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Medidas de Epidemiologia Geral Parte I Faculdade de Ciências Médicas de Cacoal FACIMED Profª Gracian Li Pereira Habilidades Gerais VI Epidemiologia Geral 2012.2

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Medidas de Epidemiologia Geral – Parte I

Faculdade de Ciências Médicas de Cacoal – FACIMED

Profª Gracian Li Pereira

Habilidades Gerais VI – Epidemiologia Geral

2012.2

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Tipos de frações utilizadas para descrever a freqüência de doença

• Razão: uma fração na qual o numerador NÃO é parte do denominador. – Ex: Razão de morte fetal = Mortes fetais / Nascidos

vivos Por definição, as mortes fetais não estão incluídas entre

os nascidos vivos.

• Proporção: uma fração na qual o numerador É parte do denominador. – Ex: Taxa de morte fetal = Mortes fetais / Todos os

nascimentos. Todos os nascimentos incluindo os nascidos vivos e as

mortes fetais.

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Tipos de frações utilizadas para descrever a freqüência de doença

• Proporções podem ser expressas diretamente na forma de risco (por divisão direta) ou porcentagem (para cada 100).

• A maioria das frações em Epidemiologia são proporções.

• Prevalência e incidência são normalmente chamadas de medidas de freqüência de doenças, junto com o coeficiente de mortalidade.

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Coeficientes e taxas

• Coeficientes: são proporções em que o numerador expressa um risco de ocorrência em relação ao denominador, podendo ser detectador num único momento do tempo (prevalência) ou no decorrer do tempo (incidência).

• Taxas: são tipos especiais de proporções que dão idéia de velocidade. – Ex: taxa de mortalidade por câncer a cada ano.

• Odds ou chances: o número (ou probabilidade) de um evento dividido pelo número (ou probabilidade) da ausência deste evento. – Ex: para cada desnutrido há 4 crianças eutróficas, ou seja, o

odds 1/4 ou 0,25. Podemos dividir um evento, que são os doentes, pelo contrário de eventos, que são os não doentes.

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Coeficiente de prevalência

• Proporção do total que é portadora de determinada característica num único momento do tempo. – Prevalência ponto: contagem de todos os indivíduos

que possuem a característica dividido pela contagem total de indivíduos num único ponto do tempo.

– Prevalência período: contagem de todos os indivíduos que possuem a característica dividido pela contagem total de indivíduos durante um período específico de tempo.

Na prática, toda prevalência se torna prevalência ponto.

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Coeficiente de incidência

• Proporção de indivíduos SAUDÁVEIS, mas em risco, que DESENVOLVERAM a condição de interesse num determinado período de tempo (que deve ser sempre especificado) dentre todos os indivíduos em risco. – Coeficiente de prevalência de diabete melito em Cacoal no

dia 31/12/2012 = indivíduos com diabete melito em Cacoal no dia 31/12/2012 / total de indivíduos de Cacoal em 31/12/2012

– Coeficiente de incidência de diabete melito em Cacoal durante o ano de 2012 = indivíduos que foram DIAGNOSTICADOS com diabete melito em Cacoal durante o ano de 2012 / total de indivíduos saudáveis em risco de desenvolver diabete melito em Cacoal no início do ano de 2012

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Coeficiente de incidência

• Alguns eventos podem ocorrer mais de uma vez na mesma população. Por exemplo, se estivermos medindo a incidência de resfriados no ano, o indivíduo, após ter um episódio da doença, volta a estar em risco para um novo episódio.

• Um tipo especial de incidência considera o quanto tempo cada pessoa participou no denominador antes de virar numerador. É chamada incidência-densidade.

• A incidência-densidade também leva em conta a velocidade em que os eventos ocorreram.

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Coeficiente de incidência

• Incidência-densidade: é o número de indivíduos que adquiriram a doença ao longo de um período de tempo pré-estabelecido dividido pelo número de indivíduos que estavam em risco multiplicado pelo tempo em que participaram como sadios.

• Quando não se tem a tabela com o ritmo em que os pacientes adquiriram a doença, considera-se que metade contribuiu com o estudo.

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Coeficiente de incidência

• A incidência-densidade tem um denominador diferente pois leva em conta indivíduos que não participaram do estudo até o seu final por qualquer razão, uma vez que já não estavam mais “em risco”.

• Caracteristicamente, o denominador chama-se pessoa-período (pessoa-ano, pessoa-dia, ou até pessoa-hora, dependendo de quanto tempo se trata a observação).

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Usos de prevalência e incidência

• Incidência é geralmente utilizada em doenças agudas adquiridas; prevalência para estados, condições ou atributos.

• Incidência é mais importante quando se pensa na etiologia da desordem; prevalência quando se pensa na sobrecarga social da desordem incluindo os custos e os recursos consumidos como um resultado da desordem.

• Incidência sempre requer uma duração; na prevalência, este pode ou não ser um requisito.

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Usos de prevalência e incidência

• Na incidência, a unidade de análise é o evento; na prevalência, é a pessoa. – Assim, a incidência poderá exceder a 100% (por exemplo, a

incidência anual de resfriados), a menos que uma convenção seja adotada para se contar somente o primeiro episódio de uma doença que possa ocorrer mais de uma vez (incidência cumulativa).

– Prevalência nunca excederá aos 100%.

• Incidência requer inicialmente um intervalo livre da doença antes que o contato inicie, porque a incidência é medida entre aqueles expostos aos riscos da doença.

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Usos do coeficiente de incidência e incidência-densidade

• Coeficiente de incidência (incidência cumulativa) fornece a melhor estimativa de quantas pessoas terá a doença numa população.

• Incidência-densidade fornece a estimativa do verdadeiro risco de adquirir uma doença a qualquer momento em dado tempo.

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Relação entre incidência e prevalência

• Em um ESTADO ESTÁVEL, ou seja, a incidência não muda e a população é estável, a prevalência é igual a incidência multiplicada pela duração média da doença.

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Exercícios de fixação

• Classifique os seguintes dados em razão, proporção, taxa ou chance (odds): – 3% das crianças nordestinas morrem durante o primeiro

mês de vida. – A cada dia, morrem 3 de cada 500 indivíduos com câncer

de esôfago. – Nesta aula, há 2 homens para cada 3 mulheres. – 8% dos pelotenses adultos apresentam diabetes. – Em Pelotas, há 1 telefone celular para cada habitante. – Em Pelotas, há 2 mulheres adultas sem companheiro para

cada 5 com companheiro. Respostas: Proporção; Taxa; Razão; Proporção; Razão; Odds.

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Exercícios de fixação

• Qual a incidência-densidade ao final do acompanhamento de uma população de 20 indivíduos do sexo masculino com idade acima de 60 anos no início do estudo, seguidos ao longo de um período de 10 anos em um estudo sobre a incidência de infarto agudo do miocárdio?

• Resposta: 4 infartos / 95,5 pessoas-ano = 0,04 casos por pessoa-ano ou 4 casos por 100 pessoas-ano

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Referências

• Kerr-Pontes LRS, Rouquayrol MZ. Capítulo 3: Medidas da Saúde Coletiva. In Rouquayrol MZ, Almeida Filho N. Epidemiologia & Saúde. 6ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan. 2003. Páginas 37 a 82.

• Jekel JF, Katz DL, Elmore JG. Epidemiologia, Bioestatística e Medicina Preventiva. Capítulo 2: Fontes de Dados Epidemiológicos e Medidas. 2ª edição. Porto Alegre: ArtMed. Páginas 30 a 53.