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Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico Relatório de Estágio da Prática de Ensino Supervisionada Ana Felisbela Machado Costa dezembro | 2015 Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto

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Mestrado em Educação Pré-Escolar e

Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico

Relatório de Estágio da Prática de Ensino

Supervisionada

Ana Felisbela Machado Costa

dezembro | 2015

Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto

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Mestrado em Educação Pré-Escolar e

Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico

Relatório de Estágio da Prática de Ensino

Supervisionada

Ana Felisbela Machado Costa

dezembro de 2015

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Ana Felisbela Machado Costa

Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º

Ciclo do Ensino Básico

Orientadora: Professora Doutora Rosa Branca

Cameira Tracana Pereira

dezembro de 2015

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Agradecimentos

Publicamente quero deixar o meu agradecimento a todas as pessoas que diretamente ou

indiretamente contribuíram para a realização de relatório de prática de ensino supervisionada.

Aos meus pais e irmão, o meu especial agradecimento pelo apoio carinhoso,

compreensão e tolerância demonstrados durante estes anos.

Ao meu namorado Fernando pelo carinho e ajuda que me deu durante a realização deste

relatório.

À Professora Maria de Fátima Leitão e à Educadora Maria Conceição Silva por me

terem acolhido no seu grupo de trabalho e me ajudarem a evoluir durante os estágios realizados.

À Professora Doutora Rosa Branca Cameira Tracana Pereira pelo seu contributo

pedagógico e espirito de amizade que sempre revelou ao longo da realização deste relatório.

Um especial agradecimento à minha colega de estágio e amiga Inês Francês, pelo apoio

que me deu durante estes anos, pelo espírito de entreajuda e partilha de amizade que sempre

demonstrou.

Não posso deixar de referir o agradecimento às amigas Kátia B., Filipa, Mara, Tânia,

Cátia T., Catarina, Juliana e Gabriela pela amizade que nos une, pelos momentos de alegria e

divertimento que passámos e pela cumplicidade que irá unir-nos para sempre.

A todos um muito obrigado!

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Resumo

O presente relatório de estágio foi elaborado para a obtenção do grau de mestre em

Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico. Este incide sobre o

desenvolvimento da prática pedagógica nos dois ciclos de ensino, assim como a investigação

realizada sobre a temática da alimentação saudável.

Este relatório de estágio pretende descrever o trabalho realizado, refletir e fundamentar

as opções metodológicas desenvolvidas no jardim-de-infância e no 1º Ciclo do Ensino Básico.

Pretende ainda descrever o trabalho de investigação realizado sobre os hábitos

alimentares das crianças do 4º ano de escolaridade. Na sociedade atual, assistimos a um

facilitismo, por parte dos alunos, no acesso a alimentos que dificultam a manutenção de uma

alimentação equilibrada quando ingeridos em excesso.

Numa primeira etapa do estudo foi aplicado um questionário para averiguar quais os

hábitos alimentares dos alunos que participaram no estudo, assim como os conhecimentos que

estes possuem acerca da pirâmide da alimentação saudável.

A segunda fase do estudo consistiu numa intervenção teórica sobre a temática da

alimentação saudável, através da utilização de um power-point.

A terceira fase do estudo consistiu na avaliação dos conhecimentos adquiridos na etapa

anterior do estudo, esta foi realizada através da realização de um jogo e da elaboração de um

desenho da pirâmide alimentar.

É, igualmente, apresentada a intervenção realizada com a comunidade educativa que

inclui diversas ações, nas quais participam os alunos, assim como os resultados obtidos na

mesma.

Após decorridas as três fases do estudo foi possível concluir que os alunos evoluíram no

que diz respeito aos conhecimentos sobre as regras para a manutenção de uma alimentação

saudável e equilibrada. Relativamente aos alunos na qual se verificou sobrepeso e obesidade foi

possível observar que estes demonstraram interesse em modificar a sua alimentação. Constatou-

se que estes alunos demostraram uma evolução significativa nos conhecimentos adquiridos com

a investigação realizada.

Palavras-chave: Prática de Ensino Supervisionada; Educação Pré-Escolar; 1º Ciclo do Ensino

Básico; Alimentação Saudável.

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Abstract

This internship report was prepared for the degree of Master in Preschool Education and

Teaching of the 1st cycle of basic education. This focuses on the development of pedagogical

practice in both education cycles, as well as research conducted on the theme of healthy eating.

This stage report is intended to describe the work, reflect and support the

methodological options developed in the garden for children and the 1st cycle of basic

education.

It also aims to describe the conducted research on the eating habits of children in the 4th

grade. In today's society, we are witnessing a facilitismo, by the students, access to foods that

make it difficult to maintain a balanced diet when eaten in excess.

In the first stage of the study a questionnaire was applied to find out what the eating

habits of students who participated in the study, as well as the knowledge they have about the

pyramid of healthy eating.

The second phase of the study consisted of a theoretical presentation on the theme of

healthy eating through the use of a power-point.

The third phase of the study was to assess the knowledge acquired in the previous stage

of the study, this was accomplished through the completion of a game and the development of a

design of the food pyramid.

It also presented the intervention performed with the educational community that

includes a number of actions, in which students participate, as well as the results obtained in it.

After elapsed the three phases of the study it was concluded that students have evolved

with regard to knowledge about the rules for maintaining a healthy and balanced diet. With

regard to students in which he was found overweight and obesity was observed that they

showed interest in modifying their food. It was found that these students demonstrated a

significant evolution in the knowledge gained from the investigation.

Key words: Supervised Teaching Practice; Preschool education; 1st Cycle of Basic Education;

Healthy eating.

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Índice Geral Agradecimentos ............................................................................................................................ iii

Resumo ......................................................................................................................................... iv

Abstract ......................................................................................................................................... v

Índice ............................................................................................................................................. 1

Índice de Figuras ........................................................................................................................... 2

Índice de Tabelas ........................................................................................................................... 3

Índice de Gráficos ......................................................................................................................... 4

Introdução ..................................................................................................................................... 5

Capítulo I – Enquadramento Institucional e Administração Escolar ............................................ 7

1.1 Enquadramento Institucional – Organização Escolar.................................................... 8

1.1.1 Educação Pré-Escolar ............................................................................................ 9

1.1.2 1º Ciclo do Ensino Básico ................................................................................... 12

1.2 Enquadramento Institucional – Administração Escolar .................................................... 13

1.2.1 Caraterização da Cidade da Guarda .......................................................................... 13

1.2.2 Caraterização do Jardim de Infância de Alfarazes ..................................................... 16

1.2.3 Caraterização da Escola Básica de Santa Zita ............................................................ 21

1.3 Caraterização Psicopedagógica dos Grupos de Crianças ............................................ 27

1.3.1 Caraterização do Grupo de Crianças do Jardim de Infância de Alfarazes .......... 28

1.3.2 Caraterização da turma da Escola Básica de Santa Zita ...................................... 31

Capítulo II – Descrição do Processo de Prática de Ensino Supervisionada I e II ....................... 34

2.1 Prática de Ensino Supervisionada ............................................................................... 35

2.2 Prática de Ensino Supervisionada I ............................................................................. 36

2.3 Prática de Ensino Supervisionada II ............................................................................ 47

Capítulo III – Alimentação Saudável: Hábitos Alimentares de Crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico .......................................................................................................................................... 53

3.1 Alimentação Saudável ................................................................................................. 54

3.2 Alimentação em idade escolar ..................................................................................... 57

3.3 Hábitos alimentares saudáveis para crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico ............... 60

Conclusão .................................................................................................................................... 73

Referências Bibliográficas: ......................................................................................................... 74

Anexos......................................................................................................................................... 79

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Índice de Figuras

Figura 1 Cidade da Guada ........................................................................................................... 13 Figura 2 Anta e Pêra do Moço .................................................................................................... 15 Figura 3 Estátua de D. Sancho I .................................................................................................. 15 Figura 4 Jardim-de-Infância de Alfarazes ................................................................................... 16 Figura 5 Espaço dos jogos de mesa ............................................................................................. 19 Figura 6 Espaço da reunião ......................................................................................................... 19 Figura 7 Espaço do faz-de-conta ................................................................................................ 19 Figura 8 Espaço do Computador ................................................................................................. 20 Figura 9 Espaço da leitura ........................................................................................................... 20 Figura 10 Espaço da expressão plástica ..................................................................................... 20 Figura 11 Calendário ................................................................................................................... 21 Figura 12 Trabalhos realizados pelas crianças ............................................................................ 21 Figura 13 Escola Básica de Santa Zita ........................................................................................ 21 Figura 14 Biblioteca/Centro de recursos ..................................................................................... 24 Figura 15 Salão Polivalente......................................................................................................... 24 Figura 16 Espaço exterior ........................................................................................................... 24 Figura 17 Sala de aula ................................................................................................................. 25 Figura 18 Placards ....................................................................................................................... 25 Figura 19 Quadro de Giz ............................................................................................................. 26 Figura 20 Técnica do sopro ......................................................................................................... 37 Figura 21 Aula de natação ........................................................................................................... 37 Figura 22 Árvore Elvira .............................................................................................................. 38 Figura 23 Visita de estudo ........................................................................................................... 38 Figura 24 Ouriço ......................................................................................................................... 39 Figura 25 Fantocheiro ................................................................................................................. 40 Figura 26 Visita de estudo ........................................................................................................... 42 Figura 27 Pai Natal articulado ..................................................................................................... 42 Figura 28 Anjo ............................................................................................................................ 42 Figura 29 Boneco de Neve .......................................................................................................... 44 Figura 30 Atividade experimental ............................................................................................... 44 Figura 31 Registo da atividade .................................................................................................... 45 Figura 32 Floco de neve .............................................................................................................. 45 Figura 33 Ronda de Contos ......................................................................................................... 46 Figura 34 Atividade experimental ............................................................................................... 48 Figura 35 Caixa da Páscoa .......................................................................................................... 49 Figura 36 Presente do Dia da Mãe .............................................................................................. 50 Figura 37 Pirâmide da Alimentação Saudável ............................................................................ 56 Figura 38 Conceções sobre o que entendes por alimentação saudável ....................................... 69 Figura 39 Pirâmide Alimentar desenhada por um aluno ............................................................. 70 Figura 40 Pirâmide Alimentar desenhada por um aluno ............................................................. 71 Figura 41 Conceções sobre o que entendem por alimentação saudável ...................................... 72

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Índice de Tabelas

Tabela 1 Áreas de conteúdo da educação pré-escolar .................. Erro! Marcador não definido. Tabela 2 Valores de referência do Índice de Massa Corporal ..................................................... 58 Tabela 3 Dados recolhidos no questionário ................................................................................ 63

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Índice de Gráficos

Gráfico 1 Respostas dos alunos à questão: Quantas horas dormes durante od dias da semana? ..................................................................................................................................................... 63 Gráfico 2 Respostas dos alunos à questão: Quantas refeições fazes por dia? ............................ 64 Gráfico 3 Respostas dos alunos à questão: Tomas sempre o pequeno-almoço? ........................ 65 Gráfico 4 Respostas dos alunos à questão: O que comes ao pequeno-almoço?.......................... 65 Gráfico 5 Respostas dos alunos à questão: Comes chocolates, bolos, rebuçados e gomas? ...... 65 Gráfico 6 Respostas dos alunos à questão: Comes comida do tipo “fast-food”? ....................... 65 Gráfico 7 Respostas dos alunos à questão: Comes sopa? ........................................................... 66 Gráfico 8 Respostas dos alunos à questão: Comes legumes, vegetais e frutas? .......................... 66 Gráfico 9 Respostas dos alunos à questão: Comes peixe? .......................................................... 66 Gráfico 10 Respostas dos alunos à questão: Ter uma alimentação saudável é ........................... 67 Gráfico 11 Respostas dos alunos à questão: Devo comer mais ................................................... 67 Gráfico 12 Respostas dos alunos à questão: Devemos comer esporadicamente ......................... 68 Gráfico 13 Respostas dos alunos à questão: Devemos hidratarmo-nos em abundância? ........... 68

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Introdução

O presente relatório de estágio foi elaborado no decorrer dos estágios realizados durante

o curso de Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico,

lecionado na Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto, inserida no Instituto

Politécnico da Guarda.

As práticas pedagógicas que servem de suporte à realização do presente relatório foram

realizadas em dois estabelecimentos de ensino diferentes.

A Prática de Ensino Supervisionada I (PES I) decorreu no período compreendido entre

24 de fevereiro de 2014 e 13 de junho de 2014, na Escola Básica de Santa Zita, inserida no

Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque. Este foi realizado numa turma do 3º ano de

escolaridade. O grupo de estágio era constituído por três elementos e por esse facto o estágio

decorreu todas as segundas, terças, quartas e sextas-feiras, entre as 9 horas e 16 horas, em que o

período de almoço era compreendido entre as 12 e as 14 horas.

A Prática de Ensino Supervisionada II (PES II) decorreu no período compreendido entre

5 de outubro de 2014 e 28 de janeiro de 2015, no Jardim-de Infância de Alfarazes, inserido no

Agrupamento de Escolas da Sé. Este estágio foi realizado com um grupo de crianças de 4 anos.

O grupo de estágio era constituído por dois elementos e por esse facto o estágio decorreu todas

as segundas, terças e quartas, entre as 9 horas e 16 horas, na qual o período de almoço era

compreendido entre as 12 e as 14 horas.

A Prática de Ensino Supervisionada (PES) revelou de extrema importância no processo

de aprendizagem, uma vez que irá permitir ao educando preparar-se para os desafios que irão

surgir no seu futuro profissional enquanto educadores e professores. A PES permitiu uma maior

aproximação à realidade da sala de aula e do meio envolvente.

A primeira fase dos estágios realizados consistiram numa observação ativa das

atividades que são desenvolvidas pelo professor/ educador titular das turmas, e só

posteriormente decorreu a prática pedagógica.

A observação é o período de tempo na qual as estagiárias tiveram a oportunidade de

conhecer os grupos de crianças e de alunos, assim como as rotinas de trabalhos dos grupos. Esta

observação foi pró-ativa, ou seja, as estagiárias intervieram na realização das atividades

desenvolvidas durante esse período.

O período de observação no estágio é uma atividade de reflexão e discussão sobre a

prática. Na observação o estagiário deve apoiar-se numa aprendizagem que irá conduzir a uma

mudança na prática de ensino, por esta razão é dada uma especial importância ao período de

observação.

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A última parte do presente relatório retrata o estudo realizado numa turma do 4º ano de

escolaridade, sendo que esta turma havia sido aquela onde foi realizado o estágio no 1º Ciclo do

Ensino Básico. Este estudo aborda a temática dos hábitos alimentares nas crianças do 1º ciclo do

ensino básico. A primeira fase deste estudo consiste na aplicação de um questionário sobre os

hábitos alimentares e os conhecimentos sobre a pirâmide alimentar. A segunda fase consiste

numa intervenção onde é abordada a temática referida anteriormente. Por fim surge a avaliação

dos conhecimentos adquiridos após a intervenção anterior.

O presente relatório encontra-se organizado em três capítulos.

O primeiro capítulo denomina-se Enquadramento Institucional e Administração

Escolar. Neste capítulo é apresentado primeiramente um enquadramento da educação pré-

escolar e do 1º ciclo do ensino básico. São também apresentadas as caraterizações das

instituições onde foram realizados os estágios assim como dos grupos de crianças/alunos.

O segundo capítulo é denominado Descrição do Processo de Prática de Ensino

Supervisionada. Inicialmente é apresentada uma contextualização teórica sobre a Prática de

Ensino Supervisionada. Posteriormente é apresentada uma descrição da prática pedagógica que

decorreu tanto no jardim-de-infância como na escola do 1º ciclo do ensino básico.

Por fim, o terceiro capítulo denomina-se Alimentação Saudável: Hábitos Alimentares

nas Crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico. Primeiramente é apresentado um enquadramento

teórico sobre a alimentação saudável e sobre a alimentação em idade escolar. Posteriormente é

apresentado o estudo realizado sobre os hábitos alimentares de crianças do 1º ciclo do ensino

básico.

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Capítulo I Enquadramento Institucional e

Administração Escolar

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1.1 Enquadramento Institucional – Organização Escolar

A educação é o conjunto das acções e das influências exercidas

voluntariamente por um ser humano num outro, em princípio por um adulto

num jovem, e orientadas para um fim que consiste na formação, no jovem, de

toda a espécie de disposições que correspondem aos fins a que é destinado

quando atinge a maturidade. (Hubert, 1996, p.94)

A educação engloba os processos de ensinar e aprender. É um fenómeno observado em

qualquer sociedade, responsável pela sua manutenção a partir da transposição, às gerações que

seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de

um membro no seu grupo ou na sociedade.

Tal como preconiza Coombs (1973) são considerados três tipos de educação, educação

formal, educação não-formal e educação informal. A educação formal é entendida como o

sistema educativo altamente institucionalizado, cronologicamente graduado e hierarquicamente

estruturado, que se estende da escola primária até à universidade. Relativamente à educação

não-formal consideramos toda a atividade organizada e sistemática, realizada fora do quadro do

sistema formal de educação, para promover determinados tipos de aprendizagem a grupos

específicos de uma população, sejam adultos ou crianças. A educação informal é o processo

pelo qual, durante toda a vida, as pessoas adquirem acumulam conhecimentos, habilidades e

comportamentos através das suas experiências diárias e a sua relação com o meio ambiente.

Em Portugal, a educação é regulamentada pela Lei de Bases do Sistema Educativo que

estabelece o quadro geral do sistema educativo nacional.

A nível institucional, a educação inicia-se num âmbito não obrigatório com o pré-

escolar, destinado a crianças com idades compreendidas entre os 3 anos e a entrada na

escolaridade obrigatória. A escolaridade obrigatória atualmente abrange o ensino básico e o

ensino secundário, ou seja, tem a duração de 12 anos.

O ensino básico encontra-se organizado em três ciclos sequenciais:

1º Ciclo: O ensino é global e visa o desenvolvimento de competências básicas

em Língua Portuguesa, Matemática, Estudo do Meio, Educação para a

Cidadania, Expressão Plástica, Expressão Musical, Expressão e Educação

Físico-Motora, Expressão Dramática e Apoio ao Estudo. O 1º ciclo funciona em

regime de monodocência, com recurso a professores especializados em

determinadas áreas.

2º Ciclo: Está organizado por disciplinas e áreas de estudo pluridisciplinares.

Os principais objetivos deste ciclo são o desenvolvimento de saberes e

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competências necessárias à entrada na vida ativa ou no prosseguimento de

estudos.

3º Ciclo: Funciona em regime de pluridocência, com professores especializados

nas diferentes áreas disciplinares. Aos alunos que completam com sucesso o 3º

ciclo é atribuído o diploma do ensino básico.

O ensino secundário está organizado segundo formas diferenciadas, orientadas quer

para o prosseguimento dos estudos quer para o mundo do trabalho. O currículo dos cursos de

nível secundário tem um referencial de três anos letivos e compreende quatro tipos de cursos:

cursos científicos-humanísticos, cursos tecnológicos, cursos artísticos e especializados e cursos

profissionais. Para a conclusão de qualquer curso de nível secundário os alunos estão sujeitos a

uma avaliação sumativa interna. Para além dessa avaliação os alunos dos cursos científico-

humanísticos são também submetidos a uma avaliação sumativa externa, através da realização

de exames nacionais, em determinadas disciplinas previstas na lei.

Após a conclusão do ensino secundário uma das opções que o sistema educativo

português disponibiliza são os cursos de especialização tecnológica (CET), que possibilitam

percursos de formação especializada em diferentes áreas tecnológicas, permitindo a inserção no

mundo do trabalho ou no prosseguimento de estudos de nível superior.

A educação e formação de jovens e adultos oferece uma segunda oportunidade a

indivíduos que abandonaram a escola precocemente ou que estão em risco de abandonar, bem

como aqueles que não tiveram oportunidade de a frequentar quando jovens e, ainda aos que

procuram a escola por questões de natureza profissional ou valorização profissional, numa

perspetiva de aprendizagem ao longo da vida.

O ensino superior atualmente está estruturado de acordo com os princípios de Bolonha e

visa assegurar uma sólida preparação científica, cultural, artística e tecnológica que habilite para

o exercício de atividades profissionais e culturais e para o desenvolvimento das capacidades de

conceção, de inovação e de análise crítica. Em Portugal organiza-se em ensino universitário e

politécnico1.

1.1.1 Educação Pré-Escolar

A Educação Pré-Escolar refere-se às crianças dos 3 anos até ao ingresso na escolaridade

obrigatória, sendo ministrada nos estabelecimentos de educação pré-escolar, que prestam

serviços vocacionados para o desenvolvimento da criança, proporcionando-lhe atividades

educativas e atividades de apoio à família.

1 (Fonte: http://www.dge.mec.pt/#, consultado em 15-04-2015).

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A frequência da educação pré-escolar é facultativa, reconhecendo à família o primeiro

papel na educação dos filhos.

De acordo com a Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar,

A educação pré-escolar é a primeira etapa da educação básica no processo de

educação ao longo da vida, sendo complementar da ação educativa da família,

com a qual deve estabelecer estreita relação, favorecendo a formação e o

desenvolvimento equilibrado da criança, tendo em vista a sua plena inserção

na sociedade como ser autónomo, livre e solidário. (Lei nº5/97 de 10 de

fevereiro de 1997)

Tal como referem as orientações curriculares (1997, pp.15-16) a educação pré-escolar

tem como principais objetivos pedagógicos:

a) Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em

experiências de vida democrática numa perspetiva de educação para a

cidadania;

b) Fomentar a inserção da criança em grupos sociais diversos, no respeito

pela pluralidade das culturas favorecendo uma progressiva consciência

como membro da sociedade;

c) Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o

sucesso da aprendizagem;

d) Estimular o desenvolvimento global da criança no respeito pelas suas

caraterísticas individuais, incutindo comportamentos que favoreçam

aprendizagens significativas e diferenciadas;

e) Desenvolver a expressão e a comunicação através de linguagens múltiplas

como meios de relação de informação, de sensibilização estética e de

compreensão do mundo;

f) Despertar a curiosidade e o pensamento crítico;

g) Proporcionar à criança ocasiões de bem estar e de segurança,

nomeadamente no âmbito da saúde individual e coletiva;

h) Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências ou precocidades e

promover a melhor orientação e encaminhamento da criança;

i) Incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer

relações de efetiva colaboração com a comunidade.

As Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar constituem um conjunto de

princípios gerais pedagógicos e organizativos de apoio ao educador de infância na condução do

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progresso educativo a desenvolver com as crianças. Estas funcionam como uma referência

comum para todos os educadores de infância.

As orientações curriculares identificam três áreas de conteúdos – área de formação

pessoal e social, área de expressão e comunicação e área de conhecimento do mundo:

Área de Formação Pessoal e Social: é uma área transversal, integradora que

enquadra e dá suporte a todas as outras, implica um processo facilitador do

desenvolvimento de atitudes e de aquisição de valores e promove a capacidade de

resolução de problemas do quotidiano. (ME, 1997)

Área de Conhecimento do Mundo: é uma área de articulação de conhecimentos,

envolve todo o conhecimento e a relação com as pessoas, os objetos e o mundo

natural e construído. (ME, 1997)

Área de Expressão e Comunicação: é uma área básica de conteúdos que incide

sobre aspetos essenciais do desenvolvimento e da aprendizagem englobando as

aprendizagens relacionadas com a atividade simbólica e o progressivo domínio de

diferentes formas de linguagem. (ME, 1997)

A tabela seguinte sistematiza as áreas de conteúdo da educação pré-escolar:

Área da Formação Pessoal e Social

Área do Conhecimento do Mundo

Área de Expressão e

Comunicação

Domínio da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita

Domínio da Matemática

Domínio das Expressões

Plástica

Musical

Dramática

Motora

Quadro 1 Áreas de conteúdo da educação pré-escolar

O currículo em educação pré-escolar é concebido e desenvolvido pelo educador, através

da planificação, organização e avaliação do ambiente educativo, bem como das atividades e

projetos curriculares, com vista à construção de aprendizagens integradas.

A avaliação assume uma dimensão marcadamente formativa, sendo um processo

contínuo que visa a observação e registo sobre o desenvolvimento das aprendizagens das

crianças.

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1.1.2 1º Ciclo do Ensino Básico

No que concerne ao 1º Ciclo do Ensino Básico, este

Constitui-se como uma etapa da escolaridade em que se concretiza, de forma

mais ampla, o princípio democrático que informa todo o sistema educativo e

contribui por sua vez, decisivamente, para aprofundar a democratização da

sociedade, numa perspetiva de desenvolvimento e de progresso, quer

promovendo a realização individual de todos os cidadãos, em harmonia com os

valores da solidariedade social, quer preparando-os para uma intervenção útil

e responsável na comunidade. (ME, 2004, p.11)

A Lei de Bases define o conjunto de objetivos gerais que deverão ser prosseguidos na

escolaridade básica para ir ao encontro destas grandes finalidades.

De acordo com o Decreto-Lei nº 6/2001, a organização e a gestão do currículo

subordinam-se aos seguintes princípios orientadores:

a) Coerência e sequencialidade entre os três ciclos do ensino básico e

articulação destes com o ensino secundário;

b) Integração do currículo e da avaliação, assegurando que esta constitua o

elemento regulador do ensino e da aprendizagem;

c) Existência de áreas curriculares disciplinares e não disciplinares, visando

a realização de aprendizagens significativas e a formação integral dos

alunos, através da articulação e da contextualização dos saberes;

d) Integração, com carácter transversal, da educação para a cidadania em

todas as áreas curriculares;

e) Valorização das aprendizagens experimentais nas diferentes áreas e

disciplinas, em particular, e com carácter obrigatório, no ensino das

ciências, promovendo a integração das dimensões teórica e prática;

f) Racionalização da carga horária letiva semanal dos alunos;

g) Reconhecimento da autonomia da escola no sentido da definição de um

projeto de desenvolvimento do currículo adequado ao seu contexto e

integrado no respetivo projeto educativo;

h) Valorização da diversidade de metodologia e estratégias de ensino e

atividades de aprendizagem, em particular com recurso a tecnologias de

informação e comunicação, visando favorecer o desenvolvimento de

competências numa perspetiva de formação ao longo da vida;

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i) Diversidade de ofertas educativas, tomando em consideração as

necessidades dos alunos, por forma a assegurar que todos possam

desenvolver as competências essenciais e estruturantes definidas para cada

um dos ciclos e concluir a escolaridade obrigatória. (ME, 2004, pp. 17-18)

Os programas do 1º ciclo implicam que o desenvolvimento da educação escolar

constitua uma oportunidade para que os alunos realizem experiências de aprendizagem ativas,

significativas, diversificadas, integradas e socializadoras que permitam o sucesso escolar de

cada aluno. (ME, 2004)

No que concerne à avaliação no 1º Ciclo do Ensino Básico, esta deverá

Centrar-se na evolução dos percursos escolares através da tomada de

consciência partilhada entre o professor e o aluno, das múltiplas competências,

potencialidades e motivações manifestadas e desenvolvidas, diariamente, nas

diferentes áreas que o currículo integra. (ME, 2004, p.25)

1.2 Enquadramento Institucional – Administração Escolar

Seguidamente são apresentadas as caraterizações, inicialmente do meio, e

posteriormente dos estabelecimentos de ensino e das salas de atividades onde decorreram as

PES. As caraterizações funcionam como um enquadramento sobre a prática realizada, pois é

através delas que conhecemos as caraterísticas dos estabelecimentos de ensino.

1.2.1 Caraterização da Cidade da Guarda

Guarda (Figura 1), é a cidade mais

alta de Portugal, enaltecida por poetas e

artistas. Cidade, sede de concelho e capital

de distrito. Localiza-se na Região Centro

(Nut II) e na Beira Interior Norte (Nut III). É

a cidade portuguesa de maior altitude

(1056m) e uma das mais altas da Europa.

Fica situada no plano nordeste da Serra da

Estrela e está mais ou menos localizada onde

os romanos tiveram a antiga Lancia Oppidana, que foi destruída pelos bárbaros. Dista 219km

da cidade do Porto e 350 km da cidade de Lisboa. O concelho abrange uma área de 712km2,

compreendendo 53 freguesias: Adão, Albardo, Aldeia do Bispo, Aldeia Viçosa, Alvendre,

Arrifana, Avelãs de Ambom, Avelãs da Ribeira, Benespera, Carvalhal Meão, Casal de Cinza,

Figura 1 Cidade da Guada

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Castanheira, Cavadoude, Codeceiro, Corujeira, Faia, Famalicão, Fernão Joanes, Gagos,

Gonçalo, Gonçalbocas, João Antão, Maçainhas, Marmeleiro, Meios, Mizarela, Monte

Margarida, Panoias de Cima, Pega, Pêra do Moço, Pêro Soares, Porto de Carne, Pousada,

Ramela, Ribeira dos Carinhos, Rocamonde, Rochoso, Santana de Azinha, Jarmelo (São

Miguel), Jarmelo (São Pedro), Guarda, Seixo Amarelo, Sobral da Serra, Trinta, Vale de Estrela,

Valhelhas, Vela, Videmonte, Vila Cortês de Mondego, Vila Fernando, Vila Franca do Deão,

Vila Garcia e Vila Soeiro.

O distrito faz parte da província da Beira Alta e é limitado a norte pelo distrito de

Bragança, a sul pelo de Castelo Branco, a oeste pelos de Viseu e Coimbra e a leste pela

Espanha. Todo o território é muito montanhoso, formado por elevações de diversas altitudes. A

sua área abrange parte da Serra da Estrela (altitude máxima 1991m).

O distrito é atravessado por diversos rios dos quais o rio Mondego, Zêzere e Alva têm a

sua parte inicial do seu curso na região. O distrito compreende 14 concelhos: Almeida, Aguiar

da Beira, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Guarda,

Gouveia, Manteigas, Meda, Pinhel, Seia, Sabugal, Trancoso e Vila Nova de Foz Côa. Possui

acessos rodoviários importantes como a A25 (considerada a segunda via mais importante de

Portugal) que liga Aveiro à fronteira fazendo ligação direta a Madrid e a A23 que liga a Guarda

a Torres Novas, bem como o IP2 que liga a Guarda a Bragança. A nível ferroviário, a cidade da

Guarda possui a linha da Beira Baixa (em mau estado devido ao desinvestimento por parte da

CP) e a linha da Beira Alta, que se encontra completamente eletrificada permitindo a circulação

de comboios regionais e internacionais.

No concelho, existe a Barragem do Caldeirão, importante infraestrutura para o

abastecimento de água e produção de energia. A barragem foi também construída com o intuito

de ser um polo de atração turística.

A Guarda é conhecida como a cidade dos 5 F’s: Farta, Forte, Fria, Fiel, Formosa:

Farta, pois desde sempre os vales do Mondego a enchem do necessário;

Forte, porque da sua fortaleza falam os troços e portas das muralhas, bem como a Torre

de Menagem e a Torre dos Ferreiros;

Fria, devido ao seu clima tipicamente montanhoso;

Fiel, esta designação advém-lhe do séc. XIV, porque o alcaide Álvaro Gil Cabral

durante a crise de 1383-85, negou-se a entregar as chaves ao Rei de Castela. Ainda

relativamente a esta qualidade é de salientar a Gárgula voltada em direcção a nascente

(ao encontro de Espanha) em forma de “traseiro” em claro tom de desafio e desprezo;

Formosa pela beleza natural que a envolve.

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O ar historicamente reconhecido pela sua salubridade e pureza foi distinguido pela

Federação Europeia de Bio climatismo em 2002, que atribuiu à Guarda o título de primeira

“Cidade Bioclimática Ibérica”.

De realçar os vários vestígios que comprovam a

ancestralidade do Homem nesta região em locais

escarpados da Beira Interior. As condições que o

concelho apresenta não são as mais propícias à instalação

de uma comunidade humana, todavia alguns elementos

permitem datar uma presença humana em épocas

remotas, com o final do Neolítico, princípios do Paleolítico,

com um testemunho funerário, a Anta de Pêra do Moço

(Figura 2), datada do III milénio.

Por todo o concelho encontram-se vestígios da Idade do Bronze e do Ferro, em sítios

com uma defensibilidade natural, dominando vastos vales. Esta presença está, sem dúvida,

relacionada com a prática da mineração, nomeadamente do ferro e de chumbo, e o controlo das

portelas naturais do minério. Do séc. V (a. C.) sobrevivem vestígios de povoados protegidos por

muralhas no cimo das montanhas.

Nos primeiros séculos da romanização da Península Ibérica, habitavam a região da

Guarda povos lusitanos. De entre os mesmos encontravam-se os Igaeditani e os Lancienses

Oppidani. Durante muito tempo os historiadores julgavam que a Civitas Igaeditanorum

(Egitânia) se localizava na Guarda, no entanto sabe-se agora a certeza da localização da Egitânia

em Idanha-a-Velha. Sabendo que o nome de Guarda terá sido uma derivação de um castro

sobranceiro ao rio Mondego, o Castro do Tintinolho, identificada como a Ward visigótica.

Durante o período medieval, a Guarda faria parte de uma malha de fortificações, sendo

uma das mais importantes na escala hierárquica. Desta malha faziam parte outros castelos que

teriam como função a defesa da fronteira com Castela e Leão e da portela natural de travessia da

Serra da Estrela. Do Castelo da Guarda é possível um contacto visual com outras fortificações,

como o Castro do Jarmelo, Celorico da Beira e Trancoso entre outros.

Diz a Historia que, em Novembro de 1199 D. Sancho I

(Figura 3), O Povoador, 2º Rei de Portugal concede Foral à Guarda,

visando o seu desenvolvimento e prosperidade, assim como a

organização e defesa da fronteira da Beira contra os Reinos da Meseta

do Centro da Península Ibérica, primeiro, o Reino de Leão, depois

Castela e finalmente Espanha. Foi este propósito que lhe deu o nome

de Cidade da Guarda. Após a criação da Diocese da Guarda com a

Figura 2 Anta e Pêra do Moço

Figura 3 Estátua de D. Sancho I

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autorização do Papa Inocêncio III deu-se a transferência da antiga Diocese Visigótica da

Egitânia para a Guarda.

O património Arquitetónico e Cultural é rico e único: a Sé Catedral, o Centro Histórico,

as Portas da Cidade, o Paço Episcopal, o Museu (antigo Seminário do séc. XVII), os Solares, as

Igrejas da Misericórdia e de S. Vicente, a Torre de Menagem, o Arquivo Distrital (antigo

Convento de S. Francisco, do séc. XIII), Praça Velha e a Judiaria são alguns dos locais mais

importantes da Cidade da Guarda.

1.2.2 Caraterização do Jardim de Infância de Alfarazes

Este é o nono ano de funcionamento

deste Jardim de Infância de Alfarazes (Figura 4)

nas novas instalações no bairro Srª dos

Remédios, pertence à Junta de Freguesia da Sé.

Este bairro cresceu há cerca de 26 anos a partir de

um pequeno conjunto de habitações situadas na

estrada principal de acesso a este bairro; é

essencialmente um bairro habitacional e

carateriza-se pela sua proximidade, a Oeste, da

Escola Secundária da Sé, e, a Este, do complexo

de Piscinas Municipais e da superfície comercial Intermarchê. A mancha residencial é apenas

quebrada pela existência de alguns cafés, um restaurante e pelo edifício do Ministério da

Agricultura, ao lado do qual se encontra em construção a um polidesportivo coberto; no centro

existe um espaço verde com um pequeno parque infantil. Possui muito boa acessibilidade a

qualquer ponto da cidade através da VICEG, que contorna completamente o bairro nas partes

Este e Sul, e dista cerca de 500m do Centro Coordenador de Transportes da Guarda. A

construção mais recente deste bairro, que está praticamente preenchido em termos urbanísticos,

é precisamente o edifício que engloba a Creche “O Castelo” e o Jardim de Infância de

Alfarazes, que foi concluído em Julho de 2006.

Contrastando com as caraterísticas rurais de Alfarazes o bairro Srª dos Remédios é um

bairro urbano; é habitado essencialmente por pessoas que estão no ativo e muitos dos habitantes,

por motivos profissionais, só regressam a casa no final do dia, pese embora a boa acessibilidade

deste bairro aos vários pontos da cidade.

As atuais instalações do Jardim de Infância de Alfarazes ocupam o rés-do-chão do

edifício da Creche e Jardim de Infância “O Castelo” e caraterizam-se por:

Um hall de entrada;

Figura 4 Jardim-de-Infância de Alfarazes

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Um gabinete da direção, onde está instalado o telefone;

Um salão polivalente;

Três salas de atividades, uma para crianças dos 3/ 4 anos, outra para crianças dos

4/5 anos e a terceira para crianças dos 5/6 anos. Cada sala de atividades possui

instalações sanitárias próprias e adaptadas a crianças com limitações motoras;

Uma sala de vídeo/ informática;

Uma sala de educadoras, com instalações sanitárias próprias;

Um refeitório;

Uma casa de banho para adultos e adaptada para pessoas com limitações motoras;

Um amplo corredor de acesso a todas estas divisões.

Para além destas divisões o Jardim de Infância ainda possui na “cave”:

Uma arrecadação para material pedagógico e de desgaste;

Uma arrecadação para produtos e equipamentos de limpeza;

Um salão de atividades essencialmente destinado a atividades de expressão

motora, dramática,… e festas (comum à creche “O Castelo”);

Instalações sanitárias para crianças e adultos (comuns à creche “O Castelo”).

Na fachada do edifício existe um espaço de recreio exterior com uma zona de areão e

outra com piso anti-choque equipada com duas estruturas de exterior – um escorrega e dois

baloiços – que se destinam às crianças mais crescidas. Na lateral esquerda do edifício existe um

outro espaço de recreio exterior com uma zona de relva e outra com piso anti-choque com cinco

estruturas de exterior – um baloiço-cesto, um escorrega e três túneis com cabeça de animal –

que se destinam às crianças mais pequenas. Na lateral direita do edifício existe um espaço

exterior, contíguo à sala dos 3 anos, com uma zona de relva sintética e outra com piso anti-

choque com três estruturas de exterior – uma casinha, um escorrega e um balancé com quatro

assentos. Por se tratar de instalações recentemente construídas, as condições são excelentes,

quer a nível de arejamento, luz natural, luz artificial, aquecimento e segurança; no entanto

verifica-se que no verão as salas dos 4 anos e 5 anos tornam-se excessivamente quentes devido à

falta de persianas que bloqueiem a entrada do sol. Possui alarme e extintores para o caso de

incêndio e luzes internas de sinalização permanente.

O Jardim de Infância foi também equipado com os seguintes equipamentos:

Um telefone;

Um televisor;

Um vídeo-gravador;

Um leitor de DVD;

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Três rádio-gravadores;

Quatro computadores;

Quatro impressoras.

Possui ainda os seguintes eletrodomésticos, oferecidos pela Fundação da DELTA Cafés

como resposta a uma solicitação nossa para a realização de sessões de culinária com as crianças:

Um frigorífico de duas portas;

Um forno elétrico;

Um micro-ondas;

Uma placa elétrica;

Uma batedeira elétrica.

1.2.2.1 Caraterização da Sala de Atividades

A sala de atividades é o espaço mais frequentado pelas crianças, durante um maior

período de tempo, e também considerado o mais importante, pois é nesta que tudo se desenrola,

a aprendizagem, a interação entre crianças e entre estas e a educadora. É na sala de atividades

que são expostas as dificuldades existentes e onde decorre o ato educativo.

Nesta área a educadora conhece as crianças através da observação permanente e as

crianças conhecem a educadora. Dentro da sala de atividades todos aprendem, quer a educadora

quer as crianças, pois a aprendizagem é um processo contínuo e que ocorre em qualquer lugar.

As estruturas na sala de atividades influenciam as ideias e as ações das crianças e

ajudam a determinar o seu grau de participação e envolvimento (Freire, 1996).

É um espaço que se encontra equipado com mobiliário moderno, logo possui as

condições necessárias para o decorrer do processo de ensino-aprendizagem e um ambiente

acolhedor.

Adaptando o entendimento de Alarcão, acerca do professor, ao educador,

para bem desempenhar a seu papel (ao educador) exige-se-lhe que seja

genuíno, que tenha opiniões positiva a respeito de si próprio e dos outros, que

seja empático, ele próprio também um aluno, capaz de criar bom clima, de ir

ao encontro das necessidades dos outros de descarregar o excedente de

energias, de libertar tensões, de ajudar os outros a aprender (Tavares, J. &

Alarcão, M.; 2002; p. 15).

Esta área e tudo o que a compõe assumem grande relevância para as crianças. É aqui, que

em atividades promovidas intencionalmente pelo educador, as crianças se desenvolvem no

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contexto da socialização, que realizam aprendizagens cooperadas e que aprendem a participar

na elaboração de normas e regras.

A organização dos espaços na sala, é também consequência da intenção educativa e da

dinâmica de grupo, tendo em conta a sua funcionalidade e finalidade dos materiais educativos,

tal como preconizam as Orientações Curriculares (1997).

A sala possui janelas de grandes dimensões o que a torna muito luminosa.

Assim, a sala apresenta-se dividida por diversas áreas:

O espaço dos jogos de mesa (Figura 5) está a um dos

cantos da sala. Aqui, as crianças podem jogar vários jogos,

como puzzles ou legos, ou realizar alguns trabalhos em que

seja necessária a mesa. Possui um móvel com várias

divisões, com os diversos jogos de mesa, promovendo a

autonomia da criança, hábitos de arrumação e organização.

Este móvel dispõe-se à altura das crianças para facilitar o alcance dos jogos e dos

materiais. Este é um espaço de extrema importância para o crescimento da

criança e para o desenvolvimento da inteligência e da criatividade (Golse, 2005).

O espaço da reunião (Figura 6) é onde todos se

reúnem para dialogar, marcar as presenças e a data.

Também serve para a execução de jogos de

construção. Detém quatro quadros: o de registo das

presenças, o calendário, o dia do mês e o tempo,

várias almofadas onde os alunos se sentam sendo

estas transportáveis, podendo adaptar-se ao espaço e às atividades propostas. É

neste espaço que as crianças mantêm conversas com a educadora, que lhes

permite desenvolver a oralidade (Ministério da Educação, 1997).

O espaço do faz de conta (Figura 7) é pequena mas

funcional, nela existem vários materiais de plástico e

de madeira, permitindo às crianças brincar ao faz-de-

conta. Trata-se de uma composição de objetos

pertencentes às várias divisões da casa, onde a criança

pode criar e recriar situações diversas, desenvolvendo-

Figura 5 Espaço dos jogos de mesa

Figura 6 Espaço da reunião

Figura 7 Espaço do faz-de-conta

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se como pessoa. A brincadeira é uma atividade que respeita as especificidades do

mundo infantil, além de auxiliar na aprendizagem e no desenvolvimento

(Wajskop, 2005)

O espaço do computador (Figura 8) possui um

computador, permitindo apenas que duas crianças, de

cada vez, usufruam desta área. No que diz respeito ao

software, as crianças podem jogar diversos jogos,

construir puzzles, iniciando-se de forma lúdica em

aprendizagens que usará no 1º Ciclo nas áreas de

conteúdo de Matemática, de Língua Portuguesa e Estudo

do Meio. Através destes jogos, desenvolvem ainda o raciocínio, a destreza mental

e a memorização, entre outros (Ministério da

Educação, 2004).

O espaço da Leitura (Figura 9) contém uma mesa

e uma coleção de livros de géneros e formas

variadas. A disposição destes vai variando,

alternando a sua exposição na estante, onde as

crianças acedem com facilidade. Através do

contacto com os livros, as crianças iniciam-se na leitura, na

escrita, estimulam a imaginação e a criatividade (Abramovich,

2004). Este é um espaço privilegiado para esse contacto direto.

O espaço da Expressão Plástica, (Figura 10) aqui, as crianças

desenham, e realizam fichas de atividade ou outras tarefas de

Expressão Plástica. Possui quatro mesas, um cavalete com vários

materiais de pintura e um móvel, da altura das crianças, com várias

divisões repletas de materiais como lápis de cor, canetas de feltro, borrachas, afias,

folhas de papel, entre outros. A expressão plástica permite à criança exprimir um leque

de sentimentos, emoções, pensamentos, ideias e vivências do seu meio. Através dela a

criança desenvolve competências transversais às várias áreas e descobre-se a si própria

e ao mundo que a rodeia (Ministério da Educação,1997).

São variados os quadros expostos na sala para que a criança registe aspetos relacionados

com o seu quotidiano.

O quadro de presenças situa-se no espaço da reunião, é neste que diariamente as crianças

marcam as presenças. A caneta amarela é aquela com que o chefe do dia marca a presença, a

preta serve para as restantes crianças marcarem as presenças.

Figura 8 Espaço do Computador

Figura 9 Espaço da leitura

Figura 10 Espaço da expressão plástica

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O quadro do calendário (Figura 11) está em frente ao das presenças. É um quadro branco

onde são colocados elementos que possuem íman. É subdividido em partes que representam o

dia, o dia da semana, o mês, o ano, as estações do ano e os meses do ano que elas abrangem,

sendo selecionada aquela que está em vigor.

As paredes da sala estão decoradas com trabalhos realizados pelas crianças (Figura 12).

1.2.3 Caraterização da Escola Básica de Santa Zita

O meio que abrange a Escola Básica de Santa Zita (Figura

13) foi em tempos um dos primeiros bairros “novos” da cidade, que

cresceu em volta do bairro de S. João ou Bairro dos Polícias (nome

atribuído devido ao número de elementos dessa corporação, aí

residentes).

Era arquitetado pelas casas já antigas que contornam a Rua

Pedro Álvares Cabral que, nessa altura, mais não era do que um trilho, onde nem sequer

passavam carros.

Era um bairro onde todos se conheciam e eram amigos. Realizavam-se diversas festas

onde todos participavam com entusiasmo, havia momentos de partilha e extrema amizade,

cantavam-se as Janeiras, faziam-se piqueniques e a fogueira de S. João.

À volta do bairro, havia quintais, giestais e barreiras (denominadas barrocos). Era

também um bairro onde existia um grande número de estudantes, que gostava de ir para as

Figura 11 Calendário

Figura 12 Trabalhos realizados pelas crianças

Figura 13 Escola Básica de Santa Zita

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barreiras (barrocos) preparar-se para os seus exames, aproveitando o sossego e a paz que aí se

presenciava.

Atualmente, este é um bairro que está integrado no centro nevrálgico da cidade da

Guarda. A proximidade da Escola de Santa Zita assim como a existência de um ATL nas

imediações propiciam uma circulação intensa de crianças, principalmente nos horários escolares

de entrada e saída dos períodos da manhã e tarde; este facto acarreta a presença de um elevado

número de veículos que, constantemente, por ali circulam.

O bairro envolvente à Santa Zita é formado por um núcleo de casas habitadas,

maioritariamente, por uma população tendencialmente idosa. No entanto, atualmente, verifica-

se um incremento maior de uma camada de população com uma faixa etária mais jovem e, mais

recentemente, também se constata a presença de muitos imigrantes que por ali decidem habitar.

A existência da escola de Santa Zita é um polo aglutinador que confere àquele bairro

maior dinamismo e que contrasta com o ambiente de sossego que ali impera ao longo de todo o

dia.

No que concerne ao tipo de habitação, verifica-se a existência de casas e apartamentos

que apresentam construções bastante antigas mas, genericamente, bem preservadas. Começam,

no entanto, a notar-se algumas marcas de degradação no exterior de alguns apartamentos,

tornando-se, em breve, necessária uma intervenção qualificada e profissional.

O desenvolvimento do bairro, em termos demográficos, proporcionou o surgimento de

serviços que ali começaram a emergir. Saliente-se a construção do centro comercial “Garden”

que foi um marco importante naquela zona; também surgiram alguns cafés, supermercados,

lojas e outro tipo de comércio.

Na atualidade e devido à construção do centro comercial “La Vie”, houve alterações ao

nível do território – a melhoria dos acessos e um aumento de circulação automóvel – e

mudanças nos hábitos diários da população residente devido à diversidade dos serviços

oferecidos pelo centro comercial.

Um aspeto que merece ser referenciado é o facto de este bairro ser um local que

apresenta um aspeto limpo derivado, não apenas, à existência de ecopontos e contentores do lixo

na zona, mas também ao comportamento cívico da população residente.

No que diz respeito à segurança, pode dizer-se que este é um bairro seguro, onde não

existem problemas de grande relevância e que apresenta baixos índices de criminalidade.

A escola do 1º ciclo da Santa Zita é um dos dez estabelecimentos de ensino do

Agrupamento de Escolas Afonso Albuquerque, com um total de cento e vinte alunos,

distribuídos por seis turmas. Esta escola funciona desde o ano letivo de 1971/1972. Durante os

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primeiros anos, esteve em funcionamento a cantina escolar que, posteriormente, foi desativada e

o espaço modificado e transformado em polivalente.

O edifício está de acordo com o Plano dos Centenários, pois este, constituiu um projeto

de construção de escolas em larga escala, levado a cabo pelo Estado Novo em Portugal, entre

1941 e 1974. A designação do plano é tornada oficial por um artigo da Lei do Orçamento Geral

do Estado para o ano de 1941: “O governo iniciará em 1941 a execução do plano geral da rede

escolar, que será denominado dos Centenários e em que serão fixados o número, localização e

tipos de escolas a construir para completo apetrechamento do ensino primário, inscrevendo-se

no orçamento as verbas necessárias para as obras a realizar em participação com os corpos

administrativos ou outras entidades” (art.º 7.º da Lei n.º 1985, de 17 de Dezembro de 1940).

Sabe-se que as comemorações dos Centenários foram encerradas a 3 de dezembro de

1940, mas no plano de obras públicas não constavam as escolas primárias.

De acordo com o teor das ordens de serviço enviadas durante o mês de Outubro de 1941

pelo Diretor-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais para as quatro Direções Regionais de

Edifícios, Duarte Pacheco teve a intenção de rapidamente iniciar os trabalhos para a construção

de 200 edifícios. Coube a cada uma das Direções estudar a localização de um grupo de 50

escolas, organizando e remetendo, ao Diretor-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais,

Mapas de distribuição dos Edifícios. Os mapas, examinados e alterados pela Comissão de

Revisão da Rede Escolar, fixavam o número de edifícios e de salas a construir em cada

freguesia. De entre os critérios invocados para justificar as necessidades por distrito, e as

prioridades por concelho, estas eram:

Mau estado das instalações escolares existentes;

Elevado número de crianças inscritas para a frequência;

Facilidades na aquisição dos terrenos, ofertas locais de materiais de construção;

Falta de salas para separação dos sexos.

A Comissão de Revisão da Rede Escolar publicou no início de 1943 o número de salas

a construir por distritos, concelhos e freguesias (Diário do Governo, II Série, de 5 de abril),

referência obrigatória para todas as decisões sobre a construção de escolas primárias.

Paralelamente, as Repartições Técnicas da DGEMN procederam ao estudo de um questionário

que, depois de respondido pelos municípios, permitisse avaliar as condições locais para o

lançamento dos futuros programas anuais de construção.

Após a remessa do questionário às Câmaras Municipais, em 1944, deu-se início à Fase I

do Plano dos Centenários que incluía apenas os concelhos cujas câmaras responderam (cerca de

um terço). As fases seguintes sucederam-se até finais de setembro de 1969, quando a Delegação

para as Obras de Construção de Escolas Primárias cessou funções.

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24

A primeira fase do Plano dos Centenários compreendia a construção de 561 edifícios

com 1 250 salas de aula, distribuídos por todos os distritos do país, incluindo as ilhas. Pretendia-

se que esse ritmo fosse mantido por 10 anos até se concluírem cerca de 12 500 salas de aula. O

total previsto no Plano dos Centenários compreendia cerca de 11 458 salas de aula a que

correspondiam 6 809 edifícios.

Neste contexto o presente edifício possui três pisos

distribuídos da seguinte forma:

Rés – do – chão – Biblioteca/Centro de Recursos (Figura

14), salão polivalente (Figura 15), e casas de banho para

alunos;

1º Piso – 2 salas de aula, sala de administrativos, sala de

reuniões, salas de apoio educativo e casa de banho para

adultos;

2º Piso – 4 salas de aula, sala de apoio/laboratório, sala de

fotocopiadora/telefone/A.A.E, uma sala TIC, casa de banho

para adultos e casa de banho para alunas.

Relativamente ao espaço exterior, este encontra-se

completamente vedado, possuindo um campo de futebol, um espaço

para a prática de basquetebol, uma caixa de areia, um espaço para

jogos tradicionais e por fim dois espaços lúdicos apetrechados com

aparelhos de madeira, um dos quais com piso de borracha (Figura

16).

O referido estabelecimento de ensino apresenta o seguinte horário de funcionamento:

Horário

Manhã: 08h30m 12h30m

Tarde: 13h30m 18h00m

Quadro 2 Horário de funcionamento da escola

Figura 14 Biblioteca/Centro de recursos

Figura 15 Salão Polivalente

Figura 16 Espaço exterior

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Um dos espaços considerados de maior importância é a Biblioteca Escolar Virgílio

Afonso.

Virgílio Afonso foi um historiador, poeta e jornalista, natural de Gonçalbocas, distrito

da Guarda, que nasceu em 1923 e faleceu em 1998.

A biblioteca foi integrada na rede de bibliotecas escolares no ano de 2002. É um espaço

que tem uma área total de 77m2, distribuídos pelas várias áreas: receção/acolhimento, leitura

informal e periódicos, leitura de documentos impressos, leitura de vídeo, leitura e produção

multimédia e trabalho de grupo. Encontra-se equipada com mobiliário apropriado ao espaço e

aberta cinco dias por semana, dentro do seguinte horário:

Horário

Manhã: 09h00m 12h00m

Tarde: 14h00m 17h30m

Quadro 3 Horário de funcionamento da biblioteca

1.2.3.1 Caracterização da Sala de Aula

Na escola, o espaço frequentado pelos alunos, durante um

maior período de tempo, e também considerado o mais

importante é a sala de aula (Figura 17), pois é nesta que tudo se

desenrola: a aprendizagem, a interação entre alunos e entre estes e

o docente. É na sala de aula que são expostas as dificuldades

existentes e onde decorre o ato educativo.

Nesta área o professor conhece os alunos através da

observação permanente e os alunos conhecem o professor. Dentro da sala de aula todos

aprendem, quer o professor quer os alunos, pois a aprendizagem é um processo contínuo e que

ocorre em qualquer lugar.

A sala de aula apresenta as condições necessárias para que o professor e os alunos se

sintam à vontade para trabalhar, desenvolvendo assim o

processo de ensino e aprendizagem.

A sala de aula apresenta janelas de grande

dimensão, o que a torna muito luminosa e também

aquecimento central. As mesas de trabalho são para dois

alunos, que funcionam como “estante” ou armário, uma vez que os alunos podem guardar o seu

material.

Figura 17 Sala de aula

Figura 18 Placards

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Nas paredes estão colocados placares de afixação, onde podemos encontrar panfletos

informativos e trabalhos realizados pelos alunos (Figura 18).

A sala possui um quadro a giz (Figura 19), podendo também ser utilizado como quadro

interativo, após as devidas alterações. Está também

equipada com um computador ligado a um projetor.

Possui também dois armários, utilizados para guardar o

material relativo às informações pessoais de cada aluno,

como sendo as suas fichas de avaliação e as informações

reveladas aos encarregados de educação.

Este é um espaço que embora não se encontre equipado com mobiliário moderno,

possui as condições necessárias para o decorrer do processo de ensino e aprendizagem e um

ambiente acolhedor.

Figura 19 Quadro de Giz

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A sala tem a seguinte disposição:

1.3 Caraterização Psicopedagógica dos Grupos de Crianças

É de extrema importância realizar a caraterização psicopedagógica dos grupos de

crianças, pois é através dela que adquirimos conhecimentos das características das

crianças/alunos, para que posteriormente, na prática pedagógica possam ser realizadas

atividades de acordo com os grupos com os quais nos deparamos. É através desta caraterização

que conhecemos as crianças/alunos.

Quadro M

esa do P

rofessor

Com

puta

dor

Placar

Porta

Mes

a

Mesa das estagiárias

Placar

Arm

ário

Armário

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1.3.1 Caraterização do Grupo de Crianças do Jardim de Infância de Alfarazes

Podemos constatar o quanto é fulcral para o desenvolvimento do trabalho da

educadora/docente, conhecer o grupo/turma com que trabalha, conhecer as crianças/alunos, os

seus gostos, as dificuldades que estas enfrentam e também se possível, ter uma noção do

ambiente familiar de cada criança, para que assim seja possível adequar as suas estratégias e

métodos à turma. Nesta sequência surge, assim a importância e a necessidade de caraterizar a

turma.

Tal como reitera Tavares e Alarcão (2005), o desenvolvimento humano pressupõe uma

estrutura humana, estrutura da personalidade, que se desenvolve no tempo, de um modo

progressivo, diferencial e globalizante o que possibilita a divisão do desenvolvimento em

estádios ou fases.

Uma das primeiras questões que podem surgir, é o que se entende por estádio? Segundo

os autores anteriormente referidos trata-se de uma fase ou período através do qual se pretende

determinar onde é que uma criança se encontra, num determinado momento da sua evolução.

O estádio insere-se no tempo como uma determinada fase do desenvolvimento

humano, mas não assenta necessariamente no conceito de idade. O estádio

pressupõe, por parte do sujeito, uma determinada estrutura que lhe permite

realizar um determinado número de tarefas ou atividades que, sem a sua

aquisição, não seriam possíveis. (p.33)

A faixa etária das crianças em análise é de 3 anos.

Pela importância que assume, na criança, o desenvolvimento cognitivo, consideramos

pertinente que se caraterize a fase em que as crianças se encontram, na perspetiva de alguns

autores influentes na área da psicologia.

Segundo Papalia, Olds e Feldman (2006) estas crianças encontram-se na segunda

infância, sendo caraterizada em três domínios diferentes: o desenvolvimento físico; o

desenvolvimento cognitivo e o desenvolvimento psicossocial. Relativamente ao

desenvolvimento físico prescreve que o crescimento é constante; o corpo torna-se mais delgado

e as proporções, mais semelhantes às do adulto; o apetite diminui e os problemas de sono são

mais comuns; a preferência do uso das mãos manifesta-se e as habilidades motoras gerais e

refinadas, e a força aumentam. Quanto ao desenvolvimento cognitivo refere que o pensamento é

um pouco egocêntrico, mas a compreensão do ponto de vista dos outros aumenta; a imaturidade

cognitiva produz ideias ilógicas sobre o mundo; a memória e a linguagem melhoram; a

inteligência torna-se mais previsível e a experiência na pré-escola é comum. No que concerne

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ao desenvolvimento psicossocial, o autoconceito e a compreensão das emoções tornam-se mais

complexos; a autoestima é global; aumenta a independência, a iniciativa e o autocontrole;

desenvolve-se a identidade de género; as brincadeiras tornam-se mais imaginativas, mais

complexas e geralmente mais sociais; altruísmo, agressividade e medo tornam-se mais comuns e

a família ainda é o foco da vida social, mas as outras crianças tornam-se mais importantes.

Piaget (1979) por seu lado considera quatro períodos no processo evolutivo da espécie

humana. São eles:

Estádio Sensório-Motor (0 a 2 anos);

Estádio Pré-Operatório (2 a 7 anos);

Estádio das Operações Concretas (7 a 11 ou 12 anos);

Estádio das Operações Formais (11 ou 12 anos em diante).

Cada um desses estádios é caraterizado por formas diferentes de organização mental que

possibilitam as diferentes maneiras do indivíduo se relacionar com a realidade que o rodeia

(Coll e Gillièron, 1987). De forma geral, todos os indivíduos vivenciam estes quatro períodos na

mesma sequência, no entanto o início e o fim de cada um deles pode sofrer alterações e em

função das caraterísticas da estrutura biológica de cada indivíduo e da riqueza (ou não) dos

estímulos proporcionados pelo meio ambiente em que ele estiver inserido.

Dado que o grupo em questão se encontra no Estádio Pré-Operatório, abordaremos as

principais caraterísticas deste período.

Neste período a função simbólica é uma das mais importantes conquistas deste estádio,

pois representa os objetos mentalmente ou os acontecimentos que não ocorrem no presente

através de símbolos. A principal função simbólica é a linguagem: as palavras, as frases que

representam situações, objetos e ações. É um pensamento intuitivo com base na perceção dos

dados sensoriais.

Além disso, conforme preconiza La Taille (2003) a emergência da linguagem acarreta

modificações importantes em aspetos cognitivos, afetivos e sociais da criança, uma vez que ela

possibilita as interações inter-individuais e significados à realidade. Tanto é assim, que a

aceleração do alcance do pensamento neste estágio do desenvolvimento, é atribuída, em grande

parte, às possibilidades de contatos interindividuais fornecidos pela linguagem.

Uma das caraterísticas deste período é o egocentrismo que consiste na concentração de

impedir a compreensão da realidade, vendo só a sua forma de compreender a realidade.

Predomina uma visão unilateral e superficial da realidade que é encarada como um pensamento

mágico.

Freud (1984) considera cinco etapas de desenvolvimento, que denominou:

Fase Oral (0 a 12 meses);

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Fase Anal (1 a 3 anos);

Fase Fálica (3 a 5 anos);

Fase de Latência (6 a 12 anos);

Fase Genital (depois da puberdade).

Segundo Freud, o impulso sexual e a procura do prazer erótico determinam de forma

poderosa o desenvolvimento afetivo do ser humano. Em cada fase a fonte de satisfação sexual é

uma zona diferente do corpo (zona erógena) ou, a rigor, uma diferente orientação da libido (a

energia das pulsões sexuais).

As crianças em causa encontram-se na Fase Fálica. Durante este período, os órgãos

genitais tornam-se o centro da atividade erótica da criança através da autoestimulação. É neste

período que surge o complexo de Édipo, que consiste na atração da criança pelo progenitor do

sexo oposto e agressividade para com o progenitor do mesmo sexo. A identificação leva a

criança a adotar os seus comportamentos, valores e atitudes. É a sua interiorização que conduz à

formação do superego.

Segundo a teoria do desenvolvimento psicossocial de Erikson (1987) o crescimento

psicológico ocorre através de estádios e fases, não ocorre ao acaso e depende da interação da

pessoa com o meio que a rodeia. Cada estádio é atravessado por uma crise psicossocial entre

uma vertente positiva e uma vertente negativa. As duas vertentes são necessárias mas é

essencial que se sobreponha a positiva. A forma como cada crise é ultrapassada ao longo de

todos os estádios irá influenciar a capacidade para se resolverem conflitos inerentes à vida.

Esta teoria concebe o desenvolvimento em oito estádios:

Confiança/Desconfiada (0-18 meses);

Autonomia/Dúvida e Vergonha (18 meses e os 3 anos);

Iniciativa/Culpa (3 a 6 anos);

Produtividade/Inferioridade (6-12 anos);

Identidade/Confusão e Identidade (12 aos 18 anos);

Intimidade/Isolamento (25 e os 40 anos);

Generatividade/Estagnação (35-60 anos);

Integridade/Desespero (ocorre a partir dos 60 anos).

Segundo Erikson (1987), os alunos inserem-se no Estádio Iniciativa/Culpa. Nesta fase a

criança encontra-se nitidamente mais avançada e mais organizada tanto a nível físico como

menta. É a capacidade de planear as suas tarefas e metas a atingir que a define como autónoma e

por consequência a introduz nesta etapa. No entanto este estágio define-se também como

perigoso, pois a criança busca exaustivamente e de uma forma entusiasta atingir as suas metas

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que implicam fantasias genitais e o uso de meios agressivos a manipulativos para alcançar a

essas metas.

Ela encontra-se num estado de ansiedade porque quer aprender bem e a partir daqui

amplia o seu sentido de obrigação e desempenho. A sua principal atividade é o brincar e o

propósito é a virtude que surge neste estágio de desenvolvimento. Este chamado propósito

define-se como o resultado do seu brincar, das suas tentativas e dos seus fracassos.

Para além dos jogos físicos com os seus brinquedos ela constrói também os chamados

jogos mentais tentando imitar os adultos e entrando no mundo do faz de conta. O objetivo deste

jogo é tentar perceber até que ponto ela pode ser como eles. O poder da imaginação e a forma

desinibida como o faz é fulcral para o desenvolvimento da criança.

Ao longo deste do estágio desenvolveram-se atividades diversificadas no sentido de

estimular o interesse das crianças e desenvolver o gosto pelo trabalho. Criou-se um ambiente

agradável e propício ao desenvolvimento das capacidades de cada criança e ao desabrochar

harmonioso da sua personalidade. Respeitou-se cada uma das crianças na sua individualidade,

gostos, ritmos e motivações. Desenvolveu-se o gosto pela aprendizagem promovendo

experiências de trabalho ativas e participativas em que cada criança foi ato das suas próprias

aprendizagens.

As onze crianças da sala B sempre mostraram ser empenhados, motivados, interessados

e, na sua maioria, organizados. No geral, todos realizaram os trabalhos propostos com dedicação

e boa apresentação. Foi visível a progressão na aquisição e aplicação de conhecimentos e o

respeito pelas regras da sala de atividades. As avaliações foram em geral muito positivas,

situando-se maioritariamente, os objetivos entre em aquisição e adquiridos.

Relativamente à careterização socioeconómica do grupo, não foi possível realizar uma

vez que a educadora cooperante não forneceu os dados suficientes para realização da mesma.

1.3.2 Caraterização da turma da Escola Básica de Santa Zita

É importante para o desenvolvimento do trabalho do docente, conhecer a turma com que

trabalha, conhecer os alunos, os seus gostos, as dificuldades que estes enfrentam e também se

possível, ter uma noção do ambiente familiar de cada criança, para que assim, seja possível

adequar as suas estratégias e métodos à turma.

Tal como reitera Tavares e Alarcão (2005), o desenvolvimento humano pressupõe uma

estrutura humana, estrutura da personalidade, que se desenvolve no tempo, de um modo

progressivo, diferencial e globalizante o que possibilita a divisão do desenvolvimento em

estádios ou fases.

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O desenvolvimento humano é uma evolução da estrutura e da personalidade do sujeito,

no tempo.

A faixa etária dos alunos em análise está compreendida entre os 8 e os 10 anos.

Pela importância que assume, na criança, o desenvolvimento cognitivo, consideramos

pertinente que se caraterize a fase em que os alunos se encontram, na perspetiva de alguns

autores influentes na área da psicologia.

Segundo Papalia, Olds e Feldman (2006) estes alunos encontram-se na terceira

infância, sendo caraterizada em três domínios diferentes: o desenvolvimento físico; o

desenvolvimento cognitivo e o desenvolvimento psicossocial. Relativamente ao

desenvolvimento físico prescreve que o crescimento diminui; a força e as habilidades atléticas

aumentam e as doenças respiratórias tornam-se mais comuns, mas a saúde geralmente é melhor

do que em qualquer outro período do ciclo vital. Quanto ao desenvolvimento cognitivo refere

que o egocentrismo diminui; as crianças começam a pensar com lógica, mas de maneira

concreta; as habilidades de memória e linguagem aumentam; permitem que as crianças

beneficiem com a educação escolar e algumas apresentam necessidades e talentos educacionais

especiais. No que concerne ao desenvolvimento psicossocial, o autoconceito torna-se mais

complexo, influenciando a auto-estima; a co-regulação reflete a transferência gradual de

controle dos pais para a criança e os amigos assumem um papel importante.

Segundo Piaget (1979), estes alunos encontram-se no Estádio das Operações

Concretas. Neste período o egocentrismo intelectual e social (incapacidade de se colocar no

ponto de vista de outros) que caracteriza a fase anterior dá lugar à emergência da capacidade da

criança estabelecer relações e coordenar pontos de vista diferentes (próprios e de outrem) e

integrá-los de modo lógico e coerente. Um outro aspeto importante neste estádio refere-se ao

aparecimento da capacidade da criança de interiorizar as ações, ou seja, ela começa a realizar

operações mentalmente e não mais apenas através de ações físicas típicas da inteligência

sensório-motor (se lhe perguntarem, por exemplo, qual é a vareta maior, entre várias, ela será

capaz de responder acertadamente comparando-as mediante a ação mental, ou seja, sem precisar

medi-las usando a ação física).

Contudo, embora a criança consiga raciocinar de forma coerente, tanto os esquemas

conceptuais como as ações executadas mentalmente, nesta fase há objetos ou situações passíveis

de serem manipuladas ou imaginadas de forma concreta. Além disso, conforme preconiza La

Taille (1992 p.17) se no período pré-operatório a criança ainda não havia adquirido a

capacidade de reversibilidade, e,

a capacidade de pensar simultaneamente o estado inicial e o estado final de

alguma transformação efetuada sobre os objetos (por exemplo, a ausência de

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conservação da quantidade quando se transvaza o conteúdo de um copo A para

outro B, de diâmetro menor).

Tal reversibilidade será construída ao longo dos estágios operatório concreto e formal.

Segundo Freud (1984), as crianças em causa encontram-se na Fase de Latência. Este

período é caraterizado por uma aparente atenuação da atividade sexual. Seria neste estádio que

ocorreria a amnésia infantil: a criança reprime no inconsciente as experiências que a

perturbaram no estádio fálico. A criança investe a sua energia nas atividades escolares,

ganhando especial importância as relações que estabelece entre os colegas e professores.

Segundo Erikson (1987), os alunos inserem-se no Estádio Produtividade /

Inferioridade. A criança considera-se uma pessoa trabalhadora, capaz de produzir e sente-se

competente. Neste estádio, a resolução positiva dos anteriores tem especial relevância: sem

confiança, autonomia e iniciativa, a criança não poderá afirmar-se nem sentir-se capaz. O

sentimento de inferioridade pode levar a bloqueios cognitivos, descrença quanto às suas

capacidades e a atitudes regressivas: a criança deverá conseguir sentir-se integrada na escola,

uma vez que este é um momento de novos relacionamentos interpessoais importantes.

Relativamente à caraterização socioeconómica da turma, é possível afirmar que dos

vinte alunos que constituem a turma, apenas cinco não possuem irmãos. Dos alunos que têm

irmãos, treze têm um irmão e os restantes dois têm dois irmãos. No que concerne às habilitações

literárias dos pais foi possível constatar que dois têm o 1º ciclo, um tem o 2º ciclo, seis possuem

o 3º ciclo, vinte e dois o ensino secundário, cinco são licenciados, três possuem o grau de mestre

e um e bacharelato. Em dezassete alunos o encarregado de educação é a mãe, nos restantes três

alunos o pai é o encarregado de educação. É importante referir que estes dados foram fornecidos

pela professora titular da turma.

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Capítulo II Descrição do Processo de Prática de

Ensino Supervisionada I e II

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2.1 Prática de Ensino Supervisionada (PES)

A Prática de Ensino Supervisionada (PES) é entendida como um processo de

aprendizagem de extrema importância, uma vez que permite ao educando enfrentar desafios

para que no futuro profissional se mostre eficiente. Desta forma, deve ter a oportunidade de

interligar a teoria e a prática, bem como conhecer a realidade educativa. A PES deverá constituir

para o aluno a responsabilidade pelas ações desenvolvidas durante o decorrer da prática

pedagógica, nomeadamente na planificação, na realização das atividades e na posterior reflexão

do trabalho realizado.

A PES desempenha uma função essencial no nosso currículo enquanto futuras

profissionais de educação. Pois permite uma aproximação à realidade da sala de aula e do meio

envolvente.

Esta unidade curricular tem como principais objetivos (Fonte: Guia de Funcionamento

da Unidade Curricular):

a) Conhecer o contexto educativo e o grupo de crianças;

b) Saber observar sistematicamente o comportamento da criança e dos grupos em

situações de interação social e em diferentes contextos de aprendizagem, refletir

sobre eles;

c) Desenvolver aprendizagens conducentes à construção de uma cidadania

responsável, nomeadamente no âmbito da educação para a saúde, ambiente,

consumo, respeito pela diferença e convivência democrática;

d) Desenvolver práticas pedagógicas fundamentadas, científica e pedagogicamente,

que permitam aprendizagens significativas e estáveis;

e) Refletir sobre as práticas pedagógicas para melhorar a tarefa docente;

f) Avaliar de acordo com uma perspetiva formativa, a sua intervenção, o ambiente e

os processos educativos adotados, bem como o desenvolvimento e as aprendizagens

de cada criança e do grupo;

g) Perspetivar e planificar, com base em avaliação prévia e em função do feedback,

propostas de intervenção pedagógica.

Desta forma, a PES procura a formação do professor/educador em todas as suas

dimensões, utilizando a sua capacidade de observar, planificar e refletir, para que assim adapte

as suas práticas pedagógicas à realidade dos educandos.

Por motivos de ordem logística, nomeadamente pelo facto da turma de Mestrado em

Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico ser constituída por um elevado

número de elementos, a turma foi dividida em dois grupos. Enquanto um grupo realizava o

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estágio num estabelecimento de educação pré-escolar, o outro estagiava num estabelecimento de

ensino do 1º ciclo. No semestre seguinte a situação inverteu-se, de modo a todos os alunos

realizarem estágio nos dois ciclos de ensino. Desta forma a prática pedagógica na qual se baseia

a elaboração do presente relatório foi realizada primeiramente no 1º ciclo do ensino básico e

posteriormente no ensino pré-escolar.

2.2 Prática de Ensino Supervisionada I (PES I)

A prática pedagógica que serve de suporte à elaboração do presente relatório de estágio,

decorreu no período compreendido entre o dia 7 de outubro de 2014 e o dia 28 de janeiro de

2015, no Jardim de Infância de Alfarazes, pertencente ao Agrupamento de Escolas da Sé,

localizado na cidade da Guarda.

O estágio realizado decorreu, como referido anteriormente no Jardim de Infância de

Alfarazes, num grupo de 11 crianças com 4 anos de idade, na qual a educadora titular do grupo

era a Educadora Maria da Conceição Silva. O grupo de estágio foi constituído por dois

elementos. A prática pedagógica decorreu todas as segundas, terças e quartas-feiras, entre as 9

horas e as 16 horas, sendo o período de almoço compreendido entre as 12 horas e as 14 horas.

Durante as quinze semanas de Prática de Ensino Supervisionada, as duas primeiras

semanas funcionaram como semanas de observação, em que as estagiárias tiveram a

oportunidade de conhecer o grupo de crianças, bem como o ritmo de trabalho das crianças.

Durante este período as estagiárias realizaram uma observação pró-ativa, ou seja, durante este

período interferiram na realização das atividades desenvolvidas na sala de atividades.

Na observação enquanto estratégia de formação, o jovem professor/educador deve

apoiar-se numa aprendizagem que finalmente conduzisse a uma mudança na prática de ensino,

através da reflexão na ação e depois da ação. Esta perspetiva é reiterada por Serafini & Pacheco

(1990), onde é expressa a ideia de que a observação não se deve centrar exclusivamente no

comportamento e nas atividades desenvolvidas pelo professor. Os autores referem ainda que é

no modelo de supervisão de desenvolvimento que a observação é utilizada mediante um

processo de colaboração e de cooperação entre supervisor e professor/educador para a resolução

de problemas, com vista à reflexão e ao pensamento sobre os acontecimentos que emergem ao

logo da formação.

O período de observação no estágio é uma atividade de reflexão e discussão sobre a

prática.

Segundo Hernández (1998), a aprendizagem docente ocorre a partir de dois aspetos

importantes, possíveis de serem articulados: a maneira como professores entendem sua própria

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docência, adquirida através de sua prática, suas representações e experiências, as quais norteiam

suas ações e não se modificam em função apenas de cursos de formação, mas são, na verdade,

geradoras de contradições historicamente situadas; a importância de se conhecer a prática

docente para se concluir sobre qual o papel das concepções do professor sobre sua tomada de

decisões em sala de aula, em relação não somente ao ato de ensinar, mas às regras e à divisão de

trabalho na comunidade onde age o professor.

Durante a primeira semana de prática pedagógica foram desenvolvidas atividades

direcionadas nomeadamente para as áreas de expressão plástica e do domínio da linguagem

oral e abordagem à escrita.

No âmbito da expressão plástica foram elaboradas as

identificações dos cabides das crianças. Uma vez que este ano

letivo a temática anual se denomina “Crescer e Aprender com

Arte”, na qual se irá abordar o tema da música, as

identificações elaboradas foram figuras de notas musicais, que

as crianças picotaram e posteriormente decoraram utilizando a

técnica do sopro (Figura 20).

Relativamente ao domínio da linguagem oral e

abordagem à escrita foram desenvolvidas atividades distintas, a primeira refere-se à exploração

da história “A história da árvore Elvira” (Anexo 1). A segunda atividade realizada foi

promovida pela Biblioteca Eduardo Lourenço intitulada “Ronda de Contos”, na qual dois

elementos da biblioteca se deslocam aos jardins-de-infância para contar histórias. Durante a

atividade foram contadas três histórias: “As orelhas de borboleta”, “A chupeta de Nini” e “O

presente diferente”. Posteriormente as crianças fizeram o registo das histórias escutadas através

da elaboração de um desenho.

Durante segunda semana de prática de ensino

supervisionada foram realizadas atividades relacionadas com

as diversas áreas de conteúdo.

Foi durante esta semana que se realizou a primeira aula

de natação (Figura 21), nas Piscinas Municipais da Guarda,

entre as 9h45m e as 10h, estas aulas iriam realizar-se todas as

segundas-feiras. Dado que nem todos os elementos do grupo de crianças estavam inscritas nesta

atividade, estas permaneciam na sala de atividades com a educadora de apoio, onde realizavam

diversas atividades.

Figura 20 Técnica do sopro

Figura 21 Aula de natação

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Tal como preconiza Azevedo et al (2008) a natação é um excelente meio para um

melhor desenvolvimento das crianças. Desta forma, a natação na infância é um instrumento de

aplicação da educação física no ser humano.

Durante as deslocações às piscinas, as estagiárias acompanhavam estas crianças,

ajudando-as a equiparem-se para a atividade e posteriormente a vestirem-se.

Como estávamos na época da maçã, decidiu-se no âmbito da área de formação pessoal

e social, confecionar uma tarte de maçã com a colaboração de todas as crianças do grupo, ou

seja, cada criança realizou um passo da receita. Cada criança trouxe de casa um ingrediente para

a confeção da receita.

Relativamente à área de expressão plástica foi iniciada a

construção da árvore que irá servir para decorar uma parede à entrada da

sala de atividades. A referida árvore irá ser redecorada consoante a

estação do ano em que nos encontramos (Figura 22). A sua construção

surge relacionada com a leitura da história “A história da árvore Elvira”,

atividade realizada na semana anterior.

Uma vez que a temática anual de trabalho do agrupamento de

escolas, tal como referido anteriormente, denomina-se “Crescer e

Aprender com Arte”, durante o primeiro período letivo será abordada

a pintura.

Desta forma no âmbito do domínio da linguagem oral e abordagem à escrita, as

estagiárias elaboraram uma história denominada “A cidade mais bonita do mundo” (Anexo 2),

que serviu para apresentar às crianças o pintor Miró, bem como algumas das suas obras. A

escolha deste pintor foi da exclusiva responsabilidade da educadora responsável pelo grupo de

crianças. Durante a atividade, as estagiárias contaram a história de forma lúdica, estando uma

das estagiárias disfarçada de pintor, posteriormente as crianças tiveram a oportunidade de

observar algumas imagens de obras deste pintor.

Também durante esta semana os grupos de crianças do

jardim-de-infância deslocaram-se ao Teatro Municipal da Guarda

para visitarem duas exposições de pintura, uma do pintor Carlos

Adaixo e outra do pintor José de Guimarães (Figura 23).

A arte desempenha extrema importância no

desenvolvimento das crianças. Segundo Coleto (2010) a arte é

importante na vida da criança, pois é ela que ajudará no desenvolvimento da expressão e da

criatividade do indivíduo, tornando-o mais sensível e fazendo com que ele veja o mundo com

outros olhos.

Figura 22 Árvore Elvira

Figura 23 Visita de estudo

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Não podemos deixar de lado que as Artes fazem parte da formação da criança,

e sendo assim, é importante trabalhar Artes na Educação Infantil, porque por

meio delas a criança desde pequena pode expressar seja com um desenho ou

uma música, ela pode exteriorizar seus sentimentos, emoções, pensamentos,

permitindo assim conhecermos mais cada uma. Além disso é importante

também, se trabalhar artes na infância, pois ela é uma maneira de ampliar as

capacidades das crianças, possibilitando explorar diversos tipos de materiais, e

desenvolvendo e reforçando cada vez mais a sua autonomia e identidade (Silva

& Silva, 2011, p.2).

Durante a terceira semana de estágio, um dos temas desenvolvidos foi os animais que

hibernam. Esta temática foi desenvolvida através da leitura e exploração da história “A magia

da estrela de Outono”, bem como com um debate desenvolvido após uma pesquisa das

crianças em casa. Essa pesquisa sobre os animais que hibernam, foi efetuada com a ajuda dos

pais. No desenrolar desta conversa foi elaborado um cartaz com imagens de animais que

hibernam, esta atividade enquadra-se também na área de conhecimento do mundo.

No âmbito da área de expressão musical as crianças aprenderam e cantaram uma

música relacionada com o outono, denominada “O Outono”.

Relativamente à área de expressão plástica foi realizada

uma atividade que consistiu inicialmente na picotagem da forma

de um ouriço e em seguida a colagem de folhas que dão a ilusão

de serem os “picos” do ouriço (Figura 24).

Também no âmbito do domínio de linguagem oral e

abordagem à escrita foi realizada a exploração da história

“Uma história de cores”, realizando também a interdisciplinaridade com a área de expressão

plástica, uma vez que após a leitura da história, as crianças misturaram as cores primárias para

originarem novas cores, tal como ocorria na história.

Uma das atividades realizadas com mais frequência nos jardins-de-infância, e também

uma das preferidas pelas crianças é ouvir histórias. Esta é uma atividade importante para o

desenvolvimento das crianças, pois é através das histórias que a criança tem a oportunidade de

enriquecer o seu vocabulário e desenvolver a sua imaginação, a memória e estimular o espírito

crítico.

Para Abramovich (2004), contar histórias é muito importante pois ajuda na formação

das crianças e estimula-as a tornarem-se leitoras, abrindo caminho para um mundo de

descobertas.

Figura 24 Ouriço

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Formar leitores é uma tarefa que começa com o nascimento e antes do ensino formal.

Marques (1991) refere que tal atividade é importante para o desenvolvimento da linguagem da

criança e para a compreensão do mundo físico e social (…) para o conhecimento das regras da

escrita na idade pré-escolar (p.33).

Durante a quarta semana a grande maioria das atividades realizadas foram relativas à

temática “O Dia de S. Martinho”.

A atividade de expressão plástica realizada constituiu em decorar a imagem de uma

castanha, colando cascas de castanhas. Relativamente ao domínio da linguagem oral e

abordagem à escrita foi realizada a dramatização da história

“Lenda de S. Martinho”, utilizando um fantocheiro (Figura

25), inicialmente a dramatização foi feita pelas estagiárias, em

seguida foi a vez das crianças dramatizarem a história com o

auxílio das estagiárias.

No âmbito das comemorações do dia de S. Martinho foi

realizado no jardim-de-infância um magusto que envolveu todos

os grupos de crianças.

Durante as semanas de prática pedagógica decorridas, foi possível constatar a

importância dada às diversas rotinas, como por exemplo a “canção dos bons dias”, a marcação

das presenças ou até a higiene pessoal.

Durante a educação pré-escolar, a aquisição de certos hábitos revela-se de extrema

importância, uma vez que estes irão contribuir para o desenvolvimento de diversas

aprendizagens no futuro (Bramão & Azevedo, 2006).

As Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (1997) fazem uma breve

referência à rotina diária, admitindo que a sucessão de cada dia tem um determinado ritmo,

existindo, deste modo, uma

rotina que é educativa porque é intencionalmente planeada pelo educador e

porque é conhecida pelas crianças que sabem o que podem fazer nos diferentes

momentos e prever a sua sucessão, tendo a liberdade de propor modificações

(ME, 1997, p.40).

A quinta semana de estágio iniciou-se com a visita de uma nutricionista ao jardim-de-

infância, que pesou, mediu a altura e perímetro abdominal de cada criança. Assim durante a

segunda-feira foi mantida uma conversa com as crianças sobre o conceito de pesagem e a

importância de manter uma alimentação saudável, nesta sequência procedeu-se à leitura e

exploração da história “O menino que não gostava de sopa”.

Figura 25 Fantocheiro

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No dia seguinte realizou-se uma visita de estudo ao Museu da Cidade, onde as crianças

puderam conhecer as diferenças entre escultura e pintura. Durante esta visita as crianças tiveram

a oportunidade de realizar uma atividade que consistiu na construção de uma maquete de uma

galeria de arte, partindo de uma caixa de sapatos e algumas imagens de quadros que haviam

visionado durante a visita ao Museu.

No último dia de estágio da quinta semana foram realizados alguns jogos

nomeadamente “o macaquinho do chinês”, “o camaleão” e “o jogo do peixinho”, inseridos na

área de expressão físico-motora.

O jogo e a brincadeira, nomeadamente durante os períodos dia em que as crianças

escolhem o espaço para brincar são consideradas atividades fundamentais para o

desenvolvimento da criança e devem fazer parte do seu quotidiano.

A importância do jogo e as suas características fazem com que este seja uma

ferramenta de aprendizagem e de comunicação ideal para o desenvolvimento da personalidade

da criança, como diz Alarcão (2008) que,

quer a psicologia do desenvolvimento, ao acentuar a ecologia do

desenvolvimento humano, quer a sociologia da infância como construção social

realçam os fatores histórico-culturais e sociais como profundamente

influenciadores do desenvolvimento das crianças. A importância dos contextos

como promotores ou inibidores do desenvolvimento tem vindo a ser

evidenciada, ressaltando, no primeiro caso, as seguintes características:

estabilidade efetiva, experiências diversificadas, interação, estímulo, apoio,

segurança, articulação intercontextual (pp.200-201).

Alguns autores como Neto (2003), têm demonstrado que o jogo promove o

desenvolvimento da criança e das suas capacidades, não apenas motoras, mas também

psicológicas, ou seja, em todas as áreas de desenvolvimento.

Durante a sexta semana de estágio foram realizadas atividades bastante diversificadas

umas das outras. No âmbito da área de expressão físico-motora realizou-se como é habitual

todas as segundas-feiras a aula de natação.

A natação proporciona um excelente momento de encontro e convívio entre as crianças.

Através da natação a criança aprende a relacionar-se com um meio diferente, em que

desenvolve conceitos como a segurança e autonomia, conhecendo-se a si própria, os seus limites

e capacidades.

Segundo Barbosa (cit. Navega, 2011),

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a aquisição de habilidades aquáticas básicas, é uma etapa muito importante,

pois representa os pré-requisitos para as habilidades motoras aquáticas

específicas, como, são as técnicas de nado. (p.1)

A natação é importante para o desenvolvimento físico, para a formação cognitiva e

sócio-afetiva da criança, desenvolvendo a sua personalidade e a sua inteligência (Azevedo, et al,

2008).

Foi realizada uma atividade no âmbito da matemática que consistiu em organizar as

crianças da mais alta para a mais baixa e da mais pesada para a mais leve, explicando-lhe os

significados desses termos. Em seguida, preencheram com o auxílio

de um adulto uma ficha de trabalho sobre a sua altura e peso. Estas

atividades foram realizadas utilizando os dados recolhidos pela

nutricionista na semana anterior.

No âmbito do domínio da linguagem oral e abordagem à

escrita foi desenvolvida uma atividade no Centro Escolar da

Sequeira que consistiu num encontro com o escritor e compositor Daniel Completo, na qual

apresentou algumas das suas histórias (Figura 26).

Na quarta-feira realizou-se a primeira aula de expressão dramática, lecionada por uma

professora da área. A expressão dramática deve ser entendida como uma ferramenta que auxilia

a criança no processo de desenvolvimento da sua aprendizagem. De acordo com as Orientações

Curriculares, possibilita que a criança se expresse livremente,

promovendo desta forma a descoberta de si e do outro, de afirmação de

si próprio na relação com os outros que corresponde a uma forma de se

apropriar de situações sociais (ME, 1997, p.59).

Com a entrada no mês de dezembro, sendo este o mês em que

comemoramos o Natal, as atividades desenvolvidas com o grupo de crianças foram todas

dirigidas a esta época festiva.

Durante as três semanas de estágio que decorreram no mês de dezembro no âmbito da

área de expressão plástica foram realizados inúmeros trabalhos, como decorar a árvore que se

encontra à entrada da sala de atividades, construíram um Pai Natal articulado

(Figura 27), foi também decorada a porta da sala de atividades, elaboraram

ainda uma rena, um postal de natal e um anjo (Figura 28).

A expressão plástica é uma área de conteúdo abordada

frequentemente no jardim-de-infância. Segundo Sousa (2003), o termo

expressão plástica, foi adotado na educação, para designar o modo de

Figura 26 Visita de estudo

Figura 27 Pai Natal articulado

Figura 28 Anjo

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expressão-criação através do manuseamento e modificação de materiais plásticos.

Na perspetiva de Rodrigues (2002),

a expressão plástica é essencialmente uma atitude pedagógica diferente, mas

centrada na produção de obras de arte, mas na criança, no desenvolvimento

das suas capacidades e na satisfação das necessidades (p.160).

Assim sendo, a expressão plástica deverá ser essencialmente uma atividade natural,

livre e espontânea.

No âmbito do domínio da linguagem oral e abordagem à escrita foram exploradas três

histórias relacionadas com esta época festiva, “Natal nas Asas do Arco-Irís”, “Uma Prenda

de Natal” (Anexo 3) e “A Verdadeira História do Natal. Em cada semana foi explorada uma

história. Aquando da exploração da história “Uma Prenda de Natal” foi realizada uma

atividade que consistiu em escrever a carta ao Pai Natal, através da colagem de imagens

retiradas de revistas, de presentes que gostariam de receber.

Foi também realizada uma visita à “Cidade Natal”, situada na Praça Luís de Camões,

onde existiam algumas diversões, como por exemplo, insufláveis, uma pista de gelo e a “casa do

Pai Natal”.

No dia 17 de dezembro durante o período da tarde decorreu no jardim-de-infância a

Festa de Natal, na qual participaram todas as crianças do jardim e ainda o grupo de crianças de

dois anos da creche, bem como alguns dos pais. No final realizou-se um lanche partilhado, em

que foram as famílias das crianças que contribuíram com os bens alimentares.

Atualmente as crianças passam muito tempo no jardim-de-infância, derivado ao facto de

algumas vezes as condições de trabalho dos pais não serem as mais favoráveis. Esta longa

permanência no jardim-de-infância, deve ser acompanhada de uma mais próxima relação entre o

jardim e os pais que reforce a educação das crianças.

Tal como é referido pelas Orientações Curriculares,

A família e a instituição de educação pré-escolar são dois contextos sociais que

contribuem para a educação da mesma criança; importa por isso que haja uma

relação entre estes dois sistemas (ME, 1997, p.43).

Segundo Diogo citado por Abreu da Silva (2002), a escola e a família

são os primeiros ambientes sociais que proporcionam às crianças os estímulos,

os ambientes e os modelos vitais de referência para as suas condutas e

consequentemente tornam-se fundamentais para o seu crescimento e

desenvolvimento (p.90).

Após a pausa letiva do Natal, o regresso às rotinas do jardim-de-infância iniciou-se com

um diálogo entre o grupo sobre as férias de Natal, bem como sobre os presentes que receberam.

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Visto que no dia 6 de janeiro se comemora o “Dia de Reis” foi realizada a exploração

oral da história “Os Reis Magos” (Anexo 4), bem como a realização de uma ficha de trabalho

que consistiu em desvendar um labirinto. Durante o período da tarde o grupo dirigiu-se às

restantes salas do jardim-de-infância para cantar os reis.

No âmbito da expressão plástica foi construído um

boneco de neve, utilizando entre outros materiais, pratos de

plástico (Figura 29).

Diariamente no jardim-de-infância é abordado o

domínio da matemática, muitas vezes as crianças nem se

apercebem deste facto, mas a realidade é que este está presente

em tarefas como a marcação das presenças em tabelas de dupla entrada, ou através da

identificação do dia da semana, do dia do mês, do mês ou do ano.

Tal como reitera Bacquet (2001), os primeiros anos de educação infantil funcionam

como um tempo para que as crianças possam jogar e experimentar várias situações. Neste

contexto lúdico conseguem contactar com as primeiras enumerações, classificar, ordenar,

comparar, integrar situações no tempo, que são instrumentos importantes para a conquista de

noções matemáticas posteriores.

Podemos, desta forma, resumir a importância da matemática a três aspetos essenciais;

ajuda na resolução de problemas do dia-a-dia; permite o desenvolvimento do raciocínio

matemático e permite a construção de noções matemáticas para a resolução de problemas (ME,

1997).

As crianças constroem espontaneamente noções matemáticas partindo de situações do

dia-a-dia.

Cabe ao educador partir de situações do quotidiano para apoiar o

desenvolvimento do pensamento lógico-matemático, intencionalizando

momentos de consolidação e sistematização de noções matemáticas (ME, 1997,

p.73).

Durante a décima primeira semana a temática desenvolvida foi o inverno, desta forma,

as atividades desenvolvidas foram relacionadas com este tema, tal como podemos constatar

através da análise da planificação realizada (Anexo 5).

No âmbito da expressão plástica foi elaborado um boneco de neve que iria decorar uma

das paredes da sala de atividades.

Relativamente ao domínio da linguagem oral e abordagem à

escrita foi realizada a leitra e exploração da história “O Boneco de Neve

sorridente”. Na sequência da leitura da história referida anteriormente

Figura 29 Boneco de Neve

Figura 30 Atividade experimental

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surgiu a realização de uma atividade da área do conhecimento do mundo, que consistiu na

realização de uma atividade experimental sobre a alteração dos estados físicos da água

(Figura30), seguiu-se a elaboração do registo da atividade experimental (Figura 31).

A área de conhecimento do mundo desempenha uma

função essencial no desenvolvimento das crianças, uma vez que

irá fomentar a curiosidade e despertar o desejo de saber e de

compreender as coisas.

As razões apontadas por Eshach (2006) a favor de uma

educação em ciências desde os primeiros anos, podem ser

sistematizadas da seguinte forma:

1. As crianças gostam naturalmente de observar e

tentar interpretar a natureza e os fenómenos que

observam no dia-a-dia;

2. A educação em ciências contribui para uma imagem positiva e refletida acerca da

ciência;

3. Uma exposição precoce a fenómenos científicos favorece uma melhor

compreensão dos conceitos apresentados mais tarde, no ensino básico;

4. A utilização de uma linguagem cientificamente adequada com crianças pequenas

pode influenciar o desenvolvimento dos conceitos científicos;

5. As crianças são capazes de compreender alguns conceitos científicos elementares

e pensar cientificamente;

6. A educação em ciências favorece o desenvolvimento da capacidade de pensar

cientificamente.

Durante a décima segunda semana de prática de ensino supervisionada a temática

desenvolvida continuou a ser o inverno. No âmbito da área de expressão musical as crianças

aprenderam a canção “Chegou o Inverno”, posteriormente foi realizada uma ficha de trabalho

que consistiu na construção de um pictograma da canção que aprenderam

anteriormente.

No âmbito da expressão plástica foi realizada uma atividade que

consistiu na elaboração de flocos de neve (Figura 32), utilizando as

técnicas de dobragem e recorte, partindo de uma folha de papel com a

forma de um quadrado.

Durante todas as atividades desenvolvidas no jardim-de-infância é

possível constatar que a área de formação pessoal e social está inerente a

todas elas. A formação pessoal e social está presente no currículo da educação pré-escolar e

Figura 31 Registo da atividade

Figura 32 Floco de neve

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assume um papel de extrema relevância, uma vez que esta é entendida como uma área

transversal e integradora.

As Orientações Curriculares consideram que,

A Formação Pessoal e Social é considerada uma área transversal, dado que

todas as componentes curriculares deverão contribuir para promover nos

alunos atitudes e valores que lhes permitam tornarem-se cidadãos conscientes e

solidários, capacitando-os para a resolução de problemas da vida. Também a

educação pré-escolar deve favorecer a formação da criança, tendo em vista a

sua plena inserção na sociedade como ser autónomo, livre e solidário (ME,

1997, p.51).

Relativamente ao domínio da linguagem oral e abordagem à escrita foi mantida uma

conversa com as crianças sobre Augusto Gil, autor do poema que iria ser explorado em seguida.

Posteriormente seguiu-se a visualização de um vídeo na qual é declamado o poema “Balada da

Neve” e respetiva análise oral.

Durante a última semana de prática de ensino

supervisionada foram realizadas atividades bastante diversificadas

umas das outras.

Na última segunda-feira de estágio as crianças puderam

assistir à “Ronda de Contos” (Figura 33) com duas técnicas da

Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, seguiu-se o registo através da elaboração de um

desenho das histórias que haviam escutado.

Na última terça-feira foram realizadas atividades relacionadas com “os nossos

sentidos”. Desta forma. No âmbito do domínio da linguagem oral e abordagem à escrita foi

explorada a história “O som das cores”, através da visualização de um DVD. Durante o

período da tarde foi realizada uma atividade em que as crianças estavam de olhos vendados e

tiveram que identificar qual a fruta que estão a saborear, isto utilizando os sentidos do paladar e

do olfato.

A utilização das tecnologias no jardim-de-infância é uma realidade atual, uma vez que

nas salas de atividades existe um computador que podem utilizar.

O debate sobre a utilização das TIC por crianças pequenas deu lugar a algumas tomadas

de posição entre os que defendem, mais ou menos calorosamente, os benefícios educacionais da

tecnologia e os que a ela colocam objeções. De facto, o potencial destas novas tecnologias, quer

no que se refere à natureza dos programas utilizados, quer às possibilidades de acesso à

informação e comunicação disponíveis através da internet, aliado à sua presença cada vez mais

Figura 33 Ronda de Contos

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marcante no nosso dia-a-dia, torna difícil ignorar o contributo destes novos media no

enriquecimento dos contextos de aprendizagem para a infância (Amante, 2003).

O último dia de estágio iniciou-se como uma deslocação ao Centro Cultural da Guarda

para as crianças assistirem a uma declamação do poema de Augusto Gil, “Balada da Neve”.

Durante o período da tarde as crianças visualizaram o filme “Frozen”, em seguida foi realizado

um lanche no refeitório, com todas as crianças do jardim-de-infância, organizado pelas

estagiárias, uma vez que este foi o último dia de estágio na instituição.

2.3 Prática de Ensino Supervisionada II (PES II)

A prática pedagógica que serve de suporte à elaboração do presente relatório de estágio,

decorreu no período compreendido entre o dia 24 de fevereiro de 2014 e o dia 13 de junho de

2014, na Escola Básica de Santa Zita, pertencente ao Agrupamento de Escolas Afonso de

Albuquerque, localizado na cidade da Guarda.

O estágio realizado decorreu como foi referido anteriormente na Escola Básica de Santa

Zita, com uma turma do 3º ano de escolaridade, constituída por 20 alunos, na qual a professora

titular da turma era a Professora Maria de Fátima Leitão. O grupo de estágio era constituído por

três elementos, por este facto o estágio decorreu todas as segundas, terças, quartas e sextas-

feiras, entre as 9 e as 16 horas, sendo o período de almoço compreendido entre as 12 e as 14

horas.

Durante as quinze semanas de prática de ensino supervisionada, a primeira semana foi

apenas de observação, ou seja, foi nos possível enquanto estagiárias observar os

comportamentos dos alunos, assim como conhecer os métodos de trabalho da docente

responsável pela turma, bem como as capacidades e limitações dos alunos.

Durante a segunda semana de estágio, cada estagiária realizou uma regência

experimental, ou seja, cada estagiária foi responsável por lecionar um dia de atividades, para

que desta forma se começasse a ambientar ao grupo de trabalho. Posteriormente cada estagiária

lecionou uma semana de atividades letivas à vez.

Durante o dia de regência experimental foram realizadas atividades no âmbito das áreas

de português, matemática, estudo do meio e educação para a cidadania.

Relativamente à área de português foi abordado um novo tema, o acróstico, após os

alunos tomarem conhecimento das suas características elaboraram um, partindo da palavra

“escrita”. No que concerne à área da matemática foi realizada uma revisão sobre o tema

perímetros de polígonos, através da realização de exercícios do manual e de uma ficha de

trabalho. No âmbito da área de estudo do meio foram abordados os conceitos fundamentais

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relativos às rochas, através da utilização de uma ficha informativa (Anexo 6), ao mesmo tempo,

circulava na turma um exemplar de cada tipo de rocha estudada, promovendo desta forma o

contacto com diferentes materiais exteriores à sala de aula.

Tal como preconiza o Programa (2004, p.168) os materiais manipuláveis surgem com

“meios” e “ferramentas” que ajudarão os alunos a formar e a desenvolver as suas

capacidades. Deste modo, os materiais manipuláveis de diversos tipos são um recurso

privilegiado, servindo de ponto de partida ou suporte para o desenvolvimento de diversas tarefas

escolares.

Relativamente à área de educação para a cidadania foi mantido um diálogo sobre a

importância do voto em decisões democráticas.

Durante a primeira semana de prática pedagógica foram realizadas as fichas de

avaliação sumativa de português e matemática, elaboradas pelo agrupamento de escolas.

No processo educativo é necessário fazer-se balanços sobre as aprendizagens

adquiridas. Deste modo, a avaliação sumativa revela-se de extrema importância.

García Hoz (cit. por Carrasco, 1989) define avaliação como

um modo de expressar o juízo subjetivo sobre uma atividade complexa, quando

previamente se assinalaram os diferentes conteúdos e expressões de tal

atividade, bem como os vários graus de apreciação para se poder determinar

com certa precisão o valor que atribuímos à realidade em causa (p.10).

No âmbito da área de estudo do meio foram realizadas duas atividades experimentais,

uma relacionada com a germinação do feijão em diferentes condições do ambiente envolvente

(Anexo 7), a outra relacionada com o vulcão (Anexo 8), é importante referir que a segunda

atividade experimental foi realizada pela professora estagiária,

por motivos de segurança (Figura 34).

Desde a década de 1930 que as diferentes propostas para

as reformas educacionais no ensino das ciências têm como

principal objetivo a mudança na forma do processo de ensino-

aprendizagem, como por exemplo a substituição dos métodos

expositivos pelos métodos ativos, um dos quais o laboratório (Krasilchik cit. por Freitosa,

2011).

Nas aulas com atividades experimentais os alunos enfrentam os resultados não revistos,

em que a sua interpretação desafia a sua imaginação e raciocínio. Isto pode estimular a

compreensão de que a experimentação é uma construção social, humana e política em essência

(Freitosa, 2011).

Figura 34 Atividade experimental

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Durante a realização de uma atividade experimental é frequente a interação entre o

aluno e o professor e entre os alunos.

No laboratório, ocorrem atividades que proporcionam a discussão entre os

alunos, normalmente realizadas em pequenos grupos, que os aproxima entre si

e, ainda permite uma relação mais direta entre eles e o professor (Freitosa,

2011, p.31).

No âmbito da expressão plástica foi realizada uma atividade para a

Páscoa, que consistiu na construção de uma caixa para serem colocados

alguns doces desta época festiva (Figura 35).

Durante o decorrer da segunda semana de estágio, no que respeita

à área da matemática foram abordadas as unidades de medida de massa, ou

seja, os múltiplos e submúltiplos do quilograma. Para a explicação destes

conteúdos foi utilizada uma balança de dois pratos e alguns pesos, para que os alunos

interiorizassem com maior facilidade o conceito de quilograma. Como forma de consolidação

dos conteúdos foram realizados alguns exercícios de aplicação (Anexo 9).

Tal como refere o Programa de Matemática do Ensino Básico (2007), a matemática não

é uma ciência sobre o mundo, natural e social, no sentido em que lida com objetos e relações

abstratas (p.2). o professor desempenha um papel estruturante, uma vez que está na origem do

trabalho desenvolvido pelo aluno e que conduz as suas aprendizagens matemáticas. Ele deve

propor aos alunos diversos tipos de tarefas, com indicações claras, devendo também mostrar

expectativas positivas em relação aos trabalhos a desenvolver.

No que concerne à área do português foi realizada a exploração do texto “O Pião e a

Bola” da escritora Alice Vieira (Anexo 10). Foi ainda realizada uma atividade de escrita

criativa, na qual o alunos escreveram um poema dedicado às suas mães, para lhe ser oferecido

em conjunto com o presente elaborado ma expressão plástica.

A elaboração de um poema para a mãe surge como uma forma de exploração da

criatividade dos alunos. Segundo Sternberg (1991), as capacidades criativas dos alunos

continuam a ser descuradas pela escola, que difunde um saber concluído, onde se deixa pouco

espaço para emergir a criatividade, a fantasia ou a iniciativa.

Na perspetiva de Alencar (1996) é necessário que o sistema educacional cultive aptidões

relacionadas com o pensamento criativo e favoreça atributos de personalidade que auxiliam a

produção criativa, para que os alunos aprendam a usar as suas potencialidades, encorajando a

sua independência e reforçando o comportamento criativo.

No âmbito da área de educação para a cidadania o tema desenvolvido foi o “1º de

Maio”, inicialmente foi mantido um diálogo em que os alunos falaram sobre os apontamentos

Figura 35 Caixa da Páscoa

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que retiraram da pesquisa que realizaram anteriormente na aula de apoio ao estudo. Nesta

sequência a turma visualizou um power-point (Anexo 11) sobre a temática “1º de Maio – O dia

do Trabalhador”.

É de salientar a importância da interdisciplinaridade. Pombo (1993), considera-a como

uma prática de ensino que promove o cruzamento de saberes disciplinares que suscita a

conferência de perspetivas diversificadas para o estudo de problemas concretos.

No âmbito da área de expressão plástica foi elaborado o presente para o Dia da Mãe. A

atividade consistiu em elaborar a capa para um caderno de receitas

(Figura 36) como um facilitador da exploração e do desenvolvimento da

criatividade.

Para Teixeira (1991),

As artes plásticas podem, devem e às vezes têm, um lugar

muito importante, (…). Estas atividades dão à criança um

meio alternativo de comunicação (…), as suas ideias e os

seus sentimentos mais profundos são assim mais fáceis de mostrar visualmente

do que através de palavras (p.285).

Relativamente à área de estudo do meio a temática abordada foi “os diferentes espaços

da minha terra”, na qual foram explorados os diferentes espaços de serviços de uma localidade,

assim como as funções destes.

A terceira semana foi apenas constituída por um dia de estágio. Neste, durante o

período dedicado à área da matemática foram resolvidos alguns exercícios de aplicação,

nomeadamente problemas, na planificação podemos observar como se desenrolou a atividade

(Anexo 12).

Segundo Schroeder e Lester (cit. por Veia, 1996) o papel mais importante da resolução

de problemas é o desenvolver nos alunos a compreensão da matemática. Estes autores defendem

que a compreensão de uma pessoa aumenta quando: é capaz de relacionar uma determinada

ideia matemática a um grande número ou a uma grande variedade de contextos; quando

relaciona um dado problema com um grande número de ideias implícitas nele e quando constrói

relações entre várias ideias matemáticas envolvidas num problema.

Relativamente à área de expressão físico-motora foram realizados alguns jogos de

equipa.

A expressão físico-motora é uma área que promove o movimento do corpo e visa o

desenvolvimento global do ser humano.

As atividades realizadas em sala de aula devem promover uma atitude exploratória, em

que os alunos ao executarem determinados jogos e movimentos comuniquem, usem a

Figura 36 Presente do Dia da Mãe

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imaginação, confrontem, imitem e fantasiem. Contribuindo, assim, para que os alunos

desenvolvam as suas habilidades motoras e as competências geradas pela interação com os

alunos (Medeiros, 2012).

Durante a quarta semana de prática pedagógica foram realizadas atividades no âmbito

das diversas áreas de conteúdo.

No âmbito da área de português foram lidos e explorados os poemas “Berço” e “A

Cegonha”, que incorporam a obra “As Fadas Verdes” da autora Matilde Rosa Araújo.

A poesia na escola é tratada como uma atividade museológica (Diogo, 1994), isto é,

como algo em desuso. Muitos docentes prescindem do uso e da exploração do texto poético na

sala de aula porque consideram desajustado o desenvolvimento da comunicação e escrita.

Segundo Cervera (1990), a poesia quando trabalhada na escola situa-se no campo do

lúdico e da diversão e, portanto, como forma de satisfação imediata e epidémica da

brincadeira, em vez do prazer retardado e profundo da fruição estética e da experimentação

imaginativa (Fonseca, 1994, p.175).

A poesia em contexto escolar é episódica porque se lê em separado um texto e depois

outro, sem que se estabeleça uma relação temática que os una, que lhe imprima sentido,

evidenciando-se assim a fragilidade ou a inexistência de relações intertextuais (Diogo, 1994).

Relativamente à área da matemática foram abordados novos conteúdos, nomeadamente

o círculo, a circunferência e a esfera, seguindo-se a resolução de duas fichas de trabalho.

No que concerne à área de estudo do meio foi abordada a evolução dos meios de

transporte e das comunicações, através da utilização de uma ficha informativa e de uma ficha de

trabalho.

No âmbito da área de educação para a cidadania foram abordados os símbolos da

identidade nacional, como o hino nacional e a bandeira nacional, através da visualização de um

power-point (Anexo 13).

Em todas as aulas os manuais escolares são quase sempre utilizados. Embora

atualmente nos confrontemos com uma grande diversidade de recursos educativos e didáticos

cada vez mais sofisticados, onde os suportes informáticos e tecnológicos ocupam um lugar de

destaque, não suscita grande controvérsia a ideia de que o manual escolar continua a ser um dos

recursos didáticos mais utilizado no quotidiano educativo. Uma constatação comprovada por

Paulo (1999, p.336), ao afirmar que o manual se configura como algo tão natural quanto a

escola.

Mais do que um mero instrumento de trabalho, os manuais escolares envolvem e

desenvolvem um sistema de relações sociais complexo, que determina muito do que se passa no

campo do ensino e da aprendizagem (Correia e Matos, 2001).

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Durante a última semana de prática de ensino supervisionada foram realizadas

algumas atividades no seguimento das comemorações do “10 de junho”. Uma das atividades

consistiu na deslocação ao Parque Pólis onde foi realizada uma visita guiada ao equipamento

militar exposto. A segunda atividade realizada consistiu na deslocação ao Largo da Câmara

Municipal para participar na receção ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República.

No âmbito da área de estudo do meio foram abordados os últimos conteúdos, que

diziam respeito às atividades económicas e construções do meio.

Relativamente à área de expressão dramática foram realizados alguns jogos

dramáticos.

A expressão artística é essencial para o crescimento intelectual, social, físico e

emocional das crianças, sendo a atividade dramática fortemente globalizadora, contemplando as

dimensões plásticas, sonora, da palavra e do movimento em ação.

Tal como preconiza o Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais

(2001),

A atividade dramática é uma prática de grupo que se desenvolve a partir dos

conhecimentos, experiências e vivências individuais que os alunos detêm e que

pode propiciar a aquisição e compreensão de novas aprendizagens através da

exploração de conteúdos dramáticos. Isto confere-lhe um estatuto privilegiado

de elo de ligação entre a escola, a família e o meio, condição essencial para

que a aprendizagem ganhe novos sentidos e se reflita no prazer de aprender

(p.177).

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Capítulo III Alimentação Saudável: Hábitos

Alimentares de Crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico

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3.1 Alimentação Saudável

A alimentação consiste em obter do ambiente uma série de produtos, naturais ou

transformados, que conhecemos por alimentos, que contêm substâncias químicas denominadas

nutrientes. A alimentação é, assim um processo de escolha de alimentos, resultado das

preferências de cada indivíduo, este é um processo que lhe permite escolher e distribuir as

refeições ao longo do dia de acordo com os seus hábitos pessoais. É um processo determinado

por fatores variados e complexos, sendo eles fatores cognitivos, económicos, emocionais,

psicológicos, afetivos e culturais (Nunes & Breda, s.d.).

Tal como preconizam Almeida & Afonso (1997), para manter uma alimentação

saudável há que escolher alimentos seguros, do ponto de vista da sua qualidade e higiene, e

diversificados, de forma a satisfazer todas as necessidades de nutrientes essenciais.

Para Nunes & Breda (s.d.),

A variedade na alimentação é a principal forma de garantir a satisfação de

todas as necessidades do organismo em nutrientes e de evitar o excesso de

ingestão de eventuais substâncias com riscos para a saúde, por vezes presentes

em alguns alimentos. (p.15)

Segundo os mesmos autores é necessário garantir a manutenção da proporcionalidade

entre os diversos grupos de alimentos, tendo em consideração as necessidades nutricionais ao

longo da vida.

Tal como reitera Ferreira (1980), os nutrientes atuam

como se fossem componentes duma orquestra muito afinada em que cada um

constitui obrigatória e oportunamente para a boa execução de conjunto, que é,

em termos químicos, o metabolismo, e, em termos fisiológicos, o funcionamento

dos diversos órgãos que constituem o corpo humano (p.32).

Todos os nutrientes necessários ao Homem podem agrupar-se de acordo com as suas

características químicas, assim como em termos da sua função, assim temos: hidratos de

carbono; proteínas; gorduras; água; vitaminas; minerais e fibras. Estes desempenham quatro

funções essenciais:

Prover o organismo dos materiais necessários à sua formação, crescimento e reparação;

Fornecer os materiais necessários à regulação dos processos metabólicos e funcionamento

dos órgãos e aparelhos;

Fornecer os materiais indispensáveis à produção de energia necessária para as funções

anteriores e de calor que assegure o nível térmico próprio do organismo humano;

Fornecer os materiais que devem ser acumulados sob a forma de reserva (Ferreira, 1980).

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De acordo com a sua principal função na satisfação das necessidades fundamentais do

organismo humano, os nutrientes agrupam-se em três categorias:

1. Energéticos: fornecedores de energia que nas reações do metabolismo ao

nível das células, libertam a energia que há-de ser utilizada para o

funcionamento das células, tecidos e órgãos, síntese das novas substâncias,

realização de trabalho e manutenção de um nível óptimo de temperatura

corporal. Compreendem os hidratos de carbono, as gorduras e parte das

proteínas (…)

2. Plásticos: fornecedores de substâncias químicas essenciais para a

formação das estruturas das células e tecidos, compreendendo as proteínas

que subministram os ácidos aminados essenciais, as gorduras que fornecem

os ácidos gordos poli-insaturados e os minerais que entram na constituição

das estruturas orgânicas. Os hidratos de carbono também fornecem

moléculas de funções plásticas.

3. Reguladores: não fornecendo energia, nem desempenhando papel evidente

na formação das estruturas orgânicas, são indispensáveis nos processos

metabólicos, sob a forma de enzimas, eletrólitos e outros bio-reguladores,

caso das vitaminas e dos minerais, e no funcionamento do intestino

(celulose e fibra). (pp. 32-33)

A alimentação racional deve ser biologicamente capaz de assegurar a base fisiológica da

saúde pela quantidade e equilíbrio dos nutrientes postos à disposição de cada indivíduo, de

acordo com as suas necessidades nutricionais.

Desde há muito que os nutricionistas tentaram exprimir os conhecimentos relativos aos

aspetos quantitativos de peso e volume dos alimentos e da energia, em princípios gerais, ou leis

reguladoras da alimentação racional (Ferreira, 1980).

O fisiologista argentino Escudero (cit. por Ferreira, 1980) enunciou as seguintes leis:

Lei da quantidade: a alimentação deve ser constituída por quantidade

suficiente de alimentos para cobrir as exigências calóricas do organismo e

manter o equilíbrio do seu balanço, isto é, das suas trocas internas e do seu

funcionamento global;

Lei da qualidade: o regime alimentar deve ser completo na sua posição, de

modo a oferecer ao organismo, unitário e indivisível, sob a forma dos

constituintes alimentares, todas as substâncias de que é constituído ou de

que se serve para sistematizar as que precisa.

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Lei da harmonia: as quantidades dos diversos princípios que compõem a

alimentação nas suas formas de regime alimentares devem manter entre si

determinados equilíbrios ou proporções, convenientes para cada

organismo nas diversas fases da vida e condições de trabalho ou situações

fisiológicas especiais;

Lei da adequação: independentemente dos conhecimentos anteriores e da

finalidade que tem em vista, a alimentação deve tomar em conta ao

escolher os alimentos e ao confecioná-los e distribui-los pelas refeições a

sua perfeita adequação ou adaptabilidade ao organismo a que se destinam,

em especial no que diz respeito ao funcionamento do aparelho digestivo

(mastigação, deglutição, estado funcional do estômago e intestino) e dos

outros órgãos (rim, sistema cárdio-vascular, pele), satisfazendo o gosto e

os hábitos alimentares. (p.160)

Para manter uma alimentação saudável e equilibrada é necessário ter em atenção as

indicações apresentadas na pirâmide alimentar.

A pirâmide da alimentação saudável (Figura 37)

foi desenvolvida em 2003 e revista em 2008 pelo

Departamento de Nutrição da Universidade de Harvard.

Esta é baseada nos dados científicos recentes e em estudos

realizados pela Universidade, as recomendações sugeridas

por esta surgem como uma forma de prevenir as principais

doenças crónicas.

Esta pirâmide é constituída por sete níveis. Na sua

base surge a atividade física e hidratação através da

ingestão de água. Estes em conjunto com a alimentação,

têm uma grande influência na saúde de cada indivíduo.

No patamar seguinte encontramos o grupo dos cereais integrais, que são ricos em

hidratos de carbono e fibras, estes devem ser consumidos na maioria das refeições. Encontramos

também o grupo dos óleos e gorduras vegetais, que são ricos em gorduras, devendo ser

ingeridos na maioria das refeições. Estes têm um papel de destaque, no entanto devemos fazer

uma distinção entre as gorduras “boas” que devem ser ingeridas regularmente e gorduras “más”,

cujo consumo deve ser reduzido.

As primeiras são gorduras insaturadas provenientes dos óleos alimentares de girassol,

de amendoim, de milho, de soja, azeite e também de sementes ou frutos oleaginosos, assim

como de peixes gordos ou de abacate. Estas melhoram os níveis de colesterol e são protetoras

Figura 37 Pirâmide da Alimentação Saudável

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do coração. Quando às gorduras saturadas são essencialmente de origem animal, que devem ser

evitadas.

No terceiro nível da pirâmide alimentar encontramos as frutas que são ricas em

vitaminas e fibras, devendo ser consumidas duas a três vezes ao dia. Os vegetais, ricos em

vitaminas e fibras devem ser consumidos em abundância.

No quarto patamar encontramos os legumes e leguminosas, que são ricos em vitaminas

e fibras, devendo ser consumidos uma a três vezes ao dia.

No nível seguinte encontramos os peixes, ovos, carnes de aves e frutas do mar, que são

fontes de gorduras insaturadas e proteínas, que devem ser consumidas entre zero a duas vezes ao

dia.

No penúltimo nível encontramos os laticínios, que são uma importante fonte de cálcio e

proteínas, devendo ser consumidos uma a duas vezes ao dia, é importante referir que se deve

optar por produtos magros.

No último nível da pirâmide alimentar encontramos dois grupos: o das carnes vermelhas

e manteigas, ricas em gorduras saturadas e calorias. E o grupo dos açúcares, doces, cereais

refinados, batatas e refrigerantes, que são ricos em calorias e pobres em nutrientes. Estes dois

grupos devem ser consumidos esporadicamente2.

Uma alimentação saudável e equilibrada é fundamental para promover o bem-estar

físico, mental e social das crianças, jovens e adultos, garantindo uma boa qualidade de vida.

3.2 Alimentação em idade escolar

O 1º Ciclo do Ensino Básico é frequentado, normalmente, por crianças entre os 6 e 10

anos de idade, sendo durante este ciclo escolar que deve ser abordada a temática da alimentação

saudável.

É a partir desta faixa etária que as crianças devem tomar consciência da importância e

dos benefícios de manter uma alimentação equilibrada, pois esta deve ser entendida como um

estilo de vida que tem influência na saúde, na longevidade e na qualidade de vida de cada um.

Para que possamos usufruir de todos estes benefícios é importante manter uma alimentação

completa, equilibrada e variada, seguindo as instruções fornecidas pela pirâmide da alimentação

saudável.

Na idade escolar, tal como em outras fases do crescimento e desenvolvimento da

criança, a alimentação saudável é um dos fatores determinantes para o normal crescimento,

2 Fonte: http://www.centro-nutricao-fula.pt/bem-estar/alimentacao/necessidades/conceitos-

chave/piramide-alimentacao-saudavel, consultado 07-11-2015, pelas 15h30m

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desenvolvimento e promoção da sua saúde, prevenindo desta forma doenças associadas a uma

alimentação incorreta, como a anorexia e a obesidade (Direção Geral do Consumidor &

Associação Portuguesa de Nutricionistas, 2013).

Entre os 6 e os 10 anos as crianças estão sujeitas a mudanças significativas, sendo esta

uma fase de crescimento social, intelectual, cognitivo e emocional bastante importante (Direção

Geral do Consumidor & Associação Portuguesa de Nutricionistas, 2013).

É durante esta faixa etária que se verificam alterações ao nível da composição corporal

das crianças, em proporção de massa magra e massa gorda, diferente nos meninos e nas meninas

acompanhadas de um aumento da estrutura. É importante enfatizar a necessidade de controlar

frequentemente o crescimento, para verificar se o aumento de peso é adequado para o aumento

da estrutura.

Uma forma de controlar o crescimento através do peso e da estrutura é através do

cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), este é calculado dividindo o peso (em quilogramas)

pela altura ao quadrado (em metros), tratando-se de crianças devemos tomar em atenção o sexo

e a idade. A tabela seguinte mostra os valores de referência do IMC (Tabela 2).

Meninas Meninos

Idade Normal Sobrepeso Obesidade Idade Normal Sobrepeso Obesidade

6 14,3 Mais de 16,1 Mais de 17,4 6 14,5 Mais de 16,6 Mais de 18,0

7 14,9 Mais de 17,1 Mais de 18,9 7 15 Mais de 17,3 Mais de 19,1

8 15,6 Mais de 18,1 Mais de 20,3 8 15,6 Mais de 16,7 Mais de 20,3

9 16,3 Mais de 19,1 Mais de 21,7 9 16,1 Mais de 18,8 Mais de 21,4

10 17 Mais de 20,1 Mais de 23,2 10 16,7 Mais de 19,6 Mais de 22,5

11 17,6 Mais de 21,1 Mais de 24,5 11 17,2 Mais de 20,3 Mais de 23,7

12 18,3 Mais de 22,1 Mais de 25,9 12 17,6 Mais de 21,1 Mais de 24,8

13 18,9 Mais de 13 Mais de 27,7 13 18,5 Mais de 21,9 Mais de 25,9

14 19,3 Mais de 23,6 Mais de 27,9 14 19,2 Mais de 22,7 Mais de 26,9

15 19,6 Mais de 24,2 Mais de 28,8 15 19,9 Mais de 23,6 Mais de 27,7

Tabela 1 Valores de referência do Índice de Massa Corporal3

Na fase escolar ocorre um aumento na ingestão alimentar, que é caraterizada pela

formação de hábitos alimentares, que devem se o mais diversificados possível. Uma vez que,

Neste período as crianças apresentam necessidades nutricionais mais elevadas,

bem como maior interesse pelos alimentos. Neste sentido verifica-se a

3 Fonte: http://diariodeumadietista.com/aumentar-massa-muscular/

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importância de programas de alimentação escolar que promovam a

incorporação e manutenção de hábitos alimentares saudáveis, de forma a

contribuir para a prevenção de carências nutricionais, bem como do excesso de

peso. (Ministério da Educação, 2012, pp. 22-23)

As crianças, por se encontrarem em fase de crescimento, estão extremamente

dependentes de uma alimentação saudável, e desta forma mais suscetíveis a desequilíbrios

alimentares. A quantidade de alimentos que devem ingerir depende das necessidades energéticas

de cada um.

Segundo Hickenberry e Winkelstein (2001),

Os pais bem como as crianças, precisam estar cientes do valor de uma dieta

balanceada para promover o crescimento porque as crianças geralmente

comem o que os familiares comem. A qualidade de dieta da criança depende do

padrão alimentar da família. (p.484)

Na perspetiva dos mesmos autores, nestas idades a tendência natural para preferências

alimentares simples termina e as crianças adquirem preferência por uma variedade crescente de

alimentos. No entanto, a facilidade de acesso a comidas do tipo fast food e “guloseimas” tornam

fácil para as crianças ingerirem grandes quantidades de calorias não-nutritivas. O fácil acesso a

estes alimentos associado à falta de atividade física têm contribuído para o aumento da

obesidade infantil.

Desta forma torna-se essencial a abordagem desta temática em ambiente escolar, tal

como preconizam Hickenberry e Winkelstein (2001),

A educação para a nutrição pode e deve ser integrada ao currículo em todos os

anos escolares. O guia da pirâmide alimentar e a administração de drogas e

alimentos fornece elementos de uma dieta integral, e como os produtos

alimentares que são importantes aspetos da educação nutricional. No entanto,

a lanchonete/cantina da escola nem sempre fornece refeições saudáveis e

nutritivas. (pp.484-485)

De um modo geral as crianças devem ser adeptas de hábitos alimentares saudáveis,

mantendo uma dieta alimentar em que todos os grupos de alimentos devem fazer parte das

ementas diárias, mantendo-se a regra essencial da alimentação racional, a variedade na escolha

dos alimentos (Ferreira, 1980).

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60

3.3 Hábitos alimentares saudáveis de crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico

O estudo realizado, que está na base da elaboração deste relatório, foi efetuado numa

turma do 4º ano de escolaridade, turma onde decorreu o estágio curricular no ano letivo anterior.

A temática desenvolvida no estudo encontra-se inserida na área curricular de Estudo do Meio.

Tal como preconiza o Programa (2004),

Todas as crianças possuem um conjunto de experiências e saberes que foram

acumulando ao longo da vida, no contacto com o meio em que as rodeia. Cabe

à escola valorizar, reforçar, ampliar e iniciar a sistematização dessas

experiências e saberes, de modo a permitir, aos alunos, a realização de

aprendizagens posteriores mais complexas. (p.101)

O Meio pode ser entendido como um conjunto de elementos, fenómenos,

acontecimentos, fatores e processos que ocorrem no meio envolvente. O Meio desempenha um

papel essencial na vida, experiência e atividade humanas (Ministério da Educação, 2001).

Segundo Roldão (1995) a área de Estudo do Meio tem potencialidades para operar

como eixo estruturador do currículo do 1º ciclo, na medida em que esta área curricular oferece

um conjunto de conteúdos temáticos, os quais permitem, numa gestão bem organizada, articular

integradamente aprendizagens das restantes áreas:

O conjunto de propostas curriculares corporizadas na Área de Estudo do Meio

articula-se com princípios importantes definidos nos objetivos da reforma

curricular em vigor.

Constituem algumas grandes finalidades da reforma: (1) contribuir para uma

aprendizagem ativa em que o aluno é encorajado a assumir-se como construtor

do seu próprio conhecimento, (2) promover o desenvolvimento integral da

pessoa nas suas múltiplas dimensões e ainda (3) fomentar competências

vocacionadas para o desenvolvimento consciente da cidadania. Em qualquer

destas vertentes, a área de Estudo do Meio assenta em pressupostos

metodológicos de exploração ativa da realidade e de descoberta (os próprios

blocos temáticos organizadores intitulam-se sempre “Á descoberta de…”, o

que aponta para um trabalho com os alunos em que estes se envolvam com

processos de aprendizagem ativa, assentes em metodologias de descoberta, e

apoiadas em atividades intelectuais de construção de saber. (p.31)

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61

Desta forma, a área de Estudo do Meio oferece potencialidades muito vastas que podem

ser adequadamente desenvolvidas, no que concerne a uma aprendizagem ativa a promoção do

desenvolvimento integral da pessoa e ainda ao fomentar nos alunos competências vocacionadas

para o desempenho consciente da cidadania.

O tema desenvolvido neste estudo, é apresentado no Bloco 1, denominado À

Descoberta de Si Mesmo. Neste bloco são abordados conteúdos relacionados com a vida do

aluno, a sua identificação, os seus gostos, o seu corpo, a saúde do seu corpo, entre outros.

Com este bloco pretende-se que os alunos estruturem o conhecimento de si

próprios, desenvolvendo, ao mesmo tempo, atitudes de autoestima e

autoconfiança e de valorização da sua identidade e das suas raízes. (Ministério

da Educação, 2004, p.106)

O conteúdo desenvolvido no presente estudo, denomina-se A saúde do seu corpo, este

tema é abordado no 2º ano de escolaridade, tendo por objetivo conhecer e aplicar normas de

higiene alimentar (identificação dos alimentos indispensáveis a uma vida saudável, importância

da água potável, verificação do prazo de validade dos alimentos).

A alimentação e os hábitos alimentares saudáveis é um tema abordado no 2º ano de

escolaridade, tal como referido anteriormente. No entanto, considerou-se adequado abordar esta

temática no 4º ano de escolaridade, uma vez que os alunos nesta faixa etária possuem uma

maior sensibilidade para estas questões, assim como era uma forma de verificar se os alunos

tinham, de facto, adquirido corretamente os conteúdos abordados no 2º ano.

A escolha deste tema deve-se ao facto de ser necessário educar os alunos para questões

relacionadas com a necessidade de manter uma alimentação saudável, prevenindo o

aparecimento de doenças com esta relacionadas, nomeadamente a obesidade, a anorexia e a

bulimia.

Seguidamente são apresentadas as etapas que constituíram o estudo realizado.

i. Primeira Etapa

A primeira etapa consistiu na aplicação de um questionário (Anexo 14) relacionado com

os hábitos alimentares dos alunos, bem como com os conhecimentos que estes possuem acerca

da pirâmide da alimentação saudável e das regras para uma alimentação equilibrada.

Segundo Fortin, Côté e Filion (2006),

o questionário é um instrumento de colheita de dados que exige do participante

propostas escritas a um conjunto de questões. É o método de colheita de dados

mais utilizados pelos investigadores. O questionário tem por objetivo recolher

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informação fulcral sobre acontecimentos ou situações conhecidas, sobre

atitudes, crenças, conhecimentos, sentimentos e opiniões. (p.380)

Para que o questionário fosse utilizado para a realização do presente estudo teve de ser

validado, para tal foi utilizada uma amostra de sete alunos pertencentes à outra turma do 4º ano

de escolaridade da Escola Básica de Santa Zita. Todos estes alunos responderam na íntegra ao

questionário que lhes foi apresentado. Desta forma e após essa análise foi possível constatar que

poderia ser aplicado o referido questionário à amostra que se pretendia estudar.

Assim, participaram neste questionário todos os alunos da turma (20 alunos). O

questionário apresenta-se constituído por duas partes, a primeira diz respeito aos hábitos

alimentares dos participantes, a segunda parte refere-se aos conhecimentos que os participantes

possuem sobre a pirâmide da alimentação saudável.

Antes dos alunos responderem ao questionário, foi-lhes explicado em que consistia e

qual a finalidade deste. Após uma breve explicação, todos os alunos se mostraram interessados

em participar no estudo. De referir que o preenchimento do questionário foi realizado de uma

forma anónima, apesar da investigadora permanecer na sala.

Seguidamente é apresentada uma tabela (Tabela 3) com alguns dados pessoais dos

participantes, nomeadamente o sexo, idade, peso e altura. Baseado nestes dados foi calculado o

Índice da Massa Corporal, e por consequência a situação de cada aluno relativamente ao

excesso ou não de peso.

Aluno Sexo Idade Peso Altura IMC Situação

Aluno A Masculino 10 32 kg 1,42 m 15,87 Peso Normal

Aluno B Masculino 9 NR 1,39 m ----------- ----------------------

Aluno C Masculino 9 NR NR ----------- ----------------------

Aluno D Masculino 9 34 kg 1,40 m 17,35 Peso Normal

Aluno E Feminino 9 35kg 1,42 m 17,36 Peso Normal

Aluno F Feminino 10 33kg 1,36 m 17,84 Peso Normal

Aluno G Feminino 9 43,5 kg 1,45 m 20,69 Sobrepeso

Aluno H Feminino 9 39,5 kg 1,45 m 18,79 Peso Normal

Aluno I Feminino 9 NR 1,40 m ----------- ----------------------

Aluno J Feminino 9 29 kg 1,35 m 15,91 Peso Normal

Aluno K Masculino 9 45 kg 1,41 m 22,63 Obesidade

Aluno L Masculino 10 36 kg 1,47 m 16,66 Peso Normal

Aluno M Feminino 9 NR NR ----------- ----------------------

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Aluno N Feminino 10 NR NR ----------- ----------------------

Aluno O Feminino 9 32,4 kg 1,35 m 17,78 Peso Normal

Aluno P Feminino 9 29,5 kg 1,37 m 15.72 Peso Normal

Aluno Q Feminino 11 NR NR ----------- ----------------------

Aluno R Masculino 9 30 kg 1,37 m 15,98 Peso Normal

Aluno S Feminino 9 35 kg NR ----------- ----------------------

Aluno T Feminino 10 47 kg 1,48 m 21,46 Sobrepeso

Tabela 2 Dados recolhidos no questionário

Após a análise da tabela, podemos constatar que dos vinte alunos que responderam ao

questionário não foi possível calcular o IMC de sete dos inquiridos, uma vez que estes não

tinham respondido a pelo menos um dos dados, peso ou altura. Dos treze inquiridos em que foi

possível calcular o IMC, dez alunos têm o peso normal, dois alunos estão com sobrepeso e um

dos inquiridos é obeso.

Os dados em falta na tabela anterior devem-se ao facto das crianças não saberem, em

alguns casos, a sua altura ou peso.

Um dos principais objetivos da aplicação do questionário foi analisar os hábitos

alimentares da turma onde foi realizado o estágio curricular. Desta forma é importante referir os

resultados obtidos nas questões que dizem respeito aos hábitos alimentares destes alunos para

tentar explicar os resultados apresentados na tabela anterior.

No que diz respeito à questão que concerne às horas de sono durante os dias de semana

podemos constatar que todos os alunos dormem diariamente as horas necessárias para que

consigam a concentração necessária nas aulas, ou seja, mais de sete horas diárias (Gráfico 1).

Um sono normal será aquele que proporciona um bem-estar ou descanso físico e

mental. O número de horas de sono necessárias ao longo da vida, desde a infância à terceira

idade é muito variável e não está ainda bem definido (Siegel, J.M., 2003).

Gráfico 1 Respostas dos alunos à questão: Quantas horas dormes durante os dias da semana?

0

5

10

15

Menos de 7

horas

Entre 7 e 9

horas

10 ou mais

horas

Horas de sono semanais

Horas de sono

semanais

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64

Relativamente ao número de refeições diárias que os alunos fazem é possível concluir

da nossa análise que a grande maioria dos alunos inquiridos fazem entre quatro e cinco refeições

diárias, apenas um aluno faz três refeições diárias e dois inquiridos fazem mais do que cinco

refeições por dia (Gráfico 2).

Segundo a Direção Geral do Consumidor e Associação Portuguesa de Nutricionistas

(2013), para ter uma alimentação equilibrada e saudável é fundamental a realização de 5 a 6

refeições ao dia, contemplando o pequeno-almoço, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde,

jantar e ceia. Assim podemos referir que a nossa amostra se encontra em consonância com esta

diretiva, logo de acordo com uma alimentação saudável.

Gráfico 2 Respostas dos alunos à questão: Quantas refeições fazes por dia?

Relativamente à refeição mais importante do dia, o pequeno-almoço, podemos constatar

através da análise do Gráfico 3 que todos os inquiridos tomam todos os dias a referida refeição.

Relativamente ao que ingerem ao pequeno-almoço, a maioria dos inquiridos, ingerem leite e

comem cereais, tal como podemos constatar através da análise do Gráfico 4. O pequeno-almoço

deve fornecer nutrientes em quantidades adequadas, de modo a repor os níveis de energia.,

sendo os três elementos principais de um pequeno-almoço os cereais, como fontes de energia,

os produtos lácteos, ricos em proteínas de alto valor biológico, e a fruta, rica em vitaminas e

minerais (Direção Geral do Consumidor e Associação Portuguesa de Nutricionistas, 2013).

0

10

Três Quatro Cinco Mais

Refeições diárias

Refeições diárias

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65

0

5

10

15

20

25

Sim Não

Pequeno-almoço

Pequeno-

almoço05

101520

Leit

e

Ce

rea

is

Fru

ta

Su

mo

To

rra

da

Iog

urt

e

Sa

nd

es

Bo

los

Ou

tro

s

O que comes ao pequeno-

almoço

O que comes ao

pequeno almoço

Relativamente às questões número 5 e 6, podemos constatar que a grande maioria dos

inquiridos apenas ingerem comidas do tipo fast food e doces, como chocolates, rebuçados ou

gomas, às vezes ou raramente (Gráficos 5 e 6). Esta é uma questão importante uma vez que

estes tipos de alimentos apenas devem ser consumidos esporadicamente para que consigamos

manter uma alimentação saudável e equilibrada (Hickenberry e Winkelstein, 2001).

Relativamente à ingestão de sopa, é possível constatar que os catorze dos inquiridos

comem todos os dias, quatro alunos comem sopa quase sempre e que apenas um inquirido

apenas como sopa às vezes (Gráfico 7). Esta é uma questão importante pois a ingestão de sopa é

uma das principais regras para manter uma alimentação saudável, visto ser uma importante

fonte de vitaminas, minerais e fibras (Direção Geral do Consumidor e Associação Portuguesa de

Nutricionistas, 2013).

0

20

Comes chocolates,

bolos, rebuçados e …

Comes

chocolates,

bolos,

rebuçados e

gomas

0

20

Comes comida do tipo

fast-food

Comes comida

do tipo fast-

food

Gráfico 3 Respostas dos alunos à questão: Tomas sempre o pequeno-almoço?

Gráfico 4 Respostas dos alunos à questão: O que comes ao pequeno-almoço?

Gráfico 5 Respostas dos alunos à questão: Comes chocolates, bolos, rebuçados e gomas? Gráfico 6 Respostas doa alunos à questão: Comes comida do

tipo “fast-food”?

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66

Relativamente à ingestão de legumes, vegetais e frutas é possível concluir que 95% dos

inquiridos comem estes alimentos todos os dias ou quase sempre (Gráfico 8).

No entanto, no que diz respeito à ingestão de peixe, que é um dos alimentos mais

importantes para manter uma alimentação equilibrada, a maioria dos inquiridos come peixe às

vezes (Gráfico 9). Isto poderá acontecer derivado ao facto de o peixe ser dos alimentos mais

caros, ou pelo facto de as crianças, muitas vezes não gostarem.

Segundo Direção Geral do Consumidor e Associação Portuguesa de Nutricionistas

(2013), o peixe é considerado um alimento de fácil digestão e rico nutricionalmente, por ser

fonte de proteínas de elevado valor biológico, e rico em vitaminas do complexo B e minerais

como o iodo, fósforo, sódio, potássio, ferro e cálcio. A sua gordura é considerada de melhor

qualidade que a da carne, por ser rica em ácidos gordos insaturados e conter baixa proporção de

ácidos gordos saturados. Daí que seja necessário reforçar a sua importância para vermos se a sua

ingestão aumenta.

Gráfico 9 Respostas dos alunos à questão: Comes peixe?

No que diz respeito aos conhecimentos relativos à pirâmide alimentar e das regras para

manter uma alimentação saudável, há que referir que na globalidade os alunos possuem os

conhecimentos básicos, como se pode verificar através da análise dos resultados das perguntas

0

10

20

Comes peixe

Comes peixe

0

5

10

15

Comes sopa

Comes sopa

0

20

Comes legumes,

vegetais e frutas

Comes

legumes,

vegetais e

frutas

Gráfico 7 Respostas dos alunos à questão: Comes sopa? Gráfico 8 Respostas dos alunos à questão: Comes legumes, vegetais e frutas?

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67

número 11 e 15. A questão 11 refere-se ao que é, para o aluno, ter uma alimentação saudável

(Gráfico 10).

Gráfico 10 Respostas dos alunos à questão: Ter uma alimentação saudável é

Relativamente à questão número 15, refere-se ao que devemos comer com maior

frequência (Gráfico 11). Nesta questão os alunos consideram que os cereais, pão, legumes,

vegetais e fruta são aqueles que devemos consumir com maior frequência.

Os nosso resultados vão ao encontro do defendido por Hickenberry e Winkelstein

(2001), os quais consideram que devemos consumir com maior frequência cereais e pão

integrais, legumes, vegetais e frutas, visto estes alimentos serem importantes fontes de

vitaminas, fibras e minerais.

Gráfico 11 Respostas dos alunos à questão: Devo comer mais

No entanto ainda há questões relativas aos hábitos alimentares saudáveis na qual os

alunos ainda demonstram algumas dúvidas, nomeadamente nas questões número 16 e 18.

A questão número 16 refere-se aos alimentos que devemos consumir esporadicamente

(Gráfico 12). Nesta questão podemos observar que as opiniões dos alunos se dividem, no

05

101520

Não comer

fruta e doces

Comer de

tudo um

pouco

Comer apenas

peixe

Ter uma alimentação saudável é:

Ter uma alimentação

saudável

0

5

10

15

20

Cereais, pão,

legumes,

vegetais e

fruta

Doces e

salgados

Leite, queijo

e iogurte

Não

respondeu

Devo comer com maior frequência:

Devo consumir com maior

frequência:

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68

entanto a maioria considera que os alimentos que devemos consumir esporadicamente são as

manteigas e carnes vermelhas.

As manteigas e carnes vermelhas surgem no topo da pirâmide alimentar, e por isso,

devem ser consumidas esporadicamente, devido ao facto de serem alimentos ricos em gorduras

e calorias (Geral do Consumidor e Associação Portuguesa de Nutricionistas, 2013)

A questão número 18 refere-se à frequência da hidratação (Gráfico 13). Nesta questão,

70% dos inquiridos reponderam que nos devemos hidratar em abundância.

Segundo a Geral do Consumidor e Associação Portuguesa de Nutricionistas (2013),

devemos consumir diariamente 1,5 litros de água.

A aplicação do questionário foi o ponto de partida para a realização da segunda etapa do

estudo, pois foi a partir da análise dos questionários que foi possível conhecer os hábitos

alimentares de cada um, assim como os conhecimentos que estes possuem sobre a alimentação

saudável, e por conseguinte tentar que eles adquiram novos conteúdos e adquiram hábitos

alimentares mais saudáveis.

0

20

Sim Não

Devemos hidratarmo-nos em

abundância?

Devemos hidratarmo-

nos em abundância?

0

2

4

6

8

10

12

Peixe, ovos, carne

de aves

Legumes e

vegetais

Manteigas e

carnes vermelhas

Devemos consumir esporadicamente:

Devemos consumir

esporadicamente

Gráfico 12 Respostas dos alunos à questão: Devemos comer esporadicamente

Gráfico 13 Respostas dos alunos à questão: Devemos hidratarmo-nos em abundância?

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69

ii. Segunda Etapa

Com a segunda deslocação à escola iniciou-se a segunda fase do estudo. Esta etapa

consistiu na exposição dos conteúdos relativos a esta temática.

A aprendizagem é um processo activo, e que os alunos fazem com os factos e

conceitos que lhes são apresentados, depende em alto grau do que eles já

pensam e acreditam. Ser capaz de reconhecer e trabalhar com as ideias e

conceções dos alunos é, portanto, uma componente essencial de uma estratégia

eficaz de ensino. (Horton, 2007, p.1)

Assim esta etapa iniciou-se com o levantamento das conceções alternativas dos alunos

sobre a alimentação. A questão colocada aos alunos foi “O que entendes por alimentação

saudável?”, numa primeira fase os alunos responderam a esta questão por escrito (Figura 38).

Em seguida foi mantido um diálogo sobre as respostas que os alunos deram

anteriormente.

Segundo Fernandes (2011), as conceções alternativas são ideias que os alunos possuem

antes de qualquer conteúdo ser abordado na aula.

Estas ideias opõem-se às ideias cientificamente aceites, mas são úteis e fazem

sentido em termos de compreensão do comportamento do mundo físico que

envolve os alunos e, por isso, constituem-se, muitas vezes como um entrave à

aquisição das concepções corretas. (Fernandes, 2011, p.10)

Seguidamente seguiu-se a exposição da temática em estudo. Nesta fase foi mantido um

diálogo com os alunos sobre as questões relativas às regras para a manutenção de uma

alimentação saudável e equilibrada, para tal utilizou-se um Power-Point (Anexo 15), que serviu

Figura 38 Conceções sobre o que entendes por alimentação saudável

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70

de base para a manutenção do diálogo. Para terminar a aula, os alunos colocaram as suas

dúvidas, como por exemplo, “Qual é a diferença entre carnes brancas e carnes vermelhas?”,

“Porque devemos consumir com mais frequência carnes brancas do que carnes vermelhas?”,

“A carne de porco é uma carne branca?”, “O que são cerais refinados?”.

A utilização das tecnologias é um fator de motivação para os alunos. O 1º Ciclo do

Ensino Básico é um espaço privilegiado onde se proporcionam aos alunos aprendizagens mais

ativas e significativas, pois este é um meio de socialização e de aquisição das primeiras

competências tecnológicas.

A utilização das tecnologias na sala de aula é um assunto controverso, pois nem todos

têm a mesma opinião.

Se as tecnologias colocaram a informação à disposição de todos, nem todos os

cidadãos exploram as potencialidades das ferramentas e dos dispositivos

tecnológicos. Por este motivo, a Escola deverá mediar o processo de

transformação da informação em conhecimento. Com efeito, ó acesso na escola

aos computadores e à internet pode atenuar os efeitos das diferenças de meios

de acesso derivados de fatores sociais, culturais e geográficos. (Tavares &

Barbeiro, 2011, p.7)

iii. Terceira Etapa

A terceira fase do estudo consistiu na verificação dos conhecimentos adquiridos na fase

anterior, após a exploração do tema. Nesta etapa foram realizadas duas atividades para

aferirmos dessa aprendizagem. A primeira atividade consistiu em fazer o desenho ou esquema

da pirâmide da alimentação saudável (Figura 39).

Figura 39 Pirâmide Alimentar desenhada por um aluno

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71

Tal como preconizam Giordan & De Vecchi (1987), o recurso aos desenhos/esquemas

explicativos constitui um instrumento importante quando se pretende saber quais os

conhecimentos dos alunos.

Relativamente à análise dos desenhos realizados podemos observar que dos vinte

alunos, quinze foram capazes de desenhar corretamente a pirâmide alimentar.

A Figura 40 é um dos exemplos do cinco alunos que fizeram um representação

incorreta da pirâmide alimentar.

Figura 40 Pirâmide Alimentar desenhada por um aluno

A segunda atividade consistiu na realização de um jogo, O Jogo da Alimentação

(Anexo 16), em que os alunos estavam divididos em quatro grupos de cinco elementos, à

medida que a professora colocava as questões, os grupos preenchiam a folha de respostas

(Anexo 17), cada pergunta respondida corretamente valia cinco pontos. No final, todos os

alunos receberam uma maçã, para comerem no intervalo, como prémio de participação na

atividade.

Tal como afirma Malveiro (2013), os jogos são fundamentais na sala de aula, por isso

devemos ter o cuidado de planificar de modo a integrar os mesmos na prática pedagógica diária.

O jogo pode ter diversas finalidades, iniciar um tema ou recordar conteúdos já abordados.

Após analisar as respostas dadas pelos grupos de trabalho é possível constatar qua a

aplicação do jogo como estratégia de avaliação dos conteúdos abordados funcionou de forma

positiva, é ainda importante referir que os alunos se mostraram motivados durante a realização

do jogo.

Após as três deslocações à escola, é possível concluir, que na globalidade todos os

alunos progrediram, foi também possível verificar o interesse e motivação demonstrados pela

exploração deste tema, pois diz respeito também à sua saúde.

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72

Ao longo das sessões houve uma evolução nos conhecimentos que possuíam. É de

salientar que inicialmente quando responderam ao questionário demostraram algumas dúvidas

relativamente às questões que diziam respeito à pirâmide alimentar, nomeadamente sobre as

regras para manter uma alimentação equilibrada de saudável, assim com na distribuição dos

grupos alimentares na pirâmide alimentar.

Quando escreveram as suas conceções sobre o que entendem por alimentação saudável

foi notório que a grande maioria dos alunos apresentaram respostas bastante simples (Figura 41)

salvo algumas exceções que apresentaram respostas um pouco mais complexas como a resposta

apresentada na Figura 38, como atrás referido.

A realização do desenho/esquema da pirâmide e o jogo da alimentação funcionaram

como um modo de avaliar os conhecimentos adquiridos pelos alunos. Através destes foi

possível observar a evolução apresentada pelos alunos, uma vez que, no desenho da pirâmide a

maioria dos alunos já conseguiu distribuir corretamente os grupos de alimentos na pirâmide.

Relativamente ao jogo da alimentação responderam corretamente entre 78,6% e 85,7% das

questões.

De acordo com Tyler (1994), o processo avaliativo consiste em determinar em que grau

os objetivos educacionais estão a ser realmente alcançados e que os mesmos buscam produzir

mudanças nos seres humanos. Neste sentido, percebe-se a extrema importância da avaliação no

processo pedagógico em sala de aula, pois ela procura produzir mudanças nos alunos.

Relativamente aos alunos que apresentam sobrepeso e obesidade foi possível constatar

que estes apresentam interesse em alterar os seus hábitos alimentares. É importante referir que

estes alunos apresentaram uma evolução significativa, ao comparar as conceções alternativas

que os alunos possuíam e os conhecimentos adquiridos após a intervenção realizada.

Figura 41 Conceções sobre o que entendem por alimentação saudável

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73

Conclusão

Ao concluir a elaboração do presente relatório é importante refletir sobre questões

relacionadas com a prática pedagógica, assim como relativamente à pertinência do estudo

realizado.

Ao longo de todas as semanas de estágio em que ficamos responsáveis pela dinâmica da

sala de aula e da sala de atividades é importante referir que desenvolvemos e incutimos

metodologias e técnicas de intervenção motivadoras que permitiram o desenvolvimento de uma

aprendizagem ativa e significativa.

Tal como refere Pardal (1993), a escola é, de facto, um poderoso agente de formação

onde a totalidade de cada um resulta da articulação/relação/cruzamento entre o cognitivo, o

afetivo, o social e o motor.

É competência do docente estar atento ao que cada criança já conhece e criar contextos

significativos que facilitem o seu desenvolvimento (Castro Rodrigues, 2008). Brickman e

Taylor (1991) complementam esta perspetiva referindo que o papel dos educadores é criar

ambientes nos quais estas atividades, tão importantes para o desenvolvimento das crianças,

ocorram de forma natural e, então, reconhecê-las, apoiá-las e desenvolvê-las.

Procurou-se, ao longo da intervenção educativa, facultar atividades, tarefas e

experiências diversificadas, que fossem ao encontro dos interesses das crianças, de modo a

motivá-las para a aprendizagem e para que se sentissem envolvidas pelo que era desenvolvido e

facultado na sala. Considero que os objetivos que tinham sido delineados no início desta Prática

de Ensino Supervisionada foram conseguidos pois a participação, envolvimento e motivação do

grupo foi sendo cada vez mais significativa, relativamente às primeiras semanas do processo de

ensino e aprendizagem

Relativamente ao estudo desenvolvido é importante referir que a temática desenvolvida

se revelou de extrema pertinência, uma vez que atualmente a realidade que podemos observar

cada vez mais é de crianças com excesso de peso, derivado ao facto destas terem um acesso

demasiado facilitado a alimentos ricos em calorias e pobres em nutrientes.

Após a intervenção realizada na turma foi possível observar uma evolução

relativamente aos conhecimentos que os alunos possuem sobre as regras para manter uma

alimentação equilibrada e variada.

O presente relatório é o reflexo do trabalho desenvolvido ao longo de cerca de dezoito

meses. Nele estão representadas a etapas decorrentes do curso de Mestrado em Educação Pré-

Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico, desde os estágios curriculares até à realização

do estudo apresentado.

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77

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Anexos

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Anexo 1

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Anexo 2

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Anexo 3

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Anexo 4

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Anexo 5

PLANO DE AULA

PES

Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto da Guarda

Prof. Orientador: Filomena Velho Educador Cooperante: Conceição Silva

Aluno: Ana Costa; Inês Francês Local de Estágio: Jardim de Infância de Alfarazes

Nível de Ensino: Pré-Escolar Data: 13 de janeiro de 2015

Turma / Grupo: 4 anos Tempo: 1 dia

Área/Tema Objetivos Conteúdos Recursos Avaliação

Área de

expressão e

comunicação:

Domínio da

linguagem oral

e abordagem à

escrita

Fomentar o diálogo;

Desenvolver a oralidade;

Levar a criança a participar ativamente em diálogos;

Levar a criança a compreender / reproduzir a

mensagem de um texto ou história;

Promover o gosto pela leitura;

Desenvolver a sensibilidade estética.

O inverno. História “O

Boneco de

neve

sorridente”.

Direta:

Compreensão;

Participação;

Interesse;

Comportamento.

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Área de

expressão e

comunicação:

Domínio da

matemática

Preencher os quadros das presenças;

Identificar e contar as crianças presentes e ausentes;

Nomear os dias da semana;

Identificar o dia do mês;

Identificar o mês do ano;

Identificar o ano;

Formar sequências que têm sequências lógicas

subjacentes (dias da semana).

Dias da semana;

Meses do ano;

Números.

Quadro de

presenças;

Calendário.

Direta:

Compreensão;

Participação;

Interesse;

Comportamento.

Área de

conhecimento

do mundo

Observação do tempo que faz (chuva, sol, trovoada,

…);

Reconhecer as relações temporais ontem, hoje e

amanhã;

Tomar consciência do desenrolar do tempo;

Desenvolver a curiosidade natural das crianças e o seu

desejo de saber;

Sensibilizar as crianças para as ciências;

Permitir o contacto com a atitude e a metodologia

própria das ciências:

Fomentar nas crianças uma atitude científica e

metodológica.

Estado do tempo;

Estados físicos da

água:

Sólido;

Líquido;

Gasoso.

Mudanças dos

estados da água:

Solidificação;

Evaporação;

Fusão.

Calendário do

tempo;

Água no

estado sólido e

líquido;

Placa de

aquecimento.

Direta:

Compreensão;

Participação;

Interesse;

Comportamento.

Indireta:

Realização da

experiência da

água.

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Área de

expressão e

comunicação:

Domínio da

expressão

plástica

Desenvolver a imaginação e a criatividade;

Desenvolver a motricidade fina;

Desenvolver destrezas manipulativas;

Conhecer diversas técnicas plásticas.

Colagem;

Pintura.

Desenhos para

decorar a sala

para a estação

do inverno.

Direta:

Compreensão;

Participação;

Interesse;

Comportamento.

Indireta:

Desenhos.

Área de

expressão e

comunicação:

Domínio da

expressão

dramática

Desenvolver a criatividade;

Desenvolver a expressão e comunicação.

Jogos dramáticos. Direta:

Compreensão;

Participação;

Interesse;

Comportamento.

Área de

formação

pessoal e social

Respeitar as regras na sala de atividades;

Saber partilhar materiais;

Interagir com os colegas;

Promover a socialização;

Promover a educação para os média;

Sensibilizar para o código informático;

Educar para os valores.

Direta:

Compreensão;

Participação;

Interesse;

Comportamento.

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Processos de Operacionalização

O dia de atividades inicia-se com a aula de expressão dramática.

Após o lanche da manhã e após regresso à sala de atividades, procede-se à rotina das presenças. Posteriormente procede-se à leitura da história “O boneco de

neve sorridente” e a respetiva exploração oral da história. Em seguida inicia-se a realização da experiência da alteração dos estados físicos da água.

No final do período da manhã realiza-se a rotina da casa de banho seguindo-se o almoço no refeitório.

Após a pausa de almoço as crianças irão escolher os espaços para brincar e ao mesmo tempo irão fazer os elementos decorativos para a sala de atividades

relativas à estação do inverno.

O dia de atividades termina com a rotina da casa de banho e lanche no refeitório da instituição.

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96

Anexo 6

Anexo 5

O Solo e as Rochas

O solo é a camada superficial da terra onde se cultivam as plantas. É formada

através da erosão das rochas, por ação da chuva, vento e mudanças de temperatura.

Estas partículas depositam-se e misturam-se com os restos de animais mortos.

A propriedade que um solo tem de se deixar atravessar pela água chama-se

permeabilidade.

Existem solos permeáveis (deixam atravessar grande quantidade de água), solos

impermeáveis (deixam atravessar reduzida quantidade de água) e solos

semipermeáveis (têm um comportamento intermédio).

Podemos considerar três tipos de solos:

Solo arenoso: constituídos essencialmente por areia. Tem pouca

capacidade de reter água, ou seja, é permeável. É um solo seco e pouco

favorável à agricultura.

Solo argiloso: são constituídos essencialmente por argila. Tem a

capacidade de reter água, é impermeável. Quando seca fica muito duro.

Geralmente não é favorável à agricultura, embora algumas espécies de

videiras se desenvolvam bem neste tipo de solo.

Solo franco: é fértil, já que contém grande quantidade de matéria

orgânica importante para o desenvolvimento de plantas. São

semipermeáveis, fáceis de trabalhar e adequados para a agricultura.

Apresenta cor escura.

Tal como ilustra a figura, o solo é constituído por várias

camadas. A camada superficial é a mais escura. Depois

quanto maior for a profundidade mais claro se torna o

solo, aparecendo pedaços de rocha soltos e, no fundo, uma

camada rochosa.

Ficha de Estudo do Meio – 3º ano

Nome: __________________________________________ Data: ___/___/______

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Por cima da camada superficial do solo, podemos encontrar vários elementos:

restos de animais e plantas, caracóis, aranhas, centopeias, formigas, micróbios

(animais que apenas se podem ver com a ajuda de um microscópio).

As rochas são materiais que formam a crosta terrestre e que têm carateristicas

próprias tais como:

Cor (clara ou escura);

Textura (lisa ou rugosa);

Dureza (dura ou mole).

Desde há muito tempo que o homem utiliza as rochas existentes na Natureza.

Atualmente, as rochas usam-se:

Como material de construção

Para fazer estátuas, objetos de decoração

Nos primeiros tempos da vida do homem,

as rochas eram utilizadas como:

Abrigos naturais Instrumentos de caça e defesa

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98

Observa o seguinte quadro que apresenta as rochas mais vulgares em Portugal.

Nome da

rocha

Caraterísticas

Utilidade

Onde se

pode

encontrar

Granito

Cor clara (acinzentada ou

rosada);

Rocha muito dura;

Rocha muito rugosa;

Não faz efervescência com os

ácidos;

Formada por vários minerais:

quartzo, feldspato e mica.

Pavimentação de ruas;

Construção de casas e

monumentos;

Decoração.

Norte e

Centro do

país.

Basalto

Cor escura;

Rocha de origem vulcânica.

Rocha muito dura;

Rocha rugosa;

Não faz efervescência com os

ácidos.

Pavimentação de ruas e

passeios;

Construção de casa e

monumentos.

Região de

Lisboa,

Madeira e

Açores.

Calcário

Normalmente cor clara, mas

pode ser escura;

Rocha pouco dura;

Rocha rugosa;

Faz efervescência com os ácidos.

Pavimentação de ruas e

passeios;

Construção de

monumentos;

Fabrico de cal e

cimento.

Évora, Beja,

Faro

Coimbra,

Leiria,

Lisboa.

Areia

Cor clara ou escura;

Formada por pequenos grãos

soltos provenientes da

degradação de outras rochas;

Rocha dura;

Rocha lisa;

Não faz efervescência com os

ácidos.

Fabrico de vidro;

Construção de casas.

Encontra-se

nas praias e

nos rios.

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99

Argila

Cor avermelhada, preta ou

branca;

Quando bafejada cheira a barro;

Rocha mole;

Rocha lisa;

Não faz efervescência com os

ácidos.

Fabrico de louças de

barro e porcelanas;

Fabrico de telhas e

tijolos.

Em quase

todo o país.

Xisto

Cor escura (cinzenta ou preta);

Rocha pouco dura e de aspetos

laminados;

Rocha lisa;

Não faz efervescência com os

ácidos.

Construção de casas;

Pavimentação de

passeios;

Fabrico de quadros

escolares.

Évora, Beja,

Guarda,

Porto, Vila

Real e

Bragança.

Mármore

Cor clara (branco, cor-de-rosa e

cinzento);

Rocha dura;

Rocha lisa;

Faz efervescência com os ácidos.

Fabrico de estátuas;

Pavimentação de

passeios, de salas…;

Objetos de decoração.

Évora,

nomeadamen

te Borba,

Estremoz e

Vila Viçosa.

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Anexo 7

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101

Anexo 8

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Ficha de Matemática – 3º ano

Nome: ____________________________________________ Data: ___/___/______

Anexo 9

O quilograma e os submúltiplos

O quilograma (kg) é a unidade principal das unidades de massa.

Quilograma

(kg)

Hectograma

(hg)

Decagrama

(dag)

Grama

(g)

Decigrama

(dg)

Centigrama

(cg)

Miligrama

(mg)

1 kg = 1000g

kg = 500g

4 kg = 250g

8 kg = 125g

1 g = 10 dg

1 g = 100 cg

1 g = 1000 mg

1 dg = 0,1 g

1 cg = 0,01 g

1 mg = 0,001 g

1 kg = 10 hg

1 kg = 100 dag

1 kg = 1000 g

1 hg = 0,1 kg

1 dag = 0,01 kg

1 g = 0,001 kg

1 kg = 2 × kg

1 kg = 4 × 4 kg

1kg = kg + 4 kg + 4 kg

× 10 × 10 × 10 × 10 × 10 × 10

: 10 : 10 : 10 :10 : 10 : 10

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103

1. Completa:

a) 1 quarto de quilo são ______ gramas.

b) 2 quartos de quilo são ______ gramas.

c) Meio quilo são ______ gramas.

d) 2 meios quilos são ______ gramas.

2. Efetua as seguintes conversões.

3. Completa.

250g + 250g = _______ g = _______ kg

500g + 500g = _______ g = _______ kg

1000g + 250g = _______ g = _______ kg

1000g + 1000 g = _______ g = _______ kg

4. Completa as frases.

5. Observa os desenhos e completa.

O saco pesa ___________ gramas.

1 g = _______ mg

5 cg = _______ g

25 mg = _______ dg

2,5 g = _______ hg

0,06 kg = _______ g

2,5 kg = _______ dag

43 hg = _______ g

2,5 cg = _______ mg

3,5 hg = _______ g

0,03 g = _______ mg

35 g = _______ cg

600 mg = _______ g

1000 g = _______ kg

1250 g = _______ hg

3 kg = _______ dag

Este objeto é uma ________________ .

As medidas usadas chamam-se ____________ .

O peixe pesa _________ gramas.

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104

6. Faz a correspondência entre as colunas.

7. Quanto pesam as bananas?

R: __________________________________________________________

A maçã pesa _________ gramas. As bolachas pesam ________ kg.

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105

8. Observa a imagem e completa a tabela.

Quanto falta em cada pacote para pesarem 1 kg?

Café Massa Farinha Açúcar

Pesam

Faltam

9. Coloca por ordem decrescente.

_________ > _________ > _________ > _________ > _________

10. Coloca por ordem crescente.

_________ < _________ < _________ < _________ < _________

0,5 kg 250 g 1,5 kg 1 kg 10 kg

2,5 kg 250 g 1,5 kg 500 g 5 kg

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106

O quilograma e os múltiplos

Tonelada

(t)

Quintal

(q)

Decaquilograma

(dakg)

Quilograma

(kg)

1. Efetua as seguintes conversões.

2. Coloca os sinais >, < ou = nos locais corretos.

1 dakg = 10 kg

1 q = 100 kg

1 t = 1000 kg

1kg = 0,1 dakg

1 kg = 0,01 q

1 kg = 0,001 t

2,3 t = ________ kg

3,4 kg = ________ q

1,2 t = ________ dakg

87 dakg = ________ t

12 q = ________ kg

97 kg = ________ q

980 t = ________ dakg

1,5 kg = ________ q

67,4 t = ________ q

89,7 dakg = ________ t

1,52 kg = ________ dakg

93 dakg = ________ t

× 10 × 10 × 10

: 10 : 10 : 10

17 t 170 dakg

15 q 1,5 t

8 kg 0,08 dakg

2,9 t 2900 kg

50 kg 5 dakg

4,7 q 47 t

76 t 870 kg

3,6 q 360 t

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107

3. Preenche a seguinte tabela.

Tonelada

(t)

Quintal

(q)

Decaquilograma

(dakg)

Quilograma

(kg)

2 20 200 2000

9800

539,3

6,8

870

750

10

4. A carga máxima que o camião do Sr. Joaquim pode transportar é 5 toneladas.

Foram colocadas 120 caixas de maçãs com 30 kg cada. O camião tem carga a

mais ou ainda poderia levar mais caixas de maçãs?

R: ______________________________________________________________

4.1 Se cada caixa de maçãs pesasse 4 dakg, o camião podia transportar 130

caixas e maçãs?

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108

R:___________________________________________________________

5. No jardim zoológico existem cinco leões. Por mês cada leão come 3 toneladas

de carne. No final do mês quantos quilogramas de carne são gastos para

alimentar os cinco leões?

R:______________________________________________________________

5.1 Quantas toneladas de carne gasta o jardim zoológico para alimentar os cinco

leões durante um ano?

R:___________________________________________________________

5.2 O jardim zoológico adquiriu um novo leão, que por mês come 37 q de carne.

Ao fim de um ano quantos decaquilogramas de carne gasta o jardim

zoológico para alimentar os seis leões?

R:___________________________________________________________

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Anexo 10

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Anexo 11

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Anexo 12

PLANO DE AULA

PES

Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto da Guarda

Prof. Orientador: Florbela Antunes Prof. Cooperante: Fátima Silva

Aluno: Ana Felisbela Machado Costa Local de Estágio: Escola Básica de Santa Zita

Nível de Ensino: 3º Ano Data: 15 de maio de 2015

Turma / Grupo: D31 Tempo: 90 minutos

Área/Tema Objetivos Conteúdos Recursos Avaliação

Matemática /

Geometria e

Medida

(9h / 10h30m)

Resolver problemas;

Resolver problemas de até três passos envolvendo

medidas de diferentes grandezas.

Unidades de medida

de comprimentos;

Unidades de medida

de massa;

Unidades de medida

de capacidade;

Área;

Conversões;

Problemas;

Itinerários e direções;

Ficha de trabalho.

Quadro.

Direta:

Compreensão;

Empenho;

Motivação;

Participação.

Indireta:

Ficha de trabalho.

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Segmentos de reta

paralelos e

perpendiculares.

Processos de Operacionalização

O período da manhã inicia-se com a área da matemática onde irão ser realizados exercícios de revisão, que abordam alguns dos conteúdos estudados

até ao momento. Os exercícios devem ser escritos no quadro pelo professor e posteriormente os alunos devem copiar para os cadernos diários e proceder à

resolução dos mesmos, seguindo-se a correção destes.

Sumário de matemática: Resolução de exercícios de consolidação dos conteúdos.

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Anexo 13

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Anexo 14

A realização deste trabalho surge no âmbito da realização da minha tese de Mestrado

em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico, cuja temática é a

alimentação. A realização deste questionário tem a finalidade de estudar os hábitos

alimentares dos alunos do 1º ciclo do ensino básico, bem como o conhecimento dos

mesmos acerca da pirâmide alimentar. Refiro ainda que o presente questionário é

anónimo.

Questionário

Sexo: Feminino Masculino

Peso: __________________ Altura: _______________

Data de Nascimento: ____/____/_______

Responde às seguintes questões de acordo com os teus hábitos alimentares,

colocando uma cruz (x) no quadrado correspondente.

1. Quantas horas dormes durante os dias da semana?

Menos de 7 horas

Entre 7 e 9 horas

10 horas ou mais

2. Quantas refeições fazes por dia?

Três

Quatro

Cinco

Mais ……. Quantas? ______

3. Tomas sempre o pequeno-almoço?

Sim

Não, Porquê?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

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4. O que comes ao pequeno-almoço?

Leite Sumo Sandes

Cereais Torrada Bolos

Fruta Iogurte Outros

5. Comes chocolates, bolos, rebuçados e gomas?

Frequentemente

Às vezes

Raramente

Nunca

6. Comes comida do tipo “fast-food”?

Frequentemente

Às vezes

Raramente

Nunca

7. Comes sopa?

Todos os dias

Quase sempre

Às vezes

Raramente

8. Comes legumes, vegetais e frutas?

Todos os dias

Quase sempre

Às vezes

Raramente

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9. Comes peixe?

Frequentemente

Às vezes

Raramente

Nunca

10. Praticas exercício físico?

Frequentemente

Às vezes

Raramente

Nunca

11. Ter uma alimentação saudável é:

Não comer fruta e doces

Comer de tudo um pouco, variando

Comer apenas peixe

12. Tens uma alimentação saudável?

Sim

Não

13. Conheces a pirâmide alimentar?

Sim

Não

Se a tua resposta for não deves passar para a pergunta 15.

14. A pirâmide alimentar é constituída quantos níveis?

Cinco

Seis

Sete

15. Devo comer mais:

Cereais, pão, legumes, vegetais e frutas

Doces e salgados

Leite, queijo e iogurte

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16. Devemos comer esporadicamente:

Peixe, ovos e carne de aves

Legumes e vegetais

Manteigas e carnes vermelhas

17. Para ter no futuro uma imagem corporal ideal devo:

Comer quantidades elevadas de todos os alimentos

Ter uma alimentação equilibrada e variada

Comer pouco

18. Devemos hidratarmo-nos em abundância?

Sim

Não

Obrigada pela

tua colaboração!

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Anexo 15

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Anexo 16

Jogo da alimentação

1. O que é ter uma alimentação equilibrada?

a) Ingerir muitos alimentos

b) Ingerir o que me apetece e quando me apetece

c) Ingerir só alimentos caros

d) Ingerir todos os nutrientes necessários ao organismo de forma equilibrada, de

acordo com as necessidades de cada um

2. Qual dos seguintes nutrientes não tem função energética?

a) Proteínas

b) Hidratos de carbono

c) Vitaminas e sais minerais

d) Gorduras

3. Dos seguintes alimentos quais devem constar na maioria das refeições?

a) Carne e gorduras animais

b) Pão e cereais

c) Arroz e massa

d) Doces

4. Quais dos seguintes alimentos não são ricos em gorduras?

a) Alface e brócolos

b) Manteiga e banha

c) Azeite e óleo

d) Bife e salsichas

5. O azeite faz parte do grupo…

a) Do leite e derivados

b) Dos produtos hortícolas, legumes e frutos

c) Das gorduras

d) Da carne, peixe, ovos e marisco

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6. O arroz e a batata são ricos em…

a) Hidratos de carbono

b) Vitaminas e sais minerais

c) Gorduras

d) Proteínas

7. Quais dos seguintes alimentos deveremos ingerir em quantidades mais reduzidas?

a) Leite

b) Carnes vermelhas

c) Cerais

d) Peixe

8. Qual a refeição mais importante do dia?

a) Pequeno-almoço

b) Almoço

c) Lanche

d) Jantar

9. Dos seguintes alimentos quais são os mais ricos em hidratos de carbono?

a) Alface

b) Iogurte

c) Azeite

d) Pão

10. Qual o nutriente que se encontra em maior quantidade no nosso corpo?

a) Cálcio

b) Água

c) Proteínas

d) Hidratos de carbono

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11. Qual das seguintes alimentos é rico em proteínas?

a) Queijo

b) Maçã

c) Carne vermelha

d) doces

12. Qual dos seguintes menus de almoço consideras mais equilibrado?

a) Sopa de legumes, salmão grelhado com batata cozida e legumes e salada de

frutas

b) Crepe de vegetais, arroz de pato com laranja, crepe de chocolate e café

c) Piza e refrigerante

d) Sandes de lombo assado, sumo natural, bolo e café

13. Quais as vantagens de uma alimentação equilibrada?

a) Aumento de peso

b) Atraso no crescimento

c) Prevenção de algumas doenças e diminuição da massa muscular

d) Mantém o corpo saudável

14. Quais as três principais funções do alimentos?

a) Energética, plástica e construtora

b) Plástica, reguladora e hormonal

c) Reguladora, hormonal e energética

d) Energética, construtora e reguladora

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Anexo 17

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