MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 ·...
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE GEOCIÊNCIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS
Samantha Evelyn Max Dezula
GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DO GRANITO ARAGÃO – PROVÍNCIA
AURÍFERA DE ALTA FLORESTA, CRÁTON AMAZÔNICO - MT
Orientadora
Profª. Drª. Marcia Aparecida de Sant’Ana Barros
Co-orientador
Prof. Dr. Ronaldo Pierosan
CUIABÁ
2016
II
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
REITORIA
Reitora
Profª. Drª. Maria Lucia Cavalli Neder
Vice-Reitor
Prof. Dr. João Carlos de Souza Maia
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
Pró-Reitora
Profª. Drª. Leny Caselli Anzai
FACULDADE DE GEOCIÊNCIAS
Diretor
Prof. Dr. Paulo César Corrêa da Costa
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS
Coordenador
Prof. Dr. Ronaldo Pierosan
Vice-Coordenador
Profª. Dr. Jaime A. D. Leite
III
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
N° 72ª
GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DO GRANITO ARAGÃO – PROVÍNCIA
AURÍFERA DE ALTA FLORESTA, CRÁTON AMAZÔNICO - MT
___________________________________________________________________________
Samantha Evelyn Max Dezula
Orientadora
Profª. Drª. Márcia Aparecida de Sant’Ana Barros
Co-Orientador
Prof. Dr. Ronaldo Pierosan
CUIABÁ
2016
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Geociências do Instituto de
Ciências Exatas e da Terra da Universidade Federal
de Mato Grosso como requisito parcial para a
obtenção do Título de Mestre em Geociências.
IV
Dezula, Samantha Evelyn Max
GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DO GRANITO ARAGÃO –
PROVÍNCIA AURÍFERA DE ALTA FLORESTA, CRÁTON AMAZÔNICO – MT
/ Samantha Evelyn Max Dezula – 2016. 51 f.; il. color.
Orientadora: Profª. Drª. Márcia A. S. Barros
Co-Orientador: Prof. Dr. Ronaldo Pierosan
Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Mato Grosso. Faculdade de
Geociências. Programa de Pós-Graduação em Geociências, 2016.
Bibliografia: p. 36-38.
1. Suíte Intrusiva Nhandu. 2. Geoquímica. 3. Cráton Amazônico. 4. U-Pb. I. Título
CDU
V
GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DO GRANITO ARAGÃO – PROVÍNCIA
AURÍFERA DE ALTA FLORESTA, CRÁTON AMAZÔNICO - MT
_________________________________________________________________________
Dissertação de mestrado aprovada em 05 de maio de 2016.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________
Profª. Drª. Márcia Aparecida de Sant’Ana Barros
Orientadora (UFMT)
_________________________________________
Prof. Dr. Francisco Egidio C. Pinho
Examinador Interno (UFMT)
_________________________________________
Prof. Dr. Farid Chemale Jr
Examinador Externo (UNISINOS)
VI
Dedicatória
Dedico esse trabalho aos meus familiares, em especial a minha avó/mãe Adair e meu pai
Osny, que estiveram sempre ao meu lado apoiando e dando toda a assistência em todos os momentos.
VII
Agradecimentos
Agradeço a Universidade Federal do Mato Grosso, ao Programa de Pós-Graduação em
Geociências, ao GEOCIAM e a Fundação CAPES pelo apoio financeiro a esta pesquisa. As
universidades de University Western of Austrália e Curtin Univertity da Austrália pelas análises
isotópicas.
Aos meus orientadores Professora Doutora Márcia Aparecida de Sant’Ana Barros e Professor
Doutor Ronaldo Pierosan, que me orientam desde a graduação, pelo apoio, paciência e conhecimento
transmitido durante a realização deste trabalho.
Ao Professor Doutor João Orestes Schneider Santos pela contribuição cientifica na realização
deste trabalho.
Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me
ajudaram e apoiaram de várias formas.
Aos meus familiares em especial minha avó/mãe Adair, meu pai Osny, minha mãe Jocinete,
minha tia Jocilene e minha bisavó Judith (in memorian) pelo carinho, atenção e apoio nos momentos
difíceis.
VIII
Sumário
CAPÍTULO 1 ............................................................................................................................. 1
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 1
1.1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1
1.1.1 Problemática e Relevância ..................................................................................... 1
1.1.2 Localização e Vias de Acesso ................................................................................ 2
1.1.3 Objetivos ................................................................................................................ 3
1.1.4 Materiais e Métodos ............................................................................................... 3
1.2 CONTEXTO GEOLÓGICO GEOTECTÔNICO ....................................................... 5
1.3 CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL .................................................................. 8
1.3.1 Embasamento – Complexo Cuiú-Cuiú ................................................................... 9
1.3.2 Suíte Intrusiva Nhandu ........................................................................................... 9
1.3.3 Suíte Intrusiva Matupá ........................................................................................... 9
1.3.4 Suíte Intrusiva Juruena ......................................................................................... 10
1.3.5 Grupo Colíder ....................................................................................................... 10
1.3.6 Suíte Vulcano – Plutônica Teles Pires .................................................................. 11
CAPÍTULO 2 ........................................................................................................................... 12
2 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 15
3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 15
4 CONTEXTO GEOLÓGICO GEOTECTONICO ............................................................. 16
5 ARCABOUÇO GEOLÓGICO.......................................................................................... 17
5.1 Biotita sienogranito (BSG) ........................................................................................ 19
5.2 Monzogranito com biotita (MGB) ............................................................................ 19
6 GEOQUÍMICA ................................................................................................................. 20
7 GEOCRONOLOGIA ........................................................................................................ 27
8 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES .................................................................................... 30
9 AGRADECIMENTOS ...................................................................................................... 31
IX
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 31
CAPÍTULO 3 ........................................................................................................................... 34
DISCUSSÕES E CONCLUSÕES ....................................................................................... 34
CAPÍTULO 4 ........................................................................................................................... 36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 36
X
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1.1 Mapa de localização e vias de acesso da área de estudo. .......................................... 3
Figura 1.2 Mapa do Cráton Amazônico mostrando os modelos utilizados em sua
compartimentação. (A) modelo proposto por Tassinari & Macambira (1999) em províncias
geocronológicas; (B) modelo proposto por Santos (2006) em províncias geocronológicas. .................. 7
Figura 1.3 Mapa das Províncias Metalogenéticas da porção oeste do Cráton Amazônico,
modificada de Santos et al., (2004). ........................................................................................................ 8
Figura 2.1 Mapa simplificado dos Domínios Geológicos de parte da PAAF. Extraido e
modificado de Miguel Jr. (2011). .......................................................................................................... 17
Figura 2.2 Mapa Geológico da região estudada, com pontos analisados e datados. ............... 18
Figura 2.3 (A) Diagrama R1 e R2 (De La Roche et al.,1980); (B) Diagrama de SiO2 vs K2O
(Peccerillo and Taylor, 1978); (C) Índice de peraluminosidade (Shand, 1943; Maniar and Piccoli,
1989); (D) Diagrama de SiO2 vs Fe2O3t (Frost et al., 2001). .............................................................. 24
Figura 2.4 Diagramas binarios tipo Harker (1909) de SiO2 versus elementos maiores. .......... 25
Figura 2.5 Diagrama multielementar normalizado para os condritos de Nakamura (1974). A)
BSG B) MGB. ....................................................................................................................................... 26
Figura 2.6 Diagrama para os elementos traços de Thompson (1982). A) BSG B) MGB. ....... 26
Figura 2.7 (A) Diagramas de Pearce et al. (1984). WPG, granito intraplaca; syn-COLG,
granito sincolisional; VAG, granito de arco vulcânico; ORG, granito de cadeia oceânica (B) diagramas
(Whalen et al., 1987). ............................................................................................................................ 27
Figura 2.8 Diagramas concórdia U-Pb SHRIMP para as amostras SD-03(A) e SD-05(B),
mostrando as idades de 1964 ± 11 Ma e 1967 ± 2 Ma como a idade de cristalização do BSG, SD-18(D)
com idade de 1994 ± 5 Ma para o MGB e SD-20 (C) para o embasamento com idade de 2008 ± 3 Ma.
............................................................................................................................................................... 28
Figura 2.9 Secção esquemática para o ambiente de formação do granito estudado. ................ 31
Figura 3.1 Secção esquemática para o ambiente de formação do granito estudado. ................ 35
XI
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 2.1 Conteúdo de elementos maiores (%), traços (ppm) e terras raras (ppm) para onze
amostras do Granito Aragão. ................................................................................................................. 21
Tabela 2.2 (continuação) .......................................................................................................... 22
Tabela 2.3 Resultados analíticos para a datação U-Pb (SHRIMP). .......................................... 29
XII
Resumo
O Granito Aragão, localizado na Província Aurífera de Alta Floresta é um biotita sienogranito
de granulação média a grossa e textura porfirítica. Microscopicamente foram observados feldspato
potássico, plagioclásio, quartzo, biotita e hornblenda em diferentes proporções. Em campo foi
observado que o biotita sienogranito mostra feições de assimilação do monzogranito com biotita e faz
contato discordante com um gnaisse de composição granodioritica. Estudos geoquímicos mostram
para o biotita sienogranito características de granitos cálcico-alcalinos de alto potássio, com padrão de
ETR enriquecidos em leves sobre pesados e anomalia negativa de Eu, sugerindo o fracionamento do
plagioclásio durante a evolução do magma. As razões de K20/Na2O>1, altos conteúdos de Zr,Nb,Ce e
Y são similares a de granitos do tipo A. O monzogranito com biotita mostra afinidade cálcico alcalina
de médio potássio, tendência metaluminosa e menor fracionamento de plagioclásio. Diagramas de
discriminação tectônica indicam ambiente de margem continental ativa, para o biotita sienogranito e
monzogranito com biotita. Idades U-Pb em SHRIMP para duas amostras da fácies biotita sienogranito
mostraram idades de 1964±11 Ma e 1967±2 Ma, semelhantes àquelas encontradas nos Granitos da
Suíte Intrusiva Nhandu no Mato Grosso e Suíte Creporizão no Pará. Uma amostra do monzogranito
com biotita revelou idade de 1994 ± 5Ma correlacionável a idade do Granito Cumaru no Pará. O
gnaisse de composição granodiorita apresentou idade do Complexo Cuiu-Cuiu: 2008 ± 4 Ma. Os
resultados demonstram que a área estudada faz parte da Província Tapajós e que as rochas evoluíram
num ambiente dominante de acresção de arcos.
PALAVRAS-CHAVE: Suíte Intrusiva Nhandu, Geoquímica, Cráton Amazônico, U-Pb.
XIII
Abstract
The Granite Aragao, located in the Auriferous Province of Alta Floresta is a biotite syenogranite
medium to coarse grained and with porphyritic texture. Microscopically were observed potassic
feldspar, plagioclase, quartz, biotite and hornblende in different proportions. In Field were observed
that the biotite syenogranite shows features of assimilation of the a monozogranite with biotite and has
a discordant contact with a granodiorite gneiss rocks. Geochemical studies show for the biotite
syenogranite characteristics of high potassium calc-alkaline composition with enrichement of ligth
over heavy REE and negative Eu anomaly, suggesting the fractionation of plagioclase during the
evolution of magma. The ratio for K20 / Na2O> 1, high Zr, Nb, Ce and Y content are similar to A type
granite. The monzogranite with biotite shows medium to hight potassium calcalkaline affinities,
metaluminous to peraluminous trend and lower intensity of Eu anomaly. Tectonic discrimination
diagrams indicate active continental margin environment for the biotite syenogranite and to the
monzogranite with.biotite. U-Pb SHRIMP ages for two samples of the biotite syenogranite showed
ages of 1964 ± 11 Ma and 1967 ± 2 Ma, similar to those found in granites of Nhandu Intrusive Suite in
Mato Grosso and Creporizão Suite in Para. One sample of monzogranite with biotite, revealed aged of
1994 ± 5 Ma which can be correlated with the age of Cumarú Granite and the granodiorite gneiss
shows the same age of Cuiu-Cuiu Complex: 2008 ± 4 Ma. The results demonstrate that the studied
area is part of Tapajos Province and the rocks evolved in a dominantly accretion arcs environment.
KEYWORDS: Nhandu Intrusive Suit, Geochemistry, Amazon Craton, U-Pb
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
1
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1 INTRODUÇÃO
A região de Peixoto de Azevedo no Mato Grosso, destaca-se no cenário mineral pelo número
significativo de depósitos de ouro associados a rochas magmáticas félsicas de médio a alto potássio,
com afinidade sub-alcalina a cálcio-alcalina, de caráter metaluminoso a peraluminoso, provenientes de
fontes crustais arqueanas e de idade proterozóica. Inúmeros trabalhos têm sido realizados nos últimos
anos buscando a compreensão da origem do ouro desta região. Entres os trabalhos já publicados
destacam-se Barros (1994); Barros (2007); Miguel Jr. (2011); Assis (2011); Moura (1998). Esses
trabalhos em geral buscaram a compreensão direta da origem das mineralizações e de seus processos,
porém a região ainda carece de mapeamentos mais detalhados, bem como de estudos geoquímicos e
geocronológicos, para que se compreendam os processos e ambientes tectônicos que levaram a
formação desta importante região mineralizada. Com o intuito de contribuir com o conhecimento
geológico dessa porção, este trabalho foca na caracterização de rochas graníticas da região do garimpo
do Aragão. Neste contexto, o presente estudo tem como objetivo a caracterização petrográfica,
geoquímica e geocronológica do Granito Aragão e seu entorno, com o intuito de compreender o
ambiente e posicionamento tectônico do mesmo frente aos eventos que levaram a formação do Cráton
Amazônico do qual faz parte.
1.1.1 Problemática e Relevância
Entre as décadas de 1970 e 1990, a Província Aurífera Alta Floresta (PAAF) tornou-se a
principal região produtora de ouro no Brasil, com produção estimada em 200 e 300 toneladas de ouro
(Dardenne & Schobbenhaus, 2001). Tal produção de ouro foi resultado da explotação de diversos
depósitos primários de ouro de pequeno porte (<5t Au) por atividade garimpeira. Inicialmente o ouro
era extraído de depósitos secundários (aluviões e elúvios/colúvios) e após a exaustão destes depósitos
iniciou-se a exploração das mineralizações primárias filonares (Moreton & Martins, 2005).
A PAAF abrange área alongada de direção noroeste-sudeste, inserida no Cráton Amazônico
limitada a norte pelo Gráben do Cachimbo e a sul pelo Gráben dos Caiabis. Com relação as províncias
geocronológicas de Tassinari & Macambira (1999), engloba as províncias, Ventuari -Tapajós (1,95 –
1,8 Ga) e Rio Negro – Juruena (1,8 – 1,55 Ga) enquanto de acordo com o modelo proposto por Santos
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
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et al., (2000) abrange as províncias Tapajós – Parima (2,03 – 1,88 Ga) e Rondônia – Juruena (1,82 –
1,54 Ga). Apesar dos inúmeros trabalhos e pesquisas já realizados na PAAF, existem ainda muitas
questões não compreendidas com relação a origem dos depósitos primários.
O Granito Aragão, foco deste trabalho foi assim denominado informalmente por Vitório
(2010) que o classificou como um granito tipo A similar ao granito Teles Pires. Miguel Jr. (2011),
entretanto, obteve uma idade U-Pb de 1931±12 Ma excluindo o Aragão do Magmatismo Teles Pires e
o correlacionou com o Granito Novo Mundo de Barros (1994). O fato do Granito Aragão apresentar
mineralização aurífera disseminada em sua porção nordeste e revelar característica petrográfica similar
ao Granito Teles Pires, conhecidamente intra-placa pareceu aos autores deste trabalho um ponto
interessante a ser estudado. As perguntas que são aqui explicadas:
I: O Granito Aragão é do tipo A ou ele é de margem continental ativa com grande contribuição
crustal?
II: Podem granitos tipo A serem portadores de depósitos singenéticos de ouro?
1.1.2 Localização e Vias de Acesso
A área de estudo situa-se na porção norte do estado de Mato Grosso, na divisa com o Pará nos
arredores do município de Novo Mundo, distante 773 km da capital Cuiabá. O acesso a área de estudo
é feito por via terrestre a partir da cidade de Cuiabá, pela BR-163 até o município de Guarantã do
Norte, posteriormente pega-se rodovia estadual até a cidade de Novo Mundo e, em seguida, utiliza-se
estradas secundárias para acessar a área de pesquisa (Fig. 1.1).
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
3
Figura 1.1.2 Mapa de localização e vias de acesso da área de estudo.
1.1.3 Objetivos
O objetivo geral do estudo é contribuir para a compreensão da evolução dos granitos
mineralizados da PAAF, visto que o granito a ser estudado contém mineralizações do tipo
disseminada.
Os objetivos específicos foram realizar um mapeamento geológico para definir as fácies
petrográficas presentes no granito, caracterizar em termos geoquímicos tais fácies, definir as idades de
cristalização dos diferentes tipos de granitos encontrados na área de estudo e a partir dos resultados
coletados discutir a evolução do granito em termos de fonte de magma e ambiente tectônico.
1.1.4 Materiais e Métodos
Na etapa preliminar foram realizados estudos bibliográficos da região estudada. A preparação
do campo foi realizada com auxílio de interpretação de imagens de satélite da região para a confecção
de mapas bases para a etapa de campo. A etapa de campo ocorreu abril de 2014, com duração de seis
dias, quando foi feito o mapeamento geológico da área objeto deste estudo e a coleta de amostras para
a posterior análises laboratoriais.
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
4
Com base nos dados de campo e na descrição macroscópica das amostras coletadas, onze
amostras frescas foram selecionadas para análises petrográficas e geoquímicas, das quais quatro foram
selecionadas para analises geocronológicas.
As secções delgadas foram confeccionadas no Laboratório de Laminação do Departamento de
Recursos Minerais na UFMT (DRM-UFMT). A descrição das secções delgadas foi realizada no
Laboratório de Microscopia do DRM-UFMT, com uso de microscópio óptico binocular BX 50
(Olympus), com uma câmera acoplada para a obtenção de imagens por meio do software Infinity
Capture. De acordo com o método sugerido pela IUGS e com o auxílio do charriot foi realizada a
contagem modal das secções delgadas e aplicada a posterior nomenclatura das rochas segundo
Streckeisen (1976).
Onze amostras foram enviadas para o Acme Analytical Laboratories Ltd., em Vancouver –
Canadá. Análises de elementos maiores foram obtidas por ICP-ES (Inductively Coupled Plasma –
Emission Spectrometry) enquanto os elementos traços e terras raras foram obtidos por ICP-MS
(Inductively Coupled Plasma – Mass Spectrometry).
A separação de minerais para datação geocronológica foi realizada com aplicação de técnicas
usuais de preparação de amostras (britagem, pulverização, concentração por bateia e líquidos densos)
com posterior seleção dos grãos de zircão usando lupa binocular, realizada no laboratório do DRM-
UFMT. Depois de selecionados os grãos de zircão foram enviadas para a University Western of
Austrália para serem datadas pelo método U-Pb SHRIMP. Os grãos de zircão foram montados em
resina Epoxy e imageados usando o Microscópio Eletrônico de Varredura da marca Tescan-VEGA3
no laboratório de Microscopia e Microanalise (CMCA) na University Western of Austrália. As
datações foram realizadas no laboratório John de Laeter Center de geocronologia da Curtin Univertity
com a microssonda iônica SHIRIMP II Perth – Austrália. Tais datações seguiram os parâmetros
descritos por Willians (1998). As correções foram feitas ultilizando 204Pb. O padrão utilizado para a
correção dos cálculos foi Br-266 ( 559 Ma 206Pb/238U). E o cálculo das idades foi feito por meio do
software ISOPLOT/EX (Ludwing, 2001). Diagrams Concórdias foram calculadas com 2 σ com nível
de confiança de 95%.
Por fim, com os dados obtidos foi elaborada a presente dissertação que inclui um artigo
cientifico, com a interpretação destes.
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
5
1.2 CONTEXTO GEOLÓGICO GEOTECTÔNICO
O Cráton Amazônico está localizado no centro-norte da América do Sul sobre dois escudos
pré-cambrianos, o Escudo das Guianas e o Escudo Brasil Central situado a sul da bacia do
Amazônico-Solimões. Nas suas porções sul e leste é limitado por cinturões orogênicos
neoproterozóicos, à norte pela margem atlântica e à oeste pela Faixa Orogênica Andina (Rosa-Costa,
2006). Dois modelos foram aplicados para explicar a evolução do Cráton Amazônico: os primeiros
foram hipóteses fixistas onde Hasui et al. (1984), Hasui & Almeida (1985) e Costa & Hasui (1997)
foram os autores que mais se destacaram, segundo esta concepção, o Cráton Amazônico é uma extensa
plataforma continental arqueana que sofreu diversos processos de retrabalhamento crustal, e um
rejuvenescimento termal durante o paleo e mesoproterozóico. Com base nessa hipótese, o Cráton
Amazônico foi definido como um mosaico composto por doze blocos tectônicos justaposto por
colisões diacrônicas durante o Arqueano e Paleoproterozóico, que foram unidos e formaram um
megacontinente (Rosa-Costa, 2006). Com o avanço dos estudos e dos métodos geocronológicos a
partir da década de 70, que substituíram os resultados obtidos pelos métodos K-Ar e Rb-Sr, por
resultados mais robustos de idades U-Pb em zircão e idades modelos Sm-Nd, o modelo fixista caiu em
desuso e assim surgiram os modelos mobilitas, que atualmente se dividem em dois principais um de
autoria de Tassinari & Macambira (1999) e outro de Santos et al. (2000). Os quais concordam que o
Cráton Amazônico é formado por um núcleo Arqueano em torno do qual, houveram sucessivas
acresções de arcos magmáticos mais jovens, durante o paleo e mesoproterozóico segundo um trend
NW-SE, originando as províncias geocronológicas encontradas atualmente (Fig. 2).
De acordo com o modelo de Tassinari & Macambira 1999 o Cráton Amazônico é um
segmento crustal compartimentado em seis províncias geocronológicas, sendo elas Amazônia Central
(>2,5 Ga), Maroni-Itacaiúnas (2,2-1,9 Ga), Ventuari-Tapajós (1,95-1,8 Ga), Rio Negro-Juruena (1,8-
1,55 Ga), Rondoniana-San Ignácio (1,55-1,3 Ga) e Sunsás (1,25-1,0 Ga). Nesse modelo a formação
do Cráton Amazônico iniciou com um proto-cráton arqueano (Província Amazônia Central), no qual
colisões de micro-continentes durante as orogenias paleoproterozóicas com idade entre 2,2 e 1,95 Ga
deram sua configuração geocronológica atual (Cordani et al. 1979; Teixeira et al. 1989; Tassinari,
1996; Tassinari & Macambira 1999, 2004).
No modelo proposto por Santos et al. 2000 o Cráton Amazônico é formado pelas seguintes
províncias Carajás-Imataca (3,10-2,53 Ga), TransAmazônico (2,55-2,00 Ga), Tapajós-Parima (2,10-
1,87), Amazônia Central (1,88-1,86 Ga), Rondônia-Juruena (1,75-1,47 Ga), Rio Negro (1,86-1,52),
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
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Sunsás (1,33-0,99 Ga) e Cinturão de Cisalhamento K’Mudku (1,20 Ga). O principal contraponto em
relação ao outro modelo é a redução da porção arqueana, restrita ao bloco Carajás, as diferenças nas
idades da Província Amazônia Central (orosiniano) e as diferenças nos limites de províncias e
denominações. A figura 1.2 mostra a comparativamente os dois modelos.
Devido à grande ocorrência de depósitos minerais na região norte de Mato Grosso, províncias
metalogenéticas foram definidas por vários autores: Província Aurífera de Alta Floresta (PAAF)
definido primeiramente por Dardene & Schobbenhaus (2001); Domínio Alta Floresta (Santos et al.,
2001); Província Mineral de Alta Flores (Souza et al., 2005); Província Aurífera Juruena – Teles Pires
(Silva e Abram, 2008). O termo, mas amplamente utilizado desde Barros et al. (2007), tem sido
Província Aurífera Alta Floresta ou PAAF de Dardene & Schobbenhaus (2001). A PAAF situa-se na
porção centro-sul do Cráton Amazônico, caracterizada por ser uma área alongada com direção W-NW,
limitada a norte pelo Gráben do Cachimbo, a leste pelas nascentes do Rio Peixoto de Azevedo, a oeste
pelo Rio Aripuanã e a sul pelo Gráben Caiabis. Entretanto neste trabalho será utilizada a proposta de
Santos et al. (2001). Dessa forma na figura 1.3 é apresentado o mapa de províncias metalogenéticas de
Santos et al. (2004).
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
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Figura 1.2 Mapa do Cráton Amazônico mostrando os modelos utilizados em sua compartimentação. (A) modelo proposto por Tassinari & Macambira
(1999) em províncias geocronológicas; (B) modelo proposto por Santos (2006) em províncias geocronológicas.
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
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Figura 1.3 Mapa das Províncias Metalogenéticas da porção oeste do Cráton Amazônico,
modificada de Santos et al., (2004).
1.3 CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL
No setor leste da PAAF o arcabouço geológico é composto por um embasamento
representado por ortognaisses, do Complexo Cuiú-Cuiú (1,99 Ga; Souza et do al., 2005).
Granitos da Suite Intrusiva Nhandu (Barros et al., 2015), Suite Intrusiva Matupá (Moura et al.,
1998), Suite Intrusiva Juruena (Souza et al 2005), Grupo Colider (Souza et al., 2005; Moreton
& Martins, 2005) e o Magmatismo Teles Pires (Barros et al., 2013)
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
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1.3.1 Embasamento – Complexo Cuiú-Cuiú
Representado por ortognaisses compostos por monzogranito, tonalito e granito,
parcialmente migmatizados, podendo ocorrer rochas anfiboliticas (Souza et al., 2005. Datações
U-Pb em zircão feitas por Souza et al. (2005) no ortognáisse granítico mostram idades de 1.992
±7 Ma compatíveis com as idades U-Pb SHRIMP (2.005 ±7 Ma) obtidas por Santos et al., 1997
em rochas desta unidade que afloram na Província Tapajós.
1.3.2 Suíte Intrusiva Nhandu
Souza et al. (1979) propõe a denominação Granito Nhandu para granitoides porfíríticos,
de matriz fanerítica, composição variando de granodiorito a tonalito, coloração cinza claro,
textura pseudo-rapakivi, isotrópico, subcircular e distribuídos no médio curso do Rio Nhandu.
Souza et al. (2005) inclui nesta unidade vários outros granitos similares aos descritos
anteriormente sendo estes intrusões rasas, cálcio-alcalinas, de alto potássio, composição
shoshonítica, com aspectos subvulcânicos ocorrendo na forma de diques, soleiras e batólitos.
Segundo Barros et al. (2015.
Barros et al. (2015) realizou datações U-Pb (SHRIMP) em duas fácies do Granito
Nhandu, no curso médio do Rio Nhandu. Destas fácies uma é um monzogranito porfirítico de
granulação grossa e cor rosa claro, a outra fácies é um granito de granulação fina e cor cinza. As
idades obtidas foram 1953±6 Ma e 1962±7 Ma. Com base em trabalhos anteriores, nas regiões
do Trairão (Barros et al., 2014), Peixoto de Azevedo (Silva et al., 2013), Aragão (Miguel Jr.
2011) e Novo Mundo (Barros, 2007), tal autor propõe que as rochas que compõe o Granito
Nhandu anteriormente fazem parte de uma grande suíte intrusiva, denominada Suíte Intrusiva
Nhandu.
1.3.3 Suíte Intrusiva Matupá
Esta denominação foi usada inicialmente por Moura (1998) para classificar um corpo
que ocorre a sul da cidade homônima, que posteriormente foi subdividido em quatro fácies por
Moreton & Martins (2003) com base em assinaturas gamaespéctométricas, características
petrográficas e dados geocronológicos.
Fácies 1 é constituída de biotita granitos e biotita monzogranitos, equigranular a
porfirítico, a fácies 2 composta por hornblenda monzogranitos, hornblenda monzodioritos,
biotita-hornblenda monzonitos. Na fácies 3 contém clinopiroxênio-hornblenda monzogranitos e
clinopiroxênio-hornblenda monzodioritos magnéticos, os quais dão origem a solos vermelhos
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
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ricos em magnetita. E a fácies 4 corresponde a granito, biotita granitos e monzogranitos, com
microgranitos e granófiros subordinados.
Segundo Barros (2007) esta suíte intrusiva, é alojada na forma de pequenos corpos
subordinados a sistemas transcorrentes, marcados por zonas discretas de deformação dúctil-
ruptil de direção E-W com potencial metalogenético devido as mineralizações auríferas.
Na fácies 1 foi obtida a idade de cristalização de 1872±12 Ma, pelo método Pb-Pb em
zircão, e idades-modelo Sm-Nd (TDM) entre 2,34 e 2,47 Ga., com valores de εNd (t=1.87Ga)
negativos, variando entre -2,7 e -4,3 (Moura 1998). Silva & Abram (2008) obtiveram idade
modelo TDM de 2,15 Ga com εNd (1.87Ga) de -0,98.
Datações realizadas por Silva et al. (2014) em biotita monzogranito que ocorre na
região de Peixoto de Azevedo pelo método U-Pb (SHRIMP) em zircão mostram idade de
1869±10 Ma, para a Suíte Intrusiva Matupá.
1.3.4 Suíte Intrusiva Juruena
Silva et al. (1979) propõe a denominação Granito Juruena para corpos graníticos
porfíróides biotíticos e moscovíticos, muitas vezes gnaissificados. Silva Neto et al. (1980)
relaciona os granitos, granodioríticos e trondjemitos a sul e sudeste de Paranaíta a esta unidade.
No trabalho de Oliveira & Albuquerque et al. (2003) designa de Suíte Juruena, rochas graníticas
calcioalcalinas de médio a alto potássio, compostas essencialmente por biotita granitos e
monzogranitos porfiríticos a equigranulares, isotrópicos cinza a rosados, desprovidos de
enclaves.
Datações do JICA/MMAJ (2000) pelo método U/Pb no biotita monzogranito
forneceram idades de cristalização de 1817 Ma a 1823±35 Ma.
1.3.5 Grupo Colíder
O Grupo Colíder é formado por rochas vulcânicas, subvulcanicas, piroclásticas e
epiclásticas, as quais afloram nos arredores da cidade de Colíder, no leste da PAAF e
bordejando a região sul da Serra do Cachimbo com contatos tectônicos com a Suíte Intrusiva
Matupá e Suíte Intrusiva Nhandu (Souza et al., 2005).
As rochas vulcânicas têm natureza cálcio-alcalina, de composição ácida a
intermediária com uma distribuição mais restrita. As sub-vulcânicas formam cúpulas de
intrusões graníticas hipoabissais formando um pacote maciço com texturas de
microporfiritica a finamente cristalina compostas por micro-quartzo monzonito,
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
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microgranito, micromonzonito, micromonzogranito e granófiro, associados a riolitos,
dacitos porfiriticos e andesitos localmente porfíritico (Moreton & Martins, 2005). Já as
epiclásticas e piroclásticas ocorrem intercaladas com lavas andesiticas e rioliticas. Datações
em riolito porfirítico da Suíte Colíder pelo método U-Pb em zircão revelam idades de 1.786
±17 Ma (JICA/MMAJ, 2000) e de 1.781 ±8 Ma (Pimentel & Botelho, 2001). Silva &
Abram (2008) obtiveram idade LA-ICP-MS em zircão de 1.785 ±6,3. Souza et al. (2005)
por sua vez, obtiveram idades modelo (TDM) de 2,34 Ga, com εNd(t) de -3,75.
1.3.6 Suíte Vulcano – Plutônica Teles Pires
Associação de rochas plutônicas na forma de batólitos e stocks que intrudem em todas
as unidades anteriormente descritas presentes na PAAF, com composição modal fica entre
biotita granitos, álcali-feldspato granito e sienogranito, e raramente monzogranito. Estes
possuem coloração avermelhada, granulação de fina a grossa, de equigranulares a porfiriticos,
por vezes granofíricos, com rapakivi e anti-rapakivi e com tendências alasquítica (Souza et al.,
1979; Silva et al., 1980; Souza et al., 2005; Barros 2007).
Os dados geoquímicos mostram para granitos tipo A com afinidade cálcio-alcalina de
médio a alto potássio, com caráter metaluminoso a peraluminoso, formadas em um ambiente
pós-colisional e idades U-Pb em zircão de 1776 ± 30 Ma (Barros et al., 2013).
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
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CAPÍTULO 2
ARTIGO SUBMETIDO
Titulo:
Granito Aragão – Suíte Intrusiva Nhandu – Domínio Alta Floresta, Cráton Amazônico –
MT – Um granito de margem continental ativa com características químicas de granito do tipo
A.
Título em Inglês:
Aragão Granite – Nhandu Intrusive Suit – Alta Floresta Domain- Amazon Craton – MT
– An active continental arc granite with chemistry charcteristics of A type granite.
Título Curto:
GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DO GRANITO ARAGÃO – DOMÍNIO
ALTA FLORESTA, CRÁTON AMAZÔNICO - MT
Samantha Evelyn Max Dezula; Profª. Drª. Marcia Aparecida Sant’Ana Barros; Profº. Drº.
Ronaldo Pierosan. Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT; Drº. João Orestes Schneider
Santos – University of Western Austrália - UWA
Rua Osvaldo da Silva Correa, n°2248, Despraiado, Cuiabá-MT, CEP 78048-005, Brasil.
[email protected], [email protected], ronaldo.pierosan.yahoo.com.br,
Números e palavras: 5469 Total de figuras: 9
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
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RESUMO:
O Granito Aragão, localizado na Província Aurífera de Alta Floresta é um biotita
sienogranito de granulação média a grossa e textura porfirítica. Microscopicamente foram
observados feldspato potássico, plagioclásio, quartzo, biotita e hornblenda em diferentes
proporções. Em campo foi observado que o biotita sienogranito mostra feições de assimilação
do monzogranito com biotita e faz contato discordante com um gnaisse de composição
granodioritica. Estudos geoquímicos mostram para o biotita sienogranito características de
granitos cálcico-alcalinos de alto potássio, com padrão de ETR enriquecidos em leves sobre
pesados e anomalia negativa de Eu, sugerindo o fracionamento do plagioclásio durante a
evolução do magma. As razões de K20/Na2O>1, altos conteúdos de Zr,Nb,Ce e Y são similares
a de granitos do tipo A. O monzogranito com biotita mostra afinidade cálcico alcalina de médio
potássio, tendência metaluminosa e menor fracionamento de plagioclásio. Diagramas de
discriminação tectônica indicam ambiente de margem continental ativa, para o biotita
sienogranito e monzogranito com biotita. Idades U-Pb em SHRIMP para duas amostras da
fácies biotita sienogranito mostraram idades de 1964±11 Ma e 1967±2 Ma, semelhantes àquelas
encontradas nos Granitos da Suíte Intrusiva Nhandu no Mato Grosso e Suíte Creporizão no
Pará. Uma amostra do monzogranito com biotita revelou idade de 1994 ± 5Ma correlacionável a
idade do Granito Cumaru no Pará. O gnaisse de composição granodiorita apresentou idade do
Complexo Cuiu-Cuiu: 2008 ± 4 Ma. Os resultados demonstram que a área estudada faz parte da
Província Tapajós e que as rochas evoluíram num ambiente dominante de acresção de arcos.
PALAVRAS-CHAVE: Suíte Intrusiva Nhandu, Geoquimíca, Cráton Amazônico, U-Pb.
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
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ABSTRACT:
The Granite Aragao, located in the Auriferous Province of Alta Floresta is a biotite syenogranite
medium to coarse grained and with porphyritic texture. Microscopically were observed potassic
feldspar, plagioclase, quartz, biotite and hornblende in different proportions. In Field were
observed that the biotite syenogranite shows features of assimilation of the a monozogranite
with biotite and has a discordant contact with a granodiorite gneiss rocks. Geochemical studies
show for the biotite syenogranite characteristics of high potassium calc-alkaline composition
with enrichement of ligth over heavy REE and negative Eu anomaly, suggesting the
fractionation of plagioclase during the evolution of magma. The ratio for K20 / Na2O> 1, high
Zr, Nb, Ce and Y content are similar to A type granite. The monzogranite with biotite shows
medium to hight potassium calcalkaline affinities, metaluminous to peraluminous trend and
lower intensity of Eu anomaly. Tectonic discrimination diagrams indicate active continental
margin environment for the biotite syenogranite and to the monzogranite with.biotite. U-Pb
SHRIMP ages for two samples of the biotite syenogranite showed ages of 1964 ± 11 Ma and
1967 ± 2 Ma, similar to those found in granites of Nhandu Intrusive Suite in Mato Grosso and
Creporizão Suite in Para. One sample of monzogranite with biotite, revealed aged of 1994 ± 5m
which can be correlated with the age of Cumarú Granite and the granodiorite gneiss shows the
same age of Cuiu-Cuiu Complex: 2008 ± 4 Ma. The results demonstrate that the studied area is
part of Tapajos Province and the rocks evolved in a dominantly accretion arcs environment.
KEYWORDS: Nhandu Intrusive Suit, Geochemistry, Amazon Craton, U-Pb
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
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2 INTRODUÇÃO
O orógeno Tapajós-Parima (Santos et al, 2000) é um dos maiores e bem preservados
orógenos orosirianos do mundo. No Brasil ele estende-se por cerca de 2000 km no Cráton do
Amazônico. Ainda que muitas vezes esteja afetado por um overprint estateriano das províncias
vizinhas (Rio Negro e Rondônia-Juruena) (Santos et al, 2000; Hartmann e Delgado, 2001,
Santos et al, 2004). Diversos depósitos de ouro estão hospedados em rochas com idades entre
1965-1992 Ma que são associadas com as suítes intrusivas Creporizão no Pará, Domínio
Tapajós (Santos et al., 2004). No Mato Grosso a Suíte Intrusiva Nhandu começa a ser
interpretada como continuidade do arco Creporizão no Domínio Alta Floresta (Barros et al.,
2015).
A Suíte Intrusiva Nhandu foi assunto controverso durante muitos anos (Souza et al.,
2005, Miguel Jr.,2011, Barros, 2007). A definição da idade U-Pb em zircão usando um método
robusto (U-Pb SHRIMP) ocorreu com o trabalho de Barros et al. (2015), demonstrando que a
seção tipo do Granito Nhandu, conforme indicada por Souza et al. (1979), apresenta a mesma
idade dos granitos da Suíte Intrusiva Creporizão no Pará (~1967Ma).
O Granito Aragão, situado no Domínio Alta Floresta, é neste estudo, pela primeira vez
correlacionado com a Suíte Intrusiva Nhandu. Trata-se de um granito localizado numa área
extensivamente lavrada por mineiros artesanais (“garimpeiros”) onde uma das principais
características do minério é a sua ocorrência disseminada na rocha sugerindo evento
metalogenético singenético. A compreensão de toda a província metalogenética em questão
depende do conhecimento petrográfico, químico e geocronológico dos granitos associados às
ocorrências de ouro. Dessa forma o foco deste estudo é a caracterização petrográfica,
geoquímica e geocronológica do Granito Aragão.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Onze amostras de rocha foram descritas petrograficamente e posteriormente enviadas
para o Acme Analytical Laboratories Ltd., em Vancouver, Canadá. Análises de elementos
maiores foram obtidas por ICP-ES (Inductively Coupled Plasma – Emission Spectrometry).
ICP-MS (Inductively Coupled Plasma – Mass Spectrometry) foi usado para elementos-traço,
incluindo terras raras. Quatro amostras foram enviadas para University Western of Austrália
para serem datadas pelo método U-Pb SHRIMP. A preparação das amostras envolveu técnicas
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
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usuais de britagem, pulverização, concentração por bateia, líquidos densos e catação por lupa
binocular. Previamente às datações, os zircões foram montados em resina epoxy e imageados
usando um microscópio Eletrônico de Varredura de Marca Tescan-VEGA3 (UWA). As idades
foram realizadas utilizando microssonda iônica SHRIMP II no laboratório de geocronologia da
Curtin University – Perth-Austrália. A metodologia seguiu os parâmetros descritos por Williams
(1998), as correções de chumbo comum foram feitas utilizando contagens de 204Pb. O padrão
internacional usado para a correção dos cálculos foi o BR-266 cuja idade 206Pb/238U é 559 Ma. O
cálculo das idades foi feito por meio do software ISOPLOT/EX (Ludwing, 2001). Diagramas de
concórdias foram calculados com 2σ com nível de confiança de 95%.
4 CONTEXTO GEOLÓGICO GEOTECTONICO
O modelo de Tassinari e Macambira (1999) consideram que o Cráton Amazônico é um
segmento crustal compartimentado em seis províncias geocronológicas, sendo elas Amazônia
Central (>2,5 Ga), Maroni-Itacaiúnas (2,2-1,9 Ga), Ventuari-Tapajós (1,95-1,8 Ga), Rio Negro-
Juruena (1,8-1,55 Ga), Rondoniana-San Ignácio (1,55-1,3 Ga). Santos et al., (2000)
reinterpretou a compartimentação de Tassinari e Macambira baseando-se em dados U-Pb por
SHRIMP e Sm-Nd em rocha total e identificou oito províncias tectônicas 1-Carajás-Imataca
(3.10–2.53 Ga) 2- Transamazônico (2.25–2.00 Ga) 3- Tapajós-Parima (2.10–1.87 Ga) e 4-
Rondônia-Juruena (1.75–1.47 Ga). 5- Rio Negro (1.86–1.52 Ga) 6- Sunsas (1.33–0.99 Ga) 7-
Faixa de Cizalhamento K'Mudku 8- Amazônia Central.
Devido à grande ocorrência de depósitos minerais na região norte de Mato Grosso,
províncias metalogenéticas foram definidas por vários autores: Província Mineral de Alta
Floresta (Souza et al. 2005); Domínio Alta Floresta (Santos et al. 2001) nomenclatura que será
adotada neste trabalho. Província Aurífera Juruena-Teles Pires (Silva e Abram, 2008) e
Província Aurífera de Alta Floresta (PAAF) definido primeiramente por Dardene e
Schobbenhaus (2001). O termo PAAF têm sido amplamente utilizado desde Barros (2007), e
refere-se ao Domínio Alta Floresta de Santos et al., (2004). A PAAF situa-se na porção centro-
sul do Cráton do Amazônico sendo uma área alongada com direção W-NW, limitada a norte
pelo Gráben Cachimbo, a leste pelas nascentes do Rio Peixoto de Azevedo, a oeste pelo Rio
Aripuanã e a sul pelo Gráben Caiabis, englobalndo as províncias geocronológicas Tapajós-
Parima e Rondônia-Juruena de Santos et al., (2000).
A geologia da porção leste do Domínio Alta Floresta engloba da base para o topo rochas
de 2100 Ma (Cuiú-Cuiú) formado por tonalitos e ortognaisses; granitos sem denominação
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
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específica de idade 1990 Ma, granitos da Suíte Intrusiva Nhandu (1960 Ma), Suíte Intrusiva
Matupá formada por granitos cálcialcalinos de alto potássio com idade de 1870 Ma e um
extenso vulcanismo predominantemente félsico (Grupo Colíder) com idade de 1780-1770 Ma.
Diques máficos estão presentes em todas as áreas mineralizadas e que permanecem com idade
desconhecida. Coberturas sedimentares estão representadas pelos grupos Caiabis e Beneficiente.
A figura 2.1 mostra um mapa esquemático da geologia regional da Província Aurífera Alta
Floresta de Miguel Jr (2011) e localizando o Granito Aragão e todas os corpos intrusivos
relacionados à Suíte Intrusiva Nhandu.
Figura 2.1 Mapa simplificado dos Domínios Geológicos de parte da PAAF. Extraido e
modificado de Miguel Jr. (2011).
5 ARCABOUÇO GEOLÓGICO
O Granito Aragão foi descrito por Vitório (2010), como um batólito alongado de
direção NE-SW com aproximadamente 115 km2 de área, aflorando na porção sul do município
de Novo Mundo, sendo cortado por veios pegmatíticos tardios, diques de aplito e contendo
enclaves máficos. Feições de campo associadas a estudos petrográficos, permitiram separar três
diferentes granitos na região do Aragão. O mapa geológico abaixo mostra os pontos descritos e
amostrados e a localização das amostras datadas (Fig. 2.2).
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
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Figura 2.2 Mapa Geológico da região estudada, com pontos analisados e datados.
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5.1 Biotita sienogranito (BSG)
O BSG ocupa uma área de cerca de 60 km2, ocorre no campo na forma de morros e
lajedos com blocos in situ. A granulometria varia de média a grossa sendo porfirítica, com
fenocristais de microclíneo. É possível identificar um contato do BSG com o MGB revelando
feição de assimilação magmática. Destaca-se em campo como critérios de discriminação dos
corpos, a coloração rosa avermelhada do sienogranito e a coloração esbranquiçada do
monzogranito. Diques de aplitos e veios de quartzo são encontrados em ambos granitos, sendo
as espessuras variadas (de 1cm a 20cm). No BSG é encontrado diques pegmatíticos com textura
gráfica que ocorrem na região como manifestações magmáticas e hidrotermais tardias.
Microscopicamente o BSG exibe textura hipidiomórfica a xenomórfica, que varia de
porfirítica grossa a equigranular média. O BSG é constituído essencialmente por feldspato
potássico 44%, plagioclásio 25%, quartzo 23%, biotita 5%, localmente hornblenda 2% e titanita
1%. O feldspato alcalino é representado principalmente pelo microclinio subédrico (2,5mm)
muitas vezes fraturado e com geminação em grade e pertititas em chamas. Ortoclásio com
geminação Carlsbad também ocorre em menor proporção. O quartzo ocorre de duas formas:
como cristais subédricos (1,5mm), que apresentam extinção ondulante, ou ocorre como
aglomerados tardios (recristalizados) que mostram a formação e subgrãos. Os máficos são
representados principalmente por biotita, entretanto restos de horblenda são observados
associados a biotita e opacos. Como minerais acessórios destacam-se titanita, magnetita e como
minerais de alteração ocorre epídoto e muscovita.
5.2 Monzogranito com biotita (MGB)
O MBG aflora em uma extensão aproximada de 30 km2. Ocorre também em blocos,
colinas e lajedos e mostra feições de interação com o BSG (assimilação). Petrograficamente é
constituído basicamente por plagioclásio 44%, quartzo 23%, feldspato potássico 20%, biotita
10% e titanita 3%. O plagioclásio ocorre como fenocristais tabulares, subedricos (até 2mm),
com geminação segundo a lei-albita e intercrescimento mesopertitico. Processos de alteração
hidrotermal fraca forma sausuritização. O quartzo ocorre como cristais subédricos ou como
agregados recristalizados. A biotita de cor verde mostra pleocroismo para verde amarelado e
ocorre com hábito lamelar (até 1mm) associada aos minerais acessórios. A hornblenda ocorre
apenas localmente e está associada com biotita e magnetita. O hábito lembra processos de
desestabilização que pode representar restitos da rocha fonte (micro-enclaves) ou processos de
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
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mistura e/ou assimilação. Como mineral, acessório ocorrem titanita com hábito losangular e cor
marrom avermelhada e zircão com habito prismático e euédrico. Minerais secundários estão
associados à alteração hidrotermal do plagioclásio que formam mica branca (sericita) e epídoto.
6 GEOQUÍMICA
As tabelas 2.1 e 2.2 contém os dados geoquímicos de onze amostras analisadas das
quais três o são do monzogranito com biotita e oito do biotita sienogranito. Os teores de SiO2 na
fácies BSG variam de 68,74 a 76,83% enquanto no MGB variam de 66,52 a 69,68. Os teores de
Al2O3 variam de 11,49% a 14,04% no BSG enquanto são mais elevados nos MGB (15,17 a
15,80%). As razões K2O/Na2O são baixas nos MGB (<1) e variam de 1,08 a 2,03 nos BSG. O
CaO nos MGB varia de 2,18 a 2,59 enquanto no BSG está abaixo de 1%.
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
21
Tabela 2.1 Conteúdo de elementos maiores (%), traços (ppm) e terras raras (ppm) para onze amostras do Granito Aragão.
Biotita Sienogranito
Monzogranito com Biotita
SD-02 SD-03 SD-04 SD-08 SD-11B SD-15 SD-17 SD-19 SD-06 SD-07 SD-18
SiO2 76,83 68,74 75,26 70,16 74,98 75,33 75,27 75,89 69,68 68,47 66,52
Al2O3 11,49 14,63 12,34 14,04 12,55 12,32 13,19 11,84 15,17 15,86 15,8
FeO 2,02 3,07 2,24 2,78 1,48 1,79 1,42 1,76 3,06 2,76 3,29
Fe2O3 2,24 3,41 2,49 3,09 1,64 1,99 1,58 1,96 3,4 3,07 3,65
MgO 0,11 0,41 0,05 0,41 0,19 0,09 0,12 0,13 0,68 0,79 0,9
CaO 0,46 1,05 0,08 0,79 0,34 0,47 0,48 0,32 2,18 2,59 2,53
Na2O 2,77 4,18 4,37 3,99 2,99 3,15 4,25 3,17 4,67 4,22 4,63
K2O 5,42 6,04 4,51 6,06 6,07 5,59 4,6 5,58 2,79 3,5 4,08
TiO2 0,19 0,58 0,17 0,51 0,33 0,19 0,13 0,29 0,27 0,31 0,39
P2O5 0,02 0,08 0,01 0,09 0,03 0,02 <0.01 0,03 0,09 0,11 0,12
MnO 0,04 0,11 0,04 0,1 0,06 0,04 0,03 0,06 0,08 0,05 0,09
Sc 4 10 4 9 3 4 2 6 4 3 4
LOI 0,3 0,5 0,6 0,5 0,7 0,7 0,3 0,6 0,8 0,7 1
Total 99,86 99,72 99,92 99,74 99,9 99,91 99,93 99,89 99,8 99,69 99,72
Ba 302 845 58 626 361 275 316 181 771 1685 1407
Co 0,8 1,9 <0.2 1,5 0,4 0,6 0,7 0,4 4 4,5 5
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
22
(continua...)
Tabela 2.2 (continuação)
Biotita Sienogranito
Monzogranito com Biotita
SD-02 SD-03 SD-04 SD-08 SD-11B SD-15 SD-17 SD-19 SD-06 SD-07 SD-18
Zr 267,3 656 388,2 598,6 323,3 228,1 143,9 311,8 178,9 162,5 205,5
Y 21,3 35,5 19,3 38,7 12,1 20,6 20,9 50,4 17 11,5 12,6
La 122,7 157 52,2 150 30,8 63,3 30,4 82,6 54 27,6 45,3
Ce 235,7 292,6 69,3 259,7 52,4 113,7 63,4 161,9 99,8 61,2 88,8
Pr 24,57 30,46 13,3 29,01 5,95 12,48 6,39 19,04 9,17 5,36 9,45
Nd 86,3 106,7 49,7 101,4 20,6 44,1 22,2 66,8 30 19 33,4
Sm 11,1 15,14 9,78 14,03 2,99 6,83 4,33 11,19 4,34 3,42 5,2
Eu 0,62 2,14 0,62 2,04 0,47 0,55 0,37 1 0,83 0,88 1,12
Gd 7,04 10,44 7,41 10,89 2,22 5,46 3,77 9,18 3,53 2,62 3,81
CS 1,1 0,7 0,1 1 0,4 1,3 0,8 1,1 3,6 3,9 2,2
Ga 13,7 18,5 18,3 17,1 14,3 14,4 14,6 13,6 20,8 15,2 17,4
Hf 7,1 14,9 8,4 13,8 8 5,9 4,6 7,5 5,4 4,1 5
Nb 7 12,9 6,8 13,1 11,8 7,6 9,9 17,6 10,2 6,1 5,8
Rb 109,3 104,4 67,1 129,4 128,7 109 88,9 149,2 108 93,6 132,1
Sr 35,8 107,2 11,8 78,6 60,1 35,8 53,2 17,8 427,6 651,3 493,7
Ta 0,4 0,6 0,4 0,7 0,7 0,4 0,9 1,6 0,9 0,8 0,4
Th 20,1 11,7 4,8 13,5 5,5 9,1 13 8,7 14,2 9,2 7,5
U 1,2 0,9 0,2 1,2 0,6 1,3 2 1,3 4,3 1,7 3,2
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Tb 0,82 1,31 1,1 1,32 0,28 0,73 0,64 1,6 0,5 0,4 0,5
Dy 3,83 6,91 5,66 6,62 1,56 3,94 3,62 9,46 2,72 2,05 2,57
Ho 0,69 1,26 0,96 1,32 0,32 0,74 0,71 1,87 0,55 0,4 0,45
Er 1,84 3,42 2,41 3,58 1,11 2 2,16 5,21 1,62 1,12 1,24
Tm 0,27 0,55 0,33 0,53 0,19 0,3 0,32 0,77 0,27 0,18 0,17
Yb 1,6 3,56 1,9 3,52 1,2 1,94 2,05 4,46 1,58 1,15 1,1
Lu 0,27 0,61 0,28 0,6 0,24 0,29 0,3 0,61 0,27 0,17 0,17
Mo 1,1 0,3 0,1 0,3 0,2 0,5 0,2 0,2 0,3 0,2 0,9
Cu 8 2,7 1,3 2,6 7,8 1,6 1,7 1,9 10,2 2,9 25,7
Pb 23,2 21,9 6,5 21,9 10,9 18,4 15 17,4 15,5 8,8 11,8
Zn 55 82 50 76 24 39 19 41 68 49 66
Ni 4,6 1,2 0,8 1,4 0,7 0,9 0,7 0,5 3,4 3,3 3,3
Au 2,8 1,5 2 1,5 2,5 <0.5 <0.5 <0.5 1,8 1,2 1,7
K2O/Na2O 1,96 1,44 1,03 1,52 2,03 1,77 1,08 1,76 0,6 0,83 0,88
Na2O+K2O 8,19 10,22 8,88 10,05 9,06 8,74 8,85 8,75 7,46 7,72 8,71
Fe2 O3 t /( Fe2 O3
t +MgO) 0,95 0,89 0,98 0,88 0,9 0,96 0,93 0,94 0,83 0,8 0,8
Al2 O3 /(Na2 O+K2 O 1,4 1,43 1,39 1,4 1,39 1,41 1,49 1,35 2,03 2,05 1,81
Al2 O3 / (Na2 O+K2 O+CaO)
1,33 1,3 1,38 1,3 1,34 1,34 1,41 1,31 1,57 1,54 1,41
Na2 O+K2 O-CaO 7,73 9,17 8,8 9,26 8,72 8,27 8,37 8,43 5,28 5,13 6,18
Zr+Nb+Ce+Y 531,3 997 483,6 910,1 399,6 370 238,1 541,7 305,9 241,3 312,7
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
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Em diagrama de classificação do tipo R1 versus R2 (De La Roche et al.1980) as
amostras do BSG plotam no campo de álcali- granitos a quartzo-sienitos enquanto os MGB
plotam entre granitos, granodioritos e quartzo monzonito (Fig. 2.3). A diferença do quimismo
entre os dois granitos fica evidente no diagrama SiO2 vs K2O de Peccerillo e Taylor (1976)
onde o BSG plota no campo de rochas calcico-alcalinas a alto potássio a shoshoniticas
enquanto o MGB é de alto a médio potássio. Entretanto com relação ao índice de saturação em
alumina (Shand, 1943; Maniar & Piccoli, 1989) os dois granitos mostram um carater
metaluminoso à fracamente peraluminoso como esperado em magmatismo calcialcalino.
Aplicando o diagrama proposto por Frost et al.2001 as rochas plotam no campo ferroso com o
BSG mais rico em ferro que o MGB.
Figura 2.3 (A) Diagrama R1 e R2 (De La Roche et al.,1980); (B) Diagrama de SiO2 vs K2O
(Peccerillo and Taylor, 1978); (C) Índice de peraluminosidade (Shand, 1943; Maniar and Piccoli,
1989); (D) Diagrama de SiO2 vs Fe2O3t (Frost et al., 2001).
Diagrmas binários usando SiO2 com indice de diferenciação versus elementos maiores e
traços (Fig. 2.4), mostra uma evolução magmática por fracionamento mineral destacada pela
correlação negativa de SiO2 vs Al2O3, FeOt e TiO2 interpretada como fracionamento de
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
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plagioclásio, titano-magnetita e/ou titanita. O pequeno número de amostras do MGB não
permite considerações com relação ao comportamento dos elementos maiores em diagramas
binários.
Figura 2.4 Diagramas binarios tipo Harker (1909) de SiO2 versus elementos maiores.
Diagramas multielementares (Fig. 2.6) normalizados para o condrito mostram
anomalias negativas de Ta e Nb, Sr, P e Ti para ambas os granitos, variando apenas na
intensidade dos picos. O padrão de elementos terras raras mostra enriquecimento de ETR leves
sobre ETR pesados com anomalia negativa de Eu sendo que existe uma diferença no conteúdo
de ETR total refletido no padrão exibido quando normalizado para os conditros (Nakamura,
1974) (Fig. 2.5). A anomalia negativa de Eu reforça a interpretação da participação de
plagioclásio no processo de fracionamento dos cristais durante a evolução do magma, sendo
mais pronunciada no BSG do que no MGB. O empobrecimento dos ETR pesados associada ao
empobrecimento de magnésio durante a evolução do líquido para os dois granitos sugere uma
fonte rica em hornblenda ou clinopiroxenio que ficam como restito durante a fusão.
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
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Figura 2.5 Diagrama multielementar normalizado para os condritos de Nakamura (1974).
A) BSG B) MGB.
Figura 2.6 Diagrama para os elementos traços de Thompson (1982). A) BSG B) MGB.
Com relação ao ambiente tectonico ambas os granitos da região do Aragão plotam no
campo de granitos de arco, chegando ao campo de granitos intra-placa continental (Fig. 2.7 A).
Quando utiliza-se os diagramas de Whalen para que discriminam os granitos de ambientes de
arco dos de granitos intra placa tipo A, estes caem em diferentes campos devido ao elevado teor
de Zr (Fig. 2.7 B) Esses resultados demonstram que os granitos ocorrentes na região foram
formandos em ambiente de margem continental ativa e tiveram como fonte provável, gabros e
ou dioritos formados num ambiente de arco precoce.
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
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Figura 2.7 (A) Diagramas de Pearce et al. (1984). WPG, granito intraplaca; syn-COLG, granito
sincolisional; VAG, granito de arco vulcânico; ORG, granito de cadeia oceânica (B) diagramas (Whalen
et al., 1987).
7 GEOCRONOLOGIA
Os estudos geocronológicos neste trabalho foram realizados em quatro amostras: duas
do biotita sienogranito (SD-03 e SD-05), uma amostra do monzogranito com biotita (SD-18) e
uma amostra (SD-20) que representa o gnaisse grandioritico, As datações foram realizadas
segundo o método U-Pb SHRIMP em zircão, já descrito no item materiais e métodos. A tabela
2.3 apresenta os resultados isotópicos para tais amostras e a figura 2.8 mostra os diagramas
concórdia U-Pb.
Os melhores grãos de zircões encontrados nas amostras foram separados e
posteriormente montados numa secção em epoxy. Antes de serem analisados no SHRIMP, os
grãos foram analisados em microscópio eletrônico de varredura (MEV), onde foram realizadas
imagens pelo método de elétrons retroespalhados. Nas imagens obtidas pelo MEV pode-se
observar que os zircões encontrados nas amostras, possuem um formato bipiramidal, sendo as
bordas quebradas e corroída comuns. Possuem também fraturas e zonas com metamitização. As
imagens MEV foram utilizadas durante a realização das análises de SHRIMP, para se evitar
zonas com alto Pb comum ou com fraturas; quando necessário diminui-se o spot do SHRIMP de
25µm para 10µm.
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
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Os resultados da datação das quatro amostras, mostra que o biotita sienogranito possui
idade de cristalização entre 1967-1962 Ma, o monzogranito com biotita possui idade de 1994 ±
5 Ma e que o gnaisse granodiorito possui idade de cristalização de 2008 ± 4 Ma. A idade obtida
para o biotita sienogranito é similar a idades já descritas para os granitos da região (Novo
Mundo, Maciço Trairão, Pé Quente) onde segundo Barros et. al (2015) representam a idade da
Suíte Intrusiva Nhandu na região de Mato Grosso, e ou Suíte Intrusiva Creporizão no Tapajós.
Já a idade do monzogranito com biotita é similar as idades obtidas para a Suíte Intrusiva
Cumaru no Pará enquanto o ortognaisse granodiorita mostra a mesma idade do Complexo Cuiú-
Cuiú.
Figura 2.8 Diagramas concórdia U-Pb SHRIMP para as amostras SD-03(A) e SD-05(B),
mostrando as idades de 1964 ± 11 Ma e 1967 ± 2 Ma como a idade de cristalização do BSG, SD-
18(D) com idade de 1994 ± 5 Ma para o MGB e SD-20 (C) para o embasamento com idade de 2008
± 3 Ma.
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
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Tabela 2.3 Resultados analíticos para a datação U-Pb (SHRIMP).
common lead corrected isotopic ratios Ages (Ma)
Spot U Th
232Th /238U
206Pb
comm 206Pb
207Pb/ 206Pb
err
207Pb /235U
err
206Pb /238U
err
err corr
208Pb /232Th
err
206Pb /238U
1s err
207Pb /206Pb
1s err Disc.
ppm ppm ppm % % % % % %
SD-05, biotita sienogranito, Granito Nhandu
e.1-1 1338 1529 1.18 390 0.015 0.12070 0.38 5.6434 0.86 0.3391 0.77 0.899 0.0943 0.89 1882 13 1967 7 4.9
e.1-2 560 567 1.05 159 0.000 0.12024 0.61 5.4825 1.14 0.3307 0.96 0.843 0.0906 1.56 1842 15 1960 11 6.9
e.2-1 1644 2396 1.51 518 0.00 0.12055 0.25 6.0928 0.47 0.3666 0.40 0.842 0.1012 0.47 2013 7 1964 5 -2.5
e.5-1 920 1043 1.17 277 0.01 0.12087 0.33 5.8383 0.56 0.3503 0.45 0.805 0.0971 0.57 1936 8 1969 6 1.7
e.5-2 1190 1102 0.96 368 0.06 0.12104 0.33 6.0031 0.54 0.3597 0.43 0.798 0.1030 0.94 1981 7 1972 6 -0.4
e.6-1 1195 1319 1.14 365 0.00 0.12079 0.29 5.9258 0.53 0.3558 0.44 0.831 0.0963 0.54 1962 7 1968 5 0.3
e.6-2 74 53 0.74 22 -0.15 0.12369 1.48 5.8922 1.92 0.3456 1.23 0.643 0.0988 2.40 1913 20 2010 26 4.8
SD-20, granodiorito, Complexo Cuiú-Cuiú
h.2-1 3730 481 0.13 1195 0.00 0.12371 0.28 6.3609 0.59 0.3729 0.52 0.882 0.1042 0.92 2043 9 2010 5 -1.6
h.2-2 4852 855 0.18 1552 0.01 0.12352 0.26 6.3402 0.57 0.3723 0.51 0.894 0.1027 0.85 2040 9 2008 5 -1.6
h.2-3 5592 593 0.11 1899 0.00 0.12302 0.29 6.7062 0.58 0.3954 0.50 0.867 0.1104 0.80 2148 9 2000 5 -7.4
h.2-4 68 21 0.31 21 0.322 0.12277 1.25 5.9825 1.92 0.3534 1.46 0.757 0.0946 3.77 1951 24 1997 22 2.7
h.4-1 150 57 0.39 44 0.055 0.12241 0.72 5.8090 1.35 0.3442 1.15 0.848 0.0955 2.80 1907 19 1992 13 4.9
h.4-2 4861 442 0.09 1408 0.000 0.12401 0.28 5.7659 0.74 0.3372 0.68 0.926 0.0939 1.27 1873 11 2015 5 8.1
h.6-1 315 174 0.57 99 0.00 0.12236 0.92 6.1744 1.49 0.3660 1.17 0.787 0.1027 1.76 2010 20 1991 16 -1.0
h.6-2 267 203 0.79 83 0.03 0.12145 1.25 6.0590 1.75 0.3618 1.24 0.708 0.1005 2.04 1991 21 1978 22 -0.7
h.6-3 362 105 0.30 108 0.09 0.12643 0.88 6.0620 1.30 0.3477 0.96 0.741 0.0967 2.23 1924 16 2049 15 6.1
h.6-4 183 205 1.16 50 0.07 0.12248 1.30 5.4053 1.82 0.3200 1.28 0.702 0.0923 1.83 1790 20 1993 23 10.2
h.8-1 87 23 0.27 26 -0.09 0.12472 1.00 5.8537 1.64 0.3404 1.30 0.795 0.0998 2.84 1889 21 2025 18 7.8
SD-03, biotita sienogranito, Granito Nhandu
f.1-1 676 25 0.04 196 0.05 0.12084 0.68 5.6337 1.04 0.3381 0.79 0.760 0.0894 8.84 1877 13 1969 12 4.6
f.1-2 119 108 0.94 35 0.000 0.12338 0.83 5.9241 1.44 0.3482 1.18 0.817 0.0985 1.56 1926 20 2006 15 4.6
f.1-3 97 108 1.15 28 0.000 0.12032 0.94 5.6719 1.60 0.3419 1.30 0.811 0.0941 1.69 1896 21 1961 17 3.8
f.2-1 368 45 0.13 108 0.11 0.11935 0.92 5.6114 1.31 0.3409 0.93 0.716 0.0894 4.64 1891 15 1947 16 2.9
f.3-1 38 50 1.36 11 0.00 0.12231 1.72 5.7158 2.48 0.3389 1.80 0.722 0.0953 2.54 1881 29 1990 31 5.5
f.3-2 137 189 1.43 41 -0.09 0.12335 0.98 5.8676 1.55 0.3450 1.21 0.778 0.0961 2.33 1911 20 2005 17 5.5
f.4-1 54 42 0.79 16 0.00 0.12475 1.47 5.8426 2.12 0.3397 1.53 0.722 0.1020 2.33 1885 25 2025 26 6.9
f.7-1 933 1234 1.37 285 0.06 0.12044 0.39 5.9052 0.60 0.3556 0.46 0.769 0.0973 0.59 1961 8 1963 7 0.1
f.7-2 205 198 0.99 61 0.00 0.12143 0.70 5.8147 1.47 0.3473 1.30 0.880 0.0970 1.51 1922 22 1977 12 2.8
SD-18, monzogranito com biotita, Complexo Cuiú-Cuiú c.4-1 270 376 1,43 81 0,067 0,12183 0,82 5,859 1,50 0,3488 1,26 0,839 0,0996 1,52 1929 21 1983 15 3,2
c.4-2 331 548 1,71 102 0,109 0,12228 1,22 6,019 1,60 0,3570 1,04 0,651 0,1013 1,27 1968 18 1990 22 1,3
c.5-1 251 87 0,36 75 0,077 0,12176 0,76 5,862 1,34 0,3492 1,11 0,823 0,0945 2,25 1931 18 1982 14 3,0
c.5-2 555 143 0,27 164 0,060 0,12240 0,67 5,817 1,23 0,3447 1,04 0,842 0,0962 1,92 1909 17 1991 12 4,8
c.5-3 563 174 0,32 169 0,028 0,12137 0,63 5,836 1,20 0,3487 1,02 0,853 0,0949 1,66 1929 17 1976 11 2,8
c.7-1 2886 3977 1,42 902 0,007 0,12268 0,25 6,153 0,75 0,3637 0,71 0,941 0,0997 1,05 2000 12 1996 5 -0,3
c.8-1 542 465 0,89 161 0,111 0,12161 0,64 5,809 1,20 0,3465 1,01 0,846 0,0979 1,30 1918 17 1980 11 3,6
c.9-1 349 363 1,07 105 0,185 0,12241 1,05 5,921 1,75 0,3508 1,41 0,803 0,0960 1,87 1939 24 1992 19 3,1
c.6-1 338 268 0,82 97 0,062 0,12109 0,96 5,593 1,70 0,3350 1,41 0,827 0,0932 1,90 1862 23 1972 17 6,4
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
30
8 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES
- O Granito Aragão faz parte da Suíte Intrusiva Nhandu e deve ser restringido a uma área de 60 km2. Sua
composição é predominantemente sienogranitica equigranular média a porfirítica grossa.
Microscopicamente mostra importantes feições de feldspato pertitíco. Em termos geoquímicos apresenta
composições cálcico-alcalina de alto potássio, variam de metaluminosos a fracamente peraluminosos e
mostram a razões de K2O/Na2O >1%, altos teores de Zr+Nb+Ce+Y (230 a 910 ppm). Padrões de Elementos
Terras raras são enriquecidos em ETR leves sobre ETR pesados e mostram anomalia negativa de
plagioclásio. Ainda que possuam algumas características de granitos tipo A, plotam no campo de granitos de
margem continental ativa. As idades U-Pb em zircão mostram idades de cristalização entre 1967-1953,
similares as encontradas por Barros et al (2015) para a Suite Intrusiva Nhandú, correlacionável a Suite
Intrusiva Creporizão na Provincia Tapajós.
- O Granito Aragão, mostra evidências de assimilação de um monzogranito com biotita, de feições
geoquímicas similares ao BSG, porém com menor conteúdo de sílica, álcalis, teores mais elevados de Al2O3
e CaO e menor conteúdo de Zr e de elementos terras raras. Idade U-Pb em zircão igual a 1994±5Ma. O MGB
pode ser correlacionado ao Granito Cumarú, Provincia Tapajós.
O ortognaisse mostra idade de 2009 ± 4 Ma e apresenta características similares aos granitos do
Complexo Cuiú-Cuiú. A presença de zircões herdados de idade similar a este último tanto MGB quanto no
BSG, indica que o Complexo Cuiú-Cuiú, deve ser uma das fontes crustais envolvidas na geração dos
magmas granitos do Cumaru e Nhandu.
A figura 2.9 mostra uma sugestão para a evolução tectônica dos Granitos da região do Aragão.
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
31
Figura 2.9 Secção esquemática para o ambiente de formação do granito estudado.
9 AGRADECIMENTOS
A autora agradece ao PROCAD UFMT-UNICAMP, ao programa de Pós-Graduação em Geociências
da UFMT, ao GEOCIAM, aos professores UFMT e colegas que auxiliaram no desenvolvimento deste
trabalho.
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CAPÍTULO 3
DISCUSSÕES E CONCLUSÕES
DISCUSSÕES E CONCLUSÕES
- O Granito Aragão faz parte da Suíte Intrusiva Nhandu e deve ser restringido a uma área de 60 km2. Sua
composição é predominantemente sienogranitica equigranular média a porfirítica grossa.
Microscopicamente mostra importantes feições de feldspato pertitíco. Em termos geoquímicos apresenta
composições cálcico-alcalina de alto potássio, variam de metaluminosos a fracamente peraluminosos e
mostram a razões de K2O/Na2O >1%, altos teores de Zr+Nb+Ce+Y (230 a 910 ppm). Padrões de Elementos
Terras raras são enriquecidos em ETR leves sobre ETR pesados e mostram anomalia negativa de
plagioclásio. Ainda que possuam algumas características de granitos tipo A, plotam no campo de granitos de
margem continental ativa. As idades U-Pb em zircão mostram idades de cristalização entre 1967-1953,
similares as encontradas por Barros et al (2015) para a Suite Intrusiva Nhandú, correlacionável a Suite
Intrusiva Creporizão na Provincia Tapajós.
- O Granito Aragão, mostra evidências de assimilação de um monzogranito com biotita, de feições
geoquímicas similares ao BSG, porém com menor conteúdo de sílica, álcalis, teores mais elevados de Al2O3
e CaO e menor conteúdo de Zr e de elementos terras raras. Idade U-Pb em zircão igual a 1994±5Ma. O MGB
pode ser correlacionado ao Granito Cumarú, Provincia Tapajós.
O ortognaisse mostra idade de 2009 ± 4 Ma e apresenta características similares aos granitos do
Complexo Cuiú-Cuiú. A presença de zircões herdados de idade similar a este último tanto MGB quanto no
BSG, indica que o Complexo Cuiú-Cuiú, deve ser uma das fontes crustais envolvidas na geração dos
magmas granitos do Cumaru e Nhandu.
A figura 3.1 mostra uma sugestão para a evolução tectônica dos Granitos da região do Aragão.
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
35
Figura 3.1 Secção esquemática para o ambiente de formação do granito estudado.
Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.
36
CAPÍTULO 4
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