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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA ISAMARA DOS REIS SILVA BIOMASSA DE RAÍZES FINAS EM ÁREAS MINERADAS SUBMETIDAS À DIFERENTES MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO FLORESTAL. PARAGOMINAS 2019

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

ISAMARA DOS REIS SILVA

BIOMASSA DE RAÍZES FINAS EM ÁREAS MINERADAS SUBMETIDAS À

DIFERENTES MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO FLORESTAL.

PARAGOMINAS

2019

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ISAMARA DOS REIS SILVA

BIOMASSA DE RAÍZES FINAS EM ÁREAS MINERADAS SUBMETIDAS À

RECUPERAÇÃO FLORESTAL.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de

Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural da

Amazônia como requisito para a obtenção do grau de

Bacharel em Engenharia Florestal.

Área de concentração: Ecologia e Manejo de Ecossistemas.

Orientador: Norberto Cornejo Noronha

Co-orientadora: Tâmara Thaiz Santana Lima

PARAGOMINAS

2019

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Universidade Federal Rural da Amazônia

Bibliotecário: Milton Fernandes – CRB-2 1325

Silva, Isamara dos Reis

Biomassa de raízes finas em áreas mineradas submetidas à

recuperação florestal / Isamara dos Reis Silva. – Paragominas,

PA, 2019.

37 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em

Engenharia Florestal) - Universidade Federal Rural da

Amazônia, 2019.

Orientador: Profº. Drº. Norberto Cornejo Noronha

1. Ecologia - restauração 2. Raízes finas 3. Mineração I.

Silva, Isamara dos Reis II. Noronha, Norberto Cornejo (orient.)

III. Título.

CDD – 574.5

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ISAMARA DOS REIS SILVA

BIOMASSA DE RAÍZES FINAS EM ÁREAS MINERADAS SUBMETIDAS À

RECUPERAÇÃO FLORESTAL.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Engenharia Florestal da Universidade

Federal Rural da Amazônia como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia

Florestal. Área de concentração: Ecologia e Manejo de Ecossistemas.

____________04/02/2019___________________

Data da Aprovação:

Banca Examinadora:

___________ ________Orientador

Norberto Cornejo Noronha, Dr.

Universidade Federal Rural da Amazônia

_______ _______Membro 1

Rodrigo de Souza Barbosa, M. Sc.

Universidade Federal Rural da Amazônia

____________ ______Membro 2

Giuliana Mara Patricio de Souza, M. Sc.

Hydro

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À minha mãe Antonia Reis,

Dedico.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por estar sempre guiando meus passos e abençoando minha vida.

À Universidade Federal Rural da Amazônia pelo apoio e contribuição para minha formação.

Ao Consórcio de Pesquisa em Biodiversidade Brasil-Noruega que tornou possível este trabalho.

Ao meu orientador, Norberto Noronha, por ter aceitado este desafio e por toda ajuda e

conhecimentos compartilhados.

À professora Tâmara Lima, co-orientadora, pelos anos de orientação, lanches, pelas palavras

de motivação e por nunca ter me dado as respostas prontas.

À minha mãe Antonia Reis, pelo apoio, incentivo e por sempre me fazer acreditar que posso ir

além dos meus sonhos.

À minha família, por todo amor, apoio e paciência. Em especial, minhas tias Domingas e

Suzana; meus avós Manoel João e Maria Ana; e meu tio Almir, por ter me incentivado a seguir

na Engenharia Florestal.

Aos amigos do Grupo de Pesquisa BIOAMA, companheiros de triagem e de coleta: Bruna

Oliveira, Carlos Cavalcante, Carlos Saraiva, Elizabeth Gomes, Larissa Pigatti, Luana Bianca,

Rodrigo Mendes, Thaise Padilha, Thalison Correa, Thiara e Wesley Rossi; pela convivência

diária, e por todos os momentos de aprendizagem e descontração.

A todas as pessoas que ajudaram na coleta das amostras.

Ao meu amigo Rodrigo Mendes, pelos lanches e risadas (e memes), e por me ajudar, mesmo

de longe, em todas as dúvidas que tive sobre a parte estatística.

Ao meu grupo de estudos: Agta, Luana, Renata e Thalison, pelo companheirismo e por me

ajudarem a enfrentar os desafios desses anos de graduação.

Aos amigos que sempre estiveram presentes compartilhando os momentos mais importantes

desde o início dessa jornada: Chrisllen, Maycon, Jamily, Cindhy, Paulo Victor, Fabrício,

Luciene, Mayra, Rosaline, Jhonata, Paulo Roberto, Rafael e Nataline.

E, por fim, agradeço a todos que contribuíram de forma direta ou indireta para a realização deste

trabalho.

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“Quando você muda o modo de observar as coisas,

as coisas que você observa mudam.”

(anônimo)

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RESUMO

Este estudo teve como objetivo avaliar a biomassa de raízes finas em florestas secundárias

formadas por diferentes métodos de recuperação de áreas mineradas em Paragominas - PA. No

presente trabalho foram consideradas como raízes finas aquelas com diâmetro ≤ 5 mm,

classificadas em: R1 = biomassa de raízes com diâmetro menor ou igual a 2 mm; R2 = biomassa

de raízes com diâmetro maior do que 2 mm e menor ou igual a 5 mm; e biomassa total de raízes

obtida pela soma de R1 e R2. Foram avaliados três métodos de recuperação, com 8 e 3 anos de

implantação: Regeneração Natural (RN08 e RN03), Plantio (PL08 e PL03), e apenas com 3

anos para Nucleação (NUC03), e utilizando como ecossistema de referência uma floresta (FL)

no entorno das áreas mineradas. Em cada área foram instaladas 3 parcelas e dentro de cada

parcela, 3 pontos de coleta que consistiram na abertura de trincheiras de 30 cm de profundidade,

dividida em 4 camadas (0-5 cm; 5-10 cm; 10-20 cm; 20-30 cm). As amostras foram coletadas

em dezembro de 2016 (início da estação chuvosa) e junho de 2017 (início da estação seca). Foi

observado que, em todos os métodos de recuperação, independentemente da idade e do período

de coleta, as camadas mais superficiais concentram maior quantidade de biomassa, mantendo

o padrão observado em florestas conservadas, porém com valores baixos A produção da

biomassa de raízes finas foi influenciada pelos métodos usados para a recuperação e pela

sazonalidade local na classe diamétrica de 2-5 mm. Todos os métodos proporcionaram

recuperação da biomassa de raízes finas, sendo as maiores taxas de recuperação encontradas no

Plantio e na Regeneração Natural, com 8 anos de implantação. Considerando o tempo de

implantação das áreas, o método que promoveu maior e mais rápido acúmulo de biomassa foi

a Regeneração Natural, tanto na estação seca quanto na estação chuvosa.

Palavras-chave: Raízes finas. Mineração. Ecologia da restauração.

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ABSTRACT

This study aimed to evaluate the biomass of fine roots in secondary forests formed by different

methods of recovery of mined areas in Paragominas - PA. For the present study, fine roots were

considered the ones with diameter ≤5 mm, classified as: R1 = root biomass with diameter less

than or equal to 2 mm; R2 = root biomass with a diameter greater than 2 mm and less than or

equal to 5 mm; and total root biomass obtained by the sum of R1 and R2. Three recovery

methods were evaluated with 8 and 3 years of implementation: Natural Regeneration (RN08

and RN03), Plantation (PL08 and PL03), 3 years only, for Nucleation (NUC03), and using as a

reference ecosystem, a forest (FL) near the mined areas. In each area, 3 plots were installed and

within each plot, 3 collection points were used to open the trenches of 30 cm deep, divided into

4 layers (0-5 cm; 5-10 cm; 10-20 cm; 20-30 cm). Samples were collected in December 2016

(beginning of the rainy season) and June 2017 (beginning of the dry season). It was observed

that in all recovery methods, regardless of age and collection period, the most superficial layers

concentrated a larger amount of biomass, maintaining the pattern observed in conserved forests,

but with lower values. The production of fine root biomass was influenced by the methods used

for the recovery and by the local seasonality in the diametric class of 2-5 mm. All methods

provided recovery of fine root biomass, with the highest rates of recovery found in the

Plantation and Natural Regeneration with 8 years of implantation. Considering the time of

implantation of the areas, the method that promoted greater and faster accumulation of biomass

was the Natural Regeneration, both in the dry and rainy seasons.

Keywords: Fine roots. Mining. Ecology Restoration.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Métodos para recuperação de áreas degradadas. ................................................... 14

Figura 2 - Mapa de localização da área de estudo. .................................................................. 18

Figura 3 - Valores acumulados mensais de precipitação da área da Mineração Paragominas

S.A, localizada no estado do Pará, município de Paragominas, no período de 2016 a 2017. .. 18

Figura 4 - Regeneração Natural com 8 anos de idade. ............................................................ 19

Figura 5 –Plantio com 8 anos de idade. ................................................................................... 20

Figura 6 - Nucleação. a) Implantação; b) área de nucleação com 3 anos. .............................. 20

Figura 7 – Esquematização do desenho amostral para coleta de raízes. ................................. 21

Figura 8 - a) abertura de trincheira para a coleta; b) trincheira aberta com 30 cm de

profundidade; c) e d) coleta de amostra de solo; e) detalhe da camada de 0-5 cm em uma área

de plantio; f) detalhe da camada 10-20 cm em uma área de plantio; g) amostra coletada. ...... 22

Figura 9 - a) e b) Preparo das amostras para lavagem; c) lavagem das amostras em água

corrente; d) separação manual das raízes; e) secagem; f) pesagem das raízes. ........................ 23

Figura 10 - Biomassa de raízes finas (g m-²) nas áreas estudadas em função do período de

coleta, a 0-30 cm de profundidade. .......................................................................................... 28

Figura 11 - Proporção da biomassa de raízes finas com diâmetro ≤ 2 mm (R1) e 2 – 5 mm (R2),

a 0-30 cm de profundidade. ...................................................................................................... 29

Figura 12 - Porcentagem recuperada da biomassa de raízes finas a 0-30 cm de profundidade

nos métodos de recuperação. .................................................................................................... 31

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Riqueza (S) e abundância de hábitos de espécies nos métodos de

recuperação...............................................................................................................................19

Tabela 2 – Biomassa de raízes finas (g m-2) em diferentes métodos de recuperação de áreas

mineradas..................................................................................................................................25

Tabela 3 – Biomassa de raízes finas em florestas secundárias

tropicais.....................................................................................................................................26

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11

2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 12

2.1 Objetivo Geral............................................................................................................... 12

2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................... 12

3 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 13

3.1 Recuperação de Áreas Mineradas ............................................................................... 13

3.2 Biomassa de raízes finas ............................................................................................... 15

4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 17

4.1 Caracterização da área ................................................................................................ 17

4.2 Procedimento de amostragem ..................................................................................... 21

4.3 Análises estatísticas....................................................................................................... 23

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 24

6 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 32

7 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 32

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1 INTRODUÇÃO

O setor mineral apresenta grande importância para a economia do Brasil, faturando

cerca de US$ 32 bilhões e gerando 180 mil empregos diretos e mais de 2 milhões de empregos

indiretos (IBRAM, 2018). Nesse contexto, o estado do Pará destaca-se como o principal

produtor de bauxita, concentrando mais de 90% da produção nacional (DNPM, 2016).

Apesar da importância econômica, a mineração causa sérios impactos ambientais devido

aos métodos utilizados para a extração do minério, que envolvem a retirada da vegetação e das

camadas superficiais e subsuperficiais do solo (WORLD ALUMINIUM, 2018). Isso

impulsionou a criação de diversos dispositivos jurídicos, que têm estabelecido normas cada vez

mais rigorosas para a recuperação ambiental dessas áreas (DURIGAN et al., 2010). A

recuperação de áreas degradadas está intimamente ligada à ciência da restauração ecológica,

que é definida como o processo de auxílio ao restabelecimento de um ecossistema degradado

(SER, 2004).

No processo de restauração ecológica, o monitoramento é uma das etapas essenciais

para garantir o sucesso dos projetos (BRANCALION et al., 2015). Diversos atributos têm sido

utilizados para monitorar a trajetória sucessional de ecossistemas em recuperação. Na prática,

esses atributos podem ser categorizados em: diversidade, estrutura da vegetação e processos

ecológicos (RUIZ-JAEN; AIDE, 2005). Dentre os diversos processos ecológicos existentes nos

ecossistemas, estudos têm mostrado a importância das relações que envolvem o solo e as

interações entre os componentes acima e abaixo do solo, por auxiliarem no processo de

recuperação (CALLAHAM JR.; RHOADES; HENEGHAN, 2008; HENEGHAN et al., 2008).

Entre os componentes abaixo do solo está a biomassa constituída principalmente pelas

raízes, que representam entre 16 e 63% da biomassa total das plantas e conduzem funções

essenciais (EKTAN; MCCORMACK; ROUMET, 2018). As raízes grossas têm como função

principal fixar as plantas (SOUZA; FLORES; LORENZI, 2013) e influenciam a produtividade

a longo prazo do ecossistema e as emissões de CO2 das florestas (RESH et al., 2003; STOVER

et al., 2007), já as raízes finas permitem a exploração de grande volume no solo e compõem

grande proporção da biomassa radicular total (CASTRO-NEVES, 2007). As raízes finas são as

principais responsáveis pela ciclagem de nutrientes no solo e obtenção destes e de água para as

plantas (EISSENSTAT, 1992; FINÉR et al., 2011).

A nível de ecossistema, as raízes representam entre 10 e 60% da produtividade primária

líquida na maioria dos ecossistemas terrestres, formando assim um importante canal natural de

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compostos orgânicos para os solos, com consequências significativas nos ciclos de carbono e

nutrientes (EKTAN; MCCORMACK; ROUMET, 2018). Além disso, também desempenham

um papel importante na construção da estrutura do solo (RILLIG et al., 2014).

A estrutura do solo influencia o crescimento das raízes (GAITÁN; PENÓN; COSTA,

2005), por outro lado, as raízes e seus organismos associados também podem influenciar a

estrutura dos solos. Dessa forma, as raízes tornam-se importantes no processo de restauração

da vegetação e restabelecimento dos processos normais do solo, que são críticos para a

formação da estrutura do solo e o restabelecimento dos ciclos de nutrientes (SMIT et al., 2000).

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar a biomassa de raízes finas em florestas secundárias formadas por diferentes

métodos de recuperação de áreas mineradas em Paragominas - PA.

2.2 Objetivos Específicos

i. Descrever a distribuição da biomassa de raízes finas em função dos métodos de

recuperação de áreas mineradas;

ii. Estimar a produção de raízes finas em florestas secundárias formadas em áreas

mineradas;

iii. Verificar o efeito dos métodos utilizados para a recuperação das áreas mineradas e do

período de coleta sobre a biomassa de raízes finas;

iv. Determinar a porcentagem recuperada da biomassa de raízes finas em florestas

secundárias formadas por diferentes métodos de recuperação de áreas degradadas;

v. Indicar um método de recuperação de áreas degradadas que promove maior acúmulo de

biomassa de raízes finas em áreas mineradas.

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Recuperação de Áreas Mineradas

Normalmente, a bauxita encontra-se a alguns metros de profundidade, sob uma camada

de rochas e argila, a qual tem que ser removida para que minério possa ser extraído. O processo

de lavra dos minérios de bauxita é feito a céu aberto. Esse processo envolve a limpeza da área,

com a retirada da vegetação; remoção do topsoil, que será utilizado na recuperação; remoção

da camada de estéreis (camadas de solos com pouco ou nenhum mineral com aplicação

econômica); retirada e transporte da bauxita (ABAL, 2017; WORLD ALUMINIUM, 2018).

Para a extração mineral, o empreendimento deve cumprir a legislação brasileira que no

Decreto Nº 97.632, de 10 de abril de 1989, inclui a responsabilidade do minerador pela

recuperação ambiental das áreas impactadas (BRASIL, 1989). Os requisitos legais

impulsionaram um interesse crescente das empresas do setor, órgãos ambientais, universidades

e institutos de pesquisa, na definição de metodologias de recuperação adequadas à condição da

localidade de extração mineral (CARNEIRO et al, 2008; RODRIGUES; MARTINS;

BARROS, 2004).

A Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000 define recuperação como a restituição de um

ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode

ser diferente de sua condição original; já a restauração seria a restituição de um ecossistema ou

de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original

(BRASIL, 2000). Restituir um ecossistema à sua condição original é algo difícil de ser

alcançado, portanto, o conceito de restauração na literatura evoluiu para o processo de auxílio

ao restabelecimento do ecossistema (SER, 2004), e nesse contexto a recuperação florestal está

intimamente ligada à ciência da restauração ecológica.

Dentre os métodos de recuperação de áreas degradadas, o plantio de mudas tem sido o

mais utilizado (ALMEIDA, 2016) (Figura 1). A introdução das espécies arbóreas permite pular

as etapas iniciais da sucessão natural, onde surgem primeiramente espécies herbáceas e

gramíneas (PEREIRA; RODRIGUES, 2012). Porém, esse método apresenta um custo elevado

e muitas vezes não garante o sucesso do projeto, devido a mortalidade das mudas em áreas

mineradas, sobretudo nos anos iniciais (MARTINS et al., 2018).

Outro método utilizado para recuperar áreas mineradas é a indução da regeneração

natural a partir da devolução do solo superficial (topsoil) (MARTINS et al., 2018) (Figura 1).

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O topsoil é rico em matéria orgânica e contém o banco de sementes da vegetação anterior a

mineração, que auxilia no reestabelecimento de espécies locais (ROKICH et al., 2000).

Um terceiro método que tem se mostrado promissor é a utilização de técnicas de

nucleação (PIAIA et al., 2017) (Figura 1). A recuperação através da nucleação é caracterizada

por diversas técnicas (transposição de solo, poleiros artificiais, plantios em ilhas, transposição

da chuva de sementes, entre outros) que são implantadas sempre em núcleos. A técnica consiste

em utilizar o potencial dos elementos naturais disponíveis no local para a formação de sítios

nucleadores, onde são formadas condições mínimas de atratividade, como abrigo e alimentação

(LEAL FILHO; SANTOS; FERREIRA, 2013). Desta forma, a nucleação acelera a sucessão

natural permitindo a expressão dos mecanismos de restabelecimento usados pela própria

natureza (REIS et al., 2014).

Fonte: O autor.

Independentemente do método escolhido, o monitoramento é uma das etapas essenciais

para garantir o sucesso dos projetos de restauração (BRANCALION et al., 2015). No

monitoramento são realizadas avaliações temporais, que quando analisadas com base nos

objetivos estabelecidos no planejamento, servirão como base para a verificação do

funcionamento e da dinâmica da área restaurada (BRANCALION et al., 2012).

Figura 1 – Métodos para recuperação de áreas degradadas.

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A Society For Ecological Restoration (SER, 2004) propõe três formas para monitorar

as áreas em processo de restauração: i) uma comparação direta entre a área em recuperação e

um ecossistema de referência; ii) avaliar atributos que indicam o estado da restauração das

áreas; iii) coletar dados periodicamente na área em recuperação para acompanhar a sua

evolução em relação ao ecossistema de referência, em suma fazer uma avaliação da trajetória

da restauração.

Os nove atributos de um ecossistema restaurado listados pela SER são: 1) o ecossistema

restaurado contém um conjunto característico de espécies que ocorrem no ecossistema de

referência; 2) o ecossistema restaurado consiste de espécies nativas até o máximo grau possível;

3) todos os grupos funcionais necessários para o desenvolvimento contínuo e, ou estabilidade

do ecossistema restaurado se encontram representados ou possuem potencial para colonizar o

ambiente por meios naturais; 4) o ambiente físico do ecossistema restaurado possui a

capacidade de suportar as populações reprodutivas das espécies necessárias para sua

estabilidade; 5) o ecossistema restaurado aparentemente funciona de modo normal, de acordo

com seu estado ecológico de desenvolvimento; 6) o ecossistema restaurado foi integrado

adequadamente com a matriz ecológica ou a paisagem; 7) as ameaças potenciais à saúde e à

integridade do ecossistema restaurado foram eliminadas ou reduzidas ao máximo possível; 8)

o ecossistema restaurado é suficientemente resiliente para suportar os eventos periódicos

normais de estresse ambiental; 9) o ecossistema restaurado é autossustentável.

O presente trabalho adota as três formas de monitoramento, destacando dois atributos:

a avaliação da estrutura da floresta secundária formada (avaliada pela biomassa de raízes finas)

e a resiliência dessa floresta para suportar as perturbações normais e periódicas que ocorrem

nas áreas, como a sazonalidade.

3.2 Biomassa de raízes finas

A biomassa pode ser definida como a matéria de origem biológica, viva ou morta,

animal ou vegetal (SANQUETTA, 2002). Próximo a este conceito Odum (1986) diz que a

biomassa é definida pelo peso de matéria orgânica seca encontrado em uma unidade de área. A

essência destes dois conceitos está presente na definição que o Painel Intergovernamental sobre

Mudanças Climáticas apresenta no seu relatório de 2000 (IPCC, 2000), onde a biomassa

consiste na massa total de organismos vivos presentes em uma determinada área ou volume do

solo, e sua quantidade deve ser expressa pelo seu peso seco ou conteúdo de energia.

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As estimativas de biomassa devem levar em consideração o tipo da vegetação (VAN

CON et al., 2013), características edáficas, uso do solo (VALE et al., 2015) e quando a

vegetação for secundária deve-se considerar a idade e estágio de sucessão (CAIRNS;

BROWNS; HELMER, 1997), que são alguns dos fatores que influenciam a quantidade de

biomassa de uma área.

Para avaliar a evolução das áreas em restauração, em termos de acúmulo de biomassa e

nutrientes, é importante estudar os diversos compartimentos que servem de reservatórios de

carbono. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, 2000) considera

quatro reservatórios de carbono para a quantificação da biomassa em ecossistemas florestais:

biomassa acima do solo, serapilheira, necromassa e biomassa abaixo do solo. A biomassa

vegetal abaixo do solo compreende todos os orgãos vivos localizados abaixo da linha do solo,

sendo formada principalmente pelas raízes (ADUAN et al., 2003).

O sistema radicular é dividido em raízes grossas e finas, que apresentam funções

diferenciadas (RATUCHNE et al., 2016). A classificação entre raízes finas e grossas é feita

com base no diâmetro e apresenta variações na literatura. As raízes finas são classificadas como

aquelas não lenhosas e com diâmetro variando entre 1 a 5 mm (ARUNACHALAM et al., 1996;

FINÉR et al., 2011; NAVROSKI et al., 2010). Mas podemos encontrar variação no diâmetro

que classifica as raízes como finas, por exemplo, alguns autores consideram como finas as

raízes com diâmetro menor do que 2 mm (JACKSON; MOONEY; SCHULZE, 1997;

VALVERDE-BARRANTES; RAICH; RUSSEL, 2007), outros autores consideram como

raízes finas aquelas com diâmetro até 1mm (CASTELLANOS; JARAMILLO; SANFORD JR,

2001; TIERNEY; FAHEY, 2001) e há ainda aqueles que classificam as raízes finas menores

que 5 mm de diâmetro em: muito finas (diâmetro menor que 2 mm) e finas (diâmetro maior do

que 2 mm e menor do que 5 mm) (CAVALIER; ESTEVES; ARJONA, 1996).

As raízes finas são as principais responsáveis pela obtenção de água e nutrientes para as

plantas e pela ciclagem de nutrientes no solo (EISSENSTAT, 1992; FINÉR et al., 2011).

Também exercem uma influência significativa no desenvolvimento do perfil do solo e quando

mortas, contribuem substancialmente para o acúmulo de matéria orgânica no solo

(VISALAKSHI, 1994), pelo rápido turnover (ARUNACHALAM et al., 1996). O turnover é

um processo de substituição de raízes mortas por novas raízes (WEST; ESPELETA;

DONOVAN, 2004), e pode ser definido como a quantidade de raízes finas (baseado no

comprimento ou biomassa) que foi produzida e que morreu em cada ano em relação à média

anual de biomassa (FREITAS; BARROSO; CARNEIRO, 2008).

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O sistema radicular é diretamente responsável pelo crescimento das plantas e seu

desenvolvimento depende das características edáficas do local (GAITÁN; PENÓN; COSTA,

2005). Por outro lado, as raízes e sua microfauna associada, por meio da entrada de matéria

orgânica no solo que elas representam, têm um efeito importante sobre a estrutura do solo, a

estabilidade dos agregados e a ciclagem de nutrientes (SMIT et al., 2000). Além disso, o

componente das raízes finas pode ser muito sensível às mudanças ambientais e pode responder

mais fortemente a um distúrbio (VOGT et al., 1996).

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Caracterização da área

O estudo foi desenvolvido em uma área de mineração de bauxita localizada no

município de Paragominas, região sudeste do Pará (Figura 2). O clima da região é classificado

como Am, segundo Köppen, com temperatura média em torno de 26,7 ºC (ALVARES et al.,

2014). Os totais anuais de precipitação da região variam de 857,8 mm a 2.787 mm (MARTINS

et al., 2018), com o período mais chuvoso de janeiro a maio (Figura 3).

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Figura 2 - Mapa de localização da área de estudo.

Fonte: O autor.

Fonte: Hydro (2019)

Figura 3 - Valores acumulados mensais de precipitação da área da Mineração Paragominas S.A,

localizada no estado do Pará, município de Paragominas, no período de 2016 a 2017.

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Foram avaliados três métodos de recuperação, implantados nos anos de 2009 e 2014 (8

e 3 anos, respectivamente, no período de processamento dos dados): Regeneração Natural com

8 anos (RN08) e 3 anos (RN03); Plantio com 8 anos (PL08) e 3 anos (PL03); e Nucleação com

3 anos (NUC03); e utilizando como ecossistema de referência uma floresta (FL) no entorno das

áreas de mineração.

Para a recuperação das áreas mineradas foi realizada inicialmente a reconformação

morfológica e a deposição do topsoil, independentemente do método de recuperação a ser

utilizado. No método de Regeneração Natural, após a disposição do topsoil, foi usada uma grade

niveladora com o objetivo de promover o nivelamento da área e evitar erosões laminares e

acúmulo de água. Em seguida, foi feito o abandono da área para iniciar o processo sucessional.

Cinco anos após a implantação, foi feito plantio de enriquecimento nas áreas de RN08, onde

foram plantadas 3600 mudas de espécies arbóreas nativas (Figura 4).

Fonte: O autor.

Para o método de Plantio foi feita a subsolagem no preparo do solo, e nas bordas das

áreas onde não foi possível subsolar com o equipamento, foi realizado o coveamento manual.

O espaçamento entre as covas foi de 3 m x 3 m, em sistema “quincôncio”. Cada cova foi

adubada utilizando 200 g de NPK – 06 30 06 (0,5% B, 0,5%Cu, 0,5%Zn) e 2,5 Kg de adubo

orgânico. Foram utilizadas 104 espécies florestais nativas, grande parte identificadas no

inventário florestal realizado nas áreas da mineração (Figura 5).

Figura 4 - Regeneração Natural com 8 anos de idade.

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Fonte: O autor.

No método de Nucleação foram utilizados montes com resíduos florestais, formando

núcleos em toda a área. Posteriormente, foi realizado o plantio manual de mudas de espécies

florestais, seguindo o espaçamento de 3 m x 3 m, e a mesma adubação utilizada no método de

plantio. Nessas áreas também foram instalados 51 poleiros, com o objetivo de atrair aves, que

têm papel importante como dispersoras de sementes (Figura 6).

Fonte: O autor.

Figura 5 –Plantio com 8 anos de idade.

Figura 6 - Nucleação. a) Implantação; b) área de nucleação com 3 anos.

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4.2 Procedimento de amostragem

No presente trabalho foram consideradas como raízes finas aquelas com diâmetro ≤ 5

mm, avaliadas em três níveis de acordo com a classificação diamétrica: R1 = biomassa de raízes

com diâmetro ≤ 2 mm; R2 = biomassa de raízes com diâmetro > 2 mm e ≤ 5 mm; e biomassa

total de raízes obtida pela soma de R1 e R2, portanto biomassa de raízes com diâmetro ≤ 5 mm.

Foram coletadas amostras de solo em dois períodos: dezembro de 2016, representando

o início da estação chuvosa (Coleta 1) e junho de 2017, representando o início da estação seca

(Coleta 2). As coletas foram realizadas em parcelas preestabelecidas para o inventário florístico.

Nos métodos de Regeneração Natural e Plantio foram selecionadas aleatoriamente seis parcelas

(20 m x 50m no Plantio e 10 m x 25 m na Regeneração Natural) em cada, sendo para cada

método três parcelas em áreas estabelecidas em 2009 (8 anos) e três em áreas estabelecidas em

2014 (3 anos), no método de Nucleação foram selecionadas três parcelas (20 m x 50m ) em

áreas estabelecidas em 2014. Já na floresta foram estabelecidas três parcelas de 50 x 50 m.

Em cada parcela foram distribuídos de forma aleatória três pontos de coleta (Figura 7),

nos quais foram abertas trincheiras de 30 cm de profundidade e coletadas amostras de solo,

considerando quatro camadas de profundidade a partir da superfície do solo: 0-5 cm, 5-10 cm,

10-20 cm e 20-30 cm. As amostras foram retiradas utilizando cilindros de aço de 5 cm de altura

e 5 cm de diâmetro. As amostras coletadas foram embaladas em sacos plásticos, identificadas

e levadas para o laboratório multifuncional 03 da Universidade Federal Rural da Amazônia,

campus Paragominas, onde foi realizado o processamento das amostras (Figura 8).

Figura 7 – Esquematização do desenho amostral para coleta de raízes. RN08: Regeneração

natural com 8 anos; RN03: Regeneração natural com 3 anos; PL08: Plantio com 8 anos; PL03: Plantio

com 3 anos; NUC03: Nucleação com 3 anos; FL: Floresta.

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Figura 8 - a) abertura de trincheira para a coleta; b) trincheira aberta com 30 cm de

profundidade; c) e d) coleta de amostra de solo; e) detalhe da camada de 0-5 cm em uma área de plantio;

f) detalhe da camada 10-20 cm em uma área de plantio; g) amostra coletada.

Fonte: O autor.

O processamento das amostras de solo para a obtenção das raízes finas consistiu na

lavagem em água corrente, com o auxílio de uma malha com 0,005 mm, para separar as raízes

finas do solo. Após a lavagem as raízes foram colocadas em bandejas com água para a separação

manual, realizada com o auxílio de pinças, em seguida foram colocadas sobre papel absorvente

e classificadas de acordo com o diâmetro, com o auxílio de paquímetros manuais. Depois da

classificação as amostras de raízes foram armazenadas em envelopes de papel identificados,

previamente secos ao ar e colocados em estufa com circulação e renovação de ar por um período

de 24 horas, a uma temperatura de 75ºC, para posterior obtenção do peso seco (Figura 9). O

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peso seco das amostras foi obtido pela divisão do peso por 0,00098175 (camadas 0-5 e 5-10) e

0,001964 (camadas 10-20 e 20-30), sendo expresso em g m-2.

Figura 9 - a) e b) Preparo das amostras para lavagem; c) lavagem das amostras em água

corrente; d) separação manual das raízes; e) secagem; f) pesagem das raízes.

Fonte: O autor.

4.3 Análises estatísticas

Uma vez obtido o peso seco das amostras, foi feito o processamento dos dados, que

incluiu correção de digitação, adequação da unidade de medida, verificação do tipo de

distribuição dos dados, e, por fim, as análises estatísticas.

Para verificar o tipo de distribuição dos dados foi realizado o teste Shapiro-Wilk. Após

verificar o tipo de distribuição, seguiu-se com a ANOVA com medidas repetidas para os dados

que apresentaram distribuição normal, e para os dados com distribuição diferente de normal foi

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realizada a General Linear Model (GLM) com medidas repetidas (GOTELLI; ELLISON,

2011). Foi realizado o teste de Tukey, para comparar as médias dos dados com distribuição

normal. Tomando a floresta como base, foi calculado a porcentagem de perda e ganho da

biomassa de raízes em cada método de recuperação. As análises estatísticas foram feitas no

Programa R versão 3.5.2 (R CORE TEAM, 2018).

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foi observado que em todos os métodos de recuperação, independentemente da idade e

do período de coleta as camadas mais superficiais concentram maior quantidade de biomassa

(Tabela 2), mantendo, portanto, o padrão de distribuição da biomassa de raízes finas encontrado

na floresta, o que está de acordo com o descrito na literatura (VISALAKSHI, 1994; LOPEZ;

SABATÉ; GRACIA, 1998; JARAMILLO; AHEDO-HERNÁNDEZ; KAUFFNAN, 2003;

BRAGA et al., 2017). Isso demonstra que os métodos de recuperação estão conseguindo manter

o padrão de distribuição de raízes encontrado em áreas de floresta. Este comportamento pode

ser atribuído a presença de topsoil que forma as primeiras camadas, pois as plantas concentram

o desenvolvimento das raízes finas na camada do topsoil para aproveitar ao máximo os

nutrientes liberados pela ciclagem, além de terem maior disponibilidade de oxigênio e menor

compactação do solo.

No entanto, apesar de as raízes finas estarem presentes em todo o perfil do solo, a

Regeneração Natural com 8 anos de idade apresentou uma transição mais abrupta da biomassa

de raízes entrre as profundidades, sendo mais marcante no início da estação seca, onde a

biomassa foi de 93,57 g m-2 na camada 0-5 cm para 204,92 g m-2 na camada 5-10 cm e

diminuindo mais de 80% para a camada de 10-20 cm (47,48 g m-2) (Tabela 2). Era esperado

que durante a estação seca as raízes aumentassem sua biomassa nas camadas mais profundas

por causa da aquisição de água, no entanto ela parece se expandir nas camadas mais superficiais,

isso pode ser devido a estruturo do solo, mas também à composição florística dessas florestas,

que são dois fatores que influenciam a biomassa de raízes finas. Foi observado durante a coleta

e também no processamento das amostras que muitas raízes apresentam forma achatada e não

cilíndrica e com muitas curvas, sendo uma modificação fenotípica das raízes nestas áreas em

recuperação.

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Tabela 1 - Biomassa de raízes finas (g m-2) em diferentes métodos de recuperação de áreas mineradas.

Os valores apresentados são média ± desvio padrão. RN08: Regeneração natural com 8 anos; RN03:

Regeneração natural com 3 anos; PL08: Plantio com 8 anos; PL03: Plantio com 3 anos; NUC03:

Nucleação com 3 anos; FL: Floresta. Início da estação chuvosa (dezembro/2016) Início da estação seca (junho/2017)

Método ≤ 2mm 2 – 5 mm

Total

(≤ 5 mm) ≤ 2 mm 2 – 5 mm

Total

(≤ 5 mm)

---------------------------------------------------------0-5cm------------------------------------------------

FL 323,42±96,58a 64,96±13,85 388,39±96,25a 183,20±31,65a 102,62±81,71 285,82±108,0a

RN08 95,61±50,2ab 0 95,61±50,25bc 93,57±44,71ab 0 93,57±44,71 b

PL08 103,47±50,05ab 0 103,47±50,05ab 127,62±73,01ab 0

127,62±73,01

ab

RN03 69,84±40,18b 0 69,84±40,18c 67,08±49,68ab 0 67,08±49,68b

PL03 52,04±25,02b 0 52,04±25,02c 54,15±9,88b 0 54,15±9,88b

NUC03 10,49±2,68c 0 10,49±2,68d 15,82±7,17b 0 15,82±7,17c

---------------------------------------------------------5-10cm----------------------------------------------

FL 183,57±48,10a 17,12±15,23 200,70±59,34a 252,24±66,10a

145,08±126,5

6

397,32±131,50

a

RN08 71,17±38,87bc 19,43±21,34 90,60±46,88bc

176,06±177,60a

b 28,86±49,99

204,92±165,53

ab

PL08 135,34±18,71ab 0 135,34±18,71ab 102,33±49,14ab 0

102,33±49,14a

bc

RN03 85,15±47,56abc 0 85,15±47,56bc 67,45±75,70abc 41,72±42,60

109,17±83,71a

bc

PL03 42,45±36,48bc 0 42,45±36,48bc 30,20±12,07bc 14,19±24,58 44,39±23,30bc

NUC03 7,37±2,51c 0 7,37±2,51c 13,35±4,19c 8,87±15,37 22,23±19,14c

---------------------------------------------------------10-20cm---------------------------------------------

FL 87,62±33,21a 40,86±41,10 128,48±26,32a 126,39±48,00a 82,29±71,51 208,68±45,88a

RN08 31,39±7,92ab 0 31,39±7,92b 47,48±27,13ab 0 47,48±27,13ab

PL08 68,82±30,33ab 0 68,82±30,33ab 47,32±16,76ab 6,89±11,93 54,21±27,17ab

RN03 108,27±52,38a 0 108,27±52,38a 79,60±77,31ab 0 79,60±77,31ab

PL03 33,23±12,18ab 0 33,23±12,18b 35,34±26,87ab 0 35,34±26,87ab

NUC03 6,30±1,49b 0 6,30±1,49c 14,04±5,46b 4,68±8,11 18,73±12,78b

---------------------------------------------------------20-30cm---------------------------------------------

FL 94,33±3,70a 7,62±13,20 101,95±16,76a 94,40±46,3a 21,20±36,73 115,61±25,46a

RN08 36,81±30,38bc 0 36,81±30,38bc 26,21±11,71a 0 26,21±11,71ab

PL08 41,53±18,69abc 0 41,53±18,69bc 65,70±30,81a 14,56±19,25 80,26±47,83ab

RN03 68,90±14,43ab 2,09±3,62 70,98±13,92ab 71,70±53,49a 0 71,70±53,49ab

PL03 35,13±28,93bc 0 35,13±28,93bc 32,39±34,65a 1,39±2,41 33,78±33,46ab

NUC03 5,30±1,61c 0 5,30±1,61c 13,42±5,55a 8,49±14,70 21,91±19,48b

Os resultados da ANOVA com medidas repetidas mostraram que há diferença entre os

métodos em relação à biomassa total de raízes finas (≤ 5 mm) (F = 4,338; p = 0,027), no entanto,

Comparação de médias por Tukey 5% para os parâmetros raízes finas ≤ 2 mm e Totais ≤5mm, onde médias

seguidas de mesma letra não diferem entre si. * raízes 2-5 mm não comparadas por Tukey.

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não houve diferença entre as coletas (F = 1.148; p = 0,309) e nem interação entre coleta e

método (F = 0,445; p = 0,774) (Tabela 2). A biomassa de raízes finas com diâmetro ≤ 2 mm foi

diferente entre os métodos (F = 3,861; p = 0,038), no entanto não houve diferença entre as

coletas (F = 0,196; p = 0,667) e nem interação entre coleta e método (F = 6.645; p = 0,643). A

biomassa total de raízes finas (≤ 5 mm) é composta em mais de 50% pelas raízes ≤ 2 mm em

todos os métodos de recuperação, independente do período de coleta (Figura 11),

provavelmente por isso não houve diferença significativa entre os períodos de coleta nesta

classe diamétrica.

Analisando as áreas mais antigas, PL08 apresentou biomassa de raízes finas (≤2 mm e

total) equivalente a FL, exceto para biomassa total de raízes finas na camada de 20-30 cm, na

estação chuvosa. Por outro lado, RN08 apresentou biomassa total de raízes finas inferior à

encontrada em FL a 0-5 cm de profundidade, como também foi inferior nas classes ≤2 mm e

total nas camadas 5-10 cm e 20-30 cm, e na classe total na camada 10-20 cm, na estação

chuvosa. Na estação seca RN08 diferiu de FL apenas em biomassa de raízes totais a 0-5 cm de

profundidade.

As diferenças entre as idades de recuperação foram mais nítidas para raízes ≤2 mm e

total na camada de 0-5 cm na estação chuvosa, onde todos os sistemas de 3 anos apresentaram

menores valores de biomassa de raízes em relação aos métodos com 8 anos de recuperação,

como também em relação à floresta. Na camada de 5-10 cm, RN03 foi estatisticamente

semelhante a FL para a classe ≤2 mm, tanto na estação chuvosa quanto na seca, e para biomassa

total de raízes na estação seca.

Na camada 10-20 cm, RN03 e PL03 apresentam valores de biomassa de raízes nas

classes ≤2 mm e Total próximos estatisticamente aos encontrados em FL, exceto a classe total

para PL03 na estação chuvosa. O método PL03 apresentou densidade de raízes finas inferior à

encontrada em FL na profundidade 20-30 cm. Na estação chuvosa, NUC03 apresentou valores

de densidade de raízes inferiores a todas as outras áreas em recuperação nas classes ≤2 mm e

total a 0-5 cm, e na classe total na profundidade 10-20 cm. Na estação seca, a 0-5 cm de

profundidade, NUC03 também apresentou valor de biomassa de raízes total inferior aos obtidos

nas demais áreas em recuperação.

Os valores de biomassa de raízes finas encontrados nas áreas mineradas estão próximos

aos valores encontrados em outras florestas secundárias tropicais (Tabela 3) que variaram de

31 g m-2 a 641 g m-2. Essa grande variação ocorre devido às diferenças entre os diâmetros das

raízes consideradas como finas e às diferentes idades das florestas secundárias. Devido à

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escassez de trabalhos com raízes finas em florestas secundárias tropicais, sobretudo na

Amazônia, uma comparação mais precisa entre os valores de biomassa fica limitada

Tabela 3 – Biomassa de raízes finas em florestas secundárias tropicais.

Tipo de

floresta Localização Idade

Classe

diamétrica

Profundidade

de

amostragem

Biomassa Autor

Floresta

úmida

subtropical

Meghalaya, India 7 anos < 2 mm 30 cm 540 g m-2 Arunachalam et al.

(1996)

Floresta

tropical

Western Ghats,

India

Não

informado ≤ 3 mm 25 cm 309 g m-2

Sundarapandian; Swamy

(1996)

Floresta

tropical

seca

Jalisco, México Não

informado < 1 mm 10 cm 39,4 g m-2 Castellanos et al. (2001)

Floresta

tropical

úmida

Panamá Não

informado < 2 mm 30 cm 372 g m-2 Yavitt; Wright (2001)

Floresta

tropical Costa Rica 10-15anos < 2 mm 10 cm 31 g m-2 Hertel et al. (2003)

Floresta

tropical

Veracruz,

México 8 anos ≤ 4 mm 40 cm 260 g m-2 Jaramillo et al. (2003)

Floresta

tropical Venezuela 4-6 anos < 6 mm 15 cm 430 g m-2 Kalinhoff et al. (2009)

Floresta

tropical

úmida

Central

Sulawesi,

Indonesia

Não

informado < 2 mm 50 cm 225,2 g m-2 Leuschner et al. (2009)

Floresta

tropical Rio de Janeiro

Não

informado < 2mm 10 cm 641 g m-2 Lima et al. (2011)

Floresta

tropical Mojú, Pará 14 anos < 5 mm 30 cm 325,39 g m-2 Leão et al. (2014)

Savana

Amazônica Pará e Amapá

Não

informado ≤ 5 mm 50 cm 560,48 g m-2 Braga et al. (2017)

Fonte: O autor.

Para a biomassa de raízes finas com diâmetro entre 2-5 mm, os resultados da GLM com

medidas repetidas mostraram que não houve diferença entre os métodos (F = 0,407; p = 0,800)

e nem interação entre coleta e método (F = 0,417; p = 0,793). No entanto, houve diferença entre

as coletas (F = 7,659; p = 0,020), com maior pico de produção de biomassa no período seco nos

três métodos avaliados (Figura 10). A biomassa das raízes com diâmetro entre 2-5 mm contribui

pouco para a biomassa radicular total em todos os métodos (Figura 11). No início do período

chuvoso, a biomassa de raízes da classe 2-5 mm ocorreu apenas no método de Regeneração

Natural, com maior proporção na área com 8 anos de idade. Já no período seco, a proporção

desta classe diamétrica aumentou, passando a ocorrer em todas os métodos de recuperação.

Além disso, nos métodos de recuperação as raízes com este diâmetro só começam a aparecer

na camada de 5-10 cm de profundidade, diferente da floresta (Tabela 2).

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Figura 10 - Biomassa de raízes finas (g m-²) nas áreas estudadas em função do período de coleta,

a 0-30 cm de profundidade. RN08: Regeneração natural com 8 anos; RN03: Regeneração natural com

3 anos; PL08: Plantio com 8 anos; PL03: Plantio com 3 anos; NUC03: Nucleação com 3 anos; FL:

Floresta.

0

50

100

150

200

250

300

350

400

RN08 PL08 RN03 PL03 NUC03

Bio

mas

sa (

g m

-²)

Métodos

R1: ≤2 mmEstação Chuvosa

Estação Seca

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

RN08 PL08 RN03 PL03 NUC03

Bio

mas

sa (

g m

-²)

Métodos

R2: 2-5 mmEstação Chuvosa

Estação Seca

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Estudos desenvolvidos em florestas secundárias na Amazônia (METCALFE et al.,

2008; LIMA; MIRANDA; VASCONCELOS, 2012) e em outras florestas tropicais (YAVITT;

WRIGHT 2001; GREEN et al., 2005) também demostraram que a produção de raízes finas

apresenta um comportamento sazonal, que se reflete também nas diferentes classes de

diâmetro. Nas estações secas, as plantas precisam de sistema radicular com maiores

comprimentos para acessar a água armazenada nas camadas mais profundas do perfil do solo

(METCALFE et al., 2008). No entanto, à medida que a umidade do solo diminui e a

profundidade aumenta, ele pode ficar mais denso, diminuindo a capacidade de penetração das

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FL RN08 PL08 RN03 PL03 NUC03

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Métodos

Estação Chuvosa

R1: ≤ 2 mm R2: 2-5 mm

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FL RN08 PL08 RN03 PL03 NUC03Pro

po

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da

bio

mas

sa d

e ra

ízes

fin

as

Métodos

Estação Seca

R1: ≤ 2 mm R2: 2-5 mm

Figura 11 - Proporção da biomassa de raízes finas com diâmetro ≤ 2 mm (R1) e 2 – 5 mm (R2),

a 0-30 cm de profundidade. RN08: Regeneração natural com 8 anos; RN03: Regeneração natural

com 3 anos; PL08: Plantio com 8 anos; PL03: Plantio com 3 anos; NUC03: Nucleação com 3

anos; FL: Floresta.

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raízes (BENGOUGH et al., 2006). Para isso, é necessário aumentar o seu diâmetro tornando-as

mais resistentes, uma vez que as raízes de maior diâmetro são mais bem sucedidas em penetrar

no solo compactado do que aquelas muito finas (EISSENSTAT, 1992).

Essas modificações morfológicas das raízes já foram relatadas na literatura como uma

estratégia de aclimatação das plantas, geralmente relacionada à densidade do solo, podendo ter

implicações importantes em habitats onde os recursos são escassos (ARREDONDO;

JOHNSON, 1999).

Apesar da proximidade com os valores de biomassa de outras florestas secundárias, em

todos os métodos de recuperação observamos que mais de 50% das raízes estão mais

concentradas nas classes de diâmetro ≤ 2 mm (Figura 11). A grande concentração de raízes nas

menores classes diamétricas implica que as florestas secundárias podem ser mais suscetíveis a

perturbações naturais, o que pode afetar a dinâmica de regeneração (JARAMILLO; AHEDO-

HERNANDÉZ; KAUFFNAN, 2003).

Tomando como base a floresta, todos os métodos apresentaram recuperação da

biomassa total de raízes finas a 0-30 cm de profundidade, com taxas variando de 3,59% na

NUC03 a 42,60% no PL08 (Figura 12). A Regeneração Natural recuperou mais rápido a

biomassa de raízes finas, com 3 anos chegou a recuperar 40% da biomassa, enquanto que o

Plantio e a Nucleação com a mesma idade, chegaram a recuperar 19,87% e 7,81%

respectivamente. Porém, essa porcentagem de recuperação da biomassa não aumentou nas áreas

de Regeneração com 8 anos, ao contrário do que acontece no Plantio.

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Figura 12 - Porcentagem recuperada da biomassa de raízes finas a 0-30 cm de profundidade nos

métodos de recuperação. RN08: Regeneração natural com 8 anos; RN03: Regeneração natural com 3

anos; PL08: Plantio com 8 anos; PL03: Plantio com 3 anos; NUC03: Nucleação com 3 anos; FL:

Floresta.

A extração de bauxita leva a remoção total da vegetação original e do solo, portanto

quando as áreas mineradas entram no processo de recuperação as florestas secundárias

formadas crescem a partir de um marco zero, onde o solo que foi reconformado está livre de

raízes, diferente do que ocorre em florestas secundárias formadas após o uso agrícola. Logo,

podemos dizer que as raízes encontradas nas áreas estudadas representam bem a idade dos

métodos e sua dinâmica.

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RN08 PL08 RN03 PL03 NUC03

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Métodos

Estação Seca

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6 CONCLUSÃO

Todos os métodos favoreceram a dinâmica natural de ocupação do solo na área de

estudo, mantendo os padrões observados em florestas conservadas, porém com valores baixos,

o que já era de se esperar devido a intensidade do distúrbio provocado pela mineração.

A produção da biomassa de raízes finas foi influenciada pelos métodos usados para a

recuperação e pela sazonalidade local na classe diamétrica de 2-5 mm.

Todos os métodos proporcionaram recuperação da biomassa de raízes finas, sendo as

maiores taxas de recuperação encontradas no Plantio e na Regeneração Natural, com 8 anos de

implantação.

Considerando o tempo de implantação das áreas, o método que promoveu maior e mais

rápido acúmulo de biomassa foi a Regeneração Natural, tanto na estação seca quanto na estação

chuvosa.

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