Ministério da Agricultura do Abastecimento - CORE · cor a cada 14 dias. ... com o pl óprio...

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I I Ministério da Agricultura do Abastecimento ISSN 0100-8625 Setembro. 2000

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I

Ministério da Agricultura

do Abastecimento

ISSN 0100-8625 Setembro. 2000

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Presidente Fernando Henrique Cardoso

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO

Ministro Marcus Vinicius Pratini de Moraes

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA

Diretor-Presidente Alberto Duque Portugal

Diretores-Executivos Dante Daniel Giacomelli Scolari

Elza Angela Battaggia Brito da Cunha José Roberto Rodrigues Peres

EMBRAPA PECUÁRIA SUL

Chefe-Geral Interino Roberto Silveira Coltares

Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento Roberto SiNeira eoltares

CI,efe Adjunlo de Adrninistraç~o Laudo Orestes Antunes Del Ouca

Circular Técnica , 16 ISSN 0100-8625 Setembro. 2000

CUIDADOS COM A

OVELHA PRENHE

E SEU CORDEIRO

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FlavIo Echev~ma l. uiz Alberto Ribeiro

Exemplares desta publicação devem ser solicitados à:

Embrapa Pecuária Sul Área de Comunicação Empresarial e Negócios Tecnológicos BR 153 - km 595 - Vila Industnal Caixa Postal 242 CEP 96400-970 - Bagé, RS Fone/Fax: (OXXS3) 242-8499

nragem: 300 exemplares

Comitê de Publícações Coordenador: Roberto Silveira Collares Membros: Carlos Otávio Costa Moraes

Produção gráfica:

Francisco de Paula Jardim Alves-Branco Joal José Brazzale Leal João Carlos Pinto Oliveira José Otávio Neto Gonçalves Odoni Loris Pereira de Oliveira Vicente Celestino Pires Silveira

Diagramação e capa (arte /criaçãoJexecução~ : Roberto Cimirro Alvos

Echevarrla, F.A.M. Cuidados com ª ovelha prenhe ~ seu cordeiro. ,. . F.A.M. Echevetrria,

L.A . Ribeiro . · Bagé: Embrapa CPPSul, 2000. 14p (Embrapa CPPSul. Circular Técnica , 16)

1. Ovinos. L Titulo. 11. Série

CDD 636.3

, Embrapa Pecuária Sul

SUMÁRIO

ALIMENTAÇÃO .. ...... ................ .. .......... ...... ... ............ .. ........... 05

DIAGNOSTICO DE GESTAÇÃO - ULTRA-SOM .......... ...... .. . 06

LIMPEZA PRÉ-PARTO .. .. .......... .. .. .. .. .... .......... ...... ........ ..... .. . 07

VACINAÇÕES ........ ... ... .. ...... .. ............ ............ .. .. ...... .... .... .. .... 07

DOSIFICAÇÕES ...... .... .... ........... , ........... ... ........ ....... .. ....... 08

POTREIROS ABRIGADOS ..... ... .. .. ............. ......... .. .. ... .. ...... .. 08

REVI SANDO O REBANHO .. ............................. .. ..... ..... ... ... .. 09

OVELHA CAioA .. .... ................................. .. .... ...... _ .......... ... .... 09

HIPOTERMIA ..... ... ........ .. ... .. ...... ................ .......... ........ .. .. . 10

VIGILÂNCIA CONTRA PREDADORES ............ .. ................ 12

CUIDADOS COM A OVELHA PRENHE

E SEU CORDEIRO

Flavio Echevarr ia ' L i. Alberto Ribeiro'

Chegando a época de pa rição dos rebanhos ovinos no

Rio Grande do Sul, é muito importante que o ovinocultor t ome

algumas providências antes que as ove lhas iniciem a parir.

A seguir passamos a apresentar alguns cuidados que

precisam ser planejados com antecedência e atenção. Estes

cuidados dizem respeito à ovelha e aos cordeiros logo após o

nascimento .

ALIMENTAÇÃO

A ovelha deve receber uma boa alimentação durante

toda sua vida, mas ísto é ainda maís importante nas últimas 6 a

8 semanas antes do parto. ~ neste período que o cordeiro mais

cresce e é nesta fase que a ovelha irá acumular condições para

um bom desenvolvimento da placenta, do cordeiro e do úbere,

e assim desenvolver condições pa ra que o parto ocorra sem

Méd . Vat .. M.V .5c .. PhO, Pesquisador da Embrapa Pccuéna Sul , Caixa Postal 242, CEP 96400970 Bngl'! . AS cchavI'rr@c ppSul "mbropa .br

, Méd. Vet ., M.V.Sc., Departamento de MOd lclna Animai , FaclIldade de VetorlnOne - UFRGS, Av . Bonlo Gon IIlvos. 9090, CEP e0540-000 Porto Alegro , FlS . borto@o rion .IJlrg, .br

" problemas. É fundamental que as ovelhas estejam em muito

bom estado corporal. Se houver pouca disponibilidade de

pasto, suplemente com ração ou feno . Lembre-se que a mil

alimentação da ovelha durante a prenhez é responsável pelas

maiores perdas de cordeiros ao parto ou logo após.

DIAGNÓSTICO DE

GESTAÇÃO - ULTRA-SOM I

Quando houver possibilidade de ser feito o diagnóstico

de gestação por ultra-som, deve-se procurar contratar esse

serviço (disponível na UFRGS, UFSM e com alguns

veterinários particulares). O custo do exame é relativamente

baixo e permite ao ovinocultor separar aquelas prenhas e

assim poder dispensar uma atenção especial para essas

ovelhas, principalmente aquelas com gêmeos ou com

condição corporal fraca (ovelhas magras). A outra alternativa

séria o uso de tinta no peito dos carneiros durante as seis

semanas de acasalamento quando os carneiros devem portar

coletes com a tinta amarela, verde, e vermelha mudando-se a

cor a cada 14 dias . Após o término do acasalamento colocam­

se os rufiões com colete e tinta preta pot 21 dias. Este

procedimento permite o descarte das ovelhas falhadas o

consequentemente a formação de grupos de padção, nos

quais se concentrarão os cuidados com a nutrição e com os

partos.

" LIMPEZA PRÉ-PARTO

A sujeira ("cascarra") e excesso de lã no traseiro das

ovelhas deve rão ser removidos e também a lã ao redor do

úbere para que o cordeiro possa encontrar facilmente o

úbere/teto logo após o nascimento. Este cuidado ó

fundamental nas raças de ovinos tipo lã e nestas deve-se

também retirar a lã ao redor dos olhos. Chame a atenção do

esquilador para não cortar os tetos.

VACINAÇÕES

Ovelhas, em geral, devem receber um refo rço da vacina

polivalente contra a Clostridiose no te rço final da gestação _

Dessa maneira estaremos reforçando a imun idade das ovelhas

contra gangrena gasosa, muito comum em ove lhas devido à

lesões do parto. Com esse reforço as ovelhas ta m bém

passarão mais anticorpos ao cordeiros através do colostro,

permitindo assim uma me lhor pro t eção contra a

enterotoxemia . Caso as ovelhas não tenham sido vacinadas

anteriormente , recomenda-se a vacinação seguida de

revacinação após 30 dias. Uma série de vacinas contra as

clostridioses estão disponíveis no mercado. O ovinocu ltor

deve dar preferência para as vac in as que confi ram proteção

para a gangrena e também para o tétano. doença muito

• comum em cordeiros após castração e descole.

DOSIFICAÇÕES

Recomenda~se que as ovelhas sejam dosificadas com

um vermffugo que seja eficiente no controle da verminose.

Com a alta prevalência de vermes resistentes a alguns

produtos, não se pode recomendar nomes específicos. O ideal

é que o rebanho estp.ja sendo acompanhado por exames de

fezes que irão determinar qual o produto ainda eficiente. De

Qualquer maneira, o produtor deve ficar muito atonto ao

possível aparecimento de verm inose no seu rebanho prenhe

que muitas vezes pode levar a sérios prejufzos, inclusive à

mortalidade de ovelhas. O momento mais apropriado para a

dosificação seria em torno de 30 dias antes da parição e este

rebanho deveria ser então levado ao potreiro de parição. A

vacina e a dosificação podem ser feitas na mesma

oportunidade (aparelhos diferentes, é claro), e é bom lembrar

que quanto menos movimentação. melhor para o rebanho!

POTREIROS ABRIGADOS

As maiores causas de mortalidade em cordeiros recém­

nascidos no Rio Grande do Sul se devem ao fator

inanição/exposição, isto é, a falta de alimento ao cordeiro

(ovelha fraca e sem leite) e às intempéries do. nosso inverno.

• Portanto, procure escolher potreiros bem abrigados e com

bom pasto para Que a ovelha venha a parir bem alimentada e

em condições de produzir leite ao cordeiro.

REVISANDO O REBANHO

Durante o período de parição o rebanho deve ser

revisado, pelo menos duas vezes ao dia, para verificar alguma

ovelha com dificuldade de parto e cordeiros recém-nascidos

Que precisem de assistência. Não esqueça Que o campeiro

deve ir sem cães e deve ter muita calma e experiência para

revisar um rebanho prenhe. Para facilitar o trabalho e as

revisões diárias procure concentrar seu rebanho em poucos

potreiros.

OVELHA CAíDA

Ovelhas nos últimos dias da gestação ou início de

lactação precisam de cálcio pelo rápido crescimento do feto ,

produção de colostro e de leite no pós parto . Geralmente

ovelha caída nesse período peri -parto é sinal de hipocalcemía.

Deve-se aplicar imediatamente 100ml de gluconato de cálcio

subcutâneo (subdividir em diferentes locais) e tentar fazer com

que a ovelha torne a levantar-se, ajudando-a fisicamente . As

que se recuperam devem ser acompanhadas por até uma

semana, pois são comuns as recidivas tornando-se necessário

a repetição do tratamento. Outra razão para se encontrar

ovelha caída é a forma abaulada do seu corpo, juntamente com

a lã crescida, que muitas vezes prejudica e até impede que elas

consigam levantar-se.

Não esqueça que uma ovelha caída pode ser

atacada por aves de rapina!

Logo após o parto o produtor pode deparar-se com

alguns problemas com os cordeiros recém nascidos. A seguir

discutimos alguns desses cuidados.

HIPOTERMIA

Cordeims em hipotermia ("gelados") devem ser

recolhidos para serem aquecidos. Se forem gêmeos deve-se

recolher os dois para que a ove lha os receba de volta mais

tarde. Se a temperatura estiver abaixo de 37°C o cordeiro

corre sério risco de vida e deve ser imediatamente seco com

uma toalha e aquecido até que a temperatura corporal tenha

atingido 37°C quando ele então poderá receber o oolostro com

um tubo estomacal (Figura 1) (50ml de colostro/kg de peso

vivo). Quando o cordeiro se recuperar, pode ser devolvido à

mãe.

Cordeiros com mais de cinco lioras de vida e

encontrados gelados, provavelmente estarão com seu nfvel de

açúcar muito baixo e precisarão receber uma energia extra

Figura 1. Seringa de 50ml com tubo estomacal o qual deve ser lubrif icado com o pl óprio colostro. Se o animal mostrar sinais de desconforto é por que o tubo está indo para a traquéia : pare e tente novamente.

(solução de glicose).

cordeiro é levantado pelos membros anteriores com uma mão

e com a outra dá-se a injeção dentro do abdômen , para isso se

usa-se uma agulha 25x20 desinfetada. A solução deve estar

morna e injeta-se a 1 cm ao lado do umbigo e 2cm abaixo deste

(Figura 2). Soluções comerciais de glicose estão disponfveis

em forma de ampolas a 25%; usar meia ampola/cordeiro (2g

de glicose/kg de peso vivo).

VIGILÂNCIA CONTRA

PREDADORES

Figura 2. Cordeiro recebendo glicose intrilperitôneo com agulha 25X20.

Uma outra causa de mortalidade em cordeiros é o

ataque de predadores (sorro e aves de rapina, por exemplo).

Fique atento a esses inimigos, frias nunca use veneno para

combatê-los, pois outros animais que serviriam de alimento a

esses predadores poderão ser el~minados, sobrando, assim,

menos opções à sua alimentação o que os obrigará a atacar os

cordeiros.

LEMBRE-SE SEMPRE, CUID'E BEM D'E

SUAS OVELHAS DURANTE TODO O

ANO E ELAS LHE RETRIBUIRÃO COM

MUITOS COROEI:ROS!