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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE FATORES ASSOCIADOS À MORTALIDADE DOS IDOSOS COM AS CONDIÇÕES DE VIDA DA POPULAÇÃO DO NORDESTE DO BRASIL JOZEMAR PEREIRA DOS SANTOS Natal-RN 2014

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

FATORES ASSOCIADOS À MORTALIDADE DOS IDOSOS COM AS CONDIÇÕES

DE VIDA DA POPULAÇÃO DO NORDESTE DO BRASIL

JOZEMAR PEREIRA DOS SANTOS

Natal-RN

2014

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JOZEMAR PEREIRA DOS SANTOS

FATORES ASSOCIADOS À MORTALIDADE DOS IDOSOS COM AS CONDIÇÕES

DE VIDA DA POPULAÇÃO DO NORDESTE DO BRASIL

Tese apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Ciências da Saúde

da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte, como requisito para a

obtenção do título de Doutor em

Ciências da Saúde.

Orientador: Prof. Dr. Neir Antunes Paes

Natal-RN

2014

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Catalogação da Publicação na Fonte Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Santos, Jozemar Pereira dos. Fatores associados à mortalidade dos idosos com as condições de vida da população do Nordeste do Brasil / Jozemar Pereira dos Santos. - Natal, 2014. 114f: il. Orientador: Prof. Dr. Neir Antunes Paes. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 1. Doenças cardiovasculares - Tese. 2. Idoso - Tese. 3. Mortalidade - Condições de vida - Tese. I. Paes, Neir Antunes. II. Título. RN/UF/BSA01 CDU 616-053.9

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde:

Prof. Dr. Erivaldo Socrates Tabosa do Egito

Natal-RN

2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

JOZEMAR PEREIRA DOS SANTOS

FATORES ASSOCIADOS À MORTALIDADE DOS IDOSOS COM AS CONDIÇÕES

DE VIDA DA POPULAÇÃO DO NORDESTE DO BRASIL

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Neir Antunes Paes Presidente da Banca/Orientador (UFPB) Prof. Dr. Mardone Cavalcante França (UFRN) Membro Interno Profa. Dra. Maria Helena Spyrides (UFRN) Membro Interno Prof. Dr. Pery Teixeira (UFAM) Membro Externo Prof. Dr. Francisco José da Costa (UFPB) Membro Externo

Aprovada em: 16/05/2014.

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DEDICATÓRIA

“Dedico este trabalho a toda minha

família, em especial aos meus filhos e

enteados e a minha esposa Gardennia”.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por sempre estar presente em vida, por sua eterna bondade e por me ajudar a

superar todos os obstáculos.

Ao Prof. Dr. Neir Antunes Paes, pela orientação, paciência, amizade, sugestões e pela

grande ajuda na realização deste trabalho.

A todos os colegas de trabalho do DE - CCEN, que contribuíram de alguma forma para

o desenvolvimento desse trabalho.

Ao colega de trabalho e grande amigo Joab de Oliveira Lima, in memoriam, pela

amizade e apoio.

Aos professores do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde – UFRN, que

muito contribuíram nas disciplinas cursadas e na minha qualificação no doutorado.

Aos colegas de turma de doutorado pelo convívio salutar e troca de conhecimentos.

Aos componentes da banca examinadora, Prof. Dr. Mardone Cavalcante de França,

Prof. Dr. Francisco José da Costa, Prof. Dr. Pery Teixeira e Profa. Dra. Maria Helena

Spyrides, por aceitarem participar da avaliação deste trabalho.

Aos funcionários do PPGCSa pela atenção a mim dispensada.

De um modo geral, a todos aqueles que contribuíram de forma direta ou indireta com

esse trabalho, sempre me dando motivações e estímulos imprescindíveis para

superação de todos os obstáculos por mim enfrentados.

Muito obrigado!

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RESUMO

As condições de vida são usualmente entendidas como importantes fatores

intervenientes das causas básicas de mortalidade e da qualidade de vida da

população. Ao considerar esta questão em uma população idosa e sua influência nas

causas mais relevantes que as levam à morte, teve-se como objetivo principal, estudar

a associação da mortalidade dos idosos por doenças cardiovasculares para ambos os

sexos, com indicadores que expressam as condições de vida da população do

Nordeste, nos anos 2000 e 2010. Para atingir tal propósito foi traçado um desenho de

estudo ecológico com cortes transversais nos anos 2000 e 2010 tendo como unidades

de análises as microrregiões e a mesorregiões do Nordeste. Utilizou-se a Modelagem

de Equações Estruturais (MEE) para explicar essas associações, tomando como base

as estatísticas de óbitos por doenças cardiovasculares (construto endógeno) e

variáveis socioeconômicas e demográficas (construto exógeno) das microrregiões do

Nordeste, para o ano 2000. Utilizou-se o Método dos Componentes Principais como

recurso metodológico na construção de um índice sintético que permitiu classificar as

condições de vida nas mesorregiões do Nordeste, tomadas como unidades de

análises, nos anos 2000 e 2010, de acordo com as condições de vida e as principais

causas de mortalidade por doenças cardiovasculares. A aplicação da MEE sugeriu uma

forte associação do construto exógeno condições de vida, composto pelos indicadores:

anos de estudo dos homens idosos, percentual de idosos em domicílios com

banheiro/água encanada e probabilidade de sobrevivência aos 60 anos, com a variável

desfecho taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares dos homens e mulheres

idosos. O índice sintético construído permitiu identificar os diferentes ritmos de

envelhecimento populacional entre as regiões e distintos processos de evolução dos

níveis de mortalidade pelas doenças cardiovasculares, muitas delas compatíveis com

as condições de vida no Nordeste. Os resultados sugerem que o construto condições

de vida está fortemente associado por esta causa de morte entre os idosos para ambos

os sexos no Nordeste do Brasil. Neste sentido, sugere-se que estes resultados sejam

considerados como relevantes para formulação de políticas de saúde regionais

voltadas para este contingente populacional do Nordeste do Brasil.

Descritores: Mortalidade. Doenças cardiovasculares. Idoso. Condições de vida.

Modelagem de Equações Estruturais

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

CID-10 – 10ª Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e

Problemas Relacionados à Saúde

DATASUS – Departamento de Informação e Informática do SUS

DCV – Doenças cardiovasculares

DCbV – Doenças cerebrovasculares

DIC – Doenças isquêmicas do coração

DHI – Doenças hipertensivas

FJP – Fundação João Pinheiro

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

MEE – Modelagem de Equações Estruturais

ODC - Outras Doenças Cardiovasculares

PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

RIPSA – Rede Interagencial de Informações para a Saúde

SIM – Sistema de Informações sobre Mortalidade SIS – Sistemas de Informação em Saúde

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 - Modelo teórico proposto usando Modelagem de Equações Estruturais e apresentação do Diagrama de Caminhos .................................................................... 30 Figura 1.2 - Variação das taxas padronizadas pelas quatro principais causas básicas da mortalidade por doenças cardiovasculares dos homens idosos nas 187 microrregiões do nordeste do Brasil (2000) ................................................................. 35 Figura 1.3 - Modelagem de Equações Estruturais – Estimativa padronizada para o Modelo Final ................................................................................................................. 36 Figura 2.1 - Modelo teórico proposto testado usando Modelagem de Equações Estruturais e apresentação do Diagrama de Caminhos .............................................. 59 Figura 2.2 - Variação das taxas padronizadas pelas quatro principais causas básicas da mortalidade por doenças cardiovasculares das mulheres idosas nas 187 microrregiões do nordeste do Brasil (2000) ................................................................. 63 Figura 3.1 - Brechas redutíveis da mortalidade por doenças cardiovasculares e principais causas básicas para os homens idosos das mesorregiões do nordeste do Brasil, 2010 .................................................................................................................. 83

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1 - Medidas descritivas das quatro principais causas básicas da taxa de mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares (TMPDC) dos homens idosos nas 187 microrregiões dos Estados do nordeste (2000) .............................................. 34 Tabela 1.2 - Indicadores de ajuste da MEE para modelagem da mortalidade por doenças cardiovasculares dos homens idosos nas 187 microrregiões do nordeste do Brasil (2000) ................................................................................................................. 37 Tabela 2.1 - Medidas descritivas da taxa de mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares (TMPDC) e de suas quatro principais causas básicas para as mulheres idosas das microrregiões dos Estados do nordeste (2000) ......................... 64 Tabela 2.2 - Estatísticas da análise MEE pelo método da Máxima Verossimilhança (MV) do modelo de mensuração, Mortalidade por DCV para as idosas do Nordeste (2000) .......................................................................................................................... 65 Tabela 2.3 - Modelos finais segundo os indicadores de ajuste pelo método de MV para modelagem MEE da mortalidade por doenças cardiovasculares das idosas do Nordeste (2000) .......................................................................................................................... 66 Tabela 3.1 - Taxa de mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares e suas três principais causas básicas para os homens idosos das mesorregiões do Nordeste em 2000 e 2010 ........................................................................................................... 82 Tabela 3.2 - Classificação das mesorregiões do Nordeste segundo os escores das condições de vida em 2000 e 2010 ............................................................................. 84 Tabela 3.3 - Variação percentual das taxas no período 2000-2010 e Brechas redutíveis da mortalidade em 2010 para as três principais causas de mortalidade por DCV dos homens idosos e percentual de idosos, segundo a classificação das condições de vida em 2010 das mesorregiões do Nordeste ..................................................................... 85

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 12 2. JUSTIFICATIVA................................................................................................... 17 3. OBJETIVOS......................................................................................................... 18

3.1 Objetivo geral................................................................................................ 18

3.2 Objetivos específicos..................................................................................... 18

4. MÉTODOS........................................................................................................... 19 4.1. Base e Fontes dos dados.............................................................................. 19

4.2. A qualidade dos registros de óbitos 19

4.3. Indicadores da estrutura da mortalidade por idade e causas básicas de morte.............................................................................................................

20

4.4. Estudo descritivo sobre o Perfil da mortalidade dos idosos e dos indicadores socioeconômicos e de saúde.....................................................

20

4.5. Modelagem de Equações Estruturais.......................................................... 20

4.6 Construção de um indicador sintético........................................................... 21

5. ARTIGO PRODUZIDO......................................................................................... 22

5.1. Declaração de aceite na Revista Brasileira de Epidemiologia–RBE........... 22

5.2. Artigo 1 - Associação entre condições de vida e vulnerabilidade com a mortalidade por doenças cardiovasculares de homens idosos do Nordeste

23

6. COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E CONCLUSÕES................................................. 44

7. REFERÊNCIAS................................................................................................... 48

8. APÊNDICES........................................................................................................ 51

8.1. Artigos Submetidos em Fase de Avaliação................................................ 52

8.1.1. Artigo 2 - Modelagem de equações estruturais: Contribuição metodológica para a mortalidade no Brasil........................................

52

8.1.2. Artigo 3 - Mortalidade por doenças cardiovasculares e Condições de vida dos homens idosos do Nordeste do Brasil............................

72

8.2. Bases de Dados utilizadas........................................................................... 91

9. ANEXOS ............................................................................................................. 105

9.1. Anexo I - Certificado do Comitê de Ética em Pesquisa................................ 105

9.2. Anexo II - Comprovantes de submissão dos artigos 2 e 3........................... 106

9.3. Anexo III - Certificados de Apresentação de Trabalhos em Congressos Nacional e nternacional............................................................................

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1. INTRODUÇÃO

A temática desta investigação trata do estudo da associação da mortalidade dos

idosos com indicadores das condições de vida da população do Nordeste do Brasil. O

interesse por este estudo surgiu da participação deste autor, como pesquisador

colaborador em alguns projetos de pesquisas, na linha de mortalidade, desenvolvidos

no Laboratório de Estudos Demográficos – LED do Departamento de Estatística do

Centro de Ciências Exatas - CCEN/UFPB, sob a coordenação do Prof. Dr. Neir

Antunes Paes, orientador deste trabalho e pesquisador do CNPq, na área de estudos

dos componentes demográficos. Tais projetos contaram com o financiamento do CNPq

durante toda a execução deste trabalho, através das pesquisas do orientador, com

ênfase no uso das estatísticas vitais na construção de indicadores e nos estudos de

suas relações com as condições de vida.

Os resultados obtidos nestas pesquisas corroboram achados de estudos os

quais apontam que, o estado de saúde das populações encontra-se

inquestionavelmente relacionado com as condições socioeconômicas, demográficas e

culturais das comunidades. Remontando a história, um trabalho clássico, surgido nas

primeiras décadas do século XIX, e tido como um dos pioneiros nessa área (Rosen,

apud Paim, 1997)27, é atribuído a Villermé (1828), o qual mostrou que as taxas de

mortalidade na França estavam associadas às condições de vida das diferentes

classes sociais e dos diferentes bairros de Paris. Rosen observou que embora se

encontre desde a antiguidade clássica referências às associações entre saúde,

condições de vida e classes sociais, foi apenas com o surgimento da Medicina Social,

nos séculos XVIII e XIX, que surgiram, de forma mais sistemática e articulada,

investigações sobre o tema voltado para a intervenção.

Dada a sua natureza multidisciplinar, a avaliação das condições de vida e saúde

das populações revela-se como uma questão de relativa complexidade. Para dar conta

dessa complexidade, pelo menos desde os anos oitenta, autores como Jarman (1983),

Townsend (1988) e Carstairs e Morris (1989), apud Akerman (1997)1 já propunham a

utilização de metodologias que fizessem uso de indicadores construídos numa base de

intersetorialidade capazes de aglutinar diálogos propositivos entre os vários ramos da

ciência, uma vez que nenhum saber ou setor, mesmo aquele que se revelou bem

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sucedido no passado, é capaz de, isoladamente, fornecer todas as respostas para a

questão.

Um indicador composto que busque medir as condições de vida de um dado

grupo populacional, inserido numa determinada área geográfica, como, por exemplo, o

município, deveria ser, na visão de autores como os acima referidos, uma medida que

associasse diferentes variáveis socioeconômicas e de ambiente em um indicador

sintético, capaz de refletir as referidas condições. Desse modo, tal indicador estaria

revelando a interação dos vários fatores que pudessem contribuir para a determinação

da qualidade de vida da área sob estudo.

No diálogo entre as áreas que buscam capturar ou expressar as condições de

vida e de saúde de determinada população, situam-se os indicadores demográfico-

epidemiológicos, os quais fazem uso das estatísticas de mortalidade. Essas guardam

um potencial explicativo que auxiliam na tomada de decisões que visam ao bem-estar

da própria população.

Grandes mudanças foram verificadas no Brasil, ao longo do século XX, que

incluem a transição demográfica e epidemiológica desencadeada nos anos 1960 e

impulsionada a partir dos anos 1980. Um dos importantes componentes dessas

transições é constituído pela mortalidade, a qual desempenhou um papel fundamental

particularmente entre 1980 e 1995. Foi neste período que a contabilização oficial

sistemática da declaração dos óbitos no país foi uniformizada para todas as unidades

da federação, coincidindo com um momento em que se processaram profundas

modificações na mortalidade, marcadas pela consolidação de uma etapa de transição

demográfica e epidemiológica ainda em curso no Paísa.

Atrelado a estas transições, instalou-se um processo de envelhecimento da

população brasileira. Inicialmente, este processo foi influenciado, sobretudo pela

redução nos níveis de fecundidade, mas na medida em que esta tendência vem se

consolidando, a longevidade da população também passou a exercer papel importante

e, consequentemente, ganhos de esperança de vida em idades avançadas.

a Ministério da Saúde. IDB 2003 BRASIL, Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA). Disponível em http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?idb2003/c08.def (Acessado em maio de 2011).

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A velocidade do processo de envelhecimento populacional pode ser evidenciada

pelos diversos indicadores demográficos. Em termos de volume, nos anos 1970, no

Brasil, a população de idosos a partir dos 60 anos era cerca de 4,8 milhões

representando 5,1% da população total. Em 2000, esse contingente se aproximou de

14,5 milhões, representando cerca de 9% do total. Em 2010, a população idosa

avançou para cerca de 17 milhões, representando cerca de 10% do seu contingente no

País, quase que dobrando o percentual observado nos anos 1970.

Paralelamente ao envelhecimento da população brasileira, há que se considerar

o aumento na proporção de óbitos de idosos em relação aos óbitos totais. De acordo

com os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da

Saúde, em 1980, cerca de 38% de todas as mortes que ocorreram no país foram de

pessoas com 60 anos e mais. Em 1991 e 2000, elas passaram a representar 50% e

55% do total de óbitos, respectivamente. No ano de 2010, houve um total na

população de 1.057.325 óbitos, sendo que 651.038 deles foram de idosos a partir de

60 anos, ou seja, 62% dos óbitos ocorridos de acordo com o Censo do IBGE (2010).

A elevação na proporção de óbitos de idosos, entretanto, não implica o aumento

das taxas de mortalidade deste grupo etário. É possível observar, em estudos como os

de Camarano (2002)4 e Oliveira e Albuquerque (2003),17 que de 1980 a 2000 a

esperança de vida da população brasileira aos 60 anos aumentou e que tais ganhos

em termos relativos foram maiores do que os ganhos obtidos pela população total.

Entre vários autores, Paes (2001)21 aponta que as estatísticas de mortalidade

por causa básica de óbito têm papel fundamental na avaliação do processo saúde-

doença que contribuem de maneira decisiva para o conhecimento dos perfis de saúde

de uma população e para as questões ligadas às políticas e programas de saúde.

De fato, a transição epidemiológica está por trás da dinâmica das causas de

morte. Pioneiro neste tema, Omran (1971)18 propôs uma teoria com algumas

proposições desenvolvidas no sentido de se construir um escopo teórico-explicativo

para as transformações observadas no nível e no padrão da mortalidade. Horiuchi

(1999)14 avançou nas ideias de Omran, definindo cinco etapas da transição

epidemiológica. Apesar do otimismo quanto aos avanços da medicina e nos prováveis

impactos na queda nas taxas de mortalidade, alerta-se para os obstáculos a este

declínio, advindo do estilo de vida moderno.

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Segundo os formuladores da teoria da transição epidemiológica (Omran, 1971 e

Bobadilha, 1991)18,10 na quarta etapa boa parte das mortes por doenças transmissíveis

infecciosas e parasitárias são substituídas pelas doenças crônicas degenerativas,

notadamente as doenças do aparelho circulatório, neoplasias e falhas do aparelho

respiratório.

A análise da mortalidade entre os idosos no Brasil evidencia a mudança no perfil

da mortalidade por causas. Apesar do forte impacto que essas causas têm no cenário

nacional, estudos de mortalidade, e principalmente referente aos idosos, que fazem

uso da variável “causa básica de óbito” têm uma produção insuficiente para o Brasil, e

particularmente para o Nordeste brasileiro.

Essa observação já havia sido feita desde os anos 90, por Chackiel (1990)6 ao

chamar atenção para a existência de poucos estudos de mortalidade por causas na

América Latina e no terceiro mundo. Este autor alertou ainda que tal fato podia estar

associado a questões ligadas à qualidade dos dados. Argumenta-se que a limitação

das estatísticas de mortalidade pode ser responsável pelo escasso número de estudos

regionalizados da mortalidade idosa brasileira, o qual se acentua ao se buscar associar

esta mortalidade com fatores de natureza social e econômica, cuja discussão é

necessária para uma melhor compreensão dos processos envolvidos na morte dos

indivíduos.

Reconhecendo que as mudanças no padrão de mortalidade apontam para um

processo de transição epidemiológica e que existem claras diferenças regionais, e

entre os sexos, alguns estudos trataram de entender a associação entre a mortalidade

e variáveis socioeconômicas. Para tanto, foram feitas abordagens como o emprego da

análise de regressão e análise multivariada. Entre eles, destaca-se o de Sichieri et al

(1992)32, abrangendo capitais brasileiras, cujo foco centrou-se na relação entre a

mortalidade adulta por doenças crônico-degenerativas e um conjunto de variáveis

sociais e econômicas no Brasil e, um pouco depois, o de Gruska (1995)12, para a

mortalidade adulta na Argentina. Mais recentemente, destaca-se um estudo

regionalizado, o qual foi conduzido por Santos (2006)31, para os municípios do Estado

do Rio Grande do Norte no Brasil. Nenhuma dessas abordagens, no entanto, fez uso

da modelagem de equações estruturais, uma das modalidades da análise multivariada

- com o uso das estatísticas de mortalidade.

Em síntese, há de levar-se em consideração o avanço na sistematização,

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regularidade, universalização e melhoria dos registros de óbitos no Nordeste brasileiro,

o processo de envelhecimento populacional e as mudanças do padrão de mortalidade,

notadamente o aumento das mortes por doenças cardiovasculares.

Agrega-se a esses elementos a necessidade do conhecimento dos diferenciais

regionais da mortalidade no Nordeste brasileiro, para a apreensão das desigualdades

em saúde, bem como a notória escassez desses estudos. Assim, foram estabelecidas

as bases que motivaram este estudo, ou seja, entender que fatores das condições de

vida da população idosa nordestina brasileira estariam relacionados com a mortalidade

dos idosos desta região pela principal causa de morte, as doenças cardiovasculares.

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2. JUSTIFICATIVA

Apesar dos avanços recentes, a falta de uma cobertura regional confiável dos

registros de óbitos, junto com as imprecisões das declarações das causas de morte,

são ainda assuntos preocupantes e pendentes, os quais se constituem nos maiores

entraves pelo escasso número de estudos regionalizados da mortalidade idosa

brasileira, conforme enfatizado por autores como Lessa (1998)16 e Paes (2005)25.

Essas preocupações ficam evidentes, pela ausência ou escassez de estudos

que usem os registros vitais para unidades espaciais menores na região Nordeste,

como as microrregiões. Exacerbam-se ainda mais essas preocupações devido à

ausência de estudos que buscam associar a mortalidade dos idosos com indicadores

das condições de vida para unidades espaciais menores, os quais podem propiciar

melhor planejamento, avaliação de políticas públicas e a elaboração de diagnósticos

setoriais regionais.

Ao ineditismo do uso das estatísticas de óbitos para as microrregiões do

Nordeste, o qual é corrigido e relacionado com as condições de vida através de

indicadores de mortalidade, pode ser adicionado o uso da metodologia de equações

estruturais. Esta última trata-se de uma abordagem estatística multivariada, passível de

aplicação, ao tratar da relação entre os diferentes indicadores das condições de vida

com os da mortalidade dos idosos, a qual pode ser observada diretamente ou

indiretamente. Destaca-se, nesta abordagem, a mortalidade por doenças

cardiovasculares, que são aquelas mais observadas entre os idosos.

Desta forma, reúnem-se, neste estudo, elementos originais e desafiadores, que

procura dar contribuições para a aplicação do conhecimento nesta temática para o

entendimento dos fatores intervenientes na mortalidade dos idosos, pelas doenças

cardiovasculares.

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3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo geral:

• Avaliar a associação dos fatores que expressem as condições de vida

com a mortalidade por doenças cardiovasculares dos idosos da população

do Nordeste do Brasil, nos anos 2000 e 2010.

3.2. Objetivos específicos:

• Identificar fatores de condições de vida determinantes das principais

causas da mortalidade por doenças cardiovasculares dos homens idosos,

em 2000, por meio da modelagem de equações estruturais.

• Avaliar o potencial da modelagem de equações estruturais, como método de

análise relacional, para modelar a mortalidade por doenças cardiovasculares

das mulheres idosas, em 2000.

• Analisar a associação das principais causas de mortalidade por doenças

cardiovasculares de homens idosos, com as condições de vida, a partir da

construção de um indicador sintético para classificação das mesorregiões

nordestinas, em 2000 e 2010.

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4. MÉTODOS

4.1 Base e Fontes dos dados

Os dados sobre os indicadores socioeconômicos-demográficos em 2000, para

cada uma das 187 microrregiões do Nordeste, foram extraídos do Atlas de

Desenvolvimento Humano do Brasil (PNUD/IPEA/FJP, 2003). Foi excluída a

microrregião de Fernando de Noronha-PE, devido à inconsistência das informações

sobre os óbitos. Alguns indicadores adicionais foram extraídos diretamente do Censo

Demográfico de 2000, posteriormente, foram agregados a este estudo os dados do

Censo Demográfico de 2010, os quais encontram-se armazenados em banco de dados,

em formato de microdados desagregados em níveis espaciais de municípios, que

permitem cruzamentos entre as variáveis de interesse, bem como agregá-los em

unidades regionais maiores. Os registros de óbitos, por causas básicas, sexo e grupos

etários, foram extraídos do Sistema de Informação de Mortalidade (disponível até a

realização deste trabalho, de 1974 a 2010) e disponível no site www.datasus.gov.br.

Para a classificação das causas de morte, tomou-se por base a CID-10 (Classificação

Internacional Estatística de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde).

4.2 A qualidade dos registros de óbitos

Avaliou-se a qualidade dos registros de óbitos por meio de dois procedimentos:

1) Cobertura dos óbitos: utilizaram-se as técnicas desenvolvidas por Brass

(1975)3 e Preston et al. (1984)29. Através de critérios seletivos, selecionou-se a

estimativa mais plausível, ou a média delas, nas situações em que estas técnicas

foram factíveis de uso.

2) Causas mal definidas: calculou-se o percentual das causas mal definidas de

acordo com o Capítulo XVIII da CID-10, denominado “Sinais, sintomas e achados

anormais de exames clínicos e laboratoriais”. Os percentuais dos óbitos com causas

mal-definidas foram redistribuídos em causas de morte definidas por meio do método

proposto por Ledermann (1955)15 que faz uso da técnica de regressões lineares

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simples. Este é um procedimento que permite recuperar as causas de morte definidas

“esperadas”, cujas causas básicas de interesse foram as doenças cardiovasculares.

4.3 Indicadores da estrutura da mortalidade por ida de e causas básicas de

morte

Para as microrregiões do Nordeste, a mensuração dos níveis, tendências e

padrões de mortalidade por sexo e faixas etárias dos idosos (60 anos ou mais) foi

realizada através da construção de uma série de indicadores como: taxas de

mortalidade gerais padronizadas, taxas específicas, participação percentual das causas

de óbitos na mortalidade geral e índices de mortalidade por causas básicas líderes.

4.4 Estudo descritivo sobre o Perfil da mortalidade dos idosos e dos

indicadores socioeconômicos e de saúde

Uma análise exploratória dos indicadores de mortalidade e dos indicadores

socioeconômicos e de saúde foi realizada através de medidas resumo de posição e de

variabilidade. Confeccionaram-se mapas para as principais causas de morte do grupo

das cardiovasculares através do software do DATASUS – TabWin, versão 3.6.

4.5 Modelagem de Equações Estruturais

A análise estatística foi conduzida pela técnica multivariada denominada

Modelagem de Equações Estruturais (MEE), a qual é usada para testar a validade de

modelos teóricos que definem relações lineares, hipotéticas, entre variáveis. Essa

modelagem consiste na estimação simultânea de uma série de equações de regressão

linear múltipla e possui algumas vantagens sobre regressão linear clássica.

Utilizaram-se técnicas multivariadas de interdependência – análise fatorial

(exploratória e confirmatória) - na redução do número de variáveis, na busca de fatores

ou variáveis latentes que expressassem indicadores compostos ou sintéticos das

condições de vida da população nordestina que interferem na mortalidade dos idosos.

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A MEE utilizada neste trabalho consistiu de dois sub-modelos: 1) Modelo

estrutural (equações estruturais) que representa a associação entre as variáveis

latentes exógenas e endógenas e 2) Modelo de mensuração (equações de medida)

que estabelece como as variáveis latentes ou construtos hipotéticos são medidos por

indicadores observáveis. A significância do modelo de mensuração foi verificada pela

confiabilidade individual ou validade convergente dos coeficientes de regressão

padronizados.

4.6 Construção de um indicador sintético

Utilizou-se a análise estatística multivariada de Componentes Principais (HAIR et

al, 2005)13 e a partir dos escores ordenados da 1ª componente obteve-se a distribuição

dos quartis para classificar as mesorregiões nos anos 2000 e 2010, segundo a

associação de indicadores referentes às condições de vida (renda, educação, moradia)

com as principais causas básicas das DCV selecionadas para estudo.

A classificação das mesorregiões resultou em quatro estratos assim rotulados: 1-

condições de vida alta, 2-condições de vida média, 3-condições de vida baixa e 4-

condições de vida muito baixa. Verificou-se que essa classificação foi compatível com

aquela adotado pelo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM).

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5 ARTIGO PRODUZIDO

5.1 . Declaração de aceite da Revista Brasileira de Epidemiologia – RBE para

Publicação de Artigo

O artigo “Associação entre condições de vida e vulnerabilidad e com a mortalidade

por doenças cardiovasculares de homens idosos do no rdeste do Brasil ” foi aceito

para publicação na Revista Brasileira de Epidemiologia – RBE, que possui fator de

impacto 0,776 e qualis B1 da CAPES para área de Medicina II.

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ASSOCIAÇÃO ENTRE CONDIÇÕES DE VIDA E VULNERABILIDADE COM A

MORTALIDADE POR DOENÇAS CARDIOVASCULARES DE HOMENS IDOSOS DO

NORDESTE

Association between life conditions and vulnerability with mortality from cardiovascular

diseases in elderly men of Northeast Brazil

5.2 . Revista Brasileira de Epidemiologia – RBE

Autores:

1. Jozemar Pereira dos Santos, MSc; Doutorando do Programa de Pós-graduação

em Ciências da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal,

Brasil, e-mail: [email protected]

2. Neir Antunes Paes, PhD; Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão

e Saúde - Departamento de Estatística da Universidade Federal da Paraíba - UFPB e

Orientador Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde. Universidade Federal

do Rio Grande do Norte. Natal, Brasil, e-mail: [email protected]

Conflito de interesse: Não existe conflito de interesse

Endereço do autor para correspondência:

Jozemar Pereira dos Santos

Rua Professora Maria Sales, 833, Apto 202, Tambaú, CEP: 58039-130

João Pessoa, PB, Brasil

E-mail: [email protected]

OBS: Artigo publicado na RBE: volume Abril/Junho de 2014, pags 407-420.

DOI: 10.1590/1809-4503201400020010ENG

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RESUMO

O estudo objetivou identificar fatores explicativos da taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares dos homens idosos nas 187 microrregiões do Nordeste do Brasil em 2000, a partir de indicadores das condições de vida e de vulnerabilidade dessa população, com o uso da Modelagem de Equações Estruturais. Foram traçadas as seguintes etapas metodológicas: 1) através dos microdados do Censo 2000 foram selecionados 10 indicadores para o construto exógeno condições de vida e de vulnerabilidade. Do Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde foram obtidos os óbitos das quatro principais causas básicas por doenças cardiovasculares, as quais compuseram o construto endógeno como variável desfecho; 2) análise da qualidade dos dados de mortalidade; 3) análise estatística via Modelagem de Equações Estruturais em duas etapas: ajuste do modelo de mensuração das variáveis latentes e ajuste do modelo estrutural obtido. Em virtude da multicolinearidade verificada, três indicadores foram significativos para o modelo de mensuração: anos de estudo, percentual de idosos em domicílios com banheiro/água encanada e probabilidade de sobrevivência aos 60 anos. O modelo estrutural indicou adequação de ajuste do modelo hipotetizado, o qual apresentou medida de coeficiente padronizado considerada de forte efeito e significativa (CP = 0,81, p-valor < 0,01) e coeficiente de determinação R2 = 66%. Conclui-se que o construto condições de vida e de vulnerabilidade foi fortemente associado com a mortalidade por doenças cardiovasculares de homens idosos do Nordeste do Brasil em 2000. Palavras-chave: Mortalidade. Causalidade. Doenças cardiovasculares. Idoso. Condições sociais.

ABSTRACT

The study aimed at identifying explanatory factors of the mortality rate of elderly men due to cardiovascular diseases in the 187 micro regions of Northeast Brazil, in 2000, based on indicators of life conditions and vulnerability of that population, using the Structural Equations Modeling. The following methodological steps were taken: 1) using Censo 2000’s microdata, 10 indicators were selected to the latent exogenous construct ‘life conditions and vulnerability’. Using the Information System of Mortality from the Brazilian Ministry of Health, data about deaths from the four major basic causes of cardiovascular diseases were collected, which composed the endogenous latent construct as the outcome variable; 2) qualitative analysis of mortality data; 3) statistical analysis using the Structural Equation Modeling through two phases: adjustment of the outcome variables’ measurement model and adjustment of the obtained structural model. Due to the multicollinearity observed, three indicators showed significance for the measurement model: years of study, percentage of elderly men in households with bathroom/plumbing and survival probability at 60 years of age. The structural model indicated adjustment adequacy of the model, which the measurement of standardized coefficient was considered of strong effect (SC = 0.81, p-value < 0.01) and coefficient of determination R2 = 66%. It was concluded that indicators of life conditions and vulnerability were highly associated with the mortality rate from cardiovascular diseases in elderly men from Northeast Brazil in 2000. Key-words: Mortality. Causality. Cardiovascular disease. Aged. Social conditions.

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INTRODUÇÃO

A transição epidemiológica refere-se às modificações em longo prazo dos

padrões de morbidade, invalidez e morte que caracterizam uma população específica e

que, em geral, ocorrem em conjunto com outras transformações demográficas, sociais

e econômicas e engloba a substituição, entre as primeiras causas de morte, das

doenças transmissíveis por doenças não transmissíveis e causas externas; o

deslocamento da maior carga de morbi-mortalidade dos grupos mais jovens aos grupos

mais idosos; e ainda a transformação de uma situação em que predomina a

mortalidade para outra cuja morbidade é dominante1. Existe uma estreita relação entre

os processos de transição demográfica e epidemiológica. Observa-se que a queda

inicial da mortalidade concentra-se seletivamente entre as doenças infecciosas e tende

a favorecer os segmentos jovens da população. Desse modo, modifica-se o perfil de

saúde da população, que ao invés de processos agudos que apresentam evolução

rápida através da cura ou do óbito, tornam-se predominantes as doenças crônico-

degenerativas e suas complicações.

A população composta pelo segmento de idosos é a que mais vem crescendo a

partir da transição demográfica desencadeada nos anos 1960, em toda a extensão do

país. Esse fenômeno tem sido apontado como um dos fatos demográficos mais

relevantes das últimas décadas, que, por sua vez, implica novas demandas para as

políticas sociais, de seguridade e de saúde. Têm sido apontados, como fatores

associados à menor sobrevida do idoso e consequente maior mortalidade, os de

natureza demográfica, socioeconômica, de suporte social, antecedentes de morbidade,

estilo de vida e hábitos, entre outros2-4.

Concomitantemente, têm ocorrido mudanças no quadro das causas de

mortalidade decorrentes da transição epidemiológica e, paralelamente ao

envelhecimento da população brasileira, há o aumento na proporção de óbitos de

idosos em relação aos óbitos totais. De acordo com os dados do Sistema de

Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde do Brasil5, em 1980, cerca

de 38% de todas as mortes que ocorreram no país foram de pessoas acima de 60

anos. Em 1991 e 2000, estas passaram a representar 50 e 55% do total de óbitos,

respectivamente. Entretanto, a elevação na proporção de óbitos de idosos não implica

o aumento das taxas de mortalidade deste grupo etário.

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Alguns estudos6,7 têm apontado que, de 1980 a 2000, a expectativa de vida da

população brasileira, aos 60 anos, aumentou, e que tais ganhos em termos relativos

foram maiores do que os ganhos obtidos pela população total.

As doenças cardiovasculares (DCV) representam a principal causa de morte e

de incapacidade. No mundo desenvolvido, 49% dos óbitos são devidos às DCV. Nos

países em desenvolvimento, estima-se que, em 2020, um terço (34%) de todos os

óbitos serão devidos às DCV6. No Nordeste brasileiro, a relevância dessas causas

também é notória, uma vez que cerca de 45% dos óbitos de idosos são decorrentes de

causas associadas às DCV7.

Diversos estudos têm mostrado uma estreita relação entre a mortalidade de

adultos e as condições de vida expressas através de indicadores como renda,

educação, ocupação, condições de moradia, entre outros8-10. Nesta linha de

abordagem, outros estudiosos enfocaram a relação entre a mortalidade adulta por DCV

e indicadores econômicos, como o índice de Gini e o Produto Interno Bruto per capita,

educacionais como anos de estudo ou escolaridade e sociais, como atenção médica,

serviços de saúde11-14, entre outros. A análise dessas relações tem sido explorada

através de diversos modelos explicativos em que, comumente, são aplicadas análises

de regressão, modelos multivariados e metanálise. No entanto, poucos têm aplicado a

Modelagem de Equações Estruturais (MEE), visto que, as condições de vida e a

mortalidade são usualmente expressas por variáveis latentes. Esta técnica permite o

estudo da modelagem entre construtos latentes exógenos ou independentes

explicando a associação para construtos endógenos (ou dependentes).

Essas relações têm sido enfocadas usualmente considerando-se unidades

espaciais globais como o país, regiões, estados e, por vezes, localidades. Se a

produção nesta linha de investigação é insuficiente para o Brasil, para as microrregiões

nordestinas, esta é possivelmente inexistente. Ao vácuo destas explorações, soma-se

a ausência de estudos sobre a qualidade dos eventos vitais para estas unidades

geográficas. É preciso resgatar o potencial explicativo, tanto dos registros de óbitos

como de suas causas básicas, como as DCV, bem como investigar suas relações com

as condições de vida. Apesar das deficiências, essas estatísticas são extremamente

úteis para entender as mudanças populacionais e orientar políticas de redução da

incidência de certas doenças e suas consequências na população, particularmente em

regiões com estudos incipientes como o Nordeste brasileiro.

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Neste contexto, o presente estudo teve como principal objetivo identificar,

através da Modelagem de Equações Estruturais, se a mortalidade por doenças

cardiovasculares em homens idosos na região Nordeste do Brasil está associada às

condições de vida relacionadas aos aspectos: social, econômico, demográfico ou de

saúde. Considerando-se que, na literatura existente, não foram observados estudos

relacionando a mortalidade com fatores explicativos por meio de construtos latentes, tal

lacuna justifica essa abordagem.

MÉTODO

Desenho de estudo e bases de dados

Trata-se de um desenho de estudo ecológico com corte transversal para o ano

2000 cuja unidade de análise foi a microrregião. A base que compôs os dados da

população de estudo e os indicadores de condições de vida foi montada a partir dos

registros censitários e dos microdados (resultados amostrais) do Censo 2000 do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)15. Os dados de óbitos por DCV

foram extraídos do Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde-

SIM/MS5 de acordo com quatro principais causas básicas: doenças cerebrovasculares,

doenças isquêmicas do coração, doenças hipertensivas e outras doenças

cardiovasculares, tomando por base a Classificação Internacional Estatística de

Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), informada no SIM. As

informações foram coletadas de unidades de análises formadas pelas 187

microrregiões que compõem os nove estados do Nordeste brasileiro.

Essas bases de dados foram desagregadas pelas variáveis sexo e faixas etárias

quinquenais até 85 anos, e acima disso. Calculou-se a média aritmética simples dos

óbitos para o triênio 1999/2000/2001, para evitar eventuais flutuações aleatórias dos

dados. As populações foram retroprojetadas para o meio do ano de 2000, utilizando o

Método Geométrico de Crescimento16.

Os sub-registros de óbitos foram estimados, utilizando-se o método da Equação

de Balanço do Crescimento desenvolvido por Brass17, para posterior correção dos

óbitos das microrregiões18. As Causas Mal Definidas constantes no Capítulo XVI da

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CID-10 foram redistribuídas nas correspondentes causas bem definidas, ou seja, as

DCV, através do método de Lederman, segundo Vallin19.

Após os ajustes realizados nos óbitos originais, calculou-se a Taxa de

Mortalidade Padronizada por Doenças Cardiovasculares para a população de homens

idosos (x 100 mil habitantes), considerando-se as quatro principais categorias de

causas agrupadas pelo CID-10 para cada uma das microrregiões do Nordeste.

As variáveis ou indicadores utilizados como fatores explicativos e associados à

mortalidade por DCV, nesses idosos masculinos, referentes à educação, renda e

vulnerabilidade foram: A_EST (anos de estudos), ANALF (percentual de idosos não

alfabetizados), LE_ESC (percentual de idosos que lê/escreve), RdTot (renda total

média dos idosos), A_PRV (percentual de aposentados pela previdência oficial),

A_PEN (percentual de idosos aposentados ou pensionistas) e ainda, indicadores

sintéticos demográficos e de vulnerabilidade: RPC_med (renda per capita média das

microrregiões), B_AGUA (percentual de idosos vivendo em domicílios com banheiro e

água encanada), PRB40 (probabilidade de sobrevivência até 40 anos, em 2000) e

PRB60 (probabilidade de sobrevivência até 60 anos, em 2000). Esses quatro últimos

indicadores foram selecionados do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

(ADHB)20.

Para a montagem dos bancos de dados utilizou-se o pacote estatístico PASW

Statistics 18 (SPSS Inc., Chicago, IL).

Apesar de não se tratar de estudo primário em seres humanos, o presente

trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Lauro

Wanderley-HULW, da Universidade Federal da Paraíba.

Análise estatística

Nesse estudo, utilizou-se a técnica de Modelagem de Equações Estruturais

(MEE), a qual é usada para testar a validade de modelos teóricos que definem relações

causais, hipotéticas, entre variáveis21. Essa modelagem consiste na estimação

simultânea de uma série de equações de regressão linear múltipla e possui algumas

vantagens sobre a regressão linear clássica22-24.

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A MEE utilizada neste trabalho consistiu de dois sub-modelos: 1) Modelo

estrutural (equações estruturais) que representa a relação casual entre as variáveis

exógenas e endógenas; e 2) Modelo de mensuração (equações de medida) que

estabelece como as variáveis latentes ou construtos hipotéticos são medidos por

indicadores observáveis. A significância do modelo de mensuração foi verificada pela

confiabilidade individual ou validade convergente dos coeficientes de regressão

padronizados, sendo verificada a confiabilidade para coeficientes com significância

inferior a 1% (p-valor < 0,01) e carga considerada forte (> 0,50)22-24.

Modelo teórico proposto e diagrama de caminhos

O modelo teórico a ser testado pela MEE está representado na Figura 1.1,

envolvendo a relação entre o construto ou variável latente exógena CONDVS -

Condições de vida e de vulnerabilidade (causa), estimada indiretamente pelos 10

indicadores anteriormente citados, e o construto latente endógeno TMPDC - Taxa de

mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares por 100 mil habitantes (efeito

ou desfecho) - estimada, também, indiretamente por suas quatro principais causas

básicas.

O modelo proposto especifica a trajetória de causa unidirecional, denominado

modelo recursivo (representada na caixa do lado direito superior da Figura 1.1), estima

o efeito direto do construto latente exógeno CONDVS sobre a variável endógena

TMPDC, não observada diretamente25.

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Figura 1.1 - Modelo teórico proposto usando Modelagem de Equações Estruturais e apresentação do Diagrama de Caminhos

Nota: Diagrama de Caminhos elaborado no software AMOS, versão 18. TMP: Taxa de mortalidade padronizada (x 100 mil habitantes); DCV: Doenças cardiovasculares;

Erros de medida: e1, e2, ... , e10 (indicadores) e d1, d2, d3 e d4 (causas básicas); dst (distúrbio

aleatório).

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Método de estimação

A análise da MEE foi conduzida pelo método da Máxima Verossimilhança (MV)

utilizando-se o software AMOS - Analisys of Moment Structures (v.18, SPSS Inc.,

Chicago, IL). Esta análise consistiu de duas etapas: a primeira forneceu o ajuste para o

modelo de mensuração das variáveis exógena (CONDVS) e endógena (TMPDC),

através das estimativas padronizadas ou coeficientes de regressão linear para cada um

dos construtos; e na segunda etapa, o ajuste do modelo estrutural, por meio de vários

indicadores de ajuste absoluto, relativo e parcimonioso considerados para ajuste dos

dados ao modelo proposto21-24.

Para evitar a violação dos pressupostos de normalidade multivariada, exigida na

condução do método de MV, para as variáveis ou indicadores presentes, foram

conduzidas, como auxílio ao método, 200 reamostragens (bootstraping) dos

indicadores do modelo de mensuração nas 187 microrregiões, tendo em vista que a

introdução de transformações matemáticas para as variáveis de estudo não

satisfizeram a esses pressupostos. Obtiveram-se assim, ajustes satisfatórios do

modelo final com esse procedimento22. Os resultados da modelagem, ou seja, os

coeficientes padronizados (CP) foram interpretados de acordo com Kline24, cuja

classificação requer: CP de cerca de 0,10 indicando um pequeno efeito, um CP de

cerca de 0,30 indicando um efeito médio e CP > 0,50 indicando um forte efeito.

Para um bom ajuste do modelo estrutural, foram consideradas as seguintes

Estatísticas e Índices de Qualidade de Ajuste, com respectivos valores de referência

utilizados com maior frequência em aplicações de MEE21,24:

- índices absolutos: avaliam a qualidade do modelo, porém, sem comparação com

outros modelos - função de discrepância (χ2 quanto menor melhor; p> 0,05); Qui-

quadrado normado (χ2 /gl) – valores acima de 1 até 2; erro quadrático médio de

aproximação (RMSEA), valores acima de 0,05 até 0,10; índice de qualidade de ajuste

(GFI): valores entre 0,90 e 0,95;

- índices relativos ou comparativos - avaliam a qualidade do modelo sob teste

comparando-o ao modelo de independência ( não associação entre quaisquer variáveis

manifestas) - índice de ajuste comparativo (CFI): valores acima de 0,90 até 0,95; índice

de Tukey-Lewis (TLI): valores acima de 0,90 até 0,95;

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- índices de parcimônia - obtidos pela correção dos índices relativos com um fator de

penalização associado à complexidade do modelo - parcimônia GFI (PGFI): valores

entre 0,60 e 0,80 e parcimônia CFI (PCFI): valores entre 0,60 e 0,80.

“Mapas” apresentando comportamento hierárquico para as taxas padronizadas

da mortalidade por doenças cardiovasculares pelas quatro principais causas básicas

em homens idosos do Nordeste foram construídos pelo software do DATASUS,

TabWin_versão 3.6.

RESULTADOS

A Tabela 1.1 apresenta as medidas descritivas, média e desvio padrão, para a

variável resposta ou desfecho Taxa de Mortalidade Padronizada por Doenças

Cardiovasculares-TMPDC (x 100 mil habitantes) através das quatro principais causas

básicas de morte: DCbV, DIC, DHI e ODC.

Em relação às taxas de mortalidade padronizada, observou-se uma maior taxa

média por DCbV em todas as microrregiões de oito dos nove estados nordestinos,

exceto para o Estado do Rio Grande do Norte, onde prevaleceram em média as DIC.

Em seguida, em ordem decrescente, apareceram como predominantes para os

Estados as taxas padronizadas de mortalidade por: ODC, DIC e DHI.

A Figura 1.2 permite uma visão espacial por microrregiões das taxas de

mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares pelas suas quatro principais

causas básicas.

A Figura 1.3 apresenta a análise do diagrama para o modelo teórico proposto

reespecificado, no qual constam 3 dos 10 indicadores que forneceram significância ao

ajustamento do modelo – os demais indicadores por apresentarem multicolinearidades

foram retirados - fornecendo a solução padronizada da MEE para o modelo final. Na

Figura 1.3, os resultados foram significativos para os seguintes indicadores: A_EST

(0,70), B_AGUA (0,63) e PRB60 (0,50), atendendo aos critérios da validade

convergente para o modelo de mensuração do construto exógeno CONDVS. A variável

resposta ou desfecho TMPDC também apresentou modelo de mensuração significativo

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através das quatro principais causas básicas consideradas: DCbV (0,52), DIC (0,52),

ODC (0,49) e DHI (0,44).

Observa-se ainda na Figura 1.3, que o modelo final para a mortalidade dos

idosos apresentou indicadores de ajuste no geral, com medida considerada de forte

efeito, proporcionado pelo construto latente CONDVS (CP = 0,81) e fornecendo

coeficiente de determinação do modelo explicando R2=66% da variação total do

desfecho, TMPDC.

A análise da qualidade do ajuste geral do modelo foi feita avaliando-se a

estimação da variável resposta TMPDC, através da MEE, para o modelo final

apresentado (Tabela 1.2). Os critérios para um bom ajuste do modelo, segundo Kline

(2005)24 e Marôco (2010)21, foram satisfeitos para todos os indicadores de ajustes

absoluto, relativo e de parcimônia considerados.

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Tabela 1.1 - Medidas descritivas das quatro principais causas básicas da taxa de mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares dos homens idosos nas 187 microrregiões dos Estados do nordeste (2000)

Estados Medidas TMPDC (x 100.000 hab.) (No. de microrregiões) resumo DCbV1 DIC2 ODC3 DHI4

Maranhão (21) Média 532,32 305,68 423,38 124,59 D. Padrão 217,56 111,27 199,74 65,68

Piauí (15) Média 617,86 376,17 386,98 189,24 D. Padrão 122,32 131,76 125,10 99,10

Ceará (33) Média 580,20 339,85 430,07 227,57 D. Padrão 141,58 123,75 124,08 101,31

Rio Grande do Norte (19) Média 473,29 548,86 356,53 179,89 D. Padrão 116,14 136,06 105,00 80,26

Paraíba (23) Média 551,06 376,74 525,48 127,72 D. Padrão 152,89 113,10 146,10 84,12

Pernambuco (18) Média 763,82 584,74 525,08 232,23 D. Padrão 151,90 134,02 116,33 69,80

Alagoas (13) Média 797,34 359,16 494,57 165,22 D. Padrão 180,83 106,03 143,37 76,64

Sergipe (13) Média 590,58 300,84 390,87 140,40 D. Padrão 119,91 117,33 131,00 70,65

Bahia (32) Média 528,98 316,16 421,36 150,56 D. Padrão 131,85 76,08 128,20 71,22

Fonte: Sistema de Informações Sobre Mortalidade do Ministério da Saúde - SIM/MS, Departamento de Informática do SUS (DATASUS; http://www.datasus.gov.br, ano 2000). (1) DCbV - doenças cerebrovasculares; (2) DIC - doenças isquêmicas do coração; (3) ODC - outras doenças cardiovasculares; (4) DHI - doenças hipertensivas.

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Figura 1.2 - Variação das taxas padronizadas pelas quatro principais causas básicas da mortalidade por doenças cardiovasculares dos homens idosos nas 187

microrregiões do nordeste do Brasil (2000)

Nota: Uso do software do DATASUS – TabWin, versão 3.6

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Figura 1.3 - Modelagem de Equações Estruturais – Estimativa padronizada para o Modelo Final

CP: coeficiente padronizado (Forte efeito, CP > 0,50); **correlações significativas, valor p < 0,01; R2: coeficiente de determinação múltiplo; TMP: Taxa de mortalidade padronizada (x100 mil habs.) Erros de medida: e1, e8 e e10 (indicadores) e d1, d2, d3 e d4 (causas básicas); dst (distúrbio aleatório).

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Tabela 1.2 - Indicadores de ajuste da MEE para modelagem da mortalidade por doenças cardiovasculares dos homens idosos nas 187 microrregiões do nordeste do Brasil (2000)

Indicador de ajuste

Critérios para bom

ajuste do modelo

(Marôco 21 e Kline 24)

Modelo final

TMPDC

Ajuste absoluto:

Função de discrepância: χχχχ2 (valor p) - 25,982 (0,026*)

Qui-quadrado normado (χ2/gl) valor entre 1 e 2 25,982/14=1,856

GFI (índice de qualidade de ajuste) acima de 0,90 0,962

RMSEA (raiz média quadrática dos

erros de aproximação)

entre (0,05; 0,10]

p(Ho: rmsea≤0,05)

0,068

p-valor = 0,212

Ajuste relativo:

CFI (índice de ajuste comparativo) acima de 0,90 0,936

TLI (índice de Tukey-Lewis) acima de 0,90 0,903

Ajuste parcimonioso:

PGFI (parcimônia do GFI) entre: (0,60; 0,80] 0,641

PCFI (parcimônia do CFI) entre: (0,60; 0,80] 0,624

TMPDC - taxa de mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares (x100.000 hab); (*) valor p > 0,01 indica ajuste global do modelo, ao nível de 1% de significância.

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DISCUSSÃO

As doenças cardiovasculares no Nordeste, como nas populações em geral,

constituem-se na maior causa da mortalidade dos idosos, colocando em destaque a

importância da averiguação de sua associação com indicadores de condições de vida e

de saúde. Os níveis para os Estados do Nordeste ficaram abaixo, quando comparados

com os do Brasil26. Dentre as DCV, destacaram-se as DCbV e as DIC. No Brasil, a

mortalidade por DCV foi maior nos homens no ano 20006. Nestes, o risco de morte por

DIC e DCbV foi próximo. Para os idosos, as DCbV mataram mais que as DIC26,27. As

microrregiões dos Estados com valores mais acentuados, no geral, ficaram com

Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Ceará, em ordem decrescente. Os mais baixos

ficaram com o Maranhão.

Sabe-se que a qualidade dos registros dos óbitos do Nordeste apresenta

problemas26. É preciso levar em conta que, embora não seja uma tarefa fácil,

procuraram-se corrigir os níveis de mortalidade por DCV das microrregiões por meio de

estimativas dos sub-registros de óbitos e, ainda, redistribuindo-se as causas mal

definidas pelas definidas. Este esforço seguiu os passos metodológicos traçados por

Paes e Gouveia28. Embora possam persistir erros nas estimativas, admite-se que as

correções realizadas produziram níveis bastante plausíveis de mortalidade para as

causas investigadas.

No Brasil, em 2000, mais da metade dos óbitos de idosos foi causada por

doenças relacionadas ao aparelho circulatório, corroborando os achados de que

indivíduos com mais de 60 anos apresentam óbitos predominantemente relacionados

com as doenças crônicas degenerativas6.

A modelagem final pela MEE para a taxa de mortalidade dos idosos por DCV

apresentou índices de bom ajuste do modelo. Os resultados do modelo sugerem uma

forte associação do construto exógeno condições de vida - composto pelos indicadores

anos de estudo dos homens idosos, percentual de idosos em domicílios com

banheiro/água encanada e probabilidade de sobrevivência aos 60 anos, com a taxa de

mortalidade por doenças cardiovasculares dos homens idosos da região Nordeste em

2000. A importância desses indicadores é corroborada por outros estudos que

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ressaltam a importância expressa pela educação, condições econômicas e

envelhecimento com ganhos em anos de vida11.

A discussão sobre a questão da relação entre o status de saúde de uma

sociedade e indicadores que expressam as condições de vida tem-se mostrado

recorrente e atual, haja vista a diversidade de abordagem dos trabalhos encontrados

na literatura internacional10,14,29-32. No Brasil, esse tema também tem despertado a

atenção de estudiosos, principalmente a partir do final dos anos 1990, quando os

sistemas de informações sobre mortalidade melhoraram a qualidade dos seus dados

permitindo investigações mais acuradas das relações entre mortalidade e indicadores

socioeconômicos11-13,33-35.

Nas duas últimas décadas, tem crescido a produção de estudos que passaram a

incluir, nos modelos explicativos, variáveis de cunho mais social, como as condições de

vida e em particular a educação. A atenção dos estudiosos desta temática tem-se

voltado para o papel das desigualdades sociais, principalmente da desigualdade

educacional, gerada pelas distorções na distribuição do capital humano, especialmente

nos países pobres ou em desenvolvimento, cujos sistemas educacionais são

ineficientes e dificultam o acesso da população mais desprovida de recursos materiais

à educação de qualidade, como as microrregiões do Nordeste brasileiro. Alguns

estudos realizados no Brasil e em outros países comprovam que a desigualdade

educacional é mais perniciosa porque tem efeito direto sobre a adoção de hábitos de

vida saudável que minimizam os efeitos dos fatores de risco das doenças

cardiovasculares13,30,34-35.

Um estudo realizado com o uso da metanálise sobre trabalhos publicados na

literatura9 chegou a conclusões que corroboram as hipóteses de que a educação e as

condições econômicas - que propiciam a aquisição de bens de serviços como o

saneamento básico - têm importante papel na determinação do padrão de saúde das

pessoas, identificando fatores comuns que potencializam os benefícios da educação e

dos recursos econômicos sobre a saúde. Os autores, baseados em suas análises,

concluem que pessoas com melhor aporte educacional, além de outras implicações,

são mais capazes de recorrer aos avanços tecnológicos da medicina e tendem a levar

uma vida mais saudável, repercutindo favoravelmente na saúde individual e coletiva.

Não é, portanto, nenhuma novidade que o indicador anos de estudo dos homens

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idosos, tenha se revelado um importante fator potencializador para expressar as

condições de vida, associado com a mortalidade por DCV. No entanto, é esclarecedor

que este indicador se tenha revelado como um importante fator com esta mortalidade,

para uma região marcada por desigualdades regionais de desenvolvimento,

evidenciando, desta maneira, a qualidade satisfatória dos registros de óbitos

trabalhados aqui. Por sua vez, o envelhecimento, expresso pelo indicador

probabilidade de sobrevivência, revelou-se como uma variável explicativa com

potencial de regular as variações da mortalidade dos idosos das microrregiões do

Nordeste.

Desta forma, os estudos realizados no Brasil que relacionam a mortalidade por

DCV com variáveis socioeconômicas revelam uma concordância com os resultados

deste trabalho, no que tange ao papel destes indicadores latentes das condições de

vida, como determinante da mortalidade por DCV. É preciso, pois, levar em conta estas

variáveis como potenciais variáveis explicativas na elaboração de propostas de

intervenção ao idoso no Brasil, em particular no nordeste.

CONCLUSÃO

O presente estudo pode ser considerado como pioneiro nas análises sobre a

MEE, para fatores de condições de vida e de vulnerabilidade explicativos da

mortalidade por DCV de homens idosos no país. Neste estudo, foram apontadas

distintas realidades através dos microdados do Censo 2000, fonte esta que

disponibiliza o menor nível de desagregação possível nas estatísticas brasileiras, o que

permitiu traçar um panorama regional das principais causas da mortalidade por DCV

nos idosos. A proximidade da obtenção dos novos microdados do Censo 2010

possibilitará a atualização e comparação com os resultados obtidos neste estudo,

usando-se o mesmo procedimento metodológico. Isto permitirá analisar o impacto dos

fatores de condições de vida nessa população nordestina, uma vez que foram

intensificadas as ações de atenção à saúde do idoso, ampliados pelos benefícios

sociais para os demais membros da família que se utilizavam da renda do idoso,

concedido o benefício assistencial da previdência social para o segundo idoso da casa,

- o que era antes permitido para apenas um dos idosos, e ampliada a cobertura da

atenção básica em saúde. Essas mudanças provavelmente causarão impactos sobre

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as condições de vida do idoso, de maneira geral, e desta forma, novos aportes poderão

ser revelados, agregando um olhar mais amplo da realidade nacional e regional.

REFERÊNCIAS

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2. Psaty BM, Furberg CD, Kuller LH, Cushman M, Savage PJ, Levine D, et al. Association between blood pressure level and the risk of myocardial infarction, stroke and total mortality: the cardiovascular health study. Arch Intern Med 2001; 161(9): 1183-92.

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6 COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E CONCLUSÕES

É notório que a região Nordeste tem sido historicamente marcada por uma

trajetória de descompasso na dinâmica da mortalidade e em seus indicadores sociais e

econômicos, em relação às demais regiões do país. Mais recentemente, segundo

Paes25 a região tem passado por mudanças importantes nos seus níveis, padrões

etários, tendências da mortalidade e modificado a estrutura epidemiológica das causas

de morte.

Apesar do ritmo diferenciado, comparado ao restante do País, a população do

Nordeste também vem passando por um processo de envelhecimento sem

precedentes, e em decorrência a doença cardiovascular vem assumindo um papel

cada vez mais destacado. Diante do volume crescente de idosos na população, os

fatores que expressam as condições de vida e de saúde são determinantes e

intervenientes na dinâmica da mortalidade dessa população.

Para se estudarem os padrões etários das mortes e a composição das causas

de morte, no entanto, é necessário que se disponha de uma qualidade de registros

vitais confiável. Esta exigência se revela como um entrave, ao se tratar da região

Nordeste, a qual historicamente tem apresentado elevado percentual de causas de

óbitos, sem especificação da doença ou outra causa que levou o indivíduo ao óbito e

de acentuados sub-registros de óbitos. Some-se a estes entraves, a inexistência de

estudos que abordem as desigualdades sociais e econômicas da mortalidade no

Nordeste, desagregadas ao nível microrregional.

Considerando-se a necessidade e importância do conhecimento dos diferenciais

demográficos e epidemiológicos da mortalidade e o uso do espaço geográfico no

tempo para a apreensão das desigualdades em saúde, buscou-se inicialmente

identificar fatores que expressam as condições de vida da população nordestina do

Brasil que estariam associados à mortalidade dos idosos desta região. Para tanto,

adotou-se, como marco teórico, a dinâmica da transição demográfica e epidemiológica

vivenciada no Nordeste, durante as últimas décadas.

Durante o desenvolvimento da pesquisa, alterações no projeto inicial foram

conduzidas em virtude de dificuldades surgidas quanto às metas propostas, ou seja, os

desafios foram maiores do que se supôs inicialmente. Primeiramente, defrontou-se com

uma enorme massa de dados, ao ter que se considerar, em uma primeira etapa, a

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composição de 1.787 municípios, em 187 microrregiões, que por sua vez, foram

agregadas em 42 mesorregiões, diferenciadas por sexo e faixas etárias quinquenais da

população idosa (60 anos e mais). Outra base com as mesmas desagregações teve

que ser montada para os indicadores sociais, econômicos, demográficos e de saúde

considerados na pesquisa. Durante a execução desta pesquisa foram disponibilizados

os resultados do Censo Demográfico de 2010. Desta forma, pareceu oportuno proceder

a estudos comparativos com o ano 2000 e não se restringir a este ano conforme

originalmente previsto.

Diante das inúmeras dificuldades na montagem dessas bases, da complexidade

da inter-relação entre as variáveis do estudo, da alteração do foco temporal para os

anos 2000 e 2010, e considerando-se o estudo inédito da qualidade dos registros de

óbitos das unidades espaciais investigadas, foram redirecionadas as metas da

pesquisa, ao reduzir-se o número de causas de óbitos a serem estudadas, focando

exclusivamente nas doenças cardiovasculares.

Pela natureza, escopo e traçado da pesquisa, preservou-se a proposta original

de multidisciplinaridade deste estudo, ao articular as áreas do conhecimento da

Demografia, Estatística, Geografia, Epidemiologia e Saúde Pública.

Desta forma, o objetivo central desta pesquisa foi reformulado, passando a avaliar

a associação da mortalidade por doenças cardiovasculares dos idosos com fatores que

expressam as condições de vida da população do Nordeste do Brasil no período 2000-

2010.

Considerando-se que este trabalho se tratou de um desenho de estudo

‘ecológico’, em que microrregiões e mesorregiões do Nordeste brasileiro foram

consideradas como níveis de espacialidade para os dados de mortalidade e dos

indicadores de condições de vida dos idosos, foram readequadas certas suposições e

restrições sobre o uso dos métodos e técnicas estatísticas multivariadas utilizadas para

o tratamento estatístico dos dados.

O nível de espacialidade considerado impôs certas limitações na interpretação

dos resultados obtidos pelas técnicas estatísticas multivariadas, como o número de

unidades geográficas, requerendo, para futuros estudos sobre este tema, níveis de

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desagregação ainda menores para uma maior fidedignidade dos resultados a serem

alcançados.

Apesar das limitações, considera-se que os resultados obtidos sirvam ou

contribuam para dar subsídios à tomada de decisões dos gestores da área de saúde

das três esferas públicas, em todos os seus níveis e que os façam refletir sobre a

melhoria das condições de vida e atendimento da saúde das populações em questão.

Os testes realizados, a partir da abordagem de Modelagem de Equações

Estruturais, técnica estatística multivariada, empregada a partir das relações lineares

consideradas entre os indicadores de condições de vida e as causas básicas da

mortalidade por DCV para os idosos, evidenciaram significância entre essas relações,

apesar das restrições colocadas. Ressalta-se, ainda, o ineditismo de sua aplicação

para o Nordeste, bem como em todo o País.

O interesse pelo presente estudo surgiu da participação deste autor como

pesquisador colaborador em alguns projetos de pesquisas, na linha de mortalidade,

desenvolvidos no Laboratório de Estudos Demográficos – LED do Departamento de

Estatística do Centro de Ciências Exatas - CCEN/UFPB, sob a responsabilidade do

Prof. Dr. Neir Antunes Paes, orientador proponente desta tese. Este envolvimento

propiciou a obtenção de título de especialista em Demografia em Curso de pós-

graduação realizado no Departamento de Estatística do CCET/UFRN-Natal, biênio

2004/2005.

A colaboração junto ao LED propiciou a apresentação e confecção de trabalhos

em coautorias em Encontros, Simpósios e Congressos, nos níveis regional, nacional e

internacional, como os promovidos por associações acadêmicas como a Associação

Brasileira de Estatística – ABE, Associação Brasileira de Estudos Populacionais -

ABEP, Região Brasileira da Sociedade Internacional de Biometria - RBRAS,

Associação Latino Americana de Sociologia – ALAS, Sociedade Latino Americana de

Estatística - SLAE e Demographic Analysis and Research International Workshop -

DARIW. As comprovações e informações relativas às participações nestes eventos

encontram-se no Anexo III.

Como docente e pesquisador das áreas de estatística e demografia, junto ao

Departamento de Estatística da UFPB, pretende-se dar continuidade na orientação de

alunos de graduação em monografias e pesquisas de estágio. Com a conclusão do

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doutorado em Ciências da Saúde – área de Saúde Coletiva espera-se o convite para

ingresso no Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde, do

Departamento de Estatística-CCEN/UFPB, contribuindo para o ensino e orientação de

pós-graduandos deste programa.

O desenvolvimento da pesquisa viabilizou o conhecimento de como é rico e

desafiador o exercício da atividade de pesquisa. Os desdobramentos deste estudo

promoveram estudos que superaram os objetivos do projeto inicial. Deste modo, tem-

se, como meta, ampliar e consolidar as atividades de ensino e de pesquisa a partir das

atividades desenvolvidas no presente estudo e aprimorar as funções desempenhadas

como professor universitário.

Outrossim, frente às dificuldades enfrentadas, este estudo buscou contribuir para

o aprofundamento e a discussão dessa temática para o Nordeste, cuja abordagem

extrapolou a proposta inicial. Espera-se, assim, ter contribuído tanto para promover o

enriquecimento no conhecimento acerca das especificidades da pesquisa sobre as

condições de vida e da mortalidade por doenças cardiovasculares dos idosos na região

Nordeste, como estimular a investigação e o desenvolvimento de abordagens que

possam facilitar pesquisas posteriores.

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48

7. REFERÊNCIAS

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8. APÊNDICES

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APÊNDICE I

8.1. Artigos Submetidos em Fase de Avaliação

8.1.1. Artigo 2 - Revista Brasileira de Estudos de População

MODELAGEM DE EQUAÇÕES ESTRUTURAIS: CONTRIBUIÇÃO METODOLÓGICA PARA O ESTUDO DA MORTALIDADE NO BRASIL Structural equation modeling: methodological contribution to the study of mortality in Brazil

Autores: Professor Jozemar Pereira dos Santos Departamento de Estatística da Universidade Federal da Paraíba, PB, Brasil. Doutorando em Ciências da Saúde. UFRN, Natal, RN, Brasil. Participação: Concepção e Projeto; coleta de dados; análise e interpretação de dados; e elaboraçao do artigo Professor Neir Antunes Paes (orientador) Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil. Participação: Análise e interpretação dos dados; revisão crítica de importante conteúdo intelectual; e aprovação final para a versão a ser publicada. Conflito de interesse: Não existe conflito de interesse por parte dos autores.

Resumo Objetivou-se avaliar o potencial da modelagem de equações estruturais, como método

de análise relacional, para modelar a mortalidade por doenças cardiovasculares das

mulheres idosas do Nordeste do Brasil, em 2000. Foi efetuado um estudo ecológico

para as 187 microrregiões nordestinas. Dois modelos foram comparados com a

variável desfecho Taxa de mortalidade por DCV sendo observada diretamente no

modelo-1 e estimada por quatro principais causas básicas no modelo-2. A Modelagem

de Equações Estruturais apontou melhores ajustes para o modelo final-1, com

significância do modelo de mensuração para os indicadores - anos de estudo,

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percentual de idosas em domicílios com banheiro/água encanada e probabilidade de

sobrevivência aos 60 anos e fornecendo bom ajuste do modelo estrutural.

Análise Fatorial. Causalidade. Condições de Vida. Doenças Cardiovasculares. Idosa.

Mortalidade.

Abstract

The study aimed at evaluating the potential of structural equation modeling as a

relational analysis method to model the mortality of elderly women due to

cardiovascular diseases (CVDs) in the northeast of Brazil in 2000. An ecological study

was carried out in 187 northeastern micro regions. Two models were compared and the

outcome variable Mortality Rate due to CVD was directly observed in model-1 and

estimated by four major underlying causes in model-2.The Structure Equations

Modeling showed better adjustments to final model-1, with significance in the

measurement model for the indicators - Years of study, Percentage of elderly women

living in homes with bathroom and water supply, Probability of Living to 60 years old -

and providing good adjustment through fit indicators of the structural model.

Factor Analysis. Causality. Social Conditions. Cardiovascular Disease. Elderly Woman.

Mortality.

Introdução

A população idosa é o contingente que mais vem crescendo no Brasil a partir do

processo da transição demográfica intensificada a partir dos anos 80,

concomitantemente com mudanças do perfil das causas de mortalidade decorrentes do

envelhecimento da população.

Em 1980, os idosos representavam 6,1% da população e, nos anos 90, a faixa

etária de 60 anos e mais apresentou um ritmo de crescimento de 3,4% ao ano, em

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contraste com um crescimento de apenas 1,6% ao ano da população total. Em 2000,

os idosos passaram para 8,6% do total populacional (IBGE, 2008)b.

Nos anos de 1991 e 2000, as mortes de pessoas idosas passaram a

representar, respectivamente, 50% e 55% do total de óbitos. Entretanto, a elevação na

proporção de óbitos de idosos não implica o aumento das taxas de mortalidade deste

grupo etário1,2. No período de 1980 a 2000, a esperança de vida da população

brasileira aos 60 anos aumentou e tais ganhos, em termos relativos, foram maiores do

que os ganhos obtidos pela população total1,2. De acordo com MS-IDB (2003)c, na

composição por sexo, as mulheres são maioria entre os idosos, atingindo cerca de

52,7% em 1980; e 55,1% em 2000. Não obstante, neste último ano, no Nordeste, este

percentual foi de 54,6%.

Com o envelhecimento da população, destaca-se a importância de se averiguar

os determinantes e a associação da mortalidade da população idosa com indicadores

de condições de vida e de saúde, bem como as mudanças no perfil da mortalidade por

causas. As doenças cardiovasculares (DCV) representam, no mundo, a principal causa

de morte e de incapacidade. Segundo Costa (2004)3, no mundo desenvolvido, 49% dos

óbitos são devidos às DCV. Nos países em desenvolvimento, estima-se que, em 2020,

um terço (34%) de todos os óbitos serão devidos às DCV.

Nesse contexto, o que se observa na literatura brasileira é uma carência de

estudos sobre os determinantes da mortalidade dos idosos. Essa carência é ainda

maior quando se considera o Nordeste brasileiro. Em estudo prévio, Santos e Paes

(2013)4 buscou suprir essa carência investigando a associação da mortalidade por

doenças cardiovasculares, com as condições de vida e de vulnerabilidade em homens

idosos do Nordeste, fazendo uso da técnica estatística multivariada denominada

Modelagem de Equações Estruturais. Ampliando essa discussão, foram confrontadas

duas situações através de dois modelos de equações estruturais. Objetivou-se, neste

trabalho, avaliar o potencial da modelagem de equações estruturais como método de

b Fundação IBGE. Dados Básicos do Censo Demográfico 2000. Site disponível na internet:

ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2000/Dados_do_Universo/Unidades_da_Federacao/

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análise relacional para modelar a mortalidade por DCV das mulheres idosas do

Nordeste brasileiro, em 2000.

Métodos

Desenho de estudo e Bases de dados

Adotou-se um desenho de estudo ecológico com corte transversal para o ano

2000, utilizando, como unidades espaciais, o aglomerado formado pelas microrregiões

dos nove Estados da região Nordeste, totalizando 187 microrregiões, para um conjunto

de indicadores das condições de vida e de vulnerabilidade explicativos das principais

causas da mortalidade por DCV das idosas dessas regiões. As informações

necessárias foram extraídas do Censo Demográfico de 2000.

Os dados populacionais foram obtidos através do Censo Demográfico do IBGE -

2000 (Fundação IBGE, 2008)a. As populações foram retroprojetadas para o meio do

ano de 2000, utilizando-se o Método Geométrico de Crescimento5. As informações

sobre mortalidade foram extraídas do Sistema de Informação de Mortalidade do

Ministério da Saúde – SIM/MSd. Para evitar possíveis flutuações aleatórias dos dados,

calculou-se a média aritmética simples dos óbitos no triênio 1999-2001, para

representar o ano 2000.

Os óbitos das quatro principais causas básicas (doenças isquêmicas do coração,

doenças cerebrovasculares, doenças hipertensivas e outras doenças cardiovasculares)

do capítulo DCV foram classificadas de acordo com a CID-10, fornecidos pelo SIM-MS.

As informações levantadas foram desagregadas para a mulher idosa e classificadas

por faixas etárias quinquenais, a partir dos 60 anos até 85 anos e mais.

A qualidade dos dados foi tratada, através dos sub-registros de óbitos, sendo

utilizado o método da Equação de Balanço do Crescimento de Brass6 para a correção

dos níveis de cobertura dos óbitos, de acordo com as estimativas obtidas por Paes7

para as mesorregiões. Estas estimativas foram atribuídas, como proxy, para as

correspondentes microrregiões pertencentes a essas mesorregiões8. Para o tratamento

d Ministério da Saúde - Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM. Disponível na internet via http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2008/matriz.htm#mort. (acessado em Fev/2008).

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das Causas Mal Definidas constantes no Capítulo XVI (Sintomas, sinais e achados

anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parte) da

CID-10, foi utilizado o método de Lederman9, o qual consiste na redistribuição de

causas de morte mal definidas em causas bem definidas – neste caso as DCV – com

uso da técnica de regressão linear simples. Esse procedimento permite redistribuir as

causas de morte definidas “esperadas”.

Após a distribuição das causas mal definidas, nas causas definidas de interesse,

calculou-se os seguintes indicadores para as mulheres idosas: Taxa de Mortalidade

Padronizada para a População Idosa – TMPI, e a Taxa de Mortalidade Padronizada

para População Idosa pelas principais causas básicas das doenças cardiovasculares –

TMPDC (x 100.000 hab.).

Em seguida, depois de uma exploração preliminar da base dos microdados do

censo demográfico 2000, selecionou-se seis indicadores de educação, renda e de

vulnerabilidade, referentes à população idosa de 60 anos e mais. Esses indicadores

foram construídos a partir da expansão dos microdados do Censo 2000 para toda a

população censitária. Adicionalmente, após explorações preliminares no Atlas de

Desenvolvimento Humano do Brasil – ADHB (2003)e extraiu-se quatro indicadores

sintéticos demográficos e de vulnerabilidade. Portanto, escolheu-se dez indicadores

para a investigação explicativa e associativa da mortalidade das idosas.

Os indicadores foram assim definidos e rotulados: A_EST (Anos de estudos),

ANALF (percentual de idosas não alfabetizadas), LE_ESC (percentual de idosas que

Lê/Escreve), RdTot (Renda total média das idosas), A_PRV (percentual de

aposentadas pela previdência oficial), A_PEN (percentual de idosas aposentadas ou

pensionistas), diretamente dos microdados do censo 2000-IBGE e RPC_med (Renda

per capita média das microrregiões), B_AGUA (percentual de idosas vivendo em

domicílios com banheiro e água encanada), PRB40 (Probabilidade de sobrevivência

até 40 anos, 2000), e PRB60 (Probabilidade de sobrevivência até 60 anos, 2000),

extraídos do ADHB (2003)d, indicadores esses com correlações lineares significativas

com a taxa de mortalidade padronizada das idosas, TMPDC (x 100.000 hab.).

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Usou-se os seguintes programas computacionais: TabWin 3.6 (DATASUS,

MS/Brasil) - programa computacional usado para tabulação de dados e gerenciamento

de mapas; Microsoft Excel 2007 - planilha eletrônica usada para informações sobre a

mortalidade por doenças cardiovasculares de acordo com CID-10, obtidos a partir do

sistema SIM-MS e desagregadas por sexo e idade; PASW Statistics 18 (SPSS Inc.,

Chicago, USA) - pacote estatístico usado para análise exploratória dos microdados do

censo 2000 – IBGE e obtenção dos indicadores socioeconômicos ou de condições de

vida da população de estudo; e, AMOS 18.0 (SPSS Inc., Chicago, USA) - programa

computacional usado para a análise estatística final sobre a modelagem de equações

estruturais (MEE).

Análise Estatística

• Modelagem de Equações Estruturais (MEE)

A Modelagem de Equações Estruturais (Structural Equation Modeling) resulta na

estimação simultânea de uma série de equações de regressão linear múltipla e possui

algumas vantagens sobre a regressão linear clássica. Com base em uma teoria, um

modelo hipotético proposto é testado para verificar a existência de relação linear entre

uma ou mais variáveis explanatórias para uma ou mais variáveis resposta ou

desfecho10,11,12.

Essa modelagem consiste em dois submodelos:

1) Modelo estrutural (equações estruturais) que representa a relação causal

entre as variáveis exógenas (ξ) e endógenas (η)

η ξ η ς= Γ ⋅ + Λ ⋅ + Eq. (2.1)

Onde: (Γ, Λ) são as matrizes dos coeficientes de regressão (Γ, Λ) e (ς) o

vetor dos erros de medidas no modelo estrutural.

2) Modelo de mensuração (equações de medida) que estabelece como as

variáveis latentes ou construtos hipotéticos são medidos por indicadores

observáveis X e Y.

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xX ξ ε= Λ ⋅ + Eq. (2.2)

yY η δ= Λ ⋅ + Eq. (2.3)

Onde: (Λx, Λy) são matrizes dos coeficientes de regressão e (ε, δ) os vetores

dos erros de medidas no modelo de mensuração.

• Modelo teórico e Diagrama de caminhos

O modelo teórico a ser testado pela MEE está representado na Figura 2.1, o

qual é expresso por: CONDVS (condições de vida e vulnerabilidade) → TMPDC (Taxa

de mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares das idosas), sendo a

variável resposta diretamente observada (Modelo 1) e não diretamente observada

(Modelo 2); e a variável explanatória CONDVS um construto ou variável latente

exógena (não diretamente observada). O modelo proposto especifica causa de uma

direção, denominado modelo recursivo, e estima o efeito direto do construto latente

exógeno CONDVS sobre a variável endógena TMPDC.

Para validação do(s) modelo(s) de mensuração na modelagem proposta, levou-

se em conta a validade de conteúdo caracterizada pela confiabilidade, validade

convergente e validade discriminante. O modelo de equações estruturais inclui ambas

variáveis diretamente observadas e não diretamente observadas, conhecida como

variáveis latentes ou construtos. Entende-se que uma boa variável latente apresenta

validade convergente, mostrando que seus indicadores medem o mesmo construto por

meio de suas cargas fatoriais, que devem ser superiores a 0,40 e significativas11. A

validade discriminante ocorre se as correlações entre os indicadores não forem

excessivamente elevados (> 0,85), uma vez que cada indicador deve medir um aspecto

distinto do construto12, ou seja, os indicadores não devem ser multicolineares.

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Figura 2.1 - Modelo teórico proposto testado usando Modelagem de Equações Estruturais e apresentação do Diagrama de Caminhos

Nota: Elaboração própria (Diagrama de Caminhos elaborado no software AMOS, versão 18) LEGENDA: Ind1, . . . , Ind10: Indicadores de condições de vida e de vulnerabilidade. DCbV: doenças cerebrovasculares; DIC: doenças isquêmicas do coração; DHI: doenças hipertensivas e ODC: outras doenças cardiovasculares. Erros de medidas: e1, e2, e3, . . ., e10 (Indicadores) e d1, d2, d3, d4 (causas básicas)

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As análises de confiabilidade dos construtos, validade convergente e validade

discriminante realizaram-se por meio da técnica de Análise Fatorial Confirmatória, que

utiliza as relações entre as variáveis observadas ou indicadoras (correlações ou

covariâncias). Para essa análise, utilizou-se a base total de dados, formada pelas 187

microrregiões, com o uso do software AMOS® 18.0 e aplicação do Método da Máxima

Verossimilhança.

• Método de Estimação

O Método da Máxima Verossimilhança (MV) foi usado para a modelagem da

MEE, por ser um método robusto, sendo o modelo final proposto considerado

parcimonioso, com número pequeno de parâmetros estimados. O método de MV

requer os pressupostos de normalidade multivariada das variáveis indicadoras ou

manifestas. Transformações matemáticas foram conduzidas para as variáveis

indicadoras no modelo de mensuração para auxílio a não violação dos pressupostos da

normalidade multivariada requerida na aplicação do método de MV. Interpretou-se os

coeficientes de regressão padronizados (CP) de acordo com Kline12, em que um CP de

cerca de 0,10 indica um pequeno efeito, enquanto um CP de cerca de 0,30 indica um

efeito médio e, finalmente, um CP > 0,50 indica um forte efeito.

Considerou-se os indicadores de ajuste absoluto, comparativo e parcimonioso

para ajuste dos dados ao modelo proposto. Dentre os principais indicadores,

destacaram-se: - índices absolutos: avaliam a qualidade do modelo, porém, sem

comparação com outros modelos - função de discrepância (χ2 quanto menor melhor; p>

0,05); Qui-quadrado normado (χ2 /gl) – valores acima de 1 até 2; erro quadrático médio

de aproximação (RMSEA), valores acima de 0,05 até 0,10; índice de qualidade de

ajuste (GFI): valores entre 0,90 e 0,95; e o AGFI (índice ajustado do GFI)

- índices relativos ou comparativos - avaliam a qualidade do modelo sob teste

comparando-o ao modelo de independência: não associação entre quaisquer variáveis

manifestas) - índice de ajuste normalizado (NFI): valores acima de 0,90 até 0,95; índice

de Tukey-Lewis (TLI): valores acima de 0,90 até 0,95;

Este projeto de estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do

Hospital Universitário Lauro Wanderley-HULW, da Universidade Federal da Paraíba.

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Resultados

Observou-se, na região Nordeste, uma taxa padronizada da mortalidade por

doenças cardiovasculares (TMPDC) para as mulheres idosas variando de 1014,39 a

1552,38 (x 100.000 hab.), conforme mostra a Tabela 2.1. Verificou-se a menor taxa de

mortalidade por DCV nas microrregiões do estado do Maranhão, enquanto que a maior

taxa ocorreu nas microrregiões do estado de Pernambuco.

Em relação às taxas padronizadas pelas quatro principais causas básicas da

mortalidade por DVC, nas mulheres idosas do Nordeste (Tabela 2.1), observou-se uma

maior taxa média por DCbV – doenças cerebrovasculares – em todas as microrregiões

dos noves estados nordestinos. Em seguida, em ordem decrescente, apareceram,

como predominantes, as taxas padronizadas de mortalidade: ODC – outras doenças

circulatórias, DIC – doenças isquêmicas do coração e DHI – doenças hipertensivas.

Estimou-se a variação espacial da taxa padronizada de mortalidade por DCV

para as mulheres idosas nas microrregiões do Nordeste para as quatro principais

causas básicas. A causa de mortalidade por DCbV destacou-se em comparação às

outras três causas de mortalidade, conforme ilustram os “mapas” construídos pelo

software TabWin_3.6 do DATASUS (Figura 2.1).

A análise de caminho do modelo teórico proposto pela MEE, para a mortalidade

das idosas por DCV, foi realizada separadamente, considerando-se dois modelos:

Modelo 1: a variável desfecho TMPDC (observada); e Modelo 2: a variável desfecho

TMPDC (não observada), sendo estimada pelos três principais grupos de causas DIC:

doenças isquêmicas do coração, DCbV: doenças cerebrovasculares e ODC: outras

doenças circulatórias. A causa básica DHI não apresentou significância e foi retirada da

modelagem. A Tabela 2.2 apresenta o modelo hipotético ajustado aos dados, sendo

que, no Modelo Final-1, o modelo de mensuração final foi formado por três variáveis

indicadoras significantes referentes ao construto exógeno CONDVS; e, no Modelo

Final-2, visualizam-se os modelos de mensuração do construto exógeno CONDVS e da

variável desfecho TMPDC.

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A solução da análise fatorial confirmatória (AFC), através da análise de

caminhos, apresentou validade convergente e discriminante para os modelos finais 1 e

2, na modelagem MEE (ver rodapé da Tabela 2.2).

No Modelo Final 1, descreveu-se o construto CONDVS (condições de vida e

vulnerabilidade), por meio dos três indicadores observados A_EST: Anos de estudos

dos idosos, B_AGUA: Percentual de idosas em domicílios com banheiro e água

encanada e PRB60: Probabilidade de sobrevivência aos 60 anos e o modelo estrutural

e o modelo estrutural apresentou medida de efeito direto ou o coeficiente padronizado

CP = 0,540, considerado forte efeito, para explicação da variável desfecho observada

TMPDC.

Analogamente, para o Modelo Final-2, o construto CONDVS foi descrito pelos

mesmos três indicadores observados A_EST, B_AGUA e, PRB60, apresentando

medida de efeito direto ou o coeficiente padronizado CP = 0,747, considerado forte

efeito, para explicação da variável desfecho não observada TMPDC, a qual foi

estimada a partir das três principais causas básicas da mortalidade por doenças

cardiovasculares: DIC, DCbV e ODC. (Tabela 2.2).

A análise da qualidade do ajuste geral dos modelos foi feita a partir da

comparação dos parâmetros estimados da variável resposta TMPDC, através da

modelagem de equações estruturais (MEE) pelos dois modelos finais – Modelo Final-1

(observado) e Modelo Final-2 (não observado) – apresentados (Tabela 2.3),

considerando para cada um dos modelos os dados de entrada, a partir da aplicação da

Matriz de Covariâncias, respectivamente.

A partir da análise de caminhos pela MEE, a Tabela 2.3 apresenta alguns

indicadores de ajuste absoluto, parcimonioso, comparativo e explicativo para cada um

dos modelos finais obtidos, considerando a variável desfecho TMPDC.

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Figura 2.2 - Taxas padronizadas das quatro principais causas básicas da mortalidade por doenças cardiovasculares das mulheres idosas nas 187 microrregiões do nordeste

do Brasil (2000).

Fonte: Elaboração própria (Uso do Software do DATASUS TabWin- versão 3.6)

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Tabela 2.1 - Medidas descritivas da taxa de mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares (TMPDC) e de suas quatro principais causas básicas para as mulheres idosas das microrregiões dos Estados do nordeste (2000).

Estados Medidas Estimativa da TMPDC (x 100.000 hab.)

(Microrregiões) Resumo TMPDC* TMP_DCbV† TMP_DHI‡ TMP_DIC§ TMP_ODC//

Maranhão (21) Média 1014,39 446,21 109,76 188,14 269,62

D. Padrão 378,31 201,58 61,58 71,04 139,58

Piauí (15) Média 1269,10 530,59 143,05 266,30 334,78

D. Padrão 259,51 141,87 85,70 127,17 94,48

Ceará (33) Média 1316,44 475,88 243,90 260,13 336,52

D. Padrão 228,00 108,14 111,94 93,65 87,39

Rio Grande do Norte (19)

Média 1209,75 404,96 154,21 373,95 276,64

D. Padrão 162,63 100,25 72,78 102,53 90,85

Paraíba (23) Média 1474,69 522,25 146,37 328,53 477,55

D. Padrão 227,95 149,85 75,29 89,09 166,16

Pernambuco

(18)

Média 1552,38 566,49 216,01 370,24 399,63

D. Padrão 276,29 95,28 77,68 104,34 89,69

Alagoas (13) Média 1424,28 564,48 178,97 259,24 421,59

D. Padrão 276,68 199,18 80,77 88,49 156,68

Sergipe (13) Média 1298,03 505,09 139,81 290,96 362,17

D. Padrão 265,22 142,75 45,92 112,87 93,75

Bahia (32) Média 1156,40 424,29 159,41 215,39 357,31

D. Padrão 202,51 85,05 59,60 57,99 81,75

Fonte: Sistema de Informações Sobre Mortalidade do Ministério da Saúde - SIM/MS, Departamento de Informatíca do SUS (DATASUS; http://www.datasus.gov.br), Ano de referência: 2000. (*) TMPDC - variável desfecho observada; (†) DCbV - doenças cerebrovasculares; (‡) DHI - doenças hipertensivas; (§) DIC - doenças isquêmicas do coração; (//) ODC - outras doenças cardiovasculares.

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Tabela 2.2 - Estatísticas da análise MEE pelo método da Máxima Verossimilhança (MV) do modelo de mensuração, Mortalidade por DCV para as idosas do Nordeste (2000).

Efeitos dos construt os Est_npdr ‡ Est_pdr § p-valor //

Modelo Final 1– TMPDC* (observada diretamente)

TMPDC � CONDVS 1368,482 CP=0.540† 0,000

A_EST � CONDVS 1,000 0,771 -

B_AGUA � CONDVS 96,419 0,742 0,000

PRB60 � CONDVS 23,179 0,450 0,000

Modelo Final 2– TMPDC* (estimada pelas três principais causas básicas) TMPDC

� CONDVS 1,512 CP=0.747† 0,000

A_EST � CONDVS 1,000 0,769 -

B_AGUA � CONDVS 97,875 0,751 0,000

PRB60 � CONDVS 22,625 0,438 0,000

DIC � TMPDC 1,000 0,559 -

DCbV � TMPDC 0,735 0,550 0,000

ODC � TMPDC 234,902 0,433 0,000

Fonte: Elaboração própria, resultado do método de MV no AMOS – versão 18. (*) TMPDC - taxa de mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares (x 100.000 hab.); (‡) Est. Npdr - estimativa não-padronizada (covariância); (§) Est. Pdr - estimativa padronizada (correlação); (†) CP - coeficiente padronizado (efeito direto na modelagem); (//) Significância: p-valor < 0,001.

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Tabela 2.3 - Modelos finais segundo os indicadores de ajuste pelo método de MV para modelagem MEE da mortalidade por doenças cardiovasculares das idosas do Nordeste (2000).

Indicador de Ajuste

Nível de

Aceitação

(Kline, 2005)

Model o Final 1

TMPDC

Model o Final 2

TMPDC

Função de discrepância: χχχχ2 (p-valor) - 1,714 (0,424*) 27,476 (0,001†)

Qui-quadrado normado (χχχχ2/g.l.) entre 1 e 3 1,714/2=0,857 27,476/8=3,435

GFI – Índice de qualidade de ajuste acima de 0,90 0,995 0,955

AGFI – Ajuste do GFI acima de 0,90 0,976 0,882

NFI – Índice de ajuste normalizado acima de 0,90 0,989 0,871

TLI – Índice de Tukey-Lewis acima de 0,90 1,000 0,816

RMSEA – Raíz média quadrática

dos erros de aproximação (residual)

Inferior a 0,08

0,000

0,114

Fonte: Elaboração própria, resultado do método de MV no AMOS – versão 18.

TMPDC – taxa de mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares (x100.000 hab);

Modelo Final 1: TMPDC observada diretamente;

Modelo Final 2: TMPDC estimada por três das principais causas básicas; (*) p-valor > 0,05 indica ajuste global do modelo; (†) p-valor < 0,05 indica não-ajuste global do modelo.

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Discussão

Sabe-se que a qualidade dos registros dos óbitos do Nordeste apresenta

problemas. É preciso ter em conta que embora não seja uma tarefa fácil, procuraram-

se recuperar os “verdadeiros” níveis de mortalidade por doenças cardiovasculares das

microrregiões, através de estimativas dos sub-registros de óbitos e ainda

redistribuíram-se as causas mal definidas em definidas. Este esforço seguiu os passos

metodológicos traçados por Paes10. Embora possam persistir erros nas estimativas,

admite-se que as correções realizadas produziram níveis bastante plausíveis.

As doenças cardiovasculares no Nordeste, como nas populações em geral,

constituem a maior causa da mortalidade das idosas, colocando em destaque a

importância da averiguação de sua associação com indicadores de condições de vida e

de saúde. A respeito da mortalidade por DCV, seus níveis 128,9 por 100.000 hab. para

mulheres acima dos 30 anos de idade, ficaram abaixo quando comparados com os do

Brasil, 200,14, no ano 200013. Dentre as doenças cardiovasculares (DCV), destacam-

se as DCbV e as DIC. As DCbV são importantes causas de morte nos países em

desenvolvimento como o Brasil, enquanto as DIC são as principais causas de morte

nos países desenvolvidos13. No Brasil, a mortalidade por DCV foi maior nos homens,

no ano 2000. Nestes, o risco de morte por DIC e DCbV foi próximo. Nas mulheres, as

DCbV mataram mais que as DIC. Contudo, nas mulheres das regiões mais

desenvolvidas do Brasil, predominou a mortalidade por DIC13,14.

As microrregiões dos estados com valores mais acentuados para mortalidade

por DCV das idosas ficaram com Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Ceará, em ordem

decrescente. Os mais baixos valores ficaram com o Maranhão.

A modelagem Final-1 pela MEE para a taxa de mortalidade das idosas por

doenças cardiovasculares apresentou todos os índices de ajuste satisfatórios. A função

de discrepância forneceu estatística χ2 = 1,714 com p-valor = 0,424, não rejeitando a

hipótese nula de ajuste global do modelo. O qui-quadrado normado (χ2/g.l.) = 0,857

atendeu ao ajuste de parcimônia. Os índices de ajustes GFI, AGFI, NFI e TLI

satisfizeram aos níveis de aceitação para os valores de referência, bem como o

RMSEA = 0,000, fornecendo valor inferior ao limite de 0,08.

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A modelagem Final-2 pela MEE para a taxa de mortalidade das idosas por

doenças cardiovasculares apresentou alguns dos índices de ajuste satisfatórios. A

função de discrepância forneceu estatística χ2 = 27,476 com p-valor = 0,001, a qual

rejeitou a hipótese nula de ajuste absoluto do modelo. O qui-quadrado normado (χ2/g.l.)

= 3,435 não atendeu ao ajuste de parcimônia. Para os índices de ajustes GFI, NFI e

TLI, apenas o GFI satisfez ao nível de aceitação para o valor de referência e AGFI, NFI

apresentaram valores periféricos. O RMSEA não atendeu ao limite de referência,

apresentando valor 0,114 > 0,08.

Nos modelos aqui desenvolvidos com a Modelagem de Equações Estruturais,

ficaram evidenciados, a partir do Modelo Final-1, melhores ajustes para o modelo

estrutural, por meio dos indicadores globais, de parcimônia e comparativos,

considerada a mensuração direta da variável desfecho ou resposta (TMPDC x 100.000

hab.) em contraste ao Modelo Final-2. Neste, a variável desfecho TMPDC foi

considerada um construto latente e estimada indiretamente pelas quatro causas

principais DCbV, DHI, DIC e ODC, sendo que a causa por DHI não foi considerada na

modelagem deste último modelo.

Observou-se que o Modelo Final-1, para a mortalidade das idosas, apresentou

ajuste do modelo e melhores indicadores no geral, sendo, no entanto, menos

explicativo com relação à medida do efeito proporcionado pelo construto latente

CONDVS (CP = 0,540). O valor CP = 0,540 > 0,50 é considerado de efeito forte e

fornece coeficiente de estimação com razoável porção de explicação da variância da

variável desfecho taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares.

Considerações finais

O presente estudo pode ser considerado, no Brasil, como pioneiro nas análises

sobre a Modelagem de Equações Estruturais, para fatores de condições de vida e de

vulnerabilidade explicativos da mortalidade por doenças cardiovasculares de mulheres

idosas. Os resultados aqui encontrados evidenciaram uma associação significativa dos

indicadores anos de estudo das idosas, percentual de idosas em domicílios com

banheiro/água encanada e probabilidade de sobrevivência aos 60 anos. A importância

desses indicadores é corroborada por outros estudos, que ressalta a importância

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expressa pela educação, condições econômicas e envelhecimento com ganhos em

anos de vida15.

Esse estudo traçou o panorama regional das principais causas da mortalidade

por doenças cardiovasculares das mulheres idosas do Nordeste, apontando distintas

realidades, utilizando os microdados do Censo 2000, fonte esta que disponibiliza o

menor nível de desagregação possível nas estatísticas brasileiras. Mostrou-se, ainda, a

importância do uso da modelagem de equações estruturais na identificação de fatores

explicativos para esta mortalidade.

A Modelagem de Equações Estruturais, aplicada para investigação sobre

indicadores de condições de vida e de vulnerabilidade associados e explicativos da

mortalidade por doenças cardiovasculares das idosas no Nordeste em 2000, mostrou-

se bastante sensível, viabilizando alguns desses indicadores, como fatores explicativos

para essa causa de mortalidade que, no Brasil, é a maior entre idosas.

Uma possível explicação para que o modelo 2 não revelasse um ajuste melhor

poderia residir no fato de que a variabilidade das taxas de mortalidade pelas principais

causas de morte não foi suficiente para ser captada pelo modelo de relacionamento.

Ou seja, uma verificação das magnitudes da taxa por causas não discriminou tanto

quanto as taxas globais usadas no modelo 1.

O desempenho melhor do modelo 1, comparado ao modelo 2, não significa que

em situações similares, ele resulte sempre em melhor desempenho. A modelagem pelo

uso do modelo 1 apenas revelou que, para o Nordeste brasileiro, o relacionamento

entre as variáveis que expressam as condições de vida e a mortalidade de idosas por

DCV, foi melhor captado, quando esta última variável (desfecho) é observada

diretamente. Neste confrontamento de modelos, o emprego das principais causas de

morte observada indiretamente não ajudaria a encontrar melhor relacionamento, o que,

de certa forma, tornaria mais simples e direta a busca de relacionamentos por meio

deste procedimento metodológico (modelo 1).

Referências

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demográfica, in Texto para Discussão, IPEA: Brasília. 2002, n. 858.

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http://www.ibge.gov.br (acessado em 12/04/2010)

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(1980 - 2000). Epidemiologia e Serviços de Saúde. 2004; 13(4): 217-28

4. Santos JP, PAES NA. Associação entre condições de vida e vulnerabilidade com a

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6. Brass W. Methods for Estimating Fertility and Mortality from Limited and Defective

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7. Paes NA, Gouveia JF. Recuperação das principais causas de morte no Nordeste do

Brasil: impacto na expectativa de vida. Rev Saúde Pública. 2010; 44(2):301-9

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Nordeste brasileiro: cenários regionais, qualidade dos dados, relacionamentos e

brechas redutíveis da mortalidade. Processo No 479514/2008.2, 2010. Edital

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9. Vallin J. Seminário sobre causas de muerte: Aplicación al caso de Francia. Instituto

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Ed. São Paulo: Bookman Editora; 2005. 593 p.

12. Kline RB. Principles and Practice of Structural Equation Modeling. 2nd Ed. New

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8.1.2. Artigo 3 - Arquivos Brasileiros de Cardiolog ia

MORTALIDADE POR DOENÇAS CARDIOVASCULARES E CONDIÇÕES DE VIDA DOS HOMENS IDOSOS DO NORDESTE DO BRASIL Mortality by cardiovascular diseases and living conditions of elderly men in the Northeast Autores: Professor Jozemar Pereira dos Santos Universidade Federal da Paraíba e Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Área de Saúde Coletiva. UFRN, Natal, RN, Brasil. Participação: Conception and design; data collection; analysis and interpretation of data; and to drafting the article. Professor Neir Antunes Paes (orientador) Universidade Federal da Paraíba. Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde. Departamento de Estatística/UFPB, João Pessoa, PB, Brasil. Participação: Analysis and interpretation of data; revising it critically for important intellectual content; and on final approval of the version to be published Conflito de interesse: Não existe conflito de interesse por parte dos autores. RESUMO Carência de estudos na literatura brasileira sobre determinantes da mortalidade por doenças cardiovasculares dos idosos expressos pelas condições de vida. Neste artigo enfoca-se a mortalidade por doenças cardiovasculares de homens idosos a partir de 60 anos do Nordeste brasileiro, analisando as condições de vida associadas a esse evento em 2000 a 2010. Três principais causas básicas foram analisadas: doenças cerebrovasculares, isquêmicas do coração e hipertensivas. Traçaram-se como etapas metodológicas: análise da qualidade dos dados de mortalidade e construção de indicadores; seleção dos indicadores representativos das condições de vida; análise de correlação e método dos componentes principais para classificação das regiões. No ano 2000 foi observada uma maior taxa média por DCbV em 88,1% (37/42) das mesorregiões em oito dos nove estados nordestinos. Em 2010, observou-se uma diminuição da taxa média por DCbV para 73,8% (31/42) das mesorregiões, havendo avanço e predominância da taxa de mortalidade padronizada por DIC em 26,2% (11/42) das mesorregiões. De acordo com a classificação das mesorregiões nos anos 2000 e 2010 observou-se no estrato 1 (condições de vida alta) as mesmas mesorregiões: as três regiões metropolitanas e praticamente todas as capitais do Nordeste (exceção de São Luis). Observaram-se diferentes ritmos de envelhecimento

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entre as regiões, com distintos processos de evolução dos níveis de mortalidade, muitas compatíveis com as condições de vida. Houve regiões com processos avançados da carga de morte convivendo com níveis menos avançados de condições de vida. Descritores: Envelhecimento. Doenças cardiovasculares. Mortalidade. Idoso. Condições de vida ABSTRACT Lack of Brazilian studies in the literature on the determinants of mortality for cardiovascular diseases of the elderly men expressed by the living conditions and vulnerability. Elderly men mortality from cardiovascular diseases from age 60 years and older in Brazil’s Northeast is focused, analyzing life conditions which are associated to that event from 2000 to 2010. Three major causes were analyzed: cerebrovascular diseases, ischemic diseases and hypertensive diseases. Outlined as methodological steps we have: analysis of mortality data quality and construction of indicators; selection of representative indicators of life conditions; correlation and methods analysis of the major elements for classifying regions. In 2000 a higher average rate for CbVD was observed in 88.1% (37/42) of meso eight of the nine northeastern states. In 2010, there was a decrease in the average rate for CbVD to 73.8% (31/42) of meso, with advancement and standardized prevalence rate of IHD mortality in 26.2% (11/42) of meso. According to the classification of meso in 2000 and 2010 was observed in stratum 1 (high life conditions) the same meso: the three metropolitan regions and virtually all the capitals of the northeast (except São Luís). Different aging rhythms were observed in the regions, showing distinct evolutionary processes of mortality rates, many of them compatible with life conditions. There were regions with advanced processes of death coexisting with less advanced life conditions’ levels. Descriptors: Aging. Cardiovascular Diseases. Mortality. Elderly men. Social Conditions

Introdução

No Brasil, o número de idosos mais do que dobrou nos últimos 20 anos,

caracterizando-se como um fenômeno demográfico sem precedentes na história. Essa

tendência também pode ser observada no Nordeste brasileiro, considerada como uma

das regiões menos desenvolvidas da América Latina. Nesta região, em 2010, o

contingente populacional atingiu cerca de 53 milhões de habitantes participando com

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27,8% da populacional nacionalf. Em 2000, este contingente era 47,7 milhões, tendo

um crescimento de 11,12% no decorrer da década, percentual este que vem crescendo

a partir da transição demográfica desencadeada nos anos 1980. Esta transição é uma

resposta ao aumento da expectativa de vida, aos avanços no campo da saúde e à

redução da taxa de natalidade em toda extensão do país, concomitantemente com

mudanças no quadro das causas de mortalidade decorrentes da transição

epidemiológica.

Ao traçar o perfil epidemiológico, despontam as doenças crônicas como as

principais responsáveis pela mortalidade de idosos, representando as doenças

cardiovasculares (DCV), o principal grupo de causas de morte e de incapacidade no

Brasil e no mundo. Segundo a RIPSAg, as DCV em 2010 representavam 38,9% dos

óbitos da população idosa no Brasil e 42,0% no Nordeste. Predomina as mortes dos

homens, sendo 3,5% e 4,1% superior ao das mulheres no Brasil e Nordeste

respectivamente.

De acordo com o Censo 2010, havia 96 homens para cada 100 mulheres,

correspondendo a 49% de homens, com quase 4 milhões a mais de mulheres. No

Nordeste, esse percentual foi de 49,1%i. A diferença ocorre porque a taxa de

mortalidade entre homens é superior. Trata-se, assim, de um segmento populacional

mais vulnerável à morte, o qual está submetido a condições sociais e econômicas

especiais e, de certa forma, carente de estudos. Ainda de acordo com a RIPSAg, o

maior percentual de internações no Brasil é verificado entre as mulheres e por DCV.

Além de morrerem mais cedo, historicamente os homens se cuidam menos e se

consultam menos5

A perspectiva dos determinantes sociais do adoecimento tem reemergido no

início do século XXI, em razão da globalização econômica12. No entanto, o espaço

conferido às doenças crônicas ainda é irrelevanteh. Poucos são os estudos que

f FUNDAÇÃO IBGE. Dados Básicos do Censo Demográfico 2010. Acesso em mar/2012. Site disponível na internet: ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Dados_do_Universo/Unidades_da_Federacao/. g Ministério da Saúde. IDB 2010 BRASIL, Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA). Disponível em http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?idb2010/c08.def h Council of Science Editors. Global theme issue on poverty and human developments: October 22, (2007). [citado em 2006 jul 10]. Disponível em: http://www.councilscienceeditors.org/globalthemeissue.cfm?printPage=1&

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investigam como as desigualdades sociais afetam o perfil da mortalidade no Brasil, e

em entender as relações entre a mortalidade pelas doenças que mais matam os

homens idosos e suas condições de vida. A compreensão das diferenças nos estágios

de envelhecimento das regiões do Brasil, que contemplem fatores sociais, econômicos

e de bem-estar que influenciam neste processo, pode trazer elementos para um melhor

planejamento na promoção da saúde da população idosa do Nordeste brasileiro.

Sabendo-se que as mortes não se distribuem de forma homogênea no País, nem

espacialmente, nem nos grupos etários e sexo, faz-se necessário entender a

desigualdade na mortalidade entre idosos, levando em conta seus diferenciais.

Dado este contexto, o objetivo deste estudo foi analisar a mortalidade por DCV

de homens idosos, a partir de 60 anos, do Nordeste brasileiro, durante a primeira

década do século XXI, considerando indicadores socioeconômicos e de vulnerabilidade

associados a esse evento. Para tanto, construiu-se um indicador sintético que captasse

essas relações, permitindo uma classificação das regiões do Nordeste do Brasil.

Métodos

Para tal estudo, adotou-se um desenho ecológico com cortes transversais para

os anos 2000 e 2010, com informações sobre mortalidade por DCV e indicadores

socioeconômicos referentes às 42 mesorregiões que compõem os nove estados

nordestinos.

Os dados sobre a população foram obtidos dos Censos Demográficos do IBGE

de 2000i e 2010i. As populações foram retroprojetadas para os meios desses anos,

através do Método Geométrico do Crescimento21. As informações sobre os óbitos em

2000 e 2010 foram extraídos do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério

da Saúde - SIM/MS (2012)j. De modo a evitar possíveis flutuações aleatórias dos

dados de óbitos, foi usada a media aritmética simples para o triênio 1999/2000/2001 e

biênio 2009/2010.

i FUNDAÇÃO IBGE. Dados Básicos do Censo Demográfico 2000. Site disponível na internet: ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2000/Dados_do_Universo/Unidades_da_Federacao/ Acesso em fev./2008. j Ministério da Saúde - Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM. Disponível na internet via http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2010/matriz.htm#mort. (acessado em Mar/2012).

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Os óbitos do grupo de causas Doenças Cardiovasculares foram desagregadas

em suas três principais causas básicas: doenças isquêmicas do coração (DIC),

doenças cerebrovasculares (DCbV) e doenças hipertensivas (DHI), as quais foram

determinadas de acordo com a Classificação Internacional das Doenças – 10ª Revisão

(CID-10), fornecidas pelo SIM/MS (2012)l. Os óbitos foram desagregados para os

homens em grupos de idades quinquenais, de 60 anos até 85 anos e mais.

Com os dados de óbitos foram calculados os seguintes indicadores para 2000 e

2010: a) proporção de óbitos por doenças cardiovasculares de cada causa estudada

em relação aos óbitos totais; b) taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares

padronizadas para cada causa básica de óbito, considerando como padrão a

população recenseada do Nordeste em 2000; c) variação das taxas de mortalidade

padronizadas por doenças cardiovasculares no período 2000-2010 em percentagem; d)

brecha redutível de mortalidade (BRM) que expressa a diferença entre a taxa de

mortalidade da causa básica de determinada região e a taxa de mortalidade da mesma

causa básica de uma região, tomada como referência, com relação à amplitude total

das taxas de mortalidade de todas as regiões envolvidas. As BRE podem revelar,

indiretamente, a efetividade dos serviços de saúde, quando se compara o

comportamento da mortalidade por causas evitáveis entre regiões com características

socioeconômicas semelhantes23.

Para obtenção da BRM relacionada às mesorregiões do Nordeste, considerou-

se como referência para cada causa em estudo a mediana das taxas de mortalidade

padronizada para os idosos das 42 mesorregiões.

A qualidade dos dados de óbitos das regiões foi estudada via dois indicadores:

cobertura e percentual das causas mal definidas, definida no Capitulo XVI (Sintomas,

sinais e anormalidades encontradas em exames clínicos e de laboratórios, não

classificados em nenhum outro lugar). Para o cálculo de ambos os indicadores, foram

utilizadas as estimativas obtidas por Paes17. Para a estimativa do primeiro, o autor fez

uso do método da Equação do Balanço de Crescimento3. Quanto às causas mal

definidas, seu percentual foi redistribuído pelas principais causas definidas (incluindo

as doenças cardiovasculares), através da aplicação do método proposto por

Lederman24. Após a redistribuição das causas mal definidas e da correção dos sub-

registros dos óbitos, foram calculados para os homens idosos: taxa de mortalidade

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padronizada (por 100.000 habitantes) para as DCV e as principais causas básicas

(DCbV, DIC e DHI).

O entendimento que se tem sobre as condições de vida engendra uma série de

discussões conceituais e operacionais, e se correlaciona com outros conceitos

igualmente de complexa definição, como bem estar, qualidade ou nível de vida,

pobreza, riqueza e exclusão social. Está clara a multidimensionalidade de todos esses

fenômenos. Na tentativa de expressar este conceito, existe uma ampla gama de

variáveis e/ou indicadores. No entanto, são geralmente contempladas variáveis que se

reportam a renda, nível de escolaridade, acesso a serviços básicos de saúde,

qualidade de vida, condições de moradia entre outras.

Em trabalho prévio, Santos e Paes (2013)20 encontraram resultados altamente

significativos da mortalidade por doenças cardiovasculares dos homens idosos no ano

2000, com os seguintes indicadores: anos de estudos, percentual de domicílios com

banheiro e água, e probabilidade de sobrevivência aos 60 anos. Para efeito

comparativo com o ano 2010, procurou-se usar os mesmos, além de outros referentes

à educação, renda e vulnerabilidade da população idosa. Desta forma, foram

significativos a 5% para 2010 os indicadores: percentual de idosos que lê e escreve,

percentual de domicílios com banheiro e água e renda total média.

Com base nessas relações, fez-se uso da análise estatística multivariada de

Componentes Principais11 para classificar as mesorregiões nos anos 2000 e 2010

segundo as variáveis descritas em cada um dos períodos. Assim, fez-se uso da força

da correlação entre as taxas de mortalidade pelas principais causas básicas das DCV e

indicadores referentes à renda, educação e condições de moradia.

A partir dos escores associados e obtidos para cada ano, procedeu-se a uma

classificação para expressar as diferentes relações para as mesorregiões do Nordeste.

Tomou-se os escores ordenados da primeira componente principal em cada um dos

anos 2000 e 2010 e, com base na distribuição dos quartis desses escores, efetuou-se a

classificação das respectivas mesorregiões em quatro estratos que expressam as

condições de vida associadas com a mortalidade por DCV dos homens idosos do

Nordeste: 1) condições de vida alta; 2) condições de vida média; 3) condições de vida

baixa e 4) condições de vida muito baixa.

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A classificação obtida nos anos 2000 e 2010 para as mesorregiões ficou em

concordância com o critério adotado pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

para classificação das unidades geográficas. Levando em consideração que o escore

máximo obtido para os municípios do Nordeste foi de 0,772 (Recife/PE) - classificado

como IDHM alto – a mesorregião assim constituída, incluindo este município, foi

classificada no estrato 1(condições de vida alta), assim como outras regiões de IDHM

considerado alto.

O programa TabWin 3.6 (DATASUS, MS/Brasil) foi usado para a tabulação e

construção de mapas com as variações espaciais das taxas de mortalidade pelas

causas básicas das DCV. Extraiu-se os indicadores para 2000 e 2010, a partir da

expansão dos microdados dos censos para toda a população coberta, e os arquivos de

dados operacionalizados com o uso do pacote estatístico PASW Statistics 18 (SPSS

18).

Apesar de não se tratar de estudo primário em seres humanos, o presente

trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Lauro

Wanderley-HULW, da Universidade Federal da Paraíba, e não há conflito de

interesses.

Resultados

As taxas de mortalidade padronizada por DCV para os anos 2000 e 2010, das

42 mesorregiões do Nordeste, e de suas três principais causas básicas são

encontradas na Tabela 3.1. Para o ano 2000, foi observada uma maior taxa média por

DCbV em 88,1% (37/42) das mesorregiões, em oito dos nove Estados nordestinos,

exceto para as quatro mesorregiões localizadas no RN e uma em PE (Metropolitana de

Recife), onde prevaleceram, em média, as DIC.

Para 2010, observou-se uma diminuição no montante de maior taxa média por

DCbV em 73,8% (31/42) das mesorregiões, em oito dos nove Estados nordestinos. Em

contrapartida, houve um avanço e predominância da taxa de mortalidade padronizada

por DIC em 26,2% (11/42) das mesorregiões do Nordeste, destacando-se com maior

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número o RN, PE e BA. Por sua vez, as DHI foram aquelas com menores taxas no

período (39 entre 42), cujas exceções ficaram por conta de duas mesorregiões em SE

e uma no PI.

O Mapa da Figura 3.1 ilustra a distribuição espacial do indicador Brecha

Redutível de Mortalidade, relacionado àquelas mesorregiões com taxa de mortalidade

padronizada inferior e superior ao valor considerado como referência (mediana das

TMPI), para o ano 2010, para as três principais causa de óbitos por DC. As

mesorregiões representadas pela cor cinza significam valores das brechas inferiores

aos do valor mediano, e em branco ao contrário. Os valores medianos das taxas se se

encontram especificados abaixo de cada mapa.

Na Figura 3.1, as regiões representadas em branco (acima do valor mediano) do

grupo das DCV praticamente coincidem com as da DCbV, já que estas últimas se

constituem na causa básica dominante do grupo. As regiões em branco predominaram

nos Estados no norte do Nordeste (Maranhão e Piauí) e em suas margens litorâneas

desde a Paraíba até a Bahia. As DIC apresentaram regiões com brechas redutíveis

acima da mediana (cor branca no mapa) em duas das cinco mesorregiões do

Maranhão e em três das quatro do Piauí; houve um predomínio nos demais Estados

exceto no Ceará e Bahia. Estes apresentaram níveis mais elevados de mortalidade por

DIC, em comparação aos outros Estados. Em relação às DHI, o perfil geral das

mesorregiões, com manchas brancas, é majoritariamente semelhante ao observado

para as DCbV.

A Tabela 3.2 apresenta uma classificação das 42 mesorregiões do Nordeste,

segundo os extratos que expressam as condições de vida em 2000 e 2010, a partir da

informação dos indicadores que representaram as condições de vida e da mortalidade

pelas três principais causas básicas das DCV. A classificação foi considerada a partir

dos escores da primeira componente principal, determinada através da técnica

estatística multivariada de Componentes Principais.

Em relação ao primeiro extrato (Tabela 3.2), foram observadas, no período

2000-2010, as mesmas mesorregiões, sem nenhuma mudança de extrato. Neste

observa-se que as três regiões metropolitanas (Recife, Salvador e Fortaleza) e

praticamente todas as capitais do Nordeste (exceção de São Luis) classificaram-se

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com condições de vida considerada alta. No outro extremo (condições de vida muito

baixa), predominaram mesorregiões pertencentes ao Maranhão, Ceará e Paraíba. No

segundo extrato (condições de vida média), houve mobilidade no período para as

mesorregiões em apenas três delas. O maior número de mobilidade na classificação

ocorreu nos extratos com condições de vida baixa e muito baixa.

A Tabela 3.3 fornece a variação das taxas de mortalidade padronizada no

período 2000-2010 para as três principais causas mortalidade por DCV, bem como, as

brechas redutíveis da mortalidade (BRM) segundo a classificação por estrato das 42

mesorregiões do Nordeste para o ano 2010 e, também, o percentual da população de

homens idosos em cada mesorregião no ano 2010.

Na última coluna da Tabela 3.3 são encontrados os percentuais de idosos em

relação à população total para cada mesorregião. Observou-se um percentual variado

para as mesorregiões em todo o Nordeste entre 6,63% e 14,25% com amplitude de

5,62%. Essa amplitude foi reproduzida praticamente nos três primeiros estratos:

ficando entre 5,0% e 5,6% e, apenas no último estrato, os percentuais foram mais

homogêneos, com uma amplitude em torno de 3,6%.

Para as taxas de mortalidade por DCbV foram 69,0% (29 entre 42) as

mesorregiões que reduziram suas taxas, destacando-se sete dos nove Estados do

Nordeste com exceção de Maranhão e Piauí, as quais se encontram geograficamente

mais ao norte. O Ceará, a Paraíba e Pernambuco tiveram redução na taxa de

mortalidade por doenças cerebrovasculares (DCbV) em todas as suas mesorregiões,

com variações entre -79,5% a -12,9%. Enquanto que as reduções em todas as

mesorregiões variaram entre -79,5% e -3,8%.

Dentre as mesorregiões do estrato 1 (condições de vida alta), as reduções foram

expressivas particularmente nas regiões metropolitanas: Recife (-48,9%), Salvador (-

37,0%) e Fortaleza (-35,4%). As mesorregiões que não apresentaram redução na

década tiveram um aumento insipiente, com exceção do Leste Sergipano, com 10,8%

de aumento. Com relação ao indicador BRM, apenas a Metropolitana de Fortaleza e

Leste Potiguar acusaram valores abaixo do valor mediano. As demais tiveram valores

bem acima, indicando elevados níveis de mortalidade em relação ao valor mediano. No

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extremo oposto, no extrato 4 (condições de vida muito baixa), a grande maioria (oito

entre onze) das mesorregiões tiveram importantes reduções na década, no entanto os

níveis das BRM foram bem acima do valor mediano para a maioria delas. Destaca-se o

estrato 3 (condições de vida baixa) em que, das dez mesorregiões, nove delas

apresentaram variação dos níveis das taxas e oito nas brechas redutíveis com valores

negativos.

Já a redução nos níveis das taxas de mortalidade por DIC ocorreu em apenas

26,2% (11 entre 42), variando de -23,05% a – 0,01 durante o período. A maioria das

mesorregiões, portanto, configuraram-se com um aumento ao longo da década,

ganhando força com relação à taxa de mortalidade por DCbV predominante no ano

2000.

Para as DIC, o extrato que apresentou maior quantidade de mesorregiões com

reduções negativas na década, foi no primeiro, para as três metropolitanas e o Leste

Potiguar (inclui a capital Natal). No segundo extrato, apenas três mesorregiões

acusaram reduções e nos demais extratos (3 e 4) apenas uma. Já para as BRM,

destacaram-se os extratos 2 e 4, cada um deles com sete mesorregiões com valores

negativos entre os onze.

Quanto às DHI, observou-se redução apenas na metropolitana de Recife (-

101,5%) no extrato 1 e no extrato extremo para Sertões Cearenses (-41,6%) e Agreste

Potiguar (-24,4%). Com valores das brechas negativas, o extrato 3 (condições de vida

baixa) foi o que apresentou o maior número de valores negativos (oito das onze

mesorregiões). Nos demais extratos, este montante não superou cinco, indicando ser a

minoria a ter valores abaixo do valor mediano.

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Tabela 3.1 - Taxa de mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares e suas três principais causas básicas para os homens idosos das mesorregiões do Nordeste em 2000 e 2010.

UF (Mesos)

Mesorregiões Taxa de Mortalidade Padronizada x 100.000 hab

DCV* DCbV† DIC‡ DHI§ 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010

Norte Maranhense 1519,64 1566,39 603,32 700,41 325,50 373,98 163,87 316,63 Oeste Maranhense 1010,49 1510,47 425,77 528,85 213,13 423,26 110,40 336,45 MA(5) Centro Maranhense 1486,39 1559,94 582,99 594,10 376,46 452,81 121,71 288,03 Leste Maranhense 1405,19 1740,80 548,13 697,63 277,82 420,63 124,06 354,17 Sul Maranhense 1355,24 1956,36 414,55 738,99 343,50 530,78 64,17 318,74 Norte Piauiense 1774,59 1853,21 617,35 728,52 495,74 430,46 240,66 439,13 PI(4) Centro-Norte Piauí 1603,11 1922,20 633,50 682,29 410,15 494,29 211,05 442,92 Sudoeste Piauiense 1400,72 1718,54 575,68 618,48 304,76 449,94 170,53 377,69 Sudeste Piauiense 1754,10 1753,61 681,71 610,07 393,97 547,69 163,29 338,70 Noroeste Cearense 1582,56 1265,39 584,65 454,77 235,49 344,00 254,96 275,87 Norte Cearense 1489,07 1397,67 570,31 465,17 358,84 384,04 247,16 307,21 Metr. Fortaleza 1415,26 1356,57 568,26 419,80 399,23 356,95 85,72 220,01 CE(7) Sertões Cearenses 1732,74 1270,55 567,15 452,11 346,15 390,62 331,80 234,31 Jaguaribe 1615,39 1322,67 538,85 440,24 394,73 434,47 178,31 208,71 Centro-Sul 1735,90 1481,21 655,82 450,82 540,56 540,49 163,12 243,96 Sul Cearense 1528,49 1300,39 592,69 441,46 262,42 400,25 209,31 234,00 Oeste Potiguar 1614,61 1353,57 535,78 381,88 584,22 529,48 128,53 203,46 RN(4) Central Potiguar 1432,39 1587,48 435,45 439,44 466,81 622,84 143,54 274,85 Agreste Potiguar 1660,37 1270,54 443,04 330,15 585,31 475,66 275,67 221,61 Leste Potiguar 1541,90 1411,19 433,94 446,82 562,20 470,73 243,35 289,38 Sertão Paraibano 1664,14 1549,82 517,31 431,39 472,83 559,33 96,03 236,21 PB(4) Borborema 1484,08 1200,58 538,22 355,00 335,84 346,54 97,31 215,74 Agreste Paraibano 1554,79 1393,65 532,05 404,13 318,50 412,79 164,13 309,98 Mata Paraibana 1584,86 1752,79 660,97 585,66 365,99 502,81 140,76 318,97 Sertão Pernambuc 1793,63 1466,34 621,59 433,39 506,19 519,03 163,82 267,69 S. Franc. Pernamb. 1880,24 1505,17 788,74 501,76 462,62 476,65 169,29 285,57 PE(5) Agreste Pernambuc 2070,80 1481,32 736,32 410,14 544,55 533,70 235,22 286,81 Mata Pernambucana 2364,64 2045,83 926,58 669,98 605,55 707,73 295,45 379,95 Metropol. de Recife 2484,05 1835,92 829,11 556,69 830,46 793,83 296,19 146,96 Sertão Alagoano 1930,88 1710,88 838,58 560,57 399,43 504,75 212,41 349,29 AL(3) Agreste Alagoano 1733,73 1713,02 754,62 601,50 296,77 380,13 151,76 367,67 Leste Alagoano 1781,16 1880,78 791,20 762,63 363,52 433,77 140,48 421,77 Sertão Sergipano 1023,72 1436,46 568,97 523,90 141,33 342,30 55,03 360,40 SE(3) Agreste Sergipano 1457,95 1527,24 596,62 519,08 356,09 335,96 119,80 454,41 Leste Sergipano 1516,54 1831,78 593,31 665,13 314,84 440,64 176,56 396,41 Extr. Oeste Baiano 922,34 1016,26 293,35 363,84 213,13 283,08 85,32 204,07 Vale S.Franc. Bahia 1402,77 1325,17 587,13 481,35 322,37 396,01 125,13 263,15 Centro Norte 1472,39 1349,61 508,67 452,10 329,24 340,48 152,31 313,68 BA(7) Nordeste Baiano 1338,93 1195,96 507,26 426,84 330,15 312,31 167,03 260,21 Metropol. Salvador 1988,95 1617,34 723,68 528,30 436,76 431,89 246,79 312,43 Centro Sul Baiano 1362,31 1315,28 520,53 440,01 281,95 367,88 138,62 271,34 Sul Baiano 1569,01 1700,40 592,23 604,54 331,73 417,94 149,48 314,36 Fonte: Dados Brutos – IBGE e Ministério da Saúde. (*) DCV – doenças cardiovasculares; (†) DCbV - doenças cerebrovasculares; (‡) DIC - doenças isquêmicas do coração; (§) DHI - doenças hipertensivas;

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Figura 3.1 - Brechas redutíveis da mortalidade por doenças cardiovasculares e principais causas básicas para os homens

Fonte: Elaboração própria (Uso do

Brechas redutíveis da mortalidade por doenças cardiovasculares e principais causas básicas para os homens idosos das mesorregiões do

Brasil, 2010.

Fonte: Elaboração própria (Uso do Software do DATASUS TabWin- versão 3.

83

Brechas redutíveis da mortalidade por doenças cardiovasculares e idosos das mesorregiões do nordeste do

versão 3.6)

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Tabela 3.2 - Classificação das mesorregiões do Nordeste segundo os escores das condições de vida em 2000 e 2010.

Estrato Mesorregião (2000) Escore (1) Mesorregião (2010) Escore (2)

1. Condições Metropol. de Salvador 3,55 Metropol. de Recife 3,06 de vida alta Metropol. de Fortaleza 3,08 Metropol. de Salvador 2,83 Metropol. de Recife 2,23 Metropol. de Fortaleza 2,37 Leste Potiguar 2,03 Leste Potiguar 1,73 Leste Sergipano 0,84 São Franc. Pernambuc. 1,47 Leste Alagoano 0,73 Mata Paraibana 1,02 Mata Paraibana 0,61 Leste Alagoano 0,77 Sul Baiano 0,38 Leste Sergipano 0,70 Centro-Norte Piauiense 0,32 Sul Baiano 0,59 São Franc. Pernamb. 0,19 Centro-Norte Piauiense 0,27 2. Condições Central Potiguar 0,14 Sul Maranhense** 0,18 de vida Norte Maranhense 0,05 Centro-Norte Baiano 0,05

média Vale São-Franc. Bahia 0,01 Norte Piauiense 0,04 Agreste Sergipano -0,16 Extremo Oeste Baiano** 0,00 Norte Piauiense -0,18 Vale São Franc. Bahia -0,01 Centro Norte Baiano -0,19 Norte Maranhense -0,06 Agreste Alagoano* -0,28 Central Potiguar -0,08 Mata Pernambucana -0,32 Mata Pernambucana -0,17 Oeste Potiguar -0,34 Agreste Sergipano -0,30 Sudeste Piauiense* -0,36 Agreste Paraibano** -0,35 Nordeste Baiano* -0,37 Oeste Potiguar -0,35 3. Condições Sudoeste Piauiense* -0,37 Sertão Pernambucano -0,36 de vida Sertão Pernambucano -0,38 Sertão Paraibano** -0,38 baixa Extremo Oeste Baiano** -0,39 Centro-Sul Baiano -0,40 Jaguaribe -0,40 Oeste Maranhense** -0,43 Centro Sul Baiano -0,45 Sudeste Piauiense* -0,44 Sul Maranhense** -0,45 Centro-Sul Cearense** -0,48 Sul Cearense -0,45 Borborema** -0,54 Agreste Paraibano** -0,45 Agreste Pernambucano** -0,56 Sertão Alagoano* -0,52 Jaguaribe -0,56 Sertão Sergipano* -0,57 Sul Cearense -0,59 4. Condições Centro-Sul Cearense** -0,58 Agreste Potiguar -0,71 vida muito Agreste Potiguar -0,59 Sudoeste Piauiense* -0,72

baixa Borborema** -0,60 Nordeste Baiano* -0,73 Norte Cearense -0,62 Noroeste Cearense -0,75 Sertão Paraibano** -0,63 Sertões Cearenses -0,78 Oeste Maranhense** -0,66 Sertão Sergipano* -0,78 Agreste Pernambucano** -0,66 Agreste Alagoano* -0,81 Noroeste Cearense -0,69 Sertão Alagoano* -0,90 Sertões Cearenses -0,73 Centro Maranhense -0,90 Centro Maranhense -0,86 Norte Cearense -0,90 Leste Maranhense -0,88 Leste Maranhense -1,06 NOTA: Classificação das mesos em 2000 e 2010: (**) Mesorregião melhorou condições de vida em 2010 (*) Mesorregião piorou condições de vida em 2010 (1) Escores da CP (componente principal) em 2000 (2) Escores da CP (componente principal) em 2010

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Tabela 3.3 - Variação percentual das taxas no período 2000-2010 e Brechas redutíveis da mortalidade em 2010 para as três principais causas de mortalidade por DCV dos homens idosos e percentual de idosos, segundo a classificação das condições de vida em 2010 das mesorregiões do Nordeste.

Estratos 2010

Mesorregiões DCbV DIC DHI Percent.

Var% BRE Var% BRE Var% BRE Idosos 1. Condições de Metropol. de Recife -48,94 15,06 -4,61 70,68 -101,54 -49,22 8,90 vida alta Metropol. De Salvador -36,98 8,50 -1,13 -0,18 21,01 4,60 9,08

Metropol. De -35,36 -16,59 -11,84 -14,86 61,04 -25,46 7,91 Leste Potiguar 2,88 -10,34 -19,43 7,42 15,91 -2,90 8,39 São Franc. Pernamb. -57,19 2,36 2,94 8,58 40,72 -4,14 7,15 Mata Paraibana -12,86 21,76 27,21 13,70 55,87 6,73 11,33 Leste Alagoano -3,75 62,68 16,20 0,18 66,69 40,16 7,48 Leste Sergipano 10,80 40,13 28,55 1,53 55,46 31,91 6,63 Sul Baiano 2,04 26,12 20,63 -2,91 52,45 5,22 10,75 Centro-Norte Piauiense 7,15 44,10 17,02 12,03 52,35 47,04 12,25

2. Condições de Sul Maranhense 43,90 57,21 35,28 19,18 79,87 6,65 7,15 vida média Centro-Norte Baiano -12,51 -9,12 3,30 -18,08 51,44 5,00 11,39

Norte Piauiense 15,26 54,79 -15,17 -0,46 45,20 45,81 10,43 Extremo-Oeste 19,37 -29,53 24,71 -29,32 58,19 -30,65 11,06 Vale São Franc. Bahia -21,98 -2,36 18,60 -7,21 52,45 -11,43 10,06 Norte Maranhense 13,86 48,29 12,96 -11,52 48,25 5,96 8,37 Central Potiguar 0,91 -12,05 25,05 37,20 47,78 -7,62 12,14 Mata Pernambucana -38,30 41,26 14,44 53,82 22,24 26,56 9,96 Agreste Sergipano -14,94 6,36 -5,99 -18,97 73,64 50,78 9,14 Agreste Paraibano -31,65 -20,21 22,84 -3,92 47,05 3,80 11,86 Oeste Potiguar -40,30 -25,36 -10,34 18,92 36,83 -30,84 10,13

3. Condições de Sertão Pernambucano -43,43 -13,45 2,47 16,88 38,80 -9,95 9,97 vida baixa Sertão Paraibano -19,92 -13,91 15,46 24,77 59,35 -20,19 10,22

Centro-Sul Baiano -18,30 -11,92 23,36 -12,72 48,91 -8,77 12,36 Oeste Maranhense 21,43 47,65 49,65 -1,87 67,19 12,41 8,63 Sudeste Piauiense -11,74 27,40 28,07 22,49 51,79 13,14 11,67 Centro-Sul Cearense -45,47 -9,42 -0,01 21,08 33,14 -17,67 14,25 Borborema -51,61 -31,58 3,09 -16,89 54,89 -26,85 12,05 Agreste Pernamb. -79,53 -18,82 -2,03 19,75 17,99 -3,74 9,42 Jaguaribe -22,40 -11,86 9,15 0,32 14,57 -29,14 11,15 Sul Cearense -34,26 -11,58 34,44 -6,38 10,55 -20,91 12,07

4. Condições de Agreste Potiguar -34,19 -37,32 -23,05 8,38 -24,39 -24,94 11,98 vida muito Sudoeste Piauiense 6,92 29,35 32,27 3,35 54,85 25,82 10,88

baixa Nordeste Baiano -18,84 -14,96 -5,71 -23,60 35,81 -12,39 11,91 Noroeste Cearense -28,56 -8,51 31,54 -17,39 7,58 -7,29 11,51 Sertões Cearenses -25,45 -9,12 11,38 -8,26 -41,61 -20,81 11,70 Sertão Sergipano -8,60 7,48 58,71 -17,72 84,73 20,20 8,41 Agreste Alagoano -25,46 25,42 21,93 -10,32 58,72 22,56 8,88 Sertão Alagoano -49,59 15,96 20,87 14,08 39,19 16,59 8,58 Centro Maranhense 1,87 23,71 16,86 3,91 57,74 -3,34 8,67 Norte Cearense -22,60 -6,10 6,56 -9,55 19,55 2,90 11,19 Leste Maranhense 21,43 47,65 33,95 -2,39 64,97 18,17 9,68

Nota: Var%: Variação das taxas de mortalidade (%); BRE: Brecha Redutível da Mortalidade; DCbV: Doenças cerebrovasculares; DIC: Doenças isquêmicas do coração; DHI: Doenças hipertensivas.

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Discussão

A literatura brasileira é profícua ao apontar a deficiência das estatísticas de

óbitos da região Nordeste, sendo considerada, juntamente com a região Norte, como a

de qualidade mais deficiente quando comparadas com as demais regiões14. Os

maiores problemas sobre qualidade dos dados estão concentrados nos sub-registros e

a proporção de causas mal definidas. Ambas foram tratadas neste estudo14,17. Embora

possam persistir erros nas estimativas utilizadas neste trabalho17, admite-se que as

correções realizadas produziram níveis bastante plausíveis de mortalidade para as

causas investigadas, e com potencial explicativo para revelar os diferenciais da

mortalidade por doenças cardiovasculares das mesorregiões do Nordeste.

As doenças cardiovasculares dos idosos no Nordeste, como nas populações em

geral, constituem-se na maior causa da mortalidade. Do mesmo modo como observado

para o Brasil, no período 2000-2010, mais de metade dos óbitos em idosos no

Nordeste foi causada por doenças relacionadas ao aparelho circulatório, corroborando

com os achados de que indivíduos com mais de 60 anos apresentam óbitos

predominantemente relacionados às doenças crônicas degenerativas14.

Os níveis da mortalidade por DCV para as regiões do Nordeste ficaram abaixo,

quando comparados com os do Brasil15. Dentre as doenças cardiovasculares,

predominaram as doenças cerebrovasculares, sendo seguida pelas doenças

isquêmicas do coração e doenças hipertensivas, reproduzindo um padrão observado

em outras populações14,15. As mesorregiões dos Estados do Nordeste, com valores

mais elevados pelas DCV, foram encontradas para Pernambuco, Alagoas, Piauí e

Ceará, em ordem decrescente. Os mais baixos ficaram com o Sergipe e o Maranhão.

Em uma posição intermediária situou-se a Paraíba, Rio Grande do Norte e Bahia.

Especula-se que, para as mesorregiões que apresentam variação percentual

negativa das taxas na década, bem como BRM negativas (abaixo do valor mediano),

tiveram uma maior resposta aos investimentos no campo da assistência à saúde a

partir de ações públicas como programas voltados para a saúde do homem idoso,

aumento na demanda masculina aos serviços de saúde.

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A discussão sobre a questão da relação entre o status de saúde de uma

sociedade e indicadores que expressam as condições de vida tem-se mostrado

recorrente e atual4,10,13,18. No Brasil, esse tema também tem despertado a atenção de

estudiosos, principalmente a partir do final dos anos noventa, quando os sistemas de

informações sobre mortalidade melhoraram a qualidade dos seus dados, permitindo

investigações mais acuradas das relações entre mortalidade e indicadores

socioeconômicos1,2,9.

No Brasil, estudos ao nível macrorregional e em unidades federadas

encontraram maior mortalidade por DCV, em regiões com condições de vida mais

desenvolvidas, com menores taxas de pobreza6. Estes resultados são concordantes

com os encontrados neste trabalho para as mesorregiões classificadas no extrato 1

(Tabela 3.3) cujas BRM apresentaram valores acima da valor mediano para a grande

maioria das mesorregiões. No primeiro extrato, posicionou-se a grande maioria das

capitais do Nordeste, onde os indicadores sociais e econômicos são geralmente mais

favoráveis e com infraestrutura de saúde mais diversificada e distribuída. Segundo o

IDHM 2013, as nove capitais do Nordeste encontram-se entre os 15 municípios com os

escores mais elevadosk. Nestas mesorregiões, o processo de transição epidemiológica

encontrava-se em estágio mais avançado. O crescimento do contingente de idosos e o

das DCV, em um primeiro momento dessa transição, estaria em um ritmo diretamente

relacionado para, em seguida, haver uma diminuição das DCV, de acordo com o

estágio 4 da teoria da transição epidemiológica conforme proposta por Omran16.

Uma relação direta também foi verificada no extrato 3 (condições de vida baixa),

para a maioria das mesorregiões (oito em dez), cujos valores das BRM foram

negativos, sugerindo níveis mais baixos das DCV comparativamente ao valor mediano

do Nordeste. Ou seja, condições de vida estariam associadas com níveis mais baixos

das DCV, remetendo a um processo de transição da morte por estas causas básicas.

No entanto, no extrato 2 (condições de vida média), algumas mesorregiões

apresentaram características do extrato 1, com um misto de situações: relações diretas

e inversas. Quadro similar, também ocorreu no extrato 4 (condições de vida muita

baixa), com mesorregiões com características de mesorregiões classificadas no extrato

3.

k PNUD BRASIL, IPEA e FJP. Acesso ao site em 10/08/2013: http://www.atlasbrasil.org.br/2013/

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É preciso notar, no entanto, que associações inversas foram relatadas em vários

estudos ecológicos7,19,22 os quais evidenciaram associação negativa entre DCV e

situação socioeconômica, como encontrado nos Estados Unidos, Austrália, e ainda em

municípios como o Rio de Janeiro e São Paulo, no Brasil. Embora não se possam

nivelar os níveis de desenvolvimento das regiões do Nordeste com as de países e

regiões mais desenvolvidas, não se pode deixar de registrar essa situação que precisa

ser melhor investigada: seja pela deficiência dos dados de mortalidade, seja pelas

características contraditórias encontradas nessas regiões.

Para uma região marcada por desigualdades regionais de desenvolvimento,

como o Nordeste brasileiro, as contradições são evidentes. Para todos os extratos da

classificação adotada, foram encontradas mesorregiões com processos de

envelhecimento da população bastante diferenciados. Uma averiguação sobre uma

associação entre o percentual de idosos e os indicadores usados aqui para expressar

as condições de vida não revelou nenhuma significância estatística. Ou seja, não

houve evidência de uma relação explícita ou associação, o que sugere que, no

Nordeste, o aumento nos níveis de envelhecimento não tem sido acompanhado por

uma melhora nas condições de vida. Por sua vez, houve evidências estatísticas de

uma relação inversa entre o percentual de idosos e as mortes por DCV (R = -0,55, p <

0,01). No entanto, é preciso notar que, quando as mesorregiões são desagregadas em

uma classificação, esta relação se dilui, e esta não mais se configura ao serem feitas

análises internas nos extratos.

Conclusão

Os diferentes processos de transição, tanto demográfica como epidemiológica

dos idosos, somados às dificuldades em resgatar os registros de óbitos, são elementos

que dificultam o entendimento maior dessas relações diante de um mosaico de

contrastes regionais. Estudos mais específicos são necessários para uma maior

clareza sobre estas relações.

Se for válido a teoria da transição epidemiológica de que níveis avançados

convivem nesse primeiro momento com níveis elevados por DCV, para em seguida

decair até último nível, então é possível especular que as regiões do Nordeste em 2010

que poderiam já estar entrando em um processo de inversão dessa relação seriam

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algumas regiões do estrato 1. As regiões dos demais estratos ainda estariam em um

ritmo de ascensão por DCV.

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APÊNDICE II

8.2. Bases de Dados Utilizadas

Bases de Dados – Artigo 1 (Tabela 1.A, Tabela 2.A e Tabela.2B)

Bases de Dados – Artigo 2 (Tabela 1.A, Tabela 2.A e Tabela.2B)

Bases de Dados – Artigo 3 (Tabela 3.A)

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Tabela 1.A – Taxa de mortalidade padronizada dos idosos por doenças cardiovasculares nas 187 microrregiões do nordeste do Brasil, 2000 TAXA DE MORTALIDADE PADRONIZADA (x 100.000 hab)

DADOS DEMOGRÁFICOS IDOSOS - MASCULINO IDOSOS - FEMININO UF Micro DCV DHI DIC DCbV ODC DCV DHI DIC DCV ODC MA Lit. Ocid. Maranhense 1053,89 107,18 178,63 357,25 392,98 951,88 135,98 174,84 349,67 291,39 MA Aglom. Urb. São Luís 2734,84 271,28 591,45 1180,45 579,23 2133,53 264,22 343,31 1038,91 388,24 MA Rosário 1538,65 274,76 274,76 522,04 384,66 1206,96 235,50 323,82 382,69 206,07 MA Lencois Maranhenses 730,41 24,80 151,50 377,80 151,12 654,21 96,70 148,68 327,11 29,74 MA Baixada Maranhense 1204,11 125,58 317,65 384,13 354,59 890,92 92,66 228,08 384,88 185,31 MA Itapecuru Mirim 1855,94 179,61 439,04 798,25 319,30 1484,55 117,82 259,21 636,23 400,59 MA Gurupi 659,70 70,68 94,24 329,85 164,92 660,07 150,02 120,01 240,03 120,01 MA Pindaré 1210,73 143,45 350,02 430,35 269,69 862,77 91,62 190,88 335,94 213,78 MA Imperatriz 1161,05 117,08 195,13 517,11 292,70 996,37 118,97 123,93 480,84 242,90 MA Médio Mearim 1495,49 201,32 350,86 580,94 345,11 1040,21 174,31 157,44 449,82 236,16 MA Alto Mearim e Grajaú 1556,81 105,19 368,16 652,18 378,68 1252,72 24,56 270,20 589,52 343,89 MA Presidente Dutra 1406,89 58,62 410,34 515,86 422,07 809,72 34,70 150,38 393,29 231,35 MA Baixo Parnaíba Maranh. 1130,29 91,64 305,48 427,68 274,93 600,00 46,15 184,62 230,77 138,46 MA Chapadinha 1320,39 143,17 302,26 461,34 397,71 1143,86 64,44 145,00 644,43 289,99 MA Codó 1811,80 136,57 309,55 646,42 646,42 1102,41 88,90 248,93 435,63 293,38 MA Coelho Neto 1759,09 128,71 214,52 858,09 471,95 1017,30 138,72 92,48 693,61 92,48 MA Caxias 1586,34 137,35 267,82 638,66 501,31 1070,76 130,73 199,21 429,55 280,14 MA Chap. Alto Itapecuru 823,26 106,92 267,29 256,60 181,76 658,66 83,64 167,28 292,74 115,00 MA Porto Franco 1477,41 69,25 415,52 461,69 484,77 1167,36 116,74 186,78 350,21 466,94 MA Gerais de Balsas 1947,91 92,76 371,03 537,99 909,02 1305,19 48,34 177,25 580,08 483,40 MA Chap. das Mangabeiras 640,39 30,49 243,96 243,96 121,98 292,75 50,25 58,55 104,50 87,83 PI Baixo Parnaíba Piauí 1521,29 225,38 315,53 552,17 428,22 1278,24 178,82 245,05 562,96 271,54 PI Litoral Piauíense 2027,88 255,95 675,96 682,52 347,82 1683,74 178,68 487,94 652,88 309,26 PI Teresina 2190,13 373,01 492,78 843,54 379,85 1687,29 342,13 230,83 698,00 335,26 PI Campo Maior 1336,16 152,31 408,46 484,62 270,00 1226,16 148,13 395,00 444,38 197,50 PI Médio Parnaíba Piauí 1446,24 194,27 420,92 582,81 194,27 1111,38 185,23 119,85 457,63 315,98 PI Valença do Piauí 1439,89 124,61 318,44 623,03 359,97 1331,73 92,48 147,97 684,36 369,92 PI Alto Parnaíba Piauíense 1662,22 360,94 197,88 751,96 277,04 1394,01 84,21 168,97 844,86 337,94 PI Bertolínia 1148,81 107,70 323,10 466,70 251,30 1408,30 46,94 563,32 422,49 328,60 PI Floriano 1756,63 295,11 309,17 590,23 519,96 1182,50 248,95 211,61 435,66 248,95 PI Alto Médio Gurguéia 1144,02 102,14 183,86 551,58 224,72 878,42 64,27 149,97 364,22 278,52 PI São Raimundo Nonato 1501,23 47,28 484,65 543,75 401,90 1302,94 57,65 219,08 484,28 530,40 PI Chap.Extr. Sul Piauí 1191,40 109,98 329,93 549,88 201,62 753,19 22,15 221,53 354,44 155,07 PI Picos 2129,93 202,43 536,88 836,13 519,28 1511,53 182,43 321,42 634,15 347,48 PI Pio IX 1786,96 201,75 259,40 720,55 576,44 1064,15 122,79 286,50 450,22 163,72 PI Alto Médio Canindé 1345,40 85,69 385,62 488,46 377,05 1222,98 190,82 225,51 468,37 303,58 CE Lit. Camocim e Acarau 1443,79 203,17 229,10 613,83 263,69 1283,95 277,50 169,81 550,86 198,80 CE Ibiapaba 2385,07 415,58 406,55 871,81 442,68 2136,27 449,10 396,51 788,96 360,09 CE Coreau 1361,41 346,54 74,26 346,54 297,04 1373,01 514,88 147,11 514,88 73,55 CE Meruoca 1548,11 154,81 103,21 825,66 258,02 1040,78 271,51 90,50 316,76 181,01 CE Sobral 1423,56 197,82 368,50 504,26 244,37 1119,15 196,70 220,44 434,10 200,09 CE Ipu 1706,80 294,05 236,52 498,61 447,47 1485,34 392,47 156,99 495,11 289,82 CE Santa Quitéria 1209,22 172,75 230,33 431,86 302,30 969,50 228,91 161,58 296,24 107,72 CE Itapipoca 1388,71 97,21 298,57 597,15 395,78 1334,98 168,71 330,08 594,14 227,39 CE Baixo Curu 1260,68 262,64 280,15 490,26 192,60 964,97 186,22 203,15 338,58 220,08 CE Uruburetama 1608,10 232,10 431,04 629,98 298,41 1481,68 319,91 202,05 589,31 303,07 CE Médio Curu 1609,10 430,34 318,08 561,32 261,95 1244,98 200,80 301,21 441,77 261,04

Continua...

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Continuação da Tabela 1.A TAXA DE MORTALIDADE PADRONIZADA (x 100.000 hab)

DADOS DEMOGRÁFICOS IDOSOS - MASCULINO IDOSOS - FEMININO UF Micro DCV DHI DIC DCbV ODC DCV DHI DIC DCV ODC CE Canindé 1324,82 149,98 299,96 587,42 224,97 1161,89 187,40 274,85 399,79 262,36 CE Baturité 1592,58 299,52 409,10 518,68 321,44 1414,32 186,66 323,07 538,45 323,07 CE Chorozinho 1489,55 201,97 454,44 555,43 227,22 1430,48 195,07 357,62 487,67 325,11 CE Cascavél 1639,04 303,53 379,41 622,23 333,88 1196,56 275,07 220,06 440,11 220,06 CE Fortaleza 1642,34 89,50 429,73 685,84 337,53 1223,47 80,26 287,43 511,23 288,51 CE Pacajus 1188,18 81,94 368,74 450,69 286,80 1069,59 165,97 258,18 368,83 258,18 CE Sertão de Crateus 1905,73 272,80 307,88 658,63 491,05 1583,57 319,62 239,71 497,59 385,00 CE Sertão Quixeramobim 1611,48 244,16 466,13 510,52 310,75 1143,83 163,40 236,03 426,67 236,03 CE Sertão de Inhamuns 1660,37 424,75 208,51 494,25 347,52 1463,19 401,98 217,07 385,90 233,15 CE Sertão Senador Pompéu 1753,39 385,50 402,08 605,19 257,00 1415,50 347,74 241,37 499,11 229,10 CE Litoral de Aracati 1951,98 268,40 366,00 829,59 341,60 1515,52 305,21 210,49 705,14 189,44 CE Baixo Jaguaribe 1594,22 198,34 389,20 587,54 306,87 1348,08 215,97 303,06 477,23 268,22 CE Médio Jaguaribe 1490,22 74,51 283,14 566,28 461,97 1194,69 156,45 227,56 412,45 355,56 CE Serra do Pereiro 1425,14 172,00 540,57 172,00 417,71 1160,62 346,15 305,43 264,70 183,26 CE Iguatú 1615,60 146,38 482,51 639,73 314,44 1281,68 138,98 303,69 555,91 216,19 CE Várzea Alegre 1913,55 287,03 467,76 712,27 361,45 1508,92 254,75 372,33 499,71 244,95 CE Lavras da Mangabeira 1678,56 55,95 671,42 615,47 307,74 1328,76 24,61 615,16 516,74 172,25 CE Chapada do Araripe 1601,43 295,65 209,42 578,98 443,47 1434,04 370,08 196,60 451,03 323,82 CE Caririaçu 1229,78 186,33 242,23 465,82 223,60 1293,96 307,32 210,27 452,89 242,62 CE Barro 1436,80 172,42 218,39 632,19 252,88 1403,02 100,22 289,51 567,89 322,92 CE Carirí 2040,63 222,41 375,32 825,70 480,97 1487,13 225,26 294,09 494,32 369,18 CE Brejo Santo 1333,80 169,76 266,76 460,77 400,14 949,08 73,82 221,45 390,18 221,45 RN Mossoró 1915,60 115,40 709,70 663,54 380,81 1273,72 117,50 361,91 460,61 300,81 RN Chap. Apodi 1504,70 199,15 641,71 486,82 177,02 1330,22 22,93 619,24 550,44 114,67 RN Médio Oeste 1539,83 115,49 500,45 577,44 346,46 811,21 101,40 253,50 354,90 101,40 RN Vale do Açu 1552,35 148,39 570,72 422,33 376,67 1380,21 300,95 456,61 394,35 197,17 RN Serra S.Miguel 1663,72 132,04 686,61 528,16 237,67 1280,02 119,07 327,45 506,05 327,45 RN Pau dos Ferros 1602,80 119,22 490,11 476,87 490,11 1182,63 55,01 371,29 385,04 357,54 RN Umarizal 1523,23 70,03 490,24 595,29 297,64 1009,43 93,47 299,09 336,48 243,01 RN Macau 1894,67 135,33 595,47 730,80 433,07 1150,65 167,80 383,55 311,63 263,69 RN Angicos 1324,77 174,97 549,91 274,95 299,95 1086,91 152,17 456,50 239,12 239,12 RN Serra Santana 1036,73 155,51 388,77 336,94 155,51 1397,22 206,15 389,39 435,20 297,77 RN Seridó Ocid. 1424,00 56,40 408,87 422,97 493,47 1196,15 42,22 492,53 295,52 295,52 RN Seridó Oriental 1481,77 195,51 391,02 411,60 473,34 1181,20 192,29 192,29 384,58 402,89 RN Baixa Verde 1588,68 189,69 640,21 474,23 260,83 1424,35 223,43 335,14 642,36 83,79 RN Borborema Potiguar 1716,56 365,56 572,19 429,14 238,41 1365,35 204,80 273,07 494,94 307,20 RN Agreste Potiguar 1675,87 271,76 543,53 425,76 335,17 1178,13 196,35 436,34 425,44 87,27 RN Litoral Nordeste 1228,75 325,99 300,92 376,15 225,69 1024,96 125,00 274,99 374,99 149,99 RN Macaíba 1522,75 221,37 543,36 402,49 275,03 1081,32 229,55 362,45 259,76 175,19 RN Natal 2092,82 243,53 902,58 592,08 258,75 1426,83 153,91 503,34 451,34 235,03 RN Litoral Sul 1323,29 182,52 501,94 365,04 212,94 1204,82 225,90 316,27 391,57 240,96 PB Catolé do Rocha 1539,04 87,45 664,59 454,72 332,29 1516,20 48,91 407,58 440,19 570,61 PB Cajazeiras 1693,59 90,73 463,72 564,53 534,29 1583,09 96,74 325,41 633,24 518,90 PB Sousa 1646,17 45,52 409,65 470,33 659,98 1576,79 43,20 388,80 482,40 597,60 PB Patos 2040,86 77,90 498,53 794,53 638,74 1741,83 172,95 407,66 630,02 518,84 PB Píancó 1746,53 164,77 362,49 362,49 724,98 1741,83 147,61 206,66 560,93 797,11 PB Itaporanga 1380,99 30,69 460,33 398,95 429,64 1322,31 150,26 270,47 571,00 330,58 PB Serra Teixeira 1601,77 175,19 450,50 575,63 350,39 1513,86 229,37 298,18 619,31 344,06 PB Seridó Ocid.PB 1375,48 117,90 392,99 235,80 628,79 1218,77 234,38 281,26 328,13 375,01

Continua...

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Continuação da Tabela 1.A TAXA DE MORTALIDADE PADRONIZADA (x 100.000 hab)

DADOS DEMOGRÁFICOS IDOSOS - MASCULINO IDOSOS - FEMININO UF Micro DCV DHI DIC DCbV ODC DCV DHI DIC DCV ODC PB Seridó Or. PB 1707,90 76,47 305,89 713,75 586,30 1123,65 88,71 413,98 295,70 295,70 PB Cariri Ocid. 1400,35 107,72 353,94 477,04 446,27 1256,17 129,95 375,41 404,28 346,53 PB Cariri Oriental 1452,59 87,16 290,52 726,30 319,57 1201,23 133,47 266,94 500,51 300,31 PB Curimataú Ocid. 1587,79 114,78 401,73 554,77 478,25 1516,30 216,61 334,77 452,92 472,61 PB Curimataú Or. 1572,26 135,87 388,21 427,03 582,32 1631,60 158,63 543,87 339,92 453,22 PB Esperança 1736,17 209,54 299,34 568,74 628,61 2051,16 173,34 462,23 606,68 808,91 PB Brejo PB 1734,06 163,59 261,74 785,23 507,13 1672,26 157,76 299,74 741,47 441,73 PB Guarabira 1877,33 446,36 472,61 301,95 590,77 1584,17 382,39 341,42 191,19 614,55 PB Campina Grande 1688,36 78,53 346,24 613,95 628,23 1465,88 73,75 270,43 617,70 476,33 PB Itabaiana 1106,66 38,16 209,88 457,93 381,61 1212,59 72,39 253,38 398,16 452,46 PB Umbuzeiro 1135,70 126,19 168,25 546,82 252,38 1341,18 186,28 186,28 596,08 335,30 PB Litoral Norte 1509,99 82,74 351,64 579,17 393,01 1330,77 65,45 196,34 610,84 349,05 PB Sapé 1481,42 150,02 393,80 600,07 318,79 1513,56 129,21 276,87 775,24 258,41 PB João Pessoa 1897,89 157,65 511,36 774,11 382,00 1637,13 169,10 324,73 721,30 353,17 PB Litoral Sul PB 1450,13 172,63 207,16 690,54 345,27 1165,49 105,95 423,81 494,45 70,64 PE Araripina 1453,47 107,00 419,10 499,35 401,26 1058,75 121,23 266,71 347,53 290,96 PE Salgueiro 1652,20 154,33 481,14 680,85 317,73 1232,69 137,77 246,54 587,34 224,78 PE Pajeú 2086,58 226,45 566,13 626,78 606,56 1548,13 228,52 395,88 476,35 379,79 PE Sertão Moxotó 1982,26 167,51 558,38 679,36 502,54 1441,16 192,15 416,34 464,37 304,24 PE Petrolina 1819,19 142,83 533,73 729,18 345,80 1287,42 146,05 238,01 508,48 373,24 PE Itaparica 1941,29 195,76 391,52 848,29 473,09 1422,21 203,17 203,17 555,34 379,26 PE Vale do Ipanema 1644,30 203,23 535,78 461,88 369,50 996,14 65,54 314,57 419,43 183,50 PE Vale do Ipojuca 2293,76 250,45 606,24 830,84 510,83 1756,18 234,76 394,28 642,58 415,34 PE Alto Capibaribe 1974,39 254,37 484,51 738,88 436,06 1391,51 217,76 286,80 594,85 233,69 PE Médio Capibaribe 2040,15 240,32 516,43 823,22 429,51 1669,42 272,38 377,82 637,02 298,74 PE Garanhuns 2209,14 178,41 661,17 881,56 425,04 1702,35 179,98 408,71 637,44 412,46 PE Brejo PE 2263,04 284,53 463,20 681,56 780,82 1681,31 193,53 381,02 580,60 489,88 PE Mata Set. PE 2344,24 234,18 591,49 956,05 504,58 1713,95 227,85 371,02 725,91 308,51 PE Vitória S. Antão 2332,98 326,29 592,76 929,93 413,30 1740,72 358,52 311,35 617,98 367,96 PE Mata Merid. PE 2416,71 325,89 632,41 893,76 467,85 1735,26 244,68 419,05 652,48 368,43 PE Itamaracá 2269,94 323,06 816,16 705,64 340,07 1858,03 373,10 537,26 537,26 268,63 PE Recife 2339,13 215,01 883,33 743,12 378,14 1691,68 190,64 576,87 550,92 278,64 PE Suape 2843,07 350,52 791,91 1038,57 538,76 2015,83 300,46 518,98 661,02 469,81 AL Serr. Sertão Alagoano 2227,37 71,28 445,47 997,86 694,94 1905,26 72,58 326,62 907,27 598,80 AL Alag. Sert. S. Francisco 2119,31 374,00 249,33 914,21 540,22 1186,95 306,31 191,44 344,60 344,60 AL Santana do Ipanema 1640,61 191,14 445,99 589,35 366,35 1177,18 123,19 260,07 451,71 328,51 AL Batalha 1736,24 213,22 456,90 852,89 152,30 1132,83 56,64 169,93 453,13 396,49 AL Palmeira dos Índios 1514,07 164,32 258,21 481,22 551,64 1377,90 156,36 312,72 459,30 390,89 AL Arapiraca 1945,44 170,85 451,91 881,79 429,87 1781,27 227,07 343,14 777,10 378,46 AL Traipu 1741,67 120,12 180,17 900,86 540,52 1291,36 215,23 71,74 215,23 717,42 AL Serrana dos Quilombos 1750,67 55,14 413,54 647,89 565,18 1359,86 119,55 224,15 597,74 358,64 AL Mata Alagoana 1787,66 158,40 339,43 837,26 414,86 1428,08 256,54 171,03 709,77 247,99 AL Litoral Norte Alagoano 1553,56 145,65 339,84 776,78 97,10 1138,57 218,96 262,75 525,49 131,37 AL Maceió 2389,23 163,27 533,46 1141,27 480,11 1870,56 176,25 361,60 844,88 441,20 AL S. Miguel dos Campos 1501,13 174,74 277,99 659,23 325,64 1270,70 107,97 332,21 498,31 307,29 AL Penedo 1704,72 145,70 276,83 684,80 495,39 1595,06 290,01 342,74 553,66 355,92

Continua...

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Continuação da Tabela 1.A TAXA DE MORTALIDADE PADRONIZADA (x 100.000 hab)

DADOS DEMOGRÁFICOS IDOSOS - MASCULINO IDOSOS - FEMININO UF Micro DCV DHI DIC DCbV ODC DCV DHI DIC DCV ODC SE Serg. Sertão S. Francisco 1103,63 24,26 218,30 472,99 363,84 924,87 119,34 328,18 223,76 223,76 SE Carira 943,82 85,80 64,35 664,96 128,70 795,99 88,44 132,67 420,11 154,78 SE Nossa Senhora das Dores 1567,72 165,02 467,56 412,56 440,06 1474,84 120,40 481,58 511,68 361,19 SE Agreste de Itabaiana 1342,67 127,87 255,75 588,22 358,05 1250,78 154,59 267,02 421,61 379,45 SE Tobias Barreto 1234,26 121,40 263,04 607,01 182,10 1244,90 169,76 339,52 471,55 245,21 SE Agreste de Lagarto 1687,17 64,89 438,01 778,69 405,57 1558,32 71,65 447,79 609,00 376,15 SE Propriá 1427,25 249,77 303,29 481,70 338,97 1490,37 180,65 210,76 722,60 331,19 SE Cotinguiba 1443,53 122,85 307,13 614,27 399,27 1309,37 62,35 374,11 467,63 374,11 SE Japaratuba 1141,76 163,11 293,60 456,71 195,73 1037,73 159,65 119,74 359,22 319,30 SE Baixo Cotinguiba 1679,68 276,11 253,10 644,26 437,18 1506,56 215,22 344,36 602,62 301,31 SE Aracajú 1990,82 197,14 511,09 764,20 438,08 1609,33 174,33 319,61 650,51 397,09 SE Boquim 1232,10 132,48 225,22 490,19 384,20 1111,30 172,17 172,17 422,61 313,04 SE Estância 1700,61 94,48 310,43 701,84 512,88 1560,01 128,93 244,96 683,31 451,24 BA Barreiras 1032,67 104,31 187,76 219,05 490,26 1044,65 142,45 201,81 379,87 320,52 BA Cotegipe 852,92 27,51 302,65 412,70 110,05 788,62 112,66 187,77 262,87 187,77 BA Santa Maria da Vitória 881,42 124,14 148,97 248,29 335,19 842,97 112,40 67,44 314,71 337,19 BA Juazeiro 1380,38 95,37 316,23 612,39 331,29 1130,46 102,36 262,59 453,97 280,39 BA Paulo Afonso 1377,48 75,82 303,30 644,51 328,57 1078,12 136,18 272,37 374,51 295,06 BA Barra 1461,81 99,67 332,23 564,79 431,90 1111,96 105,90 232,98 455,38 254,16 BA Bom Jesus da Lapa 1391,43 229,65 337,72 526,85 283,69 1058,33 244,23 217,09 339,21 244,23 BA Senhor do Bonfim 1295,33 70,49 387,72 502,27 273,17 885,15 145,90 155,63 311,26 233,45 BA Irecê 1278,54 136,45 212,25 449,76 454,82 969,01 135,45 166,71 343,84 307,37 BA Jacobina 1456,86 91,05 391,00 412,42 530,26 1241,94 121,16 252,43 353,40 484,66 BA Itaberaba 1656,42 216,84 295,14 578,24 505,96 1252,75 234,53 188,77 400,42 388,98 BA Feira de Santana 1674,78 246,70 360,08 600,65 415,25 1318,90 229,37 250,88 461,14 340,48 BA Jeremoabo 953,45 112,17 196,30 504,77 140,21 1037,42 226,93 97,26 453,87 259,35 BA Euclides da Cunha 1182,61 93,36 336,11 441,92 267,64 1013,74 122,14 213,74 384,73 256,49 BA Ribeira do Pombal 1242,23 135,76 434,44 386,92 251,16 870,17 151,62 263,69 290,06 112,07 BA Serrinha 1260,19 143,08 308,17 407,22 363,20 1092,28 120,75 263,47 389,71 285,42 BA Alagoinhas 1708,03 164,33 368,50 692,17 448,17 1500,88 261,39 252,96 569,15 354,14 BA Entre Rios 1687,05 353,48 337,41 610,55 305,28 1100,72 171,54 200,13 371,67 271,61 BA Catú 2191,68 215,90 503,76 876,67 516,84 1451,45 211,12 348,35 548,91 321,96 BA Santo Antônio de Jesus 1981,70 270,35 351,96 665,67 629,96 1524,83 260,12 247,56 513,06 470,01 BA Salvador 1793,49 254,12 454,57 628,71 367,00 1450,35 256,75 299,49 551,90 284,93 BA Boquira 1255,58 111,61 251,12 418,53 455,73 1123,78 120,02 141,84 447,33 381,87 BA Seabra 1537,36 194,88 303,14 606,28 353,67 1144,20 119,74 232,83 379,18 339,27 BA Jequié 1672,42 232,81 313,58 584,40 482,25 1495,89 223,87 217,77 578,00 423,33 BA Livramento do Brumado 1111,23 109,75 329,25 384,13 260,66 1089,95 114,73 172,10 430,25 358,54 BA Guanambi 1283,73 119,70 231,15 586,14 284,81 1222,58 204,37 149,63 426,99 405,09 BA Brumado 1191,80 105,16 268,74 490,74 286,27 955,79 110,73 174,84 378,82 250,60 BA Vitória da Conquista 1439,90 87,04 281,02 594,36 410,33 1184,14 66,78 228,61 472,63 369,88 BA Itapetinga 1406,48 148,05 277,59 499,67 462,66 1082,09 50,62 246,79 423,98 341,71 BA Valença 1493,59 126,69 286,72 566,76 466,75 1263,10 112,28 196,48 477,17 428,05 BA Ilhéus-Itabuna 1853,61 196,45 384,82 674,88 533,90 1503,04 205,12 286,46 589,43 383,13 BA Porto Seguro 1359,83 125,28 323,64 535,06 321,03 1175,54 167,93 202,09 449,72 315,94

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Tabela 2.A – Indicadores de condições e vida e de vulnerabilidade dos homens idosos nas 187 microrregiões do nordeste do Brasil – Censo de 2000

INDICADORES DE CONDIÇÕES DE VIDA E VULNERABILIDADE UF Micro Anos Analf Le RPC RdT Apo Apo Banh PRB PRB Est Escr med med Pen Prev Agua 40 60

MA Litoral Ocid. Maranhense 2,93 57,3 37,6 60,89 251 166,26 63,7 7,26 79,8 61,2 MA Aglom. Urb. de São Luís 5,84 25,3 73,0 150,79 916,90 594,53 64,0 38,83 87,6 73,8 MA Rosário 2,81 59,7 33,7 53,41 222,6 197,43 60,3 8,03 81,6 63,9 MA Lencois Maranhenses 2,75 66,5 28,2 49,09 213,7 164,37 75,3 4,82 77,5 57,8 MA Baixada Maranhense 2,96 52,8 43,1 63,12 233,3 175,05 65,5 10,07 81,2 63,2 MA Itapecuru Mirim 2,92 65,8 27,0 56,32 181,4 156,89 70,7 10,20 80,6 62,3 MA Gurupi 2,88 61,5 36,2 62,51 225,2 159,42 54,6 4,53 80,6 62,3 MA Pindaré 2,89 66,6 33,8 67,30 217,1 157,03 60,2 11,10 80,7 62,4 MA Imperatriz 3,32 59,9 42,5 95,46 413,80 179,85 60,4 19,77 82,7 65,6 MA Médio Mearim 3,00 63,9 36,1 66,27 236,6 177,37 70,9 17,50 81,1 63,1 MA Alto Mearim e Grajaú 2,92 64,1 36,3 67,50 284,4 165,02 68,1 9,85 79,5 60,6 MA Presidente Dutra 2,71 66,1 34,3 79,65 226,6 162,63 73,2 16,86 78,6 59,3 MA Baixo Parnaíba Maranh. 3,24 68,9 27,3 48,80 226,4 172,28 73,3 10,74 79,3 60,4 MA Chapadinha 3,19 63,4 33,0 55,84 244,3 172,84 75,1 10,08 80,3 61,9 MA Codó 2,93 65,7 33,4 62,76 206,40 168,22 71,4 13,73 77,9 58,3 MA Coelho Neto 3,15 71,7 23,8 61,85 237,5 164,13 72,1 8,99 79,7 61,0 MA Caxias 3,68 59,7 38,2 71,82 302,6 224,66 71,2 17,64 83,7 67,1 MA Chap. do Alto Itapecuru 2,85 57,3 38,8 71,37 254 176,78 75,2 16,73 82,0 64,5 MA Porto Franco 3,76 55,8 48,3 103,37 339,7 178,69 70,0 28,16 85,4 70,0 MA Gerais de Balsas 3,16 60,2 38,2 95,55 267,90 191,51 74,3 21,55 78,3 59,0 MA Chap. das Mangabeiras 2,94 52,4 46,6 68,96 224,2 181,59 69,0 13,40 83,2 66,4 PI Baixo Parnaíba Piauíense 3,01 63,0 31,4 62,57 242,5 185,40 75,8 17,63 79,2 60,3 PI Litoral Piauíense 3,93 53,7 45,8 70,71 368,40 286,83 77,6 24,17 79,55 60,75 PI Teresina 5,49 47,6 52,4 83,91 809,3 493,74 72,9 23,72 86,3 71,6 PI Campo Maior 3,04 66,0 33,0 60,64 219,80 172,48 80,3 17,46 83,2 66,4 PI Médio Parnaíba Piauíense 2,99 63,8 34,5 70,75 232,9 176,11 83,9 31,07 87,1 72,8 PI Valença do Piauí 3,08 74,3 32,8 76,57 249,3 169,66 86,0 30,79 84,6 68,6 PI Alto Parnaíba Piauíense 3,29 66,5 37,3 83,96 280 167,30 77,6 28,86 84,9 69,2 PI Bertolínia 2,92 60,2 36,7 72,72 234,1 171,84 84,0 35,83 86,7 72,1 PI Floriano 3,92 55,9 46,3 82,19 343,1 264,85 71,9 30,75 79,6 60,8 PI Alto Médio Gurguéia 2,97 65,1 38,2 81,06 259,1 175,28 81,5 30,30 85,2 69,6 PI São Raimundo Nonato 3,25 56,3 42,1 72,82 292,60 193,44 81,1 17,35 84,5 68,4 PI Chap.Extr. Sul Piauíense 3,31 48,5 47,5 73,66 328,5 204,69 78,5 23,67 83,2 66,4 PI Picos 3,53 63,4 39,2 81,87 333,8 221,33 77,8 33,53 82,8 65,7 PI Pio IX 3,09 76,9 30,7 99,56 326,6 173,22 86,4 27,29 82,6 65,3 PI Alto Médio Canindé 2,97 73,4 41,5 66,88 267,5 181,08 82,8 19,82 81,3 63,4 CE Lit. Camocim e Acarau 2,98 62,5 33,9 71,75 249,4 182,20 78,4 24,15 85,1 71,8 CE Ibiapaba 3,27 67,6 34,1 79,74 245 186,14 76,0 37,45 87,4 75,6 CE Coreau 3,02 69,0 33,6 61,76 202,9 173,63 78,3 27,01 86,6 74,2 CE Meruoca 3,17 56,8 32,8 73,79 251,7 204,17 84,0 19,46 84,8 71,4 CE Sobral 3,72 60,6 39,5 76,63 315,3 227,32 73,8 29,64 87,8 76,3 CE Ipu 2,96 66,4 35,1 76,67 230,8 189,00 85,3 28,35 89,0 78,4 CE Santa Quitéria 2,56 66,5 38,8 70,53 234,1 180,98 78,9 26,73 88,5 77,5 CE Itapipoca 2,81 58,9 36,8 69,16 252,4 196,55 82,3 18,16 89,1 78,5 CE Baixo Curu 3,14 57,5 38,1 82,43 261 228,66 75,5 33,05 86,3 73,7 CE Uruburetama 2,95 65,4 31,0 70,51 313,4 193,39 82,1 24,62 87,0 74,9 CE Médio Curu 3,42 62,8 35,6 72,63 293,6 213,25 83,4 19,83 85,6 72,7

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Continuação da Tabela 2.A INDICADORES DE CONDIÇÕES DE VIDA E VULNERABILIDADE UF Micro Anos Analf Le RPC RdT Apo Apo Banh PRB PRB Est Escr med med Pen Prev Agua 40 60

CE Canindé 2,81 69,3 30,2 64,03 204,63 173,98 71,3 18,33 86,9 74,8 CE Baturité 3,00 60,3 34,3 76,31 240,79 175,16 80,1 23,05 89,1 78,5 CE Chorozinho 3,02 63,4 32,1 71,50 216,08 184,76 52,8 9,64 84,8 71,3 CE Cascavél 3,17 64,2 32,3 100,45 255,84 217,56 79,0 27,03 89,8 79,7 CE Fortaleza 6,19 32,9 66,9 129,92 909,26 700,03 67,7 50,89 90,2 80,4 CE Pacajus 3,13 55,8 40,2 115,78 364,42 184,14 69,2 28,86 88,2 77,0 CE Sertão de Crateus 3,19 64,6 38,6 79,30 256,82 194,11 81,0 25,22 88,7 77,8 CE Sertão de Quixeramobim 3,20 64,7 32,6 77,47 232,87 183,21 81,2 23,88 87,9 76,4 CE Sertão de Inhamuns 2,79 69,5 32,8 66,01 275,66 167,41 83,8 24,37 82,7 68,1 CE Sertão Senador Pompéu 2,77 66,6 32,7 83,85 239,67 174,66 86,4 28,11 86,5 74,0 CE Litoral de Aracati 3,84 57,3 35,2 94,66 311,95 240,47 79,9 32,47 84,9 71,5 CE Baixo Jaguaribe 2,92 55,7 38,9 98,38 265,19 193,64 87,1 41,85 91,1 82,1 CE Médio Jaguaribe 3,08 59,6 33,7 98,54 286,60 175,68 90,2 38,15 89,1 78,5 CE Serra do Pereiro 2,72 70,4 26,7 81,85 241,68 163,42 91,9 26,38 87,2 75,3 CE Iguatú 3,35 60,2 37,6 95,77 303,48 227,06 85,5 35,52 85,7 72,7 CE Várzea Alegre 2,85 64,7 35,8 66,46 204,70 160,96 84,1 31,82 87,3 75,4 CE Lavras da Mangabeira 2,93 55,5 40,0 71,46 256,48 189,26 84,6 34,95 82,4 67,7 CE Chapada do Araripe 3,11 71,0 30,0 77,36 224,01 178,84 78,7 26,76 84,8 71,3 CE Caririaçu 2,72 57,1 37,6 64,66 210,95 173,32 81,7 26,02 82,9 68,4 CE Barro 3,28 59,5 39,8 80,31 275,30 173,81 83,8 30,18 89,3 78,9 CE Carirí 4,29 56,5 42,0 103,84 378,85 256,22 77,3 40,50 88,3 77,1 CE Brejo Santo 3,37 63,2 39,0 89,66 287,16 182,22 76,3 39,96 88,2 77,0 RN Mossoró 3,88 56,2 41,4 121,36 400,98 310,08 80,8 43,57 88,7 77,2 RN Chap. Apodi 2,85 56,5 36,0 85,62 237,53 190,57 88,4 25,28 84,4 69,9 RN Médio Oeste 2,63 53,3 33,4 84,53 234,75 191,13 83,5 18,86 82,3 66,7 RN Vale do Açu 3,27 62,4 31,0 107,58 331,88 190,24 84,0 43,98 86,4 73,3 RN Serra S.Miguel 2,64 58,5 35,7 61,14 206,65 174,14 78,7 38,47 85,8 72,2 RN Pau dos Ferros 2,73 57,7 34,5 87,19 242,16 189,38 86,8 47,64 87,6 75,3 RN Umarizal 2,95 54,5 38,2 87,73 250,38 204,65 86,5 38,76 87,1 74,4 RN Macau 3,64 55,0 40,8 92,77 288,37 261,70 88,9 28,82 86,5 73,4 RN Angicos 2,93 62,4 30,6 92,61 286,08 206,31 85,1 36,11 83,6 68,7 RN Serra Santana 2,67 61,5 30,8 80,00 234,32 183,21 88,6 30,41 81,5 65,5 RN Seridó Ocid. 3,27 48,3 43,2 128,94 406,44 262,02 84,8 54,58 90,7 80,7 RN Seridó Oriental 3,17 46,7 43,0 136,56 348,50 276,18 83,4 66,90 90,7 80,7 RN Baixa Verde 2,90 67,6 25,7 76,56 238,25 184,06 79,1 30,55 81,8 65,9 RN Borborema Potiguar 2,97 66,2 29,6 74,42 260,43 205,72 84,8 55,97 86,9 74,1 RN Agreste Potiguar 3,26 66,7 26,8 82,13 275,23 208,67 85,2 34,00 86,6 73,5 RN Litoral Nordeste 3,30 67,4 28,6 69,01 243,01 182,17 83,4 36,67 81,7 65,8 RN Macaíba 3,80 57,9 35,4 112,10 346,38 275,43 75,9 57,69 87,5 75,1 RN Natal 6,57 29,0 69,8 246,48 1114,40 922,53 77,0 82,63 89,1 77,8 RN Litoral Sul 3,46 67,7 27,3 91,80 247,51 219,07 79,8 49,52 85,5 71,8 PB Catolé do Rocha 2,78 60,7 35,1 85,18 236,73 142,23 82,5 38,98 84,6 68,6 PB Cajazeiras 3,32 64,2 36,5 85,05 311,90 171,84 86,4 38,18 79,4 60,6 PB Sousa 3,19 60,8 38,7 84,68 291,84 175,71 79,7 40,72 84,0 67,6 PB Patos 3,72 60,7 43,5 81,76 345,71 207,87 74,5 45,14 82,1 64,6 PB Píancó 3,39 63,7 36,6 70,39 253,72 178,59 84,2 40,75 84,0 67,6 PB Itaporanga 2,95 59,6 40,1 67,36 230,46 149,46 82,6 34,69 84,5 68,5 PB Serra Teixeira 2,84 60,0 37,9 65,98 199,10 161,80 87,5 39,20 79,4 60,6 PB Seridó Ocid.PB 2,98 51,8 41,2 93,09 256,11 187,37 85,3 50,41 87,2 73,1

Continua...

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Continuação da Tabela 2.A INDICADORES DE CONDIÇÕES DE VIDA E VULNERABILIDADE UF Micro Anos Analf Le RPC RdT Apo Apo Banh PRB PRB Est Escr med med Pen Prev Agua 40 60

PB Seridó Or. PB 2,86 61,9 34,1 78,34 247,93 159,28 87,5 36,35 81,8 64,1 PB Cariri Ocid. 2,95 52,6 44,9 85,50 257,82 192,10 88,3 41,73 83,4 66,6 PB Cariri Oriental 2,77 59,6 38,8 87,32 232,22 174,06 90,2 43,54 83,6 66,9 PB Curimataú Ocid. 2,87 64,1 31,3 75,98 233,91 167,32 83,9 37,34 81,2 63,3 PB Curimataú Or. 2,99 68,8 27,3 66,79 247,32 171,69 83,5 34,32 81,0 62,8 PB Esperança 3,25 56,5 37,1 93,50 277,53 182,48 87,7 40,44 81,7 64,0 PB Brejo PB 3,12 66,0 27,5 77,82 260,62 184,80 81,1 42,54 84,9 69,1 PB Guarabira 3,19 68,5 28,2 79,94 230,21 156,42 79,7 52,57 80,3 61,8 PB Campina Grande 4,94 45,5 52,5 105,26 617,91 319,07 76,2 64,22 80,1 61,5 PB Itabaiana 3,19 65,4 29,2 77,00 225,84 159,12 84,5 39,34 79,3 60,4 PB Umbuzeiro 2,63 68,4 28,3 63,33 215,79 144,25 77,7 20,58 76,9 57,0 PB Litoral Norte 2,98 65,4 29,2 72,48 224,73 143,73 74,4 47,24 79,1 60,0 PB Sapé 2,74 68,3 25,8 75,07 218,02 148,02 73,8 34,62 77,9 58,3 PB João Pessoa 6,41 32,4 66,0 172,58 877,54 571,68 74,6 74,87 88,7 75,7 PB Litoral Sul PB 3,15 70,1 26,9 82,13 268,53 142,55 69,0 44,86 83,1 66,2 PE Araripina 3,07 69,5 35,3 87,31 249,63 150,51 75,4 21,95 85,5 70,5 PE Salgueiro 3,38 57,9 44,1 87,88 294,82 215,12 88,6 42,72 90,2 78,8 PE Pajeú 3,25 58,2 39,9 86,53 250,46 177,43 84,9 44,54 85,6 70,7 PE Sertão Moxotó 3,76 59,5 41,9 85,87 321,41 233,58 83,3 40,92 85,8 71,1 PE Petrolina 3,96 55,5 50,2 106,91 410,05 218,16 77,1 43,30 89,5 77,6 PE Itaparica 3,22 47,9 50,9 97,12 273,88 189,95 83,8 42,94 89,5 77,5 PE Vale do Ipanema 3,11 69,3 31,2 72,83 208,35 150,65 80,6 38,34 84,5 68,9 PE Vale do Ipojuca 3,83 56,9 40,8 115,29 320,50 203,49 76,3 43,97 83,7 67,6 PE Alto Capibaribe 3,05 60,4 37,8 118,99 255,36 161,76 70,2 35,29 87,6 74,0 PE Médio Capibaribe 3,21 66,0 31,1 83,71 222,99 162,99 79,1 37,18 85,7 70,8 PE Garanhuns 3,46 59,6 37,4 80,98 288,36 176,73 79,0 38,31 82,2 65,1 PE Brejo PE 2,98 64,5 30,4 87,59 211,90 151,79 79,7 52,35 83,6 67,3 PE Mata Set. PE 3,54 55,1 40,5 95,75 277,19 183,31 74,1 46,50 87,3 73,5 PE Vitória S. Antão 3,61 50,7 42,6 97,08 326,42 190,23 73,6 40,91 88,3 75,3 PE Mata Merid. PE 3,56 60,9 38,4 82,98 254,58 175,75 73,1 51,40 85,1 69,9 PE Itamaracá 4,16 48,1 47,3 116,62 307,62 241,70 70,1 64,53 91,7 81,8 PE Recife 6,78 23,1 76,5 203,34 969,32 601,14 75,3 77,58 91,4 81,1 PE Suape 4,02 48,3 51,8 116,98 289,07 199,35 71,0 65,48 89,7 78,0 AL Serr. do Sertão Alagoano 2,83 69,4 29,8 55,45 214,88 177,50 76,6 15,67 83,3 64,1 AL Alag. Sert. S. Francisco 3,37 59,6 38,4 83,28 290,37 234,08 76,4 46,62 85,4 67,8 AL Santana do Ipanema 2,75 61,8 28,0 61,34 289,43 196,64 72,0 24,48 81,7 61,4 AL Batalha 2,92 66,8 30,2 78,28 341,73 169,13 69,4 29,36 84,4 65,9 AL Palmeira dos Índios 2,98 62,8 32,8 72,64 270,71 218,35 68,6 33,90 87,3 71,2 AL Arapiraca 3,10 65,0 32,6 69,10 300,22 199,45 64,3 27,42 85,4 67,7 AL Traipu 2,94 69,5 24,9 51,67 306,11 300,23 64,2 28,21 86,7 69,9 AL Serrana dos Quilombos 3,69 69,6 27,6 76,21 247,39 197,14 66,6 46,12 86,0 68,8 AL Mata Alagoana 3,19 68,4 29,6 67,75 237,82 189,02 63,1 40,86 83,9 65,1 AL Litoral Norte Alagoano 3,49 64,0 32,0 70,77 334,44 268,43 8,1 38,23 89,2 74,6 AL Maceió 6,18 37,4 61,9 116,82 874,43 662,08 74,6 66,22 87,8 71,9 AL São Miguel dos Campos 3,62 64,2 33,7 84,92 367,57 216,66 63,7 50,37 87,0 70,6 AL Penedo 3,50 57,7 35,0 80,35 304,24 227,29 73,4 50,71 87,6 71,7

Continua...

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Continuação da Tabela 2.A INDICADORES DE CONDIÇÕES DE VIDA E VULNERABILIDADE UF Micro Anos Analf Le RPC RdT Apo Apo Banh PRB PRB Est Escr med med Pen Prev Agua 40 60

SE Serg. Sertão S. Francisco 2,75 70,2 29,1 75,91 253,29 188,46 73,8 53,18 81,0 63,0 SE Carira 2,60 62,2 34,0 97,39 264,44 182,96 74,8 52,66 83,8 67,3 SE Nossa Senhora das Dores 3,43 55,5 43,1 81,87 311,72 206,31 74,8 55,52 85,9 70,8 SE Agreste de Itabaiana 2,76 55,9 38,5 98,05 280,66 227,92 77,1 52,74 91,3 80,7 SE Tobias Barreto 2,97 59,1 41,9 90,27 249,72 179,40 76,8 48,37 80,3 61,9 SE Agreste de Lagarto 3,06 59,0 35,8 87,00 338,03 225,08 74,3 44,61 88,6 75,6 SE Propriá 3,07 53,3 40,4 84,61 270,22 227,26 79,7 66,11 80,4 62,1 SE Cotinguiba 2,49 53,6 36,3 80,70 29,85 225,91 73,2 49,98 86,1 71,1 SE Japaratuba 3,05 61,5 30,9 85,64 313,89 204,80 75,3 56,71 85,1 69,5 SE Baixo Cotinguiba 3,52 48,3 46,0 96,48 306,68 247,00 72,7 65,16 86,4 71,6 SE Aracajú 6,08 24,4 74,1 179,81 1026,24 752,38 75,4 81,90 88,0 74,5 SE Boquim 3,00 64,1 34,5 86,01 288,59 205,24 67,4 45,35 81,5 63,7 SE Estância 3,58 55,7 41,4 83,42 367,05 281,32 67,5 43,24 85,0 69,3 BA Barreiras 3,83 56,9 46,2 105,42 362,73 211,59 66,8 44,51 85,4 69,9 BA Cotegipe 3,05 61,4 43,5 70,63 235,16 176,39 79,3 31,19 87,1 72,9 BA Santa Maria da Vitória 3,05 66,3 40,5 82,41 245,12 175,36 74,2 39,19 86,6 72,0 BA Juazeiro 3,63 53,8 47,7 96,58 357,77 222,99 75,6 42,34 82,9 65,9 BA Paulo Afonso 3,54 53,4 51,0 98,01 384,03 309,33 77,4 49,42 81,7 64,1 BA Barra 3,11 57,2 44,7 75,92 259,93 181,49 75,7 36,05 85,4 69,9 BA Bom Jesus da Lapa 3,19 62,2 42,5 71,35 271,04 167,89 74,1 37,85 85,1 69,4 BA Senhor do Bonfim 3,12 55,7 47,1 87,98 288,82 217,18 78,3 31,96 80,3 61,8 BA Irecê 2,90 48,3 54,3 86,41 273,67 167,38 83,4 32,06 80,1 61,5 BA Jacobina 2,98 56,4 47,8 82,94 296,82 182,58 81,8 34,58 80,0 61,4 BA Itaberaba 3,13 63,5 41,7 77,76 262,11 191,14 78,6 29,83 82,6 65,4 BA Feira de Santana 3,86 50,6 50,4 89,43 382,24 257,61 73,4 34,21 84,8 69,0 BA Jeremoabo 3,01 72,3 27,4 68,27 240,79 178,26 70,8 25,10 77,5 57,8 BA Euclides da Cunha 2,73 67,6 39,9 67,89 225,61 185,41 81,1 30,29 81,3 63,3 BA Ribeira do Pombal 2,80 65,1 36,4 83,80 237,08 170,71 80,6 41,66 79,7 61,0 BA Serrinha 2,75 62,4 40,4 91,45 241,77 176,82 79,4 34,55 84,1 67,7 BA Alagoinhas 4,11 52,4 49,1 88,46 401,85 338,75 75,4 41,84 78,7 59,5 BA Entre Rios 3,55 57,5 39,7 80,05 311,44 230,56 65,6 33,29 81,9 64,3 BA Catú 3,92 43,9 54,6 116,25 465,59 355,64 71,0 49,21 86,4 71,7 BA Santo Antônio de Jesus 3,69 49,6 49,3 100,51 362,91 281,91 78,4 49,56 86,9 72,5 BA Salvador 6,78 16,4 84,2 183,93 1147,52 799,28 71,0 71,50 88,0 74,4 BA Boquira 2,67 56,6 50,4 76,30 245,73 184,61 84,5 29,67 87,7 74,0 BA Seabra 3,11 60,8 46,2 92,15 253,08 170,22 75,9 42,14 84,0 67,6 BA Jequié 3,51 61,1 41,1 93,33 312,84 203,28 70,9 38,70 85,7 70,5 BA Livramento do Brumado 2,76 57,4 44,0 93,81 243,68 174,74 86,6 41,90 86,6 71,9 BA Guanambi 3,02 62,0 42,1 92,53 267,89 168,28 78,5 41,39 88,9 76,2 BA Brumado 2,81 67,9 39,5 86,81 252,02 185,62 82,5 28,51 86,6 72,0 BA Vitória da Conquista 3,74 63,1 43,2 84,97 308,38 208,64 71,1 34,81 85,2 69,7 BA Itapetinga 3,39 67,0 36,8 95,54 296,8 174,25 70,0 55,38 85,8 70,6 BA Valença 3,68 61,8 40,7 84,35 333,47 222,85 69,8 37,54 86,5 71,9 BA Ilhéus-Itabuna 4,21 55,6 48,0 94,03 361,78 245,65 64,0 43,64 85,4 70,0 BA Porto Seguro 3,86 62,1 42,8 140,63 395,95 223,34 59,9 50,76 84,9 69,1

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Tabela 2.B – Indicadores de condições e vida e de vulnerabilidade das mulheres idosas nas 187 microrregiões do nordeste do Brasil – Censo de 2000

INDICADORES DE CONDIÇÕES DE VIDA E VULNERABILIDADE UF Micro Anos Analf Le RPC RdT Apo Apo Banh PRB PRB Est Escr med med Pen Prev Agua 40 60

MA Litoral Ocid. Maranhense 3,33 58,7 37,3 60,89 171,42 162,14 70,8 7,26 79,8 61,2 MA Aglom. Urb. de São Luís 5,61 26,5 71,6 150,79 434,55 396,36 60,0 38,83 87,6 73,8 MA Rosário 3,18 58,9 31,5 53,41 182,84 173,47 67,2 8,03 81,6 63,9 MA Lencois Maranhenses 3,13 63,3 32,5 49,09 180,36 165,06 78,7 4,82 77,5 57,8 MA Baixada Maranhense 3,17 62,4 34,2 63,12 168,92 162,19 74,0 10,07 81,2 63,2 MA Itapecuru Mirim 3,15 74,1 20,5 56,32 163,87 161,87 79,7 10,20 80,6 62,3 MA Gurupi 2,68 63,8 31,8 62,51 166,82 159,51 63,8 4,53 80,6 62,3 MA Pindaré 2,96 74,2 23,5 67,30 168,15 158,86 67,9 11,10 80,7 62,4 MA Imperatriz 3,29 62,2 34,4 95,46 191,42 170,27 72,9 19,77 82,7 65,6 MA Médio Mearim 3,09 67,3 27,3 66,27 174,94 161,39 73,3 17,50 81,1 63,1 MA Alto Mearim e Grajaú 2,99 67,7 29,8 67,50 194,38 173,17 76,9 9,85 79,5 60,6 MA Presidente Dutra 2,99 71,6 24,8 79,65 185,80 162,20 80,4 16,86 78,6 59,3 MA Baixo Parnaíba Maranh. 3,17 64,8 29,2 48,80 171,33 161,25 79,1 10,74 79,3 60,4 MA Chapadinha 3,26 70,3 24,0 55,84 183,48 171,03 83,9 10,08 80,3 61,9 MA Codó 3,45 73,7 23,4 62,76 173,91 169,22 76,0 13,73 77,9 58,3 MA Coelho Neto 3,41 80,2 16,6 61,85 169,50 160,70 79,6 8,99 79,7 61,0 MA Caxias 3,97 66,4 29,5 71,82 197,41 185,53 74,4 17,64 83,7 67,1 MA Chap. do Alto Itapecuru 3,04 67,0 29,0 71,37 181,20 173,66 78,3 16,73 82,0 64,5 MA Porto Franco 3,23 54,6 42,9 103,37 223,18 183,68 80,5 28,16 85,4 70,0 MA Gerais de Balsas 3,50 60,2 35,6 95,55 202,69 176,21 79,0 21,55 78,3 59,0 MA Chap. das Mangabeiras 3,31 61,6 34,4 68,96 196,76 177,73 79,9 13,40 83,2 66,4 PI Baixo Parnaíba Piauíense 3,33 66,5 24,2 62,57 187,39 177,78 83,6 17,63 79,2 60,3 PI Litoral Piauíense 4,07 54,3 41,1 70,71 228,01 210,70 75,4 24,17 79,55 60,75 PI Teresina 4,99 47,4 48,6 83,91 353,69 290,90 72,9 23,72 86,3 71,6 PI Campo Maior 3,29 66,9 27,9 60,64 184,79 179,50 82,4 17,46 83,2 66,4 PI Médio Parnaíba Piauíense 3,15 67,0 26,7 70,75 182,05 177,92 88,9 31,07 87,1 72,8 PI Valença do Piauí 3,41 75,4 25,9 76,57 185,83 179,88 88,1 30,79 84,6 68,6 PI Alto Parnaíba Piauíense 3,61 69,8 29,2 83,96 187,72 173,53 84,7 28,86 84,9 69,2 PI Bertolínia 3,18 60,8 31,6 72,72 183,90 175,01 88,5 35,83 86,7 72,1 PI Floriano 4,23 58,2 39,6 82,19 242,24 203,51 75,5 30,75 79,6 60,8 PI Alto Médio Gurguéia 3,16 68,4 28,2 81,06 202,01 183,91 87,7 30,30 85,2 69,6 PI São Raimundo Nonato 3,01 62,1 32,4 72,82 187,49 172,70 87,7 17,35 84,5 68,4 PI Chap.Extr. Sul Piauíense 3,26 56,0 37,3 73,66 223,64 182,86 89,3 23,67 83,2 66,4 PI Picos 3,42 71,5 27,3 81,87 223,76 184,71 81,7 33,53 82,8 65,7 PI Pio IX 3,37 73,7 27,3 99,56 189,85 174,32 90,2 27,29 82,6 65,3 PI Alto Médio Canindé 3,08 77,9 27,0 66,88 189,30 182,08 90,0 19,82 81,3 63,4 CE Lit. Camocim e Acarau 3,18 58,1 36,4 71,75 188,84 177,45 74,4 24,15 85,1 71,8 CE Ibiapaba 3,07 66,7 29,8 79,74 172,97 167,71 75,3 37,45 87,4 75,6 CE Coreau 3,48 69,0 33,2 61,76 174,25 165,12 80,7 27,01 86,6 74,2 CE Meruoca 2,93 53,7 33,7 73,79 168,59 162,26 87,8 19,46 84,8 71,4 CE Sobral 3,63 58,9 38,4 76,63 198,05 180,58 71,3 29,64 87,8 76,3 CE Ipu 3,15 64,0 35,3 76,67 178,45 169,76 85,4 28,35 89,0 78,4 CE Santa Quitéria 3,01 65,1 39,1 70,53 170,35 164,59 74,3 26,73 88,5 77,5 CE Itapipoca 3,21 55,7 40,0 69,16 177,65 166,52 80,8 18,16 89,1 78,5 CE Baixo Curu 3,27 46,8 45,5 82,43 212,49 195,23 76,0 33,05 86,3 73,7 CE Uruburetama 3,40 55,6 40,2 70,51 189,61 171,91 81,7 24,62 87,0 74,9 CE Médio Curu 3,10 52,1 45,8 72,63 184,05 175,21 79,2 19,83 85,6 72,7

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Continuação da Tabela 2.B INDICADORES DE CONDIÇÕES DE VIDA E VULNERABILIDADE UF Micro Anos Analf Le RPC RdT Apo Apo Banh PRB PRB Est Escr med med Pen Prev Agua 40 60

CE Canindé 3,13 59,6 40,2 64,03 181,89 162,70 74,9 18,33 86,9 74,8 CE Baturité 3,42 51,5 42,7 76,31 178,85 171,54 77,1 23,05 89,1 78,5 CE Chorozinho 2,87 60,1 33,9 71,50 178,90 175,74 55,1 9,64 84,8 71,3 CE Cascavél 3,17 50,5 42,6 100,45 181,97 175,67 75,1 27,03 89,8 79,7 CE Fortaleza 5,54 30,3 68,7 129,92 473,97 411,56 56,9 50,89 90,2 80,4 CE Pacajus 3,10 46,3 50,6 115,78 190,69 176,04 72,1 28,86 88,2 77,0 CE Sertão de Crateus 3,20 62,5 35,9 79,30 181,95 168,71 78,3 25,22 88,7 77,8 CE Sertão de Quixeramobim 3,75 54,7 42,5 77,47 179,91 171,22 79,8 23,88 87,9 76,4 CE Sertão de Inhamuns 3,44 67,7 33,0 66,01 202,25 191,13 86,2 24,37 82,7 68,1 CE Sertão Senador Pompéu 3,15 57,0 40,7 83,85 182,18 171,95 87,6 28,11 86,5 74,0 CE Litoral de Aracati 3,41 44,7 44,5 94,66 181,42 175,62 74,9 32,47 84,9 71,5 CE Baixo Jaguaribe 3,25 47,3 48,4 98,38 190,28 178,22 86,9 41,85 91,1 82,1 CE Médio Jaguaribe 3,35 51,6 48,5 98,54 184,83 173,85 89,1 38,15 89,1 78,5 CE Serra do Pereiro 3,09 58,6 40,3 81,85 198,50 172,73 91,6 26,38 87,2 75,3 CE Iguatú 3,74 52,5 42,5 95,77 205,30 190,58 80,8 35,52 85,7 72,7 CE Várzea Alegre 3,24 60,1 37,0 66,46 172,11 163,83 86,4 31,82 87,3 75,4 CE Lavras da Mangabeira 3,29 52,1 44,4 71,46 182,84 178,17 83,9 34,95 82,4 67,7 CE Chapada do Araripe 3,78 71,3 27,1 77,36 180,33 169,44 79,7 26,76 84,8 71,3 CE Caririaçu 2,83 61,0 31,9 64,66 173,73 165,24 84,9 26,02 82,9 68,4 CE Barro 3,64 55,6 42,0 80,31 177,56 168,67 87,4 30,18 89,3 78,9 CE Carirí 4,20 52,8 42,4 103,84 238,89 200,88 74,6 40,50 88,3 77,1 CE Brejo Santo 3,65 62,7 33,5 89,66 184,62 167,12 77,1 39,96 88,2 77,0 RN Mossoró 4,32 40,3 55,2 121,36 256,39 235,36 73,6 43,57 88,7 77,2 RN Chap. Apodi 3,44 42,3 50,1 85,62 176,10 165,48 90,0 25,28 84,4 69,9 RN Médio Oeste 3,13 42,3 44,8 84,53 224,86 177,55 84,3 18,86 82,3 66,7 RN Vale do Açu 3,07 51,6 37,4 107,58 181,98 172,43 83,1 43,98 86,4 73,3 RN Serra S.Miguel 3,19 51,9 42,5 61,14 183,65 177,55 79,5 38,47 85,8 72,2 RN Pau dos Ferros 3,33 46,5 46,8 87,19 192,51 181,56 86,0 47,64 87,6 75,3 RN Umarizal 3,32 41,0 49,1 87,73 197,28 191,46 86,3 38,76 87,1 74,4 RN Macau 3,37 45,9 48,1 92,77 231,74 201,19 79,3 28,82 86,5 73,4 RN Angicos 3,06 50,9 40,1 92,61 198,84 188,39 84,8 36,11 83,6 68,7 RN Serra Santana 3,13 55,6 37,8 80,00 196,24 189,92 90,1 30,41 81,5 65,5 RN Seridó Ocid. 3,94 36,4 57,2 128,94 279,26 247,15 79,4 54,58 90,7 80,7 RN Seridó Oriental 3,72 35,4 55,3 136,56 239,89 217,48 74,4 66,90 90,7 80,7 RN Baixa Verde 3,20 61,0 30,1 76,56 168,30 164,00 80,3 30,55 81,8 65,9 RN Borborema Potiguar 3,35 59,6 34,6 74,42 188,49 176,39 87,4 55,97 86,9 74,1 RN Agreste Potiguar 3,28 63,1 30,6 82,13 189,14 174,50 88,2 34,00 86,6 73,5 RN Litoral Nordeste 3,17 54,8 39,4 69,01 184,21 179,71 83,4 36,67 81,7 65,8 RN Macaíba 3,61 51,5 41,0 112,10 217,72 198,09 76,9 57,69 87,5 75,1 RN Natal 5,44 28,7 69,5 246,48 514,40 439,55 62,8 82,63 89,1 77,8 RN Litoral Sul 3,19 60,6 33,1 91,80 191,73 179,36 82,6 49,52 85,5 71,8 PB Catolé do Rocha 3,40 56,1 39,6 85,18 181,52 168,93 87,3 38,98 84,6 68,6 PB Cajazeiras 3,94 52,4 45,3 85,05 196,48 179,84 86,2 38,18 79,4 60,6 PB Sousa 3,61 54,3 44,6 84,68 192,21 179,53 74,3 40,72 84,0 67,6 PB Patos 3,92 53,4 44,7 81,76 201,09 189,81 68,4 45,14 82,1 64,6 PB Píancó 3,56 67,4 29,4 70,39 177,16 167,38 80,5 40,75 84,0 67,6 PB Itaporanga 3,50 62,6 31,9 67,36 191,49 174,50 81,8 34,69 84,5 68,5 PB Serra Teixeira 3,27 58,8 35,5 65,98 177,70 172,40 86,9 39,20 79,4 60,6 PB Seridó Ocid.PB 3,45 41,0 46,7 93,09 193,60 176,68 81,6 50,41 87,2 73,1

Continua...

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Continuação da Tabela 2.B INDICADORES DE CONDIÇÕES DE VIDA E VULNERABILIDADE UF Micro Anos Analf Le RPC RdT Apo Apo Banh PRB PRB Est Escr med med Pen Prev Agua 40 60

PB Seridó Or. PB 3,10 53,0 42,9 78,34 174,64 169,74 87,9 36,35 81,8 64,1 PB Cariri Ocid. 3,45 50,2 47,1 85,50 197,29 177,8 83,6 41,73 83,4 66,6 PB Cariri Oriental 3,40 49,9 49,9 87,32 182,48 177,59 90,7 43,54 83,6 66,9 PB Curimataú Ocid. 3,17 57,1 36,6 75,98 190,81 177,05 87,4 37,34 81,2 63,3 PB Curimataú Or. 3,35 67,1 27,6 66,79 189,80 175,16 84,9 34,32 81,0 62,8 PB Esperança 3,54 50,7 43,1 93,50 195,24 184,79 85,3 40,44 81,7 64,0 PB Brejo PB 3,66 64,8 31,0 77,82 214,65 205,44 83,4 42,54 84,9 69,1 PB Guarabira 3,26 61,9 32,6 79,94 173,33 167,07 79,0 52,57 80,3 61,8 PB Campina Grande 4,56 43,7 52,9 105,26 276,13 237,22 67,8 64,22 80,1 61,5 PB Itabaiana 3,39 60,6 32,1 77,00 181,11 175,55 79,5 39,34 79,3 60,4 PB Umbuzeiro 3,05 64,6 32,1 63,33 182,45 173,74 83,0 20,58 76,9 57,0 PB Litoral Norte 3,24 61,0 31,1 72,48 186,15 178,55 76,0 47,24 79,1 60,0 PB Sapé 3,28 64,8 28,7 75,07 180,06 166,76 68,9 34,62 77,9 58,3 PB João Pessoa 5,94 33,6 62,8 172,58 503,11 438,11 63,3 74,87 88,7 75,7 PB Litoral Sul PB 3,22 69,6 25,1 82,13 176,18 172,47 70,8 44,86 83,1 66,2 PE Araripina 3,31 68,7 31,1 87,31 176,79 158,88 78,5 21,95 85,5 70,5 PE Salgueiro 3,62 58,0 39,9 87,88 204,47 190,68 85,1 42,72 90,2 78,8 PE Pajeú 3,74 53,6 43,4 86,53 185,06 172,16 80,2 44,54 85,6 70,7 PE Sertão Moxotó 3,84 53,6 40,7 85,87 192,79 170,94 79,3 40,92 85,8 71,1 PE Petrolina 4,22 55,7 45,1 106,91 233,99 180,62 75,1 43,30 89,5 77,6 PE Itaparica 3,64 52,5 44,8 97,12 223,10 199,85 85,3 42,94 89,5 77,5 PE Vale do Ipanema 3,48 69,4 25,9 72,83 171,84 158,40 82,4 38,34 84,5 68,9 PE Vale do Ipojuca 4,07 56,8 39,5 115,29 197,84 168,40 72,0 43,97 83,7 67,6 PE Alto Capibaribe 3,24 58,6 37,7 118,99 183,41 156,00 72,5 35,29 87,6 74,0 PE Médio Capibaribe 3,66 67,9 27,5 83,71 183,19 166,85 80,6 37,18 85,7 70,8 PE Garanhuns 3,73 62,4 31,4 80,98 189,14 163,15 79,9 38,31 82,2 65,1 PE Brejo PE 3,26 68,0 24,9 87,59 172,87 156,50 81,0 52,35 83,6 67,3 PE Mata Set. PE 3,89 58,7 37,0 95,75 168,24 144,61 60,2 46,50 87,3 73,5 PE Vitória S. Antão 3,73 62,6 31,3 97,08 164,20 142,81 66,2 40,91 88,3 75,3 PE Mata Merid. PE 3,96 63,7 33,0 82,98 166,84 147,60 58,2 51,40 85,1 69,9 PE Itamaracá 4,23 56,0 42,3 116,62 194,52 180,02 57,0 64,53 91,7 81,8 PE Recife 5,95 29,4 68,7 203,34 400,01 318,91 51,2 77,58 91,4 81,1 PE Suape 4,08 56,8 38,8 116,98 170,62 136,44 54,0 65,48 89,7 78,0 AL Serr. do Sertão Alagoano 3,22 69,3 27,7 55,45 179,45 163,54 77,2 15,67 83,3 64,1 AL Alag. Sert. S. Francisco 3,19 58,0 38,3 83,28 182,87 173,85 74,4 46,62 85,4 67,8 AL Santana do Ipanema 2,84 65,3 26,8 61,34 191,39 174,26 78,8 24,48 81,7 61,4 AL Batalha 2,70 67,3 27,8 78,28 186,42 175,99 79,0 29,36 84,4 65,9 AL Palmeira dos Índios 3,48 62,5 30,8 72,64 206,18 195,13 73,9 33,90 87,3 71,2 AL Arapiraca 3,10 66,3 28,9 69,10 195,27 171,66 66,5 27,42 85,4 67,7 AL Traipu 3,04 64,0 29,2 51,67 187,74 179,38 70,0 28,21 86,7 69,9 AL Serrana dos Quilombos 3,85 72,9 22,7 76,21 198,28 177,88 67,5 46,12 86,0 68,8 AL Mata Alagoana 3,20 74,1 20,7 67,75 184,01 167,78 61,6 40,86 83,9 65,1 AL Litoral Norte Alagoano 3,89 62,5 28,3 70,77 197,85 192,36 65,2 38,23 89,2 74,6 AL Maceió 5,59 41,2 56,6 116,82 515,50 392,37 64,5 66,22 87,8 71,9 AL São Miguel dos Campos 3,57 65,6 29,4 84,92 207,41 194,25 62,9 50,37 87,0 70,6 AL Penedo 3,83 55,1 37,1 80,35 199,21 185,38 71,8 50,71 87,6 71,7

Continua...

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Continuação da Tabela 2.B INDICADORES DE CONDIÇÕES DE VIDA E VULNERABILIDADE UF Micro Anos Analf Le RPC RdT Apo Apo Banh PRB PRB Est Escr med med Pen Prev Agua 40 60

SE Serg. Sertão S. Francisco 2,89 63,8 32,2 75,91 198,03 187,33 78,9 53,18 81,0 63,0 SE Carira 3,27 70,0 26,7 97,39 194,17 183,67 84,5 52,66 83,8 67,3 SE Nossa Senhora das Dores 3,37 56,7 37,7 81,87 178,16 172,88 78,1 55,52 85,9 70,8 SE Agreste de Itabaiana 3,11 60,6 32,9 98,05 179,29 165,92 77,1 52,74 91,3 80,7 SE Tobias Barreto 3,19 62,3 38,9 90,27 191,41 178,32 82,8 48,37 80,3 61,9 SE Agreste de Lagarto 3,12 56,4 37,0 87,00 184,15 169,63 75,3 44,61 88,6 75,6 SE Propriá 3,28 52,9 40,5 84,61 209,96 180,50 82,5 66,11 80,4 62,1 SE Cotinguiba 3,27 49,8 40,3 80,70 184,53 180,44 67,9 49,98 86,1 71,1 SE Japaratuba 3,22 60,4 30,1 85,64 175,29 166,61 86,2 56,71 85,1 69,5 SE Baixo Cotinguiba 3,63 50,3 40,8 96,48 207,41 194,69 62,6 65,16 86,4 71,6 SE Aracajú 5,39 30,0 66,4 179,81 469,44 399,10 61,7 81,90 88,0 74,5 SE Boquim 3,26 67,7 31,0 86,01 169,29 163,46 68,8 45,35 81,5 63,7 SE Estância 3,77 50,3 41,9 83,42 239,85 212,24 73,8 43,24 85,0 69,3 BA Barreiras 3,68 63,9 34,6 105,42 184,48 164,58 75,7 44,51 85,4 69,9 BA Cotegipe 2,83 66,4 30,8 70,63 177,23 16,85 88,0 31,19 87,1 72,9 BA Santa Maria da Vitória 3,54 73,8 27,3 82,41 179,09 171,29 79,7 39,19 86,6 72,0 BA Juazeiro 3,63 56,9 41,0 96,58 207,19 185,77 74,4 42,34 82,9 65,9 BA Paulo Afonso 3,66 59,0 41,7 98,01 222,20 213,81 69,7 49,42 81,7 64,1 BA Barra 3,45 60,7 34,4 75,92 183,01 170,43 77,3 36,05 85,4 69,9 BA Bom Jesus da Lapa 3,68 67,8 31,5 71,35 190,60 172,56 77,9 37,85 85,1 69,4 BA Senhor do Bonfim 3,24 63,5 34,4 87,98 196,31 183,97 82,2 31,96 80,3 61,8 BA Irecê 3,03 59,5 38,0 86,41 183,41 170,76 87,4 32,06 80,1 61,5 BA Jacobina 3,04 61,5 39,0 82,94 181,59 169,42 85,4 34,58 80,0 61,4 BA Itaberaba 2,92 66,5 33,8 77,76 183,01 170,56 80,2 29,83 82,6 65,4 BA Feira de Santana 4,11 58,5 40,0 89,43 228,91 196,07 73,8 34,21 84,8 69,0 BA Jeremoabo 2,42 76,8 18,9 68,27 167,83 160,14 76,8 25,10 77,5 57,8 BA Euclides da Cunha 2,96 74,1 29,8 67,89 171,98 161,83 83,2 30,29 81,3 63,3 BA Ribeira do Pombal 2,88 66,9 30,3 83,80 179,79 168,93 84,7 41,66 79,7 61,0 BA Serrinha 2,93 67,2 33,0 91,45 188,32 171,88 83,5 34,55 84,1 67,7 BA Alagoinhas 3,85 59,1 40,2 88,46 226,74 205,33 67,8 41,84 78,7 59,5 BA Entre Rios 3,36 59,0 34,2 80,05 183,46 175,22 70,0 33,29 81,9 64,3 BA Catú 3,52 55,0 40,7 116,25 217,06 200,37 64,9 49,21 86,4 71,7 BA Santo Antônio de Jesus 3,68 55,2 42,0 100,51 224,81 198,75 77,8 49,56 86,9 72,5 BA Salvador 6,10 24,8 74,8 183,93 538,24 440,35 53,0 71,50 88,0 74,4 BA Boquira 2,57 71,5 28,0 76,30 175,32 168,67 85,7 29,67 87,7 74,0 BA Seabra 3,31 71,7 30,2 92,15 182,39 170,85 82,8 42,14 84,0 67,6 BA Jequié 3,64 69,0 30,4 93,33 190,98 171,99 70,9 38,70 85,7 70,5 BA Livramento do Brumado 3,45 69,5 30,4 93,81 184,63 177,72 85,6 41,90 86,6 71,9 BA Guanambi 3,32 70,7 28,1 92,53 184,22 169,80 81,2 41,39 88,9 76,2 BA Brumado 3,15 80,1 20,5 86,81 177,17 169,92 80,5 28,51 86,6 72,0 BA Vitória da Conquista 3,79 73,9 27,2 84,97 198,16 174,93 67,9 34,81 85,2 69,7 BA Itapetinga 3,77 72,5 26,5 95,54 188,53 163,96 70,5 55,38 85,8 70,6 BA Valença 3,81 62,9 36,7 84,35 207,89 184,72 68,7 37,54 86,5 71,9 BA Ilhéus-Itabuna 4,24 59,6 42,0 94,03 245,09 198,82 60,9 43,64 85,4 70,0 BA Porto Seguro 3,80 71,8 30,2 140,63 194,72 171,16 60,8 50,76 84,9 69,1

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Tabela 3.A –Relação entre a população total e a população de idosos – Taxa de envelhecimento nas 42 mesorregiões do nordeste do Brasil – Censo de 2010

Pop_total Pop_Idosos Taxa de Taxa de Envelh. - Medidas descritivas UF Nome_Meso 2010 2010 Envelhecimento Média D_Padrão Mediana Min Máx

MA 3. Norte Maranhense 81.967 6.863 8,37 8,38 1,14 8,32 6,58 10,33

MA 4. Oeste Maranhense 312.551 26.985 8,63 8,05 0,51 8,14 7,38 8,63

MA 1. Centro Maranhense 159.781 13.853 8,67 9,35 0,49 9,56 8,67 9,83

MA 2. Leste Maranhense 130.345 12.621 9,68 9,14 0,58 9,30 8,38 9,82

MA 5. Sul Maranhense 65.671 4.698 7,15 8,38 0,89 8,76 7,15 9,23 PI 2. Norte Piauiense 165.364 17.240 10,43 10,18 0,24 10,18 9,94 10,43 PI 1. Centro-Norte Piauiense 109.711 13.443 12,25 11,57 2,03 12,13 8,25 13,76 PI 4. Sudoeste Piauiense 59.602 6.483 10,88 9,93 1,26 10,01 8,20 11,77 PI 3. Sudeste Piauiense 28.962 3.379 11,67 11,13 0,38 10,91 10,81 11,67

CE 1. Noroeste Cearense 12.188 1.403 11,51 11,00 1,27 10,64 9,53 12,89

CE 2. Norte Cearense 42.885 4.797 11,19 10,68 0,69 11,02 9,73 11,62

CE 3. Metropol. Fortaleza 592.320 125.921 7,91 7,77 0,14 7,77 7,62 7,91

CE 4. Sertões Cearense 132.911 15.547 11,70 13,06 0,87 13,21 11,70 14,12

CE 5. Jaguaribe 155.525 17.336 11,15 11,74 1,13 11,92 10,19 12,96

CE 6. Centro-Sul Cearense 47.556 6.777 14,25 13,49 0,74 13,72 12,49 14,25

CE 7. Sul Cearense 44.942 5.426 12,07 11,52 1,09 12,07 9,67 12,79

RN 4. Oeste Potiguar 70.169 7.105 10,13 11,44 1,51 11,83 8,46 13,15

RN 2. Central Potiguar 30.694 3.727 12,14 11,54 1,21 12,14 9,24 12,61

RN 1. Agreste Potiguar 66.880 8.009 11,98 11,28 0,60 11,36 10,52 11,98

RN 3. Leste Potiguar 143.492 12.043 8,39 8,82 0,53 8,73 8,26 9,57

PB 1. Sertão Paraibano 60.914 6.228 10,22 11,52 0,96 11,08 10,22 12,88

PB 2. Borborema 36.914 4.447 12,05 13,11 0,64 13,31 12,05 13,76

PB 3. Agreste Paraibano 57.393 6.807 11,86 12,26 1,02 12,39 9,86 13,46

PB 4. Mata Paraibana 65.606 7.430 11,33 9,57 1,31 9,38 8,22 11,33 PE 1. Sertão Pernambucano 80.315 8.004 9,97 10,48 0,88 10,13 9,70 11,96 PE 2. São Franc. Pernamb 218.190 15.605 7,15 7,92 0,77 7,92 7,15 8,70 PE 3. Agreste Pernambucano 133.194 12.545 9,42 10,92 0,97 10,75 9,42 12,40 PE 4. Mata Pernambucana 104.535 10.415 9,96 9,47 0,49 9,65 8,80 9,96 PE 5. Metropol. Recife 1.523.040 135.608 8,90 7,86 0,76 7,55 7,13 8,90 AL 1. Sertão Alagoano 38.624 3.313 8,58 9,21 0,53 9,16 8,58 9,95 AL 2. Agreste Alagoano 199.109 17.680 8,88 10,03 0,94 10,04 8,88 11,17 AL 3. Leste Alagoano 33.735 2.525 7,48 7,91 0,64 7,70 7,22 8,79 SE 1. Sertão Sergipano 78.727 6.623 8,41 9,64 1,23 9,64 8,41 10,88 SE 2. Agreste sergipano 79.018 7.226 9,14 9,93 0,62 9,87 9,14 10,84 SE 3. Leste Sergipano 43.841 2.905 6,63 8,15 0,97 8,49 6,63 9,10 BA 1. Extremo-Oeste Baiano 59.834 6.619 11,06 9,63 2,34 11,06 6,33 11,51 BA 2. Vale São Franc. Bahia 81.351 8.182 10,06 9,38 0,48 9,37 8,71 10,06 BA 5. Centro-Norte Baiano 162.175 18.464 11,39 10,50 0,82 10,68 9,06 11,39 BA 6. Nordeste Baiano 154.334 18.384 11,91 10,64 1,44 10,95 7,99 12,30 BA 7. Metrop de Salvador 261.256 23.719 9,08 8,16 0,72 8,08 7,33 9,08 BA 3. Centro-Sul Baiano 49.277 6.090 12,36 11,67 0,97 11,28 10,45 13,20 BA 4. Sul Baiano 505.447 54.336 10,75 9,28 1,05 8,74 8,36 10,75

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9. ANEXOS

ANEXO I

9.1. Certificado do Comitê de Ética em Pesquisa

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ANEXO II

9.2 Comprovantes de submissão dos artigos 2 e 3

Submissão – Artigo 2

Submissão – Artigo 3

Data 01 de abril de 2014 Prezado Jozemar, Obrigada pelo interesse em publicar na REBEP. Recebemo s a submissão do artigo "_____Modelagem de equações estruturais: contribuiç ão metodológica para o estudo da mortalidade no Brasil", de autoria de Jozemar Pereir a dos Santos e Neir Antunes Paes, o qual para referências futuras identificamos com o número 2014_00118. O trabalho será enviado para pareceristas e assim que tivermos retorno, de pelo menos dois pareceristas, entraremos em contato novamente. Att Suzana _______________________________________________________________________ Suzana Cavenaghi Editora REBEP 2013-2014 www.rebep.org.br http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&p id=0102-3098&lng=en&nrm=iso

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ANEXO III

9.3 Certificados de Apresentação de trabalhos em Co ngressos Nacional e

Internacional

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Certificado de Apresentação de Trabalho – IX CLATSE

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Certificado de Apresentação de Trabalho – 55ª RBRAS

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Certificado de Apresentação de Trabalho – 56ª RBRAS

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Certificado de Apresentação de Trabalho – 58ª RBRAS

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Programa de Apresentação dos Trabalhos - ASMDA 2013

15th Applied Stochastic Models and Data Analysis International Conference (Including

Demographics 2013 Workshop), June 25–28, 2013 Mataró, Espanha.

Modeling of Mortality in Elderly Women due to

Cardiovascular Disease in the Northeast of Brazil

Jozemar P. Santos

&

Neir Paes

Department of Statistics

Federal University of Paraíba, Brazil

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Certificado de Apresentação de Trabalho – XXIX ALAS