Módulo finanças e empreendedorismo

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Finanças e Empreendedorismo CURSO: MBA INTERNACIONAL EM GESTÃO DE FINANÇAS DISCIPLINA: FINANÇAS E EMPREENDEDORISMO PROFESSOR: ANDRÉ SILVA MSC.: ENGENHARIA DE PRODUÇÃO - UFPE ESPECIALISTA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL - UNINASSAU GRADUADO: ADMINISTRAÇÃO - UFPE

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Finanças e Empreendedorismo

CURSO: MBA INTERNACIONAL EM GESTÃO DE FINANÇAS

DISCIPLINA: FINANÇAS E EMPREENDEDORISMO

PROFESSOR: ANDRÉ SILVA

MSC.: ENGENHARIA DE PRODUÇÃO - UFPE

ESPECIALISTA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL - UNINASSAU

GRADUADO: ADMINISTRAÇÃO - UFPE

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Fundamentos do Empreendedorismo

CONCEITO

A palavra entrepreneur (origem inglesa para definir empreendedor) era usada para

se referir àquele que incentivava brigas. No século XVII descrevia uma pessoa que

tomava a responsabilidade e dirigia uma ação militar. Apenas no final do século

XVII e início do século XVIII que o termo foi usado para se referir à pessoa que

“criava e conduzia projetos ou empreendimentos”. O “entrepreneur” passou a

identificar uma pessoa que identificava uma oportunidade de negócios, assumindo o

risco, criando.

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Fundamentos do Empreendedorismo

A palavra empreender tem a sua origem do latim imprehendere, que significa “tentar

executar uma tarefa” e foi incorporada à língua portuguesa no século xv.

No entanto a expressão empreendedorismo é o neologismo derivado da tradução da

palavra de língua inglesa entrepreneurship, e utilizado para designar, segundo

Dolabela (1999), os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu

sistema de atividades e seu universo de atuação.

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Fundamentos do Empreendedorismo

Na visão de Schumpeter (1934, citado por Dolabela, 1999), a inovação é uma

função específica do empreendedorismo, seja num negócio que já existe, numa

instituição de serviço público, ou num lançamento de negócio individual.

Na perspectiva de Drucker (1998), inovação é um indicador de empreendedorismo.

Para Malvezzi (1997) “o empreendedor é a concepção mais recente de um elenco de

personagens que têm caracterizado a evolução da institucionalização do trabalho,

tendo sido precedido pelo artesão, o profissional liberal e o executivo”.

Filion (1991) definiu empreendedor como a pessoa que imagina, desenvolve e

realiza as suas visões. Para o SEBRAE (1998), os empreendedores são

caracterizados como sendo aquelas pessoas que criam e dirigem um

empreendimento.

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Fundamentos do Empreendedorismo

Segundo Johnson (2001) empreendedor é um indivíduo que toma iniciativa, assume

responsabilidade e propriedade por fazer as coisas acontecerem e é aberto e capaz de

criar novidade; administra os riscos inerentes ao processo; têm persistência para ver

coisas além da grande maioria, até mesmo quando enfrenta obstáculos e

dificuldades.

Os empreendedores são indivíduos que desempenham um papel fundamental na

organização, pois a eles é atribuída grande parte do sucesso ou fracasso do

empreendimento Sebrae (2006).

Shapero (1980) considera o empreendedor como sendo alguém decidido, que toma

iniciativa de reunir recursos de maneira inovadora, gerando uma organização

relativamente independente, cujo sucesso é incerto.

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Fundamentos do Empreendedorismo

Para Baron e Shane (2007, p. 08) empreendedores são pessoas que visualizam a

“interseção entre o que poderia ser chamado de inspirado e o mundano”, e é nesta

interseção que os empreendedores reconhecem as oportunidades, tidas como “algo

novo que as pessoas irão querer ter ou usar e tomar medidas enérgicas para

transformar essas oportunidades em negócios viáveis e lucrativos” .

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Fundamentos do Empreendedorismo

As altas taxas de insucesso das MPE’s, no mundo e no Brasil, levaram pessoas,

governos e agências internacionais a procurar, propor e implementar ações

alternativas que funcionassem como um antídoto à esta situação. Assim, desde a

década de 60, o tema empreendedorismo tornou-se objeto de estudo.

Uma das questões passou a ser: o empreendedorismo pode ser ensinado e, portanto,

aprendido? Ou ele é algo inerente às pessoas? E ainda mais, o empreendedorismo

pode dividir-se entre essas duas possibilidades? Vários pesquisadores (Schumpeter,

1997; Mcclelland, 1971; Druker, 1985; Filion, 1991; Dolabela, 1999; Sternberg,

2002, 2004; Dornelas, 2005; Mitchell e Busenitz, 2007; Baron e Shane, 2007; entre

outros) propõem que ao indivíduo compete o esforço da percepção e

desenvolvimento de suas crenças, valores, habilidades, características e interesses

pessoais, tendo na educação formal ou informal um dos veículos para o aprendizado

e desenvolvimento das práticas empreendedoras.

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Fundamentos do Empreendedorismo

Muitas são as transformações que ocorreram e estão por ocorrer na nossa sociedade

e por traz delas estão justamente os empreendedores. Pois o empreendedor é a força

motora da prosperidade econômica.

O empreendedorismo promove o crescimento, que estimula à concorrência,

aumenta a competitividade e orienta as empresas para a melhoria contínua. Esse

conjunto de eventos leva as pessoas a contarem com maior geração e oferta de

conforto e com melhorias na qualidade de vida.

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Fundamentos do Empreendedorismo

Segundo Schumpeter (1978), o empreendedor é o responsável por um processo que

chamou de destruição criativa, sendo o impulso fundamental que aciona e mantém

em funcionamento a economia capitalista, constantemente criando novos produtos,

novos métodos de produção, novos mercados e implacavelmente, sobrepondo-se

aos antigos métodos menos eficientes e mais caros.

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Fundamentos do Empreendedorismo

Ser empreendedor não é somente uma questão de acúmulo de conhecimento, mas a

internalização de valores, atitudes, comportamentos, forma de percepção do mundo e

de si mesmo voltados para a atividade em que o risco, a capacidade de inovar,

perseverar e de conviver com a incerteza são elementos indispensáveis.

Vejamos então as características de quem possui o comportamento empreendedor.

Ao conhecê-las você poderá praticá-las e passar a desenvolvê-las de modo a ter

melhores resultados nos projetos que vier a administrar.

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Fundamentos do Empreendedorismo

CARACTERÍSTICAS DO COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR (CCE)

Um dos pioneiros na abordagem acadêmica da teoria empreendedora pela visão mais

comportamental do que pela visão econômica foi psicólogo David C. Mcclelland.

Ele estudou os motivos de ação do empreendedor e os conectou ao senso de poder e

status dos indivíduos. Segundo Mcclelland e Winter (1971), “empreendedor é

aquele que exerce controle sobre a produção, mesmo aquela que não é apenas para

consumo próprio”.

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Fundamentos do Empreendedorismo

“A teoria de Mcclleland (1972) é fundamentada na motivação psicológica, e resultou

em um dos poucos instrumentos de coleta de dados que mensura as características

comportamentais dos empreendedores”. Ele dividiu os comportamentos

empreendedores em três conjuntos: poder, realização e o conjunto do planejamento.

No conjunto do poder que revela a capacidade do empreendedor realizar seus

projetos destacam-se as seguintes características:

• Independência e autoconfiança

• Persuasão e

• Rede de contatos.

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Fundamentos do Empreendedorismo

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Fundamentos do Empreendedorismo

No conjunto do planejamento destacam-se as seguintes características presentes no

empreendedor:

• Busca de informações,

• estabelecimento de metas,

• Planejamento e monitoramento sistemático.

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Fundamentos do Empreendedorismo

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No conjunto da realização destacam-se as seguintes características:

• Busca de oportunidades e iniciativa,

• persistência,

• Corre riscos calculados,

• exigência de qualidade e eficiência e

• comprometimento.

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Fundamentos do Empreendedorismo

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Fundamentos do Empreendedorismo

Segundo Rotter

Depois da necessidade de realização, a característica psicológica que mais atenção

recebe na literatura especializada sobre atividade empreendedora é aquela que ele

denominou “lócus de controle”.

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Fundamentos do Empreendedorismo

Segundo Brockhausde

• Observou-se que tais indivíduos demonstram iniciativa incomum e maior

controle sobre seu próprio comportamento;

• São mais bem-sucedidos quando se trata persuadir outras pessoas, embora eles

próprios não se deixem persuadir facilmente;”

• São mais diligentes em obter informações e conhecimentos estratégicos acerca de

sua própria atuação;

• Desempenham-se bem em tarefas que dependem de habilidade, e não tão bem

naquelas que dependem da sorte ou do acaso;

• Têm autoconceitos mais claros; são mais confiáveis; são menos vulneráveis ao

fracasso.

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Fundamentos do Empreendedorismo

Segundo Albert Shapero

É um dos muitos a argumentar que o “lócus de controle” é um importante fator para

o desenvolvimento do comportamento empreendedor;

Afirma que indivíduos com “lócus de controle” pronunciado tendem a ser

relativamente autoconfiantes e a prezar a autonomia e a independência, traços

distintivos adicionais do comportamento empreendedor;

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Fundamentos do Empreendedorismo

Segundo Hull, Bosely e Udell

Estudos sobre esta característica são representados pelos inventários de

personalidade para identificação de empreendedores potenciais e concluíram que o

“lócus de controle” constitui o fator de prognóstico mais seguro para indicar quem

iniciará e manterá uma empresa.

Na aplicabilidade do lócus de controle há a questão do comprometimento em que

“atribui a si mesmo e a seu comportamento as causas de seus sucessos e fracassos e

assume a responsabilidade pessoal pelos resultados obtidos”.

O lócus de controle pode ser externo e interno.

Possui o lócus de controle externo aquelas pessoas que acreditam que o resultado

será independente de suas ações; decisivos são o destino, as circunstâncias, a sorte,

terceiros poderosos. Refere-se aqueles que creem que seus reforços não estão

sujeitos a um controle pessoal. Ë como se o indivíduo afastasse a responsabilidade

pessoal sobre o resultado de suas atitudes.

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Fundamentos do Empreendedorismo

Já no lócus de controle interno as pessoas que acreditam poder intervir e impactar

nos resultados, graças ao seu comportamento, às suas habilidades, ao seu trabalho,

ao seu esforço, ou às suas disposições internas. Refere-se à disposição de atribuir a

si mesmo algum controle sobre os próprios reforços.

Quando o indivíduo está no lócus de controle externo ele tem dificuldade de rever as

situações e procurar melhorar seu comportamento para obter melhores resultados,

pois há sempre um outro que não seja ele o responsável pelos resultados. Sendo

necessário o outro melhorar e não ele próprio.

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Fundamentos do Empreendedorismo

O empreendedor possui o lócus interno predominante e por isso revisa suas atitudes,

ações, implantando melhoria contínua e obtendo melhores resultados.

Todas essas características podem ser desenvolvidas para que o empreendedor tenha

sucesso.

No Brasil, o programa de desenvolvimento de empreendedores do Sebrae

(Empretec) foi implantado em 1990, através de convênio com a ONU e vem

aplicando por todo o brasil esta metodologia de formação de empreendedores com

excelentes resultados.

O Empretec se propõe também a desenvolver as características do comportamento

empreendedor identificadas David C. Mcclelland.

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Fundamentos do Empreendedorismo

Deve-se ter um cuidado especial para não confundir o lado positivo com o lado negativo de

cada característica, pois, podem ser aplicadas diferentemente. Observe o quadro que segue:

A diferença entre o lado obscuro e o lado positivo é tênue. Portanto, tenha atenção nas sua

atitudes.Positividade Obscuridade

Busca de Oportunidade e Iniciativa Oportunismo

Exigência de Qualidade e Eficiência Perfeccionismo

Correr riscos calculados Eliminação total dos riscos

Persistência Teimosia

Comprometimento Dedicação exclusiva com uma única atividade ,

esquecendo-se as demais

Estabelecimento de metas Perda do foco

Busca de informações Parálise

Planejamento e monitoramento sistemáticos Inflexibilidade

Persuasão e rede de contatos Manipulação

Independência e Autoconfiança Autossuficiência

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Fundamentos do Empreendedorismo

ATIVIDADES

TESTANDO SUAS CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS.

Há em diversos sites testes relativos às características do comportamento

empreendedor.

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Fundamentos do Empreendedorismo

Questionário de avaliação do perfil empreendedor

Instruções: objetivo deste questionário é descobrir qual a sua capacidade de enfrentar um

novo desafio e conhecer o perfil ideal de empreendedor.

A. Responda a esta série de questões, marcando um “X” à nota que você considerar mais

próxima do seu jeito de ser, retratando as suas próprias percepções.

B. Os quadros contêm duas afirmativas para cada uma das características do empresário de

sucesso, que indicam situações extremas. Entre as duas afirmativas, existe uma escala com

quatro graduações.

(1) significa que a primeira alternativa reflete o seu comportamento como empreendedor.

(2) corresponde a uma posição intermediária

(3) corresponde a uma posição intermediária

(4) significa que a segunda afirmativa reflete o seu comportamento como empreendedor.

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Avaliação do teste:

10 a 20 pontos: cuidado

Seu perfil empreendedor atual dificulta sua atenção como empreendedor de sucesso. É

necessário um esforço significativo para reverter essa situação.

É recomendável:

Adquirir ou intensificar o hábito da leitura, tanto técnica quanto de outros campos do

conhecimento, encontrável em livros, revistas, jornais e internet ou centros de documentação

e informação. Estabelecer metas de mudança, que proporcionem a evolução compatível com o

perfil do empreendedor de sucesso (40 pontos); e

Participar de seminários, palestras, cursos de forma a ampliar o seu campo de visão da

realidade que o cerca. Fique atento para a possibilidade cada vez mais acessível de

treinamentos à distância, através do uso das modernas tecnologias eletrônicas e de

comunicações;

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21 a 30 pontos: cuidado

Algumas características do seu perfil empreendedor podem criar obstáculos ao sucesso de seu

empreendimento. Identifique aquelas em que você obteve o menor número de pontos.

É recomendável:

Direcionar suas atitudes de forma a obter pontuação máxima (40 pontos);

Participar de treinamentos voltados para a melhoria dos pontos críticos observados; e

Estabelecer metas de mudança e definir ações rumo ao resultado desejado (40 pontos).

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31 a 40 pontos: parabéns!

Você está no caminho de um empreendedor de sucesso. Mas, lembre-se, sempre é possível

melhorar.

É recomendável:

Rever, periodicamente, os itens em que você não obteve os pontos máximos;

Definir suas metas com vistas à pontuação máxima (40 pontos); e

Participar de treinamentos, ler bons livros, pesquisar na internet, conversar com pessoas

cuja visão seja diferente da sua.

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Elementos Chave de um Plano de Negócios

Prepare um bom plano de negócios e um sumário executivo

Os investidores têm pelo menos três critérios em mente ao analisar uma proposta:

Uma forte equipe à frente da gestão, uma tecnologia ou produto que atenda a uma

necessidade bem definida do mercado com vantagens competitivas significativas

(preferencialmente com proteção intelectual) e um bom modelo de negócio com uma

visão objetiva do futuro.

Prepare-se para apresentar claramente estes três elementos antes de bater à porta de

investidores em potencial.

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Uma forma estruturada de apresentar uma oportunidade de negócio é através de um

plano de negócio.

De maneira geral, o plano de negócio deve iniciar com um sumário executivo, conter

o detalhamento do modelo de negócio, tecnologia e equipe, além de uma projeção

financeira.

Em síntese, por meio do plano de negócio, você tentará explicar a oportunidade de

negócio, a solução que você trará para o mercado, de que forma executará sua

estratégia e por que terá sucesso. Mais do que conter informações detalhadas, o

importante é que o plano de negócio traga uma mensagem clara da oportunidade, de

quais são as suas vantagens competitivas, dos riscos potenciais e da estratégia para

mitigá-los. Os investidores utilizam com frequência a sigla “KISS” (keep it short

and simple - mantenha-o curto e simples) como diretriz básica para uma

apresentação de oportunidade.

Elementos Chave de um Plano de Negócios

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A. Sumário executivo

Lembre-se de que os investidores analisam diversos planos de negócio diariamente.

O sumário executivo tem a função de captar a atenção e interesse dos investidores,

de maneira direta, concisa e objetiva. Por esse motivo, o plano de negócio deve

obrigatoriamente iniciar com um sumário executivo.

Enfoque o negócio, a oportunidade no segmento de mercado e por que você teria

sucesso. O sumário é um documento com no máximo quatro páginas – embora

idealmente com apenas uma página – que pode ser enviado por e-mail e não

contenha informações confidenciais.

Elementos Chave de um Plano de Negócios

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B. Modelo de negócio e mercado

A descrição do modelo de negócios e mercado é o coração do plano de negócios. Ela deve

mostrar de maneira clara onde a empresa pretende atuar e como pretende vencer. Seguem

algumas perguntas-chave que devem ser obrigatoriamente endereçadas:

• Onde atuar

O qual o mercado em que se pretende atuar? Qual o seu tamanho?

O qual a posição na cadeia de valor?

O quais os segmentos específicos que são atendidos por seu produto?

O quais os clientes atuais? E potenciais?

O quais são os principais participantes dos segmentos em que atua? (Você

Tem concorrência; na melhor das hipóteses você concorre com a maneira usual de fazer

negócios)

Elementos Chave de um Plano de Negócios

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• Como vencer

O por que você seria bem-sucedido? Qual é seu diferencial?

O como você vende e a que preços

O como você espera ganhar escala?

O porque o modelo é economicamente viável?

O qual a sua vantagem competitiva?

Seu projeto deve ser convincente. A descrição da oportunidade de negócios deve ser direta e

objetiva, e não abstrata e conceitual. É importante mostrar que existe um problema relevante

(atual ou futuro) que você se propõe a resolver. O uso de desenhos ou esquemas pode ajudar

no entendimento no modelo de negócio.

Elementos Chave de um Plano de Negócios

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C. Tecnologia / produto

O plano de negócio deve apresentar de forma simples e direta a tecnologia ou produto

desenvolvido para atender à necessidade identificada no modelo de negócio. O principal

ponto a ser documentado é o diferencial dessa tecnologia / produto. Uma boa forma de fazer

isso é através de uma tabela de comparação com os principais concorrentes, analisando as

vantagens e desvantagens técnicas e comerciais.

No caso de novas tecnologias, evite o uso de termos técnicos e, se necessário, faça notas

explicativas. Fotos e desenhos geralmente ajudam a explicar um novo conceito. Caso a

tecnologia ainda esteja na fase de desenvolvimento é muito importante deixar claro quais

testes já foram realizados (e quais os principais resultados obtidos), quais as próximas etapas

de desenvolvimento e quais os principais riscos e necessidade de recursos em cada uma

dessas etapas. Um cronograma de investimentos que contemple todas as fases de

desenvolvimento até a fase de comercialização do produto e, se for o caso, até o aumento de

escala de produção é uma boa forma de organizar essa informação.

Elementos Chave de um Plano de Negócios

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Além da descrição da tecnologia / produto, os investidores avaliam a capacidade de

operacionalização e produção da empresa. Informações sobre fornecedores e insumos,

processo e capacidade de produção são relevantes para plano de negócio.

Elementos Chave de um Plano de Negócios

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D. Equipe

Um critério comum entre todos os investidores ao analisar uma oportunidade de investimento

é a equipe. Credibilidade na capacidade de executar o plano proposto é essencial, tanto com

relação ao modelo de negócio quanto ao desenvolvimento da tecnologia / produto. Títulos e

cargos do passado podem ajudar a validar a capacidade técnica e gerencial da equipe, mas não

são o principal critério na avaliação de um investidor.

Escreva de forma resumida sobre sua equipe, seu background e a experiência de trabalho de

seus membros. Explique como a experiência de cada membro da equipe se encaixa no todo e

como ela contribuirá ao sucesso do projeto. Os investidores buscam empreendedores em

sintonia com uma equipe capacitada e que compartilhem da mesma visão de crescimento da

empresa.

Outro ponto importante é que mais do que ter um bom produto ou tecnologia a empresa deve

demonstrar potencial para gerar e desenvolver novos produtos e tecnologias.

Elementos Chave de um Plano de Negócios

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E. Projeções financeiras

As projeções financeiras são umas das peças mais importantes de seu plano de Negócio. Elas

devem representar fidedignamente toda a estratégia detalhada no plano de negócios.

Os investidores naturalmente estão em busca de oportunidades de crescimento, mas não tente

simplesmente inflar suas expectativas de crescimento porque isso pode se voltar contra você.

Superestimar, por exemplo, o tamanho de um mercado ou a parcela deste que irá conquistar,

reduz a confiança do investidor no seu plano. Investidores normalmente fazem suas próprias

projeções, sensibilizando os números que você fornece – portanto, apresente projeções que

tenham sido baseadas em dados sólidos e fatos.

Procure usar sempre fontes oficiais ou confiáveis e não se esqueça de citá-las juntamente com

as projeções.

Elementos Chave de um Plano de Negócios

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Uma boa maneira de garantir a solidez de seu plano é criá-lo de “baixo para cima” (partindo

dos seus recursos e ativos até chegar às receitas) e confrontá-los com os resultados de “cima

para baixo” (do tamanho total do segmento de mercado a seu percentual nele). Este exercício

proporciona um bom teste de realidade.

As projeções que constam do plano de negócio serão negociadas e servirão de guia após o

investimento.

O plano de negócio tem um papel tão importante, que se tornará o orçamento da companhia

após o investimento por parte do fundo e servirá como parâmetro de avaliação do

empreendedor e da gestão da companhia.

Elementos Chave de um Plano de Negócios

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Organização de um Novo Negócio

Segundo o Portal SEBRAE

“Abrir e gerir uma empresa exige um conjunto de habilidades e conhecimentos. É

preciso entender o mercado, o público que se deseja atingir e planejar bem o

negócio. Uma boa gestão considera estratégias de marketing, um fluxo de caixa

controlado e passa também por muita criatividade e inovação.”

As etapas para abrir um novo negócio são:

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Organização de um Novo Negócio

Qual o tipo de negócio abrir?

Analise qual a ideia, o ramo e o tipo de negócio, após definir qual o negócio

principal da empresa que deseja criar deve-se entender quais os recursos necessários

para montar determinado negócio.

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Organização de um Novo Negócio

Conheça seu perfil empreendedor.

Para tornar um negócio realidade, é preciso perfil empreendedor, conhecer a

realidade do mercado e organizar um plano de negócios.

O primeiro passo para alcançar o sucesso é descobrir se você já tem as

características do empreendedor.

Se auto avalie para identificar que competências já possui como empreendedor e

como desenvolver as habilidades necessárias para gerir uma empresa.

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Organização de um Novo Negócio

O segundo passo é reunir informações.

Coletar informações para dar subsídio consistente à criação da empresa. Deve-se

buscar entender o tipo de produto, serviços, recursos necessários, fontes

fornecedoras, concorrência, clientes potenciais.

O terceiro passo é organizar os dados coletados e analisa-los.

Organizar as informações coletadas para construção do plano de negócios e a

definição das estratégias para posicionar corretamente a empreitada no mercado.

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Organização de um Novo Negócio

O quarto passo é análise de viabilidade.

A análise de viabilidade consiste em:

Viabilidade financeira – uso de modelos matemáticos para analisar se o negócio

proposto se paga e traz resultados positivos (lucro).

Viabilidade técnica – análise dos recursos produtivos disponíveis para

desenvolvimento do produto ao mercado, nas condições desejadas pelos clientes.

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Organização de um Novo Negócio

E por fim formalize sua empresa.

A última etapa é registrar o negócio. Busque informações sobre os procedimentos de

como abrir um negócio no ramo e tipo definido no processo de construção do Plano

de Negócios da Empresa.

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Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Em tempos de economia global, onde cada vez mais o amadorismo e o improviso

estão desaparecendo é indispensável a presença de um planejamento.

No mundo de negócios atual onde inovações no processo de gestão empresarial são

necessárias, informações são transmitidas a velocidade da luz, oportunidades de

negócios surgem nos mais diferentes locais do globo, para tanto a empresa que

deseja permanecer e ampliar seu mercado tem que estar preparada para estes

desafios entre outros.

Nesse contexto de uma economia global surge um dos fatores responsáveis para a

obtenção do sucesso empresarial, o processo de planejamento financeiro.

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Por definição, o homem de negócios é objetivo e prático. Partindo desse principio

vem-se de encontro ao planejamento financeiro das empresas, que visa dar a

sustentação necessária para execução de planos estratégicos a curto e a longo

prazo, direcionando toda a ação empresarial com vistas a atingir as metas

orçamentárias previstas.

O planejamento financeiro preocupa-se com a parte financeira, na qual pode-se

destacar, os elementos da política de investimento e financiamento da empresa, sem

examinar detalhadamente os componentes individuais dessas políticas.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 48: Módulo   finanças e empreendedorismo

A expressão planejamento tem em seu significado literal o ato ou efeito de planejar;

trabalho de preparação para qualquer empreendimento, segundo roteiro e métodos

determinados; planificação, processo que leva ao estabelecimento de um conjunto

coordenado de ações (pelo governo, pela direção de uma empresa, etc.) visando à

consecução de determinados objetivos; elaboração de planos ou programas

governamentais, especialmente na área econômica e social.

Já financeiro significa, relativo às finanças, à circulação e gestão do dinheiro e de

outros recursos líquidos.

Contudo, o conceito de planejamento financeiro tem-se a junção desses dois

conceitos levados para um plano empresarial.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 49: Módulo   finanças e empreendedorismo

Atualmente onde a economia sofre variações e encontra-se vulnerável a fatores

globais, o plano financeiro empresarial tende a ser mais valorizado e apreciado em

primeiro plano no momento de se tomar uma decisão.

Segundo Gitman (1997, p.588), “as empresas utilizam-se de planos financeiros para

direcionar suas ações com vistas a atingir seus objetivos imediatos e a longo prazo

onde um grande montante de recursos está envolvido”.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 50: Módulo   finanças e empreendedorismo

Um plano financeiro eficaz deve dar à luz no momento de expor as ligações das diferentes

propostas de investimento ligadas às várias atividades operacionais da empresa e as ações de

financiamento disponíveis a ela no mercado.

De modo paralelo, um plano financeiro atribui a empresa à chance de desenvolver, analisar e

comparar muitos cenários de diferentes ângulos, permitindo assim, que questões relativas às

linhas futuras de negócios da empresa e os melhores esquemas de financiamento se

necessários, sejam analisados.

Segundo Ross (1998, p.82), “Planejamento Financeiro formaliza a maneira pelo qual os

objetivos financeiros podem ser alcançados. Em visão mais sintetizada, um plano financeiro

significa uma declaração do que a empresa deve realizar no futuro”.

O planejamento dá a empresa subsídios, para que não seja surpreendida e possa ter uma

alternativa já prevista, caso tenha que tomar uma decisão.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 51: Módulo   finanças e empreendedorismo

Segundo Gitman (1997, p.588):

“O planejamento financeiro é um dos aspectos importantes para funcionamento e sustentação

de uma empresa, pois fornece roteiros para dirigir, coordenar e controlar suas ações na

consecução de seus objetivos.

Dois aspectos-chave do planejamento financeiro são:

• planejamento do orçamento de caixa da empresa;

• planejamento de lucros é normalmente realizado por meio de demonstrativos financeiros

projetados, os quais são úteis para fins de planejamento financeiro interno, como também

comumente exigidos pelos credores atuais e futuros.”

Um bom planejamento financeiro deve prever o que acontecerá caso o planejado não ocorra,

frustrando as expectativas dos executivos e do mercado ou se o mercado não estiver aquecido

o suficiente para dar o retorno esperado.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 52: Módulo   finanças e empreendedorismo

Deste modo, o objetivo do planejamento financeiro é evitar surpresas e desenvolver

planos alternativos.

Segundo Weston (2000, p.342), “O planejamento financeiro envolve a realização de

projeções de vendas, renda e ativos baseados em estratégias alternativas de produção

e de marketing, seguidas pela decisão de como atendes às necessidades financeiras

previstas”.

De acordo com Lemes (2002, p.243):

“O planejamento financeiro direciona a empresa e estabelece o modo pelo qual os

objetivos financeiros podem ser alcançados. Um plano financeiro é, portanto, uma

declaração do que deve ser feito no futuro. Em sua maioria, as decisões numa

empresa demoram bastante para serem implantadas. Numa situação de incerteza,

isso exige que as decisões sejam analisadas com grande antecedência.”

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 53: Módulo   finanças e empreendedorismo

Uma empresa tem como principal objetivo à criação e obtenção de valor, entretanto

outros objetivos também estão implícitos dos quais destacam-se:

• maior taxa de retorno do capital

• aumento na participação do mercado

• obtenção de recursos financeiros

Para Weston (2000, p.343), “O processo de planejamento financeiro começa com a

especificação dos objetivos da empresa, após o que a administração divulga uma

série de previsões e orçamentos para cada área significativa da empresa”.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 54: Módulo   finanças e empreendedorismo

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 55: Módulo   finanças e empreendedorismo

Para Braga (1992, p.230), o planejamento financeiro compreende a programação

avançada de todos os planos da administração financeira e a integração e

coordenação desses planos com os planos operacionais de todas as áreas da empresa.

Desta forma, o planejamento financeiro é realizado e desenvolvido em duas etapas, a

curto prazo e a longo prazo, acompanhando a execução do planejamento financeiro

global, mediante as investigações das variações orçamentárias, onde as principais

correspondem a previsão de vendas e orçamento de caixa.

Com relação ao planejamento financeiro, Gitman (1997, p.588) discorre, “o processo

de planejamento financeiro se inicia com a projeção de planos financeiros a longo

prazo, ou estratégicos, que por sua vez direcionam a formulação de planos e

orçamentos operacionais a curto prazo”.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 56: Módulo   finanças e empreendedorismo

PLANEJAMENTO FINANCEIRO A LONGO PRAZO

Para Gitman (1997, p.588) “Os planos financeiros a longo prazo são ações

projetadas para um futuro distante, acompanhado da previsão de seus reflexos

financeiros. Tais planos tendem a cobrir um período de dois a dez anos, sendo

comumente encontrados em planos quinquenais que são revistos periodicamente à

luz de novas informações significativas”.

Os planos de produção, marketing e outros utilizam uma série de recursos

administrativos para orientar a empresa a alcançar seus objetivos, estes são traçados

através o plano estratégico da empresa paralelo a ele, encontra-se os planos

financeiros a longo prazo.

Planos a longo prazo segundo Gitman (1997, p.588) “focalizam os dispêndio de

capital, atividades de pesquisa e desenvolvimento, ações de marketing e de

desenvolvimentos de produtos, estrutura de capital e importantes fonte de

financiamentos”.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 57: Módulo   finanças e empreendedorismo

Os planos financeiros de longo prazo são um modo organizado e sistemático, pelo

qual vê-se as necessidades de capital ou financiamento para transformar as

aspirações da empresa em realidade. O planejamento financeiro a longo prazo

auxilia a ordenar as alternativas, priorizar objetivos e dar uma direção a empresa.

O resultado das decisões de investimento em novos produtos é transformado em

objetivos de vendas e lucro.

Exemplo: Um investimento pesado em propaganda não deveria apenas refletir-se

em despesa de propaganda, mas também prever a elevação de vendas associada

àquele esforço de propaganda. As instalações deveriam ser revistas à luz da projeção

de vendas e das providências tomadas para maximizar a contribuição da produção. O

planejamento a longo prazo também pode ser utilizado para estabelecer padrões e

objetivos de desempenho.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 58: Módulo   finanças e empreendedorismo

A maioria das empresas tem como componente básico de seu planejamento

financeiro a longo prazo uma taxa de crescimento global e explícita. Portanto, há

uma interação direta entre a taxa de crescimento e sua política financeira, Ross

(1998, p.589).

As taxas de crescimento planejadas devem resultar de um processo completo de

planejamento. Com o uso de um modelo de planejamento o levantamento das

variáveis de crescimento torna-se mais preciso. A determinação da taxa de

crescimento torna-se um processo padrão permitindo a simulação de hipóteses

otimistas e pessimistas, permitindo testar a viabilidade da taxa de crescimento

planejada.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 59: Módulo   finanças e empreendedorismo

Em planos de longo prazo não se deve esquecer a conclusão de projetos existentes,

linhas de mercadorias, ramo de negócios, reembolso de dívidas e quaisquer

aquisições planejadas. Estes por sua vez, tendem a ser subsidiados pelos orçamentos

e planos de lucro anuais, dando o aval para a continuidade de tais planos sem

desequilíbrio financeiro da empresa.

A falta de um planejamento financeiro a longo prazo é o principal motivo de

ocorrência de dificuldades e falências de empresas. Planos financeiros a longo prazo

possuem a tendência a serem custeados por planos financeiros a curto prazo e estão

ligados a planejamento estratégico da organização.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 60: Módulo   finanças e empreendedorismo

PLANEJAMENTO FINANCEIRO A CURTO PRAZO

Segundo Gitman (1997, p.588) “os planos financeiros a curto prazo são ações planejadas para

um período curto (de um a dois anos) acompanhado da previsão de seus reflexos financeiros”.

Não há uma definição globalmente aceita para finanças a curto prazo. A diferença mais

significante entre finanças de curto prazo e finanças de longo prazo é a duração da série de

fluxo de caixas.

Segundo Ross (1998, p.609), “As finanças a curto prazo consistem em uma análise das

decisões que afetam os ativos e passivos circulantes, com efeitos sobre a empresa dentro do

prazo de um ano”.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 61: Módulo   finanças e empreendedorismo

Para Brealey (1992, p.839):

“O planejamento financeiro a curto prazo preocupa-se com gestão do ativo a curto prazo, ou

circulante, e do passivo de curto prazo da empresa.

Os elementos mais importantes do ativo circulante são as disponibilidades, os títulos

negociáveis, as exigências e as contas a receber.

Os elementos mais importantes do passivo de curto prazo são empréstimos bancários e as

contas a pagar.

A diferença entre o ativo circulante e o passivo de curto prazo e chamado de fundo de maneio

ou capital de giro.”

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 62: Módulo   finanças e empreendedorismo

As decisões financeiras de curto prazo implicam em geral, a passivos e ativos de curta

duração e, são normalmente fáceis de anular. Um gestor financeiro de curto prazo não precisa

prever o futuro remoto, as decisões financeiras a curto prazo são mais fáceis, mas não menos

importantes do que as decisões a longo prazo.

Um dos pontos chave para o sucesso do planejamento financeiro de uma empresa concentra-

se na previsão de vendas, pois partindo dessa previsão são criados planos de produção

alternativos que levam em conta o tempo que será necessário para converter a matéria-prima

em produto acabado, como os tipos e quantidades de matérias-primas necessárias.

Acabado os planos de produção, a empresa tem dados suficientes para estimar as necessidades

de mão-de-obra, despesas de fábricas e operacionais. Sendo apuradas todas essas estimativas,

pode-se preparar a demonstração do resultado e o orçamento de caixa projetado.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 63: Módulo   finanças e empreendedorismo

“As principais metas do planejamento a curto prazo são:

• a previsão de vendas juntamente com os dados operacionais e financeiros

• orçamentos operacionais

• orçamento de caixa

• e demonstrações financeiras projetadas”, Gitman (1997, p.588).

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 64: Módulo   finanças e empreendedorismo

ELEMENTOS DO PLANEJAMENTO FINANCEIRO

PLANEJAMENTO DE CAIXA: ORÇAMENTOS DE CAIXA

O orçamento de caixa é uma ferramenta básica do planejamento financeiro de curto prazo. Para

preparar um orçamento de caixa tem-se que levar em conta diversos pontos da atividade financeira da

empresa como, recebimentos de caixa, que são todos os itens que a empresa recebe de entrada de caixa

durante um determinado período do planejamento financeiro.

Segundo Gitman (1997, p.590), “O orçamento de caixa, ou projeção de caixa, é um demonstrativo

dos fluxos das entradas e saídas projetadas de caixa da empresa, usado para estimar suas

necessidades de caixa a curto prazo”.

Um fator importante na preparação do orçamento são os pagamentos efetuados pela empresa no

período do planejamento financeiro. Os pagamentos mais importantes são as compras à vista, salários,

pagamentos de impostos, pagamento de empréstimos, aquisição de equipamentos, entre outros.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 65: Módulo   finanças e empreendedorismo

Segundo Gitman (1997, p.590), “Orçamento de caixa permite a empresa prever as

necessidades de caixa da empresa a curto prazo, geralmente no período de um ano,

subdividido em intervalos mensais”.

Uma das alternativas de reduzir o risco de uma previsão errônea do orçamento, além de uma

correta estimativa das vendas, é a elaboração de vários orçamentos de caixa. Com isso, o

administrador financeiro terá instrumentos para uma ação diante da detecção de risco, de

modo que possa tomar uma decisão a curto prazo mais cabível e com maior segurança.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 66: Módulo   finanças e empreendedorismo

As saídas de caixa se encaixam em quatro categorias básicas:

• pagamento de contas a pagar que representam pagamentos correspondentes à compra de

bens ou serviços, tais como matérias primas

• pagamento de salários, impostos e outras despesas, onde inclui-se todos os demais custos

normais desembolsados de operação

• gastos de capital corresponde a pagamentos por ativos de longa duração

• financiamento a longo prazo que engloba pagamentos de juros e amortização de dívidas a

logo prazo e pagamentos de dividendos aos acionistas, Ross (1998, p. 425).

A concepção de um orçamento de caixa é bastante simples, basta registrar as estimativas de

entradas e saídas de caixa, prevendo o montante de recursos para que a empresa possa dar

continuidade no seu trabalho ou o montante necessário para cobrir os déficits previstos.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 67: Módulo   finanças e empreendedorismo

PREVISÃO DE VENDAS

Segundo Ross (1998, p.85), “a previsão de vendas é o principal predicado em um

planejamento financeiro a curto prazo, pois esse planejamento concentra-se nas vendas

projetadas em um dado período, nos ativos e financiamentos necessários para sustentar tais

vendas”.

Um aspecto importante na previsão de vendas é o levantamento de dados coerentes e

confiáveis para uma previsão, sendo que tal previsão quando automatizada seja obtida de

forma direta e confiável. A previsão de vendas esta diretamente ligada a uma analise

detalhada dos dados do mercado.

A projeção de vendas geralmente começa com uma revisão das vendas dos últimos 5 a 10

anos, mas na maioria das empresas utiliza-se como parâmetro um passado mais recente para

uma previsão mais realista, pois o crescimento futuro está ligado com o passado mais recente

do que o passado distante.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 68: Módulo   finanças e empreendedorismo

Projeção de vendas constitui uma estimativa de vendas em unidades e valores de uma

empresa para algum período futuro, geralmente se baseia nas tendências recentes de vendas e,

ainda nas projeções das perspectivas econômicas do país, da região, do setor e assim por

diante.

Se a projeção de vendas se revelar errada, as consequências podem ser sérias:

A primeira é o fato da empresa querer uma abrangência na qual não está preparada

ocasionando um despreparo para atender a demanda, causando assim, desconforto aos seus

clientes, que passarão a comprar na concorrência.

Por outro lado, se a previsão for além do que o mercado possa absorver poderá haver uma

retenção de ativos na forma de matéria-prima, máquinas, entre outros não dando a liquidez

necessária tendo ainda embutido o custo da oportunidade.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 69: Módulo   finanças e empreendedorismo

Evidentemente que uma previsão exata não é possível, isso porque as vendas dependem

diretamente do futuro incerto de aspectos da economia. Em determinados casos à previsão

não é vital, mas sim, o planejamento de investimento e financiamento se caso determinados

índices de vendas venham a incidir. Mas a correta previsão e estruturação dos planos de

vendas dá a empresa condições de uma maior abrangência do mercado com um menor desvio

de vendas previsto e uma maior lucratividade.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 70: Módulo   finanças e empreendedorismo

PLANEJAMENTO DO LUCRO

Para Gitman (1997, p.599):

“O processo de planejamento de lucros está centrado na elaboração de demonstrações

projetadas; a demonstração do resultado e o balanço patrimonial.

A elaboração dessas demonstrações exige uma fusão cuidadosa de inúmeros procedimentos

que levem em conta as receitas, custos e despesas, obrigações, ativos e participação

acionárias, resultantes do nível de operações antecipadas.”

Os dados necessários para a preparação de demonstrações projetadas utilizando-se a técnica

simplificada são: as demonstrações financeiras do ano passado e uma previsão de vendas para

o ano seguinte.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 71: Módulo   finanças e empreendedorismo

O administrador da área financeira tem por base o uso de aproximações simplificadas para

apreciar demonstrações projetadas. As técnicas mais populares baseiam-se na confiança de

que as relações financeiras verificadas nas demonstrações financeiras passadas não sofram

modificações significativas para o período seguinte.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 72: Módulo   finanças e empreendedorismo

DEMOSTRAÇÃO DO RESULTADO PROJETADO

Um modelo simples de desenvolver demonstração do resultado é usar o método em que os

custos dos produtos vendidos, as despesas operacionais e as despesas de juros são expressos

em termos de percentagens, em relação às vendas previstas. As percentagens apresentadas

possivelmente serão as mesmas do ano passado.

A metodologia utilizada para a estimativa do resultado projetado sugere que as relações entre

vários custos e vendas no próximo ano repetirão aquelas havidas no ano anterior.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 73: Módulo   finanças e empreendedorismo

BALANÇO PATRIMONIAL PROJETADO

O balanço patrimonial projetado utiliza-se de uma técnica criteriosa, para estimar certas

contas e calcular o valor de outras. Quando essa técnica é utilizada, o financiamento externo

necessário é utilizado para fazer o balanço fechar, Gitman (1997, p.605).

Esse balanço tem como saída o financiamento externo necessário para o fechamento das

contas.

Se o valor der positivo para o financiamento externo necessário significa que a empresa terá

que levantar fundos externos.

Se o valor for negativo, tem-se a indicação de excessos de recursos, e tais recursos poderiam

ser destinados para saldar dívidas e ou em compras de ações.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 74: Módulo   finanças e empreendedorismo

DEMONSTRATIVOS PROJETADOS

A preparação de demonstrativos financeiros é formada por várias variáveis sendo que muitos

analistas, investidores, credores e administradores utilizam-se de técnicas simplificadas para a

elaboração dos demonstrativos projetados, apesar do auxílio de planilhas eletrônicas terem

agilizado o processo, estas são bastantes usadas.

Um dos fins das demonstrações projetadas é a estimativa de valor externo exigido para

financiar um dado nível de vendas, outra finalidade é a base para analisar antecipadamente o

nível de lucratividade e o desempenho financeiro global da empresa para o ano seguinte.

Aspectos como liquidez, atividade, endividamento e lucratividade também podem ser

auferidos com isso, pode-se preparar o demonstrativo de fluxo de caixa projetado.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 75: Módulo   finanças e empreendedorismo

Em virtude das demonstrações financeiras projetadas, tanto o administrador quanto o credor

terão subsídios para analisar as origens e aplicações de recursos da empresa. Com isso,

poderão ser tomadas medidas para adequar as operações planejadas do ano seguinte, a fim de

atingir metas financeiras.

Uma demonstração do resultado projetado é sendo o lucro projetado pequeno é possível tomar

decisões que provoquem aumento de preço, corte nos custos ou ambos. De maneira análoga

se o nível projetado de contas a receber for elevado, é possível instituir mudanças na política

de crédito. Em virtude disso, as demonstrações financeiras projetadas são de vital importância

na construção dos planos financeiros do ano seguinte. Gitman (1997, p.608).

Para se tornar eficiente e ter uma maior credibilidade por parte da área administrativa da

empresa o processo de planejamento financeiro deve atentar para pontos cruciais, como o

planejamento de caixa, planejamento de lucros e a previsão de vendas, entre outros.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 76: Módulo   finanças e empreendedorismo

Os planos financeiros estratégicos ou de longo prazo servem como guia na preparação de

planos operacionais a curto prazo. Planos de longo prazo dão uma antevisão de um período de

dois a dez anos e estão ligados ao plano estratégico da empresa, enquanto planos de curto

prazo geralmente dão antevisão de um período de um a dois anos e dizem respeito aos ativos e

passivos de curto prazo, por exemplo, à previsão de vendas.

O processo de planejamento financeiro é um recurso administrativo da área contábil da

empresa tornando-se bastante trabalhoso ao administrador financeiro, no entanto há uma

metodologia aplicável em conjunto com o conhecimento das atividades da empresa.

Planejamento Financeiro de Curto e Longo Prazo

Page 77: Módulo   finanças e empreendedorismo

Fundos de Capital de Risco (Venture Capital)

O capital de risco é uma modalidade de investimento na qual investidores aplicam

recursos em empresas com expectativas de rápido crescimento e elevada

rentabilidade. Este investimento se dá através da aquisição de ações ou direitos de

participação. Esta forma de operação, diferente de um financiamento, implica, além

da entrada de recursos financeiros, em um compartilhamento de gestão do investidor

com o empreendedor.

O investimento em capital de risco pode ser realizado tanto por companhias de

participações, gestores, através de fundos de investimentos estruturados para esta

finalidade ou, ainda, por investidores individuais que disponham de capital para

investir nesta atividade. Os investidores geralmente reúnem-se em fundos, e são

chamados de cotistas. Eles compram cotas quando o fundo começa a funcionar;

essas cotas serão resgatadas quando o investimento feito em um determinado

negócio for retirado.

Page 78: Módulo   finanças e empreendedorismo

O investidor ou fundos de investimentos participam do empreendimento por meio de

aquisições de ações ou da compra de parte da empresa emergente. Essa participação

geralmente chega a 40% do capital total, o que permite ao capitalista opinar e participar

formalmente, por exemplo, do conselho diretivo da empresa. O capital de risco fica

geralmente investido de dois a dez anos, e é recuperado após o desenvolvimento da empresa,

por meio da recompra da parte societária por parte do empreendedor, da venda total ou parcial

da empresa ou ainda pela abertura de capital na bolsa de valores. Em geral, estes tipos de

investidores:

• Formam uma parceria operacional estreita com os sócios, e podem trazer gerentes

profissionais que ocuparão cargos estratégicos dentro da empresa;

• Têm expectativas em termos de propriedade e controle da empresa;

• Possuem metas de retorno esperado sobre o investimento e estratégias de saída claramente

definidas para seu capital; e

• Exigem proteções e preferências contratuais significativas.

Fundos de Capital de Risco (Venture Capital)

Page 79: Módulo   finanças e empreendedorismo

TIPOS DE CAPITAL

Além do capital de fomento (recursos de instituições públicas para o financiamento

de pesquisas), existem três tipos de capital com a finalidade de desenvolver

empresas e negócios (capital de risco):

Fundos de Capital de Risco (Venture Capital)

Page 80: Módulo   finanças e empreendedorismo

Finanças e Empreendedorismo

Page 81: Módulo   finanças e empreendedorismo

Os tipos de capital são destinados a negócios com diferentes estágios de

desenvolvimento e grau de risco.

Quanto maior o risco do negócio, maior o potencial de crescimento e consequente

retorno financeiro exigidos pelos investidores.

Os fundos de investimento que buscam oportunidades em start ups e empresas em

estágio inicial, são os de capital semente ou venture capital.

Fundos de Capital de Risco (Venture Capital)

Page 82: Módulo   finanças e empreendedorismo
Page 83: Módulo   finanças e empreendedorismo

A taxa de administração consiste em um valor fixo pré-determinado por um

percentual (tende a variar de 1,8% até 3,5%), calculado inicialmente sobre o total de

capital gerido pelo GP (durante a fase de composição das empresas do portfólio – o

chamado “período de investimentos”) e, depois, sobre o montante de capital

investido (“períodos de aceleração e desinvestimento”).

Esta taxa de administração é paga regularmente (i.E. Anualmente, semestralmente ou

até mensalmente) e utilizada para custear as despesas operacionais do fundo (i.E.

Salários da equipe, advogados, viagens, entre outras).

Fundos de Capital de Risco (Venture Capital)

Page 84: Módulo   finanças e empreendedorismo

Uma dica valiosa para empreendedores em busca de capital de risco: um GP,

geralmente, tem pressa para alocar o máximo de recursos possível dentro do período

de investimentos, caso contrário perde receitas relacionadas à sua taxa de

administração.

Se o fundo estiver em estágio incipiente, ele pode atuar com mais calma e estender

negociações por mais tempo. Pode até perder alguns negócios jogando mais duro nas

negociações.

Na prática, isto significa que o poder de barganha tende a migrar para o

empreendedor conforme o avanço do período de investimentos. GPs com pouco

capital alocado e próximo do fim de seu período de investimentos são um prato

cheio para empreendedores – basta saber como conviver com eles depois =)

(casamento por pressão tende a acabar mal =( ) !

Fundos de Capital de Risco (Venture Capital)

Page 85: Módulo   finanças e empreendedorismo

Os cotistas (investidores por trás do fundo, também conhecidos no exterior como

limited partners – lps) buscam alinhar o interesse do GP com o deles. Fazem isso

apertando ao máximo a taxa de administração e transferindo a receita do GP para a

taxa de performance. Esta taxa de performance é paga no final da vida útil de um

fundo desde que o retorno efetivo supere uma taxa mínima (chamada em inglês de

hurdle, ou barreira) exigida pelos cotistas. No mercado de venture capital nacional,

observamos hurdles na faixa entre IPCA+6% e IPCA+12%. A taxa de performance

geralmente oscila entre 20% e 30% do que exceder este hurdle.

Como podemos perceber, o GP ganha dinheiro no sucesso de seus investimentos, e

não com o capital que está sob sua gestão. Para tanto, um GP desenvolve uma

estratégia de gestão de portfólio, analisando diversas oportunidades de alto risco e

trabalhando com uma de taxa de mortalidade (de empresas) elevada dentro da sua

carteira de investimentos. Essa estratégia de portfólio traz algumas implicações

importantes sobre a forma de pensar do GP:

Fundos de Capital de Risco (Venture Capital)

Page 86: Módulo   finanças e empreendedorismo

1. Alta expectativa e pressão sobre resultados:

Devido a elevada taxa de insucesso dentro do portfólio, as empresas que derem certo

precisam “pagar a conta” de todas as que morreram e ainda gerar um retorno

significativamente superior ao hurdle. Todo o investimento feito pelo GP deve ter

um potencial de retorno estratosférico (o que, na indústria de venture capital,

chamamos de um blockbuster).

Para que isso aconteça, o empreendedor deve almejar um mercado economicamente

relevante (preferencialmente, de bilhões de USD) e demonstrar que sua estratégia

(inovação e como levará o mercado a adotá-la) obterá uma fatia de mercado

relevante.

Fundos de Capital de Risco (Venture Capital)

Page 87: Módulo   finanças e empreendedorismo

2. Diferenças na percepção de risco do negócio:

O GP espalhou seus ovos por diversas cestas, não concentrou seus investimentos em um

negócio apenas. Exatamente o contrário do que faz o empreendedor. Como o empreendedor

concentra seu futuro em apenas um negócio, é natural que tenha uma visão mais conservadora

do que o GP. A conta é simples para o GP, pois ele tem um upside potencialmente ilimitado

(pode multiplicar seu investimento por milhares de vezes) e um downside limitado a 1x seu

investimento.

Para o empreendedor, o risco do negócio, muitas vezes, se trata do risco de toda uma carreira

profissional. Há de se saber conviver, na relação com um venture capitalist, com este

constante desalinhamento de expectativa em termos de volatilidade do negócio. Os GPs

americanos usam a expressão de baseball para descrever seus investimentos: we always swing

for the fences (traduzindo: sempre miramos o homerun). Para fisgar o investidor, o

empreendedor deve convencê-lo que também almeja o “tudo ou nada”, faz parte do famoso

“brilho nos olhos” e “ambição interplanetária” da qual os GPs dizem sempre buscarem em

seus empreendedores.

Fundos de Capital de Risco (Venture Capital)

Page 88: Módulo   finanças e empreendedorismo

Em resumo:

1. Entenda em que fase do período de investimentos o GP se encontra e quanto de

capital ele já alocou. Trata-se de uma sinalização importante sobre sua

disponibilidade para negociar, blefar e arriscar perder um negócio;

2. Se esforce para provar que seu mercado alvo é economicamente relevante e

crescente;

3. Cuidado com o conservadorismo! Demonstre ambição e vontade de deixar um

legado de alto impacto através do seu negócio.

Fundos de Capital de Risco (Venture Capital)

Page 89: Módulo   finanças e empreendedorismo

Formas e Custos de Financiamento de Novos

Negócios

Iniciando um pequeno negócio e crescer em uma organização de sucesso pode ser um

processo desafiador.

Os empresários devem gastar grandes quantidades de tempo de planejamento e avaliação da

viabilidade de sua ideia de negócio e a melhor forma de iniciar as operações.

Cálculo dos custos de arranque e avaliar opções de financiamento de longo prazo são duas

peças importantes no planejamento de negócios de pequeno porte.

Page 90: Módulo   finanças e empreendedorismo

Formas e Custos de Financiamento de Novos

Negócios

Tipos de Custos

Custos de arranque de pequenas empresas são geralmente descritas no plano de negócios

empreendedores.

O plano de negócios geralmente inclui informações sobre os itens específicos necessários para

o negócio e quanto vai custar esses itens para iniciar o empreendimento. Este plano é muitas

vezes apresentada para os bancos, credores ou investidores para assegurar o financiamento de

arranque.

Os empresários geralmente separaram os custos iniciais de itens extras que seriam necessários

nos primeiros meses do negócio. Isso permite que os credores e investidores tenham uma

imagem clara de quanto o financiamento é necessário para as despesas de negócio.

Page 91: Módulo   finanças e empreendedorismo

Características

Custos de arranque para as pequenas empresas geralmente dependem do tipo de

negócio nas atuais fatores econômicos.

No entanto, vários custos iniciais são universais para todas as empresas de pequeno

porte. Estes custos incluem melhorias aluguel, instalações, salários de empregados

ou de salários, custos de equipamentos, suprimentos, estoque, publicidade de

licenças, e autorizações ou seguro negócio.

Os empresários podem também decidir estimar os primeiros seis a oito meses de

despesas de negócio. Esta estimativa fornece aos empreendedores com uma melhor

compreensão das necessidades de capital de negócios.

Formas e Custos de Financiamento de Novos

Negócios

Page 92: Módulo   finanças e empreendedorismo

Tipos de financiamento

Dois tipos de financiamento de longo prazo disponíveis para os pequenos

empresários são:

• Financiamento da dívida geralmente está relacionado a empréstimos bancários ou

credor para as necessidades de negócio. Os empresários muitas vezes o

financiamento da dívida seguro para os custos iniciais e as necessidades de outras

empresas que fazem a linha da pequena empresa.

• Financiamento de capital envolve investimentos de capital diretos de capitalistas

de risco ou empresas de investimento privado. Os donos de empresas e

investidores usam frequentemente escritos de acordos contratuais para delinear a

quantidade e duração do investimento.

Formas e Custos de Financiamento de Novos

Negócios

Page 93: Módulo   finanças e empreendedorismo

Considerações

Os empresários devem considerar iniciar o negócio como um hobby ou um trabalho

de lado, em vez de abrir operações completas.

Começando pequeno permite ao empreendedor avaliar quão bem a sua ideia de

negócio como irá funcionar no mercado econômico e que mudanças podem ser

necessárias para o seu modelo de negócio.

O empresário também pode crescer o seu negócio através de lucros operacionais,

evitando a necessidade de financiamento externo. Evitar o financiamento externo

garante o empresário não precisa oferecer garantia para obter fundos externos.

Formas e Custos de Financiamento de Novos

Negócios

Page 94: Módulo   finanças e empreendedorismo

Especialista introspecção

A administração de pequenas empresas oferece diversos recursos para pequenos

empresários. Esses recursos incluem informações sobre como calcular os custos

iniciais, tipos de financiamento disponíveis e informações sobre a gestão do pequeno

negócio.

O SBA também oferece um empréstimo de programa de garantia. Este programa

proporciona segurança para os bancos oferecem empréstimos para pequenos

negócios. Pequenas empresas pagar o empréstimo terá o empréstimo bancário pago

pela SBA. O proprietário da empresa é, então, responsável pelo reembolso do SBA.

Formas e Custos de Financiamento de Novos

Negócios

Page 95: Módulo   finanças e empreendedorismo

Em síntese a abertura de capital seria justamente um meio de financiamento através

da emissão de ações, ou seja, aumentando o capital próprio, via novas inversões dos

antigos sócios e principalmente através da admissão de novos sócios.

É uma fonte de recursos que não possui limitação. Enquanto a empresa tiver projetos

viáveis e rentáveis encontrará investidores com interesse de financiá-los.

Formas e Custos de Financiamento de Novos

Negócios

Page 96: Módulo   finanças e empreendedorismo

A abertura de capital representa uma redução de risco para a empresa. Os recursos

dos sócios investidores, da mesma forma que o dinheiro que o empresário colocou

no empreendimento, não tem prazo de amortização ou resgate.

Diferentemente de empréstimos, não exigem rendimento definido: o retorno dos

investidores depende do desempenho da empresa. Assim, uma companhia aberta

tende a ser muito menos afetada pela volatilidade econômica.

Os seus executivos têm maior facilidade e flexibilidade para planejar, sem que

energia e criatividade sejam consumidas totalmente na administração das pressões

diárias dos compromissos financeiros.

Financiamento pela Abertura de Capital

Page 97: Módulo   finanças e empreendedorismo

Risco mais baixo tem outro efeito benéfico: a redução do custo de capital, que pode

induzir a companhia a um ciclo virtuoso.

Nas empresas que têm certo grau de endividamento, a abertura de capital confere

equilíbrio à estrutura de capital, balanceando o uso do crédito e do capital próprio.

Com um custo de capital menor, o retorno de projetos que anteriormente poderiam

não ser atrativos passa a superar o custo do financiamento, abrindo um leque muito

maior de oportunidades de investimento.

Financiamento pela Abertura de Capital

Page 98: Módulo   finanças e empreendedorismo

A abertura de capital também pode proporcionar liquidez patrimonial, que nada mais

é do que a possibilidade de empreendedores e/ou seus sócios transformarem, a

qualquer tempo, parte das ações que possuem na empresa, em dinheiro.

O primeiro procedimento para a empresa abrir seu capital é elaborar o pedido junto à

CVM (comissão de valores mobiliários), que é órgão regulador do mercado de

capitais do brasil.

É comum às empresas, juntamente a este pedido, já fazerem a solicitação também da

autorização da venda das ações ao público, conhecida como distribuição pública de

ações.

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Page 99: Módulo   finanças e empreendedorismo

Por ser a primeira colocação pública de títulos é chamada de oferta pública inicial, em

português, ou IPO (sigla em inglês para initial public offering).

Simultaneamente à entrada dos pedidos na CVM, a empresa também pode solicitar a listagem

na BOVESPA. Somente as empresas que obtêm esse registro podem ter suas ações negociadas

na bolsa.

Na distribuição primária, a empresa emite e vende novas ações ao mercado. No caso, o

vendedor é a própria companhia e, assim, os recursos obtidos na distribuição são canalizados

para ela.

Por sua vez, numa distribuição secundária quem vende as ações é o empreendedor e/ou algum

de seus atuais sócios. Portanto, são ações existentes que estão sendo vendidas, como os

valores arrecadados, irão para o vendedor, pois ele é que receberá os recursos e não a

empresa.

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Page 100: Módulo   finanças e empreendedorismo

Obviamente que a intenção maior de qualquer empresa ao se abrir o capital é

justamente a captação de recursos para financiar seus projetos de investimento, mas

para isso também existem outras opções, tais quais: recursos gerados pelo próprio

negócio ou capital de terceiros.

Por outro lado, uma alternativa de crescimento a ser considerada por empresas de

diversos setores é a realização de aquisições de ações de outras companhias.

As razões para uma empresa optar por adquirir de uma outra organização são várias,

por exemplo, a obtenção de ganhos de escala, diversificação e complementação de

linhas de produto, clientes e regiões de atuação, oportunidades como concorrentes

subavaliados / mal administrados e interesse em ativos específicos utilizados por

outra organização.

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Page 101: Módulo   finanças e empreendedorismo

Porém, aquisições podem consumir uma grande quantia de recursos que, por sua

vez, podem não estar disponíveis na forma de caixa.

Dessa forma, as empresas de capital aberto são beneficiadas, já que dispõem da

alternativa de realizar aquisições a serem pagas com suas ações, sem que seja

necessário descapitalizar a empresa.

Existe também a criação de um novo referencial de avaliação do negócio, uma vez

que os acionistas investidores estarão a todo momento analisando a cotação dessas

ações, direcionando, assim, as tomadas de decisões dos gestores.

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Page 102: Módulo   finanças e empreendedorismo

VANTAGENS

• Maior projeção e reconhecimento de todos os públicos com os quais se relaciona. Isso

acontece porque ela passa a ganhar visibilidade, ser regularmente mencionada na mídia e

acompanhada pela comunidade financeira.

• Maior exposição de suas marcas, ganharam competitividade e elevaram o

comprometimento de seus funcionários, abrindo-lhes a oportunidade de também se

tornarem acionistas.

• Aumento da a credibilidade da empresa perante a sociedade, pois, para atender às

necessidades de seus acionistas, cabe oferecer-lhes condições para que acompanhem seu

desempenho de perto.

• Melhorar o relacionamento com as instituições financeiras, que passam a ter maior

confiança na avaliação e na concessão de crédito.

• Maior eficiência em toda a organização, à medida que a empresa passe a se disciplinar e a

se organizar melhor para garantir os resultados projetados e justificar sua estratégia.

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Page 103: Módulo   finanças e empreendedorismo

ETAPAS DO PROCESSO DE DECISÃO

Em geral, essas etapas não são completamente delimitadas e, em muitos momentos, ocorrem

paralelamente:

• A análise da conveniência (as vantagens versus os custos; a empresa tem perfil para ser

companhia aberta e está adaptada às características necessárias?)

• Escolher o intermediário financeiro e preparar a documentação e a reforma estatutária.

• Quanto aos gastos com o processo de abertura de capital variam muito de uma empresa

para outra.

• Normalmente, envolvem despesas com a contratação de auditoria externa, preparação da

documentação, publicações legais, confecção do prospecto, comissão do intermediário

financeiro e processo de marketing da distribuição, além do tempo do pessoal interno

envolvido na operação.

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Page 104: Módulo   finanças e empreendedorismo

Ter o mercado acionário como parceiro permanente abre a possibilidade de realizar

novas captações, por outro lado, implica assumir uma postura de pronto atendimento

a investidores, trabalhar para garantir o acompanhamento da empresa por parte de

analistas e tratar equitativamente os acionistas minoritários.

Muitas das mais conhecidas empresas do mundo têm suas ações negociadas nas

bolsas de valores de seus respectivos países, portanto, qualquer pessoa pode se

tornar sócia acionista adquirindo quotas destas ações.

Existem algumas peculiaridades entre elas que se devem levar em consideração

quando se vir interessado em aplicar os recursos neste mercado, no brasil, além da

diversidade regional, dentro da BOVESPA (Bolsa de Valores do Estado de São

Paulo) onde se concentraram as negociações das ações e outros tipos de transações

no que tange o mercado financeiro nacional, as empresas listadas também são

diferentes quanto à natureza de seu controle.

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Page 105: Módulo   finanças e empreendedorismo

TIPOS DE CONTROLADORAS DAS EMPRESAS

Há empresas de controle privado nacional, de controle estrangeiro e de controle estatal; ainda

em relação aos controladores há companhias cujo controle está concentrado em famílias

fundadoras, grupos empresariais ou companhias com controle compartilhado, situação em que

diversos sócios controlam a companhia por meio de um acordo de acionistas.

Existem empresas com controle difuso, situação na qual os controladores não possuem a

maioria do capital votante e, por fim, as que têm o controle disperso no mercado.

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Page 106: Módulo   finanças e empreendedorismo

CONCEITO DE COMPANHIA ABERTA

A legislação define como companhia aberta aquela que pode ter os seus valores mobiliários,

tais como ações, debêntures e notas promissórias, negociados de forma pública, portanto,

somente empresas que abriram o capital podem ter os seus valores mobiliários negociados

publicamente. Importante ressaltar que de acordo com os dispositivos legais, a debênture é um

valor mobiliário emitido pelas sociedades anônimas, representativo de uma fração de um

empréstimo (lei nº 6.385/76, art. 2º, I) com origem em um contrato de mútuo pactuado entre a

companhia emissora e os compradores, e que confere a estes o direito de crédito contra a

primeira, nas condições constantes da escritura de emissão e do certificado ( lei nº 6.404/76,

art. 52).

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Page 107: Módulo   finanças e empreendedorismo

A companhia emissora pode efetuar mais de uma emissão, cada uma delas pode ser

emitidas em séries, sendo as da mesma série de igual valor nominal e conferido a

seus titulares os mesmos direitos (lei nº 6.404/76, art. 53).

A BOVESPA dará um suporte inicial às empresas interessadas em abrir seu capital

de forma à: fase de esclarecimentos iniciais; fase de decisão: estudo de viabilidade

da abertura de capital; fase operacional: preparando-se para ser uma empresa aberta.

Contudo, independentemente do estágio de discussão em que a empresa esteja, além

da especialização e experiência por parte das instituições financeiras, interesses por

captação de recursos e novos sócios por parte das empresas e interesses de se obter

ganhos e novas perspectivas por parte dos investidores, certamente, se dará início,

todos juntos, a um relacionamento que visa a ser duradouro e rentável para as partes.

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Page 108: Módulo   finanças e empreendedorismo

Outras Fontes de Financiamento e Programas

Governamentais

A lista abaixo traz alguns dos principais fundos de investimentos de capital de risco

no estágio inicial de empresas (fonte: guia Endeavor de Capital de Risco). – Material

Impresso.

Page 109: Módulo   finanças e empreendedorismo

Possíveis Barreiras à Concessão de Financiamentos

Existem alguns fatores que devem ser considerados, ao se pensar em pleitear

financiamento junto as instituições financeiras:

• A empresa deverá ser legalizada (exceto quando se tratar de microcrédito. Neste

caso os valores variam até R$ 10.000,00);

• Não possuir restrições cadastrais, nem da pessoa física nem da pessoa jurídica

(SPC, SERASA, CADIN, etc.)

•Apresentar viabilidade técnica, econômica e financeira do empreendimento;

• Os bancos, geralmente exigem um aporte de recursos próprios, ou seja, uma

contrapartida da empresa, nas operações para investimento;

• Disponibilidade de garantias:

Page 110: Módulo   finanças e empreendedorismo

Tipos de garantias

Garantias pessoais ou fidejussórias -

- aval/fiança – tanto o fiador quanto o avalista, estão obrigados a paga a dívida, caso

o devedor não o faça.

Garantias reais – garantem o crédito por meio de coisas que possuam valor

econômico.

Possíveis Barreiras à Concessão de Financiamentos

Page 111: Módulo   finanças e empreendedorismo

Tipos de garantias reais

- Alienação fiduciária – o devedor transfere como garantia ao credor, a propriedade do objeto

(bens imóveis e móveis em geral)

- Hipoteca – bens com maior valor econômico, que são os bens imóveis

- Fundo de aval (FAMPE, FGPC e FUNPROGER)

- Recebíveis – a garantia corresponde a tudo o que a sua empresa tem a receber, decorrente

das vendas efetuadas.

- Seguro de crédito – no caso de vendas a prazo, oferece proteção para o contas a receber dos

segurados e aporta soluções para melhorar a gestão do risco e cobrança de crédito comercial,

além de cobrir as perdas que possam ser causadas pela eventual não pagamento de seus

devedores.

Possíveis Barreiras à Concessão de Financiamentos

Page 112: Módulo   finanças e empreendedorismo

- Aval solidário – grupo de pessoas que se avalizam entre si. Exclusivo nas operações de

microcrédito.

- Sociedade de garantia de crédito – formada por empresários, entidades públicas e

apoiadores, visando a oferta de garantias complementares aos seus associados.

Em média, as instituições financeiras exigem cerca de 130% de garantias, sobre o valor do

financiamento, porém, o percentual pode ser ainda superior.

Estes são os requisitos básicos para concessão de crédito, entretanto sofrem alterações

dependendo de cada banco.

Possíveis Barreiras à Concessão de Financiamentos

Page 113: Módulo   finanças e empreendedorismo

Etapas para a concessão de crédito

Algumas etapas são necessárias para se obter financiamento:

• O empresário deverá buscar informações sobre as linhas de crédito disponíveis, encargos, prazos,

garantias, etc.;

• O gerente do banco fará uma entrevista com o interessado e o encaminhará para fazer o cadastro

pessoa jurídica, caso ele ainda não possua;

• Se o cadastro for aprovado, o gerente autorizará a elaboração do projeto de viabilidade econômico-

financeira (este projeto está ficando cada vez mais simplificado, dependendo do valor pleiteado);

• Elaborado o projeto, este deverá ser submetido à análise do banco (caso não se sinta seguro,

procure a ajuda de profissionais);

• Se o projeto for aprovado, será efetuada a contratação e liberação dos recursos financeiros,

geralmente em parcelas;

• O próprio banco ou instituição credenciada, deverá realizar o acompanhamento de acordo com a

liberação das parcelas.

Possíveis Barreiras à Concessão de Financiamentos

Page 114: Módulo   finanças e empreendedorismo

Quanto à finalidade, o financiamento poderá ser liberado para implantação (depende

de cada banco), ou para ampliação, modernização e relocalização.

Já a modalidade do crédito, pode ser classificada de três formas:

• Investimento fixo: máquinas e equipamentos, móveis e utensílios, consultoria

gerencial, construção civil, veículos automotores, equipamentos de informática;

• Investimento misto: investimento fixo + capital de giro;

• Capital de giro puro: recursos necessários para a empresa funcionar (compra de

mercadorias, reposição de estoques, despesas administrativas, etc.).

Possíveis Barreiras à Concessão de Financiamentos

Page 115: Módulo   finanças e empreendedorismo

Reinvestimento do Capital a Novos Negócios

Segundo o Sebraemais não são raros os casos de empresas que “quebraram”

justamente quando tentavam expandir suas atividades.

Quando o negócio atinge o patamar decisivo que pede um investimento financeiro a

fim de melhorar a eficiência ou aumentar as vendas, empresas que não planejaram

antecipadamente cada passo a ser tomado vão se deparar com uma dura realidade: a

falta de recursos a longo prazo para possíveis investimentos.

Assim, normalmente a saída é retirar capital de giro para comprar uma nova

máquina, abrir uma nova filial, aumentar as instalações e esperar que as vendas

consigam gerar recursos para suprir este capital de giro desviado. Isso é um erro.

Page 116: Módulo   finanças e empreendedorismo

Reinvestimento do Capital a Novos Negócios

É preciso entender claramente uma situação: quando a empresa gera lucro, nem todo

esse lucro pode ser retirado ou distribuído para os sócios.

Muitos empresários retiram todo o lucro obtido e, em alguns casos, até mais que o

lucro gerado, dando uma "mordida" no capital de giro da empresa, o que certamente

será fatal para a saúde financeira do negócio.

Page 117: Módulo   finanças e empreendedorismo

Reinvestimento do Capital a Novos Negócios

TIPOS DE RETIRADA

As retiradas financeiras das empresas devem ser divididas em dois tipos:

- O "pró-labore" (ou salário do sócio/proprietário), que significa a remuneração pelo

trabalho desenvolvido pelo sócio ou proprietário para que a empresa opere. Esse

valor poderá ser estabelecido estimando um salário compatível com o que o mercado

pratica para o cargo e as funções desempenhadas.

A retirada desse valor deve estar dentro das condições de pagamento da empresa. Ele

deve ser utilizado no planejamento financeiro e no demonstrativo de resultados.

Page 118: Módulo   finanças e empreendedorismo

Reinvestimento do Capital a Novos Negócios

- A "remuneração do capital investido pelo sócio/proprietário", que significa a

remuneração do capital que o sócio/proprietário investiu para que a empresa pudesse

existir. Segue um exemplo:

Capital investido (tomar como base valores atuais de investimento) = R$ 20.000,00

Taxa mensal de remuneração desejada = 4,0 %

Remuneração do capital = R$ 20.000,00 x 4,0 % = R$ 800,00

Essa seria, portanto, a remuneração do capital, sendo que uma parte desse valor pode

ser retirada para complementar o pró-labore.

Para que esse valor possa ser retirado, é necessário que a empresa efetivamente gere

lucro - e que ele seja apurado. Alguns empresários fazem retiradas complementares

que podem prejudicar fortemente a saúde financeira da empresa.

Page 119: Módulo   finanças e empreendedorismo

Reinvestimento do Capital a Novos Negócios

Com o tempo, o capital investido é valorizado pelos lucros obtidos. Mas ele nunca

será igual ao patrimônio disponível na empresa, pois uma parte dos lucros deverá

permanecer como "reserva para investimento" e outra parte como "reserva para

contingências" (reserva para situações não previstas).

Assim, não se pode retirar todo o lucro gerado pela empresa, pois uma parte pertence

à própria empresa, e não ao sócio/proprietário. Controle, portanto, as retiradas

pessoais, e jamais retire todo o lucro ou atinja o capital de giro. Se a empresa

apresentou lucro, uma pequena parte dele poderá ser retirada sem ferir o capital de

giro e a reserva para reinvestimento.

Page 120: Módulo   finanças e empreendedorismo

Reinvestimento do Capital a Novos Negócios

Existem formas para investir de forma sadia, sem precisar sacrificar os fundos da

empresa. Uma delas é fazer investimentos com recursos que possam ser amortizados

de forma mais demorada. Eles podem ser:

A) financiamentos de longo prazo em bancos;

B) colocação de recursos dos sócios atuais ou terceiros;

C) reinvestimento do lucro da empresa.

Page 121: Módulo   finanças e empreendedorismo

Reinvestimento do Capital a Novos Negócios

Se as duas primeiras opções não forem possíveis, ou forem muito difíceis de serem realizadas,

cabe à própria empresa gerar os recursos necessários.

Assim, a empresa deve reservar uma parte de seu lucro mensal para que, na data em que

precise investir, possa fazê-lo utilizando desta "reserva para investimento" sem causar aperto

financeiro.

Os especialistas na área recomendam que cerca de 30% dos lucros obtidos sejam reservados

para investimentos futuros.

Um exemplo de investimento de capital próprio:

A) valor do investimento: R$ 12.000,00

B) valor do lucro mensal médio: R$ 8.000,00

C) valor da reserva mensal para investimento: R$ 2.400,00 (r$ 8.000,00 x 30%)

D) tempo necessário para obter o recurso = R$ 12.000,00 / r$ 2.400,00 = 5 meses

Page 122: Módulo   finanças e empreendedorismo

Reinvestimento do Capital a Novos Negócios

A empresa deverá, cinco meses antes de realizar o investimento, iniciar o

planejamento e a reserva dos valores necessários.

É importante salientar que os demonstrativos financeiros da empresa devem destacar

o valor mensal e o valor acumulado dessa "reserva para investimento", dinheiro que

não deverá ser desviado para outras necessidades.

O lucro obtido e deixado na empresa, portanto, tem duas funções: servir como uma

reserva para o capital de giro (nos períodos em que as vendas caem ou que despesas

não previstas acontecem) e como fundo para o reinvestimento no negócio

(especialmente no brasil, onde financiamentos para investimentos nas pequenas

empresas são escassos ou inexistentes).

Page 123: Módulo   finanças e empreendedorismo

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