MATERIAL E MÉTODOS As amostras foram coletadas do plantel existente no CEPTA – Centro de Pesquisa...

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  • MATERIAL E MTODOS

    As amostras foram coletadas do plantel existente no CEPTA Centro de Pesquisa e Gesto de Recursos Pesqueiros Continentais ICMBio, Pirassununga, SP. Foram utilizados exemplares adultos e maduros de fmeas de Cachara (Pseudoplatystoma fasciatum) e de machos de Pintado (Pseudoplatystoma corruscans) durante o perodo reprodutivo, sendo estes submetidos metodologia da reproduo induzida (hipfise de carpa, Cyprinus carpio). Para a fertilizao foi utilizado o mtodo a seco, onde os vulos foram misturados ao smen sem contato com a gua. A seguir, foi colocada gua no meio e os ovos foram incubados em incubadoras horizontais. A primeira coleta foi realizada no momento em que os ovos foram colocados nas incubadoras, sendo que as coletas seguintes foram realizadas com intervalos de 10 minutos nas primeiras duas horas do desenvolvimento embrionrio. Transcorridas essas duas horas a coleta foi em intervalos de uma hora at a ecloso das larvas. As amostras foram fixadas em Soluo de Karnovisky modificado, conservadas em geladeira, posteriormente seguiram para o Laboratrio de Ictiologia de Neotropicais da UNESP Ilha Solteira onde foram lavadas e mantidas em etanol 70%. Amostras representativas de cada fase embrionria foram separadas, sendo realizada a retirada do crion, corados com hematoxilina de Harris-eosina, analisados e fotomicrografados sob estereomicroscpio.

    Santos, M. P*,1.; Chedid, R. A1.; Mori, R. H1.; Senhorini, J. A2.; Verssimo-Silveira, R1.; Ninhaus-Silveira, A1.1Dep. Biologia e Zootecnia, Unesp-Ilha Solteira. *[email protected]/ ICMBIO Instituto Chico Mendes Pirassununga-SP RESULTADOS E DISCUSSO O perodo embrionrio do hbrido de Cachara e Pintado se estendeu da fertilizao a ecloso compreendendo um perodo de aproximadamente 24 horas (+24C). Os ovos apresentaram formato esfrico, translcidos e pouco espao perivitelino; foram classificados como telolcitos devido distribuio e quantidade de vitelo. A clivagem dos ovos foi do tipo meroblstica, ocorrendo somente no plo animal. O desenvolvimento embrionrio foi dividido at o momento em zigoto, clivagem (com 2, 4, 8, 16, 32 e 64 blastmeros, mrula), gstrula, segmentao e ecloso (Tabela 1; Figura 3).Marinho (2007) relata que o perodo de incubao de ovos de Pseudoplatystoma corruscans, em incubadoras verticais, temperatura 29,8+ 0,7C, desde a fertilizao at a ecloso das larvas foi de 14 horas. Segundo Faustino et al. (2007) o perodo de incubao temperatura de 27 a 29C, de um hbrido de P. corruscans x P. fasciatum estendeu-se de 13 a 14 horas. Sanches et al. (2001) observaram que o perodo de desenvolvimento embrionrio de Leporinus friderici foi de 13,20 horas aps a fertilizao (27,6C). Diferente do que observamos em nosso trabalho, o perodo de embriognese foi bem maior, o que pode estar relacionado temperatura mais baixa ocorrida em nosso experimento, como relatado tambm por Ninhaus-Silveira et al. (2006) em Prochilodus lineatus. Os ovos do hbrido de P. fasciatum e P. corruscans apresentam as mesmas caractersticas quanto forma, colorao e transparncia dos ovos de P. corruscans (Marinho, 2007) e de Leporinus friderici (SANCHES et al. 2001), no podendo ser distinguidos no meio.

    DESENVOLVIMENTO EMBRIONRIO DO HBRIDO DE CACHARA (Pseudoplatystoma fasciatum) E PINTADO (Pseudoplatystoma corruscans)Figura 1. Pseudoplatystoma fasciatum INTRODUO

    Segundo Prioli et al. (2003) o uso de hbridos em escala comercial um fator j bastante difundido atualmente, sendo que os cruzamentos entre as espcies Cachara (Pseudoplatystoma fasciatum) e Pintado (Pseudoplatystoma corruscans) de fcil difuso, pois ambas as espcies so morfolgica e biologicamente muito parecidas e possuem tambm locais de origem semelhantes, a destacar a Bacia Amaznica. Porm, a chamada contaminao gentica da fauna de peixes no pas, tem preocupado especialistas no setor. O conhecimento da biologia dos hbridos, do seu controle ou at mesmo do seu papel em um ambiente natural servir de subsdios para estudos ecolgicos e para o seu sucesso no setor aqucola. Deste modo, o presente trabalho teve como objetivo o estudo do desenvolvimento embrionrio do produto resultante do cruzamento entre os peixes Cachara e Pintado, tendo em vista um conhecimento mais aprimorado do desenvolvimento embrionrio desta espcie.

    REFERNCIASMARINHO, S. A. M. Sobrevivncia e Crescimento de Larvas de Surubim Pseudoplatystoma corruscans (SPIX & AGASSIZ, 1829) sob Diferentes Condies Alimentares.Dissertao Ps Graduao.Universidade Federal Rural de Pernambuco.Recife. 2007.NINHAUS-SILVEIRA, A. N.; FORESTI, F.; AZEVEDO, A. Structural and ultrastructural analysis of embryonic development of Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836). Zygote, v.14, p.217-229, 2006.PRIOLI, A. J.; PRIOLI, L. M.; PRIOLI, S. M. A. P.; PANARARI, R. S.; BIGNOTTO, T. S.; MANGLIA, T. C.; CARLOS, V. A.;JUNIOR, H. Anlise Gentica de Pseudoplatystoma corruscans (Pintado) e P. Fasciatum (Cachara) e de um hbrido, com base em marcadores mitocondriais e nucleares, 2003. Relatrio PELD (Pesquisas Ecolgicas de Longa Durao). Universidade Estadual de Maring. Maring. 2003.SANCHES, P. V.; BAUMGARTNER, G.; BIALETZKI, A.; SUIBERTO, M. R.; GOMES, F. D. C.; NAKATANI, K.; BARBOSA, N. D. C. Caracterizao do Desenvolvimento Inicial de Leporinus friderici (Osteichthyes, Anostomidae) da Bacia do Rio Paran, Brasil.Maring, v.23, p.383-389, 2001Figura 2. Pseudoplatystoma corruscansTabela 1: Desenvolvimento Embrionrio do cruzamento de Cachara (Pseudoplatystoma fasciatum) com Pintado (Pseudoplatystoma corruscans).

    A.B.C.D.E.F.G.H.I.J.Figura 3. Estgio do desenvolvimento Embrionrio. Clivagem: A 2 blastmeros; B 4 blastmeros; C 8 blastmeros; D mrula; Gastrulao: E 50% epibolia; F 75% epibolia; Segmentao: G cauda presa; Larval : H cauda solta, pr ecloso, vescula ptica; I larva em desenvolvimento; Larva Eclodida: J presena de barbilho e pigmentos pelo vitelo. Legenda: b blastmero; bl blastoderme; v vitelo; * - vescula ptica; s somitos; br barbilho.bvblbbv*sbrLaboratrio de Ictiologia Neotropical

    Tempo (Horas)EstgioObservaes0-0,40ZigotoPlo animal sem segmentao.0,60Clivagem100% embrio com 2 clulas.0,70Clivagem100% embrio com 4 clulas.0,80Clivagem22% 4 clulas; 78% 8 clulas.0,90Clivagem66% 16 clulas; 26% mal formados; 8% 8 clulas.1,10Clivagem84% 32 clulas; 16% mal formados.1,70Clivagem26% em mrula inicial e 74% 74 clulas.1,90Clivagem100% mrula.2,90Gstrula100% com 25% de epibolia.3,90Gstrula90% com 50% de epibolia; 2% mal formados.4,90Gstrula98% com 50% de epibolia; 2% mal formados.5,90Gstrula52% com 75% de epibolia; 48% com 90% de epibolia.7,90Segmentao20% com vescula tica e 10 somitos; 30% em nurula; 46% com 12 somitos; 2% com 10 somitos.9,90Segmentao56% com 24 somitos e vescula tica; 20% com 19 somitos e vescula tica, 10% em nurula; 12% mal formados.11,10Larval72% com 30 somitos (Larva em Crescimento); 28% com 28 somitos e vescula tica.11,90Larval100% com mais de 30 somitos (Larva em Crescimento).12,90Larval100% Larva em Crescimento.24,00Ecloso100% Eclodidos.