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Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino
Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
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Índice
Introdução 4
Capitulo 1
O que é a Ergonomia? 5
Formação da palavra: Ergonomia 6
Conceito de Ergonomia 6
História da Ergonomia 10
O Estudo da Ergonomia na Higiene, Segurança e Saúde Ocupacional 15
O principal objectivo da Ergonomia 18
Capitulo 2
Ergonomia na HST – Higiene e Segurança no Trabalho 21
Análise ergonómica: 21
Iluminação 24
Som 38
Ventilação, temperatura e condicionamento do Ar 44
Vibrações, movimentos repetitivos e posturas 46
Material 58
Intervenção nos locais de Trabalho 60
Organização do Trabalho 60
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Capitulo 3
As Novas Tecnologias e a Ergonomia 78
Evolução das Novas Tecnologias 78
Tipos de Ergonomia Informática 82
Conclusão 84
Glossário de normativos legais ligados à Ergonomia na SHT 85
Referências 87
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A ciência ergonómica permite a adaptação do ambiente do trabalho ao
Homem, sem conflito entre a saúde e a produção.
A ergonomia tem como objectivo alcançar a mudança, a transformação, a
qualidade e a fiabilidade de segurança no bem-estar físico, psíquico e social, no
mundo empresarial, assim como em outras áreas. Uma vez que, a ergonomia é
uma área muito abrangente, iremos esclarecer neste projecto, nomeadamente,
a área da segurança e higiene no trabalho.
Este Trabalho pretende ser um livro prático, sobre posturas a adoptar e
princípios de prevenção em relação aos principais riscos que afectam os
trabalhadores. Ao longo deste livro, podemos ver os aspectos ergonómicos no
trabalho, bem como, as medidas de protecção e prevenção a adoptar para
diminuir as probabilidades de futuras doenças profissionais.
Tudo isto, proporcionará uma melhor produtividade, quer por parte dos
trabalhadores quer por parte das empresas, pois como podemos constatar,
certos pormenores podem ocasionar doenças profissionais e consequentemente,
ausências de trabalho.
Esperamos com este livro contribuir para uma melhor qualidade de vida
dos trabalhadores e empresas, no seu local de trabalho e no seu quotidiano,
como também esclarecer os leitores acerca deste tema.
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Capítulo 1
O que é a Ergonomia?
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Formação da Palavra: “Ergonomia”
A palavra “Ergonomia” deriva do grego “Ergon” (trabalho) e “Nomos”
(estudo das regras e normas).
O termo “Ergonomia” é relativamente recente, uma vez que foi criado e
utilizado, pela primeira vez por K. Murrell, um Engenheiro Inglês, e adaptado
oficialmente em 1949, pela criação da primeira sociedade de Ergonomia – a
Ergonomics Research Society – onde se agrupavam psicólogos, fisiologistas e
engenheiros ligados a problemas de adaptação do trabalho ao Homem.
Conceito de Ergonomia
Com base nas nossas pesquisas, nos conceitos de A. LAVILLE, WISNER,
GRANDJEAN e do Departamento de Ergonomia da Faculdade de Motricidade
Humana, concluímos que a Ergonomia é:
Uma ciência interdisciplinar que entende a psicologia, a
antropologia e a sociologia do trabalho, adaptando o seu posto
aos utensílios, máquinas, horários e ao meio ambiente dos
requisitos humanos, melhorando e facilitando as condições de
trabalho e aumentando o rendimento do esforço do
trabalhador, visando a sua saúde e o seu bem-estar.
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Referimos também, os conceitos pronunciados por duas grandes
organizações reconhecidas internacionalmente:
- Organização Mundial de Saúde: “ A Ergonomia é uma ciência que visa o
máximo rendimento, reduzindo os riscos do erro Humano ao mínimo, ao mesmo tempo
que trata de diminuir, dentro do possível, os perigos para o trabalhador. Estas funções
são realizadas com a ajuda de métodos científicos e tendo em conta, simultaneamente,
as possibilidades e as limitações Humanas devido à anatomia, fisiologia e psicologia”.
- Organização Internacional de Trabalho: “ A Ergonomia consiste na
aplicação das ciências biológicas do Homem em conjunto com as ciências de
engenharia, para alcançar a adaptação do Homem com o seu trabalho medindo-se os
seus efeitos em torno da eficiência e do bem-estar para o Homem”.
A ergonomia divide-se em quatro fases sucessivas:
Ergonomia gestual – ocupa-se do estudo dos gestos e posturas do
trabalhador durante o trabalho, procurando adaptar os postos de
trabalho, as condições ambientais e os ritmos de produção aos
trabalhadores.
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Exemplo:
(Negativo)
O trabalhador tem uma má postura, pois nem a
cadeira, nem a secretária são ergonómicas. Além
disso, a sua posição não lhe permite comunicar
gestualmente com os seus colegas e/ou clientes.
Ergonomia informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de
sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar as condições
de percepção da informação por parte do trabalhador.
Exemplo:
(Positivo)
A caixa médica deve estar bem sinalizada para permitir
a identificação e o seu acesso rápido, em caso de
emergência ou necessidade.
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Ergonomia dos Sistemas - trata das interacções do trabalhador com os
materiais em qualquer sistema produtivo, procurando definir as tarefas
entre os trabalhadores, as condições de funcionamento e cargas de
trabalho de cada um.
Exemplo:
(Positivo)
Tabela de controlo de Higiene para WC
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
26.04.10 27.04.10 28.04.10 29.04.10 30.04.10 01.05.10 02.05.10
Maria Ana Maria Ana Inês Maria Ana
Ana Maria Maria Inês Maria Inês Inês
Maria Ana Ana Inês Maria Maria Ana
Através de tabelas de controlo de higiene, podemos identificar qual foi o
trabalhador, que em determinado dia e com que regularidade, fez um
determinado cargo de trabalho.
Ergonomia de previsão – como a designação sugere, procura prever e
estudar regras e as tarefas como cada trabalhador realizará o seu
trabalho efectivo, tendo em vista atingir zero incidentes e/ou acidentes.
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Exemplo:
(Positivo)
Criar gráficos de estatísticas para
descobrir as origens dos
acidentes de trabalho, a fim de
poder evitá-los ou reduzi-los.
História da Ergonomia
A Ergonomia teve as suas origens, como disciplina, durante a Segunda
Guerra Mundial, mas ganhou outra dinâmica depois do conflito, mais
concretamente no decorrer de 1949. Foi nessa altura, que se verificaram as
incompatibilidades entre o desenvolvimento humano e o desenvolvimento
técnico. Os equipamentos militares obrigavam dos executantes, decisões
bruscas e desempenho de actividades novas (tecnologias inovadoras) em
situações críticas.
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A guerra requereu e produziu
máquinas inovadoras e mais complexas,
mas estas não correspondiam ao que se
esperava, porque na sua criação, não
foram tomadas em consideração, as
características e as capacidades humanas.
Com a necessidade do aparecimento
de uma nova ciência que abranja esta
área, surge então, a Ergonomia.
Foi através dos meios britânicos, que esta ciência teve o seu grande
desenvolvimento, com a fundação de um grupo de estudos acerca da
capacidade produtiva dos trabalhadores nas fábricas de munições (Health of
Munitions Workers Committee).
Foi em Inglaterra, no início da década de 50, com a criação da
Ergonomics Research Society, que a Ergonomia iniciou a sua expansão no
mundo da indústria, desenvolvendo deste modo, o interesse pelos problemas
pertencentes ao trabalho humano.
O rápido crescimento e expansão da Ergonomia, para além das fronteiras
militares, decorreram entre as décadas de 1960 e 1980, pois o meio industrial
apercebeu-se da importância da Ergonomia na produção dos produtos e dos
sistemas de trabalho.
Mais tarde, a Ergonomia foi aplicada com a finalidade de optimizar o
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trabalho humano, centrando nos primeiros estudos o melhoramento das
máquinas, às quais os trabalhadores se tinham de moldar, algumas das vezes à
custa de uma longa e difícil aprendizagem.
Apesar disso, com o aumento da complexidade e dos custos das
máquinas, assim como, com a imposição do valor da vida humana, apareceu a
preocupação de criar máquinas adaptadas ao Homem e de estabelecer
condições na realização do trabalho mais adequadas às características humanas
(do ponto de vista antropométrico, biomecânico, fisiológico, psicológico, de
formação, de competência, etc.).
Nesta altura da evolução, alguns países da Europa criaram a Associação
Internacional de Ergonomia, para ligar as várias sociedades de factores
humanos e de Ergonomia que iam surgindo.
A Ergonomia continuou a desenvolver depois dos anos 80, principalmente,
devido às novas tecnologias informatizadas. Estas proporcionaram novos
desafios.
Nesta altura, em Portugal, a Ergonomia é ainda praticamente inexistente.
Apesar disso, a sociedade, devido à sua integração na União Europeia,
necessitava do cumprimento das normas comunitárias relativamente à
regulamentação do trabalho e das condições ambientais, o que provocou
alguma inquietação para o desenvolvimento da formação nesta área.
Foi no ano de 1987, que surgiu com a introdução de um curso no Instituto
Superior de Educação Física (ISEF), actualmente Faculdade de Motricidade
Humana, a Ergonomia em Portugal.
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Num ponto de vista histórico, consideram-se três pontos indispensáveis ao
desenvolvimento da Ergonomia:
1. No inicio, o estudo centrava-se na máquina, à qual o operário se
tinha de adaptar. Pretendia-se escolher e instruir o trabalhador de
acordo com as exigências e características das máquinas, em
grande parte através de uma longa e difícil aprendizagem.
2. Depois, referente aos problemas surgidos pelos erros humanos, o
estudo da Ergonomia começou a centrar-se no Homem. Pretendia-
se uma alteração das máquinas, tendo em conta os limites próprios
do Homem.
3. Actualmente, considera-se a análise do Sistema: Homem -
Máquina/ Homem - Trabalho.
E três tipos de evolução da Ergonomia:
1. Evolução Técnica
2. Evolução da Organização do Trabalho
3. Evolução do pessoal
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Características da evolução técnica:
Maior eficiência das máquinas;
Produção de miniaturas de certos produtos;
Informatização mais divulgada;
Automatização
Características da evolução da organização do trabalho:
Novas modalidades de divisão de tarefas.
Características da evolução pessoal:
Prolongamento da escolaridade;
Formação técnica e profissional.
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Tudo isto levou, naturalmente a:
Diferentes expectativas no âmbito laboral;
Uma inadequação dos modelos de gestão tradicionais.
Deste modo, estas modificações na natureza do trabalho provocaram um
elevado número de problemas de forma progressiva, com implicações para o
indivíduo, no contexto profissional, social e produtivo.
Todas estas consequências reflectem-se, normalmente, no estado de
saúde (doenças profissionais) dos trabalhadores.
O estudo da Ergonomia na Higiene
Segurança e Saúde Ocupacional
A Ergonomia é constituída pela parte teórica
e pela parte prática. Esta última ocorre no campo
e consiste na análise e na intervenção dos locais
de trabalho. A intervenção é resultante do estudo teórico, complementado pela
análise ergonómica.
O estudo ergonómico actua sobre todos os domínios, quer seja, a nível
físico, cognitivo, organizacional ou outros, resultante dos locais e ambientes
profissionais, assim como dos materiais. A antropometria desempenha um
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papel relevante no estudo da Ergonomia. A antropometria trata das medidas
físicas do corpo Humano. A origem da palavra remonta à antiguidade, pois os
egípcios e os gregos já observavam a relação das diversas partes do corpo. A
antropometria tem as suas origens na antropologia física, que como registo e
ciência às viagens do Marco Polo (1273-1295), relevou um grande número de
raças humanas, com diferentes tamanhos. A revolução industrial focou as suas
actividades no mercado de massas, isto, devido à necessidade de aplicar as
medidas do homem ao desenvolvimento de produtos. Sempre que possível e
justificável, deve-se realizar as medidas antropométricas da população para
qual está sendo projectado um produto ou equipamento, pois os equipamentos
fora das características dos trabalhadores podem levar a situações de stress e
provocar acidentes graves.
“A realização pessoal e profissional encontra na qualidade de vida do
trabalho, particularmente a que é favorecida pelas condições de segurança,
higiene e saúde, uma matriz fundamental para o seu desenvolvimento.”
(1º Parágrafo do Decreto-Lei nº 441/91)
Podemos concluir, que sem a implementação de uma prática ergonómica,
dificilmente será alcançada esta qualidade de vida de trabalho.
A ergonomia tem contribuído significativamente para melhorar as
condições do trabalho humano. Isso implica o compromisso pessoal e o prazer
em trabalhar, condição fundamental para a qualidade de produtos e serviços
numa empresa.
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A ergonomia deve ser aprofundada em diversas situações, visando o
tempo e o espaço, observando os factores que podem alterar a actividade do
homem e evidenciar os problemas gerais e as suas possíveis soluções.
O conceito de saúde no trabalho tem
apresentado uma considerável evolução, desde a
revolução industrial, evidenciando a relação entre
o trabalho e a saúde (doenças profissionais).
Assim, o conceito de saúde não se restringe ao
domínio da vigilância médica (exames médicos
individuais da avaliação da saúde), devendo ter
em conta o controlo dos elementos físicos e
mentais que possam afectar a saúde (convenção
nº 1555/81 OIT).
As definições de saúde valorizam o homem, não como um elemento
isolado, mas como, um ser social que vive em sociedade, influenciando-a e
fazendo parte dela ao mesmo tempo que recebe as suas influências e a ela se
adapta. Actualmente, a saúde é entendida como uma situação de equilíbrio
entre o nível físico, psíquico e sócio ambiental, referindo a importância da
ergonomia para a redução do agravamento das condições de trabalho, em que
o mesmo decorre e que acarretam consequências para a saúde individual e
para a organização.
“ Assim como existe uma forma saudável de definir e viver a doença,
existe um desafio constante para manter e representar o estado de saúde”
( Marilnyn Frank – Strowborg, pág.: 37)
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O Principal Objectivo da Ergonomia
O principal objectivo da Ergonomia é aperfeiçoar a adequação entre o
Homem, a máquina e o ambiente físico profissional, considerando em primeiro
lugar o Homem, seguido do sistema produtivo, tornando-o sempre que possível
mais competitivo e
funcional. Tudo isto, através
de um equilíbrio entre as
exigências das tarefas e das
máquinas e as
características anatómicas,
fisiológicas, cognitivas e
percepto-motoras, permitindo assim, adaptar os objectos, matérias e
instrumentos de trabalho a essas características, tornando as tarefas de
trabalho mais fáceis, confortáveis e seguras. Sendo a Ergonomia, assim,
sinónimo de eficiência.
Existem três factores fundamentais em que este objectivo da Ergonomia, por
um lado se baseia e por outro possibilita:
Facilidade
Conforto
Segurança
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Facilidade
Com a ajuda de estudos ergonómicos consegue-se uma acção sobre os
produtos ou matérias no sentido de os adaptar, possibilitando desempenhar as
mesmas tarefas de um modo mais fácil (exemplo: o material adaptado a um
canhoto).
Conforto
Os estudos da Ergonomia permitem que, os objectos, as matérias, os
processos ou até os sistemas sejam adaptados a nós, às nossas características
anatómicas, fisiológicas, cognitivas e percepto-motoras, fornecendo momentos
de conforto aos trabalhadores.
O desconforto pode impor constrangimentos à actividade de trabalho e
gerar situações de mal-estar, assim como também, de riscos, tornando a nossa
prestação de trabalho um sofrimento.
Segurança
Ao desenvolver materiais e objectos ou procurar produtos ou processos
produtivos que se adaptem ao Homem e às suas características, estamos a
reduzir factores de risco, constrangimento ou nocividade.
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Se os locais de trabalho não a tiverem, o resultado final das actividades
nunca poderá ser considerado um resultado seguro.
Neste contexto, procura-se evitar, não só a ocorrência de acidentes, mas
também, proporcionar ao trabalhador, uma boa qualidade de vida, em termos
físicos, psicológicos e sociais.
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Capítulo 2
Ergonomia na SHT – Segurança e Higiene no Trabalho
Na prática ergonómica, a Ergonomia ambiental ou Ergonomia do ambiente
tem um papel fundamental e é a vertente, que se dedica à análise e à
intervenção do ambiente físico, das tarefas executadas pelo trabalhador e que
pode contribuir, positivamente ou negativamente, no desempenho das pessoas
que dele usufruem, para obtenção de resultados das suas tarefas e actividades.
A Ergonomia do ambiente dedica-se a questões de adaptação e
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consonância com o espaço das tarefas e actividade nele desenvolvidas. Para o
alcance deste objectivo, esta utiliza elementos de antropometria, da psicologia
ambiental, da ergonomia cognitiva e da análise ergonómica do trabalho. Alguns
conceitos de conforto térmico, acústico, luminoso e cromático, também
compõem o leque de preocupações contempladas na concepção da ergonomia
adequada.
O estudo no campo (análise) é um momento especial para detectar dados
relevantes sobre as necessidades físicas, cognitivas e psíquicas das pessoas no
local de trabalho e das exigências das actividades desenvolvidas.
Na análise deve ser observado no momento:
Estar o mais atento possível ao modo de apropriação do espaço;
Perguntar sempre para quem, por quem e quem beneficia, usa ou
troca;
Procurar perceber as simultaneidades de uso, trocas, ocupações,
objectos e pessoas;
Procurar e perceber os ritmos de tempo, os seus modos de
utilização e os seus conflitos;
Inquirir sobre as possibilidades de comunicação e trocas entre
pessoas e imprevistos;
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Captar o que constitui o mesmo lugar e aquilo que dá lugar a outro.
Captar as suas relações, conflitos, associações;
Intervenções possíveis a serem praticadas;
Deve-se sempre auto-questionar todas as condições ambientais do local
de trabalho, analisando deste modo, todos os factores com a finalidade de se
adaptarem aos normativos legais e ao bem-estar físico e mental dos
trabalhadores, aumentando assim a produtividade. Eis algumas condições
ambientais a analisar:
Iluminação
Som
Cores
Ventilação, temperatura e acondicionamento do ar
Vibrações, movimentos repetitivos e posturas
Material de trabalho
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Análise Ergonómica
Iluminação
A iluminação é a condição principal no desenvolvimento das tarefas,
influenciando no seu conforto e na sua eficiência, devendo ser mantido um nível
ideal em redor de 500 lux, sendo a iluminação ideal, a natural difusa (indirecta,
de preferência filtrada por aparato) para evitar reflexões e encandeamentos.
Isto acontece, quando o fundo é mais brilhante que o objecto para o qual se
olha. Pode ser directo (por fonte luminosa) ou indirecto (por reflexo de
superfície).
Os seus efeitos são:
Incomodo directo ao trabalho;
Fadiga visual;
Sentimento subjectivo de desconforto.
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Medidas directas a tomar no campo para eliminar o encadeamento:
Deslocamento das fontes luminosas para fora do campo visual;
Aumento da iluminação de zonas próximas.
Medidas indirectas a tomar no campo para eliminar o encadeamento:
Modificação da fonte luminosa;
Disfarce das superfícies reflectoras, substituindo as superfícies
polidas e lisas das mesas e objectos por superfícies rugosas e
difusoras, que disseminam a luz.
A iluminação insuficiente leva a:
Diminuição de produção
Prejuízo na qualidade do trabalho
Aumento das falhas
Aumento da frequência de acidentes
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A iluminação exagerada leva a:
Reflexos perturbadores
Sombras pronunciadas
Contrastes exagerados
A colocação das luminárias, de preferência parabólicas de luz mista (uma
branca e outra amarela), deve ser paralela ao usuário e perpendicular ao
teclado, ficando longe da linha visual do usuário.
A iluminação artificial
As luminárias devem conter, desde que sejam fluorescentes, sempre mais
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de um tubo para evitar fenómenos estroboscópicos. Em algumas situações, a
iluminação acessória será necessária, sendo dirigida para a tarefa e nunca para
a tela.
Iluminação acessória
O olho é, basicamente, um receptor de imagens, o nosso scanner.
A visão é a captação da energia electromagnética do espectro visível (400
a 700 nm) pelas células foto-receptoras da retina.
A energia electromagnética captada é a transformação da energia
luminosa pelas células retinianas, que após este processo, é descodificada e
transferida para o banco de dados, o cérebro, o nosso disco rígido, onde são
codificadas e armazenadas sob a forma de imagens.
A visão tem como funções os principais sentidos da forma, cor e luz.
No tempo compreendido entre o nascimento e os 5 anos de idade existem
várias fases a serem ultrapassadas, com as suas particularidades e os seus
prazos próprios, como: Acuidade Visual, Visão Binocular, Estéreo-acuidade ou
Visão de Profundidade, Reflexo de Convergência e Acomodação Visual.
A partir deste prazo limite de 5 anos, a maturação visual está completa e
a tendência é mantê-la, quando em torno dos 40 anos começa o seu declínio
(tabelas 1 e 2).
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Desenvolvimento da acuidade visual
Idade Percentual
6 meses 3 %
9 meses 15 %
1 ano 25 %
2 anos 50 %
3 anos 66 %
4 anos 80 %
5 anos 100 %
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Desenvolvimento da visão binocular:
4 meses de idade
Desenvolvimento da estéreo-acuidade:
6 meses de idade
Desenvolvimento do reflexo de convergência:
1 ano de idade
Desenvolvimento da acomodação visual:
6 meses a 3 anos de idade
O aparelho visual é composto pelo olho e pelas suas estruturas intrínsecas
e extrínsecas, nervo óptico, quiasma óptico, suas derivações e o cérebro.
O olho e suas estruturas
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Via óptica e representação do campo visual
Para que a imagem seja percebida e armazenada no cérebro tem que
atravessar várias estruturas, passando pelos diversos graus que, cada meio de
transparência possui, como o da córnea, do humor aquoso, do cristalino e do
humor vítreo.
A imagem é então, projectada na retina, onde sofrerá o processo de
descodificação da cor, forma, luz e contraste.
Para que esta imagem chegue nítida, clara e focada, a retina, terá que ter
a sua quantidade de luz ajustada por um diafragma, a íris, que é controlado
pela musculatura intrínseca ocular, composta pelos músculos do esfíncter e o
dilatador da pupila; como também terá sua focalização regulada pelo músculo
ciliar, que é responsável pelas olhadelas ao perto / longe e o pelo poder de
refracção, que proporciona ao cristalino, modificando o seu formato. Chama-se
de acomodação visual a este mecanismo. Não se deve mobilizar mais de 2/3 da
acomodação visual, principalmente em esforços prolongados do músculo ciliar,
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para não provocarmos sintomas de desconforto visual, cefaleia, tonturas e
cansaço visual. O movimento de cada olho é feito pela musculatura extrínseca
ocular, composta por 3 pares de músculos: reto medial e reto lateral
(responsáveis pelos movimentos primários horizontais), reto superior e reto
inferior (responsáveis pelos movimentos primários verticais) e oblíquo superior
e oblíquo inferior (responsáveis pelos movimentos primários torsionais).
Musculatura extrínseca ocular
Os movimentos oculares, voluntários e os reflexos, são produzidos com a
conjugação de outros sistemas complexos, como o do equilíbrio
(responsabilidade vestibular - do ouvido).
Para o acto de fixação e da mudança de olhar para diversas distâncias, há
a necessidade de um ajustamento dos graus de convergência e de divergência
(ou paralelismo de eixos visuais), onde são utilizados os mecanismos de
acomodação visual e o ajustamento do tamanho da pupila.
Quanto mais próximo o objecto, maior a convergência e menor a
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divergência. Quanto mais longe, menor a convergência e maior a divergência.
Pela actividade constante das musculaturas extrínseca e intrínseca
oculares, os reajustes frequentes da visão para os diferentes planos de
interesse visual, serão tão mais fisiológicos quanto mais mantivermos as
distâncias dos objectos de interesse em planos próximos. Isso reduzirá a
amplitude dos movimentos oculares, tornando a tarefa mais confortável.
Sendo o cérebro, o nosso banco de imagens, quaisquer danos no mesmo,
poderão levar a uma "cegueira de imagens", sem que com isso tenhamos os
nossos olhos obrigatoriamente afectados.
Percepção de formas e Contrastes
A retina é uma membrana fina e complexa, formada por 12 camadas de
células com funções próprias, sendo a sua função, captar os estímulos
luminosos transformando-os em estímulos electromagnéticos.
Duas camadas de células, em especial, são importantes:
A camada de cones e bastonetes, responsável pela nitidez, detalhe
e contornos, dependendo da quantidade de luz e da camada de
células pigmentares, responsáveis pela percepção cromática e pela
adaptação da visão à luz e à escuridão.
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Camadas da Retina
Dentro das estruturas extrínsecas do aparelho visual, as pálpebras e o
sistema lacrimal têm uma grande importância na nossa visão. A córnea, a lente
mais externa do olho, tem que ser mantida limpa, protegida e nutrida, para
que a sua transparência e, consequente, o seu poder de refulgência possibilite
a visão normal.
Temos a pálpebra, como a sua protectora, auxiliar de
nutrição do seu movimento constante (na frequência média é
de 10 vezes por minuto).
O aparelho lacrimal é o responsável pela produção,
manutenção e drenagem das lágrimas e outras substâncias,
que têm a função de nutrição pelos seus componentes químicos
e físicos, lubrificação, limpeza e protecção, enfim, manutenção
da córnea em condições ideais.
Como sabemos, cada olho capta uma imagem, que é transmitida ao
Pálpebra Superior
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cérebro, sendo antes captada de modo próprio por cada olho, com as suas
desigualdades e peculiaridades. Essas imagens, quando sobrepostas e
revertidas (porque são percebidas invertidas em cada olho), darão a sensação
de profundidade e tridimensionalidade. O campo visual é a percepção de todos
os espaços, capazes de transmitir estímulos à retina. O campo visual monocular
é de 135 graus na vertical (60 graus superior / 75 graus inferior) e 90 graus na
horizontal, sendo portanto, o campo visual binocular de 135 graus na vertical e
180 graus na horizontal.
Campo visual
Pela distribuição diversa, de foto-receptores na camada de cones e
bastonetes da retina, nem todos os objectos são percebidos no campo visual
com o mesmo grau de nitidez e cor.
Os objectos percebidos com a máxima nitidez de cores, são os que estão
focados pela fóvea, região de maior concentração de cones, enquanto os de
menor nitidez serão focados por aqueles de maior concentração de bastonetes.
São limites anatómicos do nosso campo visual, os ossos da órbita,
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supercílios, malares e o nariz.
Ametropias ou defeitos visuais são os vícios de refracção (miopia /
hipermetropia / astigmatismo).
Dependendo de seu montante em graus de dioptria, poderão vir a causar
maior ou menor desconforto visual e físico (cefaleia, tontura, náuseas, ardência
ocular, dores na nuca, etc.), quando não corrigidos adequadamente e
dependendo do tempo, do volume e do interesse que um trabalho visual exige.
Ametropias
Quando um olho está com o poder de refracção e a sua dimensão antero-
posterior se encontra numa relação fisiológica, trabalhará em repouso, com
pouco esforço de acomodação e convergência, terá a emetropia (normal).
Quando o diâmetro antero-posterior é maior do que deve ser, para que a
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convergência dos raios luminosos se projectem sobre a retina, sendo os raios
projectados anteriormente, temos a miopia.
A situação inversa é a hipermetropia, que é a imagem projectada
posteriormente à retina.
Míope é aquele que se aproxima do objecto de interesse e o hipermetrope
o que se afasta, portanto, os seus mecanismos de reajuste (acomodação /
convergência) não são suficientes para a correcção necessária, e se o são,
dependendo do tempo e/ou do volume de trabalho visual, gerarão os
desconfortos mencionados.
Resultante da deformação das curvaturas corneanas e/ou cristalineanas
temos o astigmatismo, causando diferentes planos de convergência dos raios
luminosos para a retina, com distorções de imagens, projectando-as parte
anterior e parte posteriormente à retina.
O esforço adicional de acomodação e/ou convergência levará a posturas
viciosas de cabeça, que acarretam maior esforço no músculo ciliar, bem como
nos músculos cervicais e faciais, e fomenta cefaleia, dores na nuca, tonturas,
náuseas, sonolência, etc.
Com o aumento da idade, como já vimos antes, vai havendo uma
deterioração da visão pelo desgaste anatómico das estruturas oculares, o que
origina a redução da capacidade de acomodação, sendo a presbiopia o
fenómeno ocasionado por tudo isso.
A insuficiência de convergência, causada por anormalidades no equilíbrio
da musculatura extrínseca do olho, dificultando a convergência normal para os
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objectos de interesse próximos, gerará danos na interacção das imagens de
cada olho, exigindo esforço adicional para esta musculatura com consequentes
sintomas de fadiga, acarretando a Astenopia.
O uso prolongado da visão, com vícios de refracção não corrigidos, leva
as pessoas a terem sensações de turvação, dificuldade de fixação de detalhes,
perda de linhas na leitura, cefaleia constante, ardência nos olhos, sonolência,
náuseas, dores irradiadas para a nuca e pescoço, pontos móveis no campo de
visão, que podem ser negros ou cintilantes e até tremores nas pálpebras.
Na correcção dos problemas visuais são utilizadas lentes de vários tipos:
divergente para miopia, convergente para
hipermetropia e cilíndrica para astigmatismo.
Haverá uma variação no tamanho da imagem,
que será proporcional ao montante de graus a
serem corrigidos, ou seja, quando maior o
grau, tanto maior a variação do tamanho da
imagem.
As lentes de contacto proporcionam a imagem do tamanho mais próximo
da realidade, pela diminuição da distância vértice (do olho para a lente
corretora).
Haverá necessidade do uso de óculos, de distâncias pré-determinadas,
para a correcção de ametropias, com o uso do terminal de vídeo,
principalmente para pessoas portadoras de presbiopia, ou seja, acima de 40
Tamanho de imagem
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anos de idade (lentes bi ou multifocais).
Na regulação do contraste nos terminais de vídeo é importante, se levar
em conta que é necessário haver um contraste para a percepção dos símbolos,
em brilho ou em cor, o que aumenta a nitidez dos limites do símbolo em relação
ao fundo, sem que este contraste esgote os níveis de tolerância individual.
Caso esta precaução não seja tomada, podemo-nos ver diante de um
fenómeno de pós-imagem que é, fundamentalmente, a combinação de cores e
padrões.
Quando se esgota a capacidade fisiológica de percepção de uma cor, após
longo período de fixação, é realçada sua cor complementar. Por exemplo: em
terminais de vídeo verdes formam-se efeitos vermelhos em fundo branco, em
âmbar temos efeitos azuis em fundo branco.
Som
O ruído age sobre o organismo humano de várias
maneiras, prejudicando não só o funcionamento do aparelho
auditivo como comprometendo a actividade física, fisiológica e
mental do indivíduo a ele exposto.
Todos conhecemos, por experiência própria, as sensações
determinadas pela proximidade de fonte sonora de elevada intensidade, seja
sob a forma de tensão dolorosa da cabeça, de contracção dos músculos faciais,
seja como distúrbios auditivos ou visuais, sensação de constrição toráxica,
palpitações e mal-estar.
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Os ouvidos ficam zunindo, aparece a cefaleia, o atordoamento e,
sobretudo, a sensação de fadiga semelhante à que ocorre após intenso esforço.
O ruído tem como conceito ser "um fenómeno físico vibratório de um
meio elástico, audível, com características indefinidas de vibração de pressão e
frequências desarmoniosamente misturadas entre si ".
A perda auditiva ocupacional ou profissional, induzida pelo ruído é uma
doença progressiva, directamente relacionada com a exposição ao ruído, que
tem carácter permanente, pois resulta na degeneração do órgão de corti e de
outras lesões dos elementos nervosos, cocleares e retrococleares, do aparelho
auditivo.
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Os efeitos mais conhecidos e mais estudados do ruído intenso, nos ouvidos,
são:
Perda Auditiva:
Trauma acústico - é a perda auditiva de instalação súbita,
provocada por ruído repentino e de grande intensidade, como
uma explosão por exemplo.
Perda auditiva temporária - ocorre após exposição a ruído
intenso, por um curto período de tempo.
Perda auditiva permanente - é ocasionada à exposição
repetida, dia após dia, ao ruído excessivo, que pode levar ao
cabo de anos, a uma perda auditiva irreversível.
Zumbidos - são uma queixa constante nos indivíduos com lesões auditivas
induzidas pelo ruído, que podem prejudicar o sono, sendo que não têm um
tratamento específico, mas que podem desaparecer espontaneamente.
Recrutamento - é a sensação com os sons de alta intensidade. No
recrutamento, a percepção de "altura" do som cresce de modo anormalmente
rápido, à medida que a intensidade do som aumenta.
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Deterioração da discriminação da fala - é a redução da capacidade de
distinguir detalhes dos sons da fala em condições ambientais favoráveis. O
disfarce e a reverberação ambientais afectam o mecanismo de compensação,
reduzindo a inteligibilidade dos sons.
Otalgia ou "dor de ouvido" pode ser provocada por sons excessivamente
intensos, acima do limiar de desconforto, podendo provocar até distúrbios
neurovegetativos, eventualmente, ruptura do tímpano.
Tudo demonstra que o fenómeno do ruído actua no homem como um
verdadeiro stress e provoca uma reacção ergotrópica. Sob a acção de um ruído
repentino, os olhos cerram, a respiração pára e a pressão arterial aumenta,
além de outras reacções características. Uma vez que, o ruído pode modificar
os processos fisiológicos, torna-se necessário citar os efeitos extra-otológicos e
saber se existe realmente uma adaptação funcional ao ruído.
Efeitos gerais, no organismo, provocados pelo ruído excessivo:
O Comportamento do Sistema Neurovegetativo tem a instabilidade, que
como consequência gera dispepsia (arrotos), úlcera gastro-duodenal, distúrbios
digestivos (má digestão), aerofagia (gases), obstipação (prisão de ventre),
hiperreflexia, inquietação e angústia.
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O Comportamento do Sistema Cardiovascular ocasiona um vaso de
contracção periférica.
O Comportamento do Sistema Endócrino leva a uma hiperactividade
glandular, da tiróide, supra-renal e hipófise.
O Comportamento do Sistema Nervoso Central leva à fadiga dos centros
cerebrais, perturbando o seu funcionamento, impedindo o sono e o
relaxamento.
O Comportamento da Área Psicológica conduz à irritabilidade e à
instabilidade, provocando um agravamento nas pessoas deprimidas e obsessão
nas angustiadas. Nos histéricos e epilépticos pode provocar crises. Pode-se
também encontrar fenómenos de excitação e inibição, assim como,
atordoamento, enfraquecimento da fala e obnubilação sensorial.
O ruído dificulta o intercâmbio verbal e diminui a capacidade de
comunicação por meio da palavra. Para que uma frase seja entendida, é
necessário que se ouça e se compreenda, pelo menos 90 % dos fonemas que a
compõem. Quando o ruído ambiente aumenta, a pessoa que fala vê-se obrigada
a alterar a voz ou a aproximar-se dos ouvintes.
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Limites de tolerância por tempo de exposição para
barulhos contínuos e intermitentes
Nível de
barulho
Máxima exposição diária
permitida
85 dB 08 hs.
86 dB 07 hs.
87 dB 06 hs.
88 dB 05 hs.
90 dB 04 hs.
92 dB 03 hs.
95 dB 02 hs.
100 dB 01 hs.
102 dB 45 min.
104 dB 35 min.
105 dB 30 min.
106 dB 25 min.
108 dB 20 min.
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110 dB 15 min.
112 dB 10 min.
114 dB 08 min.
115 dB 07 min.
Tudo quanto foi exposto, revela-nos seguramente os efeitos patológicos
do ruído sobre a actividade física, fisiológica e psicológica das pessoas, tanto na
vida comum das cidades, como no exercício de actividades profissionais.
Ventilação, temperatura e condicionamento do Ar
Aconselham-se temperaturas entre 18 e 27 graus centígrados, porque o
ambiente excessivamente quente, leva ao cansaço e à sonolência.
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O Cansaço induz a:
Diminuição da actividade física
Redução da formação de calor no organismo
A Sonolência induz a:
Redução da prontidão da resposta
Aumento da tendência de falha
Diminuição da sensibilidade
Diminuição de coordenação
Diminuição de atenção
No calor excessivo, é necessário o aumento da circulação periférica no
organismo humano, para melhorar a dissipação do calor interno, levando com
isso, ao trabalho forçado de todo o sistema cardiovascular, porque deve ser
transportado cada vez mais calor pelo sangue para a pele, às custas da
irrigação dos músculos e dos órgãos internos, como por exemplo, os da
digestão.
A evaporação do suor é de importância decisiva para a manutenção de
uma economia calórica equilibrada, pois junto com o suor, o organismo perde
também sal, alterando com isto a composição salina dos tecidos, enquanto a
quantidade de sal no sangue fica constante.
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O ambiente excessivamente frio (abaixo de 15 graus centígrados) leva a:
Diminuição da concentração
Redução da capacidade de pensar e de julgar
Afectação da destreza e da força
Redução da capacidade motora
Realização dos movimentos de forma mais lenta
O organismo actuará a favor de um balanço térmico, produzindo mais
calor pelo metabolismo.
A unidade relativa do ar deve flutuar entre 30% e 70%, evitando portanto
as descargas de electricidade estática, o ressecamento da pele e das mucosas.
A manutenção da ventilação constante do
ambiente deve ser feita, para evitar a saturação de
gases, que induzam ao desconforto físico e mental.
Vibrações, movimentos
repetitivos e posturas (regras
gerais da ergonomia dos
movimentos)
Deve-se adoptar posturas correctas, como sentar-se de modo direito,
preservando as curvaturas fisiológicas da coluna vertebral e distribuindo a
pressão sobre os discos inter-vertebrais, pois evita doenças profissionais.
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Eis mais algumas posturas a adoptar:
Os braços formando ângulo de 90 graus com antebraços, aliviando o
trabalho dos ombros, estando os punhos na linha do antebraço, não
flectindo além de 25 graus, nem desviando lateralmente.
Apoio na região lombar e
coxas nos assentos, ficando
mantidas as articulações do
quadril, do joelho e do pé,
aproximadamente, a 90
graus; com os joelhos
ligeiramente acima da
articulação do quadril, para
não desestabilizar a coluna vertebral, e apoio para os pés.
O posicionamento do terminal de vídeo deve estar em 90 graus com o
plano da mesa, sendo a sua distância para os olhos de 35 cm a 50 cm,
dependendo do tamanho dos caracteres e da tela.
A altura do terminal de vídeo será de 10 graus abaixo da linha do
horizonte visual do usuário (+/- 15 cm de diferença), considera-se também um
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ângulo visual de 30 graus adicional, de modo a que a linha visual caia na
metade superior do terminal de vídeo.
O posicionamento do terminal de vídeo deve ser feito de modo a que a
tela fique perpendicular às janelas ou aberturas, sendo as mesmas protegidas
por cortinas que tornam a iluminação natural difusa.
Quanto ao teclado, deverá ser mantido directamente à frente do usuário,
evitando desvios laterais que podem levar a problemas de punho; em altura
que permitam que a mão repouse sobre o apoio palmar com leve flexão dorsal.
Manter suportes ou clipes para documentos ou tarefas a serem
desenvolvidas, no mesmo plano da tela, colocados lateralmente, para evitar
esforços visuais e trabalhos da musculatura do pescoço desnecessários.
As vibrações e os movimentos repetitivos podem provocar lesões - LER
(lesões por estímulos repetidos) ou mais recentemente o DORT (doenças
osteomusculares relacionadas com trabalho), tais como: "doenças que atacam
tendões, músculos, ligamentos, tecidos e nervos de origem ocupacional, que
resultam em dor, fadiga e queda de performance no trabalho e muitas das
vezes, agravam-se por factores psíquicos.
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As lesões derivam de:
Uso repetido de grupos musculares
Uso forçado de grupos musculares
Posturas inadequadas
Compressão mecânica
As lesões manifestam-se principalmente, nos membros superiores, ombros e
pescoço.
Entre as diversas lesões encontradas, podemos citar:
Lesões de tendão (tendinites, tenossinovites, epicondilites);
Musculares (síndrome tensional do pescoço, distonia facial,
miosites);
Articulares (artrite, bursite, capsulite adesivo);
Vascular (síndrome de Raynaud, anorexamento dos dedos da mão);
Neuropatias compressivas (síndrome do desfiladeiro torácico e
outras).
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Eis alguns dos factores de risco, relacionados à actividade exercida pelo
trabalhador e inerentes ao próprio indivíduo:
Relativos ao sexo, as mulheres tem duas vezes mais risco que os
homens, devido a terem ligamentos e tendões menos resistentes
que os homens. As mulheres são mais propensas à doença,
sobretudo as que estão em gestação e na menopausa.
Invariabilidade da tarefa, postura estática, tensão no trabalho,
exigência de manter ou aumentar a produtividade, insatisfação com
a actividade, considerações relativas à carreira, risco e carga de
trabalho e ao ambiente social.
Os aspectos psicológicos têm importância, isto porque as pessoas
tensas, deprimidas e ansiosas, têm maior propensão à doença.
Quanto mais factores estiverem presentes, maior probabilidade de
desenvolver DORT.
A mão desempenha funções importantíssimas e é um maravilhoso
instrumento que, combinado com o punho, realiza tarefas das mais variadas e
complexas na vida do Homem.
A mão é composta de 27 pequenos ossos (unidos entre si) e por
complexas articulações e sistemas de ligamentos, que permitem os mais
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pág. 51
variados movimentos na execução de tarefas.
A mão é envolvida por um grande número de músculos, que ao se
contraírem, transferem a sua força para os ossos por meio de estruturas
chamadas tendões.
Os músculos da mão que transferem a sua força aos ossos estão no
antebraço, muitos tendões atravessam o punho em direcção aos seus pontos de
inserção.
Partes desses tendões estão envolvidos por bainhas protectoras e
lubrificadoras, permitindo a livre movimentação deslizante.
Dorso da mão
Palma da mão
Mesmo com toda a protecção da mão, os esforços e os movimentos
repetidos, provocam atrito excessivo e irritações dos tendões, das suas bainhas
ou bursas dando origem respectivamente a tendinites, sinovites e bursites.
Se a irritação se estende para o tendão e para a sua bainha
conjuntamente, recebe o nome de tenossinovite. As tenossinovites podem ser
classificadas quanto a causas determinantes em infecciosas, traumáticas,
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pág. 52
metabólicas, degenerativas, etc. E quanto à duração, classificam-se em agudas,
sub-agudas e crónicas.
Todos os tendões do corpo podem, também, ser afectados pelas causas
supracitadas.
De modo geral, o que mais ocorre é a tenossinovite, que afecta o punho
devido aos movimentos constantes e repetitivos da mão ou punho, em ângulos
impróprios e por tempos prolongados.
Entre os exemplos de tarefas mais comuns, que podem causar a
Tenossinovite, estão os actos de tricotar, dactilografar, empacotar, etc.
O quadro clínico dos portadores da tenossinovite é o aparecimento de dor
na região dorsal da extremidade que liga o antebraço ao punho (distal),
aumentada por movimentos e aliviada pelo repouso. Pode acontecer também,
um edema e rubor localizados e uma sensação de fina crepitação nos
movimentos dos tendões, como também, pode aparecer uma dificuldade em
movimentar os dedos.
A afecção é geralmente de carácter benigno, diminuindo com a
imobilização do punho, uso de medicamentos anti-inflamatórios e precocidade
do diagnóstico e do tratamento adequado.
A tenossinovite é considerada uma doença de formação profissional, pois
acontece na fase de aprendizagem do profissional, até alcançar a performance
exigida para o desempenho da função. A sua prevenção faz-se possibilitando ao
aprendiz uma introdução gradual e progressiva na tarefa, permitindo tempo
para que as estruturas anatómicas se ajustem às suas demandas e
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acompanhado de um instrutor, para lhe dar orientações sobre as posturas
correctas de trabalho e as técnicas para alcançar o desempenho ideal da
função, requerida pelo cargo.
Os usuários de computadores devem ter conhecimento das correctas
posições do teclado em relação aos antebraços.
Bauk (1986, p. 33) enfatiza:
"Quando o punho é flexionado, os tendões são pressionados contra o ligamento
transverso do corpo ou contra seus ossos, aumentando o atrito e o risco de irritação
Por esse motivo, ao teclar, deve-se observar que as mãos estejam alinhadas em
relação aos antebraços, e que os punhos não estejam flectidos nem desviados
lateralmente.
A execução de movimentos repetitivos como os de digitar, com um ângulo do
punho superior a 25° pode acarretar riscos de outro tipo de afecção: a Síndrome do
Túnel Carpal.
Os tendões flexores dos dedos juntamente, com vasos sanguíneos e nervos,
atravessam uma espécie de túnel na parte inferior do punho, chamado túnel carpal.
Durante a flexão ou extensão do punho, esses tendões são sustentados em
posição por uma espécie de manguito fibroso. Por isso quando estirados exercem uma
força compressiva sobre as estruturas anatómicas adjacentes.
Dessa forma o nervo mediano pode ser comprimido dentro do túnel carpico
contra o plano ósseo, na hiperextensão, contra o ligamento transverso do carpo, na
hiperflexão.
A compressão do nervo mediano pode desencadear a síndrome, que se
caracteriza por sensações de queimaduras, prurido, agulhadas ou formigueiro do
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pág. 54
punho ou do polegar e nos três dedos vizinhos. Em casos graves, pode ocorrer atrofia
do polegar e fraqueza muscular generalizada da mão."
O diagnóstico precoce facilita sempre o tratamento clínico. Em casos
avançados, sempre se impõe o tratamento cirúrgico para descompressão do
nervo e alívio dos sintomas.
Prevenção não é moda, mas sim segurança.
A prevenção é a única saída para a doença. Algumas medidas de
prevenção:
Os exames de pré-admissão;
O evitamento de horas extras;
O evitamento de um segundo emprego, em actividades que exigem
um esforço com os braços e as mãos;
A pausa programada;
A optimização dos postos de trabalho, da organização do trabalho e
da prática de exercícios para evitar a tenossinovite.
É importante e fundamental a identificação de actividades de risco na
linha de montagem pelos profissionais de segurança no trabalho. Muitas vezes,
apenas esta medida já resolve o problema. Fundamental é instituir os exercícios
nas zonas de risco.
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pág. 55
Regras Gerais da Ergonomia dos Movimentos
O desempenho do trabalho é máximo quando as duas mãos,
começam e terminam ao mesmo tempo.
Os movimentos dos braços devem ser feitos simultaneamente e em
direcções opostas, descrevendo trajectórias simétricas ao eixo do
corpo.
Os movimentos das mãos devem ser tão simples quanto possível.
Devem ser limitados ao menor número de movimentos básicos,
para proporcionar os movimentos mais rápidos.
Os movimentos devem ser executados nas áreas normais de
trabalho, no plano horizontal e no espaço vertical (quando a
natureza do trabalho o exigir, pode ser utilizada a área máxima,
adoptando as medidas recomendadas, para compensar a fadiga).
Os movimentos contínuos e curvos das mãos são mais rápidos do
que os movimentos em segmentos rectos ou com mudanças
bruscas de direcção.
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pág. 56
O ritmo e a automatização concorrem para a sucessão natural dos
movimentos.
É vantajoso dispor os materiais e as ferramentas numa ordem
conveniente, num lugar certo, de modo que reduza ou elimine os
movimentos de procurar, encontrar e escolher.
O posto de trabalho deve ser preparado, com ferramentas e
máquinas e abastecido, convenientemente, antes do início do
trabalho.
A acção da gravidade deve ser aproveitada para retirar o material
elaborado e para abastecer o posto no lugar destinado à utilização
do material.
Os movimentos do arremesso (empurrar e deslizar) são mais
rápidos, mais fáceis, precisos e menos fatigantes do que os
movimentos de transportar sob-control.
O trabalho feito com as mãos deve ser evitado sempre que possível.
É mais vantajoso o emprego de alavancas para o accionamento com
os pés (pedais).
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pág. 57
As ferramentas e os dispositivos de comando ou de controlo devem
estar pré-posicionados ao alcance das mãos e da vista do operador
e de preferência à sua frente, para facilitar o seu uso nas operações.
Os cabos de ferramentas e os comandos das máquinas devem ter
forma e dimensões convenientes ao cómodo contacto com as mãos
e ao esforço a transmitir.
O posto de trabalho e o assento devem ter alturas que permitam ao
operador trabalhar, à vontade e alternadamente, nas posições de pé
e sentado.
O posto de trabalho deve ser provido das condições físicas mais
adequadas à natureza do esforço solicitado e ao grau de atenção. O
recinto onde o trabalho se realiza, deve satisfazer as condições do
meio físico, quanto à ventilação, iluminação, limite dos ruídos, etc.,
observando as normas de segurança e higiene do trabalho, para
preservar a saúde e o bem-estar do pessoal.
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pág. 58
Material
Por exemplo, no trabalho com terminal de vídeo que implica quase
sempre longas jornadas de fadiga, a cadeira deve ter características que
possam facilitar as mudanças posturais confortavelmente. O assento e o
encosto devem ser estofados e revestidos de material lavável e impermeável,
com densidade e consistência de suportar até 2 cm de pressão, pelo peso do
usuário, sem ser mole ou
duro. O assento e o
encosto devem ser
reajustáveis para a altura
e para o suporte lombar,
para manutenção da
anatomia da coluna
vertebral, assim como, os
braços para suporte e
apoio, sem contudo
interferir nos movimentos
e na aproximação com a
mesa. O assento deverá
ter as extremidades arredondadas, para não interferir na circulação dos
membros inferiores, e os pés da cadeira devem ser o mais estáveis possíveis,
com 5 pés e rodízios para a sua movimentação.
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pág. 59
A mesa deve ter dimensões apropriadas ao tipo de tarefa a ser
desenvolvida e espaço suficiente para a movimentação do usuário, fazendo com
que adopte uma postura correcta. Deve ser ainda, regulável para manter os
terminais de vídeo e teclados, nas altura e posições a serem indicados, deve ser
de material anti-reflexivo, para evitar incidências desagradáveis de reflexos
luminosos nos olhos dos usuários. Com inclinação de 20 graus para melhorar a
firmeza do corpo do operador, bem como, para melhorar a circulação venosa de
retorno e ajudar na postura angular das articulações de membros inferiores.
O Teclado deve ter a inclinação regulável,
dissociado do visor e possibilitando o apoio das
mãos e dos braços do utilizador na mesa. A sua
superfície deve ser baça, evitando reflexos e as
teclas devem possuir símbolos suficientemente
contrastados e legíveis a partir da posição normal
de trabalho e dispostos de forma a facilitar a sua
utilização.
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pág. 60
Intervenção nos locais de Trabalho
A intervenção nos locais de trabalho
consiste, na alteração e na actualização,
quer a nível ambiental, organizacional,
humano e tecnológico. Podemos concluir,
que a intervenção nos locais de trabalho é
a aplicação dos resultados do estudo e da
análise ergonómica.
Organização do Trabalho
O comando no trabalho tem a finalidade de atingir objectivos e metas,
com as condições que a organização oferece para a execução do mesmo, a qual
chamamos tarefa.
A tarefa é o tipo, a quantidade e a qualidade da produção por unidade de
tempo, bem como, os meios necessários para realizá-la. Esta é assim,
constituída pelas organizações (as condutas, os métodos de trabalho, as
instruções), tudo o que o trabalhador tem que fazer e como deve fazê-lo, bem
como, o conjunto de objectivos a serem atingidos, as especificações do
resultado a obter (normas de qualidade e manutenção), os meios fornecidos
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pág. 61
para a execução da tarefa (condições da matéria prima, máquinas e
equipamentos, formação e experiencia exigidas do trabalhador e composição da
equipa de trabalho) e as condições necessárias para a execução do trabalho
(ambientes físicos e humanos, tempo e ritmo e cadeia de produção).
Numa organização poderemos dizer que, para o trabalhador a tarefa é
aquela que lhe diz o que tem de fazer, com os meios que lhe são fornecidos, já
a actividade é a acção como essa tarefa é executada, fruto da integração da
tarefa. É como na realidade o trabalho acontece, como se realiza o objectivo
proposto, com os meios disponíveis e nas condições dadas, da parte do
trabalhador ou do grupo de trabalhadores.
Há relativamente poucos anos, a satisfação no trabalho era sinónimo de
segurança e estabilidade financeira, mas actualmente, com o fenómeno da crise
e da globalização, desenvolveram-se novos cenários, onde se exige um novo
perfil organizacional, com novos paradigmas, onde o colaborador sente a
necessidade de desenvolver os seus talentos, habilidades, competências e o
desejo de crescer profissionalmente, de maneira a obter uma maior qualidade
de vida.
As organizações estão a adoptar medidas para proporcionar um maior
bem-estar aos seus colaboradores, procurando também um compromisso com
éticas profissionais e valorização da qualidade humana. Estes novos paradigmas
envolvem também a satisfação no trabalho, através de melhores salários, de
desenvolvimento profissional, de promoção, mas principalmente, de uma maior
qualidade de vida.
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Os colaboradores sentem-se satisfeitos quando se identificam com os
valores da organização, sentem que o seu trabalho é importante. Para que as
organizações possam proporcionar satisfação no ambiente organizacional, pode-
se utilizar a técnica de gestão de conflitos.
O conflito é uma situação em que dois ou mais interlocutores têm
objectivos diferentes, geralmente opostos e mutuamente exclusivos, que
desenvolvam atitudes e comportamentos de hostilidade.
A essência do conflito parece estar no não acordo, na contradição ou na
incompatibilidade, independentemente do conflito presente. O conflito pode ser
considerado positivo, caso possa evoluir para a mudança, a inovação, a
competição (não patológica), a motivação, a produtividade e a qualidade o que
é fundamental como
instrumento de gestão,
para combater a
imobilidade e a ausência
de novas ideias, porém
também pode ter uma
conduta negativa se
resultar em tensão,
ansiedade, stress, clima
hostil e más relações
interpessoais.
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O porquê do Conflito?
Numa organização, a sua própria estrutura constitui a fonte potencial de
conflito, porque:
Numa organização, trabalham pessoas que estão integradas em
hierarquias diferentes, consoante a sua prestação;
A distância dos níveis hierárquicos criam uma barreira à
comunicação, consequentemente, partilham menos informação uns
com os outros, que por sua vez prejudica o desempenho da
organização;
A visão, objectivos e interesses de níveis hierárquicos superiores
podem não ser comuns a níveis hierárquicos inferiores, gerando
assim conflitos;
Numa organização existem pessoas, homens e mulheres, que nem
sempre consideram a organização como um simples local de
trabalho. As pessoas transportam para a vida profissional os seus
problemas pessoais;
Uma organização possui uma estrutura com determinadas normas
formais e informais que, implícita ou explicitamente, pretende impor
aos seus colaboradores;
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As pessoas que trabalham nas organizações, têm vindo a manifestar
alguma tendência para a autonomia, a aumentar o seu espírito
crítico e a revelar uma maior aspiração profissional. Criando assim
situações de insatisfação com a sua posição, dentro do quadro da
empresa.
Os conflitos organizacionais são inevitáveis. As diferentes partes que
constituem a organização têm interesses, necessidades, sensibilidades e pontos
de vista diferentes que podem gerar conflitos.
Numa organização, é a estrutura da mesma, que é uma fonte potencial de
conflitos, devido ao facto, de nas organizações trabalharem várias pessoas, com
desempenhos diferentes e, portanto, organizadas em níveis diferentes o que
concorre para dificuldades acrescidas na partilha de informação e, por
conseguinte na comunicação.
Como os interesses e objectivos destas pessoas são necessariamente
diferentes, a potencialidade do conflito está sempre presente. Ressalve-se a
questão do poder assumir um papel relevante nos conflitos organizacionais,
uma vez que este é distribuído de forma desigual e que as pessoas são
sensíveis à forma como são tratadas.
Além dos tipos de conflitos enumerados, podemos acrescentar, ainda os
falsos conflitos ou mal entendidos na comunicação, os expressos (quando existe
a consciência da sua existência, por parte do grupo e dos latentes, verificáveis
através de sintomas noutras áreas de comportamento).
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Causas dos Conflitos organizacionais:
Falta de comunicação;
Valores, interesses e objectivos diferentes;
Regras, normas e procedimentos impostos;
Procura de autonomia e participação;
Exercício hierárquico.
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Efeitos Negativos
Efeitos Positivos
Destrói a moral dos grupos e das
organizações;
Induz cada adversário a fazer
atribuições opostas ao outro;
Provoca diminuição nos níveis de
satisfação;
Permite clarificar;
Permite clarificar os assuntos,
desenvolvendo a compreensão dos
argumentos da contraparte;
Pode provocar problemas de
saúde devido ao aumento dos
níveis de tensão e stress;
Origina a destruição do grupo;
Provoca desgaste do
empenhamento das pessoas na
implementação das decisões;
Atrasa as decisões;
Os líderes transmitem estilos de
liderança participativa para estilos
directivos, visando manter firmeza
sobre o ambiente de trabalho;
Reduz o empenhamento
organizacional;
É um antídoto contra o pensamento
global;
Permite reconhecer problemas
ignorados;
Permite que as diferentes ideias,
propostas e argumentos sejam
testadas;
Conduz a novas abordagens ao
problema a solucionar, resolvendo
desacordos e conflitos de longa data;
Permite a partilha de pontos de vista
e a compreensão dos valores e
objectivos da contraparte.
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Podemos constatar ainda, outros efeitos negativos:
Arruína a carreira de algumas pessoas;
Origina a alteração na comunicação organizacional;
Gera um clima paranóico;
Desvia as energias das tarefas mais importantes;
Aumenta os níveis de ausência no local de trabalho acerca dos
outros;
Origina comportamentos vingativos e irresponsáveis;
Empobrece a coordenação do trabalho;
Obstrui a cooperação;
Cria desconfianças e estereótipos negativos.
As estratégias para tratar um conflito podem tratar-se em três categorias:
1) Evitá-lo: as pessoas evitam os conflitos e tudo o que é
potencialmente conflituoso na esperança que a situação de conflito
desapareça.
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Há várias maneiras de evitar o conflito:
Suprimi-lo, abandonando as situações de conflito, deixando o seu
emprego, deixando-se dormir, fugindo de casa;
Refugiar-se no trabalho, como meio para fugir a uma situação
embaraçosa;
Acomodar-se, evitando os conflitos, afirmando que tudo está bem;
Mudar de assunto, sempre que o conflito é focado;
Não levar nada a sério e utilizar a farsa, distraindo os outros,
quando algo indica que se aproxima a situação de conflito.
2) Desactivá-lo: as estratégias de desactivação utilizam-se quando a
pessoa implicada no conflito decide parar ou suspender o conflito
para que as coisas acalmem. Esta estratégia é como uma táctica de
ventilação. É uma forma de ganhar tempo. Na estratégia de
desactivação, as pessoas tentam encontrar alguns acordos nos
pontos menores do conflito, evitando os problemas de fundo,
muitas vezes para obter mais informações e ter uma oportunidade
de ver as situações numa outra perspectiva;
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3) Enfrentar o conflito: as estratégias que permitem enfrentar o
conflito podem ser agrupadas em três categorias de acordo com o
resultado obtido:
Ganhar – perder: esta estratégia tem como fundamento uma
relação, em que uma das
partes, sendo mais forte que
a outra, exerce a sua
autoridade para remover o
conflito.
Esta técnica utiliza
abusivamente a autoridade.
“Eu sou o patrão” é uma
argumentação muito comum
neste tipo de estratégia.
Contudo, a longo prazo, esta
técnica de resolução do conflito enfraquece a autoridade.Esta
estratégia demarca bem a existência de duas partes ou de dois
grupos de conflito, em que cada uma investe as suas energias
contra o outro; recorre-se muito aos ataques pessoais. É uma
situação negativa porque há sempre alguém que perde.
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Perder – perder: esta estratégia não satisfaz objectivamente
nenhuma das partes envolvidas no conflito, simplesmente nenhuma
delas dá a vitória à outra.
Ganhar – ganhar: esta estratégia utilizada na resolução do conflito
implica uma grande quantidade de comunicação entre as partes
envolvidas, uma vez que, considera-se o conflito como algo a
resolver, e não como uma batalha para ser ganha. Esta estratégia
permite encontrar a melhor solução para ambas as partes, criando
assim, um clima de confiança, respeito e compreensão. Esta
estratégia é mais eficaz organizacionalmente, pois implica a
negociação e um grande investimento de tempo, onde a solução
deverá beneficiar todos.
Apresentamos as fases para que a resolução de conflitos seja eficaz numa
perspectiva em que todos possam beneficiar com a mesma.
1. Identificar o problema;
2. Propor soluções alternativas;
3. Avaliar soluções alternativas;
4. Tomar uma decisão;
5. Executar a decisão;
6. Acompanhar e avaliar a solução adoptada.
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Este método baseia-se na utilização de:
Escuta activa (saber deixar falar, empatia, centrar-se no que é dito,
eliminar pré-juízos, não interromper o outro, não deixar
transparecer as emoções pessoais e reformular a mensagem para
garantir o sucesso da sua compreensão);
Empatia (respeito pela necessidade do outro);
Comunicação clara e honesta;
Confiança, firmeza;
Auto-conhecimento;
Boa gestão das emoções;
Flexibilidade de ponto de vista.
A mediação é um processo prático através do qual o
mediador ajuda as partes a controlar os factos, partilhar
os sentimentos, trocar as diferentes percepções e
trabalhar um acordo.
Para isso o mediador deve ser detentor de
características específicas:
Imparcialidade;
Bom ouvinte;
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Inspirar confiança;
Persuasão;
Auto-consciência;
Flexibilidade;
Equilíbrio;
Empatia;
Conhecimento das regras;
Técnicas úteis na abordagem de conflitos
Pergunte e não mande - A partir do momento que se faz perguntas em
vez de dar ordens, estará a convidar os outros a participar da solução de um
problema. Neste momento, as pessoas passam a ser cúmplices da solução e
terão uma atitude mais positiva sobre o assunto.
Peça com educação - Nos momentos em que é necessário dar uma ordem
directa, peça educadamente. O uso de frases como “Você poderia…”, “Preciso
de sua ajuda com o seguinte…” ou “Você estaria disposto a…” fará com que o
outro saia da defensiva e aceite melhor sua solicitação.
Mostre disposição - Se uma pessoa precisa de si, tente ajudá-la e mostre
que está a fazer tudo o que pode. Às vezes é melhor receber um “não” bem-
intencionado do que um “sim” com má vontade.
Ataque o assunto, não as pessoas - A atenção deverá ser colocada no
assunto e não na pessoa, evitando assim subjectivar o conflito.
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Escute antes de falar - A interrupção em si já é criadora de conflitos. Além
disso, se você está a ouvir o seu interlocutor, e a dar sinais corporais ou
sonoros de compreensão, ele estará mais disposto a expressar as suas
necessidades e aceitar as suas ideias, as sugestões e soluções serão mais
coerentes.
Não actue emocionalmente - Nos conflitos profissionais é comum que o
assunto seja levado para o lado pessoal e emocional. Deve-se evitar esta
situação completamente. Mesmo que o interlocutor vá por este caminho,
mantenha a sua postura serena e profissional. Isto tem dois objectivos: evitar
um ambiente hostil e prejudicial à resolução do conflito e tentar encaminhar o
outro interveniente no caminho do profissionalismo.
Como conclusão, constatamos que nenhuma organização está livre de
conflitos, pois praticamente toda a empresa sofre e beneficia com eles. Os
conflitos são responsáveis por sérias ameaças à estabilidade da organização,
mas também podem agir de maneira
construtiva, estimulando o potencial
de inovação.
A evolução do entendimento
que se tem de conflito percorre desde
a visão tradicional, em que os
conflitos devem ser evitados a todo o
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pág. 74
custo e são o resultado do comportamento de indivíduos indesejáveis, até à
visão moderna, onde se entende que um certo grau de conflito faz surgir ideias
inovadoras, resultado da discussão aberta de pontos de vista diferentes.
O stress trata nas mais diversas áreas da vida humana, mais
especificamente na relação homem/trabalho, enfocando o auxílio da Ergonomia
cognitiva na tentativa de minimizar as consequências ocasionadas pelo stress.
Com o ritmo acelerado de trabalho nas empresas onde, cada vez mais,
crescem as pressões por resultados e pelo alcance de metas, que exigem
longas jornadas de dedicação e privação da vida social e familiar, a saúde física
e mental dos indivíduos pode ficar comprometida, directa ou indirectamente.
Desta forma, surgem problemas como stress, depressão e ansiedade, factores
psicológicos que influenciam o desenvolvimento de outras doenças. De acordo
com a Enciclopédia Britânica, diversos tipos de problemas gastrointestinais,
afecções dermatológicas e alterações neurovegetativas, são alguns dos
transtornos orgânicos que têm origem em desequilíbrios dos processos mentais.
O stress é uma alteração psico-fisiológica do organismo, observável
através de sintomas físicos e psicológicos. O stress é um processo e não uma
reacção única e manifesta-se por sintomas como taquicardia, transpiração
excessiva, tensão muscular, boca seca e sensação de alerta.
O ser humano por natureza procura manter o equilíbrio das suas forças
internas, com todos os órgãos trabalhando em harmonia. Quando algum evento
importante, bom ou mau, acontece, mudanças fisiológicas associadas com as
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Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
pág. 75
reacções do stress são processadas pelo hipotálamo. Quando o agente de stress
excita o hipotálamo, uma cadeia de reacções bioquímicas altera o
funcionamento de quase todas as partes do corpo. O sistema autónomo
mobiliza-se para lidar com o stress. O hipotálamo activa as glândulas supra-
renais que produzem adrenalina e corticóides, se a produção for excessiva ou
prolongada podem ocorrer sérios problemas de desgaste orgânico. Quando o
stress é prolongado o sistema imunológico é afectado, pois as células linfáticas
do timo, que participam desse sistema, são prejudicadas, assim como, as
células dos gânglios linfáticos. As células brancas diminuem em número e o
organismo fica sujeito a doenças infecciosas e envelhecimento precoce.
Muitas das actividades, até aquelas consideradas com um componente
mental baixo, como o trabalho da agricultura, requerem um componente
cognitivo intenso e complexo. Toda a actividade de trabalho possui pelo menos
três aspectos, que são: o físico, o cognitivo e o emocional. Estes estão
fortemente ligados e a sobrecarga de qualquer um deles,
acarreta a sobrecarga dos outros dois. Pode-se entender
esta situação, citando-se o problema da síndrome
neurótica dos telefonistas, que devido às exigências do
trabalho, passam a desenvolver cefaleias, zumbidos, e
assobios, assim como, pensamentos obsessivos com
relação ao trabalho, como a repetição de fragmentos
estereotipados de discursos, além de alterações no sono e no humor. Outro
grupo de trabalhadores submetidos a especial stress são os postos de trabalho
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Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
pág. 76
destinados a receber reclamações, (balcão de informação do Modelo,
Continente etc.) não para resolver os problemas que por vezes são insolúveis,
mas para que alguém esteja lá a ouvir as reclamações e protestos. Tratar dos
problemas de saúde mental desses trabalhadores, num plano individual ou
técnico, é uma ilusão, pois essas situações são produto de um aspecto
organizacional e social da empresa/serviço.
A vida organizacional, pode trazer um certo grau de alienação, também
permite ao indivíduo, de alguma forma, realizar-se. O recalcamento funda uma
mentira que sempre tem o efeito de mascarar, sem que essa máscara não
possa ser um dia a verdadeira face redescoberta. É exactamente nisso que o
recalcamento difere da repressão.
Quando a organização
parece muito grande e
poderosa, como é o caso da
maior parte das multinacionais,
ela assume um papel tanto de
fornecedora de satisfação
quanto de sanção. Dinheiro,
trabalho, “status” e promoções, vêm da organização. Essas organizações,
geralmente, levam a cabo uma política de recursos humanos, baseada na
individualização dos problemas, de modo a impedir as reacções colectivas.
Uma das características mais notáveis dos seres vivos é a diversidade de
reacções que podem assumir dentro de uma mesma situação. Todo o indivíduo
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Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
pág. 77
chega ao trabalho com o seu capital genético, remontando o conjunto da sua
história patológica antes do nascimento, as suas marcas “in útero”, e as marcas
acumuladas das agressões físicas e mentais sofridas na vida. Ele traz também o
seu modo de vida, os seus costumes pessoais e étnicos, assim como, as suas
aprendizagens. Tudo isso pesa no custo pessoal da situação de trabalho em que
é colocado. Os problemas nascem das relações conflituosas entre a história do
indivíduo e a história da sociedade. De maneira mais precisa, as dificuldades
das relações entre a pessoa e a sua necessidade de prazer e a organização que
tende à instituição de um automatismo perfeito, é o adaptar do trabalhador a
um modelo de máquina.
O trabalhador diante de sistemas complexos e perigosos, pode estar
exposto a diversos erros políticos, de concepção, ausência de controlo, falhas
na manutenção, negligência, má qualidade da direcção e principalmente,
condições de trabalho desfavoráveis, que podem levar a catástrofes, com um
custo de vidas muito alto. É fundamental levar em consideração a totalidade do
ser humano e das circunstâncias que o rodeiam, para entender os processos do
stress. A realidade exterior é constituída a partir de um universo simbólico, que
depende de cada sujeito, especificamente da forma como cada um constrói sua
concepção de mundo. O corpo tem que se adaptar a uma realidade particular
,criada pelo próprio indivíduo e pela sua cultura que passa a ser a sua
realidade. Desta maneira, não se pode rotular o stress como bom ou mau, pois
é através do stress que nos adaptamos às situações da vida, o modo como
reagimos a essas situações é que faz a diferença.
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Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
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Capítulo 3
As Novas Tecnologias e a Ergonomia
Evolução das Novas Tecnologias
No fim do século XX e do segundo
milénio, o motor da nova revolução é a
tecnologia baseada no aperfeiçoamento dos
transportes e das comunicações.
A tecnologia na sua eterna mudança nunca foi
tão rápida e desconcertante.
A evolução dos meios de transporte tem sido, ao longo dos tempos,
gradual e contínua. Esta evolução, para além de ininterrupta, tem permitido a
livre circulação de diversos artigos, não só em grandes quantidades, mas como
também a uma velocidade fantástica.
Após esta breve e sumária introdução sobre o enquadramento da
tecnologia, iremos focar a nossa abordagem nas comunicações e na sua
capacidade de ligação instantânea aos mais variados pontos do planeta.
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Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
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Ora, toda esta era de mudança no comércio, na indústria, nas
comunicações denomina-se processo ou "fenómeno da globalização".
A citada era anterior permitiu, para além da modificação dos padrões do
espaço e do tempo, também uma total modificação no campo da velocidade.
Verificamos, a título de exemplo, que o uso da internet, em substituição
dos sistemas de grande porte, tornou-se uma realidade; assim como, o uso do
computador nas mais diversas áreas de actividade profissional.
Assim, alguns dos instrumentos integrados neste processo vertiginoso de
mudanças vieram permitir uma maior
flexibilidade e integração dos ambientes
internos das corporações, não só no
relacionamento externo entre elas, mas como
também, nas interacções com outras
actividades e /ou pessoas.
Cumpre-nos referir que a ergonomia se encontra sempre presente, já que
a própria eficácia dos sistemas produtivos advinda desses ambientes
modernizados, não depende apenas da performance da tecnologia da
informática, tendo como base o computador, ou melhor, a informação, mas
também a adequação harmónica deste novo ambiente ao profissional.
Tanto o ambiente, como a tarefa e o homem precisam estar
sincronizados, porque existem características intrínsecas entre eles, que
viabilizam a maior parte dos sucessos dos serviços gerados por estas mesmas
inovações tecnológicas. Essas características são factores determinantes, como
Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino
Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
pág. 80
por exemplo, tornar os locais de trabalho mais confortáveis e seguros, com a
iluminação adequada, o sistema de ventilação e de ar - condicionado bem
dimensionados, assim como, tantas outras variáveis que podem interferir no
sucesso mencionado.
Hoje em dia só se fala em "qualidade total" nas empresas, ou até no
simples processo de vida, como a nossa vida doméstica quotidiana e conhece-
se a importância da competitividade, da saúde, da segurança e da
produtividade, que são exigências do mercado mundial.
O homem, a máquina, o ambiente, as informações e a organização são
factores importantes e relevantes nesse novo desafio, que é viver-se com
"qualidade total" sob o maior número de circunstâncias possíveis.
Deste modo, podemos dizer que a Ergonomia é, indubitavelmente, o
ponto básico para se atender às recomendações previstas e atingir a meta
proposta.
Com as evoluções diárias que conhecemos, o homem tem de estar
preparado para as mudanças, contudo o Homem não é nenhuma máquina e a
preocupação crescente pela qualidade de vida passa por uma maior qualidade
de vida no trabalho, visto ser, onde os trabalhadores passam a maior parte do
seu tempo.
Assim, a higiene e a segurança têm um papel importante e decisivo, na
medida em que, visa garantir as condições de trabalho e propor novas formas
de as melhorar continuamente.
Vivemos numa constante evolução tecnológica, numa sociedade
Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino
Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
pág. 81
informatizada, desde a forma de viver até à forma de trabalhar, não só a nível
de lazer, mas principalmente em situação de trabalho.
O homem interage com as novas tecnologias.
A era da informática exige um esforço contínuo, desde a adaptação à
nova realidade, a qual beneficia com as vantagens implementadas na
informática.
Assim, com a introdução e a evolução das novas tecnologias (NTI), a
redução do tempo de trabalho e a junção das tecnologias informatizadas em
cada unidade de produção, permitiu realizar uma análise ergonómica do actual
sistema, adaptando o posto de trabalho às “ferramentas” tecnológicas,
promovendo assim, que sejam compreendidas pelo homem, facilitando as
condições de trabalho, propondo a saúde e o bem-estar do trabalhador.
A informática é então, a ciência do tratamento racional, nomeadamente,
através de máquinas automáticas e da informação considerada como suporte de
comunicação nos domínios técnico-económico e social.
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Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
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Tipos de Ergonomia Informática
Os domínios da aplicação da Ergonomia
dividem-se em diferentes contextos no âmbito da
informática. Podemos classificar quatro áreas da
aplicação de Ergonomia informática ou
Ergonomia do trabalho informatizado, de acordo, com âmbito do estudo de cada
uma:
A Ergonomia dos materiais e dos postos de trabalho;
A Ergonomia da propagação;
A Ergonomia dos processos da informatização;
A Ergonomia do software.
A Ergonomia dos materiais e dos postos de
trabalho centra essencialmente nos equipamentos
que constituem o posto de trabalho informatizado e
nas áreas que lhe são adjacentes. É neste nível, que se
situa os estudos mais vastos e em maior número, visto
ser, de onde surgem mais queixas perceptíveis.
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Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
pág. 83
A Ergonomia da programação centra-se ao nível da construção de
novos programas e de manutenção informática, ou seja, propõe a facilitação da
escrita e da leitura de programas, levando a uma utilização posterior
igualmente facilitada.
A Ergonomia dos processos de informatização de serviços, tem como
objectivo principal, não apenas informatizar, mas também distinguir o que deve
efectivamente ser informatizado, visando uma melhor eficácia das futuras
instalações, salvaguardando os aspectos positivos dos hábitos dos
trabalhadores, que estes desejam conservar.
A Ergonomia do software está centrada nos utilizadores dos sistemas
informáticos e na conformidade do software, nas necessidades das tarefas e nas
capacidades do utilizador. Os problemas são inúmeros e crescentes e colocam-
se essencialmente a dois níveis. Na visualização do ecrã, no que se refere à
formatação da imagem e à codificação e na estrutura dos campos, na escolha
do vocabulário. Basicamente, a linguagem do software estrutura o diálogo
entre o homem e o computador, visionando o funcionamento técnico do
software para libertar a manipulação do utensílio.
Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino
Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
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No fim da leitura deste livro, os leitores deverão ter noções dos riscos
diários que enfrentam e encontrar neste trabalho, um guia prático que pode
ajudá-los a ultrapassar problemas actuais e futuros, a nível de saúde física e
psicológica.
Com este trabalho concluímos que a
Ergonomia pode contribuir cientificamente para o
estudo da realidade do trabalho, enriquecendo as
outras ciências e afirmando-se como um campo
de conhecimento autónomo. Ao analisarmos esta
ciência tivemos o prazer de verificar, as situações
gerais no que diz respeito ao posto de trabalho, pressões, carga cognitiva,
densidade de trabalho, organização do trabalho, modo operativo, ritmos,
posturas, entre outros factores relevantes.
Adquirimos ainda, muitos outros conhecimentos acerca da Ergonomia,
como também aperfeiçoamos o trabalho em equipa. Foi um trabalho bastante
positivo para o nosso futuro, tanto a nível profissional como a nível pessoal.
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Glossário de normativos legais ligados à Ergonomia na SHT
Normativos legais da lei ergonómica;
Lei nº 35/2004, de 29 de Julho
Regulamento do código do trabalho
Decreto-lei nº 441/91, de 12 de Novembro,
Decreto-lei nº 133/99, de 21 de Abril;
Regime jurídico de enquadramento da
segurança, higiene e saúde ocupacional
Decreto-lei nº 109/2000, 30 de Junho,
Portaria nº467/2002, de 23 de Abril
DEC. Leg. Reg.nº 14/2003/M de 7 de Junho,
Regime de organização e funcionamento das actividades de
segurança, higiene e saúde ocupacional
Decreto-lei nº 72/92, de 28 de Abril;
Decreto regulamentar nº 9/92 de 28 de Abril;
Protecção dos trabalhadores contra os riscos devidos à exposição ao
ruído durante o trabalho
Decreto-lei nº 82/99 de 16 de Março
Prescrições mínimas de segurança e de saúde a utilização de
equipamentos de trabalho;
Decreto-lei nº 320/2001 de 12 de Dezembro;
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Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
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Regras para a colocação no mercado e entrada em serviço das
maquinas e dos componentes de segurança;
Decreto-lei nº 214/95 de 18 de Agosto,
Portaria nº 172/2000, de 23 de Março;
Utilização e comercialização de máquinas usadas;
Decreto-lei nº 349/93, de 1 de Outubro;
Portaria 989/93 de 6 de Outubro;
Prescrições mínimas da segurança e saúde respeitantes ao trabalho
com equipamentos dotados de visor
Decreto-lei nº 330/93, de 25 de Setembro;
Prescrições mínimas da segurança e da saúde na movimentação
manual de cargas
Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino
Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
pág. 87
Referências
Forgas, J, Interpersonal Behavior, Sidney, Pergamon Press, 1985.
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO – QVT Editora: Atlas autora: Ana Cristina
França (2004)
O Pequeno Livro do Stress, Editor: Lua de Papel, autor: David Posen
Ergonomia para iniciantes, autor: Bernard Weerdmeester
Resolvendo Conflitos - autor Alan Fowler
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ergonomia
http://www.lequotidien.re/actualites/la-reunion/101937-40e-congres-
international-ergonomie-adpe-arvise-association-reunionnaise-ameliorer-
ambiance-de-travail.html.
http://www.lequotidien.re/actualites/la-reunion/101937-40e-congres-
international-ergonomie-adpe-arvise-association-reunionnaise-ameliorer-
Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino
Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
pág. 88
ambiance-de-travail.html
http://www.ruijose.com/pt/ergonomia.html
http://www.eps.ufsc.br/disserta97/more/cap5.htm
Trabalho elaborado: de 13.07.2010 a 14.10.2010