Mercado - Edição 107

16
POTêNCIA 44 TRADICIONAIS EQUIPAMENTOS DA áREA ELéTRICA, TRANSFORMADORES SEGUEM APRESENTANDO EVOLUçãO TECNOLóGICA EM ALGUMAS LINHAS. REPORTAGEM: MARCOS ORSOLON Maturidade e inovação O mercado de transformadores, sejam eles de força ou medição, é um dos mais tra- dicionais da área elétrica. No entanto, isso não significa que os equipamentos para- ram no tempo. Ao contrário, os fabricantes seguem in- vestindo em pesquisa e desenvolvimento na busca por soluções cada vez mais seguras, eficientes e confiáveis. No segmento de transformadores de força, ou po- tência, esse movimento tem resultado em soluções que aliam a tradição de décadas de existência e o novo, a maturidade tecnológica e a inovação, tão necessária para a evolução de um setor. É verdade que este mercado ainda é dominado pelos tradicionais equipamentos que utilizam o óleo mineral como isolante. No entanto, nos últimos anos houve avanço significativo no uso de óle- os vegetais e na utilização dos transformadores a seco. Em linhas gerais, os transformadores de potência são destinados a rebaixar ou elevar a tensão no trans- porte de energia e, consequentemente, aumentar ou reduzir a corrente de um circuito, de modo que não se altere a sua potência. É o equipamento que permite que a tensão seja regulada para as mais variadas aplicações, sem contar que também ajuda a reduzir as perdas de energia durante a transmissão e distribuição. Quanto aos modelos disponíveis, o mais comum, ou mais visível, é o transformador de poste. No entan- to, também são encontrados no mercado os transfor- madores de chão, o tipo pedestal e os subterrâneos. Em relação ao uso, alguns fabricantes dividem o mer- cado em dois grandes grupos. Um deles é o de transfor- madores de força, onde os produtos são utilizados para gerar, transmitir e distribuir energia em subestações e con- cessionárias. Os equipamentos possuem tipicamente po- tência de 5 a 500 MVA e operam em tensões até 800 kV. De outro lado estão os transformadores de distri- buição, que são usados para rebaixar a tensão para MERCADO TRANSFORMADORES DE FORçA E DE MEDIçãO

description

 

Transcript of Mercado - Edição 107

Page 1: Mercado - Edição 107

potência44

Mercado transformadores de força e de medição

Tradicionais equipamenTos da área eléTrica,

Transformadores seguem apresenTando evolução

Tecnológica em algumas linhas.

reporTagem: marcos orsolon

maturidade einovaçãoO mercado de transformadores, sejam eles

de força ou medição, é um dos mais tra-dicionais da área elétrica. no entanto, isso não significa que os equipamentos para-

ram no tempo. ao contrário, os fabricantes seguem in-vestindo em pesquisa e desenvolvimento na busca por soluções cada vez mais seguras, eficientes e confiáveis.

no segmento de transformadores de força, ou po-tência, esse movimento tem resultado em soluções que aliam a tradição de décadas de existência e o novo, a maturidade tecnológica e a inovação, tão necessária para a evolução de um setor. É verdade que este mercado ainda é dominado pelos tradicionais equipamentos que utilizam o óleo mineral como isolante. no entanto, nos últimos anos houve avanço significativo no uso de óle-os vegetais e na utilização dos transformadores a seco.

em linhas gerais, os transformadores de potência são destinados a rebaixar ou elevar a tensão no trans-

porte de energia e, consequentemente, aumentar ou reduzir a corrente de um circuito, de modo que não se altere a sua potência. É o equipamento que permite que a tensão seja regulada para as mais variadas aplicações, sem contar que também ajuda a reduzir as perdas de energia durante a transmissão e distribuição.

Quanto aos modelos disponíveis, o mais comum, ou mais visível, é o transformador de poste. no entan-to, também são encontrados no mercado os transfor-madores de chão, o tipo pedestal e os subterrâneos.

em relação ao uso, alguns fabricantes dividem o mer-cado em dois grandes grupos. Um deles é o de transfor-madores de força, onde os produtos são utilizados para gerar, transmitir e distribuir energia em subestações e con-cessionárias. os equipamentos possuem tipicamente po-tência de 5 a 500 mVa e operam em tensões até 800 kV.

de outro lado estão os transformadores de distri-buição, que são usados para rebaixar a tensão para

Mercado transformadores de força e de medição

Page 2: Mercado - Edição 107

potência 45

foto

: div

ulga

ção

Ano XI Edição 107 Outubro’14

Page 3: Mercado - Edição 107

potência46

Mercado transformadores de força e de medição

ser entregue aos clientes finais das em-presas de distribuição de energia. eles são normalmente instalados em postes ou em câmaras subterrâneas e possuem potência de 5 a 5.000 kVa.

não existem dados oficiais que di-mensionem o tamanho desse mercado no Brasil, mas as projeções de alguns players indicam que ele pode movi-mentar mais de r$ 2,5 bilhões por ano.

marcelo cruz, diretor comercial e de projetos da transformadores União, estima que o volume comercializado em transformadores de média potên-cia (entre 500 kVa e 20 mVa) seja da ordem de r$ 1,2 bilhão por ano. nessa área, ele cita que existem cerca de 40 fabricantes atuando no país, sendo que os cinco maiores são responsáveis por aproximadamente 65% do mercado.

Quanto ao comportamento das vendas, a avaliação geral é que o setor de transformadores de força como um todo passa por um período de baixo crescimento, principalmente em função do momento econômico difícil no país.

“atrelado aos indicativos econô-micos dos últimos anos, o mercado de transformadores de potência no Brasil passa atualmente por uma fase de ligeira estagnação, depois de um período estendido de crescimento. entretanto, no caso dos transforma-dores do tipo ‘secos encapsulados’, é possível perceber um leve crescimento

em comparação aos transformadores imersos em líquido isolante”, obser-va marcelo cruz, destacando que sua empresa tem boas perspectivas de crescimento nos próximos anos: “a expectativa de aumento nas vendas nos próximos cinco anos é de aproxi-madamente 15% por ano”.

para alessandro augusto Hernan-dez, diretor de Vendas da WeG trans-missão & distribuição, o mercado como

um todo tende a acompanhar a curva de aumento do consumo de energia. “o segmento de energia deve manter--se com crescimento entre 3% e 4% ao ano, tendendo a estabilizar-se a partir de 2017 por volta de 2,5%. É eviden-te que tudo depende da capacidade do governo em incentivar (o setor) com novos leilões, tanto para as fontes con-vencionais, como para as renováveis”, comenta Hernandez.

Mercado tem potencial para avançarapesar do momento econômico

complicado, que atrapalha os negó-cios e freia a venda de transformadores de força, alguns fabricantes acreditam que o mercado brasileiro ainda ofere-ce boas oportunidades, com possibili-dades reais de expansão nos próximos anos. até em função das carências que o país ainda tem.

“a venda de transformadores está basicamente ligada a investimentos no setor elétrico, de infraestrutura e indus-

trial. em um país de dimensões con-tinentais como o Brasil são muitos os investimentos ainda necessários para dar confiabilidade ao sistema integrado de fornecimento de energia”, comenta alessandro Hernandez, da WeG.

Hernandez também observa que a confiabilidade de fornecimento e os aportes em novas redes de transmissão e distribuição estimulam os investimen-tos industriais. isso porque permitem que o segmento procure novos locais de

instalação, com novos recursos de mão de obra e custo de energia, desoneran-do a operação.

“com o desenvolvimento de outras regiões, fugindo dos grandes centros, são criados novos centros consumido-res que carecem de investimentos, o que amplia a cadeia como um todo, es-timulando vendas de equipamentos”, explica o diretor da WeG, destacando que o grande mercado para transforma-dores ainda é o das concessionárias de

foto

: dol

larp

hoto

club

Mercado transformadores de força e de medição

Page 4: Mercado - Edição 107

energia. “em seguida vêm as empresas geradoras independentes. a indústria também tem um peso importante, prin-cipalmente nos setores de siderurgia, cimento, papel e celulose, mineração e óleo e gás”.

Jens peter fritz John, ceo de trans-formadores da siemens no Brasil, afirma que o Brasil tem um mercado de trans-formadores em ampla expansão, pois há diversos projetos de infraestrutura em andamento, sendo que a energia é in-dispensável para o funcionamento deles.

o executivo cita que um aconteci-mento importante que poderá agitar o setor em 2015 envolve a transmissão em corrente contínua. “para o próxi-mo ano, estão sendo planejados leilões para linhas de transmissão em corrente contínua, como, por exemplo, o segundo bipolo de Belo monte. acreditamos que esta seja uma tendência do mercado que crescerá na próxima década. o sis-

a venda de transformadores está basicamente ligada a

investimentos no setor elétrico, de infraestrutura e industrial.

AlessAndrO AugustO HernAndez | Weg trAnsmissãO & distribuiçãO

foto

: div

ulga

ção

De 100 a 200mmABNT NBR 15073:2004

Sustentabilidade é a nossa principal matéria-prima.

Da captação das embalagens de defensivos agrícolas,

passando pela transformação em resina de PEAD e,

finalmente, com a produção de dutos e drenos

corrugados, a Plastibras trabalha de forma sustentável de

ponta a ponta. Por isso, quem adquire Dutos e Drenos

Plastibras, além de ter a certeza de utilizar produtos de

qualidade - pois atendem as normas da ABNT -

está ajudando a preservar o meio ambiente.

Solicite a visita de um representante

e saiba mais sobre os dutos e drenos

que estão conquistando o Brasil.

De 40 a 200mmABNT NBR 15715:2009

Certificado NBR ISO 9001

w w w . p l a s t i b r a s . i n d . b r

Entrega

em todo

o Brasil

DUTOS E DRENOS PLASTIBRAS

Ano XI Edição 107 Outubro’14

Page 5: Mercado - Edição 107

Mercado

potência

transformadores de força e de medição

48

tema de transmissão em corrente contí-nua tem menores custos de transmissão, menos impactos ambientais, menores perdas elétricas e são altamente reco-mendados para sistemas de longa dis-tância, atendendo extensões acima de 2.000 km”, afirma Jens peter fritz John.  

alexandre malveiro, gerente geral de Vendas e marketing de transforma-dores da aBB, também faz projeções otimistas para o setor. “o futuro aponta para uma tendência muito positiva, com grandes investimentos em transmissão e geração atrelados a projetos de infraes-trutura. independentemente das oscila-ções econômicas, o mercado doméstico tem um grande potencial de ampliação. os diversos projetos de concessão de energia, tanto na geração quanto na transmissão, têm sido os maiores res-ponsáveis pela evolução do mercado brasileiro, e projetos como rio madeira e Belo monte se tornam cada vez mais necessários. a perspectiva é que o seg-mento seguirá com crescimento sólido nos próximos anos”, destaca malveiro.

o gerente da aBB também vê opor-

tunidades no mercado internacional. “o mercado de exportação, principalmente para a américa Latina, não pode deixar de ser mencionado, pois, hoje, os fabri-cantes brasileiros são os principais res-ponsáveis pelo abastecimento de trans-formadores de força”, ressalta.

marcelo cruz, da transformadores União, chama a atenção para o fato de que, no caso dos transformadores de mé-dia potência do tipo seco, além da expan-são dos segmentos da economia, existem ainda outros fatores que impulsionam as vendas. entre eles ele cita a exigência por instalações com mais segurança em áreas de grande movimentação de pessoas; as aplicações onde há restrições ecológicas e ambientais para a instalação de trans-formadores imersos em líquido isolante e a própria evolução dos projetos.

cruz destaca que o volume de ven-das atual da transformadores União é da ordem de r$ 25 milhões (em 2014). “temos apurado um aumento acumula-do de 30% nos últimos dois anos. nos-sa previsão para 2015 é de aumentar as vendas em, no mínimo, 15%”.

Equipamentos são fundamentais para o transporte de energia elétrica e contribuem para a redução de perdas.

Brasil tem um mercado de transformadores em ampla expansão.Jens Peter Fritz JOHn | siemens

concorrência e usuários variam de acordo com as linhas disponíveis

na mesma medida em que oferece oportunidades de negócios, o mercado de transformadores de força também é bastante concorrido. atualmente, são mais de 50 marcas atuando no país, mas nem todas concorrem entre si.

segundo alessandro augusto Her-nandez, da WeG, os competidores po-dem ser divididos em três grupos. o de distribuição, com equipamentos até 300 kVa, é extremamente pulverizado, com

muitos fabricantes locais, que atuam re-gionalmente com baixos preços, porém, nem todos com bom nível de qualidade.

outro grupo é o industrial, com transformadores de 500 a 5.000 kVa. “embora exista um número menor de fabricantes que a distribuição, a carac-terística de baixos preços e o problema de qualidade persiste, inibindo a parti-cipação dos principais fabricantes”, co-menta Hernandez.

por fim, o executivo da WeG cita o grupo potência, com equipamentos acima de 5.000 kVa. este mercado é disputado pelos principais players mun-diais, com fábrica no Brasil, incluindo empresas como alstom, siemens, aBB, toshiba e WeG.

da mesma forma que os fabricantes, os usuários se dividem entre os vários tipos de transformadores de potência disponíveis. por isso, as vendas de uma determinada família de produtos nem sempre tem o mesmo comportamento que outra, voltada para outro segmento do mercado. as indústrias, por exemplo, costumam utilizar equipamentos de 69 a 500 kV. devido à retração no setor, o consumo de transformadores tem regis-

foto

: div

ulga

ção

Mercado transformadores de força e de medição

Page 6: Mercado - Edição 107

potência 49

trado baixo crescimento, não passando de 1% ao ano.

a situação das vendas para as dis-tribuidoras de energia, que consomem peças de 69 e 138 kV, é um pouco me-lhor. “embora as distribuidoras tenham sido afetadas negativamente na arreca-dação pela compra de energia da base de geração térmica, muito mais onero-sa, as mesmas tiveram que manter um mínimo de investimentos em melhorias e expansão para cumprir os compromis-sos com os órgãos reguladores, para que pudessem requerer autorização para revisão tarifária. este fato manteve as compras neste setor”, comenta Hernan-dez da WeG.

Já as geradoras e transmissoras de energia, que utilizam equipamentos iguais ou maiores que 230 kV, têm con-sumido mais, com crescimento de cerca de 3% ao ano.

obviamente, a tecnologia empre-gada nos equipamentos também varia de um consumidor para outro. “para cada tipo de produto temos um mer-

cado. no caso dos transformadores de força, os principais clientes são as concessionárias de energia (estatais e privadas), epcs (engineering procu-rement and construction) e grandes indústrias. os transformadores a seco são largamente empregados em pro-jetos do setor terciário, como shopping centers, hospitais e hotéis. por último, os transformadores de distribuição são muito utilizados pelas concessionárias de energia e aplicados em postes das linhas de rede de distribuição ou em sistemas subterrâneos. sem deixar de mencionar os projetos eólicos, que vêm crescendo fortemente e demandam tan-to transformadores de força quanto de distribuição (a óleo ou seco)”, explica alexandre malveiro, da aBB.

Fabricantes brasileiros são os principais responsáveis pelo

abastecimento de transformadores de força para a américa Latina.

AlexAndre mAlveirO | Abb

usuáriOSetor industrial é um importante consumidor de transformadores de força.

foto

: div

ulga

ção

foto

: dol

larp

hoto

club

Ano XI Edição 107 Outubro’14

Page 7: Mercado - Edição 107

potência50

Mercado transformadores de força e de medição

os transformadores de força são produzidos envolvendo basicamente duas tecnologias: a dos equipamentos com isolante a óleo (mineral ou vege-tal) e a dos transformadores a seco. em termos de vendas, as peças a óleo mine-ral ainda são maioria, embora as outras tecnologias venham ganhando espaço nos últimos anos.

entre as vantagens competitivas do óleo mineral estão o custo mais baixo em relação ao óleo vegetal e o fato do óleo mineral poder ser regenerado. ou seja, depois que ele pega propriedade dielétrica, é possível fazer sua regene-ração para nova utilização.

o óleo vegetal não permite essa re-generação, devendo ser incinerado de-pois que pega propriedade dielétrica de refrigeração. no entanto, ele também oferece vantagens importantes, o que explica seu avanço no mercado. trata- se de um óleo biodegradável, portan-to, mais amigável ao meio ambiente – lembrando que o óleo mineral, em

caso de vazamento ou explosão, traz riscos de contaminação ao ambiente e às pessoas. outra vantagem é que o óleo vegetal tem um ponto de fulgor mais elevado, o que lhe confere mais segurança no uso em transformadores. por isso o seu uso é apontado como uma das grandes evoluções tecnológicas do setor nos últimos anos.

“nos transformadores a óleo, o prin-cipal desenvolvimento está na substitui-ção do óleo mineral pelo vegetal, biode-gradável. a nova tecnologia é resulta-do (no caso da aBB) de um projeto de pesquisa e desenvolvimento em par-ceria com uma importante concessio-nária do Brasil. o resultado do projeto, inédito mundialmente, foi preencher

um transformador com 100% de óleo vegetal combinado com nomex, ma-terial isolante de última geração, que proporciona ganho de até 40% na po-tência de transformadores. essas carac-terísticas aumentam a disponibilidade do transformador e a confiabilidade do fornecimento de energia para os con-sumidores”, comenta alexandre mal-veiro, da aBB.

importante destacar que os trans-formadores a óleo - mineral ou vege-tal – são fabricados em dois tipos de tecnologias: o equipamento aletado, que é o mais comum, e o com tanque corrugado, que é uma tecnologia mui-to disseminada na europa e que está ganhando espaço no Brasil. o tanque corrugado permite o preenchimento in-tegral do óleo no momento em que ele

mercAdONBr 14039 exige a instalação de transformadores a seco em ambientes internos de locais como shoppings, hospitais e aeroportos.

evolução normativa tem favorecido o crescimento das vendas de transformadores a seco no Brasil.OscAr liberAtO mArtins FilHO | blutrAFOs

Produtos têm tecnologias diferentes

foto

: div

ulga

ção

foto

: dol

larp

hoto

club

Ano XI Edição 107 Outubro’14

Mercado transformadores de força e de medição

Page 8: Mercado - Edição 107
Page 9: Mercado - Edição 107

potência52

Mercado transformadores de força e de medição

aquece e expande. com isso, reduz o ris-co de contaminação do óleo com o ar.

os transformadores a seco, por sua vez, têm se destacado no mercado pela baixa necessidade de manutenção e segurança na instalação em ambientes internos e de alta circulação de pes-soas, como hotéis, shopping centers, edifícios comerciais, aeroportos ou in-dústrias. além disso, também pode ser empregado no setor de energia eólica, visto que é auto extinguível, não ofe-rece risco de vazamento de óleos tóxi-cos e não emite gases contaminantes ou inflamáveis.

“devido aos riscos de contamina-ção ambiental e de incêndio, muitos clientes estão optando em seus proje-tos por transformadores do tipo seco. estes equipamentos são praticamente livres de manutenção”, destaca malvei-ro, citando que, recentemente, em um projeto pioneiro no Brasil, a aBB fabri-

cou e entregou à coeLBa (concessio-nária de energia no estado da Bahia) os maiores transformadores a seco do Brasil. “estes equipamentos irão ali-mentar o recém-inaugurado estádio da fonte nova. eles têm a capacidade de 25 mVa cada e nível de tensão de 72,5 kV”, completa.

malveiro comenta ainda que, em janeiro de 2014, a aBB inaugurou em sua planta em Blumenau (sc) uma li-nha de produção de transformadores a seco de baixa tensão para suportar demandas do mercado brasileiro em segmentos como o de conversores de energia eólica e solar, sistemas de con-trole de energia Ups e aplicações ma-rítimas, entre outros.

oscar Liberato martins filho, dire-tor técnico da Blutrafos, ressalta que

a própria evolução normativa tem fa-vorecido o crescimento das vendas de transformadores do tipo seco no Brasil.

É preciso ter conhecimento técnico na escolha dos

transformadores de medição.nelsOn milAni | KrOn

em AscensãOaquecimento do setor de energia eólica gera demanda por transformadores de força.

foto

: rica

rdo

Brito

/Hm

new

s

foto

: dol

larp

hoto

club

Mercado transformadores de força e de medição

Page 10: Mercado - Edição 107

potência 53

ele lembra que a nBr 14039 - instala-ções elétricas de média tensão de 1 kV a 36,2 kV tem o item 9.4.4, que diz: ‘Quando a subestação de transforma-ção fizer parte integrante da edificação residencial e/ou comercial, somente é permitido o emprego de transforma-dores a seco, mesmo que haja paredes de alvenaria e porta corta-fogo’. “com isso, o transformador a seco passou a ser fabricado em grande escala, subs-tituindo os tradicionais transformado-res a óleo nestas aplicações”, comenta martins filho, que estima que, hoje, no Brasil, o mercado de transformadores a seco de média tensão seja da ordem de 15.000 peças ao ano.

“É um mercado em franca expansão. no Brasil, todo ano são construídos no-

vos shoppings, hospitais, aeroportos e grandes condomínios residenciais, onde, conforme a nBr14039, devem ser usa-dos transformadores a seco”, afirma o diretor da Blutrafos, que projeta mais crescimento pela frente.

“o Brasil tem muitas obras repre-sadas e com perspectivas de serem reativadas. tem também a olimpíada do rio de Janeiro, que será uma gran-de consumidora de transformadores a seco. a copa foi também um grande consumidor desses equipamentos, pois foram os transformadores usados nos estádios”, comenta martins filho, des-tacando que a Blutrafos fabrica aproxi-madamente 1.300 peças por ano deste tipo de produto, com aumento em tor-no de 10% ao ano.

otimismo no mercado de transformadores de medição

assim como ocorre com os trans-formadores de força, o mercado de transformadores de medição também está diretamente ligado aos investimentos no setor de energia e em novos projetos, ampliação e mo-dernização industrial.

o comportamento das vendas é crescente, embora sem grandes saltos. segundo José adário milani, diretor da Braspel, o mercado de transformadores de

medição no Brasil vem crescendo ano a ano pela necessidade de ampliação

das redes, moderni-zação das subesta-ções e aplicação na indústria de painéis.

adário estima que os transformadores de

medição de média ten-são giram cerca de r$ 150 milhões ao ano no Brasil. e ele projeta avan-ços. “estamos otimistas para os próximos anos,

prevendo um forte

As projeções de alguns players indicam que o mercado de transformadores de força movimenta mais de R$ 2,5 bilhões por ano no Brasil

foto: divulgação

Ano XI Edição 107 Outubro’14

Page 11: Mercado - Edição 107

potência54

Mercado transformadores de força e de medição

crescimento não só no mercado inter-no como também no mercado externo. apesar de termos muitas variações eco-nômicas acreditamos que o setor ener-gético ganhe prioridade nos investimen-tos, pois o crescimento industrial do país caminha em paralelo com o crescimento energético”.

este setor divide-se entre os trans-formadores de corrente (tc) e os trans-formadores de potencial (tp), que são equipamentos maduros e consolidados tecnologicamente, por isso não apresen-tam grandes evoluções.

as peças são utilizadas em insta-lações de baixa, média e alta tensão. e sua função é baixar a corrente (tc)

transformador. será necessário dar um salto de qualidade neste setor e o clien-te final terá que exigir dos fabricantes o cumprimento das normas técnicas vi-gentes no país. Hoje vemos muitas ins-talações onde é exigido um nível alto de precisão para o uso dos medidores, por exemplo, e colocam-se transforma-dores que nem sempre atendem a essas exigências”.

Quanto ao futuro do setor, milani também mantém projeções otimistas. “acreditamos ser um mercado com boas perspectivas de evolução, tendo em vis-ta as diferentes situações encontradas para entregar confiabilidade aos siste-mas industriais. cada vez mais temos máquinas e equipamentos mais sensí-veis, necessitando de melhor precisão na medição, e isto faz com que tenha-mos que desenvolver produtos novos a cada projeto”.

ou tensão (tp) de um barramento ou cabo para ser transmitida a um ins-trumento de medição ou proteção. essa conversão é necessária porque a leitura de energia em circuitos de alta corrente ou tensão é impraticável.

no que tange à concorrência, nel-son milani, gerente comercial da Kron medidores, comenta que o mercado brasileiro possui diversos fabrican-tes para este tipo de produto, sem contar os itens asiáticos importados.

o problema, em alguns casos, está na qualidade dos itens oferta-dos. “com relação à qualidade dos produtos temos algumas restrições tendo em vista que é sabido que alguns fabricantes não possuem equipamentos adequados para calibração”, alerta milani, que afirma que é preciso ter cuidado na escolha dos produtos.

“o mercado brasileiro está bem servido de fabricantes tradicionais. em termos de produtos existem di-versas opções para os projetistas e instaladores elétricos, porém, é neces-sário que se tenha conhecimento técnico para adequar as diversas opções às exi-gências das instalações. transformador de medição tem que ser encarado com bastante seriedade, pois ele é respon-sável não só pelas precisões em termos de medição, mas também para garantir ‘retorno financeiro’ em determinadas instalações onde se utilizam medidores de faturamento das empresas”, desta-ca milani.

e ele completa: “Um dos grandes problemas enfrentados é o desconheci-mento do cliente quando se especifica um transformador de medição. muito se preocupa com o medidor e pouco com o

Mercado de transformadores de medição terá forte crescimento nos próximos anos.JOsé AdáriO milAni | brAsPel

foto

: div

ulga

ção

O mercado brasileiro está bem servido por fabricantes tradicionais de transformadores de medição.

fotos: divulgação

Ano XI Edição 107 Outubro’14

Mercado transformadores de força e de medição

Page 12: Mercado - Edição 107
Page 13: Mercado - Edição 107

Mercado transformadores de força e de medição

potência56

Prod

utos

Pain

el d

e

trAFOmila empresa oferece uma gama

variada de transformadores. entre eles está o modelo mold epóXi, equipamento trifásico, a seco, mol-dado em resina epóxi na cor verme-lho óxido de ferro. características: classe de tensão da aT: 7,2 / 15 / 25 e 36,2 kv; classe de tensão da BT 0,6 / 1,2 kv (outras sob consul-ta); elevação de temperatura clas-se f 105º c (outras sob consulta); material isolante classe f (155º c) ou h (180º c) e frequência de 50 hz ou 60 hz.

cOmtrAFOum dos produtos da empresa é

o transformador pedestal. a com-pactação aliada a proteções inte-gradas é sua principal característi-ca, sendo próprio para instalações ao tempo ou subterrâneas. caracte-rísticas: isolado em óleo mineral ou em fluídos especiais; enrolamentos primários e secundários em cobre eletrolítico/alumínio, com fusíveis de proteção contra sobrecarga e curto circuito na aT; potências de 75 Kva a 3.500 Kva; aT: classe 7,2, 15, 24,2 e 36,2 kv e BT: classe 1,2 kv.

brAsPelentre os destaques da empresa

estão os transformadores de poten-cial para uso interno Bps11. carac-terísticas: destinados para medições elétricas de tensão em linhas primá-rias (7,2 – 15 kv); instalações em cabines primárias ou painéis blin-dados; atende a todas as especifica-ções das normas aBnT, ansi e iec; uso interior para medição e proteção através de relés de falta de fase ou queda de tensão em sistemas de duas fases (grupo 1 da aBnT) ou fase terra (grupos 2 e 3 da aBnT).

Abba companhia conta com diver-

sas soluções nessa área. um dos equipamentos que se destacam é o transformador de força trifásico de 138 kilovolt (kv),100% óleo ve-getal (Biodegradável), combinado com nomex (material isolante de última geração).

Wegos transformadores a seco da

empresa proporcionam segurança, economia de espaço e redução dos custos de instalação e manutenção. com equipamentos isolados em epóxi, a linha apresenta soluções para todos os tipos de ambientes. devido ao seu processo de encap-sulamento a vácuo e à qualidade da resina utilizada, proporciona um expressivo aumento na vida útil do transformador. estão disponíveis nas potências de 112,5 até 20.000 kva, nas classes de tensões até 36,2 kv.

siemensa linha de transformadores a

seco geafol reúne todas as vanta-gens para a distribuição de ener-gia elétrica, de forma econômica, segura, confiável e ecológica, pois dispensa o uso de óleo, diminuindo o risco de explosão. geafol ocupa aproximadamente 45% da área de um transformador em líquido iso-lante, o que permite que seja adap-tado aos mais diferentes tipos de estruturas, como shoppings center, prédios, indústria, aeroportos e es-tações de metrô.

Mercado transformadores de força e de medição

Page 14: Mercado - Edição 107

potência 57

ProdutosPainel de

isOleta empresa apresenta ao merca-

do a sua mais nova linha de trans-formadores de potencial 36 kv. nas versões fase-fase ou fase-Terra e para instalações interior ou exterior, os novos modelos são resultado da mais avançada tecnologia de pro-jeto de campo elétrico, culminando em peças compactas que atendem os mais altos requisitos elétricos.

Abbentre as várias soluções ofereci-

das nesse segmento, um dos desta-ques da empresa é o transformador de força – monofásico, de extra alta tensão uhv – 1.200 kilovolt (kv), corrente alternada.

blutrAFOsa empresa oferece vários ti-

pos de transformadores compra-dos pelo mercado nacional, como: transformador de distribuição, pe-destal, para excitação de gerador, para aterramento e para inverso-res de 12, 18 e 24 pulsos. na foto, transformador a seco, classe 36,2 kv, com potência de 7 mva.

AdelcOa empresa destaca os transfor-

madores a seco de baixa e média tensão até 15 mva e isolação até 36 kv. entre suas diversas áreas de aplicação, estão: excitação estática de geradores (ponte retificadora de seis pulsos), “compound”, distri-buição, fornos elétricos, plataforma marítima, potência, retificação (06, 12, 18 e 24 pulsos) e tração elétrica.

Wise trAnsFOrmAdOres

a companhia atua há vinte anos na fabricação de transforma-dores, autotransformadores e re-atâncias monofásicas e trifásicas a seco, com potências até 1.000 kva. um dos destaques, é o trans-formador de potência trifásico com potência de 200 kva.

KrOna empresa oferece uma gama

variada de produtos para este se-tor. entre eles está o transformador de corrente bipartido para medição KBp82. o equipamento é de gran-de utilidade onde existem circuitos que não podem ser abertos. seu uso facilita a instalação, podendo tam-bém ser retirado sem a necessidade de abrir o circuito.

Ano XI Edição 107 Outubro’14

Page 15: Mercado - Edição 107

potência58

Mercado transformadores de força e de medição

Prod

utos

Pain

el d

e

trAnsFOrmAdOres uniãO

a empresa oferece ao mercado uma linha de transformadores de média potência do tipo seco encap-sulado sob vácuo ou imerso em líqui-do isolante entre 500 e 10.000 kva, nas classes de tensão de 1,2 até 36 kv. a linha pode ser aplicada em ins-talações, como elevadores ou rebai-xadores de tensão, em subestações e/ou cabines primárias, para cargas lineares ou não lineares, em sistemas de retificadores, conversores, de ex-citação, energia fotovoltaica e ups.

cOmel trAnsFOrmAdOres

a empresa oferece transforma-dores de distribuição imersos em óleo mineral isolante - trifásicos de 15 a 3.000 Kva, nas classes 15, 25 ou 34,5 Kv, com tensões secun-dárias que podem ser 220/127 v, 380/220 v ou 440/254 v, com ins-talação para postes, cabines, plata-formas ou Torre h.

KrOnum dos destaques da empresa

é o transformador de corrente de medição modelo Kr 111. o produ-to conta com invólucro em caixa termoplástica para aplicação em baixa tensão. campos de medição: 5 a 400 aca (corrente primária), secundário de 5 aca.

scHneider electricos transformadores de corren-

te da empresa são adequados para uso em todo o espectro de baixa tensão de 40 a 6.000 a. vantagens: ampla seleção de correntes: de 40 a 6000 a; segurança: tampa de isola-mento selada e instalação em trilho simétrico din, em placa de monta-gem ou em barramento. os equi-pamentos fornecem no secundário uma corrente (0-5 a) proporcional à corrente medida no primário, po-dendo ser utilizados em combina-ção com dispositivos de medição.

Wegredução de peso e dimensões,

tipos de óleos isolantes, aumento da vida útil, sistemas de monito-ramento, são só alguns dos requi-sitos avaliados pela equipe técnica da Weg para desenvolver transfor-madores a óleo que proporcionem a melhor solução aos clientes. o portfólio contempla uma linha completa entre transformadores de distribuição e força até 550 kv, disponibilizando opções tanto em óleo mineral, quanto em óleo vegetal.

cOmtrAFOum dos destaques da empresa

é o transformador compacto sela-do. características: potências de 225 a 5.000 kva; aT: classe 7,2, 15, 25 e 36,2 kv e BT: classe 1,2, 7,2, 15, 25 kv. instalação: cabines ou su-bestações, em ambientes internos, externos, normais ou agressivos.

Ano XI Edição 107 Outubro’14

Mercado transformadores de força e de medição

Page 16: Mercado - Edição 107

Linha Completa de Segurança

J Cortinas de luz de segurança J Botoeiras eletrônicas de esforço zero J Sensores magnéticos com função de segurança J Chave de emergência de segurança acionada por cabo J Calço de segurança para prensas J Pedal de segurança de 3 estágios J Comando bimanual J Botão de emergência com contato monitorado J Chaves de intertravamento de segurança J Contator para aplicação de segurança J Relés de segurança

Motores | Automação | Energia | Transmissão & Distribuição | Tintas

Transformando energia em soluções. www.weg.net

A solução para segurança operacional de máquinas e equipamentos em suas mãos.