memorial_ideiasprincipais
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8/7/2019 memorial_ideiasprincipais
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Memorial do Convento Jos Saramago
IDEIAS PRINCIPAIS A RETER
Memorial do Convento evoca a histria de Portugal durante o reinado de D. Joo V, no
sculo XVIII, procurando uma ponte com as situaes polticas de meados do sculo
XX.
Durante o reinado de D. Joo V, o rigor e as perseguies do Santo Ofcio aumentam,
com vtimas que podem ser cristos-novos ou todos os considerados culpados de
heresias, por se associarem a prticas mgicas ou de superstio.
Memorial do Convento uma narrativa histrica que entrelaa personagens e
acontecimentos verdicos com seres construdos pela fico.
A reconstituio da histria passa pela fico, revelando um aparente desprezo do
tempo.
Em Memorial do Convento, o romance histrico convive e entretece-se com o universo
mgico criado pela fico.
Romance histrico - Memorial do Convento oferece-nos uma minuciosa descrio dasociedade portuguesa do incio do sculo XVIII.
Romance social - dentro da linha neo-realista- preocupa-se com a realidade social, em
que sobressai o operariado oprimido.
Romance de interveno -visa denunciar a histria repressiva portuguesa da primeira
metade do sculo XX
Romance de espao -representa uma poca, interessando-se por traduzir no apenas o
ambiente histrico, mas tambm vrios quadros sociais que permitem um melhor
conhecimento do ser humano.
A aco principal a construo do Convento de Mafra, que entrelaa o desejo
megalmano do rei com o sofrimento do povo.
Paralelamente aco principal, encontra-se uma aco que envolve Baltasar Sete-Sise Blimunda Sete-Luas, numa histria de espiritualidade, ternura, misticismo e magia a
que se liga a construo da passarola.
Os espaos fsicos e sociais privilegiados so Lisboa e Mafra.
Saramago rejeita a omnipotncia do narrador, na medida em que considera que o
autor que pe em causa o presente que conhece e o passado que lhe chega atravs das
suas investigaes. Para Saramago, a omnipotncia do narrador pura fico.
Observando Memorial do Convento, julgamos que a escrita saramaguiana persegue
uma preocupao com o ser humano, a sua misria e a sua luta, as injustias e os seus
anseios, a sua grandeza e os seus limites.
Uma voz narrativa controla a aco narrada, as motivaes e pensamentos daspersonagens, mas faz tambm as suas reflexes e juzos valorativos.
Em Memorial do Convento, h, diversas vezes, um discurso de sobreposies
narrativas com uma voz (ou um plural de vozes) que tanto descreve como desconstri
as situaes, que dialoga com o narratrio ou manuseia as personagens como tteres,
que domina os conhecimentos da histria ou se sente limitado, que faz ponderaes ou
ironiza.
A histria, em Memorial do Convento, torna-se matria simblica para reflectir sobre o
presente, na perspectiva da denncia, e dela extrair uma moralidade que sirva de lio
para o futuro.
As personagens servem a prpria inteno do autor na necessidade de repensar os
acontecimentos e as figuras histricas luz de uma nova realidade criada no presente epressentida no futuro.