MÓDULO 1. Estará a África perante um ponto de viragem? · Crescimento e desenvolvimento...

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Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 26/12/2013 12:47 - 1 - MÓDULO 1. Estará a África perante um ponto de viragem? Dois textos principais Ndulu, Benno et al (2007) Challenges of African Growth. Washington. World Bank. El despeque de Africa: mito o realidad? Africa despega (Texto analisado nas aulas) Oya (2007) Crecimiento y desarrollo económico (castelhano) Relatório do APP PONTO 1. INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO DO PROBLEMA El despeque de Africa: mito o realidad? Africa despega (Texto analisado nas aulas) PONTO 2. Crescimento e desenvolvimento económico em África VISÃO GERAL Análise histórica: evolução do crescimento africano o Ndulu, Benno et al (2007) Challenges of African Growth. Washington. World Bank. PONTO 3. O crescimento nas últimas décadas: o Quem são os leões africanos? o Quais os motivos de crescimento? PONTO 4: Estará a África perante um ponto de viragem? Diferentes perspectivas: optimistas vs pessimistas Conclusões PARA SABER MAIS: Diferenças entre países: Volatilidade Diferentes padrões de crescimento 4 casos

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MÓDULO 1. Estará a África perante um ponto de viragem? Dois textos principais

• Ndulu, Benno et al (2007) Challenges of African Growth. Washington. World Bank. • El despeque de Africa: mito o realidad? Africa despega (Texto analisado nas aulas) • Oya (2007) Crecimiento y desarrollo económico (castelhano) • Relatório do APP

PONTO 1. INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

� El despeque de Africa: mito o realidad? Africa despega (Texto analisado nas aulas)

PONTO 2. Crescimento e desenvolvimento económico em África VISÃO GERAL Análise histórica: evolução do crescimento africano

o Ndulu, Benno et al (2007) Challenges of African Growth. Washington. World Bank.

PONTO 3. O crescimento nas últimas décadas: o Quem são os leões africanos? o Quais os motivos de crescimento?

PONTO 4: Estará a África perante um ponto de viragem?

� Diferentes perspectivas: optimistas vs pessimistas � Conclusões

PARA SABER MAIS: Diferenças entre países:

Volatilidade Diferentes padrões de crescimento 4 casos

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1. INTRODUÇÃO: “ESTAREMOS PERANTE UM RENASCIMENTO DO CONTINENTE AFRICANO?” DEFINIÇÃO DO PROBLEMA: “ESTAREMOS PERANTE UM RENASCIMENTO DO CONTINENTE AFRICANO?” Fontes:

• APP, 2012 • Alexandre Abreu, entrevista

� Na última década, em termos de crescimento em África, temos assistimos à inversão de uma

tendência que apontava para África como um continente perdido. � Durante muitos anos havia um grande pessimismo (afro-pessimismo) sobre as perspectivas de

crescimento africano. � Até ao final do sec passado, a narrativa dominante sobre África era de que se trata de um

continente desolador, com problemas de desenvolvimento, pobreza, fome, migrações, piorado por guerras e pela devastação causada pelo HIV/SIDA.

� Hoje em dia, o optimismo parece estar a triunfar. Já todos ouviram dizer que“ Alguns dos países que mais crescem no mundo estão em África”. O crescimento médio dos países continua a superar os 5% e os ganhos económicos também são reais.

� Há perspectivas muito diferentes sobre se este crescimento é mesmo um renascimento ou não: uns anunciando o descolar da África; outros chamando a atenção para os limites deste crescimento

� O que é que queremos então analisar neste módulo: Será que estamos ou não perante um ponto de viragem em África?

Ora, para analisar esta questão temos de considerar várias coisas: � Bem, talvez o pessimismo das décadas passadas fosse exagerado mas também é necessário analisar com

cuidado este período de optimismo: � As análises sobre o crescimento económico em África têm oscilado entre o extremo pessimismo

e optimismo. 1 � Muitas destas análises sobre Africa e sobre a economia africana caracterizam-se por avaliações

muito inconsistentes que podem passar do pessimismo para o optimismo excessivo de acordo com o momento

� E QUE VARIAM com os protagonistas e com os autores das análises e são informadas por ideologias, por modelos diferentes de sociedade.

1 Até ao final do sec passado, a narrativa dominante sobre África era de que se trata de um continente desolador, com problemas de desenvolvimento, pobreza, fome, migrações, piorado por guerras e pela devastação causada pelo HIV/SIDA. A imagem do comportamento das economias africanas é especialmente negativa e centra-se na má governação como factor explicativo principal. E este terreno da crise africana, é terreno fértil para todo o tipo de interpretações, diagnósticos e prognósticos. Sem deixar de reconhecer a gravidade da situação económica em muitos países africanos, o que é facto é que tanto os media, como a literatura académica, dão um visão distorcida e exagerada da situação politica e economica da africa. Quando analisamos os diferentes pontos de vista sobre vários aspectos da economia em africana, uma questão importante a ter em atenção é que todas as análises das realidades Africanas, nas suas contradições e por vezes dramáticas realidades, são informadas por ideologias, por modelos diferentes de sociedade. Isto acontece tanto na narrativa dominantes, como nas abordagens e nas teses que contestam estas narrativas dominantes e que nos podem parecer mais interessantes.

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� Tanto os media, como a literatura académica, dão um visão distorcida e exagerada da situação política e económica da África

� Para além disso, há que ter em conta a grande diversidade nos países africanos, especialmente hoje em dia.

Neste módulo vamos então tentar analisar esta questão: Será que estamos ou não perante um ponto de viragem em África? E para isso vamos: (1) Tentar compreender qual foi a evolução do crescimento africano ao longo das décadas (2) Analisar a mudança da narrativa dominante sobre Africa: de continente das trevas a liões africanos

• Quais são as diferentes narrativas/perspectivas sobre este tema. • O que é que vários autores, analistas, jornalistas e academicos pensam sobre este assunto.

(3) Analisar a variedade de percursos de diferentes países (módulo 8)

Mas vamos então começar por dar uma visão geral do crescimento africanos nas décadas pós-independência para tentar compreender melhor estas visões.

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2. EVOLUÇÃO DO CRESCIMENTO AFRICANO DE UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA

Fonte:

• Ndulu, Benno et al (2007) Challenges of African Growth. Washington. World Bank. O objectivo deste módulo é: � tentar fazer compreender o crescimento africano numa perspectiva histórica de longo prazo e � analisar a variedade de percursos de diferentes países (módulo 8) A EVOLUÇÃO AO LONGO DAS DÉCADAS: o crescimento em U do PIB2 Podemos caracterizar o crescimento africano pela sua forma em U. A maioria dos países africanos experienciaram este padrão de crescimento. Nesta forma em U distinguimos: � Uma contracção do crescimento muito prolongada de 75 a 95 entre dois periodos de crescimento

moderado nos anos 60 e 90. � Em 2005, o crescimento africano voltou a atingir os níveis de 1960 mas com economias muito maiores e

mais diversificadas. � Se virmos o gráfico, o crescimento do PIB per capita de cerca de 2% em 60 aumentaram no final da

década até 4%, (CHECK) cai marcadamente nos anos 70 até se tornar negativo e depois volta aos 2% desde meio dos anos 90,

2 O produto interno bruto (PIB) representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer seja, países, estados, cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc.). O PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objectivo de medir a actividade económica de uma região. PNB = PIB – RLEE

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Temos assim (aproxidamente) 3 períodos: � 1960’s-1975: Período pos-colonial: periodo de crescimento e euforia � 1975 – 1995: Choque petrolífero (1973). crise mundial. Crescimento negativo desde meados dos anos

70. � A partir de 1995: crescimento volta a ser positivo 1960’s-1975: Período de Euforia � O primeiro período em que os países africanos se estão a estabelecer é um periodo de crescimento

robusto. � Este período vai do pós-independencia para muitos países, até ao primeiro choque do petróleo em 1973. � A estratégia principal para muitos deles era de substituição das importações. � Foi um período em que a produtividade aumentou e um periodo de acumulação de capital físico. � Foi um periodo de crescimento do PIB em que Africa cresceu a um ritmo semelhante à maioria dos

países em desenvolvimento (se exceptuarmos os tigres asiáticos: Malásia, Singapura, Coreia, Taiwan). 13 Países africanos excederam a taxa de crescimento média dos países em desenvolvimento. Estes foram:

• Botsuana (diamantes), • Costa do Marfim (cacau e petróleo), • Gabão (petr, Mn,), • Quénia (chá. Flores café), • Lesoto (diamantes, confecção), • Mauritânia (ferro), • Malawi (tabaco), • Namibia, • Nigeria, • Seicheles, • Togo (cacau), • Tanzânia (ouro), • Africa do Sul (platina, ouro e diamantes).

Muitos analistas estavam optimistas em relação ao progresso nesta altura e comparavam aos paises Asiáticos, particularmente paises com o Gana (cacau), Zâmbia (cobre, cobalto) e a Costa do Marfim (cacau e petróleo), que já tinham redimentos per capita que excediam os países do leste asiáticos incluindo a Coreia..

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1974 – 1994. As DUAS décadas perdidas � Este é um período muito negativo das economias africanas. � Foi este periodo que deu origem ao chamado afropessimo. � E este pessimismo foi maior porque sucedeu a um periodo de euforia que se tinha generalizado nos anos

60 e 70 e que foi cortado pela crise mundial dos anos 70. � A maioria dos autores que falam de tragédia africana aceita que o crescimento do continente até meados

dos anos 70 não foi desastroso. (Collier y Dunning, 1999a, p. 3). � Collier, P. & Gunning, J.W. (1999) Why has Africa Grown slowly

� Neste período, as análises pessimistas dominaram o discurso sobre África. � Destacam-se os estudos de vários autores, principalmente economistas Ref:

� Easterly, William and Ross Levine (1997) “Africa’s Growth Tragedy: Policies and Ethnic Divisions” Quarterly Journal of Economics 112(4).

� Van de Walle, Nicolas (2001) African Economies and the Politics of Permanent Crisis, 1979–1999 � Stein (2000) Economic Development and the Anatomy of Crisis in Africa: From Colonialism through

Structural Adjustment http://www.rrojasdatabank.info/devstate/Stein.pdf � Sachs, J. J. McArthur, G. Schmidt-Traub., K. Kruk., C. Bahadur, M. Faye, and G. McCord (2004).

“Ending Africa’s Poverty Trap.” Brookings Papers on Economic Activity, 1. [click here] o http://www.unmillenniumproject.org/documents/BPEAEndingAfricasPovertyTrapFINAL.pdf

� Esta denominada “Tragédia Africana” corresponde a uma retrocesso do continente em termos agregados,

quando o PIB decresceu a um ritmo de 1% ano (Oya). � A depressão económica mundial afectou severamente Africa. Entre 1975 e 1995, a dimunuição da

procura nos mercados externos e o comportamento predatório das elites africanas são vistas como as principais razões pelas quais a maioria das economias africanas fallhou3.

� A depressão económica terá contribuído para provicar a disordem politica, � Há uma forte queda da produtividade e queda do investimento, que levaram ao estancamento (ou

decrescimento se consderarmos em termos de per capita) do PIB nos anos 90. � Assim, as decadas de 80 e 90 são consideradas assim as décadas perdidas. Durante as décadas perdidas só 7 paises excederam as médias de crescimento dos países em desenvolvimento. São eles

1. BF (algodão), 2. Botsuana, 3. Cabo Verde, 4. RDC,

3 Notas: http://www.lse.ac.uk/IDEAS/publications/reports/pdf/SU004/jerven.pdf While we do know how these periods of growth are related to world economic patterns, research on how these patterns change economic power and structure in African economies are key, yet relatively understudied questions that demand answers. The growth episodes here were rooted in trade and the world economy, but the growth was only possible due to a reorganisation of factors of production, a combination of investment and technological growth that had political economy consequences The global economic downturn in the 1970s hit Africa particularly hard. Between 1975 and 1995, a combination of depressed demand in external markets and elites turning to predatory rent-seeking ensured that growth did fail in the majority of African economies It is also widely recognised that this economic downturn also led to a political disorder, state failure and the increased incidence of civil war. After a prolonged period of structural adjustment, growth did return, particularly due to renewed demand and increased prices for primary product exports.

Edward Miguel‘s Africa’s Turn? and the 2008 World Bank volume Africa at a Turning Point?

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5. Lesoto, 6. Maurícias 7. Seicheles.

A partir de 1995: Ponto de Viragem? � Mais recentemente, surgiu uma visão mais optimista, que considera que estamos perante um ponto de

viragem desde o início do milénio. E isto porquê? � Porque nas últimas décadas, vários países africanos registaram taxas de crescimento muito positivas � A partir de 1995, o crescimento volta a ser positivo.

De 1995 a 2000: �20 países apresentam taxas de crescimento per capita superiores à média dos paises em desenvolvimento. �20 países apresentam taxas de crescimento per capita superiores à média.

• São países em que se descobriram ou voltaram a explorar recursos minerais: o Sudão, o Chad, o Guiné Equatorial e o Angola.

• Ou países que levaram a cabo muitas reformas; o Gana, etiopia, benin, mali, malawi, Moçambique

Temos ainda a AS, Bostsuana, (faltam 8)

2.1 As razões da “tragédia Africana”

Refs:

� Guilherme da Fonseca-Statter (draft) Variações sobre um tema politicamente incorrecto � Caso da África Subsahariana

As questões que se colocam muitos autores são:

� Quais as razões deste estancamento? Porque é que África cresceu tão pouco neste período? É a geografia? a demografia? As políticas?

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� Muitos autores, principalmente economistas, tentaram descobrir se havia um factor único, especifico a África que causará a diferença (African Dummy)

� E tentaram explicar as razões do baixo crescimento africano nestes períodos. � Um dos autores que estudaram essa questão foi o economista Jeffrey Sachs � O seu estudo sources of Slow Growth in African Economies no Journal of African Economics foi um

dos papers mais citados de sempre desta revista � Sachs e Warner (1997) Sources of Slow Growth in African Economies no Journal of African

Economics4. � Este foi a base para vários outros papers que publicou sobre o assunto (Sachs and Warner 1997a, 1997b,

1997c, 1999a, 1999b, 2001) � Ele atribui o fraco crescimento africano a factores geográficos, recursos naturais, regimes políticos,

factores históricos e nomeadamente as instituições, políticos, económicos, Sources of slow growth 5 Geography –Distance to markets and costs of production and transportation –Rx: primacy of infrastructure and industrial policies •Resource endowment –Rent-seeking –Resource curse/ ‘Dutch disease’ •Policy regimes –State controls and impact on efficiency –State vs. markets; developmental states vs. vampire states. –Intertemporal considerations in resource allocation (e.g., resource booms) •Institutional environment –Initial conditions: post-independence orientations; colonial legacy; national leadership (e.g., rural policy bias); role of the culture and tradition (e.g., Botswana) –State breakdown; role of the military •Polarization –Regional, ethnic, religious dimensions; –Centralist (Ghana under N’Krumah vs. Congo/Zaire), decentralized, federalist systems (Nigeria) –Rx: economic policy geared towards redistribution (transparent, enforceable, and efficient) can reduce risks of conflict and foster growth � Sachs defende que, o principal entrave foram as políticas desadequadas, e, em particular, falta de

abertura aos mercados internacionais. � Os factores geográficos como a falta de acesso ao mar e o clima tropical também são considerados

importantes. � Mas há um grande debate em torno destas causas do crescimento lento. � Mas outros autores defendem que são as questões geográficas, a demografia e a saúde e não as politicas � Outros estudos seminais sobre o assunto são os de

� Bloom, Sachs et al. (1998), geography, demography and economic growth � Easterly and Levine (1998), � Temple (1998),

� Bloom, David E., Jeffrey D. Sachs (1998), Geography, demography, and economic growth in Africa, Brookings

4 http://econbus.mines.edu/working-papers/wp201209.pdf 5 http://courses.umass.edu/econ797x-ndiku/Patterns.pdf

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Papers on Economic Activity 1998(2):207-95. http://www.cid.harvard.edu/archive/malaria/docs/brookafr.pdf; http://www.brookings.edu/~/media/Projects/BPEA/1998%202/1998b_bpea_bloom_sachs_collier_udry.PDF

� Collier and Gunning (1999a, 1999b), � Collier, Paul, and Jan Willem Gunning (1999a), Explaining African economic performance,

Journal of Economic Literature 37: 64-111. � Collier, Paul, and Jan Willem Gunning (1999b), Why has Africa grown slowly? Journal of

Economic Perspectives 13(3): 3-22 � Temple, Jonathan (1998), Initial conditions, social capital and growth in Africa, Journal of African Economies

7(3): 309-47.

Mas outros autores tb contestam estas interpretações: (2) Arrighi http://newleftreview.org/II/15/giovanni-arrighi-the-african-crisis

� por exemplo contesta a interpretação que a crise africana está na propensão que têm as elites africanas para a má governação

� Para ele o problema deve ser analisado do ponto de vista histórico universal, situando a experiencia da ASS no contexto da transformação global desde 1975.

� Se acordo com ele a década de 80 foi uma ponto de viragem para a ASS no contexto da economia política global.

� E isto não tem a ver com nenhuma “falha de carácter” dos estados africanos mas com transformações globais do capitalismo que tiveram impactos diferentes em regiões do globo diferente.

� Estas transformações são essencialmente a crise do capitalismo nos anos 70 e a resposta do poder hegemónico, os EUA a essa crise,

� Isso foi sobretudo uma crise da rentabilidade do capitalismo à medida que se expandiu a produção e o comércio mundialmente e a pressão que estes sofreram devido ao aumento da concorrência

� Isto levou ao fim dos modelos que tinham suportado esta expansão nomeadameente ao fim do apoio ao modelo desenvolvimentista de estado

� Isto vem materializar-se no consenso de washington e numa nova doutrina baseada na liberalização dos mercados

� Vem substituir o mdoel estatal de desenvolvimento apoiado nos 30 anos anteriores e que estava desacreditado: surgem os PAE

� Isto essencialmente deve-se ao desvio de capital da África e da maerica latina para os EUA � Relembra a importância de situar a análise no contexto global:

o o impactos crucial da expansão do próprio capitalismo que levou a uma acumulação sem precedentes de capital e que apesar de ter afectado Africa, criou grandes desigualdades no mundo.

o O padrão de acumulação das elites � Os líderes africanos também insistiram nos impactos dos choques externos na crise africana;

o Deterioração dos termos de troca para as matérias primas o O protecioismoscrescente dos paíeses mais ricos o A dívida e as taxas de júri crescentes e o serviço da dívida o Os PAE que se seguiram e a influência das políticas do BM e FMI

See Jean-Claude Berthélemy and Ludvig Soderling, ‘The Role of Capital Accumulation, Adjustment and Structural Change for Economic Take-Off: Empirical Evidence from African Growth Episodes’, World Development, no. 2, 2001 (1) Carlos Oya defende que estas análises pessimistas muitas vezes são limitadas no tempo, ao periodo pós

independencia e muitas vezes não reconhecem a diversidade económica do continente e os avanços alcançados nos últimos 100 anos (Oya).

� Oya (2007) Crescimiento y desarrollo económico (castelhano)

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� Carlos Oya alerta ainda para a necessidade de juntar às análises econométricas, base de muitos estudos económicos, análises da realidade política e social e as suas relações com o progresso e o crescimento. Muitas vezes não há complementariedade entre estes tipos de análises.

� Ele considera que, apesar de lento, houve crescimento e melhoria das condições materiais de

vida em muitos países (OYA) � De acordo com Oya, O desenvolvimento do capitalismo acelerou o crescimento economico em todas

as regioes que afectou directa ou indirectamente mas foi a partir de 1700 quando as dinamicas de crescimento se concentraram na Europa e no novo mundo (américa), que a AS começou a atrasar-se.

� Não obstante, • as taxas de crescimento economico em AS foram crescendo desde 1870, especialmente no periodo

1913-1973, quando o continente foi arrastado, se bem que de forma desigual, pela dinamica do capialismo mundial.

• Só há de facto crescimento negativo depois das crises de 73 e 78 até 2003. Quais os factores de crescimento lento neste período? � Para alguns autores (Ndulu) isto indica que Africa ficou de fora das dinamicas de desensolvimento que

levantaram o mundo em desenvovlimento, e particularmente a Asia, na segunda metade do sec 20. � Já vários AA nos anos 60 tinham, no entanto, previsto muitos dos problemas que iriam surgir

depois. � Também René Dumont em 1962, no seu texto A África Negra começou mal alterava para os perigos

de políticas educativas e agrícolas desadequandas, corrupção, nepotismos, colonialismo de classe pelas ellites urbanas que usurpam o trabalho das poppulações rurais impedindo assim o desenvolvimento. Muitas das suas preocupações acabaram por se provar verdadeiras

� Alguns (Arrighi e Bathelemy) defendem que o esgotamento dos modelos de crescimento era

previsível dado o aspectos nocivos desses mesmos modelos que eram: • O domínio das elites sem incentivos para promover a acumulação de longo prazo, • Investimentos custosos e mal planeados, • Politicas que favorecem essencialmente o urbano em detrimento do rural e • A transferência de recursos do sector rurais sobre explorados para a cidade, dominadas pelas

elites urbanas e funcionários públicos.

� Segundo Arrighi foi este sistema de acumulação tão fácil que levou a que, mal aconteceu a primeira crise petrolifera, os paises tivessem colapsado levando a defices de balança de pagamentos e desequilibrios fiscais que fizeram com que os países tivessem que recorrer nos anos 80 ao FMI e ao banco mundial para se financiarem

� Guerra fria, Conflitos � Pandemia de HIV/SIDA � Baixa productividade � Economias ao serviço das estratégias de apropriação de rendas pelas elites politicas � Acumulação de capital limitada a enclaves de indústrias como o petróleo e o gás Oferta A partir de 2000: o que é que se verifica? (ver Graf) � Em 2003 (?), o crescimento voltou a atingir os níveis dos anos 60, embora as economias sejam já

muito maiores e mais diversificadas. � As taxas de inflação baixaram (APP, 2012)

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� Algumas das economias que mais rápido crescem encontram-se em África. � Muitos países têm taxas de crescimento maiores de 4% na última década.

• A etiópia tem taxas de crescimento maiores que a china • O Uganda ultrapassou a Índia

Quais são os factores que suportaram esta recuperação? Em geral;

1. Aumento da procura para as exportações africanas 2. Aumento dos preços das comodities 3. Procura interna 4. Investimento público em infrastrutura

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3. AS ULTIMAS DÉCADAS: OS LIÕES AFRICANOS?

refs

� http://www.worldbank.org/en/news/press-release/2013/04/15/africa-continues-grow-strongly-despite-global-slowdown-although-significantly-less-poverty-remains-elusive

� http://www.mckinsey.com/insights/economic_studies/whats_driving_africas_growth O que caracteriza o crescimento africano na última decada? � Crescimento do PIB

� Nas últimas décadasvários países africanos voltar a registar taxas de crescimento positivas � Desde 95, a 2010, as taxas de cresccimento media situaram-se perto dos 5% � Comparado com os anos 80 e 90, o crescimento foi mais o dobro6

� PIB per capita � O PIB per capita cresceu em média 2.5% � Isto significa que o redimento per capita em 2019 era mais 46% que em 95

� Este crescimento foi sentido em muitos países (embora não todos) � Em 2003 (?), o crescimento voltou a atingir os níveis dos anos 60, embora as economias sejam já

muito maiores e mais diversificadas � Note-se que a crise económica de 2008, se fez sentir em África, levando a um desaceleramente das

economias mas este choque foi baixo � Em 2012 (AEO, 2013) :

� houve algum abrandamento do crescimento: a fraqueza da economia mundial travou o aumento das exportação

� alguns preços baixaram � mas ainda se mant~em favoráveis � O crescimento da região para 2012 foi estimado em 4.7%, � se excluirmos a AS: é 5.7% o que é superior à media dos países em desenvolvimento (4.9) � Alguns países forma afectados por problemas de segurança Mali, Nigéria, RDC

graf � Algumas das economias que mais rápido crescem encontram-se em África. Os leões africanos Um artigo do economist identifica os 6 Leões africanos: que se encontram no grupo das economias que crescem mais no mundo Todos cresceram a mais de 8% De 2001 a 2010.

1. Angola 2. Nigéria 3. Etiópia 4. Chad 5. Moçambique 6. Ruanda

As previsões era para outros entrarem na lista

7. Tanzânia 8. Congo

6 http://www.mckinsey.com/insights/economic_studies/whats_driving_africas_growth

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9. Gana 10. Zambia

Os países do topo da lista vão variando ao longo dos anos e consoante o tipo de dados que se utiliza

2011

� Gana: o Impulsionado pelo começo da exploração petrlifera e forte crescimento na

agricultura, extracção mineira, e serviços � Congo (bra): � Etiópia (sector dos serviços é que impulsiona a subida da taxa de crescimento mas a

agricultura é o principal sector da economia e o principal sector de exportação mais de 80% das exportações; o produto principal de exportação e a café (mas a Etiópia tb é o principal produtor de milho: Industria das flores também se tornou importante7, A produção de gado é das mairos de afica sendo a sua venda juntamente com a produção peles cerca de 10% das exports em 2006; outros sectores estão a desenvolver-se: exploração minieral: ouro. Espera se passa de 4 t a 40 t: sendo que as 4 T já rendem 1.2b )

� Moçambique (al, energia, gaz) � Nigéria � Ruanda (café minerais � RDC � Zim (fe. Tabaco, nikel � Angola � Botsuana

7 http://en.wikipedia.org/wiki/Agriculture_in_Ethiopia

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� Tanzânia Em 2013: (África Pulse 2013)

� Em 2013 Cerca de um quarto dos países cresceram a mais de 7% � vários estão entre os que mais crescem no mundo. � Em 2012 os que crescem mais são

1. Serra Leoa (diamantes e descobertas recentes de petróleo; produção agr´cicola importante)

2. Níger (minreias, uraneo?) 3. Costa marfim (também produz petroleo mas exportações ainda baixas 4. Libéria (aumento das exportações e FDI – óleo, ferro; royalties da exploração do

ferro; perspectivas de prospecção petrolífera; aumento preços; produção agrícila borracha, óleo Palm, mineirais)

5. Etiópia (café, gado, outros) 6. Burkina Faso (ouro, agricultura, insdirstria transformadora, algodão) 7. Ruanda (café, chá) 8. Moz (Al, carvão e gaz) 9. Zâmbia (Cu, 10. Gana (Impulsionado pelo começo da exploração petrlifera e forte crescimento na

agricultura, extracção mineira, e serviços) Quais são os factores que suportaram esta recuperação? Em geral;

� Aumento da procura para as exportações africanas: � Aumento dos preços das comodities: pretróleo, minerais e outras matérias primar � Procura interna: � Investimento público em infrastrutura � Aumento do IDE:

1. Aumento da procura para as exportações africanas:

o e consequente aumento de exploração mas também aumento do investimento na exploração

o Aumento na produção agrícola o Serviços o Petróleo o Extracção mineral

2. Aumento dos preços: As razões do aumento dos preços tb são muitas e variadas:

• A procura nas economias emergentes e nomeadamente na China é vista como uma dos principais motores da subida de preços.

• O aumento do preço das matérias primas está relacionado com a evolução das economia mundiais (aplicaçãoes preferidas pelos investidores no mercados financeiros, tanto o ouro como os diamantes tem a ver com o interesse especulativo)

• O aumento do preço do cacao por exemplo foi consequência da crise na costa do marfim, o principal país produtor.

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3. O cresceimento é suportado pela actividade domestica: procura e produção Procura interna:

o Dados do África Pulse, 2013 indica que o consumo corresponde a 60% do PIB o A procura interna foi um dos factores principais que impulsionaram a economia de

muitos países o Este deve-se ao consumo privado e ao investimento tanto público como privado o Maior receitas, fluxos de remessas e aumento de cr´dito favoreceram o aumento do

consumo intermno o O investimento privado esteve muitas vezes ligado aos sectores petrolificero e da

exploração mineira e dfoi apoidado pelo IDE Produção:

� Agricultura � Sector dos serviços:

o transportes, comércios, imibiliário, administração pública o Mas tb em sectores menos tradcionais o Servlos de informação e Telecom o Serviços financeiros e seguros

Tourimo: em países como CV, Seicheles, quémia, uganda

� Petróleo e extracção minerl: � Motor da economia em Angola, Gabão,

o Na Nigéria a produção estagnou e outros sectores são os motores do cresceimento o No chad a produção também estagnou devido a problemas tencicos o Em gana e nos comarões em constratste, o petróleo é o grd motor do crescimento

� Os recursos mineits são motor do crescimento em o RDC, Namíbia, Mozambique o As descobertas de gaz ao londo da costa de Moz e tanz trazem um potancial enerome para

invetimento externo: o a costa leste de África está a mudar uma uma pobre em recursos para rica em recursos

4. Investimento público em infrastrutura 5. Aumento do IDE:

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� IDE dá-se na exploração de recursos minerias e agricultura mas também nas infrastruturas necessárias para a sua exploração: portos, estradas, produção de electrecidade mas também serviços afins: banca, seguros, trasnportes

REGIÕES Cada país seguirá o seu percurso que é resultado da combinação de vários destes factores mas, dando alguns exemplos por regiões: África do Oeste Taxa de cresceimento baixou de 2010 para 2011, Mas será a região que mais cresce em 2013/2014 Os problemas em 2011 deveram-se

• Devido à contracção da economia na Costa do Marfim causada pela violência pos-eleitoral, o colapso das exportações e do sector financeiro. Mas houve uma sólida recuperação desde que a situação política normalizou

• Uma diminuição da produção de petróleo na Nigéria tb contribui para o declineo • Gana foi a excepção; impulsionado pelo começo da exploração petrlifera (em 2012?) e forte

crescimento na agricultura, extracção mineira, e serviços serviram para contrabalançar a situação na sub região

Mas será a região que mais cresce em 2013/2014

• Impulsionado não só pelo petróleo e recursos mineiras mas tb agricultural, seviso e consumo e investimento

• Gana e Costa do Marfim cresce: • Na Costa do Marfim a situação politica e social voltou a estabilizarse permitino crescimento.

Beneficia tanto da produção agrícola como de recursos fosseis (produção de petróleo e gás) e minerais

• Alguns países ficam para trás: GB, Benin, CV Leste de África: A costa leste de África está a mudar uma região pobre em recursos para rica em recursos Em 2011: apesar dos efeitos da seca e da fome em (2011) cresceimento de 5.8%

• Investimento público em infrastruturas (Etiópia e Tanzânia) • Aumento da extracção mineral da Tanzânia (ouro) • Aumento do IDE em energia no Uganda (muita prospecção petrolífera) • E aumento da produção agrícola na Etiópia (café, gado)

2013: O cresceimento continua sólido no Ruanda, Tanzânia, Etiópia e Uganda O Sudão foi muito afectado pela secessão do Sudão do sul África Central: chad, RDC A actividade económica permaneceu robusta embora o crescimento do PIB tenha diminuído de 5.2% em 2010 para 4.2 % em 2011. O cresceimento foi impulsionado por:

• Investimento público em infrastruras • Crescimento no sector os serviços • Aumento das exportações de madeira

Chad: produção de petroleo e agricultura são os motores do cresceimento.

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Em 2012: diminuía produção de petróleo devido a disputas laborais e as remessas diminuiram porque muitos emigrantes na Líbia perderam os seus trabalhos. Mas as previsões para 2013/2’14 são para taxas de crescimento superior à media RDC: Também são previstas taxas de crescimento elevadas de mais de 5% extracção mineira, agricultura econstrução mas para que haja progressos consostentes é necessário que as quesões politicas e secugança sejam resolvidas No Sul de Africa As taxas de crescimento têm vindo a aumentar Subiu de 3.5 para 3.8; em 2013 espara-se 4% e mais de 4.5 em 2014 Mas muitos países apresentam taxas de crescimento estáveis como Angola, Moçambique, Botsuana e Zâmbia. Com taxas de crescimento acima dos 6% A África do Sul foi o pais mais efactado pelo recessão na zona euro recuperou lentamente Em 2012 o crescimento foi afectado por greves no sector mineiro Mas especra-se uma retoma gradual Este crescimento deve-se a:

• Aumento da extracção mineira • Aumento da procura de produtos minerais • Boas colheitas na Zâmbia • Aumento da produção de petróleo em Angola • Melhoria do clima político no Zimbabue faz com que o pais cresça (Recent discovery of diamonds,

tabaco, nikel)

Malawi também está a emergir da crise A sua epoxrt principal é o tabaco

Swazilandia é o pais que menos cresce de toda a Africa

3.1 Taxa de crescimento per capita

• O REO de 2008 identifica 17 países top performers baseado na taxa de crescimento PER CAPITA do PIB de 1995 a 2007.

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QUEM SÃO OS 17 PAÍSES ou os TOP Perfomers? • Estes países têm taxa de cresceimento per capita acima dos 2.25% • A 2,25% o redimento de uma pessoa duplica em 32 anos

3.2 PIB per capita • Os (47 países) paises são ainda classificados de acordo com o rendimento per capita (2006). • O PIB per capita (ou rendimento per capita) também têm aumentado: em média 2.3% ao ano • Não são os países que mais crescem que têm maiores PIB per capita ou que são mais ricos Ver quadro Os 10 países com maior GDP per capita em 200?: (dados BM8; data?)

� A Guiné Equatorial (P) o é o pais com maior redimento per capita. O rendimento per capita é 83 vezes maior

que o mais pobre: o Burundi. top performer � Seychelles, � Gabão (P) � Maurícias, � Botsuana (diamantes) � AS (R) � Namíbia (diamantes) � Angola (P) 4423 top performer � Cabo Verde (top performer turismo, APD, remessas) � Swazilandia 3073

Dos 10 paises mais ricos, mais de metade são exportadores de petróleo ou ricos em recursos.

8 http://web.worldbank.org/WBSITE/EXTERNAL/COUNTRIES/AFRICAEXT/0,,contentMDK:20563739~menuPK:1613741~pagePK:146736~piPK:146830~theSitePK:258644,00.html

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Dos exportadores os que não pertencem aos 10 mais ricos estão nos 18 mais ricos menos o Chad

• Rep do Congo (lower middle:2943) • Sudão (lower middle) 1425 • Nigéria (lower middle) 1222 top performer • Camarões (lower middle) 1143 • Chad (LIC) 676 : mas top performer

Mas As performances deste grupo tb têm sido variáveis:

• a AS melhorou a sua performance em períodos recentes • as Seicheles, Swazilandia, e até certo ponto as Maurícias, diminuíram o seu crescimento. • O Zim que costumava estar neste grupo, encontra-se agora em posição de estado frágil e com baixos

redimentos.

Entre os 10 mais pobres são (dados de 2010:BM database 1. Burundi, 2. Congo Democratic Republic (4.9%) 3. Libéria (top performer) 4. Serra leoa (top performer) 5. Malawi 6. Niger 7. Ethiopia (top performer) 8. Eritrea, 9. Moçambique (top performer) 10. Madagascar 11. Guinea 12. Central Africa Republic

CRUZAMENTO PIB COM PIB PER CAPITA Há uma grande variedade nos TOP Performers:

• Uma coisa a notar é que os Top Perfomers de agora começaram de níveis de redimento diferentes: o não são os com maior redimento que crescem mais. o Nem são os mais pobres nem os mais ricos.

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o Alguns cresceram com o fim da guerra: o mas outros não cresceram apesar do fim dos conflitos: RDC, Camrões, Togo, Comoros

• Os factores como a geografia e os recursos, que parecem ter sido determinantes antes, parecem já não o ser agora:

Nos top performers temos: (REO2008)

• países ricos em recursos (6): o GE; o gabão, o botsuana, o Namíbia o AS o Angola

• países com poucos recursos e são costeiros (6) o Seychelles o CV o mauricias

• Tem poucos R e são Interiores (5) o swazi

REA

08 economist GDP

growth 2002-06

1 1 Eq. Guinea T C R High income: 23 19998 Petróleo 3 2 LEAO Chad I R Low income 10.9 676 Petróleo 4 3 LEAO Angola T C R Lower middle income 10.6 4423 Petróleo 6 4 LEAO Mozambique T C Low income 7.6 410 Minerais Al 8 5 LEAO Tanzania C Low income 6.3 527 Minerais Ouro (%) 9 6 LEAO Ethiopia T I Low income 6.2 358 0

10 7 Burkina Faso I Low income 6.1 536 0 Ouro (10%) 11 8 Cape Verde T C Lower middle income 5.7 3323 0 12 9 LEAO Nigeria T C R Lower middle income 5.6 1222 Petróleo 13 10 Uganda I Low income 5.6 509 Energia? 14 11 LEAO Rwanda I Low income 5.5 530 minerais 15 12 Botswana T I R Upper middle income 5.5 7403 Minerais Diam nikel 16 13 STP T C Lower middle income 5 1190 0 17 14 LEAO Ghana C Lower middle income 5 1283 0 manganes

15 mali I 16 mauricias T C 17 AS T C R LEAO Congo C R LEAO Zambia I

2 Sierra Leone T C Low income 11.6 325 Minerais Diamantes 5 Liberia C Low income 8.9 247 0 petróleo oils 7 Sudan T C Lower middle income 7.3 1425 Petróleo ouro

O FMI utiliza também o grupo de estados frágeis e a sua classificação é diferente do BM

• Exportadores de petróleo • MIC • LIC • Frageis

FMI so tem 8 MIC. BM distingue Higher MIC e Lower MIC ver quadro O BM por exemplo faz essa classificação faz essa divisão em 4 grupos

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Nb de paises Lista de países High income $12,276 or more Guiné-equatorial (Top

Performer) Upper MIC $3,976 - $12,275 6:

Seycheles (0.1%) Maurícias (TP) Botsuana (TP) África sul (TP) Namíbia (4.5%) Gabão (1.1%)

Lower MIC

$1,006 - $3,975; 7 Angola (TP) Cape Verde (TP) Swaziland (2.4% Congo (4,9%) Leão Sudão (TP) Ghana (TP) Zambia (leão) Nigéria (TP) São Tomé and Príncipe (TP) Côte d'Ivoire (-0.3%) Cameroon (3.7%) Mauritania (4.9%) Senegal (4.1%) Lesoto

LIC $1,005 or less (34) Os mais pobres:

Quénia, (3.6) Benin (4.1) Comores (2.4) Chad Mali Zim (-5-5) Guinea-Bissau (1.2) Burkina Ruanda Tanzânia (ouro) Togo Uganda Gâmbia Central Africa Republic Guinea Madagáscar Moçambique Eritrea, Niger Etiopia, Malawi, Serra Leoa Liberia, Congo Democratic Republic, Burundi (mais pobre)

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4. ESTARÁ A ÁFRICA PERANTE UM PONTO DE VIRAGEM?

4.1 Análise da mudança de narrativa AS DÉCADAS PERDIDAS vs Renascimento

No início do século (2000) o economist descrevia a África como um continente sem esperança, Este era aliás o discurso dominante. Poucos economistas nos anos 90 viam um futuro positivo para África (APP, 2012).

• Hopeless África Economist • The heart of the matter

Mas esta perspectiva tem-se modificado desde o início do século. O economist fala agora de “um continente que se levanta: um continente com esperança”,

• Fala-se de “Leões em movimento”, em contraponto com os tigres asiáticos. Vários relatórios falam de: uma classe média emergente;

• Crescimento das economias africanas • Mercados de consumo interno dinâmicos” e • Oportunidades para investidores e mais investimento externo

� A more hopeful continent � África Rising

A questão que muitos analistas se têm colocado é: estará a África perante um ponto de viragem? Há duas visões sobre este crescimento recente em África: os optimistas e os pessimistas � Os optimistas apontam para uma viragem no continente africano. Alguns autores atribuem esta viragem

à democratização que ocorre em vários países, melhores politicas, emergência de uma nova geração de lideres, políticos, activistas, homnets de negócios. Embora estes também identifiquem que os ganhos são reversíveis se houverem más politicas, guerras, desastres naturais, ...Mas acreditam que no longo prazo as tendências indicam que as persepectivas económicas para África são boas.

� Mas outros autores alertam para o facto de que ao longo dos tempos a Africa teve vários acelações e

episódios de crescimento mas que depois não se revelaram sustentáveis. Trata-se de variações, que podem traduzir-se ou não em crescimento e desenvolvimento

4.2 OPTIMISTAS � McKinsey: McKinsey Quaterly - What's Driving Africa's Growth:

https://www.mckinseyquarterly.com/Whats_driving_Africas_growth_2601#AboutTheAuthors

� Economist � Africa at a Turning Point?: Growth, Aid, and External Shocks Edited by Delfin Sia Go,

John Page Em geral todos concordam que os 2 factores centrais deste renascimento africanos são:

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� Aumento da procura para as exportações africanas � Aumento dos preços das comodities/matérias primas. Tanto recursos minerais como preço

dos produtos agrícolas de exportação � Ligados ainda às matérias primas temos o IDE

� Mas os optimistas (como o FMI e relatório REA, acham que não foram só os termos de troca

favoráveis (aumento do preço das matérias primas) que fizeram os países crescer. � Há mundanças estruturais � Algum progresso em relação aos ODM embora a região ainda esteja para trás em relação ao

resto do mundo Os países africanos cresceram consistentemente na última década e têm o potencial para “descolar” Várias oportunidades para mais cresceimento no futuro; � Riqueza mineral � Preço elevados dos alimentos � Urbanização rápida � Dividendo demográfico 1. O crescimento não se deve so aos recursos naturais

� 1/3 (32%) deste crescimento é atribuídos aos recursos naturais (McKinsey, 2010) mas o resto é devido a mudanças estruturais que dinamizaram as economias

� Os outros 2/3 vieram de outros sectores como comercio, transportes, telecomunicaões e industria transformadora

Mas que há muitas outras razões do que só os recursos

� Procura interna: é outro factor considerado chave o Aumento populacional que faz aumentar a procura interna

� Melhoria da Governação: o Governos mais democraticos o Politicas económicas mais adequadas

� controle da inflação: passou de 22% em 1990 para 8% depois de 2000 � diminuição dos défices

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� acumulção de divisas pelos exportadores de matérias primas � Divida externa diminui � Privatização � Reforços dos sistemas legais e financeiros

� Investimento público em infrastrutura � Ajustamente estrutural e Perdão da dívida: � Novos parceiros a nível da cooperação que tem estado muito activos na construção de

infrastruturas. Muito importante a china mas tb Brasil, índia. Diversas potenciais emergentes tem tido um papel através de investimento, disponibilização de linhas de crédito, para infratururas rodoviárias, portuárias, aeroportuareas

� Diminuição dos conflitos: o Fim de várias guerras civis (libéria, Serra Leoa, Angola, Moçambique o Conflitos transnacionais (RDC)

� UMA nova geração de empresários � Houve um aumento do investimento em telecomunicações, � serviços financeiros � Remessas dos emigrantes � Outros sectores da economia beneficiaram de um certo arraste

Conclusão:

� Enquanto durante a década de noventa as economias africanas além de serem pobres eram também as menos dinâmicas do mundo, na decade de 2000 a maioria delas viu o seu PIB per capita a crescer pelo menos o dobro dos países da OCDE.

� Há um deslocamento da ecomomia mundial para o ocidente, este e sul, a implica qu em África a riqueza se acumule mais depressa.

4.3 PESSIMISTAS: Os pessimistas chamam a atenção para as fragilidades deste crescimento: � Dependencia das matérias-primas:

• A maioria dos países que cresceram mais rápido na última década eram exportadores de minerais ou petróleo

• Pouco criação de emprego • Maldição dos recursos: apropriação das receitas por elites, empresas, muitas vezes estrangeiras,

países ou governo � Voltalidade dos preços das comodities

• Os pessimistas advogam que a boom actual se deve ao facto dos termos de troca terem estado extremamente favoráveis nos últimos anos.

• Isto devido ao aumento do preço das matérias primas: Como se vê no Graf, o período de aumento do PIB corresponde a uma aumento dos preços das chamadas commodities que inclui não só as culturas agrícolas de exportação como os preços do petróleo e dos mineirais.

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• O último período de crescimento económico acelerado na África SS foi nos anos 60 e 70 e também coincidiu com um boom dos termos de troca.

• Infelizmente o boom acabou nos anos 80 e 90 com uma queda dos termos de troca. (Embora no entanto alguns autores contestem esta correlação entre os termos de troca e o colapso do crescimento africano: como por ex Ndulu (2007)

• Da perspectiva mais pessimista sobre o crescimento sustentavel, os choques dos termos de troca positivos podem ter um efeito no output de curto prazo mas podem ter consequências negativas no longo prazo (Collier e Goderis, 2007).

• O que estes autores sustentam é que é pouco provável que booms que resultam de choques nos termos de troca que os tornam muito favoráveis, durem muito tempo.

� O PIB não conta a história toda: � Crescimento populacional é muito elevado logo os números do crescimento não são assim tão

impressionandes o Beginning in the mid-1990s, however, economic growth rates in the sub-Saharan countries rose

briskly, reaching 6 percent in the 2000s (and this after having dropped between 1980 and 2000). o This rate is not as impressive as it seems, because the sub-Saharan African population is growing

by more than 2 percent a year. o The increase in per capita income (less than 4 percent) is a more meaningful indicator of

economic development � Parte-se de uma base muito baixa:

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o O facto de se partir de uma base muito reduzida, o que faz com que o afluxo de investimento tenha um peso muito elevado no PIB destes países.

o Com taxas de crescimento per capita de 2% demora mais de 30 anos a dobrar o rendimento: (verificar)

� O efeito dos termos de troca sobre os redimentos disponíveis

o O PIB mede o output total de besn e serviços produzidos por um pais o Mais qual é o poder de compra com que pas fica: depende do preço relativos das importações o Os países exportadores beneficiaram não só de maior GDP mas melhores termos de troca: o Mas os importadores muitas vezes não o No período 2002-2011tanto os exportadores como os importadores beneficiarm de ToT

favorábveis mais os exportadores mais o No entanto estees TT são extremamente voláteis o Este éfeitos afectou diferentemente os países o Embora positivo em muitos países, de qualquer modo, é também possível e provável que

� A pobreza diminui mas mantem-se elevada:

o According to the recent UNDP report (http://hdr.undp.org/en/media/HDR2013_EN_Summary.pdf2013), most of the African countries fall under the Low Human Development tier.

o Out of the 46 countries that fall in this tier (Rank 142 – 186), 37 (80% of them) are African.

• É geralmente aceite que uma taxa a taxa de crescimento tem de ser superior a 7% para haver redução da pobreza (AEO, 2013, 21)

• Com um cresceimento anual da população de 2% , o cresceimento per capita teria de ser 5% • Ora a projectção para 2013/2014 é que o crescimento per capita seja abaixo de 3% • No entanto, a relação entre cresecimento económico e pobreza é complexo: países que beneficiam de

termos de traça favoráveis: isto é que o preço das exportações aumento mais rápido que as importações: os rendimentos disponíveis são maiores.

• Em geral, os países africanos beneficiaram de termos de traça favoráveis (mas nem todos) • Vários exportadores de pet´roleo consiguiram taxa de crsceimento superioes a 7% mas no entanto,

apesar de algumas melhorias nas condições de vida, a pobreza manteve –se alta. • Os nebeficios deste cresceimento elevado não passaram para a população • O crescimento não foi inclusivo: este é um dos maiores desafios do continente africano.

� Distribuição desigual:

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• Os beneficios do crescimento são distribuídos de forma desigual muitas vezes beneficiam uma elite que se consolida no poder.

Enquanto alguns países estão a crescer e enriquecer, grande parte da população é deixada para trás:

• Muitos continuam na pobreza extrema • Muitos sofrem de insegurança alimentar e fome • Grande parte dos jovens não tem empregos • Há grandes desigualdades no acesso à saúde, educação, água, saneamento. • As populações rurais são deixadas para trás

Tudo isto tem consequências muito graves: enfraquece os laços de confiança e solidariedade que cimentam as sociedades; prejudicam o desenvolvimento económico a longo prazo, enfraquecem a confiança nos governos e as instituições; fomentam um sentimento de injustiça na sociedade. O emprego não aumenta:

• A criação de emprego não foi significativamente mais rápida que na década anterior • Forma criados 63 milhoes de empregos de 2007 a 2007, mas quase 1000 milhoes de jovens entraram

no mercado de trabalho • 10-12 m de jovens toos os anos • Só 7-10% t~em um salário no setor formal • Mais grave, há medida que o pais enriquece, o número de jovens sem ocupação aumenta • Os entravas à criação de emprego estão não fraco desenvolvimento do sector privado

Assim salienta-se a dificuldade que o sector privado enfrenta:

• Falta de qualidade das infrastruturas e energia, • Dificuldade de acedia a crédito • Corrupção

CCL: os avanços são reais mas lentos

� Educação e sáude: • Nível de analfabetismo mais alto do mundo • Baixa esperença de vida

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� Economia baseadas na agricultura: não houve transformação sectorial � Baixa produtividade � Conflitos: ver Carlos Lopes: África não vive (ainda) uma descolagem: � Os ritmos de crescimento e a estrutura do crescimento � Ritmo: a descolagem económica necessita de níveis de crescimento elevados e estáveis durante um

período prolongado � Porque os níveis de crescimento partem de uma base baixa e portanto, apesar de crescerem a 5% estão

muito longo dos 30 anos contínuos de crescimento que acaba de experimentar a Chicna � É um crescimento frágil:

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o Taxas de popunça muito baixas o Dependência dps fluxos externos

� Os problemas estruturais persistem na maior parte dos países:

o África tem de trsnformar a estrutura das suas economias: por exemplo com o desenvolvimento da industria transformadora (utilizam bens produzidos pelas indústrias de base e fabricam outras mercadorias, que podem ser:

• Duráveis: transporte, mecânica e construção civil • Intermediárias: papel e papelão, madeira e plástico • Não-duráveis: vestuário, perfumaria e sabão, alimentar

4.4 CONCLUSÃO: deve celebrar-se os avanços mas não nos podemos contentar com eles Outras ressalvas a serem feitas incluem

• Diferenças entre países • Reversibilidade dos ganhos • Volatilidade do crescimento • A fraca base de onde se partiu

RENASCIMENTO VS CRISE?

• Pontos positivos • Pontos negativos/riscos

Quais são então as causas apontadas para este ritmo de crescimento da África subsariana: http://www.rtp.pt/antena1/index.php?t=Entrevista-a-Alexandre-Abreu.rtp&article=6043&visual=11&tm=16&headline=13

• o facto de se partir de uma base muito reduzida, o que faz com que o afluxo de investimento tenha um peso muito elevado no PIB destes países.

• o aumento do preço das matérias-primas –tanto minerais ( petróleo, carvão, gás natural) como produtos alimentares , que registou uma inversão da sua tendência de evolução

• o aumento das remessas dos emigrantes • a exploração do turismo, e • a aposta em novos parceiros de construção de infraestruturas, nomeadamente China, Brasil e

Índia. � O aumento do preço das matérias-primas está relacionado com a evolução da economia

mundial (aplicaçãoes preferidas pelos investidores no mercados financeiros, tanto o ouro como os diamantes tem a ver com o interesse especulativo)

� Crescente incorporação na economia formal e mercantil de actividades que dantes não estavam integradas. Economias rurais em que traça e autoconsumo era a base, à medida que se movem para áreas urbanas ou começam a adoptar estratégias de renda tb são integradas na ecomomia formal

� Outros casos turismo, no Ruanda, que se faz � Seychelle, maruicias, CV � Remessas dos emigrantes � Novos parceiros a nível da cooperação que tem estado muito activos na construção de

infrastruturas. Muito importante a china mas tb Brasil, índia. Diversas potenciais emergentes tem tido um papel através de investimento, disponibilização de linhas de crédito, para infratururas rodoviárias, portuárias, aeroportuareas,

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MAS Bem, talvez o pessimismo das décadas passadas não fosse justificável mas tb é necessário analisar com cuidado este período de optimismo. Houveram ganhos reais em algumas áreas mas não noutras. É importante não embarcar no optimismo excessivo sobretudo se adoptar uma perspectiva de desenvolvimento humano e social

� Mas apesar das generalizações, há muitas africas: o pequenas economias com sistemas políticos consolidados como CV, Maurícias o Outros casos mais complicados a nível económico, politico, conflitos

� Porque os níveis de crescimento partem de uma base baixa � Distribuição desigual: � Os beneficios do cresceimento são distibuido de forma desigual muitas vezes beneficiam

uma elite que se consolida no poder. Mais uma vez isto é uma generalização. Não é o caso em todos os países. Algus tem instituições, a nível formal e informal.que permitem esta distribuiçõa. Mas este é um dos grandes desafios

A narrativa do continente das trevas subsituida por o novo eldorado. Tem de fazer várias ressalvas

• A diversidade dos países tem de ser considerada. Já que os riscos e oportunidades variam de pais para pais

• Até que ponto os ganhos em termos de democracia e dos ganhos que vão acontecendo são reversíveis ou não?

• Quais as formas de utltrapassar as desigualdades? • Qual a sustentabilidade deste crescimento?

• A sustentabilidade do própprio ritmo de crescimento na medida em que está dependente do crescimento da china e da sua necessidade de materaias primas

• Tendência de avolução do preços das matérias primas Comportamento dos mercados financeiros e actividade especulativa em torno das matérias primas. Bolha espectulativa que pode rebenter

• Crescimento demográfico • Trabnsformaao da agricultura de subsitencia, integração das populações em actividades

mercantis Mas espera-se que haja tradução do crescimento em desenvolvimento ecomómico

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Anexos: PARA SABER MAIS:

5. DIFERENÇAS ENTRE PAÍSES

Six key features of Africa’s long-run growth 1. Divergence relative to other regions: rising income gap 2. Slow capital accumulation and slow productivity growth 3. Volatility of growth: commodity dependence

–Minerals and oil: price volatility –Agriculture: weather shocks in addition to price volatility

4. Lack of structural transformation: –Slow agricultural productivity growth –Lack of export diversification

5. Diversity across countries: miracles and disasters; there are models of success in Africa –Classics: Botswana, Mauritius –Newer references: Mozambique, Ghana, Rwanda, … –Growth tragedies: Congo DR, Zimbabwe, …

Source: Patterns and factors of long-term growth in África Geography, resources, and institutions (slides) Vamos ver agora que este crecimento não é homogéneo, há uma grande diverdade de padrões de crescimento entre páises, a volatilidade ao longo do tempo

5.1 Divergência UM RITMO MAIS BAIXO QUE NO RESTO DO MUNDO (income diverngence – SSA other) entre 1960 e 2004 O padrão de crescimento da AS acompanha de certa maneira o padrão mundial Mas a ritmos sempre mais lentos mostrando

• Que é influênciada pelos ciclos da economia mundial • Mas tem vulnerabilidades específicas que vão condicionar a trajectória particular de Africa entre 74

e 2000. Em geral o que se pode dizer é que no periodo 1950 a 2003 todo a economia africana cresce a um ritmo mais baixo que o resto do mundo.

• D1950 a 2003, o PIB cresce mais lentamente em relação a outras regiões mas cresce a um ritmo de 0,7% ano

• O PIB per capita de 1960 a 2004 cresce a 0.5% ano9 • Nos outros países em desenvolvimento: o PIB per capita cresce a 3%.

9 nos 41 países da ASS para os quais existem dados

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Grandes diferenças em relação aos outros países em desenvolvimento em particular com os países do Leste Asiático (Grafico abaixo):

• O primeiro ponto de diferença é as taxas de crescimento mais baixas durante todo o periodo excepto no início dos anos 60/70.

• A divergência entre as economias asiáticas acentuou-se a partir de meados dos anos 70 e nos anos 80 devido à combinação do aumento do crescimento das economias asiáticas e o colapso do crescimento em Africano.

• Nos ultimos anos, desde 95, contudo é clara a convergência dada a recuperação das economias africanas. Esta convergência deve-se essencialmente à aceleração das economias africanas.

SA: South Ásia; EAP: East Asia and Pacific (Singapura, malasia? Outro aspecto que é importante notar contudo é que os países asiaticos sofreram um crescimento sustentado durante varias décadas. Na maioria dos países africanos o crescimento foi muito mais episódico que noutras regiões em desenvolvimento.

Em termos de rendimento per capita: o desfasamento é ainda maior devido às elevadas taxas de aumento da população: Assim as diferenças de redimento por pessoa entre as economias asiáticas e africanas são fenomenais.

o Em 1960: O rendimento per capita era metade o das outras regiões em desenvolvimento (países da Ásia e do Pacifico)

o No fim do século 20: era menos de 1/5

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5.2 VOLATILIDADE E SUSTENTABILIDADE DO CRESCIMENTO

Outra grande questão tem a ver com a volatilidade do crescimento (as fluctuações em termos de taxa de crescimento do PIB) nos países africanos: - isto é ha uma grande flutuação do PIB de um ano para o outro em termos agregados e em cada país Barthelemy considera que o que caracteriza o crescimento do PIB são essencialmente as muitas oscilações desde os anos 60 Ssão muito grandes dentro dos países:

• Taxas de variações máximas na SL, somália ou angola • Mínimas no botsuana, guiné, mauricias

Além disso, a volatilidade nos anos 90 é muito superior aos anos 70 e as diferenças erntre países foram-se acentuando. Assim, as generalizações para o conjunto do continente tornam-se cada vez mais dificeis em anos mais recentes dado que as diferenças entre trajectórios económicas dos vários países se estão a acentuar. As generalizações consistem normalmente em simplicações que escondem a diversidade dos percursos.

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Dada esta volatilidade alguns autores identificaram os países que tinham episódios sustentáveis de crescimento: isto é vários anos de crescimento seguindo (Berthelemy, 2001 in Oya). Os limites que fixaram foram mais de 15 anos de crescimento acima dos 6-7%.

Os países identificados na tabela

• O Bostuana teve um crescimento sustentável até aos nossos dias. • CM, • Camarões • Quénia, • Malawi (Tabaco), • Namibia e

que iniciaram processos de crescimento rápidos no princípio dos anos 60 e acabaram nos finais dos anos 70/80. Outros países com crescimentos sutentáveis foram o togo, o gabão, AS, etiópia e lesoto todos com um crescimento acelerada antes de 1980. Neste periodo (antes dos anos 80) destacam-se os paises com mercados maiores e com governos mais activos nos processos de acumulação e industrialização pos independênia:

• como o Quénia e a Costa do Marfim, com um estado desenvolvimentista; os produtores de petróleo ou diamantes

• como o Botsuana e a Nigéria, o Gabão, que depois seguiram trajectorias muito diferentes. Em relação ao crescimento agrícola por exemplo, só o Benin e o Mali mantiveram taxas de crescimento maiores que 3% durante os 3 períodos. Embora seja verdade que o número de países com taxas de crescimento maiores que 3% também aumentou: passou de 15 para 25. No Graf parece de facto haver uma estabilização a níveis mais elevados do que em décadas anteriores

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5.3 DIFERENÇAS ENTRE PAÍSES

Embora a evolução das taxas de crescimento do continente em geral represente a maioria da experiência dos países africanos, não podemos esquecer que a variedade de experiências que estão por detrás desta análise é muito ampla. Assim, o ponto de partida para uma análise deveria ser a diversidade no continente e a análise das diferenças observadas. No entanto a interpretação das tendencias é muito complicada dada precisamente essa variedade. Porquê?

• Primeiro: as taxas de crescimento variam muito de pais para país e • Segundo há uma grande volatilidade

Vejamos as variação das taxas média de crescimento: Se considerarmos o periodo de 1950 a 2003, veremos que as taxas de crescimento variam muito:

• -1,87% para a RDC • 6,1% para a Guiné Equatorial • 5% para o botsuana.

Estas variações das taxas de crescimento também se reflectem nos rendimentos individuais e no bem estar as populações. Existe uma enorme variação entre países em termos de rendimentos e os progressos feitos desde os anos 60. Em 9 países: o rendimento per capita diminuiu de facto desde 1960 até 2004. (Ndulu):

• Devido a conflitos (3): Angola, SL e RDC. • O resto devido a crescimento muito baixos e dificuldade de resistir aos choques dos anos 70: RCA,

Comoros, Madagascar, Niger, Senegal e Zambia. Outros aumentarem:

• África do Sul aumentou 60% o redimento per capita de 1960 a 2004 • O Botsuana aumentou 9 vezes

1960’s-1973’s: Período de Euforia 13 países africanos excederam a taxa de crescimento média dos países em desenvolvimento. 10

10 Esta parte já foi referida no inicio

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Estes foram: • o botsuana (diamantes), Costa do Marfim, Gabão (petr, Mn,), Quénia (chá. Flores café),

Lesoto (diamantes, confecção), Mauritânia (ferro), Malawi (tabaco), Namíbia (diamantes, uranio, Nigéria (petróleo), seicheles, Togo (cacau), Tanzânia (ouro), Africa do Sul (platina, ouro e diamantes).

Muitos analistas estavam optimistas em relação ao progresso nesta altura e comparavam aos paises Asiáticos, particularmente paises com o Gana (cacau), Zâmbia (cobre, cobalto) e a Costa do Marfim (cacau e petróleo), que já tinham redimentos per capita que excediam os países do leste asiáticos incluindo a Coreia. 1973/78 – 1994. As décadas perdidas Durante as décadas perdidas só 7 paises excederam as médias de crescimento dos países em desenvolvimento. São eles

• BF (algodão), • Botsuana (diamantes) • Cabo Verde, • RDC, • Lesoto, • Maurícias (açúcar e têxteis) • Seicheles.

De acordo com alguns autores, países como a Costa do Marfim e os camarões sofreram desde meados dos anos 80 como resultado das políticas de ajustamento estrutural. A partir de 1995: Ponto de Viragem? Finalmente a partir de 94 houve uma revitalização do crescimento que levou a que mais de 20 países tivessesem rendimentos per capita superiores à media dos paises em desenvolvimento. �20 países apresentam taxas de crescimento per capita superiores à média.

• São países em que se descobriram ou voltaram a explorar recursos minerais: o Sudão, Chad, Guiné Equatorial e Angola.

• Ou países que levaram a cabo muitas reformas; o Gana, etiopia, benin, mali, malawi, Moçambique

Temos ainda a AS, Bostsuana, (faltam 8) Entre 1995 e 2004, 15 países africanos tiveram mesmo taxas de crescimento do PIB superiores a 5% ao mesmo tempo que outros tiveram crescimentos negativos. Alguns autores atribuem esta viragem à democratização que ocorre em vários países Outros ligam este crescimento essencialmente com o aumento dos preços das commodities O que é importante notar é a diversificação dos padrões de crescimento a partir dos anos 90. Podemos distinguir grupos de países com crescimento rápido acima dos 3%; medio, 1,2% e negativo, -1% Trajectórias políticas Outra aproximação à compreensão das diferenças entre países consiste em comparar países que têm em comum algumas apesctos da sua história e geografia mas que seguiram estatégias de desenvolvimento diferentes. Assim pode estabelecer-se uma dicotomia entre países socialistas e capitalistas. Kenia-Tanzania; CM-Gana; Senegal-Guiné.

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• Os regimes mais capitalistas ofereceram melhores resultados em termos de taxas de crescimento e

acumulação de capital desenbocando em estruturas produtivas e classes capitalistas nacionais mais sólidas;

• os de inspiração socialistas investiram mais em bens públicos, saude, educação e também em

instituições da economia social como cooperativas.

• Mas, neste segundo grupo, como o estancamento economómico e a falta de recursos, e com o aumento da população, este projecto foi limitado;

• por outro lado, nos paises de trajectoria mais capitalistas foram se acentuando as desigualdades

sociais.

5.4 IV- DIFERENTES PADRÕES DE CRESCIMENTO

Países diferentes têm padrões de crescimento muito diferentes: Para melhor ilustrar estas diferenças, Ndulu mostra os padrões de crescimento em 4 países africanos, que têm comportamentos opostos:

• Nigéria e RDC por exemplo seguem os padrões em U que descrevemos na última aula; • Em contraste, o Bostsuana e Mauricias, seguem um U invertido atingindo os picos nos anos 70 e 80

respectivamente. Depois estabilizam por volta dos 5% nos anos mais recentes, um pouco semelhante à experiencia de outros países asiáticos.

A Nigéria

• é um exemplo de crescimento muito variável ao sabor das variações dos cursos pretrolíferos. • Caracterizou-se por

o uma má gestão dos recursos petrolíferos durante os periodos de abundança por parte da ditadura militar,

o pela falta de investimento em sectores produtivos e o a tendencia de fuga de capitais o que acabou por hipotecar as hipóteses oferecidas pelo

petróleo. Botsuana e Mauricias acabaram no topo do grupo dos países de redimento medio alto, sendo a sua taxa de crescimento sempre positiva.

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Botsuana • O arranque económico do Botsuana dá-se em finais dos anos 60 após a descoberta de diamantes. • O seu desenvolvimento é baseado na exploração desse recurso mineral de grande valor. Chegou a

superar antes dos anos 80 as economias mais dinâmicas da época incluindo Singapura, Coreia, Brasil, HK e outras.

• Apesar de ter um recurso único e perigoso, não sofreu as tragédias de outros países produtores como SL ou Angola.

• As instituições que se formaram no Botsuana são apontadas como um dos factores explicativos deste percurso diferente.

Como razões explicativas apontam-se

(1) o facto de o botsuana não ter sofrido uma ocupação colonial predadora e (2) que a transição para a independencia em 66 colocou as bases para um regime democratico em que o

parlamento tem um papel fundamental. (3) Outros argumentos são a qualidade das políticas, da burocracia e a boa liderança política ausentes

noutros países africanos. Maurícias As Maurícias, após o arranque nos anos 70, nunca baixaram muito o ritmo de crescimento. O seu modelo de desenvolvimento baseou-se inicialmente nas exportações de um produto único, o açucar aproveitando o acesso preferencial dos parceiros comerciais mas depois diversificou a sua economia no sector dos texteis e confecção, turismo e sector financeiro (banca). Também nas Mauritias a existencia de (1) um estado desenvolvimentista com instituições fortes, (2) de um sistema político democrático e consensual onde convivem comunidade de origem muito diferente, são apontadas como uma das razões do sucesso. Note-se que há outros países com indices democráticos elevados como o Senegal, a Zambia ou o Malawi mas que não têm a mesma qualidade das instituições.

V. OS MESMOS RECURSOS E CARACTERÍSTICAS MAS CAMINHOS DIFERENTES

Por ex; costa do marfim e Mauriciais são os dois costeiros e com poucos recursosmas os resultados são mt diferentes

A Zâmbia e o Botsuana são ambos sem acesso ao mar e com recursos Seguiram caminhos muito diferentes em relação à gestão das receitas provenientes da exploração dos recursos Com resultados muito diferentes.

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