MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO...

101
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE/ DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM ENFERMAGEM CINARA MARIA FEITOSA BELEZA FATORES PREDITORES DE QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS NA ATENÇÃO BÁSICA Teresina-PI 2014

Transcript of MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO...

Page 1: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE/ DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM ENFERMAGEM

CINARA MARIA FEITOSA BELEZA

FATORES PREDITORES DE QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS NA ATENÇÃO BÁSICA

Teresina-PI

2014

Page 2: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

CINARA MARIA FEITOSA BELEZA

FATORES PREDITORES DE QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS NA ATENÇÃO BÁSICA

Relatório de Dissertação apresentado ao Programa de Pós-Graduação Mestrado em Enfermagem da Universidade Federal do Piauí, como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de Mestre em Enfermagem.

Área de concentração: Enfermagem no Contexto Social Brasileiro Linha de pesquisa: Processo de Cuidar em Saúde e em Enfermagem

Orientadora: Profa. Dra. Maria do Livramento Fortes Figueiredo

Teresina-PI

2014

Page 3: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

CINARA MARIA FEITOSA BELEZA

FATORES PREDITORES DE QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS NA ATENÇÃO BÁSICA

Relatório de Dissertação apresentado ao Programa de Pós-Graduação Mestrado em Enfermagem da Universidade Federal do Piauí, como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de Mestre em Enfermagem.

Aprovada em:______/______/_______ ___________________________________________________________________

Presidente/Orientadora: Profa. Dra. Maria Do Livramento Fortes Figueiredo – UFPI

___________________________________________________________________

1° Examinador(a): Profa. Dra. Maria Josefina Da Silva – UFC

2° Examinador(a): Profa. Dra. Elaine Maria Leite Rangel Andrade – UFPI

___________________________________________________________________

Suplente: Profa. Dra. Grazielle Roberta Freitas da Silva - UFPI

Page 4: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

AGRADECIMENTOS

A Deus, primeiramente, pela oportunidade de mais essa conquista. Nos momentos mais difíceis, sua presença Invisível me acolhe e me dá forças para prosseguir e vencer meus propósitos.

Aos meus pais, Marlene Barbosa Feitosa Beleza e José Dilson de Souza Beleza, pelo amor incondicional, carinho, dedicação, otimismo e torcida incansável para o meu sucesso.

A minha irmã, Cínthia, pelo carinho e amizade. Sua confiança e apoio nos torna cada vez mais unidas.

Aos meus familiares e amigos por acreditarem na minha capacidade de vencer desafios.

A minha orientadora e professora Dra. Maria do Livramento Fortes Figueiredo, agradeço a oportunidade de trabalharmos juntas, o grande apoio e os ensinamentos compartilhados.

Às admiradas professoras Dra. Maria Josefina da Silva, Dra. Elaine Maria Leite Rangel Andrade e Dra. Grazielle Roberta Freitas da Silva, pelo tempo dedicado à apreciação desse trabalho e por suas importantes contribuições.

Aos demais professores do Programa de Pós-Graduação Mestrado em Enfermagem da UFPI por estimularem meu interesse pelo conhecimento e pela carreira acadêmica.

À equipe de coleta de dados (enfermeira Lívia Pereira e os acadêmicos de enfermagem da UFPI Kalebe Nogueira, Jéssica Silva, Remédios Santos e Isabela Nolêto) pelo compromisso e disponibilidade.

À equipe de agentes comunitários Cidade Jardim pela disponibilidade na fase de coleta de dados em “abrirem as portas” dos idosos residentes daquela área.

Aos queridos idosos entrevistados e seus familiares por colaborarem na concretização desse estudo.

A todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a realização desse trabalho.

Page 5: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

“Saber envelhecer é a grande sabedoria

da vida”.

(Henri Amiel)

Page 6: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

RESUMO

Estudo descritivo e transversal com abordagem quantitativa dos dados, que teve por

objetivo identificar os fatores preditores de qualidade de vida de idosos cadastrados

na Estratégia Saúde da Família do município de Teresina (PI). A amostra foi

constituída por 383 sujeitos e a pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética. Os dados

foram coletados por meio de um questionário que abordava variáveis

sociodemográficas, econômicas e de saúde, e dos instrumentos de qualidade de

vida (QV), WHOQOL-Bref e WHOQOL-old. Como resultado, obteve-se que 67,9%

dos idosos eram do sexo feminino, a média de idade foi 70,9 (D.P: 8,2), 60,6% eram

analfabetos ou possuíam ensino fundamental incompleto, 50,9% eram casados,

66,6% procedentes do interior do Estado, 59,0% de cor parda e 76,2% eram

católicos. A renda média familiar e do idoso foi de 1 a 2 salários mínimos (35,2%) e

de até 1 salário mínimo (65,1%), respectivamente. Os idosos moravam, em média,

com 3,0 pessoas (D.P: 2,0) e 71,0% eram aposentados. Quanto ao estilo de vida,

91,1% afirmaram não ingerir bebida alcóolica e 70,2% não fumar; 62,7% referiram

dormir bem; 77,3% não praticam atividade física e 39,7% autoavaliaram sua saúde

como nem ruim/nem boa. Sobre as condições de saúde, as principais doenças

autorreferidas foram: hipertensão (58,0%), diabetes (10,7%) e osteoporose (10,4%).

A QV mensurada pelo WHOQOL-Bref obteve maior escore no domínio psicológico

(70,2) e menor no domínio ambiental (61,7). Já a QV avaliada pelo WHOQOL-Old

alcançou maior escore na faceta funcionamento dos sentidos (74,5), e menor na

intimidade (59,3). Por meio da regressão linear múltipla verificou-se que os fatores

preditores de QV, segundo os domínios do WHOQOL-Bref, foram as variáveis:

idade, sono reparador, praticar atividade física, ser católico, renda familiar,

autoavaliação de saúde (boa/muito boa) e quantidade de morbidades. Já os fatores

preditores de QV das facetas do WHOQOL-old foram todas as variáveis citadas

anteriormente, acrescidas de sexo feminino, com escolaridade, possuir companheiro

e renda do idoso. Os resultados sugerem a necessidade de capacitar os envolvidos

com os idosos para que desenvolvam estratégias que favoreçam a adaptação,

ajustamento e manutenção da QV.

Palavras-chave: Idoso. Qualidade de vida. Enfermagem.

Page 7: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

ABSTRACT

This is a descriptive and cross-sectional study with quantitative data approach, which

aims to identify the predictor factors of life quality of elderly enrolled in the Estratégia

Saúde da Família program in Teresina (PI). The sample consisted of 383 subjects

and the research was approved by the Ethics Committee. Data were collected

through a questionnaire related to demographic, economic and health variables, and

QoL (Quality of Life) instruments, the WHOQOL -Bref and WHOQOL -old. As a

result, it was observed that 67.9 % of the elderly are women, the mean age is 70.9

(SD: 8.2), 60.6 % are illiterate or had incomplete primary education, 50.9 % are

married, 66.6 % are from the countryside, 59.0 % are mulatto and 76.2 % are

Catholic. The average family and elderly income is 1-2 minimum wages (35.2 %) and

up to 1 minimum wage (65.1 %), respectively. The respondents live on average with

3.0 people (SD: 2.0) and 71.0 % are retired. As for lifestyle, 91.1 % reported not

drinking alcohol and 70.2 % are non- smoking, 62.7 % reported to be able to sleep

well, 77.3 % do not exercise and 39.7 % self- rated their health as regular. About

health conditions, the main self-reported diseases were hypertension (58.0 %),

diabetes (10.7%) and osteoporosis (10.4%). The QoL measured by WHOQOL -Bref

had a higher score on psychological area (70.2) and lowest in the environmental field

(61.7). The QoL assessed by the WHOQOL -old achieved higher scores on the facet

of sensory abilities (74.5) and lowest in the intimacy (59.3). Through multiple linear

regression, it was found that the predictors of QoL according to the WHOQOL-Bref

were the variables: age, restorative sleep, physical activity, being Catholic, family

income, self-rated health (good / very good) and number of comorbidities. The

predictors of QoL of the WHOQOL-old facets were all the variables mentioned

above, plus females, education, income and having companion for the elderly. The

results suggest the necessity to train those involved with older people care to

develop strategies that enhance the adaptation, adjustment and maintenance of QoL.

Keywords: Elderly. Quality of life. Nursing.

Page 8: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

RESUMEN

Estudio descriptivo y transversal con enfoque de datos cuantitativos, que tiene como

objetivo identificar los factores predictivos de la calidad de vida de los ancianos

inscritos en la Estratégia de Saúde da Família en la ciudad de Teresina (PI). La

muestra estuvo constituida por 383 sujetos y la investigación fue aprobada por el

Comité de Ética. Los datos fueron recolectados a través de un cuestionario que

aborda variables demográficas, económicas y de salud, y los instrumentos de

calidad de vida (CDV), el WHOQOL-Bref y WHOQOL-old. Como resultado de ello, se

pudo observar que el 67,9 % de los ancianos eran mujeres, la edad media fue de

70,9 (DE: 8,2), el 60,6 % eran analfabetos o tenían primaria incompleta, el 50,9 %

estaban casados, el 66,6 % son del interior del estado, 59.0 % eran mulatos y el

76,2% eran católicos. El sueldo promedio de la familia y de los ancianos fue de 1-2

salarios mínimos (35,2%) y de hasta 1 salario mínimo (65,1%), respectivamente. Los

entrevistados viven aproximadamente com 3,0 personas (DE: 2,0) y el 71,0 % eran

jubilados. En cuanto a estilo de vida, el 91.1 % reportó no beber alcohol y el 70,2 %

dicen ser no fumadores, el 62,7 % informó seren capaces de dormir bien, el 77,3 %

no hace ejercicios y el 39,7 % auto-calificaron su salud como regular. Acerca de las

condiciones de salud, las principales enfermedades auto-reportados fueron la

hipertensión arterial (58,0%), diabetes (10,7%) y la osteoporosis (10,4%). La CDV

medido por WHOQOL-bref tuvo una puntuación más alta en el campo psicológico

(70,2) y el más bajo en el campo del medio ambiente (61,7). La CDV evaluada por el

WHOQOL-old alcanzado las puntuaciones más altas en las capacidades sensoriales

(74,5) y más bajo en la faceta intimidad (59,3). A través de regresión lineal múltiple,

se encontró que los factores predictivos de la CDV de acuerdo con el WHOQOL-bref

fueron las variables: edad, sueño reparador, actividad física, ser católico, el ingreso

familiar, la auto evaluación de salud (buena / muy bueno) y número de morbilidades.

Los predictores de las facetas de la CDV del WHOQOL-old fueron todas las

variables antes mencionadas, añadido del sexo femenino, educación, tener un

compañero y los ingresos (el sueldo). Los resultados sugieren la necesidad de

capacitar a los participantes involucrados con las personas mayores para desarrollar

estrategias que mejoren la adaptación, arreglo y mantenimiento de la CDV.

Palabras clave: Ancianos. Calidad de vida. Enfermería.

Page 9: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Perfil sociodemográfico e econômico dos idosos participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383).........................................................................38 Tabela 2 - Dados relativos ao estilo de vida, sono, prática de atividade física e autoavaliação do estado de saúde dos idosos participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383).........................................................................................................41 Tabela 3 - Dados relativos à presença de comorbidades nos idosos participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383).........................................................................42 Tabela 4 - Identificação dos domínios e facetas de qualidade de vida mais favorecidos ou prejudicados nos idosos participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383).......................................................................................................................42 Tabela 5 - Distribuição das médias dos escores dos domínios do WHOQOL-Bref segundo as variáveis socioeconômicas e demográficas dos idosos participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383).........................................................................43 Tabela 6 - Distribuição das médias dos escores dos domínios do WHOQOL-Bref segundo as variáveis relativas ao estilo de vida, sono, prática de atividade física e autoavaliação do estado de saúde dos idosos participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383).........................................................................................................45 Tabela 7 - Distribuição das médias dos escores dos domínios do WHOQOL-old segundo as variáveis socioeconômicas e demográficas dos idosos participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383).........................................................................46 Tabela 8 - Distribuição das médias dos escores dos domínios do WHOQOL-old segundo as variáveis relativas ao estilo de vida, sono, prática de atividade física e autoavaliação do estado de saúde dos idosos participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383).........................................................................................................47 Tabela 9 - Análise de regressão linear múltipla para identificação dos fatores preditores de qualidade de vida segundo os domínios do WHOQOL-Bref dos idosos participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383)..............................................48 Tabela 10. Análise de regressão linear múltipla para identificação dos fatores preditores de qualidade de vida segundo as facetas do Whoqol-old dos idosos participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383)...............................................50

Page 10: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

LISTA DE SIGLAS

DM - Diabetes Mellitus

ESF - Estratégia Saúde da Família

FMS - Fundação Municipal de Saúde

HAS - Hipertensão Arterial Sistêmica

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

OMS - Organização Mundial de Saúde

ONU - Organização das Nações Unidas

OPAS - Organização Pan-Americana de Saúde

PNI - Política Nacional do Idoso

PNRMAV - Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e

Violências

PNSPI - Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa

QV - Qualidade de vida

SIAB - Sistema de Informação da Atenção Básica

SUS - Sistema Único de Saúde

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

USF - Unidade Saúde da Família

WHOQOL-BREF - World Health Organization Quality of Life - BREF

WHOQOL-OLD - World Health Organization Quality of Life - OLD

Page 11: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 11

1.1 Contextualização do problema ........................................................................ 11

1.2 Objetivos ............................................................................................................. 14

1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................... 14

1.2.2 Objetivos específicos......................................................................................... 14

1.3 Justificativa ......................................................................................................... 14

2 REFERENCIAL TEMÁTICO ................................................................................... 16

2.1 Envelhecimento populacional ........................................................................... 16

2.2 Qualidade de vida do idoso ................................................................................ 18

2.3 Políticas públicas voltadas ao idoso ................................................................ 21

2.4 Assistência à saúde da pessoa idosa e o cuidado de enfermagem ............... 25

3 METODOLOGIA ..................................................................................................... 29

3.1 Tipo de estudo .................................................................................................... 29

3.2 População e local de estudo ............................................................................. 29

3.3 Tamanho e seleção da amostra ......................................................................... 30

3.4 Critérios de inclusão ........................................................................................... 30

3.5 Variáveis e instrumentos ................................................................................... 30

3.5.1 Dados sociodemográficos, econômicos e de saúde .......................................... 31

3.5.2 Avaliação da qualidade de vida de idosos.......................................................... 32

3.6 Coleta e análise dos dados ............................................................................... 34

3.7 Aspectos éticos e legais .................................................................................... 36

4 RESULTADOS ........................................................................................................ 38

4.1 Caracterização sociodemográfica, econômica e de saúde dos idosos ........ 38

4.2 Verificação dos fatores sociodemográficos, econômicos e de saúde

associados à qualidade de vida ............................................................................... 43

4.3 Fatores preditores da qualidade de vida dos idosos ....................................... 48

5 DISCUSSÃO ........................................................................................................... 53

5.1 Caracterização sociodemográfica, econômica e de saúde dos idosos ........ 53

5.2 Qualidade de vida dos idosos ............................................................................ 58

5.3 Fatores preditores da qualidade de vida dos idosos ...................................... 61

6 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 67

REFERÊNCIAS

APÊNDICES

ANEXOS

Page 12: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

11

1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização do problema

O envelhecimento é um processo inexorável e irreversível, caracterizado por

um conjunto complexo de alterações morfológicas, funcionais, psicológicas,

estruturais e fisiológicas que modificam o funcionamento de praticamente todo o

organismo e que são comuns a todos os indivíduos.

Apesar de ser dos menos precisos, o critério cronológico é o mais utilizado

para estabelecer o ser idoso, é usado também na delimitação da população de um

determinado estudo, na análise epidemiológica, ou com propósitos administrativos e

legais voltados para o desenho de políticas públicas. Entretanto, o ser idoso não

pode ser definido apenas pelo nível cronológico, pois outras condições, tais como

físicas, funcionais, mentais e de saúde, influenciam diretamente na determinação de

quem seja idoso (SANTOS, 2010).

O mundo se encontra no centro de uma transição demográfica única e

irreversível que em conjunto com a transição epidemiológica resulta no principal

fenômeno demográfico do século XX, denominado envelhecimento populacional. À

medida que as taxas de fertilidade diminuem, a proporção de pessoas com 60 anos

ou mais deve duplicar, entre 2007 e 2050, e seu número atual deve mais que

triplicar, e alcançar dois bilhões em 2050. Na maioria dos países o número de

pessoas acima dos 80 anos deverá quadruplicar para quase 400 milhões até lá

(NASRI, 2008; ONU, 2011).

No entanto, essa transição demográfica se encontra em fases diferentes nos

países desenvolvidos e em desenvolvimento. Enquanto nos primeiros o

envelhecimento ocorreu de forma lenta e associado à melhoria nas condições gerais

de vida; nos segundos, esse processo acontece de maneira rápida, sem que haja

tempo para uma reorganização social e de saúde adequadas para atender às novas

demandas emergentes. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE), atualmente existem, no Brasil, aproximadamente 20 milhões de

pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, o que representa pelo menos 10%

da população brasileira. Segundo projeções estatísticas da Organização Mundial de

Saúde (OMS), no período de 1950 a 2025 o grupo de idosos no país deverá ter

aumentado em quinze vezes, enquanto a população total em cinco. Assim, o Brasil

Page 13: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

12

ocupará o sexto lugar quanto ao contingente de idosos e alcançará, em 2025, cerca

de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade (BRASIL, 2010).

No Piauí, em 2000, existiam 236.954 pessoas com 60 anos ou mais, em 2010

essa população atingiu um número de 331.772, um aumento de 28,58%. Já em

Teresina, capital do Estado, em 2000 existiam 44.436 idosos, em 2010 foram

encontrados 107.882, o que representa um aumento significativo de 58,81% (IBGE,

2010).

Tal fenômeno tem induzido a uma reorganização do sistema de saúde, pois

essa população exige cuidados que são um desafio, devido às doenças crônicas

que apresentam, além de incorporarem disfunções nos últimos anos de suas vidas.

Logo, o prolongamento da vida somente pode ser considerado uma real conquista

da sociedade, à medida que agrega qualidade aos anos adicionais de vida (NASRI,

2008).

Entretanto, existem idosos de todos os tipos, e a maneira como lidam com a

velhice depende, em parte, do nível socioeconômico, de sua educação, da religião,

da identidade étnica ou nacionalidade, de sua família, de suas ocupações passadas

ou presentes, de seus campos de interesse, dentre outros. Cada caso é específico,

é necessário fazer uma avaliação precisa de cada idoso para verificar o que é

melhor para o seu estilo e qualidade de vida (MORAES; WITTER, 2007).

A expressão qualidade de vida (QV) tem sido analisada e propagada em

diversos contextos, com abordagens e significações diferenciadas. O que acaba por

tornar o conceito de QV multidimensional, definido em nível de senso comum, ora

objetivo ora subjetivo, e relacionado tanto ao nível coletivo quanto individual. Outro

aspecto importante é o fato dele ser particular ou de foro íntimo. Assim, somente o

indivíduo é que pode atestar a sua QV, de acordo com sua própria percepção

(SILVA, 2007).

O crescente interesse no construto QV representa um fundamental acréscimo

às investigações que objetivam medir o impacto de intervenções e identificar as

repercussões de determinadas situações no indivíduo. Além disso, QV representa a

possibilidade de entender as medidas de desfecho para além das classicamente

utilizadas (como mortalidade, morbidade e diminuição de sintomas) que, ainda que

importantes, não são suficientes para o completo entendimento de processos mais

complexos como o envelhecimento (CHACHAMOVICH; TRENTINI; FLECK, 2011).

Page 14: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

13

Na pesquisa de Fleck, Chachamovich e Trentini (2003) que envolveu a

realização de grupos focais com pessoas velhas, os autores observaram que os

idosos de 60 a 80 anos que se autodescreveram como saudáveis definiram QV em

termos de ter alegria na vida, amor e amizade, ao passo que os idosos, da mesma

faixa etária, que se delinearam como doentes, a determinaram em termos de bem-

estar, dinheiro e sentir-se bem; os com mais de 80 anos, saudáveis, falaram em

saúde, espiritualidade e ter boas condições de vida, ao passo que os doentes da

mesma faixa etária usaram como critérios a independência, a cognição, a liberdade

e a saúde.

Assim, qualquer política pública destinada ao indivíduo idoso deve levar em

conta os fatores citados, como também a necessidade de participação dos idosos na

elaboração de suas diretrizes, ao abrir campo para a possibilidade de atuação em

variados contextos e para a formação de novos significados para a vida na idade

avançada. Além de incentivar, fundamentalmente, a prevenção, o cuidado e a

atenção integral à saúde (VERAS, 2009).

Logo, é importante que o idoso tenha objetivos na vida, acredite no futuro,

busque a felicidade e, se possível, aprenda a ser otimista. A capacidade dos

indivíduos pode ser otimizada. Afinal, o envelhecimento bem-sucedido é um desafio

para os idosos, suas famílias, a comunidade e as organizações governamentais. Em

suma, ele é um desafio de todos (MORAES; SOUZA, 2005).

Em linhas gerais, a compreensão do que constitui o bom envelhecer e o seu

conceito tem se tornado uma forma de reação à associação entre velhice, perdas,

danos e inatividade. Com a utilização de modelos e teorias de promoção da saúde,

facilita-se a compreensão dos determinantes dos problemas de saúde e a orientação

das soluções que respondam às necessidades e interesses das pessoas idosas;

além de contribuir para a promoção de conhecimento, reflexão e decisão nos atos

de cuidar e agir (SILVA; SANTOS, 2010).

E o profissional de enfermagem, como um dos principais vínculos entre o

idoso, sua família e o sistema de saúde, pode oferecer cuidados abrangentes à

pessoa idosa, ao ajudá-la a manter o máximo de autonomia e dignidade, apesar das

perdas físicas, sociais e psicológicas; e ao visar a promoção da saúde individual e

coletiva e um envelhecimento com qualidade. Contudo, para que isso ocorra, a

enfermagem exige um domínio de habilidades e conhecimentos, ao pressupor uma

relação dialética entre o profissional com o ser idoso, o que requer dos profissionais

Page 15: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

14

uma postura de constante reflexão e investimentos efetivos voltados para que a

assistência possa responder de forma concreta às necessidades e potencialidades

que o cuidado pode acrescentar ao idoso (CIRILO; AFFONSO; HORTA, 2010).

Assim, diante do crescimento da população idosa de Teresina, a inexistência

de um trabalho que avalie os fatores associados à QV de idosos residentes na sua

área urbana e o número insuficiente de estratégias de promoção da saúde do idoso

na rede pública; delimitou-se como objeto de estudo os fatores preditores de

qualidade de vida de idosos cadastrados na atenção básica da cidade de Teresina-

PI, no qual se busca avaliar a QV e identificar como o idoso a percebe, não no

âmbito de avaliação de uma determinada doença ou intervenção de saúde, mas

como ele se vê no contexto social.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Identificar os fatores preditores de qualidade de vida de idosos assistidos pela

Estratégia Saúde da Família (ESF) do município de Teresina (PI).

1.2.2 Objetivos específicos

Caracterizar o perfil sociodemográfico, econômico e de saúde dos idosos;

Identificar, entre os domínios e facetas de qualidade de vida, quais os mais

favorecidos e prejudicados;

Verificar os fatores sociodemográficos, econômicos e de saúde associados à

qualidade de vida;

1.3 Justificativa

A mudança do perfil demográfico no cenário mundial e, de forma mais

recente, no Brasil, tem, dentre suas manifestações, o aumento no número de idosos.

Esse fenômeno traz consigo grande impacto social, ao exigir mudanças desde o

nível de políticas públicas até o núcleo familiar, e suscita discussões e investigações

sob diferentes óticas, nas mais variadas áreas de conhecimento. E uma das

Page 16: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

15

vertentes que vêm a ser estudada no contexto nacional e internacional diz respeito à

QV na velhice.

Avaliar as condições de vida do idoso reveste-se de grande importância

científica e social, por permitir a implementação de alternativas válidas de

intervenção, tanto em programas gerontogeriátricos quanto em políticas sociais

gerais, no intuito de promover o bem-estar dessas pessoas, particularmente no

nosso contexto. Desse modo, e com o propósito de orientar as políticas para um

envelhecimento bem-sucedido, bem como para alterar o panorama de ensino dos

profissionais de enfermagem, parece imprescindível conhecer o quê, para a maioria

dos idosos, está relacionado ao bem-estar, à felicidade, à realização pessoal, enfim,

à QV nessa faixa etária.

Diz (2003) afirma que é mais importante sentir-se bem do que estar bem, e

que os profissionais de saúde, especialmente os de enfermagem, necessitam

conhecer os níveis de QV da população sob sua responsabilidade para poder

planejar ações frente às necessidades levantadas, bem como avaliar o impacto das

mesmas.

Em Teresina, na Universidade Federal do Piauí foram desenvolvidos alguns

estudos de pós-graduação com idosos residentes em áreas assistidas pela equipe

ESF. Como as pesquisas que procuraram analisar o desempenho funcional, os

fatores de risco cardiovasculares, o estado nutricional e nível de atividade física dos

idosos; a qualidade da atenção odontológica; os fatores associados à ocorrência de

quedas, todas realizadas com idosos atendidos pelas equipes de ESF. Quanto à

produção de QV, independente da faixa etária, tem-se o estudo que avaliou a QV de

pessoas submetidas a transplante renal, por meio do questionário Medical

Outcomes 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36); outro analisou a QV de

pessoas em tratamento de hanseníase, e também utilizou o SF-36.

No programa de Mestrado em Saúde da Família da universidade Novafapi foi

realizada, em 2013, uma pesquisa que avaliou a QV de idosos cadastrados na ESF

da zona urbana do município de Floriano (PI), por meio do instrumento WHOQOL-

bref.

A presente pesquisa, então, justifica-se pela necessidade de um estudo que

contemple a percepção que a população idosa de Teresina tem de sua própria QV e

os fatores associados a ela, em prol da promoção da saúde do idoso e o

desenvolvimento do ensino e da pesquisa.

Page 17: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

16

2 REFERENCIAL TEMÁTICO

2.1 Envelhecimento populacional

A longevidade da população é um fenômeno mundial. Em todo o mundo, a

proporção de pessoas com idade igual ou maior a 60 anos cresce mais rapidamente

que a de qualquer outra faixa etária. Entre 1970 e 2025, espera-se um crescimento

de 223%, ou em torno de 694 milhões no número de pessoas idosas. Em 2025,

existirá um total de aproximadamente 1,2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos.

Até 2050, haverá dois bilhões, desses, 80% nos países em desenvolvimento (OPAS,

2005).

A demografia do envelhecimento demonstra que o século XX, mais do que

qualquer época, caracterizou-se por profundas e radicais transformações sociais, ao

desencadear a sobrevida da população como o fato mais significativo no âmbito da

saúde pública mundial. Aliado a isso, tem-se, a partir do final da década de 60, a

redução da fecundidade, que se iniciou nos grupos populacionais mais privilegiados

e nas regiões mais desenvolvidas, generalizou-se rapidamente e desencadeou o

processo de transição da estrutura etária, que levará, provavelmente, a uma

população quase estável, mas, desta vez, com um perfil envelhecido e ritmo de

crescimento baixíssimo, talvez negativo. O formato, até então extremamente

piramidal da estrutura etária, começou a desaparecer, ao anunciar um rápido

processo de envelhecimento e uma distribuição praticamente retangular (ALENCAR,

CARVALHO, 2009; CARVALHO, RODRÍGUEZ-WONG, 2008).

A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) define envelhecimento como

“um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não

patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros

de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao

estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte” (OPAS,

2003).

Há, no entanto, importantes diferenças entre os países desenvolvidos e os

países em desenvolvimento em relação ao processo de envelhecimento. Por

exemplo, foi necessário mais de um século para que a França visse sua população

idosa aumentar de 7% para 14% do total. Em contraste, essa mesma variação

demográfica ocorrerá nas próximas duas décadas (entre 2011 e 2031) no Brasil. A

Page 18: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

17

população idosa irá mais do que triplicar nas próximas quatro décadas, de menos de

20 milhões em 2010 para aproximadamente 65 milhões em 2050 (BRASIL, 2006;

VERAS, 2012).

Assim, no Brasil, o processo de envelhecimento da população ocorre de

maneira acelerada e causa impactos aos serviços públicos, que estão

despreparados para suprir as demandas desse perfil demográfico. Desse modo, no

país, problemas como transporte deficitário, insegurança e dificuldade de acesso

aos serviços de saúde, dentre outros, são questões que afetam negativamente a QV

da população e, portanto, necessitam de atenção dos gestores (SOUZA; LAUTERT;

HILLESHEIN, 2011).

Não há dúvidas de que o envelhecimento populacional provoca profundas

mudanças na sociedade, devido, principalmente, aos seus desafios, como o impacto

econômico e financeiro da aposentadoria e os cuidados com um número crescente

de idosos. Aliado a isso, tem-se na sociedade atual uma valorização excessiva da

juventude, mesmo que todos saibam que o envelhecimento é um processo normal e

que afeta a todos os seres humanos, o que acaba por produzir uma visão negativa

desse período da vida, e faz com que os próprios idosos detenham essa imagem, e

constitua-se uma das ideias preconcebidas sobre a velhice (TUMMINELLO et al.,

2011; REIS, CEOLIM, 2007).

O envelhecimento humano processa-se pela ação do tempo sobre os

indivíduos. Contudo, é um processo individual que se esgota na finitude objetivada

na morte. Envelhecer e morrer são experiências vitais singulares, próprias de cada

ser; entretanto, são reguladas por padrões socioculturais que definem a significação

de cada uma dessas experiências humanas na especificidade de uma época e de

um lugar (HORTA, FERREIRA, ZHAO, 2010; PINO, RICOY, PORTELA, 2009).

Para o ser humano, o envelhecimento, enquanto processo, vem repleto de

símbolos, valores incorporados, como maior grau de dependência, maior chance de

adoecimento, abandono, solidão e perda da capacidade física. Por vezes, é na dor

do corpo que a velhice é percebida, o que nos leva a pensar que o envelhecimento é

silencioso – não o percebemos, a não ser pelas perdas funcionais e/ou vicissitudes

do corpo, que passam a fazer parte da vida, na medida em que se envelhece.

Contudo, o ato de envelhecer implica em mudanças constantes, e saber lidar com as

perdas, ao buscar novas aquisições durante todo o processo de envelhecimento é o

que o torna saudável. Um envelhecimento será cada vez mais satisfatório quanto

Page 19: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

18

maior for o poder do indivíduo de assimilar e não renunciar às mudanças físicas,

psicológicas e sociais, adaptando-se, sem sofrer em demasia, aos novos papéis

sociais que desempenhará no decorrer de sua vida (BRETAS et al., 2010).

O envelhecimento populacional é um fenômeno que não afeta apenas o

indivíduo, mas a família, a comunidade e a sociedade. Reconhece-se, no entanto,

que é um processo normal, dinâmico, que envolve perdas no plano biológico,

socioafetivo e político, e demanda vulnerabilidades diferenciadas por gênero, idade,

classe social, raça, regiões geográficas, dentre outras variáveis. Tais

vulnerabilidades refletem na expectativa de vida, na morbidade, na mortalidade

prematura, na incapacidade e na má qualidade de vida (ALENCAR; CARVALHO,

2009).

Assim, o processo de envelhecimento delimita mudanças expressivas de

ordem individual, familiar e social, cada uma com seus significados e relevâncias. Ao

envelhecer, o idoso e sua família mudam, adquirem determinados direitos legais e

perdem outros pelas dificuldades orgânicas e mentais trazidas pelo envelhecimento

(FIGUEIREDO; TONINI, 2006).

O processo de envelhecimento necessita deixar de ser visto apenas como

uma decorrência de fenômenos puramente naturais e biológicos, assim também

como um acontecimento profundamente influenciado pela cultura, na qual os

indivíduos reagem a partir de suas referências pessoais e culturais. E para isso, faz-

se necessária uma educação para a velhice nos diversos espaços, e que pode ser

alcançada com a construção social de uma imagem mais positiva do

envelhecimento. Afinal, envelhecer é um privilégio para aqueles que alcançam essa

etapa da vida (FERREIRA et al., 2010).

2.2 Qualidade de vida dos idosos

A definição de QV tem recebido uma variedade de definições ao longo dos

anos (MAGALHÃES et al., 2008). Entretanto, são identificadas duas tendências na

conceituação do termo QV: uma definição genérica e outra ligada à saúde. No

primeiro caso, QV apresenta uma acepção mais ampla, aparentemente influenciada

por estudos sociológicos, sem fazer referência a disfunções ou agravos. Quando a

QV é relacionada à saúde, ela engloba dimensões específicas do estado de saúde.

Nesse caso, a medida de QV tem sido proposta como um instrumento para verificar

Page 20: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

19

a saúde da população e incentivar medidas de promoção da saúde (CAMPOS;

RODRIGUES NETO, 2008).

Contudo, o conceito de QV é subjetivo, dependente do nível sociocultural, da

faixa etária e das aspirações pessoais do indivíduo, que sofre interferência do meio,

das condições ambientais e econômicas em que vive (FREITAS, 2011; VECCHIA et

al., 2005). A avaliação da QV deve basear-se na percepção do indivíduo sobre o seu

estado de saúde, ao englobar aspectos gerais da vida e do bem-estar, isto é,

experiências subjetivas, influenciadas também pelo contexto cultural em que está

inserida (NUNES; MENEZES; ALCHIERI, 2010). Logo, o conceito de QV na velhice

também é composto por critérios subjetivos, influenciado pelos valores do indivíduo

e da sociedade em que ele vive (IRIGARAY; TRENTINI, 2009).

Segundo a OMS (1994), QV é a percepção que o indivíduo tem de sua

posição na vida dentro do contexto de sua cultura e do sistema de valores de onde

vive, e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. É um

conceito muito amplo, que incorpora de uma maneira complexa a saúde física de

uma pessoa, seu estado psicológico, seu nível de dependência, suas relações

sociais, suas crenças e sua relação com características proeminentes no ambiente.

Assim, a QV na velhice pode ser compreendida como a manutenção da

saúde em todos os aspectos da vida humana: físico, social, psíquico e espiritual.

Pois, a multidimensionalidade da pessoa nem sempre apresenta o equilíbrio ideal e

precisa ser percebido de acordo com as possibilidades reais de cada sujeito

(FREITAS, 2011).

Entender como os idosos percebem o processo de envelhecimento, atrelado

à noção de QV, permite aos enfermeiros e demais profissionais de saúde pensar em

estratégias de ações de saúde para além do enfoque na doença. Compreender o

que os idosos valorizam, e como vivenciam suas questões de saúde, relações

sociais, convívio familiar, lazer, trabalho e, ainda, o acesso às suas necessidades

básicas, nos remete ao oportuno momento de trabalhar na perspectiva da promoção

da saúde, ao auxiliar os atuais e futuros idosos a viverem essa etapa com sucesso,

e de implantar ações que concretizem a mudança do modelo de assistência à saúde

no Brasil (PASKULIN et al., 2010).

Dentre os fatores que mais afetam o bem-estar das pessoas idosas,

destacam-se a perda da independência (decorrente das doenças crônicas ou

acidentes), a falta de uma rede social de apoio (amigos e familiares) e as questões

Page 21: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

20

econômicas (que interferem na qualidade do atendimento médico, na alimentação e

no aceso às atividades de lazer) (ROCHA et al., 2010).

Assim, um dos aspectos que comprometem a QV do idoso é a dificuldade

financeira. Os recursos provenientes da aposentadoria são às vezes insuficientes

para atender suas necessidades básicas. A carência financeira limita as

possibilidades de escolha por parte dos idosos e de seus familiares que, por vezes,

são forçados a conviverem no mesmo espaço. E os laços afetivos, a sensação de

pertencimento e a relação de intimidade entre o idoso e a família não se relaciona

com a proximidade geográfica entre eles. Corresidir com um idoso pode gerar

sobrecarga emocional e situações de estresse se os membros da família não

estiverem preparados para a convivência multigeracional. A falta de divisão de

trabalho, as dificuldades de adaptação à nova situação, que incluem aspectos

culturais intergeracionais e financeiros, a redução de atividades profissionais, sociais

e de lazer podem ser condições adversas à QV do idoso, que é pressionado a fazer

concessões (INOYE et al., 2010).

À medida que a pessoa envelhece, sua QV se vê determinada, em grande

parte, por sua capacidade para manter autonomia e independência. A maioria dos

idosos teme a velhice pela possibilidade de se tornarem dependentes pela doença,

ou por não poderem exercer suas atividades cotidianas. Tal evento fortalece a

abordagem da manutenção de uma vida saudável, que significa comprimir

morbidades e prevenir as incapacidades (FERNANDES et al., 2010).

Como a população envelhece, a prevalência crescente de doenças crônicas e

incapacitantes, e a restrição de atividades que afetam a autonomia dos idosos afeta

a percepção de sua QV. Logo, manter os idosos funcionalmente independentes é o

primeiro passo para se atingir uma melhor QV. Para isso, é necessária a

implementação de programas específicos de intervenção que visem a eliminação de

fatores de riscos relacionados com a incapacidade funcional. O envelhecimento de

maneira ativa deve ser estimulado entre os idosos, pois ele é sinônimo de vida plena

e com qualidade. Daí a importância do apoio das instituições políticas e sociais, da

família, da rede de amigos e dos grupos de interesse comuns na luta contra a

discriminação e o preconceito que ainda hoje, na cultura de modo geral e,

especialmente, no Brasil, gira em torno do envelhecimento (FERREIRA et al., 2010).

Afinal, quando os indivíduos envelhecem com autonomia e independência,

com boa saúde física, desempenham papéis sociais, permanecem ativos e

Page 22: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

21

desfrutam de senso de significado pessoal, a qualidade de vida dessas pessoas

pode ser muito boa ou, pelo menos, preservada (MARTINS et al., 2009).

A QV tem uma grande abrangência de significados e valores, como já

destacado, e depende de diversos fatores, como os sociais, os ambientais,

econômicos, biológicos e psíquicos (FALLER et al., 2010). Logo, conhecer a QV do

idoso e os fatores que contribuem para uma redução ou aumento da mesma tornam-

se imprescindíveis aos provedores de cuidados em saúde, gestores e políticos, para

que sejam capazes de melhorar a vida diária e a QV da população idosa; além de

fator essencial a ser considerado, quando se propõem ações e políticas de saúde

para esse grupo (PEREIRA et al., 2011).

2.3 Políticas públicas voltadas ao idoso

Passados 20 anos da realização da I Assembleia Mundial do Envelhecimento,

a ONU realizou, de 08 a 12 de abril de 2002, em Madri, a II Assembleia Mundial do

Envelhecimento, na qual foi aprovado o Plano Internacional sobre o Envelhecimento

2002. Tanto no primeiro como no segundo evento foi destacada como prioritária a

aplicação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, assim como a

necessidade de inclusão do idoso na vida social, cultural, econômica e política das

sociedades (BRASIL, 2005).

No Brasil, o processo de envelhecimento populacional tem sido discutido e

acompanhado por medidas destinadas a proteger os idosos, como cidadãos cada

vez mais presentes nas sociedades mundiais. Até a década de 70 do século XX, os

idosos recebiam, principalmente, atenção de cunho caritativo de instituições não

governamentais, tais como entidades religiosas e filantrópicas. A implantação de

uma política nacional para as pessoas idosas é recente no Brasil, pois data de 1994.

O que houve antes, em termos de proteção a esse segmento populacional, consta

em alguns artigos do Código Civil (1916), do Código Penal (1940), do Código

Eleitoral (1965) e de inúmeros decretos, leis e portarias (RODRIGUES, 2001).

Assim, em 1994 o país sanciona a Lei nº 8.842, da Política Nacional do Idoso

(PNI). Essa Lei tem por objetivo assegurar os direitos sociais do idoso, ao criar

condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na

sociedade. Tal política rege-se pelos seguintes princípios: cabe à família, à

sociedade e ao estado o dever de assegurar ao idoso todos os direitos de cidadania,

Page 23: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

22

garantir sua participação na comunidade, defender sua dignidade, bem-estar e o

direito à vida; o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral; o

idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza e deve ser o principal

agente e o destinatário das transformações a serem efetivadas através desta

política. As diferenças econômicas, sociais e regionais deverão ser observadas

pelos poderes públicos e pela sociedade em geral, na aplicação desta lei (BRASIL,

1994).

Em 2001, o Ministério da Saúde lançou a Portaria nº 737, que constitui a

Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências

(PNRMAV), para responder à violência social que se expressa nos índices de

homicídios, acidentes de trânsito, suicídios e outros, à qual os idosos também estão

expostos, sobretudo no que concerne à violência doméstica. No Brasil, em 2009, as

lesões causadas pelos acidentes e violências nessa população resultaram em

140.249 internações hospitalares e em 20.303 mortes, o que representa 15,2% de

todos os óbitos por causas externas (SOUZA, 2010).

Já em 2003, institui-se o Estatuto do Idoso, considerado um dos principais

instrumentos de direito do idoso, cuja aprovação representou um passo importante

da legislação brasileira. O Estatuto conta com 118 artigos sobre diversas áreas dos

direitos fundamentais, incluídas as necessidades de proteção dos idosos, que visam

reforçar as diretrizes contidas na PNI. Assim, além de incluir leis e políticas já

aprovadas, incorpora novos elementos e enfoques, ao dar um tratamento integral no

estabelecimento de medidas destinadas a proporcionar o bem-estar dos idosos.

Esse documento discute os direitos fundamentais do idoso, relacionados aos

seguintes aspectos: à vida, à liberdade, ao respeito e à dignidade, aos alimentos, à

saúde, à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer, à profissionalização do trabalho,

à previdência social, à assistência social, à habitação e ao transporte. Além disso,

discorre sobre medidas de proteção, política de atendimento ao idoso, acesso à

justiça e crimes. Contudo, apesar de publicado, o cumprimento e o respeito ao

Estatuto dependem da cobrança organizada da sociedade civil, com especial

destaque ao idoso (RODRIGUES et al., 2007).

Em 2005, foi desenvolvido pela Unidade de Envelhecimento o Curso de Vida

da OMS, como uma contribuição para a Segunda Assembleia Mundial das Nações

Unidas sobre Envelhecimento, realizada em abril de 2002, em Madri, Espanha, a

publicação “Envelhecimento ativo: uma política de saúde”. Um projeto de Política de

Page 24: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

23

Saúde que busca dar informações para a discussão e formulação de planos de ação

que promovam um envelhecimento saudável e ativo. Esse trabalho aborda questões

e preocupações relacionadas ao envelhecimento da população. Seu público-alvo

abrange todos aqueles responsáveis pela formulação de políticas e programas

ligados ao envelhecimento. Além disso, aborda a questão da saúde a partir de uma

perspectiva ampla e reconhece o fato de que a mesma só pode ser criada e mantida

com a participação de vários setores (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2005).

Segundo a OMS, “envelhecimento ativo é o processo de otimização das

oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a

QV, à medida que as pessoas ficam mais velhas”. O objetivo do envelhecimento

ativo é aumentar a expectativa de uma vida saudável e a QV para todas as pessoas

que estão envelhecendo, inclusive as mais frágeis, fisicamente incapacitadas e que

requerem cuidados (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2005).

Já em 2006, é publicada a Portaria/GM nº 399, que apresenta as Diretrizes do

Pacto pela Saúde, que surgiu para consolidar o Sistema Único de Saúde (SUS), nas

quais estão contempladas três dimensões: pela Vida, em Defesa do SUS e de

Gestão. A Saúde do Idoso é uma das prioridades no Pacto pela Vida e mostra-se

oportuna ao apresentar e discutir, junto aos gestores, profissionais da Rede de

Serviços de Saúde e população em geral, a nova realidade social e epidemiológica

que se impõe através da mudança do perfil demográfico e epidemiológico da

população brasileira. Assim, neste documento, um compromisso é assumido entre

os gestores do SUS, em torno de prioridades que de fato apresentam impacto sobre

a situação de saúde da população idosa brasileira. Importante ressaltar que a Área

Técnica Saúde do Idoso reafirma a necessidade de mudanças na linha de cuidados

e da atenção a essa população, através da humanização do atendimento, bem como

do fomento de inovações, através da disseminação de conhecimentos específicos

para gestores e profissionais de saúde que atuam na rede, ao buscar parcerias e

divulgarem a ideia do Envelhecimento Ativo (BRASIL, 2010).

Em 2006, por meio da Portaria nº 2.528, o país aprova a Política Nacional de

Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI). A finalidade primordial dessa política é recuperar,

manter e promover a autonomia e a independência dos indivíduos idosos, ao

direcionar medidas coletivas e individuais de saúde para esse fim, em consonância

com os princípios e diretrizes do SUS (BRASIL, 1999).

Page 25: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

24

No bojo da PNSPI, a capacidade funcional surge como um novo paradigma

de saúde, no qual a independência e a autonomia, pelo maior tempo possível, são

metas a serem alcançadas na atenção à sua saúde. Para tanto, suas diretrizes

essenciais incluem a promoção do envelhecimento saudável; a manutenção da

capacidade funcional; a assistência às necessidades de saúde; a reabilitação da

capacidade funcional comprometida; a capacitação de recursos humanos

especializados; o apoio ao desenvolvimento de cuidados informais; e o apoio a

estudos e pesquisas (ALENCAR; CARVALHO, 2009).

Muitas são as políticas que focam o idoso e sua família; porém, as

dificuldades na implementação abrangem desde a precária captação de recursos ao

frágil sistema de informação para a análise de condições de vida e saúde, e passam,

evidentemente, pela inadequada capacitação de recursos humanos. Apesar de nos

últimos anos o processo de envelhecimento vir a ser discutido, as mudanças a ele

intrínsecas ainda não parecem claras para a sociedade e suas instituições. Ou seja,

do ponto de vista da normatização legal, o envelhecimento é protegido no Brasil, e

há diretrizes a serem seguidas, mas cuja implementação ainda não se fez de forma

completa (MOTTA; AGUIAR, 2007).

Chama a atenção, neste processo de ratificação dos direitos sociais da

pessoa idosa como política de Estado, no que se refere especialmente às políticas

públicas de saúde, o importante papel atribuído às iniciativas de implementação de

estratégias de promoção à saúde da pessoa idosa. Entretanto, isso não significa a

imediata incorporação de uma perspectiva integral de cuidado (proteção, promoção,

tratamento e reabilitação da saúde), conforme preconizado no SUS, uma vez que as

mudanças socioculturais não dependem tão somente da institucionalização de

marcos legais. Dessa forma, é fundamental manter uma postura crítica e reflexiva,

tanto na formação e educação permanente dos profissionais de saúde quanto na

reivindicação dos direitos estabelecidos legalmente na PNSPI (COMBINATO et al.,

2010).

Fornecer instrumentos para os idosos aprenderem sobre seus direitos e

deveres significa desenvolver a cidadania e promover o acesso ao modelo de saúde

integrado.

Page 26: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

25

2.4 Assistência à saúde da pessoa idosa e o cuidado de enfermagem

Na saúde, repensar QV é essencial, pois baseia-se na premissa de que uma

melhor saúde contribui para uma melhor QV e vice-versa (COLET; MAYORGA;

AMADOR, 2010). A longevidade, cada vez mais presente no ciclo de vida humano,

acarreta uma situação ambígua, ou seja, o desejo de viver cada vez mais, e, ao

mesmo tempo, o temor de viver com incapacidades e dependência. De fato, o

avanço da idade aumenta a chance de ocorrências de doenças e de prejuízos à

funcionalidade física, psíquica e social. Mais anos vividos podem ser anos marcados

por doenças com sequelas, declínio funcional, aumento da dependência, perda da

autonomia, isolamento social e depressão. E tal condição pode influenciar na QV,

uma vez que com essas morbidades podemos necessitar de cuidados em saúde

(MARTINS et al., 2009).

Em 2008, os idosos representaram 60,4% do total de 1.066.842 mortes de

residentes no país. Mais de 70% dos óbitos por doenças do aparelho circulatório, do

aparelho respiratório e das doenças endócrinas ocorreram entre eles. Em 2009,

foram também responsáveis por 21% do total de 11.102.201 internações

hospitalares do SUS. Pessoas idosas responderam por 55,3% das hospitalizações

por doenças do aparelho circulatório e por 43,7% das referentes aos problemas

endócrinos. Portanto, a magnitude dos problemas de saúde dos idosos e a

necessidade de o setor de saúde atuar adequadamente precisam ser

dimensionadas e compreendidas para uma adequação efetiva dos serviços

(SOUZA, 2010).

Se, por um lado, os idosos apresentam maior carga de doenças e

incapacidades e usam mais os serviços de saúde, por outro, os modelos vigentes de

atenção à saúde do idoso mostram-se ineficazes e de alto custo, e reclamam por

estruturas criativas e inovadoras. É por esse motivo que do ponto de vista da saúde

pública, a capacidade funcional surge como o conceito de saúde mais adequado

para instrumentalizar e operacionalizar uma política contemporânea de atenção à

saúde do idoso. Essa política deve ter como objetivo maior a manutenção da

máxima capacidade funcional do indivíduo que envelhece, pelo maior tempo

possível (VERAS, 2012).

No entanto, o que se percebe atualmente é uma desproporcionalidade no que

diz respeito à quantidade e à qualidade dos programas que se dedicam ao idoso, em

Page 27: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

26

relação à intensidade do processo de envelhecimento em nosso país. Em parte, isso

se deve à falta de recursos humanos especializados para o adequado atendimento

das demandas dessa população, o que tornam essenciais os projetos de formação e

capacitação voltados aos profissionais que atuam em programas de atenção aos

idosos. Cabe também lembrar que na formação dos profissionais de saúde, em nível

de graduação de maneira geral, os aspectos relacionados ao processo de

envelhecimento, por vezes, não são contemplados nos projetos pedagógicos dos

cursos (QUEIROZ; RUIZ; FERREIRA, 2009).

Assim, o desconhecimento de aspectos fisiológicos, psicológicos, emocionais

e sociais específicos do idoso por parte dos profissionais que prestam assistência,

contribui para as deficiências na compreensão do idoso e para o atendimento

inadequado. O potencial para o autocuidado e a independência não serão

estimulados, ou serão anulados pelo profissional despreparado que assiste o idoso

(REIS; CEOLIM, 2007). Descobrir ou criar razões que deem significado à vida dos

idosos parece ser uma questão que deve estar presente nas ações dos profissionais

(FREITAS, QUEIROZ, SOUSA, 2010).

Dessa forma, a organização do sistema de saúde no Brasil precisa ser

ajustada aos diferentes perfis demográficos e epidemiológicos decorrentes do

aumento da população idosa. Afinal, a magnitude do aumento dos gastos em saúde

com os idosos dependerá essencialmente se esses anos a mais serão saudáveis ou

de enfermidades e dependência. A prevenção e o retardamento de doenças e

fragilidades, a manutenção da saúde e a autonomia serão os maiores desafios

relacionados à saúde, decorrentes do envelhecimento populacional (VERAS, 2012).

Pois, a dependência é o maior temor nessa faixa etária, e evitá-la ou postergá-la

passa a ser uma função da equipe de saúde, em especial na Atenção Básica.

A Atenção Básica é o contato preferencial dos usuários com os sistemas de

saúde. Em 1994, o Ministério da Saúde adotou a Saúde da Família como a

estratégia prioritária para a organização e estruturação desse sistema. A Saúde da

Família trabalha com práticas interdisciplinares desenvolvidas por equipes que se

responsabilizam pela saúde da população a ela adscrita, e na perspectiva de uma

atenção integral humanizada, ao considerar a realidade local e valorizar as

diferentes necessidades dos grupos populacionais. No trabalho das equipes da

Atenção Básica/Saúde da Família, as ações coletivas na comunidade, as atividades

de grupo, a participação das redes sociais dos usuários são alguns dos recursos

Page 28: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

27

indispensáveis para atuação nas dimensões cultural e social (BRASIL, 2006). Nesse

caso, o cuidado à pessoa idosa deve ser um trabalho conjunto entre equipe de

saúde, idoso e família.

A detecção precoce de problemas de saúde é a estratégia ideal para manter a

capacidade funcional dos idosos, através do desenvolvimento de atividades

específicas como rastreamento de danos sensoriais, risco de queda, alterações de

humor, perdas cognitivas, prevenção de perdas dentárias e outras afecções da

cavidade bucal; bem como, visa a prevenção de deficiências nutricionais, avaliação

da capacidade e habilidade funcional no ambiente domiciliar e prevenção do

isolamento social, com a criação de grupos (TIER et al., 2006).

Por isso, os serviços de atenção à população idosa devem considerar as

diferentes dimensões do processo de envelhecimento: social, biológica, funcional,

intelectual, econômica, dentre outras; prever uma ação intersetorial, com atividades

multiprofissionais, tais como inclusão digital, estimulação cognitiva, exercícios físicos

para a terceira idade, enfim, contribuir para que o envelhecimento ocorra mantendo-

se a QV e a inserção social (CAETANO; TAVARES, 2008; NUNES et al., 2010).

O envelhecimento da população como uma perspectiva real também

necessita de reflexões na área da enfermagem, uma vez que a tendência é de que

os idosos representem uma parcela importante dos pacientes assistidos, como já

relatado. Por isso, os trabalhadores da área de saúde, em especial os de

enfermagem, devem compreender e respeitar o processo de envelhecimento ao

desenvolver uma prática que valorize a humanização do cuidado (TAVARES et al.,

2010).

Afinal, o cuidar é um processo dinâmico que depende da interação e das

ações planejadas a partir da compreensão e do respeito à realidade do cliente, de

sua família e de seu meio sociocultural. E para a enfermagem, tal concepção deve

pressupor a integralização da multidimensionalidade da pessoa idosa para a

promoção do viver mais saudável e a exaltação da vida, enquanto se vivencia o

envelhecer, ao lançar mão dos recursos disponíveis, com a finalidade de ajudar os

idosos a aproveitarem ao máximo suas capacidades funcionais, ao adotar

comportamentos e práticas saudáveis sempre negociadas horizontalmente entre o

idoso, a família e a enfermeira, e que almejam o contínuo desenvolvimento pessoal

de todos os envolvidos. Para isso, a prática de enfermagem deve ser demonstrada

em seus diferentes níveis de atuação, desde o cuidado da vida e saúde de uma

Page 29: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

28

pessoa idosa em particular, até o da população idosa em geral, enquanto cuidado

que visa promover a saúde coletiva (GONCALVES, 2010).

Assim, a enfermagem não deve focar sua ação/cuidado na assistência

somente ao idoso portador de doenças, mas, atuar na promoção, educação,

manutenção e recuperação de sua saúde. Respeitar a independência do idoso, ao

primar pela participação deste no processo de cuidado, pode ser considerado uma

meta para a assistência qualificada. Ou seja, a enfermagem, ao trabalhar com

enfoque na QV, deve ressaltar a importância do desenvolvimento do autocuidado,

com a finalidade de garantir uma velhice saudável, por meio de mudanças de

hábitos e adoção de novos padrões de comportamento (MARTINS et al., 2007).

Os serviços de saúde e de enfermagem precisam ter uma perspectiva que

vise promover o envelhecimento ativo, o qual pode ser determinado através do

acesso às consultas médicas, assistência domiciliar, participação em grupos

terapêuticos, fornecimento de medicamentos pela rede pública, vacinação, serviços

curativos e de saúde mental. O contexto domiciliar é, também, um espaço de

promoção da saúde, no qual a enfermagem pode exercer um importante papel, ao

estabelecer parcerias com os familiares dos idosos e apoiá-los no desempenho de

atividades de cuidado, o que pode incluir orientações, treinamento e apoio

psicológico (VICENTE; SANTOS, 2013).

Page 30: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

29

3 METODOLOGIA

3.1 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo descritivo transversal, de abordagem quantitativa.

3.2 População e local de estudo

A pesquisa foi desenvolvida na zona urbana do município de Teresina (PI),

com idosos que residiam em áreas assistidas por equipes da ESF. De acordo com o

IBGE (2010), Teresina possui uma população total de 814.230 habitantes, composta

por 107.882 indivíduos com 60 anos ou mais (IBGE, 2010).

De acordo com dados do Sistema de Informação da Atenção Básica (Siab,

2012), requeridos na Fundação Municipal de Saúde (FMS), a ESF cobre a área de

aproximadamente 86% da população, com 191.938 famílias cadastradas e atendem

720.785 indivíduos, compostos por 80.766 idosos. A população geral de estudo

compreendeu 74.674 idosos cadastrados na zona urbana, o que representava

92,4% de acompanhamento desse grupo etário.

O sistema de saúde do município encontra-se atualmente organizado em três

Coordenadorias Regionais de Saúde (Centro/Norte, Leste/Sudeste e Sul). A

distribuição da população nas mesmas está expressa no Quadro 1.

Quadro 1. Número estimado de idosos da zona urbana cadastrados na Estratégia Saúde da Família, segundo as Coordenadorias Regionais de Saúde. Teresina-PI, 2012.

Coordenadorias Regionais de Saúde N° de idosos cadastrados

Sul 25.984

Centro/Norte 25.036

Leste/Sudeste 23.670 Fonte: Gerência de Atenção Básica (Geab) / Fundação Municipal de Saúde – Teresina-PI (2012)

Foram cadastradas numericamente as Unidades de Saúde da Família (USFs)

de cada Coordenadoria Regional; a Leste/Sudeste contava com 31 USFs, a Norte

com 24 e a Sul com 28. Realizou-se, então, o sorteio de uma UBS para cada

Page 31: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

30

regional. A USF Sacy foi o local selecionado na regional Sul, a USF Dirceu II (3) na

Leste/Sudeste e USF Cidade Jardim na Centro/Norte. As pesquisas foram

realizadas nas referidas unidades.

3.3 Tamanho e seleção da amostra

A amostra prevista foi constituída por 383 sujeitos, os quais foram distribuídos

de forma proporcional ao número de idosos cadastrados nas Coordenadorias

Regionais de Saúde (Quadro 1). Logo, foram selecionados 133 sujeitos na regional

Sul, 129 na Centro Norte e 121 na Leste/Sudeste, que foram escolhidos por sorteio.

O número de indivíduos da amostra foi estabelecido por meio de cálculo

estatístico baseado no número de variáveis de interesse da pesquisa, obtido através

da fórmula:

n = n = Z2 p.q / e2, onde Z é o ponto de curva normal correspondente à área

de 95% do nível de confiança, “p” é o parâmetro e “e” é o erro amostral (erro

amostral de 5% e nível de confiança de 95%).

Após a delimitação estatística das amostras, foi feito um levantamento dos

idosos cadastrados nas referidas USFs em estudo, e sorteou-se os que fariam parte

da investigação.

3.4 Critérios de inclusão

Ter idade igual ou superior a 60 anos, residir na área de abrangência do

projeto, ser cadastrado na Estratégia Saúde da Família, ter condições de responder

ao instrumento de pesquisa.

3.5 Variáveis e instrumentos

Foram consideradas as variáveis sociodemográficas, econômicas e de saúde;

além da QV dos entrevistados, avaliada pelos instrumentos WHOQOL-bref e

WHOQOL-old.

Page 32: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

31

3.5.1 Dados sociodemográficos, econômicos e de saúde

As variáveis do estudo foram agrupadas a partir da classificação sugerida por

Pereira (2007), acrescidas de um agrupamento relacionado aos aspectos de saúde.

Foi aplicado um questionário que contemplou as variáveis (APÊNDICE A):

Sexo: feminino ou masculino;

Idade: em anos completos. Agrupar-se-ão os idosos em três segmentos

etários: idosos jovens (60-69 anos), meio-idosos (70-79 anos) e idosos (a

partir de 80 anos) (VERAS, 2012);

Estado civil: solteiro; casado ou vivendo como casado; separado ou

divorciado/desquitado e viúvo;

Escolaridade: sem escolaridade, ensino fundamental incompleto e completo,

ensino médio completo e incompleto, ensino superior completo e incompleto;

Cor/Raça: parda; branca; negra; amarela e indígena;

Naturalidade: Teresina; outros municípios do Estado do Piauí e outros

Estados brasileiros;

Arranjo domiciliar: morar só ou acompanhado. Se acompanhado, especificou-

se o grau de parentesco ou outro tipo de relacionamento;

Ocupação profissional: aposentado; aposentado e empregado; empregado;

pensionista e não possui renda;

Crença religiosa: a prática ou não de alguma religião, especificando qual.

Optou-se utilizar a segunda questão de forma aberta, a fim de permitir a

expressão do indivíduo;

Condições econômicas: renda familiar per capita (calculada em salários

mínimos a partir da renda total das pessoas residentes na casa e do número

de moradores do domicílio) e renda do idoso (em salários mínimos);

Etilismo: consumo ou não de bebida alcóolica;

Tabagismo: fumante; ex-fumante e nunca fumou;

Sono: reparador; não reparador e insônia;

Problemas de saúde: o idoso refere ou não ser portador de alguma condição

crônica de saúde. Em caso positivo, quais os problemas;

Page 33: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

32

Percepção da saúde: se percebe a saúde como “muito ruim”, “fraca”, “nem

ruim nem boa”, “boa”, “muito boa”;

Prática de atividade física: realização ou não de atividade física regular;

modalidade e frequência.

Foram levantadas, ainda, informações sobre moradia, tais como o tipo de

construção, que foi categorizado em residência construída em alvenaria, taipa, taipa

revestida, madeira e outros materiais, e o número de peças da casa, que foi obtido

por meio da contagem de cômodos.

3.5.2 Avaliação da qualidade de vida dos idosos

Para avaliar a QV, utilizou-se a versão abreviada em português do

Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde,

o WHOQOL-bref, que foi validado no Brasil por Fleck, em 2000 (ANEXO A).

O WHOQOL-bref é um instrumento composto de 26 itens pertinentes à

avaliação subjetiva do indivíduo em relação aos aspectos que interferem na sua

vida. Por se tratar de um construto multidimensional, o mesmo abrange quatro

domínios – físico, psicológico, relações sociais, meio ambiente – com duas questões

gerais sobre QV e mais 24 questões que correspondem às 24 facetas (subdomínios)

que compõem o instrumento original. As duas questões gerais sobre QV versam

sobre como o indivíduo avalia sua QV e sobre o quão satisfeito está com a sua

saúde. O instrumento WHOQOL-bref é a versão abreviada do WHOQOL-100, que

consiste em 100 perguntas. O método WHOQOL foi desenvolvido com enfoque

transcultural e tem sido utilizado para mensurar a qualidade de vida relacionada à

saúde, em grupos de indivíduos enfermos, sadios e idosos (TRENTINI, 2004).

Os quatro domínios, os respectivos subdomínios e o número de questões a

que correspondem são apresentados a seguir. Cada domínio é composto por

questões cujas pontuações das respostas variam entre 1 e 5.

Domínio 1 – Físico: dor e desconforto (questão 3); energia e fadiga (questão

10); sono e repouso (questão 16); mobilidade (questão 15); atividades da vida

cotidiana (questão 17); dependência de medicações ou tratamentos (questão

04); capacidade de trabalho (questão 18).

Page 34: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

33

Domínio 2 – Psicológico: sentimentos positivos (questão 5); pensar, aprender,

memória e concentração (questão 7); autoestima (questão 19); imagem

corporal e aparência (questão 11); sentimentos negativos (questão 26);

espiritualidade/religião/crenças pessoais (questão 6).

Domínio 3 – Relações sociais: relações pessoais (questão 20); suporte social

(questão 22); atividade sexual (questão 21).

Domínio 4 – Meio ambiente: segurança física e proteção (questão 8);

ambiente no lar (questão 23); recursos financeiros (questão 12); cuidados de

saúde e sociais: disponibilidade e qualidade (questão 24); oportunidades de

adquirir novas informações e habilidades (questão 13); participação e

oportunidades de recreação/lazer (questão 14); ambiente físico; poluição,

ruído, clima, trânsito (questão 9); transporte (questão 25).

Com o intuito de adaptar o WHOQOL para a aplicação em idosos, o Grupo

WHOQOL desenvolveu um módulo adicional aos instrumentos WHOQOL-100 e

WHOQOL-bref, denominado WHOQOL-old (ANEXO B). Esse instrumento é um

módulo complementar que deve ser aplicado em conjunto com o WHOQOL-100 ou o

WHOQOL-bref. O WHOQOL-old é composto por 24 questões seccionadas em seis

facetas, que formam um domínio adicional ao incorporar questões relacionadas ao

envelhecimento. As facetas adicionais do WHOQOL-old são:

Funcionamento dos sentidos - impacto da perda do funcionamento dos

sentidos na QV do indivíduo;

Autonomia - independência do idoso de forma a ser capaz e livre para viver

de modo autônomo e tomar as próprias decisões;

Atividades passadas, presentes e futuras - satisfação com realizações na vida

e com objetivos a serem alcançados;

Participação social - participação em atividades da vida diária, especialmente

na comunidade;

Morte e morrer - preocupações acerca da morte e do morrer;

Intimidade - capacidade de ter relacionamentos íntimos e pessoais.

Cada domínio fornece uma pontuação individual. As respostas são baseadas

em uma escala de resposta Likert de 5 pontos (POWER; QUINN; SCHMIDT, 2005).

Page 35: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

34

O WHOQOL-old é validado em português do Brasil, cuja versão apresenta um bom

desempenho psicométrico (Grupo WHOQOL-old, 2005).

3.6 Coleta e análise dos resultados

O WHOQOL-bref e WHOQOL-old são autoaplicáveis, porém, devido à

dificuldade de leitura e ao analfabetismo comum na comunidade estudada, optou-se

por entrevistas que foram realizadas pela própria pesquisadora e uma equipe

treinada sob sua supervisão, composta por uma enfermeira e quatro acadêmicos de

enfermagem da UFPI. O treinamento consistiu de reuniões com os entrevistadores,

com a finalidade de pareá-los por meio da apresentação do projeto de pesquisa,

com ênfase nos objetivos; e fornecimento de orientação sobre a utilização dos

materiais. Durante o treinamento, os instrumentos foram discutidos de modo

detalhado, bem como o procedimento das entrevistas, com destaque para a

importância da uniformidade na realização do levantamento.

Os instrumentos foram aplicados no domicílio do idoso, em privacidade e

apenas um encontro. Cada entrevista era realizada por único pesquisador; destaca-

se que na USF Cidade Jardim houve a participação dos agentes comunitários de

saúde, que auxiliaram na localização dos idosos. A coleta de dados ocorreu no

período de julho a dezembro de 2013; e era realizada em três ou quatro dias por

semana, nos turnos manhã e tarde. Cabe salientar que todos os respondentes foram

informados em relação à liberdade de acesso às informações do estudo e

receberam orientações detalhadas sobre a pesquisa; após a assinatura do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), iniciou-se a aplicação dos questionários.

Aqueles que não atenderam ao entrevistador (a) após três visitas, em dias e horários

diferentes, foram descartados do estudo.

Os dados foram digitados no programa EXCEL 2010. Após a codificação de

todas as variáveis, elaborou-se um banco de dados que foi alimentado por técnica

de dupla entrada. Ao término da digitação, foi realizada a validação do banco com o

objetivo de conferir erros.

Para a análise da confiabilidade dos questionários de QV (WHOQOL-old e

WHOQOL-bref), utilizou-se o coeficiente alpha de Cronbach. A consistência interna

refere-se ao grau de uniformidade e coerência entre as respostas dos entrevistados

a cada um dos itens que compõem a prova, isto é, avalia o grau em que a variância

Page 36: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

35

geral dos resultados associa-se ao somatório das variâncias individuais. Valores de

alpha de Cronbach acima de 0,7 foram considerados satisfatórios para o estudo

(BLAND; ALTMAN, 1997).

Na caracterização dos idosos, foi realizada a análise descritiva por meio de

médias, desvios-padrão, valores mínimos e máximos dos escores das variáveis

quantitativas e proporções para as variáveis qualitativas.

Quanto à análise estatística inferencial, a qualidade de vida compreendeu a

variável dependente. As variáveis independentes para a correlação foram: sexo,

idade, grau de escolaridade, estado civil, procedência, cor/raça, religião, arranjo

domiciliar, ocupação, renda total dos residentes no domicílio, renda do idoso,

etilismo, tabagismo, sono e repouso, prática de atividade física, autoavaliação do

estado de saúde e problemas de saúde.

Os instrumentos WHOQOL-old e WHOQOL-bref foram avaliados pelo teste

de Kolmogorov-Smirnov para verificar a aderência dos domínios e facetas à

distribuição normal, e determinar os tipos de testes estatísticos a serem utilizados.

Contudo, os dados não seguiram tendência de normalidade, por isso foram

utilizados testes não paramétricos.

Quanto aos fatores associados à QV, na análise de correlação entre o

WHOQOL-bref e Old e as variáveis quantitativas, foi utilizado o coeficiente de

correlação Spearman. Para a comparação das médias dos referidos instrumentos,

segundo as categorias das variáveis qualitativas dicotômicas, foi utilizado o teste

Mann-Whitney; e na comparação das médias entre as variáveis qualitativas com 3

ou mais categorias, foi utilizado o teste Kruskal-Wallis com post hoc de Dun.

Para compor os modelos de análise de regressão linear múltipla, foram

utilizadas todas as variáveis independentes, exceto arranjo domiciliar. A maioria

dessas variáveis foram recategorizadas:

a) Escolaridade: Com e sem escolaridade;

b) Estado civil: com e sem companheiro;

c) Cor: não branco (a) e branco (a);

d) Religião: não católico (a) e católico (a);

e) Ocupação: com e sem ocupação;

f) Renda familiar: Até 2 SM e >2 SM;

g) Renda individual: Até 1 SM e >1 SM;

Page 37: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

36

h) Sono: não reparador e reparador;

i) Atividade física: sim e não;

j) Autoavaliação da saúde: muito ruim/fraca, nem boa nem ruim e

boa/muita boa.

Foi realizada a modelagem múltipla com todas as variáveis que apresentaram

p<0,10 na análise bivariada, com a finalidade de verificar quais são as variáveis

independentes/ previsoras que explicam melhor efeito sobre a QV de idosos. O valor

de “p” determinou a ordem de entrada no modelo múltiplo. O processo de

modelagem foi o stepwise forward. A variável independente permanecia no modelo

múltiplo com valor de p menor que 0,05 e/ou se fosse variável de ajuste. As

variáveis qualitativas foram transformadas em variáveis indicadoras (Dummy).

O teste do pressuposto de multicolinearidade foi realizado pelo FIV (Variance-

inflation factor) e Tolerance, e adotou como ponto de corte para a multicolinearidade

um FIV ≥ 4 e um Tolerance < 10 (GARSON, 2010). O teste não mostrou evidência

de presença de multicolinearidade entre as variáveis independentes estudadas para

a regressão linear.

Em todas as análises realizadas foi utilizado o nível de significância de 5%.

Para realização de dupla digitação, validação e verificação da consistência dos

dados, foi utilizado o programa Epi-info versão 7.0, e para a realização das demais

análises foi utilizado o SPSS para Windows versão 18.0.

3.7 Aspectos éticos e legais

O estudo foi realizado conforme as normas que regulamentam a pesquisa em

seres humanos, contidas na Resolução nº 466/2012, do Conselho Nacional de

Saúde (BRASIL, 2012).

O projeto de pesquisa foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em

Pesquisa (CEP) da UFPI e aprovado com Certificado de Apresentação para

Apreciação Ética (CAAE) n° 06086812.8.0000.5214 (ANEXO C). Por se tratar de

uma amostra formada por idosos cadastrados pela ESF, o projeto também foi

submetido ao CEP da Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Teresina, recebendo

parecer favorável para sua realização.

Page 38: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

37

Os idosos em estudo receberam o TCLE previamente à coleta de dados

(ANEXO D). O mesmo foi assinado em duas vias, uma permaneceu com a

pesquisadora responsável e a outra, com o participante da pesquisa.

Page 39: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

38

4 RESULTADOS

4.1 Caracterização sociodemográfica, econômica e de saúde dos idosos

A Tabela 1 apresenta a distribuição dos idosos de acordo com as

características sociodemográficas e econômicas.

Tabela 1. Perfil sociodemográfico e econômico dos idosos participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383)

Variáveis n %

Sexo Masculino 124 32,4 Feminino 259 67,6

Faixa etária 60-70 anos 193 50,4 70-80 anos 120 31,3 ≥80 anos 70 18,3

Média (D.P) 70,9 (8,2) Escolaridade

Analfabeto 129 33,7 Fund. Incompleto 103 26,9 Fund. Completo 51 13,3

Médio Incompleto 15 3,9 Médio Completo 58 15,1

Superior Incompleto 04 1,0 Superior Completo 23 6,0

Estado civil Solteiro(a) 36 9,4

Casado(a)/União estável 195 50,9 Separado(a)/Divorciado(a) 42 11,0

Viúvo(a) 110 28,7 Procedência

Capital 62 16,2 Interior do Estado 255 66,6 Outros Estados 66 17,2

Cor Pardo(a) 226 59,0 Branco(a) 86 22,5 Negro(a) 64 16,7

Amarelo(a) 07 1,8 Religião

Católico(a) 292 76,2 Evangélico(a) 71 18,5

Espirita 02 0,5 Outras 02 0,5

Não possui 16 4,2

Page 40: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

39

(Continuação) Tabela 1. Perfil sociodemográfico e econômico dos idosos participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383)

Variáveis n %

Quantidade de pessoas na residência

Média (D.P) 3,0 (2,0)

Com quem mora

Mora sozinho(a) 34 8,9

Cônjuge 33 8,6

Cônjuge e filhos 80 20,9

Filhos 53 13,8

Cônjuge, filhos e netos 55 14,4

Filhos e netos 66 17,2

Netos 12 3,1

Cônjuge e netos 16 4,2

Outros 34 8,9

Ocupação

Aposentado(a) 272 71,0

Empregado(a) 12 3,1

Aposentado(a) em atividade 20 5,2

Pensionista 40 10,4

Autônomo 20 5,2

Não possui renda 19 5,0

Renda familiar

Até 1 SM 50 13,1

1-2 SM 135 35,2

3-4 SM 124 32,4

5-6 SM 42 11,0

7-8 SM 17 4,4

9-10 SM 07 1,8

Acima de 10 SM 08 2,1

Renda do idoso(a)*

Até 1 SM 237 65,1

1-2 SM 70 19,2

3-4 SM 38 10,4

5-6 SM 09 2,5

7-8 SM 05 1,4

9-10 SM 01 0,3

Acima de 10 SM 04 1,0

Tipo de casa

Alvenaria 375 97,9

Taipa revestida 06 1,6

Taipa não revestida 02 0,5

Quantidade de cômodos

Até 5 cômodos 88 23,0

6 ou mais cômodos 295 77,0

Média (D.P) 7,4 (2,2)

SM: Salário Mínimo (R$=678,00); D.P: Desvio Padrão.

*Percentuais referentes aos idosos que possuem renda (n=364).

Page 41: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

40

A maioria dos respondentes era do sexo feminino (67,6%). Cerca de 50,4%

dos idosos tinham de 60 a 69 anos, a média de idade foi de 70,09 anos (DP±8,2).

Quanto ao nível de escolaridade, 33,7% eram analfabetos e 26,9% ingressaram,

mas não concluíram o ensino fundamental.

Em relação ao estado civil, os casados ou unidos representaram 50,9% da

amostra, com uma parcela significativa de viúvos (28,7%). Quanto à cidade de

origem, predominaram os idosos naturais do interior do Estado (66,6%), seguidos

pelos nascidos em outros Estados (17,2%). Acerca da cor ou raça, 59% dos sujeitos

afirmaram ser de cor parda.

Quanto à religião, a católica é maioria entre os idosos (76,2%), seguida pelo

protestantismo (18,5%). Em relação ao arranjo familiar, a maior parte da amostra, ou

seja, 91,1% residiam com familiares (cônjuge, filhos, netos) e outros parentes; e

8,9% viviam sozinhos. Em média, os idosos moravam com três pessoas.

Quanto à ocupação atual, 71% disseram ser aposentados, enquanto 10,4%

relataram ser pensionistas. Afirmaram possuir alguma ocupação na época de

realização do estudo, 8,3% dos entrevistados. Houve, ainda, 5,2% de idosos que

afirmaram ser autônomo, o que totaliza 13,5% de sujeitos que exerciam algum tipo

de atividade. Cerca de 5% dos idosos não possuíam renda própria.

A renda familiar variou de 1 a 2 salários mínimos em 35,2% das residências

visitadas, seguida de 32,4% das famílias que possuíam renda total de 3 a 4 salários.

Com relação à renda do idoso, 65,1% possuía remuneração de até 1 salário mínimo.

Em relação ao tipo de moradia, a maioria (97,9%) residia em casa de

alvenaria, com média de 7,4 cômodos (DP±2,2). A tabela 2 apresenta os dados

relativos ao estilo de vida, sono, prática de atividade física e autoavaliação do estado

de saúde dos idosos.

Page 42: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

41

Tabela 2. Dados relativos ao estilo de vida, sono, prática de atividade física e autoavaliação do estado de saúde dos idosos participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383)

Variáveis n %

Etilista

Sim 34 8,9

Não 349 91,1

Tabagista

Sim 34 8,9

Não 269 70,2

Ex-tabagista 80 20,9

Sono e repouso

Reparador 240 62,7

Não reparador 76 19,8

Insônia 67 17,5

Pratica atividade física

Exercícios aeróbicos 67 17,5

Hidroginástica 16 4,2

Musculação 04 1,0

Não pratica 296 77,3

Frequência atividade física

Média (D.P) 3,5 (1,1)

Autoavaliação do estado de saúde

Muito ruim 20 5,2

Fraca 61 15,9

Nem ruim nem boa 152 39,7

Boa 134 35,0

Muita boa 16 4,2

Com relação a aspectos de saúde, apenas 8,9% dos idosos entrevistados

afirmaram ser fumantes, já 20,9% se consideram ex-fumantes. Quanto ao consumo

de bebida alcóolica, 91,1% afirmaram não beber, e 8,9% referiram ser etilistas. Em

relação às características do sono, observou-se que 62,7% dos idosos classificaram-

no como reparador.

Afirmaram realizar atividade física 22,7% dos idosos; a mais frequente foi a

prática de exercícios aeróbicos (17,5%), como caminhadas. Foram citadas, ainda,

em menor proporção, a prática de exercícios de hidroginástica (4,2%) e musculação

(1,0%). Em média, os sujeitos realizavam atividades físicas três vezes por semana.

Em relação à condição subjetiva de saúde, a maioria dos idosos autoavalia

sua saúde como “nem ruim nem boa” (39,5%), 35,% a consideram boa e 21,1%

apresentaram autoavaliação negativa do estado de saúde. A tabela 3 apresenta

informações quanto à presença de morbidades nos idosos.

Page 43: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

42

Tabela 3. Dados relativos à presença de comorbidades nos idosos participantes da

pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383)

Comorbidades n %

Hipertensão 222 58,0

Diabetes 41 10,7

Osteoporose 40 10,4

Artrose 38 9,9

Depressão 15 3,9

Dislipidemia 33 8,6

Úlcera/gastrite 19 5,0

Labirintite 18 4,7

Problemas cardíacos 28 7,3

AVE 13 3,4

Em relação aos dados sobre as condições de saúde, a frequência de doenças

autorreferidas, verificou-se que a maioria dos idosos mencionou pelo menos uma

doença, e a de maior prevalência foi a hipertensão arterial sistêmica (58,0%),

seguida de diabetes (10,7%) e osteoporose (10,4%).

A tabela 4 apresenta os domínios e facetas de QV mais favorecidos ou

prejudicados nos idosos.

Tabela 4. Identificação dos domínios e facetas de qualidade de vida mais favorecidos ou prejudicados nos idosos participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383)

Domínios Média D.P Mínimo Mediana Máximo α de

Cronbach

Whoqol-Bref

Físico 63,4 18,0 10,7 64,3 100,0 0,72

Psicológico 70,2 12,6 25,0 70,8 100,0 0,64

Social 69,8 13,7 8,3 66,7 100,0 0,75

Ambiental 61,7 13,5 21,9 62,5 100,0 0,72

Whoqol-Old

Habilidades sensoriais 74,5 21,7 0,0 81,3 100,0 0,56

Autonomia 62,2 17,9 0,0 62,5 100,0 0,52

Passado-presente-futuro 68,6 15,0 12,5 68,8 100,0 0,53

Participação social 62,2 16,4 6,3 62,5 100,0 0,51

Morte e morrer 67,7 26,7 0,0 75,0 100,0 0,67

Intimidade 59,3 24,5 0,0 62,5 100,0 0,60

Observou-se que a QV mensurada pelo WHOQOL-BREF obteve maior

escore no domínio psicológico (70,2), e menor no domínio ambiental (61,7). Já a QV

Page 44: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

43

avaliada pelo WHOQOL-OLD alcançou maior escore na faceta funcionamento dos

sentidos (74,5), e menor na intimidade (59,3).

4.2 Verificação dos fatores sociodemográficos, econômicos e de saúde

associados à qualidade de vida

As médias dos escores e os desvios padrão de cada domínio do WHOQOL-

bref e faceta do WHOQOL-Old para cada variável de interesse são apresentados

nas Tabelas 5, 6, 7 e 8.

Tabela 5. Distribuição das médias dos escores dos domínios do WHOQOL-Bref segundo as variáveis socioeconômicas e demográficas dos idosos participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383)

Variáveis

Domínios do WHOQOL-Bref

Físico Psicológico Social Ambiental

Média (D.P) Média (D.P) Média (D.P) Média (D.P)

Sexo*

Masculino 64,5 (18,2) 71,7 (12,1) 72,4 (14,4) 62,1 (14,5)

Feminino 62,9 (18,0) 69,5 (12,8) 68,5 (13,2) 61,5 (13,0)

P-value 0,473 0,080 0,001 0,760

Faixa etária**

60-70 anos 66,7 (18,7)a 72,6 (12,1)a 71,0 (15,0) 62,6 (14,1)

70-80 anos 61,8 (15,5)b 68,6 (12,4)b 68,3 (12,8) 61,3 (12,5)

≥80 anos 57,1 (18,3)b 66,3 (13,0)b 68,8 (11,3) 59,9 (13,3)

P-value <0,001 0,001 0,063 0,227

Escolaridade*

Sem 61,6 (19,7) 69,6 (14,0) 70,3 (13,7) 59,7 (13,7)

Com 64,3 (17,1) 70,5 (11,9) 69,5 (13,8) 62,7 (13,3)

P-value 0,168 0,465 0,814 0,037

Companheiro*

Sem 62,6 (17,5) 69,4 (13,0) 67,3 (13,1) 61,1 (13,7)

Com 64,2 (18,5) 71,0 (12,2) 72,1 (13,9) 62,2 (13,3)

P-value 0,347 0,217 <0,001 0,592

Procedência**

Capital 66,1 (18,7) 70,2 (11,4) 69,8 (12,6) 62,3 (13,5)

Interior do Estado 62,9 (17,9) 70,1 (12,3) 70,7 (13,4) 61,2 (13,5)

Outros Estados 62,9 (17,8) 70,5 (14,8) 66,3 (15,4) 62,9 (13,6)

P-value 0,343 0,643 0,237 0,581

Cor*

Não branco(a) 63,9 (18,8) 70,3 (12,6) 69,5 (13,7) 61,4 (13,6)

Branco(a) 61,8 (15,1) 69,9 (12,6) 70,5 (13,9) 62,8 (13,3)

P-value 0,151 0,838 0,542 0,589

Page 45: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

44

(Continuação) Tabela 5. Distribuição das médias dos escores dos domínios do

WHOQOL-Bref segundo as variáveis socioeconômicas e demográficas dos idosos

participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383)

Variáveis

Domínios do WHOQOL-Bref

Físico Psicológico Social Ambiental

Média (D.P) Média (D.P) Média (D.P) Média (D.P)

Religião*

Não católico(a) 60,2 (20,0) 69,6 (13,3) 66,2 (13,5) 60,1 (12,9)

Católico(a) 64,4 (17,3) 70,3 (12,4) 70,9 (13,6) 62,2 (13,7)

P-value 0,095 0,736 0,013 0,164

Ocupação*

Sem 62,2 (18,2) 69,6 (12,9) 69,3 (13,7) 61,9 (13,1)

Com 70,3 (16,1) 74,2 (8,9) 73,7 (15,7) 62,9 (15,5)

P-value 0,013 0,015 0,045 0,577

Renda familiar*

Até 2 SM 62,7 (17,4) 69,3 (12,7) 69,1 (12,9) 58,3 (13,4)

> 2 SM 64,0 (18,7) 71,0 (12,5) 70,4 (14,5) 64,8 (12,9)

P-value 0,222 0,069 0,172 <0,001

Renda idoso(a)*

Até 1 SM 61,3 (18,6) 69,0 (13,3) 69,4 (13,8) 59,7 (14,0)

>1 SM 67,0 (16,8) 72,2 (10,9) 70,2 (13,3) 66,0 (11,8)

P-value 0,003 0,025 0,202 <0,001

SM: Salário Mínimo (R$=678,00); *Teste Mann-Whitney, **Teste Kruskall-Wallis, a,b Letra diferente em uma mesma coluna significa diferença significativa pelo post-hoc Dun.

Os domínios físico e psicológico mostraram associação estatística com as

variáveis: faixa etária, ocupação e renda do idoso. Houve, também, associação entre

o domínio social e as variáveis sexo, companheiro, religião e ocupação; e entre o

domínio ambiental e as variáveis escolaridade, renda familiar e renda do idoso.

A tabela 6 apresenta a média dos domínios do WHOQOL-Bref segundo as

variáveis relativas ao estilo de vida, sono, prática de atividade física e autoavaliação

do estado de saúde dos idosos.

Page 46: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

45

Tabela 6. Distribuição das médias dos escores dos domínios do WHOQOL-Bref segundo as variáveis relativas ao estilo de vida, sono, prática de atividade física e autoavaliação do estado de saúde dos idosos participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383)

Variáveis

Domínios do WHOQOL-Bref

Físico Psicológico Social Ambiental

Média (D.P) Média (D.P) Média (D.P) Média (D.P)

Etilista*

Sim 77,8 (14,2) 79,0 (10,7) 75,2 (15,4) 68,6 (18,2)

Não 62,0 (17,8) 69,3 (12,4) 69,2 (13,5) 61,0 (12,8)

P-value <0,001 <0,001 0,004 0,001

Tabagista*

Sim 60,9 (17,9) 72,5 (11,7) 69,6 (14,9) 58,3 (15,7)

Não 63,6 (18,1) 69,9 (12,7) 69,8 (13,6) 62,0 (13,2)

P-value 0,372 0,241 0,966 0,199

Sono*

Não Reparador 55,3 (16,4) 66,9 (12,0) 66,5 (14,0) 58,1 (13,5)

Reparador 68,2 (17,2) 72,1 (12,6) 71,7 (13,2) 63,8 (13,1)

P-value <0,001 <0,001 0,002 <0,001

Pratica atividade física*

Sim 70,4 (12,7) 75,1 (9,7) 73,4 (11,3) 60,7 (13,5)

Não 61,4 (18,9) 68,7 (13,0) 68,7 (14,2) 65,2 (12,9)

P-value <0,001 <0,001 0,002 0,0012

Autoavaliação estado de

saúde**

Muito ruim/fraca 48,0 (17,6)a 64,4 (12,8)a 65,6 (15,7)a 56,4 (14,5)a

Nem boa nem ruim 62,0 (16,3)b 69,5 (11,9)a 69,6 (14,3)a 61,9 (14,0)b

Boa/Muito boa 73,2 (13,1)c 74,1 (11,9)b 72,2 (11,3)b 64,3 (11,6)b

P-value <0,001 <0,001 0,007 <0,001

*Teste Mann-Whitney, **Teste Kruskall-Wallis, a,b Letra diferente em uma mesma coluna significa diferença significativa pelo post-hoc Dun.

Observou-se associação significativa entre todos os domínios e as variáveis

etilismo, sono, prática de atividade física e autoavaliação do estado de saúde. A

tabela 7 apresenta a média das facetas do WHOQOL-Old segundo as variáveis

sociodemográficas e econômicas dos idosos.

Page 47: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

46

Tabela 7. Distribuição das médias dos escores das facetas do WHOQOL-Old segundo as variáveis sociodemográficas e econômicas dos idosos participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383)

Variáveis

Facetas do WHOQOL-Old

Habilidade Sensorial

Autonomia PPF Participação

Social Morte e Morrer

Intimidade

Média(D.P) Média(D.P) Média(D.P) Média(D.P) Média(D.P) Média(D.P)

Sexo*

Masculino 73,2(24,3) 60,7(17,9) 69,8(15,3) 61,1(17,2) 71,8(26,9) 63,9(24,1)

Feminino 75,1(20,4) 63,0(17,9) 68,1(14,9) 62,7(16,0) 65,8(26,5) 57,1(24,4)

P-value 0,942 0,188 0,465 0,371 0,013 0,018

Faixa etária**

60-70 anos 79,3(19,9)a

66,3(17,1)a

70,4(15,8) 64,8(16,1)a 66,8(27,2) 60,8(25,3)

70-80 anos 73,3(20,8)a

60,3(16,6)b

67,0(13,6) 61,1(15,2)a 67,8(26,3) 58,4(23,6)

≥80 anos 63,4(23,8)b

54,5(19,4)b

66,5(14,9) 57,0(17,8)b 70,3(26,4) 56,8(23,7)

P-value <0,001 <0,001 0,056 0,007 0,643 0,366

Escolaridade*

Sem 70,5(23,0) 57,2(19,1) 67,8(14,2) 60,9(17,4) 68,6(27,7) 54,8(26,8)

Com 76,6(20,8) 64,8(16,8) 69,0(15,5) 62,9(15,8) 67,3(26,3) 61,6(22,9)

P-value 0,008 <0,001 0,302 0,309 0,470 0,021

Companheiro*

Sem 74,7(21,1) 62,4(18,6) 67,4(15,5) 61,3(15,5) 66,2(27,9) 51,2(25,4)

Com 74,3(22,3) 62,1(17,3) 69,8(14,6) 63,1(17,2) 69,2(25,5) 67,2(20,7)

P-value 0,968 0,821 0,122 0,242 0,396 <0,001

Procedência**

Capital 75,7(22,2) 64,9(14,2) 67,5(15,5) 62,5(15,9) 65,7(25,9) 54,5(27,5)

Interior Estado 73,9(21,6) 61,5(18,4) 69,1(14,1) 62,0(16,4) 68,7(26,7) 60,2(23,6)

Outros Estados 75,7(21,7) 62,5(19,1) 67,8(17,9) 62,8(17,0) 65,8(27,7) 60,6(24,7)

P-value 0,619 0,439 0,822 0,877 0,485 0,240

Cor*

Não Branco(a) 73,6(22,3) 61,4(18,4) 68,7(15,3) 62,4(16,7) 67,7(26,6) 58,2(24,8)

Branco(a) 77,8(19,1) 65,1(16,1) 68,5(14,3) 61,5(15,3) 68,0(27,3) 63,2(23,1)

P-value 0,165 0,097 0,973 0,477 0,799 0,098

Religião*

Não católico(a) 69,8(23,2) 60,4(17,6) 67,1(15,7) 61,1(16,8) 74,9(23,6) 59,8(25,0)

Católico(a) 76,0(21,0) 62,8(18,0) 69,1(14,8) 62,6(16,2) 65,5(27,3) 59,2(24,3)

P-value 0,016 0,186 0,427 0,787 0,003 0,804

Ocupação*

Sem 73,3(22,2) 61,6(17,9) 68,4(15,0) 61,5(16,3) 67,4(26,9) 59,0(24,6)

Com 83,6(17,2) 62,9(19,6) 71,5(14,6) 66,4(17,2) 69,7(26,8) 61,7(25,6)

P-value 0,004 0,611 0,305 0,054 0,585 0,424

Renda

familiar*

Até 2SM 72,4(21,7) 59,8(18,2) 67,4(15,1) 62,2(15,8) 66,5(27,3) 53,5(25,4)

> 2 SM 76,5(21,6) 64,6(17,4) 69,8(14,9) 62,2(17,0) 68,9(26,3) 64,8(22,3)

P-value 0,030 0,004 0,066 0,927 0,409 <0,001

Renda

idoso(a)*

Até 1 SM 70,1(22,6) 59,9(18,4) 67,7(15,4) 61,7(16,8) 66,7(27,6) 56,8(26,6)

> 1 SM 81,9(18,5) 66,4(17,0) 70,0(14,0) 62,6(15,7) 68,8(25,9) 62,9(20,5)

P-value <0,001 0,001 0,152 0,545 0,555 0,082

SM: Salário Mínimo (R$=678,00); *Teste Mann-Whitney, **Teste Kruskall-Wallis, a,b Letra diferente em uma mesma coluna significa diferença significativa pelo post-hoc Dun.

Page 48: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

47

Observou-se que a faceta habilidade sensorial mostrou associação

significativa com as variáveis: faixa etária, escolaridade, religião, ocupação, renda

familiar e renda do idoso. Houve associação entre a faceta autonomia e as variáveis

faixa etária, escolaridade, renda familiar e renda do idoso; e entre a faceta

participação social e a variável faixa etária. A faceta morte e morrer mostrou

associação com as variáveis sexo e religião; e a faceta intimidade com as variáveis

sexo, escolaridade, companheiro e renda familiar. Não houve associação

significativa entre a faceta atividades passadas, presentes e futuras e as variáveis

sociodemográficas e econômicas.

A tabela 8 apresenta a média das facetas do WHOQOL-Old segundo as

variáveis relativas ao estilo de vida, sono, prática de atividade física e autoavaliação

do estado de saúde dos idosos.

Tabela 8. Distribuição das médias dos escores das facetas do WHOQOL-Old segundo as variáveis relativas ao estilo de vida, sono, prática de atividade física e autoavaliação do estado de saúde dos idosos participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383)

Variáveis

Facetas do WHOQOL-Old

Habilidade Sensorial

Autonomia PPF Participação

Social Morte e Morrer

Intimidade

Média(D.P) Média(D.P) Média(D.P) Média(D.P) Média(D.P) Média(D.P)

Etilista*

Sim 82,0(20,0) 70,0(16,3) 74,8(15,7) 70,6(15,0) 70,4(29,5) 72,8(22,8)

Não 73,8(21,7) 61,5(17,9) 68,0(14,9) 61,4(16,3) 67,5(26,5) 58,0(24,3)

P-value 0,011 0,007 0,017 0,005 0,334 0,001

Tabagismo*

Sim 71,7(22,6) 64,3(15,0) 68,4(13,6) 62,5(14,8) 56,8(26,3) 61,0(22,7)

Não 74,8(21,6) 62,0(18,2) 68,7(15,2) 62,2(16,5) 68,8(26,6) 59,2(24,7)

P-value 0,409 0,622 0,734 0,629 0,006 0,890

Sono*

Não reparador 68,5(21,5) 59,4(17,9) 66,9(14,9) 59,6(15,6) 64,9(25,6) 56,3(23,1)

Reparador 78,1(21,1) 63,9(17,8) 69,7(15,1) 63,8(16,6) 69,5(27,3) 61,2(25,1)

P-value <0,001 0,008 0,095 0,021 0,038 0,033

P-value 0,619 0,439 0,822 0,877 0,485 0,240

Pratica atividade física*

Sim 83,3(14,0) 68,9(14,9) 73,5(12,0) 69,2(12,8) 72,2(26,4) 64,4(21,8)

Não 71,9(22,9) 60,3(18,3) 67,2(15,6) 60,2(16,8) 66,4(26,7) 57,8(25,0)

P-value <0,001 <0,001 0,001 <0,001 0,045 0,063

Autoavaliação estado de saúde**

Muito ruim/fraca 61,0(23,5)a

54,2(19,8)a

64,3(15,7)a

54,2(17,3)a 65,0(28,3)

a 57,7(24,3)

Nem boa nem

ruim 73,0(20,8)

b 62,5(17,0)

b 68,9(15,3)

b 61,1(16,6)

b 65,4(26,1)a

60,2(24,9)

Boa/Muito boa 83,3(17,1)c

66,3(16,4)c

70,7(14,0)b

67,6(13,6)b 71,6(26,2)b

59,4(24,2)

P-value <0,001 <0,001 0,019 <0,001 0,040 0,655

*Teste Mann-Whitney, **Teste Kruskall-Wallis, a,b Letra diferente em uma mesma coluna significa diferença significativa pelo post-hoc Dun.

Page 49: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

48

Observou-se que as facetas habilidade sensorial, autonomia e participação

social mostraram associação significativa com as variáveis etilismo, sono, prática de

atividade física e autoavaliação do estado de saúde. Houve, também, associação

entre a faceta atividades passadas, presentes e futuras e as variáveis etilismo,

prática de atividade física e autoavaliação de saúde; e entre a faceta morte e morrer

e as variáveis tabagismo, sono, prática de atividade física e autoavaliação do estado

de saúde. A faceta intimidade mostrou associação com as variáveis etilismo e sono.

4.3 Fatores preditores da qualidade de vida dos idosos

As variáveis que explicaram melhores efeitos sobre a QV são expostas

nas Tabelas 9 e 10.

Tabela 9. Análise de regressão linear múltipla para identificação dos fatores preditores de qualidade de vida segundo os domínios do Whoqol-Bref dos idosos participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383)

Domínios β IC95%(β) P r2a

Whoqol-Bref

Físico 0,412 Constante 73,54 58,28; 88,0 <0,001 Idade (anos)* -0,31 -0,50; -0,12 0,002 Renda idoso (>1 SM) 0,34 -2,82; 3,50 0,832 Com ocupação 0,85 -0,47; 2,16 0,206 Ser católico 1,18 -2,26; 4,63 0,500 Sono reparador 7,07 3,86; 10,29 <0,001 Praticar atividade física 5,08 1,48; 8,68 0,006 Autoavaliação saúde (nem boa/nem ruim) 9,49 5,43; 13,54 <0,001 Autoavaliação saúde (Boa/Muito boa) 16,71 12,37; 21,06 <0,001 Quantidade morbidades -4,65 -6,12; -3,19 <0,001

Psicológico 0,182 Constante 85,30 74,45; 96,15 <0,001 Idade (anos)* -0,25 -0,39; -0,11 0,001 Sono reparador 2,68 0,16; 5,19 0,037 Praticar atividade física 4,37 1,57; 7,18 0,002 Autoavaliação saúde (nem boa/nem ruim) 2,75 -0,44; 5,94 0,091 Autoavaliação saúde (Boa/Muito boa) 5,17 1,76; 8,57 0,003 Quantidade morbidades -2,68 -3,84; -1,53 <0,001

Social 0,072 Constante 63,46 58,96; 67,86 <0,001 Sexo feminino -2,89 -5,82; 0,04 0,054 Religião católica -2,89 0,62; 6,99 0,019 Sono reparador 3,63 0,62; 6,64 0,018 Praticar atividade física 3,37 0,11; 6,63 0,043 Autoavaliação saúde (nem boa/nem ruim) 2,10 -1,61; 5,80 0,266 Autoavaliação saúde (Boa/Muito boa) 3,77 -0,12; 7,65 0,058

Page 50: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

49

(Continuação) Tabela 9. Análise de regressão linear múltipla para identificação dos fatores preditores de qualidade de vida segundo os domínios do Whoqol-Bref dos idosos participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383)

Domínios β IC95%(β) P r2a

Whoqol-Bref

Ambiental 0,115 Constante 52,27 48,99; 55,56 <0,001 Renda familiar (>2 SM) 4,34 1,26; 7,42 0,006 Renda idoso (>1 SM) 3,07 -0,14; 6,28 0,061 Sono reparador 4,40 1,46; 7,35 0,004 Praticar atividade física 1,91 -1,39; 5,22 0,256 Autoavaliação saúde (nem boa/nem ruim) 2,89 -0,82; 6,61 0,126 Autoavaliação saúde (Boa/Muito boa) 4,78 0,84; 8,72 0,018

β: Coeficiente de regressão linear; r2a: Coeficiente de determinação ajustado; IC95%: Intervalo de confiança de 95%; *Variável quantitativa continua.

O modelo da regressão que utilizou o domínio físico como variável

dependente e 07 variáveis de interesse, explicou 41% da variância do domínio físico

de QV. As variáveis que mais contribuíram para explicar o modelo, por ordem de

influência, foram: sono reparador (β=7,07, com p<0,001), praticar atividade física

(β=5,08, com p=0,006), quantidade de morbidades (β= - 4,65, com p<0,001) e idade

(β= -0,31, com p=0,002). As outras variáveis na equação não foram estatisticamente

significativas quando controladas.

O resultado de regressão que utilizou o domínio Psicológico de QV como

variável dependente e 07 variáveis de interesse, explicou 18% da variância do

domínio psicológico de QV. As variáveis que contribuíram para explicar o modelo,

por ordem de influência, foram as seguintes: autoavaliação do estado de saúde

(Boa/ Muita boa) (β=5,17, com p=0,003), praticar atividade física (β=4,37, com

p=0,002), sono reparador (β=2,68, com p=0,037), quantidade de morbidades (β= -

2,68, com p<0,001) e idade (β= - 0,25, com p=0,001).

No modelo de regressão, no qual a variável dependente foi o domínio

Relações Sociais, incluiu-se 06 variáveis de interesse. O modelo explicou 72% da

variância do domínio social de QV. As variáveis que contribuíram para explicar o

modelo, por ordem de influência, foram as seguintes: sono reparador (β=3,63, com

p=0,018), praticar atividade física (β=3,37, com p=0,043) e ser católico (β= - 2,89,

com p=0,019).

O resultado de regressão que utilizou o domínio Meio Ambiente como variável

dependente e 06 variáveis de interesse, explicou 11% da variância do domínio Meio

Ambiente de QV. As variáveis que contribuíram para esclarecer o modelo, por ordem

Page 51: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

50

de influência, foram: autoavaliação do estado de saúde (Boa/ Muito boa) (β=4,78,

com p=0,018); sono reparador (β=4,40, com p=0,004) e renda familiar (>2 SM)

(β=4,34, com p=0,006). As demais variáveis na equação não foram estatisticamente

significativas quando controladas.

A tabela 10 apresenta o resultado da regressão linear múltipla que identificou

os fatores preditores de QV das facetas do WHOQOL-old.

Tabela 10. Análise de regressão linear múltipla para identificação dos fatores preditores de qualidade de vida segundo as facetas do Whoqol-Old dos idosos participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383)

Facetas β IC95%(β) P r2a

Whoqol-Old

Habilidades sensoriais 0,244 Constante 102,19 82,47; 121,91 <0,001 Idade (anos)* -0,52 -0,77; -0,27 <0,001 Ser católico 2,52 -2,18; 7,23 0,293 Renda idoso (>1 SM) 6,71 2,41; 11,01 0,002 Sono reparador 5,49 1,22; 9,76 0,012 Praticar atividade física 7,46 2,59; 12,33 0,003 Autoavaliação saúde (Boa/Muito boa) 8,98 4,63; 13,33 <0,001 Quantidade morbidades -2,96 -4,94; -0,98 0,003

Autonomia 0,156 Constante 88,75 71,54; 105,96 <0,001 Idade (anos)* -0,43 -0,65; -0,21 <0,001 Com escolaridade 4,28 0,24; 8,33 0,038 Renda familiar (>2 SM) 1,97 -2,12; 6,05 0,344 Renda idoso (>1 SM) 0,71 -3,63; 5,04 0,749 Sono reparador 1,71 -2,04; 5,46 0,372 Praticar atividade física 5,25 0,91; 9,59 0,018 Autoavaliação saúde (Boa/Muito boa) 3,59 -0,25; 7,42 0,067 Quantidade morbidades -3,14 -4,89; -1,39 <0,001

Passado-presente-futuro 0,042 Constante 72,29 58,33; 86,24 <0,001 Idade (anos)* -0,13 -0,31; 0,06 0,181 Renda familiar (>2 SM) 1,37 -1,66; 4,41 0,374 Praticar atividade física 4,77 1,08; 8,46 0,011 Autoavaliação saúde (nem boa/nem ruim) 3,58 -0,45; 7,61 0,082 Autoavaliação saúde (Boa/Muito boa) 5,14 1,07; 9,21 0,014

Participação social 0,139 Constante 90,46 76,36; 104,56 <0,001 Idade (anos)* -0,38 -0,57; -0,19 <0,001 Tabagista -2,97 -8,44; 2,51 0,287 Sono reparador 2,67 -0,55; 5,88 0,104 Praticar atividade física 7,28 3,59; 10,98 <0,001 Quantidade morbidades -3,55 -5,06; -2,05 <0,001

Page 52: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

51

(Continuação) Tabela 10. Análise de regressão linear múltipla para identificação dos fatores preditores de qualidade de vida segundo as facetas do Whoqol-Old dos idosos participantes da pesquisa. Teresina-PI, 2013 (n=383)

Facetas β IC95%(β) P r2a

Whoqol-Old

Morte e morrer 0,058 Constante 77,70 69,52; 85,89 <0,001 Sexo feminino -7,36 -13,21; -1,51 0,014 Ser católico -9,77 -16,02; -3,51 0,002 Tabagista -13,45 -22,91; -3,98 0,005 Sono reparador 3,26 -2,31; 8,83 0,251 Praticar atividade física 7,07 0,76; 13,38 0,028

Intimidade 0,134 Constante 44,45 37,26; 51,64 <0,001 Sexo feminino -0,90 -6,26; 4,46 0,742 Possuir companheiro 13,98 9,01; 18,96 <0,001 Ter escolaridade 2,59 -2,61; 7,79 0,329 Cor branco(a) 3,87 -1,76; 9,49 0,178 Renda familiar (>2 SM) 6,74 1,78; 11,71 0,008 Sono reparador 2,99 -1,89; 7,87 0,229 Praticar atividade física 1,89 -3,77; 7,56 0,511

β: Coeficiente de regressão linear; r2a: Coeficiente de determinação ajustado; IC95%: Intervalo de confiança de 95%; *Variável quantitativa contínua.

O modelo de regressão que apresentou a faceta Habilidades sensoriais como

variável dependente e 7 variáveis de interesse, explicou 24% da variância da faceta

habilidades sensoriais de QV. As variáveis que mais contribuíram para explicar o

modelo, por ordem de influência, foram: autoavaliação do estado de saúde (Boa/

Muito boa) (β=8,98, com p<0,001); praticar atividade física (β=7,46, com p=0,003);

renda do idoso (>1SM) (β=6,71, com p=0,002); sono reparador (β=5,49, com

p=0,012); quantidade de morbidades (β= - 2,96, com p=0,003) e idade (β= - 0,52,

com p<0,001).

O resultado de regressão que utilizou a faceta Autonomia de QV como

variável dependente e 08 variáveis de interesse, explicou 16% da variância do

domínio autonomia de QV. As variáveis que contribuíram para explicar o modelo, por

ordem de influência, foram as seguintes: praticar atividade física (β=5,25, com

p=0,018), com escolaridade (β=4,28, com p=0,038), quantidade de morbidades (β= -

3,14, com p<0,001) e idade (β= - 0,43, com p<0,001).

No modelo de regressão, no qual a variável dependente foi a faceta Passado-

presente-futuro, incluiu-se 05 variáveis de interesse. O modelo explicou 4% da

variância da faceta Passado-presente-futuro de QV. As variáveis que contribuíram

para explicar o modelo, por ordem de influência, foram: autoavaliação do estado de

Page 53: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

52

saúde (Boa/ Muito boa) (β=5,14, com p=0,014) e praticar atividade física (β=4,77,

com p=0,011).

O resultado de regressão que utilizou a faceta Participação Social como

variável dependente e 05 variáveis de interesse, explicou 14% da variância da faceta

Participação Social de QV. As variáveis que contribuíram para esclarecer o modelo,

por ordem de influência, foram as seguintes: praticar atividade física (β=7,28, com

p<0,001); quantidade de morbidades (β= - 3,55, com p<0,001) e idade (β= - 0,38,

com p<0,001). As demais variáveis na equação não foram estatisticamente

significativas quando controladas.

O modelo de regressão que apresentou a faceta Morte e Morrer como

variável dependente e 5 variáveis de interesse, explicou 6% da variância da faceta

Morte e Morrer de QV. As variáveis que mais contribuíram para explicar o modelo,

por ordem de influência, foram: ser tabagista (β= - 13,45, com p=0,005); ser católico

(β= - 9,77, com p=0,002); sexo feminino (β= - 7,36, com p=0,014) e praticar atividade

física (β=7,07, com p=0,028).

O resultado de regressão que utilizou a faceta Intimidade de QV como

variável dependente e 07 variáveis de interesse, explicou 13% da variância da faceta

Intimidade de QV. As variáveis que contribuíram para explicar o modelo, por ordem

de influência, foram as seguintes: possuir companheiro (β=13,98, com p<0,001) e

renda familiar (>2SM) (β=6,74, com p=0,008).

Nos anexos D e E apresenta-se a análise dos resíduos do modelo final para

os domínios do WHOQOL-Bref e facetas do WHOQOL-Old, os erros exibem

aderência à curva normal, com sequência esperada e presença de poucos outliers, o

que indica homocedasticidade. Portanto, os modelos não apresentam vieses.

Page 54: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

53

5 DISCUSSÃO

5.1 Caracterização sociodemográfica, econômica e de saúde dos idosos

Nota-se, na presente pesquisa, uma proporção maior de mulheres, em

relação a homens. O predomínio de idosas também foi relatado em outros estudos

(SPOSITO et al., 2013; LINDEN JUNIOR; TRINDADE, 2013; MELO et al., 2013a;

SILVA et al.; 2012; TAVARES; DIAS, 2012). Essa distinção entre sexos é mais

acentuada no Brasil do que em outros países (IBGE, 2010). A menor mortalidade

feminina explica essa diferença e faz com que essa taxa cresça cada vez mais.

Consequentemente, a proporção de mulheres é tanto maior quanto mais idoso for o

segmento etário, e é mais acentuada na área urbana (CAMARANO, 2006). Isso se

deve a comportamentos específicos: as mulheres possuem maior cuidado com a

saúde e frequentam mais os serviços de saúde, os homens estão mais expostos a

acidentes de trabalho e de trânsito e, somam-se a isso, a prevalência de alcoolismo,

drogas e tabagismo – vícios que também afetam as mulheres, mas em menor

proporção (CHAIMOWICZ, 2006).

A proporção de idosos no grupo etário de 60 a 69 anos (jovens idosos), nesse

estudo, foi a maior. Esse resultado também foi relatado em outras pesquisas

realizadas sobre o perfil de idosos em Uberaba (MG), Recife e São Paulo, nos quais

era maior a densidade de idosos mais jovens, entre 60 a 69 anos (TAVARES; DIAS,

2012; NEVES et al., 2013; LIMA et al., 2011). Além disso, salienta-se que as

proporções referentes às faixas etárias encontradas nessa investigação foram

proporcionais às do censo de 2010 para Teresina (PI), que eram de 4,7% na faixa

dos 60 a 69 anos, 2,5% na faixa dos 70 a 79 anos e 1,1% na faixa acima dos 80

anos (IBGE, 2010).

Concernente à escolaridade, destaca-se o baixo nível de instrução dos idosos

participantes, o que corrobora com pesquisas de outras regiões do país (PEREIRA

et al., 2011; LIMA et al., 2011; TAVARES; DIAS, 2011). É relevante destacar que no

Brasil os idosos apresentam baixa escolaridade, normalmente associada à baixa

condição econômica (VIRTUOSO JUNIOR; GUERRA, 2011).

Um fato importante observado no estudo é que os idosos entrevistados

mencionaram, durante a aplicabilidade dos instrumentos, que interromperam seus

Page 55: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

54

estudos devido à necessidade de trabalhar para contribuir com o sustento da família

ou devido a dificuldade de acesso.

A baixa escolaridade deve ser considerada também pelos profissionais de

saúde no desenvolvimento de atividades direcionadas ao idoso, ao contribuir para o

conhecimento sobre o processo de envelhecimento e possibilitar a vivência dessa

etapa de maneira mais saudável (TAVARES et al., 2013b).

Quanto ao estado conjugal, houve predominância de idosos casados (50,9%),

seguidos por viúvos, com 28,7%. Na investigação sobre capacidade funcional,

morbidades e QV de idosos em Uberaba (MG), a proporção de casados foi 48,9% e

de viúvos 37,2% (TAVARES; DIAS, 2012). Já em pesquisa realizada com idosos de

Piracicaba (SP), o percentual de idosos casados era de 65,9% e de viúvos 24,4%

(MODENEZE, 2013).

Com relação à naturalidade, observa-se um predomínio de indivíduos naturais

do interior do Estado (66,6%). Em 2010, um estudo realizado com a população idosa

de Macambira (SE), 83,3% dos 156 idosos que moravam na zona urbana procediam

da zona rural; a pesquisa foi desenvolvida com idosos pertencentes à área urbana e

rural. Explicações para os resultados obtidos relacionam-se novamente à baixa

escolaridade, associada às baixas condições econômicas. Afinal, devido às

precárias condições de vida e à ausência de oportunidades é possível que esses

idosos tenham sido privados de escolas e assistência à saúde e, então, mudaram-se

para a zona urbana com o objetivo de usufruir desses benefícios (CABRAL, 2010).

Quanto à classificação da população idosa entrevistada por cor ou raça,

verificou-se predominância dos indivíduos de cor parda (59,0%), seguido pela

branca (22,5%) e negra (16,7%). Esses resultados não se diferenciam da

distribuição da população nordestina como um todo, em que existe predominância

da população de cor parda, seguida pela branca. Segundo a Pesquisa Nacional por

Amostra de Domicílios (PNAD), realizada em 2009, dos 9.658 idosos entrevistados

na região Nordeste, 58,8% eram pardos, 32,0% eram brancos e 8,9% eram negros

(IBGE, 2009).

Quando questionados sobre a crença religiosa, 4,2% dos respondentes

afirmaram não praticar nenhuma religião. A religião mais citada como exercida pelos

idosos foi a católica (76,2%). No estudo realizado em João Pessoa (PB), 72,1% dos

idosos professaram o catolicismo como religião (SILVA et al.; 2012).

Page 56: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

55

Em relação ao arranjo familiar, observou-se predomínio de idosos que moram

com cônjuge e filho(s) (29,9%), seguidos dos que residem com filhos e netos

(17,2%); e com cônjuge, filhos e netos (14,4%). No projeto Saúde, Bem-estar e

Envelhecimento (Sabe), realizado em 2003 no município de São Paulo, verificou-se

que a maioria dos idosos vivia com sua família. Ainda segundo a pesquisa, os

idosos corresidiam com cônjuge e/ou filhos (sem netos) em primeiro lugar; em

segundo, somente com cônjuges e, em terceiro, em arranjos trigeracionais

(LEBRÃO; DUARTE, 2003).

Sabe-se que os filhos podem constituir uma fonte de apoio e prazer para

alguns idosos; para outros, estresse e conflito (SILVA et al., 2006). Contudo, a

família assume funções de estabilidade social para seus membros, proteção física e

mental, educação e sentimentos de satisfação. Trata-se, então, de um apoio para o

enfrentamento das adversidades comuns nessa fase da vida (ROCHA et al., 2009).

Concernentes à ocupação dos idosos em estudo, verificou-se que 71,0%

eram aposentados, 10,4% pensionistas e 13,5% exerciam alguma atividade laboral.

Ao analisar os dados do IBGE de 2012, verificou-se que a principal fonte de renda

para 66,2% dos idosos brasileiros era aposentadoria ou pensão; e cerca de 27%

ainda trabalhavam (IBGE, 2012). Dentre as principais atividades realizadas por

idosos em regiões urbanas destacam-se as comerciais e, dentre os aposentados

que ainda exerciam atividade remunerada, a atividade autônoma.

É importante destacar, quanto à atividade laboral, que os idosos possam

optar desenvolvê-la com o intuito de sentir-se ativo e atuante no mercado de

trabalho, e não por uma necessidade econômica de complementação da renda.

Destaca-se, ainda, que os idosos com maior nível de escolaridade têm maior

probabilidade de se manterem no mercado de trabalho (WANJAMAN; OLIVEIRA;

OLIVEIRA, 2004).

O temor da dependência, da perda da dignidade, da solidão e do sofrimento

podem anteceder a morte. O trabalho representa ser capaz de produzir e encontrar-

se ativo. O envelhecimento diz respeito diretamente à própria afirmação dos direitos

humanos fundamentais. Assim, a velhice significa o próprio direito que cada ser

humano tem de viver muito, mas, certamente, viver com dignidade (NERI, 2007).

Quanto à renda total dos residentes no domicílio, 35,2% das famílias

possuem renda de 1 a 2 salários mínimos; e 32,4% dispõem de 3 a 4 salários. Em

estudo que objetivou avaliar os fatores associados à QV de idosos dependentes

Page 57: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

56

moradores do município de Jequié (BA), a renda de 53,85% das famílias era de um

a três salários mínimos (TORRES et al., 2009). Uma boa situação socioeconômica

mostra-se associada à melhor QV.

Referente à renda individual mensal do idoso, prevaleceu um salário mínimo

(65,1%). Pesquisa realizada com idosos residentes em Rodeio (SC) mostrou que a

maioria (76,5%) recebia entre um a três salários mínimos (VICENTE; SANTOS,

2013). Segundo o IBGE (2008), os idosos contribuem em 53% dos domicílios

brasileiros, com mais da metade do total da renda domiciliar, o que influencia

diretamente na QV e renda da população brasileira.

A família é uma das instituições mais importantes e eficientes no tocante ao

bem-estar dos indivíduos e à distribuição de recursos. Ela intermeia parte da relação

entre mercado e indivíduos, já que distribui rendimentos entre membros, assim como

faz a intermediação entre Estado e o indivíduo, ao redistribuir, direta ou

indiretamente, os benefícios recebidos. Discute-se, também, que em quase todo o

mundo tem crescido o número do período que os filhos passam como

economicamente dependentes de seus pais, na maioria dos casos idosos. Isso se

deve à instabilidade do mercado de trabalho, ao maior tempo despendido na escola

e à maior fragilidade das relações afetivas. Em ambos os casos, a corresidência de

pais idosos e filhos aparece como uma estratégia familiar utilizada para beneficiar

tanto as gerações mais novas como as mais velhas. Variações na renda dos pais e

dos filhos desempenham um papel importante na corresidência (CAMARANO;

KANSO; MELLO, 2004).

A maioria dos idosos morava em residências de alvenaria, com benfeitorias,

como teto e assoalho. Em 77,0% das residências o número de peças (cômodos) da

casa era de seis ou mais. Esses dados sugerem que, de um modo geral, as

condições de infraestrutura nas habitações dos idosos eram adequadas. Entretanto,

alguns desses se encontravam em situações de vulnerabilidade, e careciam de

benfeitorias básicas e serviços de saneamento nas residências.

Em relação ao consumo de bebida alcóolica relatado pelos idosos, verifica-se

que a maioria afirmou não beber (91,1%). Em estudo realizado em Porto Alegre

(RS), a prevalência de alcoolismo entre os idosos foi de 12,4%. Destaca-se que os

idosos, por apresentarem diversos problemas de saúde e o consequente uso de

medicações, que combinadas com as substâncias nocivas presentes no álcool os

Page 58: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

57

tornam mais susceptíveis a internações, agravamento de quadro instalado,

dificuldade de recuperação e interação social (SENGER et al., 2011).

Quanto ao hábito de fumar, 70,2% dos participantes jamais fumaram, 20,9%

eram ex-fumantes e apenas 8,9% ainda eram tabagistas. Em Teresina, na pesquisa

sobre os hábitos de vida e o desempenho de idosos nas atividades básicas da vida

diária, 12,0% dos entrevistados eram tabagistas (COSTA NETO et al., 2013). Na

cidade de Rodeio (SC), 14% dos idosos eram fumantes, 29,1% eram ex-fumantes e

56,9% nunca fumaram (VICENTE; SANTOS, 2013). Apesar das diferenças

percentuais nos resultados obtidos em cada uma das categorias, as proporções

encontradas nessa investigação e nos demais estudos guardam a mesma ordem

hierárquica. Sabe-se que o tabagismo é um dos fatores de risco para danos crônicos

possíveis de modificação em qualquer etapa da vida, e que a cessação traz

benefícios amplos e aplicáveis a todas as faixas etárias (BRASIL, 2011).

Com relação aos hábitos de sono, 62,7% dos idosos o classificaram como

reparador e 37,3% relataram queixas a respeito do sono. Observaram-se proporções

semelhantes aos valores divulgados no estudo que comparou a ocorrência de

queixas de sono entre os idosos brasileiros nos munícipios de Campinas (SP) e

Parnaíba (PI), nos quais 28,7% e 35,9% dos idosos, respectivamente, qualificaram

seu sono como não reparador (SANTOS; CEOLIM; NERI, 2012).

Sabe-se que dificuldades para dormir afetam indivíduos de todas as idades;

no entanto, existe um aumento no número de afetados diretamente proporcional

com o aumento da idade. Comumente pessoas idosas manifestam dificuldades em

obter um grau satisfatório de sono, o que destaca a importância da análise desse

hábito ao avaliar globalmente a saúde do idoso (CORREA; CEOLIM, 2008).

A prática de atividade física foi relatada por apenas 22,7% dos idosos

entrevistados. No estudo de Lima et al. (2011), apenas 28,8% dos idosos afirmaram

realizar alguma exercício físico regular.

Os benefícios da prática de atividade física são amplamente divulgados pela

mídia e sociedade, contudo, poucos são os que a realizam regularmente,

principalmente o subgrupo de idosos. Espera-se, assim, que os profissionais de

saúde e gestores incentivem a implementação de políticas públicas que atendam às

necessidades dos idosos, no planejamento de ações voltadas para a promoção de

saúde, tanto na prevenção primária de doenças crônicas, como na prevenção

secundária em pacientes com doenças cardiovasculares e outras enfermidades, no

Page 59: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

58

intuito de envolver a comunidade idosa na prática de exercícios; além de atrair a

atenção para a importância da inserção do profissional de Educação Física na ESF

(ALENCAR et al., 2010).

Na autoavaliação do estado de saúde, os achados dessa pesquisa

corroboram com os do município de Florianópolis (SC), em que o maior percentual

de idosos (45,28%) considerava sua saúde regular, seguido de uma avaliação

positiva (40,57%) (NICOLAZI, 2009).

Vale destacar que apesar de a maioria dos sujeitos entrevistados ter referido

saúde regular ou boa, uma grande proporção relatou ser portador de condições

crônicas e/ou fazer uso sistemático de medicação convencional. Assim, ter saúde

demarca a importância de distanciarmos a noção de QV do reducionismo biológico,

pois, para o idoso, ter uma doença controlada ou tomar remédios não o faz

perceber-se como um ser doente (PASKULIN et al., 2010).

Com relação às condições de saúde, observou-se a presença de pelo menos

uma doença, dentre as quais, a hipertensão, a diabetes e a artrose foram as mais

incidentes. Resultados similares ao estudo que objetivou descrever as condições de

saúde dos idosos residentes de Jequié (BA), nos quais as patologias mais

frequentes foram hipertensão (22,7%), diabetes e hipertensão (11,3%) e artrose e

hipertensão (8,0%) (REIS et al., 2010).

As polimorbidades e a prevalência de doenças crônicas não transmissíveis,

em especial a hipertensão arterial entre os idosos, denotam a necessidade dos

serviços de saúde reorientarem o modelo de atenção hegemonicamente centrado no

atendimento de doenças agudas. Ademais, os profissionais de saúde,

especialmente o enfermeiro, devem estar aptos para identificar esse quadro e

auxiliar o idoso e seus familiares no enfrentamento dos desafios advindos das

polimorbidades crônicas, ao enfatizar o autocuidado, a manutenção da autonomia e

a inserção social (TAVARES et al., 2013a).

5.2 Qualidade de vida dos idosos

De acordo com os resultados encontrados no presente estudo, pode-se

afirmar que os idosos analisados apresentaram bons escores de QV em todos os

domínios do WHOQOL-bref e nas facetas analisadas do WHOQOL-Old, quando

comparados à pontuação máxima (100%) dos escores. As médias para cada

Page 60: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

59

domínio, transformadas em porcentagem, apresentaram-se bastante semelhantes

às encontradas por Pereira et al. (2006) em estudo realizado com idosos da cidade

de Teixeiras (RS).

Dentre os domínios do WHOQOL-bref, o psicológico foi o que contribuiu

positivamente com maior média, assim como o estudo consultado, em que os

autores inferiram um ajustamento psicológico das pessoas idosas (COELHO, 2012).

Na avaliação de QV de idosos com baixo, moderado e alto nível de atividade física,

que residiam em dois subdistritos no sul de Jacarta, Tibete, evidenciaram-se maiores

escores e associação entre o domínio psicológico e a melhor QV (KUSUMARATNA,

2008). Um tema de destacada importância dentre uma série de características na

velhice é o conceito de bem-estar psicológico e sua correlação. Diversos autores

têm descrito como esses fenômenos estão intimamente implicados na determinação

de uma melhor QV nos idosos. E, dentre as linhas de investigação já conduzidas,

sobressaem-se a satisfação, o senso de controle, a autoeficácia, os mecanismos de

autorregulação e a capacidade de lidar com o estresse (coping) (CHACHAMOVICH;

TRENTINI; FLECK, 2011).

O estado emocional constitui um dos fatores de maior impacto sobre os

escores de QV. Afinal, sintomas de depressão e ansiedade são preditores de QV

relacionada à saúde de magnitude comparável à percepção do estado de saúde em

populações de idosos, ou seja, a presença de ansiedade/depressão tem um impacto

tão relevante quanto o fato de um idoso perceber-se como doente (SULLIVAN,

2000). Ou seja, ao pensar em saúde e, consequentemente, em QV, os idosos

conseguem ultrapassar o sentido de ausência de doença; assim, mesmo com suas

limitações socioculturais e de instrução, o bem-estar mental, com destaque para a

espiritualidade e religiosidade, mostra-se como fator bastante influente no

enfrentamento dos vários sofrimentos e dificuldades da vida (DIAS; CARVALHO;

ARAÚJO, 2013).

O domínio meio ambiente foi o que mais comprometeu a QV, por meio de

aplicação do WHOQOL-bref. Estudos com a QV de idosos da região metropolitana

de Vitória (ES), confirmam esse resultado com relação à baixa média no domínio

meio ambiente (OLIVEIRA; GOMES; PAIVA, 2011). No referido instrumento, esse

domínio abrange aspectos relacionados à segurança, acesso ao serviço de saúde,

meio de transporte e condições de moradia. É um item relevante na percepção do

idoso, afinal, as piores pontuações confirmam seu impacto na QV.

Page 61: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

60

No Brasil, o processo de envelhecimento da população acontece de maneira

acelerada e causa impactos aos serviços públicos, despreparados para suprir as

demandas desse perfil demográfico. Desse modo, problemas como transporte

deficitário, insegurança e dificuldade de acesso aos serviços de saúde, dentre

outros, são questões que afetam negativamente a QV da população e necessitam,

portanto, da atenção dos gestores (SOUZA; LAUTERT; HILLESHEIN, 2011).

Como apontado por Perracini (2006), os idosos expressam o desejo que os

ambientes propiciem autonomia, mas com certo grau de cuidado e especificidade, o

que traduz a necessidade de adaptação dos espaços às capacidades físicas e

sensórias diminuídas. Trata-se do modelo que pressupõe o curso contínuo entre

apoio, acolhimento e autonomia ao longo do processo de envelhecimento.

No Whoqol-Old, o maior escore de QV na faceta “funcionamento dos

sentidos” corrobora com a pesquisa conduzida com idosos residentes da zona

urbana de Campina Grande (PB) (MELO et al., 2013b).

Os déficits de habilidades sensoriais, apesar de presentes nos idosos, muitas

vezes não são percebidos, e não trazem impacto direto em sua QV, até que se

tornem evidentes, e necessitem de intervenção médica e uso de próteses. Essas

limitações parecem não afetar a percepção subjetiva do idoso com sua saúde,

porém, devem ser valorizadas pelos profissionais de saúde, com vistas a retardar

suas manifestações (FALLER et al., 2010).

O processo natural de envelhecimento associa-se a uma redução da

acuidade visual, devido às alterações fisiológicas das lentes oculares e doenças de

retina. Cerca de 90% das pessoas idosas necessitam do uso de lentes corretivas

para enxergar adequadamente. Quanto à audição, cerca de um terço dos idosos

referem algum grau de declínio na acuidade auditiva. A presbiacusia – perda

progressiva da capacidade de diferenciar os sons de alta frequência – é uma das

causas mais comuns relacionas a essa queixa. Muitas vezes o idoso pode não

perceber essa perda e, por essa razão, não referi-la (BRASIL, 2006). Assim, a

diminuição fisiológica da visão e da audição podem facilitar os riscos de acidentes e

queda, pela lenticação das reações defensivas; além de desempenhar papel

importante nas atividades sociais e familiares.

Page 62: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

61

A faceta intimidade obteve o menor escore de QV, concordante com o estudo

sobre idosos moradores da cidade de Jequié (BA), no qual essa faceta obteve a

média de 53,16 pontos (TORRES et al., 2009).

Estudo realizado em duas equipes de Saúde da Família de um município de

Minas Gerais verificou que dentre as alterações decorrentes do envelhecimento

destacam-se, na percepção do idoso, a perda da capacidade reprodutiva e

diminuição da libido (RIBEIRO; ALVES; MEIRA, 2009). Dessa forma, é necessário

que os profissionais reconheçam as dificuldades e obstáculos referentes às relações

íntimas dos idosos, afinal, esse é um componente que contribui para uma melhor

QV. Destaca-se, ainda, que as relações familiares e de amizade são aspectos

relevantes entre idosos, que auxiliam no enfrentamento de situações diárias e nos

sentimentos de solidão, mais perceptíveis na velhice (AREOSA; BENITEZ;

WICHMANN, 2012). Estratégias devem ser implementadas com o intuito de manter

o autocuidado com a saúde, de investigar membros familiares que possam oferecer

suporte social, assim como na ampliação da rede de contato.

Uma questão também a ser discutida seria a elaboração de políticas públicas

direcionadas às mulheres idosas, que por apresentaram maior expectativa de vida,

são em sua maioria viúvas. Tais políticas devem propiciar o apoio social às mulheres

idosas, o melhor acesso aos serviços de saúde e a manutenção de sua participação

ativa na sociedade, a fim de evitar dependências, isolamento e institucionalização

(MARCHIORI; DIAS; TAVARES, 2013).

5.3 Fatores preditores da qualidade de vida dos idosos

Em relação ao sexo, verificou-se que essa variável de interesse teve

associação estatística na análise multivariada com a faceta morte e morrer, na qual

as mulheres reportaram piores índices de QV do que os homens. Em uma pesquisa

realizada com os idosos de Medellín, Colômbia, as mulheres obtiveram as menores

pontuações no valor médio de QV em relação aos homens (ESTRADA et al., 2011).

Diversos estudos confirmam que o homem idoso possui maiores escores em todos

os domínios de QV em relação às mulheres. Isso pode ser confirmado pela

influência que as questões de gênero representam na QV, no qual o envelhecimento

é percebido pela mulher de forma mais negativa, o que compromete os domínios de

QV (VITORINO; PASKULIN; VIANA, 2012).

Page 63: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

62

Quanto à idade, os idosos mais velhos, na análise multivariável, perceberam-

se com pior QV, de modo estatisticamente significativo, do que os idosos mais

jovens, nos domínios físico, psicológico e nas facetas autonomia, funcionamento dos

sentidos e participação social. Os resultados do estudo mostram, então, que quanto

maior a idade, pior a QV dos idosos.

De certa forma, esse fato pode ser explicado pelo processo de

envelhecimento, que produz alterações em todos os órgãos e sistemas do corpo

humano (FREITAS et al., 2006). Contudo, a piora na QV, estatisticamente

significativa em vários domínios e facetas contemplados pelo WHOQOL-bref e Old,

não deve ser percebida apenas como um processo natural do envelhecimento; ela é

causada também pelo aumento da ocorrência de doenças crônicas e incapacidades

funcionais nessa população (TAVARES et al., 2007).

As correlações também indicam que os idosos com maior idade tendem a

apresentar menor pontuação na faceta autonomia (MELO et al., 2013a). Entretanto,

além da idade, esse declínio pode ocorrer devido a limitações físicas, sociais,

financeiras, ou pela impossibilidade de trabalhar. Os sujeitos com maior autonomia

possuem mais sentimentos de controle sobre sua vida, o que gera a possibilidade de

fazer planos para o futuro e os tornam mais esperançosos (BULLA; KAEFER, 2003).

Observar-se que com o avanço da idade surgem inegáveis alterações nas

relações sociais dos idosos, que tendem a diminuir, fruto das próprias

particularidades do envelhecimento. A diminuição da capacidade física, com

consequente redução da mobilidade e a perda de pessoas conhecidas e/ou

significativas, resultam em uma diminuição dos contatos sociais, tornando-se cada

vez mais difícil permanecer socialmente ativo (ARAÚJO; RIBEIRO, 2012).

O idoso com escolaridade é um fator preditor de melhor índice de QV na

faceta autonomia. Em estudo realizado para comparar a percepção de QV entre

idosos da comunidade e institucionalizados, os sujeitos com maior escolaridade

reportaram melhores índices de QV, na análise multivariável, nos domínios

psicológico e relações sociais (VITORINO; PASKULIN; VIANNA, 2013). Na

investigação que buscou analisar os fatores associados à QV relacionada à saúde,

no Irã, identificou-se que menor nível educacional está associado à infelicidade e às

dificuldades nas relações sociais entre os idosos (TAJVAR; ARAB; MONTAZERI,

2008).

Page 64: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

63

Em princípio, presume-se que sujeitos com grau de instrução mais alto

dispõem de um espectro mais amplo de recursos para adaptar-se ao meio (INOUYE

et al., 2010). O que corrobora com Novelli (2006), que evidenciou que níveis de

escolaridade mais elevados levam à adaptação mais satisfatória, afetividade mais

consistente e maior autonomia, que por sua vez, correlacionam-se com melhor

percepção de QV.

O estado conjugal apresentou associação estatística, na análise multivariável,

entre ter companheiro e possuir melhor QV na faceta intimidade. No estudo que

objetivou conhecer em que medida o sentido de vida pode diminuir os efeitos do

estresse na QV de idosos, a variável casado correlacionou-se com os fatores

específicos: morte e morrer (r = 0,14, p < 0,05) e intimidade (r = 0,29, p < 0,001)

(MELO et al., 2013a). Alguns estudos mostraram que a maioria dos homens e

mulheres que mantêm algum tipo de vínculo conjugal, apresentam mais sentimentos

de companheirismo e amor, pois expressam melhor seus afetos e sexualidade,

mesmo que seja por meio de simples gestos, como um olhar, um abraço, um toque

de mão ou um sorriso (MOURA; LEITE; HILDEBRAND, 2008; SILVA et al., 2011).

Outro fator em estudo foi a prática religiosa, que obteve associação, na

análise multiváriavel, entre ser católico e possuir pior percepção de QV no domínio

social, e melhor na faceta morte e morrer. Os valores obtidos indicam

proporcionalmente a QV - valores mais altos sugerem alta QV associada ao

domínio, e valores mais baixos o oposto. Na faceta "Morte e Morrer", no entanto,

ocorre o inverso.

De modo contrário a essa investigação, Souza, Lautert e Hilleshein (2011)

encontraram, em Porto Alegre, associação estatística por meio da análise

multivariável entre praticante de religião e reportar melhores índices de QV nos

domínios psicológicos e relações sociais.

A religiosidade exerce papel significativo na existência humana, ao

proporcionar um amparo seguro para lidar com os desafios cotidianos geradores de

estresse, como isolamento, dependência, solidão e ansiedade, que permeiam a vida

de idosos, e, por vezes, ocasionam doenças. Assim, as crenças religiosas estimulam

a adoção de práticas saudáveis, por atribuírem significados aos fatos, e favorecem

ao idoso a compreensão de que ele é parte de algo mais amplo. Qualquer atividade

realizada em grupo, nas quais os integrantes possuam alguma identificação entre si,

é uma atividade empreendedora de relacionamentos, que estimula o indivíduo a

Page 65: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

64

adquirir maior autonomia, melhorar sua autoestima, QV, senso de humor e promover

sua inclusão social (BARRICELLI et al., 2012). Por isso, os achados contrários

observados nesse estudo, que reportou baixo escore de QV no domínio social,

remetem à reflexão de que a ideia que as pessoas idosas têm maior religiosidade é

superestimada, e que talvez nesse contexto a associação com prática religiosa

esteja mais relacionada com a presença de uma atividade social do que com crença

religiosa propriamente dita.

No presente estudo, “morte e morrer” apresentaram baixo escore de QV, o

que demonstra pouca preocupação e temor dos idosos quando o assunto é a morte.

Nesse caso, a espiritualidade deve ser considerada, afinal, percebe-se uma grande

adesão à religião, por parte da população entrevistada, o que pode contribuir para

que os idosos não temam a morte (BAJOTTO; GOLDIM, 2011).

Nos domicílios onde a renda total dos residentes foi maior que dois salários

mínimos, os idosos perceberam-se com melhor QV nos domínios ambiental e

intimidade. Observou-se, também, que idosos com renda maior que um salário

mínimo foi um fator preditor de melhor QV na faceta funcionamento dos sentidos.

O estudo de Joia, Ruiz e Donalisio (2007) aponta que os fatores

socioeconômicos influenciam significativamente a QV da população, pois a situação

econômica proporciona suporte material para o bem-estar do indivíduo; modifica a

maneira de lidar com as condições de habitação, com as pessoas que o rodeiam,

com a independência e a estabilidade financeira. Ressalta-se, ainda, a necessidade

de que os profissionais de saúde, em parceria com a comunidade, adotem

estratégias para o enfrentamento dos desafios relacionados à população de menor

nível socioeconômico, de acordo com a disponibilidade de recursos de cada

localidade e do serviço de saúde (TAVARES et al., 2013a).

O tabagismo associou-se negativamente na análise multivariável, mas por

tratar-se da faceta morte e morrer, essa percepção de QV foi positiva. Ou seja, os

idosos fumantes, em estudo, mostraram menor temor sobre a morte.

Quanto à variável sono, os idosos que relataram dormir bem perceberam-se

com melhor QV em todos os domínios do WHOQOL-bref (físico, psicológico, social e

ambiental), e na faceta funcionamento dos sentidos. Em estudo com o WHOQOL-

bref, Pereira et al., (2011) encontrou associação estatística na análise multivariável

entre não dormir bem e pior QV nos domínios físico e psicológico.

Page 66: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

65

É consenso que os problemas do sono podem causar dificuldades no

desempenho cognitivo, distúrbios do humor, problemas emocionais, mau

desempenho no trabalho e em atividades de lazer, além de prejuízo do bem-estar

físico e mental (PEREIRA et al., 2011). À medida que a idade avança, as pessoas

tendem a dormir menos, e os distúrbios do sono aumentam. O processo de

envelhecimento ocasiona modificações na quantidade e qualidade do sono, que

afetam mais da metade dos adultos acima de 65 anos de idade que vivem em casa,

e 70% dos institucionalizados, com impacto negativo na sua QV. Tais alterações

podem causar repercussões na função psicológica, no sistema imunológico e em

outros sistemas, ao afetar diretamente a QV do idoso (LINDEN JUNIOR;

TRINDADE, 2013).

Em relação à prática de atividade física, verificou-se que os idosos que

realizam exercícios, na análise multivariável, alcançaram melhor QV nos domínios

físico, psicológico e social; e nas facetas funcionamentos dos sentidos, autonomia,

passado-presente-futuro e participação social; morte e morrer, nesse caso mostrou

associação positiva, que significa que os idosos, em estudo, praticantes de

atividades físicas, preocupam-se mais com a ideia de finitude e morte. No estudo

conduzido por Vitorino, Paskulin e Viana (2012), que avaliou a QV de idosos

institucionalizados, os sujeitos que realizavam atividade física apresentaram

associação positiva com os domínios físico, psicológico, meio ambiente e na escala

geral WHOQOL-bref. Esses achados também corroboram com os resultados de uma

revisão sistemática, que investigou o impacto da atividade física na QV de idosos, e

identificou que a prática de exercícios físicos colabora para sua melhoria, por

auxiliarem os idosos a manterem maior vigor e energia nas atividades diárias,

diminuição das incapacidades motoras e, assim, proporcionar elevação da

autonomia (OLIVEIRA et al., 2010).

Com a consciência de finitude, novas atitudes e mudanças de hábitos

auxiliam no processo de envelhecimento. Nomeadamente na atividade física tem-se

um importante recurso para minimizar as perdas provocadas por esse processo, ao

aumentar ou manter a aptidão física da população idosa, potencializar o bem-estar

funcional e melhorar sua QV, que está definitivamente ligada ao grau de satisfação

do indivíduo em todos os sentidos da vida pessoal (MORAES et al., 2007).

Page 67: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

66

Com relação à autoavaliação do estado de saúde, os idosos que a definiram

como boa/muito boa mostraram melhor QV nos domínios físico, psicológico e

ambiental; e as facetas funcionamento dos sentidos e passado-presente-futuro.

A quantidade de morbidades foi um previsor que impactou negativamente a

QV nos domínios físico e psicológico; e nas facetas autonomia e participação social.

De modo similar, Tavares et al. (2013b) encontraram, através da análise

multivariável, associação entre morbidade e ter pior QV nos domínios físico e

psicológico, e nas facetas habilidades sensoriais e intimidade.

O menor escore de QV no domínio físico associado à presença de

comorbidades pode estar relacionado às dificuldades de acesso aos serviços de

saúde, bem como às possíveis limitações impostas pelas doenças, que podem

influenciar negativamente a capacidade para o trabalho e para as atividades

cotidianas; e, consequentemente, interferir nos sentimentos positivos e de bem-estar

psicológico. Um número acentuado de morbidades também causa impacto negativo

no funcionamento dos sentidos, devido às possíveis repercussões na sua vida diária

e a maiores dificuldades na interação com outras pessoas, causadas pelas

limitações delas oriundas (TAVARES et al., 2013b; TAVARES et al., 2012).

A presença de comorbidades com o avançar da idade pode mudar o cotidiano

do idoso e gerar um sentimento de dependência, o que pode intervir na sua maneira

de agir, afinal, o idoso se sentirá inseguro, pois a diminuição de sua autonomia atua

sobre sua identidade como um fator de limitação (FONSECA et al., 2010). Os idosos

também apontam o envelhecimento como veículo possibilitador de alterações na

saúde, que os impedem de realizar atividades antes prazerosas, e apontam que a

ocorrência de doenças é o fator que mais impede a realização dessas atividades

(FREITAS; QUEIROZ; SOUSA, 2010).

Page 68: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

67

6 CONCLUSÃO

Os idosos que participaram desse estudo eram, na maioria, do sexo feminino,

procedentes de municípios do interior do Estado e encontravam-se na faixa etária de

60 a 69 anos. Em relação às questões socioeconômicas, as maiores concentrações

eram de idosos com renda de até um salário mínimo, analfabetos e com ensino

fundamental incompleto, de cor parda, casados, aposentados e praticantes de

alguma religião, em suma, católicos. Quanto ao arranjo domiciliar, a maioria dos

participantes morava acompanhada, principalmente por familiares, e residiam em

casas de alvenaria.

Em relação ao estado de saúde, a maioria dos idosos a avaliou como nem

ruim/nem boa e boa. Contudo, grande parte dos mesmos, apesar de considerar-se

razoavelmente saudável, relatou ter problemas de saúde, principalmente

hipertensão, e fazer uso sistemático de medicação convencional. Um número

exponencial de respondentes referiu não realizar exercícios físicos. Grande parte

dos idosos também afirmaram não fumar e não consumir bebida alcóolica.

A QV mensurada pelo WHOQOL-BREF obteve maior escore no domínio

psicológico (70,2), e menor no domínio meio ambiente (61,7). Já na QV pelo

WHOQOL-OLD, o maior escore foi na faceta funcionamento dos sentidos (74,5) e os

menores na intimidade (59,3).

Através da regressão linear múltipla, verificou-se que quanto mais anos

tinham os idosos, piores os índices de QV nos domínios físico e psicológico; e nas

facetas funcionamento dos sentidos, autonomia e participação social. As mulheres

perceberam-se com pior QV do que os homens na faceta morte e morrer. Os idosos

que possuíam escolaridade mostraram-se com melhor QV do que os sem

escolaridade na faceta autonomia. Os que tinham companheiro(a) manifestaram

melhor QV do que os sem companheiro(a) na faceta intimidade. Já os que relataram

ser católicos obtiveram pior QV do que os não católicos no domínio social, e melhor

QV na faceta morte e morrer. E os idosos que autoavaliaram sua saúde como

boa/muito boa reportaram melhor QV do que os que a autoavaliaram como nem

ruim/nem boa ou ruim nos domínios físico, psicológico e ambiental; e nas facetas

funcionamento dos sentidos e passado-presente-futuro.

Os participantes do estudo que relataram possuir renda familiar maior que 2

SM apresentaram melhores índices de QV do que os com renda familiar inferior a

Page 69: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

68

esse valor nos domínios ambiental e intimidade. Já os idosos com renda maior que 1

SM reportaram melhores índices de QV do que os com renda inferior a 1 SM na

faceta funcionamento dos sentidos. Os que fumavam perceberam-se com melhor

QV do que os não fumantes na faceta morte e morrer. Os sujeitos que afirmaram

possuir sono reparador revelaram melhores índices de QV do que os com sono não

reparador nos domínios físico, psicológico, social e ambiental; e na faceta

funcionamento dos sentidos. Os idosos que praticavam atividade física reportaram

melhores escores de QV nos domínios físico, psicológico e social; e nas facetas

funcionamento dos sentidos, autonomia, presente-passado-futuro, participação

social e morte e morrer. E, verificou-se que quanto maior a quantidade de

morbidades referidas, piores os índices de QV nos domínios físico e psicológico; e

nas facetas funcionamento dos sentidos, autonomia e participação social.

Ao analisar o perfil dos participantes em estudo, verificou-se que de modo

geral as condições de vida desses idosos são melhores que as de alguns outros

idosos brasileiros, para os quais questões básicas de sobrevivência ainda não foram

atendidas. Entretanto, também foram identificados sujeitos em situação de

fragilidade, em razão de questões como falta de acesso à instrução, renda

insuficiente para o sustento da família e ausência de informações sobre hábitos

saudáveis de vida. Idosos frágeis, também em função de questões relativas ao meio

ambiente, como a insegurança vivenciada nas regiões onde moram, habitação

inadequada, dentre outras. Assim, o perfil obtido no estudo evidencia a necessidade

de os idosos serem atendidos em suas particularidades. A adequação de políticas

públicas e de saúde, a formação de novos profissionais e a capacitação da equipe

de saúde no atendimento à população idosa são estratégias importantes a serem

implantadas frente à crescente demanda desse grupo e sua heterogeneidade.

A análise da QV de grupos sociais é um importante caminho para conhecer

aqueles que recebem os cuidados, pois permite a proposição de intervenções mais

efetivas, e um tratamento para além do enfoque de doenças. Com informações

acerca da QV dos idosos e os fatores associados, a enfermagem pode acender uma

série de reflexões sobre o processo de envelhecimento, fundamentadas nas

percepções dos idosos e na sensibilidade para pensar em atividades mais

adequadas para eles.

Em Teresina, existem alguns projetos voltados à população idosa como o

Programa Terceira Idade em Ação (PTIA), vinculado à Pró-reitoria de Extensão da

Page 70: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

69

UFPI, que atende pessoas a partir de 60 anos, e oferta uma política educacional

para atividades em diversas áreas do conhecimento, na promoção da saúde,

atividades artístico-culturais, esportivas e de lazer. Academias públicas para os

idosos foram instaladas em alguns bairros da cidade, com o objetivo de promover a

QV desse grupo. O poder público do município também tem discutido a aplicação de

políticas públicas para o idoso em aspectos, como a distribuição de remédios e

transporte. Entretanto, existem deficiências, por exemplo, o Estatuto de Idoso tem

poucos avanços em Teresina. Essa parcela da população é lesada e vítima de

fraudes, constantemente, pelos seus próprios parentes e vizinhos.

Diante desses resultados, é necessário constituir parcerias entre os

profissionais de saúde, idosos, familiares e organizações sociais que visem a

promoção de aspectos que interferem positivamente na QV desses idosos, como a

realização de atividades físicas, alimentação saudável, formação de redes de apoio

social, abstinência de fumo e álcool, uso correto de medicamentos, acesso aos

serviços de saúde e informações sobre seus direitos. Logo, as avaliações e

intervenções de enfermagem devem ser propostas, a fim de promover a QV desse

grupo etário.

Assim, também por se tratar de uma amostra de idosos usuários da Atenção

Básica/SUS, esses dados contribuem para a formulação de políticas públicas e para

redirecionar a atenção à saúde da pessoa idosa na cidade de Teresina (PI). A

promoção de estilos de vida mais saudáveis, com a participação da ESF e os

profissionais de enfermagem, pode representar um grande impacto na melhoria dos

indicadores de QV e nos custos relacionados à gestão dos serviços.

Page 71: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

70

REFERÊNCIAS

ALENCAR, Maria do Socorro Silva; CARVALHO, Cecília Maria Resende Gonçalves de. O envelhecimento pela ótica conceitual, sociodemográfica e político-educacional: ênfase na experiência piauiense. Interface (Botucatu), Botucatu, v.13, n.29, p. 435-444, jun. 2009. ALENCAR, Nelyse de Araújo et al. Nível de atividade física, autonomia funcional e qualidade de vida em idosas ativas e sedentárias. Fisioter. mov. (Impr.), Curitiba , v. 23, n. 3, p.473-481, set. 2010. ARAÚJO, Lia; RIBEIRO, Oscar. Centenários: que redes sociais? Revista Temática Kairós Gerontologia, São Paulo, v. 15, n. 1, p.57-74, fev. 2012. AREOSA, Silvia Virginia Coutinho; BENITEZ, Lisianne Brittes; WICHMANN, Francisca Maria Assmann. Relações familiares e o convívio social entre idosos. Textos & Contextos, Porto Alegre, v. 11, n. 1, p. 184-192, jan./jul. 2012. BAJOTTO, Aletheia Peters; GOLDIM, José Roberto. Avaliação da qualidade de vida e tomada de decisão em idosos participantes de grupos socioterápicos da cidade de Arroio do Meio, RS, Brasil. Rev. bras. geriatr. gerontol., Rio de Janeiro, v.14, n. 4, p.753-761. 2011. BARRICELLI, Inês de Lourdes Ferraz O. B. L. et al. Influência da orientação religiosa na qualidade de vida de idosos ativos. Rev. bras. geriatr. gerontol., Rio de Janeiro, v. 15, n. 3, p.505-515, set. 2012. BLAND JM, ALTMAN DG. Statistical methods for assessing agreement between two methods of clinical measurement. Lancet, v.8, n.1, p.307-310. 1986. BRASIL. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Manual técnico para promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças na saúde suplementar / Agência Nacional de Saúde Suplementar (Brasil). 4. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: ANS, 2011. ______. Gabinete do Ministro de Estado da Saúde (BR). Portaria N° 1.395 de 9 de dezembro de 1999: aprova a Política Nacional de Saúde do Idoso e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 13 Dez 1999. Seção I, n.237-E, p.20-4. ______. Lei N° 8.842 de 4 de janeiro de 1994. Dispõe sobre a política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências [acesso em 2012 Maio 02]. Disponível em: < https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8842.htm> ______. Ministério da Saúde. Atenção à saúde da pessoa idosa e envelhecimento / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas, Área Técnica Saúde do Idoso. – Brasília, 2010.

Page 72: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

71

______. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde - CNS. Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos. Resolução nº 466/2012 – Brasília, 2012.

______. Ministério da Saúde. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília, 2006. ______. Presidência da República. Subsecretaria de Direitos Humanos. Plano de Ação para o Enfrentamento da Violência Contra a Pessoa Idosa / Presidência da República. Subsecretaria de Direitos Humanos. – Brasília, 2005. BRETAS, Ana Cristina Passarella et al. Quem mandou ficar velho e morar na rua? Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 44, n. 2, p.476-481, jun. 2010. BULLA, Leonia Capaverde; KAEFER, Carin Otilia. Trabalho e aposentadoria: As repercussões sociais na vida do idoso aposentado. Texto & Contexto Enfermagem, v. 2, n. 1, p.34-46. 2003. CABRAL, Simone Otilia Leite et al. Condições de ambiente e saúde em idosos residentes nas zonas rural e urbana em um município da região Nordeste. Geriatria & Gerontologia. v. 4, n. 2, p. 76-84, 2010. CAETANO, Ana Cláudia Moura; TAVARES, Darlene Mara dos Santos. Unidade de Atenção ao Idoso: atividades, mudanças no cotidiano e sugestões. Rev. Eletr. Enf., v. 10, n. 3, p. 623-31. 2008. Disponível from:< http://www.fen.ufg.br/revista/v10/n3/v10n3a08.htm>. Acesso em: 15 maio 2012. CAMARANO, A. A. Envelhecimento da população brasileira: uma contribuição demográfica. In: FREITAS, E. V. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2006. CAMARANO, A. A.; KANSO, S.; MELLO, J. L. Como vive o idoso brasileiro. In: CAMARATO, A. A. (org.). Os novos idosos brasileiros: muito além dos 60. Rio de Janeiro: Ipea, 2004. CAMPOS, Maryane Oliveira; RODRIGUES NETO, João Felício. Qualidade de vida: um instrumento para promoção de saúde. Rev. baiana de saúde pública, v. 32, n. 2, p. 232-240, mai./ago. 2008. CARVALHO, José Alberto Magno de; RODRÍGUEZ-WONG Laura L. A transição da estrutura etária da população brasileira na primeira metade do século XXI. Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro, v. 24, n. 3, p. 597-605, mar. 2008. CHACHAMOVICH, Eduardo; TRENTINI, Clarissa; FLECK, Marcelo Pio de Almeida. Qualidade de vida em idosos: conceituação e investigação. In: NERI, Anita Liberalesso. Qualidade de vida na velhice: enfoque disciplinar. 2. ed. Campinas, SP: Editora Alínea, 2011.

Page 73: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

72

CHAIMOWICZ, F. Epidemiologia e o Envelhecimento no Brasil. In: FREITAS, E. V. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2006. p.106-130. CIRILO, Aline da Costa; AFFONSO, Bianca Donato; HORTA, Heloisa Helena Lemos. A enfermagem na promoção do envelhecimento saudável: preparo do idoso e sua família. Investigação, v. 10, n. 1, p. 19-25, 2010. COELHO, Almir Resende. Contribuição de um programa de saúde da terceira idade na promoção de saúde e qualidade de vida. 2012. Dissertação. (Mestrado em Promoção de Saúde) - Universidade de Franca, Franca, 2012. COLET, Christiane de Fátima; MAYORGA, Paulo; AMADOR, Tânia Alves. Educational level, socio-economic status and relationship with quality of life in elderly residents of the city of Porto Alegre/RS, Brazil. Braz. J. Pharm. Sci., São Paulo, v. 46, n. 4, dez. 2010. COMBINATO, Denise Stefanoni et al. "Grupos de Conversa": saúde da pessoa idosa na estratégia saúde da família. Psicol. Soc., Florianópolis, v. 22, n. 3, p.555-568, dez. 2010. CORREA, Karina; CEOLIM, Maria Filomena. Qualidade do sono em pacientes idosos com patologias vasculares periféricas. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 42, n. 1, mar. 2008. COSTA NETO, Antônio Mariano et al. Hábitos de vida e o desempenho de idosos nas atividades básicas da vida diária. Rev enferm UFPE on line., Recife, v. 7, n. 7, p. 4663-4669, jul. 2013. DIAS, Daniela da Silva Gonçalves; CARVALHO, Carolina da Silva; ARAUJO, Cibelle Vanessa de. Comparação da percepção subjetiva de qualidade de vida e bem-estar de idosos que vivem sozinhos, com a família e institucionalizados. Rev. bras. geriatr. gerontol., Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, p.127-138, mar. 2013. DIZ, P. Gayoso. La calidad de vida relacionada com la salud: importancia en atención primária. Atención Primária, Barcelona, v. 31, n. 5, p. 285-294. 2003. ESTRADA, Alejandro et al. Calidad de vida de los adultos mayores de Medellín. Biomédica, Bogotá, v. 31, n. 4, p.492-502, dez. 2011. FALLER, Jossiana Wilke et al. Qualidade de vida de idosos cadastrados na estratégia saúde da família de Foz do Iguaçu-PR. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 14, n. 4, p.803-810, dez. 2010. FERNANDES, Heloise da Costa Lima et al. Envelhecimento e demência: o que sabem os Agentes Comunitários de Saúde?. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 44, n. 3, p.782-788, set. 2010.

Page 74: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

73

FERREIRA, Olívia Galvão Lucena et al. O envelhecimento ativo sob o olhar de idosos funcionalmente independentes. Rev. Esc. Enferm. USP, v. 44, n. 4, p.1065-9. 2010. FIGUEIREDO, Nébia Maria de Almeida de; TONINI, Teresa. Gerontologia: atuação de enfermagem no processo de envelhecimento. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2006. FLECK, Marcelo P. A; CHACHAMOVICH, Eduardo; TRENTINI, Clarissa M. Projeto WHOQOL-OLD: método e resultados de grupos focais no Brasil. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 37, n. 6, p.793-799, dez. 2003. FONSECA, Maria das Graças Uchôa Penido et al. Papel da autonomia na auto-avaliação da saúde do idoso. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 44, n. 1, p.159-165, fev. 2010. FREITAS, Elizabete Viana et al. (Orgs). Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006. FREITAS, Maria Célia de; QUEIROZ, Terezinha Almeida; SOUSA, Jacy Aurélia Vieira de. O significado da velhice e da experiência de envelhecer para os idosos. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 44, n. 2, p.407-412, jun. 2010. FREITAS, Viviane Fernandes Ferreira Silveira de. Qualidade de vida do idoso no município de Herval. Rev. Enferm. Saúde, Pelotas (RS), v. 1, n. 1, p. 156-163, jan./mar. 2011. GARSON, G. David. Multiple Regression from Statnotes: Topics in Multivariate Analysis, 2010. Disponível em:<http://faculty.chass.ncsu.edu/garson/pa765/statnote.htm> Acesso em: 29 de janeiro de 2014. GONCALVES, Lúcia Hisako Takase. A complexidade do cuidado na prática cotidiana da enfermagem gerontogeriátrica. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, v. 13, n. 3, p.507-518. 2010. Grupo WHOQOL-OLD. WHOQOL-OLD sintaxe. Tradução de Eduardo Chachamovich e Marcelo Pio de Almeida Fleck. Geneva; 2005. HORTA, Ana Lúcia de Moraes; FERREIRA, Denise Cristina de Oliveira; ZHAO, Li Men. Envelhecimento, estratégias de enfrentamento do idoso e repercussões na família. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 63, n. 4, p.523-528, ago. 2010. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2010, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2010. Disponível em:< http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>. Acesso em: 20 maio 2012.

Page 75: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

74

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (ed.). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD de 2009. Rio de Janeiro, Ministério do Planejamento e Orçamento, 2009. INOUYE, Keika et al. Percepções de suporte familiar e qualidade de vida entre idosos segundo a vulnerabilidade Social. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 23, n. 3, 2010. IRIGARAY, Tatiana Quarti; TRENTINI, Clarissa Marceli. Qualidade de vida em idosas: a importância da dimensão subjetiva. Estud. psicol. (Campinas), Campinas, v. 26, n. 3, set. 2009. JOIA, Luciane Cristina; RUIZ, Tania; DONALISIO, Maria Rita. Condições associadas ao grau de satisfação com a vida entre a população de idosos. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 41, n. 1, fev. 2007. KUSUMARATNA, Rina K. Impact of physical activity on quality of life in the elderly. Univ Med, v. 27, n. 2, p. 57-64, abr./jun. 2008. LEBRÃO, M. L; DUARTE, Y. A. O. Saúde, Bem-estar e Envelhecimento. O projeto SABE no Município de São Paulo: uma abordagem inicial. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; 2003. 255 p. LIMA, Margareth Guimarães et al. Health-related behavior and quality of life among the elderly: a population-based study. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 45, n. 3, jun. 2011. LINDEN JUNIOR, Eduardo; TRINDADE, Jorge Luiz de Andrade. Avaliação da qualidade de vida de idosos em um município do Sul do Brasil. Rev. bras. geriatr. gerontol., Rio de Janeiro, v. 16, n. 3, set. 2013. MAGALHÃES, Marcelo Rocha et al. Distribuição espacial dos idosos segundo seus conceitos de qualidade de vida, Rev. APS, v. 11, n. 4, p. 374-379, out./dez. 2008. MARCHIORI, G. F, DIAS, F. A, TAVARES, D. M. S. Qualidade de vida entre idosos com e sem companheiro. Rev enferm UFPE on line., Recife, v. 7, n. 4, p.1098-106, abr., 2013. MARTINS, Josiane de Jesus et al. Avaliação da qualidade de vida de idosos que recebem cuidados domiciliares. Acta paul. enferm., São Paulo, v. 22, n. 3, jun. 2009. MARTINS, Joseane de Jesus et al. Educação em saúde como suporte para a qualidade de vida de grupos da terceira idade. Rev. Eletr. Enf. [Internet], v.9, n.2, p.443-56. 2007. MELO, Rômulo Lustosa Pimenteira de et al. O efeito do estresse na qualidade de vida de idosos: o papel moderador do sentido de vida. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 26, n. 2, 2013a.

Page 76: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

75

______. Sentido de vida, dependência funcional e qualidade de vida em idosos. Rev. bras. geriatr. gerontol., Rio de Janeiro, v. 16, n. 2, 2013b. MODENEZE, Denis Marcelo et al. Perfil epidemiológico e socioeconômico de idosos ativos: qualidade de vida associada com renda, escolaridade e morbidades. Estud. interdiscipl. envelhec., Porto Alegre, v. 18, n. 2, p. 387-399, 2013. MORAES, João Feliz Duarte de; SOUZA, Valdemarina Bidone de Azevedo e. Factors associated with the successful aging of the socially-active elderly in the metropolitan region of Porto Alegre. Rev. Bras. Psiquiatr., v. 27, n. 4, p.302-8, jan. 2005. MORAES, Norma Aparecida Silveira de; WITTER, Geraldina Porto. Velhice: qualidade de vida intrínseca e extrínseca. Boletim de Psicologia, v. 58, n. 127, p. 215-238. 2007. MOTTA, Luciana Branco da; AGUIAR, Adriana Cavalcanti de. Novas competências profissionais em saúde e o envelhecimento populacional brasileiro: integralidade, interdisciplinaridade e intersetorialidade. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, abr. 2007. MOURA, Izaura de; LEITE, Marinês Tambara; HILDEBRAND, Leila Mariza. Idosos e sua percepção acerca da sexualidade na velhice. Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano, v. 5, n. 2, p. 132-140. 2008. NASRI, Fabio. O envelhecimento populacional no Brasil. Einstein, v. 6, n. 1, p. 4-6. 2008. NERI, Anita Liberalesso. Atitudes e preconceitos em relação à velhice. In: NERI, A. L., organizador. Idosos no Brasil: vivências, desafios e expectativas na terceira idade. São Paulo: Fundação Perseu Abramo; 2007. NEVES, Sabrina Joany Felizardo et al. Epidemiologia do uso de medicamentos entre idosos em área urbana do Nordeste do Brasil. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 47, n. 4, ago. 2013. NICOLAZI, Melina da Costa et al. Qualidade de vida na terceira idade: um estudo na atenção primária em saúde. Cogitare Enferm, v. 14, n. 3, p. 428-34, jul./set. 2009. NOVELLI, Marcia Maria Pires Camargo. Validação da escala de qualidade de vida (QdV-DA) para pacientes com doença de Alzheimer e seus respectivos cuidadores familiares. 2006. 138 p. Tese. São Paulo (SP): Faculdade de Medicina/USP, São Paulo, 2006. NUNES, Daniella Pires et al. Capacidade funcional, condições socioeconômicas e de saúde de idosos atendidos por equipes de Saúde da Família de Goiânia (GO, Brasil). Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 15, n. 6, set. 2010.

Page 77: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

76

NUNES, Vilani Medeiros de Araújo; MENEZES, Rejane Maria Paiva de; ALCHIERI, João Carlos. Avaliação da Qualidade de Vida em idosos institucionalizados no município de Natal, Estado do Rio Grande do Norte. Acta Scientiarum. Health Sciences, Maringá, v. 32, n. 2, p. 119-126, 2010. OLIVEIRA, Aldalan Cunha de et al. Qualidade de vida em idosos que praticam atividade física: uma revisão sistemática. Rev Bras Geriatr Gerontol. v. 13, n. 2, p. 301-12, ago. 2010. OLIVEIRA, Elizabete Regina Araújo de; GOMES, Maria José; PAIVA, Karina Mary de. Institucionalização e qualidade de vida de idosos da região metropolitana de Vitória - ES. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 15, n. 3, set. 2011. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. A ONU e as pessoas idosas. Disponível em: < http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-em-acao/a-onu-e-as-pessoas-idosas/ > Acesso em 17 abr. 2012. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Declaração elaborada pelo Grupo de Trabalho da Qualidade de Vida da OMS. Publicada no glossário de Promoção da Saúde da OMS de 1998. OMS/HPR/HEP/ 98.I Genebra: OMS, 1994. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Envelhecimento ativo: uma política de saúde / World Health Organization; tradução Suzana Gontijo. – Brasília: OPAS, 2005. ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD. Guia Clínico para Atención Primaria a las Personas Mayores. 3. ed. Washington: OPAS, 2003. PASKULIN, Lisiane Manganelli Girardi et al. Percepção de pessoas idosas sobre qualidade de vida. Acta paul. enferm. São Paulo, v. 23, n. 1, 2010. PEREIRA, Maurício Gomes. Epidemiologia: teoria e prática. 11. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A, 2007. PEREIRA, Renata Junqueira et al. Influência de fatores sociossanitários na qualidade de vida dos idosos de um município do Sudeste do Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 16, n. 6, p. 2907-2917. 2011. PINO, Margarita; RICOY, Maria Carmen; PORTELA, Julio. Evaluación sobre las características del proceso de envejecimiento a través de relatos de vida. Interface (Botucatu), Botucatu, v. 13, n. 31, dez. 2009. POWER, Mick; QUINN, Kathryn; SCHMIDT, Silke; WHOQOL-OLD Group. Development of the WHOQOL-Old module. Qual Life Res, v. 14, n. 10, p. 2197-214. 2005. QUEIROZ, Zally Pinto Vasconcellos de; RUIZ, Cristiane Regina; FERREIRA, Vilma Moreira. Reflexões sobre o envelhecimento humano e o futuro: questões de ética, comunicação e educação. Revista Kairós, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 21-37, jan. 2009.

Page 78: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

77

REIS, Luciana Araújo et al. Saúde e condições sociodemográficas de pessoas idosas em um município do interior do estado da Bahia. Revista Baiana de Enfermagem, Salvador, v. 24, n. 1, 2, 3, p. 55-62, jan./dez. 2010. REIS, Priscilleyne Ouverney; CEOLIM, Maria Filomena. O significado atribuído a 'ser idoso' por trabalhadores de instituições de longa permanência. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 41, n. 1, mar. 2007. RIBEIRO, Liliane da Conceição Campos; ALVES, Pâmela Braga; MEIRA, Elda Patrícia. Percepção dos idosos sobre as alterações fisiológicas do envelhecimento. Ciênc cuid saúde. v. 8, n. 2, p. 220-27. 2009. ROCHA, Ianine Alves da et al. A terapia comunitária como um novo instrumento de cuidado para saúde mental do idoso. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 62, n. 5, out. 2009. ROCHA, Saulo Vasconcelos et al. Qualidade de vida entre mulheres participantes de grupos de convivência. Rev. APS, Juiz de Fora, v. 13, n. 3, p. 352-356, jul./set. 2010. RODRIGUES, Nara da Costa. Política Nacional do Idoso: retrospectiva histórica. Estud. interdiscip. envelhec., Porto Alegre, v. 3, p. 149-158, 2001. RODRIGUES, Rosalina Aparecida Partezani et al. Política nacional de atenção ao idoso e a contribuição da enfermagem. Texto contexto - enferm., Florianópolis, v. 16, n. 3, set. 2007. SANTOS, Ariene Angelini dos; CEOLIM, Maria Filomena; NERI, Anita Liberalesso. Queixas de sono entre idosos brasileiros de municípios com diferentes índices de desenvolvimento humano. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 20, n. 5, out. 2012. SANTOS, Silvana Sidney Costa. Concepções teórico-fIlosóficas sobre envelhecimento, velhice, idoso e enfermagem gerontogeriátrica. Rev. Bras. Enferm., Brasília, v. 63, n. 6, p. 1035-9, Nov./dez. 2010. SENGER, Ana Elisa Vieira et al. Alcoolismo e tabagismo em idosos: relação com ingestão alimentar e aspectos socioeconômicos. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, v. 14, n. 4, 2011. SIAB - Sistema de Informação da Atenção Básica. Informações de saúde. Disponível em:< http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?siab/cnv/siabfPI.def> Acesso em: 20 maio 2012. SILVA, Elisângela de Moura et al. O significado da sexualidade para o idoso assistido pela estratégia saúde da família. Revista Interdisciplinar NOVAFAPI, Teresina. v. 4, n. 4, p.30-35, out./nov./dez. 2011.

Page 79: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

78

SILVA, Elisângela Valverde et al. Percepção de idosos de um centro de convivência sobre envelhecimento. REME - Revista Mineira de Enfermagem, Belo Horizonte, v. 10, n. 1, p. 46-53, jan. 2006. SILVA, Luípa Michele et al. Representações sociais sobre qualidade de vida para idosos. Rev. Gaúcha Enferm., Porto Alegre, v. 33, n. 1, mar. 2012. SILVA, Aila Cristina dos Santos; SANTOS, Iraci dos. Promoção do autocuidado de idosos para o envelhecer saudável: aplicação da teoria de nola pender. Texto contexto - enferm., Florianópolis , v. 19, n. 4, p.745-53, out-dez. 2010 . SILVA, Telma Pereira Vieira. Qualidade de vida em idosos da cidade de Rio Verde-GO. 2007. 113f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) - Universidade de Brasília, Brasília, 2007. SOUZA, Edinilsa Ramos de. Políticas jovens para uma população idosa: desafios para o Setor Saúde. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 15, n. 6, set. 2010. SOUZA, Luccas Melo de; LAUTERT, Liana; HILLESHEIN, Eunice Fabiani. Qualidade de vida e trabalho voluntário em idosos. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 45, n. 3, jun. 2011. SPOSITO, Giovana et al. A satisfação com a vida e a funcionalidade em idosos atendidos em um ambulatório de geriatria. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 18, n. 12, dez. 2013. SULLIVAN, M. D et al. Models of health related quality of life in a population of community-dwelling Dutch elderly. Quality of life Research, v. 9, n. 7, p.801-810, 2000. TIER, Cenir Gonçalves et al. Política de Saúde do Idoso: iniciativas identificadas no município de Rio Grande - RS. Cogitare enferm, v. 11, n. 1, p. 39-43, jan./abr. 2006. TAVARES, Darlene Mara dos Santos; DIAS, Flavia Aparecida. Capacidade funcional, morbidades e qualidade de vida de idosos. Texto contexto - enferm., Florianópolis, v. 21, n. 1, mar. 2012. ______. Distribuição espacial de idosos de acordo com menores escores de qualidade de vida. Texto contexto - enferm., Florianópolis, v. 20, n. spe, 2011. TAVARES, Darlene Mara dos Santos et al. Características sociodemográficas e qualidade de vida de idosos com hipertensão arterial sistêmica que residem na zona rural: importância do papel do enfermeiro. Rev. Latino-Am. Enfermagem . , v. 21, n. 2, p. 515-522. 2013a. ______. Fatores associados com a qualidade de vida de homens idosos. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 47, n. 3, June 2013b. ______. Fatores associados à qualidade de vida de idosos com osteoporose residentes na zona rural. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 16, n. 2, jun. 2012.

Page 80: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

79

______. Incapacidade funcional entre idosos residentes em um município do interior de Minas Gerais. Texto contexto - enferm., Florianópolis, v. 16, n. 1, mar. 2007. TAVARES, Juliana Petri et al. Prazer e sofrimento de trabalhadoras de enfermagem que cuidam de idosos hospitalizados. Esc. Anna Nery Rev. Enferm., v. 14, n. 2, p. 253-59, abr./jun. 2010. TORRES, Gilson de Vasconcelos et al. Qualidade de vida e fatores associados em idosos dependentes em uma cidade do interior do Nordeste. J. bras. psiquiatr., Rio de Janeiro, v. 58, n. 1, 2009. TRENTINI, Clarissa Marceli. Qualidade de vida em idosos. 2004. 224f. Tese (Doutorado em Psiquiatria) – Faculdade de Medicina, UFRGS, Porto Alegre, 2004. TUMMINELLO, Michele et al. Happy Aged People Are All Alike, While Every Unhappy Aged Person Is Unhappy in Its Own Way. PLoS One, v. 6, n. 9, e23377. 2011. VECCHIA, Roberta Dalla et al. Qualidade de vida na terceira idade: um conceito subjetivo. Rev. bras. epidemiol., São Paulo, v. 8, n. 3, set. 2005. VERAS, Renato Peixoto. Envelhecimento populacional contemporâneo: demandas, desafios e inovações. Rev. Saúde Pública, v. 43, n. 3, p. 548-54, abr. 2009. _______. Experiências e tendências internacionais de modelos de cuidado para com o idoso. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, jan. 2012. VICENTE, Fernanda Regina; SANTOS, Silvia Maria Azevedo dos. Avaliação multidimensional dos determinantes do envelhecimento ativo em idosos de um município de Santa Catarina. Texto contexto - enferm., Florianópolis, v. 22, n. 2, jun. 2013. VIRTUOSO JUNIOR, Jair Sindra; GUERRA, Ricardo Oliveira. Incapacidade funcional em mulheres idosas de baixa renda. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 5, mai. 2011. VITORINO, Luciano Magalhães; PASKULIN, Lisiane Manganelli Girardi; VIANNA, Lucila Amaral Carneiro. Qualidade de vida de idosos da comunidade e de instituições de longa permanência: estudo comparativo. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 21, n. spe, fev. 2013. VITORINO, Luciano Magalhães; PASKULIN, Lisiane Manganelli Girardi; VIANNA, Lucila Amaral Carneiro. Qualidade de vida de idosos em instituições de longa permanência. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 20, n. 6, nov./dez. 2012. WANJAMAN Simone, OLIVEIRA Ana Maria; OLIVEIRA Elzira Lúcia. Os idosos no mercado de trabalho: tendências e consequências. In: CAMARANO, A. A., organizador. Os novos idosos brasileiros: muito além dos anos 60? Rio de Janeiro: IPEA; 2004.

Page 81: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

80

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Tradução Suzana Gontijo. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2005.

Page 82: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

81

APÊNDICES

Page 83: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

82

APÊNDICE A – Formulário de dados sociodemográficos, econômicos e de saúde

FICHA DE INFORMAÇÕES SOBRE O RESPONDENTE N° _____

SEXO (1) Masculino (2) Feminino

IDADE (em anos completos) _______________

GRAU DE ESCOLARIDADE

(1) Não alfabetizado (5) Ensino médio completo

(2) Ensino fundamental incompleto (6) Ensino superior incompleto

(3) Ensino fundamental completo (7) Ensino superior completo

(4) Ensino médio incompleto

ESTADO CIVIL

(1) Solteiro(a) (4) Separado(a)

(2) Casado(a) (5) Divorciado(a)

(3) Vivendo como casado(a) (6) Viúvo(a)

CRENÇA RELIGIOSA

Praticante de alguma religião? (1) Sim (2) Não. Qual?__________________

ARRANJO DOMICILIAR

(1) Mora sozinho

(2) Mora com ______ pessoas

Com quem o(a) Sr.(a) mora?

(1) Cônjuge

(2) Cônjuge e filho(a)

(3) Filho(s)

(4) Cônjuge, filho(s) e neto(s)

(5) Filho(s) e neto(s)

(6) Netos(s)

(7) Outra(s) pessoa(s) (especificar)

________________________________________

Page 84: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

83

OCUPAÇÃO

(1) Aposentado. Que ocupação exercia?___________

(2) Empregado___________________

(3) Aposentado e Em atividade__________________

(4) Pensionista

(5) Autônomo

(6) Não tem renda própria

CONDIÇÕES ECONÔMICAS

Renda total das pessoas residentes no domicílio:

(1) até 1 salário mínimo (5) de 7 até 8 salários

(2) de 1 até 2 salários (6) de 9 até 10 salários

(3) de 3 até 4 salários (7) acima de 10 salários

(4) de 5 até 6 salários

Renda do idoso: (numeração igual à anterior):________

PRATICA ATIVIDADE FÍSICA? (1) Sim (2) Não

Tipo:______________________________________

Frequência:_________________________________

PARTICIPA DE GRUPOS?

(1) Grupos de convivência

(2) Grupos de promoção da saúde

(3) Outros grupos

(4) Não participa de grupos

COMO ESTÁ SUA SAÚDE? (1) Muito ruim

(2) Fraca

(3) Nem ruim nem boa

(4) Boa

(5) Muito boa

O SENHOR (A) TEM PROBLEMAS DE SAÚDE? (1) Sim (2) Não

Se sim, quais? __________________________________________________

Page 85: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

84

ANEXOS

Page 86: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

85

ANEXO A – INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO WHOQOL-bref

Instruções

Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida,

saúde e outras áreas de sua vida. Por favor, responda a todas as questões. Se

você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha

entre as alternativas que lhe parecem mais apropriadas. Essa, muitas vezes, poderá

ser sua primeira escolha.

Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Nós

estamos perguntando o que você acha de sua vida, tomando como referência as

duas últimas semanas. Por exemplo, pensando nas últimas duas semanas, uma

questão poderia ser:

nada muito pouco

médio muito completamente

Você recebe dos outros o apoio

de que necessita?

1

2

3

4

5

Você deve circular o número que melhor corresponde ao quanto você recebe dos

outros o apoio de que necessita nessas últimas duas semanas. Portanto, você deve

circular o número 4, se você recebeu "muito" apoio como abaixo.

nada muito pouco

médio muito completamente

Você recebe dos outros o apoio

de que necessita?

1

2

3

4

5

Você deve circular o número 1 se você não recebeu "nada" de apoio.

Page 87: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

86

Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número e lhe parece a melhor resposta.

muito ruim

ruim nem ruim nem boa

boa muito boa

1

Como você avaliaria sua

qualidade de vida?

1

2

3

4

5

muito insatisfeito

insatisfeito

nem satisfeito

nem insatisfeito

satisfeito

muito

satisfeito

2

Quão satisfeito (a) você está com a sua saúde?

1

2

3

4

5

As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas últimas

duas semanas.

nada muito

pouco

mais

ou

menos

bastante extremamente

3

Em que medida você acha

que sua dor (física) impede

você de fazer o que você

precisa

1

2

3

4

5

4

O quanto você precisa de

algum tratamento médico

para levar sua vida diária?

1

2

3

4

5

5

O quanto você aproveita a

vida?

1

2

3

4

5

6

Em que medida você acha

que a sua vida tem

sentido?

1

2

3

4

5

7

O quanto você consegue

se concentrar?

1

2

3

4

5

8

Quão seguro (a) você se

sente em sua vida diária?

1

2

3

4

5

9

Quão saudável é o seu

ambiente físico (clima,

barulho, poluição,

atrativos)?

1

2

3

4

5

Page 88: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

87

As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é

capaz de fazer certas coisas nestas últimas duas semanas.

nada muito

pouco

médio muito completamente

10

Você tem energia suficiente

para seu dia a dia?

1

2

3

4

5

11

Você é capaz de aceitar sua

aparência física?

1

2

3

4

5

12

Você tem dinheiro suficiente

para satisfazer suas

necessidades?

1

2

3

4

5

13

Quão disponíveis para você

estão as informações que

precisa no seu dia a dia?

1

2

3

4

5

14

Em que medida você tem

oportunidades de atividade

de lazer?

1

2

3

4

5

As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a

respeito de vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas.

muito

ruim

ruim nem ruim

nem bom

bom muito

bom

15

Quão bem você é capaz

de se locomover?

1

2

3

4

5

muito

insatisfeito

insatisfeito nem satisfeito

nem insatisfeito

satisfeito Muito

satisfeito

16

Quão satisfeito(a) você

está com o seu sono?

1

2

3

4

5

17

Quão satisfeito(a) você

está com sua capacidade

de desempenhar as

atividades do seu dia a

dia?

1

2

3

4

5

18

Quão satisfeito(a) você

está com sua capacidade

para o trabalho?

1

2

3

4

5

19

Quão satisfeito(a) você

está consigo mesmo?

1

2

3

4

5

Page 89: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

88

20

Quão satisfeito(a) você

está com suas relações

pessoais (amigos,

parentes, conhecidos,

colegas)?

1

2

3

4

5

21

Quão satisfeito(a) você

está com sua vida

sexual?

1

2

3

4

5

22

Quão satisfeito(a) você

está com o apoio que

você recebe de seus

amigos?

1

2

3

4

5

23

Quão satisfeito(a) você

está com as condições do

local onde mora?

1

2

3

4

5

24

Quão satisfeito(a) você

está com o seu acesso

aos serviços de saúde?

1

2

3

4

5

25

Quão satisfeito(a) você

está com o seu meio de

transporte?

1

2

3

4

5

As questões seguintes referem-se a com que frequência você sentiu ou experimentou

certas coisas nas últimas duas semanas.

nunca Algumas

vezes

frequentemente muito

frequentemente

sempre

26

Com que frequência

você tem

sentimentos

negativos tais como

mau humor,

desespero,

ansiedade,

depressão?

1

2

3

4

5

Alguém lhe ajudou a preencher este questionário?.....................................................

Quanto tempo você levou para preencher este questionário? .....................................

Você tem algum comentário sobre o questionário?

OBRIGADO PELA SUA COLABORAÇÃO

Page 90: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

89

ANEXO B - INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO WHOQOL-Old

Este questionário pergunta a respeito dos seus pensamentos, sentimentos e sobre

certos aspectos de sua qualidade de vida, e aborda questões que podem ser

importantes para você, como membro mais velho da sociedade.

Por favor, responda todas as perguntas. Se você não está seguro a respeito de que

resposta dar a uma pergunta, por favor, escolha a que lhe parece mais apropriada.

Essa pode ser muitas vezes a sua primeira resposta.

Por favor, tenha em mente os seus valores, esperanças, prazeres e preocupações.

Pedimos que pense na sua vida nas duas últimas semanas.

Por exemplo, pensando nas duas últimas semanas, uma pergunta poderia ser:

O quanto você se preocupa com o que o futuro poderá trazer?

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

Você deve circular o número que melhor reflete o quanto você se preocupou com o

seu futuro durante as duas últimas semanas. Então, você circularia o número 4, se

você se preocupou com o futuro “Bastante”; ou circularia o número 1, se não tivesse

se preocupado “Nada” com o futuro. Por favor, leia cada questão, pense no que

sente e circule o número na escala que seja a melhor resposta para você para cada

questão.

Muito obrigado (a) pela sua colaboração!

Page 91: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

90

As seguintes questões perguntam sobre o quanto você tem tido certos sentimentos

nas últimas duas semanas.

old_01 Até que ponto as perdas nos seus sentidos (por exemplo, audição, visão,

paladar, olfato, tato), afetam a sua vida diária?

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

old_02 Até que ponto a perda de, por exemplo, audição, visão, paladar, olfato, tato,

afeta a sua capacidade de participar em atividades?

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

old_03 Quanta liberdade você tem de tomar as suas próprias decisões?

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

old_04 Até que ponto você sente que controla o seu futuro?

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

old_06 Quão preocupado você está com a maneira pela qual irá morrer?

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

old_07 O quanto você tem medo de não poder controlar a sua morte?

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

old_08 O quanto você tem medo de morrer?

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

Page 92: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

91

old_09 O quanto você teme sofrer dor antes de morrer?

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

As seguintes questões perguntam sobre quão completamente você fez ou se

sentiu apto a fazer algumas coisas nas duas últimas semanas.

old_10 Até que ponto o funcionamento dos seus sentidos (por exemplo, audição,

visão, paladar, olfato, tato) afeta a sua capacidade de interagir com outras pessoas?

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente

1 2 3 4 5

old_11 Até que ponto você consegue fazer as coisas que gostaria de fazer?

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente

1 2 3 4 5

old_12 Até que ponto você está satisfeito com as suas oportunidades para continuar

alcançando outras realizações na sua vida?

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente

1 2 3 4 5

old_13 O quanto você sente que recebeu o reconhecimento que merece na sua

vida?

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente

1 2 3 4 5

old_14 Até que ponto você sente que tem o suficiente para fazer em cada dia?

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente

1 2 3 4 5

Page 93: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

92

As seguintes questões pedem a você que diga o quanto você se sentiu satisfeito,

feliz ou bem sobre vários aspectos de sua vida nas duas últimas semanas.

old_15 Quão satisfeito você está com aquilo que alcançou na sua vida?

Muito insatisfeito Insatisfeito Nem satisfeito nem Satisfeito Muito satisfeito

1 2 insatisfeito 4 5

3

old_16 Quão satisfeito você está com a maneira com a qual você usa o seu tempo?

Muito insatisfeito Insatisfeito Nem satisfeito nem Satisfeito Muito satisfeito

1 2 insatisfeito 4 5

3

old_17 Quão satisfeito você está com o seu nível de atividade?

Muito insatisfeito Insatisfeito Nem satisfeito nem Satisfeito Muito satisfeito

1 2 insatisfeito 4 5

3

old_18 Quão satisfeito você está com as oportunidades que você tem para participar

de atividades da comunidade?

Muito insatisfeito Insatisfeito Nem satisfeito nem Satisfeito Muito satisfeito

1 2 insatisfeito 4 5

3

old_19 Quão feliz você está com as coisas que você pode esperar daqui para

frente?

Muito insatisfeito Insatisfeito Nem satisfeito nem Satisfeito Muito satisfeito

1 2 insatisfeito 4 5

3

old_20 Como você avaliaria o funcionamento dos seus sentidos (por exemplo,

audição, visão, paladar, olfato, tato)?

Muito insatisfeito Insatisfeito Nem satisfeito nem Satisfeito Muito satisfeito

1 2 insatisfeito 4 5

3

Page 94: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

93

As seguintes questões se referem a qualquer relacionamento íntimo que você

possa ter. Por favor, considere essas questões em relação a um companheiro ou

uma pessoa próxima com a qual você pode compartilhar (dividir) sua intimidade mais

do que com qualquer outra pessoa em sua vida.

old_21 Até que ponto você tem um sentimento de companheirismo em sua vida?

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

old_22 Até que ponto você sente amor em sua vida?

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

old_23 Até que ponto você tem oportunidades para amar?

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

old_24 Até que ponto você tem oportunidades para ser amado?

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

VOCÊ TEM ALGUM COMENTÁRIO SOBRE O QUESTIONÁRIO?

OBRIGADO (A) PELA SUA COLABORAÇÃO!

Page 95: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

94

ANEXO C – Parecer Consubstanciado do CEP

Page 96: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

95

Page 97: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

96

Page 98: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

97

Anexo D - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Título do estudo: Qualidade de vida dos idosos residentes em Teresina (PI)

Pesquisador (es) responsável(is): Maria do Livramento Fortes Figueiredo

Instituição/Departamento: Universidade Federal do Piauí/ Dep. Enfermagem

Telefone para contato: (86) 9981-5878/ (86) 8823-2610

Local da coleta de dados: Unidade Saúde da Família Sacy, Unidade Saúde da

Família Dirceu II e Unidade Saúde da Família Cidade Jardim.

Prezado (a) Senhor (a):

• Você está sendo convidado (a) a responder às perguntas deste questionário de

forma totalmente voluntária. Antes de concordar em participar desta pesquisa e

responder este questionário, é muito importante que você compreenda as

informações e instruções contidas neste documento. Os pesquisadores deverão

responder todas as suas dúvidas antes de você se decidir a participar. Você tem o

direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento, sem nenhuma

penalidade e sem perder os benefícios aos quais tenha direito.

Objetivo do estudo: Avaliar a qualidade de vida dos idosos residentes na área

urbana do município Teresina, Piauí – Brasil;

Procedimentos. Sua participação nesta pesquisa consistirá apenas no

preenchimento deste questionário, respondendo às perguntas formuladas que

abordam o perfil sociodemográfico, econômico e de saúde, incluindo a avaliação da

qualidade de vida na percepção do idoso.

Benefícios. Esta pesquisa trará maior conhecimento sobre o tema abordado, sem

benefício direto para você, mas com possíveis benefícios para a população idosa de

Teresina (PI).

Riscos. O preenchimento deste questionário não representará qualquer risco de

ordem física ou psicológica para você.

Sigilo. As informações fornecidas por você terão sua privacidade garantida pelos

pesquisadores responsáveis. Os sujeitos da pesquisa não serão identificados em

nenhum momento, mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados

em qualquer forma.

Page 99: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

98

Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto, eu

_________________________________________________, estou de acordo em

participar desta pesquisa, assinando este consentimento em duas vias, ficando com

a posse de uma delas.

Local e data,

____________________________ _________________

Assinatura N. identidade

_______________________________________

Profa. Dra. Maria do Livramento Fortes Figueiredo

Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em

contato: Comitê de Ética em Pesquisa – UFPI - Campus Universitário Ministro

Petrônio Portella - Bairro Ininga Centro de Convivência L09 e 10 - CEP: 64.049-550 -

Teresina - PI tel.: (86) 3215-5734 - email: [email protected] web:

www.ufpi.br/cep.

Page 100: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

99

ANEXO E - ANÁLISE DE RESÍDUOS DOS MODELOS ESTATÍSTICOS DO

WHOQOL-bref

Page 101: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO …leg.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Pdf(8).pdf · centro de ciÊncias da saÚde/ departamento de enfermagem

100

ANEXO E - ANÁLISE DE RESÍDUOS DOS MODELOS ESTATÍSTICOS DO

WHOQOL-old