerando entregas de mídia e desenvolvimento técnico. Com 6 linhas de produtos no ar – incluindo a solução Grand Slam, que utiliza visão computacional para extrair dados em tempo real – a startup recebeu mais de US$ 600 mil em investimentos e conta com clientes como federações, publishers, broadcasters, OTTs, agências de eventos, times, além de outras Sports Techs.

3232

No Brasil existem cerca de

20 mil jogadores de futebol

profissionais, Sendo que ao menos

17 mil deles estão em situação irregular de

trabalho (contratos de trabalho temporários,

atrasos de pagamentos, etc).

Apenas 2 mil e 700 se encontram em postos de trabalho que podem ser

considerados de qualidade (clubes da série A, B, C

+ oportunidades internacionais que, em

2017, giraram em torno de 1.200 para jogadores

brasileiros

Nas categorias de base existem cerca de

40 mil jogadores que, em tese, irão disputar os

2.700 postos de trabalho mais estáveis e de qualidade

Page 33: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

"Conteúdo e desenvolvimento técnico, na minha visão, são os dois grandes temas que impactam o ambiente esportivo, ambos absolutamente envolvidos com tecnologia e com o uso de dados. No caso dos conteúdos, as formas de gerar e de consumir se modernizaram e hoje nos possibilitam uma diversidade de formatos, canais e acessos que não regressará mais. Já para falarmos de desenvolvimento técnico, além de aplicação das tecnologias como as nossas usando AI, acredito que o conceito atual de cooperação tem trazido para todos que quiserem possibilidades de aprender e implementar os mais avançados modelos de treinamento, gestão, fisiologia etc., do mundo", analisa Vinicius Gholmie, fundador e co-CEO da iSPORTiSTiCS.

Para Ghomie, no entanto, um dos principais desafios para inserção de novas tecnologias no esporte envolve um processo de transformação cultural dos líderes do segmento.

"O baixo conhecimento dos envolvidos nas decisões ainda é um entrave. Tendo a acreditar pouco em mudanças contundentes em um segmento, se essas não forem conduzidas pelos líderes. No mínimo, elas serão muito demoradas, dolorosas. Ou seja, quem tem que difundir a inovação são os principais agentes do mercado esportivo: grandes times, ligas, marcas, federações, os maiores grupos de mídia. A partir deles fica muito mais fácil cobrir todo o mercado e trazer uma mudança contundente", conclui Ghomie.

A Load Control é uma startup mineira fundada em 2016 que utiliza análise de dados para gerar conhecimento sobre treinamentos e melhorar a prevenção de lesões em atletas. A startup foi acelerada pela Seed.

3333

A Gravol coleta dados e gera informação a partir de vídeos, permitindo que treinadores possam analisar finalizações, tempo de bola de atletas e, assim, melhorar o rendimento de equipes. Fundada em 2017, a startup faz parte do Programa Acelera Startup da Federação Paulista de Futebol.

PlaySight é uma startup de Israel que analytics, inteligência artificial e machine learning para extrair dados a partir de vídeos, com foco no desenvolvimento de atletas e broadcast. Já recebeu US$ 26 milhões em investimentos.

A startup americana fundada em 2012, Zepp, desenvolveu uma tecnologia de sensores vestíveis para jogadores de golfe, tênis e beisebol com a qual os jogadores podem gerar estatísticas sobre suas performances. Já recebeu US$ 46 milhões em investimentos.

Page 34: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

3434

Desde 2019, nos tornamos patrocinadores oficiais da Goleiro de Aluguel. O aplicativo tem um papel importante como parceiro estratégico para a Poker, pois atua e envolve diretamente o público que consome nossos produtos da linha de luvas para goleiros, além de outros equipamentos para a prática do futebol.

Percebo que, nos últimos dois, três anos, as startups brasileiras amadureceram muito. Prova disso é que, mesmo em meio a crise que o país enfrentou, muitas delas cresceram, se fortaleceram, e o próprio Goleiro de Aluguel é um exemplo disso, pois atua com planejamento, profissionalismo e uma estrutura enxuta.

Isso é muito importante para a Poker, pois respiramos tecnologia e estamos sempre em busca de novas opções, que possam trazer desde ganhos de performance em nossos produtos, até novas oportunidades de negócio para a marca. O esporte e a tecnologia andam juntos e o futuro é muito promissor, pois ainda há um longo caminho a ser explorado.

Marcelo Altenhofen,Gestor de Marketing da Poker

Samuel Toaldo,Fundador e CEO da Goleiro de Aluguel

CASES

Somos uma plataforma na qual é possível contratar goleiros para partidas de futebol amador. Em 2019, crescemos 93%. Contamos com 61 mil goleiros, 41 mil contratantes de goleiros e uma loja virtual para atender as demandas de nossa base.

No âmbito tecnológico, a análise de dados é fundamental para nosso aplicativo, pois conseguimos, por exemplo, analisar quem joga futebol, em quais horários, quantas pessoas, além de fazer a triagem dos cadastrados em nossa base.

Um dos nossos objetivos é ser o principal canal para comprar de luvas de goleiro do Brasil até o fim de 2020. Para tanto, nós formamos uma parceria com a Poker que faz todo o sentido: eles fornecem os melhores materiais para goleiros, nós contamos com uma base muito ampla de interessados. Assinamos o contrato em abril de 2019. A parceria é bem saudável, nossos goleiros testam em primeira mão as novidades da marca, ela nos abriu mercado e passa credibilidade para os goleiros da base.

Page 35: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

35

ENTRE_VISTAComo você avalia a maturidade das startups atuantes no esporte brasileiro?Estamos tendo uma transformação, em várias

indústrias, quando pensamos no mercado de

startups. Se formos comparar as startups de

educação, fintechs, hrtechs, ainda estamos em um

grau muito baixo de maturidade no universo de

esportes, até porque essas indústrias são mais

consolidadas, mais profissionalizadas. A boa notícia

é que cada vez mais vemos o aumento da demanda

por novas tecnologias no mercado esportivo.

Qual o grau de abertura das empresas/clubes para absorção de novas tecnologias no esporte?A abertura do mercado ainda é muito aquém do

potencial tecnológico que o país pode oferecer. A

indústria ainda carece de maturidade para que a

tecnologia possa transformá-la, como acreditamos

que ocorrerá. A indústria esportiva, aliás, tem um

grau de maturidade semelhante às Sports Techs:

estamos falando de um cenário inicial de

profissionalização.

Quais os principais desafios para o engajamento de torcedores no ambiente esportivo nacional?Falando de marcas globais, a pergunta que os

gestores dos clubes devem fazer é: quais os

mercados eu consigo atingir? Na Premier League, o

jogo premium da rodada acontece no horário do

almoço. E por quê? Porque neste horário ela

consegue extrapolar o mercado local e atingir

consumidores globalmente. No Brasil, discutimos

muito essas questões, mas ainda não praticamos.

Não faz sentido falar que vamos internacionalizar

nosso futebol, quando colocamos nossos jogos

premium na quarta às 22h, pois não vamos atingir

outros mercados. O grande desafio dos clubes

brasileiros, em termos de engajamento, é serem

eficientes dentro da realidade do futebol nacional:

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

embora haja um teto de mercado, deve-se pensar

em como expandir este "bolo" mercadológico.

Que tendências tecnológicas acredita que vão influenciar o ambiente de negócios esportivo? Há algumas tendências mais evoluídas. As

tecnologias de fan engagement; automação de

recursos internos; mapeamento de scout, por

exemplo. No Brasil, CRM e performance de atletas

são as tecnologias mais desenvolvidas, a meu ver.

Startups de e-games também já contam com um

grau interessante de maturidade.

Quais as principais ações da E&Y no esporte?Nossos projetos envolvem práticas de governança,

gestão, viabilidade financeira e, no esporte, temos

um portfólio amplo. Atuamos com todos os clubes

da série A direta ou indiretamente, pois estamos

com a CBF em diversos projetos. Também com a

FPF, Confederação Paralímpica, sempre com foco

em transparência e práticas de gestão.

Como o Arena Hub pode contribuir com o desenvolvimento do mercado de Sports Techs? Fizemos alguns benchmarkings, com centros de

inovação para o esporte ao redor do mundo. Na

América Latina, nosso projeto é pioneiro.

Chegamos para fortalecer o ecossistema, para que

se desenvolva o mercado e crie-se uma situação

propícia de negócio para todos os stakeholders da

indústria esportiva.

Pedro Daniel, Diretor de Esportes, Mídia e Entretenimento na E&Y e coidealizador do Arena Hub

35

Page 36: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

Os superatletas: da análise cognitiva ao uso de tecnologias para performance

Quais os limites para o desenvolvimento físico, técnico e psicológico de uma atleta? Se, por um lado, a resposta para essa questão pode envolver desde pressupostos biológicos e científicos até discussões sobre ética e a filosofia esportiva, por outro, estamos diante de uma pergunta que tem motivado a evolução de novas tecnologias, suplementos e de todo um arsenal de técnicas a que um atleta de alto-nível pode recorrer para dar sempre um passo adiante em termos de desempenho.

Dentro deste contexto, o Estadão publicou, em novembro de 2017, uma reportagem sobre os chamados superatletas, competidores que, unindo treinamentos específicos e ingestão de suplementos têm conseguido não só quebrar recordes em suas respectivas modalidades, mas também continuar competindo em alto nível por períodos maiores de tempo. A matéria cita o exemplo de Cristiano Ronaldo, que, à época, tinha acabado de ser eleito o melhor jogador do mundo pela quinta vez e que, além da rotina de treinamentos, se submetia a um tratamento de DNA para a perda de um quilo de peso corporal por temporada com foco em manter a forma física.

Para o fisiologista Turíbio Leite de Barros, em entrevista recente, a formação de um competidor de elite envolve tanto questões físicas, orgânicas e genéticas, quanto o suplementação alimentar aliada aos treinos. Barros ressalta que “antigamente, era mais importante ter talento para se tornar um craque no futebol. Hoje, além do talento, é preciso ser um atleta”.

E, neste cenário de busca pela superação de limites e obtenção do máximo que um atleta pode oferecer em termos de performance, startups e pesquisadores têm encontrado um terreno amplo para o desenvolvimento de novas tecnologias e perspectivas que podem transformar, de modo considerável, as rotinas de treinamento de um atleta.

No campo de hard sciences, por exemplo, novas pesquisas têm sido desenvolvidas com base no DNA e estudos de variação de genoma, tendo em vista o auxílio para que competidores sejam capazes de superar seus limites. Na UNIFESP, por exemplo, o biólogo molecular e professor João Bosco Pesquero coordena o projeto Atletas do Futuro, cuja uma das frentes visa, conforme explica reportagem da revista Entreteses, da UNIFESP, "criar um mapa genético dos atletas de elite de diferentes modalidades, avaliar o impacto desses marcadores ligados à aptidão física e usar essas aaaaaaaa

Aprofundamento

A formação de um competidor de elite envolve tanto questões

físicas, orgânicas e genéticas, quanto o

suplementação alimentar aliada aos treinos

36

Page 37: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

informações como ferramenta confiável para orientar o tipo e a intensidade dos treinos, evitando lesões".

Nas palavras do professor Bosquero, ao identificar marcadores genéticos, os pesquisadores acreditam, que "é possível saber se a pessoa tem maior predisposição às atividades de resistência, velocidade ou explosão". Estas pesquisas, por sua vez, podem abrir espaço para que no futuro se desenhem novas tecnologias diretamente adaptadas ao mapeamento genético dos atletas.

E por falar em tecnologia voltada para performance, um mercado com potencial de crescimento envolve as roupas para alta performance que, em 2018, movimentaram US$ 6,1 bilhões. Segundo a Market Watch, este segmento deve alcançar um crescimento médio de 9,5% ao longo dos próximos anos.

Pensadas, em princípio, para atletas de elite, as vestimentas de alta performance vem sendo incorporadas por atletas amadores que desejam melhorar seus desempenhos no dia a dia, conforme ressalta conteúdo da revista Boa Forma. É o caso, por exemplo, dos maiôs fastskin, utilizados por nadadores e que diminuem a resistência da água sobre o corpo; ou de pares de tênis que melhoram a tração e a velocidade de atletas em corridas.

Outro exemplo de tecnologia voltada para a melhora da performance envolve o uso de soluções de realidade virtual em treinamentos com foco na melhora da tomada de decisões, no tempo de jogo de atletas e no próprio condicionamento físico.

É o caso da startup da República Tcheca, Sense Arena, que desenvolveu uma plataforma acessada por meio de óculos de realidade virtual, na qual praticantes de hóquei no gelo, futebol, basquete e outras modalidades, podem ter acesso a diversos módulos de exercício e melhorar suas habilidades esportivas. Até 2024, a expectativa é de que a realidade virtual movimente mais de US$ 44,7 bilhões em investimentos e o segmento de esportes, games e entretenimento deve ser uma das principais alavancas deste mercado, segundo a consultoria Markets and Markets.

Dentro deste cenário, a Sensorial Sports, startup brasileira fundada em 2015, conta que já recebeu financiamento via FAPESP e, atualmente, está incubada no SUPERA Parque, ambiente de inovação de Ribeirão Preto, vem ganhando destaque. Com uma solução focada no fortalecimento da performance cognitiva e checagem do potencial cerebral na rotina de treinos e competições, a startup atende clientes em mais de 25 modalidades e obteve um crescimento de 130% no ano passado.

"Olhando em volta, quase tudo hoje no esporte tem medidas claras. Mas sabemos que, embora as capacidades do atleta em se manter concentrado, atento e em tomar boas decisões sejam essenciais para uma boa performance, os stakeholders no esporte raramente conhecem os estados de seus atletas com relação a estas capacidades. Ainda mais difícil é ter medidas objetivas delas. Por isso utilizamos nossa avaliação de performance cognitiva como primeiro passo. Para auxiliar e promover o desenvolvimento destas capacidades, nós criamos treinamentos específicos para a cognição. Utilizando tecnologias como imersão em realidade virtual, telas touch e mobile, nós testamos e validamos métodos com transferência para a prática esportiva", explica Milton Ávila, Doutor em Neurociência pela Universidade de São Paulo, CEO e Fundador da Sensorial Sports.

3737

O segmento de roupas de alta performance

deve alcançar um crescimento médio de

9,5 %

Só em 2018, esse segmento movimentou

US$ 6,1 bilhões

Page 38: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

Segundo Ávila, através de estudos controlados, foi possível identificar que os atletas que utilizaram os treinamentos da startup melhoraram indicadores de performance na base de 20%.

Para Ávila, outras tecnologias como a IA são uma das principais tendências quando pensamos na performance de atletas. "Neste caso, a aplicação de inteligência artificial sobre um crescente volume de dados, novos métodos de medição e treinamento se apropriando de tecnologias variadas têm guiado os novos caminhos da inovação para a expansão da performance de atletas", conclui.

Sobre a aplicação de IA no âmbito da performance, vale citar uma matéria da Forbes que ressalta a combinação de IA e analytics para a identificação dos pontos de melhoria de um atleta. Os investimentos em inteligência artificial no mercado esportivo, aliás, devem alcançar 3,3 bilhões até 2026.

Geraldo Campestrini, CEO da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM), acredita que um dos motivadores para o crescimento das novas tecnologias no terreno da performance envolve os impactos positivos que a inovação pode trazer nos processos de preparação para competições.

"Entendemos que a tecnologia é fundamental enquanto ferramenta de suporte para as tomadas de decisão de questões técnicas, táticas e físicas relacionadas ao trabalho de desenvolvimento e alcance de rendimento ideal de atletas de alto nível e em formação. A tecnologia tem um papel importante tanto na competição em si, quanto na preparação para as competições”, comenta.

Na própria CBTM, soluções como o Dartfish (software de vídeo para o treinamento de atletas) são utilizadas para a melhoria da performance de atletas. Um dos desafios para a Confederação, segundo Campestrini, consiste em integrar todas as tecnologias utilizadas pela CBTM e extrair ainda mais benefícios da inovação. Para tanto, a Confederação tem interesse em firmar parcerias com startups, focadas em testes e prototipagem de ferramentas tecnológicas.

"Acreditamos que o nível de maturidade do segmento de Sports Techs é ainda embrionário no Brasil, mas com ótimas perspectivas de crescimento, especialmente no que diz respeito a uma melhor interação com as organizações do esporte, como a própria CBTM", encerra Campestrini.

3838

A Futebol Interativo é uma startup potiguar que oferece cursos e conteúdo digital focado na capacitação e melhoria das habilidades de técnicos, atletas e gestores de futebol. A startup faz parte do programa de inovação e empreendedorismo do Inova/Instituto Metrópole Digital da UFRN.

A NeuroEsporte utiliza a realidade virtual para desenvolver treinamentos e conta com outra série de equipamentos esportivos em seu portfólio focados em performance e desenvolvimento de habilidades. Conta com atletas profissionais e amadores em sua base de clientes.

A Halo Neuroscience é uma startup americana de neurotecnologia focada no uso de neuroestimulação elétrica para a melhoria do desempenho de atletas e para tratar doenças. Já recebeu US$ 24,7 milhões em investimentos .

A Torq Labs desenvolveu uma tecnologia de sensores para identificar movimentos assimétricos em atletas com foco na prevenção de lesões e melhoria da performance de triatletas, corredores e ciclistas. A startup americana fundada em 2016 está sendo acelerada pela Station F.

Page 39: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

3939

Temos acompanhado de perto o crescimento e a evolução das Sports Tech no Brasil. Fizemos parceria com algumas startups e tentamos abrir espaço para outras por meio de eventos como o Acelera Startup.

Dentro deste contexto, merece destaque a parceria com iSPORTiSTiCS, em que utilizamos inteligência artificial na Copa São Paulo para produzir conteúdo em vídeo e gerar estatísticas envolvendo todas as partidas da competição.

No projeto, a tecnologia nos deu suporte para realizar o processamento de mais de 25 mil horas de futebol e compor os highlights das partidas – que, no total, giraram em torno de 2 mil melhores momentos –, um trabalho que, anteriormente, era feito de modo manual.

Ganhamos agilidade e eficiência com a plataforma e temos interesse em ampliar essa parceria, gerando novos conteúdos com outras competições ao longo da temporada.

Bernardo Itri,Diretor de Comunicação da Federação Paulista de Futebol

Vinicius Gholmie,Fundador e co-CEO da iSPORTiSTiCS

CASES

Nossa parceria com a Federação Paulista de Futebol, na Copa São Paulo, é um de nossos cases de sucesso. Em nossa plataforma, através do produto Hat-trick, geramos, por meio de inteligência artificial e do modo automatizado, todos os melhores momentos, de todas as partidas da Copa, em poucos minutos.

Neste processo, basta ao editor da FPF selecionar os lances, fazer a curadoria daqueles que quer inserir no compacto de melhores momentos do jogo a partir de uma lista gerada pelos nossos algoritmos.

Vale salientar que, em minutos o conteúdo estava disponível nas redes sociais da FPF, inclusive com vinhetas de abertura e fechamento do vídeo, contendo informações do placar do jogo capturadas pelos nossos robôs. Para um volume de mais de 250 jogos em 23 dias, como no caso da Copinha, isso seria inviável de ser feito manualmente, seja por tempo ou mesmo financeiramente. Neste sentido, acreditamos que foi possível contribuir com o sucesso do evento.

Page 40: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

No Brasil, três multinacionais dominaram quase 50% do mercado

de artigos esportivos em 2017 – respectivamente, Adidas (23,6%),

Nike (20%) e Asics (6%)

Batalha de gigantes: inovação no mercado de artigos e equipamentos esportivos

A entrada e consolidação de startups no segmento de artigos e equipamentos esportivos pode parecer, em um primeiro olhar, algo com alto grau de complexidade, uma vez que estamos falando de um ambiente altamente concentrado, tanto no Brasil quanto do ponto de vista global, no qual algumas poucas gigantes da indústria de bens esportivos competem dentro de uma fatia significativa do mercado.

Pensando no Brasil, três multinacionais dominaram quase 50% do mercado de artigos esportivos em 2017 – respectivamente, Adidas (23,6%), Nike (20%) e Asics (6%) – de acordo com dados da Euromonitor International.

E tal concentração não é uma característica somente do ambiente de negócios brasileiro. Na América do Norte, por exemplo, a indústria esportiva como um todo movimentou cerca de US$ 71 bilhões segundo a Statista. Por sua vez, somente a Nike, teve uma receita na região de US$ 14,8 bilhões com a venda de calçados, roupas e equipamentos esportivos, também de acordo com a Statista.

Esta, no entanto, é a perspectiva do 'copo meio vazio'. Adotando outro prisma de leitura, é possível notar que, embora os desafios de posicionamento de marca e alta competitividade sejam uma realidade do mercado de artigos esportivos, as oportunidades existem para quem for capaz de enxergar novos modelos de negócio e produtos. Uma destas oportunidades consiste em direcionar esforços para toda a gama de itens utilizados por atletas que vai além das roupas tradicionais e calçados supridos pelas grandes marcas da indústria. É o que ressalta Daniel Silva, sócio-fundador YNN Ventures e empreendedor residente na Asics, estudioso do mercado de Sports Techs que já investiu em startups do segmento.

"Quando você olha para um atleta hoje, temos ‘n’ produtos. Há um tênis específico para cada modalidade, uma meia diferenciada para corridas de longas distâncias, camisetas com proteção solar, produtos para nutrição, etc. Então, eu consigo ver o surgimento de startups quando elas atacam nichos personalizados conforme a necessidade de atletas e a evolução do mercado. Já existem iniciativas neste sentido. Startups no mercado de meias esportivas, sola de tênis, shorts… Dentro deste contexto, eu acredito no modelo direct-to-consumer. Talvez a startup não tenha capacidade para produzir 10 mil pares de meia para serem distribuídos no varejo. Mas ela pode produzir tiragens menores e aaaaaaaaaa

Aprofundamento

US$ 71 bilhões foram movimentados pela

indústria esportiva na América do Norte

40

US$ 14 bilhões foi a receita da Nike na região, com a venda de

calçados, roupas e equipamentos esportivos

Page 41: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

comercializar diretamente em sua plataforma, por meio de um branding bem executado e comunicação em diversos canais digitais, conectando-se diretamente como seu público-alvo. Sim, competir com a Nike, lançando um tênis, é extremamente difícil, mas há uma infinidade de gadgets que você pode lançar e a partir deles ganhar tração para voos maiores", aponta Silva, ressaltando que este movimento de personalização direct-to-consumer tem sido abraçado por grandes marcas.

De fato, o modelo direct-to-consumer – no qual as marcas criam canais próprios de venda ao consumidor – parece despontar como uma grande tendência deste mercado, alinhado com os princípios de Customer Experience que, como vimos em estudo recente produzido pelo Liga Insights, é um das principais bases que guiam o ambiente de negócios contemporâneo.

A Nike, por exemplo, desenhou em 2017 uma nova estratégia de crescimento, guiada pela busca de reforçar seu posicionamento em canais digitais e mobile, os quais deveriam se tornar os principais espaços de relacionamento com o cliente. Desde lá, conforme descreve portal especializado no mercado de calçados, as ações da Nike subiram mais de 73%, incluindo um crescimento de 42% nas receitas advindas de canais digitais. O reforço dos canais digitais tem sido estratégia de outras grandes marcas, como a Adidas, que teve um aumento de 36% em 2018 em suas vendas globais via e-commerce, segundo dados divulgados pela Marketing Week.

Em contrapartida, o mercado brasileiro ainda apresenta uma concentração comercial significativa nas lojas físicas. Segundo pesquisa da NPD Group de 2018, as duas regiões que responderam pelo maior montante de vendas de artigos esportivos no país (Sudeste e Nordeste), tiveram, respectivamente, 70% e 67% das movimentações realizadas no varejo físico. Ao todo, o mercado brasileiro alcançou R$ 13 bilhões em faturamento.

Dentro deste mercado, por sua vez, grandes marcas têm se aberto para parcerias com startups e podem favorecer um crescimento relevante da inovação no segmento ao longo dos próximos anos. É o caso da Cambuci SA, multinacional brasileira detentora das marcas Penalty e STADIUM, que possui uma área específica para mapeamento de novas tecnologias, conforme explica Lucas Bueno, gestor de marketing e trade marketing LATAM da companhia.

"Temos uma área exclusiva responsável por mapear e implantar com velocidade as tendências tecnológicas. Atualmente, investimos para trazer sustentabilidade ao futebol. Temos, dentro deste contexto, a primeira bola ecológica do mundo e, para cada produto desenvolvido, retiramos do meio ambiente 4,5 garrafas PETs. Também fomos os responsáveis por produzir a primeira bola de voleibol termotec do mundo, melhorando a experiência do atleta durante a partida. Além disso, temos acompanhado o mercado de startups e somos a primeira marca no Brasil a ter uma parceria com a myCujoo, especialmente pensando em acelerar a distribuição de partidas que não possuem expressão e audiência", aponta Bueno, ressaltando que a empresa mantém conversas com outras 2 startups visando a aceleração destas empresas.

O executivo ressalta, no entanto, que para a adesão de novas tecnologias no mercado de artigos esportivos ser mais significativa, as startups precisam responder a alguns desafios importantes, incluindo um processo de transformação cultural das lideranças do segmento esportivo.

4141

As receitas da Nike advindas de canais digitais cresceram

42%,após o desenho de uma

nova estratégia de posicionamento de reforçar sua presença nesses meios

Essa tem sido a estratégia de outras grandes marcas do setor, como a Adidas

que teve um aumento de

36% em 2018 em suas vendas globais via

e-commerce

Page 42: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

"É preciso fomentar a maturidade da cadeia de valor do esporte, e das lideranças que detêm a tomada de decisão. Vive-se no ambiente esportivo brasileiro o dilema não tenho recurso para fazer, logo não faço ou procuro alguém para bancar. No entanto, a premissa deveria ser inversa, faço, invisto, logo monetizo a aplicação da tecnologia ao esporte. Por parte das startups, é importante gerar acuracidade no diálogo entre marcas e fãs para reduzir lacunas de desenvolvimento de produtos", conclui.

Para o sócio-fundador YNN Ventures, é preciso também que os empreendedores brasileiros assumam uma visão mais global do mercado. "Estamos falando de um mercado muito universal, o esporte é uma linguagem universal, então, eu vejo algumas iniciativas no Brasil, mas o que os empreendedores precisam entender é que estão atuando em um mercado global. Dificilmente, uma Sports Tech atuando somente com visão no mercado local brasileiro vai ter um êxito expressivo", comenta Silva.

Segundo Maurício Ferro, consultor da Surf Evolution – startup de Santa Catarina que desenvolveu uma estação multifuncional de condicionamento físico baseada nos movimento do surf – para superar esses desafios, as empresas de tecnologias precisam contar com o apoio da indústria.

"O setor precisa de boas ideias que levem a diferenciação, mas também de investimentos em todas as frentes. Não são comuns venture capitals direcionadas a hardware, uma vez que todo o desenvolvimento neste sentido é mais lento. Precisa haver por parte da indústria de materiais e equipamentos esportivos um suporte neste sentido, colabs para fomentar novas iniciativas de forma ampla para o setor, desde a gestão, ao produto final", analisa Ferro.

Parceiros da All Gym para a distribuição de seus equipamentos, uma das apostas da startup catarinense é o crescimento do interesse pelo surf no Brasil e o fortalecimento do mercado fitness, que, segundo números divulgados pela Você S/A, movimenta mais de US$ 2 bilhões no Brasil.

"Acreditamos muito no mercado do Surf, do Fitness e do Entretenimento. Os números desses mercados nos deixam bastante animados. Na nossa trajetória fomos amadurecendo como deveria ser a atuação comercial, e hoje temos claro que através de distribuidores conseguiremos manter o foco da empresa em pesquisa & desenvolvimento, nosso verdadeiro DNA", encerra Ferro.

4242

ASTAN Bike é uma startup capixaba que criou uma bicicleta sustentável feita com madeira, liga metálica e resinas vegetais, a qual garante melhor desempenho para atletas que percorrem grandes distâncias. Fundada em 2014, a startup foi acelerada pelo programa InovAtiva Brasil.

A Bodout é uma startup que desenvolveu um gel para melhorar a conservação de pares de tênis, luvas de boxes e outros itens esportivos sujeitos a umidade. Fundada em 2015, em Santa Catarina, a startup foi contemplada no Edital Senai de Inovação em 2019.

Révèle é uma startup francesa fundada em 2015 que desenvolve equipamentos adequados para que atletas mulheres possam praticar esportes de contato nas melhores condições possíveis. A startup está sendo acelerada pela Station F, incubadora francesa.

Enda Sportswear é uma startup queniana que desenvolveu um tênis de alta performance para corredores, com foco em atender o público de atletas quenianos. A startup foi premiada na ISPO, competição mundial de startups e recebeu investimentos da Mizizi Capital, venture capital africana.

Page 43: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

43

ENTRE_VISTAQual a sua visão sobre o ambiente de Sports Tech brasileiro e global?Entendo que o mercado esportivo é uma grande oportunidade para o segmento de startups, uma vez que estamos falando de um produto que vem se aprimorando a cada dia, mas que, em contrapartida, necessita de inovação para acelerar este movimento. O segmento de startups, por sua vez, está em crescimento e deve trazer muitos benefícios, em especial, para os atletas. O principal desafio, neste contexto, é o desconhecimento, pois tudo que é novo, se não for testado e apresentar resultados práticos, pode ser rejeitado. O Comitê Olímpico do Brasil mantém parcerias com startups do país? Se sim, quais e qual o foco da(s) parceria(s)?Não temos parcerias diretas com startups, porém estamos atentos às oportunidades que possam gerar benefícios diretos para os atletas brasileiros que estão se preparando para as principais competições do mundo, incluindo as Olimpíadas. Quais as principais ações que o COB tem implementado para fomentar a difusão da tecnologia no esporte?O laboratório olímpico tem como uma de suas áreas a Tecnologia Esportiva, que busca oferecer aos atletas e seus respectivos treinadores, ferramentas que possam contribuir para a melhor preparação possível. Entre as ferramentas, temos programas de análise de imagens, estatísticas, etc. Além disso, outras áreas de conhecimento do laboratório olímpico apresentam equipamentos e materiais tecnológicos com foco nas avaliações de biomecânica, de fisiologia e de bioquímica. Cada vez mais o COB procura estar atualizado e com as principais tecnologias que possam beneficiar os nossos atletas. Ainda pensando em inovação no esporte, quais as principais iniciativas/soluções de startups o COB tem acompanhado e que benefícios acredita que elas podem trazer para o esporte?

Temos visto um crescimento de startups que desenvolvem soluções baseadas no relacionamento entre todos os agentes esportivos, principalmente entre os atletas. Estas iniciativas tendem a trazer uma interação e modernização ao ambiente esportivo, e principalmente, um grande networking.

E, por sua vez, como os stakeholders do universo esportivo (clubes, entidades esportivas, empresas e atletas) podem se preparar melhor para as mudanças tecnológicas no ambiente global dos esportes?É fundamental que todos os agentes esportivos possam estar cientes do que eles precisam para a solução dos problemas que eles encontram no dia a dia de seus atletas. Com o cenário identificado, será mais fácil analisar as soluções através das startups e, consequentemente, extrair maiores benefícios advindos da inovação.

Na sua visão, como as startups podem contribuir com esse processo de transformação digital no ambiente esportivo e que passos elas devem seguir para aumentar seu grau de maturidade no mercado?É de suma importância que o mercado de startups tenha total conhecimento sobre o dia a dia do esporte no Brasil, para entender de que forma eles possam contribuir decisivamente. Conhecendo os problemas existentes e apresentando soluções capazes de apresentar resultados concretos, a tendência é o crescimento e aceitação por parte de todos.

Rogério Sampaio, Diretor Geral do Comitê Olímpico do Brasil (COB)

43

Page 44: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

Os torcedores em primeiro lugar: a busca por engajamento no novo ambiente de negócios do esporte

Um primeiro fator que chama a atenção no cenário esportivo atual é o seu alto potencial de geração de receita. De acordo com um estudo da Sports Value, só em 2018, o chamado matchday (receita gerada a partir da bilheteria, naming rights e projetos de sócio-torcedor) movimentou US$ 50 bilhões. Nas primeiras posições deste ranking estão as ligas americanas de beisebol, futebol americano, hóquei e basquete. O Brasileirão também aparece, sendo o décimo campeonato do mundo que obteve mais receita com matchday, movimentando US$ 200 milhões em 2018.

E a circulação de capital no esporte vai muito além das receitas de matchday e envolve desde patrocínios até a comercialização de itens esportivos. No terreno dos patrocínios, um relatório recente apontou investimentos globais de US$ 62,7 bilhões em 2017, (com crescimento de 4,3% sobre 2016). Já a venda de itens esportivos movimentou US$ 13 bilhões em 2018 no Brasil, segundo artigo da Varejo S.A.

Além disso, pensando no futebol, uma tendência relativamente recente que tem gerado uma movimentação de receita significativa para os clubes brasileiros têm sido os programas de Sócios-Torcedores que, em 2018, movimentaram R$ 471 milhões para os 100 maiores clubes do país, de acordo com dados da Sports Value. Segundo o estudo, este valor é 9,7% maior do que a receita de 2017 com os programas de sócios.

Dentro deste contexto, é possível inferir que estamos diante de um mercado que, ao menos economicamente, possui potencial para investir em tecnologias capazes de favorecer a aproximação entre clubes, torcedores e melhorar a experiência nos estádios para fãs do esporte. Neste sentido, do ponto vista tecnológico, algumas iniciativas tem se consolidado ou se reposicionado no mercado, ganhando assim uma nova perspectiva dentro do segmento esportivo. É o caso, por exemplo, do streaming. Pyr Marcordes, diretor do Meio & Mensagem, explica o potencial de empoderamento que o streaming traz para pequenas ligas e outras modalidades que não contavam com apelo suficiente para distribuição nacional via as grandes redes de mídia.

"O streaming está em fase de reestruturação em todo o mundo. Ele começou como algo incipiente e quem soube melhor se utilizar dele para quebrar paradigmas de distribuição foi a Netflix. Muitos outros players acordaram: grandes empresas de publishing, plataformas tech e produtores de conteúdo. No meio disso, o esporte.

Aprofundamento

Em 2018, o matchday receita gerada a partir da bilheteria, naming rights e projetos de sócio-torcedor) movimentou

US$ 50 bilhões

US$ 62,7 bilhões foram gastos mundialmente com patrocínios esportivos

em 2017

44

O Brasileirão foi o décimo campeonato do mundo que

obteve mais receita com matchday, movimentando US$

200 milhões em 2018

Os programas de Sócios-Torcedores que, em 2018,

movimentaram R$ 471 milhões

para os 100 maiores clubes do país

Page 45: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

O streaming desintermedia a cadeia de produção e distribuição, dispensando a passagem pelas empresas de comunicação e mídias clássicas. Hoje, qualquer clube de várzea pode fazer uma transmissão de um jogo no campinho da esquina por streaming. Isso empodera players que antes nem entravam em campo nesse jogo. O segredo continua sendo o poder de distribuição com cobertura significativa. Mas mesmo esse poder fica relativizado. O jogo de várzea do exemplo não é mesmo para ser consumido como um conteúdo de abrangência nacional, apenas, de repente, ali pelo pessoal do bairro mesmo. E aí, o streaming funciona muito bem", diz Marcondes.

E as plataformas de streaming esportivo contam com oportunidades concretas de expansão no Brasil. Segundo dados da Newzoo, em 2018, 58% dos usuários de internet no Brasil consumiram conteúdo esportivo online, incluindo faixas etárias que vão dos 10 aos 65 anos, número é 5% maior do que em 2017. Hoje, o Brasil conta hoje com o 3º maior público global de entusiastas do esporte.

Não à toa, startups de streaming esportivo tem ganhado posição de destaque no mercado nacional. É o caso da TV NSports. Fundada em 2018, a TV NSports atualmente opera 20 canais de streaming, trabalha com 15 modalidades esportivas diferentes e, em 2019, transmitiram mais de 650 eventos em sua plataforma, contando com uma base de usuários na casa de 600 mil.

"A TV NSports se propõe a democratizar as transmissões esportivas no Brasil e fortalecer o esporte nacional ao dar visibilidade para os atletas que muitas vezes competiam sem transmissões. Nenhuma outra empresa ofereceu transmissões ao vivo gratuitas de tantas modalidades diferentes no Brasil. Procuramos gerar o engajamento através da distribuição em diferentes formatos gerados a partir de nossas transmissões. A chegada do 5G é a próxima grande fronteira para a democratização das transmissões esportivas. Não será um processo fácil, mas é questão de tempo para estar disponível para ampla parcela da população", comenta Guilherme Figueiredo, fundador e diretor da TV NSports.

O potencial do streaming tem atraído, inclusive, associações como a Federação Paulista de Futebol (FPF) que, dentre outras tecnologias, têm utilizado as transmissões digitais como ferramenta para se aproximar do público.

"Na área de comunicação, temos usado muito tecnologia no uso de dados, mídias sociais e streaming. Usar a tecnologia para democratizar o futebol. Dar acesso a todos os torcedores por meio de transmissões via streaming. Já fizemos nos últimos três anos mais de 1.800 transmissões ao vivo e gratuitas de partidas que antes não eram exibidas em nenhuma plataforma", expõe Bernardo Itri, diretor de Comunicação da FPF.

Neste cenário de absorção de novas tecnologias, e, como vimos acima, alto grau de investimentos, o entendimento do próprio atleta sobre seu papel neste mercado é decisivo, conforme aponta Giovana Pinheiro, do Portal Olimpíada Todo Dia.

4545

58% dos usuários de internet no

Brasil consumiram conteúdo esportivo onlineIncluindo faixas etárias de

10 a 60 anos de idade

Hoje, o Brasil é o 3º maior público global de

entusiastas do esporte

Page 46: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

"Acredito que passou da hora de todos os atletas se enxergarem como produto. Hoje, um atleta precisa estar 360° graus envolvido. Embora, por outro lado, acredito na necessidade de um staff para ajudá-lo, mas posicionamento em mídia, retorno ao público, redes sociais e afins fazem parte hoje do produto atleta. Afinal, além dos resultados, todos eles precisam conseguir patrocínios, ações e tudo mais", diz Pinheiro.

Um dos propósitos do Olimpíada Todo Dia é dar mais voz ao atleta e às informações que circundam o universo das olimpíadas e das paralimpíadas. Com três anos de atividade, o portal se tornou referência no meio esportivo e conta com 1 milhão de pageviews por mês. Um dos grandes desafios, aliás, para o fortalecimento do esporte olímpico no Brasil envolve uma maior exposição e o desenho de estratégias de comunicação relevantes.

"O ciclo: investimento, gestão, exposição, comunicação e resultado precisa ser completo para o sucesso do esporte olímpico e paralímpico. Isso precisa ser cíclico. Enquanto qualquer um dos pontos estiver falhando, os outros serão afetados", comenta Pinheiro.

Pensando no cenário de exposição e comunicação esportiva, uma tendência que vem se consolidando é o marketing de experiência; movimento que, por sua vez, faz parte de uma busca global por experiências mais diretas entre consumidores e marcas. Segundo um estudo recente, 78% dos millennials estão mais inclinados a consumir uma marca se tiverem uma interação mais próxima com ela. Só nos EUA, o marketing de experiências movimentou US$ 57,7 bilhões, segundo a Statisa.

Apostando no crescimento deste mercado no Brasil, a Elos Fun, startup paulistana fundada em 2019, desenvolveu uma plataforma digital para aquisição de experiências no mundo do esporte por pessoas físicas. Com um modelo de market place, a Elos Fun oferece experiências desenvolvidas pela própria startup e por parceiros. Além disso, desenvolve projetos taylor made, como a plataforma de experiências Galo Fun, criada para o Atlético-MG, por exemplo, e a Pacaembu Fun, para a Concessionária Allegra.

"Nosso primeiro desafio foi a criação do cardápio de experiências, envolvendo aquilo que realmente o torcedor e o público interessado por esporte valoriza. Esta estratégia precisa responder toda a jornada de relacionamento, desde o momento inicial de acesso ao site até o agradecimento por ter participado da experiência. Outro ponto que destaco é que cada cliente precisa ter uma estratégia personalizada de aquisição de vendas. O que deu certo para um cliente, não significa que vai dar certo para outros. Além disso, vale destacar que, atualmente, não existe experiência sem analytics, afinal de contas, nada pode ser efetivamente realizado se não conhecemos bem nosso público", analisa Rodrigo Geammal, CEO da Elos Fun.

Pyr Marcondes, diretor do Meio & Mensagem, concorda com a avaliação e ressalta a importância dos dados para as estratégias de engajamento, apontando, no entanto, desafios no âmbito do domínio operacional de novas tecnologias.

4646

78% dos millennials estão mais inclinados a consumir uma

marca se tiverem uma interação mais próxima

com ela

Page 47: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

"Engajamento sem tecnologia e dados não funciona mais. O problema é que estamos longe do estado da arte no domínio operacional de como tecnologia e os dados podem engajar audiências, mesmo quando falamos das grandes estruturas e de grandes empresa nacionais e globais no mundo da comunicação, marketing e mídia. Entendo que é um copo ainda a ficar cheio", aponta Marcondes.

Mas os desafios para a oferta de experiências relevantes no ambiente esportivo vão além do uso de dados. Questões como segurança – em um país que, em 2017 teve 104 episódios violentos relacionados só com o futebol – e o próprio acesso aos estádios são pontos que também podem ser superados por meio de uma utilização mais estratégica da tecnologia, conforme ressalta Bernardo Itri.

"Há muitas maneiras, aplicadas com sucesso no exterior para superar empecilhos que ainda fazem parte da realidade do esporte no Brasil. Dentre elas, destaco o uso de aplicativos para facilitar e melhorar a experiência e o acesso de torcedores nos estádios e de sistemas integrados para identificar atos de violência e coibi-los", conclui o diretor de comunicação da FPF.

4747

A Stadyo é uma plataforma de transmissão de futebol que oferece uma série de ferramentas como placar ao vivo, chat e estatísticas por atleta, para melhorar o engajamento do público com ligas profissionais e amadoras. Participou do projeto de aceleração internacional Start-Up Chile.

A Arena Digital é uma startup focada em fan engagement que oferece um app no qual os torcedores podem acompanhar informações exclusivas sobre seu time de futebol e contar com comodidades como a compra de ingressos facilitada. A startup é acelerada pela Enzima, do Grupo Pluri.

Pico é uma startup israelense que desenvolveu uma plataforma para interações entre clubes e fãs, favorecendo contatos mais próximos via redes sociais e permitindo a identificação de torcedores anônimos. Já recebeu US$ 2,4 milhões em investimentos.

A ChilliZ é uma startup americana que desenvolveu um marketplace (Socios), no qual os torcedores de um clube podem investir nele e estabelecer uma relação mais próxima, de tomada de decisão, com seu time favorito. Já recebeu US$ 27 milhões em investimentos.

Page 48: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

MARÇO 2020

EQUIPE E CONTATOS

INFORMAÇÕES PARA O USO E REPRODUÇÃO DESTE MATERIAL

A Liga Insights produz estudos que têm por objetivo aprofundar, explorar e divulgar as formas como as startups brasileiras estão se desenvolvendo e rela- cionando em suas áreas de atuação.

Todas as informações dispostas neste material são de propriedade dos seus autores e envolvidos, podendo ser usadas e reproduzidas, desde que sempre tenha sua fonte citada.

Não é permitido o seu uso comercial sem autorização.

4848

EQUIPE E CONTATOS

ROGÉRIO TAMASSIACo-founder da Liga [email protected]+55 11 2393.8513

ASSESSORIA DE IMPRENSA

[email protected]

JOÃO BARROSEdição e Redaçã[email protected]

RAPHAEL AUGUSTOLiga Insights | Startup [email protected]+55 11 2393.8513

THOMAS AOKIEdição e Redaçã[email protected]

EDUARDO KENJI MISAWADireção de [email protected]

GABRIELA [email protected]

LETICIA ALMEIDA Direção de [email protected]

MARCELE ROCHACommunity [email protected]

MARÍA EDUARDA NADALLiga [email protected]

SUPERA PARQUEDenise ArrudaAnalista de dados +55 16 [email protected]

Page 50: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

Introdução

https://www.marketsandmarkets.com/Market-Reports/sports-technology-market-104958738.html

https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2019/01/20/esports-crescimento-mercado-campeonatos-

torneios.htm

http://www.sportspromedia.com/news/real-madrid-next-innovation-hankook-tire?utm_source=Active

Campaign&utm_medium=email&utm_content=David+Beckham+s+Inter+Miami+in+Qatar+sponsorshi

p+talks%3B+Real+Madrid+launch+innovation+brand%3B+NBA+Paris+Game+nets+record+partner+rost

er&utm_campaign=The+SportsPro+Daily+2020-01-21

https://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/2019/02/04/drones-nanotech-e-xr-como-a-tec

nologia-mudou-a-nfl.html

https://www.techsciresearch.com/report/sports-equipment-market/3659.html

https://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/2019/03/01/brasileirao-e-10o-em-ranking-de-re

ceita-em-dias-de-jogo.html

Aprofundamento - Os números que mudam o jogo

https://www.forbes.com/sites/forbestechcouncil/2019/01/31/how-data-analysis-in-sports-is-changing-th

e-game/#37ea268d3f7b

https://www.prnewswire.com/news-releases/sports-analytics-market-size-worth-4-6-billion-by-2025--c

agr-31-2-grand-view-research-inc-300969722.html

https://computerworld.com.br/2016/12/15/big-data-pode-fazer-diferenca-e-nao-e-so-no-futebol/

https://divante.com/blog/top-20-big-data-cases-sport/

https://datafutsal.com/site/o-que-e-scout-e-qual-sua-importancia/

https://industriadebase.com/relatório-educação-e-as-categorias-de-base-135cde4820c

Aprofundamento - Rumo ao superatleta

https://esportes.estadao.com.br/noticias/geral,esporte-vive-a-era-dos-superatleta,70002089367

https://esportes.estadao.com.br/noticias/geral,eles-sao-cada-vez-mais-comuns,70002089373

https://www.unifesp.br/edicoes-anteriores-entreteses/item/2275-ciencia-ajuda-atletas-a-superar-os-pr

oprios-limites

https://www.marketwatch.com/press-release/high-performance-apparel-market-2020-industry-growt

h-insights-size-expansion-share-valuation-industry-news-update-research-report-by-market-reports-

world-2020-01-27

https://boaforma.abril.com.br/moda/a-roupa-certa-para-melhorar-sua-performance/

https://gritdaily.com/how-technology-is-revolutionizing-sports-training/

https://www.marketsandmarkets.com/Market-Reports/reality-applications-market-458.html?gclid=Cj

wKCAiA1L_xBRA2EiwAgcLKA2qs441HEpEJGC6Z70HHP1w5pFYJSBeFrmDEXue18yR40WXKlKcC2xoCG

aoQAvD_BwE

50

REFERÊNCIAS

5050

Page 51: MARÇO 2020 - SUPERA Parquesuperaparque.com.br/estudos_setoriais/Liga_Insights_Sports_Techs_2020.pdffontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures,

https://www.forbes.com/sites/cognitiveworld/2019/03/15/heres-how-ai-will-change-the-world-of-sports/

#6a99d5f3556b

https://www.reportsanddata.com/report-detail/artificial-intelligence-in-sports-market

Aprofundamento - Batalha de gigantes

https://br.fashionnetwork.com/news/Lider-em-artigos-esportivos-no-brasil-adidas-foca-em-comercio-e

letronico-no-pais,966684.html

https://www.statista.com/statistics/214960/revenue-of-the-north-american-sports-market/

https://www.statista.com/statistics/241706/nikes-us-sales-by-product-category-since-2007/

https://insights.liga.ventures/estudos-completos/customer-experience/

https://footwearnews.com/2019/business/opinion-analysis/nike-dtc-competition-adidas-under-armour-

digital-sales-1202845517/

https://www.marketingweek.com/ecommerce-adidas-most-important-channel/

http://blogs.diariodonordeste.com.br/egidio/66419-2/

https://exame.abril.com.br/negocios/onda-fitness-movimenta-us2-bi-no-brasil-e-so-cresce-veja-como-

aproveitar/

Aprofundamento - Os torcedores em primeiro lugar

https://esportes.estadao.com.br/noticias/geral,mercado-esportivo-mundial-movimenta-r-191-bilhoes-c

om-o-matchday,70002762860

https://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/2019/03/01/brasileirao-e-10o-em-ranking-de-re

ceita-em-dias-de-jogo.html

https://www.mktesportivo.com/2018/01/o-mercado-e-os-desafios-do-patrocinio-esportivo/

http://revistavarejosa.com.br/paixao-que-movimenta-a-economia/

https://www.emarketer.com/content/sports-video-in-brazil

https://frntofficesport.com/the-advantage-of-experiential-marketing-in-sports/

https://www.statista.com/statistics/1044230/experiential-marketing-spending-us/

http://www.galofun.com.br

https://brasil.elpais.com/brasil/2017/12/28/deportes/1514427700_914142.html

REFERÊNCIAS

5151