Medicamentos Na Sonda

9
ARTIGO ORIGINAL einstein. 2009; 7(1 Pt 1):9-17 Assistência farmacêutica na administração de medicamentos via sonda: escolha da forma farmacêutica adequada Pharmaceutical assistance in the enteral administration of drugs: choosing the appropriate pharmaceutical formulation Gisele de Lima 1 , Neila Maria Marques Negrini 2 RESUMO Objetivo: Analisar os medicamentos sólidos orais padronizados no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), de acordo com a possibilidade de serem administrados via sonda enteral e com as recomendações para administração adequada. Métodos: Estudo realizado por meio do levantamento dos medicamentos sólidos orais padronizados no HIAE e posterior análise da revisão da literatura publicada, monografia das drogas, informação do fabricante, e dados farmacotécnicos da forma farmacêutica, princípios ativos e excipientes. Foram considerados os fatores impeditivos e de complicação relacionados à administração de medicamentos via sonda enteral e elaborou-se um quadro com informações sobre a possibilidade de administração por essa via e recomendações. Resultados: Foram analisados 234 medicamentos, sendo que os principais fatores de complicação encontrados com a administração via sonda enteral foram: alteração da farmacocinética da droga (38); danos ao trato gastrintestinal (9); obstrução da sonda (40); interação droga-nutriente (7); risco biológico (5); sem informação (33). Conclusões: A compilação dessas informações auxilia a equipe de saúde na escolha da forma farmacêutica adequada para administração via sonda enteral e pode contribuir para a identificação de eventos adversos relacionados à administração por esta via. Descritores: Preparações farmacêuticas/administração & dosagem; Vias de administração de medicamentos ABSTRACT Objective: To study solid medications for oral delivery on the formulary of Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), investigating the possibility of using these drugs through enteral feeding tubes, and recommending appropriate administration. Methods: Study carried out through survey of solid medications for oral delivery included on the formulary of HIAE, literature review, and analysis of medication monographs, manufacturer information and pharmacotechnical data of active ingredients and excipients. It was observed the factors that might hinder or complicate the administration of these drugs though enteral tubes, and was drawn an information chart with recommendations about drug administration in this context. Results: The study evaluated 234 medications; and the main problems of administering these drugs through enteral feeding tubes were as follows: changes in drug pharmacokinetics (38); gastrointestinal damage (9); risk of obstruction (40), drug-nutrient interactions (7); biological hazards (5) and no information (33). Conclusions: Compiling this information helps the healthcare team to choose the appropriate pharmaceutical formulation for medications administered through enteral tubes, and may help identify adverse events related to this technique. Keywords: Pharmaceutical preparations/administration & dosage; Drug administration routes INTRODUÇÃO Pacientes hospitalizados impossibilitados de receber medicamentos pela via oral têm como opção receber a terapia medicamentosa oral prescrita através da sonda enteral. Antes de implementar uma terapia farmacológica via sonda enteral, diversas considerações devem ser feitas, o que se torna um problema, frente à escassez de informações encontradas na literatura e também nas especificações do fabricante (1) . Uma vez que as drogas não são desenvolvidas com a finalidade de administra- ção via sonda enteral, muitas das recomendações segui- das são baseadas em empirismo (1) . A técnica para administração de medicamentos orais através da sonda enteral basicamente consiste Trabalho realizado no Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE, São Paulo (SP), Brasil. 1 Farmacêutica clínica da Unidade Semi-intensiva do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE, São Paulo (SP), Brasil. 2 Farmacêutica clínica do Centro de Terapia Intensiva Pediátrico do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE; Especialista em Farmácia Clínica pelo Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE, São Paulo (SP), Brasil. Autor correspondente: Neila Maria Marques Negrini – Avenida Albert Einstein, 624 – Farmácia Central – 2º andar – bloco D – Morumbi – CEP 05651-901 – São Paulo (SP), Brasil – Tel.: 11 3747-2248 – e-mail: [email protected] Data de submissão: 3/9/2008 – Data de aceite: 11/12/2008

Transcript of Medicamentos Na Sonda

Page 1: Medicamentos Na Sonda

artigo original

einstein. 2009; 7(1 Pt 1):9-17

Assistência farmacêutica na administração de medicamentos via sonda: escolha da forma farmacêutica adequada

Pharmaceutical assistance in the enteral administration of drugs: choosing the appropriate pharmaceutical formulation

Gisele de Lima1, Neila Maria Marques Negrini2

rESUMoobjetivo: Analisar os medicamentos sólidos orais padronizados no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), de acordo com a possibilidade de serem administrados via sonda enteral e com as recomendações para administração adequada. Métodos: Estudo realizado por meio do levantamento dos medicamentos sólidos orais padronizados no HIAE e posterior análise da revisão da literatura publicada, monografia das drogas, informação do fabricante, e dados farmacotécnicos da forma farmacêutica, princípios ativos e excipientes. Foram considerados os fatores impeditivos e de complicação relacionados à administração de medicamentos via sonda enteral e elaborou-se um quadro com informações sobre a possibilidade de administração por essa via e recomendações. resultados: Foram analisados 234 medicamentos, sendo que os principais fatores de complicação encontrados com a administração via sonda enteral foram: alteração da farmacocinética da droga (38); danos ao trato gastrintestinal (9); obstrução da sonda (40); interação droga-nutriente (7); risco biológico (5); sem informação (33). Conclusões: A compilação dessas informações auxilia a equipe de saúde na escolha da forma farmacêutica adequada para administração via sonda enteral e pode contribuir para a identificação de eventos adversos relacionados à administração por esta via.

Descritores: Preparações farmacêuticas/administração & dosagem; Vias de administração de medicamentos

aBStraCtobjective: To study solid medications for oral delivery on the formulary of Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), investigating the possibility of using these drugs through enteral feeding tubes, and recommending appropriate administration. Methods: Study carried out through survey of solid medications for oral delivery included on the formulary of HIAE, literature review, and analysis of medication monographs, manufacturer information and pharmacotechnical data

of active ingredients and excipients. It was observed the factors that might hinder or complicate the administration of these drugs though enteral tubes, and was drawn an information chart with recommendations about drug administration in this context. results: The study evaluated 234 medications; and the main problems of administering these drugs through enteral feeding tubes were as follows: changes in drug pharmacokinetics (38); gastrointestinal damage (9); risk of obstruction (40), drug-nutrient interactions (7); biological hazards (5) and no information (33). Conclusions: Compiling this information helps the healthcare team to choose the appropriate pharmaceutical formulation for medications administered through enteral tubes, and may help identify adverse events related to this technique.

Keywords: Pharmaceutical preparations/administration & dosage; Drug administration routes

introDUÇÃoPacientes hospitalizados impossibilitados de receber medicamentos pela via oral têm como opção receber a terapia medicamentosa oral prescrita através da sonda enteral.

Antes de implementar uma terapia farmacológica via sonda enteral, diversas considerações devem ser feitas, o que se torna um problema, frente à escassez de informações encontradas na literatura e também nas especificações do fabricante(1). Uma vez que as drogas não são desenvolvidas com a finalidade de administra-ção via sonda enteral, muitas das recomendações segui-das são baseadas em empirismo(1).

A técnica para administração de medicamentos orais através da sonda enteral basicamente consiste

Trabalho realizado no Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE, São Paulo (SP), Brasil.1 Farmacêutica clínica da Unidade Semi-intensiva do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE, São Paulo (SP), Brasil.2 Farmacêutica clínica do Centro de Terapia Intensiva Pediátrico do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE; Especialista em Farmácia Clínica pelo Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE, São

Paulo (SP), Brasil.

Autor correspondente: Neila Maria Marques Negrini – Avenida Albert Einstein, 624 – Farmácia Central – 2º andar – bloco D – Morumbi – CEP 05651-901 – São Paulo (SP), Brasil – Tel.: 11 3747-2248 – e-mail: [email protected]

Data de submissão: 3/9/2008 – Data de aceite: 11/12/2008

Page 2: Medicamentos Na Sonda

einstein. 2009; 7(1 Pt 1):9-17

10 Lima G, Negrini NMM

na trituração de comprimidos ou abertura de cápsulas e dissolução do conteúdo em água para posterior ad-ministração. Porém, muitos medicamentos não podem ser triturados ou ter o conteúdo extraído da cápsula por possuírem formulações farmacêuticas especiais e que quando passam pelo processo de trituração ou extração podem sofrer alteração em sua farmacocinética, sendo esta uma complicação para o procedimento. Além des-ta complicação, podem ocorrer outros problemas como interação droga-nutriente, obstrução de sonda, danos ao trato gastrintestinal (TGI) e risco biológico por po-tencial carcinogênico(2).

Desta forma, a administração de medicamentos por esta via sem uma análise do ponto de vista farmacológi-co e farmacotécnico pode gerar uma falha terapêutica e a perda da sonda enteral um risco biológico para os pro-fissionais de saúde e possíveis danos para o paciente.

oBJEtiVoAnalisar os medicamentos sólidos orais padronizados no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) de acordo com a possibilidade de serem administrados via sonda enteral e as recomendações para administração

MÉtoDoSEstudo realizado por meio da identificação e análise dos medicamentos sólidos orais padronizados no HIAE e elencados no Manual Farmacêutico 2008, 12ª edição da instituição, revisado e publicado anualmente.

Foi realizada revisão da literatura por meio de bus-ca eletrônica na base de dados do PubMed/Medline, Lilacs e Cochrane Lybrary, entre 1980 e 2007, além de publicações clássicas referentes ao tema, sendo sele-cionados as mais atuais e representativas, buscando-se consensos e diretrizes.

Quando a informação não estava disponível na revi-são acima mencionada, foram consultadas as monogra-fias das drogas e o fabricante do medicamento, através de contato por correio eletrônico.

Caso nenhum dos recursos acima mencionados fos-se suficiente, o medicamento era analisado (forma far-macêutica, princípio ativo e excipientes) considerando a solubilidade do produto em água e eficácia quando solubilizado, a fim de classificar a droga como adequada ou não para administração via sonda enteral.

Os fatores de complicação considerados foram: obstrução da sonda, interação droga-nutriente, risco biológico, possíveis danos ao TGI, alterações na farma-cocinética e falta de estudos ou informações que garan-tissem a administração segura por esta via.

Como obstrução da sonda se considerou a formação de precipitado ou gel após trituração do medicamento

que implicasse na impossibilidade de administração de medicamentos e/ou de dieta pela sonda enteral. A in-teração droga-nutriente foi considerada qualquer tipo de reação ocorrida entre o medicamento administrado e componentes da dieta que viesse a prejudicar a ação de qualquer um dos itens acima mencionados. Foram considerados como risco biológico, os possíveis danos aos profissionais de saúde que venham a inalar partícu-las dispersas no ar quando medicamentos que possuem ação teratogênica e carcinogênica são macerados.

Classificaram-se como prejuízos ao TGI, os riscos de irritação e danos induzidos pelos fármacos adminis-trados através da técnica de trituração e por esta via. Problemas relacionados à farmacocinética da droga fo-ram considerados como: absorção inadequada do fár-maco; risco de toxicidade; redução da eficácia do medi-camento por alteração da forma farmacêutica original do fármaco.

E, por último a administração inadequada quando não havia nenhum tipo de informação que tornasse se-gura a administração do fármaco por esta via. A tabula-ção dos dados foi realizada em planilha eletrônica e as informações obtidas apresentadas na forma de quadro explicativo (Quadro 1).

rESUltaDoSForam analisados 234 medicamentos sólidos orais que fazem parte da lista de medicamentos padronizados no HIAE. As formas farmacêuticas analisadas foram: drá-geas (13); cápsulas (34) e comprimidos (187).

Os dados obtidos referentes aos problemas relacio-nados à administração de medicamentos via sonda ente-ral foram divididos em: alteração da farmacocinética da droga (38); danos ao TGI (9); obstrução da sonda (40); interação droga-nutriente (7); risco biológico (5) e sem informação (33). Totalizando assim 132 possíveis proble-mas com a administração de medicamentos por essa via.

Foram encontrados e sugeridos como alternativa para a administração via sonda enteral, 57 análogos na forma líquida dos medicamentos orais sólidos padro-nizados. No Quadro 1 encontram-se os medicamentos analisados, as informações sobre a possibilidade de ad-ministração via sonda e as respectivas recomendações.

DiSCUSSÃoA forma farmacêutica mais utilizada neste estudo foram os comprimidos que comumente podem ser administra-dos via sonda. Nesse caso, a lavagem adequada antes e após a administração dos medicamentos garante o su-cesso do procedimento quanto à obstrução da sonda(1).

O fator de complicação detectado com maior frequ-ência para administração via sonda enteral é o risco de

Page 3: Medicamentos Na Sonda

einstein. 2009; 7(1 Pt 1):9-17

Assistência farmacêutica na administração de medicamentos via sonda: escolha da forma farmacêutica adequada 11

Quadro 1. Medicamentos orais para administração via sonda enteral

apresentação comercial Princípio ativo

Pode ser administrado via

sonda? recomendações

Sim não

Adalat® cáp. Nifedipina x Não é recomendado, pois a dose extraída pode ser incompleta e o conteúdo pode aderir-se à parede da sonda causando obstrução(3).

Adalat Oros® cp. Nifedipina x Não deve ser triturado, pois perde as características de liberação controlada levando ao risco de toxicidade, manutenção inadequada do nível sérico do fármaco, além do risco de obstrução da sonda(3).

Adalat Retard® cp. Nifedipina x Não deve ser triturado, pois perde as características de liberação controlada levando ao risco de toxicidade, manutenção inadequada do nível sérico do fármaco, além do risco de obstrução da sonda(3).

Allegra® cáp. Fexofenadina x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética.

Akineton® cp. Biperideno x

Aldactone® cp. Espironolactona x

Aldomet® cp. Metildopa x

Amaryl® cp. Glimepirida x Os comprimidos são sulcados e podem ser partidos ao meio, mas não devem ser macerados, conforme orientação do fabricante.

Aminofilina® cp. Aminofilina x

Amoxil® cáp. Amoxicilina x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética Alternativa: Amoxil® Suspensão.

Anafranil® dg. Clomipramina x Medicamento possui revestimento e excipientes que podem obstruir a sonda quando macerados(3).

Antak® cp. Ranitidina x Medicamento possui revestimento e excipientes que podem obstruir a sonda quando macerados. Alternativa: Label® Solução.

Apresolina® dg. Hidralazina x Monitorar a pressão arterial, pois a trituração pode acarretar degradação do princípio ativo e consequente redução da efetividade do fármaco(7).

Aropax® cp. Paroxetina x Medicamento não deve ser macerado e possui excipientes que podem obstruir a sonda quando macerados.

Asalit® cp. Mesalazina x Quando triturado o medicamento sofre alteração e consequente perda da eficácia.

Ascaridil® cp. Levamisol x

Aspirina Infantil® cp. Ácido acetilsalicílico x

Aspirina Prevent® cp. Ácido acetilsalicílico x A perda do revestimento entérico pela trituração pode propiciar a inativação do princípio ativo e favorecer a irritação da mucosa gástrica(3).

Atenol® cp. Atenolol x Princípio ativo parcialmente solúvel em água(7).

Atensina® cp. Clonidina x

Atlansil® cp. Amiodarona x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética. Alternativa: Ancoron® Gotas(7).

Lipitor® cp. Atorvastatina x

Azulfin® cp. Sulfasalazina x A perda do revestimento gastrorresistente pela trituração pode propiciar a inativação do princípio ativo e favorecer a irritação da mucosa gástrica(3).

Bactrim® cp./Bactrim F® cp.

Sulfametoxazol + trimetoprima

x O princípio ativo e os excipientes quando macerados podem causar obstrução da sonda(7).

Alternativa: Bactrim® e Bactrim F Suspensão®.

Beneroc® dg. Complexo B x Medicamento possui revestimento e excipientes que podem obstruir a sonda quando macerados(3).

Alternativa: Beneroc® Gotas.

Benerva® cp. Tiamina (vit. B1) x Monitorar possíveis reações adversas no TGI(8).

Benicar® cp. Olmerstana x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética.

Bufedil® cp. Buflomedil x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética.

Buscopan® dg. Escopolamina x Alternativa: Buscopan Gotas®.

Calcort® cp. Deflazacorte x

Capoten® cp. Captopril x

Carbolitium® cp. Carbonato de Lítio x

Cardizem® cp. Diltiazem x

Carduran XL® cp. Doxasozina x Não deve ser triturado, pois perde as características de liberação controlada levando ao risco de toxicidade e manutenção inadequada do nível sérico do fármaco(3).

Cebralat® cp. Cilostazol x

Cefamox® cáp. Cefadroxila x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética. Alternativa: Cefamox Suspensão®.

Cellcept® cp. Mofetila x Medicamento não deve ser macerado por possuir risco carcinogênico. Entrar em contato com a farmácia, pois a trituração deve ser realizada em fluxo laminar(9).

Alternativa: Cellcept Suspensão®.

Cewin® cp. Ácido ascórbico x Os comprimidos são de liberação prolongada e possuem hidroxipropilmetilcelulose (quando misturada em água confere viscosidade) e ácido ascórbico (pode sofrer degradação na presença de umidade) em sua composição, ocasionando risco de obstrução da sonda. Alternativa: Redoxon Gotas®.

Continua na próxima página

Page 4: Medicamentos Na Sonda

einstein. 2009; 7(1 Pt 1):9-17

12 Lima G, Negrini NMM

Continuação

apresentação comercial Princípio ativo

Pode ser administrado via

sonda? recomendações

Sim não

Cipramil® cp. Citalopram x

Cipro® cp. Ciprofloxacina x A administração de ciprofloxacina e dieta enteral pode acarretar a diminuição da absorção do fármaco. Recomenda-se pausar a dieta enteral 1 hora antes e 1 hora depois da administração(8).

Citoneurin® dg. Cianocobalamina + piridoxina + tiamina

x Medicamento possui revestimento e excipientes que podem obstruir a sonda quando macerados.

Claritin® cp. Loratadina x Alternativa: Claritin Xarope®.

Clavulin® cp. Ácido clavulânico + amoxicilina

x Alternativa: Clavulin Suspensão®.

Clorana® cp. Hidroclorotiazida x

Comtan® cp. Entacapone x

Coreg® cp. Carvedilol x

Corgard® cp. Nadolol x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética.

Coumadin® cp. Varfarina x A dieta enteral pode causar redução na concentração de varfarina, é necessário o acompanhamento do nível sérico(8).

Cozaar® cp. Losartan x

Creon® cáp. Pancreliepase x Medicamento possui grânulos que não devem ser macerados, devido à perda da eficácia(9).

Cronomet® cp. Carbidopa + levodopa x Não deve ser triturado, pois perde as características de liberação controlada levando ao risco de toxicidade, manutenção inadequada do nível sérico do fármaco, além do risco de obstrução da sonda.

Cymbalta® cáp. Duloxetina x Quando macerados os grânulos podem causar obstrução da sonda.

Dactil-ob® dg. Piperidolato + hisperidina + ácido ascórbico

x Medicamento possui revestimento e excipientes que podem obstruir a sonda quando macerados.

Dalacin® cp. Clindamicina x A cápsula pode ser aberta e o conteúdo diluído em água. Pode ocorrer irritação e danos ao TGI(9).

Dalmadorm® cp. Flurazepam x

Daonil® cp. Glibenclamida x

DDAVP® cp. Desmopressina x A desmopressina é uma cadeia de aminoácidos e, em meio ácido, ocorre a quebra de algumas ligações, portanto, se o comprimido for macerado, a área de contato e a quebra de ligações será maior.

Decadron® cp. Dexametasona x Alternativa: Decadron Elixir®.

Depakene® cáp. Ácido valpróico x Pode ocorrer irritação no TGI(8).

Depakote® cp. Divalproato de sódio x A perda do revestimento entérico pela trituração pode propiciar a inativação do princípio ativo e/ou favorecer a irritação da mucosa gástrica. Alternativa: Valpakine Solução® e Depakene xarope®.

Detrusitol® cp. Tolterodina x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética(9).

Diamicron MR® cp. Gliclazida x Não deve ser triturado, pois perde as características de liberação modificada levando ao risco de toxicidade e manutenção inadequada do nível sérico do fármaco(3).

Diamox® cp. Acetazolamida x

Digesan® cap. Bromoprida x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética Alternativa: Digesan Gotas®.

Digoxina® cp. Digoxina x Alternativa: Digoxina® Elixir.

Dilacoron® cp. Verapamil x

Dimorf® cp. Morfina x

Diovan® cp. Valsartan x

Donaren® cp. Trazodona x

Dormonid® cp. Midazolam x Alternativa: Dormire Solução®.

Dostinex® cp. Cabergolina x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética

Dramin B6® cp. Dimenidrinato + piridoxina

x Alternativa: Dramin Gotas®.

Dulcolax® dg. Bisacodil x A perda do revestimento entérico pela trituração pode propiciar a inativação do princípio ativo(9).

Alternativa: Dulcolax Gotas®.

Duspatalin® cáp. Mebevirina x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética.

Ebix® cp. Memantina x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética.

Efexor XR® cáp. Venlafaxina x Não deve ser triturado, pois perde as características de liberação controlada levando ao risco de toxicidade, manutenção inadequada do nível sérico do fármaco, além do risco de obstrução da sonda(3).

Emend® cáp. Aprepitante x Pode ocorrer obstrução da sonda, devido aos excipientes. Não é recomendada a abertura da cápsula. Continua na próxima página

Page 5: Medicamentos Na Sonda

einstein. 2009; 7(1 Pt 1):9-17

Assistência farmacêutica na administração de medicamentos via sonda: escolha da forma farmacêutica adequada 13

Continuação

apresentação comercial Princípio ativo

Pode ser administrado via

sonda? recomendações

Sim nãoEndofolin® cp. Ácido fólico x Alternativa: Endofolin Gotas® ou Endofolin Solução®.Entocort® cáp. Budesonida x A perda do revestimento entérico pela trituração propicia a inativação do princípio ativo e não permite a

absorção do medicamento (liberação controlada ileal), além do risco de obstrução da sonda(3).Ephynal® cáp. Tocoferol x Não se recomenda, pois a dose extraída pode ser incompleta e o conteúdo pode aderir à parede da

sonda causando obstrução. Epivir® cp. Lamivudina x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética. Alternativa: Epivir® Solução(9).Eranz® cp. Donepezil xExelon® cáp. Rivastigmina x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética. Alternativa: Exelon Solução®. Ezetrol® cp. Ezetimibe xFenergan® cp. Prometazina xFlagyl® cp. Metronidazol x Alternativa: Flagyl Solução®.Floratil® cap. Saccharomyces boulardii x A cápsula pode ser aberta e o conteúdo dissolvido em água. Florinefe® cp. Fludrocortisona xFlunarin® cap. Flunarizina x Medicamento possui excipientes que podem obstruir a sonda quando macerados e solubilizados.Fosamax® cp. Alendronato dissódico x Não deve ser triturado, pois perde as características de liberação controlada levando ao risco de

toxicidade, manutenção inadequada do nível sérico do fármaco, além do risco de obstrução da sonda(3).Frisium® cp. Clobazam xFrontal® cp. Alprazolam xGardenal® cp. Fenobarbital x Alternativa: Gardenal Gotas®.Glucoformin® cp. Metformina x Existe risco de obstrução em sondas de calibre fino(9).Haldol® cp. Haloperidol x Alternativa: Haldol Gotas®.Hidantal® cp. Fenitoína x Monitorar o nível sérico, pois a administração de fenitoína e dieta enteral pode acarretar a

diminuição da absorção do fármaco. Recomenda-se pausar a dieta enteral 1 hora antes e 2 horas depois da administração(9).

Alternativa: Epelin® Solução.Hixizine® cp. Hidroxizina x Alternativa: Hixizine® Xarope.Higroton® cp. Clortalidona xIberin fólico® cp. Ácido fólico + sulfato

ferroso + ácido ascórbico

x Medicamento possui revestimento e excipientes que podem obstruir a sonda quando macerados.

Imigran® cp. Sumatriptana x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética. Imosec® cp. Loperamida xImovane® cp. Zopiclona x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética.Imuran® cp. Azatioprina x Medicamento não deve ser macerado por possuir risco carcinogênico. Entrar em contato com a

farmácia, pois a trituração deve ser realizada em fluxo laminar(9).Inderal® cp. Propranolol xIndocid® cáp. Indometacina x Princípio ativo insolúvel em água pode causar obstrução da sonda(7).Ipsilon® cp. Ácido aminocapróico xIsocord® cp. Isossorbida (dinitrato) xIsordil SL® cp. Isossorbida (dinitrato) x Não deve ser triturado, pois perde as características de liberação levando ao risco de manutenção

inadequada do nível sérico do fármaco(3).Keflex® dg. Cefalexina x Medicamento possui revestimento e excipientes que podem obstruir a sonda quando macerados(3).

Alternativa: Keflex Suspensão®.Klaricid® cp. Claritromicina x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética.

Alternativa: Klaricid Suspensão®.Lamictal® cp. Lamotrigina xLasix® cp. Furosemida x Alternativa: Solução Extemporânea Furosemida 1 mg/mL.Levaquin® cp. Levofloxacina x A administração de levofloxacina e dieta enteral pode acarretar a diminuição da absorção do

fármaco. Recomenda-se pausar a dieta enteral 1 hora antes e 1 hora depois da administração(8).Lexapro® cp. Escitalopram x Alternativa: Lexapro® Gotas.Lexotan® cp. Bromazepam x Alternativa: Lexotan® Gotas.Lioresal® cp. Baclofeno xLisador® cp. Adifenina + prometazina

+ dipironax Alternativa: Lisador Gotas®.

Lopid® cp. Genfibrozila x Medicamento possui revestimento e excipientes que podem obstruir a sonda quando macerados.Continua na próxima página

Page 6: Medicamentos Na Sonda

einstein. 2009; 7(1 Pt 1):9-17

14 Lima G, Negrini NMM

Continuação

apresentação comercial Princípio ativo

Pode ser administrado via

sonda? recomendações

Sim nãoLorax® cp. Lorazepam xLosec Mups® cp. Omeprazol x Não macerar. O comprimido deve ser disperso em água e a solução obtida deve ser administrada

em até 30 minutos. Ludiomil® cp. Maprotilina xLuftal® cp. Dimeticona x Alternativa: Luftal Gotas®.Macrodantina® cáp. Nitrofurantoína x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética. Alternativa: Hantina Suspensão®(9).Maxalt RPD® cp. Rizatriptano x Não deve ser triturado, pois perde as características de liberação levando ao risco de manutenção

inadequada do nível sérico do fármaco(3).Megestat® cp. Megestrol x Alternativa: Megestat® Suspensão.Mestinon® cp. Piridostigmina xMetadon® cp. Metadona xMeticorten® cp. Prednisona xMiosan® cp. Ciclobenzaprina xModuretic® cp. Amilorida +

hidroclorotiazidax

Monocordil® cp. Isossorbida (mononitrato) xMotilium® cp. Domperidona x Alternativa: Motilium Solução®.Myfortic® cp. Micofenolato x Medicamento possui revestimento que torna a trituração difícil e, assim provoca a obstrução da

sonda quando macerados. Também possui risco carcinogênico, quando macerado(3).Mytedon® cp. Metadona x Recomenda-se administrar imediatamente após trituração. Em sondas muito finas pode causar

obstrução(9).Naprosyn® cp. Naproxeno x

Neosaldina® dg. Isometepteno + cafeína + dipirona

x Medicamento possui revestimento e excipientes que podem obstruir a sonda quando macerados(3).

Alternativa: Neosaldina Gotas®.

Neurontin® cáp. Gabapentina x As cápsulas podem ser abertas e o conteúdo dissolvido em água imediatamente antes da administração(9).

Neutrofer® cp. Ferro quelato glicinato x A dissolução do comprimido em água pode levar alguns minutos(7).Nexium® cp. Esomeprazol x Não macerar. O comprimido deve ser disperso em água e a solução obtida deve ser administrada

via sonda.Niar® cp. Selegilina xNizoral® cp. Cetoconazol xNimotop® cp. Nimodipino x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética(9).Noripurum® cp. Hidróxido de ferro III x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética. Alternativa: Noripurum® Gotas e

Noripurum® Xarope(9).Norvasc® cp. Amlodipina xNovalgina® cp. Dipirona x Alternativa: Novalgina® Gotas.Os-cal D® cp. Carbonato de cálcio x Alto risco de obstrução da sonda(7).Oxycontin® cp. Oxicodona x Não deve ser triturado, pois perde as características de liberação controlada levando ao risco de

toxicidade e manutenção inadequada do nível sérico do fármaco(3).Pamelor® cáp. Nortriptilina x As cápsulas podem ser abertas e o conteúdo dissolvido em água imediatamente antes da

administração.Pantozol® cp. Pantoprazol x A perda do revestimento entérico pela trituração pode propiciar a inativação do princípio ativo e/ou

favorecer a irritação da mucosa gástrica. Parlodel® cp. Bromocriptina xPentox® cp. Pentoxifilina x O comprimido possui núcleo que impede a liberação imediata do medicamento, causando

alteração na eficácia. Persantin® cp. Dipiridamol xPlasil® cp. Metoclopramida x Alternativa: Plasil Gotas®.Plavix® cp. Clopidogrel xPolaramine® cp. Maleato de

dexclorfeniraminax Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética. Alternativa: Polaramine Solução®.

Prevax® cp. Folinato cálcico xPrinivil® cp. Lisinopril xProfenid® cáp. Cetoprofeno x A cápsula pode ser aberta e o conteúdo dissolvido em água, imediatamente antes da administração.

Alternativa: Profenid® Gotas.Continua na próxima página

Page 7: Medicamentos Na Sonda

einstein. 2009; 7(1 Pt 1):9-17

Assistência farmacêutica na administração de medicamentos via sonda: escolha da forma farmacêutica adequada 15

Continuação

apresentação comercial Princípio ativo

Pode ser administrado via

sonda? recomendações

Sim nãoPrograf® cáp. Tacrolimus xProlopa® cp. Benserazida + levodopa x A administração de Prolopa e dieta enteral pode acarretar a diminuição da absorção do fármaco.

Recomenda-se pausar a dieta enteral 1 hora antes e 1 hora depois da administração.Proscar® cp. Finasterida x Na presença de gestantes, não é recomendada a trituração de comprimidos de finasterida pelo

risco de exposição à substância.

Prozac® cáp. Fluoxetina x A cápsula pode ser aberta e o conteúdo dissolvido em água, imediatamente antes da administração.

Alternativa: Daforin® Gotas.Pyridium® dg. Fenazopiridina x Recomenda-se diluir em volume igual ou maior que 20 mL(9).Quemicetina® dg. Cloranfenicol x Medicamento possui revestimento e excipientes que podem obstruir a sonda quando macerados(3).

Alternativa: Quemicetina® Xarope.Quinicardine® cp. Quinicardina x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética. Remeron Soltab® cp. x Não deve ser triturado, pois perde as características de liberação levando ao risco de manutenção

inadequada do nível sérico do fármaco(3).Reminyl ER® cp. Galantamina x Não deve ser triturado, pois perde as características de liberação controlada levando ao risco de

toxicidade, manutenção inadequada do nível sérico do fármaco, além do risco de obstrução da sonda(3).Renitec® cp. Enalapril xRetemic® cp. Oxibutinina x Alternativa: Retemic Xarope®.Revatio® cp. Sildenafil xRevectina® cp. Ivermectina x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética.Rifaldin® cáp. Rifampicina x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética. Alternativa: Rifaldin® Suspensão.Risperdal® cp. Risperidona x Alternativa: Risperdal Solução®.Ritalina® cp. Metilfenidato x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética.Ritmonorm® cp. Propafenona xRivotril® cp. Clonazepam x Alternativa: Rivotril Gotas®.Rocaltrol® cáp. Calcitriol x Não é recomendado, pois a dose extraída pode ser incompleta e o conteúdo pode aderir à parede

da sonda, causando obstrução. Rohypnol® cp. Flunitrazepam xSabril® cp. Vigabatrina xSandimmun Neoral® cáp. Ciclosporina x Possui risco carcinogênico, quando macerado(9).

Alternativa: Sandimmun Solução®.Secotex® cáp. Tamsulosina x A trituração e solubilização do princípio ativo não são recomendadas(9)

. Alternativa: solução extemporânea.

Seis-B® cp. Piridoxina x Existem riscos de efeitos adversos no TGI(8).Seloken® cp. Metoprolol xSeroquel® cp. Quetiapina xSifrol® cp. Pramipexol xSinemet® cp. Carbidopa + levodopa x A administração de Sinemet® e dieta enteral pode acarretar a diminuição da absorção do fármaco.

Recomenda-se pausar a dieta enteral 1 hora antes e 1 hora depois da administração(8).Singulair® cp. Montelukast x .Sirdalud® cp. Tizanidina xSlow-K® dg. Cloreto de potássio x Não deve ser macerado, pois perde a característica de liberação gradativa além de possuir

revestimento que quando macerado causa a obstrução da sonda(3).

Alternativa: Cloreto de potássio 6%® Xarope.Sotacor® cp Sotalol xSporanox® cáp. Itraconazol x Alto risco de obstrução(7). Alternativa: solução extemporânea.Stilnox® cp. Zolpidem xSynthroid® cp. Levotiroxina sódica x Monitorar o nível sérico, pois a administração de Synthroid e dieta enteral pode acarretar a

diminuição da absorção do fármaco. Recomenda-se pausar a dieta enteral 1 hora antes e 1 hora depois da administração(8).

Supradyn® dg. Polivitamínico x Medicamento possui revestimento e excipientes que podem obstruir a sonda quando macerados(3).Survector® cp. Amineptina x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética.Sustrate SL® cp. Propatilnitrato x Não deve ser triturado, pois perde as características de liberação levando ao risco de manutenção

inadequada do nível sérico do fármaco(3).Continua na próxima página

Page 8: Medicamentos Na Sonda

einstein. 2009; 7(1 Pt 1):9-17

16 Lima G, Negrini NMM

Continuação

apresentação comercial Princípio ativo

Pode ser administrado via

sonda? recomendações

Sim nãoTalofilina® cp. Teofilina x Não deve ser triturado, pois perde as características de liberação controlada levando ao risco de

toxicidade, manutenção inadequada do nível sérico, além do risco de obstrução da sonda(3).Tamiflu® cáp. Oseltamivir xTapazol® cp. Metimazol x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética.Tegretol® cp. Carbamazepina x Alternativa: Tegretol Xarope®. Estudos mostram que há adsorção da carbamazepina quando

administrado via sonda na forma xarope. Para evitar perda da eficácia propõe-se a diluição em volume igual de água antes da administração(9).

Thiaben® cp. Tiabendazol x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética.Ticlid® cp. Ticlopidina xTilatil® cp. Tenoxicam x O princípio ativo pode obstruir a sonda quando solubilizado em água(7).Tiorfan® cáp. Racecadotril x As cápsulas podem ser abertas e o conteúdo dissolvido em água imediatamente antes da administração.Tofranil® dg. Imipramina xTopamax® cp. Topiramato xToragesic SL® cp. Cetorolaco x Não deve ser triturado, pois perde as características de liberação levando ao risco de manutenção

inadequada do nível sérico do fármaco(3).Tramal® cáp. Tramadol x Alternativa: Tramal Gotas®.Transamin® cp. Ácido Tranexâmico xTriatec® cp. Ramipril x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética.Trileptal® cp. Oxacarbazepina x Alternativa: Trileptal Solução®.Tryptanol® cp. Amitriptilina xTylenol® cp. Paracetamol x Alternativa: Tylenol Gotas®.Tylex® cp. Codeína + paracetamol xUrsacol® cp. Ácido ursodesoxicólico xValium® cp. Diazepam xValtrex® cp. Valaciclovir xVasoton® cp. Verapamil xVastarel® cp. Trimetazidina x Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética.Vfend® cp. Voriconazol xVirazole® cáp. Ribavirina xVoltaren® cp. Diclofenaco sódico x A perda do revestimento entérico pela trituração pode propiciar a inativação do princípio ativo e/ou

favorecer a irritação da mucosa gástrica(3).Zentel® cp. Albendazol xZestril® cp. Lisinopril xZinnat® cp. Cefuroxima x Não deve ser macerado, conforme orientações do fabricante.

Alternativa: Zinnat® Suspensão.Zitromax® cáp. Azitromicina x Alternativa: Zitromax® Suspensão®.Zocor® cp. Sinvastatina x A dissolução do comprimido em água pode levar alguns minutos(9).Zofran® cp. Ondansentrona xZoloft® cp. Sertralina x Há risco de obstrução da sonda(7). Zoltec® cáp. Fluconazol x Abrir a cápsula e aguardar a dissolução dos grânulos, não macerar. Administrar após completa

solubilização(9).Zovirax® cp. Aciclovir xZyban® cp. Bupropiona x Não deve ser triturado, pois perde as características de liberação controlada levando ao risco de

toxicidade e manutenção inadequada do nível sérico do fármaco, além do risco de obstrução da sonda(3).Zyloric® cp. Alopurinol xZyprexa® cp. Olanzapina xZyvox® cp. Linezolida x Medicamento possui revestimento e excipientes que podem obstruir a sonda quando macerados.

cáp.: cápsulas; cp.: comprimidos; dg.: drágeas

obstrução que pode interromper a terapia medicamen-tosa prescrita por essa via(3-4). Além disso, a repassagem de uma nova sonda implica em desconforto ao paciente, riscos como o posicionamento acidental no trato respi-ratório e custos adicionais envolvendo materiais e exa-mes radiológicos para confirmação do posicionamento da nova sonda(5-7).

A fim de evitar a obstrução da sonda por conse-qüência de administração inadequada de medicamen-tos devem-se observar alguns fatores:• certas medicações, devido à sua viscosidade e pH

não podem ser administradas simultaneamente com fórmulas enterais devido à formação de precipita-dos que podem obstruir a sonda(5);

Page 9: Medicamentos Na Sonda

einstein. 2009; 7(1 Pt 1):9-17

Assistência farmacêutica na administração de medicamentos via sonda: escolha da forma farmacêutica adequada 17

• comprimidosdeliberaçãoprolongadaedeliberaçãoentérica, quando macerados e solubilizados podem formar massa ou gel que obstrui a sonda(8).

Outro problema muito freqüente é a alteração na farmacocinética da droga. Considera-se como absorção a transferência do fármaco do seu local de administra-ção para o local de ação. Um fármaco administrado por via oral precisa ser absorvido primeiramente pelo estô-mago e intestino, mas esse processo pode ser limitado pelas características da preparação do fármaco e por suas propriedades físico-químicas. A biodisponibilidade depende da estrutura anatômica a partir da qual houve a absorção; outros fatores anatômicos, fisiológicos e patológicos podem influenciar a biodisponibilidade e a escolha da via de administração de um fármaco deve basear-se no conhecimento dessas condições(9-10).

Por isso, a importância de se investigar em qual por-ção do TGI (estômago ou intestino) a droga tem sua maior taxa de absorção, verificando assim se a posição da sonda contribui ou prejudica sua absorção(8).

Os medicamentos que requerem jejum para a admi-nistração exigem um planejamento adequado quanto ao aprazamento dos fármacos e da dieta. A trituração de comprimidos de liberação modificada destrói esta pro-priedade resultando em níveis sanguíneos erráticos(8), gerando riscos de absorção aumentada ou diminuída dos fármacos.

Outro fator de complicação é o risco à saúde do profissional que manipula e administra a medicação via sonda pela inalação de partículas liberadas na tritura-ção dos medicamentos com propriedades teratogêni-cas, carcinogênicas ou citotóxicas, como antineoplási-cos, hormônios e análogos da prostaglandina(8).

Tendo em vista as complicações descritas acima, a ad-ministração de medicamentos via sonda enteral deve ser cuidadosamente avaliada. O Quadro 1 traz informações que contribuem significativamente para essa avaliação.

ConClUSÕESA compilação dessas informações auxilia a equipe de saúde na escolha da forma farmacêutica adequada para

administração via sonda enteral e pode contribuir para a identificação de eventos adversos relacionados à ad-ministração por esta via.

A implementação dos cuidados no processo de ad-ministração de medicamentos sólidos orais através da sonda enteral, baseada nas informações contidas no Quadro 1, possibilita a segurança na administração de medicamentos por essa via visando o êxito da terapia medicamentosa prescrita.

agraDECiMEntoSAos farmacêuticos Fábio Teixeira Ferracini, Wladimir Mendes Borges Filho, Maria Hilecy Ap. de O. Berbare e à enfermeira Simone Brandi pela contribuição neste estudo.

rEFErÊnCiaS1. Thomson FC, Naysmith MR, Lindsay A. Managing drug therapy in patients

receiving enteral and parenteral nutrition. Hospital Pharmacist. 2000;7(6): 155-64.

2. Holtz L, Milton J, Sturek JK. Compatibility of medications with enteral feedings. JPEN J Parenter Enteral Nutr. 1987;11(2):183-6.

3. Beckwith MC, Feddema SS, Barton R, Graves C. A guide to drug therapy in patients with enteral feeding tubes: dosage form selection and administration methods. Hosp Pharm. 2004;39(3):225-37.

4. Bourgault AM, Heyland DK, Drover JW, Keefe L, Newman P, Day AG. Prophylactic pancreatic enzymes to reduce feeding tube occlusions. Nutr Clin Pract. 2003;18(5):398-401.

5. Parfitt K. Martindale: the complete drug reference. 32 th. London: Pharmaceutical Press; 1999.

6. UNC Hospitals. Oral dosage forms that should not be crushed. [serial on the Internet]. 2008. Available from: http://www.unchealthcare.org

7. Engle KK, Hannawa TE. Techniques for administering oral medications to critical care patients receiving continuous enteral nutrition. Am J Health Syst Pharm. 1999;56(14):1441-4.

8. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, CO: Thomson Micromedex; 2008 [updated periodically]. Cited 2008 Apr 20. Available from http://www.thomsonhc.com/

9. Gora ML, Tschampel MM, Visconti JA. Considerations of drug therapy in patients receiving enteral nutrition. Nutr Clin Pract. 1989;4(3):105-10.

10. Buxton ILO. Farmacocinética e Farmacodinâmica: a dinâmica da absorção, distribuição, ação e eliminação dos fármacos. In: Goodman & Gilman. As Bases farmacológicas da terapêutica. 11a. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill Interamericana do Brasil; 2006. p. 1-36.