Matéria do Estadão de 08/05 sobre o Rodoanel Trecho Norte pág.C1

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C1 DOMINGO, 8 DE MAIO DE 2011 O ESTADO DE S. PAULO PONTOS-CHAVE 1º city tour oficial de SP terá 9 paradas e ônibus de 2 andares Turismo Metrópole Pág. C8 O drama e a luta de mães que têm filhos na Fundação Casa Reportagem Especial estadão.com.br Pág. C9 Seguranças ‘baixinhos’ ganham espaço no mercado Pág. C4 e 5 Vida na cidade TIAGO QUEIROZ/AE Favelas, floresta e incertezas na rota da obra mais cara e longa de São Paulo Ao longo dos 44 quilômetros do atual traçado do Trecho Norte, há de antigos sitiantes a oportunistas que só buscam indenizações O CAMINHO DO RODOANEL. Prestes a sair do papel Sem medo. ‘Já faz uns dez anos que falam desse Rodoanel’, conta Celso Salvador de Oliveira DUILIA DOMINGUES SIMÕES, DE 49 ANOS MORADORA DO JARDIM PARANÁ “Ninguém mora aqui porque quer, mas porque precisa. E todo mundo batalhou muito, construiu uma vida. Não é justo sermos expulsos sem nada” Primeiras discussões As discussões sobre um anel viário em torno de São Paulo começaram na década de 1980. Já naquela época o entrave era a área de preservação ambien- tal da Serra da Cantareira. Trecho Oeste A construção do Rodoanel come- çou em 1998, com o Trecho Oes- te (foto). Aberto para tráfego em 2002, tem 32 km de extensão e liga a Rodovia dos Bandeirantes à Regis Bittencourt. Trecho Sul A segunda parte do anel só foi finalizada oito anos depois, em 2010. O Trecho Sul é o mais longo, com 61,4 km. Durante as obras, em 2009, um viaduto desabou em cima de carros. Conclusão Assim como o Trecho Norte, as obras das pistas a leste devem começar neste ano. Concluído, o Rodoa- nel terá 177 km. HÉLVIO ROMERO/AE Para conter ocupações, Dersa aposta em mapeamento histórico da região, na pág. C3 } Preocupação Diego Zanchetta Paulo Saldaña É em um morro no alto da Ser- ra da Cantareira, a 26 quilôme- tros do centro de São Paulo, que tem início o futuro Tre- cho Norte do Rodoanel. O atual traçado, de pouco mais de 44 km, passa pelo meio de favelas e sítios, cruza topos no meio da mata com 590 metros de altitude em relação ao Rio Tietê e atravessa uma dezena de córregos até chegar a Arujá, onde se interliga com a Rodo- via Presidente Dutra. A construção de uma obra de R$ 5,8 bilhões no meio de uma área de preservação ambiental tem rendido questionamentos jurídicos semanais para o gover- no do Estado. A pressão já resul- tou em quatro alterações no tra- çado. Ambientalistas e morado- res apreensivos buscam frear a construção junto a órgãos como Ministério Público e Defensoria do Estado. De olho nas eleições de 2012, políticos também pro- metem ajuda às famílias para bar- rar as remoções – 2,7 mil mora- dias devem ser desapropriadas. Em seu percurso acidentado e irregular no meio da mata, o Tre- cho Norte está sempre ao lado ou bem perto de uma favela. Pa- ra o motorista que vai sair da Ro- dovia dos Bandeirantes e entrar na pista, na altura do número 8.700 da Avenida Raimundo Pe- reira de Magalhães, a vista des- cortina um emaranhado de bar- racos que se estende por morros desde o início da estrada na capi- tal, em Perus, até quase o fim, já perto de Guarulhos. Ao fundo das favelas, o visual em segundo plano é de um gigan- tismo impressionante: a metró- pole, o Rio Tietê e um chapéu de fumaça sobre a imensidão de pré- dios no horizonte. Em alguns momentos, o caminho chega a lembrar a geografia dos morros cariocas, com casas construídas em ladeiras cercadas por mato e ao lado de enormes rochas. O cli- ma tem frescor serrano, úmido, com friozinho agradável. Tanto que o cheiro da mata predomina ao longo do traçado, apesar de as ocupações não terem esgoto ou coleta regular de lixo. No alto dos morros do Parque Taipas, na altura do km 6 do futu- ro Rodoanel, pequenos fios de água brotam das pedras e garan- tem o abastecimento da favela que não para de crescer logo abai- xo. A ocupação com clima rural vai sumir para a construção da rodovia, o que tem levado apreensão aos moradores. “Comprei o terreno em 1994, sem escritura. Não tenho medo de sair, já faz uns dez anos que falam desse Rodoanel. Acho que essa estrada não sai mais”, diz o agricultor Celso Salvador de Oli- veira, de 53 anos. Ele é dono de um sítio que começa em uma rua aberta por ele mesmo e acaba em uma rocha da serra. Oportunismo. O medo das fa- mílias se mistura ao oportunis- mo de alguns vizinhos de áreas que não serão desapropriadas. A reportagem do Estado fla- grou três terrenos sendo aber- tos no meio da mata, no Parque Taipas, na altura do número 1.670 da Avenida Fernando Mendes de Almeida. Segundo moradores, são pessoas interes- sadas em receber indenização do governo. “O pessoal não para de abrir terreno no meio da serra. É gen- te que nem mora aqui e só quer a indenização”, diz Sonia Nasci- mento, de 32 anos. Ela é dona do único mercadinho que funciona no ponto alto da serra ocupado por barracos. “Gosto do morro, acostumei a morar no frio, sem barulho. Não quero sair.” Com ou sem Trecho Norte, é difícil acreditar que as franjas verdes que restaram da Canta- reira não vão desaparecer. As fa- velas incham floresta adentro e a todo momento é possível ver, no alto da serra, clarões de terra abertos e preparados para rece- ber novos barracos. O governo, por sua vez, defende que a estra- da vai funcionar como “barrei- ra” contra novas ocupações e diz prever R$ 25 milhões em compensações ambientais – 0,5% do custo do Rodoanel, esti- mado em R$ 5,8 bilhões. Condomínios. O traçado segue um caminho sinuoso perto do Horto Florestal. Nessa parte, em vez de favelas, é possível ver al- guns condomínios de luxo tam- bém construídos dentro da serra e os sobrados no alto do Jardim Tremembé. Mas o Rodoanel vai passar ao lado dos condomínios, que não serão desapropriados. O trecho a partir do Horto contorna pedreiras nas encos- tas da serra e só atinge moradias de baixa renda, o que também se repete no Jaçanã e dentro de Guarulhos. Nesse município da Grande São Paulo, a Dersa já rea- lizou duas alterações no proje- to, desviando a pista de uma área de proteção ambiental, de moradores antigos e de um ter- reno da Prefeitura reservado pa- ra uma estação de tratamento de esgoto. Em outro desvio, o governo evitou que a obra isolas- se um bairro da cidade – com a mudança, porém, o trajeto pas- sará por uma área verde de pro- teção permanente. Decisão. Polêmicas à parte, quem vai bater o martelo sobre o trajeto final é o Conselho Esta- dual do Meio Ambiente (Conse- ma), órgão responsável pelo li- cenciamento ambiental. As apos- tas são de que o conselho não vai contrariar a vontade do gover- no, como já ocorreu em grandes obras polêmicas mais recentes – casos da ampliação da Marginal do Tietê e da construção do Tre- cho Sul do Rodoanel.

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PONTOS-CHAVE

1º city tour oficial de SP terá 9paradas e ônibus de 2 andares

Turismo

MetrópolePág. C8

O drama e a luta de mães quetêm filhos na Fundação Casa

Reportagem Especial

estadão.com.br

Pág. C9

Seguranças ‘baixinhos’ganham espaço no mercado

Pág. C4 e 5

Vida na cidade

TIAGO QUEIROZ/AE

Favelas, floresta e incertezas na rotada obra mais cara e longa de São PauloAo longo dos 44 quilômetros do atual traçado do Trecho Norte, há de antigos sitiantes a oportunistas que só buscam indenizações

O CAMINHO DO RODOANEL. Prestes a sair do papel

Sem medo. ‘Já faz uns dez anos que falam desse Rodoanel’, conta Celso Salvador de Oliveira

DUILIA DOMINGUESSIMÕES, DE 49 ANOSMORADORA DO JARDIM PARANÁ“Ninguém mora aqui porque quer,mas porque precisa. E todomundo batalhou muito, construiuuma vida. Não é justo sermosexpulsos sem nada”

● Primeiras discussõesAs discussões sobre um anelviário em torno de São Paulocomeçaram na década de 1980.Já naquela época o entrave eraa área de preservação ambien-tal da Serra da Cantareira.

● Trecho OesteA construção do Rodoanel come-çou em 1998, com o Trecho Oes-te (foto). Aberto para tráfego em2002, tem 32 km de extensão eliga a Rodovia dos Bandeirantesà Regis Bittencourt.

● Trecho SulA segunda parte do anel só foifinalizada oito anos depois, em2010. O Trecho Sul é o maislongo, com 61,4 km. Durante asobras, em 2009, um viadutodesabou em cima de carros.

● ConclusãoAssim como o TrechoNorte, as obras daspistas a leste devemcomeçar neste ano.Concluído, o Rodoa-nel terá 177 km.

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● Preocupação

Diego ZanchettaPaulo Saldaña

É em um morro no alto da Ser-ra da Cantareira, a 26 quilôme-tros do centro de São Paulo,que tem início o futuro Tre-cho Norte do Rodoanel. Oatual traçado, de pouco maisde 44 km, passa pelo meio defavelas e sítios, cruza topos nomeio da mata com 590 metrosde altitude em relação ao RioTietê e atravessa uma dezenade córregos até chegar a Arujá,onde se interliga com a Rodo-via Presidente Dutra.

A construção de uma obra deR$ 5,8 bilhões no meio de umaárea de preservação ambientaltem rendido questionamentosjurídicos semanais para o gover-no do Estado. A pressão já resul-tou em quatro alterações no tra-çado. Ambientalistas e morado-res apreensivos buscam frear aconstrução junto a órgãos comoMinistério Público e Defensoriado Estado. De olho nas eleiçõesde 2012, políticos também pro-metem ajuda às famílias para bar-rar as remoções – 2,7 mil mora-dias devem ser desapropriadas.

Em seu percurso acidentado eirregular no meio da mata, o Tre-cho Norte está sempre ao ladoou bem perto de uma favela. Pa-ra o motorista que vai sair da Ro-dovia dos Bandeirantes e entrarna pista, na altura do número8.700 da Avenida Raimundo Pe-reira de Magalhães, a vista des-cortina um emaranhado de bar-racos que se estende por morros

desde o início da estrada na capi-tal, em Perus, até quase o fim, jáperto de Guarulhos.

Ao fundo das favelas, o visualem segundo plano é de um gigan-tismo impressionante: a metró-pole, o Rio Tietê e um chapéu defumaça sobre a imensidão de pré-dios no horizonte. Em algunsmomentos, o caminho chega alembrar a geografia dos morroscariocas, com casas construídasem ladeiras cercadas por mato eao lado de enormes rochas. O cli-ma tem frescor serrano, úmido,com friozinho agradável. Tantoque o cheiro da mata predominaao longo do traçado, apesar de asocupações não terem esgoto oucoleta regular de lixo.

No alto dos morros do ParqueTaipas, na altura do km 6 do futu-ro Rodoanel, pequenos fios deágua brotam das pedras e garan-tem o abastecimento da favelaque não para de crescer logo abai-xo. A ocupação com clima ruralvai sumir para a construção darodovia, o que tem levadoapreensão aos moradores.“Comprei o terreno em 1994,sem escritura. Não tenho medode sair, já faz uns dez anos quefalam desse Rodoanel. Acho queessa estrada não sai mais”, diz oagricultor Celso Salvador de Oli-veira, de 53 anos. Ele é dono deum sítio que começa em uma ruaaberta por ele mesmo e acaba emuma rocha da serra.

Oportunismo. O medo das fa-mílias se mistura ao oportunis-mo de alguns vizinhos de áreas

que não serão desapropriadas.A reportagem do Estado fla-grou três terrenos sendo aber-tos no meio da mata, no Parque

Taipas, na altura do número1.670 da Avenida FernandoMendes de Almeida. Segundomoradores, são pessoas interes-sadas em receber indenizaçãodo governo.

“O pessoal não para de abrirterreno no meio da serra. É gen-te que nem mora aqui e só quer aindenização”, diz Sonia Nasci-mento, de 32 anos. Ela é dona doúnico mercadinho que funcionano ponto alto da serra ocupadopor barracos. “Gosto do morro,acostumei a morar no frio, sembarulho. Não quero sair.”

Com ou sem Trecho Norte, édifícil acreditar que as franjasverdes que restaram da Canta-reira não vão desaparecer. As fa-velas incham floresta adentro ea todo momento é possível ver,no alto da serra, clarões de terraabertos e preparados para rece-ber novos barracos. O governo,por sua vez, defende que a estra-da vai funcionar como “barrei-ra” contra novas ocupações ediz prever R$ 25 milhões emcompensações ambientais –0,5% do custo do Rodoanel, esti-mado em R$ 5,8 bilhões.

Condomínios. O traçado segueum caminho sinuoso perto doHorto Florestal. Nessa parte, emvez de favelas, é possível ver al-guns condomínios de luxo tam-bém construídos dentro da serrae os sobrados no alto do JardimTremembé. Mas o Rodoanel vaipassar ao lado dos condomínios,que não serão desapropriados.

O trecho a partir do Hortocontorna pedreiras nas encos-tas da serra e só atinge moradiasde baixa renda, o que tambémse repete no Jaçanã e dentro deGuarulhos. Nesse município daGrande São Paulo, a Dersa já rea-lizou duas alterações no proje-to, desviando a pista de umaárea de proteção ambiental, demoradores antigos e de um ter-reno da Prefeitura reservado pa-ra uma estação de tratamentode esgoto. Em outro desvio, ogoverno evitou que a obra isolas-se um bairro da cidade – com amudança, porém, o trajeto pas-sará por uma área verde de pro-teção permanente.

Decisão. Polêmicas à parte,quem vai bater o martelo sobre otrajeto final é o Conselho Esta-dual do Meio Ambiente (Conse-ma), órgão responsável pelo li-cenciamento ambiental. As apos-tas são de que o conselho não vaicontrariar a vontade do gover-no, como já ocorreu em grandesobras polêmicas mais recentes –casos da ampliação da Marginaldo Tietê e da construção do Tre-cho Sul do Rodoanel.