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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CAMPUS PARAGOMINAS MAIARA KAROLINE ALVES DOS ANJOS AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA PESCADA BANANA (NEBRIS MICROPS, COVIER 1830) REFRIGERADO EM GELO PARAGOMINAS 2019

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

CAMPUS PARAGOMINAS

MAIARA KAROLINE ALVES DOS ANJOS

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA PESCADA BANANA (NEBRIS MICROPS,

COVIER 1830) REFRIGERADO EM GELO

PARAGOMINAS

2019

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MAIARA KAROLINE ALVES DOS ANJOS

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA PESCADA BANANA (NEBRIS MICROPS,

COVIER 1830) REFRIGERADO EM GELO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

curso de Zootecnia da Universidade Federal Rural

da Amazônia como requisito para obtenção de grau

de Bacharel em Zootecnia.

Área de concentração: Processo Tecnológico de

Produtos de Origem Animal

Orientadora: Prof.ª Drª Lilian de Nazaré Santos

Dias.

PARAGOMINAS

2019

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Universidade Federal Rural da Amazônia

Bibliotecário: Milton Fernandes – CRB-2 1325

Anjos, Maiara Karoline Alves dos

Avaliação da qualidade da pescada banana (Nebris

microps, Covier 1830) refrigerado em gelo / Paragominas, PA,

2019.

45 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em

Zootecnia) - Universidade Federal Rural da Amazônia, 2019.

Orientador: Profª. Drª. Lilian de Nazaré Santos Dias

1. Análise sensorial 2. Físico-química 3. Microbiologia I.

Anjos, Maiara Karoline Alves dos II. Dias, Lilian de Nazaré

Santos (orient.) III. Título.

CDD – 639.20

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Dedico este trabalho aquele que por nenhum

momento me deixou ou cogitou em deixar, aquele

que sempre me manteve de pé mesmo não

merecendo está.

Á Deus.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo seu imenso e infinito amor, sabedoria, força, saúde, graça e paz

que tens me concedido em toda a caminhada. Por ter me guiado pelo caminho certo nos

momentos em que me vi perdida, obrigada do fundo do coração (todas as palavras não

serão possíveis para expressar meus agradecimentos).

A minha mãe, Marianei Alves pela paciência, amor, carinho, respeito,

companheirismo, ensinamentos e conselhos. Todo agradecimento é pouco por tudo que

fizeste por mim.

A toda minha família, a minha avó, aos meus primos e tios em especial Cleomar,

Antônio, Adriano e Silvia, que sempre me encorajaram a prosseguir e nunca desistir, me

dando exemplo de força, caráter e superação.

A minha prima e irmã Gleyssiane de Araújo que sempre me ouviu, aconselhou,

ajudou, me deu carinho e força, sempre vou ser grata pela sua vida!

Ao meu grande amigo Jhonata Vicenzott, que esteve ao meu lado desde o

cursinho pré-vestibular até a coleta do material para o TCC, esse sempre se mostrou

presente na minha vida, e acredito que Deus caprichou nesse presente. Aos meus

amigos Yury, Carlos, Felipe Vidal, Gabriela Amorim e todos que compõem o grupo OS

MELHORES! agradeço.

As minhas caracus (Ana Joyce, Alaire, Hellen, Mayrla e Priscila) que nesses

cinco anos de graduação foram essenciais, e a todos os colegas da zootecnia 2014.

Á Professora e amiga Lilian de Nazaré Santos Dias, que sempre disponibilizou

seu precioso tempo para me orientar, aconselhar, puxar minha orelha e contar suas

histórias que sempre rendeu em boas gargalhadas que me faziam sentir como filha, sim

ela foi uma mãe pra mim, além de ser um exemplo de profissional.

A todos os professores da UFRA-Paragominas pelas disciplinas ministradas e

ensinamentos. Em especial Prof. Cesar Garbossa, Letícia Faria, Bruno Cabral, Núbia de

Fátima, Marcos Samuel, Graziela Oliveira, Alessandra Epifânio, Vanessa Pamplona,

Kyone de Oliveira e Maria de Fátima. Meu muito obrigada!

Aos professores da UFRA-Belém, Carissa Bichara que me acolheu como filha,

nunca vou esquecer seus ensinamentos, a prof. Rosa Maria Sousa Rosa e Elias

Fernando, obrigada. Aos técnicos Cleidiane, Luciana, Michelle e a residente do LAPOA

Vanessa.

A empresa Ecomar, pelos estágios, pesquisas e aprendizado. A todos os seus

funcionários em especial Mirelle Moreira, André Costa, Maria Josseni, Josineide,

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Elivardo da Silva, Sr. Janilton, Sr. Branco, Sr. Edeilton, Dona Amarilze, Dona Diana,

Seu Fernando, meu muito obrigada.

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"Não fui eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime,

pois, o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar."

(Josué 1:9)

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RESUMO

A segurança e a qualidade dos alimentos são fatores de grande importância,

principalmente no cenário internacional. Características sensoriais são critérios para

aceitação ou não do pescado pelo consumidor. O objetivo desta pesquisa foi estabelecer

critérios específicos para avaliação da qualidade e frescor da Pescada banana (Nebris

microps), eviscerada e estocada em gelo para estabelecer o prazo de conservação da

espécie. Foram utilizados 85 exemplares de pescada banana (Nebris microps), com peso

médio de 0,400 kg, mantidos sobre refrigeração a 0±1ºC, os mesmos foram submetidos

a avaliação, sensorial, físico-química e microbiológica de 0 a 15 dias de estocagem, com

intervalo de 3 (três) dias. No protocolo desenvolvido para pescada banana observou-se o

aumento linear do índice de qualidade (IQ) ao longo do tempo de estocagem que variou

em média 3,85 a 24,88. O pH foi de 6,7 a 6,8 mantendo-se dentro dos padrões aceitos

pela legislação, a umidade obteve pouca variação de 74 a 84% e a prova de Nessler

apresentou resultados negativos quanto a presença de amônia nas amostras de pescada

banana. As análises microbiológicas quanto a CBHAM foi 6,0 a 7,7 log (UFC/g) e

CBHAP 5,6 a 7,6 log (UFC/g), quanto a detecção de Salmonella sp. os resultados foram

ausência durante o tempo de estocagem. A pescada banana armazenada em gelo

manteve as características de frescor até o 9º dia de estocagem, uma vez que os

resultados de pH, umidade e amônia não influenciaram para tal resultado. A correlação

entre as análises MIQ e as bactérias sugere que a pescada banana (Nebris microps)

inteira estocada em gelo mantém características sanitária, fresca e adequadas para

consumo no máximo até o 9º dia de armazenamento sem manter danos à saúde humana.

Palavras-chave: Análise sensorial. Físico-química. Microbiologia. Pescada

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ABSTRACT

The safety and quality of these foods are important factors, especially in the

international scenario. In detail, the characteristics that will be acceptable to consumers.

Eighty-five specimens of banana hake (Nebris microps) were used, with an average

weight of 0,400 kg, kept under refrigeration at 0 ± 1ºC, which were submitted to

sensory, physicochemical and microbiological evaluation from 0 to 15 of storage. In the

protocol developed for banana hake was observed the linear increase of the quality

index (QI) over the storage time that varied on average 3,85 to 24,88. The pH was 6.7 to

6.8 and remained within the standards accepted by the legislation, the humidity obtained

little variation from 74 to 84% and the Nessler test presented negative results regarding

the presence of ammonia in samples of hake banana. The microbiological analyzes for

CBHMA were 6.0 to 7.7 log (CFU / g) and CBHPA 5.6 to 7.6 log (CFU / g), detection

of Salmonella sp. the results were absent during the storage time. The hake banana

stored on ice kept the characteristics of freshness until the 9th day of storage, since the

results of pH, humidity and ammonia did not influence this result The correlation

between MIQ analyzes and bacteria suggests that hake banana (Nebris microps) stored

in ice maintains sanitary characteristics fresh and suitable for maximum consumption up

to the 9th day of storage without damaging human health.

Keywords: Sensory analysis. Physicochemical. Microbiology. Hake

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Pescada banana (Nebris microps) ............................................................ 19

Figura 2- Pescada banana (Nebris microps) acondicionada em gelo ........................ 28

Figura 3- Pescada banana (Nebris microps) acondicionada em bandeja para ser

avaliada ......................................................................................................29

Figura 4- Julgador avaliando os atributos de qualidade da pescada banana (Nebris

microps)................................................................................................................... .......29

Figura 5- phmetro e amostra de pescada banana (Nebris microps).........................30

Figura 6- Reagente e equipamentos para prova de Nessler.....................................31

Figura 7- Rappaport Vassiliads e Tetrationato para o enriquecimento seletivo de

Salmonella sp...................................................................................................................31

Figura 8- Evolução de alguns atributos de qualidade da pescada banana (Nebris

microps) inteira e estocada em gelo por 15 dias..............................................................34

Figura 9- Resultado da prova de Nessler em amostras da pescada banana (Nebris

microps) inteira e estocada em gelo por 15 dias..............................................................37

Figura 10- Mesófilas cultivadas em placas de Petri por 72 horas a 30ºC..................38

Figura 11- Psicotróficas cultivadas em placas de Petri por 10dias a 7ºC..................40

Figura 12- Plaqueamento Verde Brilhante e Ágar Salmanella-Shiguella para o

isolamento das colônias...................................................................................................40

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 - Representação gráfica dos escores da pescada banana (Nebris microps)

inteira e estocada em gelo por 15 dias. ........................................................................... 35

Gráfico 2 - Representação gráfica dos valores médios obtidos pelas análises de pH

realizada na pescada banana (Nebris micros) inteira e estocada em gelo por 15 dias. .. 36

Gráfico 3 - Representação gráfica dos valores médios obtidos por CBHAM e CBHAP

em log (UFC/g-1

) realizada na pescada banana (Nebris micros) inteira e estocada em

gelo por 15 dias............ .................................................................................................. 39

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Estudos desenvolvidos para avaliação da qualidade do peixe fresco,

utilizando o protocolo MIQ. ..........................................................................................22

Tabela 2 - Escores obtidos através do (MIQ) realizado na pescada banana (Nebris

microps) inteira e estocada em gelo por 15 dias..............................................................33

Tabela 3 – Modelo de equação de regressão, coeficiente de determinação (R²) e valor

de P. referentes a CBHAM e CBHAP em função do tempo de estocagem

de 15 dias da pescada banana (Nebris microps) ........................................ 39

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANVISA Agência Nacional Sanitária

BVT Bases voláteis totais

º C Grau Celsius

CBHAM Contagem de Bactérias Heterotróficas Aeróbias Mesófilas

CBHAP Contagem de Bactérias Heterotróficas Aeróbias Psicotróficas

CM Centímetros

CMFS International Commision Microbiological Specification for Foods

CTA Centro Tecnológico Agrário

DMA Dimetilamina

FAO Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura

g Gramas

IQ Índice de Qualidade

MMA Monotilamina

MIQ Método Índice de Qualidade

log Logaritmo decimal

LANARA Inseminação Artificial

LAPOA Inseminação Artificial em Tempo Fixo

P Probabilidade de significância

pH Potencial hidrogeniônico

QIM Quality Index Method

R2 Hormônio Luteinizante

RIISPOA Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitário de Produtos de Origem

Animal

SSP Solução Salina Peptonada

TMA Trimetilamina

UFC Unidade formadora de colônia

+ Positivo

- Negativo

% Porcentagem

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 16

3 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 18

3.1 Características da Pescada Banana .................................................................... 18

3.2 Deterioração do Pescado: .................................................................................... 18

3.3 Característica de Qualidade de Peixe Fresco: ................................................... 19

3.4 Método Índice de Qualidade, Físico-Química e Microbiológica para Peixes ... 20

3.4.1 Método Índice de Qualidade (MIQ) ................................................................... 20

3.4.2 Análises Físico-Química ..................................................................................... 21

3.4.2.1 pH ....................................................................................................................... 21

3.4.2.2 Umidade ............................................................................................................. 22

3.2.2.3. NH3 .................................................................................................................... 23

3.4.3 Análises Bacteriológicas ..................................................................................... 23

3.4.3.1 Contagem Bactérias Heterotróficas Aeróbicas Mesofilos (CBHAM) e Contagem

Bactérias Heterotróficas Aeróbicas Psicrotróficos (CBHAP) ........................................ 24

3.4.3.2 Salmonella sp. ..................................................................................................... 25

4 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 27

4.1 Análises Sensoriais ............................................................................................... 27

4.2 Análises Físico-Química ...................................................................................... 29

4.2.1 pH ........................................................................................................................ 29

4.2.2 NH3 ..................................................................................................................... 29

4.2.3 Avaliação de Umidade ........................................................................................ 30

4.3 Avaliação Microbiológica .................................................................................... 30

4.4 Análises Estatísticas ............................................................................................. 31

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 32

6 CONCLUSÃO...........................................................................................................41

REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO....................................................................40

APÊNDICE..............................................................................................................45

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16

1 INTRODUÇÃO

Até 2025, o Brasil deve apresentar um crescimento de 104% nas áreas pesqueira

e aquícola, colocando-o como o maior da América Latina, seguido pelo México

(54,2%) e Argentina (53,9%). Este cenário será em decorrência do aumento dos

investimentos que estão sendo atribuídos a essas áreas, o aumento expressivo pelo

consumo humano, direta e indiretamente pelo pescado, contribui para o crescimento da

demanda (FAO, 2016).

Os brasileiros vêm adotando hábitos alimentares mais saudáveis e o pescado por

apresentar altos valores nutricionais é considerado um alimento indicado para as dietas,

através da sua composição em cálcio, fosforo e ferro, proteínas e aminoácidos

essenciais, destacando-se ômega-3 entre outros (GALVÃO; OETTERER, 2014). Com

isso a procura pelo mesmo vem se destacando, levando o maior crescimento per capita,

sendo uma característica mundial (PACHECO et al., 2004).

O pescado pode apresentar algumas características indesejáveis para o

consumidor, como as ações de microrganismos deterioradores ou patogênicos, pois

desde a captura do pescado até a exposição aos consumidores exige-se atenção voltada

para os mesmos, pois é um produto altamente perecível (ALMEIDA FILHO, 2002).

A segurança e a qualidade desses alimentos são fatores de grande importância

principalmente no cenário internacional. Em mínimos detalhes são observadas as

características que serão ou não aceitáveis para o consumidor (AMARAL; FREITAS,

2013). Métodos como microbiológicos, físico-químicos e sensoriais são indispensáveis

para análise da qualidade do pescado nas indústrias, sendo fatores essenciais para saber

o resultado final da qualidade do produto (BERNADI, 2012).

No intuito de garantir a qualidade do peixe fresco, nos últimos anos houve um

progresso em relação à avaliação do frescor, principalmente no âmbito internacional.

Uma ferramenta denominada como Método de Índice de Qualidade (MIQ) é

considerado importante para avaliação do frescor de peixe, de maneira rápida e direta

(AMARAL; FREIRAS, 2013). Este método vem sendo utilizado para a mensuração da

qualidade do pescado, onde pode ser ajustado a particularidade de cada espécie a ser

estudada (SVEINSDOTTIR et al., 2003).

Neste sentido, a pescada banana (Nebris microps) é um peixe apreciado pelo

consumidor principalmente no mercado externo. No entanto, não é muito encontrada

nas feiras e supermercados de forma in natura em comparação as outras espécies de

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peixes. pois apresenta um baixo valor comercial. Quando processada, agrega-se ao

produto valores comerciais significativos (SANTANA, 2017).

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Estabelecer critérios específicos para avaliação da qualidade e frescor da

espécie (Nebris microps) Pescada banana, eviscerada e estocada em gelo para

estabelecer o prazo de conservação da espécie.

2.2 Objetivo Especifico

Desenvolver e aplicar um protocolo MIQ para avaliação da qualidade sensorial

da Pescada banana (Nebris microps) estocada em gelo;

Realizar a contagem de bactérias heterotróficas aeróbias mesófilas e

psicotróficas;

Verificar presença ou ausência de Salmonela sp.

Acompanhar as alterações físico-químicas durante a estocagem;

Indicar os parâmetros mais adequados para avaliação da qualidade e propor

limites de aceitação para a espécie.

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18

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Características da pescada banana

Apresenta-se com nome comum pescada banana (Nebris microps, Covier 1830),

tendo como característica o corpo subfusiforme, com cabeça medindo em média 4 a 4,5

cm (centímetros) de comprimento, olhos bem pequenos, e boca considerada grande em

comparação ao tamanho da cabeça (Figura 1), outra característica das espécies é seu

corpo todo recoberto por escamas cicloides. O mesmo se alimenta basicamente de

crustáceos, macro e microplânctons (VAZZOLER, 1968).

Pode ser encontrada em pequenas profundidades próximo à costa americana,

desde a Florida nos Estado Unidos até o Sudeste do Brasil, quanto a sua

comercialização é feita geralmente a salga ou fresco (CHAO, 1978; PAIVA FILHO;

CERGOLE, 1988).

Bernardo et al. (2011) ao fazer pescada de arrasto no Paraná identificou a

pescada banana como abundante naquela região representando 1,9% das espécies

capturas, afirma ainda, que podem ser encontra em maior número de indivíduos até os

6m de profundidade. Quanto a sexualidade, as fêmeas apesentam tamanhos maiores que

os machos (BERNARDO et al, 2011).

Figura 1 – Pescada Banana (Nebris microps)

Fonte: Arquivo Pessoal, 2019

3.2 Deterioração do pescado:

O pescado é considerado um alimento altamente perecível por apresentar

algumas características intrínsecas como, tecido conjuntivo frouxo, rápida instalação da

fase de rigidez post mortem, alta quantidade de água, proteínas e liberação de muco que

servem como substrato para os microrganismos (BARTOLOMEU, 2011).

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19

Estas características contribuem, no entanto existem outros fatores que aceleram

a deterioração, tais como tempo de exposição e estocagem, manipulação, manejo de

abate, conservação em altas temperaturas, características físico-químicas do animal e

dentre outros (GALVÃO; OETTERER, 2014). Esses processos deteriorantes envolvem

também atividade enzimática, rancificação de gorduras e ação de microrganismos

presentes em sua superfície, guelras e trato intestinal (LEITÃO, 1997).

Devido a estes fatores, o pescado é extremamente vulnerável a alterações

sensoriais, microbiológica e físico-química que pode ser resultado da ação da oxidação

lipídica ou hidrólise de proteínas, ou da atividade metabólica da microbiota que habita

ou contamina o mesmo. O mesmo autor afirma que métodos para avaliação sensorial,

microbiológico e físico-químico devem ser associados, sendo que cada um possui uma

limitação opcional (ANDRADE, 2014).

Por ser complexo o processo de deterioramento, a confiabilidade dos resultados

é maior quando utilizamos um conjunto de métodos de avaliação da qualidade do

pescado e não apenas um (MARTINS, 2014).

3.3 Característica de qualidade de peixe fresco:

Quando citado a qualidade do pescado geralmente lembra-se das características

como: aparência, cor, cheiro, ausência de bactérias patológicas e deteriorantes que

podem estar presentes no produto (ESTEVES, 2007).

A qualidade do pescado envolve uma série de fatores que influenciam no seu

frescor que são considerados essencial e no âmbito de garantia da qualidade deve ser

levado em consideração toda a cadeia produtiva (ESTEVES, 2007).

De acordo com o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de

Origem Animal – RIISPOA (BRASIL, 2017 p.35), considera-se fresco conforme a

particularidade de cada espécie tais características:

a) Superfície de corpo limpa, com relativo brilho metálico e reflexos

multicores próprio da espécie sem qualquer pigmentação estranha;

b) olhos claros, vivos, brilhantes, luzentes, convexos, transparentes,

ocupando toda a cavidade orbitária;

c) brânquias ou guelras róseas ou vermelhas, úmidas e brilhantes

com odor natural, próprio e suave;

d) abdome com forma normal, firme, não deixando impressão

duradoura à pressão dos dedos;

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e) escamas brilhantes, bem aderentes, à pele e nadadeira

apresentando certa resistência aos movimentos provocados;

f) carne firme, consistência elástica, da cor própria das espécies;

g) vísceras integras, perfeitamente diferenciadas, peritônio aderente à

parede da cavidade celomática;

h) ânus fechado; e

i) odor próprio, característico da espécie.

Desde a captura até o momento da comercialização o pescado vai perdendo

qualidade, influenciados por fatores de manipulação, captura e armazenamento ou

características intrínsecas relacionadas ao produto da pesca (BERNARDI, 2012).

3.4 Método Índice de Qualidade, Análises Físico-química e Microbiológicas

para peixes

Devido as suas características individuais o pescado é extremamente vulnerável

a alterações sensoriais, microbiológica e físico-química que pode ser resultado da ação

da oxidação lipídica ou hidrólise de proteínas, ou da atividade metabólica da microbiota

que habita ou contaminação do mesmo (ANDRADE, 2014).

3.4.1 Método Índice de Qualidade (MIQ)

A avaliação sensorial é definida pelos órgãos dos sentidos da visão, olfato,

paladar, tato e audição que são o suficiente para entender, medir, analisar e interpretar

as características dos alimentos (ABNT, 1993). Um método descritivo muito utilizado

na Europa conhecido como Método Índice de Qualidade (MIQ) ou Quality Index

Method (QIM) que foi desenvolvido na Tasmanian Food Research Unt (BRENER

1985).

Os atributos avaliados são dados por um escore que varia de 0 a 3, sendo que

quanto mais próximo de 0 (zero), maior o nível de frescor do pescado, conforme a

pontuação for aumentando, as características indesejáveis vão se evidenciando. Podendo

haver repúdio do produto pelo consumidor. A pontuação das características obtidas é

somada para uma pontuação sensorial final, o denominado índice de qualidade (IQ)

(SVEINSDOTTIR et al., 2003).

Conforme o período de estocagem o pescado modifica suas características de

frescor, onde podemos pontua-las em protocolos desenvolvidos para espécie em

questão, como pode ser observado no (Apêndice 1), (SVEINSDOTTIR et al., 2003).

Após vários estudos, o método foi adaptado para muitas espécies de pescado

(Tabela 1) (SVEINSDÓTTIR et al., 2002).

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Tabela 1 – Estudos desenvolvidos para avaliação da qualidade do peixe fresco,

utilizando o protocolo MIQ.

Nome comum Nome cientifico Referência Local

Salmão (Salmo salar) SVEINSDÓTTIR et al

(2002)

Islândia

Sardinha marroquina (Sardina

pilchardus)

TRIQUI; BOUCHRITI

(2003)

Marrocos

Piramutaba (brachyplastytoma

vailantii)

MARINHO (2011) Brasil

Pescada Gó (Macrodon

ancylodon)

ALVES (2016) Brasil

Corvina (Micropogonias

furnieri)

TEIXEIRA et al. (2009) Brasil

Sardinhas (Sardinella

brasiliensis)

SILVA (2010) Brasil

Fonte: Elaboração própria, 2019

3.4.2 Análises Físico-Química

As alterações que ocorrem no pescado após sua morte, são difíceis de serem

distinguidas quanto à procedência, que podem advir de atividades microbianas ou

enzimáticas. A espécie do pescado e o manuseio recebido antes da morte influencia

bastante nos processos deteriorantes (MAIA, 1999).

Salienta-se que a classe e quantidade de substâncias extrativas nitrogenadas

disponíveis nos músculos na forma de aminoácidos livres, peptídeos simples como

anserina e glutationa, óxido de trimetilamina, creatina e taurina exercem importante

papel no aparecimento de outros como, pH. Amônia que resultará da degradação, uma

vez que a presença destas substâncias extrativas constitui o ponto fundamental de

partida para a atividade dos microrganismos (MAIA, 1999).

3.4.2.1 pH

As análises de pH são muito importantes não somente para detectar a qualidade

de pescado, mas também de outros tipos de alimentos, pois sabemos que através do pH

podemos distinguir o tempo de prateleira e o potencial para o consumo do mesmo. O

pescado é um alimento considerado de acidez baixa por apresentar um pH maior que 4,5

(MARTINS, 2014).

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De acordo com RIISPOA, estabelece pH 7,00 para os peixes na musculatura

(BRASIL, 2017). Entretanto, a avaliação do pH isoladamente não é um ponto de alta

relevância, pois o mesmo pode variar entre as espécies, modo de captura, nutrição entre

outros. A captura pode provocar estresse ao animal o que afetaria o rigor mortis

ocasionando um pH muito auto >6,4 depois da captura ou muito baixo <5,4 (CHAGAS

et al., 2010).

Apesar que a mensuração de pH de precisão apresenta resultados confiáveis, não

podemos afirmar que somente o mesmo indicará a qualidade do pescado. Por isso, o uso

dos métodos sensoriais e microbiológicos associados para se ter mais confiabilidade nos

resultados (OQAWA, 1999)

Martins (2014) apresentou na musculatura de pacu (Piaractus mesopotamicus)

pH 6,00 nas amostras dos tempos iniciais e 6,4 na musculatura com 19 dias de

estocagem em gelo. Sales (1988) e Siqueira (2001) também realizaram estudos

utilizando a tilápia e observaram que desde o primeiro dia de estocagem os valores de

pH encontravam-se fora dos limites, respectivamente 6,7 e 6,6. Araújo (2013) observou

valores que variaram de 6,01 ± 0,01 a 6,57 ±0,02 nos 30 dias de estocagem de tambaqui

(Colossoma macropomum) conservado em gelo.

3.4.2.2 Umidade

A água contida nos alimentos pode ser encontrada de forma livre, quando não se

tem nenhuma estrutura ligada molecularmente dentro das células, ou seja, se encontra

em um estado facilmente de ser removível e é determinada pela maioria dos métodos,

contendo a maioria da água contida na célula (MORETTO, 2008).

Dependo da época do ano, o sexo, estado nutricional e a idade, o pescado pode

sofrer influência de 60 a 85% nos teores de umidade e lipídio (SCHMIDT, 2004). No

entanto, para essas avaliações as capturas dos exemplares ideais que sejam no mesmo

lugar e quanto aos pesos apresentem a mesma categoria (MOSSAGO et al., 2006).

A determinação de umidade dos alimentos é uma das medidas mais importantes

e utilizadas nas análises dos alimentos, a mesma está relacionada na sua qualidade,

estabilidade, composição e entre outros parâmetros que irá influenciar. Algumas

características como estocagem que com o passar dos dias, poderá ter um aumento da

umidade e consequentemente, acelera a deterioração; a embalagem, se permitir umidade

excessiva irá deteriorar mais rápido; processamento dependendo do tempo e do tipo

influenciará fortemente na sua textura (FOGAÇA, 2009).

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3.2.2.3. NH3

A concentração de amônia no tecido muscular dos peixes estocados em gelo,

aumentam gradativamente com o tempo de armazenamento justamente por causa das

transformações bacteriológicas e enzimáticas que as compõem, e são responsáveis pelos

odores e deterioração que é apresentada no pescado (GRAM; GALGAARD, 2002).

A avaliação do estado de deterioração do pescado consiste em um conjunto de

bases como Trimetilamina (TMA), dimetilamina (DMA), monometilamina (MMA) e

traços de propalamina que irão propor em sua quantidade o estado em que o pescado se

encontra, aceitável ou não (MARINHO, 2011). Entre esses compostos, podem ser

avaliados por uma característica química denominada de Bases Voláteis Totais (BVT)

que é utilizada oficialmente para detectar o frescor do pescado (MÁRSICO et al., 2009).

De acordo com RIISPOA os números de bases voláteis totais são 30mg de

nitrogênio/100g de tecido muscular, que é permitido de acordo com BRASIL (2017),

nos quais envolvem pescados frescos, resfriados ou congelados. De acordo com

Bernardi (2012), o pescado pode apresentar níveis baixos de BVT e mesmo assim

demostrarem rejeição para o consumo.

Umas das análises que podem ser realizadas é a Prova de Nessler que monitora

esses níveis metabólicos (BERNARDI, 2012). O reagente é uma solução alcalina de

tetradiomercurato de potássio. Este ao reagir com amônia, forma um complexo de

coloração amarelo avermelhada ou vermelho, dependo da quantidade de amônia contida

na amostra, em sua ausência a coloração será amarelo esverdeada (MÁRSICO, 2004).

Romão et al (2001) avaliaram amostras de pescado no comercio de Rio de

Janeiro com a prova de Nessler, no intuito de observar índices de qualidade. Apenas

10% das amostras obtidas estavam dentro dos padrões da legislação vigente

Bernardi (2012) encontrou presença de amônia no 7º dia de estocagem através

da prova de Nessler em peixe sapo (Lophius gastrophysus) entocado em gelo. Vicente

(2005) identificou presença de amônia em corvinas (Micropogonias furnieri) e

sardinhas (Sardinella brasiliensis), obtidos em comércio varejista de São Gonçalo, Rio

de Janeiro.

3.4.3 Análises Bacteriológicas

Existem fatores que influenciam consideravelmente nos resultados das análises

de contagem de bactérias, tais como: o tipo de captura por arrasto, pois a rede entrando

em contato com o fundo podem expor o pescado a contato com diferentes tipos de

bactérias; temperatura, sabendo-se que dependendo de serem de águas tropicais ou

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temperadas a quantidade de microrganismos também vão ser diferentes e a espécie, pois

a própria composição química do pescado irá resultar em diferentes microrganismos

(VICENTE, 2005).

A musculatura que é a parte interna do pescado, é considerada estéril desde que

o mesmo esteja saudável, pois a microbiota que os compõem são provenientes do muco

que os revestem, das brânquias e intestino. A manipulação da captura até o produto

final, senão feita de maneira adequada podem contribuir para a proliferação dos

microrganismos e assim diminuirá o tempo de prateleira do mesmo ou até mesmo o

descarte do alimento (BERNARDI, 2012; JAY, 2005; LYHS, 2009; MARTINS, 2014).

De acordo com Gram e Dalgaard (2002) e Jay (2005) a contagem das bactérias

tem como padrões índices de qualidade com objetivo de detectar o tempo de duração do

pescado refrigerado. Sendo que são bactérias capazes de formar colônias em meios e

uma determinada temperatura, com isso serem quantificadas. Entre as análises

utilizadas para estabelece a qualidade do produto, tem-se a Contagem Bactérias

Heterotróficas Aeróbicas Mesofilos (CBHAM), Contagem Bactérias Heterotróficas

Aeróbicas Psicrotróficos (CBHAP) e Salmonella sp.

3.4.3.1 Contagem Bactérias Heterotróficas Aeróbicas Mesofilos (CBHAM) e Contagem

Bactérias Heterotróficas Aeróbicas Psicrotróficos (CBHAP)

As CBHAM e CBHAP são empregadas como microrganismos indicadores de

manipulação com pouca ou nula higienização, mesmo que o pescado não apresente

deterioração ou microrganismos patogênicos. Grandes quantidades desses

microrganismos podem causar danos à saúde humana (BERNARDI, 2011). No entanto,

a legislação brasileira não estipula valores aceitáveis para esses microrganismos. Mas

em 2005, a International Commission on Microbiological Specifications for Foods

(ICMSF) estabeleceu como limite aceitável o máximo de 7 log UFC/g na superfície da

musculatura do pescado.

As mesófilas são bactérias que crescem em temperatura entre 35° a 37°C,

margem a qual se encontram muitas bactérias deterioradoras. São boas indicadoras de

segurança alimentar. O alimento perecível pode indicar temperatura elevada em relação

ao binômio tempo/temperatura. Além disso, muitas bactérias patogênicas de origem

alimentar são mesófilas (RODRIGUES et al., 2003).

Em relação às psicotróficas, desenvolvem-se sob refrigeração entre 0°C a 7°C,

podendo de estender até 20°C. Estas são um subgrupo das mesófilas que é comumente

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se desenvolverem em alimentos refrigerados, podendo serem observadas em cultivos

que vão de 7 a 10 dias de incubações. Dentro das psicotróficas, existem as bactérias que

são patogénicas ao ser humano como exemplo: Aeromonas hidroplila, Vibrio cólera,

Salmonella sp. (MARINHO, 2011)

Teixeira et al. (2009) encontraram no primeiro dia de estocagem 9,5l log UFC.g-

1 de bactérias mesófilas e 1,0 log UFC.g

-1 de psicotróficas na musculatura de corvina

(Micropogonias furnieri). Ao 28º dia de observação os valores foram 3,0 9,5l log

UFC.g-1

para mesófilas e 4,2 9,5l log UFC.g-1

para psicotróficas.

Marinho (2011), observou crescimento de CBPHAP foi maior no 4º dia de

estocagem, enquanto CBHAM variou de 3,78 a 4,65 log UFC.g-1

nesse mesmo dia, as

amostras de piramutaba (Brachyplatystoma vaillantii) não atingiram o limite máximo

permitida por ICMSF (1986) até o 18° dia de estocagem.

Araújo (2013) ao fazer as CBHAM em tambaquis (Colossoma macropomum)

estocados em gelo por 30 dias, apresentou 2,44 a 7,95 log UFC/g, tais valores

permitidos por ICMSF (1986), quanto para CBHAP 1,70 a 7,67 log UFC/g, que

ultrapasso o limite recomendado após o 26º dia de estocagem.

Borges et al. (2013) avaliaram pacu (P. mesopotamicus) eviscerado e

armazenados em gelo por 17 dias, onde a CBHAM foram de 3,30 a 10,30 log UFC/g e

CBHAP, 2,47 a 10,04 log UFC/g e concluiu que o mesmo se apresenta apto para

consumo até o 11º de prateleira.

3.4.3.2 Salmonella sp.

Como sendo uma das principais bactérias responsável por surtos de doenças de

origem alimentar, a Salmonella vem sendo bastante estudada pois é responsável pelas

doenças como febre tifóide, febre entérica e enterocolites, causando impactos tanto na

saúde quanto na economia mundial, e como alvo tem os seres humano e animais (JAY,

2005).

Comumente é encontrada no trato intestinal dos animais, principalmente nas

aves como perus e galinhas, mas também em suínos, bovinos e equídeos. Alimentos

como carnes malcozidas, ovos e seus derivados, leite cru e seus derivados também são

veículos mais frequentes da disseminação do microrganismo, o mesmo também pode

ser encontrado em estado de péssima higienização e contaminação cruzada de empresas

e indústrias alimentícias no processamento de alimentos de origem animal e vegetal

(FRANCHIN, 2008).

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De acordo com a Resolução da Agência Nacional Sanitária (ANVISA), RDC nº.

12, do ministério da saúde, de 2 de janeiro de 2001, rege os alimentos com presença de

Salmonella sp. são impropria para consumo (BRASIL, 2001).

Em trabalho realizado com Tambaqui (Colossoma macropomum) estocado em

gelo, foi coletado amostras nos dias 0, 19 e 30 e resultou em ausência de Salmonella sp.

em 25g (ARAÚJO, 2013).

Alves (2016) realizou teste de presença ou ausência de Salmonella sp. em

pescada gó (Macrodon ancylodon), onde se coletou amostras nos dias 1, 11 e 18, e

microrganismo se fez ausente.

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

Foram utilizadas 85 amostras de pescada banana (Nebris microps), com peso

médio de 0,400 kg, provenientes de pesca extrativista em uma indústria de

beneficiamento de pescados em Vigia de Nazaré, município do estado do Pará,

localizada na mesorregião nordeste paraense.

O pescado avaliado foi capturado no último arrasto e assim lavados com água

clorada e logo foram armazenados em gelo. As amostras foram acondicionadas com

gelo na proporção 2:1 (duas camadas de gelo para uma de peixe) (Figura 2), com

temperatura média de 0° ± 5°C. Na indústria, foram seguidas essas mesmas normas e

diariamente eram observadas as condições de gelo e providenciado a reposição do

mesmo.

Figura 2 – Pescada banana (Nebris microps) acondicionada em gelo.

Fonte: Arquivo pessoal, 2019

*A) pescada banana sobre o gelo; B) pescada banana recebendo segunda camada de gelo

4.1 Análises sensoriais

Foi aplicado o método de índice de qualidade (MIQ) que foi desenvolvido para

pescada banana baseado na metodologia descrita por Sveinsdottir et al. (2002),

correspondendo assim suas características intrínsecas. Antes da aplicação do mesmo foi

realizado treinamento com os julgadores que já possuem experiência com manipulação

e características do referido.

As amostras foram avaliadas nos tempos 0, 3, 6, 9, 12 e 15. Para as avaliações

sensoriais a empresa disponibilizou 8 dos funcionários nos quais foram treinados para

fazer as avaliações sensoriais IQ (índice de qualidade). Antes dos julgamentos, as

amostras eram retiradas do gelo 30 minutos antes das avaliações no intuito de ficar a

temperatura ambiente e colocadas em bandejas plásticas brancas, devidamente

higienizadas (Figura 3). Cada julgador recebia com ele, um par de luvas, prancheta com

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folha de avaliação e caneta (Figura 4). Estes observaram aparência, textura, odor,

presença de muco, firmeza muscular, opacidade da córnea, proeminência dos olhos, nas

orbitas, odor e muco da boca, cheiro e cor das brânquias, bem como foram levados em

consideração por cada julgador o fescor, onde eram listados em uma folha de avaliação.

Figura 3 – Pescada banana (Nebris microps) acondicionada em bandeja para ser

avaliada

Fonte: Arquivo pessoal, 2019

Figura 4 – Julgador avaliando os atributos de qualidade da pescada banana (Nebris

microps)

Fonte: Arquivo pessoal, 2019

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4.2 Análises físico-química

As analises físico-química foram realizadas no laboratório do prédio do Centro

Tecnológico Agrário (CTA) que fica localizado na Universidade Federal Rural da

Amazônia- Campus Belém. Foi utilizado 1 (um) amostra de peixe escolhida de maneira

aleatória em cada dia avaliado com peso em média de 0,400kg, onde do mesmo era

retirado o filé e fazia-se a maceração até atingir o ponto de massa homogênea.

4.2.1 pH

A determinação de pH foi realizada de acordo com a técnica descrita pelo

manual LANARA (BRASIL, 1981), onde consiste em pesar-se 50g da amostra em um

Becker de 100ml e introduzir o eletrodo diretamente na amostra e assim anotar o

resultado emitido (Figura 5). Foi realizado a triplicata para melhor os resultados das

amostras.

Figura 5 – pHmetro e amostra de pescada banana (Nebris microps)

Fonte: Arquivo pessoal, 2019

4.2.2 NH3

A metodologia utilizada para detecção de amônia foi a prova de Nessler de

acordo com a descrição do manual LANARA, onde se constitui em pesar 10g da

amostra macerada e mistura-la em 50mL de água destilada, filtrando-se a amostra. Em

um tubo de ensaio é adicionado 2mL do reagente Nessler, posteriormente 10 gotas do

filtrado (Figura 6). Considera-se resultado negativo quando apresenta cor amarelo

esverdeado e positivo quando laranja avermelhado. Foi realizado em triplicata para

melhores resultados.

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Figura 6 – Reagente e equipamentos para prova de Nessler

Fonte: Arquivo pessoal, 2019

4.2.3 Avaliação de umidade

Avaliação da umidade das amostras consistiu de acordo com a descrição do

manual LANARA (BRASIL, 1981), onde pesa-se 2g da amostra e coloca-se em estufa

há 105°C e deixa por 24 horas, depois é verificada a pesagem e colocada novamente e

assim verificada de hora em hora, onde o menor valor é levado em consideração. A

mesma foi realizada nos dias 0, 06 e 12, sendo assim intercalados.

4.3 Avaliação microbiológica

Avaliação microbiológica foi realizada no Laboratório de Análises de Produtos

de Origem Animal (LAPOA), localizado na Universidade Federal Rural da Amazônia

Campus Belém. Foram realizadas a contagem de bactérias heterotróficas aeróbias

mesófilas (CBHAM) e psicotróficas (CBHAP) nos tempos 0, 3, 6, 9, 12 e 15, em

duplicada, e presença/ausência de Salmonella sp. nos tempos 0 e 15 dias de

armazenamento em gelo.

As análises foram realizadas segundo metodologia preconizada por Brasil (2018)

através do Manual de Métodos Oficiais para Análise de Alimentos de Origem Animal.

As amostras foram manipuladas em câmaras esterilizadas, submetidas a luz ultravioleta

por 15 minutos e sanitizada com álcool 70%.

Após a remoção da pele do pescado foram pesados em embalagens estéreis 25

gramas de músculo de cada amostra e adicionado 250 mL de solução salina peptonada

(SSP) 0,1%, correspondente a diluição 10-1

, e procedidas diluições subsequentes até 10-

6.

Para a CBHAM, utilizou-se a técnica de plaqueamento por profundidade, onde

adicionou-se 1mL de cada diluição e em seguida, 15-20 mL de Agar Padrão de

Contagem (APC) em placa de Petri estéril (Figura 7). Após solidificação, as placas

foram incubadas invertidas 30ºC por 72 horas.

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Para a CBHAP, utilizou-se a técnica de plaqueamento em superfície, onde 0,1

mL de cada diluição foi adicionado em placas contendo APC e posterior incubação à

7°C por 10 dias (Figura 8). Os resultados foram expressos em log10 de Unidades

Formadoras de Colônias por grama de amostra (UFC.g-1

).

Para identificação de Salmonella sp., realizou-se a etapa de pré-enriquecimento,

onde a amostra referente à diluição 10-1 foi incubada à 36ºC por 18 a 24 horas. Após

essa etapa, utilizou-se os meios Rappaport Vassiliads e Tetrationato para o

enriquecimento seletivo (Figura 7). Para o plaquemento diferencial, foram utilizados o

Ágar Salmanella-Shiguella e Verde Brilhante para o isolamento das colônias. No caso

de colônias típicas em cada meio de cultivo, procedeu-se a identificação bioquímica e

sorológica das colônias. Os resultados foram expressos como presença ou ausência de

Salmonella sp. em 25 gramas de amostra.

Figura 7 – Rappaport Vassiliads e Tetrationato para o enriquecimento seletivo de

Salmonella sp.

*A) Rappaport Vassiliads **B) Tetrationato

Fonte: Arquivo pessoal

4.4 Análises Estatísticas

Para análise das informações e dos dados os elementos foram digitalizados em

planilhas Microsoft Excel em seguida procedeu-se em análises de regressão linear

simples através do software R.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

No início da estocagem, a pescada banana apresentou características desejáveis

pelos julgadores, tais como: brilho, firmeza, clareza e cheiro agradável, com o passar

dos dias tais características atingiram o ponto de causar repúdio aos colaboradores. Os

intervalos dos escores observados pelos 8 (oito) julgadores que obteve como média no

1º dia de observação foi de 3,88 e no 15º dia 24,87, tomando-se nota que o MIQ se

aumentava com o passar dos dias (Tabela 2).

Tabela 2: Escores obtidos através do (MIQ) realizado na pescada banana (Nebris

microps) inteira e estocada em gelo por 15 dias.

Dias (tempos)

de estocagem

Escores

Média Desvio padrão

0 3,88 4,15

03 8,12 5,71

06 9,50 4,69

09 17,12 3,27

12 19,17 3,48

15 24,87 6,17

Fonte: Elaboração própria, 2019

Tratando-se das modificações visuais ficaram mais alteradas a partir do 9º dia de

estocagem (Figura 8), onde o odor foi se tornando mais amoniacal, textura da carne

mais mole, a perda do brilho dos olhos e o orifício anal foi abrindo.

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Figura 8 – Evolução de alguns atributos de qualidade avaliados da pescada banana

(Nebris microps) inteira e estocada em gelo por 15 dias.

Fonte: Arquivo pessoal

*Dias 0. **Dia 9, **Dia 15

Alves (2016) ao observar pescada gó (Macrodon ancylodon), verificou que os

atributos aumentaram linearmente, exceto os parâmetros para olhos e ânus, sugerindo

que esses parâmetros apresentam baixa influencia no IQ. Tais resultados se

diferenciaram com o presente trabalho, pois alterações sensoriais aumentavam com os

dias de estocagem.

Bernardi (2011) observou odor mais concentrado a partir do 7º ao 9° dia de

estocagem de peixe-sapo (L. gastrophysus) estocado em gelo, onde a modificação da

carne ocorreu a partir do 14º dia de estocagem, quanto aos olhos apresentou-se opacos

no 9º dia de estocagem. Tais resultados corroboram com este estudo, pois a partir do 9º

dia de estocagem nossas amostras apresentaram essas características.

Analisando-se a média dos índices dos avaliadores ao longo dos dias de

estocagem, nota-se uma relação linear entre os mesmos, o que estabeleceu que com o

passar dos dias o produto conservado em gelo passou a ter parâmetros mais elevados

quanto a sua qualidade.

O modelo de regressão linear utilizado para estabelecer está relação, apresenta-

se de forma significativa considerando um nível de 5% (0,005) (Gráfico 1).

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Gráfico 1 – Representação gráfica dos escores da pescada banana (Nebris microps)

inteira e estocada em gelo por 15 dias.

Fonte: Elaboração própria, 2019

*Valor significativo à 0,05

Quanto ao tempo de estocagem, os julgadores demonstraram aceitação até o te

9º dia e repúdio a partir do 12º dia. Sensorialmente, a pescada gó (Macrodon

ancylodon) apresentou-se impropria para consumo a partir de 14º dias de

armazenamento (ALVES, 2016).

Teixeira et al., 2009) estudaram corvina (Micropogonias furnieri), o IQ foi

aceito sem risco de consumo até o 14º dia estocada em temperatura de 0ºC. Andrade

(2014) ao observar tainhas (Mugil platanus) estocada em gelo sobre temperaturas de

(0+1ºC) garantiu bons IQ até o 14 dia de estocagem para este pescado. Billar dos Santos

et al. (2014) encontraram vida de prateleira em média de 9 dias para pescada amarela

(Cynoscion acoupa).

Na avaliação de pH, o mesmo obteve oscilações que podem terem sido causadas

pela variação da temperatura durante o armazenamento (Gráfico 2), sendo que o mesmo

apresentou 6,7 no 1º dia de estocagem e 6,8 no 15º. De acordo com Brasil (2017), tais

valores se encontram dentro das normas, pois o valor máximo estabelecido para peixe

fresco é 7,0.

y = 1.3867x + 3.3667

R² = 0.9732

valor -p = 0.0003

0

5

10

15

20

25

30

0 5 10 15 20

MIQ

Dias (tempo)

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Gráfico 2 – Representação gráfica dos valores médios obtidos pelas análises de pH

realizada na pescada banana (Nebris microps) inteira e estocada em gelo por 15 dias.

Fonte: Elaboração própria, 2019

*Valor significativo à 0,05

Marinho (2011) observou na musculatura de piramutaba (Brachyplatystoma

vailantii) pH que variou de 6,52 a 6,92 em 18 dias de estocagem em gelo. Bernardi

(2011) analisou a variação de pH de 6,16 no 1º dia de estocagem a 6,96 no 18º dia, em

peixe-sapo (L. gastrophysus) eviscerado e estocado em gelo. Martins (2014) relatou na

musculatura de pacu (Piaractus mesopotamicus) pH 6,00 nas amostras dos tempos

iniciais e pH 6,4 na musculatura com 19 dias de estocagem em gelo. Martins (2005)

encontrou pH de 7,68 em pescada gó (Macrodon ancylodon) estocada em gelo.

Neste trabalho, os resultados são semelhantes aos dos autores citados mantendo

dentro dos padrões exigido pela legislação brasileira, exceto para Martins (2014) que

encontrou valores que o ultrapassaram.

Os valores de umidade pouco se diferenciaram entre as análises realizadas em

pescada banana (Nebris micrpos) pois, no primeiro dia de avaliação apresentou 74% de

umidade, no 6º dia, 81% e no 12º dia 84%, apresentando assim que a mesma cresce de

maneira gradativa.

Araújo (2014) encontrou valores que variaram de 72,20 a 79,0% de umidade em

filé de tilápia do Nilo (Oreochromis nilotius) armazenadas em gelo por 24 dias. Alves

(2013) observou no primeiro dia de estocagem da pescada go umidade de 80,7% e ao

18º dia 81,38%. Tais valores se assemelham com o presente estudo.

A amônia tornou-se ausente através da prova de Nessler no estudo, (Figura 9),

isso se deve pelo bom armazenamento em gelo e a pequena variação do pH no que

influenciam, considerando os dias de estocagem. Em todas as provas de Nessler feitas,

y = 0.0105x + 6.5714

R² = 0.182

valor-p = 0.399 6,35

6,4

6,45

6,5

6,55

6,6

6,65

6,7

6,75

6,8

6,85

0 2 4 6 8 10 12 14 16

pH

Dias (Tempo)

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os resultados foram negativos, que pode ser explicado pela boa condição de

armazenamento, pois o mesmo poderá influência significativamente na formação de

amônia na musculatura dos pescados.

Figura 9 – Resultado da prova de Nessler em amostras da pescada banana (Nebris

microps) inteira e estocada em gelo por 15 dias.

Fonte: elaboração própria

*Resultado negativos da prova de Nessler dos dias 0, 3, 6, 9, 12 e 15

Marinho (2011), ao realizar aprova de Nessler em piramutaba (brachyplatystoma

vailantii) verificou em todos os dias de observação resultados positivos, um dos motivos

é o aumento gradativo de bactérias formada após o rigor mortis. Bernardi (2012)

percebeu a presença de amônia a partir do 7º dia de estocagem em um dos 3 lotes de

peixes-sapo (Lophius gastrophysus) avaliados.

Nas análises bacteriológicas, observou-se crescimento de mesófilas (Figura 10) e

pscicotróficas (Figura 11) de forma linear, com o passar dos dias de estocagem (Gráfico

3). Vale ressaltar que a legislação brasileira não determina limites para a CBHAM e

CBHAP, mas as mesmas são muito importantes para a qualidade sanitária e verificação

do grau de deterioração das amostras. A ICMSF (1986) estabelece como limite máximo

de 107

UFC.g-1

(7log UFC. g-1

).

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Figura 10 – Mesófilas cultivadas em placas de Petri por 72 horas a 30ºC

Fonte: Arquivo pessoal, 2019

Figura 11 - Psicotróficas cultivadas em placas de Petri por 10 dias a 7ºC

Fonte: Arquivo pessoal, 2019

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Gráfico 3 – Representação gráfica dos valores médios obtidos por CBHAM e CBHAP

em log (UFC/g-1

) realizada na pescada banana (Nebris microps) inteira e estocada em

gelo por 15 dias.

Fonte: Elaboração própria, 2019

Após de aplicar a análise se regressão foi possível perceber que as mesófilas

atingiram ponto máximo de aceitação no 9º dia de estocagem e as psicotróficas a partir

do 6º, tal resultado significa que o pescado pode ser consumido até o 9º dia de

armazenamento em gelo. Nas equações de regressão linear (Tabela 3), ambos os grupos

de bactérias apresentaram diferença estatística entre a proliferação de bactérias.

Tabela 3 – Modelo de equação de regressão, coeficiente de determinação (R²) e valor

de P. referentes a CBHAM e CBHAP em função do tempo de estocagem de 15 dias da

pescada banana (Nebris microps).

Bactéria Modelo Valor – p

Psicotróficos 0,69 0.0385

Mesófilos 0,94 0.0014

Fonte: Elaboração própria, 2019

*Valor significativo à 0,05

Alves (2016) em Belém do Pará observou na musculatura da pescada gó

(Macrodon ancylodon) que apenas no 14º dia de estocagem o número de psicotróficas

atingiram o limite máximo de 7,02 log UHC/g, enquanto que as mesófilas no 18º dia

estavam em 5,7 log UFC/g.

Martins (2005) ao avaliar a mesma espécie estocada por 21 dias observou a

variação de mesófilas do primeiro ao último dia, que foram, 9,0x103 a 8,5x10

5 log

(UFC/g), quanto as psicotróficas variaram de 1,9x104 a 2,5x10

7 log (UFC/g).

4

5

6

7

8

9

0 3 6 9 12 15

Log (

UF

C/g

-1)

Dias (tempo)

Psicotróficos

Mesófilos

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Para corvina (Micropogonias furnieri) Teixeira (2009), verificou no 1º dia de

estocagem quantidade de mesófilas de 9,5x103 e 3,0x10

15 log (UFC/g) ao 28º dia, as

psicocotróficas foi de 1,0x102 e 28 4,2x10

9 log (UFC/g) no último dia.

Martins (2014) ao observar pacu (Piaractus mesopotamicus) eviscerado e

estocado em gelo, percebeu que os níveis aceito para as mesófilas ao 16º dia de

estocagem e para as psicotróficas no 11º dia.

Todos os estudos citados acima não corroboraram com o presente, pois todos

apresentaram resultado de bactérias abaixo do que foi encontrado para pescada banana

(Nebris microps), tais resultados podem ter sido influenciados pela espécie do estudada,

pelo local de captura ou a conservação.

Em relação a Salmonella sp. as amostras para pescada banana foram ausentes

(Figura 12). De acordo com a legislação brasileira sobre padrões microbiológicos deve

ser ausente em 25g (BRASIL, 2017). Sendo assim as amostras analisadas estão nos

padrões estabelecidos, tal fato implica dizer as boas práticas de fabricação de gelo e

eficiência na higienização da mão dos manipuladores e utensílios são bem efetuadas.

Martinhs (2014) ao avaliar pacu (Piaractus mesopotamicus) estocado em gelo,

verificou ausência de Salmonella sp. nas suas amostras. Araújo (2013) ao analisar

tambaqui (Colossoma macropomum) constatou ausência nos dias 1, 19 e 30 de

estocagem.

Araújo (2014) ao analisar tilápias (Oreochromis niloticus) verificou ausência de

Salmonella sp. em sua musculatura. Os resultados são iguais aos dos nossos estudos que

no qual foi realizado no primeiro dia estocagem e no último.

Figura 12 – Plaqueamento Verde Brilhante e Ágar Salmanella-Shiguella para o

isolamento das colônias

Fonte: Arquivo pessoal, 2019

*A) Verde Brilhante **B) Ágar Salmanella-Shiguella

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6 CONCLUSÃO

O método índice de qualidade (MIQ) desenvolvido para pescada banana (Nebris

microps) inteira estocada em gelo apresentou eficiência quanto aos resultados.

As medições de pH, umidade e verificação de amônia não foram seguras para

determinação de frescor da pescada banana, pois os valores de pH se mantiveram

conforme exigido por lei, mesmo o pescado perdendo a qualidade, a umidade pouco

variou e as provas de amônia se mantiveram desde o primeiro dia de observação.

A correlação entre as análises MIQ e as bactérias sugere que a pescada banana

(Nebris microps) inteira estocada em gelo mantém características sanitária, frescor e

adequadas para consumo no máximo até o 9º dia de armazenamento sem manter danos à

saúde humana.

Considerando esses aspectos, o presente estudo fornece dados para aplicação do

MIQ para espécie pescada banana (Nebris microps), e deve contribuir para empresas e

estabelecimentos comerciais como uma metodologia eficaz e abre precedente para o

desenvolvimento do protocolo para outras espécies.

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APÊNDICE – A PROTOCOLO DESENVOLVISO PARA PESCADA BANANA

(NEBRIS MICROPS)

ATIBUTOS DE

QUALIDAE PARÂMETROS

CARACTERISTICAS NOTAS

ASPECTO GERAL

ASPECTO

SUPERFICIAL

BRILHO INTENSO, CORES

CARACTERISTICA

0

BRILHANTE, CORES MAIS OPACAS 1

SEM BRILHO, SEM COR 2

FIRMEZA DA

CARNE

FIRME, POUCA ELASTICA 0

MACIA, SINAL DE PRESSÃO 1

NADADEIRAS

MUITO ELASTICA 0

POUCO ELASTICA 1

SEM ELASTICIDADE 2

MUCO

AUSENTE 0

LEVE PRESENÇA 1

PRESENTE 2

EXCESSIVO 3

RIGIDEZ

PRÉ-RIGOR 0

RIGOR 1

PÓS-RIGOR 2

OLHOS

CLARIDADE

CLARO, BRILHANTE 0

LEVEMENTE EMBAÇADO/OPACO 1

EMBAÇADO, OPACO 2

ÍRIS VISÍVEL 0

NÃO VISÍVEL 1

FORMA

PLANO 0

CONVEXO 1

CÔNCAVO 2

DEFORMADO 3

SANGUE

AUSENTE 0

LEVEMENTE SANGUINOLENTO 1

SANGUENOLENTO 2

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Adaptado: GONÇALVES, 2011.

BRÂNQUEAS

COR

VERMELHO BRILHANTE 0

VERMELHO/MARROM 1

MARROM/VERDE 2

MUCO

AUSENTE/TRASNPARENTE 0

MODERADO/POUCA COR 1

EXCESSIVO/COM COR 2

ODOR

ALGAS MARINHAS 0

PEIXE 1

METÁLICO 2

PODRE 3

ABDOME

DESCOLORAÇÃO

AUSENTE 0

DETECTÁVEL 1

MODERADA 2

EXCESSIVA 3

FIRMEZA

FIRME 0

MOLE 1

ESTOURADO 2

ÁREA ANAL

ODOR

FRESCO 0

NEUTRO 1

PEIXE 2

PODRE 3

CONDIÇÃO

FECHADO 0

ABERTO 1

EXCESSIVAMENTE ABERTO 2

TOTAL