Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

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PAULO ROBERTO CARLOS DE CARVALHO MEDICINA ORTOMOLECULAR Um guia completo sobre os nutrientes e suas propriedades terapêuticas 1

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Um guia completo sobreos nutrientes e suaspropriedades terapêuticas

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PAULO ROBERTO CARLOS DE CARVALHO

MEDICINAORTOMOLECULAR

Um guia completo sobreos nutrientes e suas

propriedades terapêuticas

NOVAERA

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MEDICINAORTOMOLECULAR

Elo Místikolivros e produtos esotéricosAv. Dr. Moraes Sales, 1151Loema Shopping - Loja 09

Campinas-SP CEP: 13010-001 ©193231-1816

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PAULO ROBERTO CARLOS DE CARVALHO

MEDICINAORTOMOLECULAR

Um guia completo sobre os nutrientese suas propriedades terapêuticas

NOVA ERA

Rio de Janeiro000

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CIP-Brasil. Catalogação-na-fonteSindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.

Carvalho, Paulo Roberto Carlos deC327m Medicina ortomolecular: um guia completo

sobre os nutrientes e suas propriedades terapêuticas/ Paulo Roberto Carlos de Carvalho. - Rio de Janeiro:Record: Nova Era, 2000.

ISBN 85-01-05752-51. Medicina ortomolecular. 2. Nutrição. 3. Radicais livres (Química). 4. Anlioxidantes. 5. Vitaminas - Uso terapêutico. I. Título.

00-0445 CDD – 615.854CDU – 615.854

Copyright © 1999 by Paulo Roberto Carlos de Carvalho

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução no todo ou em parte sem autorização prévia por escrito da editora, sejam quais forem os meios empregados.

Direitos exclusivos desta edição reservados pela

DISTRIBUIDORA RECORD DE SERVIÇOS DE IMPRENSA S.A. Rua Argentina 171 -Rio de Janeiro, RJ - 20921-380 - Tel.: 585-2000

Impresso no Brasil

ISBN 85-01-05752-5

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Dedico o presente trabalho e todos os outros exercidos diariamente durante toda a minha existência

aos meus pais Thyrso Abílio Carlos de CarvalhoMaria Regina Maia Carlos de Carvalho

aos meus filhos Camila Mendes Carlos de CarvalhoFlávia Mendes Carlos de CarvalhoBruno Mendes Carlos de Carvalho

à minha irmã Ângela Maria de Carvalho Figueiredo

aos meus mestres Friedrich Johan Spaeth Helion Póvoa FilhoHelion Póvoa Filho

à minha incentivadora Laura Maria PellegrinoDe Carvalho Antonini

à minha inspiração meus pacientes

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Sumário

PREFÁCIO 11

1. INTRODUÇÃO 13

MEDICINA ORTOMOLECULAR 14PATOLOGIA DOS RADICAIS LIVRES 15RADICAIS LIVRES E ESTRESSE 21

2. VITAMINAS 29

VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS 32VITAMINA A 32VITAMINA D 40VITAMINA E 45VITAMINA K 51

VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS 55COMPLEXO B 55TIAMINA - VITAMINA B1 56RIBOFLAVINA - VITAMINA B2 60NIACINAMIDA - VITAMINA B5 63ÁCIDO PANTOTÊNICO - VITAMINA B5 68 PIRIDOXINA - VITAMINA B6 71COBALAMINA-VITAMINA B12 77ÁCIDO FÓLICO 82BIOTINA - VITAMINA H 86INOSITOL 88

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COLINA 91PABA (ácido para-aminobenzóico) 94ÁCIDO ORÓTICO-VITAMINA B13 96ÁCIDO PANGÂMICO - VITAMINA B15 97LAETRILE - VITAMINA B17 99ÁCIDO ALFA-LIPÓICO 99VITAMINA C 102BIOFLAVONÓIDES (vitamina P) 107

3. AMINOÁCIDOS 110

AMINOÁCIDOS DO CICLO DA URÉIAARGININA 120ORNITINA 122CITRULINA 123PROLINA- HIDROXI-PROLINA 124ÁCIDO GLUTÁMICO e GABA 125GLUTAMINA 127

AMINOÁCIDOS SULFURADOSCISTEÍNA 130METIONINA 133GLUTATION 134TAURINA 136

AMINOÁCIDOS AROMÁTICOSTRIPTOFANO 140FENILALANINA 143TIROSINA 145HISTIDINA 147

OUTROS AMINOÁCIDOSLISINA e HIDROXI-LISINA 149CARNITINA 151 ACETILCARNITINA 154ÁCIDO ASPÁRTICO 156ALANINA 157AMINOÁCIDOS DE CADEIA RAMIFICADA 158VALINA 159ISOLEUCINA 160LEUCINA 160

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AMINOÁCIDOS DERIVADOS DA TREONINATREONINA 161GLICINA 162SERINA 164

OS AMINOÁCIDOS NA CLÍNICA 165

4. MINERAIS 167

COMPOSIÇÃO ELEMENTAR DO CORPO HUMANO (70 kg) 169CÁLCIO 176MAGNÉSIO 183FÓSFORO 188POTÁSSIO 190FERRO 194ZINCO 201COBRE 206SELÊNIO 211MANGANÊS 216MOLIBDÊNIO 220CROMO 222VANÁDIO 226LÍTIO 229COBALTO 232BORO 235ESTRÔNCIO 238FLÚOR 238GERMÂNIO 240 IODO 240NÍQUEL 242RUBÍDIO 243

5. LIPÍDIOS 244

DEFINIÇÃO 244FUNÇÕES 244CLASSIFICAÇÃO 247ÁCIDOS GRAXOS 247FOSFOLIPÍDIOS 254

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6. OUTROS AGENTES TERAPÊUTICOS 261

MELATONINA 261DHEA 263COENZIMA Q-10 265ENZIMAS DIGESTIVAS 266GINKGO BILOBA 271SILIMARINA 272PYCNOGENOL® 273EXTRATO DE SEMENTES DE UVAS 274OCTACOSANOL 274DIMETILSULFÓXIDO 275NADH 277CONDROITINA SULFATO 278SUPERÓXIDO DISMUTASE (SOD) 278CREATINA 279LACTOBACILLUS 281FIBRAS ALIMENTARES 282INOSINA 285CHITOSAN 286

7. INTOXICAÇÃO POR METAIS PESADOS 287

OS POLUENTES 287OS METAIS PESADOS 289OS AGENTES QUELANTES 290ALUMÍNIO 292ARSÊNICO 295BÁRIO 298BERÍLIO 299CÁDMIO 299CHUMBO 302MERCÚRIO 307USOS INDUSTRIAIS DOS METAIS 311CARACTERÍSTICAS DA INTOXICAÇÃO 313TRATAMENTO HOMEOPÁTICO 313

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8. MINERALOGRAMA 315

COLETA DO MATERIAL 315PARÂMETROS NORMAIS 316INTERPRETAÇÃO 318COMPETIÇÃO ENTRE OS MINERAIS 331

9. GUIA TERAPÊUTICO 336

10. DOSES DIÁRIAS DAS PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS 358 DOSES TERAPÊUTICAS 358 RDA 363 DDR 363 IDR 365 NÍVEIS MÁXIMOS DE SEGURANÇA DE VITAMINAS E / OU MINERAIS 366

11. APÊNDICES 367

EFEITO DE ALGUMAS DROGAS SOBRE A ABSORÇÃO E O METABOLISMO DOS NUTRIENTES 367VALORES DE REFERÊNCIA DOS PRINCIPAIS EXAMES LABORATORIAIS UTILIZADOS NA MEDICINA ORTOMOLECULAR 370

BIBLIOGRAFIA 379

ÍNDICE REMISSIVO 381

O AUTOR 414

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PREFÁCIO

Quando Linus Pauling, há cerca de três décadas, usou o termo Medicina Ortomolecular, houve um certo estupor na comunidade científica mundial! Isto porque afirmou que se tratava da maior conquista da medicina dos últimos anos, o que, afirmado por alguém duas vezes laureado com o Prêmio Nobel (Química e Paz), decididamente teria de ser levado a sério!O tempo encarregou-se de confirmar tal assertiva. O conceito de radicais livres se impôs de tal maneira nos meios científicos mundiais que, atualmente, há pelo menos cinco revistas estrangeiras e cerca de cinqüenta ou sessenta conclaves internacionais anuais sobre este tema.Infelizmente, por total desinformação, alguns colegas brasileiros ainda insistem em não aceitar algo que no mundo inteiro já é adotado e reconhecido.Escrever um prefácio para um livro sobre o assunto é dessas honras a que ninguém se pode furtar.Primeiramente por se tratar de meu prezado amigo Paulo Roberto Carlos de Carvalho, já que sempre afirmo que a “amizade com os maus é como a sombra da manhã, decrescendo a cada hora. J á com os bons é como as sombras da tarde, aumentando à medida que o sol da idade se põe”. Além disto, este magnífico livro é o reconhecimento da sabedoria de um colega que luta para se firmar junto à nossa classe médica, e que tem demonstrado invulgar sapiência nesta especialidade.De fato, a sabedoria não deve ser algo para o repouso de um espírito inquieto e pesquisador ou o terraço para uma mente deambulante e vaidosa,

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mas algo para a glória do Criador e, principalmente, para o alívio do sofrimento e melhor elucidação dos mistérios do corpo humano!Este seu magnífico livro preenche in totum esses requisitos, e passa a ser uma fonte de consulta obrigatória para os iniciados na Medicina Ortomolecular.Parabéns, Dr. Paulo Roberto, pela magnífica obra.

Helion Póvoa FilhoAbril de 1999

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1. INTRODUÇÃO

Muito vem se falando sobre MEDICINA ORTOMOLECULAR e RADICAIS LIVRES; no entanto, verifica-se que a grande maioria dos brasileiros ou recebe informações fragmentadas sobre o assunto, ou nenhuma informação que lhes possibilite utilizá-la com real eficiência. Como resultado, médicos e pacientes vêem-se privados de lançar mão de uma poderosa arma terapêutica, plenamente acessível nos países do primeiro mundo.

Mesmo sem ter uma formação especializada, o médico generalista rode e deve beneficiar seus pacientes com a terapia antioxidante e, de maneira mais ampla, com os ensinamentos da Medicina Ortomolecular. Os princípios que regem essa nova ciência encontram-se tão difundidos nos grandes centros científicos dos EUA e da Europa, que sua utilização se tornou comum como adjuvante da maioria dos tratamentos clínicos praticados naqueles países.

O objetivo deste manual é fornecer aos médicos, principalmente os nãos especializados em Medicina Ortomolecular, informações capazes de orientá-los na prescrição de medicamentos ultramodernos, naturais e com propriedades até pouco tempo desconhecidas da ciência. Além disso, os pacientes bem informados, com ações mínimas sobre nutrição, poderão nortear-se com maior segurança.

Com a finalidade de cumprir tal escopo, fazemos uma exposição em linguagem direta, fácil e objetiva, que procura esclarecer, com o máximo de simplicidade, as regras básicas da Medicina Ortomolecular (MO).

Evitar-se-ão os intrincados textos de bioquímica, que tanto confundem o não especialista, dando-se ênfase à abordagem clínica e terapêutica da matéria, esperando, no entanto, criar uma sólida base para a prática da MO com total segurança e eficiência.

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MEDICINA ORTOMOLECULAR

A MEDICINA ORTOMOLECULAR (MO) preocupa-se, teoricamente, em corrigir qualquer desequilíbrio na constituição molecular do indivíduo. Como a maioria das patologias viria acompanhada por alterações da composição bioquímica do organismo, uma correção, principalmente nutricional, provocaria um restabelecimento da homeostase interna.

Na prática, a MO presta-se tanto para curar como para evitar doenças. Indiscutivelmente, trata-se de uma das maiores armas da medicina preventiva, ocupando-se das questões relacionadas com a alimentação, a atividade física, a imunologia, a interação do ser humano com o meio ambiente, a poluição, a psicopatologia, o estresse, etc.

A MO atinge a economia do paciente por meio de quatro vias complementares:

1. repondo uma substância que se encontre em déficit no organismo, e.g.: na pelagra prescreve-se a vitamina B3;

2. Promovendo a eliminação ou inibindo a absorção de uma substância tóxica, e.g.: na intoxicação grave por metais pesados, usa-se quelação pelo EDTA;

3. Aumentando a concentração de uma substância que, mesmo estando em níveis normais no organismo, tem um efeito farmacológico quando em concentrações mais elevadas, e.g.: na gripe utilizam-se a vitamina C para estimular o sistema imune;

4. combatendo o excesso de radicais livres, responsável por uma série de patologias identificadas pela MO, eg.: na septic3emia o excesso de radicais livres provoca uma queda da resposta imunológica e a falência dos sistemas por intoxicação aguda, para a qual se indicaria o emprego de altas doses de vitamina E e de outros antioxidantes.

Convém observar que as matérias-primas utilizadas como medicação são, na maioria das vezes, substâncias que existem normalmente no organismo:

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1. VITAMINAS (A, B, C, D, E, K, etc.);2. SAIS MINERAIS (Ca, Mg, K, Zn, Cu, Mn, Mo, Cr, etc.);3. AMINOÁCIDOS (arginina, taurina, carnitina, triptofano, tirosina,

etc.);4. LIPÍDIOS (Omega-3, Omega-6, etc.);5. HORMÔNIOS (melatonina, DHEA, etc.);6. ANTIOXIDANTES (glutation, ácido lipóico, etc.).

Muitas vezes a MO lança mão de agentes terapêuticos provenientes de alimentos comuns por meio de um aconselhamento nutricional. Tal prática vem sendo denominada, mais recentemente, de Alimentação Funcional.Dessa forma, indica-se ao paciente uma ingesta maior de derivados do leite, de couve-flor ou de brócolis quando há necessidade de cálcio; de folhas verdes nas deficiências de magnésio; de cenoura e de batata-doce para aumentar-se a disponibilidade de beta- caroteno.

O complexo relacionamento entre os nutrientes está-se tornando cada vez mais claro à medida que as pesquisas avançam e revelam novas características bioquímicas dos processos metabólicos. Os mesmos nutrientes há muito conhecidos, mas cujas pesquisas raramente atraíam grandes investimentos, aparecem como poderosos agentes terapêuticos cercados das mais amplas fundamentações experimentais.

Tudo isso faz com que a MEDICINA ORTOMOLECULAR seja uma medicina natural com uma característica até agora inédita nesta área: o suporte dos conhecimentos mais recentes da ciência moderna.

A velocidade vertiginosa com que novas descobertas são incorporadas a MO e, conseqüentemente, às suas possibilidades terapêuticas garante-lhe um título que, cada vez mais, vem sendo citado em todo o mundo: A MEDICINA DO FUTURO.

PATOLOGIA DOS RADICAIS LIVRES

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Inspirados pelos trabalhos do Dr. Linus Pauling e do Dr. Denman Harman, e apoiados por maciços investimentos, principalmente das universidades norte-americanas, pesquisadores em bioquímica identificaram uma série de substâncias derivadas do oxigênio, com características altamente nocivas às estruturas celulares, os RADICAIS LIVRES.

RADICAL LIVRE (RL) é toda molécula que apresente um número ímpar de elétrons na sua órbita externa, ou melhor, um elétron desemparelhado naquela posição.

Tal instabilidade estrutural faz com que essas moléculas tentem desesperadamente roubar um elétron de qualquer outra substância, a fim de se estabilizarem. Com a perda desse elétron cria-se um novo RL, que irá deflagrar uma reação em cadeia, lesando seriamente várias estruturas celulares.

Nos seres vivos, a energia necessária à vida provém da transformação de ATP em ADP. Uma vez liberada a energia, o ATP regenera-se dentro da mitocôndria, por um processo de redução do oxigênio, a respiração celular, que incorpora 4 átomos de hidrogênio e 4 elétrons ao 02, formando H2O, sob ação da citocromo oxidase.

Apesar de 95 a 98% de o oxigênio serem consumidos dessa forma, durante o curso do seu metabolismo normal, ele pode aceitar menos que 4 elétrons para formar metabólitos oxigenados que são citotóxicos, os RADICAIS LIVRES.

Os diferentes passos que irão determinar a formação dos RL a partir desses 2 a 5% do O2 que não são consumidos de uma forma “limpa” encontram-se esquematizados adiante:

SEQUÊNCIA DE FORMAÇÃO DOS RL

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Os principais RL gerados por essa via são, portanto:

1. RADICAL SUPERÓXIDO-.02-2. PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO - H2Oa

3. RADICAL HIDROXILA - .OH

Existe ainda um outro RL proveniente do processo de fagocitose, como veremos adiante, chamado:

4. OXIGÊNIO SINGLET-102

As enzimas responsáveis pela neutralização desses radicais são:

1. SUPERÓXIDO DISMUTASE - SOD2. CATALASE3. GLUTATION PEROXIDASE

Existe ainda uma outra enzima antioxidante que atua principalmente na neutralização dos radicais hidroxila formados em presença de metais pesados (reação de Fenton), chamada:

4. METIONINA REDUTASE

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Para melhor esclarecer o metabolismo de cada um dos RL, vamos analisá-los separadamente:

1. Radical superóxido

O processamento alterado do oxigênio molecular inicia-se com a adição de um elétron ferroso (Fe+2) que se encontra na enzima citocromo C.

Fe + 2 Fe + 3

O2 + e - O2-

O elétron tirado da molécula ferrosa coloca a última órbita com um elétron desemparelhado, o que confere ao superóxido as características de instabilidade próprias dos RL.

Sendo ineficiente o processo de metabolização para formar peróxido de hidrogênio, e considerando que o superóxido tenta ganhar um elétron de qualquer fonte para estabilizar-se, ele irá procurar outra fonte de elétrons. Na maioria das vezes, esta fonte são os ácidos graxos poliinsaturados encontrados na dupla camada de lipídios das membranas celulares que, perdendo elétrons, propiciam lesões de membranas, provocando diversos tipos de disfunções que culminarão com a morte celular. A essas alterações na estrutura lipídica, as mesmas encontradas nas gorduras rançosas, dá-se o nome de LIPOPEROXIDAÇÃO, e suas conseqüências serão abordadas adiante.

Além disso, o superóxido inativa uma série de moléculas, tais como: tRNase, RNase, 3 fosfato-gliceraldeído desidrogenase.

O superóxido pode dismutar-se espontaneamente, dando duas moléculas neutras segundo a seguinte reação:

2.O2- + 2H > H2O2 + O2

Na verdade, essa reação é acelerada pela enzima SUPERÓXIDO DISMUTASE (SOD), que constitui a primeira enzima antioxidante endógena, componente importante do chamado sistema enzimático antioxidante ou, ainda, antioxidantes de primeira linha.

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Existem dois tipos de SOD: um que age dentro da mitocôndria e encerra em sua molécula átomos de manganês e outro, citoplasmático, que contém cobre e zinco. Além disso, a SOD age nos fluidos extracelulares, no plasma, na linfa, no líquido sinovial, etc.

2. Peróxido de hidrogênio

A dismutação do superóxido dá origem ao peróxido de hidrogênio que, mesmo não possuindo elétron desemparelhado e, portanto, não sendo um verdadeiro RL, tem forte poder oxidante. Pode induzir a alterações cromossomiais, romper as cadeias de ADN e provocar diversos tipos de lesões na estrutura das proteínas.

Embora não seja uma espécie altamente lesiva, o peróxido de hidrogênio pode dar origem ao RL mais reativo de todos, o RADICAL HIDROXILA (.OH), nos moldes da seguinte reação, conhecida como REAÇÃO DE HABER-WEISS ou de FENTON, dependente da presença de ferro e do próprio superóxido:

H2O2 + .O2- O2 + OH- + .OH

No sentido de impedir a formação dessa substância altamente tóxica, o organismo lança mão da ação de duas enzimas que neutralizam o peróxido de hidrogênio: a CATALASE e a GLUTATION PEROXIDASE.

Essas duas enzimas, em conjunto com a SOD e a METIONONA REDUTASE, compõem o sistema enzimático antioxidante natural do organismo.

A CATALASE localiza-se nos peroxissomas e no citoplasma, sendo abundante nos eritrócitos e utilizando o cobre como co-fator metálico. Sua função é catalisar a transformação de peróxido de hidrogênio em água e em oxigênio molecular:

2. 2H2O2 2 H2O + O2

A GLUTATION PEROXIDASE, tal como a catalase, remove o peróxido de hidrogênio, que é subproduto criado pela ação da SOD sobre o

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radical superóxido.O GLUTATION (polipeptídio formado por cisteína, glicina e ácido

glutâmico) entra como substrato e o SELENIO, como co-fator. A principal função biológica do selênio nos mamíferos é atuar na síntese e na atividade enzimática da glutation peroxidase, e seu valor na clínica se deve a essa participação específica.

Transforma o peróxido de hidrogênio, na presença de glutation reduzido (GSH) , em água e glutation oxidado (GS-SG), juntando luas moléculas desse peptídio, segundo a seguinte reação:

2 GSH + H2O2 GS-SG + 2 H2O

Uma vez oxidado, o glutation deve ser regenerado para nova utilização, fenômeno obtido pela ação da enzima GLUTATION RZDUTASE, que age suprindo átomos de hidrogênio na seguinte reação:

GS-SG + 2 H 2 GSH

A atividade da glutation redutase é dependente da vitamina riboflavina).

O ciclo de oxirredução do glutation é o maior sistema de proteção celular que conhecemos, neutralizando a maioria dos processos oxidantes dos RL e de outras toxinas. Na verdade, as concentrações de glutation são consideradas hoje marcadores de saúde celular.

O GLUTATION é sintetizado no fígado, a partir de alfa-glutamil cisteína e de glicina, pela GLUTATION SINTETASE. O conteúdo hepático de GSH aumenta com a ingestão de seus precursores sulfurados: cisteína, metionina, ou N-acetil-cisteína.

3. Radical hidroxila

É formado pela chamada reação de Haber-Weiss ou de Fenton a partir do peróxido de hidrogênio e do superóxido não metabolizados pela SOD, catalase e glutation peroxidase, dependente da presença de ferro ou cobre.O RADICAL HIDROXILA é o mais deletério de todos os RL. Pode retirar átomos de hidrogênio dos lipídios, dando início à peroxidação lipídica, pode oxidar compostos sulfidrílicos, inativando numerosas enzimas e

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proteínas da estrutura celular, e pode reagir com o DNA, rompendo a integridade da dupla hélice.Por não haver enzima neutralizadora para promover sua metabolização, o aumento das concentrações de radical hidroxila provoca rápida desorganização da homeostase celular, lesões da membrana e morte da célula.A ação tóxica do radical hidroxila é interrompida basicamente em duas situações:1. quando encontra outro radical livre, em especial outro radical hidroxila,

e pareia o elétron livre;2. quando neutralizado por uma substância antioxidante não enzimática

(ácido úrico, vitamina C, manitol, etc.).Existe ainda a hipótese de que a enzima metionina redutase possa neutralizar o radical hidroxila. Esse mecanismo, porém, permanece obscuro até o momento.

4. Oxigênio singlet

É produzido secundariamente ao processo de fagocitose determinada pela presença de leucócitos que englobam bactérias, gerando o OXIGÊNIO SINGLET (102) numa reação em que participam o íon hipoclorito e o peróxido de hidrogênio, segundo o seguinte esquema:

CIO- + H2O2 > CI- + H2O + 102

Tem a capacidade de reagir com as duplas ligações de carbono, o que provoca lesões em diferentes estruturas protéicas e lipídicas.

Seu poder oxidante é neutralizado especialmente pelo beta-caroteno.

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RADICAIS LIVRES E ESTRESSE

Fisiologicamente, o metabolismo do oxigênio reserva uma pequena quantidade de moléculas (2 a 5%) para formar os radicais livres. Essas substâncias altamente reativas e lesivas têm importante papel na destruição de microrganismos invasores. Os RL, armazenados nos peroxissomos, são liberados sobre os organismos fagocitados, promovendo sua “digestão”.O organismo utiliza essas espécies de oxigênio e as coloca sob controle através dos sistemas enzimáticos antioxidantes.

Com os avanços da pesquisa na área da bioquímica criou-se a OXIDOLOGIA, que estuda os efeitos patológicos dos radicais livres. Em determinadas situações adversas, a concentração de RL aumenta de forma descontrolada, provocando diversos tipos de lesões, que atualmente são incontestavelmente relacionadas com a gênese de várias doenças. A essas situações deu-se o nome de ESTRESSE OXIDATIVO.

O resultado deletério mais característico da ação dos radicais livres é a chamada LIPOPEROXIDAÇÃO. Os RL em contato com os fosfolipídios e os ácidos graxos poliinsaturados das membranas celulares, as lipoproteínas e o colesterol provocam diversas alterações na estrutura e no metabolismo daquelas membranas e da própria na célula. Além disso, alterações em moléculas de proteínas e polissacarídicas influem negativamente em diversos processos vitais:

1. alterações graves da permeabilidade a íons e moléculas;2. crosslinking de proteínas e lipídios;3. depleção de NADPH;4. inativação de receptores e enzimas da membrana;5. despolimerização de peptídios;6. lesões na estrutura do DNA e mutagênese.

Esse novo tipo de estresse provém de diversos processos orgânicos (respiração celular, fagocitose, citocromo P-450, etc.) e é precipitado por vários fatores exógenos:

1. ESTRESSE QUÍMICO: poluição atmosférica, alimentação inadequada, pesticidas, solventes químicos, drogas, álcool, fumo,

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metais pesados, etc.;2. ESTRESSE EMOCIONAL - depressão, medo, frustração, traição,

dificuldades de relacionamento interpessoal, intangibilidade de objetivos, etc.;

3. ESTRESSE FÍSICO - exercícios excessivos, trabalho braçal, parto, traumatismos, queimaduras, radioatividade, temperaturas extremas, jet-lag, etc.;

4. ESTRESSE INFECCIOSO - doenças virais, bacterianas, fungicas, septicemias, etc.

Todos esses processos de agressão ao organismo resultam em ESTRESSE OXIDATIVO, que representa um desequilíbrio entre a produção de radicais livres e os sistemas antioxidantes que os mantêm sob controle.

Observa-se, também, que a todo estresse oxidativo corresponde uma disfunção do sistema imunológico e, por conseguinte, risco de se contraírem doenças.

Convém observar que às enzimas antioxidantes somam-se os antioxidantes adquiridos pela alimentação: vitamina E, beta-caroteno, vitamina C, aminoácidos, minerais, etc.

Em resumo: no estresse oxidativo, o aumento de RL modifica os meios intra e extracelulares, provocando lesões múltiplas em diversas estruturas e disfunção do sistema imunológico.

Para combater tal desequilíbrio, podemos ter três condutas objetivas:

1. diminuir o estresse primário que está provocando o estresse

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EQUILÍBRIO ESTRESSEOXIDATIVO

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oxidativo;2. administrar ou estimular a produção de enzimas antioxidantes

(glutation, SOD, cisteína, selênio, etc.);3. administrar antioxidantes não enzimáticos (vitamina E, caroteno,

vitamina C, extrato de Ginkgo biloba).

ESTRESSE OXIDATIVO SOB CONTROLE

A oxidologia vem-se tornando de capital importância ao entendimento da patogênese de várias doenças, principalmente as degenerativas, as auto-imunes, as carenciais, as metabólicas e as psiquiátricas.

Na verdade, o que desperta grande interesse do mundo científico é a inequívoca relação entre estresse oxidativo e três problemas que afligem as sociedades modernas: CÂNCER, ATEROSCLEROSE e ENVELHECIMENTO.

Além disso podemos relacionar uma vasta lista de doenças cuja fisiopatologia tem clara e evidente relação com o excesso descontrolado de RL. As principais são:

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AUTO-IMUNES retocolite ulcerativalúpus eritematosoartrite reumatóideesclerose múltipla doença de Crõhnpsoríase

CIRCULATÓRIAS ateroscleroseprocesso isquemia-reperfusãodoença coronariana agudaclaudicação intermitentearritmias cardíacascardiomiopatia alcoólicaacidente vascular cerebral

METABÓLICAS diabetesdeficiências nutricionaisalcoolismolesões por irradiação ionizantegota

DEGENERATIVAS envelhecimento precocedoença de Alzheimercatarataamiloidosecâncerparkinsonismo

RESPIRATÓRIAS enfisemaasma brônquica

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tabagismo

IMUNOLÓGICAS alergiasrejeição de órgãos transplantadosimunodeficiência idiopáticaAIDS

DIGESTIVAS gastroenterite agudapancreatitediarréia crônicasíndromes de má absorçãohepatitescirrose

GINECOLÓGICAS tensão pré-menstrual

PSIQUIÁTRICAS depressãoesquizofrenia

A seguir, apresentamos os principais antioxidantes e seus alvos:

ANTIOXIDANTES AÇÃO SOBRESOD superóxidoCATALASE peróxido de hidrogênioGLUTATION PEROXIDASE peróxido de hidrogênioALBUMINA superóxidoÁCIDO ÚRICO radical hidroxila e oxigênio singletVITAMINA C superóxido, peróxido e radical hidroxilaVITAMINA E interrompe a lipoperoxidaçãoBETA-CAROTENO oxigênio singletEDTA superóxido, radical hidroxila e oxigênio

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singletÁCIDO LIPÓICO interrompe a lipoperoxidaçãoFLAVONÓIDES interrompem a lipoperoxidaçãoCISTEÍNA aumenta o glutation

No organismo existem vários processos biológicos capazes de produzir RL, dentre eles destacam-se:

1. A CADEIA RESPIRATÓRIA MITOCONDRIAL - 2 a 5% do 02

transformam-se em O2- iniciando a cadeia de formação de radicais

livres.2. FAGOCITOSE - quando ativos, os neutrófllos consomem grandes

quantidades de oxigênio e formam radicais livres (superóxido, peróxido de hidrogênio, radical hidroxila, oxigênio singlet, hipoclorito, cloramina) para “digerir” o material fagocitado.

3. REAÇÃO ISQUEMIA-REPERFUSÃO - no infarto do miocárdio há um aumento da xantina oxidase produzindo altos níveis de RL.

4. REAÇÕES DE DESINTOXICAÇÃO - através das oxidases e do citocromo P-450 (fumo, álcool, químicos, etc.).

5. SÍNTESE DAS PROSTAGLANDINAS - o metabolismo do ácido araquidônico libera radicais hidroxila.

6. RADIAÇÕES IONIZANTES - por radiólise da água.7. METABOLISMO DO ÓXIDO NÍTRICO - o óxido nítrico é um

agente vasodilatador produzido pelas células endoteliais e um neurotransmissor com ações pró-oxidantes características dos RL. Sua formação é feita a partir da arginina pela ação da enzima óxido nítrico sintetase. Na presença do superóxido, transforma- se em peroxinitrito, potente iniciador da cadeia de lipoperoxidação.

Na luta pelo equilíbrio entre produção e neutralização das espécies oxigenadas tóxicas, o corpo organiza linhas de defesa que varrem os radicais livres.

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LINHA DE DEFESA TIPO LOCALIZAÇÃO*1° SOD (Mn) Matriz itocondrial2° Vitamina E ligada membrana Membr. intermitocondrial3° SOD (Cu-Zn) Citoplasma

4° Glutation peroxidase, catalase Membrana - mitocôndria5° Aminoácidos sulfurados, Soro – tecidos – citoplasma

glutation, vitamina C,vitamina E.

* Reproduzido com autorização de Helion Póvoa Filho.

Apesar de ser a lipoperoxidação a lesão mais devastadora provocada pelos RL, inúmeras outras surgem após o aumento daquelas espécies oxigenadas. Como a lipoperoxidação destrói diretamente os fosfolipídios da membrana celular, provocando extravasamento do conteúdo citoplasmático, disfunção do transporte transmembrana, culminando com a morte celular, seus efeitos são reconhecidamente patogênicos, a curto e a longo prazos. Outros alvos importantes dos RL são as proteínas. Sua ação sobre essas molécula está esquematizada a seguir*:

O2- oxidação das pontes sulfidrílicas

H2O2 fragmentação das cadeias protéicas crosslinking das cadeias protéicas

.OH lesões extensas das proteínas fragmentação de aminoácidos

* Reproduzido com autorização de Helion Póvoa Filho.

Diante das evidências que confirmam a importância dos radicais livres e do estresse oxidativo na etiologia de inúmeros processos patológicos, convém determinar-se o perfil oxidativo de cada paciente para estabelecermos a terapêutica adequada e para acompanharmos a evolução do tratamento.

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Pode-se ter uma boa idéia do grau do estresse oxidativo por meio dos seguintes exames laboratoriais:

1. dosagem de radicais livres no sangue (por quimioluminescência);2. dosagem de MDA na urina (o dialdeído malônico é resultante do

processo de lipoperoxidação);3. dosagem do glutation nas hemácias;4. dosagem de vitaminas (A, C, E, beta-caroteno, ácido fólico, B12

, etc.);5. dosagem de metais pesados no sangue e na urina (podem-se estudar

os níveis de chumbo, alumínio, arsênico, ferro, etc.);6. dosagem da LDL oxidada (a lipoproteína oxidada está ligada à

formação do ateroma);7. mineralograma dos cabelos (fornece informações sobre as con-

centrações orgânicas de minerais essenciais e de metais pesados);8. HLB (testa de forma grosseira o estresse oxidativo pela verificação da

disposição das hemácias de uma gota de sangue seco observada sob microscópio).

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2.VITAMINAS

VITAMINAS são compostos orgânicos, encontrados nos alimentos em pequenas quantidades, essenciais a reações metabólicas específicas, que não podem ser sintetizados pelo organismo a partir de metabolitos simples. Exceções à essencialidade se fazem à:

• VITAMINA A - formada a partir dos carotenóides;• NIACINA (vitamina B3) - formada a partir do triptofano;• VTTAMINA D - formada a partir do colesterol pela exposição da

pele ao sol.

Por definição, a deficiência de qualquer vitamina deve provocar uma disfunção metabólica, sintomas patológicos, ou mesmo uma doença. Uma vez suplementada a vitamina específica, as alterações correspondentes devem desaparecer.

As vitaminas não fazem parte da composição estrutural dos tecidos nem são produtoras de energia (calorias), mas atuam, principalmente, como COENZIMAS em uma série de mecanismos bioquímicos e reações metabólicas, em que as enzimas atuam como catalisadores.

Em 1912, isolou-se a primeira vitamina, a tiamina (vitamina B1), que se pensou ser uma amina. O termo deriva da expressão vital amina, que sugere uma amina essencial à vida.

As vitaminas são comumente classificadas em dois grupos segundo sua

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solubilidade: lipossolúveis e hidrossolúveis.

1. Vitaminas lipossolúveis: A – D – E - K

são absorvidas com outros lipídios e dependentemente da presença de bile e de suco pancreático;

encontram-se tanto em alimentos vegetais como animais; são armazenadas nos tecidos orgânicos, o que permite longos

períodos sem ingestão, mas propicia a ocorrência de níveis tóxicos com certa facilidade (principalmente nas vitaminas A e D);

são transportadas ao fígado pelos vasos linfáticos como parte das lipoproteínas;

normalmente, não são excretadas pela urina.

2. Vitaminas hidrossolúveis: complexo B e vitamina C

normalmente encontradas em alimentos vegetais; não são armazenadas no organismo e devem ser ingeridas

regularmente; são excretadas pela urina, tendo toxicidade muito limitada; freqüentemente atuam como coenzimas e agem no metabolismo

energético do organismo.

Em 1968, o governo americano publicou uma lista com as doses diárias recomendadas para vitaminas, minerais e outros nutrientes. Conhecidas como RDAs (Recommended Daily Allowances), tais doses representam as necessidades mínimas desses nutrientes para os seres humanos manterem boa saúde. O Brasil e, posteriormente, o Mercosul também adotaram esses parâmetros para regulamentar as quantidades de vitaminas nos alimentos. Infelizmente, a interpretação equivocada dessa fonte de referência tem dado margem a inúmeras discussões e proibições. Como o Brasil proíbe doses acima daquelas consideradas mínimas nos alimentos, nossa indústria de suplementos alimentares encontra-se em franco subdesenvolvimento se

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comparada com as dos outros países.

A seguir, estão relacionadas as vitaminas e suas respectivas doses recomendadas, segundo o governo brasileiro:

Doses Diárias Recomendadas (DDRs)

Fonte: Ministério da Saúde (transcrito como apresentado).1 1UI = 0,3 mcg de retinol equivalente ou 1,8 mcg de beta-caroteno.2 Sob a forma de calciferol. 1mcg de colicalciferol = 40 UI.3 1mg de niacina equivalente = 1 mg de niacina ou 60 mg de

triptofano da dieta.4 1 mg d-l-alfa acetato de tocoferila — 1 USP.

Algumas doses diferem do texto adiante por serem aquelas provenientes da National Academy of Sciences, USA.

Note-se que esses valores não levam em conta o estado nutricional, a atividade física e intelectual, o grau de estresse ou qualquer outro parâmetro que indique a maior necessidade de vitaminas. Na verdade, a Medicina Ortomolecular procura, levando em conta um de seus princípios básicos, adequar á dose de cada nutriente às demandas individuais, considerando o maior número possível de aspectos próprios do indivíduo.

Comercialmente, as vitaminas podem ser encontradas sob três formas:

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VITAMINA DDVitamina A 2666,7 UI1 2

Vitamina D 5 mcg2 5 Vitamina B, (tiamina) 1,4 mg 1Vitamina B2 (riboflavina) 1,6 mg 1Niacina 18 mg NE3 1Ácido pantotênico 6 mg 6 Vitamina Be (piridoxina) 2 mg 2

mVitamina B12 1 mcg 1 Vitamina C 60 mg 6Vitamina E 10 mg TE4Biotina 0,15 mg 0Ácido fólico 200 mcg 2Vitamina K 80 mcg 8

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1. Naturais - quando provenientes de alimentos encontrados na natureza;2. Sintéticas - quando produzidas industrialmente em laboratório;3. Time-release – quando a vitamina hidrossolúvel, natural ou sintética, é

apresentada de forma a ser lentamente absorvida, permitindo a manutenção de suas concentrações sangüíneas por longos períodos.

VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS

VITAMINA A

1. Química

Vitamina A é o nome genérico usado para classificar um grupo de substâncias com atividade biológica semelhante à do retinol, e que são encontradas sob duas formas:

a) Os precursores CAROTENÓIDES ou PRÓ-VITAMINA A - compreendem mais de cinqüenta compostos biologicamente ativos (alfa, beta, gama-carotenos, etc.);

b) A VITAMINA A ou RETINOL.

O carotenóide biologicamente mais ativo é o beta-caroteno, considerando-se sua capacidade de converter-se em vitamina A. É uma molécula simétrica, contendo dois anéis beta-ionona ligados por uma cadeia carbonada que, uma vez partida ao meio, por cisão oxidativa simétrica, fornece duas moléculas iguais de vitamina A. Todas as outras pró-vitaminas contêm apenas um anel beta-ionona, fornecendo, assim, uma única molécula de vitamina A para cada molécula transformada.

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A vitamina A ou retinol, derivada dessa transformação, é um álcool amarelo-claro, cujo nome, retinol, provém de suas funções específicas na retina, e inclui outras duas formas químicas biologicamente ativas: aldeído (retinal) e ácido (ácido retinóico).

Apesar de o beta-caroteno ter maior eficiência na formação de retinol, acredita-se que o licopeno seja mais efetivo no que diz res- peito à ação antioxidante.

1. Fontes alimentares

A VITAMINA A se encontra, exclusivamente, em fontes animais (UI de atividade de vitamina A do retinol):

FÍGADO BOVINO (85 g) 30.000 UILEITE (1 xícara) 500 UIOVOS (1 unidade) 310 UIQUEIJO CHEDDAR (28g) 250 UIMANTEIGA (1 colher) 150 UI

A presença de vitamina A no fígado de animais é generalizada, e sua concentração varia com a espécie. O óleo de fígado de atum é 450 vezes mais rico que o de bacalhau, e o de fígado de urso-polar parece ser o que apresenta maior conteúdo da vitamina. Daí os quadros gravíssimos de hipervitaminose aguda entre os esquimós.

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O BETA-CAROTENO, embora também apareça em tecidos animais, é largamente encontrado em frutas amarelo alaranjadas e em verduras (UI de atividade de vitamina A do betacaroteno):

BATATA-DOCE (1 média) 24.880 UICENOURA ( 1 média crua) 20.250 UIESPINAFRE (1/2 xícara) 8.750 UIABÓBORA (1/2 xícara) 8.570 UIMANGA (1 média) 8.060 UIDAMASCO (4 secos) 2.530 UIBRÓCOLIS (1/2 xícara) 1.100 UIPÊSSEGO (1 médio) 470 UIPAPAIA (1 xícara) 400 UILARANJA (1 média) 270 UI

UI de vitamina A do retinol (origem animal) = 3 UI e vitamina A do betacaroteno (origem vegetal).

3. Metabolismo

Tanto a vitamina A como os carotenóides são absorvidos no intestino delgado e, por serem lipossolúveis, necessitam da presença de ácidos biliares e de ácidos graxos em quantidades regulares na luz intestinal.

Uma vez absorvidos, os carotenóides transformam-se em vitamina A, em pequena parte, no próprio epitélio intestinal e, em sua maioria, no fígado, onde é armazenada em combinação com ácidos graxos. É transportada no sangue sob a forma de lipoproteínas. O organismo necessita de zinco para mobilizar as reservas hepáticas.

Nos indivíduos com lesão hepática, a capacidade de armazenamento de vitamina A e sua transformação a partir dos carotenóides ficam diminuídas, caindo, portanto, seus níveis séricos. Nas hepatopatias obstrutivas, pela deficiência de excreção de bile, a hipovitaminose é de origem absortiva. As reservas de vitamina A diminuem durante os períodos de estresse ou de doença crônica.

A transformação de carotenóides em retinol parece ser regulada de alguma forma, uma vez que a ingestão excessiva dos precursores não provoca hipervitaminose.

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A absorção de vitamina A é prejudicada pela hipovitaminose E e pela ingestão de óleos minerais, que a carreiam para excreção nas fezes. Admite-se que o betacaroteno apresente cerca de metade da biodisponibilidade da mesma quantidade de vitamina A ingerida, devido a diferenças de absorção e à necessidade de transformação do carotenóide naquela forma ativa.

A excreção é feita em pequenas quantidades nas fezes.

4. Funções fisiológicas

Os carotenóides, além de formadores de vitamina A, possuem ações próprias no organismo, sendo a mais clara delas a ação antioxidante.

VISÃO - o retinal (aldeído) combinado com a opsina (proteína forma a rodopsina, pigmento presente nos bastonetes retinianos e responsável pela acuidade visual com pouca luminosidade. A luz brilhante destrói a rodopsina, que necessita ser recomposta no escuro, na presença de mais vitamina A.

CRESCIMENTO - a vitamina A regula a atividade osteoblástica, sendo essencial na formação dos núcleos cartilaginosos de crescimento. Tem importantes funções na síntese de proteínas e na diferenciação das células ósseas.

TECIDO EPITELIAL - a vitamina A mantém a integridade dos epitélios dos olhos, da pele e de todas as mucosas, evitando a queratinização, a secura e a descamação. Mantendo a umidade das mucosas, evita infecções e lesões por poluentes. É necessária na diferenciação das células basais em células epiteliais mucosas. O betacaroteno tem especial ação protetora contra a radiação solar.

CÓRNEA e CONJUNTIVA - a hipovitaminose determina processo de xeroftalmia, que consiste na queratinização dos epitélios oculares.

DENTES - sua deficiência prejudica a formação de dentes sadios, provocando crescimento dentário anormal, deformidades, esmalte com pouca espessura, etc.

Essencial na síntese do GLICOGÊNIO. ANTIOXIDANTE - protege o organismo dos radicais livres. Sob a

forma de betacaroteno e licopeno, neutraliza o oxigênio singlet. Esse

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efeito antioxidante confere à vitamina A e ao betacaroteno propriedades protetoras contra o fumo e outros poluentes, ajuda a prevenir a aterosclerose, a hipertensão arterial, o envelhecimento, etc.

Regula a síntese de vários HORMÔNIOS SEXUAIS e a liberação de ANDROGÊNIOS testiculares.

É fundamental para a saúde e o desenvolvimento do feto, principalmente nas primeiras fases da gravidez.

Ação ANTIANÊMICA, relacionada também com a deficiência de ferro.

Importante na formação do COLAGENO e na cicatrização.

5. Deficiência

Acredita-se que 25% da população americana tenham dieta insuficiente em vitamina A e betacaroteno. No Brasil, os técnicos do Ministério da Saúde já identificaram áreas do Norte e Nordeste em que essa deficiência é encontrada em 100% das crianças, casos em que a suplementação comprovou diminuir a mortalidade (geralmente por infecções respiratórias e diarréia).

A deficiência de vitamina A pode determinar:

CEGUEIRA NOTURNA- normalmente é o primeiro sintoma de hipovitaminose A, e está ligada à falta de regeneração da rodopsina;

XEROFTALMIA - é a queratinização dos epitélios oculares, em especial da conjuntiva, associada à atrofia das glândulas perioculares;

INFECÇÕES - a hipovitaminose A aumenta a susceptibilidade do organismo a infecções de todas as etiologias pela falência de seu papel de manutenção da integridade das mucosas. Além disso, o número e a resposta imunológica dos linfócitos T (imunidade celular) e dos linfócitos B (produção de anticorpos) diminuem. A deficiência vitamínica A pode provocar atrofia do timo;

ALTERAÇÕES CUTÂNEAS – caracterizam se pela hiperqueratinização com secura, rigidez, aspereza, acne, perda do brilho e da oleosidade dos cabelos;

OUTRAS ALTERAÇÕES: deficiências de crescimento, osteomalácia, desequilíbrios menstruais, fadiga, insônia, anorexia,

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anosmia, hipovitaminose C, deficiências na cicatrização, resposta diminuída à quimioterapia do câncer, aumento da incidência de câncer, etc. Trabalhos recentes demonstraram que a deficiência de vitamina A diminui a produção de RNA nas células.

6. Toxicidade

Sendo estocada no fígado e dificilmente excretada (lipossolúvel), os efeitos cumulativos de doses altas de vitamina A podem ocorrer com doses prolongadas de 50.000 a 100.000 UI por dia.

Para se evitar tal intoxicação, prefere-se a suplementação com betacaroteno, precursor da vitamina A, que terá uma transformação regulada por algum processo ainda desconhecido. Além disso, a parte de betacaroteno que não for transformada em vitamina A terá ação farmacológica benéfica como antioxidante.

INTOXICAÇÃO AGUDA:Uma única dose de 600.000 UI (200 mg) de retinol pode causar

náuseas, vômitos, fadiga e anorexia. Casos graves foram relatados com a ingestão de fígado de urso-polar (20.000.000 Ul/kg de fígado).

INTOXICAÇÃO CRÔNICA:Pode apresentar-se com hipertensão craniana, cefaléia, insônia,

constipação, náuseas, vômitos, dor abdominal, irritabilidade, alopécia, fissuras labiais, pele seca e amarelada, desequilíbrios menstruais, alterações ósseas, hepato esplenomegalia, artrite gotosa, hipercalcemia, etc.

Em crianças, pode haver fechamento prematuro das cartilagens epifisárias com crescimento anormal dos ossos.

Pode causar malformações fetais.A ingestão excessiva de betacaroteno pode provocar uma coloração

amarelada da pele, sem conseqüências lesivas ao organismo, e que desaparece com a redução da ingestão de carotenóides.

7. Possíveis usos

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O efeito terapêutico do betacaroteno encontra-se principalmente ligado à sua ação antioxidante. A vitamina A tem ação farmacológica benéfica nos seguintes processos patológicos (relacionados ou não à sua deficiência no organismo):

cegueira noturna, xeroftalmia, secura e aspereza da pele, algumas deficiências do crescimento ósseo e dental (todas ligados à hipovitaminose A);

acne; anemia (devida à deficiência na síntese de hemoglobina, ligada

também à deficiência de ferro); câncer (pode inibir a carcinogênese, provavelmente por suportar a

diferenciação celular); imunodeficiências (potente ativador da resposta imunológica,

atuando nos linfócitos B e T, aumenta o número de T-helper, reverte a imunossupressão induzida por drogas);

infecções agudas e crônicas (por melhorar a resposta imunológica) fibrose cística das mamas; menorragia; síndrome pré-menstrual; periodontite; cicatrização; psoríase; retocolite ulcerativa; úlcera péptica; úlceras de pele; como antioxidante (principalmente sob a forma de betacaroteno) cardiopatias (diminui estatisticamente a incidência de doenças

cardiovasculares).

8. Doses

Muita confusão tem-se criado em tomo das unidades usadas para medirem-se as doses de vitamina A e de betacaroteno. A relação entre peso e UI (unidades internacionais) de vitamina A e betacaroteno é a seguinte:

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1 EQUIVALENTE RETINOL = 1 mcg de RETINOL (vitamina A)= 6 mcg de BETA-CAROTENO= 3,33 UI de ATIVIDADE DE VITA-

MINA A no RETINOL = 10 UI de ATIVIDADE DE VITAMINA

A no BETA-CAROTENO

Portanto, comparando-se a atividade biológica de cada molécula, teremos:

1 mg de vitamina A = 6 mg de betacaroteno = 12 mg de outros carotenos

Um alimento com 100 equivalentes retinol contém 1.000 UI de betacaroteno (se alimento de origem vegetal) ou 333 UI de vita-mina A (se alimento de origem animal)

1 mg de vitamina A = 3.330 UI 1 UI de vitamina A = 0,0003 mg 6 mg de betacaroteno = 1.666 UI 1 UI de betacaroteno = 0.0006 mg

Ingestão diária recomendada (RDA) de vitamina A pré-formada:CRIANÇAS 2.500 UIADULTOS 5.000 UIGRAVIDEZ 6.000 UILACTAÇÃO 7.000 UI

Doses terapêuticas diárias usadas em Medicina Ortomolecular

BETACAROTENOANTIOXIDANTE 45.000 UIIMUNODEFICIÊNCIA 45.000 UI PSORÍASE 60.000 UIXEROFTALMIA 60.0000 UICÂNCER 45.0000 UI + 20.000 UI de vitamina A

Deve-se fazer a suplementação acompanhada de Vitamina E, que melhora sua absorção e ação. Deve-se também dar atenção ao ZINCO, que permite a mobilização das reservas hepáticas de vitamina A.

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VITAMINA D

1. Química

A vitamina D (CALCIFEROL) corresponde a uma série de variedades químicas lipossolúveis, que são esteróis (semelhantes ao colesterol) com atividade vitamínica, encontradas na alimentação, mas passíveis de síntese tissular.

Os precursores, o 7-DEHIDRO-COLESTEROL (origem animal) e o ERGOSTEROL (de origem vegetal), interagem na pele com os raios ultravioleta formando as provitaminas CALCIFEROL (vitamina D3) e ERGOCALCIFEROL (vitamina D2). Essas provitaminas serão convertidas, por uma hidroxilase, no fígado, em suas formas ativas intermediárias: 25-OH-CALCITRIOL (25-OH-D3) e 25-OH- ERCALCITRIOL (25-OH-D2). Posteriormente, uma outra hidroxilase, a 1-alfa-hidroxilase, hidrodroxila tais compostos nos rins transformando-os nas formas mais ativas dessa vitamina: o 1,25 - HIDROXI-CALCITRIOL (D3) e o 1,25 - HIDROXIERCALCITRIOL D,), sendo a primeira mais ativa e importante.

PELE FÍGADO RINS

PRECURSOR ANIMAL PRÓ-VITAMINA VITAMINAS ATIVAS7 – DEHIDRO-COLESTEROL – UV – COLECALCIFEROL (D3)

25 (OH) D3 –––––––– 1,25 (OH)2D2 (CALCITRIOL)(25-hidroxi-colecalciferol) (1,25-hidroxi-colecalciferol)

PRECURSOR VEGETAL PRÓ-VITAMINA VITAMINAS ATIVASERGOSTEROL-UV-ERGOCALCIFEROL (D2) 25 (OH)D2 1,25(OH)2D2 (ERCALCITRIOL)

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(25-hidroxi-ergocalciferol) (1,25-hidroxi-ergocalciferol)

Com relação à atividade vitamínica, pode-se dizer que o calcitriol - l,25(OH)D3 - é cinco vezes mais ativo que o 25 - hidroxicolecalciferol - 25(OH)D3 - que, por sua vez, é cinco vezes mais ativo que o colecalciferol - D3. A vitamina D2, de origem vegetal, embora presente no organismo, não desempenha papel biológico importante nos seres humanos.

2. Fontes alimentares

As fontes naturais mais comuns de origem animal contêm o COLECALCIFEROL, sendo a mais clássica o óleo de fígado de bacalhau (100 UI/g).

As fontes não animais contêm o ERGOSTEROL, sendo a mais comum á levedura de cerveja. Os vegetais apresentam quantidades mínimas, e seus produtos metabólicos têm baixa atividade vitamínica.

As principais fontes são:

ÓLEO DE FÍGADO DE BACALHAU (5 g) 500 UIARENQUE (28 g) 255 UISALMÃO (28 g) 142 UISARDINHA (28 g) 85 UICAMARÃO (28 g) 30 UIGEMA DE OVO (1 unidade) 25 UILEITE (1 xícara) 10 UIQUEIJO CHEDDAR (28g) 3 UI

3. Metabolismo

Uma vez ingerida, a vitamina D é absorvida no intestino juntamente com outras substâncias lipídicas, com o auxílio dos sais biliares. É armazenada principalmente no fígado e, também, na pele, no cérebro, no baço e nos ossos.

Níveis excessivos e tóxicos podem ser facilmente alcançados com digestão aumentada ou com exposição prolongada ao sol.

A síntese por hidroxilação de calcitriol (forma mais ativa) pelos rins é

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regulada pelos níveis séricos de cálcio e de fósforo, tendo o paratormônio como importante mediador hormonal.

Assim, baixos níveis séricos de cálcio aumentam a secreção de paratormônio, com subseqüente aumento da síntese de calcitriol nos rins que, por sua vez, vai estimular a absorção intestinal de cálcio.

A vitamina D3 (1,25(OH)D3) pode ser dosada em laboratório de análises clínicas por método de HPLC. Seus valores de referência estão entre 20 e 76 pg/ml. Encontra-se aumentada no hiperparatireoidismo e diminuída na insuficiência renal crônica e no hipoparatireoidismo.

4. Funções Fisiológicas

O calcitriol (D2) promove a absorção intestinal de cálcio pela estimulação da síntese de proteínas transportadoras de cálcio no pólo ciliar das células da mucosa intestinal. A fosfatase alcalina, cuja síntese é também induzida pelo calcitriol, pode, igualmente, estar envolvida nesse processo.

A vitamina D estimula o transporte ativo de fosfatos no intestino. Em conjunto com o paratormônio, atua na mobilização do cálcio dos ossos e aumenta a reabsorção tubular renal de cálcio e de fósforo.

Por regular o metabolismo do cálcio e do fósforo, a vitamina D é importante para o crescimento ósseo infantil, para a manutenção da saúde dos ossos e dentes na idade adulta, para o equilíbrio das funções neurológicas e cardíacas, e para a coagulação sangüínea.

Como a vitamina D é produzida em um órgão (pele), é liberada no sangue para controlar o metabolismo de outro tecido (ósseo), guarda relações de feedback com um hormônio (paratormônio), e é quimicamente derivada do colesterol; modernamente, é considerada um hormônio e não uma vitamina.

No final de 1997, a vitamina D foi apontada como uma das mais importantes substâncias capazes de estimular a produção de fatores de crescimento neuronal, especialmente o NGF (Nerve Growth Factor). Esses fatores teriam fundamental importância na manutenção da saúde do sistema nervoso, particularmente no que se refere à memória. Acredita-se que sua deficiência tenha envolvimento na gênese da doença de Alzheimer.

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5. Deficiência

A vitamina D pode estar deficiente nos idosos, uma vez que, nesse grupo, sua produção na pele fica diminuída, sua digestão e absorção baixam, e as funções hepáticas reduzem. Outras causas de deficiência são as doenças gastrintestinais, como a retocolite ulcerativa e a doença de Crõhn, as carências alimentares e até o uso continuado de protetores solares.

Como a deficiência de vitamina D leva à má absorção de cálcio, suas manifestações clínicas estão relacionadas com a deficiência desse mineral.

OSTEOMALÁCIAA absorção de cálcio, estando diminuída, leva a uma desmineralização

óssea, que se caracteriza por amolecimento e deformidades nessas estruturas. Os sintomas incluem dor tipo reumática, fraqueza muscular, surdez por subdesenvolvimento dos ossículos dos ouvidos e descalcificação dos dentes.

A diminuição da absorção de fósforo leva a uma hipofosfatemia.

RAQUITISMOÉ a hipovitaminose D em crianças, provocando alterações no

crescimento e na resistência dos ossos com deformidades diversas. Decorre da falta de exposição da pele ao sol, de deficiências alimentares (menos freqüente) e da má absorção (diarréia).

Os sintomas incluem: sudorese profusa, agitação, movimento constante da cabeça durante o sono, pouco desenvolvimento muscular.

Embora a deficiência de vitamina D não seja a causa específica da OSTEOPOROSE, encontra-se intimamente relacionada com sua etiologia e tratamento.

6. Toxicidade

A vitamina D é considerada a vitamina potencialmente mais tóxica. Doses diárias de 1.000 a 1.500 UI em adultos e de mais de 600 UI em crianças podem deflagrar o quadro de hipervitaminose, com conseqüências graves. A doença caracteriza-se por uma hipercalcemia com calcificação excessiva dos ossos e calcificação de partes moles, em especial dos

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pulmões e dos rins (incluindo litíase renal).Outros sintomas incluem: cefaléia, fraqueza, náuseas, vômitos,

constipação, poliúria e polidipsia.Acredita-se que exposições prolongadas ao sol, em especial de pessoas

ainda não bronzeadas, possam aumentar a produção de vitamina D na pele e provocar uma hipervitaminose aguda.

7. Possíveis usos

Naturalmente, o uso mais específico da vitamina D ocorre nos casos de hipovitaminose com osteomalácia ou raquitismo.

Na maioria das vezes, o uso de vitamina D serve para prevenirem-se patologias ligadas às alterações da calcificação dos ossos e dos dentes. Além disso, podemos citar várias patologias em que a vitamina D é usada com sucesso:

OSTEOPOROSE - sendo fundamental na absorção do cálcio, a deficiência de vitamina D é uma das principais causas dessa pato-logia. Pacientes osteoporóticos podem exibir deficiência na con-versão de 25(OH)D3 em 1,25(OH2) D3;

FRATURAS - a vitamina D garante o metabolismo normal do cálcio necessário à formação do calo ósseo;

PSORÍASE - o calcitriol regula o crescimento e a diferenciação dos queratinócitos. Uso oral e tópico;

HIPERTENSÃO ARTERIAL - está estatisticamente ligada à defi-ciência de vitamina D;

como ANTIOXIDANTE - mostra marcantes efeitos na redução dos níveis de radicais livres circulantes;

OUTROS - gripes, diabetes, catarata, alergias, ciatalgia, conjuntivite, espasmos musculares, asma, artrite reumatóide. aterosclerose, esclerose múltipla, imunodeficiências, gastrite, etc.:

Várias pesquisas sugerem sua eficiência na prevenção do câncer de mama e do cólon.

8. Doses

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RDA = crianças, adultos e grávidas - 400 UI1 mcg vitamina D3 = 40 UI1UI vitamina D3 = 0,025 mcg

VIA ORAL: as doses vão de 50 a 500 UI por dia.

suplementação 200 UIosteoporose 300 UIosteomalácia e raquitismo 500 UI

USO TÓPICO: cremes com 15 mcg/g (600 UI) na psoríase.

VITAMINA E

1. Química

A vitamina E ou tocoferol refere-se a um grupo de oito substâncias oleosas, encontradas na natureza, com propriedades vitamínicas, de-nominadas TOCOFERÓIS e TOCOTRIENÓIS. Entre os tocoferóis (alfa, beta, gama e delta), a forma mais ativa é o d-alfa-tocoferol. Além disso, o alfa-tocoferol é o mais estável de todos quando submetido ao calor e ao congelamento. Os quatro tipos de tocotrienóis recebem a mesma denominação dos tocoferóis: alfa, beta, gama e delta.

Os tocoferóis oriundos de fontes naturais têm potência aproximadamente dobrada, se comparados com os de síntese. Os naturais podem ser identificados pela letra “d” no início do nome (e.g.: d- alfa-tocoferol), enquanto os sintéticos, provenientes de derivados do petróleo, iniciam seus nomes por “dl” (e.g.: dl-alfa-tocoferol)

Os tocoferóis são inativados em contato com os ácidos graxos poliinsaturados ou gorduras rançosas existentes na dieta, que consumiriam vitamina E para protegerem-se da destruição oxidativa a que estão sujeitos. O chumbo e o ferro são também agentes inativadores. Industrialmente, devem ser protegidos do ar e da luz.

Sua característica química mais importante é a propriedade

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antioxidante, sendo os tocotrienóis mais potentes que os tocoferóis.

2. Fontes alimentares

Tem origem vegetal e animal, sendo as primeiras as mais importantes. Infelizmente, quase toda a vitamina E presente nos grãos (principalmente nas cascas) é perdida durante o refino e outros processos industriais; dessa forma, a dieta normal é muito pobre em tocoferóis. As melhores fontes seriam os óleos extraídos a frio e o gérmen de trigo. O aquecimento dos óleos para fins culinários (frituras) destrói a vitamina E.

Os tocotrienóis são encontrados nos ácidos graxos mono insaturados, mais abundantemente presentes no azeite de oliva extra virgem (extraído a frio).

Geralmente, o conteúdo de vitamina E nos alimentos guarda relação direta com o dos ácidos linoléico e linolênico, os ácidos graxos mais essenciais da alimentação.

As principais fontes de tocoferóis são:

ÓLEO DE GÉRMEN DE TRIGO (1 colher) 34,6 mgÓLEO DE MILHO (1 colher) 14,0 mgÓLEO DE SOJA (1 colher) 8,8 mgÓLEO DE GIRASSOL (1 colher) 8,5 mgLEITE (1 xícara) 7,6 mgAMÊNDOAS (28 g) 6,7 mgBATATA-DOCE (1 média) 5,9 mgABACATE (1 médio) 4,0 mgDAMASCO (10 unidades) 2,2 mgAZEITE DE OLIVA (1 colher) 1,8 mg

Outras fontes: manteiga, ovos, fígado, espinafre, aspargos, pepino, etc.

3. Metabolismo

É absorvida no intestino, juntamente com as outras gorduras e sais

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biliares, indo inicialmente para a corrente linfática e posteriormente para o sangue e para o fígado, onde é utilizada e eventualmente estocada. A capacidade corpórea de armazenamento da vitamina E é bastante reduzida, ao contrário do que ocorre com as vitaminas A. D e K. Parte é excretada nas fezes e uma pequena quantidade pode armazenar-se no fígado, no tecido gorduroso e no muscular. A melhor via de absorção é a sublingual.

A absorção intestinal fica prejudicada pelo cloro, pelo ferre inorgânico e pelos óleos minerais (laxantes). A ingestão excessiva de óleos insaturados aumenta a demanda de vitamina E.

4. Funções fisiológicas

Apesar de a vitamina E ter ações fisiológicas claras em animais, es-tando sua deficiência ligada à distrofia muscular, a anormalidades no sistema reprodutor, à anemia megaloblástica, etc., suas funções n: ser humano são ligadas à sua potente ação antioxidante:

a vitamina E atua primariamente protegendo os ácidos graxos poli-insaturados, as outras vitaminas lipossolúveis, principalmente a vitamina A e a vitamina C, de serem oxidadas no tubo digestivo;

ajuda a incorporar material lipídico à membrana celular, por inibir a cadeia de lipoperoxidação;

importante no funcionamento de todos os sistemas por auxiliar na manutenção da membrana celular. Essa ação parece ser particularmente importante para a manutenção e a sobrevida dos glóbulos vermelhos, evitando a hemólise e a formação de trombos;

ajuda o corpo a responder às situações de estresse, protegendo os tecidos da oxidação dos radicais livres;

protege o LDL-colesterol contra a lipoperoxidação, o que tornaria essa lipoproteína aterogênica;

evita a agregação e a adesividade plaquetária.

A vitamina E certamente tem sido nos últimos anos, a vitamina mais estudada nos grandes centros de pesquisas do primeiro mundo. Seu papel como antioxidante vem sendo evidenciado em quase todos os tecidos, e parece ser uma substância fundamental à homeostasia das principais funções fisiológicas do organismo.

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Em sua tarefa de proteção do organismo contra os radicais livres, a vitamina E é consumida por oxidação, transformando-se de tocoferol em tocoferil. Este último é regenerado à forma reduzida, tocoferol, pela ação da vitamina C, que de ascorbato passa a ácido diedro ascórbico e que, por sua vez, também pode ser eventualmente regenerado pela ação do glutation.

Radical Livre Radical Livre Reduzido

Tocoferol Tocoferil

GS-SG < GSHÁc. Deidro <Ascórbico Ác. Ascórbico

GSH GS-SG

5. Deficiência

Mesmo que a vitamina E não seja armazenada com a mesma eficiência das outras vitaminas lipossolúveis, e que sua presença na alimentação seja relativamente pequena, os casos de deficiência são raros, uma vez que suas necessidades à sobrevida são pequenas.

No entanto, a maioria dos especialistas considera sua presença na alimentação insuficiente para fazer frente ao crescente estresse oxidativo a que o homem moderno se vê submetido.

O quadro de deficiência, geralmente ligado à má absorção, é associado à neuropatia periférica.

Os prematuros comumente apresentam deficiência de vitamina E pela sua dificuldade em atravessar a placenta.

Baixos níveis sangüíneos de tocoferol estão relacionados com: acne, anemia ferropriva, anemia hemolítica, infeções, câncer, periodontite, doenças neuromusculares e doença de Alzheimer.

O uso de ferro depleta a vitamina E no intestino antes de ser absorvida. Isso se deve, provavelmente, ao excesso de radical hidroxila formado pela reação de Fenton na presença daquele mineral na luz do tubo digestivo.

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6. Toxicidade

Acredita-se que a vitamina E seja a menos tóxica de todas as vitaminas. Na verdade, sua dose tóxica não está estabelecida, embora já tenham sido relatados raros casos de distúrbios gastrintestinais (náuseas, diarréia, meteorismo) e um possível aumento da pressão arterial em hipertensos. Alguns autores citam reações adversas em casos de cardiopatia por febre reumática.

Por sua ação anticoagulante, a vitamina E deve ser suspensa antes de cirurgias, e utilizada com cautela quando em combinação com outros anticoagulantes.

7. Possíveis usos

Pela sua potente ação antioxidante, utiliza-se a vitamina E no tratamento e na prevenção das mais diversas doenças, principalmente aquelas ligadas à patologia dos radicais livres.

Pode-se dizer que todas as patologias em que os radicais livres estejam aumentados se beneficiem com o uso da vitamina E, em especial as doenças degenerativas. Além disso, várias de suas indicações decorrem de sua atividade trombolítica.

Naturalmente, como a vitamina E é considerado o antioxidante padrão, suas possibilidades terapêuticas vêm aumentando dia a dia com a crescente inclusão da fisiopatologia de várias doenças no rol da oxidologia. Inúmeros testes clínicos mostram a eficiência da vitamina E nos seguintes estados mórbidos:

ANGINA PECTORIS TABAGISMOINFARTO DO MIOCÁRDIO ARTRITE REUMATÓIDECLAUDIGAÇÃO INTERMITENTE GOTAATEROSCLEROSE DOENÇAS AUTO-IMUNEPSORÍASE PREVENÇÃO DA CATARATATROMBOFLEBITE NEVRALGIA PÓS-HERPÉTICADISMENORRÉIA ESCLERODERMIATENSÃO PRÉ-MENSTRUAL ALERGIASDISPLASIA MAMÁRIA DIABETES

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SINTOMAS DA MENOPAUSA ESCLEROSE MÚLTIPLAIMUNODEFICIÊNCIAS AIDS

Outros usos: auxiliar na quimioterapia do câncer, aplicações locais em tratamentos dermatológicos, tromboflebites, distrofia muscular, retocolite ulcerativa, doença de Crõhn, etc. Largamente utilizada na preparação de atletas.

8. Doses

1mg de ALFA-TOCOFEROL = 1 UIEssa correspondência é aproximada, uma vez que as diversas

apresentações de vitamina E (acetato e succinato de alfa-tocoferol: d,l-alfa-tocoferol) mostram pequenas variações de equivalência.

RDA = Crianças 7 UIAdultos 10 UI

As doses diárias em Medicina Ortomolecular são de 200 a 800 Ul/dia.Uma vez que a absorção de vitamina E por via oral é muito variável (de 20 a 80%), dependendo da quantidade de ácidos graxo poliinsaturados, ferro, estrogênios, etc., ingeridos, a melhor via d administração, quando possível, é a sublingual.

Deve-se dar preferência às apresentações de origem natural da vitamina E por serem cerca de duas vezes mais potentes que suas correspondentes sintéticas. As primeiras são identificadas pela letra “d” no início do nome, enquanto que as não naturais têm “dl” antes do nome.As de origem natural mais recomendadas são:

d-alfa-tocoferol oleosad-alfa-acetato de tocoferol oleosad-alfa-succinato de tocoferol sólida

Quando se usar a vitamina E encapsulada com outras substâncias, deve-se dar preferência à forma em pó: o succinato.

Alguns autores recomendam evitarem-se as apresentações sob a forma de d-alfa-tocoferil, acetato ou succinato, por tratar-se de moléculas em

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estado oxidado e que, posteriormente, dentro do organismo, necessitariam ser reduzidas para regenerarem sua capacidade antioxidante. Esta recomendação, entretanto, não encontra amparo unânime na comunidade científica.

VITAMINA K

1. Química

A vitamina K corresponde a um grupo de três substâncias lipossolúveis, resistentes ao calor, instáveis na presença de álcalis e de luz, com atividade vitamínica, chamadas quinonas, que são:

a) FILOQUINONA ou VITAMINA K, - ocorre nos vegetais;b) MENAQUINONA ou VITAMINA K2 - formada pela ação das

bactérias do trato gastrintestinal;c) MENADIONA ou VITAMINA K3 - composto sintético com o dobro

da atividade vitamínica das outras duas.

Apesar de a menadiona ter maior potência vitamínica que as outras vitaminas naturais, o organismo necessita incorporar-lhe uma longa cadeia carbonada lateral para que tal atividade possa ocorrer. Por isso, pode-se considerá-la como uma pró vitamina da vitamina Kg, que é o composto ativo.

2. Fontes alimentares

A vitamina K é encontrada em alimentos de origem vegetal e animal. As melhores fontes são as verduras de cor verde-escura, os legumes verdes, á alfafa e as algas. As fontes animais incluem: fígado, leite, iogurte, ovos e óleos de peixes.

Para os seres humanos, as melhores fontes são as bactérias intestinais

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que produzem vitamina K2 a partir de compostos simples. Dessa forma, a melhor maneira de prover o corpo com boas quantidades de vitamina K é manter a flora intestinal saudável, isso quer dizer: ingerir pouco açúcar e comidas processadas, evitar antibióticos e combater qualquer sinal de disbiose.

O conteúdo de vitamina K nas suas principais fontes alimentar é:

(ATENÇÃO: as concentrações não estão expressas em unidades normalmente consumidas, tais como: colher de sopa, xícara, etc.)

Alimento em mcg/100gCOUVE-FLOR – 1.800 ASPARGOS – 57CHÁ VERDE – 712 FEIJÃO – 40ESPINAFRE – 415 QUEIJO – 35BRÓCOLIS – 175 TRIGO INTEGRAL – 17ALFACE – 129 OVOS – 11COUVE – 125 MORANGOS – 10FÍGADO – 92 PÊSSEGOS – 8AGRIÃO – 80 ARROZ - 3

3. Metabolismo

A absorção da vitamina K se faz na porção proximal do intestino delgado na presença de sais biliares e de suco pancreático. É levada ao fígado incorporada a quilomicrons e a lipoproteínas. Ingestão elevada de vitamina E ou de cálcio diminui a absorção de vitamina K.

É armazenada em pequenas quantidades no organismo, e rapidamente excretada pelo intestino.

4. Funções fisiológicas

A vitamina K é fundamental ao mecanismo de coagulação sangüínea. Atua diretamente na síntese de protrombina e de outras proteínas importantes à coagulação (fatores VII, IX e X).

Com a ajuda do potássio e do cálcio, auxilia na conversão de protrombina em trombina que, por sua vez, é o fator necessário à

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transformação de fibrinogênio em fibrina.A cumarina e o dicumarol têm suas ações anticoagulantes por

antagonizar a vitamina K, diminuindo a formação de protrombina e alterando o mecanismo de formação de fibrina.

Junto com a vitamina D, promove a síntese da osteocalcina, proteína responsável pela fixação de cálcio à matriz óssea.

Parece que as funções da vitamina K na coagulação e no metabolismo ósseo provêm de sua capacidade de ser co-fator na atividade enzimática da carboxilase, específica na transformação de ácido glutâmico em ácido gama carboxiglutâmico. Este aminoácido participa da formação de várias proteínas, inclusive da pro trombina, dos fatores VII, IX e X da coagulação, bem como da osteocalcina, conferindo-lhes propriedades de afinidade pelo cálcio.

5. Deficiência

A deficiência de vitamina K é relativamente rara e, quando ocorre, vem associada à má absorção de lipídios, à destruição da flora bacteriana por antibióticos ou à insuficiência hepática, que impede a utilização da vitamina K na síntese da protrombina.

Devido à sua dificuldade em atravessar a placenta, a deficiência de vitamina K toma-se relativamente comum em recém-nascidos que, nos primeiros dias de vida, ainda não contam com flora bacteriana intestinal (doença hemorrágica do recém-nascido).

O uso de anticoagulantes cumarínicos e de aspirina deprime os níveis de vitamina K.

6. Toxicidade

A toxicidade proveniente de fontes naturais não foi relatada, enquanto os excessos na administração de menadiona podem, eventualmente, ocasionar anemia hemolítica. Raramente pode provocar flush cutâneo, sudorese e sensação de opressão no peito.

7. Possíveis usos

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como estimulante da coagulação sangüínea, especialmente com níveis baixos de pro trombina;

na doença hemorrágica do recém-nascido; pré-cirúrgico; na artrite reumatóide (estabiliza a membrana lisossomal das células

da camada interna da cápsula sinovial); osteoporose (pesquisas recentes mostram que a suplementação com

vitamina K aumenta a incorporação de cálcio à matriz óssea, diminuindo o prazo de melhora da descalcificação após a implementação do tratamento com minerais, vitaminas e aminoácidos);

nas deficiências de vitamina K, decorrentes de doenças intestinais com desequilíbrios da flora intestinal ou má absorção, e nas insuficiências hepáticas;

hipermenorréia e dismenorréia.

8. Doses

A RDA para a vitamina K é:

HOMENS 80 mcg/diaMULHERES 65 mcg/diaGRÁVIDAS 65 mcg/dia

As doses em Medicina Ortomolecular variam entre 30 mcg a 1 mg. A dose mais usada é de 200 mcg / dia.

VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS

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As vitaminas hidrossolúveis são representadas pelas vitaminas do complexo B e pela vitamina C.

COMPLEXO B

Refere-se a uma série de substâncias com atividade vitamínica e com algumas características em comum:

são todas hidrossolúveis; não são armazenadas de maneira apreciável no organismo (exceção à

vitamina B12); apresentam baixíssima toxicidade; têm as mesmas origens alimentares e geralmente ocorrem juntas, as

fontes mais ricas são de origem vegetal (exceção à vitamina B12), destacando-se a levedura de cerveja;

são facilmente destruídas pelo cozimento dos alimentos; podem ser produzidas por bactérias intestinais; suas deficiências normalmente ocorrem juntas, com vários membros

do complexo, e estão relacionadas ao consumo de farinhas refinadas, açúcar, álcool e café;

atuam como coenzimas nos processos relacionados à produção de energia no organismo.

As apresentações comerciais de complexo B podem ser usadas como suplemento alimentar e medicação antioxidante inespecífica. São muito úteis em casos de estresse, fadiga, insônia, etc., e seus componentes devem ser usados em conjunto. Entretanto, fica claro que o estudo mais atento das características de cada vitamina do complexo B traz conhecimentos de importância capital para a prescrição dessas substâncias. O perfeito equilíbrio de doses adaptadas a cada caso e situação é, sem dúvida, uma das mais poderosas armas da Medicina Ortomolecular.

As vitaminas do complexo B são:

Tíamina - vitamina Bi; Riboflavina - vitamina B2; Niacina (ácido nicotínico) e niacinamida (nicotinamida) -

vitamina B3 ou PP;

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Ácido pantotênico - vitamina B5; Piridoxina e piridoxal - vitamina Be; Ácido fólico e ácido folínico; Biotina - vitamina H; Cobalamina, cianocobalamina e hidroxi-cobalamina -

vitamina B12; Ácido para-aminobenzóico - PABA; Ácido alfa-lipóico.

Os outros componentes com essencialidade discutível são:

Inositol; Colina; Ácido orótico - vitamina B13; Ácido pangâmico e dimetilglicina - vitamina B15; Laetrile - vitamina B17

TIAMINA - VITAMINA B1

1. Química

A tiamina é uma substância hidrossolúvel, como todas as vitaminas do complexo B, que pode ser facilmente destruída e perdida no preparo dos alimentos, dependendo do tempo de cozimento, do pH, da temperatura, da quantidade de água descartada e de ser esta clorada ou não. Calor úmido (fervura) é mais destrutivo, calor seco (assado) é menos.

O congelamento não altera a quantidade de tiamina nos alimentos.A tiaminase, presente nos peixes de água doce e nos crustáceos, e o

fator antitiamina do chá destroem cerca de 50% da tiamina dos outros alimentos ingeridos simultaneamente.

É o membro mais instável do complexo B.

2. Fontes alimentares

É encontrada em alimentos de origem animal e vegetal, sendo as fontes

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alimentares mais importantes a carne de porco e o gérmen de trigo. Outras fontes: fígado, frango, gema de ovo, peixes, legumes, farinhas integrais, etc.

Alimento mg

LEVEDO DE CERVEJA - lg 1,56SEMENTES DE GIRASSOL – ¼ xícara 0,83CARNE DE PORCO - 56g 0,75AMENDOIM - Vá xícara 0,48GÉRMEN DE TRIGO - ¼ xícara 0,47SUCO DE LARANJA - 1 xícara 0,28BATATA-INGLESA-1 média 0,24SALMÃO ASSADO - 56g 0,18ABACATE-100 g 0,10LEITE 2% - 1 xícara 0,09PEITO DE FRANGO - 84g 0,07OVOS - 1 médio 0,03

Embora a casca do arroz (arroz integral) seja uma boa fonte de tiamina, o arroz branco é desprovido dessa vitamina.

3. Metabolismo

É absorvida na porção proximal do intestino delgado e, como as outras vitaminas hidrossolúveis, não é armazenada em quantidades apreciáveis no organismo, por isso precisa ser ingerida diariamente. Os tecidos mais ricos em tiamina, podendo ser considerados como sítios de pequena armazenagem, são o fígado, o coração e os rins.

A absorção da vitamina B é prejudicada pelo consumo de álcool, açúcar, café e chá, e pela deficiência de ácido fólico.

A tiamina é fosforilada nas células mucosas intestinais em pirofosfato de tiamina e, sob essa forma, é transportada pelo sangue. Tal ativação pode também ocorrer no fígado e no cérebro pela ação da tiamina difosfotransferase.

Pode ser sintetizada em pequenas quantidades pelas bactérias intestinais, e a eliminação é feita pela urina e pelo suor.

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4. Funções fisiológicas

Sob a forma de tiamina piro fosfato (TPP) atua como importante coenzima na respiração celular, necessária à descarboxilação oxidativa do piruvato, formando acetil-CoA e propiciando a entrada de substrato oxidável no ciclo de Krebs para geração de energia. Nesse sentido, atua juntamente com o ácido alfa-lipóico.

O TPP é também necessário à descarboxilação oxidativa de vários aminoácidos. Funciona como coenzima essencial ao shunt das pentoses, uma via alternativa para a oxidação da glicose.

Assim sendo, embora a tiamina tome parte no metabolismo dos lipídios, das proteínas e dos ácidos nucléicos, seu papel é de fundamental importância no metabolismo dos carboidratos e na geração de energia.

Outra função importantíssima da tiamina é a manutenção das atividades metabólicas dos neurônios e do sistema nervoso central, provavelmente por influenciar a síntese de acetilcolina (através da produção de acetil-CoA).

Atua no metabolismo do álcool etílico e na produção de esteróis.

5. Deficiência

Beribéri é a deficiência grave de vitamina B, e caracteriza-se por confusão mental, perda de massa muscular (beribéri seco), edema (beribéri úmido), paralisias periféricas, taquicardia e cardiomegalia.

Sem TPP o piruvato não pode entrar no ciclo de Krebs, privando o músculo cardíaco de sua fonte de energia, e provocando insuficiência cardíaca. Inicialmente, a falta de tiamina compromete o sistema nervoso e o aparelho cardiovascular, progredindo posteriormente para disfunções digestivas e mentais.

A deficiência moderada, comum nos alcoólatras, é caracterizada por fadiga, depressão, falta de memória e sintomas neurológicos leves.

6. Toxicidade

Não se conhecem efeitos tóxicos para o uso excessivo de tiamina.

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7. Possíveis usos

Beribéri; Fadiga crônica; Intoxicação pelo chumbo (promove a eliminação do chumbo circulante pela urina); Insuficiência cardíaca; Depressão; Prevenção de enjôo em viagens aéreas e marítimas; Constipação (aumenta o tônus dos músculos intestinais); Má digestão (auxilia na produção de ácido clorídrico); Alcoolismo (apresenta deficiência de tiamina); Esclerose múltipla; Imunodeficiências; Paralisia facial; Neurites; Nevralgias (inclusive nevralgia do trigêmeo e ciática); Estresse; Prevenção contra picadas de insetos (por sua eliminação através do

suor); Antioxidante (pesquisas recentes mostram que a tiamina tem

marcante ação antioxidante, sendo útil nos estados de estresse oxidativo).

RDA = CRIANÇAS 1,0 mg / dia HOMENS 1,5 mg / dia MULHERES 1,1 mg / dia GRÁVIDAS 1,5 mg / dia

Na Medicina Ortomolecular, utilizam-se doses de 10 a 200 mg / dia.

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RIBOFLAVINA – VITAMINA B2

1. Química

Na sua forma pura, a riboflavina é um cristal de forte coloração amarela, estável à ação do calor, oxidação e acidez. Perde suas características físico-químicas diante de álcalis e da luz, especialmente dos raios ultravioleta.

Pouco de sua ação biológica é perdido durante o cozimento e o processamento dos alimentos, embora a adição de produtos alcalinos às comidas industrializadas tenha ação devastadora sobre a vitamina B2. As embalagens de leite que o protejam da ação da luz são de extrema utilidade na conservação da riboflavina.

2. Fontes alimentares

Os alimentos mais ricos são o fígado e a língua de boi, o levedo de cerveja, os óleos de peixes, os laticínios, os ovos, o arroz integral e as leguminosas.

Alimento mg

FÍGADO – 84g 3,52LEITE 2% - 1 xícara 0,54AMÊNDOAS – 50g 0,45IOGURTE – 1 xícara 0,40OVOS – 1 médio 0,26CARNE DE PORCO – 84g 0,24QUEIJO – 28g 0,23ESPINAFRE - ½ xícara 0,22TRUTA – 84g 0,19FRANGO – 84g 0,19GÉRMEM DE TRIGO – ¼ xícara 0,13ARROZ INTEGRAL – 1 xícara 0,05

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LARANJA – 1 média 0,05

3. Metabolismo

Sua absorção faz-se na porção proximal do intestino delgado e vem facilitada pela presença de outros alimentos no tubo digestivo.

Não é armazenada em quantidades apreciáveis no organismo sendo os rins e o fígado os tecidos com maior concentração.

É excretada pela urina em quantidades que variam de acordo com as necessidades teciduais, sendo responsável pela coloração amarelo-esverdeada da urina após a ingestão de complexo B.

Por ser produzida normalmente por bactérias intestinais em quantidades apreciáveis, sua deficiência patológica é encontrada raramente.

A flavoquinase é a enzima que catalisa a fosforilação necessária à conversão de riboflavina em suas formas coenzimáticas (FMN e FAD) e é regulada pela tiroxina. No hipotireoidismo aparecem sanais de deficiência de vitamina B2. O ACTH e a aldosterona também acelera a atividade da flavoquinase, favorecendo a formação de FMN e FAD.

4. Funções fisiológicas

A riboflavina combina-se com o ácido fólico para tomar-se parte da estrutura de duas coenzimas com atividades diversas e amplamente utilizadas em vários níveis do metabolismo:

FMN - flavina mononucleotídio; FAD - flavina adenina dinucleotídio;

sendo o FAD a forma predominante.Essas coenzimas constituem o grupo prostético das enzimas

flavoprotéicas, que catalisam reações de oxirredução celular, carreando hidrogênio no sistema mitocondrial de transporte de elétrons, com o objetivo final de produzir ATP.

As enzimas flavo-protéicas são representadas por diversas oxidorredutases de capital relevância ao metabolismo (alfa-amino oxidase, xantina oxidase, aldeído desidrogenase, succinato desidrogenase,

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etc.), todas dependentes de concentrações adequadas de riboflavina no organismo.

O FAD atua na conversão de triptofano em niacina (vitamina B3).A riboflavina contribui para a ação da glutation redutase, enzima

necessária à regeneração do glutation oxidado transformando-o em glutation reduzido.

5. Deficiência

A deficiência de vitamina B2 é relativamente rara, considerada não- fatal e, geralmente, vem acompanhada por deficiências de outras vitaminas do complexo B.

A principal causa é a desnutrição, podendo ser influenciada por desequilíbrios da flora intestinal e pelo hipotireoidismo. Nos tratamentos com corticóides, a conversão em suas formas coenzimáticas Sn as pode estar deficiente por inibição do ACTH.

O quadro de deficiência é resultado de alterações metabólicas provenientes de disfunções nas reações catalisadas pelas flavo-proteínas (FAD e FMN). Os sintomas incluem: fotofobia, lacrimejamento, irritação ocular, estomatite e glossite.

6. Toxicidade

Não se conhecem casos de intoxicação por excessos de vitamina B2.Na prevenção da catarata, não se deve exceder a dose de 30mg dia,

uma vez que a combinação de luz, oxigênio e FAD pode gerar radicais livres e piorar a catarata.

7. Possíveis usos

Fadiga crônica; Estresse; Imunodeficiências; Prevenção de catarata (no máximo 10 mg/dia); Irritação ocular;

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Acne; Dermatites; Depressão (provavelmente por interferir na ativação da piridoxina e

no metabolismo do triptofano); Alcoolismo (pode estar deficiente); Antioxidante (ação sobre a glutation redutase).

8. Doses

RDA = CRIANÇAS 1,0 mg/diaHOMENS 1,7 mg/diaMULHERES 1,3 mg/diaGRÁVIDAS 1,6 mg/dia

Na Medicina Ortomolecular, usam-se doses entre 10 e 200 mg/dia.

NIACINAMIDA - VITAMINA B3

1. Química

Normalmente, a vitamina Bs denomina-se NIACINA ou ÁCIDO NICOTÍNICO, no entanto, como sua forma biologicamente ativa e mais usada nos formulários de Medicina Ortomolecular é a NIACINAMIDA ou NICOTINAMIDA, adota-se aqui esta segunda denominação. Também é conhecida como vitamina PP (pelagra preventiva).

O ácido nicotínico é um material cristalino e esbranquiçado, bastante resistente ao calor, à luz, ao ar, aos ácidos e aos álcalis, embora pequenas quantidades sejam perdidas na água descartada no cozimento dos alimentos.

Pode ser formada a partir do aminoácido essencial triptofano (60 mg de triptofano dão origem a 1mg de ácido nicotínico), cuja transformação é dependente de vitamina B2, B6 e vitamina C.

2. Fontes alimentares

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O conteúdo de vitamina B3 dos alimentos pode ser calculado incluindo-se também a ocorrência de triptofano, seu precursor. Esse método de medição é mais acurado, uma vez que as quantidades de triptofano na dieta normal chegam a cerca de 1 g, o que representariam quase 17 mg de equivalência de niacina.

ALIMENTO NIACINA + TRIPTOFANO = EQUIVALÊNCIA DE

mg/l.000 kcal mg/l.000 kcal NIACINA/l.000 kcal

CARNE 24,7 1.280 46,0OVOS 0,6 1.150 19,8LEITE 1,2 673 12,4FARINHA DE TRIGO 2,5 297 7,4MILHO 5,0 106 6,7

CONTEÚDO DE B3 (sem triptofano)

ALIMENTO mg

FÍGADO – 84g 12,3FRANGO – 84g 11,8ATUM – 84g 10,1ABACATE – 1 médio 5,8AMENDOIM – 28g 4,2ARROZ INTEGRAL – 1 xícara 2,7FIGOS SECOS – 10 unidades 1,3LEITE 1% - 1 xícara 0,2OVOS – 1 médio 0,15

3. Metabolismo

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A niacina e a niacinamida são facilmente absorvidas no intestino delgado. Pequena quantidade pode ser armazenada no fígado, sendo o excesso eliminado pela urina.

4. Funções fisiológicas

A niacinamida atua como componente das coenzimas nicotinamidi adenina dinucleotídio (NAD) e nicotinamida adenina dinucleotídk fosfato (NADP), bem como das NADH e NADPH, suas formas reduzidas, presentes em todas as células e em mais de cinqüenta reações metabólicas diferentes. Elas são essenciais às reações de oxirredução envolvidas na produção de energia a partir de carboidratos, lipídios e proteínas, onde servem como receptores de hidrogênio capazes de aceitar e liberar aqueles átomos quando removidos pelas desidrogenases. O NAD predomina na glicólise e no ciclo de Krebs e o NADP na via das pentoses. Atuam no metabolismo dos lipídios e na desaminação de aminoácidos, sendo necessárias à formação das hemácias e dos hormônios esteroidais.

A vitamina B3 estimula a circulação, diminui os níveis de colesterol, e é importante no suporte das funções do sistema nervoso, em especial do cérebro.

O NAD é também usado na síntese de glicogênio (glicogeniogênese).

5. Deficiência

A deficiência leve de vitamina B3 caracteriza-se por fraqueza muscular, anorexia, indigestão e erupções na pele.

A deficiência severa leva à PELAGRA, chamada a doença dos 4 "Ds”: dermatite, diarréia, demência e morte (death, em inglês).

Enquanto a deficiência de vitamina B2 é característica dos comedores de arroz branco, a pelagra é comum em populações cuja alimentação se baseia no milho que, apesar de conter triptofano, não fornece biodisponibilidade de vitamina B3. Na farinha de amido de milho, maisena, a niacina apresenta-se sob a forma de niacitina, biologicamente inútil.

Uma vez que o piridoxal fosfato, forma ativa da vitamina B6, é co-fator na transformação de triptofano em NAD, a deficiência de vitamina B6

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potencializa a deficiência de niacina. Alimentos com altas concentrações de leucina, como o sorgo, podem bloquear a transformação de triptofano em NAD.

Na pelagra, usam-se 150 a 600mg de niacinamida por dia. Em muitos casos, os problemas mentais são irreversíveis.

6. Toxicidade

A toxicidade da vitamina B3 é muito baixa; no entanto, em altas doses (1 a 2g três vezes ao dia) pode ser hepatotóxica, e causar irritação gástrica.Sob a forma de NIACINA (ácido nicotínico) causa flush cutâneo por liberação súbita de histamina, o que se mostrou inócuo para a saúde, embora possa trazer certo perigo para asmáticos e para portadores de úlcera péptica. Geralmente, esse efeito colateral desaparece com a continuação do tratamento. Com o uso de niacinamida (nicotinamida) não há liberação de histamina, nem flush.

7. Possíveis usos

A maior parte das indicações terapêuticas da vitamina B3 deriva da ação vasodilatadora na niacina e da ação sobre o sistema nervoso da niacinamida.

Hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia (somente sob a forma de ácido nicotínico 3g/dia, que pode causar flush cutâneo);

Fadiga crônica; Ansiedade; Depressão (especialmente na bipolar); Esquizofrenia (1/3 dos pacientes internados por doença mental nos

EUA tem deficiência de B3. Evita a formação de dimetil- triptamina, substância alucinógena derivada do metabolismo do triptofano);

Enxaqueca (por estimular a circulação sangüínea); Tratamento pós-infarto do miocárdio; Doença de Menière (sob a forma de ácido nicotínico, que é

vasodilatador); Paralisia facial;

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Hipoglicemia; Diabetes (faz parte do fator de tolerância à glicose - GTF); Nevralgia do trigêmeo; Insônia (500mg a 1g de niacinamida ao deitar-se); Artrite reumatóide (sob a forma de niacinamida); Hipertensão arterial; Dismenorréia.

Como regra geral, usa-se o ácido nicotínico (niacina) nos casos de doenças envolvendo o aparelho circulatório e a nicotinamida (niacinamida) nos casos neuropsiquiátricos e na suplementação alimentar.

8. Doses

RDA = CRIANÇAS 12 mg/diaHOMENS 20 mg/diaMULHERES 15 mg/diaGRÁVIDAS 17 mg/dia

Na Medicina Ortomolecular, usam-se doses entre 20 mg a 3 g por dia.Existem no mercado apresentações de niacina flush-free, isentas de

efeitos vasomotores. Essas formulações são compostas pela a acrescida de inositol, o que impede a liberação súbita de histamina. Outro artifício usado para diminuir as reações de flush é a utilização de formas time-release, que promovem uma absorção gradual da substância.

ÁCIDO PANTOTÊNICO – VITAMINA B5

1. Química

É um composto cristalino, branco, facilmente decomposto por álcalis, ácidos e calor seco, porém estável ao calor úmido em soluções neutras.

Normalmente é encontrado sob a forma de sais de cálcio ou sódio, que podem apresentar cor amarelada, estando presente em todas as células

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vivas.

2. Fontes alimentares

Tem larga ocorrência nas dietas comuns, desde que não contenham grandes quantidades de alimentos processados, uma vez que a atividade biológica do pantotenato é perdida na maioria dos processos de industrialização. Boas fontes de vitamina B5 são: fígado, levedo de cerveja, ovos, peixes, aves, cereais integrais; além de vários vegetais, como: batata-doce, couve-flor e brócolis.

É produzido por bactérias intestinais, que provêm quantidades apreciáveis dessa vitamina.

Alimento mgFÍGADO – 84g 5,05IOGURTE – 1 xícara 1,11PEITO DE FRANGO – 84g 0,83LEITE 2% - 1 xícara 0,78MILHO COZIDO - ½ xícara 0,72GÉRMEN DE TRIGO - ¼ xícara 0,56QUEIJO – 28g 0,49SUCO DE LARANJA – 1 xícara 0,48PÃO INTEGRAL – 1 fatia 0,26

3. Metabolismo

Absorvido facilmente pelo intestino, transforma-se, após diversas fosforilações, em coenzima A (CoA), através da qual desempenha suas funções fisiológicas primárias.

O excedente é excretado pela urina.

4. Funções fisiológicas

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O papel fisiológico primário do ácido pantotênico é ser constituinte da coenzima A (CoA) e, como tal, torna-se essencial a muitas reações metabólicas e à sobrevivência da célula, já que essa molécuh tem papel central nos mecanismos de produção de energia.

A CoA está intimamente relacionada com as funções do córtex da glândula supra-renal, aumentando a produção de cortisol e de outros hormônios corticais que ajudam a combater os estados de estresse, e a aumentar o metabolismo. Por essa razão é conhecida como “vitamina antiestresse” e, mais recentemente, como “vitamina antiinflamatória”.

A ação estimulante do córtex adrenal confere-lhe efeitos antitóxicos contra os antibióticos e radiações, mantém o metabolismo da pele e do sistema nervoso, além de prevenir o envelhecimento.

O ácido pantotênico participa do metabolismo de maneira ampla e por diversas formas:

como parte da acetil-CoA (de cuja formação participa o pirofosfato de tiamina -TPP) está envolvido na liberação de energia a partir dos carboidratos (ciclo de Krebs) e na degradação e metabolismo dos ácidos graxos;

a CoA funciona como receptora de grupamentos acetato dos aminoácidos, vitaminas e sulfonamidas;

está envolvida na síntese de colesterol, de fosfolipídios, de hormônios esteróides, de esfingosídios e de porfirinas (hemoglobina);

entra na síntese da acetilcolina, neurotransmissor de vital importância na condução do impulso nervoso e nas funções cerebrais;

aumenta a produção de cortisol e de outros corticóides.

5. Deficiência

Dietas muito ricas em alimentos processados, e o uso intenso de antibióticos, que lesam as bactérias intestinais produtoras de ácido pantotênico, podem levar a um quadro raro de deficiência de vitamina B5, que se caracteriza por fadiga, queimação plantar (síndrome dos pés ardentes), depressão, hipocloridria gástrica, hipoglicemia, imunodeficiência e hipofunção do córtex da supra-renal, com piora de

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estados alérgicos.

6. Toxicidade

O ácido pantotênico é muito pouco tóxico, podendo provocar, em doses acima de 1.500 mg / dia, diarréia e sensibilidade dentária.

7. Possíveis usos

Conhecida como a vitamina ante estresse, é comumente usada para fadiga crônica, envelhecimento precoce e outros sintomas causados pelo estresse. Várias de suas indicações são correlacionadas com sua capacidade de estimular as glândulas supra-renais e a produção de corticosteróides, especialmente as doenças auto-imunes e os processos inflamatórios.

Fadiga crônica; Estresse; Artrite reumatóide; Dores do aparelho locomotor em geral (inclusive coluna vertebral); Alergias; Psoríase; Retocolite ulcerativa; Neurites; Preparação de atletas; Asma; Imunodeficiências; Queda de cabelos; Enxaqueca; Como estimulante da cicatrização de feridas; Esclerose múltipla; Lúpus eritematoso; Estimula a função intestinal no período pós-cirúrgico; Epilepsia; Alcoolismo.

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8. Doses

RDA = CRIANÇAS 3 mg ADULTOS 6 mg

Em Medicina Ortomolecular, utilizam-se normalmente doses acre 150 e 1.000 mg, sob a forma de pantotenato de cálcio.

Amplamente utilizado pela indústria de cosméticos para uso local na queda e perda de brilho dos cabelos.

PIRIDOXINA - VITAMINA B6

1. Química

É um composto cristalino, branco e inodoro, solúvel em água e álcool. Estável ao calor em meio ácido, porém moderadamente instável em soluções alcalinas e muito instáveis à luz. Com o congelamento dos alimentos perdem-se até 55% da piridoxina.

Sua forma química biologicamente ativa é o piridoxal 5-fosfato. A terceira espécie química com atividade vitamínica é o fosfato de piridoxamina.

2. Fontes alimentares

Apesar de estar disponível em muitos alimentos, a vitamina B6 tem poucas fontes alimentares realmente ricas.

As melhores fontes são: carne, fígado, grãos integrais e gérmen de trigo.

Ocorre, também em boas quantidades em peixes, aves, ovos, amendoim, leguminosas, bananas, abacates, batatas e couve-flor.

Alimento mg

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FÍGADO - 84 g 1,22BANANA - 1 média 0,66FRANGO-84 g 0,51BATATA - 2 médias 0,49LEVEDO DE CERVEJA - 1 g 0,40GÉRMEN DE TRIGO - ¼ xícara 0,30ARROZ INTEGRAL - 1 xícara 0,28COUVE-FLOR - ¼ xícara 0,13SUCO DE LARANJA - 1 xícara 0,13LEITE 2% - 1 xícara 0,11OVOS - 1 médio 0,06

3. Metabolismo

Todas as formas de vitamina B6 são absorvidas na porção próxima, do intestino delgado, onde a piridoxina é fosforilada e transportada pelo plasma sob a forma de piridoxal fosfato, que pode ser transformado nas outras espécies biologicamente ativas. Tem produção por bactérias intestinais, pequena armazenagem é feita exclusivamente no tecido muscular, e a excreção, através da urina.

A maioria dos tecidos contém a enzima piridoxal quinase magnésio dependente, capaz de catalisar a fosforilação pelo ATP das formas não fosforiladas nos respectivos ésteres fosforilados.

A ativação do piridoxal fosfato em sua coenzima ativa depende da riboflavina.

4. Funções fisiológicas

O fosfato de piridoxamina e, de uma forma mais importante, o piridoxal 5-fosfato atuam primariamente como coenzimas na transaminação e descarboxilação de proteínas, influindo fortemente no metabolismo dos aminoácidos.

Tem papel essencial no metabolismo do triptofano, atuando na transformação desse aminoácido em niacina (vitamina B3) e serotonina (importante neurotransmissor). Além disso, ativa a treonina aldolase, enzima promotora do metabolismo da treonina e da sua transformação em glicina, serina, piruvato e acetil-CoA.

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Como coenzima da fosforilase, a piridoxina facilita a quebra e a liberação do glicogênio do fígado e dos músculos sob a forma de glicose 1-fosfato (glicogenólise). A fosforilase muscular encerra cerca de 80% da vitamina B6 do organismo.

Está envolvida na conversão de ácido linoléico em ácido araquidônico e, a partir deste último, na produção de prostaglandina E2. Participa também da produção de ácido clorídrico no estômago.

A vitamina B6 é importante no metabolismo da mielina por atuar na formação de esfingolipídios. Ainda no sistema nervoso, regula a síntese de ácido gama aminobutírico (GABA), neurotransmissor essencial às funções cerebrais, além de participar do metabolismo da norepinefrina, da acetilcolina e da histamina.

Atua na síntese e no metabolismo do DNA e do RNA.O piridoxal fosfato é necessário à formação do ácido alfa

aminolevulínico, precursor do heme da hemoglobina.Sua capacidade de manter o balanço de sódio e de potássio no

organismo e a concentração de magnésio intracelular propicia um importante auxílio no equilíbrio hídrico, na neurotransmissão e na eletrofisiologia do coração.

De alguma forma atua no equilíbrio hormonal feminino, sendo importante no tratamento da síndrome pré-menstrual.

5. Deficiência

Como todas as vitaminas do complexo B guardam semelhança quanto às suas fontes alimentares, geralmente, a deficiência de uma vem acompanhada pela deficiência de várias outras o que faz com que o quadro deficitário seja bastante abrangente. Por outro lado, como a vitamina B6 é essencial a um sem-número de processos biológicos vitais, sua deficiência afeta o organismo como um todo, com sintomas vagos e genéricos.

Como a piridoxina interfere diretamente na síntese de dois neurotransmissores, serotonina e GABA, os sintomas neurológicos predominam.

Embora rara, a deficiência de vitamina B6 pode ocasionar pele seca,

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estomatite, edema, fraqueza muscular, irritação, cefaléia, depressão, fadiga, anemia, parestesia, descoordenação motora, confusão, insônia, neurite e até convulsões. Na maioria das vezes, a sintomatologia está relacionada com a impropriedade de transformação do triptofano em niacina e em serotonina, com a precariedade na síntese de GABA e com a produção diminuída de hemoglobina.

Na gravidez, a falta de vitamina B6 tem sido associada á retenção hídrica, alterações da curva glicêmica, náuseas, vômitos, toxemia e eclâmpsia.

A isoniazida, a hidrazida, alguns antibióticos e os esteróides orais (pílulas anticoncepcionais) causam depleção de piridoxina, o mesmo ocorrendo no alcoolismo. Essa deficiência provém de uma interferência no seu metabolismo hepático, com alteração na transformação em piridoxal fosfato (forma ativa).

Várias situações vêm sendo relacionadas com a deficiência de vitamina B6, sendo as mais importantes: idade avançada, gravidez, uso de anticoncepcionais, depressão, imunodeficiências, esclerose múltipla, alcoolismo, asma, úlcera péptica, doença de Crõhn, câncer de colo de útero, etc.

6. Toxicidade

Apesar de a piridoxina ser muito bem tolerada, doses continuadas de mais de l g / dia podem causar quadros de neurite periférica, começando com tremor, progredindo para neuropatia sensorial e culminando com ataxia e impotência funcional dos membros.

Esse quadro de intoxicação se origina de uma incapacidade do fígado em transformar piridoxina em piridoxal 5-fosfato. O acúmulo neurotóxico de piridoxina pode ser evitado com o uso do piridoxal, que deve ser preferido nos casos em que altas doses são necessárias. O uso do magnésio também diminui esses sintomas.

O caso mais clássico em que altas doses de piridoxina são utilizadas é o tratamento de tensão pré-menstrual (cerca de 600 mg/dia) que, no entanto, geralmente também usa doses elevadas de magnésio (500 a 750 mg/dia).Na verdade, a única razão para o uso de piridoxina, em vez de piridoxal 5-fosfato, vem a ser o preço do medicamento. O uso do piridoxal, mais caro, não se justifica na maioria dos tratamentos que empregam doses baixas ou

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médias de vitamina B6.

7. Possíveis usos

Devido às suas diversas funções fisiológicas, utiliza-se a piridoxina com sucesso em inúmeros estados patológicos:

Displasia mamária; Dismenorréia; Tensão pré-menstrual (alterações do humor, sensibilidade mamária.

fadiga, etc.); Uso de anticoncepcionais (o estrogênio depleta a B6); Gravidez (necessária ao equilíbrio hormonal e eletrolítico da gestante

e ao desenvolvimento neurológico do feto. Também usada para enjôo da gravidez);

Toxemia gravídica (o aumento de estrogênio depleta a vitamina B6, com elevação do ácido xanturênico que inativa a insulina e altera a curva glicêmica);

Estresse; Fadiga crônica; Preparação de atletas (essencial à mobilização do glicogênio

muscular); Depressão (atua na transformação de triptofano em serotonina)

Enxaqueca; Retenção de líquidos (especialmente nos desequilíbrios hormonais

tem efeito levemente diurético); Anemia (síntese da hemoglobina); Diabetes (importante na utilização da glicose e mobilização dc

glicogênio); Neurite diabética; Asma; Alergias; Imunodeficiências (deficiência relacionada com a diminuição de

linfócitos B e T, imunoglobulinas e atividade fagocitária); Infecções virais; Câncer (especialmente melanoma); Epilepsia;

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Esquizofrenia (especialmente nas psicoses com aumento de criptopirrol na urina, utilizada preferencialmente junto com zinco, magnésio e manganês);

Insônia (também relacionada com o aumento de criptopirrol urinário, e a ausência de sonhos);

Esclerose múltipla; Neurite periférica; Síndrome do túnel carpal; Nevralgias; Mialgias; Autismo; Deficiência de aprendizado; Hiperatividade infantil; Hipertensão arterial (tem ação diurética); Aterosclerose (diminui a agregação plaquetária e os níveis de

homocisteína); Prevenção de litíase renal (essencial ao metabolismo do ácido

oxálico); Osteoporose (promove a conversão de homocisteína em cistationina,

sendo que a primeira interfere na formação do colágeno da matriz óssea);

Homocistinúria.

8. Doses

RDA = CRIANÇAS 1,4 mg/dia HOMENS 2,0 mg/dia MULHERES 1,6 mg/dia GRÁVIDAS 2,2 mg/dia

Em Medicina Ortomolecular usam-se, geralmente, doses entre SO e 600 mg de piridoxina. As doses de piridoxal 5-fosfato podem ser quatro vezes menores para obter-se a mesma potência.

O uso concomitante de magnésio, zinco, riboflavina e outras vitaminas do complexo B potencializa a ação da vitamina B6.

A piridoxina deve ser evitada em pacientes parkmsonianos que fazem uso de L-dopa e levodopa, por inibir suas ações. O uso de zinco poderia

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prevenir esse efeito. Alguns autores, entretanto, indicam doses de até 10 mg de vitamina B6 no parkinsonismo, pois a formação de dopamina cerebral é dependente de uma descarboxilação onde a piridoxina é essencial. Na nossa prática, observamos piora significativa dos pacientes tomando drogas antiparkinsonianas quando submetidos à terapia com vitamina B6 em doses mais elevadas.

COBALAMINA - VITAMINA B12

1. Química

A vitamina B12 é uma substância cristalina, hidrossolúvel, de cor vermelha, cujas formas biologicamente mais ativas são a CIANOCOBALAMINA e a HIDROXICOBALAMINA.

A presença do metal pesado cobalto ligado a um anel tetra pirrol, semelhante ao anel porfirínico do heme, é que lhe confere a cor vermelha.A vitamina B12 é lentamente destruída por soluções ácidas, álcalis, luz e agentes oxidantes ou redutores. Cerca de 70% de sua atividade permanecem após o cozimento dos alimentos.

Comercialmente, utiliza-se, sobretudo a forma de cianocobalamina, produzida pela fermentação de bactérias. A COBA-MAMIDA, forma coenzimática da vitamina B12, é amplamente utilizada na clínica.

2. Fontes alimentares

A cobalamina é encontrada quase exclusivamente em alimentos de origem animal e, embora seja produzida por bactérias da flora intestinal, a vitamina B12 proveniente dessa fonte parece ser pouco absorvida. As principais fontes são: fígado, rins, leite, ovos, peixe, queijo e carne.

De 40 a 90% da vitamina B12 do leite são perdidos no processo de pasteurização.

Constitui o principal problema das dietas exclusivamente vegetarianas, e deve ser suplementada nos indivíduos que a praticam.

Alimento mcg

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FÍGADO - 84 g 9,5OSTRAS - ½ xícara 8,0ATUM ENLATADO - 84 g 2,8CARNE - 84 g 1,7LEITE 25% - 1 xícara 0,9IOGURTE - ½ xícara 0,6OVOS - 1 médio 0,6CARNE DE PORCO - 84 g 0,5QUEIJO-28 g 0,4PEITO DE FRANGO - 84 g 0,3

3. Metabolismo

É absorvida na porção distai do intestino delgado (íleo) na dependência de FATOR INTRÍNSECO. Esse fator é uma enzima muco-protéica produzida pelas células parietais do estômago, as mesmas que fabricam ácido clorídrico, que se liga à cobalamina e, na presença de cálcio, promove a sua absorção. Tal processo é dependente também do ácido clorídrico e de hormônios da tireóide. A absorção aumenta na gravidez e diminui na velhice (hipocloridria).

Após a absorção, a cobalamina circula pelo organismo ligado às proteínas séricas transcobalamina I e II. A maior concentração está no fígado e nos rins, de onde é liberada, de acordo com as necessidades, para a medula óssea e outros tecidos.

Quando a ingestão de cobalamina se faz em pequenas quantidades, sua absorção é alta (60 a 80%). Por outro lado, quantidades maiores diminuem a absorção para 40 a 10%.

As reservas corpóreas, sob a forma de metilcobalamina, adenosilcobalamina e hidroxicobalamina, são significativas e, além disso, há uma reciclagem da vitamina B12 biliar que, sendo reaproveitada, tem reduzida as suas necessidades diárias a uma quantidade ínfima. Somando-se a isso, não há normalmente excreção urinária dos excessos.

4. Funções fisiológicas

É essencial ao metabolismo de todas as células, especialmente às do

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trato gastrintestinal, às da medula óssea e às do sistema nervoso.Juntamente com o ferro, o ácido fólico, o cobre, a vitamina C e a B6, é

necessária à formação das hemácias.Em conjunto com o ácido fólico, a colina e a metionina, participa da

transferência de grupos metila na síntese dos ácidos nucléicos, ias purinas e das pirimidinas.

Removendo o grupo metila do metil-folato e regenerando o tetra-hidrofolato, participa da síntese do DNA.

Atua na formação da mielina ligada à produção de ácido propiônico, sendo fundamental ao bom funcionamento de todo o sistema nervoso.

5. Deficiência

Derivada principalmente de restrições dietéticas (vegetarianismo) e de problemas abortivos (acloridria, falta de fator intrínseco, hipotireoidismo, deficiência de ferro, etc.), a deficiência de vitamina B2 caracteriza-se por problemas hematológicos e neurológicos.

Pesquisas mais recentes mostram que reações auto-imunes podem neutralizar ou impedir a formação do fator intrínseco nas células parietais do estômago, impedindo a absorção da cobalamina.

O quadro sangüíneo é o da anemia perniciosa, uma anemia megaloblástica (volume aumentado das hemácias) que apresenta ligação etiológica com a deficiência de ácido fólico e vem acompanhada por glossite, desequilíbrios mentais, hipospermia e sintomas neurológicos. Na verdade, até prova contrária, qualquer aumente do volume das hemácias deve ser tratado como deficiência de vitamina B12 e ácido fólico.

O quadro neurológico, que obviamente pode vir acompanhado pela anemia megaloblástica, apresenta dormência e impotência funcional dos membros, descoordenação motora e sintomas mentais, que podem ser graves e irreversíveis. Patologicamente, pode haver degeneração da massa cerebral branca, do nervo ótico, da medula espinhal e dos nervos periféricos. Esse quadro pode estar ligado à essencialidade da vitamina B12

no processo de formação da mielina.O tratamento das deficiências de vitamina Bl2 deve ser acompanhado

clinicamente pelo exame neurológico e psiquiátrico e laboratorialmente pelo hemograma e pela dosagem no sangue da vitamina, cujos valores normais no soro situam-se entre 200 e 91C pg/ml.

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6. Toxicidade

Não se conhecem sintomas provenientes da ingestão excessiva de vitamina B12.

7. Possíveis usos

Anemia megaloblástica (usada com ácido fólico); Fadiga crônica; Depressão; Geriatria (os velhos absorvem menos B12); Xevralgias (inclusive a do trigêmeo); AIDS (mais de 30% dos pacientes portadores de HIV apresentam

deficiência de vit B12; estatisticamente a deficiência tem relação direta com a sobrevida dos infectados);

Esclerose múltipla (importante para a produção de mielina); Paralisia facial; Hepatite; Alergias (asma, urticária, dermatite de contato, etc.); Doença de Crõhn (pode estar deficiente); Xeuropatia diabética; Herpes zóster (na nevralgia pós-herpética); Imunodeficiências (melhora a resposta linfocitária e a atividade

fagocítica); Esquizofrenia (a deficiência pode apresentar-se como quadro

psicótico); Psoríase; Como suplemento alimentar nos gastrectomizados (falta de fator

intrínseco); Como anabolizante e estimulante do crescimento (sob a forma de

cobamamida)

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8. Doses

RDA = CRIANÇAS 1,4 mcg/diaADULTOS 2,0 mcg/diaGRÁVIDAS 2,2 mcg/dia

Em Medicina Ortomolecular, utilizam-se doses diárias de 50 a 1.000mcg por via sublingual, ou doses de 5.000 a 15.000mcg por via intramuscular uma ou duas vezes por semana.

A administração terapêutica, contrastando com aquelas para suplementação regular e contínua, não deve priorizar a via oral. Uma vez que a maior parte das deficiências deve-se à má absorção, ficando as carências alimentares restritas aos vegetarianos puros, o aumento de cobalamina disponível para absorção no trato digestivo geralmente não resolve o problema.

Nos quadros hematológicos pode-se usar a cianocobalamina e nos quadros neurológicos deve-se dar preferência à hidroxicobalamina IM.

A vitamina B12 deve ser sempre usada em conjunto com o ácido fólico uma vez que a cobalamina empregada isoladamente podem mascarar uma deficiência de ácido fólico.

Como anabolizante, estimulante do metabolismo e do crescimento, usa-se a forma coenzimática cobamamida em doses que geralmente variam entre 1 e 5 mg, de preferência por via sublingual.

ÁCIDO FÓLICO

1. Química

O ácido fólico, também denominado FOLACINA ou ácido pteroilglutâmico, é uma substância cristalina, de cor amarela, que pertence a um grupo de compostos chamados pterinas.

Ocorre sob cerca de 150 formas químicas diferentes, quase todas presentes nos alimentos, instáveis ao calor, à luz e à oxidação, sendo perdidos com o preparo caseiro até 80% de seu conteúdo alimentar.

É formado pela ligação de um núcleo de pteridina e uma molécula de ácido para amino benzóico (PABA), conjugados com várias moléculas de ácido glutâmico. A forma ativa da vitamina é o ácido tetraidrofólico

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(THFA ou H4folato).Nos vegetais, o ácido fólico apresenta-se como um conjugado de

poliglutamato que, com a perda de algumas moléculas de ácido glutâmico, dá origem ao ácido pteroil-monoglutâmico, a forma absorvível dessa vitamina.

2. Fontes alimentares

O ácido fólico está largamente presente nos alimentos sob a forma de poliglutamato. As melhores fontes são: fígado, leguminosas, espinafre, aspargos e brócolis. Outras fontes são: carne, batata, pão integral, leite e ovos.

As bactérias intestinais produzem grandes quantidades de folato, que se somam às ingestas alimentares.

Alimento mcgFÍGADO - 84 g 187ESPINAFRE - ½ xícara 131FEIJÃO - ½ xícara 122SUCO DE LARANJA - 1 xícara 110BRÓCOLIS - 1 xícara 78ALFACE - 1 xícara 76GÉRMEN DE TRIGO - ¼ xícara 70REPOLHO - 1 xícara 40BANANA - 1 média 24OVOS - 1 médio 23PAO INTEGRAL - 1 fatia 16LEITE 2% - 1 xícara 12PÃO BRANCO-1 fatia 10

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3. Metabolismo

Somente os monoglutamatos são absorvidos no intestino delgado. O folato, geralmente presente nos alimentos sob a forma dc poliglutamato é transformado na forma monoglutâmica pela folil-conjugase do pâncreas e por outra conjugasse produzida na mucosa intestinal. A biodisponibilidade corresponde a cerca de 50% do ácido fólico cristalino ingerido.

Durante e após a absorção, o ácido pteroil-monoglutâmico é transformado no ácido metil-tetrahidrofólico e, dessa forma, armazenado no fígado. Na presença de NAD (niacina adenina dinucleotídio) e de vitamina C, o folato é reduzido, pela folato redutase a ácido tetraidrofólico (THFA ou H4 folato), sua forma biologicamente ativa. As reservas hepáticas transformam-se no composto ativo (THFA) na presença de vitamina B12.

4. Funções fisiológicas

O THFA, a coenzima ativa do ácido fólico, age como carreador de grupos monocarbonados: formila, hidroxi-metila e, principalmente, metila. Dessa forma, atuam na metilação de várias substâncias, entre elas diversos aminoácidos e a colina.

Tem importante papel na síntese da guanina e da adenina (purinas) e da timina (pirimidina), que fazem parte do DNA e do RNA. Atua também no sistema enzimático de duplicação do DNA

O THFA participa da interconversão de serina e glicina, da oxidação da glicina, da metilação da homocisteína formando metionina (na presença de vitamina B12) e da metilação do precursor da colina, a etano lamina. A oxidação de fenilalanina em tirosina e a conversão de histidina em ácido glutâmico requerem ácido fólico.

O folato é essencial à formação e à maturação de hemácias e de leucócitos na medula óssea. Serve como carreador de grupos monocarbonados na formação do heme. Juntamente com a vitaminas B12, previne a anemia perniciosa.

O ácido fólico é necessário ao equilíbrio das funções cerebrais e à saúde mental e emocional, provavelmente por seu envolvimento na formação da tetrahidrobiopterina, que atua como coenzima na síntese de

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neurotransmissores.Junto com a cobalamina, atua na transformação de homocisteína em

metionina, através da metionina síntase, onde a B12 é co-fator e o metil-tetrahidrofolato (metil-H4folato) é o doador de grupos metila.

5. Deficiência

É mais comum das hipo vitaminoses e sua principal conseqüência é a alteração da síntese do DNA, resultando em alterações na morfologia celular, especialmente dos eritrócitos, leucócitos e células epiteliais.

Caracteriza-se por alterações do crescimento, fadiga, anemia megaloblástica, perda de peso, glossite e distúrbios gastrintestinais. É comum na gravidez, no alcoolismo, na desnutrição, na leucemia, na velhice e na doença de Hodgkin. Drogas como a sulfassalazina, a difenil-hidantoína, os barbitúricos e os anticoncepcionais diminuem sua absorção. A Organização Mundial de Saúde relata deficiência de ácido fólico em 30 a 50% das grávidas nos últimos três meses de gestação.

Nos casos de anemia megaloblástica, a suplementação única de ácido fólico, sem vitamina B12, pode mascarar a deficiência desta última. Melhorando o quadro hematológico e a síntese de DNA, a recuperação parcial do paciente encobre o quadro neurológico próprio da deficiência de B12, provocado por alterações da mielina, e que poderá tomar proporções irreversíveis.

6. Toxicidade

Sua toxicidade é muito baixa nas doses terapêuticas. Entretanto, já foram relatados efeitos tóxicos em doses superiores a 15 mg/dia, c os sintomas incluem alterações gastrintestinais, insônia e irritabilidade.

Doses elevadas também podem exacerbar sintomas psicóticos e depletar a vitamina B12 e o zinco.

7. Possíveis usos

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Anemia megaloblástica (sempre usado com vitamina B12); Fadiga crônica; Prevenção de aterosclerose (converte homocisteína em metionina,

sendo a primeira aterogênica); Psoríase; Diarréia crônica (provoca deficiência por má absorção); Gravidez e aleitamento (aumentam as necessidades); Osteoporose (transforma homocisteína em metionina, sendo a

primeira interfere na formação da matriz óssea); Depressão e insônia (ligadas à pirrolúria); Epilepsia (os anticonvulsivantes depletam o ácido fólico); Periodontite (tratamento por via oral e tópico); Alcoolismo (pode provocar deficiência); Acne; Lesões de pele, inclusive úlceras (estimula a cicatrização); Gota (inibe a xantina oxidase, essencial à síntese de ácido úrico); Esquizofrenia histapênica (encontra-se deficiente em 25% dos

pacientes psicóticos; entretanto, altas doses podem exacerbar sintomas, especialmente nos histadélicos);

Anorexia (estimula o apetite); No uso de estrogênios (que diminuem sua absorção).

8. Doses

RDA = CRIANÇAS 100 mcg/dia HOMENS 200 mcg/dia

MULHERES 180 mcg/diaGRÁVIDAS 400 mcg/diaNUTRIZES 280 mcg/dia

Em Medicina Ortomolecular, usam-se doses entre 400mcg e 5g ao dia.Na doença periodontal, pode-se fazer tratamento tópico com soluções

de ácido fólico a 0,1%.O ácido folínico (5-formil-tetrahidrofólico) ou leucovorim é usado para

evitar efeitos tóxicos de medicamentos antagonistas do ácido fólico.

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BIOTINA - VITAMINA H

1. Química

A biotina faz parte das vitaminas hidrossolúveis do complexo B, e é um ácido monocarboxílico, bastante estável aos processos de cozimento e industrialização alimentar, porém suscetível à oxidação.

2. Fontes alimentares

As principais são fígado e rins bovinos, sardinha, geléia real, gema de ovo, couve-flor, arroz integral, leite e frutas (banana, melancia, morango, etc.). A fonte mais abundante parece ser a levedura de cerveja.

Embora os alimentos não forneçam quantidades apreciáveis de biotina, a flora bacteriana intestinal constitui uma boa fonte dessa vitamina.

3. Metabolismo

A biotina e a biocitina (forma precursora encontrada nos alimentos) absorvidas no intestino e, uma vez na circulação, a biocitina é hidrolisada, transformando-se em biotina. Sua maior concentração tecidual encontra-se no fígado, nos músculos, nos rins e nas supra-renais.

Sua excreção é urinária e uma excreção fecal aumentada indica apenas uma síntese aumentada pela flora bacteriana intestinal.

4. Funções fisiológicas

A biotina atua no metabolismo como coenzima de várias enzimas (carboxilases) envolvidas na gliconeogênese, na síntese e oxidação dos

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ácidos graxos, na degradação de alguns aminoácidos e na formação das pirimidinas.

É coenzima em reações que incorporam e removem CO2 de várias moléculas orgânicas.

Atua na desaminação (remove NH2) do ácido aspártico, treonina e da serina.

Auxilia a incorporar aminoácidos às proteínas e facilita a síntese de pirimidinas, parte dos ácidos nucléicos, atuando, portanto, formação de DNA e RNA.

A biotina está metabolicamente ligada ao ácido fólico, ao ácido pantotênico e à cobalamina.

5. Deficiência

A deficiência de biotina foi inicialmente descrita em indivíduos que ingeriam ovos crus regularmente. A clara de ovos crua contém avidina, uma proteína termolábil que se liga à biotina impedindo sua absorção. Os sintomas incluem: fadiga, alopécia, depressão, alucinações, dermatite seca, anemia, anorexia, hipercolesterolemia conjuntivite, dores musculares, etc. Em bebês, causa derma seborréica.

Outra causa de deficiência de biotina é o uso de antibióticos que, lesando a flora intestinal, diminuem a produção da vitamina naquele sítio.

6. Toxicidade

Não se conhecem efeitos tóxicos, e os excessos de biotina são facilmente eliminados pela urina.

7. Possíveis usos

Queda de cabelos (ação possivelmente ligada aos hormônios das supra-renais);

Enfraquecimento das unhas (uso empírico); Embranquecimento dos cabelos (fornece suporte à síntese protéica); Diabetes (reduz a glicemia, age sinergicamente com a insulina)

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Eczema e dermatite (usada com riboflavina, niacinamida, piridoxina e vitamina A);

Depressão (pode estar deficiente); Obesidade (ajuda a normalizar o metabolismo lipídico); Preparação de atletas (auxilia nas dores musculares).

8. Doses

RDA = CRIANÇAS 30 mcg/dia= ADULTOS 150 mcg/dia

Em Medicina Ortomolecular, utilizam-se doses entre 200 e 800 mcg.

INOSITOL

1. Química

Fazendo parte do complexo B, o inositol não é considerado como uma verdadeira vitamina, uma vez que pode ser produzido no organismo a partir da glicose.

O mio-inositol é o principal dos nove isômeros do inositol com importância biológica. Sua estrutura química é muito semelhante á glicose.No organismo, é encontrado também como componente dos fosfolipídios da membrana celular sob a forma de fosfatidilinositol, que representa a combinação do mio-inositol com o ácido fosfatídico.

2. Fontes alimentares

É encontrado como fosfatidilinositol na lecitina e no ácido fítico dos vegetais, normalmente associado à colina. Nos animais, ocorre como componente dos fosfolipídios (fosfatidilinositol) e como mio-inositol livre. Pode ser produzido por bactérias intestinais.

Sua ocorrência é abundante nos alimentos e suas principais fontes são: lecitina de soja, grãos integrais, cantalupo, frutas cítricas (exceto no limão),

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fígado, levedo de cerveja, gérmen de trigo, passas, repolho, etc.

3. Metabolismo

É facilmente absorvido e armazenado em grandes quantidades, principalmente no cérebro, no líquido cefalorraquidiano e nos músculos. Encontra-se em altas concentrações nos órgãos genitais masculinos e no esperma, sendo que suas reservas corpóreas são das altas entre os componentes do complexo B.

Quando contido no ácido fítico, o inositol pode interferir na absorção de cálcio, de ferro e de zinco. Sua excreção é urinária.

4. Funções fisiológicas

Como fosfatidilinositol, participa da estrutura fosfolipídica da membrana celular.

Atuando na síntese de fosfolipídios, afeta o metabolismo das lipoproteínas, exercendo ação lipotrópica.

Age no metabolismo do tecido nervoso, especialmente na neurotransmissão por ativação da fosfolipase C, que transforma o fosfatidilinositol intracelular em inositoltrifosfato. Este último, por sua vez, promove a liberação do cálcio intracelular. Tal processo está ligado à ativação de receptores celulares para vários hormônios ligados à proteína G, incluindo o ACTH, a angiotensina, a serotonina, o AMP cíclico e o LH.

5. Deficiência

As reservas de inositol parecem ser depletadas pelo uso intenso de cafeína, e sua deficiência está relacionada com eczema, constipação, alopécia e hipercolesterolemia.

Em animais, provoca acúmulo de triglicerídios no fígado, lipodistrofia intestinal e tendência à formação de placas de ateroma artérias.

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6. Toxicidade

Não se conhecem quadros de intoxicação por altas doses de inositol. Pesquisas com doses acima de 50 g por dia não detectaram efeitos danosos.

7. Possíveis usos

Prevenção da aterosclerose (efeito lipotrópico); Hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia; Obesidade; Degeneração gordurosa do fígado; Eczema; Insônia (tem efeito sedativo leve); Ansiedade (tem efeito ansiolítico); Neuropatia diabética; Hipertensão arterial; Esclerose múltipla (pode apresentar deficiência); Queda de cabelos; Constipação intestinal.

8. Doses

Não há RDA para o inositol. A dieta normal fornece cerca de 1g/dia.As doses usadas na Medicina Ortomolecular variam de 100 a 8.000

mg/dia.Pode ser administrada por meio da lecitina de soja, em conjunto com a

colina, que também se encontra na lecitina.

COLINA

1. Química

Fazendo parte do complexo B, a colina, como o inositol, não é considerada uma verdadeira vitamina, uma vez que pode ser sintetizada a

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partir do etano lamina e grupos metila provenientes metionina, sob a ação do ácido fólico e da vitamina B12. Além pode ser formada a partir da glicina.

É bastante instável ao cozimento e processamento dos alimentos e, geralmente, ocorre sob a forma de fosfatidilcolina, fosfolipídio presente na lecitina e nas membranas celulares.

2. Fontes alimentares

Encontra-se em grandes quantidades na lecitina de soja. As principais fontes alimentares são: ovos, gérmen de trigo, peixes, amendoim, verduras, fígado, couve-flor, etc.

Pode ser sintetizada por bactérias intestinais.

3. Metabolismo

É facilmente absorvida no intestino, sendo uma das poucas “vitaminas” a atravessar a barreira hemato-encefálica.

A fosfatidilcolina é o fosfolipídio mais abundante na membrana celular e representa a principal reserva de colina do organismo.

4. Funções fisiológicas

Sob a forma de fosfatidilcolina (fosfolipídio), faz parte da estrutura membrana celular, das lipoproteínas plasmáticas, e atua como surfactante pulmonar. Como parte da acetilcolina, tem importante função no metabolismo cerebral e na neurotransmissão.

É componente da esfingomielina e participa da estrutura da mielina dos nervos.

Atua como fator lipotrópico. Emulsionando o colesterol e outras gorduras, ajuda no transporte desses componentes lipídicos.

Age no metabolismo de xenobióticos por meio do citocromo P-450 em que a fosfatidilcolina é o principal fosfolipídio do retículo endoplasmático no fígado.

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5. Deficiência

Embora não haja um quadro definido de deficiência de colina, sua depleção pode provocar acúmulos patológicos de gorduras no organismo e alterações morfológicas da membrana celular e da mielina que envolve os nervos.

Alguns autores relacionam a gênese da doença de Alzheimer com deficiência de acetilcolina no cérebro, podendo a colina prevenir aquela falta.

A ingestão de antibióticos, álcool e estrogênios pode causar quadros de deficiência.

6. Toxicidade

Não há relato de intoxicações causadas por altas doses de colina; entretanto, quadros de epilepsia podem-se agravar, provavelmente por um desequilíbrio no metabolismo da acetilcolina.

Alguns autores descrevem um odor semelhante ao de peixe nos indivíduos ingerindo altas doses de colina.

7. Possíveis usos

Hipercolesterolemia (ação lipotrópica); Falta de memória (formação de acetilcolina); Doença de Alzheimer; Insuficiência hepática (melhora o transporte e a utilização dos

lipídios); Prevenção da aterosclerose; Obesidade; Hipoglicemia; Fadiga crônica; Hipertensão arterial; Palpitações; Intoxicações;

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Insônia; Constipação; Hepatite; Degeneração gordurosa do fígado; Esclerose múltipla (participa da estrutura da mielina).

8. Doses

Não há RDA para colina. Estima-se uma ingestão média normal de cerca de l g por dia.

As doses usadas na Medicina Ortomolecular variam de 200 mg a 2 g.A suplementação pode ser feita por meio da lecitina, rica em colina

(fosfatidilcolina) e inositol.

PABA (ácido para-aminobenzóico)

1. Química

O ácido para-aminobenzóico (PABA) é parte da molécula do ácido fólico, que consiste de uma base piteridina ligada ao PABA e ao ácido glutâmico. Por fazer parte dessa vitamina hidrossolúvel e não poder ser sintetizado pelo organismo, considera-se o PABA também como uma vitamina pertencente ao complexo B.

2. Fontes alimentares

Encontra-se em diversos alimentos, especialmente no fígado, no gérmen de trigo, nos cereais integrais, nos ovos, etc. É produzido por bactérias intestinais e sua presença naquele sítio é de fundamental importância à síntese do ácido fólico.

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3. Metabolismo

Parte do PABA proveniente da alimentação e da flora bacteriana intestinal é incorporada às moléculas de ácido fólico, e é absorvida sob esta forma ou na forma livre. Sua armazenagem faz-se principalmente no fígado, e a eliminação processa-se por via renal.

4. Funções fisiológicas

A principal função do PABA é ser parte da molécula do ácido fólico que, por sua vez, é coenzima em uma série de reações químicas fisiológicas, já mencionadas anteriormente.

Além do suporte à síntese do ácido fólico, imputam-se ao PABA funções ligadas à saúde da pele e à pigmentação dos cabelos.

5. Deficiência

Está ligada ao uso de sulfas e antibióticos que afetam sua produção pelas bactérias intestinais. A sintomatologia caracteriza-se por fadiga, constipação, irritabilidade, depressão e embranquecimento dos cabelos.

6. Toxicidade

Doses prolongadas de mais de 2.000 mg por dia levam a quadros de intoxicação hepática acompanhados por náuseas, vômitos, diarréia, anorexia, febre e rash cutâneo. Alguns autores incluem nessa sintomatologia quadro semelhante ao do vitiligo, com descoloração bilateral de algumas regiões da pele.

7. Possíveis usos

Como protetor solar - filtra os raios ultravioletas;

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Na depressão - parece ter efeito inibidor sobre a monoamino oxidase; Em queimaduras - alivia a dor de queimaduras solares e de outras origens;

Para evitar o embranquecimento e queda dos cabelos - geralmente acompanhado de biotina e ácido pantotênico (resultados incertos);

Vitiligo - usado com vitamina C, vitamina E e ácido pantotênico (uso experimental);

Esquizofrenia - bloquearia a formação cerebral de aminas alucinógenas (uso experimental);

Infertilidade - auxilia a síntese e a utilização do estrogênio (uso experimental);

Doença de Peyronie (fibrose do corpo cavernoso do pênis) - utiliza-se tradicionalmente a POTABA, sal de potássio do ácido para- aminobenzóico, com resultados incertos.

8. Doses

As necessidades diárias de PABA não estão estabelecidas oficialmente, embora acredite se que 100 a 200 mg por dia sejam absorvidos pelo intestino.

As doses terapêuticas oscilam entre 100 e 250 mg três vezes ao dia, ou seja: 300 a 750 mg por dia.

Habitualmente, usam-se doses de 1.000 mg apresentadas sob a forma de time-release.

ÁCIDO ORÓTICO - VITAMINA B13

Trata-se de um nutriente essencial à síntese dos ácidos nucléicos (DNA e RNA) sem características vitamínicas, já que pode ser produzido a partir do esqueleto dos aminoácidos. Uma vez que o pool de aminoácidos esteja equilibrado, o organismo não necessita da ingestão de ácido orótico.

Suas principais fontes alimentares são os laticínios e as raízes,

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destacando-se a cenoura.Não há notícias, na literatura, de quadros de intoxicação ou deficiência.Diversos trabalhos inconclusivos foram realizados na Alemanha com o

uso dos orotatos de cálcio, potássio e magnésio no tratamento da esclerose múltipla.

Em nosso meio, utiliza-se largamente o orotato de lítio, que representa uma forma de suplementação desse mineral muito superior àquela do carbonato. Com o uso do orotato, o efeito farmacologia antidepressivo do lítio pode ser alcançado com doses muito menores, diminuindo grandemente a toxicidade própria do carbonato de lítio. Acredita-se que o ácido orótico conduza mais facilmente os minerais a ele ligados através das membranas, facilitando sua absorção intestinal e sua penetração no meio intracelular.

ÁCIDO PANGÂMICO - VITAMINA B15

1. Química

Trata-se de um nutriente hidrossolúvel cuja essencialidade permanece em discussão. Considera-se o ácido pangâmico como a vitamina B15; entretanto, a DIMETILGLICINA, sua precursora, parece ser a forma biologicamente ativa.

Na prática, a suplementação de vitamina B15 é feita pela prescrição de dimetilglicina (DMG).

Esse nutriente exemplifica de forma contundente a rivalidade entre pesquisadores americanos e russos. A dimetilglicina, amplamente estudada em laboratórios russos, raramente merece alguma referência na literatura especializada norte-americana. O Dr. Earl Mindell, em seu livro Vitamin Bible, observa, sem maiores explicações, que a pesquisa com a vitamina B15 nos Estados Unidos foi limitada. O FDA já anunciou, certa vez, a intenção de proibir a comercialização de seus derivados, só voltando atrás diante da constatação de sua ampla presença nos mais diferentes tipos de alimentos. Perde-se, assim, a oportunidade de desenvolvimento das

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potencialidades desse magnífico agente terapêutico.

2. Fontes alimentares

Suas fontes alimentares incluem os cereais integrais, o levedo de cerveja, o fígado e algumas sementes, especialmente as de girassóis.

3. Metabolismo

Nada foi encontrado nas fontes bibliográficas tradicionais ou em revistas especializadas.

4. Funções fisiológicas

Diversas funções são atribuídas à vitamina Bis:

doadora de grupos metila, participa do metabolismo de várias outras substâncias, especialmente da formação de aminoácidos;

participa dos processos de oxidação da glicose e da respiração celular;

antioxidante poderoso, evita o estresse oxidativo e protege as membranas da ação dos radicais livres;

auxilia na detoxificação de xenobióticos; parece estimular de forma inespecífica o sistema endócrino como um

todo.

5. Deficiência e toxicidade

Não existem relatos de quadros de deficiência nem de intoxicações pela vitamina B15.

6. Possíveis usos

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Preparação de atletas - principal pesquisa desenvolvida na União Soviética, melhora a resistência dos atletas diminuindo o acumulo de ácido lático nos músculos durante os exercícios;

Deficiências imunológicas - poderoso imunoestimulante; Fadiga crônica - parece estimular os sistemas endócrino e nervoso; Depressão - estimula as funções neuroendócrinas; Envelhecimento - pela ação antioxidante e na prevenção da

aterosclerose; Cardiopatias - melhora as funções cardíacas e circulatórias;

Embora os resultados terapêuticos alcançados com o uso da dimetilglicina sejam realmente estimulantes, chamamos a atenção para um certo exagero quanto ao número de patologias tratáveis substâncias. Nota-se um interesse em tornar desacreditado seu uso como agente terapêutico. Assim, deixamos de citar outras indicações que nos parecem ainda em nível experimental, tais como asma, dificuldade de aprendizado, artrite reumatóide, hipercolesterolemia, alcoolismo, etc.

7. Doses

Não há RDA estabelecida para a vitamina Bis, embora acredite que a dieta deva contribuir com cerca de 50 mg de ácido pangâmico por dia.Terapeuticamente, utilizam-se doses de dimetilglicina 100 mg duas ou três vezes ao dia.

LAETRILE – VITMINA B17

1. Química

Também chamada de amigdalina, é uma substância encontrada nos caroços de algumas frutas (damascos, pêssegos, ameixas, cerejas, maçãs, etc.) contendo moléculas de cianeto. Essa característica química propiciou sua utilização em casos de câncer, uma vez que as células cancerosas

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parecem incapazes de metabolizar o cianeto como as células normais. A essencialidade vitamínica não está confirmada.

Em nosso meio, sua utilização é restrita. A aplicação nos tratamentos de câncer tomou-se mais freqüente no México, estimulada pela proibição nos Estados Unidos.

As doses empregadas variam de 250 a 1.000 mg por dia. Utiliza-se também sua fonte natural, os caroços de damasco, pulverizados e frescos, em quantidades que variam entre 10 e 20 por dia.

ÁCIDO ALFA-LIPÓICO

1. Química

Também conhecido como ácido tiótico, o ácido lipóico é um ácido sulfurado com características lipo e hidrossolúveis, o que confere à sua molécula propriedades químicas capazes de garantir pronta permeabilidade por todas as membranas e sua presença em todos os meios intra e extracelulares, bem como nas próprias membranas. Sua relativa essencialidade, sua hidrossolubilidade e sua atuação como coenzima nos processos de produção de energia levaram muitos autores a classificá-lo como uma vitamina do complexo B.

2. Fontes alimentares

Embora o organismo possa sintetizar o ácido lipóico em quantidades mínimas, mas suficientes para manter a saúde, situações de estresse oxidativo requerem sua ingestão através da alimentação. As principais fontes alimentares são: batatas, carne vermelha, fígado, gérmen de trigo e

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levedo de cerveja.

3. Metabolismo

Pouco se sabe sobre o metabolismo do ácido lipóico. Sua absorção, no entanto, parece ser fácil uma vez que as características de lipo e hidros solubilidade permitem uma fácil penetração nas membranas biológicas.

4. Funções fisiológicas

Suas funções fisiológicas decorrem da facilidade em ganhar e perder elétrons, em que sua forma reduzida, o ácido dehidrolipóico, tem potente ação antioxidante. É o antioxidante que atua sobre o maior número de radicais livres, neutralizando a cadeia de lipoperoxidação, o radical hidroxila, o peróxido de hidrogênio, o oxigênio singlet, o ácido hipocloroso e o óxido nítrico.

Participa do transporte de elétrons da cadeia respiratória, tal como as flavas proteínas, o NAD, os cito cromos e a coenzima Q-10.

Mantém a atividade de diversos antioxidantes que dependem de sua ação para serem regenerados. Reduz o glutation oxidado, a vitamina E e a vitamina C. Pelas características de hidro e lipossolubilidade, sua ação antioxidante se faz presente em todos os níveis: tanto na mitocôndria como no citosol e no núcleo celular.

Participa como coenzima da transferência de grupos acil para a formação de acetilcoenzima A. Atua como agente quelante, eliminando metais pesados.

5. Deficiência e toxicidade

Desconhecem-se os quadros de deficiência de ácido lipóico.A superdosagem, embora sem efeitos tóxicos, pode causar sintomas

digestivos decorrentes de sua capacidade de irritar a mucosa gástrica. Alguns trabalhos demonstraram diminuição de plaquetas (trombocitopenia)

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e de ferro no sangue. Essa última, provavelmente função de sua ação quelante sobre diversos minerais.

6. Possíveis usos

No tratamento da AIDS - inibe a ativação do fator nuclear kappabeta (NFkβ), restringindo a expressão genética do vírus HIV. As pesquisas e a prática clínica têm sido muito favoráveis à inibição da replicação do vírus;

Como antioxidante - talvez o mais poderoso de todos, uma vez que age em todos os níveis, intra e extracelulares. Eleva francamente os níveis de glutation;

Na neuropatia diabética - inúmeros trabalhos europeus mostram sua eficiência;

Previne a retinopatia e a cardiopatia diabéticas - auxiliando na regulação dos níveis de glicose e diminuindo a glicação das proteínas;

No tratamento das conseqüências da exposição às radiações - foi empregado em crianças vítimas do acidente de Chernobyl;

Nas intoxicações por xenobióticos - parece proteger as funções hepáticas, inclusive diminuindo os níveis de transaminases. Usado no tratamento da hepatite alcoólica;

Eliminando metais pesados - tem ação quelante sobre o ferro, o cobre, o chumbo e o mercúrio;

Na esclerose múltipla - provavelmente por ser antioxidante potente; Na prevenção do envelhecimento - seu poder antioxidante tem

mostrado efeitos positivos na prevenção da aterosclerose e em diversas doenças degenerativas (Alzheimer, Parkinson, etc.);

No tratamento da falta de memória - por ação antioxidante.

7. Doses

Não existe RDA estabelecida para o ácido lipóico.A biossíntese de ácido lipóico é feita em quantidades apenas suficientes

para suas funções metabólicas, especialmente aquelas ligadas à cadeia respiratória. Assim, normalmente, não há ácido alfa- lipóico livre na célula.

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Essa forma livre é a que vai agir com: antioxidante, proporcionando a maioria de suas ações terapêuticas j As doses terapêuticas variam de 100 a 600 mg por dia.

Nos casos de simples suplementação preventiva, podem-se usar doses tão baixas quanto 50 mg por dia.

VITAMINA C

1. Química

A vitamina C, ou ÁCIDO ASCÓRBICO, é uma substância cristalina, branca e estável em sua forma seca. E facilmente oxidável quando em solução e em exposição ao calor. Essa instabilidade, uma das maiores entre as vitaminas, acelera-se na presença de cobre, de ferro ou em pH básico.

O ácido ascórbico é derivado de uma hexose, sendo classificado como um carboidrato monossacarídio. Sua forma reduzida, que é a mais ativa, rapidamente oxida-se para formar o ácido deidroascórbico, que também tem atividade vitamínica, embora com ação pró-oxidante. Uma vez oxidada, a vitamina C pode ser regenerada pela ação do glutation e do ácido lipóico.

Recentes trabalhos demonstraram que a vitamina C ingerida isoladamente, sem outro antioxidante, pode produzir alterações no DNA e ter potencialidades carcinogênicas. Tal efeito deletério parece ser devido à ação pró-oxidante de seu metabolito, o ácido dehidroascórbico. A presença de outros antioxidantes garantiria a regeneração e impediria alterações no código genético.

Embora impossível ao homem, a vitamina C pode ser sintetizada a partir da glicose e da galactose pelos vegetais e por todos os outros mamíferos, à exceção da cobaia, do macaco e de certas espécies de morcegos. Em situações de estresse, alguns mamíferos chegam produzir 500 mg por quilo de peso.

2. Fontes alimentares

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Embora esteja contida, em pequenas quantidades, em alimentos de origem animal, a vitamina C dessa procedência geralmente é destruída no preparo e no contato com o ar e com a luz. A adição de bicarbonato de sódio como preservativo de outros alimentos também destrói o ácido ascórbico aí contido.

As verdadeiras fontes alimentares são as frutas, os legumes e as verduras, preferivelmente ácidas, frescas e cruas. Os vegetais que atingem maiores concentrações são: melão, acerola, laranja, pimentão, papaia, morango, tomate, brócolis, manga e kiwi.

Alimento mg

SUCO DE ACEROLA - 1 xícara 800SUCO DE LARANJA - 1 xícara 124PIMENTÃO - ½ xícara 109KIWI - 1 médio 74MANGA - 1 média 57MELÃO - ¼ de fruta 55PAPAIA - ½ xícara 46MORANGOS - ½ xícara 42COUVE-FLOR - ½ xícara 35LIMÃO - 1 médio 31BATATA - 1 assada 26

3. Metabolismo

Oitenta a 90% do ácido ascórbico ingerido são absorvidos rapidamente no intestino delgado. Quando se administram doses elevadas, o grau de absorção diminui consideravelmente, o mesmo acontecendo na presença de zinco ou de pectina. Os componentes do chamado “complexo C” (bioflavonóides, rutina, hesperidina, quercetina, etc.) aumentam a absorção.

Sua utilização pelo organismo é feita em cerca de duas horas e, após três ou quatro horas, sua concentração sangüínea se aproxima de zero. Essa utilização encontra-se acelerada nos estados de estresse, no tabagismo, no

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alcoolismo, na febre, nas infecções virais, com uso de antiinflamatórios e nas exposições a metais pesados (chumbo, mercúrio, cádmio, etc.).

Os excessos têm excreção urinária sob a forma de ácido oxálico. As sulfas aumentam a excreção urinária duas a três vezes.

4. Funções fisiológicas

Por sua capacidade de perder e ganhar átomos de hidrogênio, o ácido ascórbico desempenha diversas funções metabólicas, atuando como coenzima e co-fator em várias reações biológicas.

Por estar envolvida na hidroxilação da prolina, com formação de hidroxiprolina, a vitamina C desempenha importante papel na síntese do colágeno. Isso justifica sua influência decisiva no metabolismo do tecido conjuntivo, ósseo, cartilaginoso, epitelial, etc., bem como sua ação nos processos cicatriciais de toda ordem e natureza.

No metabolismo do ferro, a vitamina C aumenta a absorção desse metal, além de otimizar seu transporte através do sangue por impedir a degradação de ferritina em hemossiderina, que tem muito menos capacidade transportadora.

As principais reações biológicas desempenhadas pelo ácido ascórbico são: hidroxilação da fenilalanina e da tirosina; conversão de ácido fólico em ácido folínico; formação de serotonina a partir do triptofano; transformação da dopamina em norepinefrina; redução de ferro férrico em ferroso no intestino, para facilitar sua absorção.

O ácido ascórbico participa da hidroxilação de certos esteróides adrenocorticais, o que provoca seu maior consumo em estados de estresse. Além disso, participa da liberação de adrenalina pela mediula da supra-renal naquelas situações.

Participa da síntese de hormônios tireoidianos, do metabolismo do colesterol e da ação detoxificante do sistema citocromo P-450.

O sistema imunológico é influenciado pela vitamina C por meio de sua ação estimulante da atividade leucocitária, da produção de interferon, da integridade das membranas e da produção de linfócitos.

Atualmente, a ação antioxidante da vitamina C é a mais valorizada e, ao lado da vitamina E, aparece como a vitamina com o mais amplo poder neutralizador de radicais livres, superada apenas pelo ácido lipóico.

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5. Deficiência

Em nossos dias, a deficiência severa de vitamina C, o escorbuto, é um estado patológico raro e caracterizado por gengivite hemorrágica, perda dos dentes, secura da pele e mucosas, alopécia e distúrbios psiquiátricos.

A deficiência relativa é comum em fumantes, velhos, alcoólatras, psicóticos, pacientes cronicamente doentes e sob estresse e naqueles cuja alimentação é pobre em frutas e outros vegetais frescos. Sua sintomatologia é variada, podendo apresentar queda imunológica, cicatrização deficiente, estomatite, alterações do crescimento, etc.

Vários estados patológicos estão relacionados com a deficiência de vitamina C: infecções, depressão, hipertensão arterial, artrite reumatóide, fragilidade capilar, alergias e úlceras.

6. Toxicidade

Considerando-se a ingestão média (cerca de l00mg/dia) e as alta doses utilizadas terapeuticamente, a vitamina C pode ser considerada como uma das menos tóxicas entre todas. O primeiro sintoma da superdosagem é a diarréia. Em doses acima de l0g ao dia, podem ocorrer náuseas, disúria, hipersensibilidade cutânea e até hemólise.

7. Possíveis usos

A maioria das indicações terapêuticas do ácido ascórbico está relacionada com sua capacidade de estimular o sistema imunológico, com a formação de colágeno e, principalmente, com suas propriedades antioxidantes e varredoras de radicais livres.

Infecções em geral - especialmente nas viroses; Herpes simples e zóster; Artrite reumatóide; Alergias (reduz os níveis de histamina); Asma; Glaucoma;

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Varizes - usada com bioflavonóides, especialmente a rutina (mantém a elasticidade das veias);

Prevenção de catarata; Prevenção do câncer; Hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia (estimula a lipase que

cataboliza os triglicerídios e a hidroxilase que forma ácidos biliares partir do colesterol);

Aterosclerose (baixa o colesterol e os triglicerídios inibe a oxidação da LDL, aumenta o HDL-colesterol e atividade fibrinolítica e impede agregação plaquetária);

Hipertensão arterial; Periodontite; Doenças auto-imunes - artrite reumatóide, retocolite ulcerativa,

esclerose múltipla, etc.; Imunodeficiências, inclusive AIDS (estimula a fagocitose e aumenta

os níveis de imunoglobulinas); Anemia (aumenta a absorção e a mobilização do ferro); Depressão; Pós-cirúrgico (melhora a cicatrização); Fadiga crônica; Preparação de atletas (efeito antioxidante); Diabetes (evita a glicação de proteínas); Gota (aumenta a eliminação urinária de ácido úrico); Alcoolismo e tabagismo (encontra-se deficiente); Hepatite (acelera a recuperação); Constipação (aumenta o trânsito intestinal).

8. Doses

RDA = CRIANÇAS 45 mg/diaADULTOS 60 mg/diaGRÁVIDAS 70 mg/dia

Na Medicina Ortomolecular, usam-se doses entre 500 mg e 6 g/ dia, defendendo das necessidades e do grau de estresse oxidativo presente. Modernamente, empregam-se o ascorbato de cálcio e o ascorbato de magnésio, por sua melhor tolerância e por representarem fontes de cálcio e

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magnésio, respectivamente.Indivíduos formadores de cálculos urinários de oxalato devem receber

doses menores.Um grupo de substâncias que acompanham o ácido ascórbico em suas

fontes naturais, composto por vários bioflavonóides, entre eles a rutina, a hesperidina e a quercetina, conhecido por complexo C, potencializa sobremaneira a ação da vitamina C.

Embora se conheçam há várias décadas o potencial deletério e ação pró-oxidante do ácido deidroascórbico, recentes trabalhos demonstraram uma possível ação carcinogênica da vitamina C quando usada isoladamente. Recomenda-se, portanto, a prescrição concomitante de outros antioxidantes para garantir a regeneração do ácido ascórbico.

BIOFLAVONÓIDES (vitamina P)

1. Química

Os bioflavonóides são substâncias hidrossolúveis, quimicamente derivadas das flavonas e dos compostos cumarínicos, sem características vitamínicas de essencialidade. O nome de vitamina P deriva da constatação inicial de sua ação sobre a permeabilidade dos vasos sangüíneos.

Existem mais de quinhentos bioflavonóides ocorrendo na natureza, dentre os quais destacam se por sua atividade biológica: a quercetina, a rutina, a hesperidina, a catequina, a citrina, a antocianidina e a esculina.

2. Fontes alimentares

Ocorrem principalmente nas frutas cítricas, em combinação estreita com a vitamina C, em maior concentração nas partes brancas internas dos frutos e, muitas vezes, participando de sua coloração.

As principais fontes alimentares são: limão, laranja, lima-da-pérsia,

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uva, damasco, cereja, ameixa, mamão, pimentões e brócolis.Além dessas, podem-se considerar como boas fontes de bioflavonóides

o própolis e a Ginkgo biloba, cujos efeitos terapêuticos lhes são atribuídos.

3. Metabolismo

Sua absorção é fácil e ocorre em associação à da vitamina C, embora algumas pesquisas tenham revelado uma certa dificuldade para algumas moléculas, especialmente a quercetina.

Tal como a vitamina C, sua armazenagem no organismo é muito pequena, e a eliminação faz-se pela urina e pelo suor.

4. Funções fisiológicas

As principais funções dos bioflavonóides parecem ser o auxílio na absorção da vitamina C e a proteção contra a oxidação no organismo. Dessa forma, sua participação envolve, direta e indiretamente, manutenção do tecido colágeno.

A manutenção da elasticidade e permeabilidade dos capilares sanguíneos e sua poderosa ação antioxidante conferem aos bioflavonóides uma ação metabólica semelhante àquela da vitamina C.

5. Deficiência e toxicidade

Desconhecem-se os quadros de deficiência e intoxicação por bioflavonóides.

6. Possíveis usos

Os bioflavonóides vêm encontrando uso terapêutico cada vez mais promissor na clínica. Além do emprego do própolis e do extrato de Ginkgo biloba, cujas ações presume-se serem decorrentes de seu alto conteúdo em bioflavonóides, utilizam-se os elementos separadamente.

De um modo geral e sendo utilizados em conjunto, os bioflavonóides

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são usados para: aumentar a absorção e utilização da vitamina C; melhorar a permeabilidade e a resistência vasculares; auxiliar nos processos alérgicos; como antioxidantes; como antiinflamatórios.

Isoladamente, os bioflavonóides encontram as seguintes aplicações na clínica: Rutina - varizes, hemorróidas, fragilidade capilar, claudicação,

labirintite, sangramentos (incluindo epistaxe e menorragias), tensão pré-menstrual, dismenorréia, psoríase, acne, etc.;

Quercetina - estados alérgicos (inibe a liberação de histamina), asma, intolerâncias alimentares, processos inflamatórios (diminui a produção de leucotrienos), artrite reumatóide, etc.;

Hesperidina - como antiinflamatório em artrites e após traumatismos. Na preparação de atletas, previne lesões micro traumas;

Antocianidina - como poderoso antioxidante, principalmente em nível intestinal.

7. Doses

Não existe RDA para bioflavonóides, uma vez que sua ingestão depende dos alimentos com vitamina C. Assim, alimentação com quantidades razoáveis de vitamina C fornece bioflavonóides de forma adequada.

Na clínica, a utilização de apresentações de vitamina C com bioflavonóides é de grande valia para potencializar a ação de todos os componentes da associação.

As doses de bioflavonóides quando prescritos isoladamente variam de 100 a 1.000 mg por dia, sendo mais comuns as doses de 100 mg duas vezes ao dia, sempre acompanhadas de vitamina C.

3. AMINOÁCIDOS

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Aminoácidos são os constituintes básicos das proteínas, podendo ser obtidos a partir delas por hidrólise. Apresentam uma estrutura química comum que inclui um grupo CARBOXILA e um grupo AMINA. Correspondem a ¾ do peso seco do organismo humano, sendo as substâncias mais abundantes depois da água.

H

R C COOH

NH2

Onde R é o radical que diferencia os diversos aminoácidos.Os aminoácidos (AA) biologicamente ativos são os levógiros e com o

radical ligado ao carbono alfa. Denominam-se, portanto, L-alfa-aminoácidos.

Os AA polimerizam-se formando PEPTIDIOS que, a partir de um determinado peso atômico, adquirem características protéicas. As Ligações PEPTÍDICAS, que unem um AA ao outro, são feitas entre a carboxila de um e a amina do outro, com liberação de água.

O H COOH H2O

AMINOÁCIDO 1 + AMINOÁCIDO 2 = DIPEPTÍDIO

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Polimerizados, dois AA formam um dipeptídio. Três deles formam um tripeptídio. Assim, um polipeptídio longo, após adquiriu estrutura espacial específica, fica com características físico-químicas e funcionais únicas de uma determinada proteína.

Os peptídios destacam-se pela grande importância metabólica e clínica, uma vez que a maioria dos hormônios pertence a esse grupo. Além disso, os neuropeptídios, os neuromoduladores e certos antibióticos têm estrutura peptídica.

Na verdade, o organismo não absorve proteínas. Uma vez ingeridas, elas sofrem a ação de enzimas proteolíticas e peptidases que as hidrolisam transformando-as em AA. Este serão os únicos nutrientes a se integrarem à economia orgânica.

Os AA absorvidos poderão formar diversos tipos de prote' que podem ser classificadas em:

1. PROTEÍNAS SIMPLES - contendo somente AA (albuminas, globulinas, etc.);

2. PROTEÍNAS CONJUGADAS - combinadas a substâncias não protéicas:- NUCLEOPROTEÍNAS (RNA e DNA)- MUCOPROTEÍNAS e GLICOPROTEÍNAS (combinadas a polissacarídios)- LIPOPROTEÍNAS (combinadas a triglicerídios, colesterol, etc.)

- FOSFOPROTEÍNAS (combinadas a compostos do ácido fosfórico - caseína, etc.)- METALOPROTEÍNAS (com um metal ligado à sua estrutura - ferritina, hemossiderina, etc.).

Os aminoácidos, os peptídios e as proteínas são substâncias com as mais diversas funções orgânicas:

1. participam de forma fundamental da ESTRUTURA DOS TECIDOS;2. são utilizados como FONTES DE ENERGIA (fornecem 4 kcal/g);3. formam as ENZIMAS;4. formam diversos HORMÔNIOS;5. são constituintes de vários FLUIDOS e SECREÇÕES corpóreas;6. como ANTICORPOS, as proteínas estão envolvidas nas funções do

sistema imunológico;

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7. como LIPOPROTEÍNAS, transportam triglicerídios, colesterol, fosfolipídios e vitaminas lipossolúveis,

8. TRANSPORTAM MINERAIS e VITAMINAS que se ligam a pro-teínas específicas;

9. a albumina pode CARREAR ÁCIDOS GRAXOS LIVRES, BILIRRUBINA e DROGAS;

10.MANTÊM A OSMOLARIDADE de diversos fluidos orgânicos, contribuindo para a homeostase global;

11.mantêm o EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE do sangue e dos tecidos por suas características tamponadoras, podendo ligar-se a substâncias ácidas e básicas;

12.como aminoácidos simples e seus derivados, atuam como NEUROTRANSMISSORES;

13. formam os NEUROPEPTIDIOS;14. transportam gases pelo sangue (hemoglobina);15. têm funções ANTIOXIDANTES (glutation, albumina);16. formam as PURINAS e as PIRIMIDINAS, fundamentais à estrutura

dos ácidos nucléicos (DNA e RNA);17. auxiliam na eliminação de toxinas e metais pesados.

Uma vez absorvidos, os AA da dieta podem sofrer diversos tipos de transformações químicas, e ter destinos variados:

FONTES EXÓGENAS fontes endógenas PROTEÍNAS, ENZIMAS,Proteínas alimentares SÍNTESE HORMÔNIO, etc.

(AA não-essenciais)

digestão e síntese eabsorção degradação

excreção renal conversãoTRANSAMINAÇÃO

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POOL DE AMINOÁCIDOS

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EXCESSO DE AA AMONIACONSTITUINTESNITROGENADOS NÃO

ALFA-CETOÁCIDOS URÉIA PROTEÍCOS (purinas, pirimidi-nas, colina, creatina, niacina,

URINA porfirinas, tiroxina, ácidos biliares, melanina, etc.)

OXIDAÇÃO

GLICOSE, CORPOS CETÔNICOS, ETC.

ACETIL CoA, CICLO DE KREBS

CO2 + H2O + ATP

Embora o organismo não disponha de armazenagem deste ou daquele AA, o chamado “Pool de Aminoácidos” constitui-se de uma espécie de reserva dessas substâncias que se apresentam em estado de equilíbrio dinâmico no metabolismo celular e que pode, em caso de necessidade, ser mobilizado para qualquer das funções desempenhadas pelos AA.

Um contínuo tumover (síntese e degradação) de proteínas fornece AA às funções celulares, sendo os tecidos mais ativos nessa constante transformação o plasma, a mucosa intestinal, o fígado, os rins e o pâncreas. Em outros sítios, o turnover é mais lento, menos ativo, como no cérebro, na pele e nos músculos. A meia-vida das proteínas varia entre 30 minutos e 150 horas, dependendo do seu tipo.

Os AA formadores de proteínas são classificados segundo sua essencialidade, baseada na necessidade alimentar de cada um. Portanto, os AA essenciais são os que não podem, em condições normais, ser sintetizados pelo organismo e aqueles cuja síntese é insuficiente para prover as necessidades metabólicas. A ausência ou a ingestão inadequada de qualquer um deles leva a um balanço negativo de nitrogênio, perda de peso, distúrbios do crescimento e outros sintomas clínicos.

Em oposição, os AA não-essenciais podem ser sintetizados a partir dos essenciais e de outras estruturas carbonadas formadas na economia celular.

Além disso, os AA semi-essenciais (arginina e histidina) devem ser ingeridos com dieta em situações especiais. A arginina torna-se essencial

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durante o período de crescimento, gravidez, estresse, má nutrição e na recuperação de traumatismos. A histidina deve também ser obtida da dieta durante a infância e o período de crescimento.

Na verdade, em situações particulares, qualquer AA pode tornar se essencial. Cada indivíduo e cada estado de saúde possuem variações próprias de necessidade e, muitas vezes, faz-se necessária a suplementação mesmo dos não-essenciais.

Alguns autores ainda incluem na lista dos semi-essenciais a cisteín, a taurina e a tirosina, bem como a prolina, a serina e a glicina.

Embora mais de trezentos AA já tenham sido detectados na natureza, apenas vinte deles, combinados em diferentes seqüências e proporções, fornecem a base para a formação de mais de cinqüenta mil formas de proteínas do organismo.

CLASSIFICAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS

ESSENCIAIS SEMI-ESSENCIAIS NÃO-ESSENCIAISLEUCINA

ISOLEUCINALISINA

METIONINAFENILALANINA

TRIPTOFANOTREONINA

VALINA

ARGININAHISTIDINA

ALANINAÁCIDO ASPÁRTICO

CISTEÍNAÁCIDO GLUTÂMICO

GLICINAPROLINATIROSINA

SERINAGLUTAMINAASPARAGINA

A hidroxi-lisina e a hidroxi-prolina são aminoácidos que aparecem nas estruturas protéicas mas não existem em suas formas livres, uma vez que são produtos de hidroxilações posteriores às suas incorporações às moléculas da proteína.

Existem ainda os AA que não tomam parte na estrutura protéica dos tecidos, mas que exercem funções metabólicas importantes: CARNITINA,

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CITRULINA, GABA, ORNITINA, TAURINA e GLUTATION.As necessidades alimentares diárias de AA essenciais são:

AMINOÁCIDOS (mg/kg/dia) CRIANÇAS (2 ANOS) ADULTOSISOLEUCINA 31 10LEUCINA 73 14LISINA 64 12METIONINA (+ CISTEÍNA) 27 13FENILALANINA (+ TIROS) 69 14TREONINA 37 7TRIPTOFANO 12 4VALINA 38 10Fonte: Organização Mundial de Saúde.

Como vimos anteriormente, os AA são a base estrutural não só das proteínas mas de uma série de outras substâncias essenciais ao metabolismo orgânico. Seu papel na fisiologia do sistema nervoso, especialmente na neurotransmissão, é de fundamental importância, como será abordado mais adiante. Entretanto, uma das funções primárias dos AA é a produção de energia através do ciclo de Krebs. Proteases intracelulares agem continuamente sobre as proteínas liberando peptídios que, por sua vez, serão hidrolisados pelas amino-peptidases, e carboxipeptidases liberando AA para diferentes propósitos.

Até que os AA produzam ATP, eles sofrem vários processos catabólicos:

1. DESAMINAÇÃO - a primeira reação na quebra dos AA constitui-se da remoção do seu alfa-amino grupo:a) transaminação - catalisada pelas transaminases (amino-

transferases) hepáticas tendo como coenzima a piridoxina (vita-mina B6), transforma os AA em cetoácidos;

b) desaminação oxidativa - onde os AA perdem o grupo amina pela ação da glutamato desidrogenase ou de oxidases. O esque-leto carbonado proveniente da desaminação entrará no ciclo de Krebs por várias vias, que serão abordadas posteriormente. Participam da desaminação oxidativa o NAD e o NADP (vitamina B3) e o FMN e o FAD (vitamina B2);

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2. TRANSPORTE DAAMÔNIA- a amônia tóxica proveniente dos processos de desaminação é transportada através do sangue pela glutamina. Nesse processo, o ácido glutâmico, sob a ação da glutamina sintetase, combina-se com a amônia para formar glutamina que, sob essa forma, transporta a amônia a ser metabolizada no fígado;

NH 4+

GLUTAMINASINTETASE (periferia)

GLUTAMATO GLUTAMTINAGLUTAMINASE (fígado)

1. CICLO DA URÉIA - no fígado, a glutamina sofre a ação da glutaminase, dando origem a ácido glutâmico e amônia. Esta úl-tima, por ser tóxica, é transformada em uréia para posterior eli-minação urinária, envolvendo uma série de reações químicas e a participação de vários AA, entre eles a citrulina, a ornitina, a arginina e o ácido aspártico. A reação mais comum é o CICLO DA ORNITINA ou CICLO DA URÉIA.

+ CO2 ATP

ORNITINA ARGINASE ARGININA

CARBAMIL FOSFATOCITRULINA ASPARTATO

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NHSURÉIA

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O ciclo da uréia tem por finalidade livrar o organismo da amônia derivada do nitrogênio da desaminação dos diversos AA, transformando-a em um composto atóxico, rico em nitrogênio, a uréia. Esse processo metabólico permitiu, sob o aspecto evolucional, a presença dos mamíferos na terra, fora dos oceanos, onde os peixes podem excretar amônia diretamente para o meio aquoso onde vivem. Sem a transformação de amônia em uréia, os quadros de insuficiência renal seriam fulminantes, uma vez que a amônia circulante aumentada seria altamente lesiva ao sistema nervoso central. Na verdade, é o que ocorre no coma hepático, quando os níveis cerebrais de amônia aumentam e um quadro neurológico grave se instala.

Os esqueletos carbonados provenientes dos alfa-cetoácidos, oriundos da desaminação dos AA, vão produzir energia no ciclo de Krebs por sete vias de entrada diferentes: acetil-CoA, piruvato, alfa-cetoglutarato, succinato, fumarato, acetoacetato e oxaloacetato.

Por oxidação, cerca de 60% dos AA consumidos podem produzir glicose (gliconeogênese), também produzindo ATP através do ciclo de Krebs.

Por outro lado, a síntese celular de proteínas é controlada pelo DNA nuclear que forma vários tipos de RNA que, por sua vez, promovem a

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formação de proteínas com consumo de ATP.Os hormônios têm ações anabólicas ou catabólicas sobre o

metabolismo protéico. O hormônio do crescimento (GH), a insulina e a testosterona são exemplos de hormônios anabolizantes. Os glicocorticóides estimulam a gliconeogênese a partir de PTNs sendo, portanto, catabolizantes. A tiroxina aumenta as reações anabólicas embora, em situações não fisiológicas, tenha ação catabólica.

Os músculos, por degradação protéica, geram mais de 50% dos Aas (aminoácidos) livres circulantes, enquanto o fígado é o sítio das enzimas do ciclo da uréia necessárias à eliminação dos resíduos nitrogenados. Músculos e fígado desempenham, assim, os papéis mais importantes na manutenção dos níveis de AA circulantes.

A estabilidade dos níveis plasmáticos de AAs entre as refeições depende do balanço entre sua liberação a partir das proteínas endógenas e da utilização pelos vários tecidos. Após a absorção alimentar, AAs livres, especialmente a alanina e a glutamina, são liberados dos músculos para a circulação. A alanina parece ser o veículo para o transporte de nitrogênio pelo plasma, sendo extraída primariamente pelo fígado. A glutamina, além de fornecer amônia para o ciclo da uréia no fígado, é extraída pelo intestino e pelos rins, onde pode ser convertida também a alanina. A amônia carreada aos rins pela glutamina pode ser diretamente excretada naquele sítio. Os aminoácidos de cadeia ramificada, particularmente a valina, são liberados nos músculos para o cérebro, onde vão desempenhar várias funções, inclusive como combustível para produção de energia no sistema nervoso. Dessa forma, o organismo faz circular os AAs mantendo um constante intercâmbio de matérias-primas entre os órgãos.

A alanina é a principal matéria-prima utilizada pelo fígado para a síntese de glicose a partir de aminoácidos (gliconeogênese). Os aminoácidos de cadeia ramificada captados pelos músculos podem ser convertidos em alanina que, por sua vez, origina glicose para produção de energia. A glicose, voltando ao tecido muscular, pode ser novamente convertida em alanina, completando o chamado ciclo da alanina-glicose, fundamental para a estabilidade da glicemia nos períodos de jejum.

Antes de entrarmos na descrição das diversas características de cada um dos AA utilizados na Medicina Ortomolecular, convém chamar a atenção para alguns pontos de fundamental importância pana que a terapia seja bem-sucedida:

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Administrar AA sempre longe das refeições protéicas, uma vez que a competição com outros AA prejudica sobremaneira sua absorção no tubo digestivo.

da mesma forma, evitar o uso de dois ou mais AA que tenham competitividade de ação ou absorção. Como exemplos: clássicos temos a arginina com a lisina e a tirosina com o triptofano;

evitar o uso prolongado de um AA em altas doses, que poderá acarretar má absorção de vários outros, inclusive dos essenciais, com prejuízo do equilíbrio do metabolismo protéico;

o metabolismo dos AA é fundamentalmente dependente da vitamina B6, do magnésio e do ácido fólico, sendo o uso desses nutrientes de grande importância para o bom aproveitamento da suplementação de aminoácidos.

Além disso, deve-se notar que os AA biologicamente ativos são e levógiros, sendo a forma L a normalmente administrada. Exceções se fazem à forma D,L da fenilalanina, utilizada como analgésico e antidepressivo e a D,L-metionina, pouco usada em nosso meio.

AMINOÁCIDOS DO CICLO DA URÉIA

ARGININA GLUTAMINA

PROLINA ORNITINA ÁCIDO GLUTÂMICO

OG-PROLINA NH2 CO2 Mn B6

CITRULINA PROLINA GABA

aspartato MgARGININA OH-PROLINA

ARGININA

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1. Química

É considerada um AA semi-essencial, uma vez que pode ser sintetizada em quantidades suficientes pelo adulto. No entanto, em determinadas situações (período de crescimento, gravidez, estresse, etc.) precisa ser suplementada com dieta. Pode ser formada a partir ORNITINA que, com a adição de amônia e C02, transforma-se CITRULINA que, por sua vez, também é precursora da arginina. A arginina pode também dar origem ao ÁCIDO GLUTÂMICO e PROLINA.

Participa do chamado CICLO DA ORNITINA, produzindo uréia a partir de amônia.

2. Fontes alimentares

Está presente na maioria das proteínas alimentares, incluindo carnes, leite, ovos, queijo, nuts, alho, ervilhas, grãos e chocolate.

A deficiência de arginina pode ocorrer no estresse, nas dietas hipoprotéicas, nos traumatismos e nas dietas ricas em LISINA, pois esta compete com a arginina. Tal deficiência resulta em queda de cabelos, constipação, dificuldade de cicatrização, hipospermia, hepatopatias e hiperuricemia.

Dietas ricas em arginina parecem estimular o crescimento de lesões por herpes simples.

3. Funções principais

Essencial no metabolismo da AMÔNIA, transformando-a URÉIA pelo ciclo da omitina;

Participa da estrutura protéica do corpo; Estimula a produção de HORMÔNIO DO CRESCIMENTO,

aumentando a massa muscular e o metabolismo das gorduras, reduzindo, assim, a obesidade;

Estimula o sistema imune por aumentar a atividade do TIMO. Estimula a produção e a motilidade dos ESPERMATOZÓIDES (é um

dos principais componentes do esperma);

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Participa da síntese da CREATINA, importante no metabolismo dos músculos;

Forma OXIDO NÍTRICO pela ação do óxido nítrico sintetase (dependente de Ca), que se admite ser o mais potente vasodilatador endógeno e participar do mecanismo bioquímico da memória;

Estimula a síntese de ARGININA VASOPRESSINA (AVP), substância relacionada com a vasopressina com funções antidiuréticas, hipertensoras e elevadoras da os molaridade do soro;

4. Possíveis usos

Estímulo do HORMÔNIO DO CRESCIMENTO, quando deve ser prescrita ao deitar-se, pois a liberação do GH é feita fisiologicamente durante o sono. Pode ser dada junto com a ORNITINA. Muito usada na preparação de atletas;

Infertilidade masculina (4 g/dia) aumenta o número e a motilidade dos espermatozóides;

Hipercolesterolemia; Estimulo da cicatrização (pós-operatório), por estimular a

formação de colágeno; Impotência - pela liberação de ÓXIDO NÍTRICO, potente

vasodilatador endógeno que atua nos vasos penianos; Intoxicações - usada como auxiliar das funções hepáticas; Imunodeficiências - estimulam as funções tímicas (linfócitos T).

5. Doses

1 a 6 g/diaNa estimulação da liberação do HORMÔNIO DO

CRESCIMENTO, deve ser tomada à noite ao deitar-se, quando o GH é fisiologicamente liberado. Nesse caso pode ser dada junto com a ORNITINA, para potencialização, na dose de 500 a 1.000 mg de cada, ao deitar se, em tratamentos de quatro a seis semanas.

Os diabéticos devem tomar arginina com cautela, pois esse aminoácido tem propriedades glicogênicas. Alguns autores relatam o agravamento de quadros esquizofrênicos com o uso de doses altas.

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ORNITINA

1. Química

Aminoácido não-essencial pode ser formada a partir da ARGININA pela ação da arginase. Pode formar ÁCIDO GLUTÂMICO, TRULINA, ARGININA, PROLINA e HIDROXI-PROLINA.

2. Fontes alimentares

Encontra-se em várias proteínas alimentares, e pode estar deficiente nos indivíduos em dietas hipoprotéicas.

3. Funções principais

Junto com a ARGININA, é essencial no metabolismo da AMÔNIA, formando uréia para eliminação dos catabolitos nitrogenados ciclo da ornitina).

Com a metionina, é precursora da ESPERMINA e da ESPERMIDINA, importantes fatores da proliferação celular.

4. Possíveis usos

Estimula a liberação de HORMÔNIO DO CRESCIMENTO por ser precursora das poliaminas, que entram na formação do GH. Largamente utilizada na preparação de atletas;

Ajuda na formação do sistema imunológico; Promove cicatrização; Nas intoxicações, beneficia a função e a regeneração hepática; No coma hepático, promove a eliminação de amônia,

transformando-a em uréia no fígado, através do ciclo da uréia (ciclo

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da ornitina).

5. Doses

Geralmente é usada na liberação do HORMÔNIO DO CRESCIMENTO junto com a ARGININA na dose de 500 a 2.500 mg/dia, em tratamentos de quatro a seis semanas, obedecendo a intervalos de duas semanas.

Pode causar insônia e agravar quadros de esquizofrenia.Mais recentemente, utiliza-se o alfa-cetoglutarato de ornitina (OKG),

que parece ter maior potência no estímulo da liberação do hormônio do crescimento.

CITRULINA

Pode ser produzida a partir da ORNITINA, pela adição de C02 e NH3, e pode ser convertida em ARGININA. Promove a detoxificação de amônia no sangue. É útil contra a fadiga, como estimulante do sistema imunológico, e para eliminar a amônia nos casos de insuficiência hepática.

Suas principais fontes alimentares são o alho e a cebola.NÃO é usada normalmente na clínica ortomolecular.

PROLINA - HIDROXI-PROLINA

A HIDROXI-PROLINA é formada por hidroxilação da PROLINA, mas só após a incorporação desta última nas cadeias peptídicas das proteínas, especialmente o colágeno. Tomam parte nesse processo a vitamina C, o ferro e a niacina. Embora seu precursor metabólico natural seja o ÁCIDO GLUTÂMICO, a prolina pode ser formada da GLUTAMINA ou da ORNITINA, e são encontrada nos ovos, queijos, carnes e gérmen de trigo.

São dois dos principais AA formadores do COLÁGENO, que constitui cerca de 30% das PTNs do corpo, e fazem parte da pele, dos ossos e das cartilagens. O colágeno, principal proteína dos mamíferos, é constituído,

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em sua maior parte (60%), por moléculas de glicina, prolina e hidroxiprolina, além de muitos resíduos de hidroxilisina. A prolil-hidroxilase, enzima responsável pela hidroxilação da prolina incorporada ao colágeno, é fortemente dependente de ácido ascórbico.

Recentemente, demonstrou-se a forte presença da prolina na substância P (neurotransmissor)

A PROLINA pode ser usada na recuperação de ferimentos ou articulações e tendões traumatizados, embora não seja normalmente utilizada na clínica.

A dosagem de hidroxi-prolina na urina pode revelar aumento ou diminuição do metabolismo do tecido conjuntivo, inclusive nos ossos. Os valores normais ficam entre 5 e 25 mg/24 horas. Aumento fisiológico pode ocorrer na gravidez e no crescimento. Aumento patológico, nos tumores ósseos, na osteoporose, na doença de Paget, nas fraturas, no hipertireoidismo, nas queimaduras, etc. Diminuição ocorre na distrofia muscular, no hipopituitarismo, nos retardos do crescimento, no hipotireoidismo, no hipoparatireoidismo, etc.

ÁCIDO GLUTÂMICO e GABA

1. Química

O ÁCIDO GLUTÂMICO (GA) pode ser sintetizado a partir da ARGININA, da ORNITINA e da PROLINA. Pela adição de amônia transforma-se na GLUTAMINA (GLM), e com o auxílio da piridoxina, do manganês e da taurina forma o ÁCIDO GAMA- AMINOBUTÍRICO (GABA).

TAURINA GAM-SINTETASE

GABA GA GLM

B6 + Mn NH3 GLUTAMINASE

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A glutamina-sintetase contém Mn em sua estrutura.O ácido glutâmico pode ser formado por aminação do alfa-

cetoglutarato pela ação da glutamato desidrogenase.

2. Fontes alimentares

O GA encontra-se abundantemente em todas as proteínas vegetais e animais, principalmente nas carnes, no trigo integral e nos queijos. O ácido aspártico inibe sua absorção.

3. Funções principais

O GA é importante para as funções cerebrais, e pode ser metabolizado no cérebro transformando-se em GABA, um importante neurotransmissor. Entra na formação do GLUTATION e do FATOR DE TOLERÂNCIA À GLICOSE, GTF (Glucose Tolerance Factor), formado por niacina, cromo, glicina, cisteína e ácido glutâmico, responsável pela potencialização da insulina ao nível da membrana celular.

O GA é um neurotransmissor excitatório, enquanto o GABA é inibitório.Deficiências desses AA acarretam problemas motores, confusão, perda

de memória e outros sintomas neurológicos, entretanto, como não são AA essenciais, um bom suprimento de Mn e piridoxina garante sua síntese.

4. Possíveis usos

O ÁCIDO GLUTÂMICO é suplementado sob a forma de L-GLUTAMINA, porque esta atravessa melhor a barreira hemato-encefálica como veremos adiante:

A suplementação com GABA é usada em:

Epilepsia; Hipertensão arterial; Ansiedade - (os benzodiazepínicos atuam nos receptores de GABA)

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propicia relaxamento e pode diminuir a dose de tranqüilizantes; Insônia; Impotência; Diminui a nuctúria; Hiperatividade em crianças; Esquizofrenia (GABA encontra-se diminuído); Hipertrofia prostática.

5. Doses

GA - suplementado como glutamina.GABA - 250 a 1.000 mg/dia.O uso de glutamato monossódico (MSG) como tempero de alimentos

pode causar quadro de intoxicação (síndrome do restaurante chinês).

GLUTAMINA

1.Química

Como apresentado anteriormente, a GLUTAMINA (GLM) constitui-se da adição de AMÔNIA à molécula do ÁCIDO GLUTÂMICO, catalisada pela glutamina sintetase na presença de magnésio. Essa reação pode ser revertida pela ação da glutaminase, dando novamente origem ao ácido glutâmico.

A GLM é um dos AA mais abundantes no organismo, talvez aquele com maior concentração no sangue. Pode ser encontrada em todos os tecidos, e sua maior incidência está no tecido muscular, aonde a concentração chega a trinta vezes aquela do sangue.

2. Fontes alimentares

A ingestão de glutamina por meio da alimentação perde importância devido à imensa capacidade de biossíntese do organismo. Seus principais

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substratos, o ácido glutâmico e os diversos AA do ciclo da uréia, garantem bons níveis tissulares e séricos.

3. Funções principais

Sem dúvida, a principal função da GLM é transportar amônia, proveniente do catabolismo dos aminoácidos, dos diversos tecidos até o fígado para transformação em uréia. Tal função metabólica confere à GLM fundamental importância à homeostase do organismo, uma vez que a amônia constantemente formada nos diversos tecidos, e com características extremamente tóxicas, pode ser transportada para posterior metabolização hepática através do ciclo da ornitina. Dessa forma, encontram-se apenas traços de amônia no sangue. Além disso, como a GLM atravessa livremente a barreira hematoencefálica, o mais importante mecanismo cerebral para detoxificação de amônia é a formação de glutamina;

A glutamina sintetase age na periferia unindo o ácido glutâmico à amônia, enquanto a glutaminase atua no fígado, regenerando o glutamato e fornecendo amônia para o ciclo da uréia;

A glutamina fornece o substrato estrutural para a inclusão do ácido glutâmico na molécula de GLUTATION;

Precursora essencial para a síntese de NUCLEOTIDIOS; Principal fonte de energia dos enterócitos é uma das responsáveis pela

manutenção apropriada da PERMEABILIDADE INTESTINAL; Fundamental à PROLIFERAÇÃO DOS LINFÓCITOS, uma vez que

serve como a principal fonte de energia àquelas células; Importante componente regulador do EQUILÍBRIO ÁCIDO- BASE;

4. Possíveis usos

Fadiga - por ser precursora do ácido glutâmico, importante neurotransmissor;

Preparação de atletas - tem efeito anticatabólico, estimula a liberação de hormônio do crescimento durante os exercícios, aumenta a massa e previne a fadiga muscular. Exercícios extenuantes depletam as reservas de GLM, podendo levar a uma

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insuficiência imunológica; Deficiências imunológicas - aumenta a resposta imunológica e a

proliferação linfocitária; Obesidade - diminui a compulsão por carboidratos e estabiliza a

permeabilidade intestinal. Acelera a queima de lipídios durante exercícios físicos e diminui a liberação de insulina no sangue após a alimentação;

Alergias alimentares - evita a passagem de bactérias e endotoxinas pela mucosa digestiva, bem como favorece o equilíbrio da flora intestinal, além de prevenir a atrofia de suas vilosidades;

Retardo mental; Distrofia muscular; Alcoolismo - diminui a ingestão voluntária de álcool em ratos; Cicatrização de úlceras pépticas; Autismo - melhora a concentração desses pacientes; Parkinsonismo; Impede a perda de massa muscular em pacientes acamados por

longos períodos.

Recentes pesquisas apontam a GLUTAMINA como um dos mais versáteis suplementos alimentares. Seu campo de atuação passa por suas inúmeras funções fisiológicas na formação do glutation, no transporte de amônia, na gliconeogênese, na formação estrutural do tecido muscular, na biossíntese do ADN e como precursora de GABA. Atualmente, os principais campos de ação são a obesidade e as intolerâncias alimentares, por sua capacidade de modular a permeabilidade intestinal, bem como a preparação de atletas, pelas características anticatabólicas. Publicações especializadas apontam apenas três classes de nutrientes em que a preparação de atletas encontra benefícios incontestáveis: a creatina, os antioxidantes e a glutamina.

5. Doses

Variam entre 200 e 6.000 mg por dia.

Recentemente, introduziu-se o uso dos PEPTIDIOS DE GLUTAMINA (GLM-pep). Trata-se de moléculas polipeptídicas ricas em glutamina e

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aminoácidos de cadeia ramificada que, teoricamente, resistiriam à inativação da glutamina pelo meio ácido do estômago. Sua utilização vem sendo bem aceita na preparação de atletas.

AMINOÁCIDO SULFURADOS

CISTEíNA

1. Química

A cisteína é sintetizada no fígado, formada, com auxílio da serina, a partir da METIONINA (essencial), tendo como intermediária a HOMOCISTEÍNA. A cisteína pode ser convertida em CISTINA e em TAURINA.

A metionina, a cisteína e a taurina formam o grupo dos AA sulfurados, isto é, contêm enxofre em suas moléculas. A CISTINA compõe-se por duas moléculas de cisteína, e representa uma forma quimicamente mais estável, servindo de matéria-prima “armazenada” para a formação de cisteína quando necessária. A maior parte da cisteína circulante apresenta-se sob essa forma.

A cisteína pode formar GLUTATTON (juntamente com o ácido glutâmico e a glicina), que é um antioxidante e antitóxico por excelência, e participa como co-fator de várias enzimas, protegendo o corpo de metais pesados, de químicos e de fumaça pela glutation-peroxidase.

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METIONINASERINA

HOMOCISTEÍNAHOMOSERINA

CISTEÍNA

CISTINA GLUTATION TAURINA

A HOMOCISTEÍNA, produto intermediário na transformação de metionina em cisteína, é tóxica e relacionada com a gênese da aterosclerose. Doses das vitaminas B6, B12 e ácido fólico precipitam sua metabolização em cisteína e evitam o acúmulo nocivo no organismo.

2. Fontes alimentares

Sob a forma de CISTINA: iogurte, aveia, gérmen de trigo e aves. Sob a forma de CISTEÍNA: gema de ovos, pimenta, alho, cebola e

brócolis.

3. Funções principais

Forma o glutation, que vai tomar parte na neutralização do peróxido de hidrogênio por meio da glutation-peroxidase. Sua maior disponibilidade determina aumento na síntese de glutation;

É o melhor protetor antioxidante e desintoxicante contra a poluição e o tabagismo;

Ajuda a neutralizar os aldeídos produzidos pelo fígado vindos da metabolização do álcool, gorduras, poluentes e drogas;

Liga-se ao chumbo, mercúrio e cádmio, ajudando na eliminação de metais pesados;

É o AA mais abundante nos cabelos; Protege as células da mutagênese e da carcinogenese; É a principal fonte de grupos SH, que estabilizam a estrutura de

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várias PTNs, entram na formação da coenzima A, ligam-se a metais pesados para transporte, etc.;

Participa do fator de tolerância à glicose (GTF); Serve de precursora da tioetanolamina, porção da coenzima A.

4. Possíveis usos

Fumantes (tosse, bronquite) - usado com BETA-CAROTENO, ZINCO e SELÊNIO, protege os alvéolos da ação do fumo, inibindo a elastase, destruidora da elastina pulmonar;

Poluição atmosférica e química - neutralizando os aldexdos; Câncer - inibe a mutagênese; Eliminação de metais pesados; Psoríase (melhora a cicatrização da pele) - é o AA mais abundante da

queratina e parece ser uma das substâncias responsáveis pela elasticidade da pele;

Tosse (como expectorante) - fluidifica as secreções brônquicas Perda de cabelos (é o AA mais importante na formação dos cabelos); Infecções - elimina toxinas e aumenta a resposta leucocitária Artrite reumatóide; Catarata (prevenção); Asma; Cicatrização (no pós-cirúrgico e nas queimaduras); Anti-aging- pela ação antioxidante; Como antioxidante em qualquer patologia em que exista estress e

oxidativo; AIDS - eleva os níveis de glutation inibindo a replicação do vírus

HIV pela inibição do fator nuclear kappa-beta (NFK|3);

5. Doses

200 a 1.200 mg/dia - dividida em várias doses e juntamente com VITAMINA C (3 vezes a dose de cisteína) para prevenir a cristalização da cistina excessiva na urina (cistinúria) e a formação de cálculos.

Ex.: 200 mg de cisteína + 600 mg de vitamina C.Pode ser administrada sob a forma de N-acetil-L-cisteína, que apresenta

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melhor absorção, na dose de 600 mg/dia ou por inalação com soluções a 10 ou 20%.

Deve ser administrada em doses menores nos diabéticos, já que pode inativar a insulina.

METIONINA

1. Química

É um AA sulfurado essencial que pode dar origem aos outros AA dessa mesma classe: CISTEÍNA e TAURINA. Sua principal característica bioquímica é ser o mais importante doador de grupos metila do organismo.

2. Fontes alimentares

O menos abundante dos AA nas dietas encontra-se nos laticínios, nos ovos, nos peixes e nas carnes vermelhas. Nas dietas vegetarianas, aparecem nas sementes (nuts), milho, arroz e outros grãos. Aparece também nas leguminosas, na abóbora e na carne de frango.

3. Funções principais

Tem ação lipotrópica (tal como o INOSITOL e a COLINA), prevenindo o excesso de gordura no fígado;

Controla a liberação de histamina; Ajuda na eliminação de cobre, quando elevado; Pela sua conversão em cisteína, é excelente destruidor de radicais

livres e neutralizador de toxinas, embora se use mais a L-cisteína por

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ser melhor absorvida. Pode neutralizar toxinas também por metilação;

Entra na formação da acetilcolina, da colina, da creatinina e da epinefrina;

Forma a S-adenosilmetionina, principal fonte de grupos metila do organismo;

Participam da síntese de ESPERMINA e da ESPERMIDINA, importantes fatores de proliferação celular;

Auxilia na absorção e no transporte de selênio no organismo.

4. Possíveis usos

Hepatoprotetor - ação lipotrópica; Fadiga; Alergias - reduz liberação de histamina; Intoxicação pelo cobre e por outros metais pesados; Aterosclerose; Depressão (em especial na do tipo histadélico); Parkinsonismo - aumenta a dopamina por metilação da L-dopa: Esquizofrenia (quando ligada à histadelia).

5. Doses

Usual: 200 a 600 mg/dia.Máxima: 4 g/dia.Recomenda-se o uso concomitante do complexo B, especialmente as

vitaminas Be, B12 e o ácido fólico, para evitar-se a formação excessiva de homocisteína, poderoso agente aterogênico.

GLUTATION

1. Química

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Trata-se de um tripeptídio sulfurado derivado da molécula CISTEÍNA, acrescida de ÁCIDO GLUTÂMICO e GLICINA, preste em vários tecidos, principalmente: fígado, cristalino, baço, pâncreas e rins.

Serve de substrato para a enzima glutation peroxidase, que necessita de SELÊNIO em sua molécula, e tem como principal função a neutralização do peróxido de hidrogênio, precursor do radical hidroxila.

2. Fontes alimentares

A disponibilidade de CISTEÍNA controla a quantidade de glutation formado no fígado.

3. Funções principais

Atua como protetor básico dos tecidos contra toxinas e processos oxidativos, particularmente por meio da glutation peroxidase e da glutation redutase;

Protege a membrana celular da peroxidação feita pelos peróxidos que, por sua vez, são potentes agentes oxidantes e precursores do radical hidroxila;

Neutraliza vários tipos de tóxicos (pela glutation transferase), a saber: nitrosa minas, solventes, inseticidas, metais pesados, toxinas bacterianas, fumo, poluição atmosférica, etc.;

Estimula a imunidade carreando nutrientes para os linfócitos e fagócitos;

Mantém a integridade das hemácias, evitando hemólise; Protege as células hepáticas de lesões causadas por tóxicos diversos.

4. Possíveis usos

Antioxidante - pode ser usado em qualquer patologia que envolva estresse oxidativo;

Intoxicações diversas - inclusive por metais pesados e pelo álcool;

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Imunodeficiências - melhora a resposta leucocitária; AIDS - em geral, o período da transformação do portador do HIV

saudável em paciente aidético, caracterizado pela replicação incontrolável do vírus, coincide com uma diminuição da concentração de glutation no fígado. O glutation impediria a ativação do fator nuclear kappa-beta (NFKβ), responsável pela replicação do material genético viral dentro do núcleo dos linfócitos T4;

Intolerâncias alimentares; Câncer - inibe o crescimento de alguns tumores, mesmo em estágios

avançados; Catarata - aumenta os níveis de glutation peroxidase no cristalino; AVC e lesões cerebrais; Toxicomania; Envelhecimento - os tecidos dos animais velhos apresentam

concentrações até 34% menores de glutation quando comparados « animais jovens;

Transporte de órgãos para transplantes - utiliza-se uma solução isosmolar rica em glutation.

5. Doses

Até recentemente, utilizava-se somente a N-acetil-L-cisteína (600 mg dia) para aumentar os níveis de glutation no organismo. Lembramos que essa deve ser sempre acompanhada de três vezes a dose de VITAMINA C, para evitar cálculos renais de cistina.

Atualmente usa-se o glutation sublingual na dose de 10 a 50 mg três vezes ao dia. Nos casos de alergias alimentares, deve-se usá-la dez minutos antes das refeições. Na administração por via oral, as doses oscilam entre 100 e 1.000 mg ao dia.

A suplementação conjunta de SELÊNIO é importante para 2 formação da glutation peroxidase, possibilitando o bom efeito antioxidante do glutation administrado.

TAURINA

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1. Química

Pode formar-se a partir da CISTEÍ NA com auxílio da PIRIDOXINA. Pode ser um AA. essencial em recém-nascidos, incapazes de sintetizá-la. Em adultos, porém, essa essencialidade é discutível, fazendo com que alguns autores a considerem um AA semi-essencial.

Apesar de não constituir elemento de formação das proteínas corpóreas, encontra-se em vários tecidos (coração, sistema nervoso central, músculos, etc.), tendo especial importância no metabolismo cerebral. É o AA em forma livre mais abundante no músculo cardíaco, no cristalino e no cérebro. No cérebro infantil, sua concentração pode chegar a quatro vezes a do adulto.

A exposição prolongada aos raios solares aumenta os níveis de taurina na pineal e na hipófise, embora sejam desconhecidas suas funções naqueles sítios. Durante crises de enxaqueca, as plaquetas mostram concentrações elevadas, sem que isso possa ser ainda justificado.

2. Fontes alimentares

Encontra-se fartamente nas carnes vermelhas e nos peixes.Uma vez que o estradiol inibe a formação de taurina no fígado, as

mulheres apresentam maior necessidade desse aminoácido em suas dietas.

3. Funções principais

Regula o fluxo transmembrana de cálcio e de potássio no músculo cardíaco;

Estabiliza a membrana celular dos tecidos excitáveis (cérebro e coração);

Auxilia o transporte de íons (K, Na, Ca e Mg) através da membrana celular (assistida pelo ZINCO);

Neurotransmissor inibitório; Promove, com o auxílio do MANGANÊS, a transformação de

ÁCIDO GLUTÂMICO em GABA; Entra na formação do ÁCIDO TAUROCÓLICO, importante

elemento da bile que mantém a solubilidade do colesterol naquele

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Page 138: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

meio;

4. Possíveis usos

Arritmias cardíacas - especialmente as pós-infarto; Hipertensão arterial - diminui a ANGIOTENSINA, aumentando a

excreção de água e de sódio; Isquemia cardíaca - encontra-se deficiente após ataques cardíacos,

juntamente com o MAGNÉSIO; Prevenção da catarata - a queda na concentração de taurina no

cristalino é associada ao aparecimento de catarata; Insuficiência cardíaca congestiva - melhora a contratilidade dc

músculo cardíaco; Hipercolesterolemias - baixa o colesterol e triglicerídeos e aumenta o

HDL-colesterol; Epilepsia - neurotransmissor inibitório, levemente sedativo, aumenta

a descarboxilação do ÁCIDO GLUTÂMICO, promovendo a formação de GABA. Estabiliza a membrana celular com marcante efeito anticonvulsivante. Além disso, as concentrações de taurina no líquido cefalorraquidiano de epiléticos encontram-se freqüentemente diminuídas;

Disfunções biliares - ajuda a formar o ÁCIDO TAUROCÓLICO, que promove a eliminação de colesterol pela bile;

Ansiedade, estresse, insônia e depressão - atua como sedativo ansiolítico;

Outros: doenças oculares, cirrose, insuficiência hepática, acloridria e hipocloridria, diminuição da motilidade dos espermatozóides, sal sem sódio (ornitil-taurina);

5. Doses

Nas arritmias cardíacas - 500 mg a 3 g/dia; Na insuficiência cardíaca congestiva - 1 g três vezes ao dia; Epilepsia - 500 mg três vezes ao dia; Como sedativo leve - 250 mg três vezes ao dia;

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Na insônia - 500 a 1.000 mg à noite, ao deitar-se;

Como a absorção intestinal de taurina é bastante irregular, tem- se optado, com sucesso, pela sua administração sublingual. Normalmente utilizam-se cápsulas sublinguais com 250 mg de taurina e manitol qsp.

A prescrição conjunta com PIRIDOXINA é fundamental. O uso de MAGNÉSIO constitui um bom complemento, bem como o de ZINCO e o de MANGANÊS.

EFEITOS COLATERAIS: raramente vem a provocar diarréia e irritação gástrica.

Mulheres em tratamento com estrogênios podem apresentar deficiência de taurina pela inibição de sua formação a partir da cisteína.

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AMINOÁCIDOS AROMÁTICOS

TRIPTOFANO

1. Química

É um AA essencial, precursor da SEROTONINA (neurotransmissor) e da NIACINA (vitamina B3). Seu metabolismo depende de PIRIDOXINA, VITAMINA C, ÁCIDO FÓLICO e MAGNÉSIO.O metabolismo do triptofano pode ter três caminhos distintos:

a formação de TRIPTAMINA pela ação de uma descarboxilase, que constitui um caminho metabolicamente indesejável, uma vez que poderá dar origem, por metilação, à DIMETILTRIPTAMINA, potente alucinógeno ligado a quadros de esquizofrenia paranóide;

a formação de NIACINA (VITAMINA B3). 60 mg de triptofano dão origem a 1 mg de niacina;

transforma-se, por ação de uma hidroxilase, em 5-HIDROXI TRIPTOFANO que, por sua vez, pode dar origem à SEROTONINA e à MELATONINA, sendo esta a via metabólica desejável para a ação terapêutica do triptofano.

NIACINA (vitamina B3)

TRIPTOFANO 5-OH-TRIPTOFANO

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HIDROXILASEDESCARBOXILASE DESCARBOXILASE

TRIPTAMINASEROTONINA

(5-OH-TRIPTAMINA)DIMETILTRIPTAMINA MELATONINA

A hidroxilação do triptofano, com formação de 5-hidroxi-triptofano, é dependente de PIRIDOXINA, MAGNÉSIO e BIOPTERINA (derivada do ácido fólico).

A forma terapêutica ideal seria o 5-hidroxi-triptofano. Evitar-se-ia, assim, a possível formação de dimetiltriptamina e de niacina, com síntese mais direta de serotonina. Além disso, sua dose pode ser de cerca de 10% daquela normalmente usada para o triptofano.

2. Fontes alimentares

Um dos AA menos abundantes nos alimentos; suas principais fontes são: carnes, ovos, soja, lentilhas, laticínios e nuts. Está presente na caseína do leite.

3. Funções principais

Suas principais funções estão ligadas à produção de SEROTONINA e de NIACINA. Além disso, é precursor da MELATONINA produzida na glândula PINEAL, que está intimamente relacionada com o estresse e o metabolismo das supra-renais. A serotonina, por sua vez, tem funções no ciclo do sono e na afetividade, estando sua deficiência no plasma e no SNC ligada à depressão.

A deficiência de triptofano, somada à baixa ingesta de vitamina B3, pode causar pelagra.

Apesar de atravessar facilmente a barreira hematoencefálica, sofre importante competição com outros aminoácidos naquele sítio. Níveis sangüíneos altos de tirosina, de fenilalanina e, principalmente, de aminoácidos de cadeia ramificada interferem negativamente na sua penetração. Refeições ricas em carboidratos aumentam a concentração de

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triptofano cerebral, ao contrário daquelas ricas em proteínas. Pesquisas recentes mostram que a vitamina C aumenta a captação cerebral de triptofano.

4. Possíveis usos

Insônia - pela formação de serotonina, neurotransmissor necessário à indução e à manutenção do sono. Sua administração não altera a fisiologia do sono nem deprime o sistema nervoso central;

Depressão - também pelo aumento da serotonina no cérebro. Tem boa atuação na psicose maníaco-depressiva e na depressão da me nopausa (dosar triptofano plasmático, normal = 4 a 8 mcM/dl);

Pelagra Dor - eficiência comprovada na dor de dentes, enxaqueca e câncer; Esquizofrenia - por ser precursor da niacina e, possivelmente, da

melatonina; Obesidade - diminui a avidez por carboidratos. Uma vez que dietas

ricas em carboidratos aumentam o triptofano e a serotonina no cérebro com sensação de saciedade, o triptofano administrado antes das refeições seria responsável por uma sensação semelhante;

Parkinsonismo; Ansiedade, estresse - pelos efeitos do aumento da serotonina; Agressividade - ratos alimentados com dietas pobres em triptofano

mostraram agressividade aumentada após noventa dias. Esse comportamento não foi suprimido com o uso de niacina (B3);

5. Doses

500 a 1.000 mg duas vezes ao dia.INSÔNIA: 500 a 2.000 mg à noite, 30 minutos antes de dormir, com um

pouco de água açucarada, evitando-se refeições protéicas 90 minutos antes e depois da tomada.

O uso de água açucarada promove a liberação de insulina com o objetivo

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de varrer os AA de cadeia ramificada do sangue que impediriam, por competição, a penetração do triptofano no SNC.

Pode-se usá-lo conjuntamente com PIRIDOXINA, NIACINAMIDA e MAGNÉSIO, que melhoram sua utilização. O CROMO também pode ser usado, uma vez que potencializa os efeitos da insulina. A piridoxina e o magnésio auxiliam sua transformação em serotonina, enquanto a niacinamida impediria a metilação da triptamina, evitando a formação de dimetiltriptamina (alucinógeno).

Sob a forma de 5-HIDROXI-TRIPTOFANO, utilizam-se doses sublinguais de 50 a 100 mg ao deitar-se.

OBESIDADE - 250 a 500 mg quatro vezes ao dia, meia hora antes das refeições.

FENILALANINA

1. Química

É um AA essencial e um dos poucos que podem atravessar a barreira hematoencefálica afetando, portanto, o metabolismo do SNC. É um AA cíclico precursor da TIROSINA sem, no entanto, poder ser recuperado a partir desta e, assim, essencial na alimentação. O metabolismo da fenilalanina requer PIRIDOXINA, NIACINA, VITAMINA C, COBRE e FERRO.

Como precursora da tirosina, pode formar NORADRENALINA, MELANINA, ADRENALINA, DOPAMINA e TIRAMINA.

FENILALANINAFENILALANINA HIDROXILASE

TIROSINA

TIROSINA HIDROXILASE (Cu)DOPA

TIROXINA TIRAMINA DIHIDROXI-INDOLB6 DOPA

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DESCARBOXILADEFENILETILAMINA DOPAMINA MELANINA

VITAMINA C DOPAMINABETA-OXIDASE

NORADRENALINA

ADRENALINA

Toma parte também na formação de outras substâncias, tais como: MELAN OTROPINA, SOMATOSTATINA, ANGIOTENSINA, COLECISTOQUININA, ENCEFALINAS e ENDORFINAS.

A forma L, levógira, é a biologicamente ativa; entretanto, ao contrário dos outros AA, com exceção da metionina, a forma D pode ser convertida em L, no fígado, pela ação de uma isomerase.

A ausência genética da fenilalanina hidroxilase, conversora de fenilalanina em tirosina, como demonstra o diagrama anterior, determina o aparecimento da FENILCETONÚRIA, patologia ligada ao retardamento mental com acúmulo de fenilalanina no organismo.

2. Fontes alimentares

Encontra-se na dieta principalmente em carnes vermelhas, leite e derivados, aveia, gérmen de trigo, peixes, aves, nuts e lentilhas.

3. Funções principais

Como precursora da tirosina, desempenha papel fundamental na formação de vários neurotransmissores. Anoradrenalina, por exemplo, é um importante neurotransmissor sináptico essencial à memória, ao alerta e ao aprendizado. A feniletilamina faz parte do “ciclo do prazer”, ligado ao mecanismo do orgasmo. Sua deficiência vem sendo relacionada com diversos distúrbios do comportamento.

Outras substâncias não neurotransmissoras que têm a fenilalanina como precursora, melanina, colecistoquinina, etc., mostram a grande importância desse AA no metabolismo geral do organismo. Pela formação de

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colecistoquinina, está envolvida no controle do apetite, uma vez que esse neuropeptídio promove sensação de saciedade.

4. Possíveis usos

Depressão - BIPOLAR (PMD): L-fenilalanina - 500 mg duas vezes/dia + Piridoxina - 100 mg duas vezes/ dia. AFETIVA: D, L-fenilalanina — 150 a 200 mg/dia.

Dor - principalmente as do tipo músculo esqueléticas. Potencializa os efeitos da acupuntura. Aumenta as endorfinas cerebrais. A forma D, L é a mais ativa na analgesia (500 mg duas vezes ao dia).

Aspartame (adoçante) - é a combinação do ácido aspártico com a fenilalanina.

Obesidade - controla o apetite provavelmente pela formação de colecistoquinina (100 mg antes das refeições).

5. Doses

As doses variam entre 200 e 1.000 mg ao dia. O alívio da dor com o uso de D, L-fenilalanina leva duas a quatro semanas para fazer efeito.

PRECAUÇÕES: contra-indicada na GRAVIDEZ e na FENILCETONÚRIA. Deve-se ter cuidado com pacientes HIPERTENSOS e com aqueles tomando antidepressivos inibidores da MAO. Por formar TIRAMINA, pode produzir crise hipertensiva. Nesses pacientes deve-se evitar ingestão de queijo, cerveja, vinho, banana, chocolate e glutamato monossódico.

FENILALANINA TIRAMINA INIBIDORES DA MAO

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HIPERTENSÃO CEFALÉIA

TIROSINA

1. Química

Formada a partir da FENILALANINA, é precursora da ADRENALINA, da NORADRENALINA, da DOPAMINA e dos HORMÔNIOS TIREOIDIANOS (T3 e T4). Essas transformações metabólicas da tirosina são dependentes de ÁCIDO FÓLICO, NIACINA. VITAMINA C e COBRE.

Participa também da formação de MELANINA, ENDORFINAS e ENCEFALINAS. Vide esquema apresentado no tópico anterior (fenilalanina).

O albinismo, caracterizado pela falta de melanina, provém da incapacidade enzimática de transformar tirosina em melanina.

Tem relativa dificuldade em atravessar a barreira hemato-encefálica, competindo com a FENILALANINA, o TRIPTOFANG e a LEUCINA. Pode estar aumentada no neuroblastoma, n: feocromocitoma, no melanoma e nas enxaquecas.

Sua deficiência está relacionada com baixa temperatura corpórea e hipotensão arterial.

2. Funções principais

As funções metabólicas da tirosina confundem-se com as da fenilalanina, estando envolvida com a síntese de hormônios tireoidianos e adrenais, além de neurotransmissores, melanina, etc.

3. Possíveis usos

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Depressão (por deficiência de catecolaminas) - uma vez que depressão também pode ter etiologia ligada à deficiência SEROTONINA, pode-se administrar TIROSINA durante o dia TRIPTOFANO à noite;

Estimulação do hormônio do crescimento (pouco usada). Estresse - geralmente encontra-se em níveis baixos, tem efeito

antioxidante; Parkinsonismo - aumenta dopamina; Impotência e frigidez; Hipotensão arterial; Controle do apetite - provavelmente pela formação de

colecistoquinina;

4. Doses

100 a 500 mg 2 ou 3 vezes/ dia. Altas doses (acima de 2 g por dia) parecem bloquear seu metabolismo por inibição da enzima tirosina hidroxilase, diminuindo seus efeitos no sistema nervoso central.

Nunca administrar juntamente com o TRIPTOFANO que impedirá, por competição, sua penetração na barreira hemato-encefálica. Nos casos de depressão, dar tirosina durante o dia e triptofano à noite.

Nunca administrar juntamente com inibidores da monoaminoxidase (MAO), pois pode provocar aumento da TIRAMINA circulante com possibilidades de gerar crises hipersivas.

Contra-indicada na ESQUIZOFRENIA, uma vez que em pacientes esquizofrênicos é comum haver aumento de DOPAMINA. Vários antipsicóticos têm como mecanismo de ação a inibição da enzima tirosina hidroxilase, que promove a transformação de tirosina em dopamina, evitando os excessos desta última. A administração de tirosina em tais casos só viria a agravar o quadro.

HISTIDINA

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1. Química

É um AA semi-essencial (como a arginina), pois se faz necessária sua ingestão durante a infância e o período de crescimento. Pode ser também indispensável nos indivíduos malnutridos, traumatizados ou que precisem regenerar tecidos.

É precursora da HISTAMINA por reação de descarboxilação dependente de vitamina B6.

Liga-se à BETA-ALANINA, sob a ação da carnosina sintetase, para formar CARNOSINA, dipeptídio fundamental às funções musculares e auxiliar na absorção de cobre. Essa reação pode ser revertida por hidroxilação, com recuperação da histidina, pela ação da carnosinase, que é dependente de zinco. Essa ligação com a beta- alanina também dá origem à ANSERINA e à HOMOCARNOSINA.

2. Fontes alimentares

Suas principais fontes são: carne de porco, aves, queijo e gérmen trigo.

3. Funções principais

Formação de células sangüíneas (está presente na HEMOGLOBINA);

Síntese de HISTAMINA, responsável pelas reações alérgicas inflamatórias. Além disso, está envolvida no “ciclo do praz favorecendo o orgasmo”;

Sob a ação da carnosina sintetase, combina-se com a beta-alanina formando o dipeptídio CARNOSINA, importante à contratação muscular por ativar a enzima miosina ATPase;

Participa da formação da HOMOCARNOSINA, considerada um neuropeptídio cerebral.

4. Possíveis usos

Úlcera péptica;

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Anemia; Doenças cardiovasculares; Hipertensão arterial - a histamina tem ação vasodilatadora; Artrite reumatóide - forma com a treonina e o cobre um complexo

que, uma vez removido do organismo, parece ter ação antiinflamatória pela eliminação de cobre;

Quelante de metais - usada para aumentar a absorção de zinco e cobre;

Dificuldades de ereção - por aumentar a histamina; Esquizofrenia - do tipo histapênico.

5. Doses

1 a 2 g/dia.

OUTROS AMINOÁCIDOS

LISINA e HIDROXI-LISINA

1. Química

A lisina é um AA essencial encontrado principalmente no tecido muscular e no colágeno.

Com o auxílio da VITAMINA C e sob a ação da lisil hidroxilase, transforma-se em HIDROXI-LISINA, após incorporar-se ao colágeno. Seu metabolismo requer VITAMINAS B6, B3, B2 e C, bem como ÁCIDO GLUTÂMICO e FERRO. Com a ajuda deles e da METIONINA transforma-se em CARNITINA.

Entra no ciclo de Krebs, para produção de energia, após ser metabolizada em ACETIL CoA.

A incidência de hidroxi-lisina restringe-se praticamente ao colágeno, a proteína mais abundante nos mamíferos. A hidroxi-lisina proveniente da

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alimentação não pode ser aproveitada, já que somente a lisina se incorpora ao colágeno para posterior hidroxilação. A hidroxi-lisina não é utilizada terapeuticamente.

2. Fontes alimentares

Encontrada largamente na maioria das proteínas alimentares, suas principais fontes são: peixes, carnes vermelhas e laticínios. Aparecem também no gérmen de trigo, legumes, frutas e verduras.

A deficiência de lisina está relacionada com falta de apetite, fadiga, emagrecimento, deficiência imunológica, anemia e alterações do crescimento. Tal carência pode derivar de dietas onde as principais fontes de energia são os cereais, pois são pobres nesse aminoácido.

3. Funções principais

Auxilia a absorção de cálcio no intestino; Promove a formação de colágeno (dependente de VITAMINA C); Estimula o crescimento ósseo; Aumenta a resposta imunológica; Forma ácido pipecólico (neurotransmissor); Entra na formação de carnitina.

4. Possíveis usos

Prevenção e tratamento da osteoporose — melhora a absorção e a utilização de cálcio;

Herpes simples - pela competição com a ARGININA, que serve de nutriente para o herpes. Deve-se, portanto, evitar alimentos proporcionalmente ricos em arginina e pobres em lisina: nuts, chocolate, cereais (aveia e trigo), gelatina, coco, soja e gérmen de trigo;

Estímulo do hormônio do crescimento - aumenta massa muscular e promove perda de adiposidade. Apesar de competitiva, potencializa a ação da ARGININA nesse aspecto;

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Estímulo do sistema imunológico.

5. Doses

Necessidades dietéticas: 750 a 1.000 mg/dia; No herpes simples: 300 a 1.500 mg/dia (100 a 500 mg três vezes ao

dia) começando na crise aguda e continuando por mais três a cinco semanas;

Na estimulação do hormônio do crescimento: 1.000 a 1.500 mg de LISINA e ARGININA ao deitar-se.

CARNITINA

1. Química

Pode ser sintetizada pelo organismo, principalmente no fígado e nos rins, a partir da LISINA e da METIONINA, com o auxílio da VITAMINA C, da PIRIDOXINA, da NIACINA e do FERRO, sendo que os níveis de vitamina C exercem os mais marcantes efeitos sobre a biossíntese de carnitina. Sua estrutura molecular assemelha-se à da colina e não participa da síntese de nenhuma proteína.

Encontra-se em altas concentrações nos músculos esqueléticos, no coração, no esperma e no cérebro. Os homens apresentam níveis de carnitina maiores que as mulheres, e a suplementação por via oral aumenta os níveis tissulares desse aminoácido.

2. Fontes alimentares

Os alimentos de origem animal são os mais ricos. Fontes principais: a carne vermelha (daí o nome), os peixes, as aves, os laticínios, o trigo, o abacate, etc.

A ingestão de lisina determina aumento nas concentrações de carnitina no organismo, bem como sua deficiência pode induzir a baixos níveis do aminoácido.

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3. Funções principais

Transporta ácidos graxos livres de cadeia longa para dentro da mitocôndria através da membrana mitocondrial para produção de energia. Tal penetração de ácidos graxos depende da presença de coenzima A e da ação da enzima carnitina acil-transferase. que liga os ácidos graxos à carnitina formando acil-carnitina. Esta última penetra na mitocôndria e libera em seu interior o ácido graxo que se liga à coenzima A com recuperação da molécula de carnitina;

Promove a oxidação de gorduras no fígado e nos músculos, com produção de energia (beta-oxidação). A concentração tissular de carnitina é o fator mais importante para regular o catabolismo das gorduras;

Fornece energia para a motilidade dos espermatozóides; Removem os grupos acetil, provenientes da beta-oxidação, de dentro

da mitocôndria, prevenindo o acúmulo daqueles na matriz mitocondrial, facilitando a queima de mais combustível lipídico.

Influencia decisivamente o metabolismo da glicose nos músculos, onde o aumento da concentração de carnitina tem relação direta com a atividade do ciclo de Krebs e da glicólise, bem como com os níveis de glicogênio disponíveis naquele tecido;

Estimula o sistema de transporte de elétrons, aumentando as concentrações musculares de várias enzimas próprias da cadeia respiratória (citocromo oxidase).

A deficiência de carnitina frequente os prematuros e nos dialisados, caracteriza-se por episódios de hipoglicemia devida à redução da gliconeogênese resultante de alterações na oxidação de ácidos graxos. Ocorre aumento dos ácidos graxos livres circulantes, acúmulo de lipídios no organismo, bem como fraqueza muscular.

Deficiência de vitamina C acarreta baixos níveis de carnitina, uma vez que a biossíntese contribui com a maior parte desse aminoácido no organismo.

4. Possíveis usos

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Protege contra doenças cardiovasculares: isquemia, angina pectoris e arritmias – ligada à produção de energia do músculo cardíaco onde 60 a 80% provêm dos lipídios;

Fadiga crônica – melhora a produção de energia no organismo. Reduz colesterol e triglicerídeos, aumentando o HDL-colesterol –

ligada ao aumento de utilização das gorduras; Doença vascular periférica – aumenta as distâncias caminhadas por

pacientes com claudicação; Preparação de atletas – aumenta a massa e a resistência dos

músculos, diminuindo a adiposidade. Exercícios extenuantes podem levar à deficiência relativa. Atletas sob suplementação de carnitina apresentam níveis de ácido lático reduzido à metade após sessões de treinamentos;

Obesidade – auxilia na queima de gorduras durante os exercícios físicos uma vez que o índice de queima de lipídios por beta-oxidação depende dos níveis de carnitina disponíveis;

Infertilidade masculina – aumenta a motilidade dos espermatozóides;

Alcoolismo (cirrose) – reduz a degeneração gordurosa do fígado. Miopatias – melhora o eletromiograma nas distrofias musculares,

nas quais sua eliminação urinária encontra-se aumentada; Nos dialisados – a hemodiálise remove mais de 50% da carnitina

circulante, exigindo uma reposição nesses pacientes. Parece UM papel importante nas miocardiopatias em dialisados;

Hipotireoidismo - pode apresentar deficiência de carnitina, que deve ser suplementada;

AIDS - 72% dos pacientes apresentam deficiência.

5. Doses

A carnitina pode ser encontrada comercialmente nas formas isoméricas L e D, sendo a L-carnitina a única biologicamente ativa. O uso de D-carnitina pode inibir a utilização da L-carnitina e provocar distúrbios metabólicos imprevisíveis;

Para melhorar a performance muscular e o metabolismo das gorduras

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- 1.000 a 2.000 mg/dia; Na isquemia cardíaca e hiperlipemias - 500 a 1.200 mg três vezes ao

dia;Altas doses podem provocar diarréia;

Recentemente vem-se utilizando a ACETIL-L-CARNITINA, em doses de aproximadamente 500 mg duas vezes ao dia, para melhorar a performance cerebral e na doença de Alzheimer.

ACETILCARNITINA

A acetilcarnitina (AC) ou, mais corretamente, N-acetil-L-carnitim, é o derivado acetilado do aminoácido L-carnitina. A acetil-L- carnitina origina-se da L-carnitina por acetilação catalisada pela carnitina-acetiltransferase, que transfere os grupos acetil provenientes da acetil-CoA.

A L-carnitina, um dos principais aminoácidos circulantes, pode ser facilmente absorvida no trato digestivo. Uma vez que a L-carnitina e seus derivados, inclusive a acetilcarnitina, não formam proteínas, sua absorção independe da ação de qualquer enzima proteolítica ou de outro processo digestivo. A biossíntese a partir da L-lisina contribui com importante parcela da acetilcarnitina utilizada pelo organismo para suas diversas funções metabólicas.

Com relação às FUNÇÕES METABÓLICAS da acetilcarnitina, seria impróprio separar ou delimitar sua ação e a da L-carnitina. A Inter conversão de AC e L-carnitina parece ocorrer livremente e seus papéis sobre as funções orgânicas se confundem. Entretanto, a pesquisa sobre a AC desenvolveu-se mais no campo da neuroquímica e do envelhecimento unicamente à acetilcarnitina:

estimula a síntese de NGF (Nerve Growth Factor) o sistema nervoso central e nos neurônios periféricos, cuja diminuição acompanha o quadro de demência senil;

tem função neuroprotetora contra os efeitos degenerativos do envelhecimento, especialmente nos neurônios colinérgicos centrais;

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a AC aumenta a habilidade das células cerebrais de utilizar fontes de energia alternativas (beta-oxidação), quando o metabolismo e a captação de glicose estão alteradas naquele sítio;

retira das mitocôndrias grupos acetil provenientes da beta-oxidação de ácidos graxos;

principal doador de grupos acetil para acetilação da colina e produção de acetilcolina;

modula a atividade da colina-acetiltransferase no cérebro, influenciando decisivamente a síntese de acetilcolina. Tal função depende da apresentação química acetilcarnitina, e não pode ser exercida diretamente pela L-carnitina.

Embora a AC tenha funções metabólicas semelhantes às da L-carnitina, seu EMPREGO NA CLÍNICA encontrou maiores aplicações na área da neurologia e do envelhecimento.

Na doença de Alzheimer, na demência senil e nos distúrbios da memória melhora os testes para avaliação da memória, do aprendizado e do comportamento. Tal ação terapêutica parece estar ligada à estimulação da síntese de NGF (Nerve Growth Factor) e de acetilcolina, além da produção de energia no cérebro. Com o envelhecimento, tanto a síntese de NGF como a atividade da colina acetiltransferase diminuem. Além disso, o número de receptores NMDA cai consideravelmente. Na doença de Alzheimer, a L-carnitina e a acetilcarnitina encontram-se diminuídas no cérebro e no cerebelo. A administração de AC restaura essas funções, restabelecendo a performance cerebral dos idosos e dos portadores de demência senil. Os efeitos persistem algumas semanas após a interrupção do tratamento.

Pesquisas recentes demonstram que a AC tem capacidade de manter a estabilidade funcional das membranas celulares e de colaborar com as enzimas reparadoras do DNA em casos de lesões provocadas, além de apresentar marcante ação antioxidante no tecido cerebral. Outros estudos indicam que a AC aumenta o fluxo sangüíneo cerebral.

As DOSES de acetilcarnitina variam de 1.000 a 3.000 mg por dia. As doses são fracionadas em duas ou três vezes ao dia, e a unidade posológica mais encontrada no mercado é a de 500 mg por cápsula. Dessa forma, uma dose média seria a de duas cápsulas de 500 mg (1.000 mg) duas vezes ao dia, perfazendo um total de 2 gramas ao dia.

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ÁCIDO ASPÁRTICO

1. QuímicaA transaminação do oxaloacetato forma L-aspartato. Pode ser

transformado em ASPARAGINA, com consumo de ATP e tendo como doadora de nitrogênio a glutamina, que atua na liberação de energia nas células nervosas por sua transformação em ácido aspártico novamente. Essa reação não fixa o nitrogênio inorgânico da amônia como acontece na transformação do ácido glutâmico em glutamina.

NH4 H2O

ASPARAGINASE

ASPARTATO ASPARAGINA

ASPARAGINA SINTETASE

GLUTAMINA GLUTAMATO

Mg + ATP Mg + AMP + PPi

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Nas proteínas, o ácido aspártico aparece principalmente sob a forma de asparagina.

2. Fontes alimentares

É encontrado em larga escala em proteínas vegetais e animais, em especial na carne de porco.

3. Funções principais

Atua no cérebro como neurotransmissor com ação excitatória (encontra-se aumentado em epiléticos e diminuído em deprimidos);

Ajuda na formação dos ribonucleotídios que entram na formação de DNA e RNA e na produção de energia a partir de carboidrato

Auxilia na detoxificação das células hepáticas de algumas tóxicas; Participa do ciclo da uréia, promovendo a transformação de citrulina

e de arginina.

4. Possíveis usos

Contra fadiga - aspartato de potássio e magnésio; Como quelante de minerais (K, Mg e Ca), ajudando na sua

absorção; Imunoestimulante leve - aumenta a atividade do timo; Adoçante - ASPARTAME = ácido aspártico + fenilalanina.

5. Doses

Como ASPARTATO DE Mg ou K - 1 a 4 g/dia;

ALANINA

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AA não-essencial que, junto com a glicina, constitui-se no AA mais abundante plasma. A alanina é o principal AA da gliconeogênese sendo que, no fígado, os índices de síntese de glicose a partir da alanina são muito maiores que aqueles observados com os outros AA. Representa o principal elo entre o metabolismo glicídico e protéico, sendo usada para manter estáveis os níveis de glicose sangue.Após uma refeição rica em proteínas, os músculos captam grandes quantidades de AA de cadeia ramificada e liberam alanina no sangue, completando o turn-over de suas proteínas. A alanina circulante transforma-se em glicose no fígado, após desaminação.

FÍGADO SANGUE MÚSCULO

Sob a forma de beta-alanina, faz parte do dipeptídio CARNOSINA (histidina + beta-alanina), que ativa a miosina ATPase, fundamental às funções musculares. Também como beta-alanina, faz parte do ÁCIDO PANTOTÊNICO e da molécula da COENZIMA A.

Tem ação imunoestimulante sobre as células timo-dependentes.Vem sendo utilizada experimentalmente na preparação de atletas, uma

vez que entra diretamente no mecanismo de produção de glicose a partir dos aminoácidos de cadeia ramificada nos músculos. Seu uso evitaria perdas de massa muscular pelo catabolismo próprio do estresse metabólico em exercícios prolongados e extenuantes.

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AMINOÁCIDOS DE CADEIA RAMIFICADA

Os aminoácidos de cadeia ramificada freqüentemente identificados pela sigla BCAA (Branched-Chain Aminoacids, em inglês) são a LEUCINA, a ISOLEUCINA e a VALINA, todos essenciais. Utilizados especialmente para a síntese de proteínas, não servem como precursores de nenhuma outra molécula biologicamente ativa.

Correspondem a 35% das proteínas musculares e a 50% dos AA ingeridos na dieta protéica.

Desempenham importante função na glicogênese, constituindo- se importante fonte de energia no tecido muscular. São AA essencialmente anabólicos e dependem de PIRIDOXINA e TIAMINA para seu metabolismo.

Por competição com os AA aromáticos, diminuem as concentrações de serotonina e de dopamina cerebrais.

São largamente utilizados na preparação de atletas por suas características anticatabólicas. Durante exercícios prolongados, a queda da concentração dos BCAA no plasma relaciona-se com perda de massa muscular. As outras indicações mais freqüentes ficam por conta das patologias acompanhadas de diminuição da musculatura: distrofia muscular, esclerose múltipla, etc., além do alcoolismo e das hepatopatias crônicas.

Em geral, são administrados em conjunto, geralmente, em proporções iguais (33% de cada aminoácido). As doses variam entre 5 e 20 gramas por dia.

VALINA

Encontra-se em muitas proteínas da alimentação e faz parte de inúmeras proteínas do organismo. As principais fontes alimentares são soja, o arroz integral, o queijo cottage, os peixes, a carne vermelha, frango, nuts e os cogumelos. Sua deficiência pode afetar a camada de mielina dos nervos. As necessidades diárias estão entre 400 e 800mg.

Pode ser usada como suplemento, para aumentar o desenvolvimento

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muscular, e nas doenças hepáticas. Alguns trabalhos mais recentes mostram seu valor no controle do apetite, cujo mecanismo de ação acredita-se ser relacionado com o aumento de produção de colecistoquinina.

A valina é o aminoácido que, ao substituir geneticamente o ácido glutâmico nas moléculas de hemoglobina, resulta na anemia falciforme.

ISOLEUCINA

É encontrada em cames vermelhas, frango, peixes, soja, ovos, leite e derivados, queijos, milho, gérmen de trigo, lentilhas e nuts. Aparece em altas concentrações no tecido muscular. Como a valina e a leucina, ajuda o desenvolvimento muscular. Como os outros AA de cadeia ramificada, pode ser metabolizada para produzir energia durante situações de jejum prolongado. Suas necessidades diárias variam de 250 a 700mg.

LEUCINA

Presente em cames vermelhas, aves, laticínios, trigo integral, arroz integral, gérmen de trigo, nuts e aveia. Essencial ao crescimento e estimulante da síntese de proteínas nos músculos, suas necessidades alimentares variam de 170 a 1.000 mg por dia. Embora seja um AA importante usado pelo organismo como substrato para a produção de glicose, auxilia na estabilização e na diminuição da glicemia, por estimular a liberação de insulina. Representa o BCAA mais anabolizante dos três. Promove a cicatrização de ferimentos e fraturas. Como os outros AA de cadeia ramificada, encontra-se diminuída nas lesões hepáticas.

Excessos de leucina podem levar a uma redução acentuada dos níveis de vitamina B3 (niacina), podendo causar pelagra nos indivíduos com ingestão pobre daquela vitamina. Em tais casos, a maioria da niacina

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provém do triptofano, cuja transformação em B3 parece ser prejudicada pela leucina.

AMINOÁCIPOS DERIVADOS DA TREONINA

TREONINA

1. Química

É um AA essencial, precursor da GLICINA e da SERINA A PIRIDOXINA e o ÁCIDO FÓLICO são essenciais ao seu metabolismo

TREONINATreonina aldolase

GLICINASerina hidroximetilase B6 + ácido fólico

SERINA

2. Fontes alimentares

As principais fontes são: carnes, laticínios, ovos, gérmen de trigo nuts e feijões.

Sua deficiência está relacionada com distúrbios do comportamento e as necessidades diárias variam entre 100 e 500 mg.

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3. Funções principais

Formação do esmalte dos dentes, da elastina e do colágeno; Função lipotrópica no fígado, controlando a formação de gorduras

hepáticas; Como precursora da glicina e da serina, tem importância na

produção de energia e na síntese protéica.

4. Possíveis usos

Sedativo - por aumentar a glicina no cérebro; Epilepsia e depressão - apresentam deficiência de glicina no sangue; Imunoestimulante - tal como a cisteína, a glicina, a alanina e ácido

aspártico, a treonina estimula o crescimento e atividade do TIMO; Parkinsonismo; Artrite reumatóide - usada junto com HISTIDINA e COBRE; Esclerose múltipla; Degeneração gordurosa do fígado.

5. Doses

1 a 2 g/dia.

GLICINA

1. QuímicaPode ser formada a partir da COLINA, da TREONINA e da SERINA.

Pela ação da glicina sintetase, co-fatorizada pela piridoxina e pelo ácido fólico, pode ser formada a partir de CO2 e amônia.

Representa o AA com estrutura química mais simples, tendo dois átomos de hidrogênio ligados ao carbono alfa. Por não apresentar quatro radicais diferentes naquela posição, a glicina não possui atividade ótica e,

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portanto, não lhe cabe a nomenclatura de isomeria: L ou D-glicina.

TREONINA

TREONINA ALDOLASE

COLINA GLICINA

B3 + FOLATOB6 + FOLATO SERINA HIDROXIMETILTRANSFERASE

SERINA HIDROXIMETILASE SERINA

A transformação de serina em glicina é mediada pela NIACINA, enquanto a reação inversa depende de PIRIDOXINA e de ÁCIDO FÓLICO.

Entra na formação do GLUTATION e da DIMETTLGLICINA, princípio ativo da VITAMINA B15, ÁCIDO PANGÂMICO.

2. Funções principais

Aumenta as reservas de glicogênio; Importante no metabolismo cerebral como neurotransmissor

inibitório. Aumenta a ACETIL-COLINA no hipocampo; Participa da síntese de hemoglobina; Pode ser convertida em creatina, importante no metabolismo

energético do tecido muscular; Atua na liberação do hormônio do crescimento no cérebro,

importante no metabolismo dos sonhos; Participa da síntese do colágeno, onde a glicina representa mais de

1/3 dos AA; Forma glutation por associação com a cisteína e o ácido glutâmico Contribui com parte das moléculas das purinas; Conjuga vários metabólitos e fármacos para excreção, tais com: os

ácidos glicólico e hipúrico.

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3. Possíveis usos

Cicatrização de ferimentos (por via oral ou local) - aumenta a formação de colágeno. Pode ser usada junto com o zinco e a arginina;

Contra espasticidade muscular; Baixa lipídios e ácido úrico no sangue - na gota aumenta a excreção

do ácido úrico, diminui níveis de colesterol e triglicerídios; Como sedativo (dose de 3g + inositol); Estimula a liberação do hormônio do crescimento; Miastenia - usada com manganês e vitamina E; Usada como DIMETILGLICINA para aumentar a imunidade,

aumentar energia física, para infecções, fadiga e falta de resistência; Intoxicações - promove eliminação de ácido benzóico; Na hipocloridria - estimula a produção de HC1 no estômago.

4. Doses

Como L-GLICINA - 500 mg duas vezes ao dia, podendo chegar a 10 g/dia.

Como DIMETIL-GLICINA- 50 mg a 200 mg duas vezes ao dia.(Nos casos em que se objetiva a ação da glicina no sistema nervoso

central, pode-se administrar SERINA ou TREONINA, seus precursores, que melhor atravessam a barreira hemato-encefálica TREONINA - 1 g/dia).

SERINA

Pode ser formada a partir da GLICINA ou TREONINA com ajuda ia PIRIDOXINA (vitamina B6), NIACINA (vitamina B3) e ÁCIDO FÓLICO.

É constituinte de proteínas cerebrais e da esfingosina. Importante no metabolismo das PURINAS e PIRIMIDINAS (RNA e DNA), na formação da membrana celular e da CREATINA (músculos). Precursora das PORFIRINAS (síntese de hemoglobina) entra na transformação de

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HOMOCISTEÍNA em cisteína. Aparece aumentada nos quadros psicóticos.Participa da molécula do fosfolipídio FOSFATIDILSE, amplamente

utilizado na clínica para tratamento de perda de memória. Tal substância, abundantemente encontrada nas membranas celulares, tem capacidade de aumentar os níveis de acetilcolina no cérebro. Sua dose habitual é de 100 a 200 mg, duas vezes ao dia.

A principal ação terapêutica da serina é no alívio da dor, aumentando o efeito dos opiáceos.

Suas fontes principais são: carnes, laticínios, glúten, amendoim e soja.

OS AMINOÁCIPOS NA CLÍNICA

1. Diminuem colesterol e triglicerídios

Arginina - Glicina - Taurina - Camitina - Metionina

2. Estimulam o hormônio do crescimento

Arginina - Omitina - Triptofano - Glicina - Valina - Lisina

3. Aumentam massa muscular

Camitina - Alanina - Valina - Leucina - Isoleucina - Glutamiru

4. Aumentam energia física

Carnitina - Glutamina - Ácido Aspártico

5. Dor

DL-fenilalanina - Triptofano - Metionina - Serina

6. Hipertensão arterial

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Triptofano - Taurina - GABA

7. Insônia

Triptofano - GABA - Glicina – Taurina

8. Parkinsonismo

Triptofano - Tirosina - Metionina - GABA - Treonina

9. Vícios

ALCOOLISMO: Glutamina - GABA COCAÍNA: Tirosina

10. Ansiedade

Triptofano - Taurina - GABA

11. Herpes simples

Lisina

12. Depressão

Triptofano - L-fenilalanina (PMD) - DL-fenilalanina - Taurina - Tirosina

13. Intoxicações – Antioxi

Cisteína (fumo) – Glutation – Metionina – Valina – Leucina – Isoleucina

14. Cardiopatia isquêmicaCarnitina

15. Arritimias cardíacas

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Taurina

16. AgressividadeGABA – Triptofano – Taurina

17. Estimulam o sistema imunológicoArginina – Lisina – Taurina – Carnitina – Treonina – Glutamina – Cisteína – Glutation

18. Estimulam a cicatrizaçãoArginina – Prolina – Hidro-prolina – Lisina

19. OsteoporoseLisina

20. Artrite reumatpoideHistidina

21. GotaGlicina

AMINOÁCIDOS PRECURSORES DENEUROTRANSMISSORES

Aminoácido Neurotransmissores

TRIPTOFANO SEROTONINA – MELATONINA

FENILALANINA e TIROSINA ADRENALINA- NORADRENALINA DOPAMINA – FENILETILAMINA – ENCEFALINAS – TIRAMINA

HISTIDINA HISTAMINA

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GLUTAMINA GABA-ÁCIDO GLUTÂMICO

METIONINA e CISTEÍNA TAURINA – ÁCIDO CISTÉICO

LISINA ÁCIDO PIPECÓLICO

AMINOÁCIDOS NEUROTRANSMISSORES

Inibitório Sexcitatórios

GABA ÁCIDO GLUTÂMICOTAURINA ÁCIDO ASPÁRTICOGLICINA

4. MINERAIS

Biologicamente, define-se por mineral qualquer substância inorgânica que, após uma hipótese queima completa do organismo, permanecesse como cinza. Esse produto, que corresponderia a 4 ou 5% do peso total do corpo, seria proveniente em sua maior parte dos ossos (75% de cálcio e fósforo), embora sua distribuição pelos tecidos seja bastante ampla, aparecendo nas proteínas, nas enzimas, no sangue, nas vitaminas, etc.

Tais como as vitaminas, são alimentos essenciais por não poderem ser produzidos pelo organismo. Sua deficiência implica o aparecimento de sinais e sintomas patológicos e sua suplementação provoca o desaparecimento dos mesmos.

Uma vez que o organismo é composto em sua maior parte de ÁGUA (cerca de 65%) e matéria orgânica (proteínas, lipídios, carboidratos, ácidos nucléicos, etc.), os elementos mais abundantes são o OXIGÊNIO (65%), o CARBONO (18%), o HIDROGÊNIO (10%) e o NITROGÊNIO (3%). Todo o restante é formado por substâncias minerais, inorgânicas, que, na maioria das vezes, encontram-se incorporadas às substâncias orgânicas, como veremos adiante.

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Tais elementos são classificados como MACROMINERAIS e MICROMINERAIS (ou oligoelementos).

Os MACROMINERAIS são aqueles que representam, per si, mais que 0,01% do peso total do organismo, ou seja: em um indivíduo de 70 kg corresponderiam a mais que 7 g na composição ponderal do organismo. Os OLIGOELEMENTOS, obviamente, representam cada um, menos que 0,01%. Note-se que os componentes não minerais, formadores de substâncias orgânicas (O, C, H e N), são tomados macroelementos.

Além desses componentes, o organismo contém metais pesados, tóxicos, cuja presença no corpo é indesejável, como o chumbo, o alumínio, o cádmio, o mercúrio, etc., que serão abordados mais adiante.

A seguir, apresentamos a composição aproximada do corpo humano, adaptada de tabela do Dr. Dewitt Hunter, para uma pessoa pesando 70 kg. Estão incluídos os componentes não minerais e os minerais (macro e microelementos).

COMPOSIÇÃO ELEMENTAR DO CORPO HUMANO (70 kg)

MACROELEMENTOS FUNÇÕES PRINCIPAIS TEOR (em G)

Oxigênio - O Respiração Celular - Água 43.000

Carbono - C Protoplasma 12.000

Hidrogênio - H Água - Mat. Orgânica 6.300

Nitrogênio – N Proteínas 2.000

Cálcio - Ca Ossos e Dentes 1.100

Fósforo - P Ossos e Dentes 750

Potássio - K Eletrolito Intracelular 225

Enxofre - S Aminoácidos - Cabelos e Pele 150

Cloro - Cl Eeltrolito 100

Sódio - Na Eletrolito Extracelular 90

Magnésio — Mg Eeltrolito Metabólico 35

Silício – Si Tecido Conjuntivo 30

MACROELEMENTOS FUNÇÕES PRINCIPAIS TEOR (em mg)

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Ferro – Fe Hemoglobina – Transporta O2 4.200

Flúor – F Ossos e dentes 2.600

Zinco – Zn Metalo-Enzimas 2.400

Rubídio – Rb Neurotransmissão 350

Estrôncio – Sr Integridade Óssea 320

Cobre – Cu Co-fator Enzimático 90

Cobalto – Co Vitamina B12 20

Vanádio – V Metabolismo e Lipídico 20

Iodo – I Hormônio da Tireóide 15

Estanho – Su Desconhecidas 15

Selênio- Se Enzimas Antioxidante 15

Manganês – Mn Metalo-Enzimas 13

Níquel – Ni Desconhecidas 11

Molibdênio – Mo Co-Fator Enzimático 8

Cromo – Cr Fator de Tolerância à Gligose 6

Lírio – Li Metabolismo da Serotonina 2

Boro – B Metabolismo ósseo desconhecido

Germânio Imunoestimulante desconhecido

Como as vitaminas, os minerais são essenciais à saúde física e mental, tomando parte na estrutura celular, particularmente nas células sangüíneas, nervosas e musculares, bem como nos ossos, dentes e tecido conjuntivo. Alguns minerais funcionam como eletrólitos - Na, K e Cl -, regulando o fluxo dos fluidos orgânicos e o equilíbrio ácido-base. Outros atuam como co-fatores enzimáticos, participando como catalisadores de inúmeras reações bioquímicas ou, ainda, como importantes auxiliares da neurotransmissão, contração muscular, permeabilidade celular, formação de tecidos, etc.

Uma vez que os minerais desempenham funções fundamentais na estrutura e no metabolismo do corpo, sua importância nutricional e clínica vem despertando cada vez mais a atenção dos especialistas em todos os

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meios científicos. Como regra geral, têm caráter essencial na alimentação, já que o organismo não pode produzi-los, e sua ingestão depende da concentração desses elementos nos alimentos. Sua origem alimentar depende fortemente da composição mineral do solo, visto que essa é sua única fonte na natureza. Solos pobres em determinados minerais produzirão vegetais com baixos teores dos mesmos, levando, várias vezes, a deficiências minerais generalizadas nas populações servidas por essas fontes alimentares.

Além disso, o refino e o processamento industrial dos alimentos espoliam grandemente seu conteúdo mineral. Para se ter idéia dessas perdas, podemos citar dois casos típicos:

Farinha de trigo refinada perdas Açúcar refinado perdasmanganês 88% magnésio 99%cromo 87% zinco 98%magnésio 80% cromo 93%zinco 72% manganês 93%cobre 63% cobalto 88%cálcio 60% cobre 83%molibdênio 60%cobalto 50%

Atualmente consideram-se essenciais 17 minerais: Ca, P, Na, K, Cl, S, Mg, Si (todos macrominerais), Fe, Zn, Cu, Co, I, Mn, Cr, Mo e Se (estes últimos, oligoelementos). A essencialidade do silício é discutível, uma vez que sua deficiência ainda não foi verificada nos seres humanos, embora tenha presença maciça nos ossos, nos dentes e no tecido conjuntivo.

O organismo pode fazer uso dos minerais e armazená-los para necessidades futuras. Sua eliminação urinária e hepática contribui para aumentar as necessidades alimentares; o consumo de açúcar, de cafeína e de álcool depleta-os com facilidade; porém, o maior obstáculo que o organismo enfrenta no sentido de manter um bom equilíbrio mineral é a sua competitividade absortiva. Para citar alguns exemplos, grandes quantidades de cálcio podem reduzir a absorção de magnésio, fósforo, zinco e manganês. O zinco pode reduzir a absorção de magnésio, cobre e fósforo, enquanto o fósforo, quando ingerido em excesso, interfere na captação de vários outros minerais, especialmente na do cálcio.

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Na alimentação, a forma química mais comum dos minerais é a inorgânica (cloreto de sódio, fosfato ferroso, etc.). Outra forma é a de sais orgânicos (citrato de magnésio, lactato de cálcio, etc.) e uma terceira seria a forma quelada em aminoácidos ou proteínas.

Uma vez que as células mucosas do tubo gastrintestinal apresentam carga elétrica e os sais inorgânicos quando em solução nos sucos digestivos encontram-se ionizados, portanto também eletricamente carregados, essas formas inorgânicas têm sérias dificuldades de absorção. Os sais orgânicos, mais estáveis, são mais bem absorvidos, enquanto os minerais quelados, por serem reconhecidos pelo organismo como aminoácidos, têm livre passagem pela mucosa intestinal.

Em resumo, a terapia mineral deve observar algumas regras de grande importância para o sucesso do tratamento:

1. administrar, preferencialmente, sais orgânicos ou formas queladas dos minerais para garantir boa absorção;

2. nunca usar dois ou mais minerais que exerçam competição absortiva entre si, tais como o cálcio e o fósforo;

3. alguns metais apresentam outros tipos de competição, portanto, quando administrar um deles, monitorar as perdas do outro, como é o caso do cobre e do zinco;

4. certos alimentos impedem a absorção de determinados minerais (as fibras alimentares impedem a absorção do zinco); usá-los em horas diferentes;

5. adequar a dose de acordo com o grau de carência, patologia concomitante, idade, etc.;

6. sempre que possível, acompanhar a evolução do tratamento através do mineralograma e do exame de sangue;

7. cuidado com o uso de diuréticos que, além de depletarem potássio, também espoliam magnésio e zinco.

Com relação às doses a serem empregadas, é evidente sua dependência das necessidades individuais impostas por deficiências e exigências orgânicas particulares, especialmente aquelas relacionadas com as diversas patologias a serem enfocadas nos tratamentos, tanto com caráter curativo como preventivo.

Tal como as vitaminas, a essencialidade dos minerais é amplamente reconhecida e a observação de “doses diárias recomendadas” (DDRs)

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mínimas é fundamental à boa saúde. Essas doses são fornecidas em valores correspondendo ao peso líquido do elemento, independentemente do sal no qual esteja contido (eg.: óxido, citrato, gluconato, carbonato). Como o conteúdo mineral de cada sal pode diferir bastante, os cálculos necessários devem ser feitos para cada apresentação química, como descreveremos adiante. Forneceremos adiante, no texto pertinente a cada mineral, as respectivas RDAs (Recommended Daily Allowances), que correspondem às DDRs nos Estados Unidos. Note-se que tanto as DDRs como as RDAs mostram valores referentes à ingesta global, tanto da alimentação como de uma possível suplementação somadas.

No Brasil, o Ministério da Saúde divulga uma lista de minerais com suas DDRs como segue:

Doses Diárias Recomendadas (DDRs)

MINERAL DDRCálcio 800 mgFósforo 800 mgMagnésio 400 mgFerro 14 mgFlúor 4 mgZinco 15 mgCobre 3 mgIodo 150 mcgSelênio 70 mcg

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Molibdênio 250 mcgCromo 200 mcgManganês 5 mg

Fonte: Ministério da Saúde (transcrito como apresentado)

Ao contrário do que ocorre com as vitaminas, as DDRs para minerais aproximam-se bastante das doses terapêuticas normalmente empregadas na Medicina Ortomolecular. Levando-se em conta o potencial tóxico dos minerais e a capacidade de interferirem na absorção e na utilização uns dos outros, na maioria dos casos as DDRs correspondem às doses médias a prescrever.

Outra contribuição dessas doses diárias recomendadas na prescrição dos minerais relaciona-se com as proporções a serem utilizadas. Uma vez que todos os minerais devem ser ingeridos regularmente, que várias interferências absortivas ocorrem entre os elementos e que o grau de absorção de cada um deles pode variar substancialmente, pode-se concluir a respeito da importância das quantidades relativas dos minerais na suplementação alimentar no sentido de garantir lira oferta ao organismo de um espectro completo desses nutrientes essenciais. As DDRs fornecem quantidades diárias nas quais se levaram em conta as necessidades reais de ingestão diante de todas as variáveis normalmente encontradas.

As doses apresentadas para o cobre e o manganês não encontram unanimidade entre os diversos autores e podem ser consideradas excessivas por alguns deles. Ressaltamos, entretanto, que as DDRs não foram criadas para regular doses de suplementação. Os números correspondem às quantidades a serem ingeridas diariamente como um todo, independente de suas origens. No caso do cobre, por exemplo, como sua presença na alimentação é abundante o suficiente para garantir bom aporte nutricional, a DDR pode ser uma dose mais ou menos excessiva para suplementação.

Atenção especial deve ser dada à prescrição dos minerais. Como mencionado anteriormente, cada apresentação de um determinado mineral fornece concentrações diferentes do elemento. Por exemplo: o citrato de magnésio tem cerca de 16% de magnésio elementar e o aspartato, 10%, enquanto o magnésio quelado à glicina, cerca de 10%. Tais concentrações são médias e podem variar. Dessa forma, quando o farmacêutico recebe a matéria-prima a ser manipulada, a concentração do mineral ali contido vem

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declarada no rótulo para possibilitar os cálculos necessários à perfeita dosagem do mineral prescrito.

Para evitarem-se equívocos, convencionou-se que os minerais devam aparecer nas receitas sob duas formas possíveis:

• com o nome do mineral em primeiro lugar, seguido por uma vírgula e, por último, o nome do sal ou apresentação. Por exemplo: magnésio, citrato; cromo, picolinato; cálcio, lactato; cálcio, quelado; etc. Toda vez que a prescrição for feita dessa maneira o peso refere-se somente ao peso do mineral. Portanto: magnésio, citrato - 100 mg, refere-se a 100 mg de magnésio que estariam contidos em cerca de 630 mg de citrato de magnésio, uma vez que a concentração média de Mg elementar nesse sal é de 16%. Os cálculos exatos serão executados pelo farmacêutico;

em oposição, quando o nome do sal é prescrito com o nome do mineral no fim, o peso refere-se ao sal, e não ao mineral. Por exemplo: extrato de magnésio, picolinato de cromo, lactato de cálcio, aspartato de potássio. Portanto: citrato de magnésio - 630 mg corresponde à prescrição de cerca de 100 mg de magnésio, uma vez que o citrato fornece aproximadamente 16% de magnésio elementar.

No caso dos minerais quelados, o peso refere-se sempre ao do mineral elementar, e a prescrição pode citar, ou não, o nome do aminoácido quelante. Por exemplo: zinco quelado ou zinco, glicina ou zinco, arginina. Da mesma forma pode aparecer selênio quelado ou selênio, glicina. Em todos os casos, o peso prescrito será referente ao do mineral elementar puro.

Segue-se tabela com as concentrações médias dos minerais nas apresentações mais utilizadas na clínica e fornecidas por fabricantes tradicionais:

CONCENTRAÇÕES MÉDIAS DOS MINERAIS QUELADOS

Boro glicina 2,8% B Magnésio, quelado peptídios 18% MgCálcio, glicina 14% Ca Manganês, arginina 10% MnCálcio, citrato Manganês, glicina 18% Mn

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malato glicinato 20% CaCobre, glicina 2,5% Cu Molibdônio, quelado peptídios 2,5% MoCobre, lisina 3% Cu Potássio, complexado 18% KCobre, tirosina 3% Cu Selênio, glicina complexo 0,2% SeCromo, dinicotinato 2,5% CrGlicina

Selênio, metionina 0,2% Se

Ferro, glicina 20% Fe Vanádio, quelado 0,2% VMagnésio, aspartato 10% Mg Zinco, arginina ou histidina 10% ZnMagnésio, glicina 10% Mg Zinco, glicina 20% Zn

Normalmente, para efeito de prescrição, podem-se receitar as apresentações queladas sem especificação do aminoácido quelante. Por exemplo: ferro quelado, cálcio quelado, zinco quelado, cobre quelado, etc.

CONCENTRAÇÕES MÉDIAS DOS MINERAIS ORGÂNICOS

Boro, citrato 3,7% B Germânio, sesquióxido 37% GeBoro, aspartato 2,7% B Magnésio, ascorbato 6,5 % MgCálcio, lactato 18% Ca 18% Ca Magnésio, citrato 16% MgCálcio, carbonato 40% Ca Magnésio, aspartato 10% MgtCálcio, citrato 24% Ca Manganês, gluconato 12% MnCálcio, ascorbato 10% Ca Potássio, citato 36% KCobre, gluconato 13% Cu Potássio, aspartato 23% KCromo, GTF 2% Cr Potássio, ascorbato 18% KCromo, picolinato 3% Cr Vanádio (vanadil-sulfato) 18% VFerro, sulfato 37% Fe Zinco, gluconato 14% ZnFerro, fumarato 33% Fe

Foram omitidas da lista as apresentações inorgânicas incompatíveis com a boa prescrição, tais como os óxidos, os cloretos, os sulfatos, etc.

Embora todos os cálculos necessários para a confecção de cápsulas, comprimidos, papéis, xaropes, pastilhas, jujubas, etc. fiquem exclusivamente a cargo do farmacêutico, as tabelas registradas são de grande valor para que o médico evite a prescrição de volumes incompatíveis com a capacidade dos diversos continentes. Uma vez ultrapassado o volume máximo de uma cápsula, o manipulador terá de acondicionar a substância em tantas cápsulas quantas forem necessárias, freqüentemente trazendo dúvidas e desconforto para os pacientes. Da mesma forma, por meio dessas informações pode-se fiscalizar a boa

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técnica da farmácia manipuladora. Temos ficado bastante surpresos com o número de manipulações impossíveis, felizmente cada vez menos comuns em nosso meio.

Atenção! Deve ser dada a prescrição com tais volumes incompatíveis. Por exemplo: cálcio quelado -1.000 mg - tomar uma cápsula ao dia. Na melhor das hipóteses, utilizando-se o cálcio citrato malato glicinato que apresenta 20% de Ca elementar, teremos um peso total de 5.000 mg que, acondicionados em cápsulas de grande capacidade, ocupariam de oito a doze cápsulas.

CÁLCIO

1. Metabolismo

O cálcio (Ca) é o mineral mais abundante no organismo, representando cerca de 1,5 a 2% do peso total do corpo, e está concentrado (99%) nos ossos e nos dentes. Cerca de 1% do Ca ósseo encontra-se disponível para ser mobilizado em eventuais necessidades metabólicas, especialmente em situações de maior demanda como no período de crescimento, na gravidez, na lactação e nos estados carênciais.

Os ossos estão sendo constantemente sintetizados e reabsorvidos. Na infância, a síntese é predominante. Dizemos, então, que há balanço de cálcio positivo. Na idade adulta, esses processos encontram-se em equilíbrio dinâmico e cerca de 700 mg de cálcio ósseo dos trocados diariamente. Mais ou menos por volta dos cinqüenta anos, inicia-se um processo fisiológico de perda de massa óssea, mais pronunciado na mulher pós-menopausa e que, eventualmente, pode transformar-se em osteoporose. Assim, quando o catabolismo ósseo excede sua formação, diz-se haver balanço de cálcio negativo.

O Ca ocorre nos ossos sob a forma de HIDROXI-APATITA, forma cristalina de fosfato de cálcio que aparece disposta circundando a chamada matriz óssea, composta por colágeno, fornecendo rigidez e tenacidade aos ossos. A proporção de Ca para fósforo nos ossos é de cerca de 2,5 para 1. Encontram-se também presentes outros minerais, em especial o flúor, o magnésio, o zinco, o boro e o sódio. Os dentes

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apresentam estrutura semelhante.O Ca circulante ocorre em três formas principais: Ca livre ou ionizado

(50%); sais de Ca (5%), tais como fosfato, bicarbonato e citrato; e Ca ligado a proteínas (45%), geralmente albumina <- globulina.

Nosso organismo lança mão de uma série de mecanismos para manter as concentrações séricas e ósseas de Ca em equilíbrio. Ele s atuam na absorção intestinal, na síntese e na reabsorção óssea, no controle da excreção, etc., e são fundamentais à homeostasia, uma vez que a calcemia não admite variações pronunciadas, totalmente incompatíveis com a vida. Os ossos representam um depósito rapidamente mobilizável que garante boa estabilidade dos níveis de Ca no sangue.

A absorção é feita nas porções distais do intestino, sob influência da VITAMINA D, que age estimulando a síntese de proteínas transportadoras de Ca nas células intestinais e na atividade da fosfatasse alcalina. Somente 20 a 30% do Ca ingerido são absorvidos, exceto se for suplementado na forma quelada ou como sais orgânicos. Quanto maiores às necessidades de Ca na economia, maior a absorção. No período de crescimento, na gravidez, na lactação, nas deficiências de cálcio e nos exercícios físicos extremos, as percentagens de absorção podem aumentar consideravelmente. Outros fatores que favorecem a absorção são a presença de lactose e alimentos no tubo digestivo.

No outro lado, vários fatores dificultam o aproveitamento alimentar do cálcio: a hipocloridria, a ingestão de gorduras em exceção, a hipovitaminose D, a ingestão excessiva de fosfatos (refrigerantes), ácido fítico (casca dos cereais) e fibras. Outros fatores são o estresse e o envelhecimento, em especial na deficiência estrogênica própria da menopausa.

Recentes pesquisas realizadas na China, onde a ingestão de Ca é relativamente baixa em virtude da ausência de leite e seus derivados na dieta, mostraram que essas populações têm menos deficiência de cálcio no organismo. Isso demonstra que a absorção e o metabolismo são fatores preponderantes se comparados com a quantidade ingerida. Dessa forma, um equilíbrio nutricional e metabólico, aliado a exercícios físicos, pode solucionar a falta relativa do nutriente.

FATORES QUE AFETAM A ABSORÇÃO DO CÁLCIO

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Aumentam Diminuem

- necessidades (crescimento, gravidez, etc) - deficiência de vitamina D- vitamina D (má absorção) doenças gastrintestinais- ingestão de lactose, vitamina A e vitamina C - hipocloridria- meio ácido (HCL, citrato, vitamina C) - estresse- ingestão de PTN’s e AA (lisina, glicina) - falta de exercício- ingestão de gorduras (moderada) PTN’s e Mg - ingestão excessiva de- exercícios físicos ác. fitico (casca de cereais)- equilíbrio com fósforo ác. oxálico (espinafre, chocolate, etc.) - ingestão elevada de fósforo (refrigerantes) - envelhecimento, menopausa

Outro mecanismo para controle do Ca sérico envolve o PARATORMÔNIO e a CALCITONINA. Quando os níveis sangüíneos de Ca encontram-se baixos, há um aumento na liberação do paratormônio nelas glândulas paratireóides. Esse hormônio aumenta a reabsorção óssea e tubular de Ca, além de incrementar a absorção intestinal via incremento da síntese de 1,25 hidroxicalcitriol (vitamina D3) nos rins. Por outro lado, quando a calcemia se apresenta elevada, a liberação de calcitonina pela tireóide aumenta, inibindo a reabsorção óssea e estimulando a incorporação de hidroxiapatita ao osso.

A excreção é feita pelas fezes e pela urina. Uma vez que o organismo procura manter constante a relação cálcio-fósforo na economia, excessos de fósforo diminuem a excreção de Ca. A cafeína aumenta a eliminação urinária, bem como a ingestão excessiva de sal (NaCl) e o sedentarismo.

O equilíbrio fisiológico do metabolismo do cálcio é de grande importância na clínica. Sua avaliação deve ser rotineira e obrigatória, especialmente nos pacientes com risco de balanço negativo. Os melhores testes de avaliação são a densitometria óssea, o mineralograma dos fios de cabelo, o cálcio sérico e urinário e o paratormônio no sangue. A fosfatase alcalina, a vitamina D e o fósforo sangüíneo também podem ser úteis.

2. Fontes alimentares

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O cálcio é encontrado principalmente no leite, nos laticínios, nas crucíferas (brócolis, couve-flor, etc.), nas verduras e nos peixes e frutos do mar. Uma rica fonte são as cascas dos ovos, embora estas não façam parte das dietas normais. Deve-se atentar para as fontes de carbonato de cálcio, largamente usadas pela indústria farmacêutica, geralmente proveniente de conchas marinhas, uma vez que a absorção desses compostos é extremamente reduzida.

Os alimentos com bons teores de cálcio, que apresentam concentrações ainda maiores de fósforo, são considerados fontes pobres, já que o excesso de fosfatos impede a absorção e propicia a eliminação urinária de Ca. A melhor proporção entre cálcio e fósforo na dieta seria a de 1:1.

CONTEÚDO DE CÁLCIO NOS ALIMENTOS

Alimento mgSARDINHA(84g) enlatada com espinhas 370IOGURTE (1 xícara) 345LEITE DESNATADO (1 xícara) 302LEITE 2% (1 xícara) 297TOFU (1/2 xícara) 258QUEIJO (28 g) 205SORVETE (1 xícara) 176RICOTA (1/4 xíicara) 167ESPINAFRE (1/2 xícara) 138LARANJA (1 média) 52CAMARÃO (84 g) 61BRÓCOLIS (1/2 xícara) 36PÃO INTEGRAL (1 fatia) 32COUVE-FLOR (1 xícara) 30PEITO DE FRANGO (84 g) 13MAÇÃ (1 média) 10

3. Funções fisiológicas

componentes estrutural dos ossos e dentes; necessário à contração muscular, agindo no sarcômero na ligação

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actina-miosina; estabiliza a freqüência cardíaca e a pressão arterial; importante na neurotransmissão, mantendo o tônus muscular e a

excitabilidade nervosa, regulando a liberação de neurotrans missores na junção sináptica;

fundamental à ativação de vários sistemas enzimáticos (e.g., colina acetilase, lipase pancreática);

ativa diversos hormônios e neurotransmissores (noradrenalina, acetilcolina e serotonina);

atua como mensageiro de receptores celulares que, uma vez estimulados, dependem do cálcio para exercer suas ações intra-celulares;

co-fator na conversão de protrombina em trombina, sendo importante para a coagulação sangüínea;

necessário ao equilíbrio ácido-base do organismo; influencia no transporte de vários íons através das membranas

celulares.

4. Deficiência

A deficiência de Ca está condicionada a um balanço negativo de Ca e, na maioria das vezes, ligada a uma ingesta diminuída desse mineral, ou a deficiências de vitamina D e de calcitonina. Além disso, deve-se levar em conta um possível quadro de hiperparatireoidismo, ou ainda uma ingestão excessiva de fósforo.

Outro fator de grande importância é a idade avançada, onde a absorção se encontra diminuída, especialmente nas mulheres pós- menopausa, nas quais a deficiência de estrogênios parece interferir decisivamente na absorção.

Outros fatores de risco incluem o uso de antiácidos de hidróxido de alumínio, o uso de corticosteróides, o alcoolismo, a gravidez e o sedentarismo. A insuficiência renal pode impedir a hidroxilação fisiológica da vitamina D naquele sítio, provocando deficiência de Ca por má absorção.

A deficiência pode produzir uma série de quadros patológicos, sendo os principais os seguintes:

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DESMINERALIZAÇÃO ÓSSEA - podendo apresentar-se como osteoporose, osteomalácia ou raquitismo, sendo estas duas últimas ligadas à deficiência de vitamina D;

TETANIA - por aumento da excitabilidade do tecido muscular e das fibras nervosas. Caracteriza-se por espasmos musculares e relação cálcio-fósforo diminuída;

HIPERTENSÃO ARTERIAL - está estatisticamente ligada à deficiência de Ca;

OUTROS - alterações do crescimento ósseo, fadiga física e mental, ansiedade, parestesia, palpitação, otoesclerose, hipercoles- lerolemia, insônia, etc.

Na dosagem de cálcio sérico, deve-se dar preferência ao CALCIO IÔNICO, que é a fração metabolicamente ativa, e sua dosagem nem sempre se correlaciona com a dosagem de cálcio total, tornando-se, portanto, um indicador mais fidedigno do metabolismo do cálcio. Os valores normais variam de 1,17 a 1,30 nmol/1.

5. Toxicidade

Aumentos transitórios da calcemia parecem não produzir efeitos maléficos ao organismo; entretanto, na presença de DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO, podem levar a sérios problemas de calcificações de tecidos moles e à calculose urinária. O mesmo pode ocorrer na hipervitaminose D e nas disfunções das paratireóides (hiperpara-turoidismo).

Outros sintomas incluem arritmias cardíacas e alterações da coagulação por deficiência de absorção e síntese da vitamina K. A suplementação excessiva pode levar a uma diminuição na absorção <l( ferro, de magnésio, de zinco e de manganês.

6. Possíveis usos

osteoporose; hipertensão arterial; insônia; agitação, irritabilidade (inclusive pré-menstrual);

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palpitações e arritmias cardíacas; osteomalácia e raquitismo; cãibras; cólicas menstruais; esclerose múltipla (orotato de cálcio); suplementação alimentar na infância, na gravidez, na pós-menopausa

e nos estados carências; intoxicações por chumbo e alumínio; hipercolesterolemia (diminui a absorção de colesterol por

saponificação); prevenção do câncer de cólon.

7. DosesA RDA de cálcio é:

CRIANÇAS (de 1 a 10 anos) 800 mg/diaCRIANÇAS (de 11 a 18 anos) 1.200 mg/diaADULTOS 800 mg/diaGRÁVIDAS e LACTANTES 1.200 mg/diaPÓS-MENOPAUSA 1.200 mg/dia

Normalmente a ingesta diária de Ca nos EUA varia entre 530 e 700 mg. No Brasil deve estar muito abaixo disso.

A suplementação de Ca está intimamente relacionada com a de MAGNÉSIO. Modernamente, na Medicina Ortomolecular, qualquer suplementação de cálcio deve vir acompanhada de pelo menos a metade da dose de magnésio. Exemplo: lg de Ca por dia + 500 mg de magnésio por dia. Isto evita a formação de cálculos renais e propicia um balanço de Ca positivo com incorporação do mineral á matriz óssea.

As dose habituais vão de 500 a 1.500 mg por dia, sendo a mais usada a de l g/dia. Suplementações de até 2.500 mg são consideradas seguras.

Evitar o consumo de fosfatos (refrigerantes), café e açúcar refinado. Recomendar banhos de sol para estimular a ativação da vitamina D. Preferir sais orgânicos (citrato, lactato, ascorbato, etc.) e as formas queladas.

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MAGNÉSIO

1. Metabolismo

O organismo contém de 25 a 35 g de magnésio (Mg), dos quais aproximadamente 60% encontram-se nos ossos, 26% nos músculos e o restante nos tecidos moles (especialmente no cérebro e coração) e nos fluídos corpóreos. O Mg circulante está sob a forma iônica, livre ou ligado à albumina e a maior parte do Mg ósseo não é mobilizável. Junto com o potássio representa um dos principais íons intracelulares.

Sua incidência na natureza está intimamente relacionada com a vida vegetal e a fotossíntese, uma vez que é o mineral presente na molécula da clorofila, tal como o ferro na hemoglobina.

Sua absorção faz-se na porção proximal do intestino delgado e varia entre 25 e 85% da quantidade ingerida. Vários fatores podem dificultar tal processo ou aumentar a eliminação, entre eles a hipocloridria, a ingestão de cafeína, álcool, açúcar refinado e excesso de cálcio, fósforo, gorduras, proteínas e o uso de anticoncepcionais orais. Normalmente, os fatores que influenciam a absorção de cálcio também o fazem em relação ao Mg, excetuando-se a vitamina D. O paratormônio tem influência positiva no processo absortivo.

A excreção renal de magnésio é determinada pela sua concentração sangüínea. Baixos níveis de Mg circulante provocam um drástico aumento na sua reabsorção tubular. Nas situações de excesso de Mg, a excreção pode ser também pelas fezes. A aldosterona, hormônio das supra-renais, tem ação reguladora sobre a excreção urinária de Mg.

Encontra-se em equilíbrio metabólico com o cálcio, porém têm funções antagônicas. Excesso de Ca provoca quadro de deficiência de Mg, enquanto deficiência de Mg induz a sinais de excesso de Ca.

O Mg inibe a calcificação patológica, relaxa a musculatura, inibe a coagulação, enquanto o Ca tem ações contrárias. O boro aumenta a absorção de Mg, de cálcio e de fósforo, diminuindo a excreção dos três.

2. Fontes alimentares

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O magnésio é encontrado fartamente na dieta normal, sendo as principais fontes as sementes, os legumes, os cereais integrais e as folhas verdes, onde o Mg faz parte da clorofila.

CONTEÚDO DE MAGNÉSIO NOS ALIMENTOS

Alimento mg

TOFU (1/2 xícara) 118GÉRMEN DE TRIGO (1/4 xícara) 90CASTANHA DE CAJU (1/4 xícara) 89LINGUADO (84 g) 78BATATA (1 média) 55CHOCOLATE EM PÓ (2 colheres) 52ESPINAFRE (1 xícara) 44LEITE 2% (1 xícara) 33PÃO INTEGRAL (1 fatia) 26PEITO DE FRANGO (84 g) 25PÃO BRANCO (1 fatia) 13

3. Funções fisiológicas

cátion intracelular - depois do potássio é o íon intracelular mais abundante;

relaxamento do tecido muscular - enquanto o cálcio estimula a contração muscular, o Mg estimula o relaxamento;

inibe a agregação plaquetária - aumentando a relação prostaciclina / tromboxano;

regula o ritmo cardíaco - importante na regulação da excitabilidade muscular;

mantém a permeabilidade vascular - por relaxamento da musculatura lisa dos vasos;

co-fator de várias enzimas - atuando na síntese e função do DNA

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(síntese protéica e divisão celular), na transferência de fosfatos para produção de ATP (fosforilação oxidativa), no metabolismo iônico (fosfatase alcalina) e em outras funções essenciais do metabolismo;

participa do metabolismo dos aminoácidos - tal como a piridoxina; constituinte dos ossos - fixa cálcio nos ossos e nos dentes; regula a permeabilidade das membranas celulares - junto com o

cálcio; atua no metabolismo cerebral e na neurotransmissão - participa da

síntese de serotonina; participa do transporte de amônia para o fígado (co-fator da

glutaminase) e posterior síntese de uréia (ciclo da ornitina); auxilia na absorção de Ca, P, Na e K.

4. Deficiência

A deficiência de Mg manifesta-se clinicamente por fadiga, anorexia, deficiências de crescimento, insuficiência cardíaca, alterações neuromusculares, arritmias cardíacas, angina, aumento da adesividade plaquetária, hipercolesterolemia, irritabilidade e desequilíbrios mentais, inclusive com alucinações. Provoca tetania semelhante à da hipocalcemia.

As condições patológicas que podem levar a uma hipomagnesiemia são: estresse, nefropatias, uso de diuréticos, má absorção (hipocloridria), hipertireoidismo, desnutrição, diabetes, disfunções das paratireóides, altas doses de vitamina D, pancreatite e pós-cirurgia.

Estados subclínicas são bastante comuns, especialmente naqueles com alimentação muito processada, nos alcoólatras e nos grandes consumidores de café e de açúcar. Atenção especial deve ser dada aos pacientes fazendo uso de diuréticos e de anticoncepcionais.

Considera-se a dosagem de Mg no plasma como de pouca utilidade, uma vez que é um mineral intracelular. Para uma avaliação mais realista deve-se dosar magnésio nas hemácias. O mineralograma também fornece boas informações.

5. Toxicidade

A intoxicação por Mg é extremamente rara devido a sua facilidade em

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ser excretado pela urina e pelas fezes. Entretanto, em pacientes com hipocalcemia, pode ocorrer quadro de depressão central, causando fraqueza, fadiga, insônia, etc. Já foram relatados casos extremos com êxito letal. O tratamento baseia-se em altas doses de cálcio.

6. Possíveis usos

O Mg é uma das substâncias mais usadas pela Medicina Ortomolecular. Seus poderosos efeitos terapêuticos têm aplicação em diversas patologias:

infarto do miocárdio - prevenção e tratamento. Análises recentes mostram uma diminuição nas concentrações de Mg no sangue e no tecido cardíaco de pacientes infartados, não estando claro, porém, se isso seria causa ou efeito. Em tais casos o Mg dilata as coronárias, provavelmente por relaxamento da musculatura lisa desses vasos, além de melhorar a contratilidade do miocárdio;

angina pectoris - reduz os riscos de espasmo coronariano e inibe a agregação plaquetária;

hipertensão arterial - diminui a pressão por ter efeito vaso- dilatador; cardioarritmias - estabiliza o ritmo cardíaco; prolapso mitral - em geral utilizado juntamente com a taurina; osteoporose - encontra-se deficientes nos pacientes osteoporóticos,

regula a liberação do paratormônio, evita as calcificações de partes moles que podem advir da terapia com altas doses de cálcio. Nesse caso, sua dose deve ser de pelo menos a metade da dose de cálcio;

doenças articulares - parece ter efeito antiinflamatório; asma brônquica - vários trabalhos mostram a capacidade do Mg de

relaxar a musculatura da árvore traqueobrônquica durante os ataques de asma;

prevenção de litíase urinária - usado com a piridoxina, atua aumentando a solubilidade do cálcio na urina, evitando especialmente a formação de cálculos de oxalato de cálcio;

síndrome pré-menstrual, dismenorréia - melhora as cólicas, a irritabilidade, a fadiga, a depressão e a retenção hídrica. Geralmente usado com vitamina B6;

fadiga crônica - fundamental a várias enzimas envolvidas no processo de produção de energia. Geralmente usado sob a forma de

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aspartato; insônia - pelo seu efeito relaxante; ansiedade, depressão, agitação; alcoolismo; autismo, hiperatividade infantil; epilepsia - vários estudos mostram as propriedades

anticonvulsivantes do Mg; câncer (prevenção) - existe correlação positiva entre

hipomagnesiemia e incidência de câncer.

7. Doses

A RDA para o Mg é:

CRIANÇAS (11 a 14 anos) 270 mg/diaHOMENS (15 a 18 anos) 400 mg/diaMULHERES (15 a 18 anos) 300 mg/diaHOMENS (acima de 19 anos) 350 mg/diaMULHERES (acima de 19 anos) 280 mg/diaGRÁVIDAS 320 mg/diaLACTANTES 355 mg/dia

As doses de Mg (elemental) variam de 250 a 750 mg/dia. Preferir as apresentações com sais orgânicos ou as formas queladas.

Na suplementação de cálcio, fazer sempre uso do Mg, que deve estar em equilíbrio com aquele mineral. A proporção é de duas partes de Ca para uma ou mais de Mg. Por exemplo: lg de Ca/dia + 500 mg ou mais de Mg/dia.

FÓSFORO

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1. Metabolismo

É o segundo elemento mineral mais abundante no organismo, perdendo só para o cálcio, e representando 1% do peso total do corpo. Oitenta por cento do conteúdo corpóreo encontram-se nos ossos e dentes sob a forma de fosfato de cálcio e o restante, distribuído universalmente, nos meios intra e extracelulares.

O fósforo encontra-se em equilíbrio metabólico com o cálcio. Os mesmos fatores que influenciam a absorção de cálcio o fazem em relação ao fósforo, inclusive a vitamina D, sendo 50 a 70% do total ingerido absorvidos com facilidade. Embora competitivos entre si, a absorção de fósforo inorgânico é favorecida quando o cálcio está presente em quantidades mais ou menos iguais àquelas de fósforo no tubo digestivo. Como as dietas normalmente apresentam-se ricas em fósforo e pobres em cálcio, a competitividade provoca uma diminuição na absorção do cálcio na presença de altas concentrações intestinais de fósforo. Procura-se diminuir a ingesta de P para que a relação P/Ca ingeridos seja de 1:1.

A proporção cálcio: fósforo nos ossos e dentes é de cerca de 2:1.

2. Fontes alimentares

Geralmente boas fontes de proteínas contêm boas quantidades de fósforo. O leite pode representar boa fonte nutricional, principalmente na infância, porque oferece um equilíbrio P/Ca próximo do ideal de 1:1.

Alimento mg

TOFU (1/2 xícara) 239LEITE 2% (1 xícara) 232QUEIJO (28 g) 216AMÊNDOAS (1/4 xícara) 184LEVEDO DE CERVEJA (1 colher) 140CARNE VERMELHA (84 g) 135BATATA (1 média) 115OVOS (1 médio) 86PÃO INTEGRAL (1 fatia) 74

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COUVE-FLOR (1/2 xícara) 23

3. Funções fisiológicas

Além de suas funções estruturais nos ossos e dentes, o P desempenha importantes papéis na composição dos ácidos nucléicos, na estrutura fosfolipídica da membrana celular, na produção de energia (fosforilação oxidatíva), na formação de compostos contendo fosfatos de alta energia (AMP-cíclico, ATP, creatina-fosfato, etc.), na composição de proteínas conjugadas (caseína) e de esfingolipídios (mielina), no equilíbrio ácido-base, na contração muscular, na ativação de vitaminas (piridoxal fosfato), etc.

4. Deficiência

Os quadros de deficiência são raros uma vez que a dieta normal à abundante em fósforo. Casos excepcionais podem ocorrer na vigência de alimentação parenteral e de tratamento prolongado com antiácidos quelantes de fósforo. Os sintomas de deficiência incluem anorexia, fadiga, perda de peso, irritabilidade, ansiedade, dores articulares, desmineralização óssea, alterações no crescimento, etc.

5. Toxicidade

A toxicidade do P é baixíssima devido a sua fácil excreção renal. Entretanto, ingestão elevada de alimentos ricos nesse mineral, tais como carnes e refrigerantes, leva a uma diminuição na absorção de cálcio, encarada com muita seriedade pela Medicina Ortomolecular, não só pela gravidade, como também por sua elevada freqüência.

6. Possíveis usos

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A utilização de P pela Medicina Ortomolecular é bastante restrita, uma vez que normalmente sua ingesta é superior à necessária, e a eliminação de eventuais excessos se promove por uma simples diminuição de seu aporte alimentar. Na verdade, objetiva-se um balanço adequado na ingestão de P e Ca, que deve ser em quantidades iguais (1/1). Alguns autores prescrevem soluções fosfatadas e glicose para serem ingeridas após exercícios extremos na preparação de atletas.

7. Doses

A RDA para fósforo é a mesma do cálcio (800 mg/dia para adultos), sendo que as dietas normais apresentam cerca de 500 mg/dia de Ca e 1.500 mg/dia de P:

Normalmente, na Medicina Ortomolecular, não se fazem suplementações de fósforo. Como uma forma de impedir o bloqueio na absorção de cálcio, deve-se evitar o consumo de refrigerantes, que contém concentrações excessivas de fósforo.

POTÁSSIO

1. Metabolismo

Juntamente com o sódio e o cloro, o potássio (K) é um dos principais eletrólitos do sangue, e o cátion mais abundante do meio intracelular. Noventa e oito por cento das 120 g do K do organismo encontram-se dentro das células e correspondem a cerca de 5% do conteúdo mineral total do corpo.

Seu equilíbrio com o sódio é importante para manter a homeostasia e a estabilidade osmótica das células. No organismo, para cada nove partes de K são encontradas quatro partes de Na. Dietas ricas em sódio e pobres em potássio tendem a elevar a pressão arterial, sendo comum nesses casos o uso de diuréticos que depletam ainda mais o K, agravando o quadro.

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Devido a sua grande solubilidade, a absorção de K faz-se facilmente no intestino delgado. A eliminação ocorre pela urina e, em menor quantidade, pelo suor. A aldosterona aumenta a eliminação urinária, bem como o álcool, a cafeína, o açúcar e a maioria dos diuréticos.

2. Fontes alimentares

Ao contrário do que ocorre com os dois outros eletrólitos do organismo, o sódio e o cloro, que freqüentemente aparecem em excesso na alimentação, o potássio pode estar deficiente em muitas dietas, especialmente naquelas com poucos alimentos frescos.

É encontrado em abundância em várias frutas e verduras, sendo importante selecionarem-se alimentos que contenham baixas concentrações de sódio.

Suas principais fontes são:

ALIMENTO mg

ABACATE (1 médio) 1.079ESPINAFRE (1 xícara – cozido) 839FEIJÃO-PRETO (1 xícara) 608PASSAS (½ xícara) 544BATATA (1 média cozida) 515SUCO DE LARANJA (1 xícara) 496BANANA (1 média) 451COUVE-FLOR (1 xícara) 404LEITE 2% (1 xícara) 377CEBOLA (1 xícara) 248LARANJA (1 média) 237

3. Funções fisiológicas

juntamente com o sódio, promove o equilíbrio hídrico dos meios intra e extracelulares (osmolaridade);

mantém a pressão arterial; sua saída do meio intracelular promove a despolarização da célula

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nervosa, propiciando a neurotransmissão; regula a contratilidade do músculo e a freqüência cardíaca; importante na contração muscular; participa da síntese protéica; ajuda na conversão de glicose em glicogênio; importante no crescimento e no desenvolvimento dos músculos.

4. Deficiência

A gênese do quadro de deficiência de K encontra-se relacionada com o envelhecimento, o alcoolismo, a desnutrição, o diabetes, a diarréia, os vômitos, os exercícios extenuantes e o uso de diuréticos, laxativos, aspirina, digitálico e corticóide. Dietas ricas em sal (NaCl) elevam o sódio e provocam deficiência de K. A sintomatologia inclui hipertensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva, arritmias, fadiga, depressão, alterações do metabolismo da glicose, etc.

Embora o K seja um elemento predominantemente intracelular e sua concentração naquele sítio seja cerca de 40 vezes maior que aquela do soro, alterações na dosagem sangüínea (soro) de K refletem conseqüências significativas. O exame de sangue deve, portanto, acompanhar a evolução dos tratamentos das deficiências e dos quadros de intoxicação.

5. Toxicidade

Uma vez que a eliminação de K pela urina é feita com muita facilidade, o aumento patológico desse mineral encontra-se intimamente relacionado com a insuficiência renal. Além disso, pode ocorrer nos quadros infecciosos, nas hemorragias gastrintestinais, nas desidratações agudas, nos estados de rápido catabolismo protéico e, obviamente, quando administrado em doses exageradas na insuficiência renal. Seu principal sintoma é a disfunção cardíaca, com arritmias e traçado eletrocardiográfico alterado.

6. Possíveis usos

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A utilização de potássio pela Medicina Ortomolecular é mais ou menos restrita, ficando mais freqüente nos pacientes cardiológicos e naqueles que estão fazendo uso de diuréticos. Seus principais usos são:

hipertensão arterial; arritmias cardíacas; hipematremia; edema; insuficiência cardíaca congestiva; desidratação, principalmente após diarréias - deve-se fazer reposição; fadiga crônica - sob a forma de aspartato de potássio; preparação de atletas - para reposição após exercícios prolongados.

7. Doses

Não há RDA para potássio, embora se calcule que a ingestão mínima diária para adultos deva estar entre 2 e 5 g. Crianças de um a cinco anos necessitam entre 1 e 1,5 g, ao passo que para bebês até um ano admite-se como boa uma ingesta entre 500 e 1.000 mg.

Geralmente, a dieta normal supre com segurança essas necessidades. Nos casos em que a reposição deve ser feita podem-se recomendar alimentos ricos nesse mineral ou, nos quadros que necessitem de rápida intervenção terapêutica, prescreve-se o citrato ou aspartato de potássio, ou ainda a forma quelada, na dose de 1 a 2 g por dia do mineral. A dosagem no soro deve acompanhar a evolução dos tratamentos.

Na reposição de perdas pelo uso de diuréticos, considerar também a eliminação de zinco e de magnésio.

FERRO

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1. Metabolismo

Apesar de a Medicina moderna, em especial a Ortomolecular, encarar o ferro (Fe) com uma nova visão que leva em conta mais os seus rimos deletérios que os benéficos, o Fe foi o primeiro oligoelemento a ser reconhecido como essencial à saúde, e continua sendo alvo de inúmeras pesquisas que testam continuamente seus efeitos sobre o organismo.

É o mais abundante dos microminerais, existindo de 3 a 5 g de Fe no organismo, sendo que cerca de 70% do total encontram-se ligados à hemoglobina e à mioglobina, ou seja, nas hemácias e nas células musculares. Os 30% restantes armazenam-se no fígado, no baço e na medula óssea.

Somente cerca de 10% do Fe ingerido são absorvidos lentamente no trato intestinal. Os alimentos de origem vegetal apresentam Fe não ligado à hemoglobina, muito pouco absorvível, enquanto as carnes têm Fe proveniente do heme, mais bem absorvido (até 30%). A forma ferrosa (Fe2+), natural nos alimentos, tem absorção mais facilitada, enquanto o ferro férrico (Fe3+) encontra sérias dificuldades. A vitamina C, quando ingerida simultaneamente, converte o ferro férrico em ferroso auxiliando, portanto, a absorção. No estômago sua absorção depende da presença de uma proteína chamada GASTROFERRINA e do ácido clorídrico.

O Fe é transportado pelo sangue a seus sítios de utilização (medula óssea) e de armazenagem (fígado e baço) ligados à TRANS-FERRINA. A armazenagem (cerca de 25% do Fe total) é feita por ligação do Fe à proteína FERRITINA e sob a forma de HEMOSSIDERINA. Na verdade, a ferritina é a melhor e maior forma de armazenagem, podendo cada molécula saturada conter cerca de quatro mil átomos de ferro sob a forma de óxido férrico. Atualmente dá-se grande importância à dosagem de ferritina no sangue para pesquisa dos níveis de Fe armazenado no organismo.

Do ferro ativo, não armazenado, cerca de 80% estão na hemoglobina, 10% na mioglobina e o restante atua como co-fator de várias enzimas, entre elas as catalases, as peroxidases e os citocromos. Cerca de 1% das hemácias é reciclado diariamente, e o Fe proveniente dessa destruição é usado na fabricação de novas hemácias. Sua conservação é extremamente eficiente e cerca de 90% do ferro são reutilizados.

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Distribuição de Ferro no Organismo

A eliminação de Fe é pequena, principalmente no homem. Na mulher, durante o período menstruai, são perdidos cerca de 40 mg. Na gravidez, estima-se uma transferência de l g de Fe da mãe para o feto e no aleitamento 2 mg por dia do mineral são secretados no leite materno. O Fe não absorvido é eliminado pelas fezes, pela urina e pela sudorese. O crescimento dos cabelos e unhas é inferior a 1 mg/dia.

FATORES AFETANDO A ABSORÇÃO DE FERRO

Aumentam DiminuemNecessidades aumentadas (crescimento, acloridriagravidez)secreção de HC1 antiácidosvitamina C déficit de cobredéficit de Fe (hemorragias) ingestão alta de fosfatosingestão de carnes (Fe da heme) cálcio e cafeínadieta hiperprotéica fitatos (casca de cereais)

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frutas cítricas e legumes oxalatos (verduras)cobre, cobalto e manganês aumento da motilidade intestinal

COMPOSTOS ORGÂNICOS CONTENDO FERRO

Protéinas metabólicas

PROTEÍNAS DA HEMEHEMOGLOBINA transporta oxigênio dos pulmões aos tecidosMIOGLOBINA transporta e armazena oxigênio no músculo

ENZIMAS - HEMECITOCROMOS transportam elétronsC ITOCROMO P-450 degradação oxidativa de drogas e tóxicosCATALASE converte H2Oa em H20 e 0„

ENZIMAS - NÃO HEMEFERRO-ENXOFRE e METALOPTNs metabolismo oxidativo

ENZIMAS FERRO-DEPENDENTESTRIPTOFANO PIRROLASE oxidação do triptofano

Proteínas de transporte e armazenagem

TRANSFERRINA transporta Fe e outros metaisFERRIT1NA armazenagemHEMOSSIDERINA armazenagem

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2. Fontes alimentares

As principais fontes são as carnes, e a mais rica delas, o fígado. Nos alimentos de origem vegetal, destacam-se as leguminosas, em especial a ervilha e o feijão. Os alimentos de origem animal contêm ferro orgânico, que apresenta melhor índice de absorção. O vegetarianismo puro pode levar à deficiência.

Alimentos mg

FÍGADO (84 g) 5,3ERVILHAS (1 xícara) 5,0FEIJÃO (1 xícara) 2,9CARNE VERMELHA (84 g) 2,8BATATA ASSADA (1 média) 2,8GÉRMEN DE TRIGO (1/4 xícara) 2,5ESPINAFRE (1/2 xícara) 1,5CHOCOLATE EM PÓ (2 colheres) 1,5PÃO INTEGRAL (1 fatia) 1,2BRÓCOLIS (1/2 xícara) 0,7OVOS (1 médio) 0,7QUEIJO (28 g) 0,2LEITE 2% (1 xícara) 0,1

3. Funções fisiológicas

Transporte de oxigênio - pela formação da HEMOGLOBINA, a metalo-proteína presente nos glóbulos vermelhos, o organismo transporta o oxigênio captado nos pulmões até os tecidos, onde é necessário à respiração celular. A capacidade do Fe de transformar-se em sua forma ferrosa, a partir da férrica, e vice-versa, possibilita essa ligação temporária com o oxigênio e confere ao ferro características químicas peculiares responsáveis por diversas de suas funções metabólicas.

A hemoglobina é uma proteína de alto peso molecular capaz de transportar 4 moléculas de oxigênio. Uma vez que ela representa

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aproximadamente 30% da massa total do eritrócito, que se somam num total de cerca de 20 trilhões em um adulto de 70 kg, e levando-se cm conta que, em média, 115 milhões de glóbulos vermelhos são formados cada minuto, pode-se ter uma idéia da capacidade de transporte de oxigênio dessa molécula e de sua importância fundamental à vida do ser humano.

Envolvida nessa função orgânica, a MIOGLOBINA é outra proteína que, além de transportar oxigênio para o tecido muscular, funciona como armazenadora, liberando rapidamente O2 em caso de necessidade.

Produção de energia - a formação oxidativa de ATP na mitocôndria utiliza os CITOCROMOS, que funcionam no transporte de elétrons da cadeia respiratória valendo-se da capacidade do Fe de se oxidar e de se reduzir (Fe e Fe) alternadamente.

Proteção do organismo - o ferro, embora tenha ação pró-oxidante pelo estímulo da reação de Fenton que forma radicais hidroxila a partir do peróxido de hidrogênio, participa dos CITOCROMOS, da CATALASE (Fe-dependente) e da PEROXIDASE (Fe-dependente), que neutralizam os radicais livres formados continuamente no organismo e responsáveis por diversas patologias.

Além dessas funções básicas, o Fe é essencial à oxidação de ácidos graxos, à síntese do colágeno, à formação da serotonina, da dopamina e da noradrenalina. Participa do chamado CITOCROMO P-450, que transforma uma série de substâncias químicas não hidrossolúveis e tóxicas em compostos hidrossolúveis capazes de ser facilmente excretados.

O Fe demonstrou grande importância no bom desempenho do sistema imunológico. A deficiência de Fe diminui a proliferação de linfócitos e a atividade fagocitária dos neutrófilos.

4. Deficiência

A deficiência de Fe é bastante conhecida e constitui-se na deficiência nutricional mais freqüente em todos os países do mundo. Sua principal característica é a ANEMIA MICROCÍTICA HIPOCROMICA, ou seja, com diminuição no volume das hemácias e na concentração de hemoglobina em cada uma delas, também denominada anemia ferropriva, conhecida por todos os médicos, e que dispensa qualquer comentário. Convém observar que deficiências de cobre, manganês, zinco, piridoxina, ácido fólico, cobalamina, vitamina C e proteínas também podem causar

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anemia; portanto, deve- se proceder sempre ao diagnóstico diferencial. O vegetarianismo puro pode levar à deficiência, uma vez que o ferro de origem vegetal é mal absorvido.

As principais causas de anemia ferropriva são hemorragias, deficiências alimentares e parasitoses. Concentrações sangüíneas de ferritina abaixo de 15 mcg / dl podem ser consideradas perigosas.

Mais recentemente, a deficiência de ferro vem sendo relacionada com a diminuição da inteligência, condição de alta relevância social, já que as camadas economicamente menos favorecidas apresentam déficit mais freqüente desse mineral.

5. Toxicidade

A toxicidade do Fe tem sido alvo de inúmeros trabalhos e, recentemente, a Medicina Ortomolecular vem-se ocupando dessa matéria com enorme interesse. Uma vez que o ferro é eliminado em quantidades mínimas e estimula a formação de radicais hidroxila a partir do peróxido de hidrogênio pela reação de Fenton, pode-se explicar a relação entre o aumento da aterosclerose e de doenças cardíacas nos pacientes com excessos de Fe armazenado (aumento da ferritina).

Em 1904, o famoso homeopata James T Kent publicou em sua Materia Medica, onde a toxicidade das substâncias é estudada sob a ótica da homeopatia, relato do agravamento dos quadros de anemia por doses excessivas de ferro. O autor procurou chamar a atenção dos médicos daquela época para os perigos das doses de Fe então utilizadas, hoje confirmados pela oxidologia moderna. O que provoca apreensão é o fato de que o mesmo erro vem sendo cometido ao longo das décadas, mesmo após todas as comprovações científicas.

A hemosiderose, acúmulo crônico de Fe no organismo, é mais comum em homens, já que as mulheres no período pré-menopausa encontram-se protegidas pela perda sangüínea proveniente da menstruação. Geralmente homens em idade avançada, que fizeram uso contínuo de polivitamínicos contendo ferro, são mais susceptíveis. Os sintomas incluem fadiga, anorexia, perda de peso, cefaléia, náusea, vômitos e coloração escura da pele. Nos Estados Unidos, são reportadas anualmente cerca de dez mortes por intoxicações agudas em crianças que tomaram acidentalmente medicação com Fe (dez comprimidos de 300 mg de sulfato ferroso são

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suficientes).Na hemocromatose, doença genética com acúmulo patológico de Fe

nos tecidos, podem-se observar cirrose, diabetes, insuficiência cardíaca e coloração bronzeada da pele por armazenagem excessiva no fígado, pâncreas, coração e epiderme, respectivamente.

Existe correlação positiva entre artrite reumatóide e Fe aumentado no organismo.

O diagnóstico do excesso de Fe é feito pela dosagem de ferritina no sangue e o tratamento inclui dieta pobre em ferro, exclusão de Fe nos suplementos vitamínicos, doações de sangue freqüentes e o uso de desferro amina e quelação com EDTA para retirada rápida do ferro patologicamente armazenado.

Atualmente, tem-se dado grande importância aos casos subclínicos de intoxicação por ferro. Concentrações sangüíneas de ferritina acima de 200 mcg / dl são consideradas excessivas e capazes de provocar estresse oxidativo, origem de inúmeras doenças degenerativa, imunológica e metabólica. Tais níveis de armazenagem de ferro, mesmo sem determinar quadros de intoxicação, sã vistos como incompatíveis com a boa saúde.

6. Possíveis usos

A utilização de Fe como suplemento alimentar vem-se tomando cada vez mais restrita. Apenas nos casos de anemia ferropriva e nas situações onde a demanda se encontra aumentada (eg.: gravidez, hemorragias, etc.) justifica-se seu emprego. Os casos subclínicos de deficiência de ferro, com baixas concentrações sangüíneas de ferritina, devem ser tratados com pequenas doses e cuidadosamente acompanhados pelo exame de sangue.

7. Doses

A RDA para Fe é:

CRIANÇAS (até 10 anos) 10 mg/diaHOMENS (de 11 a 18 anos) 12 mg/diaHOMENS (+ de 19 anos) 10 mg/dia

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MULHERES (período fértil) 15 mg/diaMULHERES (pós-menopausa) 10 mg/diaGRÁVIDAS 30 mg/diaLACTANTES 15 mg/dia

Na Medicina Ortomolecular, o uso do Fe restringe-se aos casos de comprovada deficiência e às preparações de FERRO QUELADO com aminoácidos. Essas apresentações propiciam melhor absorção, permitindo doses mais baixas (10 a 80 mg por dia), evitando-se o acúmulo de Fe no tubo digestivo, que provoca aumento de radicais livres absorvíveis e extremamente nocivos à economia.

ZINCO

1. Metabolismo

O zinco (Zn) é o segundo oligoelemento mais abundante no homem, perdendo só para o ferro. Sua importância na suplementação alimentar vem sendo considerada cada vez maior, não só pelo desenvolvimento de pesquisas que imputam ao Zn essencialidade crescente, como também pela verificação da alta freqüência de sua deficiência. A presença do zinco é necessária em mais de 70 enzimas, sendo o mineral envolvido no maior número de funções metabólicas que conhecemos.

No adulto mediano, encontram-se cerca de 2,5 gramas de Zn. Sua maior concentração ocorre no fígado, no pâncreas, nos rins, nos ossos, no músculo estriado e, em maior abundância, na próstata. Outros tecidos com alta incidência são: olhos, esperma, pele, cabelos e unhas.

Apenas 20 a 40% do Zn ingerido são absorvidos, dependendo das necessidades orgânicas do mineral e da presença de ácido clorídrico. A presença de fitatos e oxalatos das cascas dos cereais dificulta a absorção. Além disso, compete com o cálcio, o fósforo, o cobre, o ferro, o chumbo e o cádmio. A ingestão excessiva de fibras dificulta sobremaneira a absorção

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de zinco. Por outro lado, a absorção é facilitada pela ingestão de glicose, lactose, proteínas, especialmente as da soja e do vinho tinto.

Uma vez absorvido, o Zn é transportado ao fígado, para posterior redistribuição, principalmente ligado à albumina e, em menor quantidade, pela transferrina e pela alfa-2-macroglobulina. A maior parte do Zn circulante encontra-se nos eritrócitos e leucócitos.

A eliminação é principalmente fecal e feita pela mesma célula que o absorve. O álcool aumenta a excreção urinária. As perdas pelo suor são calculadas em 2 a 3 mg por dia, e situações de estresse, queimaduras, cirurgias e perda de peso aumentam as perdas totais de Zn.

2. Fontes alimentares

As principais fontes são de origem animal, sendo a mais rica a outra.

Alimento mg

OSTRAS (1/2 xícara) 113GÉRMEN DE TRIGO (1/4 xícara) 4,7CARNE VERMELHA (84 g) 4,6FÍGADO (84 g) 4,6RICOTA (1/2 xícara) 1,7AMENDOIM (1/4 xícara) 1,4ARROZ INTEGRAL (1/2 xícara) 1,1QUEIJO (28 g) 1,1LEITE 2 % (1 xícara) 1,0OVOS (1 médio) 0,6

3. Funções fisiológicas

atua como co-fator em mais de 70 enzimas essenciais ao metabolismo (alguns autores relacionam mais de 200), entre elas: álcool desidrogenase – detoxifica diversos álcoois no fígado, incluindo metanol, etanol, etileno-glicol e retinol (vitamina A); lactato e malato desidrogenases – importantes na produção de

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energia;fosfatase alcalina – auxilia o metabolismo do fósforo ósseo; carboxipeptidase – atua na digestão de proteínas;RNA polimerase – importante na divisão celular e síntese protéica; superóxido dismutase (SOD) – metaboliza o radical superóxido formando H2O2; anidrase carbônica – mantém o equilíbrio ácido-base, etc.:

importante na manutenção da pele saudável; fundamental à formação do colágeno; participa da estrutura mineral dos ossos e dentes e regula a atividade

osteoblástica; essencial às funções sexuais e reprodutivas, aparecendo em altas

concentrações no esperma e na próstata; é fundamental na síntese de testosterona;

importante à síntese de DNA e RNA, bem como na estabilização dessas moléculas;

fundamental às atividades do sistema imunológico, aumentando a produção de anticorpos e a imunidade celular (incrementa a formação de linfócitos T);

participa da síntese e mantém a atividade normal da insulina; equilibra as funções cerebrais; estabiliza a estrutura molecular das proteínas; participa da molécula da metalotioneína, responsável pela

eliminação de metais pesados; atua na preservação do paladar, olfato e visão; participa da estrutura de receptores hormonais intracelulares

chamados zinc-fingers, responsáveis pela ação de hormônios esteróides e tireoidianos, entre outros;

promove a liberação de hormônio do crescimento.

4 Deficiência

A deficiência de Zn, intimamente ligada à imunodeficiência e às disfunções hormonais, é um dos principais problemas do vegetarianismo puro, uma vez que as principais fontes são de origem animal. Outro fator importante e freqüente é a depleção provocada pelo uso de diuréticos, que também provoca perdas excessivas de potássio e magnésio.

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Estatisticamente o déficit de Zn está relacionado com o de piridoxina (vitamina B6).

Populações com dietas ricas em cereais integrais, com altas concentrações de fitatos e fibras, desenvolvem má absorção de Zn e conseqüente deficiência (Irã e Egito) apresentado quadro de baixa estatura, hipogonadismo e anemia. Os sintomas de déficit também incluem: diminuição de paladar, má cicatrização de feridas, fadiga aumento da susceptibilidade a infecções, lesões de pele, deficiência imunológica com atrofia tímica e linfopenia (T4), intolerância glicose e manchas brancas nas unhas.

A acrodermatite enteropática, doença genética caracterizada por má absorção de zinco, apresenta lesões eczematosas da pele, alopecia, diarréia e infecções oportunistas.

FATORES PREDISPONENTES AO DÉFICIT DE ZINCO

dieta - baixa em Zn ou alta em cobre, alta em fibras, sal, fitatos, álcool ou fosfatos, que reduzem a absorção. Vegetarianismo;

envelhecimento - diminui a absorção; gravidez - aumenta as necessidades; crescimento - período relacionado com dietas ricas em cobre c

pobres em Zn; anticoncepcionais - aumentam os níveis de cobre, baixando o Zn; período pré-menstrual - associado ao déficit de Zn; déficit de vitamina B8 - relaciona-se estatisticamente com a

deficiência de Zn; ingesta aumentada de cobre - reduz o Zn; ingesta aumentada de fósforo (refrigerantes) - diminui a absorção por

competição; desnutrição - causa depleção e aumenta as necessidades de Zn; lesões tissulares graves - aumentam as necessidades; doenças prolongadas - em especial naquelas com alimentação

parenteral sem suplementação de Zn; estresse - aumenta o uso e a necessidade; queimaduras - aumentam as necessidades para cicatrização; infecções - aumentam necessidades para recuperação tissular e

resposta imunológica; cirurgias - necessário à cicatrização;

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alcoolismo - associado à baixa ingesta de Zn, à dificuldade de absorção e ao aumento das perdas;

diuréticos - depletam zinco, potássio e magnésio; psoríase - rápido turnover da pele utiliza muito Zn; parasitoses - causam depleção e má absorção; cirrose - os níveis de Zn podem estar pela metade; atividade atlética - aumenta as perdas pelo suor; intoxicações pelo cádmio e pelo chumbo - interferem na absorção e

utilização do Zn; gastrectomia - por deficiência de HC1; hemodiálise - depleta o Zn; outros - insuficiência renal e pancreática.

SITUAÇÕES ASSOCIADAS À DEFICIÊNCIA DE ZINCO

Acne, alcoolismo, aterosclerose, catarata, epilepsia, doença de Crôhn, retocolite ulcerativa, anorexia nervosa, psoríase, esquizofrenia, demência, depressão, envelhecimento, diureticoterapia, excessos físicos, hipertrofia da próstata, câncer de próstata, diabetes, AIDS, deficiência imunológica, infecções, infertilidade e impotência sexual masculina, hipogonadismo, deficiência de crescimento, dificuldades de aprendizagem, gravidez, toxemia gravídica, desequilíbrios menstruais, alopécia, adolescência, uso de anticoncepcionais, etc.

Alisamentos e permanentes nos cabelos são fatores que podem transmitir a falsa idéia que diminuíram os níveis de Zn no mineralograma. O mesmo ocorre com os cabelos brancos que, por razões desconhecidas, fixam menores quantidades do mineral.

5. Toxicidade

Embora as intoxicações sejam bastante incomuns, uma vez que o Zn anitagoniza o cobre, tratamentos prolongados, com dose de mais de 100 mg de Zn elemental por dia, podem provocar déficit de cobre r conseqüente sintomatologia. Esse déficit de cobre geralmente provoca imunodepressão e anemia. Portanto, suplementações prolongadas com altas doses de Zn devem sempre ser acompanhadas de a 3 mg de cobre elemental.

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Além disso, altas doses de Zn podem provocar náuseas, diarréia, palpitações, confusão, sudorese excessiva, febre, descoordenação motora e alucinações. Alguns autores relatam também diminuição nos níveis de HDL-colesterol.

Níveis elevados de Zn no mineralograma dos fios de cabelo não significam necessariamente sinais de intoxicação, representando, com freqüência, resultados falso-positivos. Fora isso, o uso de xampus contendo piritionato de zinco pode dar origem a resultados falsamente elevados.

6. Possíveis usos

Além dos casos relacionados com a deficiência desse mineral (vide item 4, Deficiência), o Zn pode ser usado em vários processos patológicos:

Acne, úlcera péptica, diabetes, gripe, amigdalite, hipertensão arterial, catarata, infecções em geral, cicatrização de feridas, esquizofrenia, pós-cirúrgico, úlceras de pele, imunodeficiênciaa, AIDS, hipertrofia da próstata, gravidez, hipoacusia, fadiga crônica, fraqueza muscular, câncer, artrite reumatóide, intoxicações pelo cádmio, queimaduras, crescimento retardado, degeneração maculai, etc.

7. Doses

A RDA para o zinco é:

CRIANÇAS 10 mg/diaHOMENS 15 mg/diaMULHERES 12 mg/diaGRÁVIDAS 15 mg/diaLACTANTES 19 mg/dia

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As doses em Medicina Ortomolecular geralmente ficam abaixo de 50 mg/dia. Alguns autores prescrevem nos quadros infecciosos agudos, como na gripe, doses de 25 mg cada três horas, durante um ou dois dias.

Nos tratamentos prolongados ou com doses acima de 50 mg/dia, deve-se fazer suplementação com 2 ou 3 mg de cobre por dia. Uma relação ideal zinco/cobre deveria ficar em tomo de 15/1.

As formas queladas com aminoácidos são preferíveis, uma vez que sais inorgânicos, além de oferecerem baixa biodisponibilidade, podem provocar irritação da mucosa gastrintestinal. Os sais orgânicos, destacando-se o gluconato, oferecem boa absorção por custos relativamente baixos.

COBRE

1. Metabolismo

Apesar de a essencialidade do cobre (Cu) ser indiscutível, existe uma forte tendência nos meios científicos atuais de preocupar-se mais com sua toxicidade do que com sua deficiência. Diversos estados patológicos vêm sendo relacionados com seu excesso no corpo e podem estar ligados à deficiência de zinco, já que os dois metais competem fortemente entre si.

O organismo conta com 75 a 100 mg de Cu, dos quais cerca de 1/3 encontra-se armazenado no fígado e no tecido nervoso, 1/3 no tecido muscular e o restante, distribuído pelos outros tecidos. O cobre circulante corresponde a aproximadamente 100 mcg.

Apenas cerca de 30% do total de cobre ingerido são absorvidos no estômago e nas porções proximais do intestino delgado. Esse processo geralmente se completa em 10 a 15 minutos e, uma vez absorvido, o cobre é transportado ao fígado ligado à albumina para ser incorporado às moléculas de uma metaloproteína cúprica chamada CERULOPLASMINA. Cerca de 90% do cobre circulante encontram* se sob a forma de ceruloplasmina, e o restante ligado à albumina, A transcupreína e a

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diversos aminoácidos. Parece haver um mecanismo de feedback, pois níveis adequados de ceruloplasmina inibem â absorção de cobre. Existem evidências de que esse mecanismo seja dependente da concentração de metalotioneína nas células mucosas.

A absorção é prejudicada pela vitamina C, pelo zinco, pelo molibdênio e pelo manganês, enquanto dietas ricas em proteína e vegetais frescos parecem estimulá-la. Intoxicações por mercúrio, chumbo e cádmio impedem uma boa absorção.

A excreção faz-se pela bile por via intestinal. Como o cobre é componente normal da bile, em caso de excessos há um bloqueio na sua reabsorção intestinal. Nos casos de intoxicação, há aumento da excreção biliar. Quantidades mínimas também são eliminadas pela urina, pelo suor e pelo sangue menstrual.

2. Fontes alimentares

Diversos autores sustentam a hipótese de que as fontes alimentares suprem com folga as necessidades de cobre do organismo, sendo sua toxicidade o problema a ser levado em conta. As principais fontes são:

Alimento mg

OSTRAS (84 g) 11,8FÍGADO (84 g) 2,4TOFU (1/2 xícara) 0,5ERVILHA (1/2 xícara) 0,5CHOCOLATE EM PÓ (2 colheres) 0,4SALMÃO (84 g) 0,3

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PÃO INTEGRAL (1 fatia) 0,1LEITE 2% 0,1

3. Funções fisiológicas

atua como catalisador na formação da hemoglobina (sua deficiência provoca anemia);

toma parte na superóxido dismutase (SOD) citoplasmática tendo, portanto, função antioxidante;

participa dos citocromos da cadeia respiratória (citocromo oxidase), atuando na produção de energia;

importante na síntese do colágeno e da elastina, auxiliando a cicatrização e a formação da matriz óssea;

essencial na síntese de fosfolipídios, contribuindo para a integridade da camada de mielina;

atua no metabolismo da tirosina, como co-fator da tirosinase para formação de melanina;

da mesma forma, age sobre a dopamina beta-hidroxilase para formar noradrenalina a partir da dopamina;

essencial na conversão de T, em T4 (sua deficiência provoca quadro de hipotireoidismo);

toma parte da histaminase, controlando sua concentração no organismo;

facilita a absorção de ferro.

4. Deficiência

A deficiência de cobre vem-se tomando cada vez mais comum, pois a suplementação de zinco, seu competidor direto, é freqüentemente realizada sem os devidos cuidados. Apresenta-se com diminuição do cobre e da ceruloplasmina no sangue e do cobre no mineralograma dos cabelos. O quadro mais freqüente inicia-se por anemia hipocrômica e microcítica evoluindo para leucopenia com neutropenia e conseqüente deficiência imunológica. Pode ocorrer despigmentação da pele e dos cabelos por

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déficit na formação de melanina e desmineralização óssea por disfunções da síntese do colágeno. A suplementação de vitamina C e manganês também contribui, em menor grau, para dificultar a absorção de cobre.

Deve-se levar também em conta o inevitável quadro de estresse oxidativo desses pacientes, uma vez que os níveis de SOD citoplasmática diminuem com aumento do acúmulo de superóxidos e formação de radical hidroxila.

A doença de Menkes é uma patologia de caráter genético com má absorção de cobre e acúmulo desse metal na mucosa intestinal. O quadro inclui retardo no crescimento, despigmentação cutânea e capilar, processo degenerativo da elastina da aorta e deterioração mental.

A deficiência de cobre está também ligada à artrite reumatóide, aos quadros de alergia por deficiência de histaminase com acúmulo de histamina e ao hipotireoidismo.

5. Toxicidade

Os aumentos na concentração sangüínea de cobre estão freqüentemente associados com baixos níveis de zinco. Assim sendo, muitos dos sintomas desse quadro de intoxicação relacionam-se com o déficit de zinco, em que os distúrbios psíquicos e a deficiência imunológica parecem ter fundamental importância. Um dos principais fatores predisponentes é a hiperestrogenemia verificada no uso de anticoncepcionais e na gravidez. Nessas situações, os níveis de cobre podem estar duplicados em relação à norma, enquanto o cobre intracelular das hemácias encontra-se baixo. Nas doenças hepáticas com disfunção na excreção de bile, o cobre se eleva. Na doença de Wilson (degeneração hepatolenticular), a deficiência de formação de ceruloplasmina provoca acúmulos patológicos de cobre nos tecidos e baixos níveis no plasma. Os encanamentos de cobre podem contaminar a água potável, especialmente se esta apresentar pH ácido. Outra fonte possível seriam os DIUs (dispositivos intra-uterinos) feitos de cobre.

O quadro de intoxicação relaciona-se com: estresse, ansiedade, depressão, esquizofrenia, dores articulares e musculares, déficit de molibdênio, fadiga, insônia, dificuldade de concentração, epilepsia, hipertensão arterial, síndrome pré-menstrual, toxemia gravídica, psicose pós-parto e perda do paladar.

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No tratamento da intoxicação podem-se empregar doses adequadas de zinco, selênio, L-cisteína, fibras alimentares e a D-penicilamina. A quelação endovenosa pode ser necessária nos casos mais graves.

6. Possíveis usos

A suplementação de cobre está condicionada ao diagnóstico de sua deficiência e serve como complemento à suplementação de zinco.

Os possíveis usos são:

anemia; leficiência imunológica; estresse oxidativo; hipotireoidismo; artrite reumatóide; estados alérgicos.

7. Doses

No Brasil, a DDR para o cobre é de 3,0 mg, sem levar em conta a idade. Nos Estados Unidos, embora não existam RDAs para o cobre, consideram-se oficialmente seguras e adequadas ingestões diárias como as relacionadas a seguir:

CRIANÇAS (até 1 ano) 0,6 a 0,7 mg/diaCRIANÇAS (de 4 a 6 anos) 1,0 a 1,5 mg/diaCRIANÇAS (de 7 a 10 anos) 1,0 a 2,0 mg/diaADULTOS 1,5 a 3,0 mg/dia

Na Medicina Ortomolecular, usam-se doses de 1 a 3 mg por dia ou mais, dependendo da dose de zinco utilizada.

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SELÊNIO

1. Metabolismo

Considerado no passado como um mineral tóxico, o selênio (Se) tornou-se uma das principais armas terapêuticas da Medicina Ortomolecular, principalmente pela sua capacidade de neutralizar a formação dos radicais livres.

Dos cerca de 15 mg de Se normalmente encontrados em um adulto de 70 kg, a maioria encontra-se no fígado, nos rins e no pâncreas, sendo que no homem grandes concentrações são verificadas nos testículos e no esperma. Por tal razão, muitos autores enfatizam as maiores necessidades desse mineral no sexo masculino, uma vez que suas perdas pela ejaculação parecem ser apreciáveis.

A absorção do Se é feita na porção proximal do intestino delgado na percentagem aproximada de 60% do total ingerido. Tal cifra pode aumentar nos casos de déficit do elemento. Uma vez absorvido, o Se é transportado ligado à albumina e à alfa-2 globulina, para posterior distribuição pelos tecidos e ligação à cisteína e, conseqüentemente, à glutation peroxidase, seu principal sítio metabólico.

Sua eliminação é feita pela urina, pelas fezes e pelo esperma.

2. Fontes alimentares

O principal fator determinante da quantidade de Se na alimentação é sua concentração no solo da região de onde provém o alimento.

Infelizmente, o solo brasileiro é bastante pobre e podemos encontrar incidências menores do que as citadas a seguir:

Alimento mcg

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CASTANHA-DO-PARÁ (1/4 de xícara) 380COGUMELOS (50g) 70SALMÃO (84g) 70OSTRAS (1/4 xícara) 35GÉRMEN DE TRIGO (1/4 xícara) 28GRANOLA (1 xícara) 23CARNE VERMELHA (84 g) 22PEITO DE FRANGO (84 g) 17PÃO INTEGRAL (1 fatia) 16OVOS (1 médio) 12LEITE 2 % (1 xícara) 6QUEIJO (28 g) 4ALHO (10 g) 2

3. Funções fisiológicas

A principal função metabólica do Se é fazer parte da enzima glutation peroxidase que, graças à alta capacidade do glutation de oxidar-se e reduzir-se, promove a neutralização do peróxido de hidrogênio, o precursor direto dos radicais hidroxila. Convém assinalar nesse ponto que, uma vez que o Se desempenha seu papel naquela enzima ligado à cisteína, a suplementação de Se-metionina, uma forma quelada do mineral, favorece seu aproveitamento, já que essa ligação permanece estável enquanto a metionina é convertida em cisteína.

Se-METIONINA—►Se-HOMOCISTEÍNA—►Se-CISTEÍNA—►GSH-PEROXIDASE

Praticamente todas as funções do Se estão ligadas a essa participação como antioxidante. Entre as principais podemos incluir:

previne o câncer - comprovadamente regiões com baixos índices de Se no solo apresentam incidência aumentada de câncer, principalmente os de mama, cólon e pulmões;

fundamental ao metabolismo dos eritrócitos; mantém a integridade dos cromossomos; previne contra doenças cardiovasculares - pelo seu efeito

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antioxidante evita a aterosclerose; atua como imunoestimulante - aumentando a formação de

anticorpos; protege o organismo dos metais pesados e outras toxinas; aumenta a fertilidade masculina (aumenta a motilidade dos

espermatozóides); aumenta a expectativa de vida - sua incidência no solo está

diretamente ligada à longevidade.

4. Deficiência

A deficiência vincula-se à sua carência no solo. Regiões com baixa concentração de Se no solo mostram altas incidências de câncer e de doenças cardiovasculares. A doença de Keshan, identificada na China como provocada por déficit de Se, caracteriza-se por cardiomiopatia infantil com cardiomegalia e insuficiência cardíaca congestiva. Além disso, diversas doenças vêm sendo relacionadas com a deficiência de Se, entre elas:

infarto reumatóide; deficiência imunológica; miopatia diversas; alcoolismo e cirrose; mucoviscidose; doença celíaca; anemia hemolítica; infertilidade e impotência; catarata, retinopatia diabética e degeneração macular; artrite reumatóide; psoríase; esclerose múltipla.

5. Toxicidade

Apesar de ter sido identificado no passado como um elemento tóxico, na verdade, o Se é bem tolerado. As formas inorgânicas, em especial o

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selenito de sódio, são mais tóxicas. Os sinais de intoxicação aparecem com doses prolongadas e superiores a l mg de selenito por dia e doses bem mais elevadas de Se orgânico.

Não há uma síndrome de intoxicação por Se, embora se saiba que ele pode substituir o enxofre em várias reações químicas, o que poderia causar sérias disfunções nas enzimas em que o enxofre participa. Os sintomas mais comumente relacionados com os excessos desse mineral são: problemas visuais, musculares e cardíacos, aumento da Incidência de cáries dentárias, alopécia, eczemas, vômitos e fadiga. Alguns autores relatam odor de alho no corpo e gosto metálico na boca. Nos quadros agudos podem aparecer febre, sintomas gastrintestinais e disfunção hepato-renal.

A intoxicação pode estar ligada à contaminação de operários da indústria de equipamentos eletrônicos. No diagnóstico pelo mineralograma, deve-se pesquisar sempre o uso de xampus anticaspa com sulfeto de selênio, que contaminam os cabelos e provocam resultados falsamente elevados.

6. Possíveis usos

O Se é usado na Medicina Ortomolecular como antioxidante pelo seu papel na estrutura da glutation peroxidase. Várias de suas indicações terapêuticas provêm dessa função primária que lhe confere características inigualáveis como agente terapêutico, especialmente no que se refere à prevenção do câncer e às doenças cardiovasculares.

Na terapia antioxidante e preventiva, o Se é normalmente prescrito com vitamina C, beta-caroteno e, principalmente, com a vitamina E. Este último elemento indiscutivelmente potencializa seus efeitos, agindo sinergicamente na proteção antioxidante dos tecidos.

Além dos processos patológicos relacionados com déficit de Se, expostos no item 4 (Deficiência), outras doenças podem obter benefício da suplementação com esse mineral:

artrite reumatóide; lúpus eritematoso; aterosclerose; imunodeficiências, inclusive a AIDS; doença de Alzheimer;

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sintomas da menopausa; todas as doenças provocadas por estresse oxidativo.

7. Doses

A RDA para o Se é:

CRIANÇAS 30 mcg/dia HOMENS 70 mcg / diaMULHERES 55 mcg/diaGRÁVIDAS 65 mcg/diaLACTANTES 75 mcg/dia

O selênio deve sempre ser usado com a vitamina E para potencialização e, de preferência, com vitamina C e beta-caroteno. As doses usuais, sempre na forma quelada, geralmente com metionina, ficam entre 100 e 300 mcg por dia.

MANGANÊS

1. Metabolismo

Cerca de 50% dos 15 a 20 mg do manganês (Mn) encontrado no organismo situam-se nos ossos e o restante está distribuído pelo fígado, pâncreas, hipófise, supra-renais e rins. Presente em diversas enzimas, tem como seu mais importante sítio metabólico a superóxido dismutase

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mitocondrial.Aproximadamente 20% do Mn ingerido são absorvidos e transportado

no plasma por uma proteína chamada TRANSMANGANI NA. O álcool e a lecitina favorecem a absorção, enquanto altas doses de zinco, cálcio e fósforo dificultam-na. Assim sendo, grandes consumidores de leite (Ca) e refrigerantes (P) devem ingerir maiores quantidades desse mineral para suprir suas necessidades. Por outro lado, altas doses de Mn podem interferir na absorção de ferro e de cobre, levando a um déficit desses elementos.

A excreção é feita pelas fezes após eliminação através da bile.

2. Fontes alimentares

As principais fontes, por ordem decrescente de incidência, são as nuts, os cereais integrais, o espinafre, o queijo, a manteiga e algumas frutas, especialmente a maçã.

3. Funções fisiológicas

O Mn atua como co-fator em uma série de sistemas enzimáticos. Embora se acredite que muitos deles sejam ainda desconhecidos, alguns, com certeza, são de fundamental importância:

SUPERÓXIDO DISMUTASE (mitocondrial) - atua na proteção das membranas celulares e, especialmente, na membrana da própria mitocôndria;

PEPTIDASE - promove a digestão da matéria protéica; ARGINASE - promove a detoxicação da amônia no organismo

através do ciclo da uréia; GLUTAMINA SINTETASE - promove a transformação de ácido

glutâmico em glutamina, essencial, portanto, ao metabolismo do sistema nervoso central e à detoxicação da amônia, promovendo seu transporte até o fígado para produção de uréia;

GLICOSIL TRANSFERASE - envolvida na formação de cartilagens e no metabolismo ósseo;

COLINESTERASE - metaboliza a acetilcolina; PIRUVATO CARBOXILASE - envolvida no metabolismo glicídico

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de produção de energia e cuja reação de transformação do piruvato em oxaloacetato conta também com a participação da biotina.

Além dessas importantes participações, o Mn age em sítios de essencialidade indiscutível:

na síntese de COLESTEROL; na síntese da DOPAMINA a partir da tirosina; na formação de GABA a partir: do ácido glutâmico; como co-fator na GLICÓLISE; no metabolismo dos ÁCIDOS GRAXOS; estimula o crescimento dos OSSOS e tecido CONJUNTIVO

(formação de colágeno); na formação de PROTROMBINA; atua como CO-FATOR necessário à utilização da biotina, da

tiamina, da vitamina C e da colina; mantém as FUNÇÕES SEXUAIS e previne a esterilidade

(provavelmente por sua ação na síntese do colesterol); facilita a formação da ACETILCOLINA a partir da colina (colina

acetiltransferase); parece promover a produção de TIROXINA pela glândula tireóide; catalisa a formação de MUCOPOLISSACARÍDIOS; ajuda na absorção e no transporte de COBRE.

4. Deficiência

A deficiência de Mn, embora extensivamente estudada em animais, é ainda um tanto obscura em seres humanos. A sintomatologia está intimamente ligada às suas funções fisiológicas, especialmente no que concerne às de caráter neurológico: convulsões, ataxia, paralisias, surdez, cegueira e obnubilação são comuns.

Além, disso encontram-se perda de peso, diminuição da densidade óssea, arritmias cardíacas, intolerância à glicose, insuficiência pancreática e fragilidade ligamentar, articular e de tendões.

Em animais, no quadro de deficiências predominam sinais de esterilidade, alterações do crescimento ósseo e da lactação.

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5. Toxicidade

O Mn apresenta baixa toxicidade quando ingerido por meio da dieta ou da suplementação. Alguns autores recomendam doses inferiores a 5 mg por dia, enquanto outros utilizam doses superiores a 100 mg, sem qualquer efeito colateral. Na verdade, estima-se uma eliminação diária de cerca de 4 mg, que deve ser recuperada pela alimentação ou pela suplementação. Doses elevadas podem causar anemia ferropriva e deficiência de cobre, além de interferirem na utilização da tiamina (vitamina B1) e aumentarem a necessidade de ácido ascórbico.

Por outro lado, o quadro de intoxicação de mineiros que absorvem o Mn por inalação é bastante grave. No Chile, conhece-se como “loucura mangânica”, caracterizando-se por sinais e sintomas neuropsiquiátricos de mania, agressividade, insônia, alucinações, e um quadro neurológico muito próximo ao da doença de Parkinson, que pode ser abrandado pelo uso de antiparkinsonianos.

Nível elevado no mineral grama dos cabelos não significa necessariamente concentrações tóxicas no organismo. A interpretação dos resultados será abordada no capítulo referente ao mineral grama.

6. Possíveis usos

Muitas das utilizações terapêuticas do Mn estão ligadas a sua participação na molécula da SUPERÓXIDO DISMUTASE MITOCONDRIAL, agindo, portanto, como fator antioxidante. Além disso, ressalte-se que grande parte dos efeitos na neuropsiquiatria deve ser proveniente de sua ação na glutamina sintetase, na síntese d dopamina e na formação do GABA. As principais utilizações são:

como ANTIOXIDANTE - por participar da molécula da SOI) mitocondrial;

como eliminador dos EXCESSOS DE COBRE - geralmente usado com o zinco;

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na ESQUIZOFRENIA - talvez pela eliminação do Cu e produção de glutamina;

na DEPRESSÃO, FALTA DE MEMÓRIA, IRRITABILIDADE, CONVULSÕES - atua de forma importante no metabolismo cerebral;

no DIABETES - atua no metabolismo glicídico e, provavelmente, na secreção de insulina;

no ARTRITISMO - aumenta a produção de mucopolissacarídios essenciais ao bom funcionamento articular;

na ESCLEROSE MÚLTIPLA e na MIASTENIA GRAVIS - tem sido usado experimentalmente.

7. Doses

No Brasil, a DDR para manganês foi fixada em 5 mg. Nos Estados Unidos, o índice correspondente às DDRs, ou RDA, não está estabelecido para esse mineral. Entretanto, o Food and Nutrition Board da National Academy of Sciences divulgou, anexo ao mesmo documento que estabelece as RDAs, quantidades de alguns nutrientes que foram denominadas como “ingesta diária considerada segura e adequada” (“Estimated safe and adequate daily dietary intakes”):

CRIANÇAS (até 1 ano) 0,6 - 1,0 mgCRIANÇAS (4 a 6 anos) 1,5 - 2,0 mgCRIANÇAS (7 a 10 anos) 2,0 - 3,0 mgADULTOS 2,0-5,0 mg

Na Medicina Ortomolecular usam-se, geralmente, doses entre 2 e 10 mg/dia, podendo chegar, em casos de comprovada deficiência, a 50 mg/dia

MOLIBDÊNIO

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1. Metabolismo

Dos 8 mg de molibdênio (Mo) existentes no organismo, a maioria encontra-se no fígado, nos rins, nas supra-renais, nos ossos e na pele.

Sua absorção faz-se ao nível intestinal e sob forte competitividade com o cobre. A eliminação é predominantemente urinária, embora a excreção biliar também seja importante.

2. Fontes alimentares

A incidência na dieta é diretamente proporcional à sua concentração no solo de onde provêm os alimentos. As principais fontes são: os cereais integrais (especialmente o gérmen de trigo), as leguminosas, o leite e seus derivados e as verduras verde-escuras. Destacam-se as lentilhas, a couve-flor, as ervilhas, o trigo integral, o arroz integral e o espinafre.

3. Funções fisiológicas

O Mo participa de importantes sistemas enzimáticos, destacando-se:

• a XANTINA OXIDASE - responsável pela produção normal de ácido úrico e, portanto, fundamental ao metabolismo das purinas e ao equilíbrio dos radicais livres no organismo. A xantina oxidase também atua na mobilização de ferro armazenado no fígado. Em situações patológicas de isquemia, essa enzima provoca produção de radicais livres e a chamada reação paradoxal por isquemia-reperfusão;

• a SULFITO OXIDASE - responsável pela metabolização de sulfitos, largamente usados como preservativos alimentares e intimamente ligados a diversos quadros de alergias alimentares;

• a ALDEIDO OXIDASE - importante enzima que atua na oxidação da glicose e na detoxificação de aldeídos, inclusive aqueles oriundos do metabolismo do etanol;

• a NITRATO REDUTASE - presente no solo e possivelmente no organismo é responsável pela destruição das nitrosaminas, cuja

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presença excessiva nos solos pobres em Mo se relaciona com incidências elevadas de câncer, especialmente o de esôfago.

Além disso, o Mo está ligado à produção de catecolaminas e ao metabolismo lipídico.

4. Deficiência

A deficiência de Mo relaciona-se com intolerâncias alimentares (sulfito oxidase), hipersensibilidade ao álcool (aldeído oxidase), câncer de esôfago (nitrato redutase no solo), artrite gotosa (xantina oxidase), impotência, queda de dentes, problemas visuais, taquicardia, perda de peso e diminuição da longevidade. A suplementação de cobre pode causar séria inibição na absorção intestinal de molibdênio.

5. Toxicidade

A toxicidade do Mo é relativamente elevada e o quadro de intoxicação experimental em animais provoca perda de peso, alterações de crescimento, anemia, etc. Alguns autores vêm relacionando quadros de hiperuricemia, artrite gotosa e diarréia com o aumento do Mo no mineralograma.

O maior problema dos excessos de Mo é a conseqüente DEFICIÊNCIA DE COBRE, com quem o Mo compete.

6. Possíveis usos

Indica-se o uso de molibdênio nos casos de comprovada deficiência, geralmente detectada pelo mineralograma, nos estados alérgicos, especialmente naqueles suspeitos de serem provocados por intolerância alimentar aos sulfitos alimentares e na intoxicação por cobre. Encontra também utilidade no tratamento e na prevenção da anemia ferropriva.

7. Doses

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Embora o Ministério da Saúde no Brasil divulgue a DDR para o molibdênio como sendo 250 mcg por dia, nos Estados Unidos não há definição de RDAs para esse mineral. A estimativa de ingestão diária segura e adequada (Estimated safe and adequate daily dietary intakes), fornecida pelo governo americano é como segue:

CRIANÇAS (até 1 ano) 15 – 40 mcgCRIANÇAS (4 a 6 anos) 30 – 75 mcgCRIANÇAS (7 a 10 anos) 50 – 150 mcgADULTOS 75 – 250 mcg

As doses diárias terapêuticas de Mo estão entre 50 e 500 mcg, sendo que a dose mais utilizada é de 150 mcg / dia.

CROMO

1. Metabolismo

Dos 6 mg de Cromo (Cr) existentes no organismo, a maior parte encontra-se armazenada no cérebro, na pele, no tecido adiposo, nos músculos, no baço, nos rins e nos testículos.

A forma biologicamente ativa é a trivalente (Cr+3), enquanto o Cr+6 é potencialmente tóxico. A absorção se faz de forma bastante restrita e o Cr inorgânico é absorvido na proporção de cerca de 1% do total ingerido. As formas de complexos orgânicos apresentam melhores índices, por volta de 10 a 20%. A presença de alimentos de origem protéica parece auxiliar esse processo, enquanto dietas ricas em gorduras parecem inibi-lo.

Uma vez absorvido, o Cr é transportado pelo sangue pela transferrina (tal como o Fe), pela albumina ou sob a forma de Cromo GTF (Glicose Tolerance Factor), sua forma metabolicamente mais ativa.

O GTF é composto por uma molécula de Cr+3, duas moléculas de niacina (vitamina B3), e glutation (glicina, cisteína e ácido glutâmico). Esse complexo é de fundamental importância ao metabolismo glicidico, especialmente ao que se refere à ação da insulina sobre os níveis plasmáticos de glicose, e será discutido adiante.

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A excreção é primordialmente urinária e aumenta com a ingestão de açúcar, nos exercícios físicos extremos e nos traumatismos. O Cr fecal é, em sua maior parte, proveniente do excedente alimentar que não pode ser absorvido.

2. Fontes alimentares

O maior obstáculo à ingesta de cromo é o refino e processamento dos alimentos. A farinha refinada perde cerca de 85% do Cr, enquanto o açúcar chega a 95% de perdas. Em segundo lugar, aparece a pobreza desse mineral nos solos.

A melhor fonte, principalmente da forma complexada GTF, melhor absorvível, parece ser o levedo de cerveja, seguido de carne, fígado, trigo integral, batata, gérmen de trigo, ovos, ostras, maçã e espinafre.

Diversas ervas, consideradas hipoglicemiantes, usadas popularmente para tratamento do diabetes, mostraram elevadas concentrações de Cr. Destacam-se por tal propriedade a carqueja, o bajiru, o pau-ferro e a pata-de-vaca.

3. Funções fisiológicas

A principal função do Cr é fazer parte do complexo GTF (Glicose Tolerance Factor), que tem fundamental importância no metabolismo da glicose, pois age potencializando os efeitos da insulina, ou seja, melhorando a captação da glicose circulante pelas células na presença daquele hormônio. Seu sítio de ação parece que são os receptores insulínicos da membrana celular.

Em janeiro de 1994, o Dr. John Vincent, da Universidade do Alabama, fazendo experimentos in vitro, concluiu que o complexo GTF não está envolvido no metabolismo glicídico tal como até então proposto. Algumas evidências mostram que a grande afinidade do GTF pela insulina poderia na verdade impedir sua ação no inter ior da célula. O Dr. Vincent propôs que a forma biologicamente ativa do Cr seria o LMWCr (low molecular weigth binding substance), um peptídio ligado ao Cr, com menos afinidade pela insulina mas capaz de estimular sua penetração no interior das células. Tal hipótese ainda não foi confirmada.

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Recentemente se demonstrou seu efeito redutor nos níveis de colesterol total, ao mesmo tempo em que aumenta o HDL-colesterol. Outras pesquisas mostram que o cromo desempenha papel relevante na síntese da serotonina e pode estar diminuído na depressão.

4. Deficiência

Embora uma comprovação do estado carencial em relação ao cromo seja difícil, uma vez que a dosagem no sangue não reflete sua concentração tecidual, pacientes com sinais de deficiência comprovada pelo mineralograma apresentam distúrbios importantes no metabolismo dos glicídios e lipídios. Alterações da curva glicêmica, hiperglicemia de jejum, hiperinsulinemia, bem como alterações do crescimento, fadiga, neuropatia periférica e depressão, são sinais comuns a esses indivíduos. Outro quadro bastante freqüente é o de hipoglicemia que decorre da hiperinsulinemia ocasionada por esse estado carencial. Os fatores predisponentes incluem o envelhecimento, os exercícios extenuantes e a gravidez.

Comprovadamente, a deficiência de Cr está estatisticamente relacionada com a incidência do diabetes e da aterosclerose.

5. Toxicidade

Já que o Cr é um mineral relativamente escasso no solo, sua absorção se dá com extrema dificuldade e a eliminação através da urina é bastante eficiente. Os quadros de intoxicação não são descritos na literatura; sabe-se, porém, que o Cr inorgânico hexavalente (Cr+6) é potencialmente tóxico, embora sua absorção por via oral seja da ordem dc 0,5%. A exposição prolongada a essa forma tóxica relaciona-se com problemas de pele, perfuração do septo nasal e câncer do pulmão.

6. Possíveis usos

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O uso do Cr na clínica está ligado aos casos de DIABETES MELUTUS, HIPOGLICEMIA, HIPERCOLESTEROLEMIA e na ATEROSCLEROSE. Além disso, encontra larga utilização no tratamento da OBESIDADE por diminuir a formação de tecido adiposo e aumentar a gordura marrom, termo gênico. Por melhorar a utilização periférica da insulina, o Cr impediria liberações exageradas de insulina, capazes de provocar aumento de peso.

Mais recentemente, tem-se utilizado o Cr na PREPARAÇÃO DE ATLETAS já que, por poder potencializar a insulina, um dos hormônios mais anabolizantes de que se tem conhecimento, aumenta a massa muscular e a performance. Outra utilização ocorre quando da suplementação de triptofano. A insulina facilita a penetração desse aminoácido na barreira hematoencefálica, e o uso concomitante de Cr potencializa sua ação. Além disso, tem indicação nos quadros de FADIGA CRÔNICA e DEPRESSÃO.

7. Doses

Embora o Ministério da Saúde brasileiro divulgue em sua tabela de DDRs (Doses Diárias Recomendadas) o valor de 200 mcg por dia, nos Estados Unidos ainda não se estabeleceu RDA (Recommended Daily Allowance) para o cromo. No entanto, a National Academy of Sciences, no mesmo documento de divulgação de RDAs divulga valores correspondentes a uma ingestão diária segura e adequada (estimated safe and adequate daily intake), que aparece como segue:

CRIANÇAS (até 1 ano) 20 - 60 mcgCRIANÇAS (4 a 6 anos) 30-120 mcgCRIANÇAS (7 a 10 anos) 50-200 mcgADULTOS 50 - 200 mcg

Note-se que essas doses correspondem ao total de ingesta diária, totalizando aquela proveniente da alimentação somada à de uma possível suplementação.

É usado mais eficientemente sob a forma de CROMO GTF ou então como PICOLINATO DE CROMO ou ainda como CROMO QUELADO. Atualmente o picolinato é a mais comum, e a dose do mineral elementar

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varia entre 100 e 400 mcg / dia. Na suplementação alimentar, costuma-se usar a dose de 150 mcg, enquanto nos diabéticos doses de 300 ou 400 mcg são freqüentes.

A forma de cromo GTF pode ter melhor ação nos casos de diabetes e hipoglicemia, ao mesmo tempo em que o picolinato de cromo, sal do ácido picolínico, isômero do ácido nicotínico (vitamin B3), parece ter tropismo especial pelo tecido muscular. Assim, esta segunda forma química vem sendo largamente utilizada na preparação de atletas, e em casos de obesidade.

VANÁDIO

1. Metabolismo

O vanádio (V) é provavelmente um mineral essencial, distribuído por todos os tecidos do organismo, cujo conteúdo total, relativamente grande se comparado com outros microelementos, varia de 17 a 43 mg no adulto. No ser humano, seu principal sítio de armazenagem fica no tecido adiposo.

Sua absorção é bastante difícil, e calcula-se que menos de 1% do V ingerido seja realmente absorvido. O restante, não assimilado, elimina-se pelas fezes. Uma vez absorvido, circula ligado a proteínas, e o excesso tem eliminação urinária.

2. Fontes alimentares

Embora a ingestão média de V nos Estados Unidos tenha sido calculada em cerca de 4 mg, acredita-se que as necessidades diárias desse mineral sejam de cerca de 300 mcg por dia. Seu conteúdo nos alimentos varia em virtude da riqueza do solo em que suas fontes vegetais foram cultivadas.

As principais fontes são de origem vegetal e os alimentos mais ricos são: trigo integral, salsa, soja, óleo de girassol, aveia, cenoura, couve, alho, tomate, arroz, milho, ervilha, ovo, pimenta-do-reino e ostras. Os óleos vegetais poliinsaturados representam boas fontes.

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3. Funções fisiológicas

Diversas pesquisas têm revelado a importância desse mineral na economia e, diante do contínuo aumento de informações publicadas mensalmente nos periódicos especializados, muitas funções ainda estão por serem esclarecidas. Com certeza pode-se dizer que o vanádio está envolvido com o metabolismo dos lipídios, das catecolaminas e da glicose. Além disso, tem papel importante na produção de hemácias, no metabolismo do cálcio e da insulina. Levando-se em conta somente as pesquisas amplamente confirmadas, podemos resumir sua atuação no organismo nos seguintes tópicos:

controla a síntese de colesterol; participa da formação de ossos e dentes; auxilia a insulina a controlar a glicemia diminuindo sua demanda; necessário à produção de glóbulos vermelhos do sangue; entra no processo de síntese da coenzima A; mantém o metabolismo muscular aumentando o transporte de glicose

para os músculos, elevando o armazenamento de glicogênio e melhorando a assimilação de aminoácidos pelo tecido muscular;

necessário ao metabolismo do iodo e às funções tireoidianas; participa do metabolismo das catecolaminas, provavelmente por

promover a fosforilação da tirosina e inibir a ação da monoaminoxidase (MAO).

4. Deficiência

Quadros de deficiência relaciona-se com altos níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue. Pode também estar ligada a uma incidência maior de doenças cardíacas, obesidade, diabetes e câncer. O vanádio encontra-se diminuído na depressão e na dificuldade de aprendizado.

Experimentalmente, em animais, o quadro se estende a deficiências no crescimento e na capacidade de reprodução.

5. Toxicidade

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O vanádio pode ser considerado um mineral com baixa toxicidade. Homens adultos recebendo doses de 25 mg por dia durante cinco meses, 100 vezes maiores que aquelas usadas na suplementação, apresentaram sintomas digestivos sem maior gravidade.

Embora o vanádio, como a maioria dos minerais, seja potencialmente tóxico aos seres humanos, pouco se sabe a esse respeito, uma vez que os quadros de intoxicação foram raramente detectados e investigados. Acredita-se que o organismo tenha certa capacidade de evitar tais episódios em decorrência da baixa absorção do V, sendo a inalação de vapores uma via potencialmente mais perigosa que a ingestão.

Em animais de laboratório, com doses bastante elevadas, observaram-se desidratação, perda de peso, diarréia, arritmias cardíacas e insuficiência renal.

6. Possíveis usos

Apoiado por intensa pesquisa científica, o vanádio vem-se tornando um complemento alimentar bastante popular com inúmeras aplicações sobre a saúde. Seus principais usos são:

diabetes - tem efeito semelhante ao da insulina sobre o metabolismo dos carboidratos, diminuindo a demanda desse hormônio;

hipertensão arterial - auxilia no controle da PA em hipertensos; obesidade - aumenta a massa muscular e diminui a gordura do

organismo; liperlipemias - diminui o colesterol e os triglicerídios; preparação de atletas - melhora a performance muscular; cardiopatias - reduz a incidência de cardiopatias isquêmicas e

aterosclerose.

7. Doses

Embora não exista RDA estabelecida para o V, doses suplementaresentre 100 mcg e 2 mg parecem ser ideais.

Algumas apresentações comerciais podem conter 7,5 mg, ou até 45 mg

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desse mineral, entretanto, algumas críticas vêm sendo feitas nobre a toxicidade dessas posologias.

A suplementação pode ser feita com o vanadil sulfato ou o vunádio quelado, tendo o primeiro 18% de V, enquanto o segundo apresenta 0,2% do mineral puro.

LÍTIO

1. Metabolismo

Trata-se de um mineral cuja essencialidade ao organismo encontra-se ainda em discussão, e que corresponde ao elemento com peso atômico mais baixo entre os que participam de moléculas com atividade biológica, à exceção do hidrogênio. Quimicamente, pode substituir o sódio em várias reações. Na verdade, essa característica parece ser de fundamental importância por possibilitar ao lítio modular o transporte de sódio através de determinadas membranas celulares.

O organismo apresenta de 2 a 3 mg de lítio, que pode ser facilmente absorvido no nível intestinal. Sua ação sobre a saúde depende do sal ingerido: atualmente o carbonato e o orotato de lítio. Embora as duas apresentações sejam bem absorvidas, o orotato necessita de doses sensivelmente menores e, portanto, níveis sangüíneos também menores. Essa maior sensibilidade ao orotato parece ser devida ao fato de que o mineral tem ação intracelular e, quando sob essa forma, sua penetração é bastante mais eficiente, sem necessidade de saturar o sangue com altas concentrações. Os excessos são eliminados pela urina, e sua meia-vida é de cerca de 20 horas.

2. Fontes alimentares

Pouco se sabe sobre a origem alimentar do lítio do organismo. Certas águas minerais apresentam níveis elevados, e algumas delas são

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comercializadas como calmantes. Outra fonte importante é a cana-de-açúcar.

3. Funções fisiológicas

As funções do lítio estão mais relacionadas com o sistema nervoso e a esfera psicoemocional. Tais funções parecem ligar se a duas ações metabólicas de grande importância: o lítio estabiliza a neurotransmissão serotoninérgica e modula o fluxo transmembrana de sódio.

Mais recentemente, descreveu-se a ação do lítio na membrana dos neurônios inibindo o ciclo de ressíntese do inositoltrifosfato e do diacilglicerol, mensageiros dos receptores alfa-adrenérgicos e da neurotransmissão muscarínica.

Além das ações no sistema nervoso, o lítio tem atividade imuno estimulante sobre a proliferação dos linfócitos. Tem também efeito antagonista do hormônio antidiurético.

4. Deficiência

Quadros de deficiência de lítio ainda não está reconhecidos pela ciência, entretanto observa-se nítida correlação entre níveis baixos de lítio e quadros de depressão. Assim, como não se pode provar que a deficiência causa a depressão, opta-se pela reposição mineral apenas dos que apresentem níveis baixos no mineralograma e tenham o quadro de depressão. Os assintomáticos ficam em observação.

Convém observar que a dosagem de lítio no sangue tem como valor normal zero. Tal exame serve apenas para monitorarem-se os níveis terapêuticos ou tóxicos quando no tratamento com carbonato de lítio. Os níveis terapêuticos ficam entre 0,3 e 1,3 mmol/L, após 12 horas da última tomada.

5. Toxicidade

O lítio é um mineral bastante tóxico, especialmente quando sob a forma de carbonato de lítio, já que para atingir-se efeito terapêutico com esse sal

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as doses devem ser altas. Níveis sangüíneos acima de 1,5 mmol/L são considerados tóxicos, enquanto valores acima de 3,5 mmol/L requerem diálise para retirada da droga. Os diuréticos podem provocar retenção de lítio no organismo.

A intoxicação aguda caracteriza-se principalmente por nefroloxicidade e pode causar náuseas, vômitos, diarréia, poliúria, tremores, sedação, confusão e delírios, progredindo para a insuficiência renal e convulsões, P9ode ser letal.

A intoxicação crônica caracteriza-se por aumento de peso corpóreo devido à exacerbação do apetite, Pode ocorrer aumento da tireóide, embora a disfunção hormonal seja rara. Edema é um efeito adverso comum na terapia com lítio, e a linfocitose está sempre presente. Poliúria e polidipsia são freqüentes, por antagonizar o hormônio antidiurético (diabetes insipidus).

Atualmente as intoxicações iatrogênicas podem ser evitadas pelo uso do orotato de lítio, cujas doses terapêuticas são muito inferiores àquelas do carbonato.

Deve-se evitar a utilização da terapia pelo lítio nos três primeiros meses de gravidez, já que existe forte correlação entre essa prática e má-formações cardiovasculares no feto. Como é excretado no leite, está contra indicado durante o período de aleitamento.

6. Possíveis usos

A indicação clássica para o uso dos sais de lítio é a psicose maníaco depressiva, mais exatamente como antimaníaco. Entretanto, têm- se obtido bons resultados com os quadros depressivos em geral, mesmo sem os componentes maníacos.

O uso em casos de alcoolismo tem mostrado resultados animadores.

7. Doses

Não há RDA para o lítio, mesmo porque sua essencialidade ainda

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permanece em discussão. A ingesta média diária é de cerca de 2 mg.Uma vez que o carbonato de lítio não tem mais razões para ser

administrado por sua toxicidade elevada, podem-se considerar apenas as doses do orotato de lítio.

A dose terapêutica do orotato de lítio situa-se entre 40 e 200 mg ao dia. Pode-se começar com 40 mg e aumentar se necessário, dependendo da gravidade do caso. Em doses de até 100 mg,o monitoramento dos níveis sangüíneos torna-se praticamente desnecessário. Contra-indicado nos três primeiros meses de gravidez.

COBALTO

1. Metabolismo

Dos 20 mg de cobalto (Co) existentes no organismo, quase a totalidade encontra-se contida na vitamina B12 - cobalamina. Dessa forma, o metabolismo, a utilização e a função desse mineral essencial confundem-se com aqueles da vitamina.

Como parte da vitamina B12, o cobalto é absorvido com dificuldade na porção distai do intestino delgado, dependendo da presença, naquele sítio, do fator intrínseco, glicoproteína sintetizada no estômago. Além desse fator, ainda contribuem para a absorção a presença de cálcio, os hormônios tireoidianos e o ácido clorídrico. A armazenagem se faz principalmente nos eritrócitos e na medula óssea, bem como em outros locais de importância menor como o ficado, os rins e o baço.

A eliminação se dá por via biliar e, normalmente, apesar de a cobalamina ser uma vitamina hidrossolúvel, não há eliminação urinária.

2. Fontes alimentares

Os alimentos fornecem cobalto principalmente sob a forma de vitamina B12; portanto, as boas fontes da vitamina são as mesmas do mineral. Como alimentos de origem animal são os únicos a conterem quantidades

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apreciáveis, a deficiência de cobalto pode constituir um problema para os vegetarianos. O cobalto inorgânico apresenta baixa absorção, e pode ser tóxico.

As fontes mais ricas são a carne vermelha, o fígado, as ostras, o leite e seus derivados.

3. Funções fisiológicas

Como parte da cobalamina, o Co tem papel importante na formação das hemácias, da mielina e do DNA. Sua presença parece s essencial a todas as células do organismo. Pesquisas mais recente mostram que o cobalto pode substituir o manganês e o zinco como co-fator em alguns processos enzimáticos importantes.

4. Deficiência

Tal como a vitamina B12, a deficiência de cobalto encontra-se relacionada com o vegetarianismo e com problemas de absorção. Com a cobalamina, sua principal forma na alimentação, sofre dificuldades absortivas importantes, alterações no fator intrínseco do estômago, hipocloridria, envelhecimento e hipotireoidismo, são causa comuns de deficiência. Baixos níveis de cobalto no mineralograma estão correlacionados com deficiência de B12, que deve ser imediatamente investigada. Níveis sangüíneos da vitamina inferiores a 200 pg / ml são considerados indicadores de deficiência.

O quadro clínico, totalmente relacionado com o da hipovitaminose, caracteriza-se por anemia megaloblástica e alterações neurológicas.

5. Toxicidade

Apesar de não haver relatos de intoxicações por vitamina B12, a presença excessiva de cobalto inorgânico em determinados alimentos (cerveja) já foi correlacionada com quadros de cardiomegalia, insuficiência

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cardíaca congestiva e alterações da tireóide. Embora a literatura médica considere níveis sangüíneos superiores a 900 pg/ml como excessivamente altos, na prática, em pacientes com níveis muito superiores a esses, não se observam quadros de intoxicação.

Pesquisas em animais que receberam doses excessivas de cobalto mesmo de origem orgânica, resultaram em quadros de policitemia e hiperatividade da medula óssea.

6. Possíveis usos

O cobalto, sob a forma de vitamina B12, encontra larga utilidade na clínica, especialmente nos casos de comprovada deficiência. Fora esses casos em que terapia de reposição é o objetivo, os efeitos farmacológicos da vitamina são bastante marcantes na neurologia e na psiquiatria e na imunologia.

O cobalto, por meio da vitamina B12, pode ser utilizado em casos de anemia, depressão, nevralgias, fadiga crônica, imunodeficiências (AIDS), esclerose múltipla, esquizofrenia, etc.

7. Doses

O Co é suplementado sob a forma de vitamina B12, especialmente como cianocobalamina ou hidroxi-cobalamina. A preferência, por sua eficiência, recai na hidroxi-cobalamina injetável, em doses de 5.000 a 15.000 mcg por via intramuscular, 1 ou 2 vezes por semana.

Pode-se também utilizar a via sublingual em unidades posológicas variam de 50 a 1.000 mcg por dia.

A dosagem sangüínea de vitamina B12 pode ser útil para o acompanhamento do tratamento.

BORO

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1. Metabolismo

Pouco se sabe a respeito do boro (B), embora sua essencialidade fique cada vez mais evidente. Mesmo ainda não tendo sido reconhecida, a maioria dos autores especializados admite essa essencialidade, e preconiza um melhor monitoramento de sua disponibilidade nos casos de osteoporose e de balanço de cálcio negativo.

O conteúdo corpóreo de B ainda não foi determinado claramente. Sabe-se, porém, que sua maior concentração aparece nas glândulas paratireóides, sugerindo uma estreita relação com o metabolismo do cálcio.

2. Fontes alimentares

A principal barreira para uma ingestão adequada de boro pela alimentação é a utilização excessiva de alimentos refinados e processados. De outra forma, os alimentos frescos e naturais, incluindo-se frutas, verduras, legumes e leguminosas, oferecem quantidades suficientes para suprir as necessidades, estimadas em cerca de 3 mg por dia.

3. Funções fisiológicas

Mesmo sem a compreensão do seu mecanismo de ação, admite se que o boro influencie decisivamente o metabolismo do cálcio, do magnésio e do fósforo, aumentando a absorção e diminuindo a excreção desses minerais. Assim, agiria sobre os ossos, tendo utilidade na prevenção e no tratamento da osteoporose. Nesse sentido, presumem-se três mecanismos possíveis:

modulação do paratormônio; auxílio direto à absorção de cálcio no tubo digestivo; potencialização da ação do estrogênio no metabolismo mineral.

Além dessa ação sobre o metabolismo ósseo, o boro teria influência em qualquer estado fisiológico e patológico que dependesse de um balanço de cálcio equilibrado, incluindo a boa manutenção de vários processos

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básicos do organismo, tais como a contração muscular, a estabilização da pressão arterial, a neurotransmissão, a coagulação, etc.

Influência do boro sobre o metabolismo do cálcio, do magnésio e do fósforo*MINERAL GRUPO URINA FEZES ABSORÇÃO (mg/ml) (mg/24h) (%)CÁLCIO COM BORO 1,01 54,2 47 SEM BORO 1,42 62,0 35

MAGNÉSIO COM BORO 1,50 1,41 59 SEM BORO 1,58 3,77 50

FÓSFORO COM BORO 19,9 33,9 50 SEM BORO 22,0 40,3 47

* Reproduzido com autorização de Helion Póvoa Filho

Deduz-se, pela análise da tabela, que o boro aumente a absorção intestinal e reduza a excreção urinária e fecal do cálcio, do magnésio e do fósforo.

4. A deficiência

A deficiência de boro, especialmente em áreas de baixa incidência no solo, está relacionada com maior número de casos de osteoporose e artritismo.

5. Toxicidade

Os quadros de intoxicação estão historicamente relacionados com acontaminação orgânica pelo ácido bórico, amplamente utilizado como antisséptico da pele e dos olhos (água boricada). Em nosso meio, tem-se utilizado o ácido bórico como inseticida doméstico. A ingestão desses produtos provoca náuseas, vômitos imediatos e, posteriormente, anemia, queda de cabelos, erupções cutâneas e convulsões.

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Concentrações elevadas de boro no mineralograma dos fios de cabelo não significam necessariamente quadros de intoxicação. Não obstante, tais como as baixas concentrações, sugerem balanço de cálcio negativo e perda de massa óssea. No Brasil, sem que se saibam os motivos, a concentração média de boro nos fios de cabelos medida pelo mineralograma encontra-se muito acima dos padrões internacionais, situando-se na faixa de 9 ppm, contrastando com a média de 3 ppm nos Estados Unidos. Na Alemanha apenas 12% dos examinados apresentam-se acima dos parâmetros normais, enquanto no Brasil 67% dos indivíduos encontram-se nessa categoria.

6. Possíveis usos

Pesquisas recentes mostram que a suplementação de boro em mulheres pós-menopausa diminui em 40% a eliminação de cálcio e em 30% a de magnésio na urina. A principal indicação clínica para sua utilização é o tratamento e prevenção da osteoporose.

Além disso, admite-se a suplementação alimentar de boro em todas as condições envolvendo balanço de cálcio negativo. Existem vários trabalhos científicos sugerindo boa resposta terapêutica em casos de artrite reumatóide e hipertensão arterial.

7. Doses

Não há RDA ou DDR para o boro. Provavelmente, uma ingestão diária na ordem de 1 mg seria suficiente para prevenir uma deficiência alimentar. Dietas de boa qualidade, ricas em alimentos frescos, provêem cerca de 3 mg diários.

Na Medicina Ortomolecular, usam-se doses entre 1 e 5 mg por dia, sendo mais freqüente a dose de 2 mg/dia.

ESTRÔNCIO

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O estrondo (Sr) é um mineral de incidência relativamente alta no organismo (cerca de 320 mg para 70 kg de peso) cuja essencialidade ainda não foi comprovada. Quimicamente, apresenta comportamento semelhante ao do cálcio, o que justifica, pelo menos em parte, sua ação positiva sobre o crescimento ósseo e a armazenagem (99%) nos ossos e dentes.

Acredita-se que a maioria das dietas forneça quantidades suficientes de Sr (±2mg/dia), que formarão sais estáveis nos ossos, aumentando-lhes a resistência. Além disso, sais de Sr têm ação eficaz i outra cáries dentárias.

A Medicina Ortomolecular não preconiza suplementações alimentares de estrôncio, embora reconheça nesse mineral de baixíssima toxicidade uma possível ação contra a osteoporose e as cáries dentárias, ambas encontradas na deficiência de Sr provocada em animais de laboratório. O cloreto de estrôncio é utilizado na odontologia, sob a forma de cremes dentais, para diminuir a sensibilidade de dentes.

No mineralograma, aumento ou diminuição dos níveis de estrôncio nos cabelos, tal como ocorre com o boro, pode significar perda de massa óssea e balanço de cálcio negativo.

FLUOR

Trata-se do microelemento mais abundante do organismo depois do ferro (2,6 gramas no total), cuja essencialidade ainda permanece polêmica. Embora seja comprovada sua ação na prevenção de cáries dentárias e considerando-se que, durante a gravidez, sua deficiência possa levar a alterações dentárias e ósseas, nada se pode concluir sobre sua real necessidade para o organismo.

Nas grandes cidades do mundo, inclusive as brasileiras, o flúor (F) é adicionado à água potável com a intenção de reduzir a incidência de cáries, embora alguns grupos ambientalistas afirmem ser tal prática nociva à saúde. Alguns trabalhos científicos correlacionaram essa fluoretação com aumento da incidência de câncer e nascimento de crianças com síndrome de Down.

A absorção intestinal pode sofrer interferências do cálcio e do alumínio,

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que formam sais insolúveis com o flúor. A armazenagem principal se dá nos ossos e dentes. A eliminação é urinária. As melhores fontes alimentares, depois da água fluoretada, são os peixes, os frutos do mar, os laticínios e o chá-preto. A água potável, na maioria das cidades, contém 1 ppm de flúor.

A principal função do F é formar sais insolúveis com o cálcio (fluoroapatita) que se ligam à matriz óssea e dentária, fortalecendo essas estruturas.

A existência de quadros de deficiência é discutível, uma vez que não se sabe ao certo se sua presença no organismo, embora universal, é fisiológica e necessária. Mesmo assim, níveis baixos de flúor estão relacionados com baixa resistência de ossos e dentes, além de maior incidência de cáries dentárias.

A toxicidade aparece quando doses acima de 2ppm são adicionadas à água potável. Em doses baixas, aparecem manchas nos dentes, lesões ósseas e sintomas articulares por calcificação de partes moles. Com doses acima de 20 ppm pode haver deficiência de crescimento e necrose em vários tecidos, especialmente no fígado e nos rins. Doses acima de 50 ppm podem ser letais e o tratamento faz-se pela administração de cálcio. Acredita-se que parte dos efeitos tóxicos deve-se a uma inativação das fosfatases do organismo, enzimas de amplo campo de ação.

O principal uso do flúor é para a prevenção de cáries dentárias quando adicionado à água e aos cremes dentais, ou quando aplicado diretamente pelos dentistas. Pode ser também utilizado no tratamento da osteoporose e na suplementação alimentar de crianças e grávidas, para quem a prevenção de cáries toma-se mais necessária.

Nas cidades onde há fluoretação da água, a ingestão dessa origem corresponde a cerca de 1 mg por dia, que somado a uma quantidade igual proveniente da alimentação totaliza uma ingesta diária típica de 2 mg. Doses diárias totais de 4 mg são consideradas seguras.

Sua utilização na osteoporose, na infância e na gravidez ainda é controvertida. Diversos autores condenam a suplementação em virtude de efeitos tóxicos. Quando empregado na Medicina Ortomolecular, a apresentação escolhida, por sua baixa toxicidade, é o fluoreto de sódio, em doses de 1 mg de flúor elementar.

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GERMÂNIO

Apesar de sua ocorrência no organismo proveniente da alimentação, o germânio não apresenta características de essencialidade. O sesquióxido de germânio (Ge-132), composto orgânico utilizado empiricamente há séculos pela Medicina chinesa contra o envelhecimento, vem sendo empregado mais recentemente no ocidente como imunoestimulante de comprovada eficácia. Destaca-se sua presença na Aloe vera, no ginseng, no shiitake e no alho. A toxicidade é baixa e as doses terapêuticas giram em torno de 100 mg do sesquióxido por dia.

IODO

O iodo (I) é um mineral com essencialidade indiscutível e bem conhecida, por isso mesmo vem sendo adicionado ao sal de cozinha industrializado para evitar o bócio, aumento da glândula tireóide característico de sua deficiência. Esse mineral liga-se à tirosina para tornar-se parte integrante dos hormônios tireoidianos, a triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4), responsáveis diretos pela manutenção do metabolismo basal e diversas outras funções fundamentais boa saúde.

Como se poderia esperar, a maior concentração de iodo no organismo fica no tecido tireoidiano (20% do total), seguido dos músculos, da pele e dos ossos. Somente 1% dos cerca de 15 mg existentes no organismo encontra-se circulante. Uma vez absorvido no estômago, o iodo circula através do sangue para uma possível captação pelo diversos tecidos, especialmente pela tireóide, sendo rapidamente eliminado por via urinária, sem ser armazenado de forma apreciável, o que obriga uma ingestão contínua para evitar-se a deficiência.

As principais fontes alimentares de iodo são o sal de cozinha iodado, o sal marinho, mesmo não iodado, os peixes, os frutos do mar e as algas marinhas. O sal iodado fornece em média 75 mcg de iodo por grama, o que corresponde a 225 mcg por cada 3 gramas, consumo médio diário do

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produto. Aqueles em dietas sem sal, hiponatrêmicas, devem aumentar o consumo de peixes que, dependendo de cada espécie, fornecem em média 150 mcg para cada 100 gramas. Outras fontes importantes, cujo conteúdo de iodo varia dc acordo com a riqueza do mineral no solo da região, são: ovos, laticínios, pão integral, cebola, espinafre e abacaxi.

As funções fisiológicas do iodo confundem-se com as diversas ações dos hormônios tireoidianos, uma vez que sua produção é totalmente dependente desse mineral. Das diversas funções hormonais destacam-se o estímulo do metabolismo basal, do crescimento e da síntese de proteínas. Como os hormônios tireoidianos modulam a produção de energia (ATP) por meio da respiração celular pelas mitocôndrias, sua influência sobre o organismo é quase universal. Desde o crescimento das unhas e cabelos, passando pela formação de neurônios e espermatozóides, até as mais complexas funções intelectuais, tudo parece sofrer a influência estimulatória desses hormônios.

A deficiência, bastante conhecida, caracteriza-se por um estado de hipotireoidismo com aumento do volume glandular, denominado bócio. Freqüente no passado, agora vem sendo eficientemente evitado pela iodetação do sal de cozinha, ficando restrito a áreas isoladas com solos pobres no mineral.

A toxicidade do iodo é relativamente baixa. No entanto, quantidades excessivas de iodo no organismo, geralmente provenientes do uso exagerado de iodeto de potássio como expectorante, algas marinhas e sal, podem reduzir a síntese de tiroxina, produzindo quadro de hipotireoidismo.

Mesmo levando-se em conta a importância desse mineral para a manutenção da saúde como um todo, exceto nos casos em que se pretende evitar ou tratar uma deficiência, a utilização terapêutica de iodo é considerada bastante limitada. A RDA para adultos é de 150 mcg, o equivalente ao conteúdo de 2 gramas de sal de cozinha. Doses acima disso não aumentam as funções tireoidianas proporcionalmente, sendo eliminadas rapidamente. Muitos suplementos alimentares polivitamínico de boa qualidade incluem doses diárias mire 75 e 150 mcg, geralmente provenientes de algas marinhas ou de iodeto de potássio.

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NÍQUEL

Considerado no passado um mineral essencial, discute-se hoje a toxicidade do níquel (Ni) ao organismo. Os cerca de 10 mg de Ni existentes no corpo encontram-se distribuídos por todos os tecidos, e sua função fisiológica ainda se encontra obscura. Como os rins possuem capacidade de eliminar e reter níquel, controlando sua concentração no organismo, diversos autores consideram esse mineral como essencial à saúde. As fontes alimentares mais ricas são as nuts, seguidas pelas leguminosas e pela aveia.

Dentre suas POSSÍVEIS funções, destacam-se a síntese protéica, deduzida da concentração elevada em áreas celulares relacionadas com o RNA, a ativação de enzimas (arginase, tripsina, carboxilase e outras ligadas ao metabolismo glicídico) e a estimulação da produção de prolactina.

A deficiência parece ser importante em galináceos e a toxicidade tem bastante relevância em humanos. Embora o Ni dos alimentos não seja tóxico, o gás denominado níquel carbonil, resultante da reação química entre o Ni e o monóxido de carbono aquecido na queima de cigarros, escapamentos de automóveis e na indústria, quando inalado provoca aumento na incidência de câncer de pulmão, lesões hepáticas e alterações da função reprodutiva. Tem ação inibitória sobre a superóxido dismutase (SOD) e encontra se elevado em casos de nefropatias, cardiopatias isquêmicas, queimaduras, toxemia gravídica e AVC.

Embora possam ser encontrados alguns polivitamínicos contendo níquel em suas fórmulas, a Medicina Ortomolecular não emprega normalmente esse mineral como agente terapêutico, nem faz reposição ou suplementação para corrigir suas possíveis deficiências. Pode-se obtê-lo facilmente nos alimentos, sendo que a ingestão média diária proveniente da alimentação fica entre 200 e 750 mcg, o que suplantaria com sobras as necessidades de 100 mcg por dia, propostas por alguns autores que lhe conferem essencialidade.

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RUBÍDIO

O rubídio (Rb), mineral cuja essencialidade não foi comprovada, tem como principal característica química a semelhança com o potássio. Essa particularidade sugere que o Rb possa substituir o potássio em algumas reações e funções, ao mesmo tempo em que pode representar competição ou antagonismo entre os dois minerais. Relativamente abundante no organismo (350 mg por 70 kg), o Rb tem funções fisiológicas ainda incertas. Alguns estudos mostraram sua capacidade de diminuir o crescimento de alguns tipos de tumores cancerosos e um efeito tranqüilizante, sedativo e hipnótico, o que tem justificado sua utilização nos desequilíbrios emocionais e na epilepsia. Esse mesmo efeito tem levado alguns cientistas a pesquisarem sua participação nos processos de neurotransmissão.

Desconhecem-se quadros de deficiência e intoxicação. A ingestão diária média pela alimentação é de cerca de 1,5 mg. Sua utilização terapêutica, embora muito promissora, ainda se encontra no campo experimental. Alguns autores indicam doses sublinguais de 50 mg por dia para tratamento de depressão.

5. LIPÍDIOS

Por tratar-se de nutrientes de vital importância para o metabolismo dos seres vivos, seria de se esperar que o grupo dos lipídios contribuísse com alguns elementos que atuassem como agentes terapêuticos na Medicina Ortomolecular. Por esse motivo, e como o presente texto não pretende abordar a bioquímica de forma complexa, vamos fazer um breve resumo

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sobre as características, as funções e a classificação dos lipídios.

DEFINIÇÃO

Os lipídios constituem um grupo heterogêneo de substâncias, com variadas estruturas químicas, cujas propriedades comuns são, por definição, as de serem relativamente insolúveis na água e solúveis em solventes orgânicos, tais como o éter, o clorofórmio e o benzeno.

O grupo dos lipídios inclui as gorduras, os óleos, as ceras e outros compostos correlatos.

FUNÇÕES

Ao lado dos protídeos e dos glicídios, os lipídios constituem-se deelementos básicos nutricionais, essenciais à vida, e com importantesfunções orgânicas metabólicas.

COMBUSTÍVEIS - servem como fonte de energia para as diversas funções do organismo por meio da beta-oxidação, onde moléculas de ácidos graxos são transformadas em acetil-CoA para produzirem ATP no ciclo de Krebs.

RESERVA ENERGÉTICA - os ácidos graxos livres sofrem um processo de esterificação, em que três moléculas se unem a uma de glicerol, formando os triglicerídios. Sob essa forma, principalmente, formam o tecido adiposo (gordura), que funciona como uma reserva de energia a ser mobilizada em caso de necessidade.

MEMBRANA CELULAR - os lipídios, particularmente os fosfolipídios, são os principais constituintes estruturais das membranas celulares. Além da conhecida dupla camada de fosfolipídios, observa-se a participação de moléculas de colesterol e glicolipídios. Outros lipídios contendo resíduos de ácido fosfórico,

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tais como a esfingomielina, os cerebrosídios e os gangliosídios, têm papel importante na membrana celular do sistema nervoso.

HORMÔNIOS ESTERÓIDES - os ácidos graxos podem dar origem ao colesterol e, juntamente com aquele proveniente da alimentação, formar diversos hormônios com origem comum na pregnenolona, derivada direta do colesterol. Essa classe hormonal, metabolicamente essencial, divide-se em hormônios sexuais (estrogênio, progesterona, testosterona), glicocorticóides (cortisol) e mineralocorticóides (aldosterona).

SAIS BILIARES - são esteróides com um grupo carboxila livre, o que lhes confere características bipolares capazes de emulsificar as gorduras no tubo digestivo, fundamentais à digestão e à absorção desses elementos.

PROSTANÓIDES e LEUCOTRIENOS - os ácidos graxos insaturados formam os prostanóides (prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanos) e leucotrienos, presentes em todos os tecidos humanos e com funções semelhantes às dos hormônios.

VITAMINAS LIPOSSOLUVEIS - as vitaminas A, D, E e K são substâncias lipídicas. A vitamina D é sintetizada no organismo a partir do colesterol.

METABOLISMO DOS ACIDOS GRAXOS

TRIGLICERIDIOS(tecido adiposo) ESTERÓIDES

ESTERIFICAÇÂO LIPÓLISE COLESTEROL

DIETA ÁCIDOS GRAXOS

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LIPOGÊNESE BETA-OXIDAÇÃOCORPOS CETÔNITOS

CARBOIDRATOS

AMINOÁCIDOS ACETIL-CoA

KREBS CO2

Fonte: P. Mayes, PhD.

CLASSIFICAÇÃO

Podemos classificar os lipídios de várias maneiras, mais ou menos complexas. Relacionamos, a seguir, uma das formas mais simples e clássicas:

LIPÍDIOS SIMPLES: são os trigliácidos graxos + glicerol) ou gorduras e os cerídios (peso molecular mais elevado) ou ceras;

LIPÍDIOS COMPLEXOS: são os fosfolipídios (glicerofosfolipídios e esfingofosfolipídios), os glicolipídios (glicoesfingolipídios) e outros lipídios complexos (sulfolipídios, aminolipídios e lipoproteínas);

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PRECURSORES e DERIVADOS - incluem substâncias igualmente lipídicas que servem para a síntese de outros lipídios (precursores) ou são substâncias oriundas do metabolismo lipídico (derivados). Englobam-se nessa categoria os ácidos graxos livres, o glicerol, o colesterol, os esteróides (hormônios), os corpos cetônicos e as vitaminas lipossolúveis.

Nosso objetivo não é oferecer um texto de bioquímica mas, ao contrário, evitar ao máximo tal tipo de abordagem e analisar de maneira mais aprofundada os nutrientes normalmente utilizados como agentes terapêuticos. Assim, focalizar-nos-emos no estudo dos ácidos graxos e dos fosfolipídios, já que são eles os grupos que abrigam os ácidos graxos essenciais insaturados Omega-3 e Omega-6 e os derivados do fosfatidilglicerol, tais como a fosfatidilcolina, o fosfatidilinositol e, principalmente, a fosfatidilserina.

ÁCIDOS GRAXOS

Os ácidos graxos são ácidos alifáticos carboxílicos, e ocorrem mais comumente como ésteres, principalmente como triglicerídios, nas gorduras e óleos naturais. Podem, entretanto, apresentar-se sob a forma não esterificada como ácidos graxos livres. Aqueles presentes na dieta como nutrientes essenciais são chamados vitamina F.

De acordo com as características da cadeia de carbono exibida na molécula, os ácidos graxos (AG) podem ser saturados (sem duplas ligações) ou insaturados (com uma ou mais duplas ligações). Os AG saturados foram nomeados com a terminação -anóico (e.g.: ácido octanóico), enquanto os insaturados são nomeados com a terminação em -enóico (e.g.: ácido octadecenóico - ácido oléico).

Os AG saturados, por não terem dupla ligação, têm nomenclatura ligada ao número de átomos de carbono (butírico, capróico, caprílico, palmítico, esteárico, etc.). Os AG insaturados podem ser monoinsaturados (uma dupla ligação) e poliinsaturados (duas ou mais). A maioria das classificações por grau de insaturação inclui um terceiro grupo dos eicosanóides, derivados dos ácidos graxos eicosapolienóicos (20 carbonos) e que compreende os prostanóides e os leucotrienos. Os prostanóides

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incluem as prostaglandinas, as prostaciclinas e os tromboxanos, todos derivados do ácido araquidônico, ácido graxo com 20 átomos de carbono e 4 duplas ligações, que segue diversas vias metabólicas e cumpre papel fundamental no metabolismo orgânico.

ALGUNS ACIDOS GRAXOS COM IMPORTANCIA FISIOLOGICA E NUTRICIONAI,N° DE CARBONOS:N° E DUPLASLIGAÇÕES; POSIÇÃODAS DUPLAS LIGAÇÕES

SÉRIE NOMECOMUM

OCORRÊNCIA

18:1; 9 Omega-9 Oléico Possivelmente o ác. graxo mais comum nas gorduras naturais

24:1; 15 Omega-9 Nervônico Nos cerebrosídios

18:2; 9, 12 Omega-6 Linoléico Milho, amendoim, girassol, algodão, soja e outros óleos vegetais

18:3; 6, 9, 12 Omega-6 Gama-linolênico Óleos vegetais (prímula, borragem, etc.) e pouco em animais

18:3; 9, 12, 15 Omega-3 Alfa-linolênico Óleos de linhaça, canola e soja

20: 4; 5, 8, 11, 14 Omega-6 Araquidônico Encontrado com o ác. linoléico, especialmente no óleo de amendoim; componente dos fosfolipídios em animais

20: 5; 5, 8, 11, 14, 17 Omega-3 Eiosapentaenóico Óleos de peixes de águas frias

22: 6, 4, 7, 10, 13, 16, 19 Omega-3 Docosahexaenóico Óleos de peixes, fosfolipídios no cérebro

As séries Omega-3,6 ou 9 representam classificações dependentes da posição da dupla ligação em relação ao carbono Omega, último carbono do terminal metil da molécula do ácido graxo.

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Os ácidos graxos saturados têm como fontes alimentares as gorduras de origem animal (carnes e laticínios) e o óleo de coco. Os ácidos graxos monossaturados ocorrem em abundância nos óleos de oliva extra virgens, nos óleos de canola e de amêndoas, desde que não sejam aquecidos.

Os ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS, também denominados vitamina F, correspondem aos ácidos linoléico, linolênico e araquidônico. A essencialidade do ácido araquidônico ainda é contestada por diversos autores, já que pode ser sintetizado a partir do ácido linoléico. Como agentes terapêuticos, utilizam-se essas substâncias que, por estarem freqüentemente deficientes na dieta, podem atuar em diversos desequilíbrios metabólicos. Interferem em níveis de colesterol sangüíneo e estimulam as funções tireoidianas e adrenais. A carência desses nutrientes essenciais está relacionada com deficiência no crescimento e com doenças na pele, no tecido conjuntivo e nas articulações. Estatisticamente pode relacionar-se com: hipertrofia prostática, psoríase e esclerose múltipla, e o quadro de deficiência inclui acne, diarréia, pele seca, alopécia, cálculos biliares e dificuldade de cicatrização.

A via metabólica do ácido linoléico (co6) ocorre como demonstrado:ÁC. LINOLÉICO AC. GAMA-LINOLÊNICO PROSTAGLANDINAS PGEI ou AC. ARAQUIDÔNICO PROSTAGLANDINAS PGE2

O ácido gama-linolênico (GLA) pode dar origem às prostaglandinas do grupo 1 (PGEI) ou, então, ao ácido araquidônico (eicosatetraenóico) que, por sua vez, forma as prostaglandinas do grupo 2 (PGE2).

O metabolismo do ácido alfa-linolênico (0)3) segue a seguinte via:

ÁC. ALFA-LINOLÊNICO ÁC. EICOSAPENTAENÓICO ÁC DOCOSAPENTAENÓICO PROSTAGLANDINAS PGE3

1. Óleos de peixes - Eicosapentaenóico e Docosahexaenóico

Óleos retirados de diversas espécies de peixes, particularmente os de água fria (salmão, arenque, sardinha, cavalinha, etc.), são ricos nos ácidos graxos essenciais de cadeia longa eicosapentaenóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA), pertencente à série ω3, com ações terapêuticas amplamente comprovadas.

O EPA e o DHA têm influência decisiva na síntese da prostaglandina

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PGE3 e, menos profundamente na da PGEI, ambas com propriedades antiinflamatórias. Além disso, os óleos de peixes, ricos em tais nutrientes, exercem atividade benéfica por diminuírem os níveis de colesterol e triglicerídios circulantes, bem como por aumentarem a fração lipoprotéica HDL do colesterol. Acrescentem se a isso as propriedades anticoagulantes de tais nutrientes, onde se verifica uma redução na adesividade e agregação plaquetária no sangue dos indivíduos tratados.

Os possíveis usos do EPA e DHA encontrados nos óleos de peixes de águas frias são: aterosclerose, hipertensão arterial, angina pectoris, prevenção de doenças cardíacas e trombo-embólicas, doenças cerebrovasculares, artrite reumatóide, enxaquecas, asma, zumbido nos ouvidos, lúpus e outras doenças auto-imunes. O DHA vem sendo indicado para doenças neurológicas, especialmente a esclerose múltipla.

As doses variam entre 1 e 2 g por dia. Excessos podem provocar náusea e diarréia.

2. Óleo de prímula - ácido gama-linolênico (GLA)

Trata-se de um ácido graxo essencial, da série ω6, abundantemente encontrado nas sementes de prímula (evening primrose) e de borragem. Comercialmente, a apresentação mais freqüentemente encontrada é aquela oriunda do óleo de prímula, traduzido do inglês dessa forma, embora o termo evening primrose não corresponda à prímula, mas sim a uma erva (Oenothera biennis) da família do salgueiro. Metabolicamente, é precursor do ácido araquidônico e seu potencial terapêutico reside na capacidade de aumentar os níveis dc prostaglandinas da série 1, PGEI, nos tecidos.

Dentre as centenas de trabalhos científicos apresentados na última década, destacam-se os que evidenciam os benefícios do uso do ácido gama-linolênico na artrite reumatóide, na tensão pré-menstrual e no eczema atópico. Seu campo de ação se estende às doenças inflamatórias, cardiovasculares e auto-imunes.

O GLA tem quatro vias metabólicas possíveis: na primeira, por ação da cicloxigenase, transforma-se na prostaglandina 1 (PGE1); na segunda, por ação da lipoxigenase, dá origem aos leucotrienos da série 3; nas duas últimas, o GLA forma ácido araquidônico, dando origem às prostaglandinas do tipo 2 e aos leucotrienos da série 4, por ação da cicloxigenase e da lipoxigenase, respectivamente.

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y-LINOLENATO (GLA)

PROSTANÓIDES LEUCOTRIENOS(PGE1, PGF1, TXA1) (LTA3, LTC3, LTD3)

ÁCIDO ARAQUIDÔNICO

PROSTANÓIDES LEUCOTRIENOS(PGD2, PGE2, PGF2, PGI2, TXA2) (LTA4, LTB4, LTD4, LTE4)

LEGENDA: 1 = via da cicloxigenase; 2 = via da lipoxigenase;PG = prostaglandina; PGI = prostaciclina; TX = tromboxano;

LT = leucotrieno.

O mecanismo de ação do GLA baseia-se em sua capacidade de estimular a formação da prostaglandina E1 (PGE1), cujos benefícios são bastante abrangentes: inibe ou reduz os processos inflamatórios, a adesividade e agregação plaquetárias, a síntese de colesterol, a pressão arterial e a formação de células malignas. Protege o fígado contra diversos xenobióticos, e modula a secreção de insulina, o balanço hidroeletrolítico, a condução nervosa e as funções gastrintestinais.

Os possíveis usos são:DOENÇAS CARDIOVASCULARES - reduz a agregação

plaquetária, baixa a pressão sangüínea e o colesterol. Tem efeito antiinflamatório sobre as paredes dos vasos, reduzindo a formação de placas de ateroma;

ARTRITE - artrite reumatóide ou por outra etiologia, pelo seu efeito antiinflamatório;

DOENÇAS DERMATOLÓGICAS - eczema, acne e dermatite, pelo efeito antiinflamatório e imunomodulador. Aumenta a elasticidade da pele e controla a secreção sebácea;

ALERGIAS; ASMA - pela imunomodulação;SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL - promove o balanço hídrico e

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modula a produção de prostaglandinas, envolvidas na etiologia da cólica menstruai. A PGE1 regula vários hormônios femininos, como a prolactina, os estrogênios e a progesterona;

DOENÇA FIBROCÍSTICA DAS MAMAS - pelo estímulo da síntese de PGE1 e conseqüente regulação dos hormônios femininos;

ESCLEROSE MÚLTIPLA - o equilíbrio na produção de prostaglandinas tem ação imunomoduladora;

OUTROS hiperatividade em crianças, esquizofrenia, alcoolismo, depressão, lúpus, esclerodermia, etc.

As doses do óleo de prímula variam de 1.000 a 3.000 mg por dia, sendo a dose mais comumente utilizada a de 1.000 mg duas vezes ao dia. Cada grama de óleo de prímula equivale a cerca de 70 ou 80 mg de GLA.

3. Óleo de linhaça

Rico em ácidos graxos poliinsaturados do tipo Omega-3 (ácido alfalinolênico), possui também boas quantidades de ácido linoléico (Omega-6) e de ácido oléico (Omega-9). Terapeuticamente, tem ações muito semelhantes às do óleo de prímula, e conta com várias pesquisas que o colocam como um dos agentes terapêuticos de escolha no tratamento da esclerose múltipla e da artrite reumatóide. Uma de suas vantagens é o custo bastante menor que o das outras boas fontes de ácidos graxos poliinsaturados. Em alguns mercados, pode ser encontrado aos litros e tomado às colheres de sopa.

4. Óleo de Oliva Extra virgem

Esse óleo extraído a frio de azeitonas, isento de processamento industrial, é uma excelente fonte de ácidos graxos monoinsaturados, especialmente do ácido cisoléico que, embora não seja essencial, tem potente ação sobre as gorduras no sangue. Além disso, é rico em tocotrienóis, substâncias derivadas do tocoferol (vitamina E) com potente ação antioxidante e inibidora da síntese do colesterol. Baixa colesterol e triglicerídios, reduzindo o risco de aterosclerose e doenças cardiocirculatórias.

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CONTEÚDO PERCENTUAL DE GORDURAS NOS ÓLEOS VEGETAIS

POLIINSATURADOSLINOLÉICO LINOLÉICO

MONO-INSATURADOS

SATURADOS

LINHAÇASEMENTE DEABÓBORASOJACANOLAOLIVA VIRGEMGIRASSOLMILHOARROZAMENDOIMALGODÃOCOCO

1545

4226126659352948 4

5415

11 8-------

2232

3257682225485628 8

9 8

15 915121617152488

Fonte: The Colgan Institute, San Diego, Califórnia, EUA.

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FOSFOLIPÍDIOS

Os fosfolipídios, importantes componentes das membranas celulares, têm como fonte alimentar principal a lecitina extraída mais freqüentemente da soja. Os três representantes dos fosfolipídios na esfera terapêutica são a fosfatidilcolina, o fosfatidilinositol e a fosfatidilserina. O emprego terapêutico dos dois primeiros relaciona-se ao fato de serem precursores da colina e do inositol, respectivamente. Ambos, elementos integrantes do complexo vitamínico B já foram estudados no capítulo pertinente. Resta-nos apresentar a poderosa e promissora fosfatidilserina que, no presente capítulo, se torna a única representante dos fosfolipídios com ação terapêutica.

1. Fosfatidilserina

• Química - A fosfatidilserina (FS) faz parte de um grupo de substâncias, comuns a todos os mamíferos, denominadas de fosfolipídios ou, mais especifica e menos freqüentemente, glicerofosfolipídios ou fosfoglicerídios. A estrutura básica dos fosfolipídios corresponde a um grupo glicerol-3-fosfato (glicerol + ácido fosfórico) ligado nas posições 1 e 2 a ácidos graxos e, no grupo fosforil, a algumas substâncias que lhe conferem características próprias.

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CH2—OH O

O CH2-O-C-R HO-C—H

O R—C— O—C—H

O

CH2-O-P-OH CH2 – O – P – O - X

OH OHGlicerol-3-fosfato Glicerofosfolipídio

À esquerda, o glicerol-3 fosfato representa a ligação entre o glicerol e o ácido fosfórico. No glicerofosfolipídio, juntaram-se àquela molécula dois ácidos graxos de cadeia longa, representados por R, enquanto X corresponde aos diversos radicais que proporcionarão características próprias ao fosfolipídio.

O fosfolipídio mais simples, no qual X é representado por um átomo de hidrogênio, corresponde ao ácido fosfatídico, presente nu pequenas quantidades nas membranas celulares. Seguem-se a fosfatidilcolina (X = colina), a fosfatidiletanolamina (X = etanolamina), o fosfatidilinositol (X = mio-inositol), o fosfatidilglicerol (X = glicerol), a cardiolipina ou difosfatidilglicerol (união de duas moléculas de fosfatidilglicerol) e, finalmente, a fosfatidilserina (X = serina). Ocorrem também nos tecidos nervosos e no cérebro outras substâncias derivadas dessa estrutura básica: os plasmalogênios e os esfingolipídios (esfingomielinas, cerebrosídios e gangliosídios)

Quanto aos radicais R, ligados aos carbonos 1 e 2 do glicerol, a posição 1 encontra-se mais freqüentemente ligada a ácidos graxos saturados, enquanto o carbono 2 vem geralmente ocupado por ácidos graxos insaturados.

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Nome do Radical X Nome do FosfolipídioHIDROGÊNIO ÁCIDO FOSFATÍDICO

ETANOLAMINA FOSFATIDILETANOLAMINA

COLINA FOSFATIDILCOLINA

SERINA FOSFATIDILSERINA

MIO-INOSITOL FOSFATIDILINOSITOL

GLICEROL FOSFATIDILGLICEROL

FOSFATIDILGLIEROL CARDIOLIPINA (difosfatidiglicerol)

A principal propriedade química dos fosfolipídios é a anfifília, ou seja: têm afinidade tanto pela água (hidrofilia) quanto por lipídios (lipofilia). A calda alifática representa o pólo lipofílico, hidrofóbico, e a cabeça fosforilada contém os diversos radicais hidrófilos. Tal característica química permite que os fosfolipídios, uma vez imersos em meio aquoso, formem micelas e duplas camadas, próprias das membranas biológicas.

A FS e os outros fosfolipídios são os principais constituintes estruturais das membranas celulares, formando uma dupla camada lipídica onde ficam imersas proteínas de natureza variada. A proporção entre a quantidade de lipídios e de proteínas varia conforme a função de cada membrana. A camada de mielina dos nervos constitui-se da membrana mais rica em lipídios, com cerca de 80% do total de sua estrutura.

Composição Lipídica de Algumas Membranas Biológicas (%)

Lipídio Eritrócito Mielina Mitocôndria E. coli

ÁCIDO FOSFATÍDICO 1.5 0,5 0 0FOSFATIDILCOLINA 19 10 39 0FOSFATIDILETANOLAMINA 18 20 27 65FOSFATIDILGLICEROL 0 0 0 18

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FOSFATIDILINOSITOL 1 1 7 0FOSFATIDILSERINA 8,5 8,5 0,5 0CARDIOLIPINA 0 0 0,5 12ESFINGOMIELINA 17,5 8,5 0 0COLESTEROL 25 26 3 0GLICOLIPÍDIOS 10 26 0 0

A síntese de FS processa-se a partir da fosfatidiletanolamina, que reage com a serina liberando a etanolamina, sob a ação da enzima fosfatidiletanolamina-serina transferase, na seqüência a seguir:

ATP

GLICEROL GLICEROL-3-FOFATO

2X acil-CoA 2X CoA

FOSFATIDATO (diacil-glicerolfosfato) CARDIOLIPINA

H2O

DIACILGLICEROL Pi FOSFATIDILINOSITOL

ATP TRIGLICERÍDIOS

FOSFATIDILCOLINA FOSFATIDILETANOLAMINA

SERINA ETANOLAMINA

FOSFATILSERINA

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Mais recentemente, evidenciaram-se outros caminhos metabólicos envolvendo duas enzimas: a fosfatidilserinasintetase I e II. A primeira seria capaz de sintetizar FS a partir de fosfatidileolina.

2. Fontes alimentares

A FS é escassa nos alimentos. Sabe-se, entretanto, que a natureza dos ácidos graxos constituintes dos fosfolipídios é influenciada pelo conteúdo de ácidos graxos na dieta. Na verdade, os fosfolipídios geralmente aparecem juntos nos alimentos. A fosfatidileolina (letocina) parece ser o mais abundante, enquanto a fosfatidilserina, o mais raro. As fontes ricas em fosfolipídios são a lecitina de soja, o fígado, a gema de ovo, os peixes, o gérmen de trigo, etc.

A FS utilizada na terapêutica e na complementação alimentar provém, na maioria das vezes, de cérebro bovino. Mais recentemente, alguns fabricantes anunciam FS derivada da lecitina de soja industrialmente processada para fornecer quantidades razoáveis desse fosfolipídio.

3. Metabolismo

A fosfatidilserina, tal como os outros fosfolipídios, sofre a ação digestiva das fosfolipases pancreáticas, sendo a mais ativa a fosfolipase A, que retira hidroliticamente o ácido graxo da posição C2. Outras fosfolipases (A, C e D) quebram as moléculas em diversos pontos específicos para cada uma delas. Assim, os fosfolipídios são absorvidos sob a forma de moléculas menores, previamente digeridas. Entretanto, a recomposição de suas moléculas ainda nos enterócitos parece ser assegurada por processos cuja regulação ainda não se encontra totalmente esclarecida, uma vez que a ingestão de um determinado fosfolipídio determina um aumento subseqüente na sua concentração no organismo.

Tanto no tubo digestivo - antes da absorção -, quanto nos tecidos, a ação das fosfolipases promove a degradação dos fosfolipídios em partes menores mas em tempos diferentes. Dessa forma o turn-over de cada uma dessas partes ocorre em momentos distintos, obrigando a uma recomposição da parte degradada. Tal processo faz com que a molécula seja constantemente renovada sem perder sua identidade inicial.

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Após absorção das partes e recomposição nos enterócitos, os fosfolipídios são introduzidos na circulação através do sistema linfático. No sangue, os fosfolipídios circulam livremente ou ligados às lipoproteínas em concentrações bastante elevadas. No caso da HDL - lipoproteína, os fosfolipídios contribuem com cerca de 45% do seu peso total.

4. Funções principais

A principal função da fosfatidilserina é a formação das membranas celulares, e suas concentrações, em relação aos outros fosfolipídios, variam de acordo com os diversos tipos de células. Dessa forma, pode-se deduzir que as concentrações relativas dos diversos fosfolipídios tenham papel nas funções de cada tipo de membrana celular.

A FS parece ter funções importantes nas células do sistema nervoso central. Alguns autores afirmam ser o cérebro o órgão em que a FS pode ser encontrada em maiores concentrações (70% da membrana celular dos neurônios centrais). Na verdade, o aumento da concentração cerebral de FS determina uma elevação nas concentrações de acetilcolina e dopamina disponíveis.

Mais recentemente, surgiram evidências de que a FS regule a atividade da proteína-quinase C (PKC) e, dessa forma, várias funções celulares. Essa enzima, na presença de FS e Ca2+, pode fosforilar e ativar proteínas dentro da célula a partir de estímulos externos.

5. Possíveis usos

A FS vem sendo usada com sucesso nos casos de deficiência cognitiva senil e pré-senil, inclusive na doença de Alzheimer. Melhora a memória de curto e longo prazo, o alerta, as capacidades de concentração e julgamento e o aprendizado, tendo efeito prolongado por cerca de quatro semanas após a parada de sua administração. Normaliza alterações eletroencefalográficas relacionadas com o envelhecimento, parecendo que, uma vez restaurado o equilíbrio na composição de fosfolipídios da membrana celular dos neurônios senis, as funções neurológicas ficam restabelecidas.

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A FS também é terapêutica na preparação de atletas. Alguns autores conferem-lhe a capacidade de inibir a liberação de cortisol, o que evitaria o efeito catabólico desse hormônio sobre os músculos.

6. Doses

A dose habitualmente usada na clínica, e na maioria dos trabalhos científicos envolvendo a fosfatidilserina, corresponde a 300 mg por dia, divididos em três ingestas de 100 mg ou duas ingestas de 150 mg cada.

Deve ser tomada após as refeições e, preferencialmente, evitando-se os horários noturnos próximos ao dormir, pois pode causar insônia. Doses de 70.000 mg por dia foram utilizadas em cães sem registros de efeitos colaterais.

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6. OUTROS AGENTES TERAPÊUTICOS

Como vimos no primeiro capítulo, a Medicina Ortomolecular, na maioria das vezes, utiliza-se de nutrientes ou de substâncias familiares ao organismo como agentes terapêuticos. Dessa forma, lança mão de vitaminas, de sais minerais, de aminoácidos e de lipídios no sentido de repor uma substância em déficit ou de suplementar aquela cuja concentração orgânica aumentada possa ser benéfica ao organismo.

Muitas vezes, os agentes terapêuticos não se enquadram em qualquer dessas categorias por diversos motivos:

a substância é um hormônio ou precursor de hormônio, e.g.: melatonina, DHEA;

o agente terapêutico não é um nutriente mas tem propriedades antioxidantes, e.g.: Ginkgo biloba, picnogenol;

quando, embora seja uma substância própria do organismo, não pode ser enquadrada como um nutriente, e.g.: enzimas digestivas, coenzima Q-10;

quando, não se trata nem de componente do corpo nem de nutriente ou tampouco de medicamento ou quimioterápico, e.g.: lactobacilos;

No caso de elementos usados para eliminar ou inibir a absorção de toxinas ou de metais pesados no tubo digestivo, e.g.: fibras alimentares e adsorventes.

Não iremos detalhar o uso de fitoterápicos e hormônios que, embora

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utilizados pela Medicina Ortomolecular, tradicionalmente possuem literatura própria. No caso da melatonina e do DHEA, abriremos uma exceção, já que a Endocrinologia não os reconhece como agentes terapêuticos.

MELATONINA

Trata-se de um hormônio polipeptídico da glândula pineal, oriundo da serotonina, absorvível por via sublingual que, além de ter características marcantes como antioxidante, desempenha papel importante na manutenção do ritmo circadiano do organismo. Embora não se conheçam todos os detalhes de sua ação, admite-se que a melatonina (MLT) aja inibindo a liberação do cortisol, principal hormônio envolvido no ritmo noite-dia do corpo, provavelmente por inibição da liberação de corticoliberina (CRF), peptídio estimulante da síntese da corticotrofina (ACTH), produzido no hipotálamo.

Durante o dia, quando há luz, a MLT circulante encontra-se baixa. Durante a noite, na ausência de luz, a pineal libera plenamente o

hormônio. De forma inversa, o cortisol fica elevado durante o dia e baixo à noite, sugerindo um controle superior da glândula pineal por meio da melatonina.

Alguns autores teorizam que, além do controle pela MLT sobre síntese de corticoliberina, haja uma ação direta sobre a liberação do ACTH, tal como aparece no esquema a seguir.

HIPOTÁLAM CRF RE ACTH

INIBE INIBE CORTISOLMELATONINA MELATONINA

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HIPÓFISE ADRENAISHIPOTÁLAMOO

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Tanto o CRF como o ACTH e o cortisol são classicamente relacionados com o estresse. Torna-se, portanto, bastante aceitável que a melatonina também o seja, uma vez admitida sua participação na fisiologia do eixo hipotálamo-hipofisário referente a esses hormônios. Assim, a relação com o estresse pode ser estendida a uma relação com o estresse oxidativo, revelando uma ligação com as propriedades antioxidantes da MLT. Na verdade, a MLT parece ter uma ação antiestresse potente, inibindo os sintomas e os componentes metabólicos ligados a esse estado.

Nos países nórdicos, durante o inverno, com longas noites sem luz, os níveis de MLT são máximos e alguns autores sugerem ser essa a causa da depressão de inverno, comum em tais populações. Por outro lado, animais de laboratório expostos a luz intensa constante apresentam baixíssimos níveis de MLT No tratamento do jet-lag, situação em que as supra-renais sintetizam irregularmente o cortisol, a MLT parece exercer uma ação reguladora, em que os sintomas são eficientemente controlados.

Outra ação amplamente comprovada da melatonina relaciona-se à fisiologia do sono. Clinicamente têm-se obtido resultados bastante estimulantes em pacientes insones, especialmente nos de idade avançada, onde a MLT parece estar deficiente. Sobre essa carência senil da MLT, algumas pesquisas mostram que a suplementação de MLT pode aumentar em até 40% a vida de ratos de laboratório.

A melatonina apresenta também efeitos carcinostáticos e moduladores sobre a secreção de hormônios do timo.

Pode-se dosar a melatonina para se decidir sobre a conduta ideal a ser tomada. A coleta de saliva, material empregado para exame, é feita durante a noite e mantida no congelador até o dia seguinte para entrega ao laboratório. Os níveis são decrescentes com a idade do paciente.

As doses de MLT vêm decrescendo. Atualmente, têm-se utilizado doses de 1 mg sublinguais à noite, ao deitar-se, sendo importante para sua ação terapêutica que seja ingerida com as luzes apagadas, no escuro. Doses de 2 ou 5 mg também são comuns. Aconselha-se que se comece com doses inferiores, crescentes se não houver resposta terapêutica. Na prevenção do jet-lag, tomam-se doses durante dez dias anteriores à viagem, e que se devem prolongar até o retorno do viajante.

Os efeitos colaterais incluem sonolência e fadiga. Alguns autores relatam casos de perda de libido em homens.

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DHEA

A DEHIDROEPIANDROSTERONA (DHEA) é um metabólito intermediário produzido nas glândulas supra-renais, derivado do colesterol e precursor da testosterona e dos estrogênios (estradiol, estrona e estriol). Já que os níveis desse precursor diminuem com a progressão do envelhecimento, admite-se que vários processos ligados à senilidade possam ser evitados ou tratados com doses adequadas nas fases iniciais da senescência. O uso de DHEA poderia restituir os níveis dos hormônios para os quais serve como precursor.

COLESTEROL PREGNENOLONA DHEA

PROGESTRONA ANDROSTENEDIONA

TESTOSTERONA

ESTRIOL ESTRONA ESTRADIOL

Vários estudos demonstraram sua eficiência na melhora dos níveis de energia física, como tônico das funções cardiovasculares, como potente imunoestimulante e no aumento da massa muscular e da densidade óssea.

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Os resultados parecem mais satisfatórios em homens em tomo de 60 anos, quando a queda hormonal se apresenta com mais intensidade, embora não tenha ainda provocado lesões irreversíveis próprias dos mais idosos.

Alguns trabalhos mostram bons resultados nos pacientes com AIDS, trazendo melhora na fadiga, ganho de peso e estímulos importantes à imunidade. Nos tratamentos em idosos bem-sucedidos, pode-se notar marcante melhora no humor dos pacientes e, possivelmente, melhora na capacidade de concentração e na memória. Pesquisas recentes mostram resultados terapêuticos promissores na esclerose múltipla.

Com relação aos efeitos adversos, devemos chamar a atenção para aumentos da resistência à insulina, para o crescimento indesejável de pêlos e para a elevação do risco de câncer de próstata. O tratamento é mais indicado para os pacientes do sexo masculino a partir dos 45 anos. Jovens e grávidas devem evitá-lo.

As doses devem ser adequadas a cada caso pelo controle do exame de sangue. Começa-se com doses de 10 mg duas vezes ao dia que, ao final do primeiro mês, já deverão ter alcançado a dose plena de 25 mg duas vezes ao dia.

COENZIMA Q-10

Conhecida também como UBIQUINONA, a coenzima Q-10 (CoQ-10) é uma substância oleosa sintetizada no organismo e obtida com a alimentação, encontrada em maiores quantidades em peixes, órgãos de animais e cereais integrais. Por suas características metabólicas e nutricionais, a CoQ-10 poderia ser considerada como uma vitamina lipossolúvel, mesmo porque sua síntese parece ser insuficiente para a vida, e quadros de deficiência tem sido descritos. O terminal hidrofóbico da CoQ favorece sua solubilidade e mobilidade na dupla camada de lipídios da membrana interna da mitocôndria, sendo que, nos mamíferos, esse terminal possui 10 átomos de carbono, daí o nome Q-10. Em outros organismos, a coenzima Q pode ter estruturas com 6 ou 8 unidades.

Seu principal papel metabólico é como carreador de elétrons da

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cadeia respiratória. A CoQ-10 faz parte dos lipídios da mitocôndria e tem uma estrutura química muito semelhante à da vitamina E. Sua principal característica química é a de doar e receber elétrons com muita facilidade, ou seja, oxidar-se e reduzir-se com velocidade, o que, somado à sua extrema mobilidade dentro da membrana mitocondrial, lhe confere propriedades ideais a um carreador de elétrons na cadeia respiratória. A CoQ-10 ocupa uma posição central no processo de transporte de elétrons, ligando as flavo proteínas ao cito cromo B na membrana interna da mitocôndria, atuando de forma fundamental à produção de ATP. Em condições aeróbicas encontra-se no estado oxidado de UBIQUINONA; em condições anaeróbicas, no estado reduzido de UBIQUINOL ou hidroquinona.

Clinicamente, utiliza-se a CoQ-10 em diversas patologias:

• INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - aumenta a contratilidade do coração, auxiliando a produção de energia pelo músculo cardíaco;

• HIPERTENSÃO ARTERIAL;• ARRITMIAS CARDÍACAS;• FADIGA CRÔNICA;• IMUNODEFICIÊNCIAS;• como potente ANTIOXIDANTE.

As doses variam de 20 a 100 mg ao dia, geralmente dividida em duas tomadas. Doses de 30 mg duas vezes ao dia são bastante eficientes.

ENZIMAS DIGESTIVAS

Um dos pontos básicos para a absorção dos nutrientes contidos nos alimentos é a digestão. O organismo só consegue absorver substâncias simples que, na maior parte das vezes, são provenientes de elementos mais complexos submetidos à digestão. Assim, as proteínas devem ser particionadas a aminoácidos, os lipídios devem ser quebrados em ácidos graxos, glicerol e colesterol, enquanto o amido e os dissacarídios devem ser levados ao estado de monossacarídios (glicose, frutose, galactose) para

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Page 269: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

serem aproveitados como alimentos.Os elementos capazes de promover a digestão dos alimentos e permitir

sua absorção são as enzimas digestivas. Qualquer deficiência ou distúrbio na liberação dessas enzimas na luz do tubo digestivo pode provocar má absorção de nutrientes ou problemas digestivos. Investigações científicas demonstram que essas disfunções de produção e de eliminação de enzimas aparecem freqüentemente em pacientes idosos ou naqueles submetidos ao estresse. A ingestão exagerada de alimentos e o uso de certos medicamentos também podem afetar tal função. Para que possamos delimitar a ação de cada enzima, apresentamos o seguinte quadro:

Quadro das Principais Enzimas Digestivas

LOCAL DE ENZIMA SUBSTRATO PRODUTO LOCALPRODUÇÃO DE AÇÃO

glândulas amilase salivar amido Maltose boca e estômagosalivares (pitalina)

estômago pepsina proteínas Peptídios estômago

pâncreas Amilase amido Maltose duodeno

Pâncreas Lipase-pancreática

triglicerídios ác. graxos +glicerol

duodeno, jejuno

Pâncreas Tripsina equimioterapia

proteínas,peptídios

peptídios,dipeptídios

duodeno, jejuno

Pâncreas carboxi-peptidase

peptídios aminoácidos,dipeptídios

duodeno, jejuno

Pâncreas nuclease ác. mucléicos nucleotídios duodeno

Intestinodelgado

maltase, saca-rase e lactase

maltose, saca-rose e lactose

glicose, frutose galactose

jejuno,íleo

intestinodelgado

Dipeptidase dipepídios aminoácidos jejuno,íleo

intestinodelgado

lipaseintestinal

tripeptídios ác. graxosE glicerol

jejuno,íleo

Além das enzimas, no processo de digestão dos alimentos estão envolvidas diversas outras substâncias, como o ácido clorídrico, os sais biliares, a mucina e o bicarbonato de sódio, além de vários hormônios,

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chamados de hormônios gastrintestinais: a gastrina, a colecistoquinina, a enterogastrona (GIP), a secretina, o peptídio vaso-intestinal (VIP), a motilina, a bombesina, o polipeptídio pancreático, etc.

Na verdade, atualmente o intestino vem sendo considerado como a maior glândula do organismo, contando com inúmeros hormônios de secreção externa e interna. Alguns desses hormônios têm ação central, inclusive com influências sobre o comportamento. Pode-se, portanto, deduzir a importância capital das funções digestivas para a saúde como um todo. Da atividade normal dos órgãos digestivos dependem nossa imunidade e nosso psiquismo.

Adiante apresentamos um quadro das principais substâncias não enzimáticas envolvidas no processo de digestão que, embora não tenham grande emprego como agentes terapêuticos, têm relação direta com as enzimas digestivas e o metabolismo dos diversos nutrientes.

Algumas Substâncias Não-Enzimáticas Envolvidas na Digestão

SUBSTÂNCIA LOCAL DE PRODUÇÃO

LOCAL DE AÇÃO

FUNÇÃO

Gastrina estômago cels.parietaisdo estômago

aumenta produção de HCI

Ácidoclorídrico

estômago alimentos epepsionogênio

transforma pepsino-gênio em pepsina, dissolve alimentos

Mucina mucosa gástrica paredes doestômago

protege contra o HCI

Sais biliares fígado duodeno emulsifica as gorduras

Bicarbonato pâncreas duodeno neutraliza o HCI vindo do estômago

Colecistoquinina(CCR)

duodeno vesícula biliar epâncreas

libera bile, aumenta produção de

amilase e bicarbonato pelo

pâncreas

Secretina duodeno pâncreas e fígado aumenta suco pancreático e bilé

Enterogastrona(GIP)

duodeno estômago inibe secreção de HCI

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VIP intestino delgado pâncreas aumenta produção de bicarbonato

Motilina intestino delgado estômago e duodeno

aumenta motilidade

Bombesina intestino delgado estômago e duodeno

aumenta liberação de gastrina e CCK

PolipeptídioPancreático (PP)

pâncreas pâncreas inibe secreção pancreática de

enzima e bicarbonato

Resta-nos conhecer os diversos agentes terapêuticos enzimáticos e não enzimáticos utilizados pela Medicina Ortomolecular com finalidade de promover a digestão.

1. Betaína-HCl

Trata-se do CLORIDRATO DE BETAÍNA utilizado para aumentar os níveis de ácido clorídrico no estômago. A insuficiência de HCI, conhecida como hipocloridria, é bastante comum nos pacientes idosos e relaciona-se com má digestão, meteorismo e desconforto abdominal com estase digestiva. Os indivíduos com hipocloridria têm menos capacidade de digerir proteínas e dissolver o bolo alimentar para que tenha contato com as outras secreções digestivas. Pode haver má absorção de ferro e de cálcio. Mais recentemente, tem-se relacionado o déficit gástrico de ácido clorídrico com as chamadas alergias (intolerâncias) alimentares; 200 ou 300 mg de betaína-HCl após as refeições auxiliam na digestão desses pacientes carentes em HC1.

2. Enzimas proteolíticas

As mais usadas são a PAPAÍNA e a BROMELINA, ambas de origem vegetal. A primeira é proveniente do mamão, enquanto a segunda é oriunda do abacaxi.

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A papaína tem apenas ação digestiva sobre as proteínas, e deve ser usada em doses de 150 a 400 mg após as refeições.

A bromelina tem ação mais ampla e uso geralmente ligado às reações inflamatórias. Trata-se, na verdade, de um excelente e potente agente antiinflamatório com propriedades benéficas sobre o aparelho cardiovascular. Reduz a agregação e a adesividade plaquetária, e pode diminuir sintomas de angina pectoris. Seu emprego nas dores articulares e pós-traumáticas requer doses de 300 a 1.000 mg ao dia.

3. Amilase

Promove a digestão de carboidratos complexos, e deve ser ministrada em doses de 200 mg após as refeições.

4. Lipase vegetal

Trata-se de uma enzima digestiva extraída de cultura de um fungo do gênero Aspergyllus com ação sobre lipídios. As doses variam entre 200 e 400 mg após as refeições.

5. Protease vegetal

Igualmente extraída de culturas de Aspergyllus, encontra aplicação restrita na clínica. Sua dose padrão é de 200 mg após as refeições.

6. Lactase

A deficiência dessa enzima é bastante comum na vida adulta e impossibilita a digestão de lactose. Alguns autores consideram tal deficiência como normal, e a produção da enzima, própria da infância, ficariam prolongadas em indivíduos que tomassem leite e derivados ao longo da vida. De fato, o que se observa é que o déficit de lactase impede a

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ingestão normal de laticínios, tão comum nos hábitos alimentares ocidentais, produzindo diarréia, meteorismo e desconforto abdominal após a ingesta de leite e alguns de seus derivados menos processados. A solução é a tomada concomitante de 100 a 500 mg de lactase, dependendo da quantidade de leite ingerida.

7. Pancreatina

Trata-se de um complexo enzimático composto por proteases, polipeptidases, lipase e alfa-amilase, extraído de pâncreas de animais. Pelo seu amplo espectro digestivo, atua na maioria dos alimentos tanto de origem protéica, como de origem lipídica ou glicídica. Sua dose habitual varia entre 200 e 500 mg após as refeições.

8. Pepsina

Essa enzima natural do estômago age sobre as proteínas. Pode estar deficiente nos pacientes com hipocloridria, uma vez que o ácido clorídrico é fundamental à transformação do pepsinogênio em pepsina. As doses devem variar entre 20 e 200 mg após as refeições.

GINKGO BILOBA

Trata-se de uma árvore de origem chinesa de cujas folhas fazem-se extratos ricos em princípios ativos com propriedades antioxidantes potentes. Atualmente a Ginkgo biloba (GB) não se reproduz em forma nativa e sobrevive apenas se for cultivada pelo homem. A marcante ação terapêutica da GB parece dever-se à presença maciça de bioflavonóides e algumas substâncias terpênicas (gikgolídeos), que lhe conferem características antioxidantes e vaso-reguladoras.

A GB estimula a circulação sangüínea de veias, arteríolas e capilares,

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aumentando a circulação cefálica e distai. Regulariza a permeabilidade capilar, sendo eficaz nos casos de fragilidade venosa. Observou-se ainda, experimentalmente, que o extrato de GB inibe a hiperpermeabilidade dos capilares mediada pela bradicinina e pela histamina, o que poderia explicar sua ação antiinflamatória, e em determinados tipos de enxaqueca. Vários estudos mostram sua capacidade de aumentar a circulação cerebral e otimizar a neurotransmissão celular, aumentando a concentração, a memória e a performance cerebral como um todo, especialmente nos idosos. Verificou-se, ainda, que a GB modula os receptores centrais de acetilcolina, fato relacionado com a gênese da doença de Alzheimer.

O extrato de GB ativa o metabolismo energético das células, aumentando o consumo de glicose e oxigênio, bem como a síntese de ATP. Por seu alto conteúdo de quercetina e de substâncias catequínicas, possui propriedades anti-histamínicas marcantes, inibindo a degranulação de mastócitos e o PAF (fator ativador de plaquetas), além de diminuir a ação da histidina desidrogenase, fundamental à síntese de histamina.

As indicações terapêuticas do extrato de Ginkgo biloba são:

• como antioxidante;• na insuficiência cérebro vascular;• nas síndromes vestibulares, com vertigens;• nos zumbidos nos ouvidos e hipoacusia;• na insuficiência venosa e na fragilidade capilar;• na insuficiência arterial periférica, inclusive com claudicação

intermitente;• nas enxaquecas vasomotoras;• nos estados alérgicos, incluindo-se a asma brônquica.

Farmaceuticamente, devemos distinguir o extrato de Ginkgo biloba a 24%, padrão na indústria farmacêutica, dos preparados não padronizados ou dos simples macerados das folhas da árvore. Esses últimos podem apresentar menos de 2% do extrato propriamente dito, estando sua ação terapêutica seriamente comprometida em virtude das diminutas doses fornecidas de seus princípios ativos. Deve-se sempre alertar os pacientes quanto às apresentações surpreendentemente baratas ou contra aquelas que não trazem especificado seu grau de concentração.

As doses tradicionais para o extrato de Ginkgo biloba a 24% são de 40 mg, três vezes ao dia ou 80 mg, duas vezes ao dia. Doses maiores

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podem ser usadas em virtude da gravidade dos quadros e da ação terapêutica pretendida. Doses elevadas podem causar cefaléia por dilatação excessiva dos vasos cerebrais.

SILIMARINA

Denomina-se SILIMARINA uma mistura de bioflavonóides extraída da Silybum marianum, conhecida popularmente como cardomariano e em inglês como Milk thistle. Suas propriedades hepatoprotetoras são conhecidas há séculos, embora pesquisas mais recentes, desenvolvidas principalmente em laboratórios europeus, tenham demonstrado sua potente ação antioxidante.

Estudos desenvolvidos na Alemanha apontam sua ação terapêutica no tratamento de hepatites crônicas e cirrose hepática. Demonstrou- sua capacidade de modular a permeabilidade das células do fígado, bem como melhorar a capacidade excretora do órgão. Atualmente, se reconhecem as propriedades antioxidantes da silimarina e a habilidade em aumentar as concentrações do glutation hepático. Exerce ação hepatoprotetora e lipotrópica marcante capaz de proporcionar a neutralização de várias toxinas exógenas (álcool, tetracloreto de carbono, etc.). Além disso, a silimarina protege a membrana celular das hemácias, evitando a hemólise provocada por diversos tóxicos.

As doses de silimarina variam de 150 a 500 mg ao dia, dependendo da gravidade do caso e do curso da enfermidade.

PYCNOGENOL ®

PYCNOGENOL® é a marca registrada referente ao extrato da casca do pinheiro marítimo francês (Pinus maritimus), com poderosa ação

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antioxidante. Contém 80 a 85% de pró-antocianidinas, tipo de flavonóide encontrado também nas sementes de uvas com propriedades antioxidantes marcantes em meio aquoso e ação sobre o sistema circulatório e o tecido conjuntivo.

A capacidade antioxidante do Pycnogenol® é calculada por alguns autores como sendo até cinquenta vezes mais potentes que a vitamina E. Por essa propriedade farmacológica, tem indicação em dezenas de doenças e distúrbios metabólicos em cuja gênese apareça o estresse oxidativo. Além disso, demonstrou-se que esse agente terapêutico traz benefícios para distúrbios circulatórios, tal como outros flavonóides. Varizes, fragilidade capilar, traumatismos, edema de membros inferiores, flebites e claudicações podem sofrer boa influência pelo uso do Pycnogenol®. Como todo bom antioxidante, auxilia na prevenção de doenças cardiovasculares, no tratamento do diabetes, das imunodeficiências e das doenças inflamatórias e degenerativas do tecido conjuntivo. Alguns trabalhos científicos demonstraram sua afinidade pelo colágeno e pela elastina da pele, o que justificaria os bons resultados nos tratamentos cosméticos para recuperar a elasticidade cutânea.

As doses variam entre 20 e 100 mg ao dia, geralmente divididas em duas tomadas.

EXTRATO DE SEMENTES DE UVAS

Rico em pró-antocianidinas, bioflavonóides com potente ação antioxidante, o extrato de sementes de uvas tem sido indicado em casos de insuficiência venosa, varizes e crises de hemorróidas, além de todas as indicações já descritas para o Pycnogenol®. Pesquisas recentes revelam eu o extrato de sementes de uvas pode inibir decisivamente a absorção de gorduras, o que indicaria esse produto para o tratamento das hiperlipidemias e da obesidade. As doses variam de 50 a 300 mg por dia, sendo comuns prescrições de 300 mg ao dia.

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OCTACOSANOL

O dimetilsulfóxido (DMSO) é uma substância de síntese descoberta na Rússia em 1866 e utilizada desde então como solvente industrial. As indicações terapêuticas baseiam-se em sua potente ação antiinflamatória, decorrente de modulação o no metabolismo das prostaglandinas. Enquanto inibe a síntese da prostaglandina E2, pró-inflamatória, incrementa a PGE1, antiinflamatória.

Entre suas características farmacológicas destaca-se a capacidade de penetrar, através da epiderme, até os tecidos mais profundos. Tal propriedade facilita a penetração de outras substâncias que possam ser dissolvidas pelo DMSO quando aplicadas concomitantemente. De efeito anticoagulante, diminui a adesividade e a agregação plaquetária. Provoca vasodilatação, provavelmente por sua interferência no metabolismo das prostaglandinas. Tem ação antioxidante, neutralizando o excesso de radicais livres no processo inflamatório. Com ação germicida, permanece estéril em seu estado natural.

Pela fácil penetração através da pele, tem emprego mais comum em uso tópico, embora a via oral e até a venosa também possa ser utilizada. Vários autores preconizam o uso de DMSO em infiltrações intra-articulares nos casos de inflamações severas.

A utilização de DMSO encontra indicação nos casos de artrite reumatóide, nas artrites e processos inflamatórios das articulações com outras etiologias, nos traumatismos, nas dores tendino-musculares, na prevenção de doenças cardiocirculatórias por trombo embolismo e como antioxidante.

As doses variam em virtude da experiência de cada autor. Para uso tópico pode-se utilizar gel a 50%. No uso oral pode-se preparar uma solução a 10% e tomar 10 a 20 gotas duas ou três vezes ao dia. Quando se fizerem preparações para o uso tópico, deve-se evitar o emprego de componentes tóxicos, já que o DMSO carreia facilmente diversas substâncias através da epiderme para tecidos profundos. A aplicação exala um odor característico semelhante a milho cozido ou alho, e provoca sensação de frescor na área.

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Nas aplicações endovenosas, bastante restritas em nosso meio, utilizam-se de doses entre 500 e 1.000 mg por quilo de peso, instilados lentamente com soro fisiológico, diariamente, durante os cinco dias úteis da semana, com descanso no fim de semana. As infiltrações são feitas com soluções de DMSO e soro fisiológico a 50% e, dependendo da articulação a ser tratada, em volumes de 1 a 10 ml.

NADH

NADH é a forma reduzida do NAD (nicotinamida adenina dinucleotídio), derivado do ácido nicotínico, vitamina B3, presente em todas as células e intimamente relacionado com a produção de energia. O NADH é uma coenzima atuante no ciclo de Krebs (co-fator em 3 desidrogenases) e no transporte de elétrons na cadeia respiratória. Células com metabolismo mais exuberante apresentam níveis elevados de NADH. Assim, as células do músculo cardíaco e os neurônios encerram altas concentrações da enzima. Sua principal característica química consiste na facilidade de ganhar e perder elétrons, o que lhe assegura privilegiada posição entre os mais poderosos antioxidantes do organismo.

Em virtude dessa extraordinária capacidade antioxidante, o uso clínico de NADH tem sido citado como benéfico na doença do Parkinson, como hepatoprotetor nos alcoólatras, na diminuição do colesterol sangüíneo, na proteção contra danos mitocondriais induzidos pelo AZT (pacientes em tratamento para AIDS) e na inibição da formação de quinonas cancerígenas. Pode aumentar a força muscular, a memória de curto e longo prazo, e auxiliar no tratamento da fadiga crônica. Pesquisas recentes demonstraram que o NADH otimiza o sistema de reparos do DNA contra mutações do material genético da célula, e aumenta a capacidade fagocitária e germicida dos neutrófilos.

Sem dúvida, a indicação mais freqüente para o uso do NADH é a doença de Parkinson. Quando adicionado a culturas de neurônios, o NADH estimulou a atividade da tirosina hidroxilase e aumentou a produção de dopamina. Estudos realizados na França descobriram sua

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capacidade de aumentar em mais de 49% a síntese de dopamina e norepinefrina em certas áreas do cérebro. Estudos duplo-cegos mostram o aumento de L-dopa e dopamina nos pacientes parkinsonianos submetidos à terapia por NADH. Houve melhora na força muscular, na movimentação e na coordenação, bem como no humor e nas funções cognitivas.

Quando ingerido, a maior parte do NADH é perdida pela ação de enzimas digestivas no estômago e intestino delgado. A via sublingual é preferida em doses que variam de 2,5 a 10 mg diários. A dose mais comum é a de 5 mg sublinguais, divididos em 2 ingestões, longe das refeições, para evitarem-se interferências na absorção sublingual.

CONDROITINA SULFATO

O SULFATO DE CONDROITTNA, o ÁCIDO HIALURÔNICO e o SULFATO DE GLUCOSAMINA são mucopolissacarídios presentes em altas concentrações nas articulações e no líquido sinovial, imprescindíveis para a formação e reparação das cartilagens articulares. Além da manutenção estrutural das juntas, estabilizam a fluidez e a viscosidade do líquido sinovial, fundamentais à perfeita função articular.

Comercialmente, extrai-se o sulfato de condroitina de moluscos, e suas indicações terapêuticas recaem sobre os processos inflamatórios, traumáticos e degenerativos das articulações. Ademais, parece ter atuação benéfica sobre a elasticidade das artérias, provavelmente por sua afinidade com o colágeno.

Geralmente, utilizam-se doses diárias de 1.000 mg, divididas em duas ingestões, que podem atingir até 3 gramas ou mais por dia. Vários autores preconizam sua utilização em injeções intrarticulares com o objetivo de diminuir o processo inflamatório e degenerativo da cápsula e das cartilagens articulares.

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SUPERÓXIDO PISMUTASE (SOD)

A enzima superóxido dismutase (SOD) constitui a primeira enzima antioxidante fisiologicamente utilizada pelo organismo para neutralizar a cadeia de formação de radicais livres. Ligada ao zinco, ao cobre ou ao manganês, promove a transformação fisiológica do radical superóxido em peróxido de hidrogênio.

A utilização clínica dessa enzima tem mostrado resultados mais ou menos decepcionantes. Por via oral, parece não contribuir para incrementar os níveis sangüíneos, provavelmente por sofrer processos de digestão antes de ser absorvida. Quando injetada ou absorvida por via sublingual, tem efeitos transitórios, uma vez que sua meia vida no corpo é de poucos minutos.

Mais recentemente, vem-se testando uma forma de superóxido dismutase denominada SOD-PEG, cuja estrutura molecular permite meia-vida de algumas horas, prolongando seus efeitos terapêutico. Porém, apesar dessas características bastante convenientes, sua utilização experimental ainda não confirmou sucessos clínicos apreciáveis.

CREATINA

A CREATINA vem despertando grande interesse da comunidade científica uma vez que seus resultados positivos na preparação de atletas são bastante evidentes. Sua presença no tecido muscular, especialmente em sua forma fosforilada, a CREATINA-FOSFATO, representa uma das principais formas de reserva de energia para os músculos.

A biossíntese da creatina deriva da ARGININA, da GLICINA e da

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METIONINA. A arginina é transformada nos rins, com o auxílio da glicina, em guanidinoacetato. Este último, por sua vez, é metilado no tecido hepático pela ação da metionina, transformando-se em creatina. Na presença de ATP, a molécula de creatina é fosforilada, dando origem a ADP e creatina-fosfato, sua forma armazenadora de energia no tecido muscular. A creatina-fosfato, por desidratação não enzimática e irreversível, perde o fosfato para dar origem à CREATININA, seu metabólito final.

Arginina Guanidino Acetato

Glicina Ornitina ATP

Metionina ADP

H2O+Pi

Creatinina Creatina-fosfato

O ATP, necessário como constante fonte de energia para contração muscular, é regenerado por quatro vias distintas: pela glicólise, pela fosforilação oxidativa (cadeia respiratória), pela ação da adenilato-quinase (combina duas moléculas de ADP) e a partir da creatina-fosfato. As quantidades de ATP armazenadas no músculo esquelético são suficientes para prover energia por um ou dois segundos, sendo, portanto, necessária uma constante renovação proveniente de uma dessas fontes, dependendo das condições metabólicas (aeróbicas ou anaeróbicas). A creatina-fosfato

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constitui-se na maior reserva de energia dos músculos, prevenindo a depleção rápida do ATP, pela oferta imediata de fosfatos de alta energia para sua regeneração a partir do ADP.

Quando o músculo se encontra em repouso, a creatina-fosfato é formada pela ação de uma enzima específica do tecido muscular, a creatina-fosfoquinase (CPK), cuja função é anexar um fosfato de alta energia proveniente do ATP à molécula da creatina formando, assim, uma reserva daquele tipo de fosfato para posterior mobilização. A dosagem dessa mesma enzima é utilizada clinicamente no diagnóstico do infarto agudo do miocárdio.

A suplementação de CREATINA aumenta a concentração de creatina-fosfato nos músculos, melhorando a capacidade de explosão muscular nos exercícios de alta intensidade por períodos curtos. Aumenta de forma significativa a força muscular e sua capacidade de carga. Por levar a um maior acúmulo de água no tecido muscular, aumenta rapidamente o volume e o peso dos músculos.

A utilização de suplementos de creatina nos corredores, nos ciclistas e em outros atletas dependentes de exercícios aeróbicos é bastante incerta; entretanto, sua eficácia em auxiliar o crescimento muscular nas sessões de musculação pode ser proveitosa para melhorar os resultados finais do treinamento.

As doses dependem da carga e do tipo de exercícios a serem aplicados. Como a musculação é o principal alvo da suplementação de creatina, pode-se usar uma dose inicial de 10 a 20 gramas por dia, durante dez dias, seguida de uma dose de manutenção variável entre 5 e 10 gramas diárias. A prescrição deve ser dividida ao longo do dia para evitar desconforto digestivo, preferencialmente longe de alimentos ricos em proteínas e gorduras. Ingeridas pela manhã, em jejum, e logo após os exercícios, são freqüentemente recomendadas. Uma vez que a captação da creatinina pelos músculos depende de insulina, alguns autores preconizam sua ingestão com bebidas açucaradas, cromo e vanádio.

LACTOBACILLUS

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As bactérias saprófitas do intestino desempenham, no organismo, funções fundamentais, cujos benefícios compreendem o bom desenvolvimento da digestão, a produção de diversas vitaminas do complexo B e da vitamina K, a restrição da produção de radicais livres nas fezes, o auxílio na digestão de certos alimentos, o controle competitivo de bactérias e fungos patogênicos e vários outros auxílios à manutenção da boa saúde. Quando existe uma disfunção na proporção entre bactérias saprófitas e patológicas, sobrevém um estado chamado de disbiose. Em contraposição, os elementos capazes de devolver terapeuticamente o equilíbrio do organismo em disbiose são denominados probióticos, o contrário de antibióticos.

Os probióticos mais freqüentemente utilizados na clínica são os Lactobacillus, tanto os da espécie Lactobacillus acidophilus quanto os lactobacillus bifidus, encontrados em grande quantidade no iogurte. Além desses, têm-se prescrito com bastante sucesso a espécie Saccharomyces boulardii e outras espécies desse mesmo gênero de levedura. Com ação terapêutica semelhante à dos Lactobacillus mas, possivelmente, com maior resistência aos antibióticos, esses levedos, provenientes de frutas, impedem a proliferação de gérmens potencialmente patológicos, estimulando a flora intestinal fisiológica.

Utilizam-se tais agentes terapêuticos em casos de diarréias agudas e crônicas, na antibioticoterapia, para prevenir desequilíbrios profundos da flora intestinal, nas imunodeficiências, inclusive na AIDS, nas infestações por Candida albicans, intestinais e vaginais, nas deficiências enzimáticas do aparelho digestivo e em qualquer outra situação em que o equilíbrio da flora intestinal possa ser importante. Atualmente, várias pesquisas têm testado seus efeitos benéficos nas alergias, na saúde da pele, na hipercolesterolemia, no herpes simples e na prevenção do câncer do cólon.

As doses variam de 100 milhões a 2 bilhões de células por dia, tanto para os Lactobacillus como para os Caccharomyces. Nos casos de candidíase vaginal, prescrevem-se banhos da genitália externa com soluções ricas em Lactobacilus. Exceto quando apresentado sob a forma liofilizada, o produto deve ser mantido sob refrigeração.

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FIBRAS ALIMENTARES

Definem-se fibras alimentares como a fração polissacarídica não digerível dos vegetais, incapaz de fornecer energia ao organismo por não sofrer hidrólise das enzimas digestivas como os outros alimentos. Esse material vegetal não digerido inclui componentes da parede celular das plantas (celulose, hemicelulose e pectina), bem como substâncias do cimento intracelular e elementos vegetais secretados em resposta a injúrias (gomas, mucilagens e polissacarídios de algas).

A maior parte das substâncias classificadas como fibras são carboidratos, tais como os monossacarídios (glicose, frutos galactose) e os dissacarídios (sacarose, lactose, maltose), mais especificamente polissacarídios diferentes do amido. Além disso, considera-se como fibra a lignina, substância lenhosa que ocorre nos caules, sementes e casca de cereais, e que constitui um polímero de fenilpropil álcoois e ácidos.

CLASSIFICAÇAO DOS POLISSACARÍDIOS

TIPO POLISSACARÍDIO PRINCIPAIS FONTESALIMENTARES

INDIGERÍVEL CELULOSE eHEMICELULOSES

PECTINAS

Talos e folhas de vegetais; envoltórios de sementes

Frutas

PARCIALMENTEDIGERÍVEIS

GOMAS e MUCILAGENS

SUBST. DE ALGAS

INULINA

GALACTOGENSMANOSANSRAFINOSESESTAQUIOSESPENTOSANS

Secreções de plantas; sementesAlgas marinhas e de água doceAlcachofra, cebola, alho, cogumelosCaracóisLegumesBeterraba, feijões, lentilhasFeijõesFrutas e gomas

DIGERÍVEIS AMIDO Grãos, tubérculos, legumes

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GLICOGÊNIO Carnes e peixes

As fibras podem ser classificadas de acordo com suas propriedades físicas e fisiológicas como solúveis e insolúveis. As fibras solúveis incluem a pectina, as gomas, as mucilagens e algumas hemiceluloses. Têm como característica a capacidade de influenciar os eventos alimentares por sua habilidade em absorver água e formar gel. Têm importante papel como substrato para fermentação por bactérias intestinais. As fibras insolúveis, representadas pela celulose e algumas hemiceluloses, incluem ainda as ligninas e servem de estrutura para os vegetais. Não formam gel no tubo digestivo, porém dão consistência ao bolo fecal.

CLASSIFICAÇÃO DAS FIBRAS ALIMENTARESTIPO FIBRA FONTES ALIMENTARES

INSOLÚVEIS

SOLÚVEIS

CELULOSE Farinha de trigo integral, verduras e farelosHEMICELULOSE Farelos e grãos integraisLIGNINA Vegetais maduros, trigo, frutas com sementes comestíveisGOMAS Aveia, goma guar, legumes e cevadaPECTINA Maçã, morango e frutas cítricas

Fisiologicamente, as fibras alimentares desempenham papel importante no processo digestivo. Podem-se resumir seus efeitos sobre o organismo pelos seguintes tópicos:

• estimulam a mastigação, a salivação e a secreção de suco gástrico;• enchem o estômago e provocam sensação de saciedade;

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• aumentam o volume do bolo fecal, diminuindo a pressão intraluminal no cólon;

• normalizam a velocidade do trânsito intestinal;• tornam-se substrato para a fermentação bacteriana no intestino

grosso;• as fibras solúveis formam gel e retardam o esvaziamento gástrico, a

digestão e a absorção de nutrientes;• as fibras solúveis baixam os níveis de colesterol no sangue.

Dessa forma podem-se utilizar as fibras alimentares terapeuticamente em uma variedade de distúrbios gastrintestinais (diarréia, constipação, diverticulite, prevenção do câncer do cólon, etc.), na prevenção de doenças cardiovasculares (baixa os níveis de colesterol) e em algumas doenças metabólicas (obesidade e diabetes, por retardarem a absorção de glicose e a hidrólise do amido). Além disso, podem bloquear a absorção e estimular a eliminação de metais pesados tóxicos.

Devem-se observar com atenção os efeitos das fibras sobre o zinco, uma vez que sua absorção pode ser prejudicada pela ingestão excessiva de fibras, provocando déficit desse mineral essencial. Em tal hipótese, devem-se fazer suplementações de zinco longe das feições ricas em fibras.

A goma guar possui efeito laxativo, anorexígeno, hipocolesterolemiante, hipoglicêmico e hipoinsulinêmico.

O Psyllium (Plantago) tem efeitos semelhantes e pode ser usado em doses de 500 mg a 3 g por dia.

A pectina, proveniente da parede celular de vários vegetais, é extraída da maçã, da pele branca de laranjas ou da casca de cebolas. Forma gel e baixa o colesterol. As doses variam de 200 mg a 3 g por dia.

Os polissacarídios de algas, tais como o alginato de sódio, bloqueiam a absorção de metais e são freqüentemente usados nas intoxicações por alumínio, chumbo e mercúrio. As doses variam de 500 mg a 3 g por dia.

O agar-agar tem efeito laxativo e pode ser prescrito em doses de 100 a 1.000 mg por dia.

O glucomanan, muito utilizado no tratamento da obesidade por provocar sensação de plenitude gástrica e saciedade, tem efeito laxativo e pode ser administrado em doses de 1 a 3 gramas por dia.

A carboximetil celulose tem efeitos semelhantes por ser capaz de formar grandes volumes de gel quando se associa à água no tubo digestivo.

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As doses variam de 200 mg a 2 gramas por dia.As ligninas têm efeito anticâncer, antibacteriano e hipolipêmico,

embora não sejam utilizadas como agentes terapêuticos isolados da alimentação.

INOSINA

Trata-se de uma substância classificada como um nucleosídio do metabolismo das purinas que fisiologicamente entra na síntese dos ácidos nucléicos, do ATP, do NAD, etc. Quimicamente, sua molécula está constituída pela ligação entre a hipoxantina e a ribose. Sua forma metabolicamente ativa é a inosina monofosfato (IMP), formadora direta de adenosina monofosfato (AMP) e guanosina monofosfato (GMP). O primeiro, precursor do ATP (adenosina trifosfato) e o segundo, do GTP (guanosina trifosfato).

A ação terapêutica da inosina reside na característica de aumentar a contractilidade do músculo cardíaco, aumentando o fluxo de sangue e oxigênio para todo o organismo. Além disso, ao nível das hemácias, a inosina aumenta a afinidade entre o oxigênio e a hemoglobina, otimizando o transporte daquele gás essencial até o tecido muscular.

Na verdade, a inosina vem sendo utilizada na preparação de atletas, onde age auxiliando no aumento da força muscular e a performance na musculação. No Japão, várias pesquisas mostraram sua capacidade de melhorar as funções cardíacas em miocardites, em miocardioescleroses, no infarto do miocárdio e em algumas arritmias.

Sua ação terapêutica é curta e dura cerca de duas horas. Por isso deve ser tomada em doses de 500 a 2.000 mg antes dos exercícios ou das competições. Devem-se monitorar os níveis de ácido úrico no sangue, uma vez que a metabolização da inosina dá origem àquela substância, podendo provocar quadros agudos de gota.

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CHITOSAN

Trata-se de um polissacarídio, semelhante à celulose e outras fibras alimentares, extraído do exoesqueleto de crustáceos. Na verdade, esse polímero polissacarídio é um produto sintetizado a partir da quitina da casca de siris, caranguejos e camarões. Fibra de origem animal tem uma alta afinidade por matérias lipídicas que, uma vez ligadas à sua estrutura, não podem ser atacadas pelas lipases digestivas, são eliminadas in natura nas fezes. Pesquisas mais recentes mostraram que o Chitosan pode ligar-se a quantidades de gorduras 5 vezes maiores que seu próprio peso, impedindo sua absorção.

Vem sendo utilizado em casos de obesidade ou nas hiperlipemias. Baixa o colesterol total e o LDL-colesterol, além de aumentar a fração HDL. Pode constituir-se, em futuro breve, numa excelente arma para prevenir a aterosclerose e as doenças cardiocirculatórias. Atualmente, seu custo permanece elevado, mas levando se em conta que a matéria-prima para sua síntese é um refugo da indústria pesqueira e que a quitina é o polissacarídio mais abundante da natureza depois da celulose, pode-se imaginar que os preços devam cair bastante.

Prescrevem-se doses de cerca de 500 mg, alguns minutos antes das refeições, que contenham gorduras. Pode provocar diarréia pela eliminação aumentada de lipídios nas fezes. Diminui a absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), cuja administração deve ser feita longe das tomadas do Chitosan.

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7. INTOXICAÇÃO POR METAIS PESADOS

OS POLUENTES

Um dos temas abordados com muita seriedade pela Medicina

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Ortomolecular diz respeito às intoxicações do organismo pelos diversos poluentes alimentares e ambientais. Dentre elas, uma das mais deletérias é a intoxicação por metais pesados, como veremos adiante.

A poluição do ar, da água e dos alimentos tem-se mostrado uma das maiores ameaças à saúde do ser humano. Os tipos mais comuns são por metais pesados, produtos químicos industriais, drogas, álcool, solventes, pesticidas, herbicidas e aditivos alimentares.

NOS ALIMENTOS, dos quase 12.000 produtos químicos que podem contaminá-los, cerca de 3.000 são aditivos alimentares, introduzidos intencionalmente em nossa alimentação pela indústria, com várias finalidades:

conservar os alimentos, aumentando sua longevidade;facilitar o preparo;aumentar o valor nutritivo dos alimentos (quase sempre de forma

enganosa por conter quantidades diminutas dos nutrientes anunciados);dar ou melhorar o sabor dos alimentos;aprimorar o aspecto do produto quanto à coloração, consistência, odor,

etc.

Dentre os aditivos alimentares mais nocivos, podemos citar:

os corantes artificiais (todos são potencialmente tóxicos); os nitritos e nitratos (usados largamente para manter a coloração

vermelha nas carnes) podem interagir com aminas das secreções digestivas formando nitrosaminas, poderosos produtos carcinogênicos;

BHT (butylated hydroxytoluene), usado pela indústria com antioxidante na conservação de alimentos, tem ação hepato nefrotóxica;

sulfitos (especialmente o bissulfito de sódio), usados como preservativos alimentares, impedindo o crescimento de bactérias, freqüentemente provocam reações alérgicas de vários tipos e graus;

dióxido de enxofre, usado para manter a cor e preservar frutas, especialmente encontrado em uvas, passas e vinhos, tem propriedades pró-oxidantes e destrói a vitamina A e a tiamina;

bromatos, largamente utilizados em pães, refrigerantes e sorvetes com sabor de frutas. Em doses baixas podem provocar reações

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alérgicas, sintomas de envenenamento, nefrotoxicidade, etc. Em doses altas podem levar à morte;

ciclamato de sódio, adoçante retirado do mercado norte-americano, em 1969, por sua ação carcinogênica.

Além desses, podemos citar como relativamente nocivos o glutamato monossódico, o aspartame, os sabores artificiais, o açucar, os óleos vegetais hidrogenados, o sal, a cafeína, o propilenoglicol, o xilitol, os sais de alumínio e os fosfatos.

NA ATMOSFERA, podemos relacionar como mais importantes; monóxido de carbono, ozônio, dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre, ácido sulfídrico, amônia, butano, propano, metano, etano, fumaça da queima de matéria orgânica (cigarros, etc.), formalidéído, etileno, acetileno, chumbo-tetraltila, berílio, cádmio, cloreto de metila, cloreto de vinila, fluorometanos, benzopirenos, cis-2-butano, trans-2-butano, etc.

A terceira fonte de poluição, e talvez a mais importante delas, é encontrada NA ÁGUA que bebemos. Dentre as centenas de possíveis poluentes que atingem a água, provenientes da atividade agrícola, da indústria, da mineração e de outras contaminações, podemos considerar como mais nocivos e freqüentes os seguintes: chumbo, mercúrio, alumínio, DDT, fenóis policlorados, hidrocarbonetos aromáticos, clorofórmio, cloreto de vinila, tricloretileno, etileno-dibromato, pesticidas organofosforados, gasolina, xileno, tolueno, benzeno, dibromo-cloropropano e diversos herbicidas, além das nitrosaminas, do cádmio e do arsênico.

OS METAIS PESADOS

Nessa classe de poluentes, temos como agentes mais freqüentes e nocivos o chumbo, o mercúrio, o cádmio, o arsênico e o alumínio. Sua introdução no organismo dá-se por diversas vias, e os quadros de intoxicação podem ser agudos ou crônicos. A toxicologia clínica se

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encarrega dos casos mais agudos, enquanto a Medicina Ortomolecular trata dos casos mais crônicos ou até mesmo dos quadros sublínicos.

A intoxicação crônica por metais pesados, trazida a nós pela revolução industrial, vem-se tornando cada vez mais difundida por todos os segmentos da raça humana. A mineração de tais substâncias e seu crescente uso pela sociedade coloca-nos em contínuo contato com esse tipo de tóxico, que polui a atmosfera, a água, o solo, os alimentos e, principalmente, o ambiente de trabalho. Como citado anteriormente, as contaminações mais freqüentes são por chumbo, mercúrio, cádmio, arsênico e alumínio, embora, mais recentemente, devam-se considerar o berílio, o bismuto, o bário e o bromo com muita seriedade. Além disso, podemos incluir com segurança na lista de metais tóxicos o ferro e o níquel, apesar de não serem agentes poluidores típicos e possuírem funções fisiológicas reconhecidas.

Sendo os metais pesados muito estáveis, sua contaminação tem caráter cumulativo, e sua eliminação é lenta. A maneira básica pela qual eles nos causam as intoxicações consiste no deslocamento (que esses minerais provocam no metabolismo de outros que tenham funções fisiológicas importantes. Por exemplo: o cádmio pode deslocar o zinco e o chumbo; da mesma forma, pode substituir o cálcio. Quando isso ocorre, há uma incorporação desses metais nocivos aos ossos e a outros tecidos. O fato, além de dificultar sua eliminação, provoca um desarranjo das funções vitais desempenhadas pelos minerais que foram deslocados. A seguir, veremos com mais detalhes as características próprias das contaminações pelos metais pesados mais importantes.

Uma vez que as situações mais comumente encontradas com relação aos metais pesados são a contaminação e a intoxicação crônica, subclínica, tornam se mister o diagnóstico e a avaliação da gravidade do quadro para que a conduta terapêutica seja escolhida. Nesse sentido, veremos mais adiante em detalhe o potencial diagnóstico do mineralograma dos cabelos, valorosa arma para avaliar tal tipo de intoxicação.

Embora os quadros subclínicos sejam mais freqüentes, deparamo-nos com casos graves e agudos, em que uma intervenção mais agressiva se impõe. Via de regra, os quadros mais exuberantes de intoxicação por metais pesados devem ser tratados utilizando-se agentes quelantes administrados por via oral ou venosa, sendo o mais conhecido o EDTA (ácido etilenodiamino tetra-acétíco).

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OS METAIS PESADOS

Trata-se de moléculas com dois ou mais grupos eletronegativos, que podem formar complexos estáveis com átomos de metais catiônticos multivalentes. Tais complexos podem ser excretados, reduzindo os efeitos tóxicos dos metais contaminantes.

Os agentes quelantes mais úteis na clínica são o EDTA, o dimercaprol, a penicilamina, a deferroxamina e o ácido dimercaptosuccínico (DMSA), que serão rapidamente descritos a seguir:

1. Dimercaprol

Pode ser útil nas intoxicações por arsênico, chumbo, mercúrio e câdmio. Liga-se ao íon metálico prevenindo sua ligação a proteínas tissulares e permitindo a excreção rápida. Trata-se de uma substância oleosa administrada por via parenteral, com efeitos colaterais freqüentes, provavelmente por ser lipofilica e, por isso, introduzir-se facilmente no meio intracelular. Os efeitos adversos incluem hipertensão arterial, taquicardia, cefaléia, náuseas, vômitos e parestesia.

2. Penicilamina e N-Acetil-Penicilamina

Derivadas da penicilina, hidrossolúveis, são bem absorvidas quando usadas por via oral. Seu principal uso se dá no tratamento da intoxicação pelo cobre e na doença de Wilson. Podem auxiliar nas contaminações por ouro, arsênico e chumbo, além de terem indicação na artrite reumatóide. Possuem toxicidade relativamente elevada, chegando a levar à anemia aplástica ou hemolítica e a um quadro semelhante ao lúpus eritematoso.

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3. EDTA - Ácido Etilenodiamino Tetra-Acético

Constitui-se o agente quelante mais utilizado na Medicina Ortomolecular para os casos mais graves de intoxicações por metais pesados. Por sua grande afinidade com o cálcio, a administração faz-se sob a forma de sais de cálcio e sódio para evitar-se a hipocalcemia. Sua principal indicação é no tratamento de intoxicações por chumbo e cádmio, e a administração deve ser feita por infusão venosa lenta, uma vez que pode ter efeitòs colaterais graves, especialmente aqueles relacionados com sua elevada nefrotoxicidade. Durante a infusão, deve se fazer reposição de cálcio, zinco, magnésio e outros metais cuja eliminação também seja promovida pelo EDTA.

4. Deferroxamina

Usada por via parenteral, tem elevada afinidade pelo ferro, o que lhe confere indicação nos casos de intoxicação aguda por esse metal. A administração deve ser lenta para evitar-se liberação d histamina e choque. Tem ação neurotóxica e efeitos nocivos sobre os rins e o fígado.

5. DMSA - Ácido Dimercaptosuccínico

Trata-se de um congênere do dimercaprol para uso oral. Esse novo agente quelante foi aprovado pelas autoridades norte-americanas para uso em intoxicações por chumbo, mas parece ser muito eficiente nos casos por mercúrio e arsênico. O DMSA não deve ser utilizado com outro agente quelante, e pode provocar alterações gastrintestinais, rash cutâneo, elevação das transaminases e efeitos sobre sistema nervoso central.

ALUMÍNIO

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Embora não constando propriamente como um metal pesado, o alumínio (Al) vem sendo considerado um metal tóxico a partir de pesquisas que demonstraram sua importância na etiologia da doença de Alzheimer e de outras síndromes neurológicas e senis, além da conhecida osteomalácia induzida pelo alumínio.

A quantidade aceitável de Al no corpo varia de 50 a 150 mg, encontrada principalmente nos pulmões, cérebro, rins, fígado e tireóide. A ingestão desse metal varia de 10 a 110 mg por dia, sendo a maior parte eliminada pelas fezes e pela urina. No caso de insuficiência renal, o Al será acumulado principalmente nos ossos, provocando uma osteodistrofia renal caracterizada por osteomalácia.

1. Fontes de contaminação

As principais fontes são a alimentação e, em menor grau, a água potável, cujo processo de purificação envolve a utilização de sulfato de alumínio (alúmen) como precipitador de impurezas na decantação.

Sais de alumínio são usados na indústria alimentar em queijos (fosfato de Al como emulsificante), na farinha de trigo e até no sal (silicato de alumínio como dessecante).

Embora considerados seguros, o uso de embalagens de alumínio e o cozimento de alimentos em panelas desse material, especialmente com água fluoretada, aumentam levemente o conteúdo de Al na comida. Entretanto, tais utensílios são freqüentemente escarificados por instrumentos pontiagudos (garfo, faca e colher) durante seu uso, promovendo a incorporação de pequenas partículas metálicas à alimentação, o que pode promover contaminações bastante apreciáveis.

Na prática, pode-se observar que, após o uso continuado de panelas de alumínio, a face interna de tais panelas apresenta a superfície com elevado grau de corrosão, algumas vezes mostrando verdadeiros buracos. Acredita-se que a maior parte desse material suprimido da superfície interna das panelas seja incorporada ao organismo após misturar-se aos alimentos, acarretando intoxicações crônicas importantes.

Outros meios de contaminação usuais são o uso de desodorantes com sais de Al e de antiácidos (hidróxido de Al), além das pastas de dentes com

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embalagens de alumínio, da aspirina, dos filtros de cigarros, etc.

2. Mecanismos de toxicidade

Acredita-se que o Al possa interferir em várias funções vitais pelo deslocamento do magnésio. Esse mecanismo, aliado à diminuição da absorção de fosfatos e flúor pelo intestino, parece estar envolvido na desmineralização óssea encontrada na osteomalácia induzida por alumínio.

Pode haver redução dos níveis de várias vitaminas, incorporação ao DNA (provocando crosslinking de proteínas) e inibição das transaminases hepáticas.

Na doença de Alzheimer, o Al encontra-se em níveis elevados no cérebro, reduzindo a velocidade de condução dos impulsos nervosos.

Por via oral, o Al se liga à pepsina, diminuindo o processo de digestão protéica, promove o ressecamento da mucosa intestinal, levando à constipação. Pelo uso tópico, em desodorantes, pode causar o bloqueio da drenagem linfática dos gânglios axilares.

3. Sintomas de intoxicação

Aguda: fadiga, constipação, anorexia, náuseas, dores abdominais, irritação gastrintestinal, problemas dermatológicos, etc.

Crônica: fasciculação muscular, dormências, paralisias, anemia, distúrbios do aprendizado, degeneração gordurosa do fígado e dos rins.

O Al pode reduzir a absorção de selênio e de fósforo no tubo digestivo, levando a um déficit desses minerais. A perda óssea pode resultar em osteomalácia e em fraturas.

Demonstrou-se que em áreas onde há maiores concentrações de Al na água a incidência da doença de Alzheimer é maior. Parece que o Al provoca maior permeabilidade da barreira hemato-encefálico a diversas toxinas, o que facilitaria a penetração contínua de substâncias lesivas ao tecido nervoso. Além disso, sua deposição no SNC, sob a forma de alumino-silicato, causa um aumento de radicais livres, naquelas estruturas, e um conseqüente estresse oxidativo.

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ALUMÍNIO EM AUTÓPSIA: mg / kg )peso seco)*

TECIDO CONTROLES (13) ENCEFALOPATIA (10)

MÚSCULO 1,22 ± 0,02 23,6 ± 18,6

OSSO CORTICAL 3,90 ± 1,70 46,8 ± 41,2

OSSO TRABECULAR 2,40 ± 1,20 98,5 ± 60,0

CÉREBRO (s. branca) 2,20 ± 0,70 25,0 ± 9,8

CÉREBRO (s. cinzenta) 2,0 ± 0,60 5,6 ± 1,9

* Reproduzido com permissão de Helion Póvoa Filho.

4. Quantidade tóxica

Níveis superiores a 15 ppm (partes por milhão) na análise mineral dos cabelos correspondem a intoxicações crônicas.

5. Susceptibilidade

Os trabalhadores em contato direto com o metal devem evitar as outras fontes de intoxicação: farinhas refinadas, queijos processados, sal refinado, antiácidos, panelas de alumínio, desodorantes com alumínio, etc.

No Brasil, a concentração média de alumínio no mineralograma dos cabelos é um pouco mais elevada que nos países do primeiro mundo. Enquanto nos Estados Unidos e na Alemanha 24% dos examinados mostram níveis acima do tolerável, no Brasil 29% encontram-se nessa faixa de risco.

6. Tratamento da intoxicação

O tratamento dos quadros mais graves é feito pela quelação venosa pelo EDTA. O uso de deferroxamina tem relativa eficácia. Também a suplementação de cálcio e de magnésio baixa os níveis de Al no mineralograma dos cabelos.

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O cálcio bloqueia a absorção, bem como o uso de fibras alimentares (pectina) e argilas (bentonita).

O magnésio e o selênio parecem competir absortivamente.

ALUMINEMIA NA DEMÊNCIA PRÉ-SENIL (mcg %)*METAL (mcg %) CONTROLE DEMÊNCIA

N° DE PACIENTES 20 16

IDADE 59 ± 10,9 59 ± 9,8

ALUMÍNIO 2,6 ± 1,40 6,6 ± 2,8

MANGANÊS 1,5 ± 0,50 1,3 ± 0,4

COBRE 118,3 ± 13,8 128, 6 ± 17,8

CHUMBO 14, 3 ± 3,9 14,2 ± 3,0

* Reproduzido com permissão de Helion Póvoa Filho

ARSÊNICO

Apesar de os compostos orgânicos de arsênico (As) terem baixa toxicidade, as moléculas inorgânicas, tais como o trióxido de arsênico usado na indústria, são as grandes responsáveis pelo acúmulo de As no corpo. Estudos recentes mostram que os homens modernos acumulam 20 vezes mais, arsênico que aqueles da antiguidade.

Normalmente, existem em média 10 a 20 mg de As no organismo, acumulados no fígado, rins, pulmões, cabelos, epitélio gastrintestinal superior, pele, epidídimo, tireóide, cristalino, esqueleto, unhas e dentes.

A absorção faz-se geralmente através das mucosas, pela pele, por via digestiva ou respiratória. Quando ingerido, menos de 5% do arsênico é absorvido. A eliminação é predominantemente fecal e urinária. Após a

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ingestão de frutos do mar contaminados, pode-se medir uma meia-vida biológica de aproximadamente 20 horas e a eliminação total em 38 dias.

As melhores formas de avaliação das intoxicações arsenicais são as análises dos cabelos e do sangue.

1. Fontes de contaminação

O As é muito encontrado nos óleos combustíveis e no carvão mineral; portanto, sua queima exala o mineral no ambiente. Apesar disso, as principais fontes poluidoras são os herbicidas e os pesticidas, o que o torna presente na maioria dos alimentos. Podem-se citar também certos preservativos de madeiras, cervejas, sal, algas, sabão, produtos veterinários e, especialmente, os frutos do mar.

No passado, usavam-se sais de arsênico como agentes terapêuticos para tratamento de sífilis, leucemia, psoríase, fadiga e tosse.

2. Mecanismos de toxicidade

Os compostos trivalentes são mais tóxicos que os pentavalente. Ademais, sabe-se que o As pode deslocar o fósforo em várias reações fisiológicas, além de reagir com os radicais sulfidrila das proteínas, provocando alterações estruturais de diversas enzimas com subseqüente disfunção dos processos biológicos envolvidos. Provavelmente esse mecanismo deve ser o responsável pelas alterações da respiração celular ao nível mitocondrial verificadas nas intoxicaçõ arsenicais.

3. Sintomas da intoxicação

As intoxicações arsenicais apresentam sintomas relacionados com alterações dos capilares, do trato gastrintestinal e do sistcin hematopoiético.

Os quadros agudos podem ter êxito letal com degeneração gordurosa do fígado, hemorragias intestinais, diarréia líquida e clara, vômitos, desidratação profunda, choque e necrose tubular renal. Pode-se detectar um aroma doce, semelhante ao do alho, no hálito e nas fezes do paciente.

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Os quadros crônicos incluem: queda de cabelos, dermatite, diarréia, fadiga, cefaléia, edema, ahorexia, estomatite, mialgia, depressão da medula óssea, anemia, leucopenia com eosinofilia moderada, neuropatia periférica do tipo sensitiva, lesões hepáticas e renais, disfunções tireoidianas, deficiência de iodo e ácido fólico, estrias brancas nas unhas, etc.

Encontra-se correlação estatística positiva entre os níveis de As nos tecidos e câncer de pele, pulmões e angiossarcoma hepático.

Existe ainda um terceiro quadro de intoxicação, distinto dos anteriores, que resulta da contaminação do organismo pelo gás arsina (AsH3), presente na indústria metalúrgica e de semicondutores, com quadro grave de hemólise aguda e insuficiência renal.

4. Quantidades tóxicas

Dependem da forma química do composto arsenical. As formas orgânicas são menos tóxicas, enquanto o trióxido de arsênico pode levar à morte após uma ingestão de menos de 30 mg.

Admitem-se, ao exame mineral dos cabelos, níveis de até 1,1 ppm.

5. Susceptibilidade

Os mais susceptíveis parecem ser os trabalhadores expostos a inseticidas, os mineiros (bauxita), os operários de fundições e os vinicultores, que apresentam os mais elevados níveis de arsênico no mineralograma, bem como alta incidência de câncer de pulmões.

Deve-se evitar contato com inseticidas, herbicidas, fumaça da queima de óleos combustíveis e de carvão e a ingesta de carnes contaminadas, especialmente os frutos do mar.

6. Tratamento da intoxicação

Os quadros agudos são tratados com eméticos, lavagens gástricas, carvão ativado, anti-histamínicos, penicilamina, dimercaprol e DMSA.

Os quadros crônicos são tratados pela quelação pelo EDTA e pelo uso da vitamina C. Pode-se também utilizar o dimercaprol e o DMSA.

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Como coadjuvantes ao tratamento empregam-se a cisteína, as libras alimentares (pectina), os adsorventes (bentonita e alginato) e a terapia antioxidante (vitamina E, selênio, etc.).

BÁRIO

Embora sua incidência seja praticamente universal nos organismos humanos, o bário (Ba) é um mineral sem utilidade conhecida, considerado moderadamente tóxico, e cujos quadros de intoxicação, agudos ou crônicos, são bastante raros. Sua utilização industrial é bastante diversificada, destacando-se as indústrias de vidros, cerâmicas, tintas, tecidos, plásticos, papéis, sabão, borracha e pesticidas. Quando empregado como contraste radiográfico, fica com maior contato direto com os seres humanos, embora tal prática não seja relacionada com nenhum processo de intoxicação aguda, provavelmente pela baixa toxicidade desse mineral.

No Brasil, níveis elevados no mineralograma dos cabelos são relativamente comuns, quando comparados aos apresentados nos exames realizados no Primeiro Mundo, sem que se conheçam motivos para o fato. Enquanto na Alemanha a média de concentração de Ba nos cabelos é de 2,6 ppm, no Brasil ela fica em tomo de 4 ppm, atingindo níveis acima do normal (até 4,4 ppm) em cerca de 24% dos examinados.

As ingestões de grandes quantidades podem resultar em náuseas, vômitos, diarréia e dores abdominais. Uma vez absorvido, o bário tem capacidade de deslocar o potássio, interferindo no metabolismo celular. Tal processo bioquímico pode causar alterações do tônus muscular, alterações cardíacas e sintomas neurológicos.

O tratamento para as intoxicações por bário é a administração de potássio. Alguns autores preconizam a utilização também de cálcio.

BERÍLIO

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O berílio (Be) é um metal leve cujas características flsico-químicas se coadunam com projetos industriais de alta tecnologia. Por esse motivo, o crescente emprego em diversos produtos manufaturados torna o Be um risco em potencial à saúde dos seres humanos, já que sua toxicidade parece ser relativamente alta.

No Brasil, os casos de intoxicação são raros, e níveis elevados nos cabelos detectados pelo mineralograma parecem ser exceções, ou até falso-positivos.

A utilização industrial do Be restringe-se à indústria aeronáutica e eletrônica, assim como à fabricação de bicicletas de alta performance, molinetes e utensílios domésticos.

Sua ação tóxica se faz por depleção do magnésio e alteração das funções de diversas enzimas. A inalação de vapores de Be pode causar processo irritativo das vias aéreas com tosse, dispnéia e quadro pulmonar crônico.

Pouco se sabe sobre o tratamento da intoxicação pelo berílio; entretanto, tendo em vista seu mecanismo de ação, tudo leva a crer que doses de magnésio e cálcio sejam de grande utilidade.

CÁDMIO

A poluição ambiental pelo cádmio (Cd) teve início a partir da mineração do zinco. Esse mineral, com estrutura semelhante à do zinco, aparece na natureza nas jazidas daquele outro. Na verdade, o Cd pode deslocar o zinco em vários processos enzimáticos orgânicos, bem como ter

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sua toxicidade aumentada nas deficiências de zinco. Por outro lado, bons níveis de Zn protegem os tecidos contra os efeitos nocivos do cádmio.

O refino de grãos provoca uma queda na relação Zn/Cd. Assim, nas dietas ricas em farinhas refinadas podem-se encontrar, mais comumente deficiências de zinco com relação Zn/Cd desfavorável, propiciando intoxicações pelo cádmio. Para se ter uma idéia, o refinamento de farinhas pode reduzir a relação Zn/Cd de 100/1 para 17/1.

Como o Cd não atravessa a placenta, o recém-nascido não apresenta traços dele. Em oposição, os idosos têm via de regra níveis mais altos que os jovens, sugerindo um caráter cumulativo desse metal no organismo.

Nosso corpo pode conter cerca de 40 mg de Cd e, provavelmente, consumimos em média 40 mcg do metal por dia. A absorção se dá por via digestiva ou respiratória, e o transporte plasmático, por meio de ligações com a albumina e a metalotioneína. A bioacumulação concentra-se nos músculos, rins e fígado. Por não atravessar a barreira hemato-encefálica, não há acúmulo cerebral. Além das perdas fecais, o Cd é excretado principalmente pela urina.

1. Fontes de contaminação

A principal fonte de poluição parece ser o cigarro. Calcula-se que o consumo de 1 cigarro produza de 1 a 2 mcg de Cd, e que 30% disso sejam absorvidos pelos pulmões.

Além do mais, é um dos principais poluentes atmosféricos da indústria siderúrgica. Sua presença nos canos galvanizados polui a água. Na comida, os focos mais importantes são as farinhas refinadas, as ostras, os rins bovinos, os peixes, o café e o chá. Deve-se também destacar seu uso em componentes eletrônicos e em baterias elétricas.

2. Mecanismos de toxicidade

Consideram-se dois mecanismos principais:

deslocando o zinco, com subseqüente disfunção de várias reações enzimáticas nas quais esse mineral atua como co-fator;

catalisando reações de oxidação produtoras de radicais livres (efeito

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pró-oxidante).

Em segundo lugar, deve-se levar em conta que o Cd afeta a absorção de cobre, podendo levar a uma deficiência desse mineral essencial.

3. Sintomas da intoxicação

Nos quadros agudos por inalação, é comum encontrar-se pneumonite, chegando ao edema pulmonar, à insuficiência respiratória e até morte. Por ingestão, a intoxicação aguda caracteriza-se por gastroenterite, que pode chegar ao choque.

Nos casos crônicos, altas concentrações de Cd no sangue correspondem á hipertensão arterial, lesões renais, litíase renal, proteinúria, cardiomegalia, aterosclerose, hepatopatias, coronariopatias, imunodepressão, hipospermia, artralgias, enfisema, anemia, hipertrofia prostática, câncer testicular e pulmonar, etc.

O Cd aumenta a excreção de cálcio e fósforo e interfere na hidroxilação da vitamina D ao nível renal. Esses efeitos, acrescidos do deslocamento do zinco, que interfere na síntese de colágeno, podem levar a quadros de osteoporose e osteomalácia.

4. Quantidades tóxicas

As doses tóxicas parecem estar em níveis superiores a 50 mcg / dia. Concentrações de mais de 0,75 ppm nos cabelos são consideradas elevadas e, da mesma forma, 0,015 ppm no sangue.

O cádmio plasmático em não-fumantes é, em média, inferior a 1 mcg / 1, enquanto em fumantes pode chegar a 7,6 mcg / 1.

5. Susceptibilidade

Trabalhadores da indústria siderúrgica, mineiros de zinco e os que trabalham com processos de galvanização são os mais expostos. Além disso, os fumantes apresentam elevados níveis de Cd nos cabelos. O abandono do uso de farinhas integrais propiciou um balanço desfavorável de Cd e Zn na alimentação.

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6. Tratamento da intoxicação

A terapêutica é feita com zinco, que atua como antagonista do Cd, e com selênio, que parece diminuir a absorção. O cálcio e a vitamina C aumentam a excreção de cádmio. Além disso, pensa-se que o cobre atue como antagonista do Cd, impedindo sua absorção.

A chamada quelação oral, feita com pectina, cisteína e alginato de sódio, parece apresentar efeitos satisfatórios nos quadros mais leves. Nos casos graves, usa-se a quelação venosa com EDTA.

A suplementação de zinco provou ser a melhor forma de prevenir-se contra a intoxicação pelo cádmio.

CHUMBO

É o metal pesado causador do maior número de intoxicações no ser humano, bem como o que mais abundantemente polui o meio ambiente. A utilização industrial do chumbo (Pb) é muito vasta, aparecendo freqüentemente em tintas, encanamentos, baterias, etc.

A contaminação faz-se por via respiratória, digestiva e através da pele. Neste último caso, deve-se saber que o leite, o jejum, as deficiências de cálcio, de vitamina D e de ferro aumentam a absorção. Por outro lado, dietas ricas em cálcio e em ferro têm efeitos contrários.

Nosso organismo contém em média 125 a 200 mg de chumbo que se encontram concentrados nos ossos, nos eritrócitos e, em menor grau, nas membranas plasmáticas e mitocôndrias da maioria das células. A análise de ossos antigos mostrou que o homem moderno acumula de 500 a 1.000 vezes mais Pb que seus ancestrais pré-históricos. O chumbo é uma neurotoxina que atravessa livremente a barreira hemato-encefálica e a placenta, atingindo todos os tecidos nobres do organismo. Sua meia-vida biológica é de 5 anos; no sangue, de 19 dias; em tecidos moles, de 21 dias e nos ossos, de 20 anos.

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Sua excreção é feita pelas fezes (o que não foi absorvido), pela urina, pelo suor, pelo leite, e pelas unhas e cabelos.

1. Fontes de contaminação

As principais são: gasolina (seu uso já está proibido), tintas de parede (seu emprego vem sendo restringido), alimentos (principalmente fígado e vegetais cultivados em áreas industriais), água (pela lavagem de canos e soldas), enlatados (nas soldas das latas), cosméticos (principalmente nas tintas de cabelos), recipientes de cerâmica, cigarros, baterias, leite, vinhos, inseticidas, encanamentos de casas antigas, tintas de brinquedos (especialmente aqueles vindos do oriente). uísque (os destilados em radiadores), solo, etc.

As principais formas químicas contaminantes são os sais e os óxidos de chumbo inorgânicos e o chumbo tetraetila.

A ingestão de água contaminada pelo chumbo por crianças está estatisticamente relacionada ao retardo mental e do crescimento.

2. Mecanismos de toxicidade

Existem vários mecanismos por meio dos quais o Pb exerce sua toxicidade:

a. deslocando minerais essenciais, como o cálcio, o ferro, o cobre e o zinco;

b. bloqueando várias enzimas que atuam na síntese da hemoglobina, entre elas a delta-levulínico dehidratase e a ferro- quelatase;

c. inativando enzimas importantes à função cerebral, dependentes de zinco, cobre e ferro;

d. interagindo com a membrana celular e aumentando sua permeabilidade, causando sua destruição;

e. deslocando o cálcio ósseo, onde cria depósitos;f. ligando-se ao radical sulfidrila, inativa a cisteína e o glutation,

tomando o organismo mais vulnerável às toxinas, aos radicais livres e a outros metais pesados;

g. atuando como imunossupressor;h. aumentando o risco de câncer (não confirmado em humanos).

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3. Sintomas da intoxicação

O Pb produz uma série de efeitos nocivos às fimções celulares e afeta, primariamente, o sistema nervoso, o trato gastrintestinal e o sistema hematopoiético. Além disso, causa lesões no fígado, nos rins e nos órgãos reprodutores.

Na maioria das vezes a intoxicação aguda pelo chumbo fica sem diagnóstico na fase inicial devido à inespecificidade de sua sintomatologia. Sua incidência é alta nas exposições industriais e em crianças, após a ingestão de tinta de brinquedos pintados. O quadro mais comum inclui dor abdominal, constipação, cefaléia e irritabilidade. Intoxicações maciças podem causar encefalopali aguda, coma, convulsões e morte.

A intoxicação crônica pode causar encefalopatias com distúrbios da aprendizagem em crianças e neuropatia periférica em adultos. Além disso, são características a anemia micro ou normocística ocasionada pela inibição na síntese de hemoglobina, a elevação da protoporfirina eritrocitária, as alterações gastrintestinais, hepatorenais, endócrinas e cardiovasculares. Podemos citar como os sintomas mais freqüentes os seguintes: constipação, cirrose hepática, vômitos, diarréia, cólicas, tremor, ataxia, náuseas, rigidez, ansiedade, encefalopatias, anorexia, mielopatia, fraqueza muscular, amaurose, degeneração dos neurônios motores, gota, nefrite, insônia, agitação, distúrbios do aprendizado, confusão, estupor, aumento da alanina, artrite, hialuronidase aumentada (por destruição do líquido sinovial), ferro sérico aumentado, transferrina diminuída, catarata, desmielinização, linha plúmbica (gengivas e ossos), perda de peso, aumento do risco de AVC, alterações eletrocardiográficas e distúrbios psiquiátricos.

O quadro de intoxicação pelo chumbo tetraetila, comum nos combustíveis do passado e agora proibido no Brasil e em outros países, caracterizava-se por um quadro primordialmente neurológico com alucinações, cefaléia, convulsões e coma.

AÇÃO DO CHUMBO NA FORMAÇÃO DA HEME

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SUCCINIL Co-A + GLICINA

DELTA-AMINOLEVULÍNICO excesso na urina

Pb bloqueio PORFOBILINOGÊNIO

UROPORFIRINOGÊNIO III

COPROPORFIRINOGENIO III excesso na urina

Pb bloqueioPROTOPORFIRINA IX

Pb bloqueioHEME

4. Quantidades tóxicas

Concentrações acima de 5 ppm no mineralograma dos cabelos são consideradas tóxicas.

Níveis sangüíneos abaixo de 10 mcg/dl são considerados normais. Concentrações entre 50 e 70 mcg/dl estão associadas com intoxicações moderadas e, acima disso, com envenenamentos graves.

5. Susceptibilidade

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Os grupos mais susceptíveis são: mineiros de chumbo, fabricantes de vidros, operadores de túneis, bombeiros, soldadores, pintores joalheiros, linotipistas, mecânicos, policiais, polidores de metais, cabeleireiros, fabricantes de cinescópios, aplicadores de inseticida , metalúrgicos, dentistas, fabricantes de tintas, frentistas de postos de gasolina, gráficos, fabricantes de baterias, etc.

As crianças, em geral, têm susceptibilidade maior que os adultos, provavelmente por terem maior índice de absorção do chum ingerido.

No Brasil, níveis elevados de Pb no mineralograma aparecem em cerca de 18% dos examinados, contrastando com a média norte americana de 12%.

6. Tratamento da intoxicação

Nos quadros agudos e crônicos de intoxicações maciças deve-se recorrer à quelação venosa pelo EDTA ou pelo dimercaprol.

Nos quadros agudos por ingestão, vômitos devem ser provocados e devem ser administradas boas quantidades de carvão ativado. Na encefalopatia aguda, condutas de suporte ventilatório e circulatório devem ser instituídas.

Nos quadros crônicos menos graves, promove-se a eliminação e neutralização do chumbo pelo emprego das seguintes substâncias: selênio, vitamina C, cálcio, magnésio, zinco, vitamina D, pectina, tiamina, alginato de sódio, cisteína e metionina.

Mais recentemente, tem-se utilizado quelação oral pelo ácido dimercaptosuccínico (DMSA) com bastante sucesso. A penicilamina lem aplicação mais restrita.

MERCÚRIO

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A intoxicação crônica pelo mercúrio (Hg) vem-se tornando cada vez mais freqüente no Brasil devido ao uso indiscriminado na garimpagem de ouro. A praga representada por sua utilização em um sem-número de garimpos espalhados por todo o território brasileiro coloca o mercúrio como um dos maiores problemas ecológicos de nossos dias. Somando-se a isso, constata-se o uso extensivo de pesticidas mercuriais, especialmente na lavoura de tomates, apesar da proibição pelas autoridades sanitárias. Diante desse caos, o mercúrio deve ser encarado como um dos principais contaminantes do solo, da água e dos alimentos em nosso país.

O conteúdo médio de 10 a 15 mg de mercúrio encontrado em uma pessoa normal, obtido por meio da alimentação, da atmosfera e da água, encontra-se acumulado principalmente nos rins e, de lorma menos intensa, nos ossos, no fígado, no baço, no cérebro e no tecido adiposo. Tem livre passagem pela barreira hemato-encefálica e pela placenta. A excreção é urinária e fecal.

Na verdade, a intoxicação por Hg apresenta-se com diversas características, dependentes da forma química com que o mercúrio produz a intoxicação: Hg ELEMENTAR (geralmente vapores de Hg que se desprendem do Hg metálico líquido mesmo à temperatura ambiente), Hg INORGÂNICO (sais mercuriais de compostos inorgânicos) e Hg ORGÂNICO (Hg formando uma molécula orgânica).

A toxicocinética das diversas formas mercuriais apresenta-se a seguir:

FORMA ABSORÇÃO DISTRIBUIÇÃO MEIA-VIDA EXCREÇÃOMERCURIAL

Hg INALAÇÃO SANGUE, DIAS, MESES, RESPIRAÇÃOELEMENTAR CÉREBRO ANOS RESPIRAÇÃO

Hg INGESTÃO HEMÁCIAS, MESES URINA,INORGÂNICO PELE PLASMA, FEZES, SUOR RINS LEITE

Hg INALAÇÃO HEMÁCIAS, MESES BILE, LEITEORGÂNICO PELE, PTNa PLAS- CABELOS INGESTÃO MÁTICAS, CÉREBRO

1. Fontes de contaminação

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As principais fontes são:

• fungicidas e pesticidas (sob a forma de metilmercúrio na pulverização de cereais, frutas e sementes);

• amálgamas dentárias (em ligas com a prata para obturações);• preservativos de madeiras;• cosméticos (usado como inibidor do crescimento de bactérias);• queima de carvão mineral (exala vapores de Hg);• termômetros (após quebra);• garimpagem de ouro (polui solo e rios);• água (geralmente por contaminação industrial);• alimentos (principalmente peixes, frutos do mar, açúcar, tomate e

grãos);• mercuriocromo;• outros: ceras, lâmpadas de vapor de mercúrio, polidores, filtros de ar-

condicionado, cremes clareadores para a pele, calomelano (cloreto de Hg-laxativo), espelhos, tatuagens, baterias, etc.

2. Mecanismos de toxicidade

O Hg interfere na síntese de proteínas. Sua forte afinidade pelos radicais sulfidrila, amina, fosforil e carboxil provoca a inibição da síntese de proteínas, especialmente nos rins, a inativação de uma série de enzimas e a lesão da membrana celular.

Os principais problemas da sua deposição no corpo estão relacionados com a sua poderosa ação nociva ao sistema nervoso central. Nessa área, as formas orgânicas e os vapores de Hg elementar parecem ter maior toxicidade, provocando diminuição da síntese de proteínas no cérebro e aumento na liberação de diversos neuro-transmissores, especialmente dopamina, ácido glutâmico e GABA. Existem fortes indícios em relação ao seu papel na etiologia da esclerose múltipla (desmielinização).

Além disso, o Hg pode interferir nas funções do selênio, e ser imunossupressor. As formas inorgânicas podem provocar reações auto-imunes nos rins.

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3. Sintomas da intoxicação

O quadro clínico varia com a forma intoxicante:

VAPORES DE MERCÚRIO ELEMENTARquadro agudo - destruição de tecidos, excitação do sistema nervoso

central, pneumonia química fulminante.quadro crônico - micromercurialismo - fadiga, anorexia. mercurialismo - eretismo (insônia, perda de memória, excitabilidade e delírio), neuropatia periférica, alterações nas gengivas.

MERCÚRIO INORGÂNICOquadro agudo - dor abdominal, náuseas, vômitos, dor torácica,

dispnéia, irritabilidade, necrose intestinal e renal e lesões do sistema nervoso central.

quadro crônico - lesões renais, gengivites, dermatites, hiperqueratose, sudorese, distúrbios gastrintestinais e neurológicos.

MERCÚRIO ORGÂNICOintoxicação pré-natal - alterações cerebrais, retardo.intoxicação pós-natal - neuropatias periféricas sensoriais e motoras,

degeneração cerebral. A intoxicação epidêmica por mercúrio orgânico (metil-Hg) em Minamata, no Japão, ficou conhecida por seu quadro neurológico e psiquiátrico grave, ocasionado pela ingestão de peixes contaminados.

Somando-se a isso, podemos citar como sintomas freqüentes: leucopenia, febre, gengivite, perda dos dentes, anemia, gosto metálico, hipertensão arterial, alterações do comportamento, distúrbios gástricos, restrição do campo visual, perda de peso, tremores, insônia, cefaléia, amnésia, vertigem, estomatite, ataxia, diarréia, albuminúria, psicose, asma, arritmias cardíacas, etc.

4. Quantidades tóxicas

Os níveis sangüíneos devem estar abaixo de 0,02 ppm, enquanto nos

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cabelos, a melhor forma de detecção da intoxicação crônica, valores acima de 1,3 ppm são considerados perigosos. O valor urinário normal é de até 10 mcg/1.

A ingestão de 100 mg de cloreto de Hg pode produzir sintomas de intoxicação, enquanto 500 mg desse composto inorgânico podem ser fatais.

5. Susceptibilidade

São susceptíveis os indivíduos que trabalham diretamente com o Hg, em especial sob a forma de metil ou etil-mercúrio e cloreto de mercúrio. Os mais atingidos parecem ser os lavradores e os garimpeiros de ouro.

As outras ocupações mais vulneráveis são: os fabricantes de termômetros, de tintas, de amálgamas, de lâmpadas de néon ou de vapor de mercúrio, de espelhos, de inseticidas, de explosivos, de materiais fotográficos, e os dentistas.

No Brasil, a média de mineralogramas que apresentam Hg elevado é de 4,6%, acima dos índices norte-americanos de 3,5% e muito superior à dos alemães, que não ultrapassa 1%.

6. Tratamento

Nos casos de ingestão, deve-se dar imediatamente leite, cujas proteínas farão ligações com o Hg ainda presente no tubo digestivo, minorando sua absorção e efeitos locais.

Nas intoxicações crônicas graves usa-se a quelação venosa pelo EDTA, o dimercaprol por via intramuscular ou a hemodiálise. A quelação oral pelo DMSA, bem como o uso oral da penicilamina, tem mostrado bons resultados. Nos quadros menos graves usam-se o selênio, a vitamina C, a pectina, o alginato de sódio e a cisteína.

Nos casos de exposição continuada, o uso de selênio, como prevenivo, pode ter excelentes resultados.

USOS INDUSTRIAIS DOS METAIS

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(Fonte: Dra. Maria de Nazareth Solino)

Ag - fotografia, condutores elétricos, prataria, soidas, moedas, catalisadores, baterias, galvanização;

Al - construção, transporte, indústria elétrica, acondicionamen- to de alimentos, máquinas, vidros, medicamentos;

As - pesticidas, vidros, esmaltes, ligas, eletrônica;Cd - galvanização, pigmentos, estabilizadores termoplásticos, ba-terias;Li - gás de baixo ponto de fusão;Co - ligas, catalisadores, pigmentos, esmaltes, vidros, galvaniza¬ção;Cr - tijolos refratários, metalurgia, galvanização, pintura, preser-vativos de

madeiras, curtume;Fe - indústria de ferro e aço;Hg- usinas cloro-álcali, termômetros, catalisadores, pesticidas,

medicamentos, tintas antimofo;Mn- ligas, baterias, indústria química, vidros, pintura em cerâml ca;Mo- ligas, catalisadores, pigmentos, vidros, aditivos de óleos;Ni - ligas, galvanização, catalisadores;Pb - baterias, gasolina, pigmentos, munição, soidas, forração de cabos,

tintas antimofo;Sb - chumbo endurecido, cerâmica, vidros, produtos antichamu, pigmentos,

metal de bússolas, tipografia;Se - vidros, indústria elétrica, células fotoelétricas, borracha, in-seticidas;Sn - solda, bronze, metal branco, redutores, fungicidas, tintas antimofo,

folhas de estanho;V - ligas, catalisadores, pigmentos;Zn - ligas, galvanização, tintas, baterias, borracha.

A seguir, apresentamos gráfico e tabela comparativos das percentagens de pacientes com níveis elevados de elementos tóxicos nos cabelos em diferentes países:

Pacientes que apresentam níveis tóxicos (%)

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EUA Alemanha Brasil

Pb Al Ba HgEstados Unidos 12% 24% 19% 3,5%

Alemanha 13% 25% 13% 1,0%

Brasil 18% 29% 24% 4,6%

CARACTERÍSTICAS DA INTOXICAÇÃOPELOS PRINCIPAIS METAIS PESADOS

ELEMENTO

ALUMÍNIO

FONTES

H20,

TOXICIDADE

deslooca

SINTOMAS

digestivos

QUANTIDADE

17 pm

SUSCEPTÍVEIS

trabalha-

TRATAMENTO

Ca, Mg, Se

ARSÊNICO

queijos, farinhas, sal, anti-ácidos, desodorantes e pesticidas

o Mg

diminui absorção de P eF, desloca o P, altera enzimas

neuromusculares osteomalácia

alterações digestivas, capilares e da hematopoiese

no mineralograma>1.1 ppm no mineralograma

doses e população em geral

trabalhadores expostos e inseticidas

pectina e bem tonita EDTA

Cisteina, vit. C, pectina, alginato, EDTA, DMSA, dimercaprol

CHUMBOH2O, tintas, alimentos

desloca Ca, Fe, Cu e Zn inativado enzimas, bloqueia a síntese de hemoglobina

gastrintestinais, neurológicos e hematológicos

>5 ppm no mineralograma

mineiros e crianças

Ca, Mg, Zn, vit. C, metionina, cisteína, vit. D, EDTA, DMSA, dimercaprol

MERCÚRIOpesticidas amálgamas, garimpo de AU

Neurotóxico, inibe a síntese protéica

Principalmente neurológicos

> 1,3 ppm no mineralograma

lavradores e garimpeiros

Se, vit. C, pectina e alginato, EDTA, DMSA, dimercaprol, penicilamina

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TRATAMENTO HOMEOPÁTICO

Ao final deste capítulo, cumpre focalizarmos a importância cada vez mais evidente da técnica homeopática para o tratamento das intoxic ações pelos metais. Na verdade, por trás dos conceitos complexos da Homeopatia reside, no caso de tal tipo de tratamento, uma técnica bastante simples, embora aconselhemos aos leigos não se aventurarem nesse campo sem os conhecimentos necessários, uma vez que as conseqüências são imprevisíveis.

Resumidamente, como a Homeopatia usa a própria substância que provocou a doença como matéria-prima para a fabricação do remédio específico para o tratamento do mal provocado, vários pesquisadores, especialmente os ingleses, interessaram se por essa técnica terapêutica. Assim, os metais tóxicos, quando devidamente diluídos pela técnica homeopática, aumentariam a excreção daqueles mesmos metais.

Vários testes bem-sucedidos foram feitos no Brasil, e hoje tornou se bastante comum seu emprego. Insistimos em que os leigos solicitem ajuda de médicos homeopatas para o devido acompanhamento, já que a Homeopatia, quando mal empregada, pode produzir efeitos colaterais com certa freqüência. Cada caso exigiria uma diluição (dinamização) específica a ser adotada para as diferentes lases do tratamento.

A título de informação, relacionamos as apresentações homeopáticas para cada caso:

METAL TOXICO APRESENTAÇÃO HOMEOPÁTICA

Alumínio Alumina ou Alumen

Arsênio Arsenicum álbum

Bário Baryta carbônica ou Baryta muriática

Cádmio Cadimium sulphuricum

Chumbo Plumbum metalicum

Cobre Cuprum metalium

Ferro Ferrum metallicum

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Mercúrio Mercurius solubilis ou Mercurius vivus

8. MINERALOGRAMA

Uma vez que, durante a formação dos fios de cabelo pelo folículo piloso, os minerais são incorporados à sua estrutura na mesma proporção daquela encontrada nos demais tecidos do organismo e no sangue, uma análise do conteúdo mineral dos cabelos nos fornece dados preciosíssimos para conhecermos o metabolismo mineral do paciente.

Após a coleta, os cabelos são digeridos por ácidos e apenas o resíduo mineral é analisado por espectrometria de absorção atômica, fornecendo uma quantificação bastante acurada da maioria dos minerais essenciais ao organismo e dos metais tóxicos, expressa em partes por milhão (ppm).

O mineralograma dos cabelos corresponde a uma biópsia de lecidos que, por um custo financeiro compatível com os benefícios, auxilia de forma insubstituível no diagnóstico da composição mineral e do equilíbrio bioquímico do indivíduo, permitindo uma prescrição específica para cada paciente, comoveremos adiante. Acrescido a isso, podem-se identificar e quantificar com segurança as intoxicações por metais pesados.

COLETA DE MATERIAL

A maior preocupação na coleta dos cabelos a serem analisados é quanto a uma possível contaminação. Cabelos pintados não devem ser

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examinados uma vez que, nesse caso, a fidedignidade do exame fica muito comprometida. Outras fontes de contaminação comuns são: cabelos mal lavados, banhos de piscina, xampus para caspa com selênio, substâncias alisadoras, etc. Para se evitarem contaminações na hora da coleta, usam-se tesouras de aço sem sinais de oxidação ou, preferivelmente, tesouras de plástico.

Geralmente utilizam-se os cabelos da região da nuca, perto da raiz, desprezando-se as pontas. Os pêlos pubianos e axilares devem ser evitados. Como seu crescimento é extremamente variável e limitado, a análise de seus minerais refletiria o material inorgânico incorporado há anos ou décadas ou em tempo indeterminado, naqueles que costumam aparar esses pêlos.

A quantidade necessária varia de 0,5 a 1 g, o que corresponde a uma colher das de sopa, mais ou menos.

PARÂMETROS NORMAIS

Os valores normais para cada elemento devem ser analisados de acordo com os dados clínicos de cada paciente. No caso dos metais pesados, a idade há que ser considerada seriamente. Crianças com valores próximos ao máximo admissível podem ser suspeitas de intoxicação, enquanto velhos, com níveis pouco acima daqueles, po¬dem estar clinicamente isentos de suspeição.

Sempre que possível, devem-se levar em conta as interações entre os diversos minerais. Como analisaremos posteriormente, o conhecimento do antagonismo e do sinergismo entre esses elementos torna a análise do mineralograma muito mais acurada. Como exemplo citamos que níveis elevados de zinco e de cobre simultaneamente são incompatíveis, pois o antagonismo desses minerais impede tal situação.

Adiante apresentamos os valores normais adotados no Brasil dos minerais mais freqüentemente encontrados nos mineralogramas que, dependendo do laboratório que haja executado o exame, podem conter maior ou menor número de minerais analisados.

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VALORES NORMAIS DO MINERALOGRAMA

Minerais essenciais Limites (ppm)

CÁLCIO-Ca 220-1.600 MAGNÉSIO - Mg 20-130 SODIO-Na 10-130 POTÁSSIO -K 5-40 FOSFORO - P 130-240 SILÍCIO - Si 3,9-16,4 CROMO-Cr 0,012-0,630 MANGANÊS-Mn 0,072-1,0 MOLIBDENIO - Mo 0,024-1,0 FERRO-Fe 5,46-13,7 COBRE - Cu 5,48 - 40 ZINCO-Zn 142-248 SELENIO - Se 0,21-5,46 LITIO - Li 0,001-0,533 GERMANIO - Ge 0,004-0,432 BORO- B 0,008 - 4,0 OURO - Au 0,002-0,752 VANÁDIO-V 0,012-0,551 COBALTO-Co 0,004-0,45 ESTRONCIO - Sr 0,292-5,41

Minerais tóxicos Limites (ppm) ALUMÍNIO – Al < 17 CÁDMIO – Cd < 0,75 CHUMBO – Pb < 5 ARSÊNIO – As < 1,12

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BÁRIO – Ba < 4,43 MERCÚRIO – Hg < 1,3 BERÍLIO – Be < 0,12 NÍQUEL – Ni < 1,1

Fonte: Clinice – Centro de Medicina Avançada.

INTERPRETAÇÃO

A interpretação do mineralograma deve ter como principal orientadoro quadro clínico do paciente. Além disso, quanto mais profundo o conhecimento sobre o metabolismo e as funções orgânicas de cada mineral, maior o proveito das potencialidades desse exame.

Como na análise de qualquer exame laboratorial, mesmo sendo o mineralograma um teste que oferece boa precisão, sempre que possível, devem-se confirmar os resultados com outros exames. Obviamente, esse procedimento de segurança seria mais necessário quando os resultados obtidos estivessem bastante fora da normalidade e propiciassem a adoção de tratamentos mais agressivos. Ao contrário, nos resultados que representam pequenos desvios da norma e não indicam tratamentos mais drásticos ou invasivos, não consideramos obrigatórias confirmações em testes de sangue, fezes ou urina, na maioria dos casos.

Não nos ateremos aqui à descrição das características biológicas de cada mineral, uma vez que isso já foi feito nos capítulos precedentes. Faremos, outrossim, uma breve análise das situações patológicas que podem alterar o resultado do mineralograma e a conduta normalmente utilizada, nos principais minerais testáveis pelo exame.

No caso dos metais tóxicos, indicamos uma conduta terapêutica de eliminação e de bloqueio da absorção, embora, em todos os casos, seja imprescindível o paciente ser imediatamente afastado da fonte contaminante.

1. Cálcio

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AUMENTADO: na maioria das vezes significa um balanço negativo de cálcio. Uma deficiência de cálcio, geralmente provocada por má absorção, provoca um aumento nos níveis do paratormônio que mobiliza o cálcio ósseo. O aumento do cálcio circulante provoca a maior concentração nos cabelos, acompanhada de osteoporose e calcificação de partes moles, confirmáveis por raios X e densitometria óssea. Este tipo de resultado é comum na osteoporose pós-menopausa. Outras possibilidades a serem consideradas são excesso de vitamina D e hiperparatireoidismo, ou ainda falsos positivos decorrentes de “permanente nos cabelos”. Esse fenômeno, denominado paradoxo do cálcio (cálcio elevado = deficiência de cálcio), deve ser distinguido do verdadeiro excesso de Ca pelo exame de sangue, em que os níveis normais do mineral variam entre 8,5 e 10,5 mg / dl.

Conduta: Cálcio (quelado ou sal orgânico) 1 a 1,5 g por dia + magnésio (metade ou mais da dose de Ca). Sempre corrigir a causa do balanço negativo de cálcio (vitamina D, dieta rica em Ca, exercícios físicos, etc.). Verificar o aumento da calcemia no exame de sangue.

DIMINUÍDO: significa carência geral de cálcio no organismo, provavelmente por má absorção. Monitorar as possíveis causas de hipocalcemia (dieta pobre em Ca, hipovitaminose D, acloridria, excesso de fosfatos na dieta (refrigerantes), excesso de cafeína e açúcar, etc.). Muitos autores referem-se ao fato de que os cabelos brancos têm normalmente menor conteúdo de cálcio sem, no entanto, quantificar essa queda fisiológica.

Conduta: a mesma tomada para o cálcio aumentado. Verificar possível hipocalcemia no exame de sangue.

2. Magnésio

AUMENTADO: quando acompanhado de aumento proporcional de cálcio, não tem importância significativa; entretanto, o aumento de Ca deve ser monitorado como descrito anteriormente.

Sem aumento proporcional de Ca, pode significar desmineralização óssea, uso de rinsagens, permanentes, etc. De qualquer forma, excessos de magnésio muito raramente podem provocar quadro de depressão do sistema nervoso central e fraqueza muscular, uma vez que esse mineral tem

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baixíssima toxicidade.Conduta: depende dos níveis de Ca. Quando houver necessidade de

suplementação de Ca, suplementar também o Mg na proporção mínima de 2:1 (2 de Ca para 1 de Mg). Confirmar os níveis dc Mg nas hemácias, por meio de exame de sangue.

DIMINUÍDO: geralmente significa deficiência de Mg pot ingesta baixa ou má absorção.

Conduta: suplementar com sal orgânico de Mg (citrato ou aspartato) ou Mg quelado na dose de 500 mg por dia. Confirmar no sangue (hemácias).

3. Sódio e potássio

AUMENTADOS: diversos autores relacionam o aumento simultâneo desses dois minerais aos estados de estresse geral do organismo, inclusive ao estresse oxidativo. Na maioria das vezes, não guarda relação com os níveis circulantes, e seu valor no mineralograma é muito limitado, Conduta: se houver quadro clínico compatível, confirmar no sangue e corrigir com a dieta, se necessário.

DIMINUÍDOS: níveis abaixo do normal não refletem os níveii circulantes, tissulares ou alimentares. Embora os aparelhos utilizados para a análise mineralográfica meçam os níveis de Na e K, os cabelos parecem não ser bom material para essas dosagens.

Conduta: não havendo clínica, não há necessidade de confirmação por outros meios diagnósticos.

4. Fósforo

AUMENTADO: algumas vezes pode estar relacionado com desmineralização óssea, já que tal excesso pode provir tanto dos ossos como da dieta. Neste último caso, também pode provocar osteopenia por impedir a absorção de Ca. Geralmente, não há correspondência com os níveis corpóreos de fósforo, e essa dosagem nos cabelos tem valor semelhante ao que acontece no caso do sódio e do potássio.

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Conduta: verificar o metabolismo ósseo e do cálcio.

DIMINUÍDO: não tem significância clínica.

5. Silício

AUMENTADO: pode estar relacionado com silicoses pulmonares. Alguns autores relacionam o aumento ao enrijecimento arterial.

Conduta: verificar a clínica.

DIMINUÍDO: vários autores relacionam essa diminuição com aterosclerose e doença coronariana. Note-se, entretanto, que a deficiência de Si é relativamente rara devido a sua abundância na natureza. Assim, a suplementação desse mineral se faz apenas em cará- ler experimental.

Conduta: verificar a clínica.

6. Cromo

AUMENTADO: uma vez que a análise dos cabelos não faz distinção entre a contaminação por cromo hexavalente, tóxico, e o cromo trivalente, nutricional, nos casos de cromo aumentado deve-se verificar uma possível exposição àquele tóxico. Diversas atividades industriais estão relacionadas com tal intoxicação: metalurgia, galvanização, curtumes, tintas, preservativos de madeiras, tijolos refratários, etc.

Conduta: monitorar uma possível intoxicação.

DIMINUÍDO: a diminuição de Cr parece refletir apropriadamente a deficiência tissular desse mineral, cuja deficiência nutricional é bastante comum. A prova definitiva seria a correção das alterações da curva glicêmica após suplementação de cromo. No entanto, déficit de Cr no mineralograma é suficiente para justificar seu uso terapêutico. A dosagem no sangue não reflete os níveis tissulares.

A diminuição do cromo nos cabelos relaciona-se com o diabetes químico ou real e, junto com o vanádio, cai acentuadamente nos casos de depressão e ansiedade.

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Conduta: “cromo GTF” ou “cromo, picolinato”, 100 a 200 mcg por dia. Nos diabéticos, 200 a 400 mcg por dia.

7. Manganês

AUMENTADO: quando acompanhado de diminuição de zinco, mineral que o antagoniza, e aumento de cobre, outro antagonista do Zn, representa queda dos níveis tissulares do Zn. Mais recentemente, considera-se esse aumento como representativo de uma destruição excessiva de SOD (superóxido dismutase) mitocondrial decorrente dc estresse oxidativo. Nesse caso, refletiria maior necessidade de Mn. Não nos podemos esquecer de que tal resultado também pode representar, mais raramente, uma intoxicação pelo manganês, geralmente em casos de exposições ocupacionais (metalúrgicos, mineiros, etc.).

Conduta: dependendo do quadro, suplementar Mn ou Zn (Mn 3 a 10 mg por dia).

DIMINUÍDO: significa déficit de Mn. Pode, eventualmente, ser confirmado no sangue. A suplementação de zinco e o fósforo em excesso na alimentação podem interferir negativamente na absorção do Mn.

Conduta: suplementação com manganês quelado 3 a 10 mg por dia.

8. Molibdênio

AUMENTADO: sem significado clínico, pode representar um aumento da xantina oxida se e gota.

DIMINUÍDO: significa diminuição dos níveis tissulares de Mo, especialmente com aumento de cobre, seu antagonista. A deficiência de molibdênio refletida no mineralograma encontra-se intimamente relacionada com a insuficiência das enzimas sulfito oxidase c aldeído oxidase, podendo provocar hipersensibilidade a alimentos industrializados que contêm sulfitos e ao álcool.

Conduta: suplementar com molibdênio quelado, 100 a 200 mcg por

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dia.

9. Ferro

AUMENTADO: pode significar aumento de ferro circulante, tissular e de suas reservas. Confirmar sempre no sangue pela dosagem da ferritina. Na verdade, a maioria dos exames que apresentam ferro elevado é falso-positiva, já que a ferrugem da água que circula por canos de ferro nas residências adere facilmente aos cabelos.

Conduta: pedir ferritina no sangue. Se apresentar-se muito aumentada, usar deferroxamina ou quelação oral ou venosa. Se moderadamente elevada, diminuir a ingestão de carne vermelha e de outras fontes ricas em Fe. Estimular a doação de sangue. O uso de selênio parece ser útil na eliminação.

DIMINUÍDO: embora o mineralograma não seja o exame apropriado para se detectarem deficiências de ferro, e esse resultado praticamente não tenha significado clinico, é de boa norma a confirmação pelo exame de sangue, por meio do hemograma e da dosagem de ferritina.

Conduta: se confirmado o déficit, utilizar ferro quelado, em doses compatíveis com o grau de deficiência. Como essa apresentação tem excelente índice de absorção, podem-se dar doses menores que as de formas químicas tradicionais (sulfato, fumarato, etc.). Nos casos leves podem-se usar 40 a 80 mg de ferro quelado por dia.

10. Cobre

AUMENTADO: geralmente reflete bem os níveis de Cu nos tecidos e, portanto, intoxicação, uma vez que níveis elevados desse mineral são nocivos ao organismo. Sempre verificar se o paciente tem hábito de tomar banhos de piscina, que normalmente usam sais cúpricos como algicidas, o que forneceria resultado falso-positivo. Normalmente, representa déficit de Zn e Mo, seus antagonistas. Eventualmente, confirmar no sangue.

Conduta: dar zinco quelado, 15 a 50 mg por dia e, se houver déficit de Mo, molibdênio quelado 100 a 200 mcg por dia. Podem- se ainda utilizar fibras alimentares (pectina) e adsorventes (alginato e bentonite), que

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auxiliam no tratamento, mas administradas longe do zinco, já que este último também teria sua absorção diminuída. Monitorar possíveis intoxicações por fungicidas, panelas de cobre, DIUs, uso de estrógenos, etc.

DIMINUÍDO: por refletir bem os níveis tissulares desse mineral, deve-se pensar em má absorção ou intoxicações por Pb, Hg ou Cd. Mais freqüentemente, tal diminuição resulta de suplementações excessivas de Zn e Mo, seus antagonistas. Alguns autores também correlacionam a deficiência de cobre com ingestão excessiva de vitamina C.

Conduta: suplementar com cobre quelado, 2 a 4 mg por dia.

11. Zinco

AUMENTADO: o mineralograma não reflete com acuidade os aumentos de zinco do organismo. Ou seja: mesmo que níveis baixos de Zn no mineralograma representem déficit orgânico, níveis altos nem sempre significam algum tipo de excesso, podendo, na maioria das vezes, representar deficiência do mineral. Os excessos de Zn são diagnosticados pela diminuição concomitante de Cu e Mn, seus antagonistas. A dosagem no sangue não tem valor clínico. Verificar o uso de xampus anticaspa com piritionato de zinco, que provocam resultados falso-positivos.

Conduta: embora raramente representem quadros de intoxicação, já que o zinco é muito pouco tóxico, os aumentos de Zn são geralmente derivados de suplementações exageradas. Deve-se, portanto, suspender tal suplementação. O uso de Cu (cobre quelado 2 a 4 mg/dia) e Mn (manganês quelado 3 a 10 mg/dia) pode ser necessário para corrigir o déficit desses minerais. O uso de fibras alimentares bloqueia sua absorção.

DIMINUÍDO: o mineralograma analisa melhor a deficiência de Zn que seus excessos. Confirmar com os valores de Cu que, uma vez aumentados, corroboram o diagnóstico. Normalmente, os cabelos brancos têm níveis de zinco diminuídos. O emprego de alisadores e permanentes nos cabelos pode diminuir o zinco naquele sítio, produzindo resultados falsos. A confirmação no sangue é infrutífera.

Conduta: suplementar com zinco quelado 20 a 50 mg por dia. Modular a suplementação de cobre que, quando excessiva, diminui os níveis de zinco. As deficiências de vitamina A e piridoxina devem ser

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monitoradas, pois podem propiciar o déficit de Zn. O uso de diuréticos aumenta sua excreção urinária.

12. Selênio

AUMENTADO: o mineralograma é bom exame para se medirem os níveis de Se do organismo, embora os quadros de intoxicação sejam raros e restritos aos expostos na atividade industrial. Falso-positivos, entretanto, são comuns devido ao uso de xampus com sulfeto de selênio, para tratamento de caspa.

Conduta: uma vez confirmada á intoxicação, afastar a fonte, geralmente de caráter industrial.

DIMINUÍDO: revela deficiência de Se, muito freqüente no Brasil devido à pobreza do solo.

Conduta: suplementar com selênio quelado, 100 a 200 mcg por dia.

13. Lítio

AUMENTADO: em vigência de tratamentos com sais de lítio, pode representar quadro de intoxicação, o que é mais ou menos freqüente como uso de firmar sempre no exame de sangue.

Conduta: suspender o tratamento, diminuir a dose ou trocar por sais menos tóxicos (orotato de lítio). O acompanhamento do tratamento deve ser feito pelo exame de sangue.

DIMINUÍDO: esse resultado pode representar déficit de Li, mas deve ser correlacionado com a clínica, especialmente com os quadros de depressão. O exame de sangue é praticamente inútil e só tem valor para monitoramento dos níveis terapêuticos de carbonato de lítio ou nos casos de intoxicações, sendo normais e habituais níveis zero nas pessoas que não se utilizam do carbonato.

Conduta: quando houver clínica compatível, suplementar com orotato de lítio, 40 a 200 mg por dia.

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14. Germânio

AUMENTADO: sem significado clínico.

DIMINUÍDO: significado clínico duvidoso.Conduta: eventualmente, faz-se suplementação com o sesquióxido de

germânio, 50 a 100 mg por dia para prevenção do câncer c do envelhecimento. Muito usado na Medicina chinesa.

15. Boro

AUMENTADO: No Brasil, os resultados relativos ao boro no mineralograma são bastante discrepantes dos do resto do mundo. Para se ter uma idéia, enquanto 12% dos indivíduos testados na Alemanha apresentam níveis elevados, em nosso país 67% mostram esse tipo de resultado. A média norte-americana para o exame fica em torno de 3ppm e a brasileira, 9 ppm. As razões para tal fenômeno, que impedem que os resultados sejam considerados fidedignos, são desconhecidas. Não obstante, os aumentos de B podem estar ligados à ingesta excessiva de borato de sódio, usado na indústria de alimentos como conservante. A sintomatologia desse tipo de intoxicação inclui anemia, perda de cabelos, dermatites e até convulsões. Pode também estar ligada ao balanço negativo de cálcio e à osteoporose, já que a desmineralização liberaria boro proveniente dos ossos que iria aumentar a concentração nos cabelos.

Conduta: afastar as fontes de intoxicação ou pesquisar balanço negativo de cálcio.

DIMINUÍDO: tem como principal correlação clínica a desmineralização óssea. Pacientes com quadro de osteoporose e boro diminuído no mineralograma devem fazer suplementação imediata, além daquela de Ca, Mg, vitamina D, etc., própria para a osteoporose.

Conduta: suplementar boro quelado 2 a 5 mg por dia.

Boro no mineralograma - Comparação entre Brasil e outros países

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Pacientes com níveis Concentrações médias elevados (%) (ppm)

Estados Unidos 19 3,0

Alemanha 12 1,7

Brasil 67 8,9

Fonte: Trace Minerals, Inc. Boulder, CO - USA

16. Vanádio

AUMENTADO: trata-se de um resultado raro e com significado clínico incerto. Alguns autores relacionam a intoxicação industrial pelo vanádio (petrolífera) com depressão e mania. Suplementações exageradas vêm sendo combatidas e podem provocar quadros de intoxicação.

Conduta: quando houver clínica ou fatores epidemiológicos compatíveis, afastar os agentes contaminantes ou suspender a suplementação.

DIMINUÍDO: pode refletir uma real deficiência e, embora sua essencialidade reúna ainda poucas informações, em casos de pacientes diabéticos e na preparação de atletas pode-se considerar a suplementação.

Conduta: suplementação com vanádio quelado, 100 a 200 mcg por dia ou sob a forma de vanadil sulfato (ATENÇÃO: o uso de suplementos com vanádio ainda se encontra em discussão).

17. Cobalto

AUMENTADO: sem significado clínico. Verificar uma possível intoxicação por cobalto inorgânico presente na cardiopatia dos consumidores de cerveja. Além disso, essas formas inorgânicas podem produzir quadro semelhante à policitemia. Podem-se considerar também as suplementações exageradas de vitamina B12 injetável.

Conduta: monitorar possível intoxicação por Co, inorgânica ou suspender suplementações excessivas de vitamina B12.

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DIMINUÍDO: freqüentemente representa uma deficiência de vitamina B12. Relacionar com os sintomas dessa deficiência (anemia perniciosa, neuropatia, etc.) e confirmar sempre no exame de sangue, pelo hemograma e pela dosagem de vitamina B12.

Conduta: suplementar vitamina B12, tanto sob a forma de cianocobalamina quanto de hidroxi-cobalamina, oral, sublingual ou injetável.

18. Estrôncio

AUMENTADO: pode indicar balanço negativo de cálcio e, freqüentemente, vem acompanhado por aumento também de boro e aumento ou diminuição de cálcio e magnésio. Pode aparecer nos casos de intoxicação por alumínio e chumbo, que também resultam em alterações no metabolismo do cálcio.

Conduta: monitorar e tratar o possível balanço negativo de cálcio.

DIMINUÍDO: constitui um resultado mais raro e sem significado clínico. Alguns autores também relacionam essa diminuição com balanço de cálcio negativo.

19. Alumínio

AUMENTADO: o mineralograma é considerado um excelente método de detecção da intoxicação pelo alumínio. Como o alumínio desloca o cálcio, pode haver, concomitantemente, balanço negativo de cálcio.

Conduta:1. fazer dieta rica em fibras (diminui a absorção);2. dar CÁLCIO, 800 mg por dia (compete com o Al e baixa a

absorção);3. dar MAGNÉSIO, 400 mg por dia (complementar à suplementação de

Ca);4. utilizar formulação para “quelação oral” conhecida como EXITOX

(L-cisteína 200 mg + alginato 200 mg + pectina 200 mg- 1 cápsula três vezes ao dia, antes das refeições);

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5. instituir TERAPIA ANTIOXIDANTE com vitamina C, vitamina E, beta-caroteno, etc.;

6. nos casos graves deve-se fazer QUELAÇÃO VENOSA.

20. Cádmio

AUMENTADO: o mineralograma é método confiável na detecção das intoxicações pelo Cd; entretanto, como em qualquer exame laboratorial, devem-se relacionar os resultados com a clínica e com os dados epidemiológicos. Por ser antagonista do zinco, excessos dc cádmio podem levar a um déficit de Zn.

Conduta:1. dar ZINCO quelado 50 mg por dia (antagonista do Cd);2. dar SELÊNIO quelado 100 a 200 mcg por dia (aumenta a excreção

do Cd);3. dar CÁLCIO e MAGNÉSIO - 800 mg de Ca e 400 de Mg/dia

(diminuem a absorção);4. EXITOX (vide fórmula anterior).5. pode-se complementar o tratamento com METIONINA,

BENTONITA e CÁLCIO, que facilita a excreção de Cd. Além disso, deve-se instituir TERAPIA ANTIOXIDANTE;

6. nos casos graves utiliza-se a quelação venosa pelo EDTA.

21. Chumbo

AUMENTADO: o mineralograma é o método de escolha para detecção da intoxicação, embora os níveis sangüíneos desse metal pesado sejam de grande valor para o diagnóstico e o acompanhamento das intoxicações agudas. Níveis séricos abaixo de 10 mcg/dl são considerados aceitáveis enquanto valores acima de 70 mcg correspondem a envenenamentos severos.

Conduta:1. dar TIAMINA 100 a 300 mg por dia (promove a eliminação do Pb);2. dar CÁLCIO e MAGNÉSIO - 800 mg de Ca e 400 mg de Mg/dia

(competem com o Pb);3. dar ZINCO quelado - 50 mg por dia (antagonista do Pb);

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4. dar VITAMINA C - 2 a 6 g por dia (promove a desintoxicação do Pb);

5. dar SELÊNIO quelado - 200 mcg por dia (auxilia a eliminação do Pb);

6. dar VITAMINA D - 200 a 400 UI por dia (força a entrada do cálcio, antagonista do Pb);

7. EXITOX (ver fórmula anterior);8. TERAPIA ANTIOXIDANTE;9. nos casos mais graves e agudos deve-se instituir quelação venosa

pelo EDTA ou pelo DIMERCAPROL. A quelação oral pelo DMSA tem produzido boa resposta terapêutica.

22. Arsênico

AUMENTADO: o resultado do mineralograma é suficiente para o diagnóstico da intoxicação arsenical crônica, sendo aceito pela maior parte da literatura médica; entretanto, alguns autores preconizam a confirmação pela dosagem na urina, em que eliminações superiores a 0,1 mg/l são consideradas suspeitas.

Conduta:1. dar VITAMINA C (promove a eliminação do As);2. EXITOX (ver fórmula anterior);3. dar VITAMINA C e outros antioxidantes;4. nos casos graves, quelação venosa pelo DIMERCAPROL ou pelo

EDTA ou oral com o DMSA.

23. Mercúrio

AUMENTADO: o mineralograma é confiável para diagnosticar a intoxicação crônica.

Conduta:1. dar VITAMINA C - 2 a 6 g por dia (auxilia na eliminação do Hg);2. dar SELÊNIO quelado 200 mcg por dia (auxilia na eliminação);3. EXITOX (ver fórmula anterior);4. nos casos graves, pode-se fazer quelação venosa pelo

DIMERCAPROL ou pelo EDTA ou, preferencialmente, quelação

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oral pela PENICILAMINA ou DMSA.

COMPETIÇÃO ENTRE OS MINERAIS

Quando abordamos as características de cada mineral no capítulo referente aos minerais, expusemos com destaque a competitividade e as incompatibilidades entre os diversos minerais. No capítulo relativo ao mineralograma tal assunto toma importância capital, uma vez que a compreensão dessas características é fundamental para que se possam fazer interpretações corretas dos resultados do exame.

O desconhecimento de tais peculiaridades dos elementos minerais impede o tratamento seguro e eficiente dos diversos desequilíbrios freqüentemente encontrados na prática clínica. Assim, suplementações maciças de um determinado elemento devem ser acompanhadas por cuidados especiais com os minerais que lhes são competidores. Tais cuidados são cruciais para se evitarem desequilíbrios ainda maiores e deficiências iatrogênicas.

Com a prática podem ser determinadas doses nas proporções corretas, dependendo de cada caso específico. Por outro lado, níveis elevados de um mineral podem ser equilibrados com a utilização correta do mineral que compete com ele.

Na maioria das vezes, os minerais competem entre si por absorção, o que coloca em destaque a maneira como a suplementação mineral será administrada. Deve-se dar importância a tomadas simultâneas ou em horas diferentes, às proporções entre os elementos e à facilidade de absorção (biodisponibilidade) de cada apresentação a ser utilizada. Outro

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cuidado importante recai sobre os minerais que estão no limite inferior da faixa de normalidade. A suplementação descuidada de outro mineral competidor, ou incompatível, facilmente pode gerar quadros de déficit.

A seguir, faremos uma breve discussão sobre cada uma das competições mais conhecidas:

1. Fósforo X Cálcio

Trata-se de uma competição bastante conhecida, na qual não encontramos apenas uma competitividade pela absorção no tubo digestivo, mas um verdadeiro sistema que se deve manter em equilíbrio. Qualquer aumento orgânico de um deles deve acompanhar-se de um respectivo aumento do outro, e vice-versa, para manter-se a proporcionalidade entre eles.

Na prática, como a oferta nutricional de fósforo é muito mais elevada que a de cálcio, devem se evitar os excessos de fósforo a fim de não bloquearem, por competição, a absorção intestinal de cálcio. Assim, como os alimentos habituais possuem uma carência de cálcio, e esse mineral sofre competição e interferência absortiva de vários outros fatores, procura se restringir a ingesta de fosfatos, embora exista uma necessidade absoluta de fósforo para manter a proporcionalidade com o cálcio.

2. Cálcio X Magnésio

Como no caso anterior, do fósforo e do cálcio, o magnésio encontra no cálcio um elemento de competição absortiva, cujas proporções orgânicas devem ser mantidas constantes. A diferença é que o magnésio, ao contrário do que ocorre com o fósforo, é escasso na maioria das dietas comuns. Nesse caso, a suplementação de cálcio deve vir sempre acompanhada de uma dose de magnésio igual, ou superior à metade. Por exemplo: 1 g de Ca + 500 mg de Mg. A suplementação isolada de Mg, sem Ca, parece não provocar danos ao organismo, provavelmente pela fácil mobilização do cálcio proveniente dos ossos.

3. Cádmio X Zinco

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Como mencionado no capítulo referente ao cádmio, a ingesta diminuída de Zn provoca um aumento proporcional de Cd obviamente nocivo ao organismo, em virtude da toxicidade do Cd. O refino exagerado de todas as farinhas espolia o Zn existente nos cereais, mas mantém o Cd que, uma vez proporcionalmente superior ao zinco, aumenta mais ainda a deficiência relativa deste último. Assim, o zinco constitui-se no principal agente terapêutico no combate às intoxicações crônicas por cádmio.

4. Fósforo X Manganês

A ingestão excessiva de fosfatos, tão comum em nosso meio, dificulta a absorção de manganês. Infelizmente o resultado do mineralograma, no que diz respeito aos níveis de fósforo, são bastante imprecisos. Resta-nos alertar os pacientes com déficit de manganês sobre os perigos de dietas ricas em fósforo, especialmente sobre os refrigerantes.

5. Cobre X Zinco

Caso clássico de competição, a suplementação de zinco exige dosei proporcionais de cobre, e vice-versa. Dessa forma, ao administrar se Zn por um determinado período deve-se dar uma dose quinze vezes menor de Cu. Exceção se faz quando o Zn está sendo ingerido para se combater um quadro de excesso de cobre, justamente por serem competidores.

6. Cobre X Molibdênio

Assim como o cobre espolia o zinco, e vice-versa, cobre e molibdênio competem entre si por absorção intestinal. Tecnicamente procura- se receitar o molibdênio numa dose dez vezes menor que aquela receitada para o cobre. Por exemplo: 30 mg de Zn + 2 mg de Cu + 200 mcg de Mo.

Convém observar que o cobre em excesso pode ser nocivo ao organismo devido à sua relativa toxicidade e capacidade de espoliar zinco e

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molibdênio; entretanto, sua deficiência também traz sérios prejuízos à saúde, especialmente no âmbito imunológico. A observação atenta do resultado do mineralograma pode-nos fornecer dados valiosos, a respeito do equilíbrio desses minerais, e orientar a administração de cada um deles.

7. Cálcio X Chumbo

Do mesmo modo que o chumbo desloca o cálcio e se aloja no seu lugar até, mesmo nos ossos, há uma competição absortiva entre eles, o que transforma o cálcio no principal agente terapêutico contra a intoxicação crônica pelo chumbo.

8. Cálcio X Alumínio

A relação entre o cálcio e o alumínio ocorre, nos mesmos moldes do exemplo anterior. Dessa forma, o cálcio se torna um poderoso antídoto contra as intoxicações crônicas de alumínio.

A seguir, mostramos o resultado de um mineralograma tal como é fornecido pelo laboratório, escolhido aleatoriamente, com a finalidade apenas de ilustração.

Análise Mineral de Tecido Capilar

Nome: Idade: Registro:Médico: Dr(a). Coleta: Amostra:

MINERAIS ESSENCIAIS

Mineral

Limites (PPM) Amostra (PPM)

BAIXO NORMAL ALTO SL

Ca 220.0000 – 1600.000 394.1290

Mg 20.0000 – 130.0000 297.150

Na 10.0000 – 130.0000 120.9960

K 5.0000 – 40.0000 36.7360

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Page 337: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

P 134.0000 – 240.400 199.8110

Si 3.9000 16.4000 4.8880

Cr 0.0110 – 0.3700 0.1710

Mn 0.0700 – 1.0000 0.3870

Mo 0.0400 – 0.3200 0.0000 Indetectável

Fe 5.4600 – 13.7000 9.5030

Cu 5.4800 – 40.0000 15.8090

Zn 142.00 248.0000 218.2460

Se 0.2000 – 5.4600 0.0070

Li 0.0010 – 0.5000 0.0360

Ge 0.0040 – 0.4000 0.0000 Indetectável

B 0.0080 – 4.0000 3.8710

Au 0.0020 – 0.7500 0.0513

V 0.0700 – 0.3000 0.0790

Co 0.0040 - 0.3000 0.0000 Indetectável

Sr 0.2900 – 5.4100 1.1360

MINERAIS TÓXICOS

MINERAL Limite (PPM) Amostra ACEITÁVEL TÓXICO SL

Al 17.0000 4.2840

Cd 0,7500 0.1440

Pb 5.0000 1.5410

As 1.1000 0.0000 Indetectável

Ba 4.4300 1.1340

Ilg 1.3000 0.1250

Be 0.1000 0.0240

Ni 1.1000 0.0280

SL - Superior ao Limite de DetecçãoCa - Cálcio Mg - Magnésio Na -Sódio K - Potássio

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P - Fósforo Si - Silício Cr - Cromo Ma - Manganí»Mo - Molibdénio Fe - Ferro Cu - Cobre Zn - ZincoSe-Selênio Li - Lítio Ge-Germânio B-BoroAu-Ouro V-Vanádio Co-Cobalto Sr - EstrônicoAl-Alumínio Cd - Cádimo Pb-Chumbo As-ArsênicoBa - Bário Hg - Mercúrio Be - Berílio Ni - Níquel

Fonte: Clinice-Centro de Medicina Avançada.

9. GUIA TERAPÊUTICO

Com o objetivo de facilitar a consulta deste livro, criamos o guia terapêutico no qual, em cada enfermidade, síndrome ou estado patológico, aparece às substâncias mais comumente utilizadas pela Medicina Ortomolecular para seu tratamento ou prevenção. Não pretendemos esgotar todas as possibilidades, mas apontar o que há de mais importante e atual.

Como regra geral não citará os antioxidantes que estejam ligados ao tratamento da afecção somente por essa característica. Uma vez que a maioria das patologias poderia ser beneficiada pelo uso daquele tipo de substâncias, consideramos desnecessária sua inclusão no rol dos agentes

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terapêuticos específicos para a doença em questão.

ACNE

Ácido fólico - suplementações de 5 ou mais mg por dia.Piridoxina - especialmente na acne pré-menstrual.Vitamina A - melhora o metabolismo da pele (elasticidade, brilho, espessura).Vitamina E - antioxidante, auxilia a absorção da vitamina A.Selênio - os níveis de glutation peroxidase nos leucócitos podem estar abaixo do normal.Zinco - pacientes com acne mostraram níveis 25% abaixo do normal. Modula o sistema imunológico.Ácido gama-linolênico (Omega-6) - experimentalmente benéfico Dieta - rica em fibras e baixa em gorduras.Outros - Evitar estrogênios, ferro, leite, vitamina B12, chocolate e açúcar refinado.

ALCOOLISMO

Beta-caroteno - a vitamina A pode estar deficiente.Ácido fólico - pode estar deficiente.Ácido nicotínico - oxida o álcool para redu zir os níveis de acetaldeído e repõe os níveis de NAD no cérebro. Em doses acima de 500 mg por dia reduz a avidez pelo álcool.Piridoxal 5-fosfato - a conversão a partir da piridoxina pode estar prejudicada.Tiamina - quase sempre deficiente, pode ser responsável pelos sintomas neurológicos.Vitamina B12 - pode estar deficiente, mesmo com níveis séricos normais.Vitamina C - geralmente deficiente nos alcoólatras, a suplementação combate a toxicidade do álcool.Vitamina E - protege contra os efeitos cardiotóxicos do álcool.Cálcio - geralmente, deficiente.Magnésio - devido à hiperexcreção renal, pode haver depleção intracelular

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e cardiomiopatia.Zinco - deficiência de Zn, comum em alcoólatras, altera o metabolismo do álcool e aumenta a lesão hepática.Carnitina - pode auxiliar na prevenção da degeneração gordurosa do fígado.Glutation - fundamental à saúde do hepatócito, encontra-se diminuído no alcoolismo.

AIDS

Veja IMUNODEFICIÊNCIAS

ALERGIAS

Ácido pantotênico - estimula as supra-renais e aumenta o cortisol. Vitamina C - os níveis de ascorbato circulante são inversamente proporcionais aos de histamina.Bioflavonóides - inibem a liberação de histamina e de outros mediadores dos mastócitos e basófilos.Quercetina - tipo de bioflavonóide com potente ação estabilizante sobre os mastócitos e basófilos, diminui a síntese de leucotrienos e inibe a ação de diversas enzimas envolvidas na resposta inflamató- ria (lipoxigenase, fosfolipases, etc.).Molibdênio - importante à sulfito oxidase, impede quadros alérgicos com ingestão de produtos industrializados que contêm sulfitos. Piridoxina - a suplementação pode beneficiar sensibilidade ao glutamato monossódico.Metionina - modula a liberação de histamina.Ácido gama-linolênico (Omega-6) - pacientes atópicos podem ter deficiência na conversão de linoléico a gama-linolênico e, posteriormente, na prostaglandina E1.Glutation - especialmente útil nas alergias alimentares.Outros: cuidar da disbiose (lactobacilos) e da permeabilidade intestinal (L-glutamina), evitar alergenos.

ALZHEIMER

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Veja DEMÊNCIA

ANEMIAS

Ferro-usado apenas nas anemias ferroprivas (microcíticas), em doses compatíveis. Ácido fólico - nas anemias macrocíticas, deve ser usado junto com vitamina B12.Vitamina B12 - preferencialmente injetável e sempre junto com o ácido fólico nas anemias megaloblásticas (macrocíticas).Piridoxina - sua deficiência pode provocar quadro de anemia.Riboflavina - tem relação com anemia normocítica, normocrômica e reticulocitopenia.Vitamina A - deficiência altera a síntese de hemoglobina. Vitamina C - aumenta a absorção de ferro.Vitamina E - experimentalmente benéfica na anemia falciforme.Cobre - deficiência causa anemia.Zinco - relacionado com anemia falciforme.

ANSIEDADE

Niacinamida - diminui a ansiedade e a agressividade, com efeito relaxante especialmente nos psicóticos.Taurina - efeito levemente sedativo e ansiolítico.Magnésio - sedativo, relaxante e ansiolítico.Cálcio - hipocalcemia tem relação com ansiedade.Triptofano - precursor da serotonina, cuja deficiência está relacio¬nada com ansiedade.

ARRITMIAS CARDÍACAS

Magnésio - tem efeito vasodilatador e antiarrítmico.Potássio - deficiência e excesso estão relacionados com arritmias. Coenzima Q-10 - experimentalmente benéfica.

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Taurina - normaliza o fluxo de íons através da membrana celular do miocárdio.

ARTRITE REUMATÓIDE

Vitamina C - possui atividade fibrinolítica e propriedades estabilizadoras das membranas. Os processos inflamatórios aumentam sua excreção, favorecendo a deficiência.Ácido pantotênico - estimula as supra-renais, aumentando os níveis de cortisol.Vitamina K - estabiliza a superfície interna da cápsula articular.Zinco - tem ação antiinflamatória, possivelmente por diminuir os níveis de cobre.Bromelina- enzima proteolítica com intenso poder antiinflamatório.Sulfato de condroitina - estabiliza o líquido sinovial e estimula a recuperação das cartilagens intra-articulares.Sulfato de glucosamina - outro mucopolissacarídio com propriedades benéficas às articulações.Dimetilsulfóxido (DMSO) - modula o metabolismo das prostaglandinas. Uso tópico, oral, sublingual e injetável porvia endovenosa.Ácido gama-linolênico (Omega-6) - precursor da prostaglandina E1, poderoso antiinflamatório natural do organismo.Quercetina - inibe os mastócitos de a cápsula articular responsáveis, em boa parte, pelos processos destrutivos das estruturas articulares.

ASMA

Piridoxina - experimentalmente benéfica.Vitamina C - tem correlação negativa com os níveis de histamina.Ácido pantotênico - estimula as supra-renais, aumentando o cortisol circulante.Magnésio - relaxa a musculatura lisa dos brônquios.Metionina - modula a liberação de histamina.Bioflavonóides - estabilizam os mastócitos e basófilos, inibindo a liberação de histamina e de outros mediadores da reação alérgica.Ácido gama-linolênico - experimentalmente benéfico, atua sobre o

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metabolismo das prostaglandinas.

ATEROSCLEROSE

Ácido fólico e vitamina B12 - promovem a transformação de homocisteína em metionina.Niacina (ácido nicotínico) - baixa colesterol e triglicerídios e aumenta HDL-colesterol.Piridoxina - pode inibir a agregação plaquetária e promove a conversão de homocisteína em metionina.Vitamina C - a concentração plasmática e leucocitária de ascorbato encontra-se diminuída na doença coronariana. A síntese de ácidos biliares a partir do colesterol depende de vitamina C. Estimula a lipase lipoprotéica no catabolismo dos triglicerídios. Fundamental à produção do colágeno das paredes arteriais. Pode diminuir o colesterol e a agregação plaquetária.Vitamina E - tem efeito anticoagulante, diminuindo a adesividada e a agregação plaquetária.Cálcio - pode saponifícar os ácidos graxos no intestino, diminuindo sua absorção.Cromo - experimentalmente benéfico, pode baixar colesterol e triglicerídios.Magnésio - deficiência está relacionada com doença coronariana, arritmias cardíacas, angina pectoris e aumento da mortalidade por infarto do miocárdio. Inibe a agregação plaquetária.Selênio - os níveis sangüíneos têm correlação negativa com atemn clerose.Carnitina - otimiza o metabolismo dos ácidos graxos e do músculo cardíaco.Coenzima Q-10 - a suplementação reduz episódios de angina e melhora as funções cardíacas.Ácido eicosapentaenóico (Omega-3) - baixa colesterol aumenta HDL-colesterol e reduz a agregação plaquetária.Ácido gama-linolênico (Omega-6) - aumenta os níveis de prostaglandina E1, inversamente correlacionada com aterosclerose. Baixa o colesterol e a agregação plaquetária.Extrato de ginkgo biloba - antioxidante, auxilia na insuficiência arterial periférica.Outros: extrato de carqueja e berinjela baixam colesterol. Ácidos graxos

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monoinsaturados do azeite de oliva inibem a síntese de colesterol.

CÁLCULOS URINÁRIOS

Magnésio - útil em todos os tipos de cálculos, inibe a formação de cálculos de oxalato de cálcio.Citrato de magnésio - a hipocitranúria está ligada ao aumento da cristalização do oxalato na urina e do ácido úrico urinário. Piridoxina - essencial ao metabolismo do ácido oxálico, sua deficiência pode favorecer a precipitação e a formação de cálculos de oxalato de cálcio.Lisina - deficiência aumenta cálcio urinário.Outros: em pacientes com hiperoxalúria, evitar alimentos com ácido oxálico (feijões e outras leguminosas, cacau, café instantâneo, espinafre, chá, salsa) e doses de vitamina C acima de 4 gramas.

CICATRIZAÇÁO DE FERIDAS

Vitamina C - promove a formação de colágeno e elastina.Ácido pantotênico - pode acelerar experimentalmente o processo de cicatrização.Vitamina A - aumenta a resistência do tecido cicatricial.Zinco - auxilia a cicatrização por interferir em vários processos enzimáticos e a síntese de proteínas.Arginina - experimentalmente benéfica.

COLELITÍASE

Vitamina E - deficiência associada com cálculos biliares de colesterol Lecitina - aumenta a capacidade de solubilização do colesterol pela bile.Taurina - inibe a formação de cálculos de colesterol, provavelment por reduzir o conteúdo de colesterol do fígado.

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DEMÊNCIA

Ácido fólico - deficiência está associada com apatia, desorientação, déficit de memória e presença de doença de Alzheimer.Piridoxina - freqüentemente deficiente nos pacientes com Alzheimer, pode ser responsável por alterações nos receptores de dopamina.Vitamina B12 - quando deficiente, associa-se com depressão, confusão e perda de memória.Vitamina E - experimentalmente benéfica, corrobora a hipótese de que a peroxidação lipídica esteja envolvida na gênese da demência senil.Zinco - pode estar deficiente e relacionado à performance cerebral. Fosfatidilserina- melhora a sintomatologia da doença de Alzheimer, por aumentar a síntese de acetilcolina e dopamina.Acetilcamitina - estimula a síntese de NGF e acetilcolina no cérebro.Ginkgo biloba - auxilia na insuficiência vascular cerebral.Outros: dimetilglicina, coenzima Q-10, manganês, ácido lipóico.

DEPRESSÃO

Biotina - deficiência pode causar quadro de depressão.Ácido fólico - suplementação pode ser benéfica, especialmente quando deficiente.Piridoxina - necessária na transformação de triptofano em serotonina. Coenzima necessária à síntese de catecolaminas. Especialmente eficiente nos casos de pirrolúria.Tiamina - depressão e irritabilidade são comuns no déficit de vitamina B1.Vitamina B12 - indispensável nos tratamentos de depressão, por via intramuscular, preferencialmente sob a forma de hidroxi-cobalamina. Magnésio - pode ser necessário à manutenção da atividade serotonimérgica no sistema nervoso central. Muitas vezes deficiente no líquido cefalorraquidiano.Zinco - deficiente com freqüência, auxilia nos casos de pirrolúria. Manganês - importante no metabolismo do ácido glutâmico e na síntese do GABA.Tirosina - como precursora da dopamina.Fenilalanina - como precursora da tirosina e, portanto, da dopamina

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Triptofano - como precursor da serotonina.5-hidroxitriptofano - como precursor da serotonina.Outros: coenzima Q-10, dimetilglicina.tiamina, ferro (somente quando deficiente), histidina (nos histapênicos), L-metionina (nos histadélicos).

DIABETES MELLITUS

Cromo - por fazer parte do complexo GTF, potencializa a ação da insulina.Vanádio - estimula a captação de glicose de forma semelhante à da insulina.Biotina - age sinergicamente com a insulina e independentemente diminuindo a glicemia.Niacina - componente do GTF (Glicose Tolerance Factor).Piridoxina - mais indicada na neuropatia diabética e no diabetes da gravidez.Vitamina B12 - útil na neuropatia diabética.Vitamina C - muitas vezes deficiente devido ao aumento da excreção urinária e ao aumento da oxidação.Vitamina E - pode reduzir as necessidades diárias de insulina. Magnésio - comumente baixo nos diabéticos, age como co-fator da glicólise.Manganês - geralmente baixo no diabetes, é importante co-fator na glicólise e sua deficiência pode levar à intolerância à glicose.Zinco - tem excreção aumentada nos diabéticos e seu déficit pode afetar o metabolismo dos carboidratos e dos lipídios.

Ácido alfa-lipóico - benéfico na neuropatia diabética.Acetilcamitina - útil na neuropatia diabética.Bioflavonóides - úteis na retinopatia e na microangiopatia diabéticas.Ácido eicosapentaenóico (Omega-3) - aumenta a sensibilidade à insulina.Ácido gama-linolênico (Omega-6) - a prostaglandina E1, derivada do GLA, tem ação insulina-like e potencializa seus efeitos. Pode ser útil na microangiopatia, na neuropatia e na isquemia cardíaca decorrentes do diabetes.

DISMENORRÉIA

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Piridoxina - experimentalmente benéfica, pode modular a síntese hormonal.Magnésio - pode relaxar a musculatura uterina.Niacinamida - tem bons resultados durante as crises de cólicas menstruais.Vitamina E - experimentalmente benéfica, provavelmente pelo efeito antioxidante.Ácido gama-linolênico (Omega-6) - eficiente por ser precursor da prostaglandina E1 com efeitos antiespasmódicos sobre o útero.

DOENÇA CELÍACA

Ácido fólico - freqüentemente deficiente, provoca anemia mega-loblástica.Piridoxina - absorção pode estar comprometida, pode ser tratamento para á depressão que acompanha a doença celíaca.Vitamina B12 - apresenta má absorção.Vitamina D - pode estar deficiente devido à má absorção.Ferro - apresenta-se muitas vezes deficiente, provocando anemia hipocrômica.

DOENÇA DE CRÕHN

Ácido fólico - pode estar deficiente por falta de ingestão, má absorção ou pelo uso de sulfasalazina. A suplementação pode reduzir o quadro diarréico.Vitamina B12 - freqüentemente deficiente, deve ter administração intramuscular.Vitamina D - deficiência pode provocar hiperparatireoidismo secundário. Ácido pantotênico - pode ser benéfico pelo estímulo na produção de cortisol.Cálcio - deficiência decorre de perda de superfície absortiva, esteatorréia, corticóideterapia ou deficiência de vitamina D.Magnésio - níveis freqüentemente baixos nas hemácias, podem estar relacionados com fadiga, anorexia, hipotensão, confusão, irritabilidade, convulsões, etc.

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DORES ARTICULARES

Veja ARTRITE REUMATÓIDE

ECZEMA

Beta-caroteno - a vitamina A mostrou-se experimentalmente benéfica. Selênio - os níveis de glutation peroxidase encontram-se diminuídos.Ácido gama-linolênico (Omega-6) - pode haver deficiência, uma vez que a conversão a partir do ácido linoléico aparece deficiente nos pacientes com eczema atópico. Como precursor da prostaglandina E1, pode trazer benefícios.Quercetina - utilizada por via oral, sublingual e tópica.Ácido pantotênico - aumenta os níveis de cortisol.

EPILEPSIA

Magnésio - tem efeito anticonvulsivante e seus níveis sangüíneos encontram-se freqüentemente baixos nos pacientes epilépticos.Manganês - comumente em déficit, é fundamental à formação do GABA a partir do ácido glutâmico e da glutamina.Zinco - Pode estar deficiente na epilepsia ou pelo uso de anticonvulsivantes.GABA - neurotransmissor inibitório com ação anticonvulsivante Taurina - baixas concentrações foram encontradas nos sítios de maior atividade elétrica no cérebro de portadores de epilepsia. Neurotransmissor inibitório.Piridoxina - experimentalmente benéfica.Ácido fólico - pode estar deficiente.

ESCLEROSE MÚLTIPLA

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Vitamina E - toda medicação antioxidante pode apresentar bons resultados em controlar as crises e retardar a irreversibilidade das lesões.Ácido lipóico - antioxidante com ação importante no sistema nervoso central.Vitamina B12 - tem ação direta sobre a síntese demielina. Clinicamente, auxilia na recuperação das crises e no estado geral dos pacientes. Piridoxina - a deficiência pode predispor às crises.Ácido pantotênico - experimentalmente benéfico, provavelmente por aumentar os níveis de cortisol.Cálcio - teoricamente, a suplementação de cálcio durante a puberdade e a adolescência poderia evitar o aparecimento da doença mais tarde.Ácidos graxos poliinsaturados - provenientes de linhaça, oliveira, girassol, etc., estão negativamente correlacionados com a progressão e a severidade da doença.Ácido gama-linolênico (Omega-6) - encontra-se deficiente no sangue da maioria dos pacientes com esclerose múltipla.Aminoácidos de cadeia ramificada - podem auxiliar na recuperação da impotência muscular.Treonina - experimentalmente benéfica percursora da glicina.

ESQUIZOFRENIA

Niacinamida - pode reverter o quadro naqueles em que a etiologia se baseia na formação de dimetiltriptamina.Ácido fólico - deficiente em cerca de 25% dos pacientes psiquiátricos, está associado a vá rios tipos de psicoses e sintomas neurológicos.Piridoxina - teoricamente útil nos casos de pirrolúria, onde se encontra deficiente juntamente com o zinco.Zinco - deficiente nos casos de pirrolúria (acúmulo de criptopirrol), pode eliminar excessos de cobre, também relacionados com a etiologia da esquizofrenia.Manganês - essencial ao metabolismo do ácido glutâmico, pode estar deficiente.GABA - pode ser útil nos pacientes agressivos.5-hidroxi-triptofano - precursor da serotonina, cujo metabolismo pode estar alterado em alguns casos de esquizofrenia. Evitar o L-triptofano, que pode dar origem à dime tiltriptamina.

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FADIGA

Ácido pantotênico - tem francas propriedades antifadiga, provavelmente por estimular a síntese de cortisol nas supra-renais.Piridoxina - aumenta a performance e a resistência física.Ácido fólico - deficiência provoca sintomas de cansaço.Vitamina B12 - especialmente as injeções de hidroxi-cobalamina.Ferro - suplementado somente em caso de deficiência (ferritina baixa).Magnésio - fundamental à síntese de ATP e à função de diversas enzimas, deve ser suplementado sob a forma de aspartato de magnésio.Zinco - aumenta a força e a resistência musculares.Ácido aspártico - suplementado sob a forma de aspartato de magnésio ou de potássio, melhora a performance física .Coenzima Q-10 - essencial ao transporte de elétrons na cadeia respiratória, tem clara ação contra a fadiga.Dimetilglicina - desenvolvida para melhorar a performance de atletas, vem sendo utilizada com êxito nos casos de fadiga.Glutamina - melhora o transporte de amônia e aumenta os níveis cerebrais de ácido glutâmico, neurotransmissor excitatório essencial ao bom funcionamento do SNC.Octacosanol - derivado do gérmen de trigo, melhora a utilização do oxigênio e a performance física.

FADIGA CRÔNICA

Veja FADIGA

FERIDAS

Veja CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS

FIBROSE CÍSTICA DAS MAMAS

Vitamina A - experimentalmente benéfica.

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Vitamina E - diminui a freqüência e o tamanho dos cistos.Piridoxina - modula o metabolismo do estrogênio.Ácido gama-linolênico (Omega-6) - diminui a sensibilidade e a dor das mamas afetadas, especialmente no período pré-menstrual.

FRAGILIDADE CAPILAR

Vitamina C - suplementação pode ser benéfica, especialmente quando deficiente.Vitamina E - pode restabelecer a permeabilidade vascular aumentada. Doses elevadas têm efeito anticoagulante.Zinco - deficiência assoçiada à púrpura senil.Bioflavonóides - especialmente a rutina e a quercetina reduzem permeabilidade capilar e aumentam a resistência das paredes dos vasos.

GOTA

Ácido fólico - inibe a xantina oxidase, necessária à síntese de ácido úrico.Vitamina C - aumenta a excreção renal de ácido úrico.Ácido pantotênico - aumenta o cortisol circulante.Atenção: evitar niacina e excessos de vitamina A, que podem agravar as crises.

GRAVIDEZ

Polivitamínicos - a gravidez predispõe a várias deficiências de vitaminas e minerais.Ácido fólico - as necessidades dobram durante a gravidez e a deficiência está relacionada com baixo peso fetal e defeito do tubo neural.Piridoxina - muitas vezes deficiente (megadoses podem diminuir o aleitamento).Cálcio - necessidades aumentam durante a gravidez, quando a deficiência é bastante freqüente e relacionada com a toxemia gravídica. Suplementação pode reduzir a pressão arterial de grávidas.

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Ferro - suplementar se a ferritina estiver baixa. Deficiência é a principal causa da anemia microcítica da gravidez.Zinco - déficit de ingestão pode levar a anomalias do sistema nervoso, diminuição do peso fetal e toxemia gravídica.

HEPATITE

Vitamina B12 - injeções intramusculares diminuem o tempo de recuperação e a anorexia.Ácido fólico - diminui o curso da doença.Vitamina C - tem rápido efeito na recuperação dos pacientes.Silimarina - experimentalmente eficiente.

HERPES SIMPLES

Lisina - compete com a arginina, principal nutriente do vírus. Bioflavonóides - experimentalmente benéficos.Zinco - parece inibir a replicação viral.Vitamina E - também para uso tópico.Ácido lipóico - experimentalmente benéfico.

HERPES ZÓSTER

Vitamina B12 - alivia a dor e a cicatrização das vesículas. Útil na nevralgia pós-herpética.Vitamina E - experimentalmente benéfica na nevralgia pós-herpética.

HIPERATIVTDADE INFANTIL

Niacinamida - tem efeito calmante sobre o sistema nervoso central Piridoxina - suplementação pode ser benéfica na deficiência de serotonina.Taurina - neurotransmissor inibitório tem efeito calmante.GABA - neurotransmissor inibitório com importante ação sobre a

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hiperatividade.

HIPERCOLESTEROLEMIA

Veja ATEROSCLEROSE

HIPERTENSÃO ARTERIAL

Magnésio - tem potente efeito vasodilatador.Cálcio - as quantidades na dieta estão negativamente relacionadas com a pressão arterial.Vitamina D - tem efeito anti-hipertensivo, provavelmente por facilitar a absorção de cálcio.Potássio - experimentalmente benéfico, neutraliza parcialmente os efeitos de dietas ricas em sódio.Coenzima Q-10 - geralmente deficiente em hipertensos, tem ação antihipertensiva.Ácido eicosapentaenóico (Omega-3) - experimentalmente benéfico.Taurina - neurotransmissor inibitório, baixa a pressão arterial em hipertensos.

HIPOGLICEMIA

Cromo - estabiliza os níveis de glicose no sangue e potencializa a ação da insulina.Magnésio - reduz a secreção de insulina induzida pela glicose, melhorando a hipoglicemia reativa.Niacinamida - experimentalmente benéfica faz parte do complexo GTF (Glucose Tolerance Factor).

IMUNODEFICIÊNCIAS

Beta-caroteno - aumenta o número de linfócitos T-auxiliares.

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Vitamina A - deficiência reduz a resposta de células B e T. Deficiência severa leva à atrofia do timo e do baço, com leucopenia e linfocitopenia. Auxilia no restabelecimento imunológico no pós-operatório e após tratamento por corticóides. Aumenta a atividade dos linfócitos natural-killer.Ácido fólico - a deficiência diminui a resposta imunológica e a hipersensibilidade retardada.Ácido pantotênico - deficiência deprime a formação de anticorpos. Piridoxina - deficiência está relacionada com redução do número e da função de linfócitos B e T, diminuição da síntese de imunoglobulinas e depressão da atividade fagocitária dos neutrófilos.Vitamina B12 - deficiência associada com resposta linfocitária diminuída e leve queda da capacidade fagocitária dos polimorfonucleares. Encontra-se deficiente em mais de 30% dos aidéticos, nos quais sua eficiência terapêutica nas condições gerais dos pacientes está amplamente comprovada.Vitamina C - aumenta os níveis de IgA, IgM e C3. Deficiências severas diminuem a fagocitose e a atividade linfocitária. Na AIDS pode inibir a transcriptase reversa em grau semelhante ao AZT (m vitro) e diminuir, estatisticamente, os riscos de infecções secundárias. Suplementação pode melhorar a imunodeficiência dos idosos.Vitamina E - aumenta o número de linfócitos produtores de imunoglobulinas e a resposta imunológica celular. A deficiência deprime a síntese de imunoglobulinas e a proliferação linfocitária após estímulo por antígenos diversos. Na AIDS inibe a ativação do fator nuclear kappa-beta, responsável pela replicação do HIV Em animais de laboratório, restaura os níveis de interleucina-2 e interferon.Ácido lipóico - impede a ativação do fator nuclear kappa-beta, fundamental à replicação do HIV Regenera a vitamina E na mitocôndria, o ascorbato e o glutation intracelulares.Selênio - deficiência provoca queda da imunidade celular, da fagocitose e da resposta a diversos antígenos pelos linfócitos T. Na AIDS, por estimular a glutation-peroxidase, evita o excesso de radicais hidroxila indutores da replicação do HIV In vitro, aumenta a sobrevida dos linfócitos T, infectados pelo HIV, e diminui a ativida¬de da transcriptase reversa.Zinco - deficiência associada à resposta diminuída dos linfócitos T Doses excessivas podem levar à queda na resposta de linfócitos e neutrófilos, além de diminuir os níveis de cobre. Encontra-se estatisticamente

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deficiente em pacientes HIV-positivos.Cobre - deficiência provoca aumento na incidência de infecções, alteração da imunidade celular e baixos níveis de hormônios tímicos. Doses excessivas podem causar depleção de zinco e conseqüente imunodeficiência.Magnésio - deficiência relacionada com a diminuição do número de linfócitos B produtores de anticorpos e atrofia do timo.N-acetil cisteína - aumenta o glutation. HIV-positivos apresentam déficit de cisteína plasmática e glutation intracelular.Glutation - inibe a ativação do fator nuclear kappa-beta, fundamental à replicação do virus HIV.Taurina - melhora a resposta imunológica dos linfócitos T4 em HIV positivos.Carnitina - aumenta a resposta proliferativa dos linfócitos sob estímulo antigênico e incrementa a quimiotaxia de polimorfonucleares.Arginina - tem efeitos imunoestimulantes .Dimetilglicina - poderoso estimulante da imunidade celular e humoral.Ácido gama-linolênico - aumenta á síntese de prostaglandina El, importante na modulação das funções dos linfócitos T.Lactobacillus - atuam na disbiose, importante fator para a integridade imunitária.

INFLAMAÇÃO

Veja ARTRITE REUMATÓIDE INSÔNIA

Niacinamida - tem efeito relaxante e levemente hipnótico.Inositol - tem ação calmante e ansiolítica.Taurina - neurotransmissor inibitório, apresenta propriedades sedativas e ansiolíticas.Triptofano - precursor da serotonina, induz e mantém o sono.GABA - neurotransmissor inibitório com propriedades sedativas.

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA

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Magnésio - pode estar deficiente no miocárdio. A suplementação pode corrigir deficiência de potássio no músculo cardíaco, bem como o fluxo de íons transmembrana.Potássio - pode estar deficiente no sangue e no miocárdio.Coenzima Q-10 - experimentalmente benéfica, encontra-se habitualmente deficiente no músculo cardíaco em pacientes com ICC.Carnitina - melhora a performance cardíaca.Taurina - experimentalmente benéfica, modula o fluxo de íons transmembrana.

LÚPUS ERITEMATOSO

Ácido pantotênico - doses elevadas (acima de 1 g por dia) são experimentalmente benéficas, provavelmente por estimular a síntese de cortisol.Vitamina E - pela ação antioxidante.Selênio - experimentalmente benéfico.Vitamina B12 - mostrou-se útil nas crises e lesões cutâneas.Ácido eicosapentaenóico (Omega-3) - mostrou atividade terapêutica nos processos inflamatórios da maioria dos pacientes testados.Ácido gama-linolênico (Omega-6) - precursor da prostaglandina E1, favorece a resolução dos processos inflamatórios característicos do LES.

MIOCARDIOPATIAS

Carnitina - melhora a performance do músculo cardíaco, permitindo a penetração de ácidos graxos na mitocôndria das células miocárdicas para produção de energia.Coenzima Q-10 - aumenta a contratilidade do miocárdio e o débito cardíaco.Selênio - a deficiência está correlacionada com miocardiopatias Magnésio - modula o fluxo de íons através da membrana celular do miocárdio.

OBESIDADE

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Cromo - especialmente sob a forma de cromo picolinato, que parece ter maior eficiência em potencializar a insulina e otimizar o metabolismo dos carboidratos.Vanádio - tem ação insulina-like, evitando a secreção excessiva daquele hormônio.Inositol - tem ação lipotrópica.Colina - tem ação lipotrópica.Piridoxina - auxilia no equilíbrio hormonal feminino e tem leve efeito diurético.Carnitina - fundamental à oxidação de gorduras (beta-oxidação) pelas células musculares. O resultado fmal seria um aumento de massa muscular e diminuição de tecido adiposo.Triptofano - precursor da serotonina, teria efeito anorético. Glutamina - auxilia no controle de peso por modular a permeabilidade intestinal.Metionina - tem ação lipotrópica.Fibras alimentares - provocam sensação de plenitude digestiva e auxiliam o trânsito intestinal.Enzimas digestivas - auxiliam na digestão e absorção dos alimentos.Extrato de sementes de uvas - experimentalmente, diminuiu a absorção de gorduras no trato digestivo.

OSTEOPOROSE

Cálcio - principal matéria-prima para aumentar a densidade óssea. Magnésio - modula a liberação do paratormônio.Zinco - fundamental à formação do colágeno.Boro - muitas vezes deficiente na osteoporose, entra na formação dos ossos e aumenta a osteogênese. Potencializa a ação dos estrogênios.Vitamina D - promove a absorção do cálcio e sua fixação aos ossos. Ácido fólico - promove a síntese de cisteína a partir da homocisteína que, uma vez em excesso, altera a formação de colágeno.Piridoxina - também evita acúmulos de homocisteína.Vitamina K - entra na formação da osteocalcina e aumenta a osteogênese.Vitamina C - promove a formação de colágeno.Lisina - aumenta a fixação de cálcio nos ossos e diminui sua eliminação

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urinária.

PARKINSONISMO

Tirosina - precursora da dopamina.Treonina - precursora da glicina, tem ação experimentalmente benéfica em diversas doenças de caráter neurológico.Metionina - experimentalmente benéfica.

PERIODONTITE

Ácido fólico - suplementação oral e aplicações locais melhoram o processo inflamatório e a infecção.Vitamina A - deficiência relacionada com doença periodontal.Vitamina C - deficiência subclínica predispõe à periodontite.Zinco - níveis sangüíneos correlacionam-se negativamente com perda óssea alveolar.Coenzima Q-10 - estatisticamente, pode estar deficiente na periodontite.

PROLAPSO MITRAL

Magnésio - melhora a hemodinâmica e a função valvular.Taurina - experimentalmente benéfica.

PRÓSTATA (HIPERPLASIA)

Zinco - a suplementação de zinco diminui o tamanho da próstata e a sintomatologia da hiperplasia benigna da próstata na maioria dos casos.

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PSORÍASE

Ácido fólico - pode estar deficienteVitamina A - inibe a ornitina descarboxilase diminuindo a síntese de poliaminas, cujo aumento está associado à piora do quadro clínico.Vitamina D - regula o metabolismo dos queratinócitos. Também usada topicamente.Selênio- essencial à glutation peroxidase, freqüentemente diminuída na psoríase.Zinco - pode estar deficiente.Ácido lipóico - experimentalmente benéfico, tem marcante ação antioxidante na pele. Pode ser usado em aplicações locais.Quercetina - por via oral e tópica.Ácido gama-linolênico - a fisiopatologia da psoríase parece envolver o metabolismo do ácido araquidônico e as prostaglandinas.

RETOCOLITE ULCERATIVA

Ácido fólico - pode estar deficiente por dietas inadequadas ou má absorção. A suplementação pode reduzir a diarréia.Ácido pantotênico - a conversão de pantotenato em coenzima-A na mucosa intestinal pode estar deficiente.Vitamina A - absorção pode estar prejudicada.Vitamina D - pode estar deficiente.Vitamina K - pode estar deficiente diminuindo os níveis de protrombina.Cálcio - pode estar deficiente por perda de superfície absortiva, esteatorréia, corticóideterapia ou déficit de vitamina D.Magnésio - pode estar deficiente mesmo com níveis sangüíneos normais. A dosagem nas hemácias revelaria o déficit intracelular.Zinco - pode estar deficiente.

SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO

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Piridoxina - experimentalmente benéfica.Tiamina - útil nos processos inflamatórios dos nervos periféricos.

TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL

Piridoxina - modula a síntese de estrogênio e progesterona, melhorando a irritabilidade e a ansiedade. Inibe a aldosterona elevada aumentando a diurese e aliviando o engurgitamento mamário e a retenção hídrica.Vitamina E - melhora o quadro de mamas aumentadas e sensíveis.Vitamina A - usada para a sintomatologia mamária da tensão pré- menstrual.Magnésio - atua na avidez por doces e no desequilíbrio de tolerância à glicose. Deficiência pode aumentar a retenção de líquidos.Zinco - pode ser útil nos casos em que a depressão é o sintoma predominante.Potássio - auxilia a eliminação dos líquidos acumulados.Cromo - utilizado na TPM caracterizada pela avidez por açúcar.Ácido gama-linolênico (Omega-6) - precursor da prostaglandina E1, cujo papel fisiológico inclui a regulação do estrogênio, da progesterona e da prolactina, além de ter ação antiinflamatória e analgésica. Atua sobre quase toda a sintomatologia da tensão pré-menstrual, e nas cólicas menstruais.

ÚLCERASVeja CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS

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10. DOSES DIÁRIAS DAS PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS

DOSES TERAPÊUTICAS

DOSE USUAL DIÁRIA = dose diária normalmente utilizada para fins terapêuticos ou preventivos em adultos. Os valores devem ser divididos pelo número de ingestões ao dia (e.g.: dose usual = 300 mg = 100 mg três vezes ao dia = 150 mg duas vezes ao dia).

LIMITES DIÁRIOS = embora seja impossível fixar limites diários

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da maioria dos nutrientes, cuja dose pode variar radicalmente quando utilizados em uma ou outra doença, procurou-se apresentar as quantidades mínimas e máximas normalmente utilizadas para a maior parte dos usos terapêuticos de cada substância, em adultos.

Os minerais aparecem em doses relativas ao peso do elemento, independentemente do sal a ser utilizado, salvo quando indicado.

Os aminoácidos apresentam-se sob a forma levógira (L), exceto quando indicado.

SUBSTÂNCIA DOSE USUAL DIÁRIA

LIMITES DIÁRIOS

5-HIDROXI-TRIPTOFANO 100 mg (sublingual)

50 - 200 mg

ACETILCARNITINA 1.000 mg 500 - 3.000 mg

ÁCIDO FÓLICO 500 mcg 100 - 10.000 mcg

ÁCIDO FOLÍNICO 200 mg 50 - 500 mg

ÁCIDO LIPÓICO 300 mg 100 - 600 mg

ÁCIDO PANGÂMICO 50 mg 25 - 200 mg

ÁCIDO PANTOTÊNICO 200 mg 50 - 2.000 mg

ÁCIDOS BI LI ARES 200 mg 50-400 mg

AGAR-AGAR 200 mg 100- 1.000 mg

ALENDRONATO DE SÓDIO 10 mg 5-20 mg

ALGINATO DE SÓDIO 1.000 mg 500 - 3.000 mg

AMILASE 400 mg 100 - 1.000 mg

AMINOÁC. CADEIA RAMIFIC 2g l-5g

ARGININA 1.5 g 0,5 - 6 g

ASPARAGINA 1.000 mg 250 - 3.000 mg

ASPARTATO DE MAGNÉSIO 2g 1 —4 g

ASPARTATO DE POTÁSSIO 2g l-4g

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BCAA 2g l-5g

BETA-CAROTENO 25.000 UI 10.000-100.000UI

BETAÍNA HC1 400 mg 100 - 1.000 mg

BIOTINA 300 mcg 100 - 2.000 mcg

BORO 2 mg 1-5 mg

BROMELINA 300 mg 100 - 2.000 mg

CALCIO 1.000 mg 200 - 2.000 mg

CARBOXIMETIL CELULOSE 400 mg 200 - 2.000 mg

CARNITINA 1.000 mg 500 - 3.000 mg

CHITOSAN 1.000 mg 250 - 2.000 mg

CIANOCOBALAMINA (B12) 100 mcg (sublingual)

10 - 1.000 mcg

CIANOCOBALAMINA (Bl2) 5.000 mcg (injetável)

1.000- 15.000 mcg

CISTEINA 600 mg 200- 1.200 mg

COBAMAMIDA 2 mg 1-10 mg

COBRE 2 mg 0,5 - 3 mg

COENZIMA Q-10 50 mg 10-300 mg

COLINA 300 mg 100 - 2.000 mg

CONDROITINA, SULFATO 1.000 mg 250 - 3.000 mg

CREATINA 10 g 5-20g

CROMO 150 mcg

100 - 400 mcg

DHA (ác. docosahexaenóico)

500 mg

250 - 2.000 mg

DHEA (deidroepiandrosterona)

50 mg

10 - 100 mg

DIMETILGLICINA 100 mg

50 - 300 mg

EPA (ác. 5 250 - 2.000

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ecosapentaenóico) 00 mg mg

ERGOCALCIFEROL 200 U.I. 100- 1.000 U.I.

FENILALANINA 1.000 mg 200 - 1.500 mg

FENILALANINA (D,L)

500 200 - 1.000 mg

FERRO 40 mg 10 - 300 mg

FLÚOR 1 mg 0,5 - 2 mg

FOSFATIDILSERINA 300 mg 200 - 600 mg

GABA 600 mg 200 - 1.200 mg

G1NKGO BILOBA (extr. 24%)

160 mg 80 - 240 mg

GLICINA 1.000 mg 500 - 3.000 mg

GLUCOMANAN 1.000 mg 500 - 3.000 mg

GLUCOSAMINA SULFATO

1.000 mg 250 - 2.000 mg

GLUTAMINA 3g 0,2-6 g

GLUTATION 100 mg (sublingual) 50 - 1.000 mg

HIDROXI-COBALAMINA

5.000 mcg (injetável) 1.000- 15.000 mcg

(B12)

HISTIDINA 500 mg 200 - 2.000 mg

INOSITOL 500 mg 100 - 8.000 mg

IODO 100 mcg 50 - 200 mcg

ISOLEUCINA 1.000 mg 500 - 3.000 mg

LACTASE 400 mg 200 - 1.000 mg

LACTOBACILLUS 1 bilhão 100milhões-2 bilhões

LECITINA DE SOJA 1.000 mg 500 - 4.000 mg

LEUCINA 1.000 mg 500 - 3.000 mg

LIPASE VEGETAL 400 mg 200 - 1.000 mg

LISINA 1.000 mg 300 - 2.000 mg

364

Page 365: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

LÍTIO (orotato) 100 mg 40 - 200 mg

MAGNÉSIO 500 mg 100- 1.000 mg

MANGANÊS 5 mg 2-10 mg

MELATONINA 1 mg 0,5 - 10 mg

METIONINA 600 mg 200 - 4.000 mg

MOLIBDÊNIO 150 mcg 50 - 500 mcg

N-ACETIL CISTEÍNA 600 mg 200 - 1.200 mg

NADH 5 mg (sublingual) 2,5 - 10 mg

NIACINA (ácido nicotínico - Bs)

50 mg 10-2.000 mg

NIACINAMIDA (nicotinamida)

50 mg 20- 1.000 mg

ÓLEO DE PEIXE 2.000 mg 500 - 4.000 mg

ÓLEO DE PRÍMULA 1.000 mg 500 - 4.000 mg

ORNITINA 1.5 g 0,5-2,5 g

OROTATO DE LÍTIO 100 mg 40 - 200 mg

PABA 500 mg 100- 1.000 mg

PANCREATINA 400 mg 200 - 2.000 mg

PAPAINA 400 mg 200- 1.000 mg

PECTINA 600 mg 200 - 4.000 mg

PEPSINA 200 mg 100 - 600 mg

PIRIDOXAL 5-FOSFATO

20 mg 5 - 600 mg

PIRIDOXINA (Bfi) 50 mg 10 - 600 mg

POTÁSSIO 1.000 mg 250 - 5.000 mg

PROLINA 1.000 mg 300 - 2.000 mg

PROTEASE VEGETAL

400 mg 200 - 1.000 mg

PSYLLIUM 1.000 mg 500 - 3.000 mg

PYCNOGENOL® 50 mg 20 - 100 mg

365

Page 366: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

QUERCETINA 500 mg 250 - 1.000 mg

QUIMIOTRIPSINA 200 mg 50 - 500 mg

RIBOFLAVINA 20 mg 5 - 400 mg

RUBÍDIO (cloreto) 50 mg 10 - 100 mg

RUTINA 100 mg 50 - 600 mg

SELÊNIO 200 mcg 100 - 300 mcg

SESQUIÓXIDO DE GERMÂNIO

100 mg 50 - 200 mg

SILIMARINA 300 mg 100 - 500 mg

TAURINA 500 mg 200 - 2.000 mg

TIAMINA(B,) 30 mg 5 - 600 mg

TIROSINA 500 mg 200 - 1.500 mg

TOCOTRIENÓIS 200 mg 50 - 500 mg

TREONINA 1.000 mg 500 - 3.000 mg

TRIPTOFANO 1.000 mg 500 -2.000 mg

VALINA 1.000 mg 500 - 3.000 mg

VANÁDIO 100 mcg 50 - 2.000 mcg

VITAMINA A 20.000 UI 5.000-50.000 UI

VITAMINA B,(tiamina)

30 mg 5 - 600 mg

VITAMINA B12 (cianocobalamina)

100 mcg (sublingual) 10 - 1.000 mcg

VITAMINA B1S (cianocobalamina)

5.000 mcg (injetável) 1.000- 15.000 mcg

VITAMINA B12 (hidroxi-cobalamina)

5.000 mcg (injetável) 1.000- 15.000 mcg

VITAMINA B15 (ác. pangâmico)

50 mg 25 - 200 mg

VITAMINA B2 (riboflavina)

20 mg 5 - 400 mg

366

Page 367: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

VITAMINA B3 (niacina)

50 mg 10 - 2.000 mg

VITAMINA B5 (ác. pantotênico)

200 mg 50 - 2.000 mg

VITAMINA B6 (piridoxina)

50 mg 10 - 600 mg

VITAMINA C 2.000 mg 500 - 6.000 mg

VITAMINA D, 200 UI (5 mcg) 100- 1.000 UI

VITAMINA E 800 UI 100-2.000 UI

VITAMINA H (biotina)

300 mcg 100 - 2.000 mcg

VITAMINA K 200 mcg 30 - 1.000 mcg

ZINCO 25 mg 10 - 50 mg

Vitaminas lipossolúveis Vitaminas hidrossolúveis Minerais

Vit. Vit.

Vit. Vit. Vit. Tia-

Ribo-

Nia- Vit. Ácido

Vit.

Cál Fós Mag

Selê-

A D E K C mina

flavina cina

B, fólico

Bu cio foro nésio Ferro

Zinco

Iodo

nio

Idade Peso

Altura Proteína

(mg RE) (mg)

(mg-Te) (mg)

(mg) (mg) (mg)

(mg (mg) (Mg)

(Mg)

mg) (mg) (mg)

(mg)

(mg)

(Mg)

(Mg)

Categoria (kg) (cm) (g) NE)

Homens 15-18 66 176 59 1.000

10 10 65 60 1,5 1,8 20 2,0 200 2,0 1.200

1.200

400

12 15 150 50

19-24 72 177 58 1.000

10 10 70 60 1,5 1,7 19 2,0 200 2,0 1.200

1.200

350

10 15 150 70

25-50 79 176 63 1.000

5 10 80 60 1,5 1,7 19 2,0 200 2,0 800 800 350

10 15 150 70

51 + 77 173 63 1.000

5 10 80 60 1,2 1,4 15 2,0 200 2,0 800 800 350

10 15 150 70

Mulheres 15-18

55 163 44 800 10 8 55 60 1,1 1,3 15 1,5 180 2,0 1.200

1.200

300

15 12 150 50

19-24 58 164 46 800 10 8 60 60 1,1 1,3 15 1,6 180 2,0 1.200

1.200

280

15 12 150 55

25-50 63 163 50 800 5 8 65 60 1,1 1,3 15 1,6 180 2,0 800 800 280

15 12 150 55

51 + 65 160 50 800 5 8 65 60 1,0 1,2 13 1,6 180 2,0 800 800 280

10 12 150 55

Gestantes 60 800 10 10 65 70 1,5 1,6 17 2,2 400 2,2 1.200

1.200

320

30 15 175 65

367

Page 368: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

Mulhem durante

1 a 6 meses 65 1.300

10 12 65 95 1,6 1,8 20 2,1 280 2,6 1.200

1.200

355

15 19 200 75

iüwiit* iiMião 2 a 6 meses 62 1.200

10 11 65 90 1,6 1,25/7

20 2,1 260 2,6 1.200

1.200

340

15 16 200 75

RDA

RDA = RECOMMENDED DAILYALLOWANCES, correspondem às doses diárias mínimas necessárias à boa saúde, determinadas pela National Academy of Sciences dos Estados Unidos da América do Norte e amplamente utilizadas como referência no meio científico internacional. Apresenta-se uma versão simplificada, apenas com doses para adultos.

No mesmo documento publicado em 1989, a National Academy of Sciences divulgou uma tabela que foi denominada Estimated safe and adequate daily dietary intakes ofselected vitamins and minerals. Nessa tabela aparecem as doses consideradas seguras e adequadas de alguns nutrientes que não foram incluídos na tabela de RDAs. Apresenta-se uma versão simplificada, apenas com as doses para adultos.

BIOTINA

mcg

PANTOTENATO

mg

COBRE

Mg

MANGANÊS

mg

FLÚOR

mg

CROMO

mg

MOLIBDÊNIO

mcg

SÓDIOg

POTÁSSIOg

CLOROg

30-100 4 - 7 1,5-3,0

2,0-5,0 1,5-4,0

50-200

75-250 1,1-3,3

1,8-5,6 1,7-5,1

368

Page 369: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

DDR

DDR = DOSES DIÁRIAS RECOMENDADAS, que correspondem às quantidades recomendadas pelo Ministério da Saúde para ingestão por um adulto por dia. Segundo interpretação dos técnicos daquele órgão, essas doses corresponderiam ao conteúdo máximo permitido em um produto industrializado no Brasil para ser considerado e comercializado como alimento. A mesma interpretação não tem valido para os produtos estrangeiros que, uma vez vendidos em suas embalagens originais, podem empregar qualquer quantidade de vitaminas e minerais, e ser considerados alimentos ou suplementos alimentares.

Doses Diárias Recomendadas (DDRs)

NUTRIENTE DDR

Vitamina A 2.666,7 UI1

Vitamina D 5 mcg2

Vitmina B1 (Tiamina) 1,4 mg

Vitamina B2 (Riboflavina) 1,6 mg

Niacina 18 mg NE3

Ácido pantotênico 6 mg

Vitamina B6 (Piridoxina) 2 mg

Vitamina B12 1 mg

Vitamina C 60 mg

Vitamina E 10 mg TE4

Biotina 0,15 mg

Ácido fólico 200 mcg

Vitamina K 80 mcg

369

Page 370: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

Cálcio 800 mg

Fósforo 800 mg

Magnésio 400 mg

Ferro 14 mg

Flúor 4 mg

Zinco 15 mg

Cobre 3 mg

Iodo 150 mcg

Selênio 70 mcg

Molibdênio 250 mcg

Cromo 200 mcg

Manganês 5 mg

Fonte: Ministério da Saúde (transcrito como apresentado).1 1UI = 0,3 mcg de retinol equivalente ou 1,8 mcg de beta-caroteno.2 Sob a forma de calciferol. 1 mcg de colicalciferol = 40 UI.3 1 mg de niacina equivalente = 1 mg de niacina ou 60 mg de triptofano da dieta.4 1 mg d-1-alfa acetato de tocoferila = 1USP.

IDR

Em 1998, a Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde divulgou uma tabela de IDR, definida naquela ocasião como: “Ingestão Diária Recomendada (IDR) é a quantidade de vitaminas, minerais e proteínas que deve ser consumida diariamente para atender às necessidades nutricionais da maior parte dos indivíduos e grupos de pessoas de uma população sadia.”

Na verdade, a mesma tabela para DDR foi apresentada para adultos acrescida de 50 gramas de proteínas. Além disso, o documento (Portaria 33 de 13/1/98) continha mais duas tabelas. Uma com IDRs para lactentes e crianças e outra para gestantes e lactantes.

370

Page 371: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

Naquela mesma data, o Ministério da Saúde, na Portaria 32, definiu suplementos alimentares como aqueles que contivessem no mínimo 25% e no máximo 100% da IDR de vitaminas e / ou minerais. Acima desses valores, os produtos deveriam ser considerados medicamentos sem exigência de prescrição médica.

Na Portaria 40/98 publicou-se outra tabela denominada “Níveis Máximos de Segurança de Vitaminas e/ou Minerais”. Produtos com doses acima das contidas nesse documento seriam considerados medicamentos para venda sob prescrição médica. A seguir, apresenta-se uma tabela simplificada em que se omitiram as doses referentes aos lactentes e às crianças.

Níveis Máximos de Segurança de Vitaminas e / ou Minerais

Componente Dose Diáriapara Adultos

Vitamina A (retinol + betacaroteno) 10.000 UI

Beta-caroteno (única fonte de vitamina A) 25 mg

Vitamina D 800 UI

Vitamina B1 (tiamina) 200 mg

Vitamina B2 (riboflavina) 200 mg

Niacina (sob a forma de niacinamida) 500 mg

Ácido pantotênico 1.000 mg

371

Page 372: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

Vitamina B6 (piridoxina) 200 mg

Vitamina B12 1.000 mcg

Vitamina C 1.000 mg

Vitamina E 1.200 UI

Biotina 2,5 mg

Ácido fólico 1 mg

Vitamina K 25 mg

Cálcio 1.500 mg

Fósforo 1.500 mg

Magnésio 700 mg

Ferro 65 mg

Flúor 4 mg

Zinco 30 mg

Cobre 9 mg

Iodo 600 mcg

Selênio 150 mcg

Molibdênio 350 mcg

Cromo 1.000 mcg

Manganês 10 mg

Fonte: Ministério da Saúde.

11. APÊNDICES

372

Page 373: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

EFEITO DE ALGUMAS DROGAS SOBRE A ABSORÇÃO E OMETABOLISMO DOS NUTRIENTES

DROGAS EFEITOS

ÁCIDO ACETILSALICÍLICO Diminui o ascorbato no sangue; aumenta a eliminação urinária de ascorbato, potássio e aminoácidos

ÁCIDO AMINOSSALICÍLICO Aumenta a absorção de ácido fólico, vitamina B12, ferro, colesterol e gorduras

ANFOTERICINA B Diminui magnésio e potássio no sangue

ANTICONCEPCIONAIS Provocam déficit de ácido fólico e vitamina B6

BLOQUEADORES H2 Diminuem a absorção de ferro e vitamina B6

CAPTOPRIL Pode diminuir sódio e aumentar potássio no sangue

CLOFIBRATE Diminui a absorção de caroteno, vitamina B12, ferro e glicose

CLORAFENICOL Aumenta a necessidade das vitaminas B2, B6, B12; aumenta ferro sérico

COLCHICINA Diminui a absorção de vitamina B12, caroteno, gorduras, sódio, potássio, colesterol, lactose e nitrogênio

COLESTIRAMINA Liga-se a ácidos biliares, diminuindo a absorção de gorduras, caroteno, ácido fólico e vitamina A, D, K e B12

DIURÉTICOS Alguns causam hipocalemia,

373

Page 374: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

hipomagnesiemia, podem aumentar a excreção urinária de vitaminas B1, B6, cálcio, magnésio, potássio e zinco

FENITOÍNA Diminui o ácido fólico no sangue; aumenta o turnover de vitamina D e vitamina K, podendo causar deficiência

FENOBARBITAL Diminui o ácido fólico no sangue; aumenta o turnover de vitamina D e vitamina K, podendo causar deficiência

FENOLFTALEÍNA Má absorção; hipocalemia, deficiência de vitamina D e cálcio

HIDRALASINA Provoca deficiência de vitamina B6

HIDRÓXIDO DE ALUMÍNIO Diminui a absorção de fósforo e vitamina A

ISONIAZIDA Antagonista da vitamina B6, pode causar deficiência

METOTREXATE Diminui a ativação do ácido fólico

NEOMICINA Liga-se a ácidos biliares, diminuindo a absorção de gorduras, caroteno, vitamina A, D, K e B12, potássio, sódio, cálcio e nitrogênio

NITROFURANTOÍNA Diminui ácido fólico no sangue

ÓLEO MINERAL Má absorção; diminui absorção das vitaminas A, D e K

PENICILINA Diminui potássio no sangue e aumenta na urina

PIRIMETAMINA Diminui vitamina B12 e ácido fólico no sangue

PRIMIDONA Diminui o ácido fólico, a vitamina B6 e a vitamina B12 no sangue; diminui a absorção de cálcio;

374

Page 375: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

aumenta o turnover de vitaminas D e K, podendo causar deficiência

SALICILATOS Diminuem o ascorbato no sangue; aumentam a eliminação urinária de ascorbato, potássio e aminoácidos

SULFASALAZINA Prejudica a absorção de ácido fólico e antagoniza sua ação

SULFONAMIDAS Diminuem a absorção de ácido fólico; diminuem folato e ferro no sangue

TETRACICLINA Cálcio, magnésio e ferro diminuem sua absorção; diminui síntese de vitamina K

Fonte: Robert Baron, MD, 1999.

375

Page 376: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

VALORES DE REFERÊNCIA DOS PRINCIPAIS EXAMESLABORATÓRIAIS UTILIZADOS NA MEDICINA

ORTOMOLECULAR

Os valores de referência podem mudar em função do método utilizado para realização do teste.

TESTE MATERIALVALORES DE REFERÊNCIA

(adultos)

ÁCIDO CÍTRICO Urina 24 horas 1,92 a 5,76 mMol/24 horas

ÁCIDO FÓLICO Soro ou plasma 1,1 a 20,0 ng/ml

ÁCIDO FÓLICO (hemácias)

Sangue 165 a 760 ng/ml

ÁCIDO LÁTICO Sangue 5,7 a 22,0 mg/dl

ÁCIDO OXÁLICO Urina 24 horas H – 7 a 44 mg/24hs M – 4v a 31 mg/24hs

ÁCIDO ÚRICO Soro H – 2,5 a 7,0 m/dl M – 1,5 a 6,0 mg/dl

ÁCIDO VANIL. MANDÉLICO

Urina 24 horas 0,5 a 7,5 mg/24 horas

ÁCIDO GRAXOS LIGADOS AO COLESTEROL

Soro 50 a 131 mg/dl

ÁC. GRAXOS LIGADOS A FOSFOLIPÍDIOS

Soro 88 a 175 mg/dl

ÁC. GRAXOS LIGADOS A TRIGLICERÍDIOS

Soro 29 a 143 mg/dl

ÁC. GRAXOS TOTAIS Soro 167 a 499 mg/dl

ACTH Plasma Até 82 pg/ml (entre 8

376

Page 377: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

horas e 10 horas)

ADRENALINA Sangue Inferior a 140 pg/ml

ALANINA AMINOTRANSFERASE

Soro Veja TGP

ALBUMINA Soro 3,5 a 5,5 g/dl

ALBUMINA URINÁRIA Urina 24 horas 10 a 75 mg/24 horas

ALFA 1 ANTITRIPSINA Soro 190 a 350 mg/dl

ALUMÍNIO URINÁRIO Urina Negativo

AMILASE Soro 20 a 125 U/I (dependente do método)

AMILASE URINÁRIA Urina 24 horas 50 a 140 U/24 horas

AMÔNIA Plasma 18 a 60 mcg/dl

AMP CÍCLICO Soro 5,4 a 15,4 mcmol/ml

ANDROSTENEDIONA Soro ou plasma H – 440 a 1.850 pg/ml

ANGIOTENSINA II Plasma M – 400 a 2.080 pg/ml pós-menopausa – 500 a 1.300 pg/ml 10,0 a 50,0 ng/l

ANTIESTREPTOLISINA O

Soro Inferior a 200 U1/ml

ANTIOIDANTES TOTAIS

Sangue 1,1 a 2,1 mcmol de Trolox/ml

APO LIPOPROTEÍNA A1

Soro 115 a 210 mg/dl (mais elevada melhor)

APO LIPOPROTEÍNA B Soro 60 a 150 mg/dl (mais elevada pior)

ASPARTATO AMINOTRANSFERASE

Soro Veja TGO

BETA HCG Soro Veja HCG

BILIRRUBINAS Soro Total – 0,20 a 1,20 mg/dl

CÁDMIO Urina Direta – 0,10 a 0,40 mg/dl

377

Page 378: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

Indireta – 0,10 a 0,80 mg/dl até 2,0 mcg/g de creatinina

CALCIO Soro 9,0 a 10,8 mg/dl

CÁLCIO Urina 24 horas 60 a 180 mg/24 horas

CÁLCIO IÔNICO Soro 1,17 a 1,30 mmol/l

CALCITONINA Soro ou plasma Inferior a 50 pg/ml capacidade de

CAPACIDADE DE SATURAÇÃO DO FERRO

Soro Adultos – 200 a 380 mg/dl acima d 60 anos – 180 a 380 mg/dl

CARBOXI-HEMOGLOBINA

Sangue Não-fumantes – até 2%Fumantes – até 6,5%

CATECOLAMINAS Urina 24 horas 15 a 160 mcg/24 horas

CD4 (linfócitos T) Sangue 359 a 1.725 cls/ml (30 a 61%)

CDS (linfócitos T) Sangue 320 a 997 cls/ml (18 a 42%)

CERULOPLASMINA Soro 19 a 57 mg/dl

CHUMBO Sangue Adultos – até 40 mcg/dlCrianças – até 25 mcg/dl

CHUMBO Urina Inferior a 50 mcg de creatinina

CIANOCOBALAMINA Soro ou plasma 211 a 911 pg/ml

CLEARANCE DE CÁLCIO

Urina 24 hors + soro

Dieta pobre em Ca – 5,6a 20,0 ml/minDieta normal em Ca – 9,5 a 27,8 ml/min

CLEARANCE DE CREATININA

Urina 24 horas + soro

70 a 130 ml/min

CLEARANCE DE URÉIA

Urina 24 horas + soro

467 a 3271 ml/min

CLORO Soro 96 a 106 mmol/1

378

Page 379: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

CLORO Urina 24 horas 120 a 250 mmol/24 horas

COBRE Soro H – 70 a 140 mcg/dl M – 85 a 155 mcg/dl

COBRE Urina 15 a 50 mcg/l

COLESTEROL Soro Desejável – até 200 mg/dlLimite – até 240 mg/dl

COLESTEROL FECAL Fezes 50 a 160 mg/100g de fezes

COLESTEROL HDL Soro H – 35 a 55 mg/dl N – 45 a 65 mg/dl (mais elevado melhor)

COLESTEROL LDL Soro Inferior a 130 mg/dl (mais elevado pior)

COLESTEROL CLDL Soro Inferior a 30 mg/dl (mais elevado pior)

COLINESTERASE Soro 3.500 a 8.500 U/I

CORTISOL Soro ou plasma Manhã (8 horas) – 3,30 a 22,40 mcg/dlTarde (16:00 horas) – 3,09 a 16,66 mcg/dl

CORTISOL LIVRE Urina 24 horas 28,5 a 213,7 mcg/24 horas

CREATININA Soro 0,4 a 1,4 mg/dl

CREATININA Urina 24 horas 900 a 1.500 mg/24 horas

CREATININA-QUINASE (CK)

Soro H – até 165 U/I M – até 190 U/I

CRIPTOPIRROL Urina Inferior a 0,6 mg/g e creatinina

CROMO Urina Até 5,0 mg/g de creatinina

379

Page 380: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

DHEA Soro H - 1,4 a 12,5 ng/mlM – 0,8 a 10,5 ng/mlPós menopausa – 1,4 a 5,0 ng/ml

DOPAMINA Sangue Inferior a 30 pg/ml eletroforese de

ELETROFORESE DE PROTEÍNAS

Soro Albumina – 3,8 a 5,2 g/dlAlfa 1 globulina – 0,1 a 0,3 g/dlAlfa 2 globulina – 0,4 a 0,7 g/dlBeta globulina – 0,5 a 1,0 g/dlGama globulina – 0,5 a 1,4 g/dl

ERITRÓCITOS Sangue Veja hemácias

ERITROPOETINA Soro ou plasma H – 11,7 a 22,7 mU/mlM – 12,6 a 25,0 mU/ml

ESTRADIOL Soro Fase folicular – 19 a 183 pg/ml

Meio do ciclo – 150 a 528 pg/mlFase lútea – 55 a 210 pg/mlMenopausa – inferior a 31 pg/mlCom contraceptivos orais – inferior a 50 pg/mlHomens – até 54 pg/ml

ESTRIOL Soro Gravidez – 1° trimestre – até 38 ng/ml2° trimestre – 38 a 140 ng/ml3° trimestre – 31 a 460 ng/ml

380

Page 381: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

ESTRONA Soro H – 31 a 90 pg/mlFase folicular – 37,2 a 137,7 pg/mlFase lútea – 49,8 a 114,1 pg/mlMenopausa + estrogênio terapia – 40 a 346 pg/mlMenopausa sem estrogênio 14 a 102 pg/mlGravidez – 1° trimestre – 61 a 715 pg/ml2° trimestre – 166 a 1861 pg/ml3° trimestre – 1039 a 3209 pg/ml

FERRITINA Soro ou plasma H – 12 \ 300 ng/ml M – 10 a 200 ng/dl

FERRO Soro H – 60 a 160 mcg/dl M – 40 a 150 mcg/dl

FIBRINOGÊNIO Sangue 1,8 a 3,5 g/l

FOSFATASE ÁCIDA Soro H – até 7,4 U/I – até 6,2 U/I

FOSFATASE ÁCIDA PROSTÁTICA

Soro Até 3,5 U/I

FOSFATASE ALCALINA

Soro 42 a 128 U/I

FOSFOLIPÍDIOS Soro 125 a 250 mg/dl

FÓSFORO Soro 2,5 a 4,8 mg/dl

FÓSFORO Urina 24 horas 340 a 1.000 mg/24 horas

FRUTOSAMINA Soro 1,87 a 2,87 mMol/l

FSH (horm. Folículo estimulante)

Soro ou plasma H – 1,4 a 18 U/IFase folicular – 2,6 a 10,2 U/IMeio do ciclo – 3,4 a 3,4

381

Page 382: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

U/IFase lútea – 1,5 a 9,1 U/IMenopausa – 23 a 116 U/I

GAMA GT Soro H – 11 a 50 U/I M – 7 a 32 U/I

GASTRINA Soro Inferior a 90 pg/ml

GH (horm. do crescimento)

Soro Inferior a 10 ng/ml

GLICOSE Plasma 75 a 115 mg/dl

GLUCAGON Plasma 50 a 150 pg/ml

GLUTATION PEROXIDASE

Sangue 700 a 3.600 U/I

GONADOTROFINA CORIÔNICA

Soro Veja HCG

HCG Soro Até 10 U/I (resultados entre 10 e 100 U/I são considerados duvidosos para gravidez)

HEMÁCIAS Sangue H – 4,5 e 6,0 milhões/mm3

M – 4,2 a 5,4 milhões/mm3

HEMATÓCRITO Sangue H – 36 a 52% M – 35 a 45%

HEMAGLOBINA Sangue H – 13 a 18 g/dl M – 11 a 16 g/dl

HEMAGLOBINA GLICOSILADA (Hb A1C)

Sangue 4,4 a 6,4% (dependente do método)

HEMOGRAMA Sangue Veja hemácias + hematócrito + hemoglobina + HGM + VGM + CHGM +

382

Page 383: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

leucometria

HGM (hemoglobina globular média)

Sangue 27 a 33 picogramas

HIDROXI-PROLINA Urina 24 horas 5 a 25 mg/24 horas

25 – HIDROXI-VITAMINA D

Plasma 9 a 52 ng/ml

HORMÔNIO DO CRESCIMENTO

Soro Veja GH

IGF-1 Soro Adultos 80 a 500 ng/ml de

IMUNOGLOBULINAS Soro 13 a 18 anos, 90 a 900 ng/mlIgA – 50 a 350 mg/dlIgG 650 a 1.300 mg/dlIgM – 52 a 335 mg/dl

INSULINA Soro Inferior a 30 um/ml

INSULINA LIVRE Soro 4,0 a 20 um/ml

LACTATO DESIDROGENASE (LDH)

Soro 88 a 230 U/I (dependente do método)

LDL PEROXIDADA Soro 0,33 a 0,62 nMol/mg de proteína

LEPTINA Soro H – não obesos – 1 a 11 ng/ml

Obesos – 4 a 35 ng/mlM – não-obesas – 2 a 17 ng/mlObesas – 7 a 59 ng/ml

LEUCÓCITOS Sangue 3.400 a 10.000 cels/mm3

LEUCOMETRIA Sangue Basófilos – 0 a 1% - 0 a 200 / mm3

Eosinófilos – 2 a 4% - 40 a 550 / mm3

383

Page 384: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

Mielócitos – 0% - 0 mm3

Metamielócitos – 0 a 1% - 0 a 200 / mm3

Bastões – 3 a 5% - 40 a 550 / mm3

Segmentados – 51 a 67% - 1.800 a 7.150 / mm3

LH (horm. Luteinizante Soro ou plasma Linfócitos – 21 a 35% - 800 a 4.400 / mm3Monócitos – 4 a 8% - 100 a 1.100 / mm3H – 1,5 a 9,3 U/IM – fase folicular – 1,9 a 25,8 U/IMeio do ciclo – 8,7 a 76,5 U/IFase lútea – 0,5 a 15,9 U/IMenopausa – 15,9 a 54 U/IGrávidas – 0,1 a 1,5 U/IContraceptivos – 0,7 a 5,6 U/I

LIPASE Soro Até 190 U/I

LIPÍDIOS TOTAIS Soro 500 a 800 mg/dl

LIPOPERÓXIDOS (hemácias)

Sangue 482 a 1.089 nmol/g de hemoglobina

LIPOPERÓXIDOS (soro) Soro ou plasma 2,7 a 9,4 nmol/ml

LIPOPERÓXIDOS (urina)

Urina Inferior a 20,0 nmol/mg de creatinina

LIPOPROTEÍNA A Soro Inferior a 35 mg/dl

LÍTIO Soro Normal – indetectávelFaixa terapêutica – 0,4 a 1,5 mmol/IFaixa tóxica – acima de 1,5 mmol/l

384

Page 385: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

MAGNÉSIO Soro 1,9 a 2,5 mg/dl

MAGNÉSIO Urina 24 horas 48 a 152 mg/24 horas

MANGANÊS Urina Até 10 mcg/l

MELATONINA Saliva De 10 a 45 anos – 8 a 26 pg/ml

MERCÚRIO Sangue Até 5 mcg/dl

MERCÚRIO Urina Até 5 mcg/g de creatinina

MIELOPEROXIDASE Sangue Até 5 ng/ml

MUCOPROTEÍNAS Soro 1,9 a 4,9 mg/dl

NÍQUEL Urina Inferior a 25 mcg/l

NITROGÊNIO URÉICO Soro 4,7 a 23,4 mg/dl

NORADRENALINA Sangue Inferior a 1.400 pg/ml

OSTEOCALCINA Soro H – 2 a 19 ng/mlM – abaixo de 40 anos – 6 a 19 ng/mlAcima de 40 anos – 3,3 a 16,3 ng/mlPós-menopausa – 5,4 a 24,4 ng/mlCom reposição hormonal – 2,4 a 16,4 ng/mlHiperparatireoidismo primário – 20 a 60 ng/mlDoença de Paget – 19 a 61 ng/ml

ÓXIDO NÍTRICO Urina 0,04 a 11,3 mol/g de creatinina

PARATORMÔNIO Soro Intacto – 11 a 54 pg/ml

PEPSINOGÊNIO 1 Soro 25 a 100 ng/ml

PEPTÍDIO C Soro 0,85 a 3,98 ng/ml

PH Sangue Arterial – 7,35 a 7,45 Venoso – 7,31 a 7,41

PLAQUETAS Sangue 150.000 a 400.000 / mm3

385

Page 386: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

POLIPEPTÍDIO

PANCREÁTICO

Plasma De 20 a 50 anos – 26 a 284 pg/mlAcima de 50 anos – 51 a 326 pg/ml

POTÁSSIO Soro 3,5 a 5,3 nmol/l

POTÁSSIO Urina 24 horas 30 a 126 nmol/24 horas

PREGNENOLONA Soro H – 10 a 200 ng/dlM – 10 a 230 ng/dl

PROGESTERONA Soro H – 280 a 122- pg/mlM – fase folicular – 150 a 1.400 pg/mlMeio do ciclo – 4.400 a 28.000 pg/mlFase lútea – 3.300 a 25.0000 pg/mlPós-menopausa – inferior a 730 pg/ml

PRÓ-INSULINA Soro Não obesos – 5 a 16 pmol/lObesos – 8,5 a 42 pmol/l

PROLACTINA Soro ou plasma H – 2 a 17 ng/mlM – 2,8 a 29 ng/mlMenopausa – 1,8 a 20 ng/mlGravidez – 9,7 a 208 ng/ml

PROTEÍNAS TOTAIS Soro 6,0 a 8,5 g/dl

PSA Soro ou plasma Inferior a 4 ng/ml

PSA LIVRE Soro ou plasma Até 0,5 ng/ml

PTH Soro Veja paratormônio

RADICAIS LIVRES Sangue Inferior a 400.000 COM

386

Page 387: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

RADICAIS LIVRES Fezes 6,9 a 24,8 mcmol/g

RADICAIS LIVRES Urina Veja lipoperóxidos (urina)

RENINA Plasma Deitado – 0,3 a 1,6 ng/ml/hDe pé – 1,7 a 3,5 ng/ml/h

RESERVA ALCALINA Soro 23 a 28 mmol/l

RETICULÓCITOS Sangue 0,5 a 1,5 %

SEROTONINA Sangue 50 a 200 ng/ml Tumor carcinóide: acima de 400

SOD Plasma 45 a 105 U/ml

SOD Urina Acima de 260 U/mg e creatinina

SÓDIO Soro 135 a 148 mmol/l

SÓDIO Urina 24 horas 40 a 4.300 mmol/24 horas

SOMATOMEDINA C Soro Veja IGF-1

T3 Soro 60 a 180 ng/dl

T3 LIVRE Soro 0,23 a 0,42 mg/dl

T4 Soro 4,5 a 11,7 mcg/dl

T4 LIVRE Soro 0,89 a 1,80 ng/dl

TESTOSTERONA Soro H – 240 a 830 ng/dlM – 14 a 76 ng/dlPós-menopausa – 8 a 35 ng/dl

TGO (AST) Soro H – 10 a 35 U/IM – 10 a 31 U/I

TGP Soro H – 9 a 45 U/IM – 9 a 36 U/I

TIREOGLOBULINA Soro e plasma Inferior a 52 ng/ml

TIROXINA Soro Veja T4

TRANSFERRINA Soro 190 a 375 mg/dl

387

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TRIGLICERÍDIOS Soro Inferior a 150 mg/dl

TRIIODOTIRONINA Soro Veja T3

TSH Soro 0,35 a 5,5 um/ml

URÉIA Soro 20 a 50 mg/dl

URÉIA Urina 24 horas 20.000 a 35.000 mg / 24 horas

VASOPRESSINA(horm. Antidiurético)

Plasma e soro 0,4 a 2,4 pg/ml (variações até 4,2 podem ser consideradas normais)

VGM (volume globular médio(

Sangue 80 a 100 micra cúbica

VHS (VELOCIDADE DE hemossedimentação)

Sangue H – menor que 10 mm p/horaM – menor eu 15 mm p/ hora

VIP (peptídio vaso intestinal)

Plasma Inferior a 50 pg/ml

VITAMINA B12 Soro ou plasma 200 a 910 pg/ml

VITAMINA D3 (1,25 [OH]2 D)

Soro 20 a 76 pg/ml

VITAMINA D (25[OH]D)

Soro 10 a 50 ng/ml

ZINCOZINCO

Sangueurina

500 a 900 mcg/dl150 a 700 mcg/dl

Fonte: Helion Póvoa Laboratório Médico.

388

Page 389: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

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Índice remissivo

AA, ver aminoácido acetilcarnitina 155, 343, 345, 360 acetil-CoA 73, 118, 155, 246, 248 acetilcolina 59, 70, 92, 156, 182, 219, 261, 273, 343 acetil-L-carnitina 155 acetoacetato 118 ácido

ácido acetilsalicílico 369ácido alfa-aminolevulínico 74ácido alfa-linolênico (Omega-3) 250, 251, 254ácido alfa-lipóico 59, 100, 345ácido aminossalicílico 369ácido araquidônico 73, 250, 251, 252, 253ácido ascórbico, ver vitamina Cácido aspártico 115, 117, 126, 146, 157, 158, 163, 167, 169, 348ácido benzóico 165ácido bórico 165

391

Page 392: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

ácido cis-oléico 254ácido cistéico 169ácido cítrico 372ácido clorídrico 60, 79, 203, 234, 269, 273ácido deidroascórbico 103, 108ácido dimercaptosuccínico (DMSA) 291, 292, 307ácido docosapentaenóico 251ácido eicosapentaenóico 251, 342, 345, 351, 354ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA) 292ácido fítico 179ácido fólico 31, 56, 58, 62, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 88, 92, 94,

95, 105, 120, 131, 135, 140, 141, 146, 162, 164, 166, 200, 298, 337, 341, 343, 345, 346, 347, 348, 349, 350, 352, 356, 357, 360, 366, 368, 369, 370, 371, 372, 383

ácido folínico 56, 86, 105, 360ácido fosfatídico 89, 257, 258ácido fosfórico 257ácido gama-linolênico (GLA) 250, 251, 252, 337, 339, 341, 342, 345,

346, 347, 349, 353, 355, 358ácido glutâmico 82, 83, 84, 94, 115, 117, 120, 121, 123, 24, 125, 126,

127, 128, 129, 131, 135, 138, 150, 157, 161, 165, 169, 219, 225, 309, 344, 347, 348

ácido hialurônico 279ácido lático 372ácido linoléico (Omega-6) 73, 251, 254, 346ácido linolênico 47, 250ácido lipóico 100, 343, 347, 350, 353, 357, 360ácido nicotínico (niacina), ver vitamina B3

ácido oléico (Omega-9) 254ácido orótico, ver vitamina B3

ácido oxálico 180, 195, 372ácido pangâmico, ver vitamina B15

ácido pantotênico, ver vitamina B5

ácido para-aminobenzóico (PABA) 56, 94ácido picolínico 228ácido pipecólico 151, 169ácido pteroilglutâmico 82ácido retinóico 33

392

Page 393: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

ácido taurocólico 138ácido tetraidrofólico 82, 84ácido tiótico 100ácido úrico 165, 222, 287, 342, 350, 372ácido vanil mandélico 372ácidos biliares 370ácidos graxos 87, 153, 156, 219, 248, 249, 250, 251, 254, 257, 259,

268, 341, 372ácidos graxos monoinsaturados 253, 254ácidos graxos poliinsaturados 347ácidos nucléicos 80, 88

acne 38, 63, 86, 110, 207, 251, 253, 337acrodermatite enteropática 206ACTH 90, 372adesividade plaquetária ver plaquetaaditivos alimentares 288adrenalina 144, 146, 169, 372agar-agar 286, 360agitação 184, 189agregação plaquetária, ver plaquetaagressividade 143, 168, 220AIDS 50, 81, 102, 107, 132, 136, 154, 207, 208, 217, 283, 338, 352alanina 115, 119, 159, 163, 166, 305

alanina aminotransferase 372alanina-glicose, ciclo da 119

albinismo 146albumina 203, 209, 373

albumina urinária 373álcool 206alcoolismo 63, 71, 75, 85, 86, 107, 129, 154, 167, 182, 189, 194, 206, 215,

233, 253, 338aldeído 132

aldeído desidrogenase 62aldeído oxidase 223

aldosterona 185, 247, 358aleitamento 86, 233alendronato de sódio 360

alergias 50, 71, 76, 81, 106, 129, 134, 137, 211, 223, 253, 338

393

Page 394: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

alfa-alfa-l-antitripsina 373alfa-cetoglutarato 118alfa-cetoglutarato de ornitina, ver O KGalfa-tocoferol 46

alginato 299, 303, 329alginato de sódio 286, 303, 311, 360

alimentação funcional 15alopécia 88, 70, 106, 206, 207, 216, 251alucinações 208, 220alumínio 241, 289, 295, 314, 315, 318, 329, 334

alumínio urinário 373Alzheimer, doença de 43, 49, 156, 217, 261, 273, 293, 295, 338, 343 amálgamas 309, 311amido 284amigdalina 99amilase 271, 360, 373

amilase pancreática 269amilase salivar 269

aminoácido (AA) 187, 369aminoácidos aromáticos 140aminoácidos de cadeia ramificada 160, 347, 360aminoácidos derivados da treonina 162

amônia 117, 121, 121, 124, 127, 129, 163, 187, 373AMP cíclico 90, 373androstenediona 373anemia 38, 49, 74, 88, 149, 151, 200, 207, 212, 220, 223, 236, 239, 294,

298, 302, 305, 310anemia falciforme 161, 339anemia ferropriva 200, 224anemia hemolítica 49, 215anemia megaloblástica 81, 85, 86, 339, 345anemia perniciosa 80, 85, 328

anfotericina B 369angina 187angina pectoris 50, 189, 252angiotensina 90, 145angiotensina II 373

394

Page 395: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

anidrase carbônica 204anorexia 86, 88, 187, 191, 201, 207, 394, 398anserina 149ansiedade 67, 91, 127, 139, 143, 184, 189, 191, 217, 305, 340antiácidos 196, 294antibiótico 99, 95anticoagulante 49, 54anticoncepcionais 76, 85, 185, 186, 206, 207, 211, 369anticorpos 351antidepressivo 145antiestreptolisina O 373antiinflamatório 110, 189, 253, 270, 275antioxidante 23, 35, 38, 48, 49, 60, 63, 98, 101, 106, 109, 110, 132, 135,

156, 216, 219, 262, 263, 267, 272, 273, 276, 277, 373antocianidina 108, 110apo

apo lipoproteína A, 373apo lipoproteína B 373

aprendizado 76, 145, 207, 228, 293arginase 123, 218, 243arginina 115, 123, 125, 151, 166, 168, 279, 352, 360

arginina vasopressina, ver AVTarritmia cardíaca 139, 168, 184, 187, 189, 194, 220, 266, 309, 340arsênico 289, 290, 292, 295, 314, 315, 318, 330arsina 298articulações 251, 278artrite reumatóide 45, 50, 54, 67, 71, 106, 110, 132, 149, 163, 208, 211,

212, 216, 217, 223, 223, 251, 252, 253, 276, 290, 340artritismo 219, 237ascorbato 369, 370

ascorbato de cálcio 107ascorbato de magnésio 107

asma 45, 71, 75, 76, 106, 110, 132, 189, 251, 253, 273, 309asparagina 115, 156, 360asparaginase 156aspartame 145, 159, 228aspartato 157, 373

aspartato aminotransferase 360

395

Page 396: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

aspartato de magnésio 159, 347, 360aspartato de potássio 360

ataxia 74, 220aterosclerose 45, 50, 76, 86, 91, 132, 134, 200, 207, 215, 217, 225, 252,

254, 302, 340atletas 50, 76, 88, 98, 107, 110, 124, 129, 154, 160, 191, 194, 226, 260,

275, 285ATP (adenosina trifosfato) 286, 285autismo 76, 129, 189avidina 88AVC (Acidente Vascular Cerebral) 137AVP (Arginina Vasopressina) 121

bactérias saprófitas 283bário 289, 298, 315, 318bauxita 299BCAA (Branched-Chain Aminoacids) 160, 360bentonita 295, 299, 329beribéri 59berílio 289, 299, 317berinjela 341beta-

beta-alanina 149, 160beta-caroteno 32, 34, 132, 217, 338, 337, 351, 360, 367beta HCG 373beta-oxidação 153, 155, 245, 247

betaína 270betaína HC1 360

BHT (Butylated Hydroxytoluene) 288bicarbonato 269

bicarbonato de sódio 268biflavonóide, ver vitamina Pbilirrubinas 373biocitina 88biotina, ver vitamina Hbismuto 289bloqueadores H2 369

396

Page 397: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

bócio 241, 242bombesina 268, 269boro 171, 176, 178, 185, 236, 239, 317, 329, 355, 360bradicinina 272bromato 288bromelina 270, 339, 360bromo 289

cabelos 132, 170, 203, 210, 315cabelos, embranquecimento dos 88, 95, 95cabelos, queda de 71, 88, 91, 95, 132, 239, 295, 326

cadeia respiratória 153cádmio 203, 208, 208, 289, 289, 290, 292, 300, 315, 318, 329, 332, 373cãibra 184calciferol 40cálcio 42, 43, 90, 151, 169, 170, 171, 172, 174, 176, 177, 185, 186, 188,

189, 191, 196, 203, 228, 233, 236, 237, 239, 239, 292, 295, 298, 299, 302, 303, 305, 306, 317, 319, 321, 326, 329, 329, 332, 334, 338, 340, 340, 347, 349, 350, 355, 358, 360, 466, 367, 370, 373

cálcio, balanço de 177calcitonina 178, 182, 373calcitriol 40, 179cálculos

cálculos biliares 251cálculos de oxalato de cálcio 189cálculos urinários 107, 189, 341

câncer 24, 38, 50, 76, 99, 106, 132, 137, 183, 189, 207, 208, 215, 216, 223, 225, 228, 243, 284, 302, 305

Candida albicans 283captopril 369carbonato de lítio 231, 325carbono 169, 170carboxi-

carboxi-hemoglobina 374carboximetil celulose 286, 360carboxipeptidase 204, 268

cardiolipina 257, 258

397

Page 398: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

cardiomegalia 215, 234, 302cardiomiopatia 215

cardiopatia 98, 229cardiopatia isquêmica 168, 229

cáries 239, 241carnitina 115, 151, 166, 167, 168, 338, 340, 352, 335, 355, 360

carnitina-acetiltransferase 154carnosina 149, 160caroteno 370carotenóides 32carqueja 341cartilagens 218catalase 17, 19, 22, 196, 199catarata 71, 137, 207, 208, 215, 304

catarata, prevenção da 50, 71, 106, 132, 139catecolaminas 223, 228, 374catequina 108CD

CD 4 374CD 8 374

cefaléia 36, 44, 75, 201, 298, 305, 310cegueira 220

cegueira noturna 36, 38células hepáticas 135celulose 283, 284ceras 245cerebrosfdio 245, 257cerídio 248ceruloplasmina 208, 210, 374Chitosan 285, 360choque 298chumbo 59, 203, 207, 209, 289, 290, 292, 303, 314, 315, 318, 329, 329,

334chumbo tetraetila 305

cianeto 99cianocobalamina 56, 77, 81, 236, 329, 360, 374cicatrização 38, 71, 107, 121, 124, 132, 161, 164, 206, 208, 210, 251, 341

ver pele, lesões de

398

Page 399: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

ciclamato de sódio 288cicloxigenase 251cirrose (hepática) 154, 207, 215, 274, 305cisteína 115, 130, 132, 133, 134, 163, 168, 212, 213, 303, 305, 306, 311,

329, 360cistina 130, 132citocromo 196, 199citocromo oxidase 210citocromo P-450 22, 92, 106, 196, 199citrato de magnésio 172, 175, 341citrina 108citrulina 126, 117, 120, 121, 123, 159claudicação 273, 274clofibrate 370clorafenicol 370cloreto de estrôncio 239

cloreto de mercúrio 311cloridrato de betaína 270cloro 170, 191, 374clorofila 185coagulação 53, 54, 182, 237cobalamida 78cobalamina 56, 77, 88, 200, 233, 234cobalto 77, 171, 196, 233, 317, 328cobamamida 81cobre 19, 80, 102, 133, 144, 146, 163, 171, 173, 174, 175, 176, 196, 200,

203, 206, 208, 217, 220, 219, 221, 223, 279, 302, 305, 315, 317, 322, 324, 332, 334, 340, 352, 360, 365, 366, 367, 374

coenzimacoenzimaA 69, 132, 153, 160, 228coenzima Q-10 262, 266, 267, 340, 340, 343, 347, 351, 335, 360

colágeno 36, 104, 109, 124, 151, 162, 164, 178, 203, 210, 218, 275, 302, 355

colchicina 370colecalciferol 40colecistoquinina (CCK) 145, 145, 147, 160, 268, 269colelitíase 341colesterol 106, 154, 164, 166, 208, 218, 225, 228, 245, 247, 252, 251, 253,

399

Page 400: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

254, 257, 265, 275, 277, 286, 286, 340, 369, 370, 374, 374colestiramina 370cólicas menstruais 183, 344, 358colina 56, 85, 89, 91, 93, 113, 133, 153, 155, 218, 255, 257, 354, 360

colina acetilase 181colina acetiltransferase 218

colinesterase 218, 374coma hepático 123complexo B 56condroitina sulfato 278, 360confusão (mental) 231conjuntivite 88constipação 37, 44, 59, 91, 93, 95, 107, 284, 294, 305constipação intestinal 91contração muscular 181, 193convulsões 220, 219, 239, 326coproporfirinogênio 305corantes artificiais 288córnea 35corpos cetônicos 247corticóides 70corticoliberina (CRF) 263corticotrofina (ACTH) 263cortisol 69, 245, 260, 337, 374creatina 113, 121, 129, 164, 166, 279, 360

creatina-fosfato 279creatina-fosfoquinase (CPK) 280creatina-quinase 374

creatinina 133, 280, 374crescimento 36, 81, 85, 121, 124, 151, 177, 187, 191, 194, 196, 206, 207,

211, 223, 225, 228, 241, 242, 251, 303crescimento, hormônio do 118, 121, 124, 147, 151, 164, 166, 203, 377, 378crescimento ósseo 42,151, 184, 218, 220criptopirrol 347, 374cristalino 139Crohn, doença de 43, 50, 74, 81, 207cromo 143, 171, 171, 174, 176, 223, 280, 317, 321, 322, 340, 343, 351,

354, 358, 360, 365, 366, 367, 374

400

Page 401: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

cromo GTF 223cromo hexavalente 321cromo picolinato 354

curva glicêmica 225

DDRs (Doses Diárias Recomendadas) 31, 173, 174, 175, 219, 226, 365, 366deferroxamina 292, 295, 322deficiência imunológica 98, 129, 203, 207, 211, 212, 215degeneração macular 208, 215delírios 231demência 66, 207, 343

demência senil 156dentes 36, 43, 162, 170, 171, 177, 181, 187, 189, 223, 228, 239, 241, 310depressão 59, 63, 67, 70, 74, 76, 81, 86, 88, 95, 98, 106, 107, 134, 139,

141, 145, 146, 163, 189, 194, 207, 211, 219, 225, 226, 228, 231, 236, 332, 253, 325, 343, 358

dermatite 66, 88, 253, 298, 310, 326dermatite seborréica 88

desidratação 194, 298desintometria óssea 179desmineralização óssea 182desnutrição 206desodorantes 294DHA (docosahexaenóico) 252, 360DHEA (deidroepiandrosterona) 262, 265, 360, 374diabetes 50, 76, 88, 107, 187, 194, 207, 219, 225, 228, 228, 229, 274, 286,

322, 343diacilglicerol 232dialdeído malônico 28diarréia 66, 86, 106, 140, 154, 194, 194, 223, 208, 223, 231, 251, 271, 283,

284, 298, 305, 310digestão 269dimercaprol 290, 292, 299, 307, 311, 330dimetilglicina 56, 97, 98, 164, 343, 349, 352, 360dimetilsulfóxido (DMSO) 275, 276, 339dimetiltriptamina 141, 143, 347

401

Page 402: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

dióxido de enxofre 288dipeptidase 268disbiose 283, 338, 352disfunção biliar 139dismenorréia 50, 54, 67, 76, 110dismielinização 305displasia mamária 50, 76dispnéia 299, 309dispositivo intra-uterinos (DIU) 211distrofia muscular 50, 124, 129, 154, 160diuréticos 187, 186, 194, 203, 207, 231, 324, 370diverticulite 284DL-fenilalanina 167DMG, ver dimetilglicinaDMSA (ácido dimercaptosuccínico) 292, 298, 330DNA 73, 84, 88, 96, 118, 157, 166, 187, 203, 234doença

doença periodontal (periodontite) 86, 357doenças articulares 189doenças auto-imunes 50doenças cardíacas 228doença celíaca 215doenças cardiovasculares 154, 215, 216, 253, 274, 284doenças gastrintestinais, ver má absorçãodoenças inflamatórias 251

DOPA 77, 277dopamina 106, 144, 146, 147, 169, 199, 210, 218, 219, 260, 277, 309, 343,

355, 374dor 143, 145, 166, 305

dor abdominal 309dores articulares 191, 270, 337

doses diárias (das principais substâncias) 360D-penicilamina 212

eczema 88, 90, 216, 251, 253, 337edema 194, 231, 298

edema pulmonar 302

402

Page 403: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

EDTA (ácido etilenodiamino tetra- acético) 292, 295, 299, 303, 307, 311, 329, 330, 331

eicosanóides 250elastase 132elastina 162, 208, 211, 274encefalina 145, 146, 169encefalopatia 305encefalopatia aguda 307endorfina 145, 146enterogastrona (GIP) 268, 269envelhecimento 24, 102, 137, 155, 178, 194, 206, 207, 235, 260enxaqueca 67, 71, 76, 146, 252, 274enxofre 170, 216enzima

enzimas digestivas 262, 269, 355enzimas flavoprotéicas 62enzimas proteolíticas 270

EPA (ecosapentaenóico) 251, 252, 360epilepsia 71, 76, 86, 127, 139, 163, 189, 206, 211, 245epinefrina 133eretismo 309ergocalciferol 360ergosterol 40eritrócitos 203, 215, 374eritropoetina 374esclerodermia 45, 290esclerose múltipla 45, 50, 59, 71, 75, 76, 81, 91, 93, 97, 102, 107, 160,

163, 184, 216, 219, 236, 251, 252, 251, 266, 309, 347escorbuto 106esculina 108esfingolipídio 257esfingomielina 245, 257esfingosídios 70esperma 121, 203, 213

espermatozóide 121, 153espermidina 123, 136espermina 123, 134esquizofrenia 67, 76, 81, 86, 96, 127, 134, 143, 147, 149, 207, 208, 211,

403

Page 404: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

219, 236, 253estanho 171estaquioses 284esterilidade 220esteróides 247estomatite 63, 298estradiol 265, 376estresse 47, 59, 63, 70, 76, 121, 139, 147, 178, 203, 206, 264

estresse oxidativo 22, 23, 49, 107, 202, 211, 217, 274, 323estriol 265, 376

estrogênio 236, 245, 253, 265, 349, 355, 358estrona 265, 376estrôncio 171, 239, 317, 329etanolamina 91, 257exitox 329, 329, 331extrato

extrato de Ginkgo biloba 341extrato de sementes de uvas 274, 355

FAD (flavina adenina dinucleotídio) 62, 117fadiga 36, 73, 85, 88, 95, 124, 129, 134, 151, 159, 184, 187, 191, 194, 201,

203, 211, 216, 225, 265, 294, 295, 309fadiga crônica 59, 63, 67, 71, 76, 81, 86, 93, 98, 107, 154, 189, 194,

208, 236, 267, 275, 277, 349fagocitose 27fator intrínseco 79, 80, 233febre 208fenilalanina 84, 106, 115, 144, 146, 167, 169, 360fenilcetonúria 144, 145feniletilamina 144, 169fenitoína 370fenobarbital 370fenolftaleína 370Fenton, reação de 19, 200feocromocitoma 146feridas/ferimentos, ver cicatrizaçãoferritina 196, 198, 200, 201, 322, 347, 349, 376

404

Page 405: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

ferro 19, 36, 49, 79, 90, 102, 104, 144, 151, 171, 174, 176, 196, 203, 210, 217, 223, 289, 292, 303, 305, 315, 317, 322, 338, 343, 347, 349, 360, 366, 367, 369, 370, 365, 376

fibras alimentares 212, 262, 283, 324, 355fibrina 53fibrinogênio 376fibrose cística das mamas 349fígado, degeneração gordurosa do 91, 93filoquinona 51flavonóide 274flavoprotéicas 62flavoquinase 61flebite 274flúor 171, 172, 178, 239, 241, 360, 365, 366, 367fluoreto de sódio 241fluoropatita 241flush cutâneo 66FMN (flavina mononucleotídio) 62, 117folacina 81folato redutase 84folil-conjugase 84fosfatase ácida 376fosfatase ácida prostática 376fosfatase alcalina 42, 179, 187, 204, 376fosfatidilcolina 92, 248, 255, 257fosfatidiletanolamina 257, 258fosfatidilglicerol 257, 258fosfatidilinositol 89, 250, 255, 257fosfatidilserina 166, 255, 257, 343, 360fosfato 178

fosfato de cálcio 178fosfato de piridoxina 71

fosfoglicerídio 255fosfolipase A2 260

fosfolipase C 90, 260fosfolipase pancreática 260

fosfolipídio 89, 92, 166, 210, 245, 248, 255, 376fosforilação oxidativa 187

405

Page 406: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

fosforilase 73fósforo 42, 169, 170, 171, 172, 174, 178, 181, 182, 185, 188, 189, 203,

206, 236, 237, 302, 317, 323, 332, 332, 366, 367, 370, 377fotofobia 63fragilidade capilar 110, 273, 274, 349fraturas 44, 124, 161fribrinogênio 53frutosamina 377FSH 377fumarato 118

GABA (ácido gama-aminoDutírico) 73, 75, 115, 120, 125, 127, 129, 139, 167, 168, 218, 219, 309, 343, 344, 347, 350, 352, 360

galactogens 284gama GT 377gangliosídio 245, 257gastrina 269, 377gastroenterite 302gastroferrina 196gengivite 106, 309germânio 171, 176, 241, 317, 325GH, ver crescimento, hormônio dogikgolídeos 272

Ginkgo biloba 108, 109, 262, 272, 343, 360GLA, ver ácido gama-linolênicoglândula

glândula pineal 141, 263glândulas paratireóides 178

glaucoma 106glicerofosfolipfdio 255glicerol 248, 255, 257glicina 73, 84, 91, 114, 115, 130, 134, 159, 162, 163, 164, 164, 166,

167, 168, 178, 223, 279, 347, 357, 360glicina sintetase 163

glicocorticóides 245glicogênio 36, 66, 73, 228, 284glicolipídio 248, 257

406

Page 407: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

glicólise 218gliconeogênese 88

glicose 89, 119, 153, 155, 159, 161, 194, 203, 220, 223, 228, 343, 370, 377

glicose, fator de tolerância à 125, 132, 171glóbulos vermelhos, ver hemáciasglossite 63, 85glucagon 377glucomanan 286, 360glucosamina 278, 360glutamato 117

glutamato monossódico (MSG) 127, 288glutamina 115, 117,119, 124, 125, 127, 129, 157, 166, 167, 168, 218, 219,

338, 349, 355, 360glutamina sintetase 117, 127, 129, 218, 219glutaminase 117, 125, 127, 129

glutation 19, 20, 27, 28, 47, 115, 125, 127, 129, 130, 132, 134, 164, 168, 223, 305, 338, 352, 360

glutation hepático 274glutation oxidado 101glutation peroxidase 17, 19, 27, 130, 135, 137, 136, 213, 213, 216, 377 glutation redutase 20, 62, 135glutation sintetase 20glutation transferase 135

gomas 283, 284goma guar 286

gonadotrofina coriônica 377gorduras 245gordura marrom 226gota 50, 86, 107, 182, 305, 322gravidez 75, 76, 85, 86, 121, 124, 145, 177, 184, 197, 196, 206, 207, 211,

231, 239, 241gripe 208GTF (Glucose Tolerance Factor) 125, 225, 343, 351GTP (guanosina trifosfato) 285

Haber-Weiss, reação de 19

407

Page 408: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

HCG 377hemácias 79, 85, 135, 186, 228, 234, 377hematócrito 377hemicelulose 283, 284hemocromatose 201hemodiálise 154, 207hemoglobina 149, 160, 164, 166, 171, 196, 198, 210, 305, 377hemoglobina glicosilada 377hemograma 377hemorragia 196, 200hemorróidas 110hemosiderose 201hemossiderina 196, 198hepatite 81, 93, 107, 275, 349herpes simples 106, 151, 167, 350herpes zóster 81, 106, 350hesperidina 104, 108, 110HGM 377hidralazina 370hidrazida 75hidrogênio 169, 170hidroxi-apatita 178hidroxi-cobalamina 56, 77, 81, 236, 329, 343, 347, 360hidroxi-lisina 149hidroxi-prolina 124, 123, 168, 378hidroxi-triptofano 141, 143, 347, 360hidróxido de alumínio 294, 370hidroxila, ver radicalhidroxila hiperatividade infantil (em crianças) 76, 127, 189, 253, 350hipercolesterolemia 67, 88, 91, 93, 106, 121, 139, 182, 184, 187, 226, 350hiperglicemia 225hiperinsulinemia 225hiperlipemia 154, 229, 286hipermenorréia 54hipernatremia 194hiperparatireoidismo 182, 184, 319hiperqueratose 309hipertensão arterial 44, 47, 76, 91, 93, 106, 127, 139, 145, 149, 184, 189,

408

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194, 207, 212, 229, 252, 267, 302, 310, 350hipertensão craniana 37hipertireoidismo 124, 189hipertrigliceridemia 67, 91, 106hipertrofia prostática 127, 251, 302hipocalemia 370

hipocloridria 164, 178, 185, 187, 234, 270, 272hipoglicemia 67, 70, 93, 225, 226, 228hipogonadismo 206, 207hipomagnesiemia 370hipopituitarismo 124hipotensão arterial 146, 147hipotireoidismo 62, 211, 212, 234, 242hipoxantina 286histamina 67, 67, 73, 110, 133, 149, 168, 211, 272, 273histaminase 210histidina 84, 114, 115, 160, 163, 167, 168, 343, 360HIV 352HLB 28Hodgkin, doença de 85homocarnosina 149homocisteína 130, 135, 166, 355homocistinúria 76homeopatia 347homoserina 130hormônio antidiurético 231, 233

hormônio do crescimento, ver crescimentohormônios da tireóide (ou tireoidianos) 81, 106, 146, 171, 233, 242

IDR (Ingestão Diária Recomendada) 367IGF-1 378impotência 121, 127, 147, 207, 215imunodeficiência 38, 50, 59, 63, 70, 71, 75, 76, 81, 121, 135, 208, 215,

217, 236, 267, 274, 283, 351imunoestimulante 241imunoglobulina 378infecções 36, 76, 106, 132, 194, 206, 207, 208

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infertilidade 95, 207, 215infertilidade masculina 121, 154

inflamação 352inosina 286inositol 56, 89, 91, 93, 164, 255, 352, 355, 360inositoltrifosfato 90, 232insetos, picadas de 59insônia 37, 67, 75, 76, 86, 91, 93, 127, 139, 141, 167, 184, 189, 211, 220,

260, 309, 309, 352insuficiência cardíaca 59, 140, 187, 194, 215, 234, 267, 352insuficiência cérebro vascular 273insuficiência hepática 54, 93, 124insuficiência renal 182, 194, 207, 298insuficiência respiratória 302insuficiência venosa 273insulina 125, 161, 203, 225, 226, 228, 229, 251, 266, 280, 343, 354, 378 interferon 106intolerância alimentar 129, 137, 223intoxicação 102, 121, 134, 135inulina 284iodo 171, 174, 228, 241, 298, 360, 466, 367irritabilidade 37, 187, 191, 219, 305isoleucina 115, 161, 166, 168, 360isoniazida 74, 370isquemia cardíaca 139, 344isquemia-reperfusão, reação 27

jet-lag 264

Keshan, doença de 215Krebs, ciclo de 58, 65, 70, 113, 117, 118, 151, 245

lacrimejamento 63lactação 177, 220lactase 268, 271, 360

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lactato de cálcio 172lactato desidrogenase (LDH) 378

lactobacilos 262, 338Lactobacillus 283, 352, 358Lactobacillus acidophilus 283Lactobacillus bifidus 283

lactose 178, 203, 370laetrile, ver vitamina B17 laxativo 194LDL oxidada 28LDL peroxidada 378lecitina 89, 92, 93, 217, 258, 341lecitina de soja 360leptina 378leucemia 85leucina 115, 146, 160, 161, 166, 168, 360leucócitos 85, 203, 378leucometria 378leucopenia 210, 309, 351leucotrienos 110, 247, 250, 251leucovorim 86levodopa 77LH (hormônio luteinizante) 379lignina 283, 286linfócitos 106, 129, 137, 200, 231linfócitos T 203, 351, 374linfocitose 231linhaça 346linha plúmbica 305lipase 271, 379

lipase intestinal 268lipase pancreática 181, 268lipase vegetal 360

lipídio 379lipogênese 247lipoperoxidação 19, 22, 28, 47, 101lipoperóxido 379lipoproteína 248, 260

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lipoproteína A 379lipoxigenase 251líquido sinovial 278lisina 115, 121, 149, 151, 166, 168, 340, 350, 355, 360litíase renal 76litíase urinária 189lítio 171, 317, 325longevidade 215loucura mangânica 220lúpus eritematoso 71, 217, 354

má absorção 178, 187, 269macrominerais 169, 171

magnésio 76, 77, 120, 140, 141,143, 170, 171, 173, 174, 176, 177, 184, 184, 185, 194, 203, 236, 237, 239, 292, 295, 394, 299, 306, 319, 329, 330, 332, 338, 339, 340, 341, 343, 343, 344, 337, 347, 349, 352, 354, 355, 357, 358, 358, 366, 367, 369, 370, 379

magnésio intracelular 73malato desidrogenases 204mal tose 269mamas 76

manganês 19, 125, 139, 140, 164, 171, 172, 174, 175, 176, 184, 196, 200, 208, 210, 217, 235, 278, 317, 322, 334, 343, 346, 360, 365, 366, 367, 379

mania 220manosans 284medula óssea 236melanina 113, 144, 146, 210melanoma 146melatonina 140, 169, 262, 263, 362, 379melatotropina 145membrana celular 47, 89, 92, 135, 181, 185, 190, 218, 245, 257, 305memória 93, 102, 145, 155, 219, 260, 264, 277, 310menadiona 51menaquinona 51Menière, doença de 67Menkes, doença de 211

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Page 413: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

menopausa 178, 179, 183, 239, 319menopausa, sintomas da 49, 217

menstruação 201mercurialismo 310mercúrio 208, 289, 290, 293, 314

mercúrio inorgânico 310mercúrio orgânico 310mercúrio, vapores de 310

metabolismo basal 242metais pesados 28, 102, 131, 132, 133, 135, 170, 215, 283, 287, 289 metalotioneína 203metionina 84, 91, 115, 130, 132, 149, 151, 167, 168, 213, 279, 306, 329,

338, 339, 357, 362metionina redutase 17metionina sintase 85

metionona redutase 19metotrexate 370mialgias 76miastenia 164

miastenia gravis 219micromercurialismo 309microminerais 169mielina 73, 80, 92, 235, 257mieloperoxidase 379mineralocorticóides 246mineralograma 28, 179, 208, 210, 219, 223, 231, 235, 289, 295, 298, 299,

299, 315miocárdio, infarto do 50, 67, 186, 215, 285miocardioesclerose 285miocardiopatia 354miocardite 285mioglobina 196, 199mio-inositol 89, 257miopatias 215mitocôndria 218molibdênio 171, 174, 176, 208, 210, 221, 317, 322, 334, 338, 362, 365,

366, 367monoaminoxidase (MAO) 147, 228

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motilina 268mucilagens 283mucina 268, 269mucopolissacarídios 220, 278mucoproteínas 379mucosas 36mucoviscidoses 215músculos 194

N-acetil-L-carnitina 154N-acetil-L-cistefna 132, 137, 352, 362N-acetil-penicilamina 290NAD (nicotinamida adenina dinucleotídio) 66, 117, 277NADH / NADPH 66, 277, 362NADP (nicotinamda adenina dinucleotídio fosfato) 66, 117náuseas 37, 44, 201, 208, 231, 239, 394, 398, 305, 310neomicina 370neurite 59, 71

neurite diabética 76neurite periférica 76

neuroblastoma 146neuropatia 75, 328

neuropatia diabética 81, 91, 102neuropatia periférica 225, 298, 305, 309

neurotransmissão 181, 187, 193, 237, 245neurotransmissores 168

neutrófilos 200nevralgia 59, 76, 81, 236

nevralgia pós-herpética 50NGF (Nerue Growth Factor) 43, 155, 156, 343niacina, ver vitamina B3 niacinamida 56, 64, 143, 340, 344, 347, 349, 352, 367niacitina 66nicotinamida 56, 64, 277, 362níquel 171, 242, 289, 318, 380nitrato 288

nitrato redutase 223

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Page 415: Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

nitrito 288nitrofurantoína 370nitrogênio 169, 170, 370, 370, 380nitrosamina 223noradrenalina 144, 146, 169, 181, 199, 210, 380norepinefrina 73, 106, 277nuclease 268

obesidade 88, 91, 93, 121, 129, 143, 145, 154, 228, 229, 283, 286, 354octacosanol 275, 349OKG (alfa-cetoglutarato de ornitina) 124óleos 245

óleo de linhaça 253óleo de oliva extravirgem 254óleo de prímula 252, 362óleo mineral 370óleos de peixe 252, 362óleos vegetais 254

olfato 203oligoelementos 169, 170, 171olhos 35, 203opsina 35ornitil-taurina 139ornitina 115, 117, 120, 121, 123, 124, 125, 166, 362orotato de cálcio 97, 184orotatode lítio 97, 232, 233, 325, 362ossos 37, 170, 171, 178, 181, 187, 190, 203, 228, 239, 241 ver

desmineralização óssea e crescimento ósseoosteocalcina 380

osteocalcina, síntese da 53osteomalácia 43, 44, 184, 293, 294, 293, 302 osteoporose 44, 54, 76, 86, 124, 151, 177, 184, 189, 236, 237, 239, 241,

302, 319, 326otoesclerose 184ouro 317ouvidos, zumbido nos 252, 273oxalato de cálcio 341

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oxaloacetato 118, 218oxidase 62òxido nítrico 27, 101, 121, 380oxigênio 169, 170, 198, 199

oxigênio singlet 17, 21, 36, 101oxidorredutase 62

PABA, ver ácido para-aminobenzóicoPAF (Fator Ativador de Plaquetas) 273Paget, doença de 124paladar 203, 212palpitação 208pancreatina 271, 362pantotenato 67, 365papaína 270, 362paralisia facial 59, 67, 81parasitose 200, 207paratireóide 236paratormônio 42, 43, 185, 236, 319, 355, 380parestesia 74Parkinson, doença de 220, 277

parkinsonianos, pacientes 77parkinsonismo 77, 129, 134, 143, 146, 163

pectina 283, 283, 286, 295, 299, 303, 306, 311, 329, 362pelagra 66, 143, 161 ver PPpele 35, 106, 203, 204, 206, 208, 210, 251, 253pele, lesões de (cicatrização) 86, 251penicilamina 290, 299, 306, 311penicilina 370pepsina 269, 272, 362pepsinogênio 1 380peptidase 218peptídio 110

peptídio C 380peptídio vaso-intestinal (VIP) 268, 269, 383

periodontite 38, 86, 107permeabilidade intestinal 129

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peroxidase 199peróxido de hidrogênio 17, 19, 134, 200, 213, 279pés ardentes, síndrome dos 70Pyronie, doença de 95PH 380picnogenol 262picolinato de cromo 228Pinus maritimus 274piridoxal 56

piridoxal 5-fosfato 71, 76, 338, 362piridoxal quinase 73piridoxal fosfato 66, 191

piridoxina, ver vitamina B6 pirimetamina 370pirimidina 79, 84, 88, 113, 166pirimidona 370pirofosfato de tiamina 58pirrolúria 343, 347piruvato 73, 118plaqueta 380

plaquetária, adesividade 48, 187, 251, 276plaquetária, inibição da agregação 185, 189, 252, 276plaquetas, fator ativador de 273plasmalogênio 257policitemia 234polidipsia 233

polipeptídio pancreático 380polissacarfdios 283poliúria 233polivitamínico 349poluição 287porfirinas 70, 113, 166POTABA 95potássio 136, 170, 176, 191, 203, 243, 298, 317, 319, 340, 350, 352, 358,

362, 365, 369, 370, 380PP (Pelagra Preventiva) 64PP (Pòlipeptídio Pancreático) 268, 269pregnenolona 245, 265, 380pré-menstrual, período 206

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pré-menstrual, síndrome 38, 73, 189, 212, 253pré-menstrual, tensão 50, 76, 110, 251, 358

pressão arterial 181, 193, 237pró-antocianidina 274progesterona 245, 265, 358, 381pró-insulina 381prolactina 243, 253, 358, 381prolapso mitral 189prolil-hidroxilase 124prolina 114, 115, 120, 121, 123, 124, 125, 168, 362propilenoglicol 288própolis 108, 109próstata 203, 207, 208prostaciclina 185, 250prostaglandina 22, 250, 251, 252, 275, 344, 337, 358prostanóides 247, 250, 251próstata 266protease 271protease vegetal 362proteína 110, 113, 114, 118, 374, 381

proteína G 90proteína-quinase C (PKC) 260

protetor solar 95protrombina, síntese de 53, 218PSA 381psicose maníaco-depressiva 233psoríase 38, 44, 50, 71, 81, 86, 110, 132, 203, 216, 251Psyllium (Plantago) 286, 362pteridina 82pteroil-monoglutâmico 82ptialina 269PTH 381purinas 79, 84, 113, 164, 166, 223, 286pycnogenol® 274, 362

queimadura 95, 124, 204, 206, 208quelação 329, 330, 331

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quercetina 104, 109, 110, 273, 338, 339, 337, 349, 358, 362 quimioluminescência 28quimiotripsina 268, 362quinonas 51quitina 285

radical livre 16, 47, 49, 133, 381, ver RLradical hidroxila 17, 21, 101, 135, 200, 211radical superóxido 17, 279

rafinoses 284raquitismo 44, 184RDA (Recommended Daily Allowances) 31, 173, 221, 226, 365recém-nascido, doença hemorrágica do 54receptores celulares 182receptores NMDA 156renina 381reserva alcalina 381retardo mental 129, 303reticulócitos 381retinol 32, 367retinopatia diabética 215retocolite ulcerativa 38, 43, 50, 71, 107, 207, 358riboflavina, ver vitamina B2 ribonucleotídio 157ribose 286 RL, ver radical livreRNA 73, 88, 95, 118, 157, 166, 203RNA polimerase 204rodopsina 36rubídio 171, 243, 362rutina 104, 108, 110, 362

sacarase 268Saccharomyces boulardii 283S-adenosilmetionina 134sais biliares 245, 268, 269sal de cozinha 242

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salicilatos 370secretina 268, 269selênio 19, 132, 134, 135, 137, 171, 174, 176, 212, 213, 295, 303, 306,

309, 311, 317, 324, 329, 330, 337, 340, 352, 354, 357, 362, 366, 367

serina 73, 84, 88, 114, 115, 130, 162, 163, 164, 257serotonina 73, 74, 90, 106, 140, 168, 181, 187, 200, 225, 263, 340, 343,

352, 381sesquiócido de germânio 241, 325, 362silício 170, 317, 321silimarina 274, 362Silybum marianum 274síntese protéica 193sistema imunológico 200, 203SOD (superóxido) 17, 20, 27, 211, 279, 381sódio 170, 191, 232, 317, 319, 365, 370, 383somatomedina C 383somatostatina 145sono 352substância P 124succinato 118sulfasalazina 370sulfato de condroitina 339sulfato de glucosamina 339sulfeto de selênio 216, 324sulfíto 288

sulfito oxidase 223, 322sulfonamidas 370superóxido dismutase (SOD) 19, 204, 210, 217, 218, 219, 243, 279, 322surdez 220

T3 383T4 383taurina 114, 115, 125, 124, 130, 167, 168, 340, 343, 346, 349, 352, 357,

362tecido conjuntivo 170, 251tendões 220

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tensão pré-menstrual, ver pré-menstrualtestosterona 118, 203, 245, 265, 383tetania 182, 187tetraciclina 370TCP 383tiamina, ver vitamina B1

tiaminase 56time-release 67, 95timo 121, 159, 163tiramina 144, 147, 168dreoglobulina 383tireóide 179, 231, 235, 241, ver hormônios da tireóidetirosina 84, 104, 114, 115, 144, 146, 167, 168, 210, 218, 228, 242, 355,

363tirosina hidroxilase 147, 242tirosinase 210

tiroxina 113, 220, 383tocoferil 47tocoferol 45, 47tocotrienóis 47, 254, 363tosse 132, 299toxemia gravídica 76, 207, 212, 349TPM, ver pré-menstrual, tensãoTPP (tiamina pirofosfato) 58transaminase 117transcobalamina 79transcupreína 208transferrina 196, 198, 203, 223, 305, 383transmanganina 217transplante 137traumatismo 110, 276tremor 74, 231, 305, 310treonina 73, 88, 115, 162, 163, 164, 164, 346, 357, 363treonina aldolase 162, 164triglicerídio 154, 164, 166, 228, 229, 245, 247, 252, 254, 340, 383triiodotironina 242, 383trióxido de arsênico 295tripsina 243, 268

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triptamina 141triptofano 56, 64, 66, 73, 106, 115, 141, 145, 161, 166, 167, 168, 196, 225,

340, 343, 347, 352, 355, 363triptofano pirrolase 196trombina 53trombocitopenia 102tromboflebite 50tromboxano 185TSH 383túnel carpal, síndrome do 76, 358

ubiquinol 267ubiquinona 266úlcera péptica 38, 75, 129, 149úlceras (cicatrização) 86, 358úlceras de pele 38unhas 88, 203, 206uréia 117, 120, 124, 129, 159, 218, 374, 383

valina 115, 119, 160, 161, 166, 168, 363vanadil sulfato 229, 328vanádio 171, 176, 228, 280, 317, 322, 328, 343, 354, 363varizes 106, 110, 274vasopressina 383vegetarianismo 234vertigem 273, 310VGM 383VHS 383vinho 20325-hidroxi-vitamina D 378VIP, ver peptídiovaso-intestinal visão 36, 203vitamina

vitamina A 31, 32, 33, 178, 337, 340, 341, 349, 351, 357, 358, 358, 363, 366, 367, 370, 370

vitamina B1 (tiamina) 31, 56, 56, 70, 160, 220, 306, 338, 343, 358, 363,

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366, 367, 370 vitamina B12 31, 56, 77, 85, 91, 132, 171, 233, 328, 338, 340, 343,

343, 349, 337, 346, 347, 349, 351, 354, 363, 366, 367, 369, 370, 383

vitamina B15 (ácido orótico) 56, 95vitamina B15 (ácido pangâmico) 56, 97, 164, 363vitamina B17 (laetrile) 56, 99vitamina B2 (riboflavina) 31, 56, 60, 73, 77, 117, 149, 340, 362, 363,

366, 367, 370vitamina B3 (ácido nicotínico ou niacina) 31, 56, 62, 64, 113, 117, 141,

144, 146, 149, 151, 161, 164, 223, 228, 277, 338, 340, 343, 349, 362, 363, 366, 367

vitamina B5 (ácido pantotênico) 31, 56, 67, 88, 160, 337, 338, 339, 341, 346, 347, 349, 351, 354, 358, 360, 363, 366, 367

vitamina B6 (piridoxina) 31, 56, 71, 79, 117, 120, 125, 127, 132, 136, 140, 141, 143, 144, 149, 151, 160, 162, 164, 164, 187, 189, 200, 203, 206, 337, 338, 340, 340, 341, 343, 344, 346, 347, 349, 349, 350, 351, 354, 355, 358, 362, 364, 366, 367, 369, 370

vitamina C (ácido ascórbico) 31, 47, 79, 102, 108, 109, 132, 137, 140, 144, 146, 149, 151, 154, 178, 196, 196, 200, 208, 210, 217, 218, 299, 303, 306, 311, 330, 331, 338, 339, 340, 341, 343, 349, 349, 351, 355, 363, 366, 367

vitamina D 31, 178, 178, 182, 185, 187, 188, 247, 302, 303, 306, 319, 330, 344, 350, 355, 357, 366, 367, 370, 370

vitamina D, 363, 383vitamina E 31, 101, 164, 217, 275, 337, 338, 340, 340, 341, 343, 344,

346, 349, 350, 352, 354, 358, 363, 366, 367vitamina F 250, 251vitamina H (biotina) 56, 86, 218, 343, 343, 360, 363, 365, 366, 367 vitamina K 31, 51, 184, 339, 355, 358, 363, 366, 367, 370, 370vitamina P (bioflavonóides) 104, 108, 272, 274, 338, 339, 344, 349,

350vitamina PP 56vitaminas hidrossolúveis 31, 54vitaminas lipossolúveis 31, 32, 247

vitiligo 95vômitos 37, 44, 194, 201, 231, 239, 298, 305, 310

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xantina 62xantina oxidase 86, 223, 322, 349xeroftalmia 36, 38

xilitol 288

Wilson, doença de 211, 290

zinc-fingers 203zinco 19, 77, 86, 90, 104, 132, 139, 140, 164, 171, 172, 173, 174, 176, 178,

184, 194, 200, 203, 209, 210, 211, 212, 219, 234, 279, 284, 292, 302, 303, 305, 306, 317, 322, 323, 324, 329, 330, 332, 334, 338, 340,

339, 341, 343, 346, 347, 349, 349, 350, 352, 355, 357, 358, 358, 363, 366, 367, 370, 383

zumbido nos ouvidos, ver ouvidos

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O AUTOR

Paulo Roberto Carlos de Carvalho é médico nascido no Rio de Janeiro e formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Clinica há mais de vinte anos em Ipanema onde pratica Acupuntura e orgulha-se de ser um dos médicos pioneiros da área. Há cerca de oito anos vem se dedicando à Medicina Ortomolecular e participa de um grupo de profissionais, liderado pelo Prof. Helion Póvoa Filho, que promove cursos de formação, simpósios e congressos amplamente reconhecidos pela classe médica.

Além de lecionar nos cursos de formação em Medicina Ortomolecular, o autor ministra outros cursos paralelos e mais específicos, particularmente no campo da utilização clínica dos aminoácidos.

Tem especialização em Homeopatia, trabalhos editados em revistas médicas indexadas e apresentações em congressos internacionais no exterio.

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Contatos:e-mail: [email protected].: (consultório): (21) 2239-8348fax.: (21) 529-2306

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Este livro foi composto na tipologia NewBaskerville em corpo 10/14 e impresso emPapel Offiset 75 g/m2 no Sistema Cameron

da Divisão Gráfica da Distribuidora Record.

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Vitaminas, sais minerais, aminoácidos, lipídios, hormônios, antioxidantes, todas substâncias já

existentes no organismo, são as armas utilizadaspela Medicina Ortomolecular para manter e promovera saúde. Reconhecendo as alterações da constituição

molecular do organismo e o excesso de radicaislivres como parte importante das doenças, essa novatécnica procura o equilíbrio das funções metabólicas

e imunológicas pelo uso de nutrientes simples enaturais como agentes terapêuticos.

Fundamentada em bases científicas reconhecidas porpesquisadores dos maiores centros tecnológicos do

Estados Unidos e da Europa, a Medicina Ortomolecularincorporou-se à vida dos habitantes do primeiro

mundo como forma de evitar doenças e envelhecimentoprecoce, manter a beleza da pele e dos cabelos e

auxiliar no tratamento clínico convencional.

No Brasil, pouca informação chega aos profissionaisde saúde e pacientes que, deste modo, ficam

impossibilitados de utilizar a Medicina Ortomolcularcom deficiência e segurança. De forma prática e

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objetiva, esse livro permitirá a médicos, nutricionistas,farmacêuticos, engenheiros de alimentos, bioquímicos,

preparadores físicos, atletas e pacientes em geralconhecerem as propriedades, os mecanismos de açãoe a maneira de utilizar esses maravilhosos nutrientes,capazes de promover um equilíbrio físico e mental

imprescindível ao ser humano do século XXI.

DR. PAULO ROBERTO CARLOS DE CARVALHO clinica há maisDe vinte anos em Ipanema (RJ) e há oito dedica-se a essa“Medicina do Futuro”. O autor participa de um grupo de

profissionais liderado pelo Dr. Helion Póvoa Filho, que promovecursos de formação, simpósios e congressos amplamente

reconhecidos pela classe médica.CAPA: LUCIANA MELLO & MONIKA MAYER

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