Microprogramacao

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Antes de falar de processadores, vamos resolver uma espécie de enigma, apresentado em uma aula de Arquiteturas de Computadores, pelo professor Vinod endereços dados controle (r/w) memória . . . . . . . . . processador 1 O interior da CPU O interior da CPU

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Antes de falar de processadores, vamos resolver uma espécie de enigma, apresentado em uma aula de Arquiteturas de Computadores, pelo professor Vinod

endereços

dados

controle (r/w)

memória

. . .

. . .

. . .

processador

1

O interior da CPUO interior da CPU

Page 2: Microprogramacao

Dado o esquema do slide anterior, deseja-se que os dados lidos da memória passem por todos os nove pontos do processador, utilizando o mínimo possível de fios

Os fios são todos retos, ou seja, a solução para o problema será o mínimo de linhas retas que passem por todos os pontos

. . .

. . .

. . .2

Page 3: Microprogramacao

Dado o esquema do slide anterior, deseja-se que os dados lidos da memória passem por todos os nove pontos do processador, utilizando o mínimo possível de fios

Os fios são todos retos, ou seja, a solução para o problema será o mínimo de linhas retas que passem por todos os pontos

. . .

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. . .

Uma configuração óbvia seria:

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Com essa solução, temos 5 retas Será que 5 é realmente o número mínimo de

retas? Pense mais um pouco e clique para ver a

resposta...

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Com essa solução, temos 5 retas Será que 5 é realmente o número mínimo de

retas? Pense mais um pouco e clique para ver a

resposta...

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Começando de uma forma diferente

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Com essa solução, temos 5 retas Será que 5 é realmente o número mínimo de

retas? Pense mais um pouco e clique para ver a

resposta...

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Começando de uma forma diferente

Seguindo por mais 2 pontos... Podemos usar apenas mais 2 retas!

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Com essa solução, temos 5 retas Será que 5 é realmente o número mínimo de

retas? Pense mais um pouco e clique para ver a

resposta...

. . .

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Começando de uma forma diferente

Seguindo por mais 2 pontos... Podemos usar apenas mais 2 retas! Por que não fazer isso...

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Com essa solução, temos 5 retas Será que 5 é realmente o número mínimo de

retas? Pense mais um pouco e clique para ver a

resposta...

. . .

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Começando de uma forma diferente

Seguindo por mais 2 pontos... Podemos usar apenas mais 2 retas! Por que não fazer isso... ...para depois fazer isso?

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Com essa solução, temos 5 retas Será que 5 é realmente o número mínimo de

retas? Pense mais um pouco e clique para ver a

resposta...

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Começando de uma forma diferente

Seguindo por mais 2 pontos... Podemos usar apenas mais 2 retas! Por que não fazer isso... ...para depois fazer isso? E finalmente isso. 4 retas!

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Page 10: Microprogramacao

CuriosidadesCuriosidades

Por que esta última solução não é tão óbvia quanto a primeira, se não havia nenhuma restrição de que as retas não podiam ultrapassar a caixa? Não estamos acostumados a pensar além do que temos de concreto. Em países como os EUA, por exemplo, os alunos são estimulados desde o primário a “pensar fora da caixa” Não é à toa que a maioria das descobertas e invenções vem de países desenvolvidos Então, lembre-se: “Think outside the box”

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Page 11: Microprogramacao

Processadores e Processadores e MicroprogramaçãoMicroprogramação

Vamos agora analisar mais a fundo o Modelo de Von Neumann

Vamos definir conceitos como registradores, barramentos, Unidade Lógica Aritmética (ULA), entre outros

Em seguida, construiremos nosso processador utilizando todas as componentes apresentadas

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Page 12: Microprogramacao

Registradores Locais onde são armazenadas informações A diferença dos registradores para as células da

memória principal é que os primeiros estão localizados dentro do processador. Isso faz com que informações contidas nos registradores sejam buscadas bem mais rapidamente para processamento

Representação*:

Registrador

*ATENÇÃO: tanto esta como as outras representações feitas aqui não fazem parte de nenhum tipo de convenção – são meras ilustrações!

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Page 13: Microprogramacao

Barramentos Conjuntos de fios por onde passam bits de dados

ou de controle Em outras palavras, artifícios utilizados para

transmitir sinais de um dispositivo para outro Representação:

ou

n

Onde n é o número de fios do barramento, lembrando que por cada fio passa um bit por vez 13

Page 14: Microprogramacao

Multiplexadores (MUX) Circuitos que recebem entradas, selecionam uma

delas através de sinais de controle e as liberam como saída

Representação:

MUX

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Page 15: Microprogramacao

Unidade Lógica Aritmética (ULA) Dispositivo que recebe dois dados de entrada A e

B, opera-os sobre uma função pré-determinada e libera um dado de saída

Recebe bits de controle que especificam a operação a ser realizada

A ULA poderá fazer 4 operações em nossa abordagem, portanto são necessários 2 bits de controle (00, 01, 10 e 11 = 4 possibilidades)

Por ora, a única operação relevante é a soma (00) Representação:

ULA

A B

15

Page 16: Microprogramacao

Deslocador Dispositivo que recebe um número binário e

multiplica ou divide por 2, se desejado for, através do deslocamento à direita ou à esquerda

Deslocar à direita significa “apagar” o bit mais à direita e adicionar um 0 à esquerda, e o procedimento é exatamente o oposto no deslocamento à esquerda

Exemplo: 0010 (=2) Deslocando à direita (divisão): 0001 (=1) Deslocando à esquerda (multiplicação): 0100 (=4)

Representação:DES

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Page 17: Microprogramacao

Vamos falar mais detalhadamente sobre registradores

Sabemos que registradores contém dados que tanto podem ser lidos quanto sobrescritos

Por isso, cada registrador precisa receber um bit que controla sua entrada, que chamaremos de HE, e outro que controla sua saída, HS

Registradores possuem na sua estrutura interna um circuito flip-flop para cada bit que armazena, cada um deles conectado a um fio tanto do barramento de entrada como do barramento de saída

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Page 18: Microprogramacao

Abaixo, esquematizada a estrutura interna de um registrador de 8 bits:

HE (habilita entrada)

ENTRADA

HS (habilita saída)

SAÍDA

Tri-state buffer 18

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Tri-state buffers são circuitos que evitam conflitos entre as saídas para o barramento, fazendo um tipo de “desconexão virtual” entre registradores e barramentos

Esses conflitos seriam possíveis porque várias saídas de registradores estarão conectadas a um mesmo barramento

Nossa arquitetura terá 16 registradores para armazenar dados, dentre os quais alguns tem funções especiais: PC (Program Counter), IR (Instruction Register) e AC (Accumulator)

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O Program Counter contém o endereço da próxima instrução a ser buscada na memória principal

O Instruction Register armazena a instrução buscada na memória. Ou seja, IR = MP[pc], sendo IR o conteúdo do registrador e pc um endereço da memória principal MP

Accumulator é um registrador que armazena valores intermediários, que não seriam úteis ao final da operação

Haverá em nossa arquitetura, além dos 16, outros registradores espalhados no processador: dois latches, A e B, o Memory Adress Register (MAR) e o Memory Buffer Register (MBR) 20

Page 21: Microprogramacao

Os latches servem para “segurar” dados no barramento e evitar que sejam sobrescritos

Precisamos sempre lembrar que os fios do barramento apenas conduzem eletricidade, que já é instável por si mesma

Latches serão importantes então para captar dados do barramento que estão prontos para serem processados, isto é, estão estáveis

É como tirar uma foto: énecessário esperar até quetodos estejam parados

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O MAR é ligado ao barramento de endereços, que controla exclusivamente o fluxo de endereços que o processador envia para serem consultados na memória

O MBR é ligado ao barramento de dados do sistema, e guarda os dados buscados na memória que serão processados na CPU ou os dados resultantes de algum processamento e que serão escritos na memória, ou até mesmo processados novamente

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Page 23: Microprogramacao

Podemos agora começar a “montar” o nosso processador

Já foi dito que, para começar, vamos pensar apenas em somar dados. Para isso, precisamos simplesmente ler dois deles e somá-los

Dois registradores e uma ULA são necessários

PCIRACR1R2....

ULA

Escolheremos então, dentre nossos 16 registradores, um registrador R1 e outro R2 para ler e somar seus dados

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Page 24: Microprogramacao

Intuitivamente, ligamos tudo através de barramentos

Vamos guardar o resultado da soma no registrador R3

ULA

PCIRACR1R2

.

.

.

R3

Barramento A

Barramento B

Barramento C

24

Page 25: Microprogramacao

Ainda não é o caso, mas se quiséssemos multiplicar ou dividir um número por 2, precisaríamos adicionar um deslocador

Posicionando os 2 dispositivos separadamente, teríamos a vantagem de fazer operações simultâneas. Colocando ambos juntos, podemos usá-los consecutivamente, isto é, multiplicar ou dividir direto o resultado de uma soma, sem precisar armazená-lo antes

25

Page 26: Microprogramacao

Mesmo que ainda não seja necessário, vamos adiantar um deslocador para a nossa máquina, colocando o mesmo logo após a ULA:

ULA

PCIRACR1R2

.

.

.

R3

DES

Barramento A

Barramento B

Barramento C 26

Page 27: Microprogramacao

Agora, precisamos pensar fisicamente Imagine se nossa soma fosse R1 ← R1 + R2, isto

é, o registrador R1 receberia o resultado da soma de seu valor atual com o valor de R2

Enquanto a ULA processa os primeiros bits de cada dado, o barramento de saída está sendo modificado e, portanto, os novos valores já estão sendo salvos em R1, o que poderia causar um erro na soma

Uma das soluções para esse impasse é adicionar latches antes da ULA, que guardarão os valores originais de R1 e R2 enquanto são processados

27

Page 28: Microprogramacao

ULA

PCIRACR1R2

.

.

.

R3

DES

LA LB

Barramento A

Barramento B

Barramento C

28

Page 29: Microprogramacao

Ok, mas temos que pensar também na interação processador-memória

É preciso adicionar, então, MAR e MBR. O MAR controla apenas informações (endereços) que vão do processador para a memória, mas o MBR controla o fluxo de dados de toda a interação, incluindo os dados de saída do deslocador, dados de entrada para a ULA e dados que serão lidos ou escritos na memória

29

MAR MBR

Page 30: Microprogramacao

Em nossa arquitetura, o MAR poderá ser carregado a partir do latch B

É interessante possibilitar o processamento de dados direto do MBR para a ULA, poupando assim o tempo de selecionar o registrador (entre 16 deles!) desejado para armazenar o resultado da operação, e depois selecionar o mesmo novamente para buscar os bits e processá-los

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Page 31: Microprogramacao

Porém, repare que o MBR estará conectado à ULA, junto com o latch A. Há um conflito visível nessa configuração

Lembre-se de que a ULA é apenas um circuito combinatório. Os bits de controle que recebe são apenas para especificar a operação a ser feita, o que significa que está sempre recebendo dados

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MBR

ULA

Latch A

Page 32: Microprogramacao

PCIRACR1R2

.

.

.

R3

DES

LA LB

MAR

MBR

Barramento A

Barramento B

Barramento C

32

ULA

conflito

Page 33: Microprogramacao

PCIRACR1R2

.

.

.

R3

DES

LA LB

MAR

MBR

Barramento A

Barramento B

Barramento C

33

ULA

conflito

Sem pânico!

A solução é simples!

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ULA

PCIRACR1R2

.

.

.

R3

DES

LA LB

MAR

MBR

AMUX

Barramento A

Barramento B

Barramento C

34

Basta adicionar um multiplexador, que chamaremos de AMUX (multiplexador A):

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O multiplexador controlará qual dos dados deve ser enviado para a ULA

Mas e se a instrução a ser executada fosse R1 ← R1 + R2 + R3 + R4 ?

Intuitivamente, a solução seria uma ULA com 4 entradas, com a vantagem de resolver essa soma sem precisar guardar nenhum resultado intermediário

35

ULA

A B C D

Page 36: Microprogramacao

Sendo assim, uma ULA com 4 entradas é mais vantajosa para os casos de soma com 4 parcelas. O problema é que isto não será econômico se essa

soma não ocorrer com frequência E pensando bem, de fato ela não é tão comum

quanto uma soma com apenas 2 operandos, para a qual basta uma ULA com 2 entradas

Unindo o útil ao agradável, por que não pensar em uma solução alternativa para realizar esta soma, ainda sem precisar salvar valores intermediários?

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Page 37: Microprogramacao

Eis a solução:

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ULA 1 ULA 2

ULA 3

A B C D

E F

ULA 4

A B C D

Page 38: Microprogramacao

CuriosidadesCuriosidades

Fabricar 3 ULA’s com 2 entradas é ainda mais econômico do que projetar uma única ULA com 4 Além disso, outra vantagem em reduzir o tamanho das ULA’s pode ser explicada fazendo uma analogia com a forma como são fabricados os próprios processadores

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Page 39: Microprogramacao

CuriosidadesCuriosidades

Processadores são obtidos através de fatias redondas de silício, que podem ser divididas em partes pequenas ou nem tanto:

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Page 40: Microprogramacao

CuriosidadesCuriosidades

Podemos pensar em cada um desses pedaços como uma componente do processador As fatias, porém, sempre tem impurezas Imagine, por exemplo, a fatia abaixo, onde as manchas vermelhas são suas impurezas

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Page 41: Microprogramacao

CuriosidadesCuriosidades

Cada parte atingida por uma impureza está inutilizada Pensando nas partes como componentes, aquelas que foram atingidas não irão funcionar Na partição em componentes menores, repare que bem mais delas saíram ilesas

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Page 42: Microprogramacao

CuriosidadesCuriosidades

Cada parte atingida por uma impureza está inutilizada Pensando nas partes como componentes, aquelas que foram atingidas não irão funcionar Na partição em componentes menores, repare que bem mais delas saíram ilesas

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O que restou:

Page 43: Microprogramacao

Recapitulando, temos então um processador que realiza a soma que queríamos

ULA

PCIRACR1R2

.

.

.

R3

DES

LA LB

MAR

MBR

AMUX

Barramento A

Barramento B

Barramento C

Dentro do Processador

Fora do Processador(memória)

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Page 44: Microprogramacao

É importante ressaltar que as linhas que ilustram os barramentos estão sendo mostradas apenas nos caminhos que queríamos para a soma

Na verdade, todos os registradores estão conectados aos barramentos A, B e C, e uma estrutura de controle é que determina de onde são lidos os dados e onde eles são gravados

Falando em controle, já vimos que não são só os registradores que precisam de bits de controle para que o processador possa funcionar

A seguir, vamos quantificar os bits de controle de todas as componentes e descrever para que eles servem em cada uma delas 44

Page 45: Microprogramacao

Temos 16 registradores para leitura e escrita A intenção é ler sempre 2 dados (um vai para o

barramento A e o outro para o barramento B), realizar uma operação na ULA e/ou no deslocador e, quando necessário, armazenar o resultado em outro registrador

Isso faz com que precisemos de 16 bits de controle para cada uma dessas operações. Entenderemos o motivo logo a seguir

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Page 46: Microprogramacao

A posição do registrador-alvo seria dada pela posição do bit 1 em meio aos 16 bits de controle

Por exemplo, na operação de leitura cujo controle é: 0000000000001000 seria lido o dado do quarto registrador

PCIRACR1R2

.

.

.

R3

R13

00 00 000000001000

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Page 47: Microprogramacao

A posição do registrador-alvo seria dada pela posição do bit 1 em meio aos 16 bits de controle

Por exemplo, na operação de leitura cujo controle é: 0000000000001000 seria lido o dado do quarto registrador

PCIRACR1R2

.

.

.

R3

R13

47

000100

0

Page 48: Microprogramacao

Mas não é por mágica que a informação do registrador é lida quando ele recebe o bit 1

Na estrutura interna dos registradores, vimos que eles recebem um bit HE para habilitar sua entrada e outro, HS, para habilitar sua saída

No exemplo anterior, a operação a ser feita era de leitura. Então, é a saída do registrador que precisa ser habilitada, para que a informação seja jogada em um dos dois barramentos (A ou B)

Bits de controle especificam qual dos dois barramentos será o destino dos dados, mas isso por ora não tem importância

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Page 49: Microprogramacao

Caso a operação fosse de escrita no registrador, o bit que iria para cada registrador corresponderia ao HE, e aquele que recebesse 1 seria sobrescrito

Mas, e se quisermos simplesmente gravar o resultado no MBR, e não gravar em nenhum registrador?

Para isso, precisamos de um 17º bit de controle (EnC, Enable C),

ao barramento C, que impeçaescrita em qualquer um dos 16 registradores caso isso não sejadesejado 49

Page 50: Microprogramacao

Os outros registradores (latches A e B, MAR e MBR) recebem, separadamente, também 2 bits de controle (HE e HS), exceto pelo MBR que recebe 4

Os outros 2 bits do MBR são comandos de leitura e escrita na memória (chamaremos RD, leitura, e WR, escrita)

Nossa ULA recebe 2 bits de controle para as 4 operações que pode executar a partir de dados de entrada A e B: 00 para A + B, 01 para a operação lógica A AND B, 10 para simplesmente retornar A, e 11 para retornar o inverso de A

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Page 51: Microprogramacao

O deslocador também precisa receber 2 bits de controle (00 para não deslocar, 01 para deslocar à esquerda, 10 para deslocar à direita e 11 nada faz)

Finalmente, o multiplexador recebe apenas um bit para controlar qual dos dois dados que ele recebe deve seguir (0 para seguir o valor de latch A e 1 para seguir o valor que veio de MBR)

Na ordem, temos então 16 + 16 + 17 + 2 + 2 +2 + 4 + 2 + 2 + 1 = 64

À primeira vista, precisamos apenas de um registrador especial para controle, de 64 bits, com um bit para cada sinal

Mas serão todos esses 64 bits realmente necessários? 51

Page 52: Microprogramacao

A verdade é que muito desses bits podem ser

dispensados

Fazendo uma análise mais cuidadosa dos controles de cada componente, veremos por que muitos desses sinais são desnecessários

Mas, antes disso, vamos introduzir uma nova componente que será necessária para nos livrarmos de alguns bits

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Page 53: Microprogramacao

Decodificador Dispositivo que, para a nossa abordagem,

receberá um número binário de 4 bits e, com ele, liberará 16 bits onde o bit na posição i será 1 e os outros, 0

OBS: i é o valor na base 10 do binário original. Note que i está entre 0 e 15

Exemplo: se o decodificador recebe o binário 0011 (=3), a saída será 0000000000001000

Representação:

DEC

3 2 1 0

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Page 54: Microprogramacao

Afinal, qual a grande utilidade do decodificador? Pense: se com apenas 4 bits, podemos

representar até o número 15, então é possível especificar em 4 bits qual o registrador a ser selecionado

Adicionando decodificadores para A, B e C, passamos a conta de 16 + 16 + 17 bitspara 4 + 4 + 5, já que o bit EnCpermanece

Pois é, já economizamos 36 bitsde controle

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Page 55: Microprogramacao

Os latches A e B são registradores que não precisam de controle na saída. Precisam apenas controlar os dados que entram, que vão sobrescrever as informações que eles guardavam até então

A saída dos latches pode ficar sempre liberada, já que a função deles é simplesmente salvar valores e não deixar que outras informações de um barramento passem por cima deles

55HS

HE

Page 56: Microprogramacao

Os latches A e B são registradores que não precisam de controle na saída. Precisam apenas controlar os dados que entram, que vão sobrescrever as informações que eles guardavam até então

A saída dos latches pode ficar sempre liberada, já que a função deles é simplesmente salvar valores e não deixar que outras informações de um barramento passem por cima deles

56HS

HE

Page 57: Microprogramacao

Para a nossa abordagem, o MAR também precisa de controle apenas na entrada, para controlar os endereços que nele entram e que serão então enviados para a memória automaticamente

O mesmo serve para o MBR. Apenas um bit de controle é necessário, que é enviado para a saída do MBR, controlando se a informação nele contida irá ou não para a memória

As operações de leitura e escrita na memória continuam sendo comandadas pelos bits RD e WR descritos anteriormente

57

Page 58: Microprogramacao

Ótimo, precisávamos de um registrador de 64 bits para controle, e agora conseguimos reduzir este tamanho para 24

Superficialmente, o que nós temos até então é:

Memória principal

Processador

Controle(24 bits)

N2 N0

N1

MAR

MBR

endereços

dados

controle (leit/esc)

58

Page 59: Microprogramacao

Podemos imaginar N0 como um pobre estagiário, que trabalha e executa ordens

O controle, N1, seria o chefe, quem dá as ordens, através da busca das instruções e dos recursos presentes na memória principal

Aos poucos, iremos desvendaro que está por trás da nuvemno slide anterior

59

Page 60: Microprogramacao

E nosso proces-sador ficou assim:

ULA

DES

LA LB

MAR

MBR

AMUX

Barramento A

Barramento B

Barramento C

16 registradores

A

B

C

4

4

4

1

16

16

17

1

1

1

2

2

1

1

2

Controle

60

01234..........

23

bits

RD/WR

Page 61: Microprogramacao

Vamos dessa vez utilizar como exemplo a instrução R1 ← R1 + R2, para ilustrar como ficam os bits de controle durante o processo

61

A B C EnC AMUX ULA RD WR MAR MBR DES LA LB

Page 62: Microprogramacao

Chamaremos o momento inicial de t₀ Os registradores R1 e R2 ficam nas posições 3 e 4,

respectivamente, lembrando que o primeiro registrador, PC, fica na posição 0. O valor em R1 será jogado no barramento A, e o valor de R2 no barramento B; logo, A = 0011 e B = 0100

O resultado será armazenado em R1, então o controle do barramento C deve também ser 0011

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Page 63: Microprogramacao

Obviamente, no início do processo ainda não podemos gravar nada no destino, então EnC tem de estar “desativado”

Neste momento, não há problemas em especificar qual dos 2 dados (vindos do MBR ou do latch A) o AMUX irá direcionar para a ULA. Sabemos que serão dados vindos de latch A, então o bit de controle para AMUX será 0

Já vimos que a combinação do controle para que a ULA opere uma soma é 00

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Page 64: Microprogramacao

Nada está sendo lido ou escrito na memória (RD = 0 e WR = 0)

MAR não receberá nenhum endereço de memória

MBR também não está realizando nenhuma atividade em t₀

Também já vimos que a combinação que faz com que o deslocador retorne a própria entrada é 00

As entradas dos latches A e B devem estar desabilitadas, pois as informações ainda não foram transferidas para os barramentos A e B

64

Page 65: Microprogramacao

Temos então, no momento t₀:

65

A B C EnC AMUX ULA RD WR MAR MBR DES LA LB

t₀ 0011 0100 0011 0 0 00 0 0 0 000 00 0 0

Page 66: Microprogramacao

Após um tempo para busca dos dados, tь, os únicos controles que se modificam são aqueles dos latches

Isso porque, agora que os dados já foram jogados aos barramentos, os latches precisam recebê-los, quando estáveis, para que sejam transferidos à ULA

Vamos considerar t₁ = t₀ + tь

66

Page 67: Microprogramacao

Temos então, no momento t₁ :

67

A B C EnC AMUX ULA RD WR MAR MBR DES LA LB

t₀ 0011 0100 0011 0 0 00 0 0 0 000 00 0 0

t₁ 0011 0100 0011 0 0 00 0 0 0 000 00 1 1

Page 68: Microprogramacao

Após um tempo de execução, tє, os latches precisam voltar a ser 0, para que nada presente nos barramentos A e B sobrescreva os dados armazenados nos latches, já que não sabemos se eles virão a ser ainda necessários para a ULA futuramente

Além disso, se queremos gravar o resultado de volta em R1, EnC precisa agora passar a ser 1

O resto permanece inalterado Agora consideremos t₂ = t₀ + tь + tє

68

Page 69: Microprogramacao

Temos então, no momento t₂ :

69

A B C EnC AMUX ULA RD WR MAR MBR DES LA LB

t₀ 0011 0100 0011 0 0 00 0 0 0 000 00 0 0

t₁ 0011 0100 0011 0 0 00 0 0 0 000 00 1 1

t₂ 0011 0100 0011 1 0 00 0 0 0 000 00 0 0

Page 70: Microprogramacao

Mas então, é necessário ler toda a sequência de bits de controle 3 vezes para uma simples operação de soma?

Vimos pela tabela que pouca coisa se altera durante o tempo que decorre desde a leitura dos dados nos registradores até o armazenamento do resultado em um deles

Então, deve haver uma maneira maisinteligente e menos custosa deexecutar instruções. Afinal,tempo é sempre precioso

70

Page 71: Microprogramacao

Relógio (clock) Este é outro dispositivo importante, que emite

uma sequência de pulsos periódicos que controlam alguns circuitos da máquina

Se os pulsos são periódicos, quer dizer que possuem uma determinada frequência

O período de cada pulsação define o ciclo da máquina

A máquina realiza um conjunto de atividades durante um ciclo

Representação:

Marcador de frequência

Ciclo

Pulsos

71

Page 72: Microprogramacao

Agora, podemos conservar todos os bits que se mantiveram inalterados na tabela, deixando por conta do relógio as alterações necessárias

Por exemplo, sabemos que o bit EnC está diretamente relacionado ao bit HE dos registradores

Os pulsos enviados pelo clock definem então o momento exato em que a entrada do registrador deve ser habilitada, caso se deseje armazenar o resultado de algum cálculo em um registrador

Isto pode ser feito através de um circuito bastante simples:

72

CK

EnC

HE

Page 73: Microprogramacao

Com isso, já temos tudo de que precisamos para começar a ver o que está por dentro da nuvem que havia em N1

Em outras palavras, vamos agora entender como funciona toda a máquina de controle do processador e como ela executa o microprograma

Microprogramas são sequências de instruções (em binário, evidentemente) que controlam o funcionamento de cada componente em N0

Cada instrução de um microprograma é executada em um ciclo

73

Page 74: Microprogramacao

O processamento de uma microinstrução se resume a: Busca da instrução Identificação da instrução “Execução”, entre aspas porque engloba na verdade:

Busca dos operandos Operação Armazenamento do resultado

Temos então 5 atividades que são realizadas pelo processador durante um ciclo

74

Page 75: Microprogramacao

Dentre as 5 atividades listadas, o tempo necessário para a segunda (identificação de uma instrução) será quase nulo na nossa abordagem

Isto porque teremos na nossa arquitetura de controle (N1) um registrador especial chamado MIR (MicroInstruction Register), para onde cada microinstrução será carregada

O MIR já “entende” o significado dos bits de uma instrução de acordo com a posição de cada um

75

MIR

Page 76: Microprogramacao

Visto isso, o relógio que utilizaremos poderá ser dividido em 4 subciclos:

O relógio terá 4 saídas, das quais 3 possuem

atrasos. Isso faz com que sejam gerados pulsos em momentos diferentes para cada saída

Cada uma dessas saídas consiste em um subciclo, como vemos na representação acima 76

Atraso

Atraso

Atraso

1 ciclo1 subciclo

Page 77: Microprogramacao

Teremos também em N1 uma memória, chamada memória de controle, onde são armazenadas e de onde serão lidas as microinstruções

Nossa memória de controle poderá armazenar, no máximo, 256 instruções, cada uma com 32 bits

Se é no MIR onde cada instrução será carregada, concluímos que a largura do MIR será de 32 bits

77

MIR

Memória de Controle

Carrega instrução

Page 78: Microprogramacao

Toda memória precisa estar ligada a um MAR e um MBR, e com a memória de controle não é diferente

Portanto, vamos adicionar um registrador MAR, que chamaremos de MPC (MicroProgram Counter), cuja função é encontrar a próxima instrução do microprograma a ir para o MIR

78MIR

Memória de Controle

MPC

Recebe endereço da próxima instrução

Envia endereço da próxima instrução

Page 79: Microprogramacao

O MBR da memória de controlejá está em N1... ...é o próprio MIR!

Mas precisamos voltar a falar do MPC. De onde ele recebe a próxima microinstrução?

Podemos supor que as instruções são executadas sequencialmente. Neste caso, basta incrementar o endereço atual, e teremos o endereço da próxima

Precisamos então de uma componente simples, mas que ainda não tínhamos visto

79

Page 80: Microprogramacao

Incrementador Circuito relativamente simples de poucas portas

lógicas que, como o nome já diz, recebe um número binário como entrada e retorna o seu sucessor

O número binário de entrada, no incrementador que usaremos no nosso exemplo, será composto por 8 bits

Representação:

80

INC

Page 81: Microprogramacao

Temos até agora:

Visivelmente, temos um problema MPC precisa ser controlado para

não ficar o tempo todo selecio-nando endereços na memória! 81

MIR

Memória de Controle

MPCINC

Page 82: Microprogramacao

Vamos inserir agora o relógio, que será uma componente fundamental para todo o processador, tanto em N0 quanto em N1

Por enquanto, não falaremos da atuação do relógio em N0, e já podemos ligá-lo a duas das componentes de N1 que temos até agora:

82

MIR

Memória de Controle

MPCINC

Atraso

Atraso

Atraso

1

2

3

4

Page 83: Microprogramacao

Fazendo isso, permitimos que uma instrução seja carregada da memória para o MIR apenas no início do ciclo (subciclo 1), que é quando a instrução começará a ser processada

Além disso, permitimos que a próxima instrução seja selecionada na memória pelo MPC apenas ao final de um ciclo (subciclo 4), para que seja recebida pelo MIR no início do ciclo seguinte

Note que o MIR estará desabilitado e não irá mudar durante os subciclos 2, 3 e 4. O mesmo vale para o MPC durante os subciclos 1, 2 e 3

83

Page 84: Microprogramacao

Nosso nível N1 está quase concluído, mas precisamos estudar o interior do MIR antes de continuar

Você certamente achou estranho quando dissemos que o MIR entende a função de cada bit de uma instrução apenas pela posição. Observe:

84

ULA

DES

MBR

MAR

RD

WR

EnC

CAMUX

B A

MIRMIR

Page 85: Microprogramacao

No MIR, os bits da instrução que ele recebe se encaixam em cada uma das partes da figura

Cada divisão do MIR serve para especificar o destino em N0 de cada bit. Por exemplo: o bit mais à esquerda será o controle de AMUX; do bloco DES saem os dois bits de controle para o deslocador; e assim por diante

Não são mais necessários bits de controle para os latches. Já que eles possuem um momento certo para serem ativados e este é o mesmo em todos os ciclos, podemos deixar os latches por conta do relógio

Para continuar a montagem do interpretador de microinstruções, precisamos primeiramente do que está por trás de

85

Page 86: Microprogramacao

Alguns slides atrás, fizemos uma suposição de que as instruções do microprograma seriam processadas sequencialmente. Porém, nem sempre isso acontece

É comum que ocorram desvios de endereços durante o processamento, e por isso precisamos reservar bits em uma instrução que especifiquem o endereço da próxima, para quando for necessário que esse desvio ocorra

Já podemos substituir por ADDR, conjunto de bits que representam cada endereço da memória de controle

Se nossa memória de controle armazena até 256 instruções (= 2⁸), ADDR deve ser composto por 8 bits para poder representar todos os endereços

86

Page 87: Microprogramacao

87

. . . .

Memória de Controle

MPCINC

Atraso

Atraso

Atraso

1

2

3

4

ADDR

Ops, o problema do conflito de novo Ainda se lembra da solução?

Page 88: Microprogramacao

88

. . . .

Memória de Controle

MPCINC

Atraso

Atraso

Atraso

1

2

3

4

ADDR

Basta adicionar um multiplexador Chamaremos este de MMUX

MMUX

Page 89: Microprogramacao

É bastante comum que esses desvios de endereços sejam condicionais

Por exemplo, voltar ao primeiro endereço da memória de controle se uma condição X for satisfeita. Senão, selecionar o endereço seguinte

Isto nos leva a revelar o que há por trás de no nosso MIR: um par de bits, o qual chamaremos de COND, que determina se ocorrerá desvio ou se o endereço da próxima instrução será simplesmente o endereço atual + 1

Se você entendeu isso, então você pode concluir que COND será o controle de MMUX. Ou pelo menos parte dele, como veremos mais adiante 89

Page 90: Microprogramacao

Lógica de microssequenciamento Diferente de todos os circuitos que apresentamos

até aqui, este foi projetado para uma única situação, bem específica

Ele recebe da ULA informações sobre o resultado de uma operação: um sinal N que diz se foi negativo e um sinal Z que diz se foi igual a 0

Recebe também o par de bits COND do MIR Enfim, sabendo se o resultado da operação foi

positivo, nulo ou negativo e sabendo a condição de desvio da microinstrução atual, podemos indicar se o endereço da próxima microinstrução será simplesmente o atual + 1 ou algum outro

90

Page 91: Microprogramacao

Lógica de microssequenciamento Talvez seja uma explicação confusa. Podemos

clareá-la com um exemplo prático:

Por que o trecho de programa acima é válido? Temos todas as informações necessárias para

decidir se x será ou não retornado: sabemos qual a condição para retornar x, e sabemos se x satisfaz a condição (se x é 5, então x é maior que 0)

A saída será o bit de controle para o nosso MMUX Representação:

91

x = 5;if (x > 0)

return x;

LMS

Page 92: Microprogramacao

92

Memória de Controle

MPCINC

Atraso

Atraso

Atraso

1

2

3

4

MUX

AMUX

COND

N1

N0

LMS

ULANZ

Controle

Controle

Temos enfim:

ULA . . . . .

ADDR

Page 93: Microprogramacao

Agora, convencionando os significados dos bits COND: 00 = não desviar; a próxima instrução estará no endereço

seguinte na sequência de instruções 01 = desviar para o endereço em ADDR se N = 1, isto é, se

o resultado da operação realizada pela ULA for negativo 10 = desviar para o endereço em ADDR se Z = 1, isto é, se

o resultado for 0 11 = desviar independente do resultado da ULA

O sinal de controle de MMUX é resultado de R.N + L.Z + L.R (L é o bit à esquerda, e R é o bit à direita no par COND)

Relembrando: ‘+’ é o operador lógico OR e ‘ . ’ é AND93

Page 94: Microprogramacao

Nosso processador completo, incluindo N0 e N1, fica assim:

94Figura retirada e adaptada do livro Organização Estruturada de Computadores, de Andrew S. Tanenbaum (p. 140)

Page 95: Microprogramacao

Para concluir, falta apenas falar sobre as ligações do relógio com as componentes de N0, que ainda não havíamos visto

Para isto, vamos supor um microprograma qualquer que interpreta a soma de x + y, que foi executada com x recebendo o valor 3 e y recebendo o valor 5

Para simplificar o exemplo, escolheremos o ciclo em que a soma será efetuada. Isto significa que as constantes 3 e 5 já foram buscadas na memória e armazenadas nos registradores (suponhamos R1 e R2), e está pré-determinado que o resultado será armazenado em R3

Assim, a microinstrução deste ciclo será r3 := r1 + r2 (o símbolo “:=“ denota atribuição)

95

Page 96: Microprogramacao

Para conseguir passar esta microinstrução para sua forma real (binária), vamos relembrar as divisões do MIR:

96

Depois, vamos analisar quais os bits de controle necessários para cada um desses campos e, dessa forma, teremos nossa instrução em bits

ULA

DES

MBR

MAR

RD

WR

EnC

CCOND

AMUX

B A

ADDR

Page 97: Microprogramacao

Sabemos que ambos os operandos virão dos latches, já que não buscamos nada do MBR. Para que AMUX direcione à ULA a informação contida no latch A, o controle deve ser 0

97

ULA

DES

MBR

MAR

RD

WR

EnC

CCOND

AMUX

B A

ADDR

Não há desvios nesta instrução, então COND = 00 A operação é de soma. Esta operação é realizada

pela ULA quando o controle é igual a 00

0 00 00

Page 98: Microprogramacao

Nada será feito além da soma, então o controle do deslocador precisa ser 00 para que sua saída seja igual à entrada

98

ULA

DES

MBR

MAR

RD

WR

EnC

CCOND

AMUX

B A

ADDR

Nada sairá de MBR para a memória ou vice-versa O campo MAR também será 0 já que não enviará

nenhum endereço para a memória principal

0 00 00 00 0 0

Page 99: Microprogramacao

Nada será lido da memória neste ciclo (RD = 0)...

99

ULA

DES

MBR

MAR

RD

WR

EnC

CCOND

AMUX

B A

ADDR

...nem escrito (WR = 0) O bit EnC deve ser 1 porque neste ciclo haverá

armazenamento de um valor (o resultado da soma está sendo atribuído a R3 na microinstrução). Evidentemente, o relógio irá ditar o momento certo do armazenamento

0 00 00 00 0 0 0 0 1

Page 100: Microprogramacao

Lembra-se dos nossos registradores?

100

ULA

DES

MBR

MAR

RD

WR

EnC

CCOND

AMUX

B A

ADDR

Começando da posição 0, R1, quecontém o primeiro operando, está na posição 3. Logo, A = 0011 (3 na base 2)

R2, que contém o segundo operando,está na posição 4. Logo, B = 0100

0 00 00 00 0 0 0 0 1

PCIRAC.......

R1R2R3

Enfim, R3, destino do resultado, está na posição 5. Logo, C = 0101

0101 0100 0011

0

1

2

3

4

5

Page 101: Microprogramacao

Agora só nos resta o campo ADDR. Nossa microinstrução contém uma simples soma, sem desvio de endereços. Então, podemos atribuir qualquer valor para ADDR, já que ele será ignorado. Sendo assim, vamos optar por todos os bits sendo 0

101

ULA

DES

MBR

MAR

RD

WR

EnC

CCOND

AMUX

B A

ADDR

0 00 00 00 0 0 0 0 1 0101 0100 0011 00000000

Enfim, nossa microinstrução na forma binária é: 00000000000101010100001100000000

Page 102: Microprogramacao

Agora, podemos começar a processar a instrução No subciclo 1, o relógio ativa apenas o MIR,

porque estamos ainda na etapa da busca da instrução

Vimos que a instrução é automaticamente identificada no MIR e não leva praticamente tempo algum. Consideramos então que a identificação também ocorre no subciclo 1

102

0 00 00 00 0 0 0 0 1 0101 0100 0011 00000000

Memória de Controle

MIR

.

.

.

.

.

Page 103: Microprogramacao

Agora, podemos começar a processar a instrução No subciclo 1, o relógio ativa apenas o MIR,

porque estamos ainda na etapa da busca da instrução

Vimos que a instrução é automaticamente identificada no MIR e não leva praticamente tempo algum. Consideramos então que a identificação também ocorre no subciclo 1

103

0 00 00 00 0 0 0 0 1 0101 0100 0011 00000000

Memória de Controle

MIR

.

.

.

.

.

Page 104: Microprogramacao

No subciclo 2, os bits dos campos A e B do MIR serão enviados aos decodificadores, para habilitar as saídas dos registradores R1 e R2

Com isso, os valores 3 e 5 são jogados aos barramentos A e B, respectivamente

Neste subciclo, o relógio ativa os latches, para que possam receber esses valores

Retomaremos a figura do livro Organização Estruturada de Computadores para mostrar o caminho dos dados durante este subciclo

104

Page 105: Microprogramacao

105

33 55

Page 106: Microprogramacao

O subciclo 3 é o intervalo em que ULA e deslocador irão operar sobre os dados recebidos

Aqui seria também o momento certo para que o MAR fosse carregado, se fosse necessário. Mas a microinstrução deste ciclo não envolve essa necessidade, e por isso tivemos o bit 0 na parte do MIR destinada ao MAR

106

5 + 35 + 3

------

88

88

00 (soma)

00 (saída = entrada)

Page 107: Microprogramacao

E finalmente, é no subciclo 4 em que ocorre o armazenamento do resultado em um dos nossos 16 registradores, quando a instrução assim determina

Nossa microinstrução r3 := r1 + r2 atribui o resultado da soma a R3, o que significa que temos, sim, que armazenar dados em um dos 16 durante este ciclo

O valor 8, neste instante, está no barramento C Já vimos que EnC é 1 durante todo o ciclo, pois é um

dos sinais de controle fornecidos pelo MIR. Cabe ao relógio habilitar a entrada de R3 no momento certo, que é o subciclo 4 para qualquer microinstrução

Agora que 8 está em R3, podemos começar um novo ciclo com uma nova microinstrução, caso ela exista

107

Page 108: Microprogramacao

Podemos dividir o nosso MIR em 2 conceitos:

ADDR é formado por 8 bits, e A, B e C por mais 4 cada. Ou seja, 20 bits compõem os operandos

Os outros 12 do MIR compõem então o código da operação. Isto quer dizer que temos 2¹² (= 4096) possíveis instruções diferentes

108

ULA

DES

MBR

MAR

RD

WR

EnC

CCOND

AMUX

B A

ADDR

OPCODE(determina a operação da microinstrução)

Operandos

Page 109: Microprogramacao

Porém, queremos economizarnovamente. Será que é possível?

Com uma análise mais cuidadosa,veremos que podemos reduzir de4096 para 2048 possibilidades

109

Para iniciar nossa “eco-nomia”, precisamos ter em mente que alguns pares de bits do MIR não admitem todas as 4 combinações (00, 01, 10 e 11)

Page 110: Microprogramacao

Mais especificamente, o par de bits RD e WR não admite a combinação 11, já que é impossível que aconteçam simultaneamente operações de leitura e escrita na memória

Vamos raciocinar: tínhamos 2¹² possibilidades

Quantas possibilidades teríamos se o par RD/WR apenas admitisse a combinação 11, isto é, se RD fosse sempre 1 e WR fosse sempre 1?

110

2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 20 ou 1

= 2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2 = 2¹²

2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 2

= 2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 1 x 1 x 2 = 2¹⁰

Page 111: Microprogramacao

Daí, temos que o nosso total de possibilidades agora é 2¹² - 2¹⁰, isto é, 4096 - 1024 = 3072

Podemos usar um raciocínio análogo para o deslocador, que nunca receberá a combinação 11

Teremos 3072 - 1024 = 2048 microinstruções Assim, já reduzimos as possibilidades de

instruções pela metade. Poderíamos levar em conta outras restrições, mas chega de ser pão duro e vamos voltar ao que interessa

111