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SENAI SC Desenho Técnico - 1 - 1. Introdução ao Desenho Técnico O desenho é umas das primeiras formas de comunicação e expressão do homem. Já na pré-história encontrou-se rochas com representações gráficas. Os recursos utilizados tem sido os mais afinados, nas diferentes épocas. Cem anos antes de Cristo traçava-se em pergaminhos com auxilio de bastões de chumbo. Por volta do século XVI, após a utilização do chumbo junto ao estanho e à prata, chegou-se ao GRAFITE. No século XVII, na Alemanha, foi desenvolvida a idéia de colar tiras de grafite em madeira, proporcionando maior firmeza para o traçado e fazendo surgir então o LÁPIS. Em 1795 o francês Conté aperfeiçoou o uso do grafite por meio de uma mistura de grafite moído com cerâmica seca e posteriormente submetida a um processo de estiramento por pressão. Dependendo da proporção de grafite e cerâmica eram obtidos diferentes graus de dureza. Durante séculos o desenho, hoje entendido como técnico, foi um conhecimento e um processo grafo-representativo de acesso restrito, e por isso mesmo sem compromisso com regras e normas de execução. Uma das maiores dificuldades era representar a volumetria das formas em superfícies planas, problema que foi minimizado no século XV quando LEONARDO DA VINCI desenvolveu um estudo relativo à teoria do desenho e representou graficamente inúmeros de seus inventos. As técnicas de representação basicamente só passaram a ter maior fundamentação e importância a partir do século XVIII, quando então o francês GASPAR MONGE criou a geometria descritiva. Colaboraram ainda para que o desenho fosse aceito como um potencial instrumento de autonomia e de desenvolvimento tecnológico, alguns eventos tais como: a Exposição Universal de Desenho, realizada em 1828 na França e a Exposição Industrial de Londres em 1851. Hoje o desenho técnico assume uma posição difusa e multidisciplinar e, aliado a importantes recursos, corno os computadores, auxiliam na produção do mundo material, utilizando-se de uma linguagem normalizada e universal. Das idéias preliminares aos estágios finais de representação, sua aplicação se faz presente em projetos mecânicos, elétricos, mobiliários, arquitetônicos, aeroespaciais, navais e em inúmeras outras áreas. O conhecimento que vamos estudar neste semestre é apenas a base necessária para um aprofundamento específico posterior.

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1. Introdução ao Desenho Técnico

O desenho é umas das primeiras formas de comunicação e expressão do homem. Já na pré-história encontrou-se rochas com representações gráficas.

Os recursos utilizados tem sido os mais afinados, nas diferentes épocas. Cem anos antes de Cristo traçava-se em pergaminhos com auxilio de bastões de chumbo. Por volta do século XVI, após a utilização do chumbo junto ao estanho e à prata, chegou-se ao GRAFITE. No século XVII, na Alemanha, foi desenvolvida a idéia de colar tiras de grafite em madeira, proporcionando maior firmeza para o traçado e fazendo surgir então o LÁPIS. Em 1795 o francês Conté aperfeiçoou o uso do grafite por meio de uma mistura de grafite moído com cerâmica seca e posteriormente submetida a um processo de estiramento por pressão. Dependendo da proporção de grafite e cerâmica eram obtidos diferentes graus de dureza.

Durante séculos o desenho, hoje entendido como técnico, foi um conhecimento e um processo grafo-representativo de acesso restrito, e por isso mesmo sem compromisso com regras e normas de execução. Uma das maiores dificuldades era representar a volumetria das formas em superfícies planas, problema que foi minimizado no século XV quando LEONARDO DA VINCI desenvolveu um estudo relativo à teoria do desenho e representou graficamente inúmeros de seus inventos.

As técnicas de representação basicamente só passaram a ter maior fundamentação e importância a partir do século XVIII, quando então o francês GASPAR MONGE criou a geometria descritiva. Colaboraram ainda para que o desenho fosse aceito como um potencial instrumento de autonomia e de desenvolvimento tecnológico, alguns eventos tais como: a Exposição Universal de Desenho, realizada em 1828 na França e a Exposição Industrial de Londres em 1851.

Hoje o desenho técnico assume uma posição difusa e multidisciplinar e, aliado a importantes recursos, corno os computadores, auxiliam na produção do mundo material, utilizando-se de uma linguagem normalizada e universal. Das idéias preliminares aos estágios finais de representação, sua aplicação se faz presente em projetos mecânicos, elétricos, mobiliários, arquitetônicos, aeroespaciais, navais e em inúmeras outras áreas.

O conhecimento que vamos estudar neste semestre é apenas a base necessária para um aprofundamento específico posterior.

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Quando vamos executar uma determinada peça na empresa, necessitamos receber todas as informações e dados sobre a mesma.

Estas informações poderiam ser apresentadas de várias formas, tais como: 1) Descrição verbal da peça. 2) Fotografia da peça. 3) Modelo da peça. 4) Desenho técnico da peça.

Se analisarmos cada uma destas formas, veremos que nem todas proporcionam as informações indispensáveis para a execução da peça, vejamos:

1. Uma Descrição Verbal não é o bastante para transmitir as idéias de forma e

dimensões de uma peça, mesmo que ela não seja muito complicada. Se experimentarmos descrever, usando somente o recurso da palavra, um objeto, de maneira que outra pessoa o execute, concluiremos que isto é praticamente impossível.

2. A Fotografia transmite relativamente bem à idéia da parte exterior da peça, mas não mostra seus detalhes internos e nem suas dimensões. Logo, a fotografia também não resolve o nosso problema.

3. O Modelo resolve, até certo ponto, alguns problemas. Nem todos, porém. Por exemplo, se tivéssemos que transportar uma peça de grande tamanho, para reproduzi-la pelo modelo. Além disso, a peça pode estar sendo “projetada”, não existindo ainda um modelo da mesma.

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4. Desenho Técnico pode transmitir, com clareza, precisão e de maneira simples,

todas as idéias de forma e dimensões de uma peça. Além disso, há uma série de outras informações necessárias que somente o desenho pode dar, tais como: o material de que é feita a peça, os acabamentos de sua superfície, as tolerâncias de suas medidas etc.

Portanto, o conhecimento de Desenho Técnico é indispensável a todos aqueles que necessitam executar tarefas que sejam de ajustagem, tornearia, marcenaria, eletricidade, etc.

O Desenho Técnico é uma linguagem técnica Universal, pela qual se expressam e registram idéias e dados para construção de móveis, máquinas e estruturas.

Sendo uma linguagem gráfica universal, este possui normas específicas para o seu traçado e interpretação. Estas normas são elaboradas por entidades especializadas que padronizam e normalizam o seu emprego. No Brasil a entidade responsável é a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.

2. Folhas de Desenhos (Formatos)

Para execução de Desenhos Técnicos, existem alguns tipos de folhas, conhecidas como Formato. O original de um desenho, deve ser executado em menor formato possível, desde que não prejudique a sua clareza.

A norma Brasileira (NBR 10068) recomenda o uso dos formatos da série A, que tem como máximo o formato A0 (1189 x 841 mm) e, como mínimo, o formato A4 (210 x 297 mm).

A partir de cortes sucessivos no formato A0, obtêm-se tamanhos menores na série.

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As margens são limitadas pelo contorno externo da folha e o quadro, sendo que o quadro limita o espaço para o desenho.

No formato A4, também pode-se trabalhar com a margem de 20 e 5, respectivamente.

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3. Legenda

No canto inferior direito dos formatos, existe uma pequena área para colocação da Legenda, ou seja, coloca-se neste espaço, toda a informação possível referente ao desenho a ser executado. Informações que a legenda pode trazer: • Nome da peça. • Número do desenho. • Número da peça. • Tipo de Projeção • Cliente • Tolerância • Material • Quantidade • Escala. • Código ou nome do conjunto a que pertence. • Data da execução do desenho. • Data de modificação. • Descrição das modificações feitas • Nome da empresa • Nome do desenhista ou responsável

Disposição do desenho nas folhas

Nos exemplos a seguir, representamos à disposição mais conveniente do desenho da peça na folha. Para a representação da peça escolhemos a escala 1:1 e o formato A4 (210x297mm). Em uma folha de desenho com margem, ainda resta uma área livre para desenho de 287mm de altura por 180mm de largura. Na largura colocam-se: largura da elevação = 60mm largura da lateral = 40mm e uma distância entre as vistas de 30mm.

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Tomando esses cuidados, teremos o desenho bem distribuído e centralizado na folha.

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4. Caligrafia Técnica

Uma caligrafia simples, perfeitamente legível e facilmente desenhável, constitui uma das mais importantes condições dos desenhos técnicos. Você usará a caligrafia e não a comum, com a qual escrevemos habitualmente. Observe a diferença.

As principais exigências na escrita de desenhos técnicos são: legibilidade, uniformidade e adequação a microfilmagem, e ou aos processos de reprodução.

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A escrita pode ser vertical ou inclinada em um ângulo de 15º para a direita, sendo usada, de preferência, quando se escreve a mão livre a forma inclinada. A altura e a dimensão funcional para o tamanho nominal das letras maiúsculas, sendo definida a seguinte escala de tamanhos nominais em mm: 2,5 - 3,5 - 5 - 7 - 10 - 14 e 20. As alturas h e c não devem ser menores que 2,5 mm, sendo que na aplicação simultânea de letras maiúsculas e minúsculas, isto significa, c = 2,5 mm, quando h = 3,5 mm. Tabela - Proporções e dimensões de símbolos gráficos:

Características

Relação

Dimensões (mm) Altura das letras maiúsculas h (10/10)

h

2,5 3,5 5 7 10 14 20

Altura das letras minúsculas c (7/10)h - 2,5 3,5 5 7 10 14

Distância mínima entre a caracteres a

(2/10)h 0,5 0,7 1 1,4 2 2,8 4

Distância mínima entre b Linhas de base

(14/10)h

3,5

5

7

10

14

20

28

Distância mínima entre palavras e (6/10)h 1,5 2,1 3 4,2 6 8,4 12

Largura da linha d (1/10)h 0,25 0,35 0,5 0,7 1 1,4 2

Para melhorar o efeito visual, a distância entre dois caracteres pode ser reduzida pela metade, como por exemplo: LA, TV, ou LT, neste caso a distância corresponde à largura da Linha “d”.

Exercícios 1. Escreva de acordo com os modelos, o que se pede abaixo:

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2. Efetue as operações abaixo:

3. Repitas as palavras abaixo, de acordo com o modelo inicial:

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5. Figuras Geométricas

Se olhar ao seu redor, você verá que os objetos têm forma, tamanho e outras características próprias. As figuras geométricas foram criadas a partir da observação das formas existentes na natureza e dos objetos produzidos pelo homem. Todos os objetos, mesmo os mais complexos, podem ser associados a um conjunto de figuras geométricas.

5.1 Figuras geométricas elementares Ponto Pressione seu lápis contra uma folha de papel. Observe a marca deixada pelo lápis. Ela representa um ponto. O ponto é a figura geométrica mais simples. Não tem dimensão, isto é, não tem comprimento, nem largura, nem altura. No desenho, o ponto é determinado pelo cruzamento de duas linhas. Para identificar, usamos letras maiúsculas do alfabeto latino, como mostram os exemplos:

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Linha reta ou reta

Para se ter a idéia de linha reta, observe um fio bem esticado. A reta é ilimitada, isto e, não tem início nem fim. As retas são identificadas por letras minúsculas do alfabeto latino. Veja a representação da uma reta r:

Segmento de reta

Tomando dois pontos distintos sobre uma reta, obtemos um pedaço limitado de reta. A esse pedaço de reta, limitado por dois pontos, chamamos segmento de reta. Os pontos que limitam o segmento de reta são chamados de extremidades. No exemplo a seguir temos o segmento de reta CD, que é representado da seguinte maneira: CD

Posições relativas da linha reta Observe as retas abaixo:

Mediatriz A mediatriz é a perpendicular que passa pelo meio de um segmento de reta. Observe os passos para obter a mediatriz:

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5.2 Figuras Geométricas Planas

Uma figura qualquer é plana quando todos os seus pontos situam-se no mesmo plano. Observe a representação de algumas figuras planas de grande interesse para nosso estudo:

As figuras planas com três ou mais lados são chamadas de polígonos. Plano

Podemos ter uma idéia do que é um plano observando uma parede ou o tampo de uma mesa. Você pode imaginar o plano como sendo formado por um conjunto de retas dispostas sucessivamente numa mesma direção ou como o resultado do deslocamento de uma reta numa mesma direção. O plano é ilimitado, isto é, não tem começo nem fim. Apesar disso, no desenho, costuma-se representar delimitado por linhas fechadas.

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5.3 Sólidos Geométricos Todos os pontos de uma figura plana localizam-se no mesmo plano. Quando uma figura geométrica tem pontos situados em diferentes planos, temos um sólido geométrico. Observando a figura abaixo, entendemos a diferença entre planos e sólido geométrico:

Os sólidos geométricos têm três dimensões: comprimento, largura e altura. Embora existam infinitos sólidos geométricos, apenas alguns, que representam determinadas propriedades, são estudados pela geometria. Os sólidos geométricos são separados do resto do espaço por superfícies que os limitam. E essas superfícies podem ser planas ou curvas. Posições da reta e do plano no espaço A geometria, ramo da Matemática que estuda as figuras geométricas, preocupa-se também com a posição que os objetos ocupam no espaço. A reta e o plano podem estar em posição vertical, horizontal ou inclinada. Um plano é vertical quando tem pelo menos uma reta vertical; é horizontal quando todas as suas retas são horizontais. Quando não é horizontal nem vertical, o plano é inclinado. Veja as posições da reta e do plano.

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Prismas

O prisma é um sólido geométrico limitado por polígonos. Podemos imaginar como uma pilha de polígonos iguais muito próximos uns dos outros, como mostra a ilustração:

O prisma pode também ser imaginado como o resultado do deslocamento de um polígono. Ele é constituído de vários elementos. Veja quais são eles na ilustração a seguir:

Note que a base desse prisma tem a forma de um retângulo. Por isso ele recebe o nome de prisma retangular. Dependendo do polígono que forma sua base, o prisma recebe uma denominação específica. Por exemplo: o prisma que tem como base o triângulo, é chamado prisma triangular. Quando todas as faces do sólido geométrico são formadas por figuras geométricas iguais, temos um sólido geométrico regular. O prisma que apresenta as seis faces formadas por quadrados iguais recebe o nome de cubo.

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5.4 Pirâmides

A pirâmide é outro sólido geométrico limitado por polígonos. Podemos imaginá-lo como um conjunto de polígonos semelhantes, dispostos uns sobre os outros, que diminuem de tamanho indefinidamente. Outra maneira de imaginar a formação de uma pirâmide consiste em ligar todos os pontos de um polígono qualquer a um ponto P do espaço.

5.5 Sólidos de revolução

Alguns sólidos geométricos, chamados sólidos de revolução, podem ser formados pela rotação de figuras planas em torno de um eixo. Rotação significa ação de rodar, dar uma volta completa. A figura plana que dá origem ao sólido de revolução chama-se figura geradora. A linha que gira ao redor do eixo formando a superfície de revolução é chamada linha geratriz. O cilindro, o cone e a esfera são os principais sólidos de revolução.

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5.6 Esfera

A esfera também é um sólido geométrico limitado por uma superfície curva

chamada superfície esférica. Podemos imaginar a formação da esfera a partir

da rotação de um semicírculo em torno de um eixo, que passa pelo seu

diâmetro. Veja os elementos da esfera na figura abaixo. O raio da esfera é o

segmento de reta que une o centro da esfera a qualquer um de seus pontos.

Diâmetro da esfera é o segmento de reta que passa pelo centro da esfera unindo

dois de seus pontos.

5.7 Ângulos

Ângulo é a figura geométrica formada por duas semi-retas que tenham a mesma origem. Na figura abaixo, a origem comum das duas semi-retas é o vértice do ângulo (O). As semi-retas são os lados do ângulo A e B.

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No desenho Geométrico, a todo o momento estamos aplicando os ângulos dos esquadros. Então de imediato temos os ângulos de 30°, 60°, 45°, e 90°. Com exceção do ângulo de 90°, chamado de ângulo reto, os demais ângulos dos esquadros são agudos. Denominamos os esquadros por uma dos seus agudos.

Outros ângulos que podemos traçar com o auxílio do esquadro:

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Exercício 1) Construa de acordo com o solicitado, a partir do vértice A:

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6. Linhas

Ao analisarmos um desenho, notamos que ele apresenta linhas de espessuras e tipos diferentes. O conhecimento destas linhas é indispensável para a interpretação dos desenhos.

Espessura: nos desenhos técnicos, recomenda-se utilizar linhas de três espessuras:

A espessura da linha média de ser a metade da linha grossa e a espessura da linha fina deve ser a metade da linha média.

Tipos: Linha para arestas e contornos visíveis. Espessura grossa e traço contínuo.

Linha para arestas e contornos invisíveis.

Espessura média e tracejadas.

Linhas de centro e eixo de simetria.

Espessura fina e traços e pontos.

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Linhas de cota.

Espessura fina e traço contínuo, limitadas por setas nas extremidades.

Linha de chamada ou extensão

Espessura fina e traço contínuo. Não devem tocar o contorno do desenho e

prolongam-se além da ultima linha de cota que limitam.

Linha de corte

Espessura grossa, formadas por traços e pontos. Serve para indicar cortes e

seções.

Lnhas para hachuras

Espessura fina, traço contínuo ou tracejadas, geralmente inclinadas a 45° e

mostram as partes cortadas da peça. Servem também para indicar o material de que

a peça é feita de acordo com as convenções recomendadas pela ABNT.

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Linhas de rupturas curtas

Espessuras média, traço contínuo e sinuoso e servem para indicar pequenas

rupturas e cortes.

Linhas de rupturas longas

São de espessura fina, traço contínuo e com ziguezague, conforme figuras

abaixo.

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Exercícios 1. Numere nas setas do desenho os tipos de linhas.

a)

b)

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7. Projeções

As formas de um objeto em perspectiva isométrica apresentam certa deformação, isto é, não são mostradas em verdadeira grandeza, apesar de conservarem as mesmas proporções do comprimento, da largura e da altura do objeto.

Além disso, a representação em perspectiva isométrica nem sempre mostra claramente os detalhes internos da peça.

Na indústria, em geral, o profissional que vai produzir uma peça não recebe o desenho em perspectiva, mas sim sua representação em projeção ortográfica.

7.1 Modelo, observador e plano de projeção

A projeção ortográfica é uma forma de representar graficamente objetos tridimensionais em superfícies planas, de modo a transmitir suas características com precisão e demonstrar sua verdadeira grandeza.

Modelo: é o objeto a ser representado em projeção ortográfica. Qualquer objeto pode ser tomado como modelo: uma figura geométrica, um sólido geométrico, uma peça do móvel ou mesmo um conjunto de peças.

O modelo geralmente é representado em posição que mostre a maior parte de seus elementos.

Observador: é a pessoa que vê, analisa, imagina ou desenha o modelo. Para representar o modelo em projeção ortográfica, o observador deve analisá-

lo cuidadosamente em várias posições.

As ilustrações a seguir mostram o observador vendo o modelo de frente, de cima e de lado.

Plano de projeção: é a superfície onde se projeta o modelo. A tela de cinema é um bom exemplo de plano de projeção:

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Os planos de projeção podem ocupar várias posições no espaço. Em desenho

técnico usamos básicos para representar as projeções de modelos: um plano vertical e um plano horizontal que se cortam perpendicularmente:

Esses dois planos, perpendiculares entre si, dividem o espaço em quatro regiões chamadas diedros.

Diedro: cada diedro é a região limitada por dois semi planos perpendiculares entre si. Os diedros são numerados no sentido anti-horário, isto é, no sentido

contrário ao movimento dos ponteiros do relógio O método de representação de objetos em semi planos perpendiculares entre

si, criado por Gaspar Monge, é também conhecido como método mongeano. Atualmente, a maioria dos países que utilizam o método mongeano adotam a

projeção no 1° diedro. No Brasil, a ABNT recomenda a representação no 1° diedro. Entretanto, alguns países, como por exemplo os Estados Unidos e o Canadá,

representam seus desenhos técnicos no 3° diedro. Neste curso, você estudará detalhadamente a representação no 1° diedro,

como recomenda a ABNT. Ao ler e interpretar desenhos técnicos, o primeiro cuidado que se deve Ter é identificar em que diedro está representado o modelo. Esse cuidado é importante para evitar o risco de interpretar errado as características do objeto.

Para simplificar o entendimento da projeção ortográfica passaremos a representar apenas o 1° diedro, o que é normatizado pela ABNT.

Chamaremos o semi plano vertical superior de plano vertical. O semi plano horizontal anterior passará a ser chamado de plano horizontal

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Ao interpretar um desenho técnico procure identificar, de imediato, em que diedro ele está representado.

O símbolo abaixo indica que o desenho técnico está representado no 1° diedro. Este símbolo aparece no canto inferior direito da folha de papel dos desenhos técnicos, dentro da legenda:

Quando o desenho técnico estiver representado no 3° diedro, você verá este

outro símbolo:

Cuidado para não confundir os símbolos!!! Procure gravar bem, principalmente o símbolo de 1° diedro, que é o que você usará com mais freqüência.

Atenção: as representações no 3° diedro requerem preparo específico para sua leitura e interpretação. O estudo das representações no 3° diedro foge aos objetivos deste curso.

7.2 Rebatimento dos planos de projeção

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Observe agora como ficam os planos rebatidos vistos de frente.

• A projeção A, representada no plano vertical, chama-se projeção vertical ou vista frontal;

• A posição B, representada no plano horizontal, chama-se projeção horizontal ou vista superior;

• A projeção C, que se encontra no plano lateral, chama-se projeção lateral ou vista lateral esquerda. Outras exemplificações de projeções e suas consecutivas vistas:

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7.3 Vistas Ortogonais

Uma peça que estamos observando ou mesmo imaginando, pode ser desenhada (representada) num plano. A essa representação gráfica se dá o nome de “projeção”.

O plano é denominado “plano de projeção” e a representação da peça recebe, nele, o nome de projeção.

Podemos obter as projeções através de observações feitas em posições determinadas. Podemos então Ter várias “vistas” da peça.

Tomaremos por exemplo uma caixa de fósforos.

Para representar a caixa vista de frente, consideramos um plano vertical e vamos representar nele esta vista.

A vista de frente é, por isso, também denominada projeção vertical e/ou elevação.

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Reparemos, na figura abaixo, as projeções ou elevações das peças. Elas são as vistas de frente das peças para o observador na posição indicada.

Voltemos ao exemplo da caixa de fósforos. O observador quer representar a caixa, olhando-a por cima. Então usará um plano que denominaremos de plano horizontal, e a projeção

que representa esta “vista de cima” será denominada projeção horizontal vista de cima ou planta.

A figura abaixo representa a projeção horizontal, vista de cima ou planta das peças, para o observador na posição indicada.

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O observador poderá representar a caixa, olhando-a de lado, teremos uma vista lateral, e a projeção representará uma vista lateral que pode ser da direita ou da esquerda.

Reparemos que uma peça pode Ter, pelo que foi esclarecido, até seis vistas; entretanto, uma peça que estamos vendo ou imaginando, deve ser representada por um número de vistas que nos dê a idéia completa de peça, um número de vistas essenciais para representa-la a fim de que possamos entender qual é a forma e quais as dimensões da peça. Estas vistas são chamadas de “vistas principais”.

Ao selecionar a posição da peça da qual se vai fazer a projeção, escolhe-se para a vertical, aquela vista que mais caracteriza ou individualiza a peça; por isso, é comum também chamar a projeção vertical (elevação) de vista principal.

As três vistas, elevação, planta e vista lateral esquerda, disposta sem posições normatizadas pela ABNT nos dão as suas projeções.

A vista de frente (elevação) e a vista de cima (planta) alinham-se verticalmente.

A vista de frente (elevação) e a vista de lado (vista lateral esquerda) alinham-se horizontalmente.

Finalmente, temos a caixa de fósforos desenhada em três Projeções. Por esse processo podemos desenhar qualquer peça.

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Na vista esquerda das projeções das peças abaixo, existem linhas tracejadas. Elas representam as arestas não visíveis.

Nas projeções ao lado, aparecem linhas de centro.

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Exercícios: 1. Identifique e enumere as projeções correspondentes a cada peça

apresentada em perspectiva.

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2. Desenhe as 3 vistas, conforme o modelo.

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7.4 Perspectiva

Perspectiva é o desenho que procura mostrar os objetos da maneira como eles são vistos na realidade.

O emprego da perspectiva ajuda a visualizar os objetos (desenhados) mais rapidamente, embora não forneça todos os seus detalhes. É utilizada, com grande vantagem, como forma de ilustração, e também como complementação ao desenho de vistas (projeções ortogonais).

8. Perspectiva Isométrica

É aquela que representa as dimensões dos objetos, segundo três eixos isométricos.

O ângulo formado entre os três eixos é de 120°, pois isométrico significa medidas iguais.

Os três eixos são divergentes, sendo que um deles situa-se na posição vertical e os outros dois formam ângulos de 30° com a horizontal, partindo um para cada lado:

Abaixo, as fases de execução do desenho em perspectiva isométrica:

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8.1 Perspectiva cavaleira

Consiste na representação de uma das faces do objeto em vista de frente, estando o observador situado no infinito, segundo uma direção inclinada em relação ao quadro, o qual deve ser paralelo a dois eixos do referido objeto.

Nesta face, vêm representadas duas de suas três dimensões. A outra dimensão será representada segundo uma linha oblíqua, que forma, com a posição horizontal, um ângulo. Este ângulo pode ser de 30°, 45° ou 60°.

Nesta perspectiva, as medidas horizontais e verticais, que formam a face vista de frente estão em verdadeira grandeza. Já as medidas marcadas sobre a linha oblíqua sofrem uma redução conforme mostra a tabela a seguir

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1 - Escreva na resposta a letra correspondente à perspectiva correta. Observação: Para cada projeção há quatro perspectivas, porém só uma é correta.

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9. Cotagem

Para a execução de uma peça, é necessário fornecer no desenho, junto com a forma, as dimensões do objeto a ser fabricado. Estes dados, imprescindíveis à execução, servirão também para a verificação da peça, por meio do chamado controle de qualidade.

As dimensões mostradas no desenho técnico recebem o nome de cotas e a técnica de lança-las é chamada de cotagem ou dimensionamento.

A cotagem dos desenhos tem por objetivos principais determinar o tamanho e localizar exatamente os detalhes da peça.

Para cotagem de um desenho, são necessários três elementos:

• Linhas de cota;

• Linhas de extensão ou chamada;

• Valor numérico da cota.

Como vemos na figura acima, as linhas de cota são de espessura fina e traço contínuo. Elas podem ser colocadas dentro ou fora dos desenhos, com máxima clareza, de modo a admitir uma única interpretação.

As linhas de extensão, de espessura fina e traço contínuo, ficam ligeiramente afastadas do desenho, e tem função de mostrar o que está sendo medido.

O valor numérico da cota á colocado por cima ou numa interrupção da linha de cota, prática comum nos desenhos mecânicos. O valor da dimensão é normalmente em milímetros ou em outras unidades indicadas na legenda do desenho.

A linha de cota deve ter uma distância mínima de 8mm da peça, e de 6mm de outra linha cota qualquer. As linhas de extensão exceder 2mm da linha de cota.

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9.1 Regras de Cotagem

A norma estabelece que as linhas de cotas devem ser paralelas á superfície medida, e que as notações das cotas devem sempre situar-se de modo que sua leitura seja feita na posição normal de leitura (horizontal); ou, caso inclinadas, à esquerda, de baixo para cima e no centro ou acima da linha de referência.

1) As cotas menores devem ficar no interior das maiores, evitando, assim, o cruzamento de linhas.

2) A unidade de medida usada nas cotas depende do tamanho do objeto, de seus

detalhes e da escala a ser adotada. No desenho mecânico, normalmente, são

expressas em milímetros, sem o símbolo respectivo. Caso se use outra unidade de

medida, o símbolo desta deverá ser indicado.

3) As linhas de centro da circunferência podem ser usadas como linhas de extensão;

porém, nunca como linhas de cota.

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4) As circunferências são cotadas pelos diâmetros, de cinco maneiras diferentes.

5) Os arcos de circunferências são cotados pelo raio. A linha de cota parte do centro

e leva a seta somente numa extremidade. Os centros dos arcos serão sempre

indicados, ou por linhas de centro, ou por pontos isolados.

6) As cotas em chanfro são lançadas de três maneiras diferentes.

7) Cotas em ângulos.

8) O raio, cujo centro encontra-se fora dos limites do desenho, é indicado por meio

de linha de cota quebrada.

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9) As curvas irregulares podem ser cotadas por meio de coordenadas.

10) Na cotagem em perspectiva paralela, as linhas de extensão e de cota devem

estar paralelas aos eixos perspectivados.

11) O sinal indicado de diâmetro (¯) é usado na vista, onde a seção não poderia ser

imediatamente identificada.

12) Sinal de identificação de elementos de forma quadrada.

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Observação

A notação de objetos ou vãos retangulares se faz citando, primeiro, a largura,

seguida pelo sinal de multiplicação (x), e depois a altura, ex.: 120 x 60.

13) As diagonais cruzadas são usadas para a representação se superfícies planas

de peças cilíndricas. São também usadas para indicar trechos retangulares vazios

em superfícies planas.

14) Num flange circular, a especificação de furos, com o mesmo diâmetro e

igualmente espaçados, é feita por uma cota referida a um deles.

15) Nos furos irregularmente espaçados, mas sob uma mesma circunferência que

passa pelos seus centros, a cotagem de localização é feita a partir de uma linha de

centro.

16) Para cotar em espaços reduzidos, são empregados os recursos abaixo.

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17) Para garantir a precisão nas medidas, as cotas são tomadas a partir de

referência.

Nas cotas paralelas, as indicações devem ser de modo a facilitar a leitura.

Observações complementares:

• evitar sempre o cruzamento de linhas na cotagem; • As linhas de centro, de simetria e os contornos do desenho não podem ser

usados como linhas de cota; • O desenho pode ser executado em qualquer escala, porém as cotas são

sempre representativas das medidas reais, do objeto; • Na cotagem, só são admitidos letras e números padronizados; • A mesma cota, mostrada mais de uma vez no desenho, é erro técnico; • As cotas de localização de um elemento devem ser efetivadas em primeiro

lugar, para, em seguida, cotar as medidas de grandeza deste elemento.

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Exercícios: 1. Faça a cotagem dos elementos abaixo:

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2. Faças as projeções da peça abaixo e faça a cotagem do modelo.

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10. Escala

A escala é uma forma de representação que mantém proporcionalmente as medidas lineares do objeto representado.

Em desenho técnico, a escala indica a relação do tamanho do desenho da peça com o tamanho real da peça. A escala permite representar, no papel, peças de qualquer tamanho real.

Nos desenhos em escala, as medidas lineares do objeto real são mantidas ou então aumentadas ou reduzidas proporcionalmente. As dimensões angulares do objeto permanecem inalteradas, assim como a forma dos objetoos.

A escala do desenho deve, obrigatoriamente, ser indicada na legenda. As escalas de desenho podem ser:

• Natural; • De redução; • De ampliação.

Tipo de escala Notação da escala (ABNT)

Emprego

Escala natural 1 : 1 Em desenho de objetos que são representados em

seu tamanho real. Escalas de redução 1 :2 – 1 : 2,5

1 :5 – 1 : 10 1 : 20 – 1 : 25

1 : 50 – 1 : 100 1 : 200 – 1 : 500

Usadas para o desenho de objetos de grandes

dimensões.

Escalas de ampliação 2 :1 5 : 1 10 : 1

Usadas para o desenho de objetos de pequenas

dimensões.

Na escala de redução 1: 2, significa dizer que 1mm no desenho corresponde a 2mm na peça real.

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Na escala de ampliação 5:1, significa dizer que 5mm no desenho representam 1mm na peça.

Detalhes em escala.

Quando em um desenho, algum detalhe pela sua reduzida dimensão não ficar totalmente compreensível, este detalhe poderá ser desenhado a parte, em escala de ampliação, como no exemplo abaixo.

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Exercícios:

1. Complete as lacunas:

2. Coloque os valores numéricos nas linhas de cota, conforme a escala de 1:5.

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11. Corte

O corte nada mais é do que a representação de um objeto ou peça de móveis onde uma de suas partes foi “cortada” ou “removida”, a fim de tornar visível a parte interior. Admiti-se, para o traçado da vista em corte que a parte anterior da peça foi removida. Contudo, no traçado das outras projeções, considera-se que a referida parte não foi retirada.

O corte é uma das várias convenções do desenho técnico. Quando em um desenho devemos executar mais um corte, cada um deles será

considerado separadamente, isto é, qualquer relação entre as partes removidas dos outros cortes.

O plano de corte é indicado, no desenho, por linha grossa com traço e ponto denominada “linha de corte”.

O corte é indicado em uma vista e representado em outra. Havendo necessidade de registrar no desenho o sentido em que é observada a vista em corte, este é indicado por setas nos extremos da linha de corte de acordo com a NB 8.

NOTA: O sistema ( ISO) e (DIN) adotam a forma à seguir:

A linha de corte nem sempre precisa ser indicada em toda a extensão do desenho. Normalmente, quando o corte não é um desvio, e não prejudica sua clareza, basta indicar a posição do plano secante nas proximidades do contorno do desenho.

Necessitando-se identificar uma vista em corte e o respectivo plano, empregam-se letras maiúsculas repetidas ou em seqüência (AA, BB, ou AB, etc.), colocadas ao lado das retas, nos extremos da linha de corte escrevendo-se tais letras junto à vista em corte correspondente, como no exemplo abaixo:

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Corte é um processo imaginário utilizado para representar de modo claro, os detalhes internos das peças ou de conjuntos. Em desenhos de conjunto ressaltam a posição do material de que é feita a peça ou peças, facilitam a colocação de cotas internas.

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11.1 Corte Total

O corte total ou corte pleno é utilizado para cortar imaginariamente a peça em toda a sua extensão. Pode ser obtido por um plano de corte único ou em desvio para atingir os detalhes que se necessita mostrar.

OBSERVAÇÂO Deve ficar claro que, para o traçado da vista em corte, imaginamos retirada a

parte da peça que impedia a visão: porém, para o traçado das outras vistas, a referida parte é considerada como não retirada. Já sabemos que se trata de uma das convenções do desenho técnico.

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11.2 Corte Parcial

Os cortes parciais são largamente empregados nas diferentes vistas das projeções ou na perspectiva dos móveis ou peças.

A linha de ruptura de frente do móvel abaixo desenhado aparecem dois cortes parciais que mostram os detalhes de construção.

Na vista de frente do móvel abaixo desenhado aparecem dois cortes parciais que mostram os detalhes de construção das gavetas e caixa:

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Dimensões: Larg. x Alt. x Profun. 1.100 x 850 x 600 mm.

12. Rupturas

São representações convencionais utilizadas para o desenho de peças que,

pelo seu comprimento, necessitam ser encurtadas para melhor aproveitamento de espaço no desenho. De acordo com sua forma, obedecem as convenções abaixo.

A linha é de espessura média.

A representação de rupturas é empregada quando, a parte que se imagina retirada, não houver detalhes que necessitem ser mostrados.

O traçado de rupturas é feito à mão livre. Pode-se traçar o laço com instrumento, dependendo do diâmetro. Normalmente é feito à mão livre.

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13. Detalhes

É outro recurso do desenho técnico de móveis para definir a forma da peça com clareza e exatidão. Consiste em focalizar o local que se deseja destacar, mediante a circunscrição de um circulo. O detalhe aparece, quase sempre, em escala de ampliação, podendo, também ser desenhado na escala natural, quando sua origem for de um desenho em escala reduzida.

NOTA: o círculo é feito com linha fina: contínua ou traço e ponto.

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14. Vista explodida

Usada principalmente para mostrar esquemas de montagem.

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15. Vistas Auxiliares

Existem peças que têm uma ou mais faces oblíquas em relação aos planos

de projeção. Veja alguns exemplos.

Para que possamos obter a verdadeira grandeza de uma superfície, é necessário a projetarmos ou a concebermos projetada em um plano que lhe seja paralelo. Este é o processo de obtenção das vistas ortográficas convencionais e também das vistas auxiliares que estudaremos a seguir.

Para que as partes e elementos oblíquos da peça possam ser representados sem deformação temos que imaginar um plano de projeção paralelo à face oblíqua, como mostra a ilustração a seguir.

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Dependendo da situação, a vista auxiliar poderá estar representada fora de sua posição, indicando-se, neste caso, o sentido de observação para obtenção desta vista auxiliar.

Observação:

• O plano auxiliar deverá ser paralelo à superfície em questão e a vista auxiliar é projetada no primeiro diedro;

• Normalmente, aplicam-se rupturas para representação necessária ao entendimento da peça;

• Escolhe-se para vista principal aquela em que as faces são perpendiculares a qualquer um dos planos principais de projeção.

Veja a seguir, a projeção ortográfica completa da peça nos planos em

perspectiva.

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Após o rebatimento, todas as vistas são mostradas numa mesma superfície plana e suas posições no desenho técnico ficam definidas. Uma vez que os contornos dos planos de projeção não são mostrados nos desenhos técnicos, as vistas são representadas como segue.

Referências Bibliográficas

SENAI. SC. Desenho Técnico. Florianópolis: SENAI/SC, 2004. 144 p.